penal

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  Intensivo Modular Completo  Finais de Semana CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Legislação Penal Especial Professor: Paulo Henrique Aula: 03| Data: 28/02/2015 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO 1) CRIMES HEDIONDOS LEI 8.072/90 - ART. 2º, §3º 2) CRIMES HEDIONDOS LEI 8.072/90 - ART. 2º, §4º 3) LIVRAMENTO CONDICIONAL (ART. 83, CP) 4) ART. 8º, “CAPUT”, LEI  8072/90 5) LEI MARIA DA PENHA - LEI 11.340/06 CRIMES HEDIONDOS Lei 8.072/90 1) Art. 2º, §3º (reprodução do art. 387, §1º, CPP):  Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: § 3º - Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. Juiz pode na sentença condenatória:  Prisão preventiva - admitia como cautelar. Requisitos art. 312, CPP) ou  Recorrer em liberdade - presunção da inocência). Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). 2) Art. 2º, §4º - Quanto a prazo de prisão temporária § 4º - A prisão temporária, sobre a qual dispõe a  Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

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  • Intensivo Modular Completo Finais de Semana CARREIRAS JURDICAS

    Damsio Educacional

    MATERIAL DE APOIO

    Disciplina: Legislao Penal Especial Professor: Paulo Henrique

    Aula: 03| Data: 28/02/2015

    ANOTAO DE AULA

    SUMRIO 1) CRIMES HEDIONDOS LEI 8.072/90 - ART. 2, 3 2) CRIMES HEDIONDOS LEI 8.072/90 - ART. 2, 4 3) LIVRAMENTO CONDICIONAL (ART. 83, CP) 4) ART. 8, CAPUT, LEI 8072/90 5) LEI MARIA DA PENHA - LEI 11.340/06

    CRIMES HEDIONDOS Lei 8.072/90 1) Art. 2, 3 (reproduo do art. 387, 1, CPP):

    Art. 2 Os crimes hediondos, a prtica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo so insuscetveis de: 3 - Em caso de sentena condenatria, o juiz decidir fundamentadamente se o ru poder apelar em liberdade.

    Juiz pode na sentena condenatria: Priso preventiva - admitia como cautelar. Requisitos art. 312, CPP)

    ou Recorrer em liberdade - presuno da inocncia).

    Art. 312. A priso preventiva poder ser decretada como garantia da ordem pblica, da ordem econmica, por convenincia da instruo criminal, ou para assegurar a aplicao da lei penal, quando houver prova da existncia do crime e indcio suficiente de autoria. Pargrafo nico. A priso preventiva tambm poder ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigaes impostas por fora de outras medidas cautelares (art. 282, 4o).

    2) Art. 2, 4 - Quanto a prazo de priso temporria

    4 - A priso temporria, sobre a qual dispe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, ter o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogvel por igual perodo em caso de extrema e comprovada necessidade.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art282.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7960.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7960.htm

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    Regra geral est na lei 7.960/89, art. 2, caput (5 dias + 5 dias)

    Art. 2 A priso temporria ser decretada pelo Juiz, em face da representao da autoridade policial ou de requerimento do Ministrio Pblico, e ter o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogvel por igual perodo em caso de extrema e comprovada necessidade.

    Em crime hediondo ou equiparado: 30 dias + 30 dias 3) Livramento Condicional (art. 83, CP)

    Art. 83 - O juiz poder conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) I - cumprida mais de um tero da pena se o condenado no for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) III - comprovado comportamento satisfatrio durante a execuo da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribudo e aptido para prover prpria subsistncia mediante trabalho honesto; IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de faz-lo, o dano causado pela infrao; (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) V - cumprido mais de dois teros da pena, nos casos de condenao por crime hediondo, prtica da tortura, trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado no for reincidente especfico em crimes dessa natureza. (Includo pela Lei n 8.072, de 25.7.1990) Pargrafo nico - Para o condenado por crime doloso, cometido com violncia ou grave ameaa pessoa, a concesso do livramento ficar tambm subordinada constatao de condies pessoais que faam presumir que o liberado no voltar a delinqir.

    I cumprimento de + 1/3 da pena II comprimento de +1/2 da pena (reincidente em crimes dolosos) V Hediondos = cumprimento de + 2/3 da pena e no reincidente especfico em crimes dessa natureza e Isso abrange qualquer hediondo e qualquer equiparado a hediondo, no cabendo livramento.

    Terrorismo

    Tortura

    Trfico de drogas

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art83http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art83http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art83http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art83http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art83http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art83http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8072.htm#art83vhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8072.htm#art83v

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    Obs.: sobre o Art. 44, p. nico, L. 11.343/06 (Drogas)

    Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e 1o, e 34 a 37 desta Lei so inafianveis e insuscetveis de sursis, graa, indulto, anistia e liberdade provisria, vedada a converso de suas penas em restritivas de direitos. Pargrafo nico. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se- o livramento condicional aps o cumprimento de dois teros da pena, vedada sua concesso ao reincidente especfico.

    - cumprimento de 2/3

    +

    - no seja reincidente especfico Drogas: arts. 33, caput e 1, e 34 a 37

    Abrandamento do trfico: caso o agente venha a cometer um crime primeiro e no estiver abrangido na lei de

    drogas e cometer um segundo que esteja previsto na lei de Drogas, ter o livramento, aps cumprido os

    requisitos.

    4) Art. 8, caput, L. 8072/90

    Associao criminosa para fim de hediondos e TT

    Art. 8 Ser de trs a seis anos de recluso a pena prevista no art. 288 do Cdigo Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prtica da tortura, trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. Pargrafo nico. O participante e o associado que denunciar autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, ter a pena reduzida de um a dois teros.

    Recluso - 3 anos a 6 anos Fim de cometer = hediondos e Tortura e Terrorismo, no trfico de drogas a) natureza jurdica do art. 8, caput da Lei 8.072/90 de circunstncia qualificadora do crime de associao criminosa do art. 288, do CP.

    Art. 288. Associarem-se 3 (trs) ou mais pessoas, para o fim especfico de cometer crimes: Pena - recluso, de 1 (um) a 3 (trs) anos

    Caso o crime seja de Trfico, no ser mais essa qualificadora, passando a ser o art. 35, da Lei 11. 343/06 (Lei de Drogas), chamado pela doutrina de associao para o trfico. Recluso de 3 a 10 anos,

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art288http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art288

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    A associao requer apenas 2 ou + pessoas para sua caracterizao.

    Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou no, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e 1o, e 34 desta Lei: Pena - recluso, de 3 (trs) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

    b) Associao no crime hediondo ou equiparado. O Art. 8 no um crime hediondo quando analisado de maneira autnoma, sendo assim considerado apenas quando da anlise de sua finalidade, ou seja, a prtica de crimes hediondos de maneira associada. Ou seja, o livramento seria aps cumprimento de 1/3 da pena. Obs.: exceo a associao para cometer genocdio hediondo (art. 2, da Lei 2.889/56)

    Art. 2 - Associarem-se mais de 3 (trs) pessoas para prtica dos crimes mencionados no artigo anterior: Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.

    c) reduo de pena Delao premiada que resulte no desmantelamento da associao (Pentitismo) Obs.: o art. 9, da Lei 8.072/90 foi revogado tacitamente pela lei 12.015/09 5) Lei Maria da Penha - Lei 11.340/06

    Chama-se de lei de violncia domstica e" familiar contra a mulher

    Leia-se o e como OU

    Domstica art. 5, inciso I:

    Art. 5 - Para os efeitos desta Lei, configura violncia domstica e familiar contra a mulher qualquer ao ou omisso baseada no gnero que lhe cause morte, leso, sofrimento fsico, sexual ou psicolgico e dano moral ou patrimonial: I - no mbito da unidade domstica, compreendida como o espao de convvio permanente de pessoas, com ou sem vnculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

    a) Sujeito passivo prprio: contra a mulher (qualidade especial da vtima apenas)

    Trata-se de fenmeno de especificao do sujeito passivo.

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    O STF declarou constitucional a proteo diferenciada da mulher, a qual no viola o princpio da igualdade ou

    isonomia (ADC 19) discriminao positiva ou ao afirmativa. Trata-se de uma discriminao perante a lei

    (desigualdade formal) que busca alcanar igualdade material ou substancial.

    b) Sujeito ativo: qualquer pessoa pode praticar (homem ou outra mulher)

    c) Incidncia: 3 condies para incidncia

    - 1: violncia definidas no art. 7 (formas).

    Art. 7 - So formas de violncia domstica e familiar contra a mulher, entre outras: I - a violncia fsica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou sade corporal; II - a violncia psicolgica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuio da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas aes, comportamentos, crenas e decises, mediante ameaa, constrangimento, humilhao, manipulao, isolamento, vigilncia constante, perseguio contumaz, insulto, chantagem, ridicularizao, explorao e limitao do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuzo sade psicolgica e autodeterminao; III - a violncia sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relao sexual no desejada, mediante intimidao, ameaa, coao ou uso da fora; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impea de usar qualquer mtodo contraceptivo ou que a force ao matrimnio, gravidez, ao aborto ou prostituio, mediante coao, chantagem, suborno ou manipulao; ou que limite ou anule o exerccio de seus direitos sexuais e reprodutivos; IV - a violncia patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure reteno, subtrao, destruio parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econmicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; V - a violncia moral, entendida como qualquer conduta que configure calnia, difamao ou injria.

    - 2: situaes de vulnerabilidade do art. 5.

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    Art. 5 - Para os efeitos desta Lei, configura violncia domstica e familiar contra a mulher qualquer ao ou omisso baseada no gnero que lhe cause morte, leso, sofrimento fsico, sexual ou psicolgico e dano moral ou patrimonial: I - no mbito da unidade domstica, compreendida como o espao de convvio permanente de pessoas, com ou sem vnculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no mbito da famlia, compreendida como a comunidade formada por indivduos que so ou se consideram aparentados, unidos por laos naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relao ntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitao. Pargrafo nico. As relaes pessoais enunciadas neste artigo independem de orientao sexual.

    - 3: sujeito passivo ou ofendido mulher. A Lei Maria da Penha no cria crimes, mas restries que aderem a ou incidem sobre crimes pr-existentes.