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  • PROVA DISCURSIVA - DELEGADO DA POLCIA CIVIL DA BAHIA 2013 DIREITO PROCESSUAL PENAL Peas Prticas

    Prof.: Ana Cristina Mendona

    1

    QUESTO 1

    Observe a notcia a seguir:

    PROTEO DE TESTEMUNHAS

    Policiais acusados de tortura tm priso decretada

    O juiz Luciano Silva Barreto, da 9 Vara Criminal do Rio de Janeiro, decretou nesta tera-feira (5/4) a priso

    temporria, pelo prazo de 15 dias, dos policiais militares suspeitos de envolvimento no caso de tortura na 10 DP

    em Botafogo.

    De acordo com o juiz, que acolheu o pedido do Ministrio Pblico estadual e da autoridade policial, a priso

    temporria imprescindvel para a concluso das investigaes.

    Barreto afirmou que "havendo periculum libertatis, com risco efetivo de frustrao da aquisio de provas causada

    pelo suposto infrator, o direito de liberdade do cidado deve ceder ao interesse punitivo do corpo social".

    O caso

    No dia 24 de maro os policiais teriam torturado um funcionrio de um ferro velho localizado na Regio dos Lagos,

    na tentativa de que ele incriminasse seu patro por receptao de carros roubados. A vtima foi pega no seu local

    de trabalho pelos policiais que foram l atrs do dono do negcio e no o encontraram. Comunicado do fato, o

    advogado compareceu delegacia, mas foi impedido de falar com seu cliente, mesmo tendo reclamado da

    arbitrariedade de se ouvir uma pessoa sem a presena do seu advogado.

    Em relato TV Globo, na semana passada, J.S.F., de 42 anos, disse que na agresso lhe deram "socos na barriga.

    Dois bateram na minha cara. Chegou um policial e me mandou tirar a roupa e ficar pelado. O policial foi em cima do

    armrio, pegou o alicate e foi no meu pnis. Pegou e apertou-o, eu comecei a gritar". O exame de corpo delito no

    Instituto Mdico Legal (IML) constatou equimoses no pnis da vtima. Ao retornar delegacia com delegados da

    Corregedoria Interna da Polcia Civil, a vtima reconheceu o alicate e identificou cinco dos seis policiais que

    participaram da sesso de tortura.

    Na sexta-feira (1/4), a chefe de Polcia Civil, Martha Rocha, afastou os cinco policiais Jorge Alessandro Xavier

    Pereira, Rodrigo Soares de Assis Mariz, Thiago Santos Castro Del Rio, Antonio Carlos Nogueira Moraes Cardoso e

    Marcelo Xavier da Silva que nesta segunda-feira (4/4) tiveram o pedido de priso pedido pela 23 Promotoria de

    Justia de Investigao Penal da 1 Central de Inquritos do Ministrio Pblico do Rio de Janeiro. Tambm o titular

    da 10 DP, delegado Jos Alberto Pires Lage, foi removido para a Delegacia Supervisora de Dia, sob a alegao de

    falha na sua gesto. Com informaes da Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justia do rio de Janeiro.

    Processo 0098062-87.2011.8.19.0001

    Revista Consultor Jurdico, 7 de abril de 2011

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    Prof.: Ana Cristina Mendona

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    Com base apenas nas informaes ali contidas, e supondo ser voc a autoridade policial responsvel pela investigao, elabore a

    pea processual adequada busca da custdia cautelar indicada no texto em face dos indiciados.

    QUESTO 2

    Na manh de segunda-feira, dia normal de trabalho, agentes penitencirios de servio na Penitenciria de Bangu prendem em

    flagrante Joo, que estava agredindo Jos. Tanto Joo como Jos cumprem pena na referida instituio, condenados que foram,

    definitivamente, a oito anos de recluso por trfico de drogas. Levados presena do Diretor da unidade, este determinou a

    conduo do agressor, da vtima e das testemunhas para a delegacia de polcia da rea, uma vez que Jos manifestou a vontade

    de representar pelo processo em face de Joo. Na delegacia de polcia, Jos ratifica a representao e levado a exame de

    corpo de delito, constatando os peritos que se trata de leso corporal de natureza leve. Diante disso, como dever proceder a

    autoridade policial?

    QUESTO 3

    A empresa distribuidora de alimentos CACAU vem sendo vtima de constantes roubos de suas mercadorias durante o transporte e

    distribuio. As investigaes demonstram existir um padro vinculado especificamente a empresa, o que demonstraria a

    participao de funcionrios internos na empreitada criminosa. Por tal motivo, a autoridade policial representa e o juiz decreta a

    instaurao de escutas telefnicas nos aparelhos de telefones convencionais da CACAU. Aps dois dias de escuta, a polcia ouve

    e grava no telefone convencional de uso exclusivo do funcionrio Luiz Carlos, conversas do mesmo com terceira pessoa no

    identificada passando as rotas dos caminhes de distribuies das mercadorias naquela semana, bem como a indicao de quais

    caminhes seguiram sem segurana. Em outra conversa, dias depois, as escutas tambm apuram dois possveis endereos para

    os quais as mercadorias subtradas deveriam ser levadas, sendo estes: Avenida Afonso Pena, n. 600, Campo Grande MS e Rua

    Baro do Rio Branco, n. 1431, Campo Grande - MS. Sabendo que as mesmas gravaes indicam que as aes dos meliantes na

    semana em curso j tiveram incio e prosseguiro pelos prximos dois dias, indique as medidas processuais cabveis e elabore a

    pea(s) cautelar(es) adequada(s).

    QUESTO 4

    Em interceptao telefnica regularmente autorizada no inqurito policial 042/2007, que tramitou perante a X DP, para apurar

    crime tipificado no art. 33 da Lei 11.343/2006, foram constatadas conversas telefnicas travadas entre os nmeros celulares

    (71)1111-2222 e (71) 3333-4444, identificados pela companhia telefnica como sendo de propriedade de Fabiano Junqueira (alvo)

    e Lailson Queiroz, com domiclio respectivamente nos endereos Rua Araripe Gs, n. 230, Salvador BA e Av. Village, n. 287,

    Salvador BA.

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    Segundo o teor das conversas gravadas, Fabiano e Lailson estariam de alguma forma envolvidos em um roubo ocorrido em uma

    grande joalheria no shopping Salvador meses antes.

    As conversas apontaram inclusive para a ilicitude da origem do imvel em que se encontra domiciliado Lailson, bem como dos

    veculos utilizados pelos interlocutores.

    Com base nas informaes at ento obtidas, quais seriam as providncias cabveis? Elabore a pea processual que entender

    adequada.

    QUESTO 5

    Ana Carolina Santos foi presa por policiais lotados na 52 DP Nova Iguau e autuada em flagrante delito por ter sido

    surpreendida no momento em que praticava maus tratos contra o adolescente Vincius Silva, deficiente fsico, que no possui

    condies mnimas de administrar sua vida. Durante o curto perodo em que a conduzida se encontrava custodiada na Delegacia,

    a autoridade policial percebeu que a mesma apresentava sinais evidentes de deficincia mental. Diante disso, convocou a percia

    mdico-legal para realizar o exame de corpo de delito, objetivando comprovar uma possvel insanidade. Nesse nterim, concluiu e

    relatou o inqurito policial.

    Com base no inqurito policial e no laudo que concluiu pela insanidade, representou ao juiz pela internao provisria com

    fundamento de evitar a reiterao criminosa (art. 319, III, parte final do Cdigo de Processo Penal).

    No caso hipottico relatado, elabore a representao da autoridade policial pela internao provisria?

    (adaptada da 2a fase do Concurso Delegado Civil RJ/ 2012)

    QUESTO 6

    Alceu, 45 anos, brasileiro, solteiro, traficante de drogas, residente em Caravelas-BA, era conhecido como o maior fornecedor de

    cocana de sua localidade. Em uma viagem de frias para o carnaval de Salvador, conheceu o chefe do trfico de drogas da

    regio, conhecido como Andrezinho aps negociar a venda de cocana dentro de um banheiro qumico de um trio eltrico.

    Com o objetivo de expandir seu negcio, Alceu estreitou contato com Adrezinho, atravs de telefone, a fim de se aproximar do

    to admirado chefe do trfico da Bahia. Em sua primeira empreitada entre aquelas cidades, Alceu enviou a Salvador 400 pedras

    de crack, 40 kg de cocana e 500kg de maconha, atravs do caminho de carga do seu primo, Rubens. Na segunda tentativa de

    envio por parte de Alceu, de uma carga ainda maior, Rubens foi interceptado pela Polcia Civil quando realizava uma operao de

    Roubos e Furtos de carga. Os pertences do caminhoneiro, assim como as drogas encontradas, foram apreendidos e dentre eles

    havia uma agenda telefnica com os seguintes nmeros: (21) 9642-0001 e (21) 8109-2331, em destaque.

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    Na qualidade de Delegado de Polcia Civil, e sabendo que no h, por ora, outras diligncias ordinrias possveis no sentido de

    investigar a procedncia da droga encontrada, que medida adotaria para garantir o prosseguimento das investigaes? Elabore a

    pea processual cabvel.

    QUESTO 7

    Por telefonema annimo, policiais foram informados de que umas dez pessoas se reuniam sistematicamente em determinado dia

    do ms no endereo que lhes foi indicado. O comunicante aduziu que, possivelmente, se tratava de um grupo organizado e

    dedicado venda ilcita de armas e de cocana, porque, durante aqueles encontros, uns ficavam vigiando e que, em certos

    instantes, havia considervel movimento de pessoas.

    Tambm, vira algumas sarem dali com armas novas e outras com pacotes, contendo, possivelmente, aquela droga. Os policiais,

    durante meses, se puseram a observar o local. Para melhor apurao, alguns policiais disfarados chegaram, inclusive, a comprar

    armas de uso proibido e cocana, confirmando, assim, o que lhes fora comunicado e o que observaram. No momento que lhes

    pareceu propcio, cercaram a casa, que foi invadida e, desta forma, conseguiram prender todos os integrantes do grupo e

    apreender centenas de armas, bem como duzentos quilos de cocana. O Ministrio Pblico denunciou todos os presos e a

    denncia foi recebida. Entretanto, os advogados dos rus impetraram habeas corpus querendo o trancamento da ao penal,

    argumentando que a imputao se baseava em prova obtida por meio ilcito, face a violao de domiclio e inclusive porque se

    tratava de flagrante preparado. Indaga-se se o pedido deve ou no ser julgado procedente. Indique, ainda, se corretas as

    condutas policiais. Fundamente.

    QUESTO 8

    O Ministrio Pblico, atravs de indcios coligidos em conversas realizadas em sala de bate papo da internet, deu incio a uma

    ampla investigao para o desbaratamento de uma associao criminosa, organizada e especializada em trfico de drogas, o que

    acarretou a priso temporria de sete indivduos. Graas, tambm, interceptao de correspondncia epistolar de interno de

    uma unidade carcerria, realizada pela prpria administrao penitenciria, foi possvel, durante o prazo de vigncia da priso

    temporria, a priso em flagrante retardada propositadamente pela polcia por cinco dias do chefe do bando e de mais dois

    comparsas, apreendendo-se, na casa em que se encontravam, cinco quilos de cocana e dez armas de fogo. Unificados os

    procedimentos investigatrios e devidamente concludos, foi oferecida denncia contra os indiciados, recebida pelo Juiz criminal

    competente. A defesa impetra, ento, habeas corpus, sustentando a nulidade de todo o procedimento investigatrio destacando a

    ilicitude e ilegitimidade da prova e a preparao do flagrante pela polcia e requerendo, assim, o trancamento da ao penal, por

    ausncia de justa causa. Opine sobre a questo. Resposta integralmente fundamentada.

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    QUESTO 9

    Em face de representao do delegado de polcia, o promotor de justia requereu ao juiz que determinasse busca em todas as

    casas de uma determinada comunidade, onde, segundo os elementos de convico colhidos pela autoridade policial, traficantes

    invadiram diversas residncias no identificadas, em que passaram a se esconder, bem como a depositar nelas substncias

    entorpecentes e armas, gerando constrangimento e pnico aos moradores, os quais, ameaados de morte pelos invasores, no

    prestam qualquer ajuda s investigaes em curso e a respeito dos fatos. Deve o magistrado deferir ou indeferir o pleito

    ministerial? (Fundamente)