pcivil08.01 processo de execução

82
Pcivil08.01. Processo de Execução Sumário Teoria Geral da Execução............................1 Formas Executivas...................................1 Histórico...........................................2 Exceções (título executivo judicial gerando execução autônoma)...........................................2 Remição x adjudicação x Arresto x Penhora x Assunção5 Remição..........................................5 Arrestar.........................................6 Penhorar.........................................6 Adjudicar........................................6 Assunção.........................................7 Execução por sub-rogação e execução indireta........9 Execução de pagar quantia certa.................12 Conceito de execução por quantia certa fundada em título judicial............................13 Intimação.....................................13 Não haverá oportunidade para nomear bens a à penhora.......................................14 Multa.........................................14 Mandado de penhora e avaliação................15 Defesa do executado...........................16 Diferença de impugnação e de exceção de pré- executividade.................................17 Obrigação de entregar coisa.....................17 Execução fundada em Obrigação de fazer e não fazer ................................................20 Definição.....................................22 Descumprimento da obrigação de fazer e não fazer ..............................................22 Procedimento..................................22 Natureza da obrigação de fazer................23 Execução por terceiro.........................23 Multa diária..................................24

Upload: leandro-ribeiro

Post on 30-Jul-2015

192 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Pcivil08.01 Processo de Execução

Pcivil08.01. Processo de ExecuçãoSumárioTeoria Geral da Execução...................................................................................1Formas Executivas..............................................................................................1Histórico..............................................................................................................2Exceções (título executivo judicial gerando execução autônoma)......................2Remição x adjudicação x Arresto x Penhora x Assunção...................................5

Remição.........................................................................................................5Arrestar..........................................................................................................6Penhorar........................................................................................................6Adjudicar.......................................................................................................6Assunção.......................................................................................................7

Execução por sub-rogação e execução indireta...................................................9Execução de pagar quantia certa.................................................................12

Conceito de execução por quantia certa fundada em título judicial......13Intimação...............................................................................................13Não haverá oportunidade para nomear bens a à penhora......................14Multa.....................................................................................................14Mandado de penhora e avaliação..........................................................15Defesa do executado..............................................................................16Diferença de impugnação e de exceção de pré-executividade..............17

Obrigação de entregar coisa........................................................................17Execução fundada em Obrigação de fazer e não fazer................................20

Definição...............................................................................................22Descumprimento da obrigação de fazer e não fazer.............................22Procedimento.........................................................................................22Natureza da obrigação de fazer.............................................................23Execução por terceiro............................................................................23Multa diária...........................................................................................24Conversão em perdas e danos...............................................................24Multas....................................................................................................25

Princípios da execução......................................................................................28Princípio da Nulla executio sine titulo........................................................28Princípio da Nulla titulus sine lege.............................................................28Princípio da Patrimonialidade.....................................................................29Princípio do desfecho único (resultado único)............................................29Princípio da disponibilidade da execução...................................................29Princípio da boa-fé e lealdade processual...................................................30

Sujeitos processuais..........................................................................................31Intervenção de terceiro................................................................................32Legitimidade ativa.......................................................................................32Legitimação passiva....................................................................................35

Page 2: Pcivil08.01 Processo de Execução

Desistência da execução....................................................................................37Competência......................................................................................................38

Título executivo judicial..............................................................................38Título executivo extrajudicial......................................................................40

Observações......................................................................................................40Responsabilidade Patrimonial...........................................................................42Distinção entre obrigação e responsabilidade patrimonial................................42Bens que respondem e não respondem pela dívida...........................................44Responsabilidade patrimonial secundária (592 CPC).......................................46Fraudes do devedor...........................................................................................49

Fraude contra credores................................................................................49Fraude à execução.......................................................................................51Fraude do bem constrito judicialmente.......................................................52

Gabarito.............................................................................................................52

1. ( ) Procurador federal – 2006 - O ato executivo é característica fundamental do processo de execução, mas a prática de atos executivos pode ocorrer em outros processos, sem a necessidade de instauração de um processo executivo autônomo, como ocorre com a execução da tutela antecipada.

- A execução de medidas judiciais pode ocorrer em diversas fases do processo, inclusive na fase de conhecimento, como ocorre com a execução de medida cautelar ou antecipatória da tutela.2. ( ) Procurador Federal – 2006 - Só há necessidade de processo executivo

autônomo para as obrigações de fazer ou não fazer quando se tratar de execução fundada em titulo extrajudicial.

- Em se tratando de título judicial, na atual sistemática da execução, nenhuma espécie de obrigação (fazer, não fazer, dar coisa, pagar) exige, para sua execução, a formação de processo executivo autônomo, estando, por isso, regulamentadas no Livro I ("Do processo de conhecimento") do CPC, com exceção para a execução da obrigação de pagar em face da Fazenda Pública, que continua sendo processo de execução regulado no Livro II do CPC (art. 730).- Título executivo extrajudicial sempre foi executado através de processo autônomo.

Teoria Geral da ExecuçãoFormas Executivas- Execução é o meio material que o juiz tem a sua disposição para a satisfação do direito.

Concurso, 26/08/12,
Verdadeiro
Concurso, 26/08/12,
Verdadeiro
Page 3: Pcivil08.01 Processo de Execução

- Há o processo autônomo de execução e execução por mera fase procedimental.- Para a tutela de conhecimento há o processo de conhecimento, para a tutela de execução há o processo de execução e para a tutela cautelar existe o processo cautelar. Estes se distinguem pelas diferentes naturezas: Conhecimento é a cognitiva; execução são os atos materiais; distinguem-se, também, pelos diferentes objetivos, pois o processo de conhecimento busca declarar, constituir ou condenar, enquanto na execução se busca satisfazer.- Há algum tempo vem se buscando o sincretismo processual que é a permissão de que em um mesmo processo se possa desenvolver atividades cognitivas, satisfativas e acautelatórias (diferentes tutelas, atividades e objetivos num mesmo processo).Obs: Processo sincrético é espécie do gênero sincretismo processual. Trata-se de um processo com duas fases procedimentais sucessivas sendo a primeira fase de conhecimento e a segunda fase de satisfação (cumprimento de sentença – 475-I CPC).

HistóricoANTES DE 1990- A regra era o processo autônomo de execução.- Já se tinha de forma excepcional o processo sincrético (p ex, ação de despejo, ações possessórias).1990- Em 1990 veio o artigo 84 do CDC (tutela coletiva em geral) que diz respeito às obrigações de fazer e não fazer, com isto, todo processo cujo objeto é uma obrigação de fazer ou não fazer passa a ser um processo sincrético.1994- Artigo 461 CPC – na tutela individual, todas as suas obrigações de fazer e não fazer viram processo sincrético.- Artigo 273 CPC – consagra a tutela antecipada. Em seu §3º fala-se em efetivação da tutela antecipada (execução). Assim neste caso a execução de tutela antecipada se faz por mera fase processual.1995- Lei 9.099/95 – Qualquer espécie de obrigação nesta lei gera processo sincrético, seja de fazer ou não fazer, de entregar ou de pagar quantia. Assim, processo autônomo de execução em juizados só de título executivo extrajudicial.2002- Artigo 561-A CPC – para todo processo com objeto de entregar coisa passa a ser processo sincrético.2005

Page 4: Pcivil08.01 Processo de Execução

- Lei 11.232/05 (lei de cumprimento de sentença) – obrigações de pagar quantia se tornou processo sincrético.- Hoje a regra é o processo sincrético e como exceção é o processo autônomo de execução.Obs: Esta dicotomia de processo sincrético e processo de execução é algo privativo dos títulos executivos judiciais, pois o título executivo extrajudicial sempre foi processo autônomo.

Exceções (título executivo judicial gerando execução autônoma)1º Caso- Para Humberto Teodoro Jr. a lei 11.232/05 é voltada exclusivamente para execução comum. Com relação às execuções especiais continuam inalteradas, mantendo a estrutura de processo autônomo de execução. São execuções especiais:

a) Execução contra a Fazenda Pública ;b) Execução contra devedor insolvente ;c) Execução de alimentos .

- Quanto às duas primeiras é pacífico de que não houve alteração, entretanto quanto à execução de alimentos há divergências, pois para Alexandre Câmara, Marcelo Abelha esta execução se transforma, também, em cumprimento de sentença. Para estes a lei 11.232/05 é uma lei protetiva do exeqüente, sendo, o alimentado o mais necessitado de todos os exeqüentes.- Para uma outra corrente (Costa Machado, Berenice Dias) o credor pode escolher por qual procedimento deve seguir (732 ou 733 CPC), se for pelo artigo 732 será procedimento comum usando o cumprimento de sentença, entretanto, se se optar pelo artigo 733 o procedimento é especial (inclusive pedindo a prisão civil) com a adoção do processo autônomo da execução.

2º Caso- Sentença arbitral, sentença penal, homologação de sentença estrangeira.- Na execução desses títulos ocorrerá a citação do executado. Sendo a citação o ato que integra o réu ao processo, está se formando um processo novo. Nestes casos, estruturalmente se terá um processo autônomo de execução com a petição inicial e a citação do executado. Entretanto, procedimentalmente se terá um cumprimento de sentença, salvo a petição inicial e citação.

3. ( ) Exame de ordem - 2007.3 - No processo civil, a citação é feita por via postal, exceto quando se tratar de processo de execução por título judicial ou extrajudicial, no qual o cumprimento do mandado de citação deve ser feito por meio de oficial de justiça.

Concurso, 26/08/12,
Falso
Page 5: Pcivil08.01 Processo de Execução

- Depois da reforma da execução de título executivo judicial, que passou a ser chamada simplesmente de cumprimento de sentença, não há mais citação. Após o trânsito em julgado do título, e não havendo necessidade de prévia liquidação, já se inicia o prazo de 15 dias para pagar, sob pena de multa de 10%, não sendo necessária nem mesmo a intimação do devedor (art. 475-J, caput, do CPC). - No caso de execução de título extrajudicial, a citação realmente é feita por meio de mandado (oficial de justiça), tendo em vista vedação legal à citação pelo correio nessa hipótese (art. 222, alínea d, do CPC).

Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:a) nas ações de estado; b) quando for ré pessoa incapaz; c) quando for ré pessoa de direito público; d) nos processos de execução; e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; f) quando o autor a requerer de outra forma.

4. ( ) Exame de ordem - 2007.3 - No cumprimento da sentença, transcorrido o prazo para o devedor pagar ou oferecer bens à penhora, o oficial de justiça deverá, conforme o caso, penhorar ou arrestar os bens indicados pelo autor, ato do qual o devedor deverá ser intimado pessoalmente.

- Primeiro, o prazo de 15 dias previsto no caput do art. 475-J do CPC é para que o devedor pague a dívida e não de oferecer bens à penhora. Caso não o faça, será acrescida uma multa de 10% ao valor da dívida. Se, em vez de pagá-la, nomear bens à penhora, ainda assim incidirá a multa. Em segundo lugar, do auto de penhora e avaliação (não há porque se fazer arresto), o devedor será intimado por meio de seu advogado. Somente na falta deste, a intimação passa a ser pessoal, via mandado ou correio. É o que dispõe o § lº do art. 475-1. No cumprimento de sentença não se procede mais ao arresto, posto que este somente é cabível quando, sendo necessária a citação do executado (atualmente, somente na execução do título extrajudicial), ele não for encontrado (art. 653 do CPC): "O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução").5. (OAB-CESPE-2008.1) Pedro propôs ação de execução, lastreada em nota

promissória, contra Antônio. O juiz recebeu a petição inicial e determinou a citação do executado. O meirinho, nas diligências empreendidas, não tendo localizado Antônio, apreendeu um veículo automotor de propriedade deste, o qual foi removido ao depositário público, lavrando-se o respectivo auto. Na situação hipotética apresentada, o ato processual executivo praticado pelo oficial de justiça denomina-se

Concurso, 26/08/12,
Falso
Page 6: Pcivil08.01 Processo de Execução

A) Penhora de bens de propriedade do executado.B) Arresto de bens de propriedade do executado.C) Adjudicação de bens penhorados.D) Arrematação de bens penhorados.Art. 653 do CPC.6. (OAB - CESPE - 2008.1) O ato processual por meio do qual se buscam e

se apreendem bens do executado para empregá-los, de modo direto ou indireto, na satisfação do crédito exequendo denomina-se

A) Adjudicação.B) Penhor.C) Penhora.D) Usufruto.- De fato, a penhora é o ato de constrição do bem visando garantir o pagamento da dívida executada.7. ( ) Cartório/SE - 2007 - CESPE - Em relação ao processo de execução e

aos embargos do devedor, julgue o item subsequente. Se, na ação de execução por título extrajudicial, depois de efetivado o arresto, o devedor não for encontrado, e, permanecer inviável sua localização, admite-se a citação por edital.

- Ver arts. 653 e 654, do CPC.8. (OAB - CESPE - 2008.3) O executado José, logo depois de intimado da

formalização da penhora e da avaliação de bens, requereu ao juiz a expedição de guia para consignar a importância atualizada da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios. Nessa situação hipotética, segundo entendimento doutrinário, o ato processual requerido denomina-se

A) impugnação da execução.B) remição da execução.C) usufruto de bens.D) remissão de bens.- Trata-se de dar ao executado a oportunidade de remir o débito antes da adjudicação ou alienação dos bens (art. 651 do CPC).9. ( ) Magistratura/AC - 2008 - CESPE - A respeito do processo de

execução. O credor pode requerer a remição do bem objeto da execução, depois de sua arrematação em praça ou leilão, oferecendo maior preço do que o que foi pago na alienação judicial. Efetivada a remição, há transferência da propriedade, passando o bem remido a integrar o patrimônio do credor e extinguindo-se a obrigação do devedor.

- A Lei nº 11.382/2006 revogou os artigos que tratavam da remição no CPC. Agora, o executado, e não o credor como constou da alternativa, que quiser pagar voluntariamente o débito, poderá fazê-lo na forma do cumprimento de sentença. Ver art. Art. 651.

Concurso, 02/09/12,
Falso
Concurso, 02/09/12,
Letra B
Concurso, 30/08/12,
Verdadeiro
Concurso, 30/08/12,
Letra A
Concurso, 30/08/12,
Letra B
Page 7: Pcivil08.01 Processo de Execução

10. ( ) Analista - TJ/AP - 2008 - CESPE - No que se refere à execução, julgue o item subsequente. É vedada a assunção, pelo executado, do encargo de depositário.

- Ver art. 666, §1º, do CPC. Com a expressa anuência do exequente ou nos casos de difícil remoção, os bens poderão ser depositados em poder do executado.

Remição x adjudicação x Arresto x Penhora x AssunçãoRemição → É o direito ou o benefício que se assegura ao executado, para que se livre ou se libere da execução iniciada e em curso contra si, pagando ou consignando o valor da dívida ou da obrigação exequenda, computados a atualização, juros, custas e honorários advocatícios.

Art. 651. Antes de adjudicados ou alienados os bens, pode o executado, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios.

Arrestar → apreender judicialmente (bens). Indica a apreensão judicial dos bens do devedor, ordenada pela justiça, como meio acautelador de segurança ou para garantir o credor quando à cobrança de seu crédito, evitando que seja injustamente prejudicado, pelo desvio desses bens. A finalidade do arresto, como se vê, é a de assegurar ao credor, preparatória ou preventivamente, a solvabilidade do próprio devedor, visto que sobre os bens por essa forma apreendidos (arrestados) será, futuramente, efetivada a própria execução da sentença obtida na ação principal. E eles se arrestam, quando se teme o seu desvio, ou que o devedor os oculte ou os sonegue para satisfação da execução.

Art. 653. O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.Parágrafo único. Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o devedor três vezes em dias distintos; não o encontrando, certificará o ocorrido.Art. 654. Compete ao credor, dentro de 10 (dez) dias, contados da data em que foi intimado do arresto a que se refere o parágrafo único do artigo anterior, requerer a citação por edital do devedor. Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo a que se refere o art. 652, convertendo-se o arresto em penhora em caso de não-pagamento.

Concurso, 02/09/12,
Falso
Page 8: Pcivil08.01 Processo de Execução

Penhorar → É o ato judicial pelo qual se apreende ou se tomam os bens do devedor, para neles se cumpra o pagamento da dívida ou da obrigação executada. É a apreensão de bens, dados ou não em garantia, para que por eles se cobre o credor do que lhe é devido pelo executado.Adjudicar → É ato judicial, mediante o qual se estabelece e se declara que a propriedade de uma coisa se transfere de seu primitivo dono para o credor, que, então, assume sobre a mesma todos os direitos de domínio e posse, que são inerentes a toda e qualquer alienação. Adjudicação não tem o mesmo sentido de arrematação, embora sejam idênticos os efeitos de uma e de outra, os de transmitir, a quem adjudica ou a quem arremata, a mesma propriedade da coisa, como em venda ou alienação efetiva.

Art. 685-A. É lícito ao exeqüente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer lhe sejam adjudicados os bens penhorados.

Assunção → Significa assumir para si uma responsabilidade. Mas o credor tem que aceitar este outro que assumirá a dívida ou o encargo

Art. 666. § 1º Com a expressa anuência do exeqüente ou nos casos de difícil remoção, os bens poderão ser depositados em poder do executado.

11. ( ) Exame De Ordem - 2007.1) O cumprimento da sentença executiva que tenha por objeto o pagamento de determinada quantia se desenvolve mediante prévio requerimento do credor.

- Se a sentença for líquida, dispensando a apresentação de cálculos pelo credor, o prazo de 15 dias para pagar sob pena de multa de 10% começa a correr do trânsito em julgado. Não sendo pago no prazo, somente a requerimento do credor será expedido mandado de penhora (art. 475-J, caput, do CPC). Sendo necessário apresentar cálculos, a iniciativa também é do credor (art. 475-B do CPC).Art. 475-B. Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo. § 1º Quando a elaboração da memória do cálculo depender de dados existentes em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poderá requisitá-los, fixando prazo de até trinta dias para o cumprimento da diligência.

Concurso, 26/08/12,
Verdadeiro
Page 9: Pcivil08.01 Processo de Execução

§ 2º Se os dados não forem, injustificadamente, apresentados pelo devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo credor, e, se não o forem pelo terceiro, configurar-se-á a situação prevista no art. 362. § 3º Poderá o juiz valer-se do contador do juízo, quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exeqüenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária. § 4º Se o credor não concordar com os cálculos feitos nos termos do § 3o deste artigo, far-se-á a execução pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o valor encontrado pelo contador.12. ( ) Exame De Ordem - 2009.2 - Celina ajuizou ação contra Beatriz,

requerendo a condenação da ré ao pagamento de danos morais e materiais que esta lhe teria causado. Após instrução processual, o juiz proferiu a sentença, julgando procedente o pedido para condenar Beatriz aos danos causados a Celina. A sentença transitou em julgado, tendo sido a ré intimada a pagar o montante de R$ 20 mil, conforme fixado pelo juiz. Acerca dessa situação. Se Beatriz não efetuar o pagamento, Celina deverá requerer ao juiz a expedição de mandado de penhora e a avaliação dos bens da devedora, devendo, também, desde já, indicar os bens passíveis de penhora.

- O credor não está obrigado a indicar bens. Trata-se de uma opção (art. 475-J, § 3.°: "O exequente poderá, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a serem penhorados").13. ( ) Exame de Ordem - 2009.2 - Celina ajuizou ação contra Beatriz,

requerendo a condenação da ré ao pagamento de danos morais e materiais que esta lhe teria causado. Após instrução processual, o juiz proferiu a sentença, julgando procedente o pedido para condenar Beatriz aos danos causados a Celina. A sentença transitou em julgado, tendo sido a ré intimada a pagar o montante de R$ 20 mil, conforme fixado pelo juiz. Acerca dessa situação. Somente após a penhora e a avaliação dos bens é que Beatriz será intimada para oferecer impugnação.

- Diferentemente do procedimento da execução do título extrajudicial, no qual, atualmente, dispensa-se a garantia do juízo para que o devedor embargue a execução, no procedimento do cumprimento de sentença, conforme teor do art. 475-J, § 1º, do CPC, somente após ser intimado do auto de penhora (ou seja, após segura a execução) poderá o devedor oferecer impugnação (no prazo de 15 dias).14. ( ) Exame de Ordem - 2009.2 - Celina ajuizou ação contra Beatriz,

requerendo a condenação da ré ao pagamento de danos morais e materiais que esta lhe teria causado. Após instrução processual, o juiz proferiu a sentença, julgando procedente o pedido para condenar Beatriz aos danos causados a Celina. A sentença transitou em julgado, tendo sido a ré intimada a pagar o montante de R$ 20 mil, conforme fixado pelo juiz.

Concurso, 29/08/12,
Verdadeiro
Concurso, 29/08/12,
Falso
Page 10: Pcivil08.01 Processo de Execução

Acerca dessa situação. Não sendo efetuado o pagamento espontâneo da dívida, incidirá, sobre o valor da condenação, multa de 10%, a ser cobrada mediante processo executivo autônomo.

- A multa de 10% prevista no caput do art. 475-J do CPC soma-se ao valor da execução.15. ( ) Exame de Ordem - 2009.2 - Celina ajuizou ação contra Beatriz,

requerendo a condenação da ré ao pagamento de danos morais e materiais que esta lhe teria causado. Após instrução processual, o juiz proferiu a sentença, julgando procedente o pedido para condenar Beatriz aos danos causados a Celina. A sentença transitou em julgado, tendo sido a ré intimada a pagar o montante de R$ 20 mil, conforme fixado pelo juiz. Acerca dessa situação. Se Celina não requerer a execução do julgado em um prazo de seis meses contados do trânsito em julgado da decisão, o juiz extinguirá o processo e determinará o seu arquivamento.

- Nos termos do art. 475-J, § 5º, do CPC, "não sendo requerida a execução no prazo de seis meses, o juiz mandará arquivar os autos, sem prejuízo de seu desarquivamento a pedido da parte". Portanto, não há extinção do processo, mas mero arquivamento provisório. Somente se a execução não for movida no prazo de prescrição da ação, haverá prescrição e consequente extinção do processo. Eis o teor da Súmula 150 do STF: "Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação".

Execu ç ão por sub-rogação e execução indireta - Difere de execução forçada em que o Estado-juiz substitui a vontade do devedor pela vontade da lei (mesmo sem a colaboração do devedor o juiz obtém a satisfação em favor do exeqüente), p ex, penhora, expropriação. Na execução indireta o juiz trabalha com a pressão psicológica, convence ao devedor a cumprir a obrigação.- Na execução indireta se conta com a colaboração do devedor voluntariamente (não será espontânea).- Modos de exercer a execução indireta:

a) Ameaça de piora na situação do devedor executado, p ex, astreintes.

b) Oferecimento de melhora (sanção premial) , p ex, artigo 652-A, p único, CPC.

16. ( ) Advogado da União – 2006 - As decisões judiciais que imponham obrigação de fazer ou de dar dinheiro podem ser executadas por impulso oficial nos próprios autos do processo de conhecimento, independentemente de novo mandado citatório, em razão da eficácia mandamental da tutela específica.

Concurso, 29/08/12,
Falso
Concurso, 29/08/12,
Falso
Concurso, 29/08/12,
Falso
Page 11: Pcivil08.01 Processo de Execução

- A reforma da execução veio tomar a execução do título judicial que condena a pagar (atualmente conhecida como cumprimento de sentença) numa execução sem intervalo, ou seja, sem necessidade de nova citação. Todavia, aexecução não se dará de ofício, mas a requerimento. Nos termos do art. 475-J, caput, do CPC, por exemplo, que trata do cumprimento de sentença que condena a pagar, somente a requerimento do credor será expedido mandado de penhora e avaliação.17. ( ) Defensor Público/AL – 2003 - O STJ entende que somente a cobrança

de prestações recentes em atraso admite o decreto de prisão do devedor de alimentos.

- Segundo o entendimento sumulado do STJ (Súmula 309), somente as prestações relativas aos três últimos meses dão ensejo à prisão do devedor de alimentos.18. (OAB - CESPE - 2008.1) José, em sede de execução por quantia lastreada

em sentença judicial, foi intimado da formalização da penhora e avaliação no dia 31 de julho de 2008, na pessoa do seu advogado, por meio de mandado postal. Nessa situação hipotética, para que se cumpra o devido processo legal, José poderá

A) Opor-se à execução por meio de ação de embargos à execução, a ser proposta no prazo de quinze dias, contados a partir do primeiro dia útil após a intimação.B) Opor-se à execução por meio de ação de embargos à execução, a ser proposta no prazo de quinze dias, contados da juntada do mandado devidamente cumprido.C) Opor-se à execução por meio de ação de embargos à arrematação, a ser proposta no prazo de quinze dias, contados a partir do primeiro dia útil após a intimação.D) Oferecer impugnação no prazo de quinze dias, contados da data da intimação da formalização do auto de penhora e de avaliação.- Ver Art. 475-J, § lº, do CPC.19. (OAB-CESPE-2007.3) Iniciada a execução de sentença, a eventual defesa

do executado será feita por meio de A) Impugnação. B) Embargos à execução. C) Embargos de terceiro. D) Apelação.- Ver Art. 475-J, § 1º, do CPC.20. ( ) Analista - 5T J - 2008 - CE5PE - Regina foi condenada, em sentença

transitada em julgado, a pagar a Tereza R$ 200,00 a título de danos morais, R$ 900,00 a título de danos materiais e R$ 100,00 a título de honorários advocatícios. Com base nessa situação hipotética e de acordo com a disciplina legal relativa a esse assunto, julgue os itens seguintes. Regina deverá efetuar o pagamento do montante relativo à condenação no prazo de 15 dias, sob pena de haver acréscimo de multa de 10% do

Concurso, 02/09/12,
Letra D
Concurso, 02/09/12,
Letra D
Concurso, 29/08/12,
Verdadeiro
Page 12: Pcivil08.01 Processo de Execução

montante, e, a requerimento de Tereza, ser expedido mandado de penhora e avaliação.

- Ver Art. 475-J.21. ( ) Magistratura/AC - 2008 - CESPE - A respeito do processo de

execução. Tratando-se de execução por título extrajudicial contra a fazenda pública ou contra sociedades de economia mista, ainda que decorrente de crédito de natureza alimentícia, a sentença que rejeitar os embargos do devedor não adquire eficácia enquanto não for submetida à revisão obrigatória.

D: art. 475, § 2º, do CPC.22. ( ) Magistratura/SE - 2008 - CESPE - No que concerne à execução e aos

embargos à execução. Na execução contra a fazenda pública fundada em título judicial, a sentença que julga improcedente os embargos opostos pela executada está sujeita a remessa necessária.

- Quando se tratar de execução fundada em título judicial, ou seja, de cumprimento de sentença, cabível é a impugnação (art. 475-J do CPC), e não os embargos. Além do mais nem sempre que o processo de impugnação for contra a Fazenda pública que haverá o recurso de ofício (remessa necessária). - Apenas haverá o recurso de ofício se a sentença que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos ou a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. Ver também art. 475 do CPC.23. ( ) Procurador do Estado/ES - 2008 - CESPE - Quanto à execução em face

da fazenda pública, julgue o item a seguir. Uma sentença que rejeita embargos à execução, seja ela fundada em título judicial ou extrajudicial oposto pela fazenda pública, não está sujeita ao reexame necessário.

- A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento de que não é cabível o reexame necessário de sentença que julgar improcedentes embargos à execução opostos pela Fazenda Pública (REsp. 197455/SP, ReI. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 08/11/2006).- Conforme o art. 475, II do CPC, está sujeito ao duplo grau de jurisdição a sentença que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública, observando também o disposto nos §§ deste mesmo artigo.

Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I – proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público;

Concurso, 02/09/12,
Verdadeiro
Concurso, 02/09/12,
Falso
Concurso, 02/09/12,
Falso
Concurso, 02/09/12,
Verdadeiro
Page 13: Pcivil08.01 Processo de Execução

II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).§ 1º Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los.§ 2º Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor.§ 3º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente.

24. ( ) Magistratura/SE - 2008 - CESPE - No que concerne à execução e aos embargos à execução. Os alimentos provisórios subsistem em favor do alimentado desde a sua fixação até o trânsito em julgado da decisão final proferida na ação de alimentos. Por isso, é possível a execução desses alimentos mesmo quando proferida sentença de mérito, que julgou improcedente a pretensão do autor.

- No caso de a sentença julgar improcedente e revogar a decisão que havia fixado os alimentos provisórios, terá ela efeito imediato e caso a parte interponha recurso de apelação, o recurso terá apenas efeito devolutivo nesse ponto.

Execução de pagar quantia certaa) Execução direta: em regra se dará por penhora/expropriação, p ex,

alimentos com desconto na folha.b) Execução indireta: artigo 652-A, p único, CPC; prisão civil de

alimentos.Obs: Cumprimento de sentença (475-J, caput, CPC) – se o devedor não pagar em 15 dias haverá uma multa de 10%. A natureza jurídica desta multa, para Tereza Arruda Alvim e para Atos Gusmão Carneiro é uma espécie de astreinte (execução indireta), já para Marinoni e para STJ trata-se de sanção processual, pois é um valor fixo em lei (não pode ser alterado pelo juiz) e se a obrigação for materialmente possível de ser cumprida. Aplica-se esta multa independentemente da situação patrimonial do executado.

Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de QUINZE dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de DEZ por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação .

Concurso, 02/09/12,
Falso
Page 14: Pcivil08.01 Processo de Execução

§ 1º Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnação, querendo, no prazo de quinze dias. § 2º Caso o oficial de justiça não possa proceder à avaliação, por depender de conhecimentos especializados, o juiz, de imediato, nomeará avaliador, assinando-lhe breve prazo para a entrega do laudo. § 3º O exeqüente poderá, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a serem penhorados. § 4º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput deste artigo, a multa de dez por cento incidirá sobre o restante.§ 5º Não sendo requerida a execução no prazo de seis meses, o juiz mandará arquivar os autos, sem prejuízo de seu desarquivamento a pedido da parte.

- Para o STJ, esta multa do 475-J não pode ser aplicada ao réu revel citado fictamente, pois se presume que não tem intenção em não efetuar o pagamento.

Inf. STJ – O curador de ausentes, dadas as condições em que admitido no processo, não conhece o réu, nem tem acesso a ele, bem como não detém informações exatas sobre os fatos narrados na petição inicial, tanto que o art. 302, parágrafo único, do CPC não o sujeita à regra da impugnação específica, mas lhe faculta a apresentação da defesa por negativa geral. Uma vez que a própria lei parte do pressuposto de que o réu revel, citado por hora certa ou por edital, não tem conhecimento da ação, determina-se que lhe seja dado um curador especial e, em razão da absoluta falta de comunicação entre o curador e o réu revel, não há como presumir que o revel tenha ciência do trânsito em julgado da decisão que o condena; consequentemente, não há como impor-lhe, automaticamente, a multa do art. 475-J do CPC. Para que incida o referido artigo, não se deve considerar suficiente a ciência do curador especial sobre o trânsito em julgado da condenação, não em razão apenas da mencionada falta de comunicação entre ele e o réu revel, mas também porque a multa constitui sanção imposta àquele que voluntariamente deixe de cumprir a sentença, comportamento que não pode ser atribuído ao curador de ausentes, visto que o réu revel mantém sua capacidade material, isto é, sua livre manifestação de vontade, bem como sua condição de parte substancial no processo. Nas hipóteses em que o cumprimento da sentença volta-se contra réu revel citado fictamente, a incidência da multa do art. 475-J do CPC exigirá sua prévia intimação nos termos do art. 238 e seguintes do CPC. REsp 1.009.293-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/4/2010.

Page 15: Pcivil08.01 Processo de Execução

- É aplicável o artigo 461, §4º CPC (astreintes) nas obrigações de pagar quantia para Marinoni. Entretanto o STJ entende que não é possível, pois o 461 e 461-A são artigos exclusivos das obrigações de fazer, não fazer e entregar coisas. No Informativo 549 o STF, em sede de tutela antecipada numa obrigação de pagar quantia, aplicou as astreintes, excepcionalmente. Portanto, em regra, não é possível astreintes em obrigação de pagar.

Conceito de execução por quantia certa fundada em título judicial- É a forma de execução que consiste em, por meio da expropriação de bens do devedor, obter a satisfação do credor. - Não haverá processo autônomo de execução, mas mera fase processual de cumprimento de sentença. Trata-se de execução, mas não de processo de execução. O procedimento é aquele dos arts. 475-1 a 475-R. - As normas referentes ao procedimento da execução por título extrajudicial aplicam-se subsidiariamente à execução por título judicial.

Intimação - Embora o Código de Processo Civil não o mencione expressamente, é indispensável intimar o devedor antes do início da fase de execução, para que corra o prazo para pagamento espontâneo, sem incidência de multa. Mas, iniciada a fase de cumprimento de sentença, não haverá citação, porque inexiste novo processo, mas apenas uma fase, de caráter executivo. - A intimação é indispensável, pois, do contrário o devedor não terá ciência do prazo de 15 dias para pagar, sob pena de multa. - O art. 475-J estabelece que, condenado o devedor a quantia líquida, se ele não efetuar o pagamento em 15 dias, o montante da condenação será acrescido de multa de 10%, expedindo-se, a requerimento do credor, mandado de penhora e avaliação. Durante esses 15 dias, a fase, de execução ainda não se terá iniciado. O prazo é concedido ao devedor, para que possa efetuar o pagamento, evitando a execução e a multa. - Sem a intimação, surgiria grave discussão a respeito do termo inicial da contagem do prazo, que deve ser evitada. Mas, a sistemática da Lei n. 1l.232/2005 recomenda que essa intimação se faça na pessoa do advogado, salvo se o credor preferir que ela seja pessoal ao devedor. Portanto, basta a publicação no Diário Oficial para que o devedor esteja intimado para pagar em 15 dias, sob pena de multa e penhora.

Não haverá oportunidade para nomear bens a à penhora- O devedor não terá oportunidade de nomear bens à penhora. Se quiser evitar que ela se realize, deve efetuar o pagamento, no prazo de 15 dias. - Do contrário, o exequente requererá a expedição do mandado, podendo desde logo indicar quais bens do devedor devem ser penhorados.

Page 16: Pcivil08.01 Processo de Execução

- Se o exequente não indicar quais bens, por não os conhecer, o oficial de justiça, munido do mandado, diligenciará para localizá-los, efetivando a penhora sobre os bens que localizar, observada a ordem do art. 655 do CPC. - O oficial de justiça jamais citará o devedor, ou o cientificará, antes da penhora. O devedor já estará ciente, com a intimação realizada ab initio, Cabe ao oficial apenas realizar a penhora.

Multa - Grande novidade introduzida pela Lei n. 11.232/2005 é a incidência de multa de 10% sobre o débito, caso o devedor, intimado, não pague em 15 dias. A ideia é incentivar o devedor que pretende pagar a fazê-lo o mais breve possível. Mas é preciso convir que o devedor renitente dificilmente se sentirá estimulado a fazê-lo, apenas para evitar a multa. Em outros dispositivos, a lei se vale dá multa como instrumento de coerção (p. ex., art. 601), mas os resultados práticos têm sido pequenos. - A multa reverterá em proveito do credor, que é a vítima do atraso no pagamento. Diante dos termos da lei, a sua incidência é automática, e independe de requerimento. Quando o credor requerer a expedição de mandado de penhora, já deve apresentar o novo cálculo do débito, acrescido da pena. - Caso o devedor efetue o pagamento parcial do débito, no prazo de 15 dias, a multa incidirá apenas sobre o saldo remanescente. - Para evitar a multa, é preciso que o devedor pague ao credor o valor do débito, ou deposite em juízo o valor, para imediato levantamento. Não se evita a multa antecipando depósito judicial, para fins de penhora. Quer dizer, se o devedor deposita em juízo o valor apenas para que sobre ele recaia a penhora, e não para que haja o levantamento imediato, a multa será devida.

Mandado de penhora e avaliação - A fase de execução não se inicia de ofício. Ultrapassado o prazo de 15 dias para pagamento in albis, o credor deve requerer a expedição de mandado de penhora e avaliação, dando início à fase de cumprimento de sentença. - Ao fazê-lo, deve apresentar memória discriminada de cálculo, já acrescido da multa de 10%, e deve indicar quais bens pretende sejam penhorados. - Sem iniciativa do credor, os autos devem aguardar em cartório por seis meses, após o que serão remetidos ao arquivo. Mas, mesmo depois da remessa, o credor pode requerer a execução, postulando o desarquivamento, e tomando as providências necessárias para o início da execução, desde que não tenha havido prescrição da força executiva do título. - Tanto a execução por quantia fundada em título judicial como extrajudicial dependem da efetivação da penhora, para que possam alcançar seus objetivos. A penhora far-se-á na forma prevista nos arts. 659 e s., que se aplicam;

Page 17: Pcivil08.01 Processo de Execução

subsidiariamente, à execução por título judicial, incluindo os casos de impenhorabilidade. - O oficial de justiça, ao efetivar a penhora, fará a avaliação imediata dos bens. Haverá a lavratura de um auto único, de penhora e avaliação. Esta será simplificada, bastando ao oficial de justiça que forneça os critérios que utilizou para chegar ao montante. - Esse procedimento já é adotado pela Justiça Federal, com bom resultado. Mas é preciso que os oficiais de justiça sejam preparados para promover a avaliação, recebendo treinamento adequado. Do contrário, a lei transformar-se-á em letra morta. - A razão desse dispositivo é afastar um dos grandes embaraços que o credor encontra na execução. Em regra, na fase de avaliação o juiz se vale de um perito, cujos honorários o credor tem de antecipar, conquanto possa, oportunamente, acrescentar ao saldo devedor, e reaver. Mas a necessidade de antecipação encarece a execução, e obriga o credor a fazer despesas incômodas. Além disso, a perícia de avaliação sempre implica demora, em detrimento do credor. Com a possibilidade de avaliação pelo próprio oficial de justiça, o credor economizará os honorários e a execução prosseguirá de forma mais expedita. Mas é preciso que essa medida de celeridade não prejudique a segurança da avaliação, por isso é indispensável que seja ministrado aos oficiais o preparo necessário para promover a avaliação. - Mas, mesmo que o oficial tenha recebido adequado preparo, haverá casos em que ele não poderá avaliar, porque isso exigirá um conhecimento muito específico. Somente nessa situação é que o juiz nomeará um avaliador, fixando um prazo breve para a entrega do laudo (CPC, art. 475-1, § 2Q).

Defesa do executado - Na execução por título judicial, não há possibilidade de opor embargos, salvo na ajuizada em face da Fazenda Pública, que tem regramento próprio. - A razão de ser dos embargos é que o exame da defesa do devedor exige a prática de atos cognitivos, e, com frequência, a produção de provas. Sempre se entendeu que isso não seria possível no bojo do próprio processo de execução, porque neste não se admite a prática de atos cognitivos, nem a produção de provas. - Mais recentemente, mesmo antes da Lei n. 11.382/2006, passou-se a admitir a apresentação de algumas formas de defesa, sem a necessidade dos embargos, o que traz grande vantagem ao devedor, que pode fazê-lo, sem ter os seus bens sujeitos à penhora. Mas essa defesa sempre ficou limitada àquilo que é de ordem pública e pode ser conhecido de ofício; ou aquilo que, mesmo não sendo de ordem pública, pode ser conhecido de plano, sem necessidade de produção de provas. A essas espécies de defesa, meros incidentes da execução,

Page 18: Pcivil08.01 Processo de Execução

e não ações autônomas, deu-se o nome de objeções e exceções de pré-executividade, que serão tratadas em capítulo próprio. - Com a Lei n. 11.232/2005 a execução deixou de ser um processo autônomo, pois transformou-se em uma fase de um processo maior, que sucede a fase cognitiva. Diante da supressão dessa duplicidade de processos -o de conhecimento e o de execução -não havia mais razão para que a defesa do executado, na execução por título judicial, se fizesse por embargos. Estes continuam sendo a forma adequada de defesa, no processo autônomo de execução, fundada em título extrajudicial. Mas, na execução por título judicial, os embargos não mais se justificam. - A defesa do executado será feita por meio de um incidente, que não tem natureza de ação autônoma, e que a lei denomina impugnação. - Curiosamente, nela são praticados atos de cunho cognitivo, embora já se esteja na fase de execução. O prazo para que ela seja apresentada é de 15 dias, a contar da data em que o devedor é intimado da penhora, na pessoa de seu advogado, ou, na falta deste, na de seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio. - A impugnação tem, como requisito prévio, a efetivação da penhora, e a intimação do devedor. O prazo de apresentação é de 15 dias, e sua natureza é de mero incidente no bojo da fase executiva, enquanto os embargos são ação autônoma, de natureza cognitiva. - Na execução por título judicial continuam sendo admissíveis as exceções e objeções de pré-executividade. Elas foram criadas para que o devedor, em certas circunstâncias, possa defender-se sem a necessidade de penhora. Há casos em que não se justifica que o devedor tenha bens penhorados, seja porque a sua defesa é daquelas que o juiz já deveria ter conhecido de ofício, seja porque é matéria cognoscível de plano.

Diferença de impugnação e de exceção de pré-executividade- Na execução judicial, é requisito da impugnação que haja penhora. Sendo assim, haverá casos em que o juiz deverá aceitar a defesa antes que a penhora se efetive. Quando isso ocorrer, ela não receberá o nome de impugnação, mas de exceção ou objeção de pré-executividade. Ambas são incidentes, no bojo da fase executiva, sem efeito suspensivo. Mas, enquanto a primeira depende da efetivação da penhora, a última não. E, nas exceções e objeções de pré-executividade, a prova há de ser sempre pré-constituída, ao passo que na impugnação o juiz deferirá a produção das provas necessárias. - Parece-nos que o executado também poderá defender-se por meio de ações autônomas, tal como na execução por título extrajudicial. Poderá, por exemplo, ajuizar a querela nullitatis, para demonstrar que não foi citado, no processo de conhecimento, e, com isso, obter uma declaração de inexistência da sentença.

Page 19: Pcivil08.01 Processo de Execução

25. ( ) Advogado da União – 2006 - A execução de sentença que imponha obrigação de entrega de coisa se opera na própria relação processual original. E a defesa do devedor se fará por simples petição, no âmbito da própria relação processual em que for determinada a medida executiva, afastando-se o cabimento de ação autônoma de execução, bem como, consequentemente, de oposição do devedor por ação de embargos.

- A execução da sentença que imponha obrigação de dar (coisa) ocorre nos termos do art. 461-A do CPC. Não haverá citação do devedor, que, por isso mesmo, não poderá opor embargos à execução. Os embargos estão hoje adstritos à defesa do executado em execução de títulos extrajudiciais. A única espécie de sentença cuja execução será impugnada por meio de embargos à execução é aquela que condena a Fazenda Pública a pagar (art. 730 do CPC).

Obrigação de entregar coisaa) Execução por sub-rogação – Pode se valer tanto de objeto móvel

(busca e apreensão) ou imóvel (imissão na posse).b) Execução indireta – aplicação de astreintes.

- Não existe ordem de preferência entre estas espécies de execução.- É possível que o juiz aplique de forma concomitante as duas formas de execução.

Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. § 1º Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. § 2º Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. § 3º Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1º a 6º do art. 461.

Obs: O STJ entendeu ser possível que o total da astreinte seja superior ao valor da ação quando houver total negligência do demandado.

Inf. STJ – MULTA DO ART. 461, § 4º, DO CPC. OBRIGAÇÃO DE FAZER. DESCASO DO DEVEDOR. VALOR TOTAL ATINGIDO.A discussão diz respeito ao valor atingido pela astreinte e busca definir se a multa cominatória fixada para o caso de descumprimento da obrigação de fazer seria exagerada a ponto de autorizar sua redução nesta Corte. In casu

Concurso, 29/08/12,
Verdadeiro
Page 20: Pcivil08.01 Processo de Execução

sub examen, o condomínio recorrido ajuizou reintegração na posse em que o recorrente proprietário de unidade autônoma construiu irregularmente um deque em área comum do edifício – a qual fora cedida sob a condição de que não fosse realizada qualquer obra. O pedido foi julgado procedente, e o recorrente foi condenado à devolução da área, livre de qualquer construção, no prazo de noventa dias, sob pena da incidência de multa diária no valor de R$ 1 mil. O tribunal a quo manteve a sentença proferida e o valor atingido pela multa por descumprimento de decisão judicial (R$ 383 mil). O recorrente sustenta que deve ser reconhecido o cumprimento parcial da obrigação, sendo possível a revisão do valor da astreinte quando atingido valor excessivo, de forma que deve ser reduzido aos limites da obrigação principal, qual seja, R$ 5 mil. A Min. Relatora observou que a multa cominatória, prevista no art. 461 do CPC, representa um dos instrumentos de que o direito processual civil pode valer-se na busca por uma maior efetividade do cumprimento das decisões judiciais. A multa diária por descumprimento de decisão judicial foi inicialmente fixada em patamar adequado à sua finalidade coercitiva e não poderia ser considerada exorbitante ou capaz de resultar no enriquecimento sem causa da parte adversa. Ademais, o prazo estabelecido para o desfazimento das obras se mostrava bastante razoável. Entretanto, o recorrente, mesmo instado a desfazer as obras sob pena de multa diária fixada na sentença, furtou-se de fazê-lo e, em momento algum, suscitou a existência de impedimentos excepcionais ao cumprimento da obrigação. Assim, sendo a falta de atenção do recorrente o único obstáculo ao cumprimento da determinação judicial justifica-se a manutenção do valor atingido pelas astreintes. REsp 1.229.335-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/4/2012.

26. ( ) Exame de Ordem - 2008.3 - Quando se tratar de obrigação de fazer com prestação infungível, caso o devedor não a satisfaça ou oponha embargos à execução com efeito suspensivo, é facultado ao exequente requerer que o terceiro realize a prestação, à custa do executado.

- Prevê o art. 634, caput, do CPC: "Se o fato puder ser prestado por terceiro, é lícito ao juiz, a requerimento do exequente, decidir que aquele o realize à custa do executado". Ocorre que a prestação infungível é exatamente aquela que somente pode ser executada pelo devedor (intuitu personae). Ademais, o item ainda estaria errado por afirmar que a prestação poderia ser realizada por terceiro à custa do executado mesmo que aos embargos opostos tenha sido atribuído efeito suspensivo. Atribuído efeito suspensivo aos embargos (art. 739-A, caput, do CPC), a execução é suspensa.27. ( ) Juiz Federal/TRF 5ª região - 2004 - A tutela antecipada das obrigações

de fazer pode vir acompanhada de meio de coerção consistente na multa

Concurso, 29/08/12,
Falso
Page 21: Pcivil08.01 Processo de Execução

diária que incidirá a cada dia de atraso no cumprimento da conduta devida, sendo lícito ao juiz impor tal multa de ofício.

- Nos termos do art. 461, § 4º, do CPC, a aplicação da multa diária independe de pedido do autor, assim como a modificação do seu valor e periodicidade, quando verificar que se tomou insuficiente ou excessiva (§ 6.°).28. ( ) Juiz Federal/TRF 5ª região – 2004 - É admissível, sem que haja ofensa

à coisa julgada, que, fixada a multa nas obrigações de fazer e não fazer, ela possa ser reduzida até mesmo na fase executória, desde que seja ineficiente ou excessiva.

- Conforme o art. 461, § 6º, do CPC O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva.29. ( ) Juiz Federal/TRF 5ª REGIÃO – 2004 - Em relação à natureza jurídica

das tutelas que consistem em prestação de soma em dinheiro, é correto afirmar que, quando alguém pede reparação do dano em dinheiro, em virtude de um ato ilícito, a condenação à prestação é tutela pelo equivalente, ao passo que, na hipótese em que alguém tenha contraído uma obrigação de pagar soma em dinheiro, a tutela que determina a prestação da soma devida ao credor será específica.

- A tutela específica contrapõe-se à tutela pelo equivalente. Em se tratando de obrigação contratual, a tutela específica conferiria ao autor o cumprimento da obrigação inadimplida. Portanto, se alguém contrai obrigação contratual de pagar, a tutela que determina o pagamento é específica, e não tutela pelo equivalente em dinheiro. Somente se dá a tutela pelo equivalente quando impossível o cumprimento da obrigação na forma específica, ou quando o credor não tem mais interesse no seu cumprimento na forma específica. O cumprimento da tutela específica de obrigações de fazer, não fazer e dar coisa, está disciplinado, respectivamente, nos arts. 461 e 461-A. Os mesmos dispositivos preveem, no entanto, a possibilidade de conversão da obrigação em obrigação de pagar (tutela pelo equivalente).30. ( ) Exame de ordem - 2008.3 - Tratando-se de obrigação de não fazer com

prestação fungível lastreada em título executivo extrajudicial, é incabível a imposição da astreinte.

- Conforme previsto no art. 645, caput, do CPC, tanto na execução da obrigação de fazer, como na de não fazer, fundada em título extrajudicial, o juiz, ao despachar a inicial, fixará multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação (astreinte). Além do mais conforme o parágrafo único deste mesmo artigo, Se o valor da multa estiver previsto no título, o juiz poderá reduzi-lo se excessivo.31. ( ) Exame de ordem - 2008.3 - Na efetivação de obrigação de não fazer

com prestação infungível, não sendo possível desfazer-se o ato, resolve-se a obrigação em perdas e danos.

Concurso, 29/08/12,
Verdadeiro
Concurso, 29/08/12,
Falso
Concurso, 29/08/12,
Verdadeiro
Concurso, 29/08/12,
Verdadeiro
Concurso, 29/08/12,
Verdadeiro
Page 22: Pcivil08.01 Processo de Execução

- Sendo o título judicial (art. 461, § l.", CPC: "A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela especifica ou a obtenção do resultado prático correspondente") ou extrajudicial (art. 643, parágrafo único, CPC: "Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos"), a impossibilidade de efetivação da obrigação ocasiona sua conversão em obrigação de reparar perdas e danos que, depois de liquidados, seguem o rito da execução da obrigação de pagar.

Execução fundada em Obrigação de fazer e não fazer - Se fungíveis (podem ser cumpridas por outro sujeito além do devedor, p ex, pintar uma sala):

a) Execução por sub-rogação (634 e ss do CPC) – contratação judicial de terceiro às custas do devedor.

b) Execução indireta – astreintes.

- Se infungíveis, personalíssimas (só podem ser cumpridas pelo devedor, p ex, pintar um quadro) só é possível a execução indireta (astreintes).

Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. § 1º A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. § 2º A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287). § 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada. § 4º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.§ 5º Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.

Page 23: Pcivil08.01 Processo de Execução

§ 6º O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva.

Art. 634. Se o fato puder ser prestado por terceiro, é lícito ao juiz, a requerimento do exeqüente, decidir que aquele o realize à custa do executado.Parágrafo único. O exeqüente adiantará as quantias previstas na proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado.

Da Obrigação de Não FazerArt. 642. Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que Ihe assine prazo para desfazê-lo.Art. 643. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos.Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos.Art. 645. Na execução de obrigação de fazer ou não fazer, fundada em título extrajudicial, o juiz, ao despachar a inicial, fixará multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título, o juiz poderá reduzi-lo se excessivo.

Definição- As obrigações de fazer e não fazer podem ter origem em uma sentença ou contrato. A execução desse tipo de obrigação pode estar fundada, destarte, em título executivo judicial ou extrajudicial. A sentença que impõe uma obrigação de fazer ou não fazer é mandamental. Isso quer dizer que ela não apenas condena o devedor ao cumprimento da obrigação, mas também expede uma ordem, impondo-lhe esse cumprimento. - O devedor deverá cumprir a determinação, podendo o juiz, de ofício ou a requerimento, estabelecer as medidas necessárias para a efetivação da tutela específica, impondo multa por atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, com requisição de força policial.

Descumprimento da obrigação de fazer e não fazer- O descumprimento, pelo devedor, das ordens judiciais e do comando expedido na sentença constituirá ato atentatório ao exercício da jurisdição, punido na forma do art. 14, parágrafo único, do CPC.

Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;

Page 24: Pcivil08.01 Processo de Execução

II - proceder com lealdade e boa-fé;III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento;IV - não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito.V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado.

Procedimento- A execução de obrigação de fazer e não fazer, na forma do art. 632 do CPC, ficou restrita à hipótese de título extrajudicial. A regra, na execução de sentença, é que o juiz determine as providências e os meios de coerção que obriguem o devedor a cumprir o que foi determinado (art. 644, caput). - Quando as medidas de coerção, estabelecidas nos arts. 461 e 14, parágrafo único, ambos do CPC, se mostrarem incapazes de compelir o devedor a cumprir a obrigação, então poderá haver conversão da obrigação em perdas e danos, executada na forma dos arts. 475-1 e s. do CPC. - Quando o objeto da execução por título extrajudicial for obrigação de fazer, o juiz deve mandar citar o devedor, para que cumpra a obrigação no prazo por ele fixado, se outro não constar do título. O juiz só fixará prazo para o cumprimento da obrigação se o título for omisso. Ao fazê-lo, deve atentar para a complexidade e a natureza da obrigação, determinando um prazo razoável. - Desde a juntada aos autos do mandado de citação, e sem prejuízo do prazo para cumprimento da obrigação, fluirá o prazo de 15 dias para o devedor embargar.

Natureza da obrigação de fazer- De extrema relevância para o prosseguimento da execução será a natureza da obrigação de fazer. - Elas podem ser fungíveis ou infungíveis. Nas primeiras, o fato pode ser prestado por terceiro, se o credor assim o desejar. Ressalte-se que para que o

Page 25: Pcivil08.01 Processo de Execução

fato seja prestado por terceiro é necessário que o credor o deseje, pois ele não é obrigado a aceitar de terceiro a prestação, quando for convencionado que o devedor a faça pessoalmente. - A obrigação infungível, porém, jamais poderá ser prestada por terceiro, em virtude de sua própria natureza. Assim, a obrigação de pintar um muro é fungível, pois o fato pode ser prestado por qualquer pessoa. No entanto, se determinado pintor, de muito talento e renome, comprometer-se a pintar um quadro, só ele poderá fazê-lo.

Execução por terceiro- Quando a prestação for fungível, o credor pode optar pela execução específica, requerendo que ela seja executada por terceiro, à custa do devedor. A Lei n. 11.382/2006 facilitou o cumprimento da obrigação por terceiro, à custa do devedor, tomando-o viável. No sistema anterior, as dificuldades eram de tal ordem, que praticamente nunca o credor se valia dele. O custo da prestação do fato era avaliado por um perito e o juiz mandava expedir edital de concorrência pública, para que os interessados em prestar o fato formulassem suas propostas. Além de demorado, em consequência da avaliação e publicação de editais, o procedimento acabava sendo oneroso em demasia. Pois, se é certo que todas as despesas eram carreadas ao devedor, também é certo que ao credor caberia antecipá-las, assumindo o risco de, mais tarde, não encontrar no patrimônio do devedor bens que permitissem a recuperação de tudo que foi despendido. - Com a Lei n. 11.382/2006, não há mais concorrência pública. O juiz, a requerimento do credor, nomeará terceiro idôneo, que preste o fato às custas do devedor. O terceiro pode ser nomeado livremente pelo juiz, que poderá acolher eventual indicação do credor. - O terceiro apresentará a proposta para a realização dos serviços, que o juiz examinará, depois de ouvir as partes. Cumpre ao exequente adiantar as despesas com o serviço. - Prestado o fato, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 dias. Caso não haja impugnação, ou as apresentadas não sejam pertinentes, o juiz dará por cumprida a obrigação. Se o terceiro não prestar o fato, ou o fizer de forma incompleta, o credor pode pedir ao juiz que o autorize a concluir ou reparar a obra, à custa do terceiro. - A lei ainda atribui ao credor direito de preferência sobre o terceiro, caso ele próprio queira realizar o serviço, ou mandar executá-lo, sob sua direção e vigilância, desde que em igualdade de condições com o terceiro. Esse direito deve ser exercido no prazo de 5 dias, a contar da apresentação da proposta.

Page 26: Pcivil08.01 Processo de Execução

Multa diária- Apesar de a Lei n. 11.382/2006 tê-lo facilitado, continuam existindo dificuldades no procedimento da prestação de serviço por terceiro. Por isso, não há óbice a que o credor peça ao juiz que fixe multa diária para o caso de descumprimento da obrigação, ainda que ela seja fungível, embora o campo natural das astreintes sejam as obrigações infungíveis.

Conversão em perdas e danos- Seja a obrigação fungível ou infungível, será sempre possível ao credor optar pela conversão em perdas e danos, caso o devedor não satisfaça a obrigação. Se isso ocorrer, as perdas e danos serão apuradas em liquidação incidente ao processo de execução. - Quando a obrigação é infungível, não há como compelir o devedor, de forma direta, a satisfazê-la. A execução civil tem caráter estritamente patrimonial, e se o devedor não cumpre o que deve, não há como empregar a coerção pessoal.- Resta ao credor a conversão em perdas e danos. No entanto, tem-se buscado, mormente nos últimos anos, dar ao processo civil maior efetividade. Por meio do processo, o credor deve obter exatamente aquilo a que ele tem direito. A conversão em perdas e danos pode, muitas vezes, não satisfazer o credor da obrigação de fazer. A perspectiva de obter-se a execução específica da obrigação é, quase sempre, desejável.

Multas- A minirreforma de 1994 procurou aparelhar o credor de obrigação infungível com um instrumento que lhe permita pressionar o devedor a cumprir o que deve, tornando-se desnecessária a conversão em perdas e danos. - Tal instrumento consiste na fixação de uma multa diária, semelhante às astreintes do direito francês, que incide enquanto durar o atraso no cumprimento da obrigação. - A multa é uma forma de coação patrimonial do devedor, que se sentirá desestimulado a descumprir a obrigação. A execução pode estar fundada em um título executivo judicial (sentença proferida em ação cominatória, ação em que se pede a condenação de alguém a fazer ou abster-se CPC, art. 287), ou em título extrajudicial. - Se a sentença for omissa, o juiz da execução fixará a multa e a data a partir da qual ela incide. A fixação da multa independe de requerimento do interessado, cabendo ao juiz fixá-la de ofício. - Quando o juiz perceber que a multa fixada em sentença tornou-se excessiva ou insuficiente, ele poderá reduzi-la ou aumentá-la. - Na execução fundada em título extrajudicial, o juiz fixará a multa e a data a partir da qual ela é devida, se o título for omisso. Pode ainda o juiz reduzir o

Page 27: Pcivil08.01 Processo de Execução

seu valor, se reputá-lo excessivo. Mas a lei não autoriza o juiz a elevá-lo se o reputar insuficiente. - Percebe-se, assim, que o legislador, na busca da efetividade do processo, municiou o juiz de amplos poderes, no que se refere à multa diária. O cumprimento da obrigação com atraso não exime o devedor de pagar a multa, que tenha incidido até então. Quando, apesar da incidência da multa, perceber-se que o devedor não irá cumprir a obrigação, nada restará senão a conversão em perdas e danos, a ser apurada em liquidação incidente. O devedor deverá pagar as perdas e danos, sem prejuízo da multa que tenha incidido até então. - O valor da multa reverterá sempre em favor do credor, que se verá, dessa forma, em parte recompensado pelo descumprimento, ou pelo atraso no cumprimento da obrigação. - As astreintes não estão limitadas pelo valor da obrigação principal . Em contrapartida, sempre que o juiz perceber que o seu valor atingiu montante demasiado elevado, erigindo-se em fonte de enriquecimento sem causa para o credor, ele deve reduzi-lo. Do contrário, o credor sentir-se-ia estimulado a retardar o requerimento de conversão em perdas e danos, para que as astreintes continuem incidindo ad infinitum. - Por exemplo: o devedor é citado para cumprir obrigação de fazer infungível, cujo valor econômico aproximado seja de R$ 10.000,00. O juiz manda citar o devedor, e fixa multa diária de R$ 200,00, determinando a data a partir da qual ela incide. O devedor não cumpre a obrigação, e o tempo transcorre sem que o credor manifeste-se nos autos. Um ano depois, o credor requer a conversão em perdas e danos. Ora, o valor das astreintes pelo atraso superará, em muito, o da obrigação, e se erigirá em fonte de enriquecimento sem causa. O juiz deverá reduzir, então, o valor total das astreintes, tornando-o adequado à situação, e evitando, com isso, a utilização indevida da multa diária. - Ressalte-se, ainda uma vez, que, havendo conversão em perdas e danos, estes serão devidos sem prejuízo da multa. - Os arts. 466-A a 466-C do CPC cuidam das obrigações de emitir declaração de vontade que são, do ponto de vista fático, infungíveis. No entanto, do ponto de vista jurídico, tais obrigações são fungíveis, pois é possível substituir a declaração negada por algo que produza os mesmos efeitos jurídicos. O interesse do credor não está voltado para a declaração em si, mas para o efeito jurídico dessa declaração. O que o credor deseja é que se forme situação jurídica igual à que resultaria da emissão espontânea, pelo devedor, da declaração de vontade sonegada. - Em casos assim, estabelece o legislador que a sentença que condene o devedor a emitir declaração de vontade, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida (CPC, art. 466-A). A sentença fará as vezes da declaração não emitida.

Page 28: Pcivil08.01 Processo de Execução

- Não há necessidade de execução, nem de citação do devedor, para cumprir a obrigação. Do simples trânsito em julgado resulta a produção dos efeitos jurídicos iguais aos que resultariam da declaração não emitida. A sentença judicial substitui a declaração de vontade do devedor, na produção dos efeitos almejados. - É o que ocorre, por exemplo, nas ações de adjudicação compulsória. O compromissário comprador, que pagou todas as parcelas, tem direito de receber a escritura pública, tornando definitiva a compra e venda. A escritura pública é um acordo de vontades, solene, em que comprador e vendedor formalizam o negócio jurídico da compra e venda. Caso o promitente vendedor recuse-se a outorgar a escritura, o compromissário comprador ajuizará adjudicação compulsória. - A sentença de procedência da adjudicação compulsória produzirá o mesmo efeito jurídico que a escritura sonegada, o que significa que, transitada em julgado, a compra e venda estará aperfeiçoada. Registrada a sentença de adjudicação, o compromissário comprador terá se tornado proprietário do imóvel. - Os efeitos jurídicos que se pretende obter resultam do trânsito em julgado da sentença, independente da vontade do devedor, ou de execução. Claro que, para que o juiz profira sentença dessa natureza, é necessário que o credor faça jus a obter a declaração de vontade que está sendo recusada. Do contrário, a recusa será justa. Assim, o compromissário comprador deverá demonstrar que pagou integralmente as parcelas que devia, para requerer a adjudicação compulsória (CPC, art. 466-A). - Quando o devedor descumprir obrigação de não fazer, fundada em título extrajudicial, o juiz mandará citá-lo, para desfazer o ato, no prazo que fixar. Se o devedor não cumprir a obrigação, o juiz mandará que terceiro o desfaça às custas do devedor. Se não for possível desfazer o ato, ou quando o credor assim preferir, a obrigação de não fazer será convertida em perdas e danos.

32. ( ) Exame de ordem - 2009.1 - Segundo a lei processual civil, no processo de execução, aplica-se o princípio do menor sacrifício possível ao executado.

- Eis o teor do art. 620 do CPC: "Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor".33. ( ) Analista - TRT/21ª - 2010 - CESPE - Acerca de processo de execução,

julgue o item subsequente. A execução deve-se processar na forma menos gravosa ao executado, portanto, na execução provisória, a penhora em dinheiro fere o direito líquido e certo do executado ainda que não exista a nomeação de outros bens à penhora.

Concurso, 30/08/12,
Falso
Concurso, 26/08/12,
Verdadeiro
Page 29: Pcivil08.01 Processo de Execução

- Os princípios da proporcionalidade e da menor onerosidade possível (art. 620 do CPC)devem ser aliados aos interesses do credor, no sentido de que a execução seja marcada pela efetividade e pela celeridade. Na hipótese trazida à baila, o devedor não nomeou qualquer outro bem à penhora, salvo dinheiro. Logo, para que o executado se insurja contra tal ato de constrição, insistindo em sua onerosidade, afigura-se imprescindível que ele demonstre cabalmente que o ato não trará prejuízo algum ao exequente. Além do mais, o dinheiro, em espécie, depositado ou aplicado em instituição financeira, conforme a ordem estabelecida pelo art. 655, I, do CPC, é o que detém maior preferência para a penhora, embora a súmula 417 do STJ aponte que a penhora de dinheiro não possui caráter absoluto na ordem de nomeação de bens. Desse modo, o mencionado ato de constrição patrimonial não fere direito algum do executado, mas antes assegura o direito do exequente de ver satisfeita sua pretensão ao recebimento do crédito. (art. 668, caput, do CPC);

Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor.

Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;

Súmula 417 - Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens não tem caráter absoluto.

Art. 668. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias após intimado da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituição não trará prejuízo algum ao exequente e será menos onerosa para ele devedor (art. 17, incisos IV e VI, e art. 620).

Princípios da execução

Princípio da Nulla executio sine titulo- Execução depende de título executivo, pois o executado é colocado em uma situação de desvantagem tanto num aspecto processual (não se busca uma tutela jurisdicional. O executado atua somente para evitar exageros – 620 CPC), quanto num aspecto material (restrição de direitos, constrição de bens, etc.). Nestes casos há grande probabilidade do direito do exeqüente existir (por meio do título executivo).

Princípio da Nulla titulus sine lege- Só a lei pode criar títulos executivos.

Page 30: Pcivil08.01 Processo de Execução

- Quando se tem decisão interlocutória em tutela antecipada poderá ser executada. Entretanto não há previsão expressa nesses casos. Para Araken de Assis e Zavaski há uma interpretação extensiva do artigo 475-N, I, CPC, pois onde o artigo fala em sentença devendo ser interpretado como pronunciamento decisório. Para Marinoni e Medina entendem que na tutela antecipada tem a permissão de uma execução sem título, pois a decisão interlocutória que antecipa a tutela cumpre a função do título executivo, pois há uma grande probabilidade do direito pleiteado (prova inequívoca e da verossimilhança da alegação).

34. ( ) Exame de ordem - 2007.3 - A responsabilidade é patrimonial, podendo ser originária ou secundária, e consiste no vínculo de natureza processual que sujeita os bens de uma pessoa à execução. Assim, a execução recai diretamente sobre o patrimônio do devedor, exceto nos casos de dívida de alimentos e de infidelidade de depositário.

- O Supremo Tribunal Federal recentemente sumulou que "é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito" (Súmula Vinculante 25). No mesmo sentido a Súmula 419 do STJ: "Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel". Ver também o art. 591 do CPC.

Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.

Princípio da Patrimonialidade- O que responde pela execução é o patrimônio e nunca o corpo do devedor.Obs: Na prisão civil não há satisfação da obrigação.- Deve-se imputar este princípio à humanização da execução, pois antigamente a prisão era pessoal, ou seja, era o corpo do devedor que respondia (morte, escravidão perpétua, escravidão temporária). Na execução patrimonial houve uma evolução, iniciou perdendo todo o patrimônio, mesmo devendo menos (idéia de vingança), posteriormente houve uma correspondência aos valores da dívida, depois vindo a idéia de patrimônio mínimo (uma das características do princípio da dignidade da pessoa humana). Neste caso há a manutenção de um patrimônio mínimo que permite a sobrevivência digna do devedor, criando os bens impenhoráveis (artigo 649 CPC – bens absolutamente impenhoráveis, mesmo sendo o único bem do devedor não haverá a penhora; artigo 650 CPC – bens relativamente penhoráveis, só são impenhoráveis se existirem outros que sejam penhoráveis).Obs: Artigo 649, IV e §2º CPC – ganhos de trabalhos e valores de aposentadoria podem ser penhorados na situação de dívida de alimentos. Bem de família, conforme o artigo 3º da lei 8.009/90, excepcionalmente, pode ser penhorável.

Concurso, 26/08/12,
Falso
Page 31: Pcivil08.01 Processo de Execução

Princípio do desfecho único (resultado único)- No processo ou fase de conhecimento tem-se um fim normal (resolução de mérito) e um anômalo (extinção terminativa). No processo ou fase de execução tem-se um fim normal (satisfação do credor, tutela jurisdicional concedida ao exequente) e um fim anômalo (extinção terminativa). No segundo caso ambos não resolvem mérito.EXCEÇÕES:- Havendo uma exceção de pré-executividade contendo matéria de mérito executivo (incidente processual que se desenvolve na própria execução) e for acolhido, haverá uma sentença de mérito que faz coisa julgada material, tratando de uma exceção ao princípio em menção.- Impugnação ao cumprimento de sentença: Trata-se de um incidente processual de defesa do interessado. Se o uso de matéria de mérito for acolhida tem-se uma sentença de mérito do 269, I do CPC em favor do executado.

Princípio da disponibilidade da execução- O exequente pode desistir a qualquer momento da execução independentemente da anuência do executado.Obs: O exequente pode desistir da execução como de determinados meios executivos.- Exceção: O MP na tutela executiva tem o dever institucional de executar a sentença coletiva.Obs: Se tiver embargos à execução pendente de julgamento não impede a desistência da execução e estes embargos, a depender das matérias alegadas, poderão ter caminhos distintos:

a) Matérias exclusivamente processuais (vícios formais no procedimento da execução): Extinção por perda superveniente do objeto.

b) Matéria com mérito executivo: Será realizada a intimação do embargante, se o embargante concordar será realizada a extinção dos embargos (desistência sem anuência do embargado), ou será possível a continuação da ação (deixando de ser embargos a execução para ser ação autônoma sem aplicação do artigo 520, V, CPC).

Princípio da boa-fé e lealdade processual- Artigos 600 e 601 tratam do ato atentatório à dignidade da justiça. Só pode ser praticado pelo executado, tanto na execução quanto nos embargos à execução.- Terá como sanção uma multa de até 20% do valor da causa.- Atos atentatórios:

Page 32: Pcivil08.01 Processo de Execução

a) Ato que fraudar a execução . Para Araken de Assis foi utilizado o sentido técnico (593 CPC). Para Dinamarco foi utilizado no sentido leigo, sendo considerado como gerar indevidamente a sua frustração.

b) Oposição maliciosa a execução .c) Resistência injustificada às ordens do juiz . Nestes casos há um ato

atentatório a justiça com sua multa que tem como credor o exequente (601 CPC), bem como um ato atentatório a atividade da jurisdição que tem como credor da multa o Estado (14, V, parágrafo único, CPC).

d) Não indicação de bens sujeitos à execução . O devedor será intimado para indicar os bens no prazo de 05 dias, não havendo preclusão nem temporal (a qualquer momento da execução pode pedir a indicação) nem consumativa (pode pedir mais de uma vez). Indica-se bens correspondente ao valor da execução (princípio do sigilo patrimonial). Se houver bens impenhoráveis continua existindo o dever de informação (quem decide sobre a impenhorabilidade do bem é o juiz).

35. Juiz federal/TRF 5ª Região – 2009 - Realizada a alienação dos bens penhorados em uma execução, com o depósito da importância obtida, verificou-se a instalação de um concurso singular de credores.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.A) Garantida a preferência daqueles que possuem em seu favor garantias gerais ou especiais, entre os credores quirografários deve ser observada ordem de preferência conforme a penhora ou mesmo o arresto executivo.B) Por servir como garantia ao pagamento do crédito, o arresto cautelar gera, para o credor quirografário, preferência em relação aos demais da mesma categoria.C) Para fim de estabelecimento de preferência no recebimento do valor apurado pela venda dos bens penhorados, independentemente da ordem das penhoras, vale a data em que cada exequente tenha proposto a respectiva execução.D) Instaurado o incidente para definição da ordem de pagamento, se o valor apurado for insuficiente para o pagamento de todos os exequentes, o juiz decretará de ofício a insolvência civil do executado.E) Sendo atrelado à decisão do direito de preferência e à ordem das penhoras, o incidente instaurado entre os diversos credores que pretendem o recebimento do valor depositado se encerra por sentença da qual caberá apelação.

A: É a conjugação dos arts. 613 e 711 do CPC; B: incorreta, porque o arresto cautelar não gera direito de preferência; C: incorreta, porque incompatível com

Concurso, 28/08/12,
Letra A
Page 33: Pcivil08.01 Processo de Execução

o art. 711 do CPC; D: incorreta, porque não é essa a solução legal; E: incorreta, porque a decisão que o juiz proferir a esse respeito será interlocutória, e não sentença .

Art. 613. Recaindo mais de uma penhora sobre os mesmos bens, cada credor conservará o seu título de preferência.

Art. 711. Concorrendo vários credores, o dinheiro ser-lhes-á distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas prelações; não havendo título legal à preferência, receberá em primeiro lugar o credor que promoveu a execução, cabendo aos demais concorrentes direito sobre a importância restante, observada a anterioridade de cada penhora.

Sujeitos processuais- A princípio tem-se o exeqüente (credor) e executado (devedor).

Intervenção de terceiro- Sobre as intervenções de terceiro típicas (artigo 50 a 80 CPC) não é cabível oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide, nem chamamento ao processo (só é cabível em conhecimento). - Sobre assistência é discutível sua possibilidade, para Humberto Theodoro Jr e Ovídio Batista não é possível, pois para eles, a assistência é justificada pela relação jurídica controvertida entre terceiro e uma ou ambas as partes que pode ser afetada pela sentença e tendo em vista que a sentença na execução só declara o fim do procedimento, não é cabível. Entretanto, para Dinamarco a Araken de Assis cabe a assistência, pois nesta a relação entre terceiro e parte não é afetada necessariamente pela sentença, mas sim pelo resultado do processo, p ex, 834 CC (o fiador pode intervir para ajudar ao credor para se desligar do crédito).- Há intervenção de terceiro atípica:

a) Arrematante;b) Adjudicante (685-A CPC);c) Concurso de credores : É um incidente processual em que se

reúnem credores que ingressam na execução para discutir com o exequente o direito de preferência;

Art. 711. Concorrendo vários credores, o dinheiro ser-lhes-á distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas prelações; não havendo título legal à preferência, receberá em primeiro lugar o credor que promoveu a execução, cabendo aos demais concorrentes direito sobre a importância restante, observada a anterioridade de cada penhora.

Page 34: Pcivil08.01 Processo de Execução

Obs: Quando se discute preferência, as preferências do direito material sempre se sobrepõem as preferências do direito processual. Quando se tem credores de mesma qualidade prevalece o credor que tiver realizada a primeira penhora (não se leva em conta o registro da penhora) e o arresto executivo do artigo 653 e 654 CPC também gera direito de preferência (não o arresto cautelar).

Legitimidade ativa- Artigo 566 CPC – em regra é o credor a quem a lei confere o título executivo.- A lei, em alguns casos, pode conferir a legitimidade a alguém que não conste no título executivo, p ex, artigo 23 do estatuto da OAB. Este credor vai atuar por legitimidade ordinária, pois estará em nome próprio defendendo interesse próprio. É uma legitimação originária ou primária, pois surge no momento da formação do título.- O MP pode também ser legitimado, p ex, em sentença de tutela coletiva, trata-se de um dever institucional.Obs: Informativo 404 STJ (REsp 1119377) – decisão de TCE. Patrimônio público quem defende é a Fazenda, se esta não o fizer, cabe ao MP fazer.

STJ INF. 404 - A questão consiste em saber se o Ministério Público (MP) possui legitimidade ativa para promover execução de título executivo extrajudicial decorrente de decisão do Tribunal de Contas estadual (TCE), nos termos do art. 71, § 3º, da CF/1988. No caso, o TCE entendeu ser indevido o aumento salarial concedido ao vereador ora recorrido. O MP estadual, de posse do título executivo extrajudicial expedido pelo TCE, promoveu ação executória, visando ressarcir o erário do valor recebido a maior pelo recorrido. O executado opôs embargos à execução, alegando a ilegitimidade do MP para promover aquele tipo de ação executória. Diante disso, a Seção deu provimento ao recurso ao entendimento de que a CF/1988, ao proibir ao MP o exercício da advocacia pública, fê-lo com a finalidade de que o Parquet melhor pudesse desempenhar as suas funções institucionais. No art. 129, III, a Carta Magna elenca a defesa do patrimônio público sem se preocupar com o interesse público secundário, que ficaria a cargo das procuradorias judiciais do ente público. Por esse motivo, na defesa do patrimônio público meramente econômico, o MP não pode ser o legitimado ordinário, nem representante ou advogado da Fazenda Pública. Todavia, quando o sistema de legitimação ordinária falha, surge a possibilidade de o Parquet, na defesa do patrimônio público, e não da Fazenda Pública, atuar como legitimado extraordinário. Conferir à Fazenda Pública, por meio de suas procuradorias judiciais, a exclusividade na defesa do patrimônio público consubstancia interpretação restritiva que vai de encontro à ampliação do campo de atuação conferido pela CF/1988 ao MP, bem como leva a uma proteção deficiente do bem jurídico tutelado. Por isso é que o MP possui legitimidade extraordinária para

Page 35: Pcivil08.01 Processo de Execução

promover ação de execução do título formado pela decisão do TCE, com vistas a ressarcir ao erário o dano causado pelo recebimento de valor a maior pelo recorrido. Precedentes citados: REsp 922.702-MG, DJe 27/5/2009; REsp 996.031-MG, DJe 28/4/2008; REsp 678.969-PB, DJ 13/2/2006, e REsp 149.832-MG. REsp 1.119.377-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 26/8/2009.

- Artigo 567 CPC:a) Mortis causa – legitimação do espólio, dos herdeiros e dos

sucessores. Se o credor ainda não tiver executado, os legitimados ingressarão fazendo prova documental do falecimento e da qualidade de inventariante ou de herdeiro. Se o credor morre durante a execução haverá a sucessão processual por meio da ação de habilitação de incidente (1055 e 1062 CPC). No caso do artigo 567 será legitimação ordinária (nome próprio e interesse próprio) e superveniente ou derivada ou secundária, pois surge após a formação do título executivo.

Obs: Para uma corrente doutrinária não necessitaria de uma ação de habilitação incidental em razão do sincretismo processual, neste caso só necessita de um requerimento incidental (minoritária).

b) Cessionárioc) Sub-rogado legal ou convencional.

- Os dois últimos são legitimados ordinários supervenientes, só que entre vivos.

36. ( ) Exame de ordem - 2009.1 - Segundo a lei processual civil, no processo de execução, o fiador que pagar a dívida pode executar o afiançado, desde que em autos distintos do processo de execução contra o devedor.

- Segundo o parágrafo único do art. 595 do CPC, o fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo, e não em autos distintos.

Art. 595. O fiador, quando executado, poderá nomear à penhora bens livres e desembargados do devedor. Os bens do fiador ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à satisfação do direito do credor.Parágrafo único. O fiador, que pagar a dívida, poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo.

37. ( ) Exame de ordem - 2006.3 - No polo passivo da execução, deve figurar o obrigado principal e originário ou o responsável pelo cumprimento da

Concurso, 26/08/12,
Falso
Page 36: Pcivil08.01 Processo de Execução

obrigação. Se houver solidariedade passiva, qualquer devedor pode ser executado, ou todos, em litisconsórcio passivo.

- O rol dos legitimados a figurar no polo passivo da execução estão previstos no art. 568 do CPC. Se há solidariedade passiva, o credor não pode ser obrigado a demandar contra todos os devedores solidários. Pode optar por demandar contra um ou alguns deles. Do contrário, esvaziado estaria o instituto da solidariedade, cuja real vantagem é permitir que o credor persiga a totalidade de seu crédito contra qualquer dos devedores.38. ( ) Juiz estadual - TJ/TO – 2007 - Na petição inicial da ação de execução

por título extrajudicial, o credor poderá indicar bens a serem penhorados, bem como pedir ao juiz que, ao despachar a inicial, fixe, de plano, os honorários de advogado a serem pagos pelo executado. Não se trata de requisito da petição inicial, mas de faculdade do exequente, pois, caso o devedor, citado, não realize o pagamento, incumbe ao oficial de justiça realizar a penhora.

- A previsão de que o credor poderá indicar na inicial os bens a serem penhorados está no art. 652, § 2°, do CPC. Trata-se de mera faculdade, que certamente facilita a satisfação do crédito. Também é mera faculdade a elaboração de pedido de condenação do executado a pagar honorários. Mesmo que não feito o pedido na inicial da execução, o juiz, ao despachar a inicial, fixará, de plano, os honorários de advogado a serem pagos pelo executado. Se o executado não os pagar, o oficial de justiça procederá à penhora (art. 652, § 1º, do CPC).39. ( ) OAB-CESPE-2008.1 - Quanto à ação e ao processo de execução cível.

No âmbito da execução por quantia contra o devedor solvente, o executado, nos três dias subsequentes à citação, além da opção de efetuar o pagamento do crédito reclamado, terá o ônus ou o direito de nomear bens à penhora.

- art. 652 do CPC. O executado será citado para, no prazo de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida.

Legitimação passiva- Artigo 568 CPC tem a lista dos legitimados passivos.

Art. 568. São sujeitos passivos na execução:I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; III - o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;IV - o fiador judicial; V - o responsável tributário, assim definido na legislação própria.

Concurso, 30/08/12,
Falso
Concurso, 26/08/12,
Verdadeiro
Concurso, 26/08/12,
Verdadeiro
Page 37: Pcivil08.01 Processo de Execução

- É o sujeito que o título reconhece como devedor. Atuará como legitimado ordinário primário.- Inciso II – O espólio, herdeiros e sucessores também terão legitimidade passiva, sendo observado o benefício de inventário (as dívidas do de cujus são satisfeitas nos limites da herança – 1792 CC). Neste caso sempre terá legitimidade, mas nem sempre terá responsabilidade patrimonial. Assim, se terá uma legitimidade ordinária, secundária, superveniente, causa mortis.- Inciso III – hipóteses de assunção de dívida (cessão de débito) que dependerá de anuência do credor. Se não houver a anuência, o novo devedor não será legitimado.- Inciso IV – legitimação passiva do fiador judicial. O fiador judicial é um terceiro que presta uma garantia em favor de uma das partes do processo. Este nunca constará da sentença no processo em que a garantia foi prestada. Este inciso não se aplica ao fiador convencional, pois só se pode executar o fiador convencional se figurar no título executivo ou se impetrar uma sentença condenatória e que será considerado devedor principal. Fiador judicial será sempre um legitimado extraordinário (nome próprio e interesse de terceiro).Obs: Tanto o fiador judicial como o convencional podem exercer o benefício de ordem, no qual só terá preferência os bens do devedor na satisfação da dívida. Este benefício de ordem é um direito disponível. Para exercer o benefício deve existir o título executivo contra o devedor.- Inciso V – responsável tributário. Para a doutrina majoritária o responsável tributário deverá participar do processo administrativo, entretanto, o STJ entende que não há esta obrigatoriedade.Obs: Responsabilidade patrimonial secundária (592 CPC): Trata-se da responsabilidade de quem não é devedor, p ex, cônjuge do devedor. O simples fato de ser responsável secundário, para uma doutrina majoritária, tem legitimidade. Esta legitimação passiva depende da constrição judicial do bem do responsável secundário (haverá litisconsórcio passivo ulterior).- Pelo novo sistema executivo, tanto na petição inicial quanto no requerimento inicial o exequente já pode indicar bens a serem penhorados. A mera indicação dos bens já dá legitimação passiva ao responsável secundário.

Da Citação do Devedor e da Indicação de BensArt. 652. O executado será citado para, no prazo de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida. § 1º Não efetuado o pagamento, munido da segunda via do mandado, o oficial de justiça procederá de imediato à penhora de bens e a sua avaliação, lavrando-se o respectivo auto e de tais atos intimando, na mesma oportunidade, o executado. § 2º O credor poderá, na inicial da execução, indicar bens a serem penhorados (art. 655).

Page 38: Pcivil08.01 Processo de Execução

§ 3º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento do exequente, determinar, a qualquer tempo, a intimação do executado para indicar bens passíveis de penhora. § 4º A intimação do executado far-se-á na pessoa de seu advogado; não o tendo, será intimado pessoalmente.§ 5º Se não localizar o executado para intimá-lo da penhora, o oficial certificará detalhadamente as diligências realizadas, caso em que o juiz poderá dispensar a intimação ou determinará novas diligências.

Obs: O STJ admite a desconsideração da personalidade jurídica durante o processo de execução.

40. ( ) Magistratura/AC - 2008 - CESPE - A respeito do processo de execução. Nas execuções de títulos extrajudiciais que não sejam embargadas, o juiz imporá ao devedor a obrigação de pagar os honorários de advogado em favor do credor bem como todas as demais despesas delas decorrentes. No entanto, caso o credor desista da execução embargada e a desistência seja homologada, ele deve suportar as despesas processuais e os honorários advocatícios.

A: art. 569, parágrafo único, a, do CPC;Desistência da execuçãoArt. 569. O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas.Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: a) serão extintos os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o credor as custas e os honorários advocatícios; b) nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do embargante.

41. ( ) Juiz estadual - TJ/TO – 2007 - A competência para o cumprimento da sentença que condena o réu ao pagamento de quantia certa será do juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição. Por se tratar de competência funcional, portanto, absoluta, não pode ser modificada por acordo entre as partes ou conveniência do credor.

- O exequente poderá optar, na execução (cumprimento) de sentença, pelo juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição, pelo juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo local do atual domicílio do executado. Portanto, o credor, à sua conveniência, opta por um dos três juízos. Ver art. Art. 475-P e parágrafo único.42. ( ) Exame de ordem - 2006.3 - Se a execução for fundada em sentença

cível ou penal condenatória, a competência para a execução por ordem do

Concurso, 26/08/12,
Falso
Concurso, 02/09/12,
Verdadeiro
Page 39: Pcivil08.01 Processo de Execução

juiz é fundada em critério funcional, segundo a regra de que o juiz da execução é o juiz da ação.

- Se a sentença penal for executada na seara cível, competente será o juízo cível. Ver art. 475-P, III do CPC. - O art. 475-N do CPC, ao prever a sentença penal no rol dos títulos executivos judiciais, estabelece, em seu parágrafo único, que "o mandado inicial incluirá a ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso". E o art. 575, que trata da competência para a execução de título judicial, dispõe que esta se processará no "juízo cível competente, quando o título executivo for sentença penal condenatória ou sentença arbitral" (inciso IV).43. ( ) Defensoria/ES-2009-CESPE - No que concerne ao direito processual

civil, julgue o item: Sem caracterizar ofensa ao princípio do juiz natural, admite-se que o cumprimento da sentença seja requerido no juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou no atual domicílio do executado.

- Ver art. 475-P, parágrafo único.44. ( ) Procurador do Estado/PB - 2008 - CESPE - Quanto à liquidação e ao

cumprimento da sentença. A competência para a execução de decisão judicial de primeiro grau de jurisdição é do juízo que processou a causa, mas admite-se que o credor faça opção pelo foro do domicílio do devedor ou do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação.

- Ver art. 475-P do CPC.45. ( ) Magistratura Federal/1ª Região - 2009 - CESPE - A respeito do

processo de execução. A ação de homologação de sentença estrangeira, bem como a respectiva execução da sentença estrangeira, é da competência originária do STJ.

- O STJ é competente para homologar a sentença estrangeira, mas a competência para a sua execução é juízo federal de primeira instância (art. 109, X, CF).

Competência

Título executivo judicial- Passou a ser regulado no artigo 475-P do CPC.

Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição; III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença estrangeira.

Concurso, 02/09/12,
Falso
Concurso, 01/09/12,
Verdadeiro
Concurso, 01/09/12,
Verdadeiro
Concurso, 26/08/12,
Falso
Page 40: Pcivil08.01 Processo de Execução

Parágrafo único. No caso do inciso II do caput deste artigo, o exeqüente poderá optar pelo juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual domicílio do executado , casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.

Art. 575. A execução, fundada em título judicial, processar-se-á perante:I - os tribunais superiores, nas causas de sua competência originária;II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;III - (Revogado pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)IV - o juízo cível competente, quando o título executivo for sentença penal condenatória ou sentença arbitral.Art. 576. A execução, fundada em título extrajudicial, será processada perante o juízo competente, na conformidade do disposto no Livro I, Título IV, Capítulos II e III.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:(...)X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

Competência executiva dos tribunais:- Âmbito recursal: Não há competência executiva neste caso. Se atuar em âmbito recursal a competência executiva é do juiz de 1º grau, exceto homologação de sentença estrangeira que tem competência originária no STJ em que a competência para executar é da Justiça Federal de 1º grau (109, X,CF).- Ações de competência originária: Só há competência executiva neste caso. A regra do artigo 102, I, “m”, CF é aplicada para todos os Tribunais. Não há Tribunal organizado para prática de atos executivos. Neste caso há uma delegação da função executiva para o 1º grau de jurisdição. Esta delegação é parcial, sendo apenas os atos materiais, entretanto, será mantida no tribunal a competência para qualquer decisão de mérito executiva.

Competência do juízo de 1º grau que “processou” a causa:- É possível um juízo que processa diverso do que decide. Neste caso, apesar do disposto em lei, a competência será do juízo que decide, p ex, mudança de competência absoluta. A competência será do juízo que forma o título.- O artigo 475-P, parágrafo único, CPC, criou a figura dos foros concorrentes. Neste caso a lei prevê mais de um foro competente à escolha do autor,

Page 41: Pcivil08.01 Processo de Execução

podendo-o optar pelo foro do juízo atual ou do domicílio do executado ou ainda o foro do local dos bens do executado.

Obs: A competência para cumprimento de sentença passou a ser uma competência relativa, pois leva em conta a vontade do exequente.Obs: Não existe execução itinerante. Haverá o momento para escolher a competência que será o momento de propositura do cumprimento de sentença.Obs: Uma corrente minoritária afirma que quando o requerente dá início ao cumprimento de sentença no novo foro o juiz requisitará o envio dos autos. Para uma corrente majoritária se faz o requerimento inicial no juízo onde já está o processo e este remete os autos ao novo foro almejado.- 475-P, inciso III, CPP: Sentença penal e sentença arbitral a competência será do foro cível competente, utilizando as regras gerais, como se não existisse o título.Obs: Sentença penal condenatória (100, parágrafo único, CPC). É possível uma execução cível de uma sentença penal de competência da Justiça Federal na Justiça Estadual.Obs: Na sentença arbitral se tiver uma cláusula de eleição de foro já se sabe qual a competência para execução da sentença arbitral.- No caso de homologação de sentença estrangeira é competência da justiça federal de 1º grau e o artigo 484 CPC afirma seguir a execução da sentença nacional de mesma natureza.

Título executivo extrajudicial1º – Se houver cláusula de eleição de foro este prevalecerá.2º – Local do cumprimento da obrigação se houver a indicação no título.3º – Local do domicílio do executado.Obs: Sempre será uma competência relativa.Obs: Protestos por título executivo não afeta a competência da execução.Obs: A competência para execução hipotecária é aplicável, para uma corrente, o artigo 95 CPC (ações reais imobiliárias), sendo uma competência absoluta do local de imóvel. Para outra corrente não se aplica o artigo 95 CPC, pois se trata de uma ação pessoal, pois é uma execução de pagar quantia certa e terá como objeto da execução o dinheiro (somente a garantia é que é feita pelo imóvel).

Observações- O STJ entende que quando houver fixação de astreinte e descumprimento pelo executado não é possível a redução do valor se exorbitante em razão do não cumprimento por muito tempo.

Page 42: Pcivil08.01 Processo de Execução

Inf. STJ – DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL. REDUÇÃO DE MULTA COMINATÓRIA.A Turma, por maioria, entendeu ser impossível reduzir a multa diária fixada em ação revisional de contrato de arrendamento mercantil na qual o autor pediu liminarmente a exclusão do seu nome das listas de cadastros de inadimplentes. A liminar foi deferida na origem, ficando fixada multa diária de R$ 5.000,00 em caso de descumprimento. Por ter mantido a inscrição por mais de 249 dias, o montante devido pela empresa ré superou os R$ 3.000.000,00. O relator originário votou pela redução da astreinte por considerar que o valor da multa corrigido seria desproporcional em relação ao valor discutido na ação (em torno de R$ 8.000,00). A divergência surgiu do entendimento de que não houve justificativa idônea para o não cumprimento da ordem judicial, a não ser a renitência da empresa, razão pela qual não é possível discutir o valor da multa após o descumprimento de ordem por longo período. Ficou registrado que a confrontação entre o valor da multa diária e o valor da obrigação principal não deve servir de parâmetro para aferir a proporcionalidade e razoabilidade da sanção. O que se deve levar em consideração nessa situação é a disposição da parte em cumprir a determinação judicial. REsp 1.192.197-SC, Rel. originário Min. Massami Uyeda, Rel. para acórdão Min. Nancy Andrighi, julgado em 2/2/2012.

46. ( ) Exame de ordem - 2009.2 - Caso o exequente proponha execução fundada em título extrajudicial sem que a petição inicial venha acompanhada dos documentos indispensáveis à sua propositura, o juiz deverá, de plano, indeferir o pedido, pois, no processo de execução, é incabível emenda à inicial.

- Ver art. 616 do CPC.- As normas relativas à fase de conhecimento aplicam-se subsidiariamente à execução (art. 598 do CPC). Portanto, deve o juiz permitir a emenda à inicial no prazo de dez dias quando não instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação (arts. 283 e 284 do CPC).47. ( ) Magistratura Federal/1ª Região - 2009 - CESPE - A respeito do

processo de execução. Caso o exequente proponha execução fundada em título extrajudicial, mas a petição inicial não esteja acompanhada dos documentos indispensáveis à sua propositura, o juiz deverá indeferi-la de plano, pois é incabível emenda à petição inicial no processo de execução.

- Nesse caso caberá ao juiz determinar o aditamento da inicial em 10 dias (art. 616).

Art. 616. Verificando o juiz que a petição inicial está incompleta, ou não se acha acompanhada dos documentos indispensáveis à

Concurso, 02/09/12,
Falso
Concurso, 26/08/12,
Falso
Page 43: Pcivil08.01 Processo de Execução

propositura da execução, determinará que o credor a corrija, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de ser indeferida.

Art. 598. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições que regem o processo de conhecimento.

Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias.Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

Responsabilidade PatrimonialDistinção entre obrigação e responsabilidade patrimonial- Obrigação é direito material. Quando se enfrenta crise de inadimplemento surge a dívida, surgindo, consequentemente, o devedor (sujeito responsável pelo inadimplemento da obrigação).Para adimplemento forçado será necessário a intervenção jurisdicional com uma futura execução, sendo imprescindível definir qual o sujeito que terá seus bens vinculados a satisfação da obrigação (responsável patrimonial). Desta forma a responsabilidade patrimonial é um instituto meramente processual, pois só há sua aplicação quando existente a execução.- Em regra o devedor será o responsável patrimonial, com algumas exceções, p ex:

a) Dívida de jogo em que não haverá responsabilidade apesar de haver dívida;

b) Responsabilidade patrimonial secundária em que será responsável sem ser devedor.

Obs: O fiador não é devedor, mas sim garante, entretanto sua responsabilidade é primária e subsidiária.Obs: No artigo 591 CPC – onde se diz “o devedor responde”, deve-se ler “o responsável responde”.

48. ( ) Exame de ordem - 2009.1 - O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, apenas com seus bens presentes.

- O devedor também responde com os bens futuros, nos termos do art. 591 do CPC: "O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei".

Concurso, 26/08/12,
Falso
Page 44: Pcivil08.01 Processo de Execução

Portanto, se não tinha como pagar e posteriormente se toma milionário, por ter ganhado o prêmio do Big Brother, por exemplo, pagará a dívida, desde que não prescrita. Durante a execução judicial, enquanto o credor demonstrar que tem interesse na execução, não ocorre a prescrição. Se deixá-la "parada", no entanto, pode ocorrer o fenômeno da prescrição intercorrente.49. ( ) Procurador Federal – 2007 - Consoante dispõe o CPC, é impenhorável

a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família.

- É o que dispõe expressamente o art. 649, VIII, do CPC.50. ( ) Procurador federal – 2007 - A jurisprudência é peremptória em negar o

caráter de bem de família a bens imóveis de pessoas solteiras.- É impenhorável o bem imóvel que serve de residência a pessoa solteira, ainda que more sozinha, por ser bem de família, estando sob a proteção da Lei 8.009/1990 (REsp 412.536/SP, Min. Ari Pargendler, Terceira Turma, j. 03.10.2002, DJ 16.06.2003, p. 334).- A súmula 364 do STJ firmou entendimento no sentido de que a proteção do bem de família alcança inclusive devedores solteiros, separados e viúvos.51. ( ) Procurador do Estado/PE - CESPE - 2009 - Com relação à execução. É

penhorável um saldo de R$ 10.000 depositado em caderneta de poupança.- Ver art. 649, X do CPC.52. ( ) Analista - TRT/21ª - 2010 - CESPE - No que concerne ao instituto da

penhora no processo de execução e na execução em geral, julgue o item a seguir considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. A impenhorabilidade do bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.

- Observe-se o teor da Súmula 364 do STJ: "O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas";53. ( ) Analista - TRT/21ª - 2010 - CESPE - No que concerne ao instituto da

penhora no processo de execução e na execução em geral, julgue o item a seguir considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. A penhora do bem de família pertencente ao fiador de contrato de locação viola o direito constitucional à moradia.

- "Continua a ser passível de penhora o bem de família pertencente a fiador em contrato de locação. [...] Entendeu-se que a penhora do bem de família do recorrente não viola o disposto no art. 6º da CF, com a redação dada pela EC 26/2000 ("São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição."), mas com ele se coaduna, já que é modalidade de viabilização do direito à moradia - o qual não deve ser traduzido, necessariamente, como o direito à propriedade imobiliária

Concurso, 30/08/12,
Falso
Concurso, 30/08/12,
Verdadeiro
Concurso, 29/08/12,
Falso
Concurso, 28/08/12,
Falso
Concurso, 28/08/12,
Verdadeiro
Page 45: Pcivil08.01 Processo de Execução

ou o direito de ser proprietário de imóvel- porquanto, atendendo à própria ratio legis da exceção prevista no art. 3°, VII, da Lei 8.009/90, facilita e estimula o acesso à habitação arrendada, constituindo reforço das garantias contratuais dos locadores, e afastando, por conseguinte, a necessidade de garantias mais onerosas, tais como a fiança bancária. [...] RE 407.688/SP, rel. Min. Cezar Peluso, 8.2.2006. (Informativo 415 do STF);54. ( ) Analista - TRT/21ª - 2010 - CESPE - No que concerne ao instituto da

penhora no processo de execução e na execução em geral, julgue o item a seguir considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis constitui bem de família e, portanto, não pode ser penhorada.

- É justamente o contrário, conforme enuncia a Súmula 449 do STJ: "A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora".55. ( ) Analista - TRT/21ª - 2010 - CESPE - No que concerne ao instituto da

penhora no processo de execução e na execução em geral, julgue o item a seguir considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. A regra da impenhorabilidade dos livros, máquinas, ferramentas, utensílios, instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão não pode ser estendida às pequenas e microempresas, mesmo que administradas pessoalmente por um sócio apenas.

- Consoante restou consignado no item 9 do REsp 1.114.767/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX,CORTE ESPECIAL, julgado em 02/12/2009, DJe 04/02/2010, "O Tribunal de origem, por seu turno, assentou que: 'O inc. V do art. 649 do CPC não faz menção a imóveis como bens impenhoráveis. Tanto assim que o § 1° do art. 11 da Lei 6.830/1980 autoriza, excepcionalmente, que a penhora recaia sobre a sede da empresa. E, no caso, o próprio agravante admite não ter outros bens penhoráveis". [grifos nossos] - No mesmo sentido: PROCESSOCIVIL. PENHORA DE IMÓVEL DE PROPRIEDADE DO EXECUTADO,NO QUAL ESTÁ INSTALADA SUA CLÍNICA MÉDICA. ALEGAÇÃO DE IMPENHORABILIDADE DO BEM FUNDAMENTADA NOART. 649, VII, DO CPC.AFASTAMENTO. - Consoante precedente da 3º Turma do STJ, o imóvel onde se instala o estabelecimento no qual trabalha o devedor - seja ele um escritório de advocacia, uma clínica médica ou qualquer outra sociedade – não está abrangido pela impenhorabilidade determinada pelo art. 649, VI, do CPC (com a redação anterior à Lei n° 11.382/2006). Tal dispositivo legal somente atribui impenhorabilidade aos livros, máquinas, utensílios e instrumentos necessários ou úteis ao desempenho de qualquer profissão. Recurso especial conhecido e

Concurso, 30/08/12,
Falso
Concurso, 30/08/12,
Falso
Page 46: Pcivil08.01 Processo de Execução

provido (REsp 857327/PR, ReI. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/08/2008, DJe 05/09/2008) [grifos nossos]. - Logo, a impenhorabilidade tratada no art. 649, V, do CPC, conforme a iterativa jurisprudência do STJ, estende-se, sim, às pequenas e microempresas, mesmo que administradas pessoalmente apenas por um sócio.

Bens que respondem e não respondem pela dívida- Os bens que responderão serão os presentes e os futuros.

Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.

- O que se entende por presente? 2 correntes:a) Momento da dívida (causa insegurança jurídica); b) Momento da execução (legitimaria as fraudes ao credor).

- Para Dinamarco e Humberto Theodoro Júnior o momento presente, apesar das controvérsias, seria o momento da execução, apresentando algumas ressalvas, tais como os bens passados alienados em fraude. Para uma segunda corrente é o momento da dívida salvo os bens alienados sem fraude.- Alguns bens presentes e futuros não respondem (bens impenhoráveis). Artigo 649 CPC traz um rol de bens impenhoráveis (absolutamente impenhoráveis). Neste caso, mesmo que seja o único bem do responsável, não será penhorado. Artigo 650 traz os bens relativamente impenhoráveis, os quais só podem ser penhorados se for o único bem do patrimônio do executado (último lugar da ordem de preferência da penhora).

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste artigo; V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão;

Page 47: Pcivil08.01 Processo de Execução

VI - o seguro de vida; VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança. XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político. § 1o  A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do próprio bem. § 2o  O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para pagamento de prestação alimentícia.

Art. 650.  Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados à satisfação de prestação alimentícia.

Obs: O artigo 649, IV, CPC prevê a impenhorabilidade dos ganhos provenientes do trabalho. Há uma exceção à impenhorabilidade do salário que é a dívida alimentar. Esta impenhorabilidade inclui o 13º e as férias.

Responsabilidade patrimonial secundária (592 CPC)

Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens:I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; II - do sócio, nos termos da lei;III - do devedor, quando em poder de terceiros;IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida;V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução.

Inciso I1 – Sucessão inter vivos – fraude a execução (593, I, CPC)2 – Sucessão causa mortis.

Inciso II1 – Responsabilidade dos sócios nos termos da lei.

Page 48: Pcivil08.01 Processo de Execução

- O Direito societário poderá criar responsabilidade patrimonial primária (coobrigado da sociedade), p ex, a sociedade em nome coletivo, sociedade irregular.- Este inciso se refere a desconsideração de personalidade jurídica (disregard doctrine).- Teoria menor da desconsideração: O sócio responde bastando a insolvência da pessoa jurídica. Esta teoria é excepcional, sendo aplicado em duas hipóteses (STJ REsp 744107) no direito ambiental e do consumidor. Caso contrário será aplicado a teoria maior (necessário demonstrar atos fraudulentos).

STJ - RECURSO ESPECIAL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ("disregard doctrine"). HIPÓTESES.1. A desconsideração da personalidade jurídica da empresa devedora, imputando-se ao grupo controlador a responsabilidade pela dívida, pressupõe - ainda que em juízo de superficialidade - a indicação comprovada de atos fraudulentos, a confusão patrimonial ou o desvio de finalidade.2. No caso a desconsideração teve fundamento no fato de ser a controlada (devedora) simples longa manus da controladora, sem que fosse apontada uma das hipóteses previstas no art. 50 do Código Civil de 2002.3. Recurso especial conhecido.

- Mesmo na dívida tributária o STJ (Informativo 416 STJ) afirmou que se deve aplicar o artigo 135 CTN, exigindo a fraude para responsabilização do sócio (teoria maior). Desta forma:

a) Se o nome do sócio constar na CDA: É do sócio o ônus de provar que não houve fraude.

b) Se o nome do sócio não constar na CDA: O ônus de provar que houve fraude será da Fazenda Pública.

Obs: STJ (REsp 418385) – Há dispensa de processo autônomo para desconsiderar a pessoa jurídica (sendo incidental à própria execução).

STJ – COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. ACÓRDÃO ESTADUAL. NULIDADE NÃO CONFIGURADA. EMBARGOS DECLARATÓRIOS INEPTOS EM PROVOCAR PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. FALÊNCIA. DAÇÕES EM PAGAMENTO FRAUDULENTAS AOS INTERESSES DA MASSA. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO BOJO DO PROCESSO FALENCIAL. DESNECESSIDADE DE AÇÃO REVOCATÓRIA. DECRETO-LEI N. 7.661/1945, ARTS. 52 E SEGUINTES.

Page 49: Pcivil08.01 Processo de Execução

I. Não padece de omissão o acórdão estadual que enfrentou suficientemente as questões essenciais ao embasamento das conclusões a que chegou, apenas que desfavoráveis ao interesse da parte.II. Embargos declaratórios opostos perante a Corte a quo que padecem de inépcia, eis que se limitam a simplisticamente enumerar os dispositivos legais que desejam ver debatidos, sem apresentar, como compete ao recorrente, os fundamentos respectivos.III. Detectada a fraude na dação de bens em pagamento, esvaziando o patrimônio empresarial em prejuízo da massa falida, pode o julgador decretar a desconsideração da personalidade jurídica no bojo do próprio processo, facultado aos prejudicados oferecerem defesa perante o mesmo juízo.IV. "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial" (Súmula n. 7-STJ).V. Recurso especial conhecido e improvido.

Inciso III- Devedor – sempre terá responsabilidade primária, independentemente de quem esteja em poder do bem.

Inciso IV- Cônjuge meeiro. Neste caso se os 2 cônjuges forem devedores ambos serão primários, entretanto, este inciso afirma que se apenas um for devedor o outro poderá ser coobrigado quando relacionados às dívidas domésticas em benefício do casal ou da família. Caso contrário preservará a meação.- Neste caso somente haverá execução contra o devedor. Quando da penhora será aplicado o artigo 655, §2º, CPC, haverá intimação do cônjuge não devedor.- Para Dinamarco mesmo nestes casos o cônjuge não se torna parte da execução, diferentemente do que pensa Araken da Assis que afirma, criticando o CPC, que deverá haver a citação, pois se trata de litisconsórcio ulterior.- O STJ (REsp 740331) afirma que o cônjuge pode entrar com embargos à execução, podendo alegar as matérias de defesa do devedor (legitimação extraordinária). Além disto, é possível se valer de embargos de terceiros, podendo discutir a proteção à meação.

STJ - PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA DE BEM IMÓVEL - LEGITIMIDADE DO ESPÓLIO PARA INTERPOR EMBARGOS À EXECUÇÃO OU DE TERCEIRO.1. A intimação do cônjuge é imprescindível, tratando-se de constrição que recaia sobre bem pertencente ao casal, constituindo sua ausência causa de nulidade dos atos posteriores à penhora.

Page 50: Pcivil08.01 Processo de Execução

2. É cediço nesta Corte que: A intimação do cônjuge enseja-lhe a via dos embargos à execução, nos quais poderá discutir a própria causa debendi e defender o patrimônio como um todo, na qualidade de litisconsorte passivo do(a) executado(a) e a via dos embargos de terceiro, com vista à defesa da meação a que entende fazer jus.( REsp 252854 / RJ, Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ 11.09.2000).3. Falecendo o cônjuge, a intimação deve operar-se na pessoa do representante do espólio da mesma, porquanto a constrição influi no regime jurídico do bem do acervo. Deveras, por força dos arts. 12 da Lei nº 6.830/80 e 669 do CPC, o cônjuge e a fortiori o seu espólio, são partes legitimadas para oferecerem embargos à execução e, nessa qualidade deveriam ter sido intimados.3. In casu, o cônjuge foi intimado em 12.11.2001 no lugar de sua esposa falecida, sendo certo que o recorrente e demais partes interessadas protocolaram no dia 04.12.2001 os embargos à execução.4. Dessarte, nesse incidente o cônjuge é parte, aplicando-se, analogicamente o artigo 43 do CPC, verbis: Art. 43. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a substituição pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 265.5. O espólio não se limita à interposição dos embargos de terceiro, podendo suceder o de cujos, ajuizando, inclusive, embargos à execução, a fim de proteger a fração ideal que lhe pertence, da penhora realizada.6. Recurso especial provido, para determinar o recebimento dos embargos do espólio, ora recorrente, a fim de processá-lo.

Inciso V- Fraude à execução

Fraudes do devedor

Fraude contra credores- Trata-se de um instituto de direito material (158 a 165 CC).- Natureza deste vício – O CC diz que o ato é anulável (plano da validade). Há uma corrente (STJ, Humberto Theodoro) que diz que o ato é válido, mas ineficaz perante o credor (mesma natureza da fraude à execução) (REsp 506312 STJ).

STJ – PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ALÍNEA C. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO DISSÍDIO. FRAUDE CONTRA CREDORES. NATUREZA DA SENTENÇA DA AÇÃO PAULIANA. EXECUÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO. DESCONSTITUIÇÃO DE PENHORA SOBRE MEAÇÃO DO CÔNJUGE NÃO CITADO NA AÇÃO PAULIANA.

Page 51: Pcivil08.01 Processo de Execução

1. O conhecimento de recurso especial fundado na alínea c do permissivo constitucional exige a demonstração analítica da divergência, na forma dos arts. 541 do CPC e 255 do RISTJ.2. A fraude contra credores não gera a anulabilidade do negócio — já que o retorno, puro e simples, ao status quo ante poderia inclusive beneficiar credores supervenientes à alienação, que não foram vítimas de fraude alguma, e que não poderiam alimentar expectativa legítima de se satisfazerem à custa do bem alienado ou onerado.3. Portanto, a ação pauliana, que, segundo o próprio Código Civil, só pode ser intentada pelos credores que já o eram ao tempo em que se deu a fraude (art. 158, § 2º; CC/16, art. 106, par. único), não conduz a uma sentença anulatória do negócio, mas sim à de retirada parcial de sua eficácia, em relação a determinados credores, permitindo-lhes excutir os bens que foram maliciosamente alienados, restabelecendo sobre eles, não a propriedade do alienante, mas a responsabilidade por suas dívidas.4. No caso dos autos, sendo o imóvel objeto da alienação tida por fraudulenta de propriedade do casal, a sentença de ineficácia, para produzir efeitos contra a mulher, teria por pressuposto a citação dela (CPC, art. 10, § 1º, I). Afinal, a sentença, em regra, só produz efeito em relação a quem foi parte, "não beneficiando, nem prejudicando terceiros" (CPC, art. 472).5. Não tendo havido a citação da mulher na ação pauliana, a ineficácia do negócio jurídico reconhecido nessa ação produziu efeitos apenas em relação ao marido, sendo legítima, na forma do art. 1046, § 3º, do CPC, a pretensão da mulher, que não foi parte, de preservar a sua meação, livrando-a da penhora.5. Recurso especial provido.

- Para o reconhecimento desta fraude é necessário uma ação específica (ação pauliana ou ação revocatória), em que o mérito será os requisitos da fraude contra credores:

a) Eventus Damni (insolvência);b) Consilium fraudis (intenção de fraudar).

- Esta ação pode gerar um litisconsórcio passivo necessário entre o devedor e o terceiro adquirente.- Natureza jurídica da sentença da procedência:

a) Se se entende que o ato é anulável será sentença desconstitutiva.b) Se se entende que o ato é parcialmente ineficaz, para Dinamarco a

sentença será constitutiva (alteração da relação jurídica é a penhorabilidade do bem), já para Humberto Theodoro Júnior se trata de uma sentença meramente declaratória, limitando-se a declarar um vício e ineficácia que já existiu.

Page 52: Pcivil08.01 Processo de Execução

56. ( ) Exame de ordem - 2009.2 - Caracteriza-se a fraude de execução somente quando o devedor aliena bens durante o processo de execução.

- As hipóteses de fraude a execução estão previstas no art. 593: "Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens: I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real; II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência; III - nos demais casos expressos em lei". - Entretanto, é interessante observar que se o devedor alienou bens durante a execução, mas possuía outros suficientes para o pagamento da dívida, não se configura a fraude.57. (OAB - CESPE - 2008.3) A alienação de bem imóvel penhorado requerida

pelo exequente constituiA) fraude de execução.B) fraude contra credores.C) adjudicação de bem.D) alienação de bem por iniciativa particular.- De fato, é possível e não afronta a lei a alienação de bem penhorado, mas possua outros suficientes para o pagamento da dívida, não se configurando, em princípio, fraude. Portanto, a venda de imóvel é um alienação de bem por iniciativa particular.58. ( ) Magistratura Federal/1ª Região - 2009 - CESPE - A respeito do

processo de execução. A fraude de execução somente se caracteriza quando o devedor aliena bens durante o processo de execução.

- A fraude de execução fica caracterizada pela alienação de bens na pendência de processo (de execução, de conhecimento, ou até mesmo processo criminal) capaz de reduzir o alienante à insolvência;- As hipóteses de fraude a execução estão previstas no art. 593: "Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens: I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real; II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência; III - nos demais casos expressos em lei". - Entretanto, é interessante observar que se o devedor alienou bens durante a execução, mas possuía outros suficientes para o pagamento da dívida, não se configura a fraude.59. ( ) Magistratura/AC - 2008 - CESPE - A respeito do processo de

execução. Para a caracterização da fraude à execução, exige-se a demonstração, no momento da alienação do bem, de pendente lide e estado de insolvência do devedor. Para tal caracterização, exige-se, ainda, a demonstração da existência do acordo prévio entre o devedor e o adquirente ou a presença do elemento subjetivo da fraude na conduta do

Concurso, 02/09/12,
Falso
Concurso, 30/08/12,
Letra D
Concurso, 26/08/12,
Falso
Page 53: Pcivil08.01 Processo de Execução

devedor, ou seja, a alteração de sua situação patrimonial com o fim de frustrar o pagamento de eventual débito.

- Ver art. 593 do CPC; no caso de fraude à execução não há necessidade de demonstração da alteração da situação patrimonial do devedor com o fim de frustrar o pagamento de eventual débito;

Fraude à execução

Art. 593. Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens:I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real;II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência;III - nos demais casos expressos em lei.

- A fraude à execução trata-se de um instituto de direito processual.- Não é exigido o consilium fraudis.Obs: STJ protege terceiro de boa-fé (súmula 375 STJ – O registro da penhora gera uma presunção absoluta do conhecimento, entretanto, sem registro o ônus de provar a má-fé de terceiro é do credor).- Na fraude contra credores a vítima será apenas o credor, entretanto, na fraude a execução a vítima será o credor e o juiz. Por esta razão trata-se de ato atentatório a dignidade da Justiça (600, I, CPC), podendo gerar multa de até 20% do valor do crédito.- Natureza jurídica do ato: É um ato válido, mas ineficaz perante o credor.- Em regra passa-se da fraude contra credores para fraude à execução a partir da citação em qualquer processo que tenha como objeto direto ou indireto a dívida (Luiz Fux afirma que o reconhecimento só existe durante a execução, mas com eficácia ex tunc, podendo reconhecer uma fraude à execução antes da execução).- Pode-se tentar evitar a fraude à execução com a cautelar de arresto.- Há uma exceção quanto a transformação da fraude contra credor para fraude à execução quando houver prova inequívoca da ciência do devedor de uma ação antes da citação (615-A, §3º, CPC).

Fraude do bem constrito judicialmente- Para esta fraude se constituir não necessita do consilium fraudis nem do eventus damni.- Mesmo neste caso o STJ protege terceiro de boa-fé.

Gabarito

Concurso, 02/09/12,
Falso