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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CRISTIANE CAROLINA MACHADO ESTADO NUTRICIONAL E DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRASMISSÍVEIS EM IDOSOS FREQUENTADORES DE UM CENTRO DE ATENÇÃO À TERCEIRA IDADE DE SÃO JOSÉ/SC Palhoça 2011

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CRISTIANE CAROLINA MACHADO

ESTADO NUTRICIONAL E DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRASMISSÍVEIS

EM IDOSOS FREQUENTADORES DE UM CENTRO DE ATENÇÃO À

TERCEIRA IDADE DE SÃO JOSÉ/SC

Palhoça

2011

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CRISTIANE CAROLINA MACHADO

ESTADO NUTRICIONAL E DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

EM IDOSOS FREQUENTADORES DE UM CENTRO DE ATENÇÃO À

TERCEIRA IDADE DE SÃO JOSÉ/SC

Projeto de Conclusão de Estágio apresentado à

disciplina de Estágio Supervisionado em

Nutrição Social do Curso de Nutrição da

Universidade do Sul de Santa Catarina, como

requisito parcial da disciplina.

Orientadoras: Prof ª Carla Regina Galego, Msc.

Prof ª Raquel Stela de Sá, Dra.

Palhoça

2011

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CRISTIANE CAROLINA MACHADO

ESTADO NUTRICIONAL E DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

EM IDOSOS FREQUENTADORES DE UM CENTRO DE ATENÇÃO À

TERCEIRA IDADE DE SÃO JOSÉ/SC

Este Projeto de Conclusão de Estágio foi

julgado e aprovado em sua forma parcial pela

disciplina de Estágio Supervisionado em

Nutrição Social do Curso de Nutrição da

Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 05 de junho de 2011.

______________________________________________

Prof ª e orientadora Carla Regina Galego, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina.

______________________________________________

Prof ª e orientadora Raquel Stela de Sá, Dra.

Universidade do Sul de Santa Catarina.

______________________________________________

Prof ª Gessi de Oliveira, Enfermeira.

Centro de Saúde Sede.

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Dedico este Projeto de Conclusão de

Estágio a Deus por me iluminar durante

toda a minha jornada acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me iluminar nas horas difíceis e tornar possível esta caminhada.

Aos meus pais, Elza e Adalizar, que sempre deram o melhor exemplo de vida

digna a todos os seus filhos, que me incentivaram a estudar e cuidaram da minha filha

enquanto estava ausente.

Ao meu marido Gabriel, por me dar apoio, auxílio, carinho e seguir ao meu lado

nessa jornada acadêmica.

A minha filha Karen por ter um coração imenso ao aceitar a minha ausência e

ainda me motivar a continuar.

As minhas orientadoras, Professora Carla Regina Galego e Professora Raquel

Stela de Sá, pelas orientações dadas durante o estágio.

As minhas colegas de estágio Marquid e Núbia por todos os momentos de

aprendizado que passamos juntas.

Aos funcionários do Centro de Saúde Sede, por me acolherem e deixar fazer

parte de seu dia a dia, como se fosse membro da equipe de saúde.

A supervisora de Campo Gessi de Oliveira, pela atenção e orientação dada

durante a prática de estágio.

A coordenadora do Curso de Nutrição, Fernanda Gavioli pela atenção dada

durante o estágio.

Em especial a todos os professores de graduação pelos exemplos de ética

profissional e ensinamentos passados.

Aos idosos que participaram deste trabalho, tornando possível a sua realização,

meus respeitos, carinho e gratidão.

A todas as pessoas que não foram citadas, porém não esquecidas, que de alguma

forma, contribuíram para a realização deste trabalho.

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“O que nós somos é o presente de Deus a nós. O que nós nos tornamos é o nosso

presente a Deus”. (Eleanor Powell).

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RESUMO

O envelhecimento é um fenômeno de extensão mundial. A Organização Mundial da

Saúde prevê que em 2025 irão existir 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos.

(SOUZA, 2002). O objetivo desta pesquisa foi avaliar o estado nutricional e doenças

crônicas não transmissíveis, em idosos freqüentadores de um Centro de Atenção à

Terceira idade de São José, Santa Catarina, visando melhorar a qualidade de vida dos

mesmos. A pesquisa caracteriza-se como descritiva, quantitativa sendo considerada

ainda um estudo de caso e pesquisa-ação. A amostra foi composta por 17 indivíduos,

sendo 14 do sexo feminino e 3 do sexo masculino. O estudo foi concretizado através da

análise da avaliação antropométrica através do Índice de Massa Corporal (IMC) e da

avaliação de presença de doenças crônicas em idosos. Os dados apontaram que 58,82%

(n=10) apresentaram diagnóstico de eutrofia, 41,18% (n=7) apresentaram sobrepeso.

Houve maior freqüência de eutrofia tanto no grupo feminino 57,14% (n=8) quanto no

grupo masculino 66,66% (n=2). Em relação ao índice de doenças crônicas 41,17%

(n=7) apresentaram hipertensão arterial, 5,88% (n=1) apresentaram diabetes mellitus,

5,88% (n=1) diabetes e hipertensão arterial, 11,76% (n=2) apresentaram

hipercolesterolemia e 35,30% (n=6) relataram não possuir nenhum tipo de doença

crônica não transmissível. A presente pesquisa identificou o conhecimento do estado

nutricional e a presença de doenças crônicas não transmissíveis dos integrantes deste

grupo, proporcionando estratégias para uma intervenção personalizada às necessidades

do grupo estudado. Após esta análise, foi realizada uma cozinha experimental de

alimentos saudáveis, que teve uma ótima aceitabilidade dos participantes, onde foi

entregue um livreto com receitas de alimentos saudáveis. Foi entregue também como

intervenção, um panfleto de orientações nutricionais para pacientes diabéticos e

hipertensos. Por fim, as intervenções realizadas com o grupo de idosos procurou

contribuir com a promoção de hábitos alimentares saudáveis, conscientizando da

importância em ter uma alimentação equilibrada diariamente, com qualidade, a fim de

evitar doenças e diminuir os agravos das doenças já existentes, promovendo a saúde dos

mesmos.

Palavras – chaves: Envelhecimento. Doenças crônicas não transmissíveis. Estado

nutricional

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fotografia 1 - Realização da cozinha experimental.........................................................39

Fotografia 2 - Realização da cozinha experimental.........................................................39

Fotografia 3 - Realização da cozinha experimental.........................................................40

Fotografia 4 - Realização da cozinha experimental.........................................................40

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Diagnóstico nutricional de idosos (ADA, 1994)...........................................35

Gráfico 2 - Doenças Crônicas Não Transmissíveis presentes em idosos no grupo

estudado...........................................................................................................................37

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação do índice glicêmico para idosos..............................................27

Quadro 2 - Ponto de corte para a classificação do estado nutricional de idosos.............32

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................12

2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................15

2.1 POPULAÇÃO IDOSA NO BRASIL.......................................................................15

2.2 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS...............................................16

2.3 ALIMENTAÇÃO DO IDOSO..................................................................................18

2.4 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRASMISSÍVEIS...................................................21

2.5 NUTRIÇÃO NA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA.................................22

2.6 NUTRIÇÃO NO DIABETES MELLITUS...............................................................26

3 MÉTODO....................................................................................................................30

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA....................................................................30

3.2 LOCAL E PARTICIPANTES DA PESQUISA........................................................31

3.3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS.........................................................................31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................34

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL SOCIAL E DEMOGRÁFICO DOS

IDOSOS...........................................................................................................................34

4.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL........................................................35

4.3 AVALIAÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS PRESENTES NOS IDOSO...............37

4.4 INTERVENÇÕES.....................................................................................................38

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................43

REFERÊNCIAS.............................................................................................................45

APÊNDICES..................................................................................................................51

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO...52

APÊNDICE B - IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE DA PESQUISA..........54

APÊNDICE C - RECEITAS DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS................................56

APÊNDICE D - FOLDER COM ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA

HIPERTENSOS.............................................................................................................64

APÊNDICE E – FOLDER COM ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA

DIABÉTICOS................................................................................................................68

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1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um fenômeno de extensão mundial. A previsão é que em

2025 irão existir 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos. (SOUZA, 2002).

No Brasil, o aumento da população idosa vem acontecendo de uma forma muito

rápida, sem mudanças nas condições de vida. Com o aumento da população idosa,

aumenta também a necessidade de estudo dos fatores que incidem sobre a prevalência

de doenças crônicas não transmissíveis associadas à idade, bem como o aprofundamento

da compreensão sobre o papel da nutrição na promoção da saúde dos idosos.

(MENESES, 2005).

Segundo a Organização Americana da Saúde (2003), a prevenção primária de

fatores de riscos se faz com uma alimentação saudável, equilibrada e atividade física

regular, reduzindo assim suas necessidades de atenção à doença. Controlar a

hipertensão, o colesterol e os níveis de glicemia poderá reduzir o risco de complicações

aumentando consequentemente a qualidade de vida do indivíduo.

A deficiência nutricional é um problema relevante na saúde dos idosos, devido

às alterações no organismo, ligadas à idade, aumenta o risco do processo de transição

nutricional caracterizado pela diminuição progressiva da desnutrição e no aumento da

obesidade nos idosos. (KAC, 2003).

As alterações ligadas à idade ocorrem em todas as partes do corpo, trazendo

diversas mudanças no organismo do idoso, como: a diminuição de massa corpórea;

diminuição do metabolismo basal; diminuição da estatura; alterações no funcionamento

digestivo, o que afeta a absorção de nutrientes. (MENESES, 2005).

A obesidade causa problemas nas condições de saúde, um deles é o aumento de

doenças crônicas não transmissíveis, como: hipertensão, diabetes, câncer,

hiperlipidemias e doenças cardiovasculares. (CABRERA, 2001).

O papel da nutrição, para a população idosa é muito importante, pois, através da

avaliação do estado nutricional do idoso e da identificação de doenças crônicas que o

mesmo possui, será possível focalizar a Nutrição preventiva como forma de controlar e

prevenir o avanço dessas doenças, estabelecer intervenções, a fim de manter a saúde do

idoso equilibrada, aumentar sua longevidade e a qualidade de vida, através da promoção

de saúde. (SAMPAIO, 2004).

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Durante o estágio foi constatado através de um estudo exploratório na área em

que o Centro de Saúde Sede abrange, um grande número de idosos, muitos com doenças

crônicas não transmissíveis. Observando-se a realidade do local, verificou-se a

necessidade de avaliar o estado nutricional e a presença de doenças crônicas não

transmissíveis nos idosos de um Centro de Atenção à Terceira Idade, que fica localizado

dentro da área abrangente do Centro de Saúde Sede. Através da análise dos fatores

associados ao estado nutricional como peso e altura e também a presença de doenças

crônicas não transmissíveis, será possível promover a saúde e também realizar a

manutenção da saúde.

A contribuição do tema da pesquisa para a área da nutrição é demonstrar a

importância de verificar o peso e a altura dos idosos, com o objetivo de diagnosticar o

estado nutricional, podendo identificar pessoas com os riscos aumentados para doenças

crônicas não transmissíveis. A avaliação da presença de doenças crônicas não

transmissíveis no idoso contribui para a manutenção da saúde do mesmo. A partir da

identificação do estado nutricional e da presença de doenças crônicas não

transmissíveis, esse estudo teve a utilidade de contribuir, através de intervenções

nutricionais adequadas para a prevenção e para amenização dos problemas que ocorrem

no organismo com o envelhecimento, contribuir para a promoção da saúde e de

estimular uma alimentação saudável direcionada para os participantes da pesquisa.

Essa pesquisa teve como objetivo geral avaliar o estado nutricional e doenças

crônicas não transmissíveis, em idosos freqüentadores de um Centro de Atenção à

Terceira idade de São José, Santa Catarina. A partir desse contexto, estabeleceu-se

como objetivos específicos: realizar avaliação antropométrica; verificar as doenças

crônicas presentes nos idosos; caracterizar o perfil social e demográfico dos idosos;

realizar intervenções de acordo com os resultados e devolver os resultados ao grupo

pesquisado e profissionais de saúde.

No primeiro capítulo introdutório apresenta-se a delimitação do tema, a justificativa,

os objetivo geral e específicos.

No segundo capítulo, aborda-se o referencial teórico que contempla os seguintes

itens: população idosa no Brasil, avaliação antropométrica de idosos, alimentação do

idoso, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus.

No terceiro capítulo apresenta-se o método onde se discute a caracterização da

pesquisa, o local e participantes da pesquisa, assim como a forma como foram coletados

e analisados os dados.

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O quarto capítulo apresenta os resultados e discussão da pesquisa, onde trata-se de

relacionar os dados encontrados às outras pesquisas já realizadas dentro do mesmo

contexto. Aborda a caracterização do perfil social e demográfico, a avaliação do estado

nutricional e da presença de doenças crônicas não transmissíveis em idosos.

O quinto capítulo aborda as considerações finais, onde procura-se responder aos

objetivos propostos, assim como as delimitações da pesquisa e outras propostas de

estudo.

Por último, apresenta-se as referências utilizadas e os apêndices.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 POPULAÇÃO IDOSA NO BRASIL

O Brasil tem vivido uma transição epidemiológica, com alterações significantes

no quadro de morbi-mortalidade. Em 1950, as doenças infecto-contagiosas,

representavam 40% das mortes registradas no país e atualmente, são responsáveis por

menos de 10%. Ocorreu o oposto em relação às doenças cardiovasculares: em 1950,

eram causa de 12% das mortes e, atualmente, representam mais de 40%. Em poucos

anos, o Brasil passou de um perfil de mortalidade típico de uma população jovem, para

um perfil caracterizado por enfermidades complexas e mais onerosas, próprias das

faixas etárias mais avançadas. (GORDILHO, 2000).

A cada ano, 650 mil novos idosos são inseridos na população brasileira. No

Censo de 2010, apresentou 18 milhões de idosos em sua maioria com baixo nível

socioeconômico e educacional e com uma alta prevalência de doenças crônicas e

causadoras de limitações funcionais e de incapacidades.(IBGE, 2010).

O crescimento da população idosa é um acontecimento mundial e no Brasil, as

modificações ocorrem de forma rápida. As projeções indicam que, em 2020, o Brasil

será o sexto país do mundo em número de idosos, com um contingente superior a 30

milhões de pessoas idosas. (CARVALHO, 2003).

O envelhecimento da população é reflexo, dos avanços modernos da medicina,

que permitiram diagnósticos e tratamentos precoces, melhor qualidade de vida e

condições de saúde à população com idade mais avançada, fato que repete em vários

países. No Brasil, é considerada idosa, a pessoa que tem 60 anos ou mais de idade.

(BRASIL, 2002).

O processo de envelhecimento da população, não é resultado do declínio da

mortalidade, e sim do declínio da fecundidade. Uma população torna-se mais idosa à

medida que aumenta a proporção de pessoas idosas e o declínio da taxa de natalidade.

(NASRI, 2008).

Numericamente os idosos têm aumentado significativamente, pois, a velhice é

uma etapa do ciclo da vida, que uma grande porcentagem da população brasileira vem

alcançando e aproveitando essa etapa por mais tempo, devido ao aumento da

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16

expectativa de vida. Tal fato tem chamado a atenção para os problemas enfrentados

pelos idosos, demonstrando a necessidade de garantir ao mesmo, condições de vida

digna durante todo o seu envelhecimento. (CALDAS, 1998).

Carvalho-Won et al. (2003), em seu estudo sobre a transição da estrutura etária

da população Brasileira na primeira metade do século XXI, relatou que a trajetória da

população brasileira, na primeira metade deste século, tanto em relação de seu volume,

quanto de sua estrutura etária, já está praticamente definida, pois, tanto a transição de

mortalidade quanto a da fecundidade já se encontram bem avançadas. Enquanto a

população idosa (60 e mais anos de idade) aumentará a taxas altas (entre 2 e 4% ao

ano), a população jovem irá decrescer. A transição etária brasileira gera oportunidades

e desafios que, se não aproveitados e enfrentados, no momento devido, levará o país a

seríssimos problemas, nas próximas décadas.

Envelhecer, portanto, deve ser com saúde, qualidade de vida, ter uma vida ativa,

para assegurar o bem estar físico e psicológico do idoso. O envelhecimento bem

sucedido pode ser entendido a partir de menor probabilidade de doença, da alta

capacidade funcional física e mental e do engajamento social ativo com a vida.

(KALACHE; KICKBUSCHI, 1997).

A Portaria nº 2.528 de 19 de outubro de 2006, aprova a Política Nacional de

Saúde da Pessoa Idosa que tem como objetivo principal recuperar, manter e promover a

autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e

individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do

Sistema Único de Saúde. Participa dessa política todo cidadão e cidadã brasileiros com

60 anos ou mais de idade. (BRASIL, 2003).

2.2 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS

A antropometria é um ótimo método a ser explorado, por não ser invasivo, é de

fácil aplicação e de baixo custo operacional. É universalmente utilizado, disponível para

avaliar o tamanho, proporções e composição do corpo humano e para identificar

populações de riscos nutricionais. Através dos resultados da antropometria, é possível

realizar prevenções de doenças, intervenções, manutenção e promoção da saúde para a

população idosa. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1995).

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17

A avaliação nutricional expressa o grau no qual as necessidades fisiológicas por

nutrientes estão sendo alcançadas, para manter o organismo saudável, resultando assim

no equilíbrio entre ingestão e necessidade de nutrientes. A avaliação nutricional em

idosos é feita através da antropometria, na qual é constituída pela aferição da altura e do

peso. (KRAUSE, 1998).

A antropometria no idoso é um importante indicador nutricional, porém as

alterações biológicas que ocorrem com o envelhecimento modificam a composição

corporal. As principais alterações são: aumento da gordura corporal, diminuição da

massa muscular, e em alguns casos pode ocorrer encurvamento da coluna ou o

encurtamento das vértebras. (VITOLO, 2008).

O IMC (índice de massa corporal) é um indicador confiável, para estabelecer o

estado nutricional atual. Este indicador leva em consideração o peso corporal e a altura

da pessoa e é indicado para diagnosticar baixo peso, eutrofia e sobrepeso/obesidade.

(VASCONCELOS, 2000).

A carência nutricional ocorre quando o indivíduo ingere menor quantidade e

qualidade de nutrientes, comparado com as necessidades diárias. A desnutrição é um

distúrbio resultante de combinações e graus variados de deficiência protéico-calórica. A

desnutrição protéico-calórica (DPC) é um distúrbio nutricional de maior importância

observado nos idosos e está relacionada ao aumento da mortalidade e aumenta a

possibilidade de infecções e à redução da qualidade de vida. (SULLIVAN, 1999).

Para que o indivíduo mantenha seu peso adequado é necessário que o mesmo

ingira a quantidade adequada de nutrientes diariamente, evitando assim qualquer tipo de

desnutrição ou sobrepeso. (ALVES, 1995).

Menezes e Marucci et al., (2010), realizaram um estudo em Fortaleza – CE, com

305 idosos, sobre avaliação antropométrica de idosos residentes em instituições de

longa permanência onde os resultados indicaram que em relação ao IMC, 66% dos

homens apresentaram baixo peso. As mulheres apresentaram maior prevalência de

excesso de peso (12,3%), quando comparadas aos homens (7,4%). Em todos os grupos

etários, os idosos apresentaram elevadas prevalências de desnutrição. De acordo com

estes resultados, o estudo conclui que os idosos residentes em instituições de longa

permanência da cidade de Fortaleza apresentam risco nutricional, o que implica a

necessidade de intervenções, para que os mesmos voltem ao estado nutricional normal e

sejam considerados eutróficos.

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18

O indivíduo é considerado eutrófico quando o seu estado nutricional está

adequado, ou seja, não há déficit ou excesso de peso. Isto ocorre quando há um

equilíbrio entre o consumo de alimentos e o gasto de energia, bem como o equilíbrio

entre o consumo alimentar em relação às necessidades nutricionais. (CLAUDINO,

2002).

O distúrbio nutricional ocorre quando o indivíduo ingere alimentos

exageradamente. Neste caso, ocorre o desequilíbrio do consumo de nutrientes em

relação às necessidades nutricionais adequadas. A obesidade é mais freqüente em

indivíduos com a idade acima dos 60 anos, devido o aumento da massa corporal que

ocorre naturalmente com a idade. A prevalência de obesidade e de sobrepeso em

indivíduos acima de 60 anos produz diversas conseqüências para a saúde, como

diabetes, hipertensão, câncer, dislipidemias e o aumento da mortalidade. (FERREIRA,

2003).

Por fim o estado nutricional deve ser avaliado por um profissional nutricionista,

que irá diagnosticar o indivíduo e recomendar um cardápio adequado para o mesmo,

com a finalidade de garantir o equilíbrio entre a ingestão do alimento e a necessidades

de nutrientes.

2.3 ALIMENTAÇÃO DO IDOSO

Segundo Galisa (2008), faltam informações quanto aos efeitos do

envelhecimento sobre as necessidades nutricionais, dificultando, assim, a avaliação da

ingestão adequada de vários nutrientes. Existem poucas pesquisas desenvolvidas sobre o

tema, assim como a grande variabilidade entre os dados encontrados sobre as

necessidades energéticas nesse grupo, associadas à diversidade de níveis de atividades

físicas dos idosos, tornam incompletas e variáveis as evidências científicas sobre as

necessidades energéticas para a população idosa.

Geralmente as necessidades de calorias diárias diminuem com a idade, devido às

alterações na composição corporal, à diminuição da prática de atividades físicas e à

diminuição da taxa metabólica basal. O conhecimento destas necessidades dos idosos é

de grande importância para a promoção da saúde. Os valores diários sugeridos para os

macronutrientes (lipídios, proteínas, fibras e glicídios), baseia-se nos níveis

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recomendados por gramas e/ou por percentuais em relação ao valor energético total.

(MARUCCI, 2007).

A recomendação diária de carboidratos deve corresponder a aproximadamente

50% a 55% do valor energético total ingerido pelo idoso. A recomendação diária de

lipídios não deve ultrapassar a 30% do consumo total calórico diário. As gorduras

saturadas não devem passar de 10% do valor energético total diário. A recomendação

diária de proteínas não deve passar de 15% do valor energético diário. A ingestão

inadequada de gorduras saturadas, sendo a mesma acima do valor diário recomendado,

acarretará alterações no perfil lipídico plasmático, responsável pelo aparecimento de

doenças cardiovasculares, que tanto afetam os idosos. (FRANK, 1996).

A nutrição corresponde aos processos da ingestão e conversão das substâncias

dos alimentos em nutrientes, que são utilizados pelo nosso organismo para a

manutenção do mesmo. Se o indivíduo consome nutrientes acima ou abaixo do

recomendado estará acarretando problemas futuros para a sua saúde. Alcançar os

valores diários remendados de nutrientes como, por exemplo, de carboidrato, proteína e

gordura irá prevenir risco doenças crônicas. Porém, se o indivíduo consumir quantidade

de carboidrato, proteína e gordura acima do recomendado há um grande potencial de

aumentar o risco de doenças crônicas, no mesmo. (GALISA, 2008).

Os nutrientes como o carboidrato, proteína, lipídeos, vitaminas e minerais são

essências para a vida humana. As funções do carboidrato são fornecer energia para o

organismo, servir como único substrato energético para o sistema nervoso central, ativar

o metabolismo e preservar a proteína. As principais funções da proteína são a de

constituir os nossos músculos e vísceras, uma vez que a maioria absoluta da proteína

corporal está presente nos mesmos. A proteína muscular tem a principal função de

executar a contração muscular, função primordial que possibilita movimentarmos. Os

lipídeos desempenham funções como estruturais, energéticas e hormonais no

organismo, além de auxiliar na absorção e transporte de vitaminas lipossolúveis.

(COZZOLINO, 2005).

É comum acontecer deficiências de micronutrientes, na população de terceira

idade. A deficiência de nutrientes afeta indivíduos dependentes e independentes e ocorre

por diversos fatores. Nos idosos saudáveis, a causa principal é a alimentação reduzida

(causada pelo declínio de gasto energético) sem o aumento simultâneo da densidade

nutricional. Um estilo de alimentação insatisfatório dos idosos socialmente isolados ou

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20

empobrecidos é um fator que contribui para a deficiência de micronutrientes.

(RUDMAN, 1989).

Diante desta realidade, é necessário atenção ao estado nutricional dos idosos,

dando ênfase à orientação nutricional da quantidade diária de micronutrientes que deve

ser ingerida diariamente. (FRANK, 1996).

Um estudo realizado por Campos (2000), com 300 idosos no Rio de Janeiro com

o objetivo de verificar os fatores que afetam o consumo alimentar e a nutrição do idoso,

demonstrou que os fatores socioeconômicos, as alterações fisiológicas, alterações no

funcionamento do aparelho digestivo, alterações na percepção sensorial, alterações na

capacidade mastigatória, alterações na composição e no fluxo salivar e na mucosa oral,

alterações na estrutura e função do esôfago, alterações na estrutura e função do

estômago e intestino e efeitos secundários dos fármacos são os que mais acometem os

idosos. O estudo ainda ressalta que é necessário adotar condutas, associada ao domínio

cognitivo dos fatores que afetam o consumo alimentar dos idosos, com a finalidade de

propiciar aos profissionais de saúde e as casas de amparo a terceira idade o investimento

em intervenções que contribuirão, positivamente, para o consumo alimentar adequado

desse segmento populacional e, conseqüentemente, auxiliarão na melhoria do seu estado

nutricional.

Neste contexto, é necessário que o nutricionista preste atenção em alguns

aspectos fundamentais na alimentação do idoso, ou seja, é imprescindível a

compreensão de todas as peculiaridades inerentes às mudanças fisiológicas naturais do

envelhecimento como perda da capacidade para preparar os alimentos, perda do apetite

e diminuição da sede, perda da autonomia física e financeira para comprar os alimentos,

perda da percepção da temperatura do alimento, perda parcial ou total da visão que

dificulta a seleção o preparo do alimento e algum motivo que o faça restringir

determinados alimentos. (BRASIL, 2006).

Por fim, é necessário que o nutricionista avalie o idoso como um todo,

respeitando sua religião, sua cultura, suas patologias e suas limitações.

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2.4 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSIVEIS

Com o aumento de pessoas acima de 60 anos, é necessário que seja estudado os

comportamentos relacionados aos hábitos alimentares e à saúde, a fim de verificar o

estado nutricional da população, para que as propostas de políticas de saúde causem

impacto na resposta da qualidade de vida da população. O rápido envelhecimento

populacional vem se constituindo em novo desafio à saúde pública contemporânea,

principalmente em países onde há situação de desigualdade social e pobreza. (LIMA,

2003).

A manutenção e a permanência do estado nutricional adequado é de extrema

importância, pois, de um lado encontra-se, o sobrepeso, que aumenta o risco de doenças

crônicas não-transmissíveis (DCNT), como câncer, hipertensão, diabetes mellitus e

hiperlipidemias. Por outro lado, o baixo peso que aumenta o risco de infecções e

mortalidade. (CABRERA, 2001).

Uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos são as doenças

crônicas não transmissíveis. Doenças como o câncer, diabetes, hipertensão,

dislipidemias e hipercolesterolemia já são responsáveis por 58,5% de todas as mortes no

mundo. No Brasil, as doenças crônicas, responsáveis por quase metade das mortes, são

as doenças cardiovasculares e as neoplasias. Os fatores de risco que levam o ser humano

a desenvolver as doenças crônicas não transmissíveis normalmente são: vida sedentária,

tabagismo, alcoolismo, baixo consumo de frutas e hortaliças, excesso de peso e stress.

(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2003).

A incidência da maioria das doenças crônicas está relacionada com a

alimentação, ambiente social e com as atividades diárias. Os hábitos alimentares e

comportamentais são elementos fundamentais no controle e prevenção das morbidades

em questão. As mudanças no estilo de vida são necessárias para adquirir qualidade de

vida e saúde. Além de uma alimentação variada e equilibrada como ingerir frutas e

verduras todos os dias, dar preferências para carnes magras, preparar os alimentos

cozidos, grelhados ou assados e inserir alimentos integrais nas refeições, recomenda-se

a prática de exercício físico. Estas intervenções são eficazes e essenciais na prevenção

de doenças crônicas e na promoção de saúde. (FERREIRA, 2003).

Um estudo realizado por Bueno (2008) com 82 idosos, em Minas gerais,

realizou avaliação nutricional e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em

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22

idosos pertencentes a um programa assistencial. No estudo foram coletadas variáveis

socioeconômicas, antropométricas, bioquímicas e pressão arterial sistêmica de 82

indivíduos de 60 a 87 anos, sendo 90,2% do sexo feminino. Com relação ao Índice de

Massa Corpórea (IMC), 63,4% dos idosos estavam com sobrepeso, 12,5% eutróficos, e

11,8% com baixo peso. Em relação à pressão arterial, 22,0% eram hipertensos. É

importante que haja programas de educação nutricional continuada e de monitoramento

do estado nutricional e de saúde para melhoria da qualidade de vida destes indivíduos

estudados.

Neste contexto, a manutenção de uma nutrição adequada e equilibrada é de

extrema importância para a saúde da pessoa idosa, tanto no que se refere a recuperação,

como na prevenção e manutenção de doenças. (MAHAN, 1998).

Sendo assim, pode-se dizer que o papel da nutrição é muito importante pela

modulação das mudanças fisiológicas relacionadas com a idade e no desenvolvimento

de doenças crônicas não-transmissíveis, como doenças cardiovasculares, diabetes,

obesidade, osteoporose e alguns tipos de câncer. A Dietoterápia contribui para a

prevenção das complicações e manutenção da condição nutricional e da qualidade de

vida. (DIRREN, 1994).

A Dietoterapia é um tratamento que tem por base a modificação dos alimentos

pela adição de substâncias alimentares com propriedades de cura, com a finalidade de

suprimir outras substâncias, pois, o organismo doente se encontra incapacitado de

metabolizar, o que por si só neste último caso poderá induzir ou agravar a doença, assim

a Dietoterapia irá diminuir a morbidade e mortalidade recuperando o estado nutricional

do indivíduo. (KRAUSE, 2005).

2.5 NUTRIÇÃO NA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica degenerativa e de

etiologia multifatorial. A hipertensão compromete os vasos do organismo, determinando

alteração no tônus vasomotor e favorecendo assim a vasoconstrição, conseqüentemente

aumentando a pressão arterial. Quando a hipertensão não é tratada o indivíduo poderá

desenvolver outras doenças crônicas-degenerativas, como a insuficiência cardíaca

congestiva, a falência renal e a doença vascular periférica. (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002).

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23

A hipertensão é uma doença silenciosa, pois, as pessoas hipertensas podem

apresentar-se assintomáticas durante anos e virem a sofrer um infarto fatal. Apesar de

não existir cura, a prevenção e o tratamento diminuem a incidência e as seqüelas da

doença. Atualmente veem ocorrendo um aumento para as mudanças no estilo de vida,

como prática de exercício físico e hábitos alimentares saudáveis, o que tem contribuído

para que a dieta represente um papel importante na prevenção e manutenção do

tratamento da hipertensão. (KRAUSE, 2003).

A hipertensão arterial ou pressão alta ocorre quando a medida da pressão se

mantém freqüentemente acima de 140 por 90 mmHg. Essa doença é herdada dos pais

em 90% dos casos, porém, há vários fatores que podem influenciar os níveis de pressão

arterial, tais como: consumo de bebidas alcoólicas, fumo, grande consumo de sal,

obesidade, estresse, falta de atividade física e níveis altos de colesterol. Sabe-se que sua

incidência é maior entre: homens com até 50 anos, mulheres acima de 50 anos, raça

negra, aumenta com a idade e é maior em diabéticos. É importante que o indivíduo,

cuide de sua saúde durante todos os seus ciclos de vida, para evitar doenças crônicas

que trazem como problema secundário as doenças cardiovasculares. (BRASIL, 2004).

No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 33% dos óbitos

com causas conhecidas. Essas doenças foram a primeira causa de hospitalização no

setor público, entre 1996 e 1999, e responderam por 17% das internações de pessoas

com idade entre 40 e 59 anos e 29% daquelas com 60 ou mais anos. (PASSOS; ASSIS;

BARRETO, 2006).

Em um estudo realizado por Passos (2006), no Brasil onde foi avaliada a

prevalência da hipertensão no país, no início dos anos 90, revelou valores de

prevalência entre 7,2 e 40,3% na Região Nordeste, 5,04 a 37,9% na Região Sudeste,

1,28 a 27,1% na Região Sul e 6,3 a 16,75% na Região Centro-Oeste.

O risco relativo à idade para a hipertensão está ligado muito mais na função de

variáveis envolvendo o estilo de vida como: stress, falta de atividade física e má

alimentação, do que simplesmente à idade, o que se acredita ser passível de prevenção

do aparecimento da hipertensão arterial.(STAMLER et al., 1993).

Um dos pontos importantes para prevenção da pressão arterial é ter uma dieta

balanceada, saudável e pobre em sal. Por ser uma doença silenciosa, é necessário aferir

a pressão arterial pelo menos uma vez ao ano, porém, se o indivíduo tem pré disposição

de ter hipertensão, é necessário seguir as recomendações médicas em relação ao número

de vezes para verificar a pressão arterial durante o ano. (BRASIL, 2006).

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24

Para tratar a hipertensão arterial, utiliza-se a forma medicamentosa, como o uso

de medicamentos de classe anti-hipertensivos, diuréticos (tiazídicos, de alça e

poupadores de potássio), inibidores adrenérgicos (ação central, alfa-1 bloqueadores e

betabloqueadores), vasodilatadores diretos, inibidores da enzima conversora da

angiotensina, antagonistas dos canais de cálcio e antagonistas do receptor da

angiotensina II. A hipertensão também pode ser tratada na forma não medicamentosa

onde o tratamento não medicamentoso constitui um dos pilares do tratamento da

hipertensão arterial, podendo controlar os níveis pressóricos sem medicamentos ou

potencializar o efeito dos hipotensores. O tratamento não farmacológico, inclui dieta

alimentar, exercício físico, redução do peso, manutenção do peso ideal, exclusão do

consumo de álcool e cigarro, suplementação de cálcio e de potássio. É importante

ressaltar que a dieta alimentar é eficaz tanto nos tratamentos medicamentosos, quanto

nos tratamentos não medicamentosos. (LAGE; OLIVEIRA, 2003).

Sabe-se que o consumo excessivo de sódio eleva a pressão arterial por aumento

da volemia, e, conseqüentemente aumento do débito cardíaco. O consumo médio diario

de sal da população brasileira é em torno de 10 a 12 gramas. Esse consumo refere-se ao

sódio intrínseco e extrínseco, sendo importante ressaltar a enorme variedade de

alimentos processados que apresentam adição de sódio. O consumo total diário de sódio

pode ser considerado proveniente de três fontes: 10% de sódio intrínseco, 75% de

alimentos processados, e 15% de sal de adição. Pode-se recomendar para um paciente

hipertenso, 4 a 6g de sal por dia, que é equivalente á 1 colher (café). (ALVES;

FERREIRA, 2004).

O tratamento nutricional é uma forma terapêutica importante para o controle da

hipertensão arterial. O controle da hipertensão arterial sistêmica HAS por meio de

medidas dietéticas específicas tem como objetivo, não apenas a redução dos níveis

tensionais, mas também a adaptação de hábitos alimentares que se estendem no dia a dia

do indivíduo. A dieta como único recurso terapêutico, tem mostrado ser muito eficaz.

Em estudo randomizado de acompanhamento controlado por 4 anos, observou-se que

nos hipertensos que abandonaram o tratamento farmacológico e mantiveram a dieta, a

pressão arterial voltou a subir em 60% ao final dos 4 anos, enquanto que naqueles

pacientes que abandonaram a medicação e retornaram aos velhos hábitos alimentares

90% tiveram sua pressão elevada. (LAGE; OLIVEIRA, 2003).

Alguns mirerais como potássio e o magnésio ajudam a controlar os níveis da

pressão arterial. A ingestão de potássio necessária para surgir efeito na diminuição da

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pressão arterial pode ser alcançada com alimentos naturais, não necessitando o uso de

suplementos desse mineral (KRUMMEL, 2002).

Os alimentos ricos em potássio que podem ser consumidos diariamente e ajudar

na redução da pressão arterial são: inhame, feijão preto, couve-flor, lentilha, abóbora,

cenoura, chicória, vagem, espinafre, nabo, rabanete, abacate, banana, laranja, mamão e

maracujá. Para acentuar o sabor nas preparações caseiras e reduzir o sal, recomenda-se

utilizar temperos como: alho, salsa, coentro, cebola, cebolinha, o ameixa, orégano,

limão, louro no lugar do sal. (LEÃO; GOMES, 2003).

O magnésio é um potente inibidor da contração da musculatura lisa vascular, por

este motivo, ajuda na regulação da pressão arterial como um vasodilatador. A adição de

alimentos ricos em magnésio deve ser diária para ajudar na redução e no controle da

pressão arterial. As principais fontes de magnésio são leguminosas, cereais, e os

vegetais folhosos verde-escuros. (JARDIM; MONEGO; REIS, 2004).

O Ministério da Saúde (BRASIL,2002) através dos 10 passos para uma

alimentação saudável para diabéticos e hipertensos, recomenda:

01) Estabeleça horários para as refeições, distribuindo-as em 5 a 6 refeições por

dia.

02) Consuma variados tipos de legumes, verduras e frutas. Use sempre aqueles

de coloração intensa, como os verde-escuros e amarelos.

03) Escolha alimentos ricos em fibras: verduras, frutas e legumes, leguminosas

(feijões), cereais integrais como arroz, pão e farinhas (aveia, trigo etc.).

04) Evite os alimentos ricos em açúcares, como doces, refrigerantes, chocolates,

balas e outras guloseimas.

05) Consuma pouco sal de cozinha. Evite alto teor de sal, temperos prontos e

alimentos industrializados. Prefira ervas (salsa, coentro, cebolinha e orégano),

especiarias e limão para tornar as refeições mais saborosas.

06) Diminua o consumo de gordura: diminua a quantidade de manteiga e

margarina que você consome; evite frituras e alimentos industrializados que contêm

gordura vegetal hidrogenada entre seus ingredientes (leia no rótulo dos alimentos); dê

preferência para: leite desnatado, queijos brancos (ricota, frescal), carnes magras

(frango, peixe) e alimentos preparados com pouco óleo e gordura.

07) Evite fumo e bebidas alcoólicas.

08) Beba água!

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09) Mantenha um peso saudável. O ideal é um Índice de Massa Corporal (IMC)

entre 18,5 e 24,9. O IMC é calculado da seguinte forma: peso (em Kg) dividido pela

altura (em metros) ao quadrado. IMC = peso / altura 2

10) Tenha uma alimentação saudável e uma atividade física moderada e regular.

Assim você terá um peso adequado, que também é importante para o controle do

diabetes e da hipertensão.

É importante também seguir os seguintes cuidados no supermercado: ler os

rótulos cuidadosamente, procurar um produto similar com uma menor quantidade de

sódio, para a mesma porção, evitar comprar preparações instantâneas, comprar vegetais

frescos, pois, os vegetais enlatados são ricos em sódio porque o sal é adicionado durante

o processamento para conservação. (SALGADO, 2002).

2.6 NUTRIÇÃO NO DIABETES MELLITUS

O diabetes é uma junção de doenças metabólicas caracterizadas por

hiperglicemia que está associada a complicações, disfunções e insuficiência de vários

órgãos, afetando especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, vasos sangüíneos e coração.

Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos

patogênicos específicos, como por exemplo, destruição das células beta do pâncreas

(são produtoras de insulina), distúrbios da secreção da insulina, resistência à ação da

insulina, entre outros problemas. (BRASIL, 2006).

Existem três tipos de diabetes, o diabetes tipo 1, 2 e gestacional. O diabetes tipo

1 (DM1) é caracterizado como uma doença auto-imune, devido a destruição das células

beta produtoras de insulina. A destruição das células ocorre por engano, pois, o

organismo as identifica como corpos estranhos. A sua ação é uma resposta auto-imune.

O diabetes tipo 1, aparece no organismo, quando o mesmo deixa de produzir insulina,

os portadores de diabetes tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para

regularizar o metabolismo do açúcar, sem a insulina, a glicose não chega até as células,

que necessitam dela para queimá-la e transformá-la em energia. Os órgãos afetados

devido às taxas altas de glicose no sangue são os olhos, nervos, coração ou rins.

(NORWOOD, 2000).

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O diabetes tipo 2, tem maior influência hereditária que no tipo 1 e também há

uma grande relação com obesidade e o sedentarismo. O diabetes tipo 2, ocorre mais em

pessoas acima de 40 anos e aparece no organismo quando ocorre uma contínua

produção de insulina pelo pâncreas e as células musculares e adiposas não conseguem

metabolizar glicose suficiente da corrente sanguínea, isto chama-se “resistência

insulínica”. O diabetes tipo 2 pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico,

juntamente com medicamentos orais ou combinação destes com a insulina.

( ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE DIABETES, 1998).

Para diagnosticar o diabetes são utilizados exames laboratoriais como glicemia

de jejum e o teste oral de tolerância à glicose (TTG-75g). O papel do exame de glicemia

de jejum é identificar o nível de glicose no sangue após a realização de um jejum de 8 a

12 horas. Já a função do TTC-75g é de apresentar o nível de glicose no sangue após

uma carga de 75g de glicose que é administrada ao indivíduo em jejum. (BRASIL,

2006).

Os critérios da avaliação do índice glicêmico são indicados tanto para crianças

quanto para adultos e idosos e serão apresentados no Quadro 1 a seguir:

Classificação

Glicemia em jejum

(mg/dl)

Glicemia 2hrs após TTG-

75g (mg/dl)

Normal < 110 < 140

Hiperglicemia

intermediária

(Glicemia de jejum

alterada ou

Tolerância à glicose

diminuída)

110-125

140-199

Diabetes mellitus > 126 > 200

Quadro 1 : Classificação do índice glicêmico para idosos.

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Diabetes Mellitus, 2002.

A terapia nutricional no diabetes tem como objetivo estabelecer um plano de

refeições que contenham nutrientes em quantidades adequadas, capazes de proporcionar

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um controle glicêmico satisfatório com a finalidade de diminuir as complicações agudas

e crônicas do diabetes. Quando se trata de alimentação, o carboidrato é o nutriente que

mais aumenta a glicemia, independentemente de ser simples ou complexo. A contagem

de carboidratos se dá através da contagem de gramas de carboidratos que foram

consumidos nos lanches e nas refeições, proporcionando uma maior estabilidade da

glicemia. O efeito exato do carboidrato sobre a glicemia depende também de vários

outros fatores como absorção, digestão, interação com medicamentos e variando assim

de pessoa para pessoa. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2008).

É necessário que o diabético siga uma alimentação equilibrada, para garantir os

níveis de glicemia no sangue controlado. As frutas contêm carboidratos, portanto, o

consumo de frutas deve ser diário, variado e espaçado durante o dia. O consumo

excessivo de frutas poderá alterar e desfavorecer a glicemia. O mesmo cuidado o

diabético deve ter com os carboidratos, que fornecem a maior parte da energia

necessária para a pessoa se movimentar.

Os carboidratos, quando são absorvidos no organismo, são convertidos em

glicose e é esta glicose a fonte principal de energia para as diferentes células que

compõem o nosso corpo, porém os carboidratos também aumentam o índice glicêmico.

O diabético deve controlar o consumo de alimentos que contêm carboidratos como,

açúcar do leite, macarrão, pipoca, tapioca, farinha de trigo, aveia, doces em geral e

refrigerantes. Em relação ao consumo do açúcar de mesa, deverá ser controlado ou até

mesmo restringido, isto irá depender do tipo de dieta que foi orientada ao diabético.

(SBD, 2007).

Os carboidratos simples são pequenas moléculas de açúcar, dentre os quais

podemos encontrar monossacarídeos principalmente glicose e frutose, ou dissacarídeos

são caracterizados por duas unidades de monossacarídeos como sacarose (glicose-

frutose) e lactose (galactose-glicose). A glicose e a frutose são encontradas nas frutas,

verduras e mel, enquanto a galactose é encontrada no leite. O açúcar de mesa é fonte da

sacarose, que nada mais é que a combinação de glicose e frutose. Os carboidratos

complexos são formados por longas cadeias de glicose, dentro do grupo de carboidratos

complexos encontramos também as fibras alimentares. (FERREIRA, 2004).

Os carboidratos simples encontrados em alimentos como o açúcar refinado,

sorvetes, mel, doces, chocolates, balas e bolos são absorvidos rapidamente no nosso

organismo e causam níveis altos de glicose no sangue, neste caso o consumo desses

tipos de alimentos deve ser moderado. Os níveis altos de glicose no sangue se

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demonstram em um quadro de hiperglicemia normalmente associada a diabetes

mellitus. O diabético deve preferir carboidratos complexos, pois a lenta digestão dos

carboidratos complexos principalmente amido de fontes como milho, batata, mandioca e

arroz, favorece a absorção gradativa para o interior das células ajudando a manter o

nível de glicose equilibrado no sangue. (SOUZA, 1998).

Segundo a Associação Americana do Diabetes (2008), o consumo de uma dieta

com alto teor de fibras (50 g/ao dia) reduz a glicemia em pessoas com diabetes tipo 1 e

2. As fibras solúveis são a de maior importância para os diabéticos, pois, ajudam a

retardar a absorção de glicose, reduzir a concentração de glicose no sangue, aumentar a

sensibilidade à insulina e provocar sensação de saciedade. As fontes de fibras solúveis

são: frutas, hortaliças, leguminosas, sementes, aveia, farelo de aveia.

A maior preocupação é referente ao índice glicêmico do sangue, que pode ser

elevado em poucos minutos dependendo do alimento que foi consumido. Por isso, é

necessário que o diabético faça simples substituições em sua alimentação como: trocar o

leite integral pelo desnatado, carnes gordurosas por peito de frango, sorvete por iogurte

frozen, diminuir o tamanho do prato e trocar alimentos feitos com farinha de trigo por

alimentos preparados com farinha integral. (COSTA, 2002).

É importante o diabético consumir alimentos que ajudem a baixar e equilibrar o

índice glicêmico. Alimentos como canela, vinagre de maçã, nozes e batata doce além de

fornecer nutrientes, possuem também essa função. A dieta constitui parte fundamental

no tratamento do diabetes, seja ele leve ou exigindo cuidados especiais. Para ter uma

alimentação equilibrada, com todos os nutrientes necessários para a manutenção da

saúde, é preciso variar os tipos de alimentos e consumi-los com moderação. O plano

alimentar do diabético deve ser personalizado pelo nutricionista, de acordo com idade,

sexo, altura e tipo de atividade física realizada. (CÂNDIDO, 1995).

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30

3 MÉTODO

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A investigação científica depende de uma série de procedimentos intelectuais e

técnicos, com a finalidade de atingir seus objetivos através dos métodos científicos.

(GIL, 1999).

Esta pesquisa apresentou uma abordagem descritiva, pois, visou descrever as

características de uma determinada população e envolveu o uso de técnicas

padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Segundo Gil

(2002), uma pesquisa descritiva visa descrever as características de determinadas

populações ou fenômenos.

Na atual pesquisa foi avaliado o estado nutricional de idosos e a presença de

doenças crônicas dos mesmos. O estado nutricional foi avaliado através do peso e da

altura. A presença de doenças crônicas que afetam os idosos foi avaliado através de um

questionário e as informações foram transformadas em números, com a finalidade de

avaliar e classificar os dados coletados. Neste sentido, foi priorizado na atual pesquisa o

método quantitativo.

A pesquisa quantitativa, leva em consideração tudo que pode ser quantificável,

ou seja, traduz em números, informações e opiniões, com a finalidade de classificá-las,

analisá-las e de conhecer a realidade do grupo que foi estudado. Requer o uso de

recursos e de técnicas estatísticas. Na área da Saúde, os métodos quantitativos ajudam a

avaliar risco e tendência de agravos e ameaças de doenças. (MINAYO, 1992).

Esta investigação caracterizou-se também como Estudo de Caso e Pesquisa-

ação. Estudo de Caso, pois houve coleta de dados de um grupo específico, onde foi

realizado avaliação antropométrica e a presença de doenças crônicas em idosos, a fim de

permitir um amplo e detalhado conhecimento do grupo estudado. Após o conhecimento

das características do grupo estudado, foram realizadas intervenções, caracterizando-se,

assim, como Pesquisa-ação. Este tipo de pesquisa ocorre quando é concebida e realizada

em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo.

(GIL, 1991).

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3.2 LOCAL E PARTICIPANTES DA PESQUISA

O objetivo foi de realizar o estudo com 30 idosos, no entanto, isso não foi

possível, pois 13 idosos que confirmaram a participação por telefone não

compareceram.

A pesquisa foi realizada no Centro de Atenção à Terceira Idade – CATI que

localiza-se na cidade de São José, SC e foi inaugurado no ano de 2005. Atualmente

estão cadastrados no CATI 3800 idosos, sendo que o número de idosos que frequentam

diariamente o local é de aproximadamente 400 idosos. O local tem como o objetivo,

disponibilizar o espaço de convivência e prestar serviços na área da saúde, esporte,

educação e cultura, visando contribuir para um envelhecimento saudável aos

freqüentadores do local. (VIEIRA et al.,2010).

O grupo escolhido para participar da pesquisa, foi o grupo de idosos que

frequenta o Centro de Atenção á Terceira Idade todas as quintas- feiras pela manhã.

O critério para a escolha do grupo foi que estes estivessem cadastrados no

Centro de Atenção á Terceira Idade – CATI, em 2011. A enfermeira Eliane, responsável

pelo local agendou através de telefonemas, 30 idosos para participar da pesquisa e foi

critério de inclusão ter realizado cadastro no ano de 2011. A pesquisa foi realizada com

17 idosos, sendo 14 do sexo feminino e 3 do sexo masculino.

3.3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Primeiramente foi solicitada a autorização para a coordenadora do Centro de

Atenção à Terceira Idade, para a execução da pesquisa. Logo após a confirmação da

autorização, foram marcados cinco encontros com o grupo estudado.

O primeiro encontro foi realizado no auditório do CATI e teve como objetivo

conhecer os participantes e entregar aos mesmos, o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (APÊNDICE A). No termo constavam informações sobre a pesquisa e a

solicitação da autorização para coleta de dados.

No segundo e no terceiro encontros foi realizada a coleta dos dados

antropométricos como peso e altura através do questionário identificação dos

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participantes da pesquisa (APÊNDICE B). A coleta dos dados foi realizada na sala de

atendimento de nutrição, que fica localizada dentro do Centro de Atenção à Terceira

Idade - C.A.T.I.

O peso em (Kg) foi verificado através de balança mecânica, da marca Welmy,

com capacidade para 150 Kg e precisão de 0,05Kg. Os participantes foram pesados no

centro da plataforma da balança, procurando não se movimentar, sem sapatos e com

roupas leves. A verificação da estatura (m) foi realizada com o auxílio do estadiômetro

acoplado à balança. Para verificar a estatura, os participantes foram avaliados com os

pés juntos e com o pescoço em linha reta, sem movimentar a cabeça. Para não

prejudicar a mensuração da estatura os participantes foram avaliados, sem os sapatos e

adornos na cabeça. A referência para a verificação da altura foi o ponto mais alto da

cabeça. (SISVAN, 2004).

Após a coleta do peso e da altura, a avaliação do estado nutricional do idoso foi

feita através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) que consiste no quociente

entre o peso (em Kg) pela altura ao quadrado em metros. A classificação do estado

nutricional deu-se pelos pontos de corte estabelecidos pelo Ministério da Saúde

(BRASIL, 2008), (Quadro 2), com a finalidade de diagnosticar o estado nutricional do

participante.

Índice antropométrico

IMC

Pontos de corte Classificação do estado

nutricional

< 22 kg/ m2 Baixo peso

≥ 22 e < 27 kg/ m2 Eutrófico

≥ 27 kg/ m2 Sobrepeso

Quadro 2 – Ponto de corte para a classificação do estado nutricional de idosos.

Fonte: A.D.A, 1994.

Após a avaliação dos dados antropométricos foi realizada a avaliação da

presença de doenças crônicas e a caracterização do perfil social e demográfico dos

idosos que foram coletadas através de um questionário de identificação dos

participantes da pesquisa (APÊNDICE B). Para obter os dados da presença de doenças

crônicas constavam no questionário perguntas diretas como: se o participante possui

algum tipo de doença crônica, e se possui qual doença e para caracterizar o perfil social

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e demográfico dos idosos constavam no questionário perguntas diretas tais como: idade,

sexo, escolaridade, renda e estado civil.

No quarto encontro foi realizada a primeira intervenção, que se deu por uma

cozinha experimental com alimentos saudáveis para os participantes da pesquisa, onde

os mesmos receberam receitas de alimentos saudáveis (cozido com vegetais, farofa de

ovo, maionese light, frango empanado, bolinho de arroz assado light e peixe nutritivo)

com calorias e valores nutricionais da receita.

No quinto encontro, foram realizadas outras duas intervenções, onde foi

entregue dois folders sobre cuidados na alimentação para pacientes com hipertensão e

outro folder para pacientes com diabetes. A distribuição foi realizada no auditório do

CATI, onde cada folder foi lido e explicado para os idosos. Em seguida foi realizada a

devolução dos resultados da pesquisa aos participantes, através de slides.

As intervenções foram realizadas de acordo com os resultados obtidos com a

finalidade de estimular uma alimentação saudável, objetivando a promoção e a

manutenção da saúde aos participantes da pesquisa.

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34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL SOCIAL E DEMOGRÁFICO DOS IDOSOS

Em relação ao sexo dos participantes da pesquisa contatou-se que n=3 (17,65%)

eram do sexo masculino e n=14 (82,35%) do sexo feminino.

Observou-se nesse estudo a maior prevalência das mulheres participando da

pesquisa, o que pode se sugerir que as mesmas possuem maior interesse em estar

sempre atualizadas e preocupadas com a sua saúde.

A idade mínima dos participantes foi de 60 anos, a média 65 anos e a máxima

foi de 82 anos. Quanto ao nível de instrução dos participantes da pesquisa, verificou-se

que n=6 (32,29%) estudou até a quarta série do ensino médio, n=3 (17,65%) concluíram

o ensino médio, o qual corresponde ao atual nono ano e antiga oitava série, n=3

(17,65%) completou o segundo grau e n=5 (29,41%) possuem curso superior completo.

A escolaridade no Brasil vem evoluindo, porém, quando comparado a outros

países o ritmo do nosso país é considerado lento. A média de estudo para indivíduos

nascidos em 1930 era de 3 anos, já em 1950 esta média subiu para 6 anos.(BARROS,

2002). Ao comparar os dados estatísticos com os índices encontrados na atual pesquisa,

observa-se a semelhança entre os dois, uma grande amostra de idosos (29,41%)

completou um curso superior, porém 32,29% estudaram até a quarta série do ensino

médio.

Quanto à renda dos participantes verificou-se que n=2 (11,75%) recebiam um

salário mínimo, n=9 (52,94%) recebiam dois salários mínimos e que n=6 (32,29%)

recebia acima de quatro salários mínimos.

Segundo Pinheiro (1994), uma das características marcantes da população que

envelhece no Brasil é a pobreza. Aposentadorias e pensões constituem a principal fonte

de rendimentos da população idosa. No presente estudo contatou-se que (52,94%) dos

idosos recebiam dois salários mínimos, dentro deste contexto é possível afirmar que é

muito difícil para um idoso se manter, comprar remédios e ainda pagar um plano de

saúde ganhando apenas 2 salários mínimos por mês. È importante ressaltar que devido

ao salário baixo do idoso, diminui também a qualidade e expectativa de vida do mesmo.

(BERCOVICH, 2003).

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Em relação ao estado civil dos participantes contatou-se que n=2 (11,75%) são

solteiros, n=6 (32,29%) são casados, n=7 (41,18%) são viúvos e n=2 (11,75%) são

divorciados.

Foi encontrado um grande número de viúvos (41,18%) na atual pesquisa.

Segundo Bercovich (2003), os problemas sociais, econômicos e de saúde dos idosos

são, em grande parte, os das mulheres idosas que geralmente vivem mais que os

homens, ao se tornarem viúvas têm uma maior dificuldade para casar novamente, são

mais solitárias, apresentam menores níveis de renda e instrução e maior freqüência de

queixas de saúde.

4.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

A pesquisa foi realizada com 17 idosos que freqüentam o Centro de Atenção à

Terceira Idade - CATI, todas as quintas-feiras.

De acordo com os dados obtidos através do cálculo do IMC, observou-se que

dos 17 idosos participantes da pesquisa, n=10 (58,82%) apresentaram diagnóstico de

eutrofia e n=7 (41,18%) apresentaram sobrepeso, conforme demonstra o Gráfico 1 a

seguir:

58,82%

41,18%

Eutrofia

Sobrepeso

Gráfico 1 – Diagnóstico nutricional de idosos (ADA, 1994)

Fonte: Machado, 2011.

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36

Verificou-se, portanto, maior prevalência de eutrofia em relação ao sobrepeso.

Houve maior freqüência de eutrofia tanto no grupo feminino n=8 (57,14%), quanto no

grupo masculino n=2 (66,66%). Estes resultados se assemelham com os estudos de

Félix e Souza (2009), realizado em Campinas, SP, com 37 idosos, dos quais 59,5%

eram mulheres e 40,5% homens, no qual se observou segundo a avaliação do estado

nutricional pelo IMC, que houve maior frequência de eutrofia, tanto no grupo feminino

(50,0%), quanto no masculino (40,0%).

É importante ressaltar que o alto índice de sobrepeso (41,18%) encontrado nesse

estudo é um dado importante, pois, o sobrepeso, está associado a condições clínicas

diversas, como o aumento da pressão arterial, diabetes mellitus tipo 2, doença

cardiovascular, certos tipos de câncer e infarto.Além das conseqüências que o sobrepeso

trás para a saúde, observam-se outras consequências que alcançam o âmbito social, tais

como: vergonha do próprio corpo, depressão e sentimento de rejeição são comuns entre

indivíduos com sobrepeso, que têm de lidar com preconceito ou discriminação, dentro

da família, no trabalho e em situações sociais. (WELLMANN, 2002).

A avaliação antropométrica é um método de investigação em nutrição que se

baseia na medição das variações físicas e na composição corporal global. Deve ser

aplicável em todas as fases do ciclo de vida com a finalidade de permitir a classificação

de indivíduos e grupos segundo o seu estado nutricional. A avaliação antropométrica é

apontada como sendo o melhor parâmetro para avaliar o estado nutricional de grupos

populacionais, possibilitando diagnósticos individuais e coletivo, e com isso a

realização da pesquisa proporcionou diagnosticar o estado nutricional de forma coletiva.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).

Os dados obtidos na atual pesquisa em relação aos idosos que estão com

sobrepeso, demonstra a necessidade de levar aos mesmos conhecimentos referentes a

uma alimentação saudável e orientá-los a ter hábitos de vida saudável, procurando,

assim, enfatizar a promoção da saúde dos mesmos objetivando a redução do peso e

melhor qualidade de vida.

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37

4.3 AVALIAÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS PRESENTES NOS IDOSOS

Os participantes da pesquisa foram questionados quanto a presença de doenças

crônicas não transmissíveis e observou-se que n=7 (41,17%) possuem hipertensão, n=1

(5,88%) possuem diabetes, n=1 (5,88%) possuem diabetes e hipertensão, n=2 (11,76%)

possuem hipercolesterolemia e n=6 (35,30%) relataram não ter nenhuma DCNT. Os

dados expostos podem ser visualizados no Gráfico 2 a seguir:

41,17%

5,88%5,88%

11,76%

35,30%

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

Diabetes Mellitus (DM)

DM + HAS

Hipercolesterolemia

Não possuem nenhum tipo de DCNT

Gráfico 2 - Doenças Crônicas Não Transmissíveis presentes em idosos no grupo estudado.

Fonte: Machado, 2011.

Os resultados obtidos nesse estudo em relação à presença de doenças crônicas

não transmissíveis em idosos são alarmantes, uma vez que essas patologias como

hipertensão arterial, diabetes e hipercolesterolemia podem desencadear um grande

impacto na saúde do individuo podendo levá-lo a morte. É possível observar que

hipertensão arterial é mais freqüente (41,17%), o diabetes mellitus vem em segundo

(35,30%) e a hipercolesterolemia em terceiro lugar (11,76%), sendo que mais de 60%

dos idosos afirmaram possuir pelo menos um tipo de DCNT.

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38

Foram encontrados resultados semelhantes aos observados nesta pesquisa no

estudo de Ramos (1993), que realizou uma pesquisa em Belo Horizonte, MG, com 1602

idosos, onde foi avaliado a presença de doenças crônicas em idosos. A idade da

população entrevistada variou entre 60 a 95 anos, com média de 69 anos. Em relação ao

estado de saúde da população estudada, mais de 60% dos idosos estudados afirmaram

possuir pelo menos um tipo de DCNT, esses dados são muito importantes, pois no

Brasil, as doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão, diabétes e

hipercolesterolemia são responsáveis por quase metade das mortes. (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2003).

A hipertensão é uma doença silenciosa, apesar de não existir cura, a prevenção e

o tratamento ajudam a amenizar as sequelas da doença. Mudanças no estilo de vida,

como prática de exercício físico e hábitos alimentares saudáveis, ajudam a contribuir

para a manutenção do tratamento da hipertensão assim como de outras DCNT, como no

diabetes. (KRAUSE, 2003).

O diabetes é um conjunto de doenças metabólicas caracterizadas pelo aumento

da glicose na corrente sanguínea que está associada a complicações, disfunções e

insuficiência de vários órgãos, afetando especialmente olhos, rins, nervos, cérebro,

vasos sanguíneos e coração. (BRASIL, 2006).

É necessário que ações educativas sejam realizadas através de intervenções com

a finalidade de estimular hábitos alimentares saudáveis, com o objetivo de promover em

manter a saúde do grupo estudado.

4.4 INTERVENÇÔES

Após a análise dos resultados, foram realizadas, três intervenções nutricionais,

que se deu através da realização de uma cozinha experimental de alimentos saudáveis, e

da entrega de dois panfletos um com orientações nutricionais para pacientes diabéticos e

o outro com orientações nutricionais para pacientes hipertensos, com o intuito de

orientar os idosos para alguns itens que foram apresentados como problema na atual

pesquisa, com a finalidade de contribuir para a melhoria das suas qualidades de vida.

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39

Os resultados da pesquisa revelaram que 41,17 dos pesquisados apresentaram

hipertensão, 5,88% participante apresentou diabetes e que 41,18% apresentaram

sobrepeso. Neste sentido as intervenções foram direcionadas para estes.

A primeira intervenção realizada com o grupo foi uma cozinha experimental de

alimentos saudáveis, onde os idosos ajudaram a preparar os alimentos. A realização da

cozinha experimental de alimentos saudáveis, pode ser visualizada nas fotos 1, 2, 3 e 4 a

seguir:

Fotografia 1 – Realização da cozinha experimental

Fonte: Machado, 2011.

Fotografia 2 – Realização da cozinha experimental

Fonte: Machado, 2011.

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40

Fotografia 3 – Realização da cozinha experimental

Fonte: Machado, 2011.

Fotografia 4 – Realização da cozinha experimental

Fonte: Machado, 2011.

A cozinha experimental de alimentos saudáveis foi realizada na cozinha do

Salão de Eventos do CATI, no início da realização da cozinha, houve uma divisão de

tarefas, onde dois idosos ajudaram a preparar o suco natural de maracujá, outros dois

participantes ajudaram a preparar a salada e outros três idosos ajudaram a preparar o

pirão e as tainhas grelhadas, tarefa realizada com muita empolgação pela parte dos

idosos. Tornou-se uma atividade agradável e estimulante, visto que os idosos foram

muitos receptivos e observou-se o interesse em tornar aquele hábito alimentar uma

prática constante, pois varias vezes, comentaram que iriam passar a consumir mais

alimentos saudáveis diariamente.

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41

A realização da cozinha experimental de alimentos saudáveis teve comentários

como: “Hum dá vontade de comer peixe assado e salada todos os dias” e “ Adorei o

tempero natural do pirão”.

Os idosos demonstraram um ótimo interesse pela cozinha experimental, logo

após o preparo dos alimentos, houve um almoço com os alimentos preparados durante a

cozinha experimental, onde foi muito elogiado pelos participantes o sabor dos alimentos

preparados naturalmente.

A cozinha experimental contribuiu para um momento de aprendizado e de

integração, além de estimular hábitos alimentares saudáveis nos idosos. No final da

cozinha experimental foi entregue aos idosos um livreto com receitas saudáveis, sendo

que todos os participantes se interessaram em levar as receitas para fazer em casa.

(APÊNDICE C).

A alimentação saudável é um direito humano compreendendo um padrão

alimentar adequado às necessidades biológicas dos indivíduos de acordo com os ciclos

da vida. (PINHEIRO, et al, 2005).

No último encontro foram apresentados através de slides os dados e resultados,

obtidos na pesquisa e logo em seguida discutidos com os participantes da pesquisa.

Após o término da entrega dos resultados, foram realizadas outras duas intervenções,

onde se deu através da entrega de panfletos com orientações nutricionais para pacientes

hipertensos e o outro com informações nutricionais para pacientes diabéticos. Foi

entregue aos participantes hipertensos, um panfleto sobre orientações nutricionais para

pacientes hipertensos (APÊNDICE D), contendo orientações sobre alimentação na

hipertensão, (alimentos que ajudam a reduzir a pressão arterial, os 10 mandamentos para

controlar a pressão arterial, alimentos ricos em sódio e informações sobre como

preparar os alimentos com temperos naturais com a finalidade de diminuir o uso de sal).

Foi entregue também aos participantes diabéticos um panfleto sobre orientações

nutricionais para pacientes diabéticos (APÊNDICE E), contendo informações sobre os

alimentos que o diabético deve ingerir, aquilo que deve ser evitado, que ajudam a

reduzir o índice glicêmico no organismo, alimentos com alto índice glicêmico, pontos

fundamentais para o controle do Diabetes e o que fazer na hora da hipoglicemia. Todos

os participantes gostaram muito dos panfletos, muitos elogiaram a forma com que foi

preparado com uma linguagem de fácil entendimento. Houve a preocupação de

transmitir conhecimentos adquiridos na ciência da nutrição aos mesmos, com intuito de

dar manutenção e promover saúde através dos cuidados com a alimentação.

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42

Uma alimentação deve ser sempre bem variada de modo a possibilitar a ingestão

dos tipos de nutrientes dos quais necessitam os seres humanos para manter o equilíbrio

da saúde. Consumir bastante verduras, legumes, frutas e grãos integrais é uma prática

recomendável para ter qualidade de vida. É importante ressaltar os cuidados especiais

quanto ao consumo elevado de alimentos ricos em lipídeos, açúcares, sódio e bebidas

alcoólicas, pois os mesmos estão fortemente associados às causas das doenças crônicas

não transmissíveis.

As intervenções realizadas com o grupo de idosos procurou contribuir com a

promoção de hábitos alimentares saudáveis, conscientizando da importância em ter uma

alimentação equilibrada diariamente, com qualidade, a fim de evitar doenças e diminuir

os agravos das doenças já existentes, promovendo a saúde dos mesmos. Segundo

Pinheiro, et al., (2005), uma alimentação saudável proporciona a prevenção e o controle

de doenças crônicas e a promoção da saúde.

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43

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto desenvolvido possibilitou a análise da avaliação nutricional e da

presença de doenças crônicas nos idosos. Através desta análise foi possível observar que

41,18% dos idosos apresentaram sobrepeso, e as doenças que mais prevaleceram no

grupo estudado foram hipertensão e diabetes, onde (41,17%) possuem hipertensão,

(5,88%) possuem diabetes e (11,76%) possuem hipercolesterolemia.

De acordo com o presente trabalho, percebe-se a importância da avaliação

nutricional para manutenção do peso e conseqüentemente para a prevenção do

aparecimento de doenças crônicas, bem como a avaliação da presença de doenças

crônicas em idosos, pois, através da análise dos resultados podem ser realizadas

estratégias de intervenções objetivando a manutenção e promoção da saúde. Os

marcadores relacionados à nutrição como dietéticos e antropométricos, podem ser

modificados e remodelados com a adoção de novos hábitos alimentares e de estilo de

vida saudável, bem como o controle do peso corporal.

Em relação a renda verificou-se que (52,94%) recebiam dois salários mínimos e

que (32,29%) recebia acima de quatro salários mínimos. No presente estudo contatou-se

que (52,94%) dos idosos recebiam dois salários mínimos, dentro deste contexto é

possível afirmar que é muito difícil para um idoso se manter com essa renda,

diminuindo assim a sua qualidade de vida. Verificou-se em relação ao estado civil dos

participantes que (32,29%) são casados, (41,18%) são viúvos, foi encontrado um grande

número de viúvos na atual pesquisa.

Durante a pesquisa percebeu-se o interesse dos idosos em cuidar da saúde

através da alimentação, atividade física e do controle das doenças crônicas. Com o

avanço de novas tecnologias dentro da medicina e o fácil acesso à informação, faz com

que os idosos estejam cada dia mais atualizados em relação à saúde, resultando assim,

um aumento da expectativa de tempo de vida.

A partir dos resultados do presente estudo foi realizada uma cozinha

experimental com alimentos saudáveis, com o propósito de estimular os idosos a terem

hábitos alimentares saudáveis no seu dia a dia e também foi entregue um panfleto de

orientações nutricionais para pacientes diabéticos e hipertensos e um livreto com

receitas saudáveis. As intervenções contribuíram positivamente para orientar e estimular

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44

mudanças nos hábitos alimentares e informá-los sobre as atitudes que deveriam ser

tomadas frente aos seus diagnósticos.

No decorrer desta pesquisa foram observadas algumas limitações como a falta de

13 idosos que iriam fazer parte do grupo e por fim o tempo limitado para fazer a

realização da pesquisa, com isto, não houve possibilidade de um maior aprofundamento

para atingir um maior número de idosos, aumentando assim o número da amostra.

Como possibilidade de continuação desta pesquisa, propõe-se que trabalhos

enfocando a avaliação nutricional e da presença de doenças crônicas em idosos sejam

contínuos no local, pois o estado nutricional de um idoso pode alterar de um mês para o

outro, necessitando, assim, de freqüente avaliação nutricional, com a finalidade de

realizar novas intervenções e atividades educativas para que a atual pesquisa não caia no

esquecimento dos mesmos, fazendo uma contínua ação em prol à saúde e qualidade de

vida dos idosos estudados.

Para a nutrição Social, a atual pesquisa contribuiu para diagnosticar o perfil

nutricional e a presença de doenças crônicas de um grupo idosos, possibilitando assim

intervenções com a finalidade estimular uma alimentação saudável, neste sentido é

fundamental a presença do profissional Nutricionista dentro da comunidade para a

prevenção e para o tratamento de doenças, estabelecendo assim práticas de

monitoramento nutricional e intervenções especificas para a população avaliada.

Page 45: Pce pdf

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51

APÊNDICES

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52

Eu (nome do participante) _________________________________, carteira de

identidade nº ________,declaro que estou esclarecido (a) sobre os objetivos e

procedimentos da pesquisa ´´O Estágio Supervisionado em Nutrição Social:

Representações, Expectativas e Recursos dos Alunos da Oitava Fase do Curso de

Graduação em Nutrição da Unisul/Pedra Branca (ANO______),desenvolvida por

integrantes do Grupo de Pesquisa,Educação e Práticas em Saúde Coletiva da

UNISUL.Concordo em participar como entrevistado e autorizo a publicação e/ou

apresentação dos resultados da pesquisa,desde que sejam respeitados s princípios

éticos que me foram apresentados pelos pesquisadores,a saber:

O participante tem o livre arbítrio para participar ou desistir, a qualquer

momento, do processo da pesquisa;

O anonimato do participante será mantido em todos os registros da pesquisa;

Não serão publicados dados que possam identificar o participante, bem como

pessoas por ele citadas;

A privacidade do participante será respeitada durante o todo o processo de

pesquisa, evitando a exposição desnecessária ou situação que possa causar

constrangimentos;

Não serão publicados dados cuja divulgação o participante não autorize;

O participante não será exposto a riscos de nenhuma natureza que possam ferir

sua integridade física, mental e emocional;

Serão respeitadas as expressões culturais e emocionais dos participantes em

relação ao conteúdo do estudo;

O processo da pesquisa não poderá interferir no cotidiano da vida do

participante e nem do local onde está sendo realizada a pesquisa;

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

Pró-Reitoria Acadêmica

Campus Grande Florianópolis

Curso de Nutrição - Estágio Supervisionado em Nutrição Social

ESTADO NUTRICIONAL E DOENÇAS CRÔNICAS NÃO

TRASMISSÍVEIS EM IDOSOS FREQUENTADORES DE UM CENTRO

DE ATENÇÃO À TERCEIRA IDADE DE SÃO JOSÉ/SC

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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53

Todos os momentos de integração pesquisador-sujeito serão acordados com

antecedência entre ambos e avaliados a cada fim de encontro;

O estudo será apresentado de forma fidedigna, sem distorções de dados;

Os resultados da pesquisa serão apresentados aos sujeitos participantes

envolvidos no estudo sob a forma de relatório, apresentação pública ou outra

modalidade, conforme acordado entre as partes;

Autorizo para:

FOTOS ( ) Sim ( ) Não Assinatura_____________

GRAVAÇÃO ( ) Sim ( ) Não Assinatura_____________

OBSERVAÇAO: Caso o participante não consiga ler o conteúdo desse texto, ou

não compreenda os termos nele estabelecidos, necessitará de um representante,

por ele designado, que assinará o documento após acordado com o participante.

Telefones para contato: 48-3279 1145 (Pedra Branca); 48-3621 3365 (Tubarão)

_______________________ _________________________

Participante ou Representante Pesquisador de Campo

______________________________

Prof. Carla Regina Galego

(Coordenador da Pesquisa) ____/___/__

Fonte de referência do modelo do Termo consentimento Livre e esclarecido:

Patrício ZM. O processo ético e estético de pesquisar: um movimento qualitativo

transformando conhecimentos e a qualidade de vida individual-coletiva.

Florianópolis: UFSC; 2004. p. 25

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APÊNDICE B - IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

01)Nome:

_______________________________________________________________

02) Sexo:

( ) F ( ) M

03) Idade: ______

04) Escolaridade:

( ) até 4 anos ( ) até 8 anos ( ) até 11 anos ( ) > 11 anos

05) Renda: _________

06) Ocupação:_______________________

07) Estado civil:______________________

08) Possui alguma doença crônica?

( ) SIM ( ) NÃO

09) Quais doenças e quanto tempo?

10) Faz acompanhamento com profissional da saúde?

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55

11) Uso de medicação:

( ) SIM ( ) NÃO

12) Possui filhos?

( ) SIM ( ) NÃO

13) Quantos?

___________________

DADOS ANTROPOMÉTRICOS

Estatura: ________

Peso atual: ______ kg

Diagnóstico: __________

IMC atual:_______Kg/m²

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APÊNDICE C - LIVRETO DE RECEITAS SAUDÁVEIS

RECEITAS SAUDÁVEIS!

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Cozido com Vegetais

Ingredientes:

4 bifes de alcatra sem gordura

2 xícaras (chá) de purê de tomate

1/2 xícara (chá) de vinagre

1 xícara (chá) de água

200 gramas de vagem

4 cenouras cortadas em rodelas

2 colheres (sopa) de salsa picada

1 colher (sopa) de azeite

1 cebola cortada em rodelas

sal e orégano a gosto

Modo de preparo:

Em uma panela de pressão, coloque primeiro a cebola, depois os bifes

e os legumes. Polvilhe com o sal e o orégano. Misture o purê de

tomate com o vinagre e a água e despeje esse molho por cima dos

bifes. Deixe cozinhar na pressão por 30 minutos. Sirva quente.

Informações Nutricionais :

154 calorias /porção de 200 gramas

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58

Farofa de Ovo

Ingredientes:

- 1 colher (sopa) de margarina light (20 gramas)

- 2 colheres (sopa) de cebola picada (40 gramas)

- 1 ovo

- meia xícara (chá) de farinha de mandioca torrada (50 gramas)

- sal e pimenta-do-reino a gosto

- 2 colheres (sopa) de cheiro-verde picado (30 gramas)

Modo de preparo:

1 - Leve ao fogo uma frigideira com a margarina light e aqueça até derreter. Junte a

cebola e refogue até que esteja transparente (2 minutos). Acrescente o ovo e frite,

mexendo com uma colher de pau para ficar bem solto.

2 - Adicione a farinha e misture bem até obter uma farofa úmida. Tempere com sal,

pimenta-do-reino, polvilhe o cheiro-verde e sirva em seguida.

Informações Nutricionais:

90 Calorias/ porção de 150 gramas

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Maionese Light

Ingredientes:

- 1 batata cozida picada

- 1 cenoura cozida picada

- 1 xícara (chá) de leite desnatado ou iogurte diet

- 1 colher (sopa) de suco de limão

- 1/2 colher (sopa) de vinagre balsâmico, não usar se colocar iogurte

- 1 colher (chá) de sal

- Cerca de 1/2 xícara (chá) de óleo de canôla

Modo de preparo:

Bata os legumes no liquidificador com o leite, ou o iogurte, o limão, o vinagre e o sal.

Acrescente o óleo em fio, sem parar de bater até a consistência de maionese

Informações Nutricionais:

57 cal /porção de 50 gramas

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60

Frango Empanado

Ingredientes:

- 1 Quilo de coxa ou sobre coxa sem pele

- 1 colher (sopa) de cebola ralada

- Alho

- suco de limão

- 1/2 xícara (chá) de farinha de rosca integral

- 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo

- 3 claras batidas

- 1/2 xícara (chá) de leite desnatado

- sal e orégano a gosto

- 1 colher (sobremesa) de margarina light

Modo de preparo:

Tempere o frango com a cebola, o alho, o limão, o orégano e o sal. Reserve. Misture as

farinhas e o sal. Reserve. Misture as claras com o leite. Passe então o frango nas claras

e na farinha. Arrume em um pirex untado e cubra com papel alumínio. Leve ao forno

por 20 minutos. Retire o papel alumínio e deixe assar por mais 30 minutos.

Informações Nutricionais:

170 cal / porção de 80 gramas

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Bolinho de Arroz Assado Light

Ingredientes:

- 4 colheres (sopa) de azeite

- 1 colher (sopa) de cebolinha picada

- 1 pimentão vermelho médio em cubos pequenos

- 1 pimentão verde médio em cubos pequenos

- 1 xícara de arroz lavado

- 1 colher de orégano

- 2 ovos ligeiramente batidos

- 1 xícara de farinha de trigo peneirada

- Sal

- 1/2 xícara de farinha de rosca para empanar

Preparo:

Aqueça em uma panela 3 colheres (sopa) azeite, junte a cebolinha, os pimentões e

refogue até murchar. Junte o arroz e frite até ficar levemente tostado. Junte 3 xícaras de

água, o orégano, o sal e misture bem. Assim que a água ferver, reduza a chama, tampe

a panela e cozinhe por mais 15 minutos ou até o arroz ficar macio. Retire e deixe

esfriar. Ligue o forno à temperatura média. Unte duas fôrmas com o azeite restante e

polvilhe com farinha de trigo. Acrescente ao arroz os ovos e farinha de trigo. Acerte o

sal e misture bem. Com uma colher, faça 38 bolinhos e empane-os na farinha de rosca.

Disponha os bolinhos nas fôrmas e leve ao forno até dourar.

Informações Nutricionais:

45 Calorias por porção/ porção de 130 gramas

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Peixe Nutritivo

Ingredientes para 4 porções:

- 4 postas de cação (400g)

- 1 xícara (chá) de suco de laranja

- 1 cenoura pequena

- 1/2 xícara (chá) de água

- 2 colheres (sopa) de vinagre tinto

- 1 cebola média picada

- 1 pitada de louro em pó

- 1 ramo de cheiro-verde

- 1 colher (chá) de tomilho

- 1 colher (chá) de sal

MOLHO

- 2 colheres (chá) de amido de milho

- cebolinha picada a gosto para polvilhar

Modo de preparo:

01) Bata o suco de laranja, a cenoura e a água no liquidificador. Leve a mistura para

uma panela e junte o vinagre, a cebola, o louro, o cheiro-verde, o tomilho e o sal. Deixe

cozinhar por cerca de 10 minutos. Adicione o peixe e cozinhe por mais oito minutos.

Decorrido este tempo, retire o peixe, cuidadosamente, e reserve em lugar aquecido.

02) Molho: dissolva o amido em um pouco de água e volte à panela para encorpar com

o molho. Despeje sobre o peixe, salpique a cebolinha e sirva.

Informações Nutricionais:

216 Kcal/porção de 210 gramas

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63

Referências STUNER, J S. Reeducação Alimentar na Família. Da gestação à adolescência. Petrópolis, R:Ed Vozes, 2004. CARREIRO, D M. Entendendo a importância do processo alimentar. 3 ed. São Paulo, SP: Ed Referência, 2009.

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APÊNDICE D - ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES COM

HIPERTENSÃO

Vários fatores podem desencadear a hipertensão arterial conhecida também como

“pressão alta”, fatores como: estresse, obesidade, sedentarismo, drogas, alimentação

(exagero de sal), fumo, álcool e café.

Um dos pontos importantes para prevenção da pressão arterial é ter uma dieta

balanceada, saúdavel e pobre em sal.

Ao se alimentar:

Dê preferência às carnes sem gordura e frango sem pele;

Prepare os alimentos assados, cozidos ou grelhados;

Prefira consumir queijos brancos, margarina light, leite desnatado, requeijão

light e cream cheese ligth;

Introduza na sua alimentação alimentos ricos em potássio como: brócolis,

cenoura, banana, água de coco, maracujá, ameixa, abóbora, melancia, melão e

nabo;

Dê preferência a peixes como: salmão, arenque, atum e sardinha;

Intruduza na sua alimentação diária frutas, verduras, legumes, feijões e cereais,

preferencialmente os integrais;

Consuma diariamente alimentos ricos em magnésio como: nozes, salsa, pão

integral e couve;

Consuma café descafeinado;

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ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES COM HIPERTENSÃO

Alguns alimentos ajudam muito no controle da pressão arterial como:

Aipo;

Peixes de água fria como salmão, arenque, atum;

Alimentos integrais como arroz, macarrão e pão;

Frutas e verduras;

Suco de melancia;

Suco de beterraba;

10 mandamentos para controlar a pressão alta

01. Meça a pressão seguindo a orientação médica.

02. Pratique atividades físicas todos os dias.

03. Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba.

04. Adote alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e

legumes.

05. Mantenha o peso ideal, evite a obesidade.

06. Abandone o cigarro.

07. Nunca pare o tratamento, é para a vida toda.

08. Siga as orientações do seu médico ou profissional da saúde.

09. Evite o estresse. Tenha tempo para a família, os amigos e o lazer

10. Ame e seja amado.

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ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES COM HIPERTENSÃO

Ao preparar sua alimentação reduza a quantidade de sal e dê preferência a

temperos naturais como:

Louro;

Salsa

Cebolinha verde;

Orégano;

Coentro;

Limão

Manjericão

Alecrim

Atenção evite:

Frituras;

Carnes gordurosas;

Embutidos: bacon, presunto, mortadela e salame;

Conservas: azeitona, beterraba, salsicha;

Caldo de carne, bacon, galinha, temperos prontos, sopas prontas;

Produtos defumados: presunto, salame, peixe, carne-seca;

Leite integral, iogurte integral, queijos amarelos;

Bebidas estimulantes: chá preto, chá mate, café, guaraná e refrigerantes a base

de cola;

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67

Com estes cuidados, você estará contribuindo para o sucesso do tratamento anti-

hipertensivo e melhorando sua qualidade de vida!

Fontes:

PIERIN, Angela M. G. Hipertensão arterial: uma proposta para o cuidar. Barueri, SP:

Manole, 2004.

MAHAN, L. Kathleen; ESCOTT-STUMP, Sylvia. Krause, alimentos, nutrição &

dietoterapia. 11. ed São Paulo: Roca, 2005.

COWAN, J. Campbell. Cardiologia. 6. ed. São Paulo: Santos, 2000.

COOPER, Kenneth H. Controlando a hipertensão. Rio de Janeiro: Nórdica, 1991.

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APÊNDICE E - ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES

DIABÉTICOS

A dieta constitui parte fundamental no tratamento do diabetes, seja ele leve ou

exigindo cuidados especiais. Para ter uma alimentação equilibrada, com todos os

nutrientes necessários para a manutenção da saúde, é preciso variar os tipos de

alimentos e consumi-los com moderação. O plano alimentar do diabético deve ser

personalizado pelo nutricionista, que utiliza a contagem de carboidratos para o

tratamento dietético, de acordo com idade, sexo, altura e tipo de atividade física

realizada. Abaixo segue orientações e cuidados que o diabético deve ter com sua

alimentação diária:

Optar por alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras, feijões e cereais

integrais;

Realizar de 5 a 6 refeições diárias, a cada 3 horas, não beliscar;

Optar por preparações como grelhados, cozido, assados e feitas no vapor;

Retirar a pele e a gordura dos alimentos antes de prepará-los;

Preferir comer a fruta ao tomar o suco da fruta, a fruta possui mais fibra em relação

ao suco;

Substituir manteiga e margarina por margarina light,

Preferir pães, massas e arroz integrais;

Quanto mais colorido o cardápio melhor;

Utilizar adoçantes e alimentos diet com moderação;

Beber dois litros de água por dia;

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ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES DIABÉTICOS

Cuidado com as frutas!

As frutas devem ser consumidas em pequenas porções, tipos variados e com

intervalo espaçado durante o dia.

Atenção aos alimentos que devem ser evitados e não consumidos:

Adoçantes calóricos como a frutose (mel) não devem ser consumidos;

Evitar alimentos fritos;

Não ingerir chocolate, sorvetes, tortas, bolos, balas e refrigerantes que

contenham açúcar, ou maltose, glicose, dextrose e sacarose.

Evitar queijos amarelos, como mussarela, provolone, parmesão e prato, pois,

são mais gordurosos, quando comparados com queijos ricotas;

Atenção com os alimentos light, eles possuem o valor calórico reduzido, porém

normalmente contém de açúcar.

Diminuir o uso de sal na cozinha;

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ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES DIABÉTICOS

Alimentos que ajudam a reduzir o índice glicêmico no organismo:

Canela;

Batata-doce;

Amêndoa;

Vinagre de maçã;

Alimentos com alto índice glicêmico:

Banana, melancia, milho e cenoura;

Biscoito, batata frita, trigo branco, sorvete e bolo;

Macarrão, frituras, pizza;

É importante lembrar que o remédio não

deve ser dispensado!

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ORIENTAÇÕES GERAIS PARA PACIENTES DIABÉTICOS

Outros pontos fundamentais para o controle do Diabetes:

Controlar o peso;

Realizar atividades físicas regularmente, sob orientação médica;

Evitar bebidas alcoólicas e cigarro;

Levar sempre um lanche com você, caso ocorra algum contratempo;

Consultar periodicamente a equipe de saúde (médico, nutricionista e

enfermeiro);

Tomar corretamente o medicamento;

Aplicar a glicose no horário correto;

Evitar hipoglicemia e hiperglicemias;

Cuidar dos pés, usando calçados adequados e examinando-os periodicamente no

médico;

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ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES DIABÉTICOS

O que fazer na hora da hipoglicemia?

Quando o indivíduo apresentar uma hipoglicemia, deve-se oferecer aos

poucos, suco de fruta natural ou algum alimento que contenha carboidrato.

Referências:

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETE. Como Cuidar do seu Diabetes.

Sociedade Brasileira de Diabetes e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e

Metabologia. São Paulo, 1991

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de hipertensão arterial e diabetes mellitus;

Brasília: MS; 2002.

Sociedade Brasileira de Diabetes. Detecção e tratamento das complicações crônicas

do Diabetes Mellitus.Brasília, 2008.

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