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Povo da Beira 19 de Julho de 2011 4 19 de Julho de 2011 Povo da Beira 5 Castelo Branco Castelo Branco RBI defende comparticipação de percursos deficitários Metade das carreiras de autocarro tem morte anunciada “Em dez anos, 50 por cento das carreiras que te- mos hoje estarão elimina- das, têm morte anunciada”, afirmou António Oliveira, administrador da Rodoviá- ria da Beira Interior (RBI). Este responsável revelou que “as receitas geradas nas car- reiras de serviço público são de tal maneira insuficientes que temos de as compensar com as receitas dos expres- sos e dos serviços comer- ciais”. António Oliveira fala- va à margem do Seminário “Sustentabilidade nas Des- locações Casa-Escola”, que decorreu em Castelo Branco nos dias 11 e 12 de Julho, e assegurou que “sem essa transferência de verba, a maior parte das carreiras já teria acabado”. O dirigente considera que “não faz sentido que o accionista da empresa esteja a retirar receita de um servi- ço seu para a transferir para as carreiras deficitárias”. Por esta razão, e porque “grande parte dos percursos são uma forma de realizar um trabalho social que cabe ao Estado”, António Olivei- ra defende que Estado ou municípios têm de “com- participar os serviços defi- citários”, se querem evitar a sua extinção. Entretanto, foram apre- sentados dados de um in- quérito de 2008 durante o seminário, que indicam que 25 por cento dos inquiridos não utiliza transportes co- lectivos urbanos em Caste- lo Branco por considerá-los pouco frequentes e com iti- nerário desadequado. Numa reflexão sobre es- tes valores, o administrador da RBI acredita que os prin- cipais problemas foram re- solvidos em 2010. “No ano passado, os transportes ur- banos foram alvo de reestru- turação, pois introduzimos mais meios, mais adequados e recentes, e melhorámos a oferta”, disse. Ainda assim, o respon- sável admitiu que a ausên- cia de transporte urbano nocturno tem provocado a insatisfação de alguns clien- tes. “As pessoas queixam-se que depois das 20 horas não há transportes, e esse é, re- almente, um drama para as empresas.” Porém, justifi- cou, “a população transpor- tada é de tal maneira dimi- nuta que não dá para cobrir os custos que teríamos com horários extraordinários”. Tiago Carvalho Candidaturas ao Programa Cuida-te abertas até dia 29 As candidaturas à medida 1 do Programa Cuida-te, promovido pelo Instituto Português da Ju- ventude (IPJ), estão a de- correr até dia 29 de Julho. Este programa actua na área da saúde juvenil e na promoção de estilos de vida saudáveis; e a me- dida 1, em particular, tem como principal objectivo criar um serviço de proxi- midade junto da popula- ção mais jovem. No âmbito da sua ac- ção, constituem-se unida- des móveis devidamente apetrechadas e com uma equipa técnica especia- lizada na área da saúde juvenil, que se deslocam para realizar atendimento e aconselhamento aos jo- vens, bem como acções de sensibilização. São aceites candida- turas nas áreas temáticas da nutrição/ exercício físico com a campanha "Pesar saúde"; nutrição/ exercício físico em gabi- nete; consumos nocivos de substâncias; e sexuali- dade. Podem candidatar-se escolas, instituições par- ticulares de solidariedade social (IPSS), associações juvenis inscritas no Regis- to Nacional do Associati- vismo Jovem (RNAJ), e outras entidades sem fins lucrativos, desde que os objectivos se enquadrem nas áreas referidas. Os interessados po- dem solicitar mais infor- mações nas Lojas Ponto JA do IPJ, ou consultar o Portal da Juventude, em www.juventude.gov.pt. Iniciativa pretende alargar conhecimento sobre fauna e flora Inaugurada Estação da Biodiversidade do Monte Barata A Estação da Biodiver- sidade Monte Barata, na reserva ecológica de 409 hectares que abrange as freguesias de Monforte da Beira e Malpica do Tejo, foi inaugurada no passado sá- bado, dia 16 de Julho. Esta estação integra o projecto nacional “11 Ca- minhos + 1 - Percursos na Biodiversidade”, que até Outubro, e sempre ao fim- -de-semana, está a inaugurar doze estações da biodiversi- dade, a maioria localizada na rede Natura 2000. O caminho do Monte Barata, situado na herdade gerida pelo núcleo de Caste- lo Branco da Quercus, foi o sétimo a ser inaugurado, e o único localizado no conce- lho albicastrense. Cada estação corres- ponde a um percurso pe- destre com cerca de três quilómetros, caracterizado por uma biodiversidade e paisagens naturais muito ricas, onde se encontram instalados painéis informati- vos sobre plantas e animais comuns. A iniciativa é promovi- da pelo Centro de Conserva- ção das Borboletas de Por- tugal (Tagis), pelo Museu Nacional de História Natu- ral e pelo Centro de Biologia Ambiental, e está integrada no programa de Comemora- ções do Centenário da Uni- versidade de Lisboa. Samuel Infante, do núcleo albicastrense da Quercus, salienta que este projecto nacional “junta a mais-valia do conhecimen- to científico, proveniente de universidades e centros de investigação, com a curiosi- dade da população em ge- ral”. Segundo o dirigente da Quercus, a participação do Monte Barata nesta iniciati- va deve-se à sua localização privilegiada, em pleno Par- que Natural do Tejo Inter- nacional, que o tornam “um dos locais onde há maior biodiversidade”. Uma vez inaugurado o percurso, a Quercus vai, agora, estender o convite às escolas para que os alunos visitem a estação, e, tam- bém, tentar mobilizar outros grupos de potenciais interes- sados. O enfoque será sobretu- do nos animais invertebra- dos, como as borboletas ou as libelinhas, que somam dezenas de diferentes espé- cies já identificadas nesta reserva para a conservação da natureza. É, aliás, nos insectos que reside uma das suas grandes riquezas. “Os invertebrados são muitas vezes incompreendidos pela população, mas são, por exemplo, fundamentais na polinização, sem a qual não haveria agricultura”, afirma Samuel Infante. O Monte Barata tem o montado de azinho como habitat dominante, e sobres- saem espécies emblemáticas como o tamujo (espécie en- démica da Península Ibéri- ca), violetas, borboleta-pra- teada e gafanhotos. Tiago Carvalho Sociedade de Ferragens Progresso Albicastrense, Lda Cimentos Tijolos Telhas, Vigas e Blocos, Tintas Louças Sanitárias Azulejos Móveis de Wc Tubos Galvanizados P.V.C e Polietileno, Ferros e Aços MATERIAIS -DE- CONSTRUÇÃO FERRAGENS E ARTIGOS DE DECORAÇÃO Zona Industrial, Rua F lote K 13 Tel.: 272 344 573 / 344 582 / 320 860 * Fax 272 328 388 6000-459 Castelo Branco - [email protected] - www.soferragens.pt “Há muitas freguesias em que a junta é a única relação dos habitantes com o Estado” Seguro defende “bom senso” na redução do número de autarquias Os concelhos e fregue- sias do distrito de Castelo Branco têm em António José Seguro um aliado, ga- rantiu ao Povo da Beira o candidato à liderança do Partido Socialista, embora não deixe de admitir a per- tinência da extinção de algu- mas freguesias. Seguro foi o primeiro dos candidatos a secretário- -geral do PS a apresentar as suas propostas junto dos militantes do distrito, na passada quinta-feira, dia 14 de Julho, durante uma visi- ta que começou no Teixoso, prosseguiu por Covilhã e Fundão, e terminou em Cas- telo Branco. Na capital de distrito, mais de uma centena de militantes socialistas enche- ram por completo a sala de conferências da Biblioteca Municipal, para ouvir o can- didato natural de Penama- cor discorrer sobre a moção política “O novo ciclo para cumprir Portugal”. No final do encontro, o adversário de Francisco Assis na corrida à liderança do PS, nas eleições directas agendadas para 22 e 23 de Julho, admitiu que aceita a extinção de algumas fre- guesias, mas nunca numa “lógica quantitativa, em que se olha para o número de pessoas e para a área dos concelhos”. “Há muitas freguesias neste distrito que já não têm a GNR, que já não têm um médico, já não têm escola, e a junta é a única relação que os habitantes têm com o Es- tado”, afirmou o candidato. Por outro lado, realçou que “nas zonas urbanas é perfei- tamente fácil fazer uniões de freguesias, e já dei contribu- tos para isso”. António José Seguro concedeu, porém, que seja equacionado “com bom senso” se faz sentido man- ter-se algumas das juntas de freguesia que são sede de concelho em municípios mais pequenos, mas sempre agindo em concertação com “cada presidente de câmara e com cada presidente de junta”. Segundo o candidato a secretário-geral do PS, “o país precisa de uma reorga- nização administrativa que poupe mais despesa, e que simultaneamente seja capaz de introduzir mais racionali- dade, porque hoje tratamos câmaras que são diferentes como iguais”. Ao mesmo tempo, “há juntas de fregue- sia que têm mais população do que câmaras, mas da- mos-lhes poucos recursos”. “Se o objectivo for só reduzir o número de fregue- sias, isso pode não significar diminuição de despesas, e pode até acarretar mais pro- blemas do que soluções”, concluiu. Sobre outro dos assun- tos que agita o distrito de Castelo Branco, a introdu- ção de portagens na A23, Seguro prefere aguardar por “uma proposta concreta do Governo” para pronunciar- -se. Candidato criticou imposto extraordinário O imposto extraordi- nário sobre o subsídio de Natal foi contestado pelo candidato a líder do PS, que acusou o PSD de não o ter justificado convenientemen- te. “Lembro-me que, duran- te a campanha eleitoral, o líder do PSD disse que com ele não haveria aumento de impostos, mas o que está a acontecer agora? E qual é a fundamentação para este aumento brutal de impos- tos? Não há uma justifica- ção certa, e não honra uma promessa eleitoral”, disse António José Seguro. Além disso, o candidato sublinhou que já havia aus- teridade, “decorrente do me- morando da troika, e com mais esta medida, natural- mente vai haver um impac- to negativo na economia, particularmente no peque- no comércio”, que depende muito das compras durante o período de Natal. “Falta ambição ao Governo, não há qualquer estratégia que nos possa conduzir ao cres- cimento económico susten- tável”, acrescentou Seguro. “Senti-me muito apoiado” “Foi nesta terra que re- cebi o primeiro salário, da Direcção Geral de Despor- tos, que funcionava na Rua de Dadra, número 24”, re- cordou, perante uma plateia de militantes socialistas, o candidato à liderança do PS. O preciosismo da memória serviu para António José Seguro reforçar que “pela primeira vez o distrito de Castelo Branco tem um seu natural como candidato à li- derança do partido”. Seguro e Joaquim Mo- rão trocaram elogios, mas o autarca albicastrense fez questão de sublinhar que a Federação Distrital do PS de Castelo Branco “não manifesta apoio a qualquer uma das candidaturas”, e que Francisco Assis, quando visitar o distrito e a cidade, terá a mesma recepção. Ainda assim, o candi- dato sentiu-se “muito apoia- do” durante o périplo pelo distrito. “Os militantes de Castelo Branco são livres, cada um vota no candidato que entender, mas eu estou muito confiante de que pos- so obter um bom resultado”, referiu. Uma vez apurado o ven- cedor das eleições a secretá- rio-geral do PS, o congresso nacional do partido realiza- -se de 9 a 11 de Setembro. Tiago Carvalho PUB Municípios estão preocupados com o resultado e consequências do acordo com a Troika Redução do pessoal nas câmaras coloca operacionalidade em causa O presidente da Câmara Municipal de Castelo Bran- co e vice-presidente do Con- selho Directivo da Associa- ção Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) esteve presente no XIX Congres- so da ANMP realizado no passado dia 9 de Julho, em Coimbra. Joaquim Morão expli- cou ao “Povo da Beira” as preocupações que neste mo- mento afectam os autarcas e que foram amplamente dis- cutidas durante o congresso. Desde logo, o autarca albicastrense realça a pre- ocupação com aquilo que vai suceder em resultado do acordo estabelecido entre o Governo português e a Troi- ka, nomeadamente, no que às câmaras municipais e jun- tas de freguesia diz respeito. Outra das preocupações diz respeito à alegada redu- ção de pessoal em dois por cento, nas câmaras munici- pais. Joaquim Morão refere que os autarcas questionam- -se sobre o modo como esta medida vai ser implementa- da e sobre a fórmula que se pretende aplicar, uma vez que sublinha que muitas câmaras municipais, caso a redução avance, ficarão em sérias dificuldades e em al- guns casos o funcionamento dos municípios pode ficar seriamente comprometido e em risco. O autarca albicastrense refere ainda que o congres- so deixou um alerta com a preocupação exclusiva em relação aos meios financei- ros visto que vão limitar as câmaras municipais com consequências na sua opera- cionalidade. Outra das principais medidas discutidas durante o congresso da ANMP diz respeito ao QREN que é considerado pelos autarcas demasiado pesado e cuja simplificação foi defendida durante os trabalhos. Por outro lado, Joaquim Morão refere que as trans- ferências de competências, nomeadamente, ao nível da educação e das estradas, irá penalizar as câmaras muni- cipais pelo que defende que a tutela terá de reassumir essas competências ou então transferir para os municípios as verbas correspondentes. Mas, a grande preocu- pação da ANMP durante este congresso centrou-se na possibilidade de o Gover- no avançar com a redução dos municípios. “É preciso encontrar outra solução”, sublinha o autarca albicas- trense. Outros temas foram abordados durante o con- gresso, como a revisão do código de expropriações, de modo a garantir a simpli- ficação da tramitação dos processos, a eliminação do regime de retenção de recei- tas municipais, aplicado em 2010 e 2011 pelo Governo, para pagamento de presumí- veis serviços de saúde pres- tados aos funcionários das autarquias locais.

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Povo da Beira 19 de Julho de 20114 19 de Julho de 2011 Povo da Beira 5Castelo Branco Castelo Branco

RBI defende comparticipação de percursos defi citários

Metade das carreiras de autocarro tem morte anunciada

“Em dez anos, 50 por cento das carreiras que te-mos hoje estarão elimina-das, têm morte anunciada”, afirmou António Oliveira, administrador da Rodoviá-ria da Beira Interior (RBI). Este responsável revelou que “as receitas geradas nas car-reiras de serviço público são de tal maneira insuficientes que temos de as compensar com as receitas dos expres-sos e dos serviços comer-ciais”.

António Oliveira fala-va à margem do Seminário “Sustentabilidade nas Des-locações Casa-Escola”, que decorreu em Castelo Branco nos dias 11 e 12 de Julho, e assegurou que “sem essa transferência de verba, a maior parte das carreiras já teria acabado”.

O dirigente considera que “não faz sentido que o accionista da empresa esteja a retirar receita de um servi-ço seu para a transferir para as carreiras deficitárias”. Por esta razão, e porque “grande parte dos percursos

são uma forma de realizar um trabalho social que cabe ao Estado”, António Olivei-ra defende que Estado ou municípios têm de “com-participar os serviços defi-citários”, se querem evitar a sua extinção.

Entretanto, foram apre-sentados dados de um in-quérito de 2008 durante o seminário, que indicam que 25 por cento dos inquiridos não utiliza transportes co-lectivos urbanos em Caste-

lo Branco por considerá-los pouco frequentes e com iti-nerário desadequado.

Numa reflexão sobre es-tes valores, o administrador da RBI acredita que os prin-cipais problemas foram re-solvidos em 2010. “No ano passado, os transportes ur-banos foram alvo de reestru-turação, pois introduzimos mais meios, mais adequados e recentes, e melhorámos a oferta”, disse.

Ainda assim, o respon-

sável admitiu que a ausên-cia de transporte urbano nocturno tem provocado a insatisfação de alguns clien-tes. “As pessoas queixam-se que depois das 20 horas não há transportes, e esse é, re-almente, um drama para as empresas.” Porém, justifi-cou, “a população transpor-tada é de tal maneira dimi-nuta que não dá para cobrir os custos que teríamos com horários extraordinários”.

Tiago Carvalho

Candidaturas ao Programa Cuida-te abertas até dia 29

As candidaturas à medida 1 do Programa Cuida-te, promovido pelo Instituto Português da Ju-ventude (IPJ), estão a de-correr até dia 29 de Julho.

Este programa actua na área da saúde juvenil e na promoção de estilos de vida saudáveis; e a me-dida 1, em particular, tem como principal objectivo criar um serviço de proxi-midade junto da popula-ção mais jovem.

No âmbito da sua ac-ção, constituem-se unida-des móveis devidamente apetrechadas e com uma equipa técnica especia-lizada na área da saúde juvenil, que se deslocam para realizar atendimento e aconselhamento aos jo-vens, bem como acções de sensibilização.

São aceites candida-turas nas áreas temáticas da nutrição/ exercício físico com a campanha "Pesar saúde"; nutrição/

exercício físico em gabi-nete; consumos nocivos de substâncias; e sexuali-dade.

Podem candidatar-se escolas, instituições par-ticulares de solidariedade social (IPSS), associações juvenis inscritas no Regis-to Nacional do Associati-vismo Jovem (RNAJ), e outras entidades sem fins lucrativos, desde que os objectivos se enquadrem nas áreas referidas.

Os interessados po-dem solicitar mais infor-mações nas Lojas Ponto JA do IPJ, ou consultar o Portal da Juventude, em www.juventude.gov.pt.

Iniciativa pretende alargar conhecimento sobre fauna e fl ora

Inaugurada Estação da Biodiversidade do Monte BarataA Estação da Biodiver-

sidade Monte Barata, na reserva ecológica de 409 hectares que abrange as freguesias de Monforte da Beira e Malpica do Tejo, foi inaugurada no passado sá-bado, dia 16 de Julho.

Esta estação integra o projecto nacional “11 Ca-minhos + 1 - Percursos na Biodiversidade”, que até Outubro, e sempre ao fim--de-semana, está a inaugurar doze estações da biodiversi-dade, a maioria localizada na rede Natura 2000.

O caminho do Monte Barata, situado na herdade gerida pelo núcleo de Caste-lo Branco da Quercus, foi o

sétimo a ser inaugurado, e o único localizado no conce-lho albicastrense.

Cada estação corres-ponde a um percurso pe-destre com cerca de três quilómetros, caracterizado por uma biodiversidade e paisagens naturais muito ricas, onde se encontram instalados painéis informati-vos sobre plantas e animais comuns.

A iniciativa é promovi-da pelo Centro de Conserva-ção das Borboletas de Por-tugal (Tagis), pelo Museu Nacional de História Natu-ral e pelo Centro de Biologia Ambiental, e está integrada no programa de Comemora-

ções do Centenário da Uni-versidade de Lisboa.

Samuel Infante, do núcleo albicastrense da Quercus, salienta que este projecto nacional “junta a mais-valia do conhecimen-

to científico, proveniente de universidades e centros de investigação, com a curiosi-dade da população em ge-ral”.

Segundo o dirigente da Quercus, a participação do

Monte Barata nesta iniciati-va deve-se à sua localização privilegiada, em pleno Par-que Natural do Tejo Inter-nacional, que o tornam “um dos locais onde há maior biodiversidade”.

Uma vez inaugurado o percurso, a Quercus vai, agora, estender o convite às escolas para que os alunos visitem a estação, e, tam-bém, tentar mobilizar outros grupos de potenciais interes-sados.

O enfoque será sobretu-do nos animais invertebra-dos, como as borboletas ou as libelinhas, que somam dezenas de diferentes espé-cies já identificadas nesta

reserva para a conservação da natureza. É, aliás, nos insectos que reside uma das suas grandes riquezas. “Os invertebrados são muitas vezes incompreendidos pela população, mas são, por exemplo, fundamentais na polinização, sem a qual não haveria agricultura”, afirma Samuel Infante.

O Monte Barata tem o montado de azinho como habitat dominante, e sobres-saem espécies emblemáticas como o tamujo (espécie en-démica da Península Ibéri-ca), violetas, borboleta-pra-teada e gafanhotos.

Tiago Carvalho

Sociedade de Fer ragens Prog resso Alb icas t rense, LdaC i m e n t o sTijolos

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MATERIAIS -DE-

CONSTRUÇÃO

FERRAGENS E ARTIGOS

DE DECORAÇÃOZona Industrial, Rua F lote K 13

Tel.: 272 344 573 / 344 582 / 320 860 * Fax 272 328 3886000-459 Castelo Branco - [email protected] - www.soferragens.pt

“Há muitas freguesias em que a junta é a única relação dos habitantes com o Estado”

Seguro defende “bom senso” na redução do número de autarquias

Os concelhos e fregue-sias do distrito de Castelo Branco têm em António José Seguro um aliado, ga-rantiu ao Povo da Beira o candidato à liderança do Partido Socialista, embora não deixe de admitir a per-tinência da extinção de algu-mas freguesias.

Seguro foi o primeiro dos candidatos a secretário--geral do PS a apresentar as suas propostas junto dos militantes do distrito, na passada quinta-feira, dia 14 de Julho, durante uma visi-ta que começou no Teixoso, prosseguiu por Covilhã e Fundão, e terminou em Cas-telo Branco.

Na capital de distrito, mais de uma centena de militantes socialistas enche-ram por completo a sala de conferências da Biblioteca Municipal, para ouvir o can-didato natural de Penama-cor discorrer sobre a moção política “O novo ciclo para cumprir Portugal”.

No final do encontro, o adversário de Francisco Assis na corrida à liderança do PS, nas eleições directas agendadas para 22 e 23 de Julho, admitiu que aceita

a extinção de algumas fre-guesias, mas nunca numa “lógica quantitativa, em que se olha para o número de pessoas e para a área dos concelhos”.

“Há muitas freguesias neste distrito que já não têm a GNR, que já não têm um médico, já não têm escola, e a junta é a única relação que os habitantes têm com o Es-tado”, afirmou o candidato. Por outro lado, realçou que “nas zonas urbanas é perfei-tamente fácil fazer uniões de freguesias, e já dei contribu-tos para isso”.

António José Seguro concedeu, porém, que seja equacionado “com bom senso” se faz sentido man-ter-se algumas das juntas de freguesia que são sede de concelho em municípios mais pequenos, mas sempre agindo em concertação com “cada presidente de câmara e com cada presidente de junta”.

Segundo o candidato a secretário-geral do PS, “o país precisa de uma reorga-nização administrativa que poupe mais despesa, e que simultaneamente seja capaz de introduzir mais racionali-

dade, porque hoje tratamos câmaras que são diferentes como iguais”. Ao mesmo tempo, “há juntas de fregue-sia que têm mais população do que câmaras, mas da-mos-lhes poucos recursos”.

“Se o objectivo for só reduzir o número de fregue-sias, isso pode não significar diminuição de despesas, e pode até acarretar mais pro-blemas do que soluções”, concluiu.

Sobre outro dos assun-tos que agita o distrito de Castelo Branco, a introdu-ção de portagens na A23, Seguro prefere aguardar por “uma proposta concreta do Governo” para pronunciar--se.

Candidato criticou imposto extraordinário

O imposto extraordi-nário sobre o subsídio de Natal foi contestado pelo candidato a líder do PS, que acusou o PSD de não o ter justificado convenientemen-te. “Lembro-me que, duran-te a campanha eleitoral, o líder do PSD disse que com ele não haveria aumento de impostos, mas o que está a

acontecer agora? E qual é a fundamentação para este aumento brutal de impos-tos? Não há uma justifica-ção certa, e não honra uma promessa eleitoral”, disse António José Seguro.

Além disso, o candidato sublinhou que já havia aus-teridade, “decorrente do me-morando da troika, e com mais esta medida, natural-mente vai haver um impac-to negativo na economia, particularmente no peque-no comércio”, que depende muito das compras durante o período de Natal. “Falta ambição ao Governo, não há qualquer estratégia que nos possa conduzir ao cres-cimento económico susten-tável”, acrescentou Seguro.

“Senti-me muito apoiado”

“Foi nesta terra que re-cebi o primeiro salário, da Direcção Geral de Despor-tos, que funcionava na Rua de Dadra, número 24”, re-cordou, perante uma plateia de militantes socialistas, o candidato à liderança do PS. O preciosismo da memória serviu para António José

Seguro reforçar que “pela primeira vez o distrito de Castelo Branco tem um seu natural como candidato à li-derança do partido”.

Seguro e Joaquim Mo-rão trocaram elogios, mas o autarca albicastrense fez questão de sublinhar que a Federação Distrital do PS de Castelo Branco “não manifesta apoio a qualquer uma das candidaturas”, e que Francisco Assis, quando visitar o distrito e a cidade, terá a mesma recepção.

Ainda assim, o candi-dato sentiu-se “muito apoia-do” durante o périplo pelo distrito. “Os militantes de Castelo Branco são livres, cada um vota no candidato que entender, mas eu estou muito confiante de que pos-so obter um bom resultado”, referiu.

Uma vez apurado o ven-cedor das eleições a secretá-rio-geral do PS, o congresso nacional do partido realiza--se de 9 a 11 de Setembro.

Tiago Carvalho

“Há muitas freguesias em que a junta é a única relação dos habitantes com o Estado”

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Municípios estão preocupados com o resultado e consequências do acordo com a Troika

Redução do pessoal nas câmaras coloca operacionalidade em causa

O presidente da Câmara Municipal de Castelo Bran-co e vice-presidente do Con-selho Directivo da Associa-ção Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) esteve presente no XIX Congres-so da ANMP realizado no passado dia 9 de Julho, em Coimbra.

Joaquim Morão expli-cou ao “Povo da Beira” as preocupações que neste mo-mento afectam os autarcas e que foram amplamente dis-cutidas durante o congresso.

Desde logo, o autarca albicastrense realça a pre-ocupação com aquilo que vai suceder em resultado do acordo estabelecido entre o Governo português e a Troi-ka, nomeadamente, no que às câmaras municipais e jun-tas de freguesia diz respeito.

Outra das preocupações diz respeito à alegada redu-ção de pessoal em dois por cento, nas câmaras munici-

pais. Joaquim Morão refere

que os autarcas questionam--se sobre o modo como esta medida vai ser implementa-da e sobre a fórmula que se pretende aplicar, uma vez que sublinha que muitas

câmaras municipais, caso a redução avance, ficarão em sérias dificuldades e em al-guns casos o funcionamento dos municípios pode ficar seriamente comprometido e em risco.

O autarca albicastrense refere ainda que o congres-so deixou um alerta com a preocupação exclusiva em relação aos meios financei-ros visto que vão limitar as câmaras municipais com consequências na sua opera-cionalidade.

Outra das principais medidas discutidas durante o congresso da ANMP diz respeito ao QREN que é considerado pelos autarcas demasiado pesado e cuja simplificação foi defendida durante os trabalhos.

Por outro lado, Joaquim Morão refere que as trans-ferências de competências, nomeadamente, ao nível da educação e das estradas, irá

penalizar as câmaras muni-cipais pelo que defende que a tutela terá de reassumir essas competências ou então transferir para os municípios as verbas correspondentes.

Mas, a grande preocu-pação da ANMP durante este congresso centrou-se na possibilidade de o Gover-no avançar com a redução dos municípios. “É preciso encontrar outra solução”, sublinha o autarca albicas-trense.

Outros temas foram abordados durante o con-gresso, como a revisão do código de expropriações, de modo a garantir a simpli-ficação da tramitação dos processos, a eliminação do regime de retenção de recei-tas municipais, aplicado em 2010 e 2011 pelo Governo, para pagamento de presumí-veis serviços de saúde pres-tados aos funcionários das autarquias locais.