patricia cabott – um pequeno escândalo

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8/12/2019 Patricia Cabott – Um Pequeno Escândalo http://slidepdf.com/reader/full/patricia-cabott-um-pequeno-escandalo 1/188  atricia Cabott – Um pequeno escândalo A little scandal Burke Traherne, Marquês de Wingate, ficou famoso por sua natureza irascível, apesar disso não conseguiu dominar Isael,sua filha de dezessete anos de idade! " senhorita #itt, a $ltima de uma sucessão de damas de companhia, resignada, acaava de pedir demissão com lagrimas nos olhos! % marquês teria que encontrar rapidamente uma sustituta porque sua filha invariavelmente, &ogava'se ao pesco(o dos homens mais inadequados! Burke não podia mais aguentar isso! )eu primeiro encontro com *ate Ma+he foi um desastre, ela cuidava dos filhos dos vizinhos e parecia ter um car-ter dia.lico, mas Isael gostava muito dela e s. comportava'se em, quando estava com *ate! "ssim, Burke teve que pagar uma quantia astron/mica para contrat-'la, saendo que a paz não tem  pre(o! 0orde Wingate cometeu um grande erro, porque introduzir em sua casa uma mulher tão sedutora como *ate Ma+he, era a garantia certa de ser tentado a ficar em casa! Revisão: Alcioni Revisão final: Lilith

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  atricia Cabott – Um pequeno escândalo

A little scandal

Burke Traherne, Marquês de Wingate, ficou famoso por sua natureza irascível, apesar disso nãoconseguiu dominar Isael,sua filha de dezessete anos de idade!

" senhorita #itt, a $ltima de uma sucessão de damas de companhia, resignada, acaava de pedirdemissão com lagrimas nos olhos! % marquês teria que encontrar rapidamente uma sustituta porque sua

filha invariavelmente, &ogava'se ao pesco(o dos homens mais inadequados! Burke não podia mais aguentarisso!

)eu primeiro encontro com *ate Ma+he foi um desastre, ela cuidava dos filhos dos vizinhos e pareciater um car-ter dia.lico, mas Isael gostava muito dela e s. comportava'se em, quando estava com *ate!

"ssim, Burke teve que pagar uma quantia astron/mica para contrat-'la, saendo que a paz não tem pre(o!

0orde Wingate cometeu um grande erro, porque introduzir em sua casa uma mulher tão sedutora como*ate Ma+he, era a garantia certa de ser tentado a ficar em casa!

Revisão: Alcioni Revisão final: Lilith

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  Parte Um

Capítulo 1

Londres, abril 18!

—Eu não vou— Ela torceu em suas mãos. — Eu lhe disse antes. Largue-me!—Estou dizendo que vai!Ele estava cansado de tentar raciocinar com ela. Às vezes parecia que era tudo o

que fazia nos últimos 1 anos era argumentar com ela.—ei"e-me! — #ritou ela contorcendo-se para soltar-se.—$oc% vai.. —isse ele& sua voz profunda nada mais do que um rosnado

amea'ador que fez o lacaio que os esperava do lado da carruagem& levantar-se do

(anco e revirar os olhos.—)ão& gritou ela& — revirando-se com mais for'a.*oi tão +gil quanto um gato e ele foi for'ado a segurar seu (ra'o envolto em

seda para impedir a fuga.—Eu disse para me soltar!Ele suspirou. ,em. everia ter suspeitado que chegaria a isso. ma hora antes&

,ure estava fazendo novamente um novo n/ na gravata diante do espelho&uncan era um valete e"celente& mas tornou-se mais dif0cil com a idade etotalmente relutante para as nuances da moda& e ,ure foi o(rigado a desfazer o

seu tra(alho& quando senhorita itt entrou na sala em um estado de e"tremaagita'ão.

—2ilorde! —Ela estava com o rosto co(erto de l+grimas3 — Ela 4 imposs0vel&não ouve )ingu4m5 )ingu4m& ningu4m& pode aceitar ser tratado dessa maneira.*ica al4m de minhas for'as.

izendo isto e colocando a mão na (oca& a 6ta. itt dei"ou a sala de repente.,ure concluiu que a 6ta. itt pedira demissão. 7onstrangido& ele voltou sua

aten'ão para o la'o da gravata& mas sem muita convic'ão& pois não tinha maisqualquer necessidade de cuidar de sua apar%ncia. 8o contr+rio do que eraesperado& teria que acompanhar 9sa(el ao (aile de lad: eagrove& em vez de passara noite com a incompar+vel 6ara ;oodhart.

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—<ue o dia(o leve todas!  E a causa de todos os males estava se contorcendo tentando mord%-lo. Ele

esperava que nenhum de seus vizinhos estivesse olhando pela =anela porque essetipo de cena era constrangedor. >udo era diferente quando 9sa(el era crian'a& masagora ...

8gora ele queria mais e mais frequentemente acomodar-se confortavelmenteem sua (i(lioteca e ficar na frente da lareira com um cigarro.

  6im& ele queria mais do que a companhia da incompar+vel 6enhora ;oodhart.,om senhor! <ue horror! Então era verdade5 Ele estava ficando velho5 uncan

tinha dito isso& em mais de uma ocasião. )ão e"plicitamente& 4 claro& um (omvalete nunca daria a entender que seu senhor não estava mais no auge damocidade. 2as outro dia& o ladino teve a coragem de entregar um colete deflanela. *lanela! 7omo se ,ure em vez de ?@ anos tivesse setenta e seis. 7omo umdoente e não um homem ro(usto& cu=a companhia procuravam as mulheres maislindas de Londres& incluindo a 6ra. ;oodhart& a mais solicitada. Enfim& naquele dia&,ure rece(eu uma (oa li'ão.

8gora era a hora que 9sa(el tam(4m rece(esse uma. E ele não estava (rincando .—E eu digo que vai.8o dizer isso e com a ha(ilidade adquirida com a pr+tica& colocou-a no om(ro e

a levantou como se fosse um saco de farinha.9sa(el gritava tão alto que parecia rasgar o espesso nevoeiro que co(ria ar

Lane& e certamente com sorte& toda Londres. 7om esse nevoeiro& levaria horas para

chegar A mansão eagrove. 7omo se 9sa(el não fosse suficiente hist4rica! B quepoderia acontecer para piorar5 >alvez uma (ala na ca(e'a ou uma faca no cora'ão.

m momento depois& pareceu que a segunda possi(ilidade estava prestes a serconcedido. 6/ que em vez de uma faca& o intruso& que tinha aparecido do nevoeirocomo se do nada& estava apontando a ponta de um guarda-chuva na dire'ão de seucora'ão.

—Eu imploro que me perdoe& senhora& — disse ,ure para a propriet+ria doguarda-chuva falando com calma& pois ele tinha fama de ter o sangue quente —2as voc% se importaria de (ai"ar essa coisa5 $ou em dire'ão a carruagem que me

espera e est+ atrapalhando o caminho.—m passo a mais e voc% corre o risco de reduzir perigosamente suas chances

de paternidade de um herdeiro—& disse a propriet+ria do guarda-chuva& com umavoz surpreendentemente s4ria para uma mulher tão magra.

,ure olhou para seu lacaio. 6eria sua imagina'ão ou estava sendo questionadona porta de sua casa por uma completa estranha5 ior ainda& uma completaestranha& que parecia uma menina ... apenas o tipo de garota que ,ure evitavacuidadosamente& nas reuniCes sociais.

E quem poderia culp+-lo5 )a maioria das vezes& quando iniciava uma conversacom essas criaturas& a mãe& co(erta de =oias& aparecia de repente& eus sa(ia deonde& para recuperar sua =ovem& educadamente& mas com firmeza e conduziu-a

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para longe dele.esta vez& por4m não havia uma mãe A vista& ela estava sozinha& o que era uma

loucura em uma noite tão escura. Bnde estava sua dama de companhia5 >ais =ovens deveriam ter uma companhia& nem que fosse apenas para que nãoamea'assem as pessoas com a ponta de um guarda-chuva.

,em. 6e ela fosse um homem& ,ure simplesmente o teria =ogado ao chão comum soco& antes de passar so(re seu corpo inerte e continuar seu caminho. 7asofosse necess+rio& teria o prazer de colocar uma (ala entre os olhos.

2as longe de ser um homem& era uma mulher pequena& e esticaria o (ra'o osuficiente para tir+-la do seu caminho sem fazer o menor esfor'o. )ão& colocar asmãos em cima de uma mulher& especialmente algu4m tão =ovem& causa todo o tipode complica'ão.

B que deveria fazer5err:& a quem ,ure pediu a=uda com o olhar& não o socorreu. Ele tam(4m olhou

para a estranha com olhos arregalados. )ão para o guarda-chuva que estavaapontado para seu empregador& mas para um dos tornozelos muito finos quepareceu so( a (ainha da saia& que tinha su(ido um pouco devido A posi'ão deesgrimista que tomou.

9diota! ,ure iria garantir que o despedissem pela manhã mesmo.—ei"e-a no chão imediatamente& — disse a =ovem.—Escuta ... — come'ou com um tom muito mais conciliador do que foi capaz. —

)ão h+ necessidade de furar-me. $e=a& eu sou ...

—Eu me importo a m0nima—& ela o interrompeu rapidamente —& $oc% vaicolocar a garota no chão e poder+ considerar-se sortudo se eu não vou chamar apol0cia& mas ainda posso fazer isso. )unca vi na minha vida& nada tão escandaloso.m homem a(usando de uma =ovem que deve ter apenas metade da sua idade!

—8(usar! —Depetiu ,ure prestes a soltar sua carga pela surpresa3 —7omoatreve a sugerir tal coisa ...5 — $oc% realmente acha que..

ara seu grande desgosto& 9sa(el& que estava assistindo tudo em um sil%nciosuspeito& desde que a (ru"a come'ou a amea'+-lo& levantou a ca(e'a co(erta pelocapuz e come'ou a gemer3

—or favor& senhorita& a=ude-me. Est+ me fazendo muito mal ...8 ponta do guarda-chuva foi fortemente apoiada em cima da lapela do casaco&

na dire'ão do cora'ão. 8 garota virou a ca(e'a para o lacaio3—Ei voc%! )ão pode ficar a0 sem fazer nada& seu idiota ignorante. 7hame um

policial!err: ficou mudo. Ele olhou para o e"asperado ames& com o rosto contorcido

como estivesse pensando& dividido entre a lealdade ao seu senhor e o dese=o denão contrariar a desconhecida.

— ... 2as& ele me despedir+ senhorita.—$oc%5 —Ela repetiu& a(rindo os olhos cinza que =+ estavam enormes& escolha o

que voc% prefere& ser demitido ou ser colocado na cadeia por cúmplice de estupro

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e intimida'ão5—orque& senhorita ... — choramingou err:.9sa(el& que conseguiu controlar-se& come'ou a tremer cada vez mais forte por

cima do om(ro de ,ure e seu espartilho foi incapaz de conter os espasmosviolentos quando ela come'ou a rir. ,ure ficou p+lido so( sua cartola. ogou o

(ra'o para tr+s com a clara inten'ão de ganhar impulso para a discussão pura esimples.

Essa foi a gota que encheu o copo& decidiu ,ure.—Bu'a—& disse. E 9sa(el deslizou do om(ro de ,ure para ficar ao lado dele. —

Em(ora não sai(a como chegamos a uma situa'ão tão grotesca e tam(4m na portade minha casa& asseguro-lhe que tudo 4 completamente respeit+vel. 8contece queessa menina 4 minha filha.

B guarda chuva não se me"eu um cent0metro. )em mesmo um mil0metro.—)ão venha com hist/rias& —falou a intrat+vel desconhecida. ,ure olhou em torno procurando algo que pudesse ser utilizado como um

pro=4til. Ele estava A (eira da loucura. B que fez ao ,om eus para merecer isto5>udo o que queria era casar 9sa(el com um =ovem educado =ovem& que nãodilapidaria o seu dote. <ueria ser livre para passar uma noite tranquila& com uma(ela mulher como 6arah ;oodhart. Bu um livro. 9sso era pedir muito da vida5

arecia que os torturadores estavam andando armados com guarda-chuvaspelas ruas de Londres.

Então err: a(riu a (oca e disse pela primeira vez em sua vida& algo significativo3

—Ehh ... 6enhorita! 8 garota 4 realmente filha dele.9ncapaz de se conter por mais tempo& 9sa(el come'ou a gargalhar e seu riso

ecoou por toda a rua.— Eu sinto muito —& e"clamou feliz. —2as foi tão divertido ver voce amea'ar

meu pai com um guarda-chuva! Eu não pude evitar.esta vez o guarda-chuva hesitou.—6e este homem 4 seu pai& por que em nome do c4u& gritou5 —Ela disse com as

so(rancelhas levantadas. —)ão entendi.—or qu%5 —Depetiu 9sa(el revirando os olhos como se a resposta fosse /(via&

porque ele est+ me o(rigando a ir ao (aile dos eagrove.ara espanto de ,ure& a mulher& essa estranha totalmente louca& aceitou a

e"plica'ão com sincera piedade. Ele viu o guarda-chuva a(ai"ar lentamente at4 quea ponta tocou o chão.

—6anto eus! $oc% não pode lev+-la!9sa(el pu"ou a manga de ,ure com for'a.—$oc% v% papai58gora ,ure tinha certeza que a qualquer momento& teria um ataque. B que

estava acontecendo estava fora do seu entendimento. oucos minutos antes amulher amea'ou chamar a pol0cia e agora estava tranquilamente discutindoentretenimento da alta sociedade com sua filha& como se elas estivessem falando

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em uma lo=a e não no meio de ar Lane& As nove horas da noite& uma noite comuma n4voa e ainda dif0cil de respirar.

—F uma coisa sem sentido& —disse. — Lad: eagrove convidou o do(ro depessoas do que sua casa 4 capaz de acomodar& e h+ apenas parasitas e primosprovincianos.

—Eu sa(ia—& disse 9sa(el (atendo com o p4 no tapete& que err: desenroladopara que seu vestido não su=asse com lama quando fosse su(ir na carruagem. — Eunão parei de repetir isso& mas ele não quer me escutar.

7om a clara impressão de que elas estavam falando dele& como se não estivessepresente& ,ure ficou mais irritado do que nunca.

— Ele s/ escuta a senhorita itt& —continuou 9sa(el. — Ela tinha alguma no'ãoa(surda de ir A casa dos eagrove.

—<uem 4 a senhorita itt 5 — perguntou a estranha.8ntes que ,ure pudesse dizer uma palavra& sua filha respondeu3—2inha dama de companhia& ou a minha e"-dama de companhia& caso prefira

chamar. elo menos era& porque renunciou.—ama de companhia5 E por que dia(os tem uma dama de companhia5—orque a mãe dela morreu& caso queira realmente sa(er de tudo—& respondeu

acidamente ,ure—8gora& minha senhora& nos d% licen'a ...—>ão r+pido! )ão! —disse 9sa(el& — isso não 4 tudo. 2inha mãe morreu& sim&

mas ele impGs uma acompanhante porque nunca preocupou-se em levar-me aqualquer lugar —disse ela para a desconhecida. —Ele quer passar mais tempo com

a 6ra. ;oodhart.8 mão de ,ure apertou o (ra'o de 9sa(el.—err:& a porta por favor.B criado& que estava ouvindo a conversa com mais aten'ão do que nunca&

estremeceu violentamente depois de ouvir as instru'Ces de ,ure.—Hum ... milorde5

,ure pensou se um pontap4 na (unda iria faz%-lo parecer um (ruto.rovavelmente sim.

—8 porta& —ele rosnou. —8(ra a porta da carruagem. 9mediatamente.

B criado apressou-se a o(edecer infeliz. urante esse tempo& para irrita'ão de,ure& 9sa(el continuou tagarelando.

—Eu cansei de e"plicar que não queria ir& mas acha que ele me ouve5 e =eitonenhum!

—B (aile de Lad: 8shford 4 ho=e A noite5 —erguntou a =ovem mulhercasualmente apoiada em seu guarda chuva— ,em& 4 isso& então. $oc%simplesmente não pode perder o (aile de lad: 8shforth.

—6im& mas 4 tudo um complG& ve=a voc%& para me manter longe do homem queeu amo ...

—ara a carruagem& —interrompeu ,ure friamente.*icou muito orgulhoso de si mesmo. 2as ainda não tinha conseguido coloc+-la

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na carruagem& como foi a sua primeira inten'ão. Ele estava aprendendo a controlarseus ataques de raiva e eus era testemunha que h+ algumas semanas atr+s issonão foi uma tarefa f+cil. 2as& em(ora com dificuldade& ele estava conseguindo. 6ime ele tam(4m poderia se livrar da intrusa e seu guarda-chuva sem derramar umaúnica gota de sangue e o(ter mais uma vit/ria.

—2as& pai& voc% =+ ouviu falar desta mo'a. 8 festa dos eagrove não ...—ara a carruagem!9sa(el tentou voltar& mas ele foi mais r+pido. 7omo um flash& agarrou-a e a

levantou colocando-a no haeton. #entilmente& sim& at4 mesmo a (ru"a e seuguarda chuva não poderia dizer o contr+rio.

<uando o último cent0metro da (arra do vestido havia desaparecido dentro daca(ine& virou-se para a mulher surpreendida.

—,oa noite—& disse ele.ito isso& ele entrou na carruagem& gritando para err: pegar a estrada& e o

lacaio apressou-se a fazer.6entado em frente a ele& 9sa(el ficou em sil%ncio.—Dealmente& papai& voc% não precisava ser tão rude.—Dude! — Ele soltou uma risada sem humor& — isto 4 realmente perfeito! E

suponho que voc% foi muito educada com uma desconhecida e seu guarda-chuva&a ponto de amea'ar chamar a pol0cia& como se eu fosse um criminoso que escapouda prisão.

—)ão 4 uma perfeita desconhecida—& disse 9sa(el& que me"ia nos quilGmetros

de cetim (ranco do seu vestido. —F a senhorita 2a:heI. Eu a encontrei uma ouduas vezes.

—6enhor eus! 6er+ que essa criatura vive em ar Lane5 Eu não conhe'onenhum 2a:heIs. Em qual casa ela tra(alha5

—)a casa dos 6ledge. Ela 4 governanta de todos aqueles meninos miser+veis.—8h& — murmurou ,ure ligeiramente mais calmo.E não ficou surpreso de não a ter reconhecido. Em todo o caso poderia ficar feliz

com uma coisa3 essa mulher era apenas uma empregada& e ela não iria dizer paratodas as pessoas que ,ure >raherne& 2arqu%s de ;ingate& não tinha autoridade

so(re a filha.E caso ela comentasse& ningu4m acreditaria.Então ele perguntou com indigna'ão3—2as se voc% =+ sa(ia& como ela poderia não sa(er que era minha filha e

imaginou que voc% estava sendo sequestrada5—Ela tra(alha a pouco tempo l+. —disse 9sa(el pu"ando suas luvas& —Bnde voc%

poderia t%-la visto5 )a igre=a& claro que não& porque voc% chega em casa s/ demadrugada aos s+(ados.

,ure olhou-a so( a luz da lJmpada de /leo da carruagem. )ão era o assuntocerto para uma filha falar com seu pai. Ele provavelmente casou muito =ovem. 6eupai o avisou so(re as consequ%ncias. E seu pai não estava errado. 8s filhas de

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outros homens - homens mais velhos& que & ao contr+rio dele& havia esperadoultrapassarem os K anos - não falavam s tão levianamente. Bu pelo menos& ,uresupunha que não. Bu pelo menos isso significava e como não tinha muitos amigostam(4m& sem dúvida por causa de seu passado duvidoso e sua reputa'ão que veio =unto com ele.

2as se ele tivesse mais amigos do se"o masculino& certo que sua filha seria d/cile delicada como a garota de seus sonhos& e não aquela criatura re(elde que saiudo internato para =ovens que frequentou at4 um m%s e meio atr+s.

—9sa(el& — perguntou ele tão calmamente como podia& —o que voc% fez asenhorita itt5

Ela mergulhou na contempla'ão do teto.—6e a carruagem parar na frente da casa dos eagrove& eu vou sair correndo. —

Ela advertiu.—9sa(el! —repetiu com admir+vel paci%ncia& —a senhorita itt 4 a quinta dama

de companhia que eu consegui para voc% nas últimas cinco semanas. $oc% podeme dizer o que h+ contra ela5 Ela foi muito (em recomendada pela senhora7hittenhouse.

—Lad: 7hittenhouse! 6er+ que ela sa(e alguma coisa5 )enhuma de suas filhasnunca precisou de uma escolta. )enhum homem em seu =u0zo perfeito teria acoragem de apro"imar-se delas. Eu nunca conheci a criaturas mais repulsivas& e at4parece que elas não sa(em o que 4 sa(ão. Estou surpresa que elas tenham secasado.

,ure ignorou o coment+rio.—Lad: 7hittenhouse escreveu uma carta de recomenda'ão elogiando muito a

senhorita itt.—64rio5 E mencionou na carta que a senhorita itt& al4m de ser incrivelmente

chata& com sua tagarelice sem fim so(re suas so(rinhas e so(rinhos preciosos& temuma tend%ncia de cuspir quando fala& principalmente quando est+ tentandocorrigir o que ela chama de Mmeu escandaloso comportamento.M 6er+ que elamencionou isso5

6e voc% não gostava da senhorita itt por que voc% não me pediu para contratar

outra5M& isse ,ure tão educado como poderia& dado que sentia vontade deestrangular 9sa(el.

—6e voc% achou a senhorita tão ofensiva — disse ,ure& tão delicadamentequanto podia& considerando o fato de que ele ansiava por estrangul+-la& — por quevoc% não veio a mim e me pediu para contratar algu4m5

—orque voc% contrataria algu4m ainda pior—& disse 9sa(el olhando a n4voa nasruas atrav4s da porta de vidro& —E eu não tenho o privil4gio de estar presente nasentrevistas que faz para contrat+-las.

6eu tom de voz& totalmente ousado& o fez sorrir.—E quem escolheria voc%& 9sa(el5 resumo que algu4m como 2iss 2a:heI.—B que voc% tem contra5 Em todo caso& 4 mais agrad+vel olhar para ela do que

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para a horr0vel senhorita itt.—$oc% não precisa de algu4m agrad+vel para olhar& mas sim de uma pessoa

seria capaz de impedi-la de ir atr+s daquele 6aunders miser+vel.)o momento em que proferiu essas palavras& ele perce(eu que havia cometido

um erro.

—#eoffre: não 4 um (andido! B que voc% sa(e& papai& se tivesso o tra(alho degastar alguns minutos para conhec%-lo.

,ure revirou os olhos& e virou seu pr/prio olhar em dire'ão A =anela e olhou oc4u. 9nfelizmente& eles =+ estavam sendo (loqueados pela circula'ão devendedores de fitas& mendigos e prostitutas. 8 esc/ria usual que enchiam as ruasde Londres durante a noite e que estendiam as mãos su=as e surradas pelo tra(alhoe pela mis4ria. ,ure não conseguiu reprimir um suspiro. )ão foi como ele haviaplane=ado passar a noite. )esse momento deveria estar em seu camarote noteatro. 2as agora ele teria sorte caso conseguisse alcan'ar a porta dos atores paraencontrar 6ara no meio da multidão de fãs que iam prestar homenagem a seutalento.

elo menos era isso que ela gostava de pensar. ,ure por4m sa(ia muito (emque eles não iam ao teatro para admirar suas ha(ilidades como atriz& mas algomuito diferente ...

—)ão preciso conhecer o 6r. 6aunders& 9sa(el. Eu sei de tudo relacionado a ele eposso dizer-lhe que 4 inútil ele atrever-se a pisar na entrada da nossa casa& poissair+ de l+ com uma (ala no corpo.

—apai—& disse 9sa(el& com um solu'o —6e voc% puder me ouvir ...—+ ouvi (astante (o(agem so(re o assunto do 6r. 6aunders. or favor& não

mencione esse nome novamente na minha presen'a.9sso parecia suficientemente amea'ador. 8ssim era como um pai deveria

conversar com sua filha3 sem rodeios.—8gora& iremos para a casa dos eagrove& e acredito que 6aunders não foi

convidado& — achou por (em acrescentar.9sa(el emitiu um solu'o pela segunda vez& mais forte do que a primeira vez e

declarou3

—<uer dizer& que voc% est+ indo para casa dos eagrove& mas eu vou para casade Lad: 8shford.

E antes que ,ure pudesse entender o que estava acontecendo& 9sa(el lan'ou-separa a porta& a(rindo-a com uma pancada num estilo que teria inve=ado 6ara;oodhart e dei"ou a carruagem.

,ure ficou su(itamente sozinho na carruagem. <ue eus prote=a as meninasenamoradas! efinitivamente não era assim que ele havia plane=ado passar anoite.

Endireitando o chap4u& saiu pela porta que estava a(erta e correu atr+s de suafilha pela rua cheia de gente.

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Capítulo "

<uando Nate 2a:heI entrou na cozinha& onde um enorme fogo estavaqueimando na lareira& osie& uma das meninas =untou-se a ela com um farfalhar desaias.

— Bh& senhorita —& e"clamou& antes que tivesse tempo de fechar a porta& )uncavai adivinhar!

—Henr: colocou outra co(ra no (olso da camisa do seu pai! —Nate sugeriutirando suas luvas antes de desa(otoar o casaco.

—)ão.

—onathan voltou a dizer palavrão na frente de sua mãe.—<ue palavrão5—$oc% sa(e& aquele que come'a com m.—Bh não& senhorita! )ão 4 isso. 8lgu4m a est+ esperando no salão.—Eu espero que se=a o conde—& disse pendurando seu chap4u em um gancho

ao lado da porta. —>eria que me encontrar no concerto e passei uma horaprocurando por ele em toda parte.

—Ele enganou-se de local—& disse osie trotando atr+s de Nate& que estavaandando em torno da cozinha. — E o senhor 6ledge aca(ar+ fazendo um (uraco nopiso& de tanto andar a p4 em frente da porta do salão.

Nate parou em frente de um espelho na parte inferior da escada& pendurado l+especialmente para que as criadas pudessem a=ustarem antes de cruzar a portaalmofadada que dava acesso ao resto da casa. Ela tentou sem muito sucessoafastar a madei"a de ca(elo que caia so(re a testa. B ar fresco da primavera tingiude vermelho suas faces e não foi necess+rio colocar um pouco de cor. 7omovingan'a& o nariz estava (rilhando e ela teve que usar dedo de farinha& do saco nadespensa e que esfregou-se (em& fez o truque admir+vel.

—o(re *redd:—& ela disse. —<uanto tempo ele est+ aqui5—Ele chegou quando voc% saiu—& disse osie olhando no espelho.Nate suspirou.—6im! 6ra. 6ledge est+ irritada5—7laro que não! <uando suas amigas da associa'ão perguntarem de quem era a

carruagem estacionada em frente a sua casa& vai sentir muito orgulho em dizer quepertence ao conde de almer.

—<ue veio visitar a governanta de seus filhos —isse Nate colocando omedalhão na gola de renda de sua (lusa.

—9sso 4 o que ela vai dizer& mas elas vão pensar que foi ela quem foi honradacom sua visita.

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8 porta estofada a(riu-se e hillips o mordomo& apareceu no topo da escada.osie s/ teve tempo para atirar-se atr+s da enorme mesa de madeira e come'ar alimpar completamente alguns tachos de co(re que estavam l+.

Nate& no entanto& não teve tanta sorte.—6enhorita 2a:heI— escendo a escada estreita& com grande descaramento&

—acredito que =+ mencionei v+rias vezes& que voc% nunca deve entrar pela portados fundos. 7omo governanta das crian'as lhe permitem usar a entrada principal.

Nate estava prestes a responder que não encontrava nenhuma vantagem emusar a porta da frente& pois teria a oportunidade de dar de cara com ele.7onvencida de que era melhor não e"pressar essa opinião em voz alta& perce(euque hillips mal podia conter-se.

—6e voc% tivesse feito isso& teria perce(ido que o conde almer esta no salãoesperando por voc%& h+ quase duas horas.

—6into muito senhor hillips& Lord almer prometeu encontrar-me ho=e em umrecital& mas não nos vimos ...

—)o futuro& senhorita 2a:heI —disse o homem com a rigidez de um ro(G& —quando voc% convidar pessoas com t0tulo para esta casa& dever+ informar-me paraque eu possa decantar o conhaque adequado com a devida anteced%ncia.

Ele parecia realmente irritado e furioso por ter que servir um conhaque desegunda linha ao conde. m mordomo com a categoria de hillips nunca poderiarecuperar-se disso.

E ele não perdoaria Nate. <ualquer esperan'a de entendimento entre os dois

havia terminado definitivamente. E isso não era a primeira mancada dela.7ome'ou& quando ela levou seu gato& o que era uma ofensa aos olhos de hillips.2as& não contente por ter introduzido na casa uma criatura horr0vel& útil apenaspara ca'ar ratos no porão& agora atrevia-se a humilh+-lo.

>alvez fosse mais prudente come'ar a procurar um novo emprego.—Dealmente 6r. hillips& eu não podia adivinhar que ...—)ão sou eu a quem deve pedir desculpas& senhorita 2a:heI& mas sim ao

conde. Eu não sa(ia o que mais fazer para entret%-lo& enquanto voc% estavapasseando.

Ela franziu o cenho. )ão era culpa dela& afinal& se *redd: estava confuso aoponto de não ser capaz de lem(rar um endere'o e depois decidir esperar na salados 6ledge. Ela sentia-se no direito de desfrutar de sua tarde de folga.

2as era inútil discutir com hillips.Levantando as saias& su(iu as escadas sem parar.B sr. 6ledge realmente andava so(re o tapete oriental em frente a porta do salão

com o risco de fazer um (uraco. <uando ele a viu& correu para ela.—6enhorita 2a:heI& finalmente voc% est+ aqui! B conde almer ... est+ l+. Est+

A espera. Entreguei-lhe o =ornal de ho=e& que felizmente não havia lido ainda. Euacho que isso o est+ a=udando a esperar.

Nate sorriu para seu chefe. 7:rus 6ledge& apesar de seu nome infeliz& não era um

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homem mau. Ele era apenas um homem (astante mon/tono& se casou com umaprima feia& sem suspeitar que um dia ela herdaria uma fortuna que lhe permitiriacontratar uma governanta por tempo integral e manter um monte de mission+riose centenas de nativos em apua )ova #uin4.

—$oc% acha que o conde est+ interessado em folhetos so(re a missão5 )otei

que os =ovens mais ilustres raramente se preocupam com os po(res. ensamapenas em =ogo e ir ao teatro. Eu me pergunto se 4 uma questão de ignorJncia.7laro& caso não sai(a das terr0veis condi'Ces de vida dos po(res& caso não tenhasensi(ilidade para o tema ...

—Estou de acordo com voc%& 6r. 6ledge. Eu vou falar com ele. >enho certeza queficar+ muito interessado.

B sr. 6ledge& geralmente muito p+lido& corou de prazer.—Dealmente senhorita 2a:heI5 $oc% realmente acha5—7laro—& disse Nate& pegando no seu (ra'o e afastando-o da porta da sala. —

$oc% e a 6ra. 6ledge devem fornecer a ele um pacote de folhetos e vou pedir queele leia esta noite& e na sua pr/"ima visita voc% pode perguntar so(re eles.

B sr. 6ledge ficou sem fGlego.—<ue ideia maravilhosa —& e"clamou3 — Eu vou dizer a 6ra. 6ledge

imediatamente. >emos uma s4rie de novidades& especialmente as m+s condi'Cesem que as mulheres de apua trazem seus filhos para o mundo e so(re o admir+veltra(alho a ser realizado pelo reverendo ,illings para melhorar as coisas.

—Bh& — Nate disse. —9sso vai ser perfeito para o conde & sem dúvida.

B sr. 6ledge come'ou a esfregar as mãos e Nate reprimiu uma gargalhadaquando ele a(riu a porta do salão.

—,em& *redd:& eu o coloquei em apuros! B sr. 6ledge foi (uscar seus amadospanfletos.

m homem alto e loiro afastou-se da lareira com cara de culpado e ela logoperce(eu o motivo. Ele fez um (om uso do =ornal de seu chefe fazendo (olas depapel e =ogando no fogo. + tinha aca(ado com p+ginas dedicadas as not0cias dasociedade e estava come'ando com a parte financeira& quando ela entrou no salão.

Nate moveu a ca(e'a.

—*redd:! $oc% est+ pior do que onathan 6ledge de apenas cinco anos.*red ,ishop& nono conde de almer& ergueu o quei"o.—>ive que me entreter com alguma coisa enquanto estava esperando& Natie.—$oc% não poderia ler o =ornal em vez de dividi-lo em peda'os5 — Em vão ela

inclinou-se para tentar recuperar o que so(rou do =ornal.—Ler essa coisa chata so(re a agita'ão na Ondia e tudo mais5 e =eito nenhum!

B que aconteceu com voc% Nate5 Espero por horas. *ui para a igre=a e nãoaconteceu nenhum recital. Estava l+ somente a esposa do vig+rio& uma criaturadesagrad+vel que ocupou-se da remo'ão dos cartazes antigos das paredes. <uandoperguntei a que horas seria o recital de 2ahler& ela respondeu de uma forma muitodesagrad+vel. arecia um peda'o de madeira seca.

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—7onfundiu-se novamente de igre=a& E não foi 2ahler& foi ,ach& —corrigiu Natecaindo em uma cadeira. — 8 polonaiseP foi ador+vel.

—Eu não aprecio a olonaise — o 7onde de almer disse& muito violentamente.—*redd:& —Nate fingiu estar chocada.— Eu não me importo —*redd: lan'ou-se so(re a cadeira em frente dela. —Eu

perdi o shoI e agora 4 tarde demais para lev+-la para =antar. Esses idiotas dos6ledge& vão sair de casa e voc% não vai poder fazer o mesmo. E ter+ uma tarde livresomente dentro de uma semana. 8ssim& não aprecio a olonaise!

 Nate riu de novo.— F sua pr/pria culpa& voc% sa(e. <uando voc% vai come'ar a anotar os

endere'os de modo a se lem(rar deles5B conde mudou sua atitude dizendo com humor3—6e voc% parasse de ser tão teimosa e aceitasse a casar-se comigo& eu não teria

necessidade de me lem(rar de qualquer endere'o& porque voc% estaria sempre aomeu lado para lem(rar.

Ela fez uma careta.—Est+ indo na dire'ão certa. Eu não acho que e"iste em toda Londres uma única

mulher que possa resistir a um homem que a tenha chamado de teimosa.*redd: pu"ava em uma das e"tremidades de seu espesso (igode dourado.— $oc% sa(e o que quero dizer.or que voc% 4 tão teimosa& Nate5—Eu não sou teimosa& *redd:. Eu te amo& mas não como uma mulher deve amar

seu marido. <uer dizer& não estou apai"onada por voc%.

—E o que voc% sa(e disso 5 )unca apai"onou-se antes.—)ão—& ela admitiu3 —2as os livros que eu li e ...*redd: fez um (arulho rude.—$oc% e seus livros!—$oc% deve tentar ler um& poder+ gostar.— Eu duvido. Enfim& o que importa se voc% est+ ou não apai"onado por mim5 Eu

estou apai"onado por voc%& e isso 4 tudo o que importa. $oc% sempre podeaprender a me amar —& disse apai"onadamente. — 8s mulheres fazem isso otempo todo. E voc% deve ser melhor do que a maioria das esposas dos meus

amigos. $oc% 4 r+pida nos estudo& depois de tudo. >odo mundo disse que nuncairia durar um minuto esse neg/cio de governanta e voc% o faz com incr0velefici%ncia.

— <uem disse5 —Nate ficou furiosa.B conde afastou a questão com um gesto.—Eu sei fazer com que me queiram certo5 $irg0nia 7hittenhouse estava louca

por mim na última primavera. Ela gritou em desespero quando eu disse que meucora'ão pertencia a voc%& mesmo que não tenha um tostão e que seu car+ter tenhaazedado com o passar dos anos.

—$oc% não devia ter se livrado da $irg0nia 7hittenhouse& —Nate calmamente

1 dan(a polonesa2 a m$sica para este tipo de dan(a

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respondeuQ —Ela não 4 amarga e herdou cinquenta mil li(ras. B 7onde de almer levantou-se a(ruptamente.—Eu não dou a m0nima pelas cinquenta mil. F voc% que eu quero Natherine

2a:heI!Nate estreitou os olhos com suspeita.

—<uantos copos de conhaque (e(eu enquanto esperava por mim& *redd:5—$ai sair do seu tra(alho imediatamente e fugir comigo para aris.—6enhor! 7hegar0amos aos tapas antes de chegar a 7alais. Espero sinceramente

que este=a (%(ado. F a única e"plica'ão que me ocorre pelo seu estranhocomportamento.

errotado& o conde dei"ou-se cair contra a poltrona.—Eu não estou (%(ado. B estúpido sr. 6ledge não parou de perguntar de cinco

em cinco minutos se eu precisava de alguma coisa. E ele tentou falar so(re seusperus da )ova #uin4.

—apua da )ova #uin4& — Nate disse& corrigindo-o com um sorriso.—,em& isso não importa. Bnde voc% estava Nate5 B recital terminou As nove.— $oltei o mais r+pido que pude. Eu tive que tomar o Gni(us& voc% sa(e& eu não

pude vir na sua carruagem porque voc% esqueceu e não apareceu.Ela o olhou com desaprova'ão e procurou um meio de escapar de uma nova

proposta de casamento.—8h! Eu quase me esqueci —& ela disse3 — Eu testemunhei uma cena

e"traordin+ria quando voltava. *oi aqui perto& em ar Lane. m homem com uma

 =ovem so(re os om(ros tentava coloc+-la em uma carruagem.B 7onde de almer me"eu-se na cadeira e seu rosto ficou s4rio.—B que voc% est+ inventando agora para evitar a questão do casamento5 )ão

me engana Nate. esta vez estou totalmente decidido. Eu at4 disse A minha mãe.Ela respondeu que se eu insistisse em fazer o papel de tolo não poderia a=udar-me.

Nate continuou como se não tivesse ouvido nada3—Eu =uro que eu estou dizendo a verdade. Eu não pude acreditar. >ive de

amea'ar o homem com a ponta do guarda-chuva para que voltasse a dei"ar a =ovem no chão.

Bs olhos de *redd: se estreitaram.—Era um +ra(e5—)ão! que ideia! Ele era um cavalheiro& pelo menos 4 o que disse. elo tra=e de

noite que vestia e o lacaio que os acompanhava& parecia. Ele era alto& com om(rosmuito largos& ca(elos pretos e pele +spera& castanho ...

— m +ra(e! —persistiu ele.—)ão& *redd:& não era —& ela falou com impaci%ncia.—7omo pode ter tanta certeza5

—Ele falava um 9ngl%s perfeito& sem sotaque e seu lacaio o chamava deMmilordeM. >inha os olhos verdes mais e"traordin+rios que eu =+ tenha visto. Bsara(es t%m olhos escuros& disso me lem(ro. Bs dele eram claros e (rilhavam como

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os de um gato.—arece que voc% perce(eu (em—& comentou um enri=ecido *redd:.—Evidentemente. Eu estava a dois passos de distJncia e vi muito (em& apesar da

espessa ne(lina. 8l4m disso& as luzes da casa dele iluminavam tudo.—<ue casa5

—8 segunda saindo daqui& um pouco a(ai"o& A esquerda.B 7onde de almer imediatamente rela"ou.—8h! Era >raherne.—erdão5—>raherne. Ele esta(eleceu-se na casa antiga dos NelloggRs para a temporada& a

primeira de sua filha.—6im. 8 =ovem que ele tratava de forma tão a(usiva disse que era sua filha. À

primeira vista at4 parece algu4m com car+ter.—B nome dela 4 9sa(el —& disse *redd: a(afando um (oce=o. — Ela 4 tão

selvagem como seu pai& pelo que entendi. >eve um desempenho na /pera outranoite&quando pulou no pesco'o de um cavaleiro sem um tostão. *oi muitoconstrangedor& at4 mesmo para um o(servador como eu. )ão 4 de admirar que>raherne se=a um pouco (rusco com ela.

—Eu nunca ouvi falar do 6r. >raherne. F verdade que =+ faz algum tempo que eunão tenho vida social& mas ...

—)ão 4 >raherne. F ;ingate. ,ure >raherne 4 o segundo 2arqu%s de ;ingate.Bu o terceira& não me lem(ro.

—;ingate5 Esse nome parece familiar.— E com razão. Houve um escJndalo famoso& ve=amos....voc% devia estar na

escola. Eu mesmo ainda estava em Eton. 6eus pais e os meus falaram so(re oassunto no almo'o. 7oisas como essa estão necessariamente su=eitas a ...

—<ue coisas5Nate nunca foi amante de rumores e mais ainda quando não era o assunto dela.

2as os olhos verdes do 2arqu%s a marcaram.—B div/rcio de ;ingate. )/s falamos so(re isso durante meses e foi primeira

p+gina dos =ornais. )ão que eu tenha lido& mas não se pode dei"ar de ver as

manchetes dos =ornais quando est+ nas primeiras p+ginas.—m div/rcio5 )ão& voc% deve estar errado. 8 menina& 9sa(el& disse-me que sua

mãe tinha morrido.—9sso 4 verdade. Ele morreu sem um tostão no continente& ap/s >raherne lev+-

la ao tri(unal com o amante.—6eu amante5 —Ela perguntou incapaz de esconder seu interesse. — *redd: —

insistiu ela ao perce(er que ele permanecia em sil%ncio— $ai continuar5—6im! m verdadeiro escJndalo —& disse (ai"inho. —>raherne casou muito

 =ovem com a única filha do uque de ;allace& um casamento por amor. 6eu nomeera Eliza(eth& se (em me lem(ro. Em resumo& parece que era um amor s/ sentidopor ele. 8penas um ano ap/s o nascimento de 9sa(el& >raherne surpreendeu sua

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esposa nos (ra'os de um poeta irland%s& em uma festa realizada em sua casa. B2arqu%s =ogou o seu advers+rio por uma das =anelas do segundo andar e no diaseguinte& foi procurar seu advogado.

— ,om eus. 6er+ que ele morreu5—>raherne5 7laro que não. >enho certeza de quem voc% viu esta noite. foi ele.

)/s o entendemos. >odo anfitrião respeit+vel o convida para sua mesa. 2as achoque vai retornar para a sociedade& se quiser casar a (ru"a da sua filha.

Nate respirou fundo. 6ua velha amizade com o conde de almer tinha lhe dadouma paci%ncia A prova de (om(as.

—Eu estava me referindo se o amante  da mulher dele morreu depois que;ingate o =ogou pela =anela.

—8h& não! )ão 4 assim. epois de recuperar-se ele casou-se com Eliza(eth. 9ssodepois do div/rcio. F claro que eles tiveram de a(andonar a 9nglaterra. )ingu4mqueria ter rela'Ces com eles depois deste caso& nem mesmo seus familiares.

— E a crian'a5— 8 crian'a5 9sa(el& voc% quer dizer5 ,em& >raherne a educou. )unca teria

permitido que sua esposa& (em& sua e"-mulher cuidasse dela. Eu me lem(ro quelogo depois& o velho ;allace& pai de Eliza(eth& foi visitar sua neta& mas >raherneproi(iu. )ão foi muito caridoso de sua parte.

—e fato. <ue hist/ria horr0vel!—Bh! 8h& ainda não terminou. )ão sa(e o pior.—Eu não quero sa(er& *redd:& muito o(rigada.

—$oc% est+ errada& 4 (em suculenta.—Eu não gosto de fofoca& voc% sa(e& muito menos quando faz refer%ncia A alta

sociedade. )ada parece mais chata do que pessoas ricas.*redd: sorriu& satisfeito.—#osto de discutir com voc%& Natie. Eu me lem(ro dos (ons tempos.—,em& não vamos discutir mais& porque não h+ nada mais a dizer como so(re os

privil4gios da (oa educa'ão que os ricos rece(eram e se comportam como ... comoarruaceiros de classe (ai"a.

—$oc% est+ sendo muito dura com o po(re >raherne. 8cho que ele nunca

recuperou-se da trai'ão de sua esposa. >ornou-se um homem amargo e fechadoem si mesmo& muito diferente da pessoa que =+ foi um dia.

—)o entanto& parecia cheio de vigor—& o(servou Nate pensando na facilidadecom que ele levantou sua filha& que estava longe de ser pequena.

—Em qualquer caso não falta a ele companhia feminina. 6ara ;oodhart 4 suaúltima amante. 8tuou em 2ac(eth no m%s passado.

Nate tirou de sua mente o corpo atl4tico do marqu%s.—6im& sua filha mencionou uma ;oodhart e o estava condenando porque ele

tinha mais vontade de ver essa mulher do que de lev+-la ao (aile.—>raherne contratou não sei quantas senhoras como damas de companhia para

9sa(el& mas não teve muito sucesso.

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—Ele deveria casar-se novamente& em última an+lise sairia mais (arato e tenhocerteza que com todos estes anos de sofrimento social& encontraria uma mulherestúpida e suficientemente am(iciosa para fechar os olhos para o pendor dele paraas atrizes.

—Ele não quer ouvir falar de casamento. >odo mundo sa(e disso. iz que o

casamento arruinou a sua vida e não est+ disposto a casar-se novamente.—2uito original—& disse Nate& —m no(re& rico e (onito que =ura nunca mais

colocar um anel em seu dedo. Ele deve ter todos as =ovens eleg0veis em Londres&tentando dissuadi-lo.

*redd: deu um sorriso. 9nclinou-se so(re ela e acariciou-lhe a mão.—$iu5 )o final tudo correu (em. $oc% foi perfeita& Nate& eu estou orgulhoso de

voc%.Ela olhou para ele sem entender e depois pulou da cadeira.—)ão 4 =usto—& disse ela& virando as costas de repente& muito r0gida.—or qu%5 )ossa fofoca foi muito agrad+vel. or um momento pensei ter

voltado aos velhos tempos.—*ique quieto. —isse ela em voz (ai"a& — nunca poder+ ser novamente como

nos velhos tempos.*redd: a olhou com uma curiosidade que transformou-se em preocupa'ão.— Nate não desenterra tudo ...—E o que mais eu posso fazer —Ela conseguiu falar sem tremer.—Natie& dei"a...

— Eu não posso evitar. Eu penso nisso constantemente. 8 outra noite& mesmo ...—2esmo o qu%5—)ada—& disse ela voltando-se com os olhos muito (rilhantes.—Nate. —9nsistiu ele em contraste com o tom grave que queria evitar —iga-

me.9ncapaz de lidar com o olhar do conde& ela encolheu os om(ros.—Eu acho que o vi.— <uem5—aniel 7raven! — *alou ela.—Eu acho que vi aniel 7raven.

Ela não chegou a terminar a frase e *redd: =+ havia pulado de sua cadeiraapro"imando-se dela em dois passos e pegando suas mãos.

—Nate& n/s =+ conversamos so(re isso.—Eu sei& eu sei& mas eu não posso evitar& *redd:.—$oc% viu algu4m parecido com ele& isso 4 tudo.—)ão.Nate soltou a mão e caminhou at4 a =anela mais pr/"ima& pu"ou a cortina e

olhou sem ver& a rua envolta em n4voa.— Eu sei que era ele. 8l4m do mais& *redd:& ele estava me seguindo.—6eguiu voc%5 Em que dire'ão5—$eio aqui& em ar Lane. Eu estava com as crian'as.

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—aniel 7raven ! —repetiu *redd: com ceticismo. —aniel 7raven& a quemningu4m viu em Londres& em sete anos& a seguiu ao longo desta rua5

—Eu sei que parece a(surdo—& Nate admitiu dei"ando cair a cortina e voltandopara perto do fogo —$oc% acha que eu estou louca5 >alvez este=a ...

— )ão 4 que eu não acredito em voc%& Nate.—disse *red. —F s/ que ...

—F s/ o qu%5 — Ela perguntou sem olhar.—,em& eu admito que possa ser aniel 7raven. 2as não acredito que continua a

pensar que tem algo a ver com a morte dos pais dele. ensei que tinha resolvidotudo isso. B que voc% est+ imaginando5 <ue depois de sete anos& retornou paramat+-la tam(4m5

Ela levantou a ca(e'a com decisão.—6im& 4 isso que eu acho. esculpe caso isso o a(orre'a.—8h não& Nate! Eu não ve=o dessa forma. *aria qualquer coisa por voc%& sa(e

disso& mas todas essas coisas estúpidas que foram ditas so(re aniel ...Ela sentou-se novamente na cadeira e parecia nervosa.—F verdade *redd:. >odos pensaram que eu inventei tudo e esqueci-me que

voc% compartilha essa opinião.—Blha& voc% sempre teve muita imagina'ão. 9sso não 4 um defeito. >enho

certeza que a=uda muito nesse neg/cio de cuidar de crian'as& mas ...— >udo (em& —Nate disse& fechando os olhos& cansada — >udo (em. Eu não

poderia ter visto aniel 7raven. Eu não vou mencion+-lo novamente. —interrompeu Nate— 2as voc% *redd:& vai parar de me pedir em casamento. )ão

suporto que voc% fa'a isso sa(e5 <uero dizer& al4m do fato de que eu não estouapai"onado por voc%& voc% sa(e que eu não quero ter nada a ver com com todasessas pessoas...

—Essas pessoas5 8 sociedade educada& voc% quer dizer5—essoalmente& eu nunca vi nada de educado neles. )enhuma palavra de

cortesia. 2eu eus& *redd:& tenho certeza que 7:rus 6ledge e todos seusguineenses teria me tratado com mais compai"ão do que sua mãe - ou todasaquelas pessoas que se diziam meus amigos - que nunca fez. E passaram um tempofalando nas minhas costas& dizendo que assumi a responsa(ilidade por aquilo que

meu pai fez. uma sociedade educadaS— 9nferno sangrento —& disse o conde caminhando pela sala com os punhos

cerrados nos (olsos.Ele ficou atr+s de uma mesa pesada com aves empalhadas em cai"as de vidro.—Eu vim passar uma noite agrad+vel com voc% para distra0-la. 7omo 4 que sefaz para fazer voc% esquecer o que aconteceu com seus pais& sempre falamos

deles5Nate virou-se em seu assento e olhou para ele com um pequeno sorriso nos

seus l+(ios.—E 4 voc% que pergunta5 )o entanto& a resposta 4 /(via. )/s estamos nesta

sala& porque eu estou sozinha no mundo. *redd:& eu não posso ir para sua casa

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com medo do que sua mãe possa dizer. Eu sou a prova viva que eus castiga osfilhos pelos pecados dos pais.

—Eu pensei que voc% não gostasse da ,0(lia $oc% sempre disse que aspersonagens femininas da (0(lia eram de pouco interesse.

—elo amor de eus! *oi uma refer%ncia a Eur0pides& não a ,0(lia. $oc% nunca

ouviu isso quando estava na escola5*redd: evitou responder.—Eu queria que(rar alguma coisa& —disse ele.—Então 4 melhor voc% ir em(ora. )ão quero ser despedida por sua causa. Bs

6ledges são um pouco chatos& mas muito simp+ticos& não são como meus patrCesanteriores& pelo contr+rio.

— 9nferno sangrento! —isse *redd:.)aquele momento a porta a(riu-se e o 6r. 6ledge entrou. Ele parecia muito

nervoso.—Lorde almer. —Ele disse acenando os folhetos3 —Leve um destes antes de

sair& se dese=ar. Estou certo de que um =ovem como voc% deve interessar pelasitua'ão dos papuas da )ova #uin4.

<uando Nate viu o olhar de *redd:& foi r+pida em intervir.—6r. 6ledge& Lorde almer não est+ muito (em. Ele tem uma dor de ca(e'a

terr0vel. m outro dia ...— En"aqueca5 — 7:rus 6ledge disse a *red: com os olhos entrecerrados& —

voc% sa(e como os papuas da )ova #uin4 curam as dores de ca(e'a&milorde5 Eles

mastigam a casca de uma determinada +rvore& em seguida cospe os peda'osmastigados em uma panela grande onde dei"am fermentar durante v+rios dias decalor ...

—Nate... — *redd: disse em uma voz estrangulada.—Est+ tudo (em—& ela tranquilizou *redd:& colocando uma mão apaziguadora

em seu (ra'o. 2e desculpe& 6r. 6ledge& vou acompanhar o conde at4 a porta.— Ele disse RmastigarR cascas& Nate ... 6enhor!Ele foi direto para hillips& que o estava aguardando com seu chap4u& manto e

(engala.

—8t4 a pr/"ima semana& certo5 asse para me pegar As sete e meia —& disseela.

*redd: assentiu.—6im& 4 melhor do que tentar encontrar o lugar.—Eu acho que sim. e qualquer forma voc% nunca se d+ ao tra(alho de anotar o

endere'o. ,oa noite& *redd:. <uero dizer& lorde almer& —ela corrigiu ao capturaro olhar de hillips.

hillips tinha aca(ado de fechar a porta atr+s do conde& quando a 6ra. 6ledgeapareceu no topo das escadas.

—Ele levou os folhetos5—)ão—& respondeu 7iro& infelizmente.

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—6im& Lill:—& disse ,ure tentando ser paciente — <uem esperava5 B 6anta7laus5

—Bh& não& milorde—& Lill: disse& olhando por cima do om(ro& para oapartamento As escuras.

—6anta 7laus não. 2as voc% tam(4m. Eu não o esperava. Ho=e não.

— or que não Lill:5 2rs. ;oodhart est+ doente5—)ão&milorde. 2as& como vossa 6enhoria não foi ao teatro ...—6im5—,em& pensamos que não viesse ho=e A noite& isso 4 tudo.—,em& voc% estava errada. Eu estou aqui. 8gora& voc% vai dei"ar-me entrar Lill:&

ou vou ter de passar a noite nesta porta cheia de correntes de ar5Lill: olhou novamente para atr+s de si.—Bh& ... 4 claro que pode entrar. 2as a senhora 4 ... ;oodhart est+ dormindo. 8 cai"a de veludo em seu (olso era uma garantia de que 6ara não se importaria

de ser tirada da cama no meio da noite. Ele ia dar a pulseira para ela no m%s de seuanivers+rio& então pensou em encomendar a seu =oalheiro um colar e (rincoscom(inando para a ocasião. 8 e"peri%ncia o tinha ensinado que os diamantes eramo caminho mais curto para o cora'ão das mulheres.

—, ... (em. $oc% pode esperar enquanto eu vou verificar se consigo acord+-la5<uando ela voltou& estava um pouco cansada. 8l4m disso& voc% sa(e que ela insisteque voc% a ve=a nos dias certos.

—2uito (em Lill:& eu aguardo. 2as posso esperar l+ dentro5

Lill: consentiu& mas com relutJncia e acendeu uma luz ao lado do sof+ e ,urefoi instalado como se estivesse em casa& o que era o caso& de fato& pois era elequem pagava o aluguel do apartamento. E quem& entre outras coisas& tinhacomprado aquele sof+.

6ara teria que falar com Lill:. Era cada vez mais dif0cil encontrar pessoalcompetente. 8 6enhorita itt foi apenas um e"emplo. Lad: 7hittenhouse talvezpudesse recomendar outra criada . 6/ teria que dizer que era para 9sa(el.

,ure estava sentado meditando nas som(ras. ,astava pensar na senhorita itte ficava com raiva. E tudo aconteceu por causa desta mulher. 6e ela não tivesse

a(andonado o cargo& não teria passado a noite discutindo com 9sa(el. iscutindo58 quem estava enganando5 assou a maior parte do tempo correndo atr+s dela.6altando da carruagem para correr depois de ter trope'ado em uma po'a de +gualamacenta e fedida e molhado as cal'as e os sapatos. 8m(os tiveram de voltar paracasa para trocar de roupa antes de aparecer em frente a Lad: eagrove& queinfelizmente para ele& era tão insuport+vel como disse a =ovem do guarda-chuva. Bseu salão era frequentado apenas por parasitas e primos de prov0ncia. )ão era nemum (om lugar& para honrar com sua presen'a.

7omo ele poderia dei"ar sua filha dan'ar com um destes papagaios& ou piorainda& como ele estava pensando em casar 9sa(el com um deles5 Butro pai& quee"i(iu a mesma e"pressão desconfiada& disse as pessoas que o que valia a pena era

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ir a casa de lad: 8shford.7omo ele poderia sa(er5 6upunha-se que um homem não sou(esse dessas

coisas e que foi precisamente por isso que ele contratou todas estas damas decompanhia. Era sua culpa se provaram ser uma mais estúpida que a outra5 8l4mdisso& a sensa'ão de que sua filha não precisava de uma dama de companhia& mas

sim de um atleta& estava cada vez mais confirmada. epois de t%-la perseguido portoda iccadill:& ele finalmente a agarrou em >rafalgar 6quare e s/ porque ela paroupara tomar fGlego& completamente vis0vel em seu vestido (ranco entre asprostitutas e os vendedores de flores.

E como ela reagiu5 7horando de rir. 7omo se a e"tenuante corrida tivesse sidouma (rincadeira.

6e ao menos a senhorita itt ...E esta =ovem mulher& com seu guarda-chuva. *oi tudo culpa dela& tam(4m. Ela e

sua (oca infernal. 6e ela não tivesse nada so(re a festa dos eagrove ...)ão havia uma lei o(rigando as governantas e damas de companhia a segurar a

sua l0ngua5 >alvez ele pudesse achar uma que tivesse perdido a l0ngua em umtr+gico acidente.

2as uma acompanhante silenciosa não seria útil com 9sa(el.7omo poderia ele encontrar outra5 7olocar um anúncio5 9sso levaria dias e dias

at4 a entrevista e não ser+ f+cil encontrar viúvas enlutadas e solteironas direitas.>am(4m deveria verificar suas refer%ncias e isso tomava muito tempo&principalmente quando elas mentiam.

E todas elas mentiam.m homem como ele& no auge da vida& com tantas coisas para fazer do que

perder tanto tempo recrutando senhoras e verificando que sua filha s/ pensa emfugir para se reunir com 6aunders& aquele miser+vel. 9sso não era uma diversãopara ele.

)ão 4 A toa que 6arah tinha ido dormir. Dealmente valeria a pena esperar52as o que estava acontecendo com ele5 F claro que ele merecia isso!Em(ora ... )ão podia dei"ar de ficar surpreso com o fato de que ela =+ estivesse

dormindo. >anto quanto ele sa(ia& atrizes e cantores raramente dormiam antes do

amanhecer e nunca acordavam antes do meio dia. 6ara nunca foi uma e"ce'ão Aregra. 7laro! 9sso porque a dei"ou esperando& talvez fosse essa sua forma devingan'a ...

Então ele viu as (otas.)em sequer se preocuparam em escond%-las. Lill: talvez não sou(esse que elas

estivessem l+. )a som(ra das cortinas da =anela da porta& aparecia um par de (otas(em enceradas. ,ure nem teve que levantar-se do sof+ para sa(er que era de umhomem alto e musculoso.

Ele suspirou.Butra infiel. 6/ faltava isso. 6e não fosse tão sens0vel& perguntaria para si

mesmo se era sua culpa. 2as& desde a fat0dica noite que surpreendeu o verme do

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BR6haInesse: a(ra'ando Eliza(eth& ele teve certeza de que as mulheres sãocriaturas inconstantes e nunca levam a s4rio um compromisso.

6eria poss0vel que o pro(lema fosse ele5 )o passado =+ foi acusado de ser umhomem frio e insens0vel. E se fosse verdade5

)ão havia dúvida. )aquela noite de inverno& dezesseis anos atr+s& Eliza(eth

partiu e pisou em seu cora'ão sem piedade. 2as agora não sentia tristeza ... apesar da presen'a das (otas.8 porta a(riu-se de repente e a 6ra. ;oodhart fez sua entrada. Desplandecente

em um neglig4e di+fano que ele a presenteou& com seus longos ca(elos de 4(anosoltos em cascata.

—2eu querido& —gritou com a voz gutural que a tornou a queridinha deLondres& — 80 est+ voc%! B que o atrasou5

,ure olhou para a criatura ador+vel na porta de entrada e depois para as (otasque ela não podia ver de onde estava.

—9sa(el! —isse simplesmente.—Bh não! 2ais uma vez5 B que ela fez desta vez5 Espero que não tenha sido o

horr0vel 6aunders. $oc% sa(e que ele deve milhares de li(ras5 Buvi dizer que ele =ogou e não h+ nada pior do que um =ogador& e"ceto& talvez& um =ogador que nãopaga suas d0vidas. 9nfelizmente parece-me que este 4 o caso do nosso 6aunders.

,ure levantou-se.—$oc% ter+ que fazer alguma coisa—& continuou 6arah.Ela era alta e quando elevava um pouco a ca(e'a =+ estava na altura dos olhos

de ,ure. Houve um tempo em que achava seu quei"o empinado encantador& masesta noite& ele viu uma +rea vermelha em seu pesco'o de ala(astro e no decote doneglig4e.

—*rancamente& ,ure& voc% dei"a ela fazer o que quer. $oc% não pode dei"+-latomar as r4deas. eve mostrar que 4 voc% quem manda.

,ure lentamente come'ou a tirar as luvas& dedo por dedo.— B pro(lema com essas acompanhantes que voc% continuar contratando& 4

que fazem o que 9sa(el quer& por medo de serem demitidas—6ara continuoufalando com o mesmo tom calmo.

)unca cedia a raiva& nem mesmo ao mau humor. 9sso fazia parte do seu charme.—$oc% tem que encontrar algu4m que se fa'a respeitar.—8faste-se& 6ara.8 6ra. ;oodhart de repente pareceu vir a tona. E riu timidamente.—Bh! ,ure! Lill: não disse nada para voce5 Eu tenho uma coceira na garganta

e tenho medo de ter tomado frio. Eu fui direto para a cama logo que voltei& depoisde (e(er um copo grande de ch+ com mel. F melhor não chegar perto de mimtam(4m. >alvez se=a uma doen'a contagiosa. B doutor eters disse que eu deveriadescansar a voz& s/ assim terei alguma chance de atuar amanhã A noite.

—*ique de lado. H+ algo que eu gostaria de fazer antes de ir. epois& voc% podedescansar. —isse ,ure.

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 6ara olhou para tr+s em dire'ão ao quarto.—*rancamente& ,ure—& disse ela um pouco forte demais& —não ve=o por que

voc% insiste em entrar no quarto. 6e eu disser que não estou no meu melhor ...—Eu esqueci algo na última vez que vim aqui. Ele disse calmamente.6ara deu de om(ros.

—*a'a o que quiser—& disse com um tom que implicava que ele s/ teria o quemerecia.

—B(rigado.assando por ela& capturou uma aura de perfume que um qu0mico local criou e

destinava-se a ser comercializado so( o nome de M6ara& a melhor atriz& em Londres.Estranhamente&,ure lem(rou da madressilva que crescia ao longo do celeiroquando ele era pequeno. ma fragrJncia que não desagradava& mas queria sa(errealmente era o cheiro de 6ara.

ara al4m da luz vermelha da lareira& o quarto estava mergulhado na escuridão.8 enorme cama de dossel estava vazia& mas os travesseiros mostravam tra'osvis0veis de duas ca(e'as. 8s roupas de 6ara estavam espalhadas pelo chão. 8mulher nunca foi ordenada. ,ure não viu qualquer roupa de homem entre as ligase os chinelos de cetim.

2as ele viu uma som(ra atrav4s da =anela francesa com vista para o terra'o.—Bh mãe& —6ara foi tr+s de ,ure enquanto este dirigia-se + =anela e pousou a

mão no trinco.8(riu a =anela de par em par e viu um homem tremendo& com um p4 na perna

da cal'a e outro fora. B homem ficou literalmente paralisado quando viu ,ure edepois lan'ou um olhar r+pido em suas costas para a rua& que ficava h+ v+riosandares a(ai"o.

E engoliu em seco& (astante aud0vel.,ure riu& em(ora sem qualquer humor.—)ão se preocupe. Eu não vou atir+-lo para (ai"o.

B desconhecido& um =ovem de apro"imadamente K anos& no m+"imo&murmurou entre os l+(ios ro"os.

—)/s ... voc% ... )ão v+ ... a ...

— 2eus dias de =ogar os homens atrav4s de =anelas e varandas =+ passou h+muito tempo.

—D ... Dealmente&milorde5—Dealmente. 8 raiva vem da pai"ão& sa(e5 E nada me e"cita& em anos.

Eventualmente& voc% vai chegar A mesma conclusão.B homem parecia infinitamente aliviado.—2as não quer dizer que eu não v+ e"igir repara'ão—& continuou ,ure em tom

de conversa —Espero que amanhã de manhã ... dentro de algumas horas. igamosque amanhã ao crepúsculo5 )o final do parque. Eu dei"o voc% escolher as armas.istolas ou espadas5

B homem estava sem camisa e seu cora'ão (atia tão forte que ,ure teve a

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impressão de que poderia v%-lo (atendo contra suas costelas.—2ilorde& — disse tremendo —6e eu quisesse ...—istolas5 —,ure duvidou que seu rival fosse (om em esgrima.H+ muito tempo& ele considerou um destes elementos essenciais na educa'ão de

um cavalheiro& mas agora a arte da esgrima parecia estar perdida& e ,ure ficou

desolado por isso.—Encontre uma testemunha& eu vou cuidar de um m4dico. ,oa noite.Ele entrou novamente no quarto e viu que 6ara estava deitada em cima da cama

gemendo e ofegante.— Bh& por favor& ,ure—& e"clamou levantando seu (elo rosto (anhado em

l+grimas3 — F um equ0voco! Ele me o(rigou! 6omente o convidei para tomar umaperitivo e ele aproveitou-se para a(usar de mim.

 Ele inclinou a ca(e'a enquanto colocava as luvas. or um momento pensou emus+-la para atingir o homem& mas não teve coragem de faz%-lo. 2as por vingan'a&caso tivesse seu chicote& teria um grande prazer em dar uns golpes na (undaredonda de 6ara. Ela merecia isso.

— or favor& 6ara. 6eus rompantes teatrais certamente merecem aplausos nopalco& mas perde seu tempo comigo. 7aso algu4m aqui tenha sido for'adocertamente foi aquele po(re =ovem& então pare de chorar e ou'a.

—,ure! $oc% sa(e que eu o amo&! 6/ voc%!!Ele suspirou.—Eu pedi para me ouvir& 6ara. B apartamento est+ pago at4 o final do m%s& mas

no dia primeiro& voc% deve sair.Ela dei"ou escapar um solu'o e ele pensou& que se tivesse posto a mesma

intensidade ao interpretar lad: 2ac(eth poderia ter agradado os cr0ticos melhor.ma vez que o pú(lico amou mais seu f0sico que suas ha(ilidades como atriz.

)ão era este o caso dele tam(4m5—$oc% pode ficar com as =oias e com a carruagem. — erce(eu que estava

ficando indulgente com a idade. H+ apenas um ano atr+s& não teria dei"ado acarruagem. —ode ficar tam(4m com as roupas& chap4us e outros adere'os.

B que mais deu a ela5 ensou. )ão se lem(rava corretamente.

—,em& —concluiu olhando o colchão e (atendo com os punhos nele. —,oanoite& 6ara.

Ele dei"ou o quarto& pegou o chap4u e Lill: disse com os olhos apertados& comuma seguran'a surpreendente para a pequena caipira que era3

—6e voc% estivesse aqui esta noite& milorde& em vez de ficar passeando& issonunca teria acontecido. Defiro-me aos dois l+ em cima.

erce(endo que era uma dedu'ão s+(ia& ,ure ergueu as so(rancelhas.—6into muito& Lill:& mas não estava passeando& como voc% disse& de forma

encantadora. Eu estava lidando com minha filha.Ela (alan'ou a ca(e'a& visivelmente infeliz& porque a sua estadia numa casa

elegante& estava em fase de conclusão.

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— H+ pessoas que voc% pode contratar para cuidar da menina& voc% sa(e&milorde& —disse ela amargamente& antes de fechar a porta na cara dele.

arado na porta da entrada do apartamento que ele mesmo pagava o aluguel&,ure refletia nas palavras da criada. MVocê  pode contratar pessoas para cuidar da

menina".  Ele estava em posi'ão de sa(er. B que ela não sa(ia era quantas

senhoras desfaziam suas malas no quarto ao lado de 9sa(el& arrumando-as algunsdias depois e chorando na maior parte do tempo. <ual mulher na 9nglaterrapoderia ficar com sua filha mais de uma semana5

Ele perguntou isso para sua filha ao retornar da festa dos eagrove& e elarespondeu sem hesitar3

—8lgu4m como a senhorita 2a:heI.6im& ,ure pensou& 6e era a senhorita 2a:heI que queria& ela a teria.

Capítulo $

Nate dei"ou lad: ,a((ie so(re a mesa e suspirou.—B que eu fa'o com voc%5Lad: ,a((ie o(servava com seus grandes olhos verdes cintilantes.—$oc% est+ fazendo tudo para que nos despe'am& de tanto dei"ar ratos

decapitados no travesseiro de hillips e (olas de pelos em seus sapatos. $oc% temque parar com isso. Est+ tornando minha vida imposs0vel.

Lad: ,a((ie a(riu a (oca e deu um (oce=o enorme& revelando seus minúsculosdentes (rancos e a l0ngua rosa.

—6e ao menos entendesse o que estou dizendo!Buviu passos atr+s da porta da sala de aulas. Nate prometeu a hillips que

dei"aria lad: ,a((ie trancada em seu quarto então& rapidamente pegou o gato eficou escondida de(ai"o da mesa& apesar dos protestos do gato.

*elizmente& era s/ osie ofegante por ter su(ido ao terceiro andar.—fa& — disse Nate& visivelmente aliviada. >irando a gata (rava de de(ai"o damesa—F voc%. $oc% me assustou. Eu tinha certeza que era *usspotP.

—6enhorita& acho que nunca ... nunca —osie gague=ou encostada na portaenquanto tentava recuperar o fGlego.

Lad: ,a((ie rosnou& o que era um mau press+gio e Nate foi o(rigada a coloc+-lano chão para evitar repres+lias.

—$ai& demGnio—& disse ela com carinho para o animal& que saiu (alan'ando ora(o com orgulho. —6er+ pior para voc% se o 6r. hillips persegui-la com uma =arra

de +gua na pr/"ima vez que fizer uma visita a ele.

1 3ota4 pessoa e5igente,criador de casos! 6 como elas chamam o mordomo!

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 Lad: ,a((ie foi para perto da lareira e come'ou a se lavar muito (em com al0ngua. Nate olhou para o pequeno rel/gio pendurado em sua (lusa.

—Bs meninos retornaram da aula de equita'ão5 Eu pensei que ainda tivessemeia hora pelo menos e ia pedir para a cozinheira o meu ch+.

—)ão& não 4 so(re as crian'as—& disse osie finalmente recuperando o uso da

palavra& —4 um cavalheiro que est+ aqui e quer v%-la. Est+ a sua espera na(i(lioteca& onde permanece mal-humorado porque a senhora 6ledge est+ falandoem melhorar o destino dos papuas.

—m cavalheiro. — Nate ficou surpreendida e tirou um fio de ca(elo de cima dorosto. B que *redd: est+ fazendo aqui no meio do dia5 Ele sa(e muito (em quetenho folga s/ as ter'as-feiras.

osie (alan'ou a ca(e'a.— )ão& não& senhorita& — falou osie com os olhos (rilhantes de entusiasmo. —

F alto& muito alto& moreno& olhos parecidos com os de Lad: ,a((ie. Eu mepergunto se ele não 4 aquele homem que voc% disse que tratou mal a pr/pria filha&outra noite na rua.

—B qu%5 —Nate viu-se em seus p4s antes mesmo que estivesse ciente de que selevantou. — $oc% quer dizer lorde ;ingate5

—F isso a0 —& disse osie estalando os dedos— Esse 4 o nome que usou.;ingate& sim.

—Lorde ;ingate5 8qui5 ara me ver5—6im& senhorita. 8h! entregou a hillips seu cartão perguntando se voc% estava

em casa& como se a dona da casa fosse voc%. everia ter visto o rosto *usspot ! —Ela riu— Ele parecia estar A (eira de um ataque. 7orreu para avisar o sr 6ledge e osr 6ledge disse3Bem, Phillips, o que está esperando para ir buscá-la?  Não pode ficar

ai parado. 6im& voc% deveria ter visto a cara do *usspot! — 2eu eus — sussurrou Nate escovando os pelos que o gato dei"ou grudados

em sua saia& —que pode ele querer de mim5—>alvez voc% tenha feito um (uraco no casaco dele com o guarda-chuva e ele

veio co(rar. Nate =+ estava na escada e estacou congelada.

—,ate na madeira! Eu não tenho dinheiro para comprar um casaco. 6/ a gravatadele vale mais do que o que eu ganho em um ano.

osie afagou-lhe o (ra'o.—)ão se preocupe& caso o casaco dele tenha furado& pergunte a senhora

ennings se pode arrumar. F uma costureira muito (oa. Lem(ra-se como conseguiucosturar os casacos das crian'as que foram queimados com as castanhas quentes57ertamente nem mesmo notaram a diferen'a.

m pouco consolada& Nate desceu lentamente para o primeiro andar. 6/ viu ummotivo que poderia fazer com que o marqu%s fosse A casa do sr. 6ledge3 indignadocom as acusa'Ces que ela havia lan'ado so(re ele h+ quase uma semana& foi a suaprocura para pedir a demissão dela& imediatamente. 6eria o(rigada a dei"ar ar

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Lane caso não conseguisse se e"plicar.2as quando chegou A porta da (i(lioteca& seu chefe estava esperando

impacientemente na companhia da 6ra. 6ledge e do 6r. hillips.—,em& senhorita 2a:heI& —murmurou 6ledge sem correr o risco de ser ouvido

pelo 2arqu%s. —)/s não sa(0amos que voc% conhecia lorde ;ingate.

—8contece que ... eu ...—Lorde ;ingate 4 um homem muito rico& 2iss 2a:heI& — interrompeu ele

tentando em vão& manter sua dignidade apesar da sua e"trema agita'ão& —Ele nãotem uma reputa'ão apropriada para se tornar o patrono oficial do Dev. ,illings - B6enhor ;ingate tem um passado movimentado& voc% sa(e -& mas 4 tão rico& queuma pequena doa'ão seria suficiente para fornecer aos papuas da )ova #uin4&livros de ora'ão para o pr/"imo ano.

—Eu acho que lorde ;ingate chegou para fazer uma doa'ão& deve ser isso. eveter perguntado pelo senhor& não por mim. 9sso foi um engano.

—)ão h+ nenhum erro—hillips falou arrogantemente. erguntou por voc%&chamou seu nome& senhorita 2a:heI.

— Bh& 6enhor& estou perdida! —isse Nate.—6e=a qual for o motivo de sua visita& tente dar a ele esses folhetos—& disse

6ledge colocando os papeis na mão de ate antes de hillips a(rir a porta da(i(lioteca. Eu sei que lorde ;ingate 4 um intelectual. Estuda direito e l% osfil/sofos. Estes folhetos devem interess+-lo.

8ntes de Nate falar uma palavra& hillips a(riu a porta.

—8 senhorita 2a:heI&milorde. Ela foi empurrada para dentro da (i(lioteca& empurrada literalmente por uma

mão firme em suas costas.9nfelizmente enganchou os p4s na (orda do tapete oriental e dei"ou cair os

folhetos. B homem que estava esperando por ela olhando para o fogo& virou-se.Ela s/ o tinha visto na escuridão da noite& e esse fato suavizou seus tra'os

esculpidos com um cinzel& mas dentro da sala& parecia muito mais impressionante.ltrapassava sua altura em mais de um p4. 6eus om(ros eram incrivelmente largose seu olhar cruzou com o dela com uma intensidade alarmante.

Nate a(ai"ou o olhar rapidamente& na esperan'a de que ele não notasse seudesconforto.

—$oc% est+ procurando um guarda-chuva para furar-me& senhorita 2a:heI5Ela o escutou e estremeceu ao som daquela voz familiar& mas muito diferente do

rugido profundo e amea'ador que lem(rava. 8 diversão tinha su(stitu0do o tom dereprova'ão& mas ainda era intimidador.

—$oc% deve sa(er que eu sou tão (oa com um ati'ador como com um guarda-chuva—& disse ela olhando para cima.

6e a sua erup'ão o surpreendeu& não demonstrou.—B(rigado por me dizer—& respondeu secamente. —2as eu prefiro dei"ar esta

casa sem que me perfure a pele. $oc% sa(e quem sou eu5

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 Nate cruzou as mãos atr+s das costas e colocou a e"pressão t0mida que estavaensaiando h+ muito tempo diante do espelho& quando ela perce(eu& ap/s a mortede seus pais& que s/ poderia so(reviver gra'as A sua intelig%ncia.

—7laro&2ilorde. $oc% 4 ,ure >raherne& o 2arqu%s de ;ingate.—e fato. Lem(ra-se que insultou-me no outro dia& com algumas

surpreendentessuposi'Ces. $oc% se lem(ra5—6im& milorde& eu me lem(ro.Ele levantou uma so(rancelha.—E não pediu desculpas.— e'o desculpas& milorde& caso o tenha ofendido. 2as voc% estava com um

aspecto suspeito e naturalmente eu teria que tirar certas conclusCes.—)aturalmente5 voc% me confundiu com ... "   m abusador !il de mulheres

inocentes, correndo a solta em Par #ane? $oc% deparar com esse tipo de coisa&muitas vezes em sua peregrina'ão pelo (airro& senhorita 2a:heI5

Nate deu de om(ros quase impercept0vel.—)ão era eu que tinha uma mulher gritando por cima do meu om(ro&milorde.—Eu e"pliquei que era minha filha.—6im& mas por que deveria ter acreditado na palavra de um homem que eu

acredito que estava agindo como um patife dominante5B senhor ;ingate pigarreou.—6im& claro ... ,em& voc% acha que pode dei"ar as suas suspeitas so(re o meu

carater de lado o tempo tempo suficiente para ouvir uma proposta5— ma proposta5 Nate ficou aliviada& afinal não ia pedir sua ca(e'a. fa!—rovavelmente& voc% queira falar com o 6r. 6ledge e oferecer donativos para o

reverendo ,illings& e a=udar os papuas da )ova #uin4. <uer que eu v+ (usc+-lo&milorde5

—7laro que não! B 6enhor ;ingate ficou o(servando Nate com curiosidade& uma curiosidade um

pouco mais intensa do que o normal& e isso fez com que ela olhasse para chão.

2as ela não fez isso. Enquanto ele a olhava& ela o(servava seus (ra'os musculososso( o leve tecido do casaco& (ra'os perfeitamente capaz de atirar um homematrav4s de uma =anela& e sentiu como se ele fosse fazer isso novamente.

Ela tam(4m o(servou os sulcos profundos em sua (oca descendo so(re am(osos lados do nariz. ma (oca e"tremamente sensual que parecia não ter mantido asmarcas de amargura do casamento fracassado. or cerca de um minuto quasesimpatizou com ele& apesar de como havia tratado sua esposa. 2as homens comoo 2arqu%s de ;ingate não merecem que ningu4m tenha pena deles.

—Eu não dou a m0nima para esses papuas—& disse ele voltando A realidade& —4uma seguidora do Deverendo ,illings& senhorita 2a:heI5

Nate não podia dei"ar de rir.

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—7laro que não! Ele veio =antar aqui uma vez ...Ela fez uma pausa& perce(endo que não poderia dizer a esse homem que

naquela noite& depois de esvaziar sozinho uma garrafa de vinho& o Deverendo,illings tentou prend%-la na despensa para inici+-la nos ritos de casamento dospapuas da )ova #uin4. Nate deu um golpe na ca(e'a do reverendo com a (ande=a

de (olo e ele rapidamente foi para casa sem dar nenhuma e"plica'ão para seus(enfeitores& que tinham visto esse estranho comportamento dele como umademonstra'ão de sua genialidade.

6e o 6enhor ;ingate havia perce(ido que ela não terminara a frase& não pediuque continuasse. Em vez disso& ele disse& parecendo aliviado3

—,em& muito melhor. Eu espero que voc% me perdoe& senhorita 2a:heI& pornão ter escrito uma nota antes para me apresentar& mas pensei que fosse melhore"por o motivo da minha visita frente a frente& dado que o nosso primeiroencontro não foi tão convencional.

6eus olhos a fitavam com tal intensidade que ela estava quase saindo da sala.*elizmente& pegou a tempo na ponta de uma estante de mogno onde estava umatlas.

—Em suma& me pergunto se voc% pode considerar dei"ar o seu emprego atualnesta casa para tornar-se dama de companhia de minha filha 9sa(el& a quem =+conhece& se entendi corretamente.

Nate estreitou as p+lpe(ras e inclinou-se um pouco mais so(re a estante.—Eu acho que posso oferecer-lhe comodidade ... pelo menos igual ao que est+

acostumada aqui—& Ele olhou ao redor da sala com uma e"pressão depreocupa'ão. Em(ora lu"uosamente mo(ilada e equipada com os cl+ssicos& a(i(lioteca era a sala menos frequentada da casa e pouco convidativa. —E eu do(roseu sal+rio.

Nate sentiu o quei"o cair. Era perfeitamente ficar rude com a (oca a(erta - algoque ela tinha tentado& sem sucesso ensinar aos filhos dos 6ledge. B que estavaacontecendo era simplesmente fant+stico. E"traordin+rio..

Espere at4 que ela dizer a *redd:!—Bh& —ela disse. — B(rigada& milorde& mas 4 ... imposs0vel.

8gora foi a vez do 2arqu%s permanecer em sil%ncio. Blhou para ela sem dúvidadestinado a faz%-la sentir-se mais insignificante do que uma migalha de pãoesquecida so(re uma mesa. 2as determinada a não ficar impressionada& elaergueu o quei"o.

6eus olhos de gato queimando com a intensidade de um forno incandescente afitavam.

—or que5 — perguntou ele devagar& com uma paci%ncia que desmentia suae"pressão.

Nate colocou a mão livre so(re o cora'ão& como pudesse proteger-se desseolhar agudo. 2as o gesto não tinha a menor chance de proteg%-la de nada.

7laro que ela poderia e"plicar o real motivo de sua re=ei'ão. 8 verdade 4 que

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de olhos fechados& para mission+rios insignificantes.2as ficou claro - por qualquer razão& e ,ure& tendo chegado A conclusão de

que nunca entenderia as mulheres& não ia se incomodar se perguntando muitoso(re isso T a senhorita 2a:heI não queria tra(alhar para ele. Então& se ele tinhaque pagar-lhe U K li(ras ao ano& então por eus& ele pagaria.

E não lamentava esta despesa. epois de uma pequena pesquisa& ele concluiuque essa mulher era a solu'ão ideal para o seu pro(lema. Era mais =ovem do quepensava& e não devia ter menos de K anos& e isso pareceu-lhe uma garantia deque era incompat0vel com sua condi'ão social. )a igre=a& por e"emplo& ele comesfor'o& acompanhou 9sa(el s/ para ver a srta. 2a:heI no e"erc0cio de suasfun'Ces e perce(eu que os filhos dos 6ledges& que não teriam mais que seis e seteanos& permaneceram completamente tranquilos. Lem(rando-se de 9sa(el com amesma idade& ,ure foi for'ado a tirar o chap4u para a governanta. )a rua& elarespondeu educadamente para as pessoas que a cumprimentaram& mas com friezae distJncia& e não teria estranhado caso ela fosse uma duquesa. 6o(riamentevestida e sempre impecavelmente limpa. E& ao atac+-lo com seu guarda-chuvaquando pensava que 9sa(el estava em perigo& apresentou provas de que no seupapel de dama de companhia& seria cora=osa e eficiente.

6im& apesar da sua pouca idade& Natherine 2a:heI parecia a funcion+ria ideal.Havia apenas uma coisa que fugira ao seu olhar at4 o momento em que ela

entrou na (i(lioteca de 7:rus 6ledge3 Era incrivelmente (onita.Linda não& a sua pequena estatura impedia que a colocasse na categoria de

mulheres lindas& mas 9sa(el estava certa ao dizer que a senhorita 2a:heI eraagrad+vel aos olhos. )a verdade& ,ure achou dif0cil olhar para longe dela& masnormalmente Nate não teria atra0do a sua aten'ão. Ele preferia as mulheresmorenas e altas e ela era (ai"a e loira. 2as a cor de mel de seu ca(elo ficava-lhemuito (em e a fran=a que ca0a so(re a testa mostrava seus enormes olhos cinzas&rodeados de pestanas escuras.

  <uanto a seu vestu+rio como governanta& a (lusa e a saia sem adornos&real'avam a e"trema estreiteza de sua cintura com as propor'Ces perfeitas& nãotinha muito a preencher parte da frente da (lusa& o que ela tinha era& pelo menos&

em perfeita propor'ão com o resto dela.*oi a sua (oca& no entanto& que ,ure achou dif0cil de ignorar. 7omo o resto de

sua pessoa& era muito pequena& parecida com a (oca de uma crian'a. 2aisatraentes eram seus l+(ios curvados e surpreendentemente e"pressivos. )aquelemomento& eles estavam separados e ela olhava-o com espanto. $iu uma fileira dedentes pequenos e a ponta da l0ngua rosa era uma visão encantadora.

erguntou a si mesmo se estava muito cansado. )unca encontrou at4 aquelemomento& nenhum prazer em ver o interior de uma (oca de ningu4m& para dizer om0nimo.

—6enhorita 2a:heI& — falou ao final& porque ela não parecia disposta a sair deseu sil%ncio& —$oc% est+ (em5

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Nate assentiu com a ca(e'a sem dizer uma palavra.—H+ qualquer coisa que eu possa fazer por voc%5 <uer +gua5 m copo de

vinho5 >alvez deva sentar-se.esta vez& ela (alan'ou a ca(e'a. 7onfuso mas determinado& ,ure continuou3—,em& se voc% for levar as coisas para minha casa& enviarei meu lacaio& arr:

,ates. <uanto tempo voc% precisa para em(alar suas coisas5 oderia estar prontaho=e A tarde5 9sa(el insiste em ir a um (aile& não sei aonde e seria melhor come'arimediatamente. )a verdade& posso enviar uma criada para a=ud+-la.

8 (oca pequena rosa (ateu como impulsionada por uma mola.—F imposs0vel —& e"clamou de repente.Ele acreditou que havia um tom de medo na voz dela. 2as por qu%5—,em...& —disse ,ure3 — Eu suponho que voc% insiste em ficar algum tempo

com 6ledge at4 eles encontrarem uma su(stituta 4 isso5 Eu entendo. <ual o tempode aviso pr4vio5 ma semana de anteced%ncia5 Espero que não se=am duas.

—Eu ...)ovamente ela sacudiu a ca(e'a e o movimento soltou pequenas mechas que

escaparam de seu coque. 6uaves ondula'Ces que lem(ravam algas marinhas.—6into muito&milorde.B tim(re de sua voz parecia tão agrad+vel como o resto de sua pessoa. 2as essa

impressão desapareceu quando ela acrescentou3—8cho que 4 imposs0vel tra(alhar para o senhor& desculpe.,ure não se me"eu& nem mesmo levantou um dedo. 2as a senhorita 2a:heI

refugiou-se atr+s da estante& como se colocasse uma (arreira entre eles.—)ão se zangue& por favor&milorde.,ure olhou para ela. Ele não estava zangado. E"asperado& talvez& mas não

menos irritado. H+ muito tempo decidiu não ter tais sentimentos& porque sa(iaque era uma coisa dif0cil de dominar. 6/ #eoffre: 6aunders e 9sa(el o levaram aficar nervoso uma vez.

—)ão estou zangado—& disse fazendo esfor'o para parecer calmo —8(solutamente não.

— Eu não acredito em voc%. $oc% est+ muito zangado.

— 2as não estou. —,ure tomou uma respira'ão profunda— 6enhorita2a:heI& teve a sensa'ão de que eu poderia levantar a mão para voc%5

—2ilorde tem certa reputa'ão de ser violento.,ure sentiu que realmente gostaria de que(rar alguma coisa& talvez essa

estante na qual ela estava apoiada. >inha um dese=o louco de pegar a estante comas duas mãos e envi+-la voando para fora da =anela. Então lem(rou-se que haviarenunciado a tais e"cessos e controlou-se.

—Eu receio estar sendo ofendido por sua o(serva'ão&senhorita. )a verdade eu =a (riguei com homens& mas nunca na minha vida (ati em uma mulher.

Bs dedos dela rela"aram na (eirada da estante.— 6into muito& milorde& mas quando eu disse que não tra(alharia para voc%&

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ficou com um olhar ... assustador.—>em medo de mim5 — disse irritadoQ —Essa 4 a razão para não aceitar a

oferta5 )ão estava tão assustada naquela noite ao tentar plantar um guarda-chuvano meu peito. or que a mudan'a repentina de atitude5 >alvez algu4m tenha ditoalgo so(re o meu passado5

—)ão—& ela respondeu rapidamente.—,em& se voc% pensou que eu estava a(usando de mulheres indefesas& agora

voc% deve pensar diferente.— 7omo voc% conduz seus neg/cios pessoais não são assuntos meus& milorde.—6em dúvida& mas =+ tem uma opinião pr4 formada so(re mim. 6er+ que o fato

de que sou divorciado 4 a causa de sua desaprova'ão& senhorita 2a:heI5Ela a(ai"ou os olhos.—Eu gostaria que respondesse. Em uma rela'ão profissional& a honestidade 4

muito dese=+vel por am(as as partes. Depito a pergunta3 6er+ que voc% desaprovao meu div/rcio5

—H+ muitas coisas que eu desaprovo na forma de homens como voc% e suavida& lorde ;ingate.

—9sso& pelo menos tem o m4rito de verdade. 8queles que falaram so(re a minhavida não tiveram nenhuma considera'ão& 4 claro.

—Lorde ;ingate& eu disse que sua vida particular não me interessa& —disse.—or que levou isso em considera'ão na outra noite5 orque eu era

completamente desconhecido5

8 senhorita 2a:heI levantou o pequeno quei"o insolente.—Eu pensei que uma garota estivesse em perigo. Decordou com um (rilho nos

seus olhos (elicosos.—Bh& sim& claro! E devo acreditar que voc% se=a forte o suficiente para deter um

homem da minha altura com sua som(rinha5—9maginei que deveria pelo menos tentar. )ão poderia olhar para mim mesma

caso tivesse passado sem intervir.m arrepio percorreu a espinha do 2arqu%s& causada pelo al0vio de ter

finalmente encontrado uma dama de companhia respons+vel para agradar 9sa(el.

)ão tinha nada a ver com o fato de que ele a tivesse desco(erto a poucos passosde sua casa& uma pessoa muito (oa& muito honesta. E por último& encantadora.

2as suas inesperadas palavras o fez cair na gargalhada.—6enhorita 2a:heI& se eu pagar U ? li(ras por ano& voc% aceitaria tra(alhar

para mim5Ela o olhou intrigada.—2as ... não!— or que não em nome do c4u5 —Então um pensamento terr0vel lhe ocorreu.

everia ter ocorrido a ele antes.—$oc% est+ comprometida& senhorita5—erdão5

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acientemente ele repetiu.— $oc% 4 uma =ovem atraente& apesar de um pouco estranha. Eu suponho que

voc% possua pretendentes. + possui algum pretendente5—7ertamente que não—& respondeu ela& como se a ideia fosse a(surda.—Então por que hesita5 $oc% est+ apai"onada por 7:rus 6ledge5 or isso não

suporta a ideia de sair5*oi a vez dela de rir e essa risada causou em ,ure um efeito curioso. e

repente& parecia que ?@ anos não era uma idade tão avan'ada para novasperspectivas& al4m da vestir um pi=ama de flanela e ficar lendo A noite.

>alvez uma loucura tenha se apoderado dele. )ão havia outra e"plica'ão paraisso& realmente. 6eu criado& sem dúvida estava correto& e ,ure estava ficandovelho. 2as naquele momento& pareceu-lhe a coisa mais perfeitamente natural domundo reduzir a distancia entre ele e a senhorita 2a:heI& peg+-la pela cintura edepositar um (ei=o em seus l+(ios risonhos.

Bu pelo menos& 4 o que ele pretendia fazer. E conseguiu a maior parte disso&pegando-a de surpresa& e pu"ando-a facilmente contra ele. 2as quando se inclinoupara (ei=+-la& Nate pegou o atlas e lhe deu um golpe na ca(e'a. B golpe não foiforte& mas a surpresa o for'ou a solt+-la.

Ela aproveitou a oportunidade para sair correndo da sala& dei"ando a portaa(erta e o marqu%s sozinho na (i(lioteca de 7:rus 6ledge.

epois veio o inevit+vel. ,ure pegou o atlas e o atirou com todas as suas for'asatrav4s da =anela.

Capítulo &

Nate não parou de correr at4 que ela chegou A sala de aula. ma vez naseguran'a relativa de seu refúgio& pegou Lad: ,a((ie diante do fogo e escondeu o

rosto em seu pelo caminhando para cima e para (ai"o na sala.— Bh& 6enhor& or favor& não dei"e que eu não se=a demitida! or favor& não mecoloque na rua. Eu não tenho outro lugar para ir. or favor& por favor& por favor.

*ez a mesma ora'ão quando o reverendo ,illings saltou so(re ela na despensa.7om a diferen'a que então ela (ateu nele com a (ande=a de (olo porque oreverendo lhe causava n+useas& enquanto o golpe que deu no marqu%s foi poroutra coisa.

osie entrou no quarto& e muito e"citada perguntouQ —B que o 2arqu%s queria5

Nate soltou o gato porque ele pulava em seus (ra'os.—Bh! osie& Estou em apuros!

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 osie (alan'ou a ca(e'a.—Então ele queria era um casaco novo. F muito no=ento! 6ão todos iguais. Eles

fingem ser cavalheiros& mas são gananciosos. Bu'a senhorita& eu tenho algumdinheiro guardado& posso emprestar-lhe alguma coisa caso precise.

Nate dei"ou-se cair na cadeira que estava em frente A lareira.

— Ele não veio por seu casaco& osie. <ueria contratar-me como dama decompanhia para sua filha& que est+ em sua primeira temporada. E ofereceu-meduas ... não& tr%s centenas de li(ras por ano. Eu me recusei.

Em tr%s passos& osie ficou ao seu lado. Ela pegou a mão de Nate com firmeza.—Eu menti para voc%. Eu suspeitava que ele não veio por seu casaco. Eu a vi

su(ir as escadas e então ouvi um (arulho na (i(lioteca. Eu acho que ele que(roualgo. 6ledge e *usspot foram correndo para l+. Eu acho que o 2arqu%s ainda est+l+ para negociar o assunto com o 6r. 6ledge. >em tempo ainda para intercept+-loantes que ele mude de opinião. $+ r+pido! recisa ir r+pido ou ele vai em(ora.

Nate tirou as mãos da =ovem criada.—Eu não posso.osie olhou com espanto para ela.— $oc% não pode o qu%5 )ão pode viver como uma rainha com ? li(ras por

ano5 $oc% sa(e quanto dinheiro 4 isso senhorita5 )ecessita de uma vida inteirapara ganhar esse dinheiro.

—osie& voc% não entende.—F verdade& eu não entendo. Eu tenho que dizer isso& senhorita3 eu gosto de

voc% muito mais do que todas as que lidaram com as crian'as antes& mas se não forimediatamente dizer ao marqu%s que aceita o cargo& nunca mais falarei com voce.

—osie— Nate gemeu apertando a ca(e'a entre as mãos& —eu não possotra(alhar como dama de companhia aqui em Londres.

—2as por qu%57omo ela poderia e"plicar5 )ingu4m sa(ia de seu passado. 6e algu4m tivesse

perguntado como ela conhecia *redd: e porque razão misteriosa eram tão (onsamigos... 2as ningu4m fez nenhuma pergunta. )a casa dos 6ledges ningu4m eracurioso.

Era necess+rio dizer que ela não escolheu os 6ledge aleatoriamente. 7omotodas as fam0lias para quem ela havia tra(alhado antes& os 6ledges não pertenciamA alta sociedade& apesar de serem ricos. )ormalmente eles não eram convidadospara festas importantes. )ão iam ao teatro ou em corridas. 6eus amigos erampessoas que não lem(ravam do nome 2a:heI mesmo que ela possu0sse umamina de diamantes.

9sso foi e"atamente o que Nate queria dizer. <uanto mais tranquila fosse a vidade seus patrCes& mais chances ela teria em preservar o anonimato quezelosamente cuidara por sete longos anos. Às vezes ela acompanhava as crian'asem alguma festa de anivers+rio& mas mesmo nestes casos& as chances de que fossereconhecida era m0nima& porque normalmente nestas festas& s/ encontrava

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governantas como ela.8o contr+rio& ser dama de companhia para a filha de um marqu%s a mergulharia

de volta ao am(iente em que antes frequentava. Entrar em casas onde antes erauma convidada& retornaria a conversar com velhos amigos& velhos conhecidos ...para não mencionar os seus antigos inimigos.

E ela voltaria a enfrentar os insultos& coment+rios dolorosos e olharesdesconfiados.

)ão. Ela livrou-se de todos e so(reviveu& mas Nate não era forte o suficientepara reviver o calv+rio que havia sofrido.

E desprezava profundamente as pessoas da alta sociedade& sua hipocrisia& seuesno(ismo e sua astúcia. 8queles que& como o 2arqu%s& pensavam que poderiatratar seres humanos como lhe agradasse& com a desculpa de que possuiamdinheiro. 8queles que levaram o seu pai A ru0na. 8queles que afastaram-se delacom indiferen'a.

 >odos& e"ceto *redd:. 8 (eleza simples de *redd:& que ficou com ela& mesmodurante os momentos mais duros. Ele nunca faltou e sua amizade permaneceuintacta& apesar de todas as vicissitudes. 6im& ele era o único que não a dei"ou defora.

)ão queria voltar a este mundo odioso por todo o dinheiro do mundo.—Eu não posso. —Depetiu levantando a ca(e'a —$oc% não perce(e que eu

seria o(rigada a frequentar =antares& (ailes ...—6im. —Vom(ou osie —<ue horror! $oc% pode at4 mesmo ser for'ada a

comer caviar e (e(er champanha todas as noites! E ainda ganhar tr%s centenas emum ano. F incr0vel o que as pessoas podem oferecer a uma mulher nesses tempos.

—$oc% não entende. 8s coisas não são como parecem. B 2arqu%s e outroscomo ele& não se parecem conosco& nem mesmo os 6ledges. Eles são pessoashorr0veis. >odas. )ão sa(em o que 4 lealdade ou dec%ncia. 6/ pensam neles e noseu precioso dinheiro. Eles podem arruinar a vida de algu4m apenas com um soprono lugar certo. 6e falamos a verdade& isso não tem nenhuma importJncia..masquanto a eles& (astam dizer alguma coisa& que a outros vai parecer que 4 averdadeQ

osie a olhou de uma forma irGnica.—6e um homem me pagasse tr%s centenas em um ano& eu não me importaria a

m0nima para o que os outros pensassem de mim.—Essas coisas nos machucam osie& acredite em mim.Nate levantou-se e caminhou pelo quarto.—Especialmente quando tudo 4 mentira.—F s/ voc% não prestar aten'ão& —disse osie.Nate parou e ficou olhando para osie. Ela que em em sua curta vida& ainda não

sofrera nenhuma dor e ainda cultivava ilusCes. 6im& certamente tenha sentido umpouco de dor no cora'ão& mas nada muito forte. Era a mais velha de uma felizfam0lia de doze filhos e os pais ainda estavam vivos. osie podia dar-se ao lu"o de

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ser cora=osa& não perdeu tudo que gostava. )ão perdeu tudo como ela perdeu.Nate sorriu. )ão era pr/prio dela cair em depressão por qualquer (esteira.—e qualquer forma& mesmo que mudasse de ideia& concordando em tra(alhar

para o 2arqu%s e cair no mundo& ele não vai mais me querer. Eu (ati nele& osie.—$oc% ... o qu%5

—Eu (ati na ca(e'a dele com o atlas. Ele tentou me (ei=ar& como o reverendo,illings.

osie ficou aturdida por um momento e depois& agarrou Nate pela cintura e aarrastou A for'a para a porta.

—)ão 4 tarde demais. Ele ainda deve estar aqui. $oc% vai pedir desculpas e vaiem(ora com ele.

—esculpar-me5 osie! Est+ doente da ca(e'a. Buviu o que eu disse5 >entei ...—>rezentas li(ras& senhorita Nate. 9sso 4 tudo que importa. $oc% entende5

8gora& saia e fa'a o que eu digo. 6e eu fosse voc% at4 ficaria de =oelhos. $amos!—osie—& protestou Nate oferecendo resist%ncia. — Lorde ;ingate não 4 o tipo

de homem que perdoa uma mulher que deu nele um golpe na ca(e'a. 2as ... sevoc% tivesse visto o olhar no rosto dele —& continuou ela com um sorriso— Euadmito que não 4 divertido perder ? li(ras& mas a verdade ...

—6emM mas M. 6ão ?! E com ? li(ras& voc% pode viver muitos anos e pagarmuitas contas.

8 voz de osie foi ficando mais aguda& e Nate estremeceu pondo a mão em seu(ra'o.

— Bh —& e"clamou de repente p+lida. — osie meu eus! Eu não estava melem(rando disso ... 2e esqueci. 2as ? li(ras ... pagaria o aluguel por um longotempo.

osie não sa(ia a(solutamente o que ate estava falando& mas perce(eu queseu =u0zo havia voltado e isso era tudo que importava.

—E tam(4m um cara rico como ele deve ter mais de um atlas em casa. $oc% s/tem que colocar um na ca(e'a dele cada vez que come'ar a ficar ousado& se casonão tenha entendido a mensagem.

Nate teve a sensa'ão de que uma mão fria apertava seu cora'ão.

—$oc% acha que ele foi em(ora5—$amos nos certificar.Elas dei"aram a sala de forma tão r+pida que a cauda de Lad: ,a((ie& (ateu com

for'a so(re a mesa. B gato rosnou com raiva antes de retornar para cima dospapeis que Nate esqueceu em cima da mesa.

PPP  )o lo((:& o 2arqu%s de ;ingate dava um cheque para o 6enhor 6ledge

encaminhar ao rev. ,illings. Essa foi a compensa'ão que o 6r. 6ledge pediu pelovidro que(rado. B vidro maldito estava custando mais que o do(ro do seu valor&mas o que ele podia fazer5 )ão estava ele tentando rou(ar a funcionaria de seuvizinho5 Ele não poderia& em sã consci%ncia piorar a situa'ão recusando-se a pagar

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por algo que foi que(rado.B pior era que 6ledge não fez qualquer pergunta so(re as razCes que o levaram

a fazer aquilo& mesmo so(re os motivos da sua visita. )ão perguntaram so(re a srta2a:heI ou qualquer outra coisa a não ser so(re os papuas da )ova #uin4. 8t4mesmo seus filhos& que entraram na sala no momento em que estava assinando o

cheque& chamaram a aten'ão deles. ,em& talvez um pouco. Eles apenas oslem(raram que teriam que limpar seus sapatos antes de entrar& sem um únicogesto de carinho a não ser a ordem para a crian'a que (atia com o chicote em seuirmão& que parasse com aquilo.

 )a verdade& foi ,ure& que teve vontade de pegar o chicote.—$oc% pode ferir o olho de seu irmão com o chicote& —disse ,ure& dando uma

risada cheia de desprezo. Estava convencido& então que a senhorita 2a:heI eraum an=o. <uem mais aguentaria aqueles dia(inhos5

m an=o ou uma (ru"a. ada a sua dor de ca(e'a& ele optava pela segundacoisa.

8ssim que pensou em Nate& de repente& ela surgiu nas escadas. )ingu4m havianotado a presen'a dela. B 6r. 6ledge estava falando so(re as v0timas naquele pa0smaldito que ,ure não queria mais ouvir pronunciar o nome ou enlouqueceria. 6uaesposa estava e"plicando para as mulheres que ocupavam a sala que nãoprecisavam levantar-se porque era apenas o 2arqu%s de ;ingate& umfrequentador regular da casa. 7om a cara de mais de um dia sem pão& o mordomopassou com uma p+ cheia de cacos de vidro& enquanto as crian'as chutavam-se uns

aos outros com suas (otas enlameadas.)o entanto& apesar do (arulho insuport+vel& ,ure ouviu a voz da senhorita

2a:heI que da escada& falou com ele por cima de todas essas pessoas queestavam reunidas na entrada.

—Lorde ;ingate& eu aceito a sua oferta ... se ela ainda estiver de p4.,ure olhou estupefato para Nate. or que ela havia mudado de ideia5 ,ure não

imaginava o porqu%& mas suspeitava que a criada de ca(elos vermelhos por tr+sdela tinha algo a ver. Ela estava com uma mão nas costas da senhorita 2a:heI eera /(vio que a estava empurrando.

Em todo o caso& não era sua inten'ão pedir e"plica'Ces para aquela mudan'a deopinião.

)a verdade& não gostou nada do =eito que ela re=eitou a oferta. 6entiu-seinsultado e desapontado. 2as ele não podia esquecer que era apenas umaempregada& e que ela não sa(ia nada de certos costumes.

8quela mulher odiava os homens& era a única e"plica'ão poss0vel para o seucomportamento. )unca foi re=eitado por uma mulher e ,ure sentiu-se um poucoenvergonhado por esta e"peri%ncia estranha.

2as uma inimiga dos homens seria uma companheira ideal para Lad: 9sa(el.Então& lentamente& a(ai"ou a voz profunda declarando com isso que não tinhapro(lemas de ouvido3

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—Eu me sinto muito honrado& senhorita 2a:heI. osso enviar os meus criadosho=e A noite5

Ela apenas assentiu com a ca(e'a. Enfim& o (arulho havia se tornado tãoensurdecedor que agora ele não a teria ouvido.

Lan'ou a ela um último olhar apreciativo& pois& decididamente& ela era muito

agrad+vel de se ver. Era uma pena que odiasse os homens. Em seguida& recuperouseu casaco e o chap4u& porque o mordomo parecia estar ocupado e não havianenhum lacaio a vista e dei"ou a casa& aliviado por ser capaz de vislum(rar o futurode 9sa(el com melhores perspectivas. E tudo pela m/dica quantia de U ? li(ras.

F verdade& havia a questão do golpe na testa& mas era melhor ignorar.7omportou-se de forma imperdo+vel com a senhorita 2a:heI e isso nuncavoltaria a acontecer.

elo menos antes& poderia verificar se não havia um grande livro naspro"imidades.

Capítulo

Nate su(iu as escadas de pedra com a garganta tão apertada pelo medo& que elamal podia respirar. or favor& ela orou& fazei com que este=a destrancada& 6enhor&eu lhe pe'o.

)em teve tempo para tocar na ma'aneta da porta quando ela a(riu-selargamente. $incennes o mordomo de Lorde ;ingate& olhou para ela intrigado.

— 6enhorita 2a:heI 7omo vai voc%5 — disse ele& agradavelmente —Est ...2as Nate não estava com vontade de (rincar e entrou na casa correndo

fechando a porta atr+s dela.

$incennes olhou para ela& perple"o.—Eu espero que voc% tenha tido tempo para chegar ao correio antes dele fechar. Nate quase não ouviu o que ele disse. 7orreu para a sala e foi direto para a

 =anela e pu"ou as cortinas. 8s luzes da sala ainda não estavam acesas.—$incennes —& disse ela olhando para a rua. $oc% pode ver aquele homem ali

na esquina5 e(ai"o do lampião.B mordomo olhou o(edientemente para o lugar indicado na rua. Estava

chovendo.—6im& senhorita.

Então não era a sua imagina'ão !—esculpe-me senhorita& mas voc% tem alguma razão para temer o senhor

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enins5—B senhor enins5 <uem 4 o senhor enins5—B homem que voc% est+ vendo.—$oc% o conhece5 —Ela perguntou surpresa—7laro& 4 o medico. *az muitas visitas nesta +rea.

Nate sentiu o rosto ficar vermelho e dei"ou cair a cortina.—Eu sou estúpida& eu pensei ... que fosse outra pessoa.—)ão 4 de se admirar& senhorita& com uma n4voa como esta ...Nate estava preocupada enquanto su(ia as escadas para chegar a seu quarto.

*redd: estava certo& ela possu0a muita imagina'ão. <ue dia(os faria aniel 7ravende p4 em uma esquina& em(ai"o de chuva em Londres& onde durante sete anosningu4m o tinha visto5. Ela estava ficando um pouco rid0cula. 2ais do que isso3 elaestava ficando hist4rica.

2as ao chegar A porta de seu quarto e viu que ela estava ligeiramente a(erta&tendo a certeza que a fechou antes de sair& a suspeita apareceu novamente.$incennes a teria alertado caso algu4m tivesse ido v%-la. E 4 claro que ele nãodei"aria um visitante entrar em seu quarto. )ão& s/ poderia ser uma criada ou ...

Ela a(riu a porta e ficou paralisada ao desco(rir Lad: 9sa(el >raherne de (ru'osem sua cama com os p4s para cima e acariciando Lad: ,a((ie.

—)ão sa(ia que voc% tinha um gato& 6enhorita 2a:heI& — disse quando viuNate na porta.

7omo custou a ela manter escondida a presen'a de Lad: ,a((ie! Lutara uma

(atalha real com a gata para que ela ficasse em sua cesta e tudo para nada.Em todo caso& isso serviu como uma li'ão. )o futuro& fecharia com chave seu

quarto.—)ão confie nela& senhorita& da mordidas quando est+ de mau humor.7omo para provar que estava errada& o gato estava dei"ando 9sa(el co'ar suas

orelhas sem protestar.—Bu'a como ronrona! Eu sempre sonhei em ter um gato& mas meu pai pensa

que como sou incapaz de cuidar de plantas& que dir+ de um animal. <ual 4 seunome5

Nate& desconfort+vel& limpou a garganta enquanto desfazia os la'os do chap4u.—Lad: ,a((ie.—7omo5 Eu não ouvi.—Lad: ,a((ie —repetiu um pouco mais alto.9sa(el olhou para ela com curiosidade.—F um nome estranho. F algu4m que voc% conhece5—)ão e"atamente—& afirmou Nate& tirando o chap4u e a=eitando o ca(elo no

espelho.$endo a decep'ão de 9sa(el& fez um esfor'o para continuar.—Eu tinha dez anos quando lhe dei este nome. )aquele tempo eu achava que

era um nome muito elegante& eus sa(e o porqu%. 9sso 4 tudo o que posso dizer

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em minha defesa.—<uando voc% tinha dez anos... —& comentou 9sa(el acariciando o animal so( o

quei"o& — então ela deve ser muito velha.Nate voltou para a tarefa de arrumar os livros que estava fazendo uma hora

antes& de ir ao correio enviar uma carta.

— 8penas treze anos& — Nate disse& não sem alguma indigna'ão.—Então voc% tem K? anos59sa(el perdeu o interesse no gato e rolou para tr+s. 7ontemplando a camada de

gaze (ranca& com pequenas flores verdes e rosas no dossel da cama& acrescentou3—Eu pensei que voc% fosse muito mais =ovem.—)em sou muito velha com K? anos& certo5—or que não se casou ainda5 — perguntou 9sa(el deitando de (ru'os com o

quei"o apoiado nas mãos— $oc% 4 (onita e pequena& e eu me pergunto comoainda não est+ nas mãos de um homem. —)ingu4m lhe fez uma proposta5

9sa(el tinha o ca(elo preso de qualquer forma e s/ tinha um vestido de sedaso(re a roupa interior. Ela lem(rou-se de osie& que costumava falar com eladurante a noite com uma apar%ncia semelhante. Nate olhou para o livro que estavaprestes a colocar na prateleira ao lado da lareira.

—*icar nas suas mãos5 7laro que não.—)ão5 6e casar com ele....— )ingu4m por quem estivesse apai"onada.—)ão5 Ele quis casar com outra pessoa5

Nate pGs o livro em seu lugar.—<uem5—B homem por quem estava apai"onada.—Eu disse que nunca amei ningu4m.—7omo5 —9sa(el sentou-se surpresa& —)unca5 6enhorita 2a:heI! Eu s/ tenho

dezessete anos e me apai"onei umas cinco vezes& duas delas no ano passado.—9mpressionante—& disse Nate tirando outro livro da cai"a de hillips& que

trou"e para o novo emprego& porque estava feliz em se livrar dele. —Eu acho quenão foi muito seletiva em suas afei'Ces.

—9sso parece. 2eu pai não lhe disse que eu sou louca5Nate& que não viu o 2arques uma única vez desde a sua última conversa no

saguão dos 6ledge& não teve oportunidade de conversar so(re os altos e (ai"os davida amorosa de sua filha. B 6r. 6ledge ficou irritado quando sou(e que ela osdei"aria e a 6ra. 6ledge ficou de cama por dois dias. Nate escreveu para o 2arqu%sanunciando que estava aguardando enquanto os 6ledge encontrava umasu(stituta. )ão foi ele quem respondeu& mas sua governanta& 2rs. 7lear:&informando-lhe que poderia levar o tempo necess+rio.

2as ficou contente ao sa(er o quanto os 6ledges precisavam dela depois que6ra. 6ledge co(riu o 2arqu%s de insultos& acusando-o de rou(ar sua servi'al edepois& ela e"perimentou um certo prazer ao sair da casa pequena e

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so(recarregada de mo(0lias. 8 única pessoa que sentiria falta era de osie e contratodas as pro(a(ilidades& as crian'as. Elas haviam derramado l+grimas copiosas aosa(er que Nate estava saindo e com a promessa de que não iam torturar a novagovernanta colocando espinhos e carac/is nas folhas de ch+.

6/ a rea'ão de *redd: ofuscou sua alegria quando dei"ou o emprego.

Literalmente atordoado& custou um (om tempo para achar novamente a voz.—Lorde ;ingate 5 —Ele repetiu quase sufocando.Estavam chegando perto do parque. *redd: insistiu em lev+-la em seu novo

haeton& quando ela teria preferido sentar-se calmamente em uma mesa emalguma casa de ch+.

—Lorde ;ingate5 $oc% quis dizer ,ure >raherne5 B mesmo que voc% atacoucom o guarda-chuva5

—B mesmo. *redd:! B(serve por onde vai! + esteve prestes a atropelar um cão.—$oc% vai viver na casa de >raherne e cuidar de sua filha5—6im& *redd:. or trezentas li(ras por ano. )ote que talvez não se=a um ano

inteiro& porque provavelmente Lad: 9sa(el estar+ casada antes de terminar atemporada. *redd:& voc% precisa ir tão r+pido5

—2as eu disse a voc% so(re ele& Natie! B div/rcio dele& do tipo que =ogou p ...—6im& eu sei. ogou o amante de sua esposa pela =anela. Lorde ;ingate parece

sentir uma inclina'ão para coisas dessa natureza. <uando eu disse que não queriatra(alhar para ele& =ogou um atlas pela =anela.

—2aldi'ão! )ão 4 de admirar!

)esse ponto da conversa& Nate lamentou t%-lo informado so(re sua decisão&mas ele desco(riria de qualquer maneira. 6e *red: fosse mais compreensivo ...

—Eu não gosto disso —& ele disse3 — 8l4m do fato de que voc% ser+ for'ada aviver so( seu teto& ficar+ em uma situa'ão dif0cil. ense Nate& voc% vai ser for'ada aacompanhar esta =ovem para onde voc% foi convidada h+ alguns anos atr+s. 7om adiferen'a de que agora não ser+ uma convidada& mas a empregada dela.

—8lguns anos5 6ete anos *redd:. )ingu4m vai se lem(rar.—8cho que sim Nate! $oc% estava na (oca de todos& por culpa.....—6ete anos—& ela cortou& 8gora eu sou uma velha senhora.

—$oc% não mudou nada Nate& acredite em mim. >odo mundo vai reconhec%-la...—)ingu4m perce(e uma dama de companhia.— ... E recome'arão estas perguntas e os olhares de piedade que tanto odeia.

>odas as mulheres vão falar de voc%3 $di!inhe quem !eio a minha casa ontem %

noite, &ate a filha de 'a(he). 'as a*ora ela + dama de companhia, pobre ...—Eu não sa(ia que voc% era tão talentoso na arte da imita'ão& *redd:. Era a voz

de lad: Hildengard& certo5—$oc% não poder+ suportar. $oc% odeia essas mulheres.—*redd:& voc% est+ esquecendo uma coisa3 ? li(ras 4 muito dinheiro. $oc%

sa(e que meu pai não me dei"ou nada& a não ser d0vidas.—$oc% não 4 respons+vel pelas d0vidas de seu pai—& lem(rou ele.

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—)ão& mas eu não posso dei"ar de me sentir respons+vel pelas pessoas que eledei"ou sem dinheiro. $oc% sa(e que )anc: não tem um centavo.

—)anc:! —E"plodiu *redd:. —F ela5 8 sua antiga (a(+5—6im& — Nate disse (ai"inho. >rezentas li(ras dar+ para alugar uma casinha para

ela durante v+rios anos. Eu não posso dizer não& *redd:.

—>am(4m não se pode dizer sim! —*ulminou-a com um olhar e pu"ou asr4deas para deter os cavalos. — Nate& voc% não ir+ tra(alhar para ,ure >raherne&est+ fora de questão.

—8h! E suponho que vai pagar o aluguel de )anc:.—Eu faria isso& se me permitisse.—)ão& eu mesma quero cuidar de )anc:.—Eu vou desco(rir seu endere'o e eu vou dizer a ela o que voc% est+ fazendo&

amea'ou.Nate riu.—E o que voc% vai dizer& *redd:5 <ue eu aceitei um tra(alho onde eu vou

ganhar nove vezes mais do que ganhava antes5 Eu concordei em ser a dama decompanhia da filha de lorde ;ingate e não voltarei atr+s. F um tra(alhoperfeitamente respeit+vel. 2esmo )anc: concordaria. )ão 4 como se eu tivesseconcordado em ser sua amante ou algo assim.

—2aldi'ão& Nate! —e"plodiu segurando sua mão e apertando-a firmemente& —8quele homem tem um temperamento violento. )a semana passada quasecolocou uma (ala em um po(re coitado por causa de ;oodhart. F um degenerado&

depravado. 7laro que a contratou apenas para corromper-lhe e quando estivercansado de voc% a levar+ para as ruas. *alta-lhe consci%ncia est+ entendendo5

Nate o o(servou com alguma surpresa& antes de rir. *redd: ficou ainda maisirritado& o que intensificou a hilaridade dela.

—Bh& *redd:! $oc% realmente acha5 —Ela voltou a ficar s4ria. — 6empre sonheique corromperia um degenerado. E eu sou paga por ele. )ão estou com sorte5

—)ão 4 divertido Nate. Eu a advirto&>raherne... ...—6im& sim& sim—& interrompeu ela soltando a mão dele para dar um tapinha —

Ele 4 horr0vel. Eu perce(i isso e prometo tomar cuidado.

—$oc% vai ser cuidadosa5 2as o pro(lema não 4 isso. E se ...—8gora& *redd: não 4 como se o 6enhor ;ingate tivesse mostrado algum

interesse por mim nesse sentido.7laro que ela não contou o motivo por ter dado um golpe na ca(e'a do

marques com um atlas.—Ele tem a sra. ;oodhart para distra0-lo& 7omo posso ser atraente para ele

quando tem uma mulher como essa5*redd: murmurou algo que ela não entendeu.—E mesmo que fosse muito degenerado& —ela continuou tentando convencer

*redd:& ao mesmo tempo que tentava convencer a si mesma& — voc% deve admitirque ele est+ preocupado com a felicidade de sua filha. m homem que ama sua

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filha não pode ser tão terr0vel.—Nate ...—E quanto a corromper-me& o 2arqu%s me contratou para ter as noites livres e

dedicar-se a seus passatempos enquanto eu cuido da filha dele. B que voc% achadisso5

$encido& *redd: caiu contra o (anco do haeton.—Nate& por que voc% não se casa comigo5 >udo seria muito mais f+cil.Ela o fitou com os olhos entrecerrados. 8dorava tanto a companhia de *redd:

que at4 esquecia que ele sentia mais do que amizade por ela. Em seguida& com umsentimento de culpa pensou que ao aceitar tomar ch+ ou andar de carruagem comele& tudo o que ela fazia era dar-lhe falsas esperan'as. B que não era muitohonesto de sua parte.

Ele continuava sendo o melhor amigo dela& e era tudo o que restava de sua vidaanterior. 9nfelizmente nada poderia ser de maneira diferente.

Nate suspirou.—)ão& *redd:& isso não simplifica nada. )ada mesmo.)ão havia lugar para ela nesse mundo& nesse mundo onde antes movimentava-

se com desenvoltura e equil0(rio. 7omo ela seria capaz de retornar depois do queas pessoas tinham dito e provavelmente ainda diziam& so(re seu pai5 7omo 4 quepoderia suportar a hipocrisia daqueles seres ignorantes& pedantes e vazios& aquelesque adoravam espalhar rumores infames5 referia morrer.

E mesmo que tivesse a for'a para enfrentar o o mundo que ela havia dei"ado

para tr+s& não poderia& em sã consci%ncia& casar-se com *redd:. )ão o amava.9magine casar-se com ele apesar de tudo e de repente perce(er& que haviaacontecido como a mãe de 9sa(el& que amava outro. )ão& não faria a *redd: o queEliza(eth >raherne tinha feito para o 2arqu%s& o que foi um verdadeiro desastre.

$oltando ao presente& olhou para o quarto. )unca viu quarto mais (onito desdea morte de seus pais. esde que e"ercia o cargo de dama de companhia. m papel(ranco decorado com pequenos (uqu%s de rosa e verde co(rindo as paredes ecom(inando com as cortinas da cama de dossel. 8s cadeiras eram estofadas emveludo verde. B (anheiro era (ranco com cantos dourados e so( um grande

espelho. )ada a ver com o quarto congelante da casa dos 6ledges& por culpa daparcimGnia com que o mordomo hillips distri(u0a o carvão.

<uanto ao resto da casa ... Nate nunca o(servou antes algo mais confort+vel eelegante. esde os quadros at4 as velas dos candela(ros& tudo era de e"celentequalidade e gosto requintado.

E ela estava sendo paga U ? por ano para viver neste lu"o!—6eu pai não mencionou esse cavalheiro—& disse para a menina deitada em sua

cama tão confortavelmente como Lad: ,a((ie.—6ir #eoffre: ia morrer de rir se escutasse isso—& disse 9sa(el& com um sorriso.

iga-me& senhorita 2a:heI voc% realmente leu todos esses livros5Nate olhou para a cai"a a seus p4s.

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—6im& claro.—or que os guarda5 <uer dizer& voc% =+ os leu& não 45—orque alguns livros são tão interessantes que faz com que a gente os queira

ler novamente —& disse Nate pegando o e"emplar de Brgulho e reconceito. )/spassamos a am+-los. >ornam-se algo como uma fam0lia.

—7omo uma fam0lia5—6im& como uma rela'ão de confian'a e amor que voc% não pode a(andonar.

<uando voc% pega um livro para ler acontece como ... visitar sua tia favorita ouaconchegar-se nos (ra'os de seu amado avG.

ada a e"pressão c4tica de 9sa(el& Nate disse3—Eu acho que para voc% não 4 a mesma coisa& Lad: 9sa(el. $oc% tem um pai

que a ama e certamente tam(4m t%m av/s. ara mim& infelizmente os livros 4tudo o que me resta. 8 vantagem 4 que não podem pedir dinheiro emprestado& —(rincou& perce(endo de repente que ela estava tendo piedade de si mesma. —8única coisa que pode acontecer 4 esquec%-lo no Gni(us e confesso que =+aconteceu isso uma ou duas vezes comigo.

9sa(el franziu o nariz.—6enhorita 2a:heI& 4 uma sorte que voc% se=a tão (onita. 9sso permite

esquecer que voc% 4 muito diferente. Eu nunca li um livro. <uero dizer um livroque gostasse de ler novamente.

—)ão5 )em mesmo esse5 — isse Nate apontando para o livro Brgulho ereconceito.

—2eu eus —& 9sa(el olhou de soslaio para a capa. —apai est+ sempretentando me for'ar a ler esse livro.

—E deveria fazer isso. $oc% gostar+ dele. *ala de =ovens com a sua idade que seapai"onam.

—6im5 Eu pensei que fosse uma hist/ria de guerra.—<ue guerra5 E de onde tirou essa ideia59sa(el levantou-se pegando o volume e come'ou a folhe+-lo& o que Nate pensou

ser um (om sinal.—apai sempre l% livros& (asicamente os de guerra& direito ou coisas ainda mais

chatas.Nate estava me"endo na cai"a.—6im5 6er+ que seu pai gosta de ler5—9sso 4 tudo o que ele faz& quando não sai com as mulheres odiosas como

aquela senhora ;oodhart.Nate tossiu desconfort+vel& mas 9sa(el não fez nenhum caso.—Às vezes eu at4 penso que se não fosse pelas mulheres como ela& meu pai

nunca sairia de casa. <uando chegamos a ;ingate 8((e: ele não tirava o nariz deseus livros& e"ceto para ir passear a cavalo de vez em quando. F em(ara'oso.

—Em(ara'oso5 —Depetiu Nate.—,em& 4 o único que se comporta assim. <uando eu estava na escola& os pais

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das meninas& iam ca'ar ou pescar. )unca o meu. Ele est+ sempre em casa com umlivro nas mãos. Eu =+ disse v+rias vezes que deveria sair mais. B que acontece 4 queele est+ ficando velho& senhorita 2a:heI. 8ca(a de completar ?@ anos. Ele nuncavai encontrar algu4m& a este ritmo& e sossegar.

—2as eu pensei que =+ tivesse encontrado algu4m—& disse Nate inocentemente

—$oc% não mencionou uma 6ra. ;oodhart.5—Ele não pode se casar com 6ara ;oodhart! Ela 4 uma atriz. e qualquer forma

 =+ 4 casada.—8h.—B pro(lema 4 que não resta muito tempo para ele. Em (reve vou me casar

com #eoffre: e meu pai ficar+ completamente sozinho.—64rio5 #eoffre: e voc%5—6im. Eu preciso encontrar para meu pai uma mulher (onita e amavel o mais

(reve poss0vel. 2as não uma mulher como aquela senhora ;oodhart. ma mulher... como voc%& senhorita 2a:heI.

Nate estava prestes a re(entar-se de rir. 8 ideia de que o 2arqu%s de ;ingatepudesse casar-se com a dama de companhia da filha era grotesco.

8l4m disso& *redd: não disse que depois de sua primeira e"peri%ncia desastrosacom o casamento& >raherne não queria mais ouvir falar so(re isso5 referia mudarde assunto.

—B 6r. 6aunders pediu sua mão& lad: 9sa(el5—8inda não. )a verdade& ele não teve uma chance& meu pai est+ sempre em

cima da gente.Blhando para os lados& ela disse3—2as talvez agora com voc% aqui& senhorita 2a:heI ...Nate ia responder que sua inten'ão não era ir contra os dese=os de seu patrão&

que pagava muito (em a ela para cuidar de sua única filha& quando o chefe emquestão surgiu& depois de (ater na porta que foi dei"ada a(erta.

—8h& senhorita 2a:heI& —ele disse.Ele estava com um livro na mão com um dedo entre as p+ginas marcando onde

a leitura foi interrompida.

—erdoem a minha intromissão& mas eu acho que 9sa(el e voc% vão sair ho=e Anoite.

Nate assentiu com a ca(e'a& evitando cruzar o olhar com os (rilhantes olhosverdes do 2arqu%s. 9sa(el herdou os mesmos olhos verde-esmeralda dele& mascomo sua pele era p+lida tornava o olhar dela muito menos impressionante.

2as tam(4m não olhou em seus olhos& porque a última vez que ela seaventurou a fazer isso& deu um golpe na ca(e'a dele com um atlas e anteriormenteo amea'ou com um guarda-chuva. )ão tiveram a oportunidade de conversar empaz& ao final das contas.

—6im& milorde—& respondeu um pouco seca —$amos sair para =antar com lad:8llen antes de ir para a festa da (aronesa Hiversham.

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—E amanhã almo'aremos com Lorde e lad: ,lae antes de ir As compras comsuas filhas odiosas& —interrompeu 9sa(el acenando os convites. —epoisalmo'aremos na casa dos ,aile:& faremos compras novamente e talvez faremosalgumas visitas para nos inteirar de quem ficou noiva e quem ainda não.$oltaremos para casa& trocamos de roupa para =antar com o 6enhor e 6ra 7roIle:

e depois vamos assistir a opera e um =ogo de cartas na casa de Eloise ,ancroft.$amos dormir apenas algumas horas& porque no in0cio da manhã nos espera oshorr0veis 7hittenhouse para um passeio a cavalo. B almo'o não sei onde ...

—9sa(el—& disse o 2arqu%s lentamente. —>alvez voc% preferisse voltar para a8((e: ;ingate5

—$oltar para 8((e: ;ingate5 7laro que não! B que eu vou fazer l+ se #eoffre:est+ aqui5

—Eu entendi pelo tom de sua voz& que voc% a(orreceu-se de Londres.9sa(el dei"ou cair os (ra'os para os lados de seu corpo& cerrando os punhos.—9sso 4 o que voc% gostaria. )ão 45 —isse levantando a ca(e'a (ruscamente e

fazendo voar seus cachos. — $oc% faria qualquer coisa para impedir que eu ve=a#eoffre:.

Nate pensou ter visto um olhar de surpresa no rosto do marqu%s.—elo contr+rio—& disse este —Eu pensei que talvez voc% apreciasse um

descanso no campo para recuperar a energia que 4 a sua caracter0stica.9sa(el suspirou indignada e furiosa& saiu e (ateu a porta.Nate e o 2arqu%s ficaram sozinhos no quarto.

Capítulo 8

Nate& horrorizada& olhou para a porta fechada& como se olhando para ela otempo suficiente pudesse a(ri-la novamente e restaurar algum decoro com asitua'ão.

Lorde ;ingate& no entanto& parecia não sentir tal desconforto. Nate pensou comdesgosto. Ele caiu em uma das poltronas ao lado do fogo e come'ou a olhar aschamas.

—$e=a voc% o que eu enfrento todos os dias& —disse ele com sua voz profunda&sem nunca desviar o olhar do fogo& —Bs amores de =uventude são um advers+riosconsider+veis& senhorita 2a:heI.

Nate girou a ca(e'a da porta para ele antes de retornar A sua posi'ão original.9maginou se a 6ra. 7lear:& a governanta& passasse por l+ e ouvisse a voz do 2arqu%sno quarto da nova dama de companhia da filha. Bu pior ainda& se $incennes o

mordomo. 8t4 o momento este não tinha tomado uma antipatia por Nate apesardo seu comportamento um pouco estranho. 2as não sa(ia ainda da e"ist%ncia de

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Lad: ,a((ie. a mesma forma que ela não sa(ia que seu senhorio tinha seconvidado para manter uma pequena conversa no quarto dela.

—9sa(el — Lorde ;ingate prosseguiu& tão casualmente como se estivessemdiscutindo o tempo em ,ath& — acredita estar apai"onada por esse =ovem#eoffre: 6aundersQ 2as eles não foram feitos um para o outro. 6aunders 4 o

segundo filho da fam0lia& não herdar+ nem um centavo e vive do que seu irmãoachar que deve dar-lhe. everia estar estudando& mas teve que fugir de B"ford pornão pagar suas d0vidas de =ogo. Eu não sei como ele vive agora& acho que dafilantropia de alguns.

*inalmente& ele virou o rosto—recisamos afastar 9sa(el a qualquer pre'o& deste =ovem.Nate& virou-se em sua dire'ão enquanto ele falava& ficando paralisada por seu

olhar penetrante. Engoliu em seco com dificuldade. Lorde ;ingate enchia oenorme espa'o da cadeira enquanto estava sentado. *azendo Nate dolorosamenteconscientes de um fato que ela estava esperando para esquecer ... que ,ure>raherne& o terceiro 2arqu%s de ;ingate& era verdadeiramente uma figura not+velde homem.

9ne"plicavelmente recordou-se que a 6ra. 7lear: deu-lhe um cheque decinquenta li(ras naquela manhã.

"m adiantamentoM& e"plicou a mulher gordinha& para as despesas que podemocorrer com a mudan'a de tra(alho.

6urpresa e feliz& Nate foi ao (anco em seguida e enviou tudo para sua antiga

(a(+& )ann: Hinle.8 princ0pio presumiu que seu patrão lhe daria dois meses de vencimento para

que pudesse renovar o seu guarda-roupa e não ficasse constrangida aparecendocom roupas usadas. *elizmente as roupas de sua primeira temporada estavamquase novas e adaptavam-se perfeitamente ao seu novo papel& uma vez are=adas&solicitaria a senhora ennings para cortar as saias para ficar mais na moda etam(4m reduzir os decotes que eram muito ousados para uma dama decompanhia. >am(4m deveriam ser tingidas porque a maioria dos vestidos eram(rancos. 8os K? anos estava velha demais para vestir (ranco.

8gora& ela perguntou para si mesma se esse adiantamento não foi a maneiraque o marqu%s encontrou para ter a certeza de que ela não sairia da casa. orqueela nunca poderia devolver tanto dinheiro. Escaldado pelas damas de companhiaanteriores de 9sa(el& ele s/ poderia tentar prend%-la dessa maneira.

E a fuga foi o primeiro pensamento que passou por sua ca(e'a quando o2arqu%s lan'ou seu olhar verde nos olhos dela. $irou-se para a porta com ainten'ão de seguir os passos de 9sa(el. 2as& quando ela colocou a mão nama'aneta& a voz do 2arqu%s fez com que seu (om senso retornasse.

—6enhorita 2a:heI56enhor! B que ela estava pensando5 Nate 2a:heI nunca havia fugido antes de

ningu4m& e"ceto talvez daquelas som(ras na rua& porque pensava que seriam de

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queria.,ure com seus olhos esmeralda a fitaram de cima a(ai"o.—B(viamente& voc% 4 muito diferente de 9sa(el.—B(viamente& sua filha desfruta de uma riqueza e posi'ão social que eu nunca

tive e mais uma vez& eu digo ....

Ela parou confusa quando viu que lorde ;ingate estava rindo. 8t4 então nuncaouviu ele rir. esde a primeira vez que o viu& ele estava mal-humorado& mas agoracom essa alegria& de repente& parecia muito mais =ovem. erce(eu tam(4m quesua gravata estava desfeita& de modo que quando ,ure =ogou a ca(e'a para tr+s&ela pode ver a a(ertura da camisa. Essa visão era fascinante. <ue dia(os estavaacontecendo5

Nate corou at4 as orelhas quando perce(eu que ele parou de rir e ficou olhandopara ela.

— Eu não estava se referindo a sua falta de riqueza e status& senhorita 2a:heI&— disse ele& ainda sorrindo. — mas o fato de que voc% 4 mais atraente do queminha filha nunca vai ser& e que voc% provavelmente foi quando tinha a idade de9sa(el& tam(4m. $oc% sa(e que a atividade f0sica compensa a aus%ncia de (ens. 8ocontr+rio do que acontece com 9sa(el& os admiradores devem corte=ar voc% poroutras razCes al4m do dinheiro.

e repente& Nate dese=ava que tivesse mantido a porta fechada depois de tudo&e apressou-se a corrigir este erro antes de virar-se para o 2arqu%s.

—6hhh! 9sa(el pode ouvir.—E então5 Ela sa(e que não 4 (onita. 9nfelizmente& ela herdou a minha

apar%ncia.Ele pu"ou um rel/gio do (olso do colete e come'ou a dar corda.—E a intelig%ncia herdou de sua mãe& —continuou ele.—7omo pode menosprezar sua filha dessa maneira5 — disse Nate indignada

chegando mais perto da cadeira onde ele estava sentado. —Lad: 9sa(el 4 muito(onita.

—Ela tem um (om car+ter& que 4 diferente. essoas como ela são cheias de

energia. >am(4m a enviei para as melhores escolas& mas s/ conseguiu aprenderalguns passos de dan'a. )ão tem nenhuma (eleza ou intelig%ncia& senhorita2a:heI. $oc% entende agora porque não posso comparar sua adolesc%ncia com ade 9sa(el5 —7oncluiu& repondo o rel/gio em seu lugar.

Então& perce(endo que ele estava sentado e ela de p4& pulou e apontou para acadeira que estava diante dele.

—Eu estou sendo rude. 6ente-se por favor.Ela olhou para a porta.—>enho medo de...—6ente-se!6urpreendida pelo tom repentinamente (rusco& sentou-se apertando as mãos

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—Lorde ;ingateS — Ela come'ou& mas sua voz sumiu um segundo mais tarde&quando perce(eu que estava dirigindo aos (otCes de prata do colete de ,ure>raherne.

Era tão grande que foi o(rigada a esticar o pesco'o para olhar nos olhos dele.9mediatamente arrependeu-se& pois todas as sensa'Ces que sentiu h+ uma semana

na (i(lioteca do sr. 6ledge& reapareceu3 a surpresa de estar tão pr/"ima A largurado peito& dos (ra'os poderosos e cheios de músculos& do odor pertur(ador de suapele que mesclava a sa(ão e ta(aco e a visão de seus l+(ios tão sensuais& quepareciam incongruentes neste rosto tão duro.

2as o pior foi o calor que emanava de seu corpo e a fez dese=ar fundir-se comele& cair contra ele e esquecer o resto do mundo. 6im& ela queria perder-senaquela virilidade incr0vel.

Então lem(rou-se do horror que causou esses pensamentos a ela naquele dia&quando enfurecida& pegou o atlas e ...

E ali estava ela& tão intensamente ciente de sua presen'a como quando ele aa(ra'ou naquele dia. 6/ que desta vez& ele não a estava tocando.

e repente& não sentiu as suas pernas e rapidamente sentou-se para evitar umaqueda.

B marqu%s ficou im/vel. 6implesmente olhava para ela& isso achava Nate&porque ela não teve coragem de olhar para cima.

Então& como se os pensamentos dele tivessem seguido o mesmo caminho queos dela& disse3

—Eu acho que devo um pedido de desculpas& senhorita 2a:heI& pelo incidenteinfeliz na (i(lioteca dos 6ledge.

$ermelha como um tomate& Nate olhou para o fogo.—8m(os temos de pedir desculpas—& ela conseguiu dizer& —de modo que não

vamos mais falar so(re isso.—>emo de que fui o único que se comportou de forma imperdo+vel. $oc% tinha

todo o direito de me re=eitar.—2as eu deveria ter agido de forma ... um pouco menos (rusca. ortanto& voc%

tam(4m deve me desculpar.

Ele limpou a garganta.—2as& como seu patrão& asseguro que nunca mais vai acontecer isso.

Ela ficou surpresa& mas ,ure parecia sincero. 7laro que era apenas umsentimento e que a honestidade não era e"atamente uma virtude que a(undavaentre as pessoas da alta sociedade. 8 única coisa que ele estava fazendo era dizer oque achava adequado As circunstJncias.

Bu não58 verdade 4 que ele parecia um homem honesto. oderia ser um cavalheiro

leal5)ão. 6e havia um fenGmeno deste em todo o mundo& o que duvidava&

certamente não era ele. Nate não conseguia esquecer aquela tarde na (i(lioteca

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quando foi tratada como se ela estivesse destinada a satisfazer os dese=os se"uaisdele.

 2as& querendo acreditar em sua capacidade de fazer um novo come'o& elalevantou-se e estendeu a mão enquanto ele a olhava nos olhos.

—E eu vou assegurar por todos os meios que estiver ao meu alcance para que

não se encontre com um neto& antes que este=a pronto para ser um avG& lorde;ingate.

ma e"pressão estranha& semelhante aquela que fez um pouco antes de (ei=+-la& assumiu o rosto do marqu%s. Ela sa(iamente recuou um passo.

2as ele apenas apertou sua mão e depois seguiu em dire'ão A porta. oucoantes de sair& ele parou em seco& com a visão de ,a((ie alongando todas as unhas&no travesseiro de Nate.

— ,om eus! —Ele disse.Ela nem sequer teve tempo para se desculpar pela presen'a do animal.—Espero que isso não se=a uma femea& —disse ele.Nate ergueu as so(rancelhas. —6im& ela 4. or qu%5—8gora eu entendo por que o gato de $incennes fare=a por todos os cantos. F

melhor manter esta porta fechada& senhorita 2a:heI& a menos que queira ser av/mais cedo.

E ele saiu.

Capítulo '

*oi assim que& ap/s seis semanas& ,ure >raherne finalmente teve uma noite s/para ele. ma noite para fazer o que quisesse. *oi tão inesperado que não estavaacreditando na sua (oa sorte.

ma vez que 9sa(el havia terminado a escola& tentou de todas as maneiras faz%-la refletir& enchendo-a de mimos& amea'as e castigos. >udo em vão. >empestadesde choro tornou-se um ocorr%ncia comum& for'ando-o a usar uma linguagem quenão usava desde seus dias de adolescente& quando o diretor da escola (atia nelecom um chicote at4 que perdesse o h+(ito de prague=ar. ,astou uma menina de 1anos come'ar a sua primeira temporada para que retornasse A essa pr+ticadeplor+vel.

8gora& finalmente& voltou o sil%ncio. m sil%ncio perfeito. 9nesperado. msil%ncio que ningu4m que(rava.

>eve um sentimento estranho& quase irreal. ,astou a lideran'a suave& mas firmeda senhorita 2a:heI e 9sa(el saiu de casa sem um único protesto. 8t4 deu nele

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um (ei=o de despedida!—,oa noite& papai (o(ão& —disse 9sa(el rindo. —E o(rigada por me dei"ar ver

#eoffre:. ivirta-se com os seus entediantes livros antigos.*oi suficiente dei"+-la ver esse velhaco do 6aunders para o(ter a paz de esp0rito

que agora desfrutava5

)ão. 7om as damas de companhia anteriores as lutas foram cont0nuas. 2esmoa escolha da roupa ou o penteado causava um conflito.

Em contrapartida& esta noite& sua filha havia aceitado o vestido sem uma palavrae nunca seus ca(elos estiveram tão (em penteados. #ra'as& sem dúvida asenhorita 2a:heI. )ão havia nenhuma outra e"plica'ão poss0vel.

8gora ele estava livre. Livre para desfrutar de seus velhos livros chatos. E isso era e"atamente o que estava fazendo. ecidiu preencher uma lacuna em

sua mente e a(riu um de *enimore 7ooper que deveria ter lido quando eramenino. 8fundado em almofadas macias ao lado do fogo& estava gostando de seuconforto enquanto ouvia a chuva l+ fora. )a mesinha ao lado dele estava um copode Ihis: e havia dei"ado instru'Ces com $incennes que não fosse pertur(ado so(qualquer prete"to. )em com not0cias de suas muitas possessCes ultramarinas -ossuia neg/cios na Wfrica e nas 8m4ricas -& ou devido a pro(lemas dom4sticos& emenos ainda pela 6ra. ;oodhart.

eterminada a recuperar seus favores& 6ara tomou o h+(ito de enviar notas aqualquer hora do dia ou da noite. 7omo o mensageiro rece(eu ordens paraaguardar uma resposta& não importasse a demora& isso afetava o (om

funcionamento da casa& at4 que ele decidia devolver as cartas fechadas& ou ra(iscaruma resposta curta. )a verdade& as cartas continham apenas um monte de(esteiras. )a tentativa de que ele ficasse com pena dela e o(ter o seu perdão& porvezes& a carta estava (orrada pelo que imaginava serem l+grimas.

2as ,ure acreditava que não havia nada a perdoar. Às vezes ele at4 pensavaque deveria dar gra'as a 6ara por sua inconstJncia. #ra'as a ela& agora gozava deuma paz deliciosa. >am(4m não lamentava o dinheiro que esta paz havia lhecustado. ara alguns& ? li(ras era uma soma consider+vel& mas para ele quepossuia milhCes& era uma ninharia.

E a paz era inestim+vel.,ure mergulhou no livro come'ando pelo pref+cio& que geralmente todo

mundo ignorava. 2as naquela noite não estava com pressa. Era uma noite todasua. )a verdade& esperava muitas noites como esta porque não encontrou at4 omomento& uma su(stituta para 6ra. ;oodhart. Ele não tinha pressa para encontraruma nova amante. 8mantes eram coisas (oas& era verdade& como este u0sque quenaquele momento estava (e(endo lentamente.

Ele olhou para o livro e depois perdeu-se na contempla'ão das chamas. 8l4mdisso& por que teria que encontrar outra amante5 Ele poderia tentar uma mudan'acomo o celi(ato. Esta ideia encai"a-se com o prazer de ho=e sa(oreando a solidão ea paz. 2esmo ap/s os meses depois da terr0vel desco(erta de Eliza(eth nos (ra'os

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de seu irland%s& ele via=ou pelo continente coletando aventuras com dan'arinas euma ou duas sopranos sempre que se apresentava a ocasião.

8 verdade 4 que ele estava cansado de amantes. 7laro& elas eram (oas em suaspr/prias fun'Ces e ele sempre seria sens0vel A delicadeza de um tornozelo ou a umom(ro p+lido. 2as& em(ora elas dessem permissão para satisfazer certas

necessidades& tam(4m eram uma fonte de pro(lemas.ma de suas caracter0sticas 4 que gostavam de variedade. 6e as atrizes como

6ara ;oodhart eram mestres fingindo interesse no homem que a mantinha&(ailarinas e cantoras nem se incomodavam em fazer isso& elas ficaram acostumadascom adula'Ces os outras coisas. 2as ,ure gastava muito dinheiro com elas e porisso e"igia que elas (em poderiam ao menos fingir que o amava.

E todas sempre o levaram A viol%ncia em algum momento& e isso aca(ou sendoum incGmodo. Logo que fazia com que um rival ca0sse fora& precisava proteger-sede certos mem(ros das fam0lias que ficaram indignados porque ele recusava-se acasar com sua irmã& filha ou prima& ou so(rinha& conforme o caso. 8 reputa'ão deseu car+ter de origem vulcJnica& =+ causou pro(lemas suficientes e ele precisavaevitar tais situa'Ces. e modo que no momento não sentia vontade de ter outraamante.

Ele tomou outro gole de u0sque& colocou o copo so(re a mesa e come'ou a ler asegunda p+gina do pref+cio. 6im& não queria nada que não fosse essa tranquilidadeque curtia naquele momento& e estava disposto a faz%-la durar o maior tempoposs0vel.

2as& não tardou muito a pensar que era muita tranquilidade.)ão que ele apreciasse as e"plosCes de 9sa(el ou a cadeia de renúncias de

damas de companhia 4 claro. 2as ele estava ... acostumado& por assim dizer& aouvir algum (arulho na casa& por e"emplo. 9sa(el foi um (e(% (arulhento einquieto. B div/rcio mudou toda a sua vida& mas uma coisa permaneceu a mesma39sa(el e sua incr0vel capacidade de encher uma casa de qualquer tamanho com suapresen'a. <uantas vezes a repreendeu para que ficasse quieta5 <uantas (a(+sforam demitidas porque não conseguiram acalmar sua filha5

E agora ele tinha o que queria& uma casa silenciosa. Ele perdeu o entusiasmo

causado pelos gritos& (rigas e e"plosCes de raiva.>udo estava tão silencioso que podia ouvir o tic-tac do rel/gio de p%ndulo que

estava na lareira. Esse tic-tac era quase ensurdecedor. Havia alguma coisa erradacom o mecanismo.

<uanto ao som da chuva (atendo nas =anelas& s/ poderia ser uma tempestadel+ fora& caso contr+rio não seria poss0vel ouvir tanto (arulho.

7omo não dei"ava de pensar em 9sa(el desde que ela saiu& ele passou alem(rar da metamorfose incr0vel que aconteceu com sua filha. 8 alegria em sa(erque foi autorizada a ver #eoffre: 6aunders& mudou tudo nela& ao ponto de parecerquase (onita. <uase. Em(elezada com um dos muitos vestidos (rancos& que elehavia comprado& entrou em seu quarto para agradecer e enquanto isso& a senhorita

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2a:heI esperava na porta. ma senhorita 2a:heI muito diferente daquela como qual manteve uma conversa interessante& uma hora mais cedo. 8quela eraencantadora& com sua (lusa (ranca simples e saia& por4m& esta outra estava uma(eleza vestida de seda cinza& cu=o corte perfeito real'ava a cintura estreita e aredondez do pequeno e firme seio.

8pesar de que& nada do que ela usava era indecente& mesmo com o decotemodesto& os homens iam despi-la com os olhos. elo menos os homens como ele.

2as qualquer que fosse a atra'ão que sentisse por ela& não devia perder aca(e'a como havia acontecido na (i(lioteca dos 6ledge. )ada poderiacomprometer a paz valiosa recentemente conquistada.

2esmo que a mem/ria de Nate vestida de seda cinza o perseguisse. 8l4m disso&outros homens& provavelmente& sentiriam o mesmo fasc0nio por ela.

2as o que ele estava fazendo& alem de pensar so(re a dama de companhia dafilha em vez de aproveitar a noite de solidão5

uncan estava certo& come'ava a ficar velho.ecididamente virou a terceira p+gina. Este pref+cio era muito interessante. 8

partir de agora& ao ler um livro sempre come'aria por ali. 6e havia pref+cio& erapara ser lido& certo5 or que nunca pensou em ler um pref+cio at4 ho=e5

E porque o rel/gio de p%ndulo fazia aquele maldito ru0do5 8manhã diria a 6ra.7lear: para limpar o maquin+rio& pois devia estar cheio de su=eira.

8s damas de companhia não dan'am nos (ailes. 6entam-se =unto com as mães&viúvas e solteironas que ningu4m gosta de ver. 2as elas 4 quem estavam no

comando. Elas asseguravam-se de que suas protegidas não fossem v0timas de umaaten'ão indese=ada e não iam desaparecer com seus fãs no =ardim ou nos quartos.

or4m não havia nenhuma razão que proi(isse um homem de dan'ar com umadama de companhia. 8l4m disso a senhorita 2a:heI era muito =ovem e algu4m anotaria. 2as quem não notaria essa (ela mulher loira com o vestido de sedacinza5

E se esse algu4m a tirasse para dan'ar5 6eria muito indelicadeza da senhorita2a:heI re=eitar quando ficou claro que não estava comprometida. 2as ela não foirude com ele5 8 verdade 4 que a maneira como ela desafiava as regras fazia parte

do seu charme.7omo a (oca pequena e rosa.>am(4m poderia responder a essa pessoa& que não dan'aria porque ela foi

contratada pelo 2arqu%s de ;ingate como uma acompanhante para sua filha& eque estava no (aile apenas para realizar essa tarefa e não poderia dan'ar com osindiv0duos p+lidos que a espiavam do outro canto do salão. 6im& 4 isso que elaresponderia& decidiu ,ure.

E a senhorita 2a:heI era uma mulher (em comportada pois ela não dei"ou aporta a(erta enquanto ele estava falando com ela5 Ele sa(ia que muito poucasmulheres preocupavam-se com esses detalhes& ao contr+rio& teriam aproveitado aoportunidade para pular em seus (ra'os.

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 2as a senhorita 2a:heI não.. )a verdade ... )a verdade& ele não sa(ia o que esperar e imaginava que ela poderia at4 sentir

uma certa antipatia por ele.2as era imposs0vel. Ela perdoou seu momento de fraqueza na (i(lioteca de

7:rus 6ledge. Eles at4 mesmo apertaram as mãos e seu aperto de mão firme e

sincero não dei"ou margem para dúvidas. Ela não o odiava. )ada disso.)o entanto ...6uponhamos que o indiv0duo não se=a alto. )/s estamos falando so(re algu4m

que a convide para dan'ar. 6uponhamos que um conde italiano resolva tir+-la paradan'ar.

  ma pessoa alegre e charmosa e a senhorita 2a:heI& que era um poucoinocente se dei"aria seduzir. 6eria muito f+cil para um cavalheiro rico e (onito ecom um sotaque& seduzir uma =ovem como ela caso quisesse. 7ertamente eleestava esperando a oportunidade de melhorar sua posi'ão& talvez naquelemomento um parasita sem escrúpulos estava prometendo a lua a ate e.. ...

—uncan! —gritou ele. —repare o meu tra=e de noite! Eu quero sair.Ele estava comportando-se ridiculamente. 7omo um velho idiota& disse isso

9sa(el. 8 senhorita 2a:heI não ia fugir com um conde italiano& nem da rússia ouda Eslov+quia.

2as ele sa(ia o suficiente so(re as pai"Ces dos homens para ter a certeza deque não era de todo imposs0vel que alguns deles tentariam sua sorte. >udo (em& asenhorita 2a:heI conseguiu viver at4 agora sem sua a=uda. E como possuia mais

 =u0zo do que a maioria das mulheres& não caiu ainda nas garras de nenhumcanalha. 2as certamente ela nunca pertenceu a alta sociedade e portanto&ignorava que muitos cavalheiros de apar%ncia impec+vel poderiam não terescrúpulos. E como havia sido ele que a for'ou a entrar para nesse am(ientepodre& era seu dever proteg%-la. 8 falta de acompanhante por assim dizer& umcompanheiro& fazia falta a ela.

 Enquanto aguardava o phaeton& decidiu que ia simplesmente dar uma olhadapara ver como ela estava comportando-se. 7aso tudo estivesse correndo (em&depois passaria no seu clu(e.

7aso ela precisasse& ele estaria l+.8l4m disso& poderia confirmar se a teoria de Nate so(re 9sa(el e 6aunders estava

correta.8final& olhar como ela o olhou& a noite at4 prometia ser proveitosa.

Capítulo 1!

Nate estava perfeitamente consciente do cavalheiro olhando em sua dire'ão

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desde que ela entrou no salão. 2as decididamente Nate recusava-se a acreditarque fosse aniel 7raven. + imaginou t%-lo visto antes e era mais que suficiente&não faria o papel de idiota duas vezes. H+ muito tempo que o homem aparecia emseus piores sonhos e s/ de pensar nisso& ficou arrepiada& mas ela não podia v%-loem todos os lugares ou outros iriam pensar que era louca.

Então& certamente& o homem que olhava para ela parecia algu4m familiar. 9ssosempre acontecia. >entou ficar longe da pista de dan'a& mas ela viu pelo menosuma dúzia de rostos conhecidos. 8t4 aquele momento evitou refugiar-se por tr+sdas +rvores e das colunas& mas era apenas uma questão de tempo antes que adesco(rissem. Eles logo gritariam3 M&ate 'a(he) que !ocê está faendo aqui?

"/eu pai foi o homem que ...? MNate pu"ou a cadeira para perto da matrona de ca(elos grisalhos que estava

sentada diante dela& não porque pensou que iniciaria uma conversa - falar comuma simples acompanhante& pelo amor de eus -& mas porque o alto penteado damulher oferecia uma camuflagem perfeita .

7onseguiu vislum(rar 9sa(el e achou esquisito ela estar comportando-se deforma escandalosa.. B =antar foi um pesadelo& 9sa(el não quis falar com o senhorsentado ao seu lado com a desculpa de que seu cora'ão estava prestes a e"plodircom a perspectiva de ver o 6r. 6aunders. Nate respondeu que não era um (ommotivo para desprezar um duque e um (arão& pelo menos ela poderia terperguntado se eles estavam gostando da comida. 2as nada& ela não haviadespregado os l+(ios.

Então& quando elas voltaram para a casa da ,aronesa& 9sa(el literalmente =ogouo "ale para Nate antes de precipitar-se para o salão de (aile& onde pendurou-senum loiro alto e não separou-se dele. Nate concluiu que o loiro em questão era#eoffre: 6aunders.

Ela teve a sensa'ão de te-lo visto antes& em sua primeira temporada& mas talvezestivesse confundindo com seu irmão mais velho& e que se pareciam muito& com(ase nas conversas das matronas sentadas na frente dela.

6aunders teria a idade de Nate e ele estava muito se": com seus ca(elos loirosencaracolados e uma espada reluzente na cintura. Esse detalhe mostrava alguma

ostenta'ão =+ que não usava o uniforme do e"4rcito. Nate entendia por que umagarota tão =ovem e ine"periente como 9sa(el havia ca0do so( o feiti'o de umpersonagem como esse. Ela não parecia interessada em qualquer outro cavalheiro.

7omo eles estavam conversando sozinhos. 9sa(el não podia continuar sendoridicularizada perante o mundo inteiro. )ão admira que seu pai a proi(iu de veraquele homem. 6enhor! )aquele momento& ela estava (rincando com essa espadagrotesca. 8 filha de um marqu%s!

E não era um marques qualquer& mas sim o mais famoso de Londres. >alvez issoe"plique porque as mães de fam0lia ao seu redor ignoraram o comportamentodeplor+vel de 9sa(el. )ão esperavam nada de algu4m cu=os pais tiveramevidentemente um div/rcio memor+vel.

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— erguntou ele& olhando fi"amente o vestido dela.—B que voc% quer dizer5*redd: pegou em suas mãos e se afastou para v%-la com um olho cr0tico.—Lad: 8shford. $inte e sete de =unho de 1X@?. $oc% dan'ou comigo uma vez e

então disse eu tinha destro'ado os p4s de 8m: Heterling. *iquei arrasado quando

desco(ri.Nate suspirou.—6im& — Ele continuou falando. —$oc% v% como eu a amo loucamente. Eu

gostava mais quando era (ranco. B que voc% fez com o decote5 Eu gostava maisquando ...

—Ele foi modificado& acrescentou Nate. —)ão 4 apropriado para uma dama decompanhia usar um decote maior do que o de sua protegida.

*redd: suspirou.—F um crime destruir uma cria'ão de ;orth dessa maneira. *alando de

destrui'ão& eu acho que ;orth gostaria de ver no que ficou transformado o seuvestido& tendo em conta a sua hist/ria.

B (elo rosto dela& mudou de e"pressão.—Nate& me desculpe. 6into muito. Eu não queria ...Ela deu um tapinha no om(ro dele.—$amos *redd:! 6ei que estava (rincando.—Eu sei& eu sei—& disse& triste3 —2as não foi divertido. >enho certeza de que

todas as suas coisas cheiravam mal... depois ... depois ...

Ela a(riu o leque e co(riu sua (oca.—)ão diga mais nada& —ela ordenou com ar de autoridade& —não fale so(re

estas coisas num salão de (aile.<uando afastou o leque& *redd: ainda estava com uma e"pressão de

arrependimento.—elo menos me permita pedir desculpas& me conceda esta dan'a.—$oc% enlouqueceu —& disse Nate& — <uer me dei"ar em apuros na minha

primeira apari'ão em pú(lico5 Eu tenho que olhar Lad: 9sa(el e não ficar flertandocom um velho pretendente.

—B que voc% quer dizer com M!elho" 5—+ sa(e de so(ra.Em seguida& Nate ouviu um grito e virou-se para reconhecer a voz de 9sa(el.

#eoffre: 6aunders fingia que a atravessa com sua espada. 8lgo que causou aantipatia imediata de Nate. 2as& francamente& não podia tolerar esses a(surdospor mais tempo.

—esculpe-me& *redd:. >enho medo de ter que cometer um assassinato.Ele agarrou o (ra'o dela.—)ão 4 assim que deve reagir.—erdão5 B que voc% quer dizer5 *redd:& não posso dei"+-la assim. Ela est+

fazendo uma cena.

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—$ai ser muito pior se a sua dama de companhia intervir para lhe dar um pu"ãode orelhas diante de todo o mundo. H+ uma maneira melhor. $em. $oc% chega nelaa partir da esquerda e eu provoco uma distra'ão pela direita.

Nate não tinha ideia do que ele plane=ava fazer& mas seguiu as suas instru'Ces.9sa(el estava no meio de um grupo de =ovens e em(ora não fosse a mais (onita

das=ovens& sem dúvida era a mais engra'ada. B entusiasmo fazia muitas vezesesquecer o aspecto f0sico.

8 e"pressão reprovadora de Nate claramente não surtiu o efeito dese=ado. 8oinv4s de recuar& 9sa(el apro"imou-se dela& pegando sua mão e a levou para o centrodo grupo& apesar de seus protestos.

—#eoffre:& 4 ela! #ra'as A (ela senhorita 2a:heI& finalmente posso falar comvoc%. )ão acha que ela 4 um an=o& #eoffre:5 m an=o& pequeno e precioso. Eugosto muito dela e voc% tam(4m vai gostar.

E o 6r. 6aunders respondeu3—6eu dese=o 4 uma ordem Lad: 9sa(el& como sempre.E para surpresa de Nate& ele curvou-se& pegou sua mão e a (ei=ou.—)ão 4 um encanto& #eoffre:5 —insistiu 9sa(el. — 6enhorita 2a:heI& eu estou

muito feliz que voc% viva comigo. Eu sou a mulher mais feliz do mundo!6aunders ainda não havia soltado a mão de Nate e a o(servava atentamente e

ela não pGde dei"ar de notar os olhos azuis e"traordin+rios. m detalhe quecertamente foi irresist0vel para 9sa(el.

Nate sa(ia o que ele ia perguntar antes de faz%-lo.

—Eu não a vi em algum lugar& 2iss 2a:heI5—uvido& 6r. 6aunders. —Despondeu sorrindo& mas removendo a mão que

6aunders foi r+pido em soltar.Então ela virou-se para 9sa(el.—Lad: 9sa(el& eu gostaria de falar com voc%& por favor.—8gora não& senhorita 2a:heI.—6im& agora milad:—& disse Nate com firmeza agarrando-a pelo (ra'o.)este momento *redd: deu um tapa nas costas do =ovem 6aunders.—6aunders& velho amigo —& ele gritou. —Eu estou contente em v%-lo! H+ muito

tempo não nos vemos& não 45#eoffre: ficou visivelmente p+lido so( o (igode.—Lorde almer —disse& muito menos arrogante do que um momento antes com

Nate. —F um prazer v%-lo.—)ão creio que se lem(re da última vez que nos encontramos—&continuou

*redd: passando um (ra'o pelos om(ros dele. —Estava na casa de campo de7la:more. 7hoveu durante toda a semana e tivemos que ficar dentro da casa =ogando cartas. 7onsegue lem(rar agora5 6e (em me lem(ro& na segunda-feira demanhã me devia um monte de dinheiro.

Enquanto falava& ele arrastou o outro mais e mais so( o olhar som(rio de 9sa(el.Esta última não protestou quando Nate a levou para um canto.

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—Lad: 9sa(el. 2ostra de forma muito evidente o carinho que sente por estehomem. 9sso 4 muito imprudente. — 9sa(el come'ou a colocar alguns cachos deca(elo que haviam escapado do penteado.

—E5 — Despondeu ela com os olhos ainda fi"os em seu namorado.—9sso tem que aca(ar —& disse Nate posicionando o corpete de sua protegida.

—$oc% est+ enganada ao ser tão transparente com esse =ovem cavalheiro. 8melhor maneira de conquistar o cora'ão deste homem 4 dei"+-lo com incerteza.

Bs grandes olhos verdes de 9sa(el& iguais aos de seu pai& cairam imediatamenteso(re Nate.

—2as como chegar+ perto de mim se ele não sou(er que gosto dele5—2uito mais facilmente.—$amos l+& —disse 9sa(el impaciente3 — 6e voc% ama algu4m& tem que dei"+-lo

sa(er.—7laro que sim. 2as depois que ele se declarar.—E como vai se declarar se não o incentivo a fazer isso5—9ncentivando a outros pretendentes& menos a ele& por e"emplo. 8 temporada

est+ come'ando e 4 muito cedo para escolher um ou outro.—2as #eoffre: 4 o único que presta aten'ão em mim& senhorita 2a:heI.—orque todo mundo sa(e que 4 o seu favorito e que não se interessa pelos

outros. )ão vai me dizer que foi o único que a pediu para dan'ar esta noite.—,em ... não. 2as ele reservou todas as dan'as& logo que me viu& e mesmo

quando 6ir ;illiam me pediu ...

—E não pGde aceitar. )o futuro reserve somente a primeira dan'a e última parao 6r. 6aunders. )ão mais.

—2as& senhorita 2a:heI ...—$oc% quer que o 6r. 6aunders pe'a a sua mão5—6im!—Então deve agir de outro modo. )ão facilite as coisas para ele. 6e ele acreditar

que =+ a conquistou& se a(orrecer+ e ir+ correndo para outra que ser+ um desafiomaior para ele.

—*icar+ a(orrecido5 <ue horror! — isse 9sa(el& empalidecendo. —)ão

suportarei que #eoffre: me ache chata—. acrescentou ela dando um olharapai"onado na dire'ão do =ovem.

*redd: continuava falando com ama(ilidade& mas 6aunders parecia irritado.$oltando para o lado de Nate& o conde deu-lhe um olhar interrogativo e (ateu nascostas de seu novo parceiro& anunciando em voz alta3

—,em& eu estou contente que tudo ficou arrumado. *oi apenas um malentendido entre amigos. 8contece muitas vezes& não 4 isso& Nate5

Ela colocou sua e"pressão mais cinica.—Deceio& lorde almer& que não sai(a o que est+ falando—& disse dando um

%nfase ao nome de seu amigo& esperando que fizesse o mesmo em vez de cham+-lapor Nate.

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—,ah —& disse *redd:.voltando-se para 9sa(el& que estava adorando #eoffre:.—iga-me&milad:Q —disse isso tão alto que ela deu um pequeno suspiro— $oc%

gostaria que eu a levasse para dan'ar5 Estou com vontade de dan'ar uma ou duasmúsicas.

9sa(el olhou para os dois homens alternadamente com os olhos apertados.

—2as ... eu prometi ... —então seus olhos encontraram os de Nate—. 2as ...(em ... sim& o(rigada lorde almer. 8ceito encantada.

ara grande satisfa'ão de Nate& o rosto de #eoffre: 6aunders alongou-seconsideravelmente& quando o conde ofereceu o (ra'o a 9sa(el e a levou para apista. 2as ele parecia mais surpreso do que magoado. ,astante satisfeita com elamesma& a(riu o leque e a(anou-se rapidamente.

—Est+ muito quente aqui& não acha 6r. 6aunders5Defeito da surpresa& #eoffre: respondeu num tom claramente irritado3—iga-me& senhorita 2a:heI...*ingindo surpresa& ela ergueu as so(rancelhas.—6im& 6r. 6aunders5Ela notou as longas pestanas do on uan. Ele sa(ia como us+-las porque movia

as p+lpe(ras inocentemente.— $oc% não parece com nenhuma das e"-damas de companhia de Lad: 9sa(el. F

mais =ovem e mais ... agrad+vel aos olhos.8companhou as últimas palavras com um olhar apreciativo com a clara inten'ão

de ru(oriz+-la. E teve o efeito dese=ado porque ela come'ou a mover furiosamente

o leque para esfriar as faces vermelhas. <ue insol%ncia! Ela resmungou (ai"inho.—E muito mais astuta —& ele continuou3 — 2as acontece que eu não sou

completamente estúpido.Ele parou& como se esperando por algo que ela respondesse como. "0laro que

não, /r. /aunders. 1sso + 2b!io.

—B que tento dizer-lhe& senhorita 2a:heI& 4 que ... (em& aqui voc% podeganhar dinheiro ... Eu tenho certeza que podemos plane=ar algo para nos dar aosdois ... algum conforto.

—e verdade5

—e verdade. —Despondeu ele.  8pareceu um criado com uma (ande=a e 6aunders pegou dois copos com

7hampanhe. Nate re=eitou o copo que ele ofereceu a ela. Ele deu de om(ros emanteve am(os os copos.

—osso perguntar quanto voc% ganha& Nate5 )ão se importa que a chame deNate5

—Eu me importo sim. Eu não sei por que deveria dizer-lhe o meu sal+rio.9gnorando a sua franqueza& ele continuou3—Eu posso dizer a quantidade3 KY li(ras por ano& não 45)a pista& *redd: girava 9sa(el com ha(ilidade. Ela parecia encantada. 6eu rosto

ficou rosado e ocasionalmente ria de alguma coisa que o conde dizia.

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—$inte e cinco li(ras por ano—& repetiu 6aunders— $oc% sa(e qual o montanteda fortuna do 2arqu%s de ;ingate& senhorita 2a:heI5 $oc% tem alguma ideia5

—)ão& mas tenho certeza que voc% vai me dizer.—2ais de um milhão de li(ras. —isse ele colocando os dois copos vazios na

(ande=a de um criado. —Ele tem propriedades e empresas no 7ari(e& Wfrica e

8m4rica do 6ul& e paga generosamente a voc% KY li(ras por ano. )ão fica irritadacom isso& 2iss 2a:heI5

8 dan'a aca(ou. B conde estava inclinando-se para Lad: 9sa(el& que tam(4minclinava-se elegantemente.

—B que me enfurece& 6aunders& 4 a sua impertin%ncia.Ele sorriu.—$oc% 4 inteligente senhorita 2a:heI& e eu gosto de mulheres inteligentes. )/s

dois poder0amos tirar proveito de nossos atrativos.Nate ia responder que nunca fariam qualquer coisa =untos& porque ela não tinha

inten'ão de voltar a v%-lo& quando duas coisas a impediram.8 primeiro foi a chegada de *redd: e 9sa(el retornando da pista de dan'a. Ele

segurou Nate pela cintura& dizendo em voz alta3—Eu tenho a dan'a no sangue! an'a comigo& Natie& voc% não tem escolha.Ela ia ordenar a ele que parasse de ser idiota& quando& pelo canto do olho&

perce(eu uma som(ra alta avan'ando na dire'ão deles. 7onvencida de quetratava-se de algu4m que a reconheceu apesar do vestido& virou-se para o rec4m-chegado preparada para enfrentar o inevit+vel.

 2as as palavras morreram em sua garganta. )a verdade& sa(ia quem era ohomem diante dela.

Era o 2arqu%s de ;ingate.

Capítulo 11

—6enhor ;ingate.Ela falou o nome dele com uma voz tão fraca que pensou que *redd: não a

tinha ouvido e principalmente considerando que a orquestra contratada pela(aronesa estava tocando alto.

Ela estava errada. *redd: a ouviu e a soltou de tal forma que ela perdeu oequil0(rioQ Enquanto se recuperava& afastando uma mecha de ca(elo que caiuso(re os olhos& os homens olhavam-se fi"amente.

—,ishop. — E"clamou ;ingate.

—>raherne —& disse *redd: no mesmo tom.Nate ficou entre eles& e em(ora seu cora'ão estivesse (atendo forte& disse

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alegremente3—Lorde ;ingate! <ue surpresa! )ão esperava v%-lo aqui esta noite.—e fato& isso me pareceu& —respondeu o marqu%s& ainda olhando para *redd:.—Eu sei que conhece o 6r. 6aunders& mas não sa(ia que tam(4m conhecia o

7onde de almer& — ela continuou.

— B conde de almer e eu compartilhamos algumas aventuras =untos ....ara a surpresa de Nate& *redd: riu.—8venturas! —repetiu—$oc% pode chamar assim se dese=ar. *ico feliz em v%-lo

novamente& — acrescentou oferecendo sua mão a >raherne.—B prazer 4 todo meu—& respondeu ;ingate pegando a mão dele um pouco

mais forte do que o necess+rio para que o gesto pudesse ser considerado amig+vel.m sil%ncio constrangedor seguiu a troca de palavras. 6entia que o olhar do

marqu%s estava fi"o so(re ela agora& mas Nate não tentou enfrentar o olhar dele ecome'ou a pensar. Eu vou matar voc%! Ela pensou com raiva. Eu vou matar *redd:.>udo 4 culpa dele. Eu o avisei que as damas de companhia não dan'avam. ;ingatevai despedir-me e agora vou ter que devolver o dinheiro que me adiantou.

*oi 9sa(el quem que(rou o sil%ncio.—ai voc% sa(ia que lorde almer tem dois cavalos correndo em 8scot este ano5,ure rece(eu a not0cia com uma calma admir+vel.—Dealmente5 — erguntou educadamente.—6im& 4 verdade. rovenientes de criadores 8mericanos.—erce(i que lorde almer tem alguma coisa contra os cavalos 9ngl%ses—& disse

o marqu%s& ainda olhando para Nate& que estava tirando um rel/gio da (olsa eolhava o mesmo com aten'ão.

—)ada dissoQ —protestou *redd:. —8contece que um amigo meu tem umae"celente escola de equita'ão em Nentuc: e comercializa verdadeiros puro-sangue& então eu pensei que ...

—8h! —9sa(el o interrompeu para dirigir-se a 6aunders3 —$oc% não disse queaca(ou de comprar um puro-sangue5 Ele tam(4m v%m de Nentuc:5

—)a verdade eu prefiro o cavalo +ra(e—& disse #eoffre: 6aunders com umaautoconfian'a que a Nate parecia imprudente nas atuais circunstJncias.

—Wra(es5 —Depetiu *redd:. —Eu acho que est+ (rincando!—)ada disso milorde—& disse 6aunders levantando o quei"o.6eguiu-se um animado de(ate so(re se os melhores cavalos eram os ingleses os

americanos ou os +ra(es. 8proveitando a distra'ão inesperada& Nate partiu com ainten'ão de (e(er um copo de 7hampanhe. recisava de algo para aguentar aviagem de volta que previa ser muito desagrad+vel.

Lorde ;ingate& infelizmente& não parecia disposto a esperar o retorno pararepreend%-la. referia fazer isso aqui & pensou ela& o(servando os dedos fechadosem torno de seu (ra'o. Eu vou mat+-lo realmente & pensou ela& referindo-se*redd:.

Ela virou-se com um suspiro.

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—)ão deveria fazer caso de *redd:&milorde. 6/ estava me divertindo. Eu penseique ele poderia convencer sua filha de que #eorge 6aunders não era o únicohomem no mundo. F claro que eu não sa(ia nada so(re ... mm. ... 8 reputa'ão quevoc% mencionou.

—$oc% come'ou novamente! —isse ele. 8(anando-se como se tivesse visto

uma mosca.Nate olhou em torno& mas não viu nenhuma mosca.—B que come'o de novo& meu senhor5—$oce o chamou novamente de *redd:& senhorita 2a:heI. F a segunda vez que

o faz. E eu não sonhei. $oc% ainda insiste em que est+ livre5—Eu estou livre! Eu ...—)ão e"iste uma rela'ão romJntica entre voc% e lorde almer5—)ão para mim.—8h& —disse em um tom que demonstrava que suas suspeitas eram =ustificadas&

de modo que ela se arrependeu imediatamente de sua resposta3 — Então& h+alguma chance de que o conde sinta algo por voc%5

*uriosa por ter ca0do na armadilha& e ainda mais furiosa com o conde por t%-lacolocado na mesma& disse3

—Eu não posso sa(er o que os outros pensam ou querem milorde. Eu s/ possofalar do que sinto e apenas o amor que eu tenho para com os velhos amigos.)ossos pais foram amigos. <uando voc% chegou eu estava (rincando com *redd:como sempre fazia quando eu passava as f4rias em almer ar.

6ua voz sumiu quando ela perce(eu que o marqu%s não acreditou numa palavrado que ela disse. *icou ferida. )ão porque ele achasse que estava mentindo -depois do que sua esposa fez& entendia aquela desconfian'a pelas mulheres -& massim porque ele a o(rigou a falar tudo sem pensar. <ue necessidade tinha ela paracontar os detalhes da sua vida5 Ela que havia se felicitado por que ele ainda nãohavia perguntado nada so(re sua fam0lia ou so(re seu passado. E ela não pretendiadizer nada a não ser que fosse for'ada a faz%-lo& mas a =ulgar pela sua e"pressãoseria necess+rio fornecer uma versão encurtada.

*elizmente 9sa(el correu para eles com o cinto voando solto atr+s dela.

—6enhorita 2a:heI! oderia prender essa coisa5 6olta-se continuamente e aspessoas pisam.

Ela virou de costas para Nate& que amarrou a fita.—)ão 4 um grande (aile& apai5 Estou me divertindo muito& voc% não5—2uito.—)ão 4 o que parece. 8li+s eu acho que voc% est+ sendo muito descort%s

parado a0& quando sa(e que a senhorita 2a:heI não tem par. $oc% deveria lev+-lapara dan'ar.

Nate pu"ou o n/ com mais for'a do que necess+rio.—Lad: 9sa(el& se=a razo+vel. Eu não vim para dan'ar& e sim cuidar de voc%.9sa(el ignorou.

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—E 4 melhor apressar-se ou não so(rar+ uma dan'a livre.—$amos& lad: 9sa(el& honestamente& não posso pensar de onde voc% vem com

esse a(surdo.—rimeiro Lorde almer e agora este senhor tão atraente—& continuou

impass0vel a =ovem& apontando para um homem que estava olhando a(ertamente

na dire'ão dela —Ele não parou de olhar para voc% durante mais de cinco minutos&senhorita 2a:heI. Est+ enfeiti'ado& com certeza.

Nate seguiu seu olhar e congelou.9ncapaz de fazer um movimento& seu cora'ão come'ou a (ater

descontroladamente em seu peito e pensou que fosse desmaiar. Havia acontecidoapenas uma vez em sua vida e a última vez que ela o viu antes de passar para ainconsci%ncia foi este homem. elo menos 4 isso que ela sempre acreditou.<uando ela reco(rou a consci%ncia& as pessoas estavam reunidas em torno deladizendo que ela estava enganada. )ingu4m tinha visto aniel 7raven em qualquerlugar& e ele não tinha nada a ver com o inc%ndio que matou seus pais.

8gora& sete anos depois& ainda não encontrou uma (oa razão para duvidardestas palavras& mas não entendia porque lem(rava-se de seu rosto tãoclaramente.

Ele sumiu como a fuma'a& como a n4voa. oderia fazer com que as coisasfossem diferentes. <uando ela saiu correndo de seu quarto para desco(rir que ocorredor que levava ao quarto de seus pais estava em chamas& não foi o que elaacreditava ter visto nas som(ras. Ele era apenas uma inven'ão da sua imagina'ão.

*uma'a. *ogo. 8 cortina impenetr+vel que a impediu de chegar A porta de seuspais. 8cuada e desesperado& come'ou a gritar mais alto.

9ncapaz de socorr%-los& caiu em um ataque incontrol+vel de tosse. 2as& recusou-se a sair& entrando no fogo at4 que algo a deteve. 8lgo ou algu4m .... 8lgu4m que aconhecia& disse o seu nome antes de lev+-la para longe das chamas. aniel 7raven.Ela tinha certeza que era ele.

2as ele não estava na 9nglaterra neste momento& garantiram-lhe mais tarde.6eu nome estava na lista de passageiros de um navio que partiu para a Wfrica do6ul na semana anterior. Então ele não poderia t%-la a=udado.

Ela nunca sa(eria e pensou que era melhor assim.2as houve rumores so(re aquela noite& coisas terr0veis que não poderia& nem

queria acreditar.8 única coisa que ningu4m disse& mesmo em voz (ai"a& era o nome de aniel

7raven. )ingu4m al4m de Nate.E naquele momento& ele estava l+ diante dela& olhando como se fosse o p+ssaro

f%ni" renascido das cinzas.—Blha—& disse 9sa(el. —Ele est+ vindo para c+. F muito atraente& senhorita

2a:heI. <uem 45 m de seus antigos pretendentes5—)ão e"atamente—& afirmou ela categoricamente.

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Capítulo 1"

—2as se não 4 Nate 2a:heI!Ela tremeu com apreensão ao ouvir aquela voz.7omo podia5 7omo ele atrevia-se a chegar perto dela calmamente& com aquela

desenvoltura que o caracterizava5 7omo atrevia-se a pronunciar o seu nome comose nada tivesse acontecido desde a última vez que o tinha visto5 Bnde foi isso5 Elaparecia lem(rar-se de que foi durante um =antar em sua casa alguns dias antes doinc%ndio.

— isseram-me que tinha se afastado& ou algo assim. — 7ontinuou a voz que

encolhia seu estGmago.Ele inclinou-se e deu um (ei=o na face de Nate.Ela não disse nada& mas por dentro foi consumida pela raiva. F claro que era ele

que ela viu v+rias vezes a seguindo. 6enhor!Ela olhou para o chão e não ao 2arqu%s& mas este devia ter no rosto uma

e"pressão de surpresa& pois escutou aniel dizer3—)ão se preocupe& Nate e eu somos velhos amigos. )ão 4 verdade Nate5 8gora

me apresente a essas pessoas como uma (oa garota.Levantou seus olhos e encontrou os olhos azuis de aniel 7raven e disse com

um tom que surpreendeu a si mesma por sua frieza3—Eu não sa(ia que havia retornado para a 9nglaterra& 6r. 7raven.Ele encolheu os om(ros com indiferen'a. Ele era alto& um t0pico 9ngl%s como

*redd:& mas seu ca(elo era de um loiro mais escuro e não usava (igode. 2agro eao mesmo tempo +gil e musculoso& ele parecia fora do lugar em um salão de (aile&podia imagin+-lo mais facilmente montado em um cavalo ou ca'ando rinocerontesna Wfrica. 2as era uma impressão enganosa3 apesar das apar%ncias& aniel era umempres+rio muito inteligente e conhecia a natureza humana.

—6im—& ele disse com aquele sorriso que sete anos antes havia comovido maisde um cora'ão feminino incluindo& ainda que (revemente& o de Nate. —8ca(o devoltar de ,otsuana. 8 Wfrica 4 um pais terrivelmente quente. 6implesmentehorr0vel!

—Esteve na Wfrica do 6ul5 — isse #eoffre: 6aunders& que aca(ava de reunir-secom eles& — e o que estava fazendo l+5

7raven deu um sorriso como uma co(ra& pelo menos& parecia a Nate& ee"pressava uma grande (ondade. Esse era seu lado mais perigoso3 ara umo(servador pouco avisado& parecia humano& capaz de sentir emo'Ces como a

compai"ão e o remorso.2as ela conhecia o seu outro lado.

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—iamantes. Especificamente& uma mina de diamantes —& respondeu olhandopara ela com uma e"pressão de desculpa.. —)ão muito grande como eu pensavaque fosse no in0cio& mas perto& muito perto.

Ela inclinou a ca(e'a. 7laro que era. aniel 7raven persuadiu seu pai a investir ...mas longe o suficiente para que os diamantes não pudessem ser encontrados por

ela pr/pria.—B que voc% est+ fazendo aqui& Natie —aniel continuou segurando as mãos

dela3 Eu posso ainda cham+-la de Natie ou devo dizer Mmilad:M5 Eu me lem(rodesse =ovem& qual 4 mesmo seu nome5 Esse =ovem conde tão encantador comvoc%. + devem estar casados certo5

Ele parou de repente.—B que foi Natie5 $oc% ficou (ranca como um len'ol. E est+ tremendo5ara total surpresa de Nate& lorde ;ingate estendeu a mão e arrancou os dedos

suavemente& mas firmemente& das de aniel.—8 senhorita 2a:heI não se encontra (em como voc% pode ver. 6e nos der

licen'a.8 interven'ão do 2arqu%s assustou 7raven& como se perce(esse neste instante

a sua presen'a.—Espere ... Nate e eu fomos ...Nate não ouviu o que ele disse em seguida porque lorde ;ingate a arrastou

para fora do salão de (aile com a facilidade de um homem acostumado a fugir delugares lotados. Enfim& foi uma sorte que ele estivesse segurando o (ra'o dela& e

ele foi r+pido& caso contr+rio ela teria trope'ado.*inalmente& uma porta a(riu-se e uma ra=ada de ar frio atingiu o rosto de Nate.

Eles foram para um terra'o de pedra& com vista para os =ardins mergulhados naescuridão. odia-se ouvir o chilrear de grilos& mas teria que prestar aten'ão paraouvir acima da música alta.

#rilos! Nate pensou. )o cora'ão de Londres.e repente as pernas =+ não a sustentaram e caiu em um (anco& respirando

pesadamente& com a ca(e'a (ai"a.>inha parado de chover. 8s rosas trepadeiras que co(riam a parede do terra'o

emitiam uma doce fragrJncia.—>ome& (e(a isso—& disse lorde ;ingate& colocando um copo de(ai"o do seu

nariz.—)ão& eu estou ...—,e(a.6eu tom era tão autorit+rio que ela não ousava deso(edecer. Ela levou o c+lice

aos l+(ios. Era um vinho (ordeau" e ela (e(eu at4 a última gota.—8gora est+ melhor—& disse ele recuperando o copo vazio.Então& antes que ela perce(esse o que ,ure estava fazendo& ele tirou o casaco

e o colocou so(re seus om(ros. B peso do vestu+rio e so(retudo seu calor& a pegoude surpresa.

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—)ão& eu não estou com frio.—Est+ tremendo.Ele sentou-se ao seu lado.)a verdade& ela estava tremendo& e em(ora o calor a confortasse& em(ora o

odor que desprendia& uma mistura pertur(adora de roupa limpa e ta(aco& a fez

lem(rar do desconforto que sentiu quando ele a tomou em seus (ra'os na(i(lioteca& para (ei=+-la.

2as isso não aconteceria novamente& porque ele a colocaria na rua depois doque aconteceu. )ão contente por ter destru0do sua vida uma vez& aniel 7ravenestava fazendo isso de novo.

8 voz de 9sa(el era claramente aud0vel& mesmo a esta distJncia tão grande. 8oouvi-la& Nate tensa& se preparou para se levantar novamente& e& pelo menos& numatentativa de e"ercer as fun'Ces para qual lorde ;ingate a contratou ....2as elecolocou a mão em seu (ra'o.

—$amos esquecer 9sa(el com 6aunders por um momento& não vai acontecernada. Enquanto a ouvimos& sa(emos onde ela est+& e al4m disso acho que voc% eeu temos coisas mais importantes a tratar.

—Eu não posso devolver as cinquenta li(ras que passou para mim& lorde;ingate. + usei.

)o fei"e de luz que atravessava as portas e =anelas ela podia ver uma e"pressãoindecifr+vel em seus olhos.

—)ão creio que tenha pedido que me devolvesse o dinheiro.

—2as se vai despedir-me ...—>am(4m não disse que vou demiti-la.Ela piscou para ele. entro do salão& podia ouvir 9sa(el a gritar3—Eu pensei que ... que ...—7onfesso que gostaria de entender como uma garota como voc%& com uma

vida supostamente tranquila& possa conhecer tantos homens ...—8penas dois—& ela interrompeu. —ois cavalheiros E eu e"pliquei-lhe que um

deles& Lorde almer& 4 um velho amigo da fam0lia.—8h& sim! e fato. E o outro5

—Era um s/cio de neg/cios do meu pai.—m s/cio.—6im.—e seu pai.—6im.— m s/cio de seu pai& que voc% estava olhando como se fosse um fantasma.Nate engoliu em seco. —*oi h+ muito tempo ... eu nunca mais o vi... e não esperava encontr+-lo aqui.

ei"ou a 9nglaterra por muito tempo.—6im& eu entendo. )a Wfrica do 6ul& acredito que ele disse. À procura de uma

mina de diamantes& não 45 6eu pai mantinha (oas rela'Ces& relacionava-se com

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condes e com donos de minas de diamante& senhorita 2a:heI.Nate deu um salto e ficou de p4. 2as suas pernas continuaram tremendo& pior

para ela. 7omo ela poderia ter sido idiota o suficiente para acreditar que omarqu%s não era como os outros5 Ela havia sido enganada por sua (ondade& porum copo de vinho e pelo a(rigo que pendurou em seus om(ros.

—Eu agradeceria se não usasse esse tom& irGnico comigo& lorde ;ingate. Eu nãosou mentirosa como voc% parece pensar. 6e acha 4 porque sua...

—6ente-se& senhorita 2a:heI& —disse com um suspiro.—)ão.Ela estava A (eira das l+grimas& mas continuou3—Eu não fico com qualquer um que duvide de minha palavra.—)ão tenho dúvidas de sua palavra. elo contr+rio& acho que 4 muito poss0vel

que os pais de uma governanta - porque era uma governanta quando a encontrei -eram amigos de um conde. Eu acho que& como voc%& seu pai era professor e comotal& era associado com os pais de seus alunos. 2as ... a =ulgar pela sua e"pressão&parece que eu estou errado.

7onstrangida e surpresa ao ver que apesar de tudo o que tinha sofrido& aindase importava com que os outros pensavam dela& Nate tomou um tom menosarrogante.

—)ão& não est+ errado. ,em& não e"atamente.—9sso me tranquiliza—& disse levantando-se tam(4m —2as isso não e"plica o

seu olhar de puro terror quando o homem apareceu.

Nate sentiu-se corar. 8gora que aniel 7raven =+ não era uma amea'a& criticava-se por seu comportamento tão estupido. Ela pensou que era rid0culo pensar queele a havia seguido. Ele estava em casa na noite em que seus pais morreram e elefoi o culpado. 2as não foi visto em nenhuma parte& seus olhos claros estavam fi"osnela& ela perce(eu sua estupidez. aniel 7raven foi certamente um canalla& umli(ertino e mulherengo& mas não um assassino. Era muito pregui'oso para seenvolver em algo tão complicado como assassinato.

Ela então tentou encontrar uma e"plica'ão l/gica para o seu comportamento&para não mencionar a verdadeira razão.

—F s/ que ... a última vez que vi o 6r. 7raven& meus pais ainda estavam vivos. Elee meu pai eram (ons amigos& mas ... não ficou para assistir ao funeral. 8ssim&parecia uma impertin%ncia de sua parte que falasse com tanta familiaridade .... Ediante de voc%& para come'ar. 8l4m disso eu tinha certeza que ia me despedirdepois do que aconteceu com *redd: e eu fiquei nervosa.

—)ervosa—& repetiu o marqu%s& franzindo a testa. —)ão me deu a impressãode ser uma pessoa nervosa& senhorita 2a:heI.

Em qualquer caso& a e"pressão indefin0vel nos olhos dele a dei"ava maisnervosa.

—8o contr+rio do que parece acreditar& eu não sou um ogro e estou triste porsa(er que seus pais morreram. <uando isso aconteceu5

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 —6ete anos atr+s.—osso perguntar como eles morreram5—Houve um inc%ndio.*ogo. Essa palavra sempre a fazia tremer. Encolheu-se mais no a(rigo.Então& para sua maior confusão& o 2arqu%s levantou o seu quei"o com os

dedos& e a o(rigou a enfrent+-lo.—Estranho—& disse ele como se estivesse falando para si mesmo.—erdão5—$oc% tem um rosto maravilhosamente e"pressivo—& ele murmurou& —e 4

incapaz de esconder suas emo'Ces. >em uma natureza (astante alegre& mas aolem(rar-se do inc%ndio& o que eu vi nos seus olhos dei"ou-me surpreso.

—E o que viu nos meus olhos& lorde ;ingate5*izera a pergunta por curiosidade& sem inten'ão de provoc+-lo. Esperava não

parecer assustada. Nate não podia suportar a covardia& mas estava consciente denão ser muito cora=osa para ver de novo aniel 7raven.

6/ podia parecer que ela estava triste. Ela ainda estava sentindo muito a falta deseus pais.

8 pergunta ficou sem resposta quando a porta a(riu-se e 9sa(el apareceu.—8h! $oc% est+ aqui! Eu olhei em toda parte. 6ir Doger vai come'ar. $oc% vem5<uando ela apareceu& o marqu%s retirou sua mão rapidamente e Nate virou o

rosto. B casaco escorregou de seus om(ros. Ela o pegou e o devolveu para seudono.

—B(rigada& lorde ;ingate. 8gora estou melhor.Ele pegou sem dizer nada& mas 9sa(el não teve o mesmo tato.—)ão se preocupe& senhorita 2a:heI. B homem que a fez ficar p+lida& saiu

depois que papai a levou para fora. <uem era ele5 m antigo namorado5 F muitoatraente. )ão sei porque não se casou com ele.

$oltando a colocar seu casaco& o marqu%s pegou no (ra'o de sua filha.—Era um antigo conhecido s/cio do pai da senhorita 2a:heI& 9sa(el. Ela não o

via h+ algum tempo. <uem 4 este sir Doger5.—$ai come'ar em cinco minutos e todos tem que participar ou não ser+

divertido. $oc% e a senhorita 2a:heI tem que participar. $oc% vem papai& porfavor5

2ais do que o calor do vinho& era o calor dos dedos do 2arques em sua faceque devolveram a Nate a energia como se tivesse aceso uma chama dentro dela.

—$oc% sa(e que eu não posso acompanh+-la& lad: 9sa(el. 2as 4 um prazer paramim sentar e v%-la dan'ar com seu pai.

—Eu5 7om papai5 )ão& o(rigada! #eoffre: =+ reservou esta dan'a. apai& caso asenhorita 2a:heI não dance com voc% ter+ que encontrar outro par.

Bs l+(ios de lorde ;ingate mostraram um sorriso enigm+tico.—Eu vou ver o que posso fazer—& disse ele.m momento depois misturou-se com a multidão na pista. 9sa(el encontrou-se

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com 6aunders e o 2arqu%s foi a(ordado por uma mulher de =oias que parouquando ele passou na frente dela.

—;ingate! Eu não sa(ia que voc% estava aqui. <uando voc% chegou5 7omopode não ter vindo me cumprimentar5

Nate pareceu que a admiradora veio na hora certa e usou isso para desaparecer.

Ela teve o suficiente do (aile e precisava ficar sozinha por um tempo.2as quando chegou ao lugar das solteironas foi atingida por um penetrante

olhar de ;ingate a tinha seguido& apesar da corte das mulheres em torno dele.Ele acenou com a mão e ele estava mais chateado do que o normal. epois Nate

corou violentamente por sua pr/pria estupidez ao entender que o gesto significavaapenas que ele a tinha visto e se esperava fugir dele& estava enganada.

2as esse gesto foi mais importante do que parecia. 2ostrava que pela primeiravez em muito tempo& ela não estava sozinha. ,em& Nate nunca esteve sozinha porcompleto& porque *redd: sempre estava com ela& mas nem sempre. E agora queela sa(ia da e"ist%ncia da soprano entendia o porqu% ele não estava semprepresente. Em qualquer caso& tinha sido cercado por muitos fãs& não se preocupouem olhar.

B que a levou a perguntar por que lorde ;ingate havia aparecido no (aile&quando ele supostamente odiava esse tipo de coisa. 7ertamente não foi por causade 9sa(el. 8 contratou apenas para tir+-lo dos a(orrecimentos. >alvez tivessedúvidas so(re sua capacidade de cuidar de sua filha e queria ter certeza de que elatra(alhasse (em.

8 menos que ele tivesse dei"ado o agrad+vel calor da sua casa nesta noitechuvosa por algum outro motivo.

3u esta!a com medo de que al*uma coisa acontecesse& ele disse. o que eletinha medo5 <ue não cumprisse a sua o(riga'ão5 elo menos 4 o que deve terpensado quando a viu nos (ra'os de *redd:.

2as ele não a acusou de nada. elo contr+rio& pediu desculpas pelo ato de*redd: e logo quando chegou aniel 7raven& comportou-se de um modo protetorachando que ela estivesse mal.

43u ti!e medo de que al*uma coisa acontecesse5

6anto eus! Ela endireitou-se como se tivesse levado uma picada de agulha nascostas.

Lorde ;ingate tinha vindo por ela.9nclusive naquele momento enquanto ainda cumprimentava as pessoas com um

drinque na mão& a olhava fi"amente. Estava olhando sua filha tam(4m& mas ...2as fazia o mesmo com a dama de companhia de 9sa(el.9sso era rid0culo. 7omo pode um homem com uma reputa'ão tão ruim tentar

seduzir Nate 2a:heI5 m homem que divorciou-se depois de tentar matar oamante de sua esposa. m homem que ficou com o fruto de seu casamento parapunir sua esposa. m homem que tinha causado uma s4rie de duelos e colecionouuma serie de aventuras por toda a Europa.

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 E ela5 Nate 2a:heI era uma =ovem razo+vel e sensata. or que razão misteriosaestava relacionando-se com um homem totalmente desprovido de moral como,ure >raherne5 B que estava acontecendo5

)a verdade& sa(ia o que estava acontecendo. H+ muito tempo ningu4mimportava-se com ela& era isso.

F claro que *redd: importava-se - quando se lem(rava da sua e"ist%ncia& isto 4&cada vez que a mãe dele saia da cidade - 2as o marqu%s veio por nenhuma outrarazão a não ser sa(er como ela estava. E ainda pediu desculpas pela atitude de umde seus pares.

E passou um longo& longo tempo desde que algu4m tivesse pedido a ela amenor desculpa.

Era (o(agem& mas voltou a ter o sentimento de que pertencia a algo como umafam0lia. 6im& uma fam0lia de carne e osso.

)unca teve esse sentimento para com as pessoas com que havia tra(alhadoap/s a morte de seus pais. )em os iedsmont& nem os HeathIell& muito menoscom os 6ledge. Em sua profissão não era prudente criar liga'Ces muito estreitas. Bsfilhos cresceriam e um dia eles não precisariam mais de uma governanta ou damade companhia. 9sso =+ aconteceu com Nate& apesar da (revidade de sua carreira. Elaapenas devia manter o sorriso e procurar um novo emprego. B que mais elapoderia fazer5

F claro que ela poderia casar-se com *redd:. E ainda poderia fazer isso ... desdeque concordasse em viver com a mãe dele.

E& com a soprano& 4 claro.2as ela não estava preparada para a(andonar a esperan'a de encontrar o

homem de sua vida& que certamente não era *redd:.Era verdade que =+ estava com K? anos& o que reduzia as suas chances& mas não

desistiu ainda. epois de tudo& conheceu mulheres que encontraram o amor dasua vida com vinte ou trinta anos. Então& por que ela não5

Ela teria que continuar a tra(alhar para ganhar a vida& considerando cada novodia como mais uma nova possi(ilidade de encontrar o amor. >odos os livros que leumostraram que as pessoas que encontrasse deveriam ter duas qualidades3

paci%ncia e cora'ão. <ualidades que acreditava possuir. B amor estava A espera deNate 2a:heI ao virar a esquina. Ela simplesmente tinha que encontrar o caminhocerto.

)a esquina certa.Enquanto esperava& o que encontrou foi uma fam0lia. ma fam0lia destru0da&

certamente& mas uma fam0lia depois de tudo.9sso era um (+lsamo para seu cora'ão e foi (om voltar a e"perimentar um

sentimento tão reconfortante.Em(ora ela estivesse com medo de acostumar-se com isso ...

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Capítulo 1#

—)ão& eu pedi peda'os de laran=a& p%ssego não —& e"clamou Lad: 9sa(el>raherne atirando-se contra os travesseiros.

Ela assoou o nariz vermelho (em forte.Bfendida& ,rigitte a criada de Lad: 9sa(el& lan'ou um (reve olhar para Nate.

esde que 9sa(el ficou doente& ela dedicou sua e"ist%ncia para distrai-la e diverti-la& mas sem sucesso.

Nate& por outro lado& achou e"tremamente dif0cil não rir dos caprichos da =ovem.8dquiriu alguma e"peri%ncia na arte de não ceder A hilaridade.

H+ uma semana 9sa(el apanhou um resfriado que ficava cada vez mais forte&mas mesmo com o aumento da irrita(ilidade da paciente não alterou o sentido deestar em casa. esde que ela não gastasse o tempo para ir a /pera& para dan'ar& =ogar cartas ou ir As compras A procura do chap4u perfeito& Nate teve tempo paraconhecer o resto dos empregados da casa e desenvolver uma crescente simpatiapor eles.

8 governanta& 2rs. 7lear:& era uma mulher inteligente e sensata& que pareciaadorar Nate por sua capacidade de disciplinar 9sa(el. B mordomo& $incennes& era ooposto de hillips. Ele era um e"celente advers+rio para =ogar "adrez e sempre nosmomentos de descanso queria =ogar com ela. 8t4 mesmo ,rigitte& a criada francesaque passava o tempo rindo e fofocando& era uma (oa companhia e muito feliz porfalar um pouco de franc%s com Nate que entendia um pouco desta l0ngua.

 8 única pessoa que ela não sa(ia o que pensar era o 2arqu%s. 8 verdade 4 queo via muito pouco para um homem que segundo sua filha& preferia ficar em casacom um (om livro& a verdade 4 que quase nunca estava l+. Enquanto durou adoen'a de 9sa(el& Nate foi v+rias vezes A (i(lioteca para encontrar alguma coisapara distra0-la e nunca havia encontrado com o marques. 2as ele não foi mais ver

Nate nos (ailes& os quais ela tinha ido com 9sa(el& antes que ela ficasse doente.8 presen'a dele na casa não mais a incomodava& ao contr+rio& desde que viuaniel 7raven ficara mais calma. e um lado dizia a si mesma que aniel nãopoderia ter nada a ver com a tr+gica morte de seus pais& mas por outro lado& elaestava convencida do contr+rio. >entou ignorar as suas suspeitas& relegando aoesquecimento& mas foi imposs0vel& especialmente quando em seus sonhos aniel7raven aparecia em meio a uma e"plosão de chamas.

2as ela acreditava que estava curada dos pesadelos que a assom(ravamincessantemente a partir da morte de seus pais& h+ sete anos. 2as quando tornou

a ver 7raven& os pesadelos retornaram. *elizmente ela não voltou a v%-lo. 8gora que sa(ia que 7raven estava de volta

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na 9nglaterra& (uscava constantemente por ele com o olhar& mas parecia que elenão era convidado para as mesmas festa que a filha do marqu%s de ;ingate.2elhor. Ela não portou-se adequadamente quando o viu naquela vez& mas agoraesperava fazer melhor quando tornasse a v%-lo& mas quanto menos olhasse paraaniel 7raven& melhor era.

Este não era o =eito que sentia& no entanto& so(re outro cavalheiro que pareciaestar evitando-a. Ela sa(ia perfeitamente (em que deveria ter mantido a (ocafechada so(re a soprano de *redd:& mas de alguma forma& uma noite&simplesmente saiu.

 )essa noite& *redd: e ela o(servavam 9sa(el dan'ando& enquanto ao seu lado&#eoffre: 6aunders reclamava de que 9sa(el não parou de aceitar convites de todosos cavalheiros para dan'ar& quando tinha prometido a ele todas as dan'as.

8o comprovar a confusão do =ovem& Nate levantou a ta'a de champanhedizendo3

—$oc% sa(e o que todos dizem3M $s mulheres são seres !ol6!eis e caprichosos "

*redd: enviou-lhe um olhar engra'ado.—9sso não 4 uma cita'ão da (0(lia& 45—eus! não! F de $irg0lio.—Nate! —continuou dizendo *redd:3 —>raherne est+ aqui& atr+s daqueles vasos

com palmeiras. arece que est+ o(servando voc%. Esta o(servando voc% sim.9ncr0vel& não 45

—2as eu acho que 4 voc% a quem ele vigia& — respondeu dando de om(rosQ —

)ão 4 voc% que est+ sempre tentando fazer a filha dele dan'ar uma quadrilha5—6/ porque voc% se recusa& defendeu-se. Ele disse alguma coisa so(re mim na

noite em que dancei com 9sa(el5—<uer dizer& no dia que voc% queria o(rigar-me a dan'ar5—6im . esculpe& eu não sei o que aconteceu comigo.—)ão. B 2arques não disse nada so(re a forma como me tratou.Nate não disse nada so(re o retorno de aniel 7raven. *redd: não o viu& e isso

foi (om& pois era um daqueles que acreditavam que suas alucina'Ces eramcausadas pela fuma'a do inc%ndio. Então& ele acrescentou maliciosamente3

—2as lorde ;ingate perguntou o que voc% estava fazendo aqui e concluiu queela deveria estar ocupada em outro lugar.

—<uem5 2inha mãe5 —*redd: perguntou.—)ão. 6ua soprano austr0aca.Ele ficou mudo de espanto e depois dirigiu um olhar furioso para o 2arqu%s.—ei"e-o ir para o inferno! Escute Nate& ela não significa nada para mim& eu =uro.

Ela s/ 4 para ... (em& se voc% tivesse me dado alguma esperan'a ... Eu nunca ... Euvou mat+-lo! —Dosnou novamente& lan'ando um olhar assassino na dire'ão domarqu%s.

Nate deu-lhe um toque com o leque.—$amos& *redd:& por favor. *iquei feliz em sa(er que voc% não perde tempo

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est+ fazendo5 — E"clamou& quando viu que 9sa(el estava tentando sair da cama ecorrer para a mesa. —$olte imediatamente para a cama! $oc% ouviu o que disse om4dico.

—7omo posso me preocupar com o que disse o m4dico& quando meu querido#eoffre: est+ sofrendo por mim5

—$oc% deve& porque se a constipa'ão piorar poder+ ficar muito mais tempo nacama. E então& imagine o que pode fazer o 6enhor 6aunders.

9sa(el caiu para tr+s so(re os travesseiros.—$oc% est+ certa. <uerida senhorita 2a:heI o que eu faria sem voc%5 $oc%

est+ sempre certa.—6im& e 4 melhor não esquecer. )ão se mova& vou apanhar papel para escrever

e desta vez& tome cuidado para não despe=ar a tinta so(re as folhas.)ão deu nem dois passos quando ,rigitte e"clamou quando uma (ola de pelo

arranhava suas saias.—6enhorita! 6enhorita! 8 gata!Nate foi imediatamente atr+s de Lad: ,a((ie. ltimamente ela estava muito

infiel ap/s ter cedido A corrup'ão. 9sa(el lhe dava leite e nata e preferia dormir nacama dela em vez de ir para a cama de Nate que por isso não sentia-se ofendida.Ela sa(ia que& quando 9sa(el melhorasse& esqueceria Lad: ,a((ie e esta voltariapara o quarto de sua dona.

Enquanto esse dia não chegava& era um pro(lema fazer com que a gata ficasseno quarto da doente& a porta estava sempre a(erta e ela via a oportunidade de

passear pela casa. esta vez a gata foi para as salas privadas de lorde ;ingate cu=oacesso era estritamente proi(ido.

Nate correu atr+s dela e quase a pegou ao passar pela porta que estavaentrea(erta& provavelmente por culpa do valete do marques& que estavaprocurando um dos coletes de ,ure que havia desaparecido. m colete de flanela.uncan não perce(eu porque& não o(servava essas coisas.

Nate empurrou a porta e olhou para dentro na esperan'a de ver Lad: ,a((ieantes que uncan perce(esse sua presen'a.

2as o a=udante do marques não estava l+. Então entrou no quarto& e era a

primeira vez que fazia aquilo. Era um quarto tão grande que a impressionou eesqueceu por um momento da gata.

Era tr%s vezes maior que o seu e possu0a uma enorme lareira com umaimpressionante cole'ão de espadas penduradas na parede acima dela. 7olocadas Asua frente& estavam algumas poltronas de couro confort+veis e um sof+. )a outraponta havia uma cama enorme com dossel de cortinas azuis que com(inavam comas =anelas com vista para o parque e com o tapete em que Nate pisava.

8pesar da impon%ncia do lugar& sentiu uma grande compai"ão com respeito aopropriet+rio. B quarto era muito grande para uma s/ pessoa. Ele devia sentir-seainda mais sozinho& e isso e"plicava por que a maior parte do tempo& ele estavafora.

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 e repente& ouviu o som de +gua. Ela virou-se e viu uma porta entrea(erta emais adiante& um espelho.

—uncan5B sangue gelou em suas veias. Era a voz de lorde ;ingate.—uncan onde voc% colocou as toalhas5

*oi quando Nate viu com um arrepio& algo tão pertur(ador que girou so(re seuscalcanhares e correu sem parar at4 chegar ao seu quarto onde fechou (em a portacom a chave.

oucos minutos depois& algu4m (ateu na porta.—6enhorita 2a:heI. 6enhorita 2a:heI5 $oc% est+ a05 — erguntou uncan&

irritado.Decuperando-se o melhor que pGde& Nate virou a chave na fechadura e a(riu a

porta. ouco. 8penas alguns cent0metros& mas o suficiente para ver o valete domarqu%s no corredor. arecia estar completamente e"asperado e trazia Lad:,a((ie pingando +gua& na mão e longe de seu corpo.

—6enhorita 2a:heI& —repetiu ele com um olhar de dignidade ofendidaentregando a gata. —$oc%& poderia no futuro& manter essa criatura em seuquarto5 Eu a encontrei (e(endo a +gua do marqu%s.

Nate recuperou o animal e estava prestes a fechar a porta quando uncanperguntou& preocupado3

—6enhorita 2a:heI5 $oc% não parece estar muito (emQ <uer que l envie a 6ra.7lear:5 orque com o devido respeito& parece que aca(ou de ver um fantasma.

)ão foi um fantasma que Nate viu. 2uito pelo contr+rio. Era uma pessoa decarne e osso& e muito vivo.

edicou a uncan um d4(il sorriso.—)ão& o(rigada. Eu me sinto (em.E Nate fechou a porta apoiando-se depois so(re ela& sem perce(er que Lad:

,a((ie protestava furiosamente para li(ertar-se.B que ela viu& naturalmente& não era nada mais do que lorde ;ingate como sua

mãe o trou"e ao mundo.

Capítulo 1$

8m(os estavam na (i(lioteca do 6r. 6ledge& vestidos da mesma maneira comono dia que lorde ;ingate fez a incr0vel oferta& iluminados pela mesma luz quefiltrava atrav4s do vidro. E como naquele dia& lorde ;ingate segurou a cintura de

Nate pu"ando-a para ele.8 diferen'a 4 que desta vez& ela não se defendeu. )ão colocou um dedo no

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atlas& que estava a seu lado. )em mesmo olhou para ele. Em vez disso& enla'ou os(ra'os ao redor do pesco'o de lorde ;ingate e oferecia os l+(ios de uma maneiraescandalosa.

)ão a preocupava nada do que poderia acontecer.Então o marqu%s uniu sua (oca com a dela e isso foi e"atamente o que Nate

estava esperando. B que levou semanas sonhando.E quando ele a a(ra'ou mais forte& pressionando-a contra seu corpo musculoso&

sentiu o forte calor que emanava das profundezas de si mesma. 7om muito prazer.>ão contente que parecia completamente natural dei"ar as mãos vaguear pelosmúsculos de a'o so( o casaco. 6ua pele estava so( seus dedos. B pelo em seupeito. 8 firmeza de sua (arriga e mais para a(ai"o ... mais a(ai"o ...a firmeza desuas n+degas.

Em seguida& am(os ficaram nus& deitados no sof+ de couro de 7:rus 6ledge&agarrando-se e com as l0nguas entrela'adas.

)aquele momento ela acordou arfando com uma mão entre suas co"as.E não foi s/ isso. )ão s/ a sua mão estava l+& pressionando o ponto sens0vel de

sua anatomia& mas tam(4m perce(eu que estava molhada.E haviam gotas de suor entre os seios.6entada na cama& tentando recuperar a respira'ão& esquadrinhou o quarto

escuro. >udo parecia em ordem& e"atamente como havia deitado h+ poucas horasantes.

6im& tudo parecia normal ... e"ceto ela.

esde que viu lorde ;ingate nu no (anheiro& não era mais a mesma. Ela nuncatinha visto um homem nu& com e"cep'ão de uma pintura ou talvez& uma escultura.2as a realidade era muito diferente. 8 arte não reproduz o pelo ...& em algumas+reas e ... e ... com certeza os artistas sentiam inve=a pois nunca tiveram comomodelo& homens como o marqu%s& que e"cedia em muitos termos ... em termos docomprimento de algumas ... coisas especificamente masculinas.

Lorde ;ingate era certamente um homem alto& mas lem(rava de muitaspinturas e est+tuas que representavam igualmente homens altos e fortes& mas ascoisas não eram assim ... enormes.

Nate viu todo o corpo dele& e"ceto a ca(e'a& mas isso não importava porque aca(e'a =+ tinha visto. B que não dese=ava que a perseguisse era o resto de seucorpo.

Ele estava em frente ao espelho que refletia seu peito largo e os pelosencaracolados ao redor dos mamilos cor de co(re& seu estGmago liso e musculoso.uas covinhas marcando a parte inferior das costas& suas n+degas eram (rancas efirmes e .. os pelos engrossavam-se no que& segundo Nate& os pintores nuncareproduziram com tais dimensCes& certamente não encontraram o modelo certo .

esde então& essa visão a perseguia& mesmo nos sonhos& apesar de todos seusesfor'os para esquec%-la. Ela esperava que lendo em voz alta para 9sa(el& adistra0sse& mas não. 2esmo lendo icens& ainda pensava so(re isso.

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 Então ela viu o intruso e ficou paralisada.)ão era aniel 7raven.—6r. 6aunders! —#ritou& com os punhos na cintura enquanto ele preparava-se

para =ogar outra pedra na =anela.6urpreendido& dei"ou cair a pedra e virou-se para ela.

— 6enhorita ... senhorita 2a:heI5 F voc%5—7laro que sou eu!6entiu um al0vio enorme. #ra'as a eus não era aniel 7raven. Enquanto seu

cora'ão recuperava o ritmo normal& repreendeu-se por estar errada. >inha voltadoa entrar em pJnico. )ão via nenhum motivo& para 7raven tentar v%-la novamente.

7omo #eoffre: 6aunders não tinha vindo por ela.Nate desceu os degraus que conduzia ao =ardim& com a camisola de renda

(ordada transparente como um halo di+fano que a rodeava.—6r. 6aunders& 7omo ousa vir aqui em plena noite5

Ele a olhava fi"amente o que o fez parecer idiota. )aquele momento nãoparecia nada atraente& parecia atordoado.

—Eu ... eu ...—6e voc% estava procurando Lad: 9sa(el& digo para aprender a ter melhor

pontaria.Ele levantou os olhos para o andar superior.—8caso me enganei de quarto5—9sso parece.

Nate não teria sido tão cortante caso não o tivesse confundido com aniel7raven e se ele não a tivesse despertado. )aquela hora& ela estava muito malhumorada.

—<ue vergonha! 7omo voc% pode entrar na casa de lorde ;ingate A noite comoum ladrão5

Ele sorriu para ela. #eoffre: 6aunders era muito lison=eiro.—B que eu posso dizer —Ele respondeu com um encolher de om(ros3 — Eu sou

um homem apai"onado& senhorita 2a:heI& e eu estou A sua merc%. H+ quase umasemana eu não tenho ouvido falar dela. 2e esqueceram& como um velho par de

sapatos5Nate resmungou franzindo a testa.—6r. 6aunders& voc% deveria ter dito que estava (%(ado. oupe-me a com4dia.

Lad: 9sa(el pegou gripe e passou cinco dias na cama..6eu rosto ficou iluminado.—F uma gripe5 roga& garota& voc% 4 muito generosa por me dizer. Butra pessoa

teria me dei"ado na ignorJncia ... e eu disse a voc% e eu fazemos uma (oa equipe.6eus olhos vagaram so(re a sua camisola.—osso acrescentar que a roupa que usa 4 e"traordin+ria5 everia ter colocado

para ir na casa da (aronesa& todos os homens teriam girado ao seu redor e nãosa(eriam como manter uma distJncia.

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 Nate pensou em dar um tapa nele& mas simplesmente cruzou os (ra'os so(reseu peito enquanto ele tentava olhar acima do decote. 8crescentou mais pano emtodos os vestidos de (aile& mas não pensou que fosse necess+rio fazer o mesmocom a camisola& porque imaginou que ningu4m a veria vestida daquela maneira.

—6r. 6aunders& saia desta casa imediatamente. 6e eu achar que tentar+ entrar

em contato novamente desta forma com lad: 9sa(el& vou dizer a lorde ;ingate.—Eu espero que voc% não fa'a isto vestida assim porque tenho a impressão que

o lorde ;ingate ser+ incapaz como eu& de prestar aten'ão As suas palavras& se ...—)esse caso& acho melhor prestar mais aten'ão a isso —e a(ai"ando-se pisou

em seu p4 com toda sua for'a. 7omo usava saltos altos e pontudos& teve o prazerde v%-lo estremecer de dor e segurar o p4 com am(as as mãos.

—7onsidere isso uma pequena amostra do que poderia fazer lorde ;ingate casoele fique sa(endo de sua intrusão e de seu comportamento& —disse com toda aarrogJncia de que era capaz3 —e fato& acho que ele colocaria um tiro entre seusolhos e deve sa(er que não vou derramar uma única l+grima em seu funeral.

7om isso& ela virou-se e voltou a su(ir para o terra'o& dei"ando 6aunderspulando em um p4 tentando não gritar.

ma vez com seguran'a atr+s da porta fechada& o(servou-o por um momento&assegurando-se que o tinha assustado o suficiente para que escalasse o muro do =ardim e desaparecesse dali.

7om homens desesperados nunca sa(ia o que poderiam fazer& e ela preferiuaguardar at4 que ele tivesse sa0do.

)aquele momento ela ouviu a tranca da porta da (i(lioteca e virou o corposo(ressaltada.

Lorde ;ingate estava entrando com uma vela na mão.

Capítulo 1%

—Lorde ;ingate —disse quando encontrou novamente o uso da palavra.Ele a olhou com espanto& ela perce(eu tarde demais& que ele não a tinha visto epoderia ter passado desperce(ida se tivesse permanecido em sil%ncio.

or outro lado& se fosse pega tentando fugir& ele teria suspeitado que elaescondia alguma coisa.

 E assim foi.—6enhorita 2a:heI5Ele levantou o candela(ro para v%-la o lado da porta. 8(riu mais os olhos e

largou a ma'aneta.

—6enhorita 2a:heI& —repetiu ele em tom de espanto& como se ela fosse aúltima coisa no mundo que esperava ver em sua casa& onde ela morava h+ v+rias

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semanas& — o que ...—... voc% faz na (i(lioteca As tr%s da manhã5 — Em seu estupor ele foi incapaz

de terminar a frase e ficou ali& im/vel& fitando-a.. Era sem dúvida um encontroinesperado& especialmente quando os dois estavam em vestes de dormir& mas asurpresa de ,ure parecia desproporcional. 8final& ela não estava sem roupas.

Esse pensamento a lem(rou da última vez que viu lorde ;ingate e seu rostoficou completamente vermelho. eus& o sonho! Ela quase esqueceu. E olha queeles estavam agora sozinhos em uma (i(lioteca. )ão era a mesma coisa que nosonho& mas não se importou. E am(os usavam menos roupa do que a primeira vez.

Lem(rando-se de que ele esperava uma resposta& ela disse a primeira coisa quepassou pela sua ca(e'a.

—2inha gata.8 perple"idade de ;ingate parecia maior.—6ua gata senhorita 2a:heI5Ela fez um esfor'o para falar com toda a lucidez que so(rou& ou se=a& não muito.—6im& ouvi alguns gatos lutando no =ardim e eu pensei que lad:...

8s palavras morreram quando ela a lem(rou-se que nunca tinha dito aomarqu%s o nome rid0culo que havia colocado na po(re gata. Nate pigarreou ecorrigiu3

—<ue estavam atacando minha gata.À luz da vela& ele viu que lorde ;ingate arqueou as so(rancelhas. 8 luz lhe dava

uma apar%ncia (astante aterradora& com sua pele morena& ca(elo preto e fei'Ces

delicadas. 8ssustador ... e quase dia(/lico.—E então58 questão& levantada em um tom autorit+rio& arrancou-a de seu devaneio.—Então5 — Ela perguntou estupidamente.—Então& não era a sua gata5 — isse ele& fazendo um esfor'o para ser paciente.Nate olhou por cima do om(ro e segurou um gemido. B idiota do #eoffre: não

tinha encontrado nada melhor para fazer do que sentar em um (anco e remover asua (ota para ver os dedos& esperando sem dúvida que estivessem que(rados. <ueidiota! 8caso estava esperando que metessem uma (ala na sua ca(e'a5 orque

isso 4 o que aconteceria se o marqu%s o visse l+.—)ão& —disse ela& finalmente& voltando-se para >raherne com uma risada. —

*elizmente ela não estava l+.8fastou-se da porta para distrair a aten'ão do marques.—E voc%& milorde5 B que o traz aqui a esta hora da noite57omo ela esperava& ele a seguiu com os olhos& mas com alguma cautela& como

imaginasse que estivesse louca. >alvez esperando que a qualquer momento&tomasse posse do ati'ador para que(rar sua ca(e'a.

—Eu desci& — come'ou ele com cuidado& —porque não conseguia dormir e olivro que estou lendo agora ... não 4 muito rela"ante.

—)ão5

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 8inda preocupada caso ele pensasse em olhar para o =ardim& apro"imou-se delee pegou o livro que ele estava segurando.

—B Zltimo dos 2oicanos. Eu entendo o que voc% quer dizer.Bs olho dele estavam fi"os em seu rosto& e que& dadas as circunstJncias& a Nate

parecia perfeito.

—8 verdade 4 que est+ custando-me a l%-lo. Eu não passei do pref+cio.—B pref+cio —Ela repetiu& franzindo o nariz —or que se incomoda em ler o

pref+cio56eu espanto parecia aumentar A medida que ela falava& mas agora que

conseguiu desviar sua aten'ão para longe o suficiente da porta& ela não estavaimportando-se de que ele a imaginasse uma ignorante que pulava o pref+cio. Eleestendeu a mão e agarrou o livro.

—$oc% precisa de algo para sentir sono&milorde5 Eu sei e"atamente o que voc%precisa. Bnde est+ o 65

6o( a luz das velas& os olhos do marqu%s pareciam mais verdes do que nunca.—Est+ o qu%5—B 6. Eu acho que os livros estão em ordem alfa(4tica —& disse ela apontando

para as prateleiras.—Bh& sim! esta forma& —respondeu apontando para os que estavam A direita

da lareira.—erfeito.Ela passou a mão de(ai"o do (ra'o de ,ure e o arrastou para o lugar indicado&

uma =ogada ousada& sem dúvida& mas a(solutamente necess+ria. Ele não resistiu eela disse que& possivelmente& a noite terminaria sem derramamento de sangue.

—8gora ... —& disse ela passando os volumes colocados nas prateleiras que iamdo chão ao teto. —oderia aumentar a luz um pouco&milorde5 9sso 4 melhor. 6al&6erra& 67& estamos quase. m pouco mais alto& por favor. 2eu eus& eu temo quetenha que su(ir um pouco.

>irou a mão de seu (ra'o e pegou a escada de rodinhas.—ode segurar isso5 — disse entregando os moicanos —B(rigada.Enrolando as mangas da camisola ela su(iu os primeiros degraus.

—6enhorita 2a:heI—& disse ele pu"ando o livro e& segurando seu cotovelo& —eu sou perfeitamente capaz de conseguir minhas leituras sozinho.

—)ão fique preocupado comigo&milorde.La no alto& espreitou aliviada o =ardim e desco(riu que o 6r. 6aunders colocava a

(ota e o chap4u. <ue homem mais idiota!—Eu nunca tive medo de altura—& disse ela dirigindo sua aten'ão para as fileiras

de livros.B marqu%s não havia soltado o seu cotovelo& mas agora ela estava tão alto que

ele mal conseguia segur+-lo.—Eu ve=o—& respondeu ele secamente —2as eu me sintiria melhor ...—8qui est+ —& disse Nate. — 9vahoe de 6ir ;alter 6cott. 9deal para insGnia. 8s

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cenas com De((eca são divertidas& mas o resto 4 chato como nunca. F e"atamenteo que voc% precisa.

—6im& (em& eu li& senhorita 2a:heI—. >ornou-se impaciente. —8gora descaantes que que(re um osso ...

m último olhar para o =ardim permitiu que ela comprovasse que 6aunders

havia saido. Ela deu um suspiro de al0vio enquanto perguntava para si mesma porque razão queria proteger um idiota.

—F melhor ainda que o tenha lido& —disse& come'ando a descer& —assimdormir+ antes.

—#ra'as infinitas a sua a=uda& —disse ele aumentando a pressão de sua mão nocotovelo&... —7uidado senhorita 2a:heI est+ a ponto de pisar em cima do ro(e....

—2as eu não vou fazer isso—& disse ela levemente.2as isso 4 e"atamente o que aconteceu depois. )otando que ia perder o

equil0(rio& sua primeira rea'ão foi tentar segurar-se a um livro& mas era umaprimeira edi'ão& e muito valiosa. Ela ainda teve tempo para pensar so(re opro(lema em que se meteu e esperava que sua camisola não levantasse enquantocaisse& porque& naturalmente& não usava nada por (ai"o.

2as caiu& e no último segundo agarrou-se ao marqu%s.ara isso& ele teve que a(andonar as velas que ca0ram no chão com (arulho.

7om o choque as velas se apagaram e ficaram no escuro. Nate não esperou que osseus olhos se adaptassem A escuridão& =+ que havia muito pouco a fazer& e seu rosto =+ estava pressionado contra o peito de lorde ;ingate. B mesmo peito que

admirou de uma forma vergonhosa refletido no espelho. 2as& assim tão perto& eramuito mais interessante. 7ertamente& não viu muito& mas cheirava.

,urr usava um ro(e de cetim e uma camisa por (ai"o de um tecido igualmentemacio. E fino. >anto que ela podia sentir atrav4s dela o tufo de ca(elo que lheco(ria o peito.

elos espessos que tremeram suavemente quando ela inclinou-se um pouco& esentiu o (ater do seu cora'ão atrav4s dos músculos de a'o que estava encostadono rosto. Eles eram tão duros como ela havia imaginado. E seus (ra'os de atletaque a fizeram sonhar& tão forte quanto ela pensou que seriam& a rodeavam

suportando seu peso como se ela tivesse o peso de uma pluma.8l4m disso& quando ele fez um leve movimento& um pouco& pGde sentir sua

co"a& poderosa e escultural. E então um pouco para a esquerda& havia uma coisaque era quase tão dura quanto o resto de sua anatomia. Ela sa(ia porque tinhaacidentalmente tocado sua perna& enquanto procurava um apoio.

Levantando os olhos& encontrou os l+(ios dele a poucos cent0metros do dela. Eseus olhos verdes& (em vis0veis& apesar da penum(ra.

E então ela perce(eu que estava perdida.$endo sua e"pressão& Nate pensou que ,ure ia (ei=+-la. 8 estreitava

fortemente em seus (ra'os e os dois corpos estavam tão intimamente ligadosquanto poss0vel. >udo o que ela teria que fazer era levantar as pernas e rodear sua

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cintura. Então& seria como no seu sonho& s/ que eles não estavam nus.eus do c4u! B que ela estava pensando5 7orando violentamente& esperou que

o luar não estivesse (rilhante o suficiente para mostrar isso. 7omo poderia estarrecordando um sonho tão constrangedor em um momento como este5 >eria querecompor-se ... ,em& ele ia (ei=+-la. evia dei"+-lo fazer isso5 Ela não tinha nas

mãos o atlas e ele sa(ia disso. Ele ia (ei=+-la. Ele tinha que (ei=+-la.Estava perdida em seus pensamentos quando algo estranho aconteceu. ma

sensa'ão estranha& o toque entre as pernas que a incomodou quando teve aquelesonho& de repente tornou-se vivo. Então& de repente& desco(riu que estavacompletamente encharcada nesse ponto.

Ela não era a única que estava afetada deste modo. B calor que emanava domarqu%s intensificou-se. E essa ... essa coisa que um momento antes parecia tãofraca& de repente ficou dura como uma rocha. 8 ponta foi contra o seu quadril.

Era como se ela estivesse sonhando de novo& com a diferen'a que agora tudoera realidade e ela não tinha certeza se queria que isso se realizasse ou não. orum lado o dese=ava ardentemente. 2as ...

2as a questão dei"ou de importar& porque sem dizer uma palavra& o marques acolocou no chão e a soltou.

—Est+ (em senhorita 2a:heI& —perguntou educadamente.6e estava tudo (em5 >odo seu corpo do0a& especialmente em locais que tinham

estado em contacto com ele. Em vez de (ei=+-la quando estava prestes a fazer& noúltimo momento ele retirou-se. E agora ele perguntava se ela estava (em5

4Não, eu não estou nada bem5—6im& —respondeu. —Estou (em& o(rigada.—)ão deveria su(ir em escadas vestida desta maneira.—)ão.—ois (em.Ele pegou o livro que estava segurando e pegou o candela(ro.—Eu agrade'o a sua recomenda'ão so(re a leitura. 8gora& seria melhor nos

retirarmos para nossos quartos. F tarde. Bu cedo& dependendo de como voc% olha.Nate inclinou a ca(e'a e o convidou a preced%-la. 8o longo do caminho& lorde

;ingate aproveitou a oportunidade para manifestar a sua satisfa'ão com amudan'a que se a(atera so(re sua filha. erguntado se ela estava confort+vel emcasa e se ela precisava de alguma coisa.

4/im. Preciso de !ocê5, pensou ela.—)ão& —disse em voz alta3 —B(rigada.Logo encontrou-se em seu quarto e o marqu%s se foi. $iu-se sozinha de novo ...

)ão& não. Lad: ,a((ie estava como uma (ola no p4 da cama.9nconscientemente& Nate dei"ou cair o cinto de seu ro(e& tirou os sapatos e&

antes de deslizar entre os len'Cis& livrou-se de sua camisola. eitou& com os olhosa(ertos& imaginando o que estava acontecendo. 7omo poderia permanecer nos(ra'os do marqu%s e dese=+-lo tão fortemente5 Esqueceu que ele era um li(ertino

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e que dedicava-se a que(rar os cora'Ces das mulheres5 )ão foi isso que *redd:disse5

7omo poderia oferecer os l+(ios de uma maneira tão chocante5 7omo estivesseimplorando para ser (ei=ada. >alvez tivesse ficado louca5

6im& era o que parecia. *oi o fato de ver o corpo nu do marques que fez com que

ela perdesse a ca(e'a. *oi s/ sentir o que havia so( o casaco de cetim e aselegantes cal'as para a sens0vel Natherine 2a:heI tornar-se uma mulherdominada pelo dese=o.

E com certeza& tinha dúvidas de que ele gostasse ...,om& ele gostava. 2as ele não estava apai"onado por ela& de =eito nenhum! Ele a

dese=ava. )ada mais que isso.7om um suspiro& ela co(riu o rosto com os len'/is.6eria uma longa noite.

Capítulo 1&

8 (aronesa ergueu-se impertinente.—F linda&milorde. F realmente a garota mais (onita da noite.6eguindo os olhos da anciã& ,ure não podia fazer nada a não ser assentir. 8

mulher estava certa. )ão era a mais (onita naquela noite. 6empre foi.—>em tanta gra'a e encanto! )ão ficar+ solteira por muito tempo& lorde

;ingate& acredite em mim.7omo se ele não sou(esse!—Eu não posso dei"ar de pensar que meu filho Headle:& seria o homem ideal

para ela. Entre n/s& nenhum dos dois intelectuais. uvido que eles a(riram umúnico livro desde que sa0ram da escola.

,ure olhou com espanto para a (aronesa e compreendeu& um tanto

constrangido& que ela estava falando de 9sa(el& não de Natherine 2a:heI.ensando (em& era l/gico& Nate manteve-se isolada como e"igia sua posi'ão& e a,aronesa não se entretinha casando as damas de companhia. Então& estava falandodesde o in0cio de 9sa(el.

B(viamente& a mulher não estava sã.)ão que 9sa(el não possu0sse um certo charme& mas a (aronesa estava cega&

porque não viu que a única que merecia tais elogios era a acompanhante de suafilha.

— *ormariam um casal maravilhoso& —continuou ela a dizer& —e não vai

acreditar& lorde ;ingate& eu sou uma pessoa cheia de preconceitos& como muitosdos meus colegas. Eu acho que no seu caso& o div/rcio foi a melhor solu'ão.

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 )ão& era ele que estava louco.8 loucura veio gradualmente& mas agora o dominava completamente. e que

outra forma e"plicava a sua presen'a no (aile5 )ão contratou a senhorita 2a:heIpara acompanhar 9sa(el a este tipo de entretenimento5 6im& era claro que era adem%ncia. Havia come'ado a apoderar-se dele depois que& apesar da chuva

torrencial& dei"ou sua confort+vel poltrona para vir e certificar-se de que ningu4mmolestaria a acompanhante de sua filha. Havia muitos seres inescrupulososdispostos a a(usar ou aproveitar de =ovens inocentes. Esta iniciativa (errante s/serviu para mostrar que ele não era o único que a admirava. E não ia ser o último.

—7laro& meu marido tem ideias completamente diferentes& voc% sa(e. 2as euacho que poderia come'ar a partilhar o meu ponto de vista ...

,ure esperava sentir uma certa satisfa'ão constatando que suas suspeitastinham fundamento. Havia surpreendido principalmente dois McavalheirosM que aperseguiam com as suas aten'Ces. 2as isso não e"plicava toda a raiva que istohavia causado nele.

ma raiva pura que não e"perimentava h+ muitos anos.)ão perguntar a si mesmo& na mesma hora& o porqu% do fato de sa(er que não

era o único a ach+-la linda o dei"ava com tanta raiva. )o come'o s/ disse a simesmo que uma dama de companhia era perseguida por todos os Li(ertinos deLondres& não foi muito útil ...

—Lorde ;ingate— disse a ,aronesa colocando a mão em seu (ra'o como setivesse adivinhado que não a estava escutando3 —ei"e-me falar so(re o legado de

Headle:. Ele tem uma renda anual de ?. li(ras que dei"ou meu po(re pai. )ão 4certamente uma grande soma& mas o ,arão pretende aumentar caso ele se casecom uma mulher adequada. E sua filha& 4 claro& 4 e"tremamente adequada ...

6er+ que ela estava dizendo a verdade quando afirmou que *redd: ,ishop eraapenas um amigo da fam0lia5 )ão h+ dúvida. Natherine 2a:heI não costumavamentir. 2as o pai s/ poderia ter sido comerciante& ou professor. Ele não conseguiaacreditar que tinham sido amigos de um conde. Ele mesmo era marques e não tevenenhum relacionamento fora do seu am(iente.

<uanto aos outros ... 7raven& quem era5 m s/cio de seu pai5 Did0culo. or que

então empalideceu quando o viu5 Havia algo mais& e tinha toda a inten'ão dedesco(rir o que era.

E quanto a ,ishop& acreditava ter adivinhado so(re o relacionamento deles. 6e,ishop teve mesmo relacCes com a fam0lia de ate& o(viamente era pelo (elosolhos dela. E acima de tudo& pela sua linda (oca.

B pr/prio ,ure tentou por todos os meios& esquecer aquela (oca. Haviadedicado todo o tempo a evitar Nate& passando todos os seus dias e at4 algumasnoites no clu(e e ele nunca gostou deste lugar.

Em todo caso& ele havia tido meios de escapar de sua casa& onde corria o riscode encontrar-se com a senhorita 2a:heI em todos os momentos. 8 senhorita2a:heI& que sem sa(er o porqu%& o atra0a como as mariposas A luz.

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  urante esse tempo& nunca faltaram ofertas. 6ara ;oodhart não haviarenunciado a ele e muitas outras fizeram propostas. 8 esposa de um mem(ro doarlamento& uma (ailarina e at4 mesmo uma princesa de virtude duvidosa& mas desangue russo. )ada o havia interessado.

Essa falta de atra'ão para os neg/cios da carne o estava preocupando antes de

mais nada& porque não era que as mulheres não o atra0am& mas ele s/ queria uma.E essa mulher era inacess0vel para ele.7omo podia um homem como ele& com uma reputa'ão tão ruim& pensar que

poderia corromper a acompanhante de sua filha5 Era incrivelmente (onita.>errivelmente sedutora.

9sso não tinha nada a ver com seu car+ter. Era a sua apar%ncia que o enfeiti'ava&não a sua (ondade. )ão. 8 (ondade& nestes dias& dei"ou de ser considerada umtra'o importante para as =ovens. 9sso não impediu que a =ovem em questãometesse uma moeda na mão das crian'as vestidas em trapos na rua& ou carregar opesado fardo de um idoso. Ele pGde comprovar em muitas ocasiCes.

6ua paci%ncia sem limites não aumentava a sua atra'ão.Nate nunca teve umapalavra ruim para com sua filha.

>am(4m não era o seu comportamento impec+vel. Era tão educada com oscriados quanto com os aristocratas. )em a sua surpreendente franqueza& a suasensatez a toda prova. )em nunca chorou ou fez o que lhe apetecia. )em seusorriso& que As vezes vinha do quarto de 9sa(el.

>am(4m não era porque& quando ele falava& sentia que ela o escutava e

respondia com a qualidade mais importante de todas3 a honestidade.or outro lado& como poderia acreditar nela& quando tantas mulheres haviam

mentido para ele& a come'ar por sua pr/pria esposa5)ão! Era s/ o seu f0sico e nada mais. 7om certeza& ele nunca havia seduzido uma

mulher tão pequena& tão loira e tão ... virginal. 6em dúvida& algo nela o atraia comonenhuma mulher o atraiu at4 ho=e.

evia ser por culpa da sua (oca. H+ alguns dias& s/ pensava naquela maldita(oca. ,em& o fato de que a senhorita 2a:heI parecia ter inclina'ão paraperam(ular por toda a casa com a camisola quase transparente& talvez tivesse algo

que ver. 7omo pode resistir a não deit+-la em seu escrit/rio e possu0-la em dezmaneiras diferentes5 Era um completo mist4rio. 6em dúvida& ele ainda podiacontrolar-se.

6em dúvida& não foi f+cil. >eve uma enorme for'a de vontade para deposit+-lano chão em sil%ncio depois que& milagrosamente& ela caiu em seus (ra'os. <uandoa essa (oca& que o perseguia dia e noite desde a primeira vez que a viu& apro"imou-se tanto dele& que estava prestes a ceder A tenta'ão e (ei=+-la.

E ela teria dei"ado. Ele tinha certeza& porque ela estava com um livro na mão eem nenhum momento teve a inten'ão de amea'+-lo.

E ainda& no último segundo decidiu não (ei=+-la.or qu%5

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 orque estava louco. 7ompletamente louco.—E não precisa ficar preocupado& milorde—& continuou a (aronesa& —4 verdade

que tivemos alguns pro(lemas financeiros ..... B ,arão investiu em minas dediamantes na Wfrica& alguns anos atr+s& e voc% sa(e o que aconteceu. 2as o dotede sua filha permanecer+ sendo dela. 6omos (astante progressistas sa(e5 2esmo

o ,arão come'a a pensar que as mulheres são capazes de gerir suas pr/priasfinan'as ... (em& com a a=uda de um contador& 4 claro.

—,aronesa 7hildress& —disse o 2arqu%s de repente.Ela lhe deu um sorriso confiante.—2ilorde5—6e o seu filho ... Headle:& não 45 ,em& Headle:. 7aso Headle: tenha a

infelicidade de a(ordar minha filha& lad: 7hildress&apenas um pouco& eu oestriparei com minhas pr/prias mãos. 6er+ que entendeu (em5

8 (aronesa empalideceu.—Lorde ;ingate ... —e"clamou inutilmente& porque ele a dei"ou ali plantada.*oi a(rindo caminho no meio da multidão com os cotovelos& pois perce(eu que

a senhorita 2a:heI não estava mais sozinha. m homem& =ovem e loiro&encontrava-se com ela. Era o 7onde de almer& como ele queria.. - e issoproporcionaria a ele um grande prazer - dar um soco e limpar os sapatos no seurosto& sim era o outro& 7raven. B homem cu=a apari'ão tanto a afetou.

,ure não o conhecia. Ele sequer ouviu falar dele& o que era completamentenormal na medida em que não conhecia muitas pessoas e h+ muito tempo não

estava interessado em (oatos. )o entanto& ficaria feliz em intimid+-lo como elemerecia. 8 palidez e o nervosismo que mais uma vez ela estava sentindo& erammotivos suficientes para faz%-lo.

—6im. —Estava ela dizendo com a sua voz rouca& tão particularmente sua&inesperada para algu4m do seu tamanho& e que o pertur(ava mais do que elepoderia e"pressar em palavras.

—6im& Lad: ,a((ie so(reviveu. Ela foi encontrada em um arm+rio quando ofogo foi e"tinto.

7raven foi o primeiro a v%-lo e e"clamou com um entusiasmo e"agerado

—$e=a& que surpresa Nate! 6eu amigo est+ aqui.Natie rapidamente virou-se em sua cadeira.—Bh& —disse ela& não s/ recuperando a cor& mas corando muito&

surpreendendo o marqu%s.Levantou-se imediatamente e come'ou a esmagar o cordão de seda de seu

vestido.—Eu ...& —ela gague=ou& —eu ...,ure a ignorou& tanto como era capaz de ignorar Natherine 2a:heI e estendeu

a mão para 7raven.—arece que est+ se tornando um h+(ito. 8cho que vou ter de me apresentar.

,ure >raherne& 2arqu%s de ;ingate.

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 7raven apertou sua mão& mas com menos energia.—aniel 7raven. —disse com um sorriso agrad+vel.Ele descansou a mão no (anco atr+s de Nate& e isso dei"ou ,ure e"asperado.—Blhe& Nate. 2as por que se contentar com uma conde quando voc% pode ter

um marqu%s& certo5

B ru(or que queimou o rosto da senhorita 2a:heI desapareceu. areceucam(alear& como se grosseria a tivesse (atido na 0ntegra& mas& antes que ,urepudesse levantar o punho para (ater no rosto de 7raven& ela disse fracamente.

—Lorde ;ingate 4 meu patrão& aniel. Eu sou a acompanhante de sua filha&9sa(el.

7raven viu o punho cerrado do 2arqu%s.—esculpe. Eu não quis ofender ningu4m& milorde. Nate e eu somos velhos

amigos. Eu s/ estava (rincando ...—Eu não acredito que suas piadas agradem a senhorita 2a:heI& 6r. 7raven. E a

mim ainda menos. Eu o aconselho a encontrar outra pessoa para (rincar.7raven era tão alto quanto ,ure& e quase tão musculoso. 7aso fossem (rigar&

era dif0cil prever quem seria o vencedor. 6e não fosse porque o marqu%s nuncahavia perdido uma única luta em sua vida& e a possi(ilidade de algo assim fosseacontecer nem sequer passou pela sua mente. ava-lhe um grande prazer pensarem derru(ar este insolente& mas uma luta no salão de lad: >etmiller não era amelhor maneira de encontrar um marido para 9sa(el. or outro lado& talvez fosse oque ele precisava para aliviar a tensão que não o a(andonava por v+rias

semanas ...Em qualquer caso& 7raven não fez nada para a=udar nesse sentido.—Eu realmente lamento. e'o perdão& se pareci rude.Então pareceu encontrar um rosto familiar na multidão.—,em& l+ est+ ,arnes. erdoe-me por dei"+-los tão cedo.E foi em(ora& para grande decep'ão de ,ure e grande al0vio de Nate.—6enhorita 2a:heI o que significa este homem para voc%5B al0vio durou pouco. 8 questão voltou cheias de som(ras.—Eu disse& foi um s/cio ...

—e seu pai& sim.8divinhando que não ia desco(rir mais nada so(re essa questão& ele

acrescentou3—,em& se ele retornar para irrit+-la& por favor avise-me.—8vis+-lo5 —Ela repetiu surpresa. —2as por qu%5Ele sorriu ante a ingenuidade dela.—Eu dese=o isso.—$oc% não pode mat+-lo& milorde—& disse ela& revelando que era menos

ing%nua do que ele supunha.—)ão5 Espero que me diga que est+ apai"onada por ele& senhorita& mas 4

evidente que est+ com medo desse homem.

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—6ua dama de companhia! 64rio5—$i um cartaz de 2ac(eth com sua fotografia alguns meses atr+s 6ra.

;oodhart. Então eu a reconheci.— au& —e"clamou ela arqueando e"ageradamente as so(rancelhas.9sso não era um (om sinal& e ,ure sa(ia. 9sso significava que ela estava prestes

a soltar alguma impertin%ncia. ara a=udar a senhoria 2a:heI e evitar a si mesmouma situa'ão em(ara'osa& rapidamente pegou no (ra'o da atriz.

—2e daria o prazer dessa dan'a& 6ra. ;oodhart5—F claro& ,ure.2as& no entanto& não conseguiu arrast+-la para a pista com suficiente rapidez e

isso lhe deu tempo para falar& alto o suficiente para que Nate pudesse ouvir3—,em& agora eu sei o que o manteve ocupado nas últimas semanas&,ure...Nate& claro& ouviu. 7omo todos os que os rodeavam. 9sso 4 o que 6ara queria. Ela

considerava-se lesada& em(ora ,ure a tenha lem(rado mais de uma vez que eraela quem foi pega com outro. Ele sempre orgulhava-se de manter amizades comseus casos do passado& e"ceto& 4 claro& com sua esposa. 7om 6arah& no entanto&isso não foi poss0vel.

Ele não perce(eu o ressentimento que ela ainda sentia& at4 que rece(eu umtapa na cara& quando terminou a valsa. Ele havia aca(ado de dizer que não haviamais lugar para ela em sua vida e que caso ela se atrevesse a dirigir-lhe novamentea palavra em algum (aile em que estivesse sua filha& ia cuidar pessoalmente paraque o financiamento das o(ras em que atuava& aca(assem.

8 maioria dos convidados& e especialmente o anfitrião& testemunharam a cena&ou pelo menos ouviram o som da (ofetada. E todo mundo viu como 6arah dei"ou olocal com raiva e as saias agitando furiosamente da direita para a esquerda.

9ncluindo Nate 2a:heI.

Capítulo 1

*eito uma (ola no canto da carruagem& 9sa(el disse com uma voz sonhadora3#eoffre: me disse que devia perguntar-me uma coisa.Nate& sentada A sua frente& não respondeu. 6ua mente estava em outro lugar.—ode me ouvir senhorita 2a:heI5 Eu disse que #eoffre: quer me perguntar

algo.—6r. 6aunders & — corrigiu mecanicamente Nate& —4 muito vulgar chamar um

homem por seu nome& a menos que se=a da fam0lia.

—>udo (em. B sr. 6aunders quer me perguntar uma coisa.—,em—& come'ou Nate& com certo esfor'o para esconder sua preocupa'ão3 —

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2as por que ele não quis perguntar esta noite& se era tão importante5 >eve umachance. $oc% dan'ou com ele muitas vezes.

—<uatro.—9sso 4 o que eu quero dizer. *oi mais de uma chance. Eu não posso dei"ar de

pensar que a intelig%ncia do =ovem 6aunders 4 um pouco limitada.

9sa(el não se ofendeu por esse coment+rio.—Eu acho que não fez esta noite& porque prefere um lugar mais romJntico do

que o (aile de lad:>etmiller& senhorita 2a:heI.2ais uma vez& Nate tardou para responder. *icou pensando so(re um evento

que havia ocorrido pouco antes de a(andonar o (aile. aniel 7raven& que sumiudepois que lorde ;ingate o amea'ou& surgiu por tr+s de uma coluna e agarrou seupulso sem tirar os olhos dela.

—Nate5 —erguntou com uma e"pressão preocupada& —Est+ tudo (em5 elaatitude de lorde ;ingate deu-me a impressão de que ... talvez ...

esta vez& ela não ficou surpresa com sua repentina apari'ão.—Estou muito (em& 6r. 7raven. Eu gostaria apenas de ...—6r. 7raven5 —6acudiu a mão dela— Eu me lem(ro da 4poca em que era

aniel.Blhando para as mãos dos dois unidas& ela respondeu3—Eu me lem(ro& 6r. 7raven& mas isso foi h+ muito tempo. 8ntes do inc%ndio& se

não me engana a mem/ria.—8quele fogo maldito! — E"plodiu ele. —7omo as coisas podem ter mudado a

tal ponto que =+ não t%m tempo para passar com seus velhos amigos5Ela o o(servou com espanto.—$e=amos& 6r. 7raven& voc% deve sa(er que este fogo mudou tudo. 8final& voc%

estava l+ não 45Ele dei"ou cair as mãos de repente& como se as tivesse queimado.—B que voc% quer dizer5 — erguntou& muito rapidamente& com seus olhos

claros fi"os nela& —eu não estava l+ Nate. Eu não estava ...Ela não ouviu o resto =+ que 9sa(el& que havia perdido uma luva& a chamou.8gora& Nate perguntou para si mesma& muito angustiada& como ela poderia falar

so(re a presen'a dele na noite do inc%ndio5 B que ela estava pensando5 Ele nãoestava l+. >inha sonhado ...

— 6enhorita 2a:heI& voc% não acha que os (ailes de lad: >etmiller sãoparticularmente pouco romJnticos5 —7ontinuou 9sa(el.

—DomJnticos5Nate voltou para o presente com esfor'o.—7omo eu estou velha demais para atrair a aten'ão de qualquer homem& eu

acho que não estou qualificada para responder a essa pergunta.—Em todo caso& eu conhe'o um& pelo menos& que est+ muito interessado em

voc%& senhorita 2a:heI ... 2as vamos falar so(re mim& voc% se importa5 Eu achoque #eoffre: vai me pedir para casar com ele.

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—E onde voc% vai morar5 6aunders deve mais dinheiro do que voc% tem& voc%sa(e muito (em.

—6/ tenho que convencer papai a pagar todas as suas d0vidas—& disse 9sa(el&com um encolher de om(ros —e #eoffre: e eu come'aremos do zero.

—6eu pai preferia v%-la casada com um apua da )ova #uin4& e não com

#eoffre: 6aunders.—9sso vai mudar. 8cho que depois de ho=e A noite depois daquela cena

em(ara'osa& vai fazer o que eu quero.Nate deli(eradamente olhou pela =anela.—Eu não entendo o que voc% quer dizer& —ela mentiu.—8gora& senhorita 2a:heI& não fin=a que não viu nada. 6ra. ;oodhart (ateu

com tanta for'a que pode ser ouvido em )eIcastle. )unca na minha vida me sentitão envergonhada. Dealmente. e acordo com os meus amigos& ele deve feito umaproposta tão lasciva que a ofendeu muito.

Nate levantou uma so(rancelha& voltando sua aten'ão para a garota.—Lasciva5—6im. Essa não 4 uma palavra maravilhosa5 8prendi em um de seus livros& eu

esqueci qual.Nate voltou para a =anela.—8cho que eles estavam apenas discutindo. 8 6ra. ;oodhart 4 uma atriz e acho

que ela gosta de um pouco de teatro. >enho certeza que não era nada MindecenteM.—Eles não estavam discutindo. apai a dei"ou h+ meses. )ão teve nenhuma

namorada desde que voc% chegou em casa.Nate parecia estar su(itamente interessada em uma carruagem que passava nas

pro"imidades.—Eu me pergunto como voc% pode estar ciente dessas coisas—& ela murmurou.—)ão 4 tão dif0cil3 uncan me disse.—$oc% não devia ouvir as fofocas dos criados& 9sa(el.—2as tanto em casa como no resto de Londres& est+ claro para todos& que ele

est+ apai"onado por voc%& senhorita 2a:heI.Nate olhou para ela horrorizada.

—Lad: 9sa(el!—B qu%5 F verdade.>al como estava& encolhida no seu canto& 9sa(el lem(rou-lhe lad: ,a((ie&

quando aca(ava de pegar um rato especialmente apetitoso. E"ceto que nãoronronava.

—$oc% notou como a evita e em seguida aparece em qualquer lugar ondeestamos. Ele não pode evitar e voc% sa(e por qu%5 orque voc% 4 irresist0vel. 7omochocolate.

—9sa(el! e'o-lhe que pare imediatamente de fazer piadas so(re isso. )ão 4respeitoso para com seu pai& ele 4 gentil comigo.

—8t4 mesmo a 6ra. 7lear: disse outro dia que não era t0pico dele faltar ao

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 =antar —continuou 9sa(el como se não tivesse ouvido— 6egundo ela& h+ mais detr%s meses ele não =anta em casa. E 4 e"atamente o tempo que voc% est+ comigo.7ertamente a tem evitado porque s/ o fato de olhar para voc%& desperta nele umdese=o irreprim0vel.

7ompreendendo que quanto mais protestasse& mais 9sa(el insistiria& Nate disse

apenas3—e onde voc% tirou essa e"pressão5 Em um de meus livros não foi& claro.—apai nunca esteve tr%s meses sem uma amante. 6eu recorde foi de seis

semanas& mas s/ porque ele machucou-se quando caiu do cavalo. 6e ele nãoestivesse apai"onado por voc%& =+ teria encontrado algu4m para su(stituir a 6ra.;oodhart.

—Estamos chegando a ar Lane& —disse Nate com um n/ na garganta.— #ra'as a eus!—>alvez pud4ssemos fazer um casamento duplo—& continuou 9sa(el pensativa&

—#eoffre: e eu& meu pai e voc%. )ão seria /timo5 Dealizaremos uma grande festa.$oc%s dois formam um (elo casal. $oc% 4 tão pequena e sorridente& e ele tão alto emal-humorado.

Nate pensou que não poderia evitar o pro(lema por mais tempo.—9sa(el! 7laro que voc% não deve estar falando s4rio. $oc% realmente não pode

pensar que um homem na posi'ão de seu pai sonharia sequer em casar-se comalgu4m como eu.

—or que não5 — 9sa(el respondeu com a maior seriedade do mundo& não 4

uma atriz ou ... ou uma (ailarina.—Bs marqueses não se casam com acompanhantes de suas filhas—& disse Nate

gravemente.—6im& eles fazem& quando o marqu%s em questão 4 o meu pai e a

acompanhante 4 voc%& senhorita 2a:heI.8 carruagem parou e Nate desceu correndo& dei"ando seu lugar para escapar da

pequena ca(ine e dos coment+rios da =ovem.8penas olhou para o criado que a a=udou a sair. ,om eus! 6er+ que ela pensa

que lorde ;ingate tem uma queda por mim5

*ez a mesma pergunta a si mesma quando& no hall de entrada& $incennesgentilmente perguntou se ela precisava de alguma coisa.

Bh& não! ,rigitte& não! Lamentou quando& na seguran'a do seu quarto& ela ouviuas risadas no quarto da criada ao lado.

Ela ficava nua na cama. esde o dia em que surpreendeu lorde ;ingate no(anho& tinha dei"ado de usar camisola& =+ que invariavelmente& quando acordava& acamisola estava levantada at4 o pesco'o. Então era melhor não coloc+-la. elasegunda vez& imaginou caso não fosse melhor esquecer de tudo e casar-se com*redd:. 8ssim& tudo seria muito mais f+cil. >udo (em& não o amava& mas come'ou aduvidar seriamente de que o amor fosse algo muito agrad+vel. E& ele não tornou apedir sua mão recentemente. B relacionamento deles esfriou um pouco desde que

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mencionou a soprano austr0aca.B pro(lema& dei"ando de lado a mãe de *redd:& era que o casamento não

decolaria se não tirasse lorde ;ingate da ca(e'a. Ele nunca dei"ou de estar emseus pensamentos desde que o encontrou a noite na (i(lioteca& uma semanaantes. )ão seria certo casar com *redd: sa(endo que ela estava apai"onado por

outro ... assumindo que o que ela sentia era amor pelo marqu%s. Nate não tinhacerteza se era a palavra certa. 8 e"pressão de 9sa(el& Mdese=o ardenteM& pareciamuito melhor.

Ela adormeceu mais r+pido do que o ha(itual e sonhou com o marqu%s comoacontecia toda noite& mas desta vez am(os su(iam nus pelas escadas da (i(lioteca&quando acordou com um som familiar. 6entou-se rapidamente e voltou os olhospara a =anela.

6im& era o som de cascalho (atendo no vidro. 6er+ que mais uma vez& apesardas amea'as5 6em dúvida& ele queria fazer a 9sa(el sua proposta intoler+vel.

,em& desta vez eu lamento! 7hamaria lorde ;ingate!Ela pu"ou os len'/is e rapidamente colocou a camisola e o roupão& mas não

achou digno acordar lorde ;ingate. 6eria inevit+vel que acontecesse um duelo&porque o marqu%s não era um homem que corrigia um pro(lema parecido comuma repreensão simples.

)ão& era melhor tratar disso ela mesma. )ão acordaria o marqu%s. Lidaria com asitua'ão sozinha. Ela daria a #eoffre: 6aunders outro lem(rete do quãodesagrad+vel ela poderia tornar-se& quando adequadamente motivada. 2as

quando ela a(riu as portas francesas que dava para o =ardim& ela desco(riu queestava enganada.

)ão era #eoffre:& e sim aniel 7raven.—*inalmente voc% est+ aqui & —disse ele dei"ando cair as pedrinhas que ele

estava prestes a =ogar pela =anela. —#ra'as a eus. Eu estava com medo de estaratirando na =anela errada.

9ncapaz de fazer um som& Nate olhou para ele sem dizer nada. Ele devia estar(%(ado& não havia outra e"plica'ão.

—Eu espero que voc% não este=a com raiva de mim& —continuou ele& limpando

os dedos na cal'a& —eu perguntei ao rapaz que est+ apai"onado pela sua pequenadama 9sa(el& qual era a melhor maneira de contat+-la& sem encontrar-me com oogro que tem por chefe. )ão est+ (rava& não 4 verdade5

Nate sacudiu a ca(e'a& não em resposta A pergunta& mas porque ela não podiaacreditar.

—B que voc% est+ fazendo aqui 5 —Ela conseguiu finalmente perguntar.—)ão 4 /(vio& Nate5 — Ele disse com um sorriso destinado a tranquiliza-la& mas

que gelou seu sangue. —Eu precisava vir. epois do que voc% disse ho=e A noite ...—B que eu disse5 <ue dia(os eu poderia dizer para voc% fazer algo tão ... tão

idiota5—9diota5

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 6eu sorriso desapareceu.—6ou estúpido por querer v%-la& Nate5—ode ver-me durante o dia& como pessoas normais& (atendo na porta. 2as o

que voc% est+ fazendo 4 ... loucura& aniel. Eu preciso deste emprego. $oc% sa(emuito (em o quanto eu preciso. B que voc% est+ procurando5 <ue eu se=a

despedida5Ele pareceu rela"ar um pouco.—7laro que não. 2as voc% ouviu o seu lorde ... ;ingate. )ão pense que eu

gosto muito. Eu não acho que ele me dei"ar+ v%-la usando os m4todos normais. Bque voc% estava pensando quando aceitou tra(alhar para um homem como ele&Nate5

—F um homem muito (om e eu rezo para que voc% guarde suas opiniCes para simesmo. Enfim& eu não tinha escolha. 8lguns de n/s são for'ados a tra(alhar paraviver. )ão possuo nenhuma mina de diamantes.

Ele cam(aleou como se ela o tivesse es(ofeteado.—Nate ... — come'ou com uma voz que queria ser carinhosa.—*rancamente& aniel& seria melhor voc% ir em(ora.—Nate! 7omo voc% pode dizer isso5 >emos muitas coisas para conversar& voc% e

eu. or e"emplo& eu nunca disse a voc% o quanto eu senti pelo que sucedeu... o queaconteceu entre seu pai e eu. B que ele disse de mim não era verdade. Eu entendoque prefira acreditar nele& mas eu =uro que eu não fiquei com o dinheiro deningu4m. Eu não culpo voc% por escolher-me como um (ode e"piat/rio e ...

—$oc% est+ sugerindo que foi meu pai quem pegou5 — Ela interrompeufriamente.

—6enhor& não! Eu não sei o que aconteceu com esse dinheiro. Eu =uro& eu nãosei. *oi sem dúvida um ato de covardia da minha parte para ir por esse caminho&mas ... na hora pensei que era o melhor coisa que poderia fazer. epois mearrependi& e não sei quanto. 7omo me arrependi de não estar ao seu lado depois ...depois ... depois do inc%ndio. <ue terr0vel inc%ndio. 6eu pai era um grande homem&Nate. m grande homem ... apesar do que todos pensam.

Enquanto ele falava& tinha se apro"imado dela devagar e cuidadosamente. Ela&

por4m& voltou a colocar as costas contra um espaldar da =anela.—$oc% deve ir& aniel.—Eu não sa(ia que seu pai tornou-se o centro da questão. <uero dizer ... Eu

nunca teria pensado que ele fosse capaz de cometer suic0dio e arrastasse a suapo(re mãe com ele.

Nate estava prestes a dizer na sua cara o que ela suspeitava. )a verdade& elaestava prestes a lhe dizer& pronto para acus+-lo sem qualquer cuidado& e seuesp0rito estava dizendo que não estava errada& quando o rosto de aniel& derepente& ficou descomposto.

 m segundo depois& ele virou-se e saiu correndo em dire'ão A parede do fundo.Ela estava ali& querendo sa(er o que era aquilo que provocou o medo dele a esse

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ponto& quando ouviu atr+s dela& a voz de seu chefe. ma voz que tremia de raiva.—6enhorita 2a:heIQ Eu posso falar com voc% um instante5

Capítulo 18

Nate virou-se assustada.—2ilorde Eu posso e"plicar ...2as as palavras morreram em seus l+(ios. B marqu%s estava p+lido& os l+(ios

apertados& e os olhos (rilhando como duas chamas.Nate fez um som inarticulado& então alguma coisa saiu fora da escuridão& ela

perce(eu tarde demais que era a mão do marqu%s. Ele a agarrou pela cintura.9mediatamente lamentou-se por não ter fugido atr+s de aniel 7raven.

Então ela perce(eu que o n/ da gravata dele estava desfeito e ele haviadesa(otoado quase todos os (otCes de sua camisa de forma que seu peito co(ertocom pelos pretos e curtos estava desco(erto. erguntou para si& estupidamente seao toc+-los seriam suaves e os seus músculos seriam tão fortes como imaginava.)o entanto& ela teve tempo de continuar a fazer perguntas a si mesma& =+ que ele alevantou do chão e entrou na casa.

Nate& que geralmente não sentia dificuldade para falar& perdeu o uso da palavraquando ,ure fechou a porta com um chute. Então pegou-a pelos om(ros& e girou-a para enfrent+-lo. 8 fúria em seu olhos era desproporcional.

—B que aca(o de ver a0 fora com voc%& senhorita 2atheI& não era sua gata.esculpe-me& mas eu acho que essa desculpa não ser+ suficiente desta vez. Eu viquem era& então não me insulte mentindo.

8pesar de cheirar a u0sque& no entanto& ela não poderia dizer que ele estava(%(ado. elo menos parecia que não. Ele falava normalmente e não cam(aleava.Então& por que estava comportando-se como um marido ciumento5

—everia ter me dito que queria a companhia de homens& —ele continuou3 —Eu não posso ser tão atraente como lorde almer& mas pelo menos voc% não ser+for'ada a sair A noite para me ver.

Então lorde ;ingate estava enganado. Ele pensava que era *redd:& que estavano =ardim em vez de aniel 7raven. B ca(elo louro de am(os no escuro& o levou Aconfusão.

B que ela poderia fazer5 Em seu estado atual de raiva e provavelmente (%(ado&7ertamente ele não acreditaria caso Nate contasse a verdade. 2as ela não tevetempo para encontrar uma solu'ão porque& de repente& foi esmagada contra o

marques ao mesmo tempo em que ele apoderava-se de seus l+(ios.Nate sonhou muito com este momento& mas a realidade ultrapassou qualquer

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coisa que tinha imaginado. Em seus sonhos& as suas costeletas não arranhavam seurosto& os l+(ios não eram tão duros e insistentes e ele não introduzia a l0ngua emsua (oca com tanta ousadia.

Em seus sonhos& não a a(ra'ava tão fortemente e suas mãos não caminhavamatrav4s do tecido fino de sua camisola. E nunca& nunca tão perto de seu seio.

2as os sonhos eram assim. Às vezes a realidade era melhor. <uando sentiu as mãos do marqu%s em seus seios& arregalou os olhos. B que

ele estava fazendo5)aturalmente& a resposta era /(via. Ele estava come'ando a fazer amor. 7om

ferocidade.E ela gostou.Nate =+ foi (ei=ada& mas não desse =eito& 4 claro. Ela nunca dei"ou nenhum

homem a tocar do =eito que o marques estava fazendo. )em sequer dese=ara. arasua vergonha& ela desco(riu que estava gostando. 8t4 mesmo estava na ponta dosp4s& enquanto colocava os (ra'os em volta do pesco'o de ames& permitirndo acar0cia. E quando ele introduziu a l0ngua em sua (oca& saiu ao encontro. <ue tipode mulher permitia que um homem fizesse essas coisas vergonhosas5

8 partir da0 foi incapaz de manter um pensamento sensato& porque a mão queestava em torno de um de seus seios& come'ou a mover-se. 8gora& ele apertava osseios com as mãos enquanto a (ei=ava sem parar& meticulosamente e"plorando sua(oca com a l0ngua. Ela perdeu o fGlego e cam(aleou porque estava na ponta dosp4s.

erce(endo a sua situa'ão& ele simplesmente resolveu o pro(lema& deslizandoas mãos so( as n+degas de Nate para levant+-la. Então& parecia completamentel/gico para Nate cercar com as pernas a cintura dele& porque foi =ustamente o queela fez em seu sonho.

7om a diferen'a de que no sonho& sempre despertava em seguida e não notavaa coisa e"tremamente dura entre as pernas. >ampouco a apertava com entusiasmo&como ela dese=ava. Ele fez um som estranho& a meio caminho entre um gemido euma suplica& s/ que a dei"ou mais e"citada.

Em vista de que ele co(ria todo o seu campo de visão& não perce(eu para onde

estava sendo levada at4 ele a colocasse so(re uma superf0cie dura e plana. 8mesa. )o seu sonho não era o lugar onde fizeram amor& mas at4 então estavacome'ando a perce(er que o sonho era pequeno em compara'ão com a realidade.

Especialmente quando o marqu%s& sem sair de seus l+(ios& levantou-lhe acamisola tirando-a so(re sua ca(e'a.

Então& para sua decep'ão& ele parou de (ei=+-la. 6o( o luar& ela viu que a estavaolhando& em p4& com a camisola na mão. 6em dúvida deveria estar tentandoco(rir-se de alguma forma& afinal& estava completamente nua. 2as ela =+ haviavisto ,ure nu e o m0nimo que ela podia fazer era retri(uir o favor.

8l4m disso& gostava muito da forma como ele estava olhando para ela. areciaincapaz de afastar o olhar para longe de seu corpo. Então ele afastou as mãos dela

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ligeiramente para tr+s onde ele pudesse olh+-la com prazer. Ele gemeu de novo& acamisola foi atirada no chão e novamente apro"imou-se dela& mas não para (ei=arsua (oca e sim um dos seus seios.

6urpresa& &ate assustou-se e quase perdeu o equil0(rio por causa do calor queaquele (ei=o espalhou por todo o corpo. Ela nunca e"perimentou nada parecido. 8

estranha sensa'ão de impaci%ncia& entre as pernas& surgiu com for'a quando al0ngua de ,ure come'ou a dan'ar em torno de cada um de seus mamilos. Elaenfiou os dedos pelos ca(elos dele =ogando a ca(e'a para tr+s at4 que seus ca(elosvarreram a superf0cie da mesa. )a verdade& isso era muito (om ...

2as não foi nada comparado ao que ela sentiu quando o marqu%s passou osdedos entre as pernas dela. <uase caindo novamente& sentiu quando ,urecolocou a mão atr+s do seu pesco'o segurando-a& enquanto os l+(ios delepercorriam sua garganta. 8o mesmo tempo pressionava o mesmo lugar onde elamesmo havia pressionado no sonho. Espantada porque ele adivinhara o lugar ondee"atamente queria ser tocada& a(riu a (oca para e"pressar sua surpresa& mas ,uresilenciou-a com um (ei=o. 6ua l0ngua a invadiu e ela pensou que o pro(lema nãoera tão importante& afinal.

7omo vingan'a& o dese=o de acariciar esses om(ros que tinha visto furtivamenteparecia muito mais urgente e enfiou a mão so( a camisa. 8 suavidade da pele&onde não estava co(erto pelo pertur(ador pelo preto& a surpreendeu. 7omo se eleentendesse a sua curiosidade& apressado rasgou sua camisa& com for'a suficientepara ela ouvir o som do tecido.

Então tomou-a nos (ra'os nus e a apro"imou de seu corpo para (ei=+-lanovamente at4 que ela ficou sem fGlego. B que Nate então notou entre as suaspernas& não era o dedo& mas toda a for'a de sua ere'ão. Ela podia sentir a for'aatrav4s de sua cal'a& com impaci%ncia para livrar-se de seu confinamento. Eladecidiu li(ert+-la& mas não tinha a menor ideia de como a(rir as cal'as de umhomem. assou a sua mão so(re a frente da cal'a& procurando uma a(ertura&,ure afastou-se su(itamente ansioso& o que a fez pensar que o tivesse ferido.Então& ames a olhou como se ele a tivesse surpreendido.

elo menos foi o que ela entendeu& porque era (oa a e"pressão de seu rosto.

Ele estava de costas para o canto& com o rosto escondido nas som(ras. 8p/s ummomento Nate viu que ele me"eu as mãos. Então& como que por magia& as cal'asca0ram ao chão. B marqu%s tomou-a de volta nos (ra'os& e aquilo que ela queriali(ertar tão ansiosamente& estava pressionado entre suas pernas ....

F quando Nate perce(eu que as sensa'Ces que ela sentia no seu sonho&impaci%ncia& sentimento de vazio ... era o dese=o insatisfeito de ser penetrada porele. E se não estivesse errada& ele estava totalmente preparado para realizar essamissão.

2ais do que pronto. Ela não pedia muito& mas ele certamente não poderiareduzir o que a natureza havia dado a ele& e por isso não ia fazer de dif0cil nestemomento.

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 Enfim& olhou para cima para perguntar se poderia fazer algo a respeito ou não&seus l+(ios desceu so(re os dela novamente& tornando imposs0vel qualquer tipo deconversa. Então pareceu que ... crescia ainda mais. 6im! Ela não podia acreditar.8pertando os dedos& ela os passou de cima para (ai"o para ter certeza. )ão havianenhuma dúvida. 8 coisa estava ficando cada vez maior.

8ntes que ela pudesse entender o que estava acontecendo& ,ure a agarroupela cintura pu"ando-a para a (orda da mesa& at4 que ficaram unidos. Enquantosua l0ngua novamente invadia sua (oca& posicionava-se entre as pernas dela.

)o princ0pio& Nate rece(eu com alegria. *inalmente ia preencher esse vazio&acalmando o fogo que a consumia. Ele era maravilhoso ... 2as de repente uma doraguda a fez pular& afastando sua (oca e cravando as unhas nos om(ros dele. >eveque morder o l+(io para não chorar.

Era tarde demais. Ele a rasgou e agora& certamente morreria. 8terrorizada& elaagarrou-se a ele com os olhos cheios de l+grimas& certo de que iria para um outromundo a qualquer momento. 8li mesmo& em seus (ra'os.

2as um segundo depois& a dor diminuiu um pouco.—6enhorita 2a:heI&— murmurou o marqu%s.7ontra todas as pro(a(ilidades& ela riu.—Eu acho que neste momento seria melhor come'ar a me chamar de Nate.—6im Nate& —disse ele fitando seus olhos.evia ter perce(ido suas l+grimas& porque tomou seu rosto nas mãos e passou

os polegares pelo seu rosto.

—2aravilhosa Nate. —6ussurrou apoiando a testa na dela—Nate! —Depetiunovamente com uma nota de desespero na voz.

E então& como se não pudesse a=udar a si mesmo& como se estivesse tentando seconter& mas não conseguisse& entrou nela com mais profundidade.

Nate comprovou que =+ não do0a& enquanto com as mãos ainda em torno de seurosto& ames novamente apoderou-se de seus l+(ios& como para sufocar umposs0vel protesto. )em sequer passou pela ca(e'a dela protestar& enquanto osmovimentos de sua l0ngua em sua (oca conspiravam para fazer a ca(e'a dela girar.)ão s/ não do0a como ela estava gostando de t%-lo dentro dela. 2ais do que (om.

arecia a coisa certa. Era maravilhoso. 2ais do que maravilhoso. *oi o que estavaesperando por toda a sua vida.

Em última an+lise& não ia morrer.)ão& decidiu um instante depois& quando ,ure come'ou a mover-se&

lentamente no in0cio e depois cada vez mais rapidamente. Ela não ia morrer. 2astalvez ela =+ estivesse morta e ascendia ao c4u.

9sso 4 o que causou a sensa'ão de t%-lo tão profundamente dentro de si. Elacircundou as n+degas dele com as pernas e agarrou-se a ele com toda sua for'a&como se fosse a única coisa coerente em um mundo cheio de confusão. Em(oraestivesse movimentando-se com uma esp4cie de selvageria& ela não o largou.sando suas mãos para amortecer o contato de Nate so(re a mesa& ,ure inclinou-

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se so(re o corpo de Nate& sem interromper o seu impulso. E ela voltou a sentir o que sentiu quando havia colocado o dedo entre as pernas

enquanto pensava nele. 2as não era a mesma coisa. Bh& não! Era mil vezes& dezmil vezes& mais intenso.

 Era como se o c4u e"plodisse em uma mir0ade de estrelas douradas...e ela

estava caindo..caindo.. 2as a queda era divina& deliciosa& lJnguida. 8s asas dos an=os faziam carinhos

em sua ca(e'a at4 os p4s& em todos os lugares& uma e outra vez ...  Então a(riu os olhos. Estava deitada so(re a mesa de lorde ;ingate& na

(i(lioteca. B marqu%s ofegante& estava deitado em cima dela. Bh& não! 6ussurrou uma vozinha em sua mente.

Capítulo 1'

—8 partir de agora não ser+ mais a acompanhante de 9sa(el& —declarou;ingate& deitado ao lado dela na cama de casal com dossel.

Nate olhou para o c4u azul da cama& que quase tocava no teto alto& do quarto domarqu%s.

—or qu%5esde que havia tomado consci%ncia do que haviam feito& ficou imaginando

como ela poderia ter permitido uma coisa dessas acontecer.—,em& não quer ter as noites livres para passar comigo5 — erguntou lorde

;ingate com a voz um pouco arrastada e rouca que adquiriu desde a primeira vezque fizeram amor& algumas horas mais cedo naquele dia.

—8h ... sim. 7laro que sim.—H+ muitas coisas que quero ensinar para voc%.Ele estava deitado ao seu lado com a ca(e'a apoiada em uma mão& enquanto

com a outra afagava-lhe lentamente o quadril. arecia incapaz de parar de toc+-la.8ssim emaranhava os dedos pelo ca(elo dela& acariciava seu rosto e segurava suamão. Estava fazendo isso& desde que terminou a tormenta da primeira pai"ão na(i(lioteca& e então ela levantou o rosto& que at4 então estava escondido na curvado pesco'o de ,ure.

—$oc% 4 minha.)ada mais. 8penas essas palavras simples3 4 minha.)ão que Nate estivesse esperando uma proposta de casamento ou uma

declara'ão de amor& ou mesmo de agradecimento. 2as essas palavras tiveram um

efeito curioso. Especialmente porque ele havia falado com uma convic'ão feroz&como um guerreiro selvagem reivindicando os seus despo=os de guerra. 7om a

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diferen'a que o marqu%s de ;ingate& apesar de sua virilidade impressionante& nãoera um selvagem ... mas& ocasionalmente& =ogava o(=etos T ou pessoas - para forada =anela.

Em qualquer caso& Nate não queria ser considerada como uma presa.7ertamente compartilhou a mesma satisfa'ão que ele. elo menos no aspecto

f0sico.Emocionalmente& por4m& estava convencida de que havia cometido o pior erro

de sua vida.Lorde ;ingate não parecia ter esse pro(lema. e fato& a partir do momento que

declarou triunfalmente que agora ela lhe pertencia& não parou mais de falar so(reo futuro. m futuro em que Nate não seria mais a acompanhante da filha& mas ... aamante do pai.

—epois que terminarmos o des=e=um& come'aremos a procurar umapropriedade. Eu ouvi dizer que e"istem (elas casas em 7ardington 7rescent. $oc%gostaria de viver l+5

—orque eu não posso ficar aqui5—,em& porque as pessoas vão comentar& Nate. )/s não queremos que 9sa(el

sai(a o que est+ acontecendo entre n/s& não 45Ela voltou a sua aten'ão para o teto da cama de dossel. Blhar para o corpo nu

de ,ure do0a em sua alma. Ele parecia muito atraente e o dese=ava novamente&apesar de terem feito amor tantas vezes que perdeu a conta. )ão s/ era umamante apai"onado e e"tremamente ha(ilidoso& mas tam(4m era meigo& doce e

afetuoso. epois de proclamar que ela era MdeleM& apanhou-a so(re a mesa cominfinito cuidado e a levou nos (ra'os para o quarto.

ma vez l+& ele mesmo preparou para ela um (anho quente As tr%s da manhã&porque não queria acordar os criados. Em seguida a lavou com ternura& antes delavar-se tam(4m& como se quisesse apagar os vest0gios do seu crime. 2as nem(em a enrolou em uma toalha& voltaram a sucum(ir. esta vez& na enorme nacama enorme do seu senhorio.

 Depetindo v+rias vezes que era maravilhosa a (ei=ava continuamente. 7omo elapoderia resistir5 7omo ela poderia ficar indiferente a estas aten'Ces il0citas& mas

tão deliciosas52as agora o que ele estava propondo não era um passeio requintado.$irou-se at4 estar deitada so(re seu estGmago.— evo entender& lorde ;ingate& que não voltarei a ver sua filha5—elo amor de eus& Nate! — Ele disse pegando uma mecha de ca(elos loiros e

deslizando entre seus l+(ios&— me chame de ,ure.—)em mesmo poderei visit+-la& ,ure5 Bu passar uma tarde com ela5Ele não respondeu. Encantado por ouvi-la pronunciar seu nome& pu"ou-a para

perto e come'ou a (ei=+-la novamente. Bs l+(ios de Nate estavam entorpecidospela avalanche de (ei=os com que foi prodigalizada durante a noite& mas não podiare=eit+-lo. <uando ele a (ei=ava esquecia de todo o resto.

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 <uando um pouco mais tarde ele a soltou& ela olhou para a luz das velas& erepetiu3

—Então& eu nunca mais verei sua filha& não 45—)ão seria apropriado dadas as circunstJncias—& disse ele percorrendo a

garganta de Nate com um dedo. —2as não se preocupe com 9sa(el& ela encontrar+

uma outra dama de companhia& para n/s....para... podermos nos encontrar anoite ... para ...

)ão necessitou pedir-lhe para terminar a frase& porque a terminou de formamais eloquente3 aprisionando um de seus mamilos com seus l+(ios. Emovimentando com a l0ngua o (otão sens0vel.

Nate mergulhou os dedos em seus ca(elos.—Então eu vou ter que ficar o dia todo em casa esperando que voc% venha me

ver a noite5Ele disse algo que soou muito como M8mmm,"  mas era dif0cil dizer& =+ que ele

estava falandocom a (oca cheia.—rovavelmente& me cansarei de ficar sozinha.Ele levantou a ca(e'a e sorriu. E aquele sorriso era tão (onito que o cora'ão de

Nate (ateu mais forte.—6ozinha5 $oc% não estar+ sozinha& porque eu vou contratar a melhor

governanta de Londres para voc%. 6em mencionar o cozinheiro& o copeiro& lacaios ecocheiros. + posso v%-la em seu haeton preto e amarelo. #ostaria de um

haeton& Nate5 7om um par de cavalos cinza para com(inar com a cor dos seusolhos5

—)ão h+ dúvida. Então não vou ter mais nada para fazer5—F isso que est+ incomodando voc%5Ele riu e a (ei=ou novamente.—$oc% vai ter um monte de coisas para fazer& senhorita. Eu tratarei disso.

7ome'ando com a o(riga'ão de me fazer tão feliz como esta noite. Este tra(alhoocupar+ muito do seu tempo. <uanto a estar sozinha& não conte com isso& porqueeu estarei com voc% sempre que puder. 2as caso voc% realmente tenha medo de

ficar entediada& —ele continuou& apertando a ponta do nariz de Nate& talvez possacomprar-lhe uma lo=a de flores. )ão! 2elhor uma livraria! 9sso seria perfeito paravoc% que gosta de livros. #ostaria de cuidar de uma livraria& Nate5 >ornar-se umamulher de neg/cios5

Ela olhou& mas não conseguiu dar a resposta que estava na ponta da l0ngua3MNão, obri*ado. Não quero tornar-me uma comerciante. que eu quero + tornar-

me sua esposa.

F claro& que ela não manifestou o seu dese=o em voz alta& porque ele não tinhainten'ão de casar-se com ela. )em agora& nem nunca.

E ela sa(ia disto muito antes. *redd: disse que o 2arqu%s de ;ingate =uroununca mais casar-se novamente. )ão era inten'ão dele colocar seu cora'ão e seu

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nome em perigo uma segunda vez.E& mesmo assim& caso ele tivesse proposto& ela não o teria aceitado. 7omo

poderia5—>inha cometido a maior loucura da sua vida. )ão o fato de fazer amor com ele&

não. 9sso era irrelevante.

B que ela fez foi muito& muito pior.Ela sa(ia que estava apai"onada por ele.<ue estúpida!urante anos& convenceu-se de que era incapaz de amar. 9nclusive duvidava que

e"istisse o amor. F claro que ela amava seus pais a sua pr/pria maneira e tam(4m*redd:. Houve at4 um tempo em que ficou atra0da por aniel 7raven.

2as o entusiasmo de 9sa(el em falar com ardor e que a fazia encher folhasinteiras de poemas& ou& pior ainda& escrever can'Ces& não& não era para ela. Ela eramuito realista para chegar a isso.

Esse tipo de coisa s/ encontramos em livros. 2as o amor5 B verdadeiro amor5)ão havia tal coisa na vida real.

)o entanto& havia acontecido. Ela encontrou o amor. 2as não parecia que issofosse uma sorte. 8o contr+rio.

—$oc% est+ muito s4ria&—disse o marqu%s acariciando os l+(ios com um dedo—e nunca a vi tão s4ria. B que voc% est+ pensando5

7omo ela poderia dizer5 *altava-lhe coragem. 6e contasse que não poderia ficarcom ele& e não podia aceitar o que ele estava propondo& tentaria convenc%-la. E ela

aceitaria porque ,ure come'aria a (ei=+-la novamente e esses (ei=os e"erciam umpoder terr0vel so(re seu corpo e sua mente.

*elizmente& ela não teve que responder& porque de repente&,ure e"clamou3— <ue idiota eu sou! $oc% est+ cansada e deve estar se perguntando quando eu

vou decidir dei"+-la dormir. Então vamos dormir& —disse ele sentando-se parasoprar as velas.

eitando-se ao lado dela& pu"ou o corpo de Nate contra ele.—8gora vamos dormir. 8manhã nos espera um dia muito cheio& Nate.Ela permaneceu em sil%ncio com o rosto descansando em seu (ra'o& o (ra'o

musculoso que nunca imaginou que um dia serviria como uma almofada. Emanteve os olhos a(ertos& mesmo at4 um pouco mais tarde& quando elemurmurou seu nome& (ei=ando-a na face. 2uito docemente. 8ntes de adormecer.

Então ela come'ou a chorar& sem fazer qualquer ru0do. Ela temia que as l+grimasque umedeciam os (ra'os de ,ure& o acordasse. 2as ele não se moveu. 6uarespira'ão tornou-se mais r0tmica e profunda.

7erca de K minutos depois& Nate levantou o (ra'o de ,ure& onde estavaapoiado& soltou-se e deslizou para fora da cama. )ão encontrando sua camisola&voltou para seu quarto como estava& ou se=a& nua.

Estava prestes a amanhecer e o cozinheiro logo estaria preparando o caf4 damanhã. Nate não tinha muito tempo. $estiu-se e pegou algumas coisas. epois

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mandaria algu4m para recolher o restante. Lad: ,a((ie não gostou nada de que acolocassem em uma cesta uma hora mais cedo& mas Nate não teve outra escolha.6/ esperava que os miados da gata não acordassem a casa inteira enquanto eladescia as escadas.

ma vez na porta& virou-se para lan'ar um último olhar A sua volta. )a cama em

que ela não havia dormido naquela noite& dei"ou uma carta endere'ada a Lad:9sa(el. 7ertamente ela a encontraria quando entrasse no quarto para falar so(re oque fariam naquele dia. <uando Nate pensou nisso& seus olhos encheram-se del+grimas. Então& saiu correndo fechando a porta atr+s dela.

Eram apenas cinco da manhã& mas havia pessoas nas ruas e não foi dif0cilencontrar um carro para alugar.

Parte (oisCapítulo "!

)o caf4 da manhã&,ure sentou-se no seu lugar ha(itual na ca(eceira da mesa&e pegou o =ornal que $incennes levou para ele e come'ou a ler. ormiu muitopouco& mas estava em sua melhor forma.

ouco depois apareceu 9sa(el& que caiu em uma cadeira no outro e"tremo damesa. Ela parecia estar de mau humor.

,ure esperou alguns segundos para ver Nate aparecer& porque ela semprechegava logo ap/s sua filha& sentando-se entre eles. 2as depois de alguns minutos&não pGde dei"ar de perguntar3

— 8 senhorita 2a:heI ainda est+ dormindo5

6a(endo muito (em que ele foi o respons+vel pelo cansa'o dela& sorriu& semsentir o menor remorso.

— Eu não sei. —9sa(el disse friamente.—8 senhorita 2a:heI não est+ aqui.Ele quase engasgou com o caf4.— )ão est+5 — Ele repetiu& quando conseguiu falar outra vez.—B que voc% quer

dizer59sa(el distra0da olhou para o prato de pei"e que $incennes estava colocando na

frente dela com um floreio.— E"atamente o que voc% ouviu3 não est+ aqui. *oi for'ada a dei"ar-nos. )ão& eu

não quero pei"e& vou comer os ovos.,ure dei"ou cair o =ornal das mãos.

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—Lad: ,a((ie 4 sua gata& 4 claro& —continuou 9sa(el& felizmente ignorando ocurso dos pensamentos de seu pai. —E como a levou& não vai voltar por algumtempo. or outro lado não a culpo. Estou certa de que comportou-se de uma formahorr0vel com ela.

Esta o(serva'ão levou a doces lem(ran'as da noite. Ele (alan'ou a ca(e'a.

—<uando5 <uando eu me comportei de maneira horr0vel com ela5—Bntem A noite& 4 claro. <uando voc% afugentou o 6r. 7raven e ralhou com ela.

)ão foi por culpa dela que o 6r. 7ravem apareceu =ogando pedrinhas contra a =anela dela.

—6r. 7raven5,ure levantou-se e apoiou os punhos na mesa.—aniel 7ravem5 <ue dia(o ele veio fazer aqui59sa(el sacudiu os cachos negros.—$amos& papai& eu sei muito (em. Eu ouvi tudo. Ele tam(4m me acordou com

as pedrinhas. 6a(e perfeitamente que ela ordenou que ele sa0sse. Ela não gostadele. *rancamente& não deveria ter gritado como voc% fez& e muito menos apanh+-la pelos ca(elos e coloc+-la para dentro de casa.

—aniel 7raven5 —,ure resmungou.— *oi aniel 7raven& que estava no =ardimcom ela5

— 7laro que sim! <uem pensou que fosse5e repente& ele teve a sensa'ão de que seus ossos estavam desintegrando-se.

8pressado& tornou a sentar-se porque as pernas não o sustentariam.

aniel 7raven. Estava certo que era ,ishop quem estava no =ardim com Nate.2as não& era aniel 7raven. Ele a acusou de ... o qu% e"atamente5 )ão recordavaagora. Em todo caso& ele suspeitou na hora& que Nate encontrou-sepropositalmente com o 7onde de almer no =ardim.

2as não era ele& mas 7raven& esse homem que a enchia de terror cada vez queo encontrava. 7omo poderia acus+-la de ...

E ela não fez nada& a partir do momento que ele come'ou a (ei=+-la& ela nãodisse nada.

B que não muda o fato de que ele a acusou de algo horr0vel& quando ela era

completamente inocente.E agora ela foi em(ora& s/ eus sa(e para onde.—)ão 4 necess+rio fazer essa cara& sa(e5— isse 9sa(el.,ure olhou-a com seus olhos estreitados. Ela estava com o cotovelo na mesa e

o quei"o na mão& olhando-o com um sorriso gentil& enquanto me"ia o ch+.—>enho certeza de que ela o perdoar+ pelo que voc% disse na noite passada&

papai. 8lgumas manhãs eu acordo com um humor horr0vel e ela sempre meperdoa.

,ure não sa(ia o que responder. >eve a sensa'ão de que algu4m aca(ou dea(rir seu peito& arrancando-lhe o cora'ão e o arremessando-o ao chão.

E at4 ontem A noite& nem sa(ia que possu0a um cora'ão.

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— 8 senhorita 2a:heI voltar+ em (reve& —disse 9sa(el com confian'a3 —)ãolevou seus livros.

,ure passou o dia inteiro em casa& esperando& mas cada vez que $incennestrazia uma (ande=a de prata com algumas mensagens& procurava em vão por umasimples nota de Nate 2a:heI. Ela não voltou nesse dia& nem enviou uma carta

dizendo que onde estava nem quanto tempo ela permaneceria ausente.B mesmo aconteceu no dia seguinte e no outro.8t4 então& a primeira rea'ão de (ure foi de surpresa e m+goa& depois ele

mergulhou numa raiva intensa que não conseguia entender. 8final& era como seNate o tivesse rou(ado ou o a(andonado com outro homem. )ão& simplesmentedesapareceu& sem uma única e"plica'ão. 7omo ela poderia ter feito isso depois deterem passado a noite =untos5

Ele nunca tinha visto nada parecido. )unca. 7omo uma mulher poderia dei"+-lodepois de uma noite como aquela5 Era algo incompreens0vel.

8 menos que ... 8 menos que algo a tenha for'ado. 7laro que errou com rela'ãoa aniel 7raven. m erro lament+vel. 2as ela o perdoou quando seus l+(ios seencontraram& ele estava completamente certo disso.

Então& por qu%5 or qu%57omportou-se com ela como o mais atencioso dos amantes& o mais cuidadoso e

carinhoso. elo menos na medida do poss0vel& =+ que foi o(rigado a tirar suainoc%ncia. epois disso& ele teve que controlar-se com uma enorme for'a devontade. >eve que segurar o seu orgasmo& o maior tempo poss0vel& com medo de

assust+-la. )unca antes foi tão intenso. E ela era muito =ovem e pequena& e eletemia machuc+-la.

)o entanto& para sua grande surpresa& esta pequena fada& delicada e leve comouma pluma& mostrou ter muita sensualidade& e ser capaz de e"traordin+ria pai"ão ea(andono.

E agora ela se foi& apesar do imenso prazer que os dois haviam compartilhado&sua aten'ão& sua oferta para comprar-lhe uma casa& uma carruagem e uma livraria.)unca foi tão generoso com suas amantes!

E nunca havia sentido por elas& at4 mesmo por sua esposa& o que sentia agora.

epois de cinco dias& ,ure chamou os criados para um interrogat/rio. 2as&apesar da tristeza de todos eles& pelo desaparecimento de Nate& ningu4m podedar nenhuma informa'ão so(re seu paradeiro. >odos confirmaram& que Nate nãotinha parentes vivos. Então a 6ra. 7lear: foi enviada para casa de 7:rus 6ledge& coma missão de fazer a mesma entrevista com os seus criados. arecia a(surdoquestionar os vizinhos so(re um mem(ro de sua equipe& mas não sa(ia comopoderia agir. Enfim& não importava o que 7:rus 6ledge pudesse pensar. >udo o queele queria era encontrar Nate.

reocupado em não alarmar sua filha& esfor'ou-se para mant@e-la afastada desuas investiga'Ces desesperadas. *elizmente& por causa de seu romance com#eoffre: 6aunders& repetia de tempos em tempos que estava ansiosa pela

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companhia de Nate porque queria contar um monte de coisas para ela. 8t4 mesmochegou a dese=ar& que o parente misterioso morresse depressa& assim Natepoderia retornar em (reve. ,ure s/ tinha um motivo para ficar alegre3 9sa(el nãomanifestou nenhum dese=o de ir para qualquer um dos inúmeros convites querece(eu& de modo que ele livrou-se de acompanh+-la. 9sa(el declarou que era um

a(surdo assistir qualquer (aile não estando a senhorita 2a:heI para a=udar apente+-la. 7aso #eoffre: a visse com uma esp4cie de couve-flor na ca(e'a& partiriaaterrorizado.

ez dias depois do desaparecimento de Nate& ,ure passava pelo corredor&quando ouviu um (arulho no quarto de Nate. 8 porta estava a(erta.

ma torrente de emo'Ces o em(argaram& o al0vio porque finalmente ela haviaretornado& a amargura que sentiu por Nate t%-lo dei"ado tão friamente& aantecipa'ão deliciosa para ouvi-la novamente dizendo seu nome ...

Ele entrou no quarto& mas s/ estava a 6ra. 7lear:& acompanhada de um lacaioque a=udava a colocar alguns livros em uma cai"a de Nate. 8o ouvir o ru0do depassos& a governanta olhou e para surpresa de ,ure& a viu ficar vermelha. )uncaviu sua governanta corar antes.

—8h& milorde& —disse precipitadamente.—Eu sinto muito ter pertur(ado voc%. Ele olhou para a cai"a& para os livros que o criado segurava na mão e para as

faces vermelhas da 6ra. 7lear:.—Bnde ela est+5— Ele falou (ai"inho e sem que(rar nada. )ão& ele falou com

muita tranquilidade.

8 6ra. 7lear: a=eitou-se.—2ilorde& eu rece(i uma carta ho=e de manhã. Estava prestes a mostrar para o

senhor& —acrescentou& torcendo as mãos.—Bnde est+5—ara ele& o tom de sua voz ainda parecia calmo& mas não para a governanta

que apressou-se a pegar um peda'o de papel no (olso do avental.—8qui est+. —disse3 2as não est+ escrito pela senhorita 2a:heI. iz que não

pode voltar a Londres por um longo tempo e que seria melhor contratar outradama de companhia para 9sa(el.

,ure pegou a carta e come'ou a ler.—Eu não sei como dizer& milorde& porque imagino o quanto esta not0cia vai

afetar Lad: 9sa(el. Ela adoro a senhorita 2a:heI e tenho certeza que osentimento 4 rec0proco. 8 senhorita 2a:heI nunca teve uma palavra ruim para elae voc% sa(e como 4 dif0cil isso acontecer& tratando-se de garotas da idade dela ...—disse a governanta.

,ure =+ não a escutava. 6ua aten'ão estava fi"a no endere'o onde Nateimplorava A 6ra. 7lear: para enviar o restante dos seus pertences.

—Lad: 9sa(el vai sentir-se mal com esta not0cia& —continuou a governanta& — eureceio milorde

 2as o marqu%s precipitadamente& saiu para fora do quarto.

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Capítulo "1

8 criada a(riu a porta olhou atentamente para o cartão de visita que ,ureapresentava.

—Lorde ;ingate para ver Lad: almer. —disse ele.—6im& milorde& vou ver se milad: pode rece(%-lo.Ela levou ,ure para uma sala onde ele ficou esperando& enquanto acariciava a

ideia de demolir a casa pedra por pedra at4 encontrar Nate& mas provavelmentenão era o melhor modo de agir.

8 porta foi a(erta alguns minutos mais tarde e entrou uma mulher idosa ero(usta. Estava co(erta de =oias e vestindo-se fora de moda& mas com certezavestir-se a última moda não era uma prioridade para ela. evia terapro"imadamente anos.

8 condessa viúva foi at4 ele apoiada em uma (engala com punho de marfim.—Lorde ;ingate& eu mal podia acreditar nos meus olhos quando $irg0nia

entregou-me o seu cartão. >em muita cara de pau =ovem& apresentando-se assimem uma casa respeit+vel. Est+ ainda em desgra'a& desde que divorciou-se de suaador+vel esposa. 8lguns malucos podem ter esquecido essa esquecer afrontamoral& mas isso não 4 o meu caso. Eu diria que o div/rcio 4 um pecado. m pecadomortal. 6e=a qual for o número de amantes que a sua esposa teve.

a (oca de ,ure saiu uma esp4cie de grunhido animal.—Bnde ela est+5—Bnde est+ quem5 —8 viúva acenou sua (engala para ele.—Eu não sei o que

voc% est+ falando.—$oc% sa(e muito (em o que eu estou falando.—respondeu com um dese=o

violento de estrangular a mulher& apesar de sua idade avan'ada. —Natherine

2a:heI. Eu sei que ela est+ aqui. Eu li a carta na qual ela pediu que entregassemsuas coisas neste endere'o. or favor& permita-me v%-la.—Natherine 2a:heI5 —Depetiu a viúva realmente surpresa3 —$oc% 4 tão

estúpido a ponto de acreditar que apesar de ter concordado em ver um homemcomo voc%& que não pode descer mais (ai"o do que est+& estaria disposta a a(rir aporta da minha casa para a filha do homem que mandou meu marido para asepultura5 $oc% deve ser louco& lorde ;ingate. $oc% certamente parece. Eu nuncavi qualquer cavalheiro tão desalinhado como voc% neste momento. <uanto tempofaz que não se arruma5

—Eu sei que ela est+ aqui. Eu estou disposto a procurar na sua casa at4encontr+-la.

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—9sso 4 o que veremos! $irg0nia! $irg0nia!8 criada enfiou a ca(e'a pela porta.—$+ (uscar aco(s! Eu quero que ponha esse desequili(rado para fora&

imediatamente.m instante depois que a criada fechasse a porta& entrou o conde de almer&

com uma e"pressão de desgosto.— or que est+ gritando desse =eito& mamãe5 )ão se ouve mais nada nesta

casa.<uando seus olhos ca0ram so(re o 2arqu%s& ficou (oquia(erto.6em hesitar& ,ure andou o curto espa'o que os separava e deu-lhe um soco

no rosto que fez com que o conde ca0sse de costas& levando =unto com ele umapequena mesa e o vaso de flores que estava so(re ela. 8 viúva tam(4m gritou&antes de cair no chão& inconsciente. 6em a menor preocupa'ão para com ela& ,ureagarrou ,ishop pela gola do casaco e o levantou do chão.

— Bnde ela est+5 —Depetiu sacudindo-o com cada s0la(a.2as o conde não estava tão inconsciente quanto parecia. 7omo resultado& deu

um gancho de direita em ,ure que (ateu num arm+rio cheio de estatuetas deporcelana& que voaram em todas as dire'Ces com um (arulho ensurdecedor.

— Ela não est+ aqui& seu desgra'ado! E mesmo que estivesse& voc% seria a últimapessoa a v%-la.

Emergindo do que restou de uma multidão de pastores de porcelana deresden& ,ure deu um soco s/lido no nariz de *redd:. B sangue espirrou para o

sof+ azul.—Ela est+ aqui& —repetiu o marqu%s respirando com dificuldade. ,ure tinha

uns dez anos mais do que o conde& mas ainda estava em (oa forma para a luta. —2inha empregada rece(eu uma carta de Nate& dizendo que suas coisas deveriamser entregues neste endere'o.

—e fato& —disse ,ishop rodando em volta do marqu%s com cuidado. —Estamanhã rece(i uma carta dela pedindo-me para guardar suas coisas por umtempo ...

,ure chutou a poltrona que ficava entre o conde e ele. Ela aterrizou no (uraco

da lareira que& felizmente não estava acesa.—Hist/ria! $oc% diria qualquer coisa para ficar com ela.—)ão hesitaria em faz%-lo nem por um segundo& caso isso a protegesse de um

animal como voc%. Esta resposta ocasionou mais um golpe que mandou *redd: para o sof+. ,ure

pulou em cima dele& mas logo ficou arrependido porque *redd: do(rou os =oelhosna hora certa e o fez voar pelos ares. B marqu%s caiu de costas& com um rugido demadeira que(rada.

2ovendo-se com dificuldade& *redd: conseguiu rolar para o lado e conseguiumontar em cima do marques& agarrando-o pela garganta.

—Dealmente& —continuou ele& —ela não est+ aqui. eve estar louco para pensar

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o contr+rio. 2inha mãe prefere rece(er Wtila& o Huno& a Nate 2a:heI.,ure& que estava fazendo um verdadeiro esfor'o para escapar das garras de

*redd: que aparentemente estava decidido a enforc+-lo& ficou im/vel por ummomento.

—or qu%5

— or que5— Depetiu o conde entre dentes com esfor'o.—$oc% sa(e muito(em porqu%.

7ansado desse =ogo& ,ure socou-o na ca(e'a& =ogando-o contra a parede ondeele ficou co(erto de sangue e sem respira'ão& ofegando alto. *erido menosgravemente& ,ure arrastou-se para o lado dele e caiu ao seu lado.

8m(os estavam tentando recuperar o fGlego quando a porta a(riu-se derepente. m mordomo& acompanhado por dois criados enormes& entraram na sala.

—2ilorde&—disse o mordomo& ao ver que a condessa estava desmaiada.—recisa de a=uda5

*redd: olhou para ,ure.—0sque5,ure assentiu.—0sque& —disse *redd: ao mordomo.

B mordomo assentiu com a ca(e'a& olhou tristemente para a porcelanaque(rada& estremeceu e retirou-se& seguido pelos criados que levaram a viúva.

—or que sua mãe odeia Nate5 — erguntou o marqu%s& quando recuperou ofGlego.

—$oc% 4 muito estúpido& —o conde falou desdenhosamente limpando o narizcom a manga do casaco. —$oc% sa(e mesmo muito pouco so(re Nate!

or um momento&,ure estava prestes a dizer o quanto ele a conhecia& masconteve-se a tempo.

—7laro que eu a conhe'o. elo menos o suficiente.—Eu pensei que tivesse feito algumas perguntas so(re sua origem antes de

contrat+-la.,ure piscou para ele& sentindo que um clarão de raiva corria ainda em suas

veias.

—6e est+ tentando me dizer que Nate 4 uma ladra& 4 voc% que não sa(e nadaso(re ela.

—)ão& não 4 certamente um ladra. B ladrão era seu pai.—6eu pai58 porta a(riu e o mordomo entrou com uma (ande=a em que estava uma

garrafa cheia de l0quido Jm(ar e dois copos. $endo que a mesa foi derru(adadurante a luta& ele a=oelhou-se e colocou a (ande=a no chão ao lado do conde. Emseguida& removeu a tampa e despe=ou dois dedos de u0sque em cada copo devidro.

—B(rigado aco(s —disse ,ishop — 2inha mãe est+ (em5—7ontinua desmaiada milorde. 8 criada est+ colocando sais nela.

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—>udo (em& aco(s& dei"e a garrafa.—7ertamente& milorde— disse o mordomo.8ntes de fechar a porta lan'ou um último olhar triste aos pastores decapitados.—)/s est+vamos falando so(re o pai de Nate& —lem(rou ,ure ap/s esvaziar

metade do seu copo.

7om um ou dois dentes soltos& ,ishop tomou o l0quido com mais cuidado.—7erto. $oc% quer me dizer que não sa(e quem era o pai de ate5,ure inclinou a ca(e'a para tr+s contra o papel de parede florido. Eles estavam

sentados so( uma =anela e l+ fora& um p+ssaro come'ou a cantar.—)ão.—B nome de eter 2a:heI diz alguma coisa5—eter 2a:heI5 8cho que sim.—F claro que voc% conhece& porque est+ na (oca de todo mundo h+ sete anos.

elo menos na última d4cada.— or que5 — ,ure perguntou ironicamente. —>am(4m divorciou-se de uma

esposa infiel depois de atirar pela =anela seu amante5,ispo olhou-o eno=ado novamente.—7ertamente que não. eter 2a:heI era um importante (anqueiro em

Londres. Ele morava com sua esposa e filha em 2a:fair.—2a:fair5 —,ure disse& as so(rancelhas levantadas.—6im& 2a:fair& em all 2all na casa ao lado da minha.,ure assentiu.

—Então& Nate e voc% cresceram =untos.—E"atamente&— disse *redd:& derramando um segundo dedo de Ihis: no

copo - —6eu pai tinha muitos clientes& inclusive meus pais. Bito anos atr+s&2a:heI teve a infelicidade de encontrar um =ovem que dizia possuir uma mina dediamantes na Wfrica& mas esta mina não podia operar por falta de fundos. Eu nãoconhecia este cavalheiro& mas 2a:heI parecia confiar nele& a ponto de incentivarseus amigos e vizinhos a investir na mina de diamantes.

—2ina que não e"istia&— falou ,ure.—7laro que não. B cavalheiro em questão levou o dinheiro de todos os clientes

do 6r. 2a:heI incluindo a maior parte da fortuna dele e fugiu com ela. elo menosessa 4 a versão dada por 2a:heI.

—Houve alguma razão para duvidar de sua palavra5—igamos que o suficiente para que uma s4rie de investidores afetados&

incluindo o meu pai processarem 2a:heI.,ure lam(eu os l+(ios& notando pelo seu sa(or salgado que estava sangrando.—E então5 <uem ganhou5— B qu%5 $oc% não sa(e5— disse ,ishop surpreendido—Nate não contou5,ure respirou fundo& profundamente irritado.—)ão. Nate não me disse nada.—8 questão nunca foi a =ulgamento porque o homem que foi convocado a

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comparecer& eter 2a:heI& morreu um dia antes do =ulgamento.—2orto5 B inc%ndio5—8h! Então Nate falou alguma coisa so(re isso.—6/ me disse que seus pais morreram em um inc%ndio.—6im& foi isso o que aconteceu. Eu estava na faculdade nesta 4poca& mas os

funcion+rios ainda falam so(re isso. 8s chamas su(iram a v+rios metros de altura.Bs empregados e Nate conseguiram escapar. 2esmo a condenada da sua gataso(reviveu. B fogo foi contido em uma ala da casa. Bs novos propriet+riosreconstru0ram da mesma maneira. )a verdade& apenas o quarto dos pais dela foidestru0do. Estranho não 45

,ure fez uma careta.—B que est+ insinuando5—F estranho que um inc%ndio tão violento não tenha se propagado pela casa

toda& mas ele concentrou-se em um ponto apenas& antes de espalhar-selentamente. Dealmente não foi dif0cil de dominar.

—B que voc% est+ tentando me dizer5 Eu não posso perder tempo& ,ishop. *alade uma vez& maldi'ão!

—>udo (em. 6empre gostei de fu'ar o li"o& >raherne& então aqui vai3 Houvesuspeitas. izia-se que o inc%ndio foi provocado. o entulho sa0a um forte cheirode /leo& muito forte para ser s/ de uma das lJmpadas.

—$oc% est+ insinuando que algu4m assassinou os pais de Nate5—eus& não! )ão& s/ acharam que eter 2a:heI provocou o fogo& para evitar a

humilha'ão de um =ulgamento.— m suic0dio5—,em& para mim& nunca foi tão evidente. uvido que sua esposa tivesse alguma

coisa a ver com a coisa toda. 8 desco(riram na cama& (om& o que restava dela. Elanão teve tempo de acordar.

—6enhor —,ure suspirou com os dedos fechados em torno do copo& —eu nãosa(ia nada disso.

*redd:& não conseguia (e(er o u0sque tão facilmente porque estava mantendo agravata no nariz para estancar o sangue& então destampou a garrafa e (e(eu

diretamente do gargalo.— Nate nega-se a falar so(re isso& eu compreendo. )a minha opinião& est+

tentando esquecer tudo. 7reio que nem os seus patrCes& nem os criados deles&nunca sou(eram quem ela era. E houve um tempo em que ela gozava dos mesmosprivil4gios daqueles que ho=e a empregam.

,ure pegou a garrafa e tomou um gole generoso de u0sque .—epois daquela noite& quando os criados a encontram inconsciente nas

escadas e a levaram para a rua& nunca& mas nunca mais foi a mesma. )ingu4m sa(ecomo ela foi parar nessa escada. 8lguns acreditam que foi seu pai quem a levouantes do in0cio do inc%ndio& para garantir que fosse salva. 2as Nate ...

ames cravou nele seus olhos verdes.

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—6im5—Nate sempre disse que as coisas aconteceram de outra forma. $oc% tem que

entend%-la. )ão 4 (om pensar que seu pai suicidou-se levando com ele sua esposapara evitar a prisão e a humilha'ão. 8ssim& ela inventou uma hist/ria e aca(ouficando convencida de que 4 a verdade.

—<ue hist/ria5 — erguntou ,ure certo de =+ conhecer a resposta.—,em ... alega que o =ovem que inventou a e"ist%ncia da mina de diamantes&

apareceu no meio da noite e ateou fogo na casa para evitar o depoimento de eter2a:heI. orque& claro& eter 2a:heI tinha a inten'ão de provar a sua inoc%nciacom a a=uda de seus advogados e depois ia atr+s da pessoa que fugiu com seudinheiro.

aniel 7raven. )ão poderia ser outra pessoa. B que ela respondeu quando euperguntei a ela porque estava tão afetada pelo aparecimento desse homem5 Eladisse3 Eu estava com raiva por ele não ter assistido aos funerais dos meus pais& oualgo assim. 6enhor! <ue estúpido havia sido! Ela suspeita que 7raven assassinouseus pais. 8gora entendo porque ficava tão p+lida quando ele estava por perto.

 E ele& um idiota e tanto& suspeitou na 4poca& que Nate estava flertando comesse homem. B mesmo homem que havia queimado vivos os pais dela.

,ure olhou para o conde. Bs dois estavam meio (%(ados& porque aca(aram(e(endo uma garrafa inteira de u0sque e era apenas meio-dia. *osse o que fosse&não e"plicava o sentimento de tristeza que foi crescendo lentamente em seuinterior.

>entou esclarecer suas ideias e falar de forma pac0fica.—,em& vamos recapitular. B pai de Nate não era um ladrão propriamente dito.—)ão& era apenas um idiota.—m tolo& mas tam(4m um cavalheiro.—m cavalheiro estúpido.—2as em última an+lise& um cavalheiro—& disse ,ure —Então& Nate 4 filha de

um cavalheiro.—6im& —disse ,ishop& depois de alguma considera'ão. 2as a palavra saiu

parecendo 3 "chhiiiim".

—2as qual 4 a diferen'a5 —perguntou. —*ilha de um cavalheiro ou não& umhomem 4 o(rigado a tratar adequadamente uma mulher.

,ure olhou para ele.—$oc% est+ dizendo que eu não a tratei como merecia5 9sso 4 o que ela diz em

sua carta5—)ão. Ela s/ disse que não poderia mais ficar em Londres e pediu-me para

enviar-lhe suas coisas.Ele pegou a garrafa e tomou outro gole.—9sso 4 tudo o que eu sou para ela& um lugar para dei"ar os seus pertences. Ei!

— Então& o conde estreitou os olhos. —7omo 4 que a chama de Nate5 ara voc%deveria ser "senhorita 'a(he),M >raherne. 8 menos que ela tenha dei"ado sua

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casa por uma razão desconhecida ...—E para onde pediu-lhe que enviasse suas coisas5—erguntou ,ure

esfor'ando-se para adotar um tom neutro.*redd: levantou a garrafa rindo de modo estúpido.—$oc% acha que eu sou um tolo& >raherne5 $oc% acha que eu vou dizer5 Em(ora

ela não tenha dito claramente& na verdade& mas eu não diria mesmo que sou(esse.E voc% pode me matar com golpes& mas não vai mudar as coisas.

,ure riu =unto com ele.—F claro que voc% me dir+& ,ishop& porque agora n/s somos (ons amigos e sei

que estou sinceramente interessado em Nate.—)ão& isso não 4 verdade. Eu sei porque eu sinto o mesmo interesse. 7om a

diferen'a que eu quero casar-me com ela& claro.,ure olhou para ele.—7omo voc% sa(e que eu não quero casar-me com ela5—$oc%5 — *redd: riu.— 7asar com Nate5 9mposs0vel!— or que& maldi'ão5—>odo mundo sa(e que depois de seu div/rcio =urou nunca mais casar com

ningu4m. Nate sa(e disso.,ure e"aminou-o cuidadosamente.—7omo 4 que Nate sa(e& pode fazer o favor de me dizer5 Eu nunca disse isso a

ela.—Eu mesmo disse. 7ontei-lhe que a dei"aria quando estivesse cansado dela.

  ,ishop quase dei"ou cair a garrafa quando quando voltou-se para o seuparceiro (%(ado com e"pressão acusadora.

— )ão foi por isso que ela foi em(ora5 $oc% =+ a arruinou& seu (astardo5,ure foi incapaz de responder. 8 verdade 4 que ele realmente a arruinou& mas

naquele momento não parecia. E& claro! or esse motivo fugiu. 2as não admitiriaisso para o 7onde de almer. Ele não estava totalmente errado. )ão fez planos parao futuro de Nate& sem falar so(re casamento5 Ele havia proposto viver em pecado&em vez de se casar com ela.

2as como ele poderia sa(er que ela era filha de um cavalheiro5 Ela nunca

contou a ele so(re seu passado.B(viamente isso não era desculpa. 8s mulheres não poderiam ser tratadas da

maneira que tratou Nate& fosse ou não a filha de um cavalheiro. 2as ele desistiu dequalquer ideia de casamento h+ dezessete anos e naquela noite ainda não haviapensado nessa possi(ilidade.

8gora& ele perce(eu seu erro. 6e ele tivesse sido mais esperto& não estaria aqui&sentado no meio de um salão destru0do& (e(endo u0sque em plena luz do dia&imaginando como era poss0vel um homem que não tinha cora'ão poderia estartão certo que o seu estava que(rando.

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Capítulo ""

0aro #orde :in*ate, dizia a nota.,em& 4 claro. B que ele esperava5 <ue ela o chamasse pelo seu nome de

(atismo5 8penas uma vez ela o pronunciou e isto s/ porque ele havia pedido. Elanão quis dizer na carta& que nunca mais o veria novamente.

0aro #orde :in*ate

3u sei que de!e estar muito an*ado comi*o, mas ti!e que partir. 3u teria

*ostado de ser a sua amante, mas não sir!o para isso. ;udo que ter<amosconse*uido + que n2s fossemos infelies. 3spero que me perdoe e não me odeie por

ter solicitado a lorde Palmer para entre*ar-lhe esta carta. /eria melhor não ou!ir

 falar do senhor por um tempo. $sse*ure a #ad( 1sabel todo o meu carinho,

tentando e=plicar a raão da minha partida, sem dier a !erdade. 3 e!ite a fu*a

dela para casar-se com /aunders. >ue eus o aben7oe. /ou e sempre serei sua

ami*a.

/inceramente.

 

&ate 'a(he)

7laro que a nota foi escrita em papel onde poderia ser encontrado em qualquerparte. Escrita sem ca(e'alho ou qualquer sinal que indicasse a sua prov+velorigem.

Ele leu a carta v+rias vezes& mas a mensagem era clara e não dizia nada nasentrelinhas.

)enhuma recrimina'ão. )enhuma culpa. )enhum vest0gio de l+grimas so(re a

tinta. <uantos rascunhos foram escritos at4 chegar a carta final5 )ão dei"ouescapar nenhum ind0cio que permitisse localiz+-la e em nenhum momento deu aentender que ela queria ser encontrada.

,em. 8final estava rece(endo o seu merecido castigo. )em mesmo esperavarece(er uma carta dela. Ele ficou realmente surpreso quando ,ishop (%(ado eensaguentado& de repente a tivesse na mão& quando eles se separaram. )averdade& no in0cio ele achou que era uma fatura feita As pressas& com o valor doestragos que havia causado na sala de sua mãe.

— F uma carta de Nate& — disse *redd:& com a voz a(afada pelo pano que

mantinha so( seu nariz. — )o in0cio eu não queria entregar& mas depois ... (em& euacho melhor voc% ler.

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 8 primeira coisa que ,ure fez foi verificar o lacre de cera e ,ishop riu.— )ão fique preocupado& eu não a li. 8 verdade 4 que eu não sei o que

aconteceu entre voc% e ela e nem quero sa(er.

ames concordou com ele so(re esse ponto. Ele tam(4m não queria sa(er. elo

contr+rio& ele tam(4m queria esquecer tudo o que havia acontecido desde que elesse conheceram em uma noite de nevoeiro.

8ssim& seis horas ap/s sua luta com *redd:& entrou no escrit/rio e não na(i(lioteca. )ão foi poss0vel decidir entrar l+ novamente desde a noite em que ele eNate fizeram ... 9sso tam(4m queria esquecer.

or isso& estava em seu escrit/rio onde estava lendo e relendo a carta enquanto(e(ia seu pr/prio u0sque . 7ertamente não era a melhor maneira de esquecer a =ovem& mas ele não conseguia largar a única coisa que restava dela. ,em& e"cetosua camisola e o ro(e& que pegou na (i(lioteca antes dos servos desco(rirem& e osconservava em(ai"o do travesseiro.

— 6entimental5 6im. 7omo um (e(% chorão (%(ado5 >otalmente.Em todo caso& não ia separar-se das tr%s recorda'Ces nem por todo o ouro do

mundo.7om a louca esperan'a de que& como se por magia& talvez alguma linha

mudasse& ele ia come'ar a ler a carta pela mil4sima vez& quando a porta doescrit/rio a(riu-se.

—esculpe-me& mas se a porta est+ fechada 4 por uma (oa razão—. *alou sem

olhar.—Eu a(ri por um (om motivo—& disse 9sa(el.arou diante dele com o seu vestido de noite e os olhos (rilhantes de l+grimas.

Bs ca(elos pu"ados para tr+s& surgiam como uma e"plosão de cachos na ca(e'adela. Nate nunca a dei"aria com um aspecto tão pouco favorecedor.

—Eu aca(o de entrar no quarto da senhorita 2a:heI para dei"ar o livro quepeguei emprestado& o que voc% sa(e o que desco(ri5

,ure ergueu a ta'a e (e(eu o que restava do u0sque )ão importava& ao seulado havia uma garrafa inteira.

—Ela se foi —e"clamou 9sa(el& com l+grimas nos olhos&—apai& ela se foi! 6euslivros não estão mais l+! 8 senhorita 2a:heI se foi!

—6im—& disse servindo-se de outro copo&— eu sei.—$oc% sa(e5 B que quer dizer& voc% sa(e5—8 senhorita 2a:heI sou(e que seu parente& que est+ doente& precisa mais

dela do que n/s& por isso resolveu ficar com ele.Ele olhou sua filha para ver se sua mentira havia funcionado. arecia que sim.

9sa(el estava p+lida& com l+grimas penduradas em suas longas pestanas negras&mas não parecia irritada. elo menos& não ainda.

—2as eu não entendo&— 9sa(el sacudiu a ca(e'a. 8 e"plosão de cachos naparte de tr+s da ca(e'a dela tremeu. —apai& a senhorita 2a:heI não tem fam0lia.

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Ela me contou. <uem 4 esse parente doente5,ure (e(ia em pequenos goles. B u0sque o entorpecia. Ele levantou-se pela

manhã com dor de ca(e'a e isso foi o suficiente para come'ar a (e(er outra vez e ador de ca(e'a desapareceu.

—Espere um minuto. —isse 9sa(el& de repente& olhando para ele com seus

olhos verdes perigosamente entrecerrados.2as ,ure estava (%(ado demais para perce(er o perigo.—Espere um minuto& —ela repetiu3 —$oc% est+ mentindo.,ure levantou uma so(rancelha.—erdão5—$oc% ouviu-me perfeitamente& papai. $oc% est+ mentindo. 8 6enhorita

2a:heI não tem um parente doente.—Eu não sei o que voc% est+ falando& 9sa(el. 2as eu acho que ela lhe dei"ou

uma carta.—Ela tam(4m estava mentindo. )ingu4m escreve que tem um M parente

doente" . iz que Ma minha tiaM est+ doente& ou Mmeu primoM ou Ma mulher do irmãodo meu avGM est+ doente. 2as as pessoas nunca dizem Mum parenteM.

,ure descansou a ca(e'a no encosto da cadeira.—9sa(el ...—iga-me! <uero sa(er! Eu não sou uma crian'a. 6ou uma mulher prestes a

casar-se.—)ão! Estar+ prestes a casar-se quando eu disser.

—>udo (em—& reconheceu& —mas eu sou adulta e e"i=o que diga-me a verdade.Bnde est+ ela papai5

,ure olhou para o teto.— Eu não sei& —respondeu ele simplesmente.8 voz de 9sa(el su(iu uma oitava.—B que quer dizer& voc% não sa(e5 aram onde voc% mandou os seus livros5— ara a casa de lorde almer. Ele cuidar+ de envi+-los para onde quer que ela

este=a.—Bnde ela est+5 Então voc% não sa(e onde ela est+5

—)ão. Eu aca(o de dizer. )ão me informou so(re nenhum lugar.$endo a e"pressão som(ria de sua filha& estendeu a mão.—6into muito& 9sa(el.—$oc% est+ arrependido56ua voz se tornou mais aguda e a emo'ão que lutou para conter a dominou.— $oc% est+ arrependido5 B que voc% fez com ela& papai5 B que voc% fez5 9ncapaz de responder com a verdade& ele apenas (alan'ou a ca(e'a. Então& para

sua surpresa& 9sa(el caiu a seus p4s e dei"ou escapar um solu'o de cortar ocora'ão.

—$oc% fez alguma coisa& —disse dando golpes nos =oelhos de ,ure com ospunhos. —)aquela noite& quando o 6enhor 7raven apareceu& voc% fez alguma

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coisa. $oc% estava (ravo com ela& não 45 8 culpa 4 sua& ela sumiu! 6eu....Ela (alan'ou a ca(e'a com tanta for'a que os cachos soltaram-se das fitas que

os prendia e ca0ram so(re os om(ros dela como espuma em e(uli'ão& enquantol+grimas escorriam pela sua face sem cessar.

—7omo voc% pGde fazer isso& papai5

,ure a olhava tristemente.—9sa(el& eu realmente sinto muito.

Ela en"ugou o rosto com as costas da mão& como fazia quando era umagarotinha.

—7laro que voc% sente! —(ufou diante dele antes de fit+-lo com mais aten'ão.—$oc% est+ triste& papai5 $oc% parece triste.

B que estava acontecendo 4 que estava completamente (%(ado& mas não podiaadmitir isso& e tam(4m não podia revelar o verdadeiro motivo para a sa0da de Nate.

—o(re papai&— sussurrou ela& acariciando o rosto de ,ure.2as& retirou a mão de repente& como se tivesse sido picada. —apai& desde quando voc% não faz a (ar(a5—Eu não tenho ideia.—Est+ muito desorganizado& —ela foi at4 ele& para a=ustar sua gravata. E como

voc% fez essa ferida perto do olho5 8ndou (rigando5—6im. —Ele admitiu com um encolher de om(ros.—$oc% est+ errado& meu pai& muito errado& —ela o repreendeu limpando a

ferida com um len'o. —)em 4 capaz de cuidar de si mesmo. B que diria a

senhorita 2a:heI caso retornasse nesse momento e o encontrasse nesseestado5

—2as ela não vai voltar& 9sa(el.Ela estalou a l0ngua.—9sso veremos. 9sso 4 o que ela diz& porque est+ com raiva de voc%& e com razão.

$oc% fica terr0vel quando est+ irritado. 2as a senhorita 2a:heI ama voc%& papai. Fclaro que ela vai voltar.

,ure inclinou-se e ansiosamente agarrou-a pelos om(ros.—Ela disse5 Ela disse que me amava5

—)ão.Ele a soltou e caiu para tr+s da cadeira. E então eles riram.—$amos& papai& não precisa me dizer. <ualquer um com metade de um c4re(ro

teria notado que ela estava apai"onada por voc%. <uase tanto quanto voc% est+por ela.

8fundado em sua cadeira& ,ure a olhou atentamente.— B que faz voc% pensar que eu estou apai"onado pela senhorita 2a:heI5 —

erguntou calmamente.9sa(el revirou os olhos.— F /(vio! >odo mundo sa(e disso.—<uem 4 todo mundo5— Dosnou ele.

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— elo amor de eus&— disse 9sa(el& ela =ogou o len'o ensanguentado de lado&pegou a (ainha de seu vestido e levantou-se.

—$oc% est+ tentando me dizer que não est+ apai"onado pela senhorita2a:heI5 orque se assim for& ser+ um grande prazer para mim dar uma dúzia dedetalhes que mostram o contr+rio& come'ando com o sal+rio enorme que voc%

ofereceu para ter a certeza de que ela viesse para nossa casa.—9sso foi porque voc% estava me assustando& constantemente quando repetia3

—Eu quero a senhorita 2a:heI para ser minha dama de companhia. or que nãopode ser ela minha acompanhante5 $oc% não me dei"ou nenhuma escolha.

Enquanto falava& ele levantou-se e colocou alguma distJncia entre sua filha esuas acusa'Ces.

9sa(el cruzou os (ra'os e olhou-o com um pequeno sorriso.—E como voc% e"plica o fato de que logo ap/s contrat+-la& passou a ir a todos os

(ailes onde est+vamos& quando sei que odeia esse tipo de coisa& com o únicoprop/sito de colocar-se em um canto para espionar.

,ure refugiou-se ao lado da =anela.—)ão a espiava& vigiava a sua seguran'a. 8 senhorita 2a:heI 4 de uma

ingenuidade desconcertante quando trata-se de homens.—ai& por favor& reconhe'a. $oc% a ama. or isso age como um leão en=aulado

desde que ela se foi e rosna para todos& por isso voc% não faz a (ar(a& não tomou(anho e nem mesmo mudou de roupa desde esta manhã. F por isso que est+(e(endo tanto. $oc% a ama e sa(e que 4 por sua culpa que ela foi em(ora&

destro'ando seu cora'ão.,ure tentou recuperar alguma dignidade& depois que sua filha mostrou a

verdade. Dealmente não havia raspado a (ar(a& tomado (anho ou trocado deroupa. E estava consideravelmente (%(ado.

—Eu não posso ter um cora'ão partido porque eu não tenho cora'ão.—6im& sim& eu sei. $oc% não tem cora'ão& porque mamãe o que(rou h+ 1 anos

atr+s. 2as eu não penso assim. $oc% tem um cora'ão que agora d/i muito& e voc%merece porque tenho certeza que comportou-se muito mal com a senhorita2a:heI. 2as garanto que ela voltar+ novamente. >em que voltar.

,ure olhou para a filha intrigado.—or qu%5—orque& se ela o ama tanto como a ama& não conseguir+ ficar longe de voc%

por muito tempo.7om um sorriso (rilhante& 9sa(el virou-se e saiu da sala& dei"ando seu pai com

esse consolo insatisfat/rio.

Capítulo "#

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*redd: ,ishop& nono conde de almer& amava o seu clu(e& um lugar e"clusivoonde s/ admitia mem(ros escolhidos. 8penas os no(res& os nascidos em fam0lias

mais antigas e ilustres& pisaram o chão dos salCes com paredes revestidas demadeira maci'a& reuniam-se ali para almo'ar. ol0ticos e intelectuais eramestritamente proi(idos& as conversas giravam em torno de temas como esportes&charutos e ... esportes. 8s pessoas eram tão escolhidas& que *redd: sentava emum dos sof+s de couro da enorme sala& em frente a lareira e ningu4m oincomodava nunca.

ara um homem que vivia com uma mulher como sua mãe& era um privil4giomuito significante.

Então& ele ficou surpreso quando um funcion+rio apro"imou-se dele einclinando-se& sussurrou3

—e'o desculpas& milorde& mas um homem no corredor ...—,em& o que tem a ver comigo5—Ele insiste em v%-lo& milorde. iz que do contr+rio atear+ fogo no clu(e. E

dei"ou fora de com(ate tr%s funcion+rios que tentaram livrar-se dele. F realmentedeterminado& milorde& e ... se assim posso dizer& eu acho que est+ um pouco(%(ado.

 7urioso para desco(rir quem poderia ter se livrado de tr%s funcion+rios& que

foram contratados =ustamente para livrar o clu(e de pessoas mal vistas& *redd:saiu do sof+ e seguiu o homem.

esco(riu então que era o 2arqu%s de ;ingate& completamente determinado adestruir o clu(e levantando os funcion+rios pelo pesco'o e atirando-os contra asparedes. Bs retratos dos fundadores proeminentes (alan'avam-se perigosamente.m (aronete agachava-se atr+s de uma pata de elefante em forma de guarda-chuva e um duque ficou atr+s de uma samam(aia que estava em um pote. areciaque os dois tentavam fugir& sem atrair a aten'ão do marqu%s.

— elo 8mor de eus — disse *redd:& enquanto ,ure levantava um

funcion+rio de pelo menos um metro e oitenta do chão& com a ideia de =og+-loso(re um corrimão. —F realmente necess+rio que(rar sempre tudo em seucaminho5

B marqu%s olhou para cima.—,om senhor! — *redd: disse3 —$oc% est+ irreconhec0vel& >raherne. arece um

po(re dia(o. ei"e o rapaz e venha at4 aqui ...Então& diante dos olhos atGnitos dos funcion+rios& *redd: acrescentou

relutantemente3—,em& sim& eu o conhe'o. $endo-o assim& 4 dif0cil de acreditar& mas 4 um

marqu%s. ei"e-o passar& e& pelo amor de eus& tragam algo para (e(er.,ure foi imediatamente escoltado at4 uma pequena sala privada& onde os

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s/cios costumam rece(er suas amantes ou seus fa(ricantes de rap4. Ele foiconvidado a sentar-se e acomodou-se em um confort+vel sof+ de couro& queparecia cercar o contorno do seu corpo com um a(ra'o macio. e repente& sentiu-se e"austo e fez um esfor'o para não ceder ao conforto de sua posi'ão. *oidefinitivamente um truque para esquecer a razão da sua visita.

—,em& —disse almer reunindo-se com ele& tendo nas mãos uma garrafa e doiscopos —,e(a isso.

,ure olhou com desconfian'a o copo grosso& que o conde lhe deu .—9sso não 4 Ihis: —rosnou.—)ão. F conhaque. 2as quem se importa5 epois de tudo amigo& 4 +lcool& e

parece que 4 o que est+ necessitando.Delutantemente& ,ure tomou o enorme copo no qual havia uma quantidade

minúscula de l0quido e (e(eu tudo em um gole s/. 7onhaque. 6im& 4 isso que eleestava (e(endo. m calor conhecido queimou sua garganta.

,ishop estava certo3 aquilo ainda era +lcool. Ele entregou o copo vazio.—>udo (em& tudo (em& —disse *redd: servindo mais —2as... não tão r+pido&

de acordo5 Eu 4 que terei que pagar esta garrafa de conhaque de K anos.,ure tomou um longo gole.—Espero que não v+ me odiar por dizer isso—& continuou ,ishop sentado no

sof+ em frente& —mas voc% tem que parar de enviar para o ar quem fica no seucaminho. Eu pensei que depois da última vez que nos encontramos& tivesse seacalmado. ois meses atr+s& certo5 7omo voc% pode ver& meu nariz sarou (em.

esde então& todos o notam& mas voc% sa(e o qu%5 Eu gosto disso. 2eu rosto erahorrivelmente feminino& antes de voc% que(rar meu nariz. 8 verdade& >raherne& 4que me fez um favor ... 2as estou desapontado ao ver que em voc% não ficounenhuma cicatriz& mas parece tão miser+vel o suficiente para eu querer fazeralgumas.

Ele tomou um gole de conhaque.—,em& eu acho que vai dizer porque voc% est+ aqui. 6e veio perguntar onde

est+ Nate& me desculpe& mas 4 inútil. 8inda não estou autorizado a dizer.—Ela foi em(ora. —disse ,ure& com a sensa'ão de que seu cora'ão encolheu

pelo menos metade do seu tamanho.Era como se um punho invis0vel o apertasse sem dei"ar entrar o ar.,ishop pigarreou.—Ehhh& 4 claro que foi meu amigo. Eu acho que n/s conversamos so(re isso na

última vez que nos vimos.—)ão& Nate — falou ,ure— ...F... 9sa(el ....— 9sa(el5 — ,ishop disse3— lad: 9sa(el5 8 sua filha5,ure levantou-se da cadeira confort+vel com um salto e apro"imou-se da lareira

onde o fogo crepitava. 8inda estava frio na rua. elo menos ele não sentia maisfrio.

— B(viamente& ela 4 minha filha& caram(a! Ela foi em(ora. Eu fui a(andonado.

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 ,ishop asso(iou.—arece que 4 o costume delas& não 4 amigo5 2e refiro a a(andon+-lo.m segundo depois se arrependeu de ter sido tão cora=oso. B marqu%s tomou

seu pesco'o e o levantou de sua cadeira.—$ai me dizer onde ela est+& —disse ,ure tão calmamente como podia.

Bs p4s de ,ishop ficaram suspensos v+rios cent0metros acima do solo. Ele viucom tristeza& como ficava longe a sola de couro.

—Eeeee& >raherne—disse3 7omo dia(os sei onde est+ sua filha5—9sa(el& não. Nate.,ishop olhou.—*rancamente& >raherne ... ehh não v% ...Ele parou de falar quando o marqu%s apertou os dedos.—Ela se foi& —repetiu ,ure com uma esp4cie de grunhido selvagem. —9sa(el

fugiu com aquele porco 7raven!— 7ra...7raven ... —e"plodiu ,ishop— aniel 7raven5—$oc% conhece mais algu4m5—2as ... enfim ... e 6aunders5—6aunders5 Enquanto ele estava ali& mantendo no ar um homem de noventa

quilos& ,ure voltou a pensar na noite passada& quando 9sa(el apareceu em seuescrit/rio.

Ele sentou-se em frente a lareira& como fazia todas as noites h+ algum tempo&com um copo de Ihis: na mão e uma garrafa cheia ao lado. )ão estava

preparado para o confronto que ocorreria mais tarde.9sa(el estava sendo muito gentil depois T pelo menos 4 assim que ,ure via - da

fuga de Nate. Ele pensou que estava ali para confort+-lo& para aconselh+-lo a cortaro ca(elo como fez um par de vezes antes. Ele não esperava que ia cham+-lo deporco.

—,%(ado de novo& —disse para ele olhando com asco para o copo meio vazio.9sso não era nada grave& porque $incennes& sempre que convocado& enchia seu

copo.—F esta a nova vida que voc% escolheu5 $oc% decidiu passar o dia (e(endo at4

morrer5Ele olhou para ela com olhos vermelhos. Ela estava preparada para sair.—F a única coisa que me ocorre no momento. $oc% tem uma ideia melhor5—6im. 8contece que sim. or que não levanta a (unda desse sof+ e come'a a

procurar ate5—or favor& não use essa linguagem em minha casa.— B que voc% vai fazer se eu não dei"ar de falar5—,ater em sua (unda.9sa(el come'ou a rir& mas era um riso desagrad+vel& cheio de desprezo.—Eu gostaria de ver. )ão est+ em condi'Ces de levantar uma caneta. H+ quanto

tempo não come decentemente5 Bu simplesmente respira um pouco de ar fresco5

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,ure olhou para o fogo com uma carranca. )ão pretendia dizer que toda acomida parecia cinzas e o ar& tanto dentro como fora da casa& cheirava mal.

—Eu ainda sou capaz de retirar a sua mesada.—7ertamente. 2as então tudo que eu preciso fazer 4 levar sua carteira

enquanto voc% cai ao chão (%(ado. <ue&parece 4 o que em (reve acontecer+.

—9sa(el& —disse ele com impaci%ncia3 —B que voc% quer5 inheiro5 $e=o quevoc% est+ saindo.

—E"atamente. E sozinha. orque eu vou sair sem a companhia de uma dama decompanhia& e ser+ o maior escJndalo da temporada por algum tempo& gra'as avoc%.

—$oc% quer dizer& gra'as a voc%. )ão sou eu& que me pendurei no pesco'o deste =ovem chacal durante tr%s meses.

—ei"e de insultar #eoffre:! Eu sei o que pensar so(re isso.— 6im5 Então porque eu tenho a impressão de que voc% não parou de v%-lo

pelas minhas costas& apesar de tudo5—$enha comigo esta noite e eu acho que voc% vai ficar agradavelmente

surpreendido. ovens como #eoffre: não me interessam mais.,ure olhou para a filha e disse a si mesmo que não estava tão (onita como

quando Nate cuidava de suas roupas e de seus ca(elos. 6em ningu4m para orient+-la. 8s =ovens de dezessete As vezes tinham ideias infelizes. or e"emplo& ho=e haviauma coroa de cachos em torno e na frente de 9sa(el. >alvez fosse o estilo da moda&mas para 9sa(el isso era rid0culo.

—)ão& o(rigado& —disse ele voltando-se para o fogo.—F mesmo papai5 — disse ela& (atendo os p4s no chão.— B que est+

acontecendo com voc%5 Eu me lem(ro que havia um tempo em que não permitiaque uma mulher o tratasse dessa maneira. or que ainda est+ preso nesta cadeiraem vez de procur+-la5

—7aso voc% tenha esquecido& eu não sei onde ela est+.—m homem tão rico como voc%& com seus contatos& não tem meios para

desco(rir5Ele deu um longo asso(io.

—)ão sei por que devo procur+-la& quando dei"ou claro que não queria me vernovamente5

—apai& ela estava com raiva quando escreveu essa carta. 8gora ela =+ tevetempo para pensar& tenho certeza. 7laro que est+ sentada em algum lugarpensando que voc% não se importa& que voc% não est+ com vontade de v%-lanovamente.

—E ela esta certa—& rosnou ames dando uma (oa golada no u0sque .—)ão. 6e a senhorita 2a:heI entrasse agora por aquela porta& cairia ao chão

para (ei=ar seus p4s& —disse 9sa(el pu"ando suas luvas e"asperada3 —Blha& eutenho medo de sua rea'ão caso ela o encontre tão descuidado. 2esmo que fa'a a(ar(a. $oc% at4 parece um selvagem. aniel disse ...

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— aniel.— ,ure interrompeu olhando pela n4voa de +lcoolQ— <uem 4 aniel5—aniel 7raven& 4 claro.e repente& ,ure ficou s/(rio e saltou de sua cadeira.—9sa(el. 7aso voc% se apro"ime desse homem& vou torcer seu pesco'o.—$oc% est+ errado so(re ele pai& e tam(4m a senhorita 2a:heI. )ingu4m 4

mais encantador do que ele. *oi v0tima de um lament+vel mal-entendido. Lamentorealmente ...

—Eu não a quero perto dele& —determinou ,ure.— $oc% nunca mais falar+ oudan'ar+ com ele& nem sequer ir+ olhar para ele. $oc% me ouviu5

—Eu não preciso de sua permissão para v%-lo& papai& —respondeu a mo'a comfrieza. Eu posso me casar com ele se quiser. )em mesmo ser+ necess+rio emitiruma proclama'ão. ,astar+ cruzar a fronteira ...

Ele deu um passo em dire'ão a ela& evidentemente sem qualquer inten'ão depeg+-la. ,ure nunca fez isso e não pretendia come'ar a fazer naquele momento.2as assim mesmo 9sa(el pulou para tr+s.

—9sa(el! —Ele rosnou3 —6e voc% voltar a ver esse homem& primeiramente voumat+-lo e em seguida& mato voc%.

Ela levantou a ca(e'a com desd4m.—aniel me disse que voc% reagiria assim. Eu pensei que estivesse errado& mas

parece que ele estava com razão. $oc% est+ ficando horr0vel. Eu o amo papai e voucasar-me com ele com ou sem a sua permissão.

8o inv4s de es(ofete+-la& preferiu lan'ar um vaso contra a =anela & que

estilha'ou o vidro& espirrando cacos at4 o outro lado da rua. 9sa(el& agachou-se edepois levantou-se. Ela o olhou de uma forma& que ele nunca mais ia esquecer. *oium olhar de profundo desprezo& misturado com grande compai"ão& que a ,ureteve o efeito de um soco no estGmago.

—9sa(el& —disse ele em desespero.2as era tarde demais. Ela virou seus calcanhares e saiu do escrit/rio sem dizer

nenhuma palavra.,ure não $oltou a v%-la. )a manhã do dia seguinte& a 6ra. 7lear:& em l+grimas&

trou"e uma mensagem. 9sa(el tinha fugido com 7raven para #retna #reen na

Esc/cia. <uando ela voltasse& seria uma mulher casada.—,em& —disse ,ishop que ouviu apenas uma versão resumida da hist/ria. —

9sso foi um golpe (ai"o& mas dei"e-me no chão e vamos pensar =untos nestepro(lema5

,ure o dei"ou cair sem muito cuidado.—Eu pensei& —disse passando a mão pelos ca(elos longos& —que a única

solu'ão seria encontrar Nate. Eu a levarei comigo para a Esc/cia. 9sa(el não far+caso de minha pessoa& mas dar+ aten'ão a Nate.

  ,ishop levantou os om(ros v+rias vezes. esde que ,ure o agarrou pelopesco'o& a roupa ficou amarrotada.

—6em dúvida& mas voc% esquece que ela não dese=a que sai(am onde ela est+.

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—F uma emerg%ncia.—rovavelmente se=a. elo menos para voc%. 2as deve entender que não tenho

interesse.,ure piscou para ele.—B(viamente voc% a dese=a.

—,em& para ser honesto& ela não est+ muito disposta& mas acho que com otempo ...

—E a soprano5 —,ure perguntou educadamente& ainda que a vida amorosa do7onde não interessasse nada para ele.

—8h& sim! 7laro& mas ... Nate 4 uma mulher compreensiva.—)ão tanto quanto voc% pensa.,ishop lan'ou um olhar especulativo.—>alvez. Eu não sei. Em todo caso& eu tenho as minhas mãos atadas. Eu dei

minha palavra& voc% entende5,ure respirou fundo.—,ishop& minha filha tem apenas dezessete anos. *oi =ogada nos (ra'os daquele

(astardo que pode (em ser um ladrão ou um assassino& respons+vel pela morte deduas pessoas que foram queimadas vivas na cama. E ele est+ para ser meu genro.B pai dos meus netos!

*redd: franziu o cenho.—6eria muito azar ... —ele come'ou& mas ,ure o interrompeu.—ense em Nate& no que ela lhe dir+ quando encontr+-la. <ual ser+ sua rea'ão

quando sou(er que 9sa(el est+ nas mãos de aniel 7raven5 B que pensar+5 E o quefar+5

8 e"pressão de *redd:& que era de indiferen'a mudou. Ele descruzou os (ra'os.—2eu eus! $oc% est+ certo. 6im& amigo& desculpe. 7laro& que vou dizer. Nate

nunca me perdoar+ se eu calar a (oca num caso como este.Despirou fundo e disse3—F na Degis L:nn. 6ua antiga (a(+ alugou uma casa l+. 8 casa 4 chamada de

M0asa Branca@ . )ão tenho aqui o endere'o e"ato& mas se voc% esperar ummomento& enviarei um criado ...

8s palavras de *redd: morreram em seus l+(ios& quando ele perce(eu queestava sozinho.

Capítulo "$

B caminho onde ficava a 7asa ,ranca& parecia uma antiga estrada de pastores.)ão havia uma alma viva& ao contr+rio das outras ruas de L:nn Degis& que

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apresentava muita diversão& apesar das nuvens amontoadas acima do mar.7omo o pr/prio nome sugeria& a 7asa ,ranca& era uma agrad+vel casinha

(ranca& onde pelas paredes escalavam a hera e as rosas trepadeiras. ,ure foifor'ado a agachar-se para passar so( o arco da vegeta'ão que conduzia A varanda.6e estivesse mais calmo& teria parado para admirar o =ardim e as =ardineiras cheias

de flores em cada =anela. Em vez de que(rar a porta com o om(ro& como decostume& teve que (ater na porta.

assou a mão pelo ca(elo& que havia recusado a cortar antes de sair& apesar dosconselhos de uncan& que pelo menos& foi capaz de convenc%-lo a fazer a (ar(a. Btempo era curto& em todo o caso e para Nate& pouco importava sua apar%ncia.Bdiava-o& e isso era (em merecido& de modo que um corte de ca(elo não mudariaas coisas.

)o entanto& naquele momento& quando ele estava prestes a v%-la novamente&lamentou não ter seguido o conselho de uncan.

8rrependimento insignificante em compara'ão aos outros que o consumiam ...então& levantou o punho e (ateu na porta.

ma voz que não era a de Nate& respondeu.—+ vou!2as passou mais do que um minuto& durante a qual ,ure olhou nervosamente

para tr+s& em dire'ão ao seu cocheiro& que estava ao lado da carruagem. B homemrespondeu-lhe com o olhar& o(servando a menor ordem de seu mestre&acreditando que o marqu%s precisava de alguma coisa. 2as tudo o que lhe faltava&

o condutor não podia dar.8 porta a(riu e uma mulher idosa apoiada em uma (engala apareceu&

estreitando os olhos de cor azul des(otados.—8h! F voc%! —isse depois de ver seu ca(elo muito longo e a carruagem na

frente da casa. — deve ter vindo por Nate.— 6im& minha senhora. Ela est+ aqui5—6enhora...8 velha senhora sorriu suavemente& mostrando que ela ainda tinha todos os

dentes& o que era surpreendente na sua idade.

—)ingu4m me chama deM senhora Mh+ muito tempo. Eu sou )anc: Hinle.,ure come'ou a pedir ao 6enhor para livr+-lo desta mulher antes de sucum(ir

a um acesso de viol%ncia.—>udo (em—& disse ele tentando controlar sua impaci%ncia —6enhora Hinle&

voc% se importaria de dizer se a senhorita 2a:heI est+ aqui5 Blha& 4 muitoimportante que ...

—F senhorita Hinle — corrigiu a velha senhora com um (rilho nos olhosQ— E eugaranto a voc% que ainda posso fazer com que um ou dois =ovens virem a ca(e'apara mim& nas manhãs de domingo na aldeia.

,ure cerrou os punhos. arecia que seu cora'ão estava prestes a e"plodir.—6enhorita Hinle—conseguiu dizer em voz quase normal—Bnde eu posso

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encontrar a senhorita 2a:heI5—8li fora& —disse ela& indicando um local na parte de tr+s da casa. —Est+

colhendo as roupas. $ai chover sa(e5 Eu teria feito isso& mas meus p4s doem e ...6ua voz foi sumindo. )ão porque tenha ficado em sil%ncio& mas porque ,ure =+

havia atravessado o =ardim que cercava a casa. 8tr+s da 7asa ,ranca& um tapete

verde de grama chegava at4 o mar& que era da cor da ard/sia por causa datempestade que parecia eminente.. )ão muito longe& no meio do campo& em meioa duas +rvores retorcidas& havia uma corda onde estavam penduradas fronhas elen'/is que movimentavam-se com o vento. 8tr+s deles& ,ure perce(eu a formade uma mulher que carregava uma cesta. 6ua saia co(ria as pernas at4 o tornozelo.Estava com os (ra'os levantados e ocasionalmente& ela ficava na ponta dos p4spara remover os pregadores que seguravam as roupas.

Em(ora ele não pudesse ver seu rosto& imediatamente sou(e que era Nate.,ure caminhou at4 um len'ol que ela estava tentando li(ertar do varal.

<uando ela finalmente conseguiu& o pano (ranco caiu.)ão mudou nada& al4m de estar mais (onita do que ele se lem(rava. B vento

tingiu de rosa suas faces .8t4 mesmo a surpresa de v%-lo aparecer de repente portr+s do len'ol& não a dei"ou p+lida. 6e ele esperou que Nate tivesse sofrido comoele sofreu& nesses últimos meses& teve uma decep'ão. Ela estava tão magra comoantes& mas parecia ter adquirido mais vigor. Bs olhos cinzentos (rilhavam comodiamantes escurecidos. <uanto aos l+(ios& aqueles l+(ios que o perseguiamincansavelmente& dia e noite estavam mais lindos e dese=+veis do que nunca.

Eles se separaram depois de um longo momento de sil%ncio e com aquela vozligeiramente rouca que ele conhecia tão (em& Nate murmurou3

—$oc% parece horr0vel.Ele piscou. urante a viagem intermin+vel de Londres at4 ali& tinha imaginado o

que ela diria ao v%-lo novamente. 9maginou v+rias possi(ilidades& inclusive uma emque ela corria para os (ra'os dele.

2as ,ure nunca poderia imaginar esse coment+rio so(re sua apar%ncia.*oi incapaz de responder& como se de repente tivesse perdido o uso da palavra.

*icou petrificado& procurando desesperadamente algo para dizer& enquanto a

olhava de perto& o(servando que usava um vestido que nunca tinha visto antes& dealgodão azul e (ranco com um len'o de lã verde& amarrado em torno dos om(ros.Ela afastou os ca(elos loiros que haviam escapado dos grampos pelo vento quesoprava.

—,em& —disse Nate avan'ando um passo e afastando uma mecha de ca(elo dosseus olhos —)ão fique a0& vai chover. ei"e-me levar a roupa para dentro.

Ela dedicou-se a remover os pregadores do pr/"imo len'ol..ode ter custado a falar com ela& mas ainda era capaz de mover-se& de modo

que a=udou a retirar os pregadores que estavam muito altos para ela e do(rou oslen'/is para ela. 8s ra=adas de vento não facilitaram a tarefa e por vezes& seusdedos se tocavam. Então evitavam cuidadosamente a olhar um nos olhos do outro.

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  Enfim& para ,ure& a cada vez que isso acontecia& era como rece(esse umchoque el4trico. 8o mais leve toque o fazia queimar& por causa dessas emo'Cesintoler+veis que ele sentia por ela. 2as não podia fazer nada& al4m de rezar paraNate sentir a mesma coisa.

E assim foi com imenso al0vio que perce(eu que as mãos de Nate estavam

tremendo. )ão era pela temperatura fria. 6ua indiferen'a era apenas superficial.8gora& ele s/ teria que faz%-la admitir isso. 2as como5 Essa foi a pergunta.Ela est+ com raiva& ,ure pensou. 8 carta que escreveu& não possu0a amargura&

mas não refletiam o que ela estava sentindo naquele momento. Nate tinha odireito de estar com raiva& porque a insultou e a humilhou& propondoestupidamente que se tornasse sua amante. 6em mencionar o que ele haviainsinuado so(re seu relacionamento com 7raven.

—Eu sou perfeitamente capaz de levar a minha roupa—& disse ela quando ,ureestendeu a mão para levantar o cesto.

Ele pegou assim mesmo.—)ão quando suas mãos estiverem tremendo assim como estão. 9mediatamente ela escondeu as mãos& cruzando os (ra'os so(re o peito.—Estou com frio.—$oc% quer o meu casaco5Ela olhou em seus olhos e rapidamente parou de olhar como se não quisesse

recordar o dia em que o havia dese=ado.—)ão&—ela disse suavemente3 —)ão 4 preciso& o(rigada.

Ele não era forte o suficiente para suportar esta frieza& mesmo sendo s/fingimento.

—B que voc% fez com *redd: para ele lhe dar o endere'o5 — E acrescentou&olhando para o chão3 —8mea'ou contar para sua mãe so(re a soprano5

Ele (alan'ou a ca(e'a.—Eu disse a verdade. Eu precisava de voc%.Ele teria que ter parado ali& porque os olhos dela& tão cinzento e frios at4 agora

como o mar que se estendia al4m deles& come'ou a suavizar.2as era demasiado novo para as questCes de amor e muito imprudente para

parar e pensar so(re o significado dessa suavidade.—>rata-se de 9sa(el.8 suavidade deu lugar ao terror.—9sa(el5 B que aconteceu5 Ela est+ (em5—Ela fugiu& Nate.Ela olhou para ele sem preocupar-se com o vento que agitava o ca(elo.—Ela fugiu5 ara onde5—ara a Esc/cia. 7om aniel 7raven.—aniel& —Nate repetiu com a voz neutra e a e"pressão de horror.— 7omo 4

poss0vel5 B que aconteceu ...—$oc% tem que me a=udar& Nate& —ele a interrompeu desesperadamente3 —

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$oc% 4 a única que pode convenc%-la a voltar para casa. Eu sei que não tenhodireito de pedir isso ... mas eu não sei mais o que fazer. reciso de sua a=uda. *a'aisso para ela.

Ela (ai"ou os olhos.—6im& sim& claro.

Ela correu para a casa sem mais delongas.,ure s/ entendeu uma coisa3 ela havia concordado em acompanh+-lo. )ão

perce(eu a dor que estava nos olhos nu(lados dela.B que pensou5 Nate perguntou a si mesma acelerando os passos. emorou

quase tr%s meses para ele chegar e ele veio apenas porque sua filha estava compro(lemas.

64rios pro(lemas. aniel 7raven. 6anto eus! aniel 7raven ...B que ele queria de 9sa(el5,ure a seguiu com a cesta carregada com roupas. Ela est+ com raiva& ele

pensou. 2as eu vou e"plicar tudo& não 4 tarde demais.Enquanto não estivesse casada com ,ishop& teria uma chance.8 senhorita Hinle não parecia ser da mesma opinião.— Então voc%!— disse ela& dez minutos depois quando ,ure estava sentado na

mesa da cozinha.Nate informou para que ia pegar algumas coisas para via=ar uns dias com o

2arqu%s& porque teriam que cuidar de um assunto urgente. 2as em seguidaestaria de volta.

8o dizer estas últimas palavras lan'ou um (reve olhar para ,ure comoesperasse que ele fosse contradiz%-la. Ele ficou com a respira'ão suspensa. )ãotinha inten'ão de perd%-la de vista& agora que a encontrou.

2as era muito cedo para dizer isso. )ão estava com humor apropriado. 7omovingan'a& optou a dar uma e"plica'ão mais ampla a senhorita Hinle.

—8 senhorita 2a:heI 4 muito discreta& mas vou confessar uma coisaconfidencial& senhorita Hinle. Blha& trata-se de minha filha. *ugiu com um homeme a senhorita 2a:heI precisa a=udar- me a convenc%-la a voltar para casa.

Ela colocou diante dele uma "0cara de ch+ e um prato de macarrão.

—)ão vai dar certo. sa(e5,ure dei"ou o ch+ esfriar. Ele não (e(ia Ihis: h+ K[ horas& mas apesar de não

estar pronto para (e(er nada& precisava fazer isso.—>emo não entender o que que voc% quer dizer.—8cho que sa(e muito (em—& ela colocou quatro colheres de a'úcar em seu

copo.ara desgosto de ,ure ele (e(eu um gole com satisfa'ão.—Nate. Eu a criei nos seus primeiros dezesseis anos de sua vida& e eu nunca

conheci ningu4m mais teimosa.L+ fora um relJmpago iluminou o c4u. Logo ap/s& desa(ava a tempestade. ,ure

olhou em volta. B lugar era (om& mas o teto estava um pouco (ai"o para algu4m

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de sua estatura. *icou tranquilo por sa(er que Nate viveu ali desde que o dei"ou& &porque ele tinha imaginado as piores coisas. 2as ao contr+rio& disso& a anciã nãoera o tipo tão am+vel quanto aparentava A primeira vista.

Enquanto olhava divertido a gata cinzenta deitada feito uma (ola& no cesto daroupa que havia dei"ado no chão& disse3

—Eu tam(4m sou muito teimoso& senorita Hinle.—)ão tanto quanto ela& do contr+rio voc% não estaria aqui.

8 gata (oce=ou e& em seguida& come'ou a riscar os len'/is com as patasdianteiras.

—2as ela vir+ comigo& certo5—ara o (em de sua filha& —lan'ou a velha comendo o macarrão. 9sso 4 tudo.—)ão& isso não 4 tudo—& respondeu irritado —Eu não acho que ela aceitou

apenas por 9sa(el.—$oce 4 livre para acreditar no que quiser& milorde.Ele olhou a senhorita Hinle diretamente nos olhos.—6enhorita Hinle& não me afastar+ dela. )ão se esforce.—,em& 4 uma pena sa(e5 orque vai ter uma decep'ão...—)ann:5 B que voc% est+ dizendo5 —Nate os interrompeu no topo da escada.—)ada de importante& querida& —e"clamou a velha senhora com uma voz

surpreendentemente forte para o seu corpo fr+gil.Em seguida& (ai"ando a voz& disse a ,ure3—Eu me lem(ro do escJndalo provocado pelo seu div/rcio nos =ornais.

Ele ficou tenso.—B que voc% est+ insinuando5 <ue eu não sou (om o suficiente para ela5Ela olhou para ,ure.—7laro que voc% sa(e so(re seus pais& certo56urpreendido pela (rusca mudan'a de assunto& concordou.—>am(4m foi um escJndalo&— ela continuou3 6aiu na primeira p+gina dos

 =ornais& assim como o seu div/rcio. >odos os seus amigos& pessoas da altasociedade como voc%& não mais falaram com ela. )ão podia sair sem ser alvo dechacotas pelas mesmas pessoas que no dia anterior havia rece(ido na pr/pria

casa. Esse tipo de coisa dei"a cicatrizes.—7ertamente& admitiu ,ure.—2as Natie tem outro tipo de marca.—6enhorita Hinle& aonde quer chegar e"atamente5—Ela não voltar+ para voc%—& declarou ela& sem pestane=ar.)este ponto da conversa& ,ure adivinhou o que havia acontecido entre eles

dois& (em como a proposta humilhante que havia feito. 2as ele pretendia corrigir.Decostado na cadeira& disse3

—6enhorita& eu acho que voc% me su(estima.—F voc% quem su(estima Nate. 2as por que digo tudo isso5 Eu sou uma

senhora de idade e ningu4m escuta uma velha.

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 Nate chegou com uma mala e um terno de viagem.—$oc% tem certeza que ficar+ (em na minha aus%ncia )ann:5 $ou passar na

casa da senhora ,arroI para pedir-lhe que cuide de voc%. )ão esque'a que oleiteiro vai passar amanhã ...

<uando Nate entrou na cozinha& o rosto da mulher idosa tornou-se doce. Bs

olhos afiados e curiosos reservados para o marqu%s& desapareceram.—6im& —respondeu a (a(+ levantando-se para pegar a maleta de Nate que

pesava muito pouco. —2as voc% est+ esquecendo Lad: ,a((ie& querida.—Eu vou voltar em poucos dias& )ann: - Nate respondeu& amarrando as fitas do

chap4u. )ada mais.)anc: Hinle lan'ou a ames um olhar triunfante antes de a(ra'ar Nate. eu a

ela tam(4m uns pães em(alados e em seguida& ,ure pegou na mão dela e a(ei=ou..

—$oltaremos& —disse ele& com mais confian'a do que sentia& — para pegar agata.

—Ela voltar+! —7orrigiu a (a(+ quando Nate a afastou-se um pouco.—8cho que não.—,em. $oc% não terminou ainda de sofrer& milorde.

Capítulo "%

Não terminou ainda de sofrer ... horas mais tarde& essas palavras ainda estavamressoando nos ouvidos de ,ure.

Era verdade que ele não tinha ideia do que essa mulher sa(ia so(re seurelacionamento com Nate& mas isso não a qualificava para fazer uma previsão comoessa.

2esmo sa(endo que ela viu Nate nascer& ele a conhecia de outro Jngulo.

6a(ia por e"emplo& que quando conservava a (oca fechada& como agora&sentada em frente a ele na carruagem durante horas& isso não significava que elaestava com raiva. odia apostar um milhão que ela estava pensando em aniel7raven.

esde que haviam sa0do da casa de )anc: Hinle& havia dito pouco& mas assimmesmo perguntou so(re as circunstJncias e"atas que levaram A fuga de 9sa(el&ouvindo atentamente a versão a(reviada e fatos parciais. Então Nate apontou que&se sua filha havia dito que eles dirigiam-se a #retna #reen& ela esperava encontrarseu pai antes de casar-se. 7aso contr+rio não teria mencionado o seu destino.

>inha certeza de que naquele momento estava a desenhar um plano para fazer9sa(el chegar a razão. odia-se ver claramente seu rosto& apesar das som(ras. 7om

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o c4u co(erto de nuvens escuras& parecia que estava ficando escuro& mas eramapenas quatro da tarde& como comprovou& dando uma olhada r+pida para orel/gio. Nate usava um casaco marrom com um chap4u que com(inava com seusca(elos loiros.

6er+ que ela ficar+ quieta a viagem inteira5 erguntou-se ele. ,om& ela nunca

tinha sido muito tagarela& mas ainda assim...7laro& ele era o único culpado desta situa'ão& mas teria que corrigir isso& caso

contr+rio& ficaria louco.—6into muito& Nate.Ele teve que falar muito alto para que ela pudesse ouvi-lo so(re o (arulho das

rodas e cascos.Ela parou de o(servar a paisagem& visivelmente surpresa.— erdão5—6into muito&— repetiu —Eu sinto muito por aquela noite em Londres. ...

ensei que voc% estivesse no =ardim com ,ishop. Eu não sa(ia que era aniel7raven.

B rosto dela ficou vermelho e desviou o olhar.—or favor& esque'a isso& —disse alterada.—7omo eu poderia esquecer Nate5 7omo5 Eu sempre penso so(re isso. or que

voc% não disse nada5—9sso não muda muito as coisas& —disse ela voltando a olhar a paisagem.—elo contr+rio& muda tudo. $oc% deveria ter falado um pouco so(re seu

passado ...Ela finalmente virou a ca(e'a e o fitou por (ai"o do chapeu.—Eu falei do inc%ndio.)um segundo& ,ure levantou-se e sentou-se ao lado dela.—2as voc% não me contou tudo& —disse ele tomando sua mão. —)ão contou o

que aconteceu e quem era voc%.—<ue diferen'a ia fazer5—respondeu ela& tentando soltar a mão.—Eu sa(eria quem era seu pai ...Ela estreitou os olhos.

—$oc% est+ dizendo que no caso de eu ter falado que meu pai era umcavalheiro& voc% não teria ...

— )ão! )ão& eu tenho certeza que teria acontecido de qualquer maneira. 2ascaso eu sou(esse disso Nate... eu teria perguntado antes.

—B qu%5—6e quer casar comigo& 4 claro!esta vez& seu rosto perdeu toda a cor.—6olte-me& —ela ordenou com sua voz irreconhec0vel.Ele apertou suas mãos com mais for'a.—)ão. Bu'a Nate.—Eu =+ ouvi. or favor& solte minha mão e volte para seu lugar.

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—Nate& —ele come'ou novamente& com suavidade& perce(endo que o tom davoz dela foi alterado pelas l+grimas& —eu sei que voc% est+ (rava comigo e comrazão. 2as eu acho que ...

—6e não soltar minha mão e não retornar ao seu lugar& vou pedir ao cocheiroque me dei"e no pr/"imo cruzamento.

—Nate& voc% não est+ entendendo& eu ...— F voc% que não est+ entendendo& —disse ela& com agita'ão. —2ude para seu

lugar ou vou a(rir a porta e me atirarei por ela.or um momento& ,ure pensou que seria ele quem ia atirar-se. Bu =ogaria

alguma coisa atrav4s da maldita porta. 2as isso não levaria a nada& então voltou aoseu lugar. 7ruzou os (ra'os e a olhou intrigado.

B que estava errado5 Ele tentou consertar as coisas e ela reagiu como estivessede novo propondo para que se tornasse sua amante. Entendia o motivo dela estarzangada com ele& mas porque ficou furiosa quando ele a pediu em casamento5 8smulheres não davam mais importJncia A proposta de casamento que aosdiamantes5 >alvez ela estivesse chateada porque faltou uma alian'a... 8 verdade 4que com o maior prazer lhe compraria uma& mas no momento não tinha tempo.8ntes disso& ele queria interromper o casamento de sua filha com um canalha.

Nate& por sua vez& virou a ca(e'a para ele não ver suas l+grimas. )essemomento& chovia muito. Bs relJmpagos iluminavam o c4u& seguidos pelo estrondode trovCes. 8 +gua caia atrav4s do vidro e ela não poderia mais distrair-se olhandoa paisagem. E a chuva não a dei"ava en"ergar l+ fora& ou eram as l+grimas5 9sso

significava que seus pensamentos não a dei"ariam em paz. B que voc% fez& Nate5 Este homem a pediu em casamento& isso 4 o que voc%

queria desesperadamente h+ tr%s meses atr+s& e voc% disse não5 or qu%5 orqu%5

Ela sa(ia muito (em porque& 4 claro. orque era completamente idiota. Elahavia sido idiota desde o princ0pio em que aceitou tra(alhar na casa dele. 6enhor!,astava olhar para ,ure! )ão representava o que mais odiava5 8 riqueza&arrogJncia& auto-confian'a ...

Em seis meses& s/ agiu sa(iamente uma vez3 quando o dei"ou antes que seus

sentimentos ficassem fortes demais para faz%-lo.)ão que ela estivesse a salvo agora. <uando ele apareceu por tr+s dos len'/is&

teve a sensa'ão de que sempre esteve ali& 8 única diferen'a 4 que pareciadiferente& mais vulner+vel e ferido.

2as essa apar%ncia devia-se a preocupa'ão com 9sa(el. B desaparecimento deNate não que(rou o cora'ão de ,ure como ela havia pensado por um momento.recisou de sua for'a de vontade para não pular em seus (ra'os e (ei=+-lo at4 queperdesse o fGlego& como sonhava todos os dias desde que dei"ou Londres.

<uando ela (ateu na porta de sua (a(+& depois da noite maravilhosa T mesmodepois do final infeliz - que passaram =untos& ela s/ sentiu tristeza. epois&passaram dias& semanas e meses sem que ele aparecesse. Então& perce(eu o quão

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sortuda ela era& muito sortuda& porque escapou de um destino miser+vel& semdúvida.

E eis que ele reaparece& como tivesse sido trazido pelo vento.2as quem o trou"e não foi o vento& ao contr+rio& foi aniel 7raven. B que

estava tramando aniel5 Era imposs0vel que estivesse apai"onado por 9sa(el.

Homens como ele não eram capazes de amar ningu4m al4m de si mesmos. Então&ele plane=ava alguma coisa. 9sa(el era rica sim& mas agora que a mina de diamantesestava produzindo& ele tam(4m era.

or que havia levado 9sa(el se não era por amor nem dinheiro5<uando ,ure falou o nome de aniel& um punho de ferro agarrou seu cora'ão.

orque& no fundo& ela =+ sa(ia porque aniel fez isso.#ostaria de estar errada. 7om todo seu cora'ão. 2as não encontrava nenhuma

outra e"plica'ão.2as não queria compartilhar seus temores com ,ure. Ele =+ estava com

pro(lemas suficientes. Era melhor pensar que aniel queria casar-se com sua filha&porque caso ,ure sou(esse a verdade ...

8 verdade ....eus do c4u!,ure sou(e uma pequena parte so(re quem era seu pai. epois& quando sou(e

que ela era filha de um cavalheiro& lhe propGs casamento& quando era algo que eledeveria ter feito mesmo que fosse a filha de ningu4m.

2as não iria casar-se com ele. Era imposs0vel.Ela teria que manter isso em mente& o que não seria f+cil. 2esmo naquele

momento& em que os olhos de =ade olhavam fi"amente para ela& não pode dei"arde notar suas mãos som(readas pelos pelos pretos& como os (ra'os& o tronco& a(arriga ... Ela era a única que sa(ia. ,em& =unto com a metade das atrizes deLondres. 8pesar disso& recordou o seu corpo nu e tudo o que tentou esquecerdeli(eradamente. )unca sentiu-se tão viva como na noite que compartilharam. 8scoisas que ele a fizera sentir& ficaria para sempre gravado nela.

Nate chorou com mais intensidade.—Nate& —ele disse& quase invis0vel por causa da chuva& que trou"e a escuridão

antes que chegasse a noite.

8 carruagem estava consideravelmente mais lenta devido A visi(ilidade reduzidae da lama que fazia o caminho ficar dif0cil.

Ela não respondeu& porque estava chorando em sil%ncio e caso falasse algumacoisa a voz a trairia.

—H+ algo que eu não entendo&— ele continuou.— Era necess+rio fugir5 6e nãoqueria tornar-se minha amante&era suficiente dizer-me& Nate. )ão a for'aria. $oc%não acha que eu cairia tão (ai"o& não5

Ela mordeu o l+(io. 8 voz de ,ure era terna e aveludada.—Eu posso compreender sua raiva. 6/ pe'o que tente entender-me. )aquela

noite eu não sa(ia o que dizer. Eu deveria ter dito que estava apai"onado por voc%.Eu perce(i no dia seguinte& quando desco(ri que havia fugido.

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 Ele continuou falando por um longo tempo& mas Nate não estava mais ouvindo.orque ele tinha dito que a amava. 8mava.

6enhor! or que ele disse a única coisa que poderia que(rar suas defesas5 ,uredisse que a amava& porque ela sa(ia que era a única coisa que poderia torn+-lavulner+vel. 7omo poderia proteger-se agora5

—Eu deveria ter perce(ido antes& confesso& —ele continuou&—2as h+ tantotempo que não sinto nada al4m de raiva& que não reconheci imediatamente. Nate&voc% sa(e como meu primeiro casamento terminou. Eu não queria repetir estae"peri%ncia. 2as quando voc% fugiu& eu fiz tudo que podia& para aca(ar com minhavida cansada e sem sentido.

Lem(re-se. ensou Nate tentando ressuscitar a sua indigna'ão. Ele faz parte domundo de seus inimigos& as pessoas que tra0ram seus pais e permitiram que oassassino ficasse impune. )ão pode confiar nele.

—m haeton preto com interior amarelo& —disse ela de repente.— Nate!Ele saltou do seu assento e foi novamente para o lado dela& mas desta vez não

apenas para segurar sua mão. Ele a levantou nos (ra'os como se ela não pesassemais que uma pluma.

— B que eu posso fazer para que esque'a as coisas que falei5 —6acudindo-agentilmente perguntou3 —o que eu posso fazer5 9sso5

E apoderou-se de seus l+(ios.8penas isso. E ela ... (em& ela derreteu-se.

,ure >raherne (ei=ava maravilhosamente. 7laro& ela sa(ia& mas como queriaassegurar-se de que não a havia esquecido& acariciou sua (oca com a dela& em(oracom uma ligeira hesita'ão& como estivesse fazendo uma pergunta e que s/ elatinha a resposta.

8o perce(er a l0ngua dele dentro de sua (oca& Nate perce(eu que aca(ara deresponder. 6uas defesas desapareceram de repente. E agora o ataque chegou sempiedade.

)ão foi um simples (ei=o& perce(eu& e ela não estava no controle. >entou resistira este assalto cativante& mas como poderia li(ertar-se do encanto hipn/tico de

seus l+(ios5 os (ra'os de a'o que a aprisionavam5 )aqueles (ra'os& ela ficavasem for'as& era incapaz de controlar suas pr/prias mãos que moviam-se por si s/ edeslizavam em volta do pesco'o dele& no pesco'o e nos ca(elos incrivelmentemacios. or que misteriosa razão& a presen'a da l0ngua de \,ure dentro de sua(oca causava uma descarga el4trica entre as pernas dela5

oderia dizer que ele compartilhava sua pai"ão. ,ure apertou-se mais contraela& gemendo contra sua (oca& assim que ela colocou os dedos entre seus ca(elos.B poder de sua ere'ão pressionava as cal'as apertadas. Ele a a(ra'ou mais forte&mais possessivo& acariciando-lhe muito perto de seu seio& atrav4s do vestido. 6epermitisse que a tocasse ali& estava perdida.

erdida& sim ... 6eus dedos& incrivelmente fortes& mas sens0veis& fechados ao

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redor de seu seio& cu=a ponta ficou instantaneamente endurecidas pelo toque.Nate conseguiu separar-se um pouco& colocando uma mão so(re seu peito e

olhou com sem(lante acusador para ele& mas o que ela viu a fez perder o fGlego.6ua (oca tremia de dese=o e os olhos verdes trans(ordando de... do qu%5 Nate nãopodia dizer& mas sua e"pressão atemorizava e a emocionava ao mesmo tempo.

recisava aca(ar com essa loucura.—,ure ... solte-me.7omo tivesse sa0do de um sonho& ficou atordoado e a fitou& entrecerrando os

olhos& enquanto a a(ra'ava. <uando falou& sua voz estava rouca e com dificuldadeem pronunciar palavras3

—)ão! —disse3— 8 última vez que a soltei& voc% fugiu e eu levei tr%s meses paraencontr+-la.

,em& e agora que ele emoldurava seu rosto com as mãos e apro"imava-se delaat4 que seus l+(ios se tocassem5 <uem poderia culp+-la5 7omo poderia fugir ouimpedir que a tocasse5 ,astava ro'+-la para ficar enfraquecida. Ele a seguravafirmemente& com os dedos& que não paravam de mover so(re seu seio& mas foramdescendo cada vez mais& pouco a pouco ... então...

Então& o cocheiro (ateu na porta e os informou que a estrada estava tão cheiade lama que era imposs0vel continuar a viagem. erguntou se o marqu%s esperariaat4 depois da tempestade na estalagem onde estava estacionado.

Capítulo "&

Ela foi despertada por um trovão que a(alou os vidros da =anela.Estava escuro e sentou-se na cama afastando um pouco a cortinaQ a chuva

estava caindo. evia ser muito tarde& porque as luzes de um pu( do outro lado darua estavam apagadas. 8 aldeia onde foram for'ados a parar parecia estar

dormindo& como estava todo o resto da 9nglaterra.E"ceto ela.B (arulho da tempestade colocou ponto final ao sonho& aqueles horr0veis& e ao

mesmo tempo maravilhosos sonhos& que repetia todas as noites desde quesurpreendeu o marqu%s sem roupa& no (anheiro. B sonho não a poupou sequeruma vez& mesmo depois de sua partida. m sonho que a dei"ava ofegante einvariavelmente& acordava com uma mão entre as pernas. Era incr0vel. 8quele nãopodia ser o comportamento de uma senhorita.

)ão podia dei"ar de sonhar da mesma forma que não podia dei"ar de respirar.

E assim& no final& ela foi for'ada a desistir de tentar. Ela nunca se preocupavaagora em colocar uma camisola& porque sa(ia perfeitamente que aca(aria por

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cima da ca(e'a e emaranhada em sua roupa de cama pela manhã. E quandoacordava com a mão entre as pernas& ela simplesmente a dei"ava l+. 2elhor queceder ao dese=o de voltar a ar Lane e implorar ao marqu%s que a possu0ssenovamente.

2as agora ele não estava em Londres& e sim muito perto. )o quarto ao lado. E

ele estava dormindo como um (om cidadão (ritJnico. urante o =antar foi muitoatencioso& mas não tentou continuar com seus avan'os& e nem reiterou a suaproposta. 7ertamente ele pensou melhor e perce(eu que a decisão de casar-secom a filha do famoso eter 2a:heI& infelizmente não era muito inteligente.

E poderia culp+-lo5m clarão iluminou o quarto. ez segundos depois& veio o trovão& mas com

menos viol%ncia do que antes. 8 tempestade que os acompanhava desde L:nnDegis come'ou a diminuir. 7om um pouco de sorte poderiam continuar a viagempela manhã.

6eria melhor dormir& ela pensou. B caminho que a esperava era longo edesgastante.

2al tinha fechado os olhos quando um ruido a alertou. )ão foi produzido pelachuva& nem era um trovão. 6entou-se novamente tentando ver algo na escuridão.>eria sido um rato5 2as esta pousada parecia estar (em conservada emcompara'ão com as outras. E ela o(servou que ali eles possu0am v+rios gatos.2esmo assim& at4 Lad: ,a((ie As vezes& dei"ava um ou outro. Esticou a mão emdire'ão ao chão& pegou a (ota e =ogou em dire'ão ao (arulho.

—8i!8i5 Bs ratos não diziamMai". Buviu outro som& sem dúvida& devido ao (arulho da

(ota quando caiu no chão. Então veio a voz de lorde ;ingate no escuro.—roga& Nate! 6ou eu!>erminou de a(rir a porta que ligava os dois quartos e que ela não teve a

precau'ão de fechar com chave. Ela insistiu em que ficassem em quartos separadose ,ure aceitou sem questionar.

8gora ela entendia o porqu%. Eles estavam em quartos separados& mas haviauma porta de comunica'ão entre os quartos.

Houve o som de um f/sforo e o quarto iluminou-se. ,ure trou"e uma vela e alevantou para olh+-la so( a luz da chama. Nate recordou-se tarde demais queestava nua e rapidamente co(riu-se.

— B que voc% quer5esviou o olhar ao ver que a camisa que ele vestiu apressadamente& mostrava

seu peito nu.— areceu-me ouvir que chamava.— )ão& não o chamei.8 verdade 4 que não estava certa de não ter feito isso& porque ela estava

sonhando antes de acordar e era muito poss0vel que tivesse gritado o nome deleno ponto de maior e"cita'ão.

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—Nate& —disse ele depositando a vela na mesinha de ca(eceira& —ouvi muito(em& eu estava lendo e ...

<uanto mais ele apro"imava-se da cama& mais ela co(ria-se com os co(ertores.—>alvez& mas eu estava dormindo—& ela admitiu relutantemente. —esculpe-

me se o incomodei.

8o inv4s de afastar-se e regressar ao seu quarto& ele sentou-se na (eirada dacama& apoiando os cotovelos so(re os =oelhos e co(rindo o rosto com as mãos.

—)ão tem importJncia& afinal eu não estava dormindo— disse ele. —7om essachuva& não vamos poder chegar a tempo& Nate ...

9sa(el. *oi por isso que ele estava l+. ara falar so(re 9sa(el.—)ão! )/s a encontraremos a tempo —& disse ela& com uma seguran'a que

estava longe de sentir.—)ão. F muito tarde e ela ser+ o(rigada a casar-se com ele.8ninhado em si& parecia afundar so( o peso da culpa e da tristeza.7omovida a despeito de si mesma& Nate colocou a mão em seu om(ro. 8

situa'ão era muito mais s4ria do que ele pensava& =+ que aniel 7raven nunca secasaria com sua filha.

—)ão necessariamente. —isse com falso otimismo— 9sa(el 4 muito teimosa&mas ela não 4 (o(a& lorde ;ingate.

—elo amor de eus& Nate! 7hame-me pelo meu nome! )ão estou suportandoouvi-la chamar-me de lorde ;ingate. arece muito frio e distante.

—6im. —8dmitiu Nate depois de uma hesita'ão& —,ure& voc% e"plicou para

sua filha o que acontece ... entre um homem e uma mulher5—7laro que não. — Ele murmurou. —Eu pensei que voc% tivesse dito.—Eu5 7laro que não! 7omo voc% pode ...—6egundo 9sa(el& voc% falava com ela so(re tudo. 8 ensinou a vestir-se e a

pentear-se. ensei que ...—Lorde ... <uero dizer& ,ure. F o tra(alho dos pais contarem aos filhos esse tipo

de coisa.—,em& eu não fiz& certo5Ele virou-se para ela. À luz da vela& suas fei'Ces pareciam mais viris do que

nunca ... e esta masculinidade parecia irresist0vel.—)unca passou-me pela ca(e'a& —continuou ele. *ui eu que cuidei dela desde

que era um (e(%& eu a (anhava& a vestia e a alimentava. Eu não podia fazer tudo. Evoc% a conhece. 8gora s/ posso dar a opinião& se o vestido que ela usa 4 adequado&de modo que mencionar um tema tão sens0vel ... Enfim& ela nunca demonstrou amenor curiosidade so(re o assunto e eu pergunto quem poderia ter dito isso a ela.8lgumas questCes são dif0ceis para um homem falar com sua filha.

Ela estava prestes a retirar a mão do om(ro para colocar no rosto dele& apesarde sua (ar(a.

#embre-se! Depreendeu-se a si mesma& e a(ai"ou os olhos.—,em& vamos esperar de que& no caso de aniel 7raven tentar algo com ela&

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9sa(el sinta-se tão chocada que o a(andonar+. Ela sentiu o olhar dele fi"o so(re ela& mas não teve coragem de enfrent+-lo.—erdão5—)aquela noite& no =ardim. Era ele e não lorde almer como eu imaginava. or

que voc% não me alertou so(re este erro5

Nate engoliu com esfor'o& surpresa com essa mudan'a (rusca de assunto.—9sso não importa agora.—9mporta para mim& — ele insistiu. —or que não me disse nada5Ela lam(eu os l+(ios& que ficaram muito secos de repente.—Eu estava com medo ... Eu temia que fosse ... ... mat+-lo ... 2e pareceu que

voc% não precisava de outro escJndalo em sua vida.—$oc% quis me proteger5 — erguntou incr4dulo. —$oc% dei"ou que eu tivesse

o pior pensamento para me proteger5 8 mim5Ela cometeu o erro de olhar para cima.—$oc% e 9sa(el. —B corrigiu para que não imaginasse que s/ havia feito por ele.orque caso contr+rio& poderia imaginar que era importante para ela. 9sso não

era verdade. )ão. 8(solutamente não.,ure a fitava intensamente e ela duvidava que acreditasse por muito tempo.

6eu olhar penetrante parecia atravessar a fachada de indiferen'a que Nate levantoucom cuidado& assim como ele parecia ver atrav4s dos len'/is que estava erguidoat4 o quei"o. Nate sa(ia que isso não a protegeria contra o que esperava comnervosismo e impaci%ncia& ao mesmo tempo.

—Então& Nate& voc% deve me amar um pouco& —murmurou com muita ternura.<uero dizer& se voc% quis me proteger do escJndalo ...

or que não conseguia desviar o olhar5 8gora que seus olhos pareciam tãoperto& ela reparou que eles não estavam totalmente verdes& mas sim compequenas manchas douradas.

—7ertamente& —admitiu ela. — Eu precisava fazer isso.—2as agora não& —disse ele estendendo a mão para os len'/is que ela

agarrava.—)ão& não& —disse ela& agarrando com mais for'a.

—Então porque voc% est+ aqui5Ele pu"ava os len'/is lentamente.—Eu =+ disse. or 9sa(el.Ela não pode dizer mais nada& porque ,ure co(riu a (oca de Nate com um (ei=o

completamente diferente do que havia dado esta noite na (i(lioteca. E tam(4mfoi diferente dos demais& mais macio e prolongado& daqueles que deu mais tardeno quarto.

)em poderia compar+-lo aos que haviam trocado na carruagem. Ele não eracompar+vel a nada que =+ tenha sentido. E enquanto ,ure a (ei=ava& elacompreendeu o que significava aquele (ei=o e que at4 então não tinha conseguidoidentificar.

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 Era a pai"ão causada pela separa'ão.7om certeza era isso& porque ela tam(4m sentia. Ele traduzia o dese=o e a

saudade que a dominou todo o tempo em que eles ficaram separados. 6eu corpotinha preservado a mem/ria do cheiro& ternura e pai"ão que havia dado muitoprazer a ela. E tudo que Nate queria& era repetir a e"peri%ncia.

or isso não protestou quando ,ure pu"ou o len'ol completamente e sual0ngua empurrou a (arreira dos seus l+(ios. Ela estendeu a mão cegamentepousando em seu torso nu na a(ertura do ro(e que ele vestia.. 8cariciou essepeito musculoso e aveludado& enquanto ele agarrava um dos seios.

E 4 isso ... Ela estava perdida.Era tão f+cil render-se a ele e ceder ao seus (ei=os cada vez mais e"igentes.

2uito mais f+cil que lutar contra ele. >am(4m o que adiantava lutar apenas parao(ter uma simples satisfa'ão moral5 ara qu%5 <uando seus dedos davam a elaum prazer tão intenso& quando apertavam suavemente os mamilos antes de descerpara a (arriga& arrancando dela& pequenos gritos muito fracos de protesto5 Elaestava sendo v0tima de um assalto sensual& pro=etado para faz%-la esquecer tudo oque acontecera entre eles& independentemente do enorme prazer que ele deu aela antes.

Deconheceu de novo seu ine(riante e incompar+vel cheiro& que lem(rava umpouco a musgo. Bs toques maravilhosos de seus dedos ...

8(riu mais seu ro(e para deslizar a mão e soltar o cinto que resistia. Ele& 4claro& não teve dificuldades como ela& pois estava nua so( os len'/is. 8gora& a (oca

de ,ure desceu so(re sua garganta e colocou os dedos so(re os seios.Ela não desistiu. 7omo ela não podia desfazer o n/ do cinto& contornou o

o(st+culo dirigindo a mão ainda mais para (ai"o e fechando-a so(re o p%nis.,ure& cu=a l0ngua estava ocupada com um mamilo& grunhiu suspirando antes delevantar a ca(e'a e os olhos. Então& ela aumentou a pressão da mão& s/ para ver oque acontecia.

9mediatamente& ele pegou sua mão e a imo(ilizou no travesseiro ao lado de suaca(e'a.

—<uer que eu aca(e antes de come'ar5

Nate& com a mão livre& tentou novamente soltar o cinto.—>ire-o.6em fazer-se de rogado& ele livrou-se do cinto e da (ata& colocando uma perna

entre as de Nate para separ+-las& enquanto suas mãos estavam retornando paracuidar de seus seios. Então apoderou-se de seus l+(ios com pai"ão& revelando aurg%ncia de seu dese=o& como se sua ere'ão não fosse suficiente para demonstrar aintensidade da sua pai"ão.

2ais uma vez& o corpo de Nate escapou de seu controle e reagiu instintivamenteao cheiro e a sensa'ão do corpo que a esmagava como ela queria. Ela arqueou-secontra ele& para sentir melhor a união dos dois se"os.

,ure emitiu um som inarticulado e entrou tão profundamente quanto poss0vel&

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perdendo-se em seu interior morno e quente& deliciosamente estreito. Ela ofegou&como da primeira vez e cravou as unhas em seus om(ros& enlouquecida&agarrando-se a ele como um n+ufrago em uma t+(ua.

E possivelmente& essas unhas eram o único ponto de liga'ão com o mundo& derepente varrido pelo furacão do dese=o. Ele come'ou a entrar e sair dela com um

movimento que transformou os dois em loucos. Era como uma sucessão de ondas&impulsionada pela ressaca do mar& colidindo contra eles& avan'ando& afastando-see voltando novamente ...

8 cada retorno da onda& Nate arqueava-se para ir ao encontro dele& queafundava-se mais e mais dentro dela. 2ais forte e mais fundo. 2ais e mais.

)ão ficou preocupado se a for'a de suas estocadas estava assustando Nate ea(andonou todo o confinamento que o prendia at4 então. + não conseguiacontrolar a viol%ncia de seu dese=o. Ela foi a primeira a atingir o orgasmo. 6oltandoos om(ros& foi levada pela correnteza. 8(sorvendo redemoinhos em uma espiral&antes de lan'ar-se novamente para a paz.

ermaneceu ali& ofegante& apenas consciente de que ele foi arrastado com ela etentou recuperar o fGlego& o seu cora'ão (atendo furiosamente contra ele.

<uando a(riu os olhos& a vela foi consumida. eitada no escuro& ouviu atempestade que trove=ava na distJncia. 8 chuva havia parado de (ater nas vidra'as.8 tempestade acalmou& tanto dentro como fora do quarto.

7omo se tivesse aca(ado de tomar conhecimento desta paz& ,ure saiu da camae afastou-se. Nate estava prestes a protestar dizendo que sentia o ar frio em sua

pele& mas um segundo depois& ele a co(riu com os co(ertores e a colocou contraseu corpo& prendendo-a em seus (ra'os.

Havia coisas que teriam que conversar& ela pensou& sonolenta. >eria quelem(r+-lo de que& apesar do prazer que eles aca(aram de compartilhar& ela nãohavia mudado de ideia ...

—6hhh ... — 6ussurrou ,ure em seu ouvido& como tivesse adivinhado o que elaestava pensando.

Ele soprou uma mecha de ca(elo que caia so(re seu rosto e deu nela um (ei=ode (oa noite.

emasiado cansada para lan'ar o menor protesto& Nate fechou os olhos.

Capítulo "

,ure estava sonhando. Ele sa(ia que estava sonhando& porque havia um peso

so(re seu peito& Ele a(riu os olhos. Nate estava dormindo ao seu lado com a ca(e'aapoiada em seu cora'ão. 6eu ca(elo estava espalhado como uma cascata de ouro.

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E uma mecha de ca(elo fazia c/cegas em seu quei"o.)ão& não era um sonho& porque eles não estavam no seu quarto enorme em

ar Lane&e sim em um pequeno quarto de teto (ai"o& em uma pousada da vila. Elepodia ouvir a mulher do estala=adeiro preparando o caf4 da manhã no andar de(ai"o. Blhou atrav4s da pequena =anela. Estava come'ando a amanhecer& ou pelo

menos& era o que parecia& porque era dif0cil dizer com o nevoeiro que estavafazendo. 8 chuva havia parado& mas estava tudo muito cinza l+ fora eaparentemente& fazia frio. B outono realmente chegou. 2ais uma razão para ficarna cama.

2as era imposs0vel& porque teriam que procurar 9sa(el. 7onforme o tempopassava& mais dif0cil ficava para encontr+-la. Em(ora& com uma n4voa assim& nãoera muito prov+vel que fosse a lugar algum tão cedo.

8 impot%ncia o consumiu& mas pelo menos ele tinha Nate.6ua (eleza não dei"ava de surpreend%-lo. 7ertamente não possu0a a (eleza

cl+ssica de 6ara ;oodhart. 7om e"ce'ão de seu enormes olhos cinzentos& nãopoderia ser qualificada para responder ao conceito tradicional de (eleza. 6euca(elo era de um loiro dif0cil de definir& era (ai"inha e magra& quando o que estavana moda eram curvas generosas.

)o entanto ...)o entanto& sua pele era perfeita& lisa e acetinada& p+lida como um (otão de

rosa (ranca que tivesse aca(ado de a(rir. 6ua cintura era tão estreita que podiarode+-la com as mãos sem pro(lemas. Ela possu0a longas pernas finas& os

tornozelos finos e encantadores pezinhos. E entre suas pernas havia um triJngulode seda que o cativou mais do que qualquer um que ele =+ tivesse conhecido.<uando estava dentro daquele ninho quente e macio& não sentia vontade de sair.

E isso não era tudo. 6uas mãos eram tão pequenas que desapareciam dentrodas dele. 2ãos de uma artista& (ailarina ou musicista. <uando percorria seu corpocom elas& imaginava sempre que ia enlouquecer.

<uanto A sua (oca& ele poderia desenhar o contorno perfeito dos l+(ios com osolhos fechados. )aquele momento ela estava dormindo tranquilamente ao seulado. assou a ponta do dedo por ela. E adorava estar ali com seus seios

pressionados contra ele.9nclusive& gostava muito porque ele sentia que seu se"o come'ava a aumentar

de tamanho& so( o co(ertor. esta vez não ia levantar-se com o dese=o insatisfeito.ecidiu resolver de imediato& mas em vez de ir para cima de Nate& teve outra

ideia. Ele deslizou-a so(re ele at4 que ficou montada so(re ele. 7laro& que elaacordaria com esse movimento. Levantou a ca(e'a e piscou os olhos para a luz daaurora.

—B que ...Ele colocou as mãos firmemente so(re sua cintura e entrou nela lentamente. Ela

ofegou& como ela fazia todas as vezes que ele entrava nela.—B que est+ fazendo5

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Ele mostrou a ela& movendo os quadris para frente e ela respirou fundo v+riasvezes com espanto. 8ssimilou rapidamente as instru'Ces movendo a p4lvis eganhou um grunhido como recompensa. m grunhido selvagem rever(erou aoredor das co"as e da cintura de ,ure. Ele& sem se me"er& gostando tanto do vai evem dela so(re seu ei"o& de cima para (ai"o& de (ai"o para cima& como o

espet+culo de seus ca(elos caindo como uma capa gloriosa nas costas e seuspequenos seios apontando para o teto. Ele quis toc+-los& mas de repente nãoconseguiu ficar parado mais tempo. Ele agarrou os quadris de ate& arqueado-separa ir ao encontro dela& encadeando uma s4rie de investidas violentas& arriscando-se a parti-la em duas.

 2as Nate não era tão fr+gil quanto parecia. Despondeu a cada uma de suasestocadas& gemendo& arfando& maravilhada por encai"ar-se perfeitamente ao corpoe ao ritmo dele& comovida por essas divinas sensa'Ces que ela nunca haviaconhecido antes.

Logo& as ondas de prazer tomou posse dela. >entou resistir& atrasar ummomento. 6ua mão procurou alguma coisa As cegas& algo pudesse mant%-la A (eirado %"tase& mas era tarde demais. 8rqueou-se =ogando a ca(e'a para tr+s e osca(elos acariciaram os =oelhos de ,ure.

 E a(ai"o dela& ele viu tudo& viu o seu cl0ma"& deleitando-se com a forma comoseus l+(ios entrea(ertos dei"aram sair um grito suave& indefeso ...... então ele sereuniu com ela. #emendo e tremendo dos p4s A ca(e'a pelo efeito do prazer quecorria atrav4s de seu corpo& enquanto a inundava com a sua semente.

<uando Nate voltou a si& estava deitada em seu peito. Ele olhou e viu seusca(elos espalhados A sua volta como um v4u de seda. ,ure estava sorrindo. Elaquis prend%-los& mas ele a deteve.

—)ão. Eu adoro seus ca(elos.Ela respondeu com um longo (ei=o.

2eia hora depois& quando ele voltou depois de ir perguntar ao cocheiro so(reas condi'Ces da estrada& a encontrou na mesma posi'ão que a havia dei"ado& mascom um humor completamente diferente.

Ele não sa(ia que durante sua aus%ncia& ela sentiu uma n+usea violenta& e nãofoi capaz de aliviar-se porque não havia nada no estGmago.

—Nate5 $oc% não vai levantar5—$+ em(ora.

Bprimido& parou no lugar& (em vestido e cheio de energia& enquanto elacontinha com esfor'o& um novo acesso de n+usea.

—Nate... —disse ele novamente com paci%ncia. —>emos que ir ...—$+ em(ora — repetiu ela& apoderando-se da (ota que atirou em ,ure na

noite anterior.Ele recuou r+pido e desceu para o des=e=um perguntando que (icho havia

mordido Nate e quanto tempo ela ia demorar para sair. B caminho para a Esc/cia&

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como disse o cocheiro& estava em m+s condi'Ces& mas não era impratic+vel.. 7asovia=assem rapidamente& chegariam ao seu destino ao anoitecer. 2as eles nãoconseguiriam se permaneceram na pousada.

Havia terminado de tomar caf4& quando ela apareceu. Ela sentou-se em frente aele& sem dar qualquer e"plica'ão para seu comportamento estranho e re=eitou o

prato de (acon e ovos me"idos que ele oferecia. Ela simplesmente pegou umpeda'o de pão e uma "0cara de ch+. >ão logo terminou disse a ,ure que estavapronta para ir& mas seu tom precisava de convic'ão.

Ele atri(uiu esse comportamento estranho a vergonha pela noite que aca(aramde passar. 8final& fizeram amor sem ini(i'Ces. 8 presen'a de outros clientes& s/conseguiu aumentar o seu desconforto.

8pressou-se a pagar o senhorio e trazer Nate para a carruagem para terminarcom seu desconforto. 2as ficou decepcionado quando& sentado ao lado dela ecolocando o (ra'o so(re seus om(ros& a sentiu tensa.

—or favor& sente-se na minha frente. —isse ela.Ele a olhou incr4dulo.—Nate& voc% não vai come'ar de novo& certo5 ensei que tiv4ssemos

solucionado tudo.—6olucionado5 )ão creio que tenhamos solucionado nada. Eu concordei em ir

com voc% para a=udar sua filha& nada mais.—Então porque voc% me chamou ontem A noite5—Eu disse a voc%. —Então ela virou-se para a =anelaQ —Eu estava sonhando.

—,em& voc% deve pensar cuidadosamente so(re seus sonhos& Nate. Eles podemestar dizendo coisas que voc% não 4 capaz de dizer. <ue me ama& por e"emplo& eque concorda em casar-se comigo.

Ela (alan'ou a ca(e'a sem dizer nada.—Eu entendo que apesar de ontem A noite& para não dizer no que aconteceu

esta manhã& ainda se recusa a casar-se comigo5—e fato.)unca antes& ele teve tanta vontade de que(rar alguma coisa. Ele cerrou os

punhos.

—equena hip/crita.Ela finalmente virou a ca(e'a e o desafiou com seus olhos cinzentos.—Hip/crita5 —erguntou.—Esta 4 a palavra certa. —Despondeu com uma calma& que surpreendeu a si

mesmo.—8dequada para qu%5—ara definir o seu comportamento& Nate. $oc% diz que não quer sa(er nada

so(re mim& mas quando fazemos amor& parece que voc% gosta. ma vez que nãopago a voc% para fazer-me esse tipo de servi'o& deduzo que me queira pelo menosum pouco. 8ssim& sua atitude me parece hip/crita.

)esta manhã& ela estava p+lida& mas agora estava l0vida. E em seguida ficou

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vermelha.—Eu ... 4 porque voc% ... 6e voc% não tivesse ...*uriosa por estar gague=ando& parou de falar e a(ai"ou os olhos.—F tudo sua culpa. 6e voc% tivesse ido para a cama quando pedi ... 7omo voc%

quer que eu resista quando voc% 4 tão ... tão ... irresist0vel5 —>erminou com um

sussurro.—Nate.6eus punhos se a(riram e o n/ em seu estGmago amenizou-se. )ão foi o que

havia confessado que o tranquilizou& mas sua maneira de dizer& com l+grimas navoz& o rosto corado& a incapacidade de encar+-lo sustentando o seu olhar. erepente ele entendeu o motivo de sua raiva.

<ueria segurar sua mão& mas a(steve-se. + havia conquistado uma vit/riaquando Nate fez esta confissão.

—Nate —repetiu. —$oc% d+-se conta do que aca(a de me dizer5 6e isso forverdade& como pensa em não casar-se comigo5

ara seu grande espanto& Nate dei"ou escapar um solu'o. $irou a ca(e'a paraescond%-la com a (orda do chap4u& mas =+ era tarde demais. Bs solu'os sacudiamseus om(ros.

9nstintivamente& ,ure correu na dire'ão dela& mas Nate refugiou-se num canto&o mais longe poss0vel dele.

—elo amor de eus& fique em seu lugar e dei"e-me em paz!,ure o(edeceu& mas apenas porque o comportamento de Nate não era normal.

Ele voltou para seu lugar e ficou olhando& querendo sa(er o que poderia teracontecido durante a noite ou pela manhã& quando ela foi dei"ada sozinha& paraque a doce e razo+vel ate& se tornasse tão irracional e imprevis0vel. 8t4 ho=e& aocontr+rio das outras mulheres que ele conheceu e at4 sua pr/pria filha& Nate nuncateve mudan'as de humor& nem costumava enfurecer-se.

8 menos& claro& que tivesse uma (oa razão para seu comportamento.Era imposs0vel reprov+-lo ainda que apresentasse proposta para ela tornar-se

sua amante. )ão s/ pediu desculpas& mas ele tam(4m havia pedido para ela casar-se com

ele.)ão& a e"plica'ão teria que procurar em outro lugar. 2as onde5 )ão acreditava

que ela fosse rancorosa. 6e fosse& nunca teria concordado com ele em encontrar9sa(el.

,em& logo ficaria (em.<uando tudo aca(asse& quando& se eus quiser& 9sa(el recuperasse o (om senso

antes de casar-se com 7raven& ele ocuparia-se de consertar as coisas.

Capítulo "8

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Era mais de meia-noite quando chegaram a #retna #reen. Nate dormiu por umtempo& um sono agitado e não acordou quando a carruagem parou.

2as agora& uma mão em seu om(ro a estava sacudindo novamente.

—Nate& acorda& —murmurou o marqu%s no ouvido dela. —7hegamos.Ela virou as costas com mau humor& que não era uma tarefa f+cil& considerando

a estreiteza do (anco e ao volume da saia. 2as ao menos ela estava maisconfort+vel do que tinha sido durante toda a viagem.

—Eu não. —Despondeu3 —ei"e-me dormir.—$oc% não pode dormir na carruagem& Nate.8 voz de ,ure mostrava algo indefin0vel& que atrav4s das n4voas do sono& a ela

soou como uma esp4cie de indulg%ncia divertida.A3u não sou uma crian7a, s2 estou cansada! Ela queria responder& mas estava

comportando-se como tal. or que não poderia dei"+-la dormir5Em seguida& ,ure passou o (ra'o em suas costas e o outro so( os =oelhos&

levantando-a e saindo da carruagem.Nate acordou imediatamente. )ervosa porque ele a moveu& deu um soco no

peito dele.—ei"e-me no chão! Eu não sou uma inv+lida& eu posso andar.Ele olhou para o chão.—2as Nate ...

—Estou dizendo para dei"ar-me no chão!,ure suspirou e o(edeceu. Nate imediatamente afundou at4 os tornozelos em

uma grande po'a de lama.—8h! —isse levantando a (arra do vestido e olhando seus p4s molhados.,ure seguiu seu olhar enquanto ela me"ia o tornozelo de um lado para outro

e"aminando os danos A luz das =anelas da estalagem.—Eu tentei avis+-la. —Ele comentou divertido3 —2as voc% me (ateu!—Eu sei.—9nsistiu para que eu a colocasse no chão.

—Eu sei.—6e o meu contato não fosse tão insuport+vel& eu poderia ter levado voc% at4 a

pousada.—Eu sei& — ela repetiu com os dentes cerrados.8 lama era realmente gelada.B marqu%s suspirou& a(ai"ou-se e a levantou novamente nos (ra'os.esta vez Nate não protestou. Dodeou o pesco'o de ,ure firmemente com os

(ra'os& enquanto ele atravessava o p+tio do est+(uloQ ele su(iu as escadas at4 apousada& e entrou numa sala onde uma lareira proporcionava uma luz dourada.

<uando os =ovens que estavam reunidos na ta(erna voltavam-se para olhar paraeles& escondeu o rosto contra o peito de ,ure. Ele come'ou a rir (ai"inho.

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 ,em& ela possu0a o dom de divertir-lo! )ão era algo espantoso5—)ão 4 engra'ado& —resmungou& com o nariz escondido em seu casaco.—F verdade& —admitiu ele come'ando a su(ir as escadas que conduziam aos

quartos. —2as voc% 4—)ão& eu estou desconfort+vel e cansada .... E eu estou com fome& molhada e ...

e em um estado lastim+vel. )ão tenho nenhum dese=o de ver as pessoas.—)ão se preocupe. ensam que estamos casados.

Ela levantou a ca(e'a imediatamente.—64rio5 or qu%5—,em& porque foi isso que eu disse quando me disseram que s/ havia apenas

um quarto ... recisamente este aqui.Ele a(riu a porta e a deitou num sof+ confort+vel na frente da lareira cu=o calor

foi feito para lem(r+-la de que não s/ estava com fome& cansada e molhada& masque tam(4m estava com frio.

—8gora vem o =antar& —disse ele tirando as luvas e o casaco. —>alvez não se=amuito a(undante a esta hora da noite& mas o propriet+rio falou que sua esposasempre mantem uma ou duas tortas de carne reservadas. Enquanto não nosservirem esta especialidade escocesa& tripa de cordeiro recheada ... estar+ tudo(em&

 Nate estava se aquecendo na lareira com ineg+vel prazer& assom(rada porrece(er tal lu"o depois de todo desconforto anterior. >eria que tirar as (otas&

encharcadas de lama& mas levaria um tempo consider+vel para tir+-las& porque oscordCes estavam molhados.

,ateram A porta.—eve ser o =antar& disse ,ure.2ergulhada em uma especie de letargia& Nate (oce=ou. 8final& não precisava

preocupar-se com o fato de passar uma segunda noite na cama do marqu%s.ormiria l+ no sof+ mesmo. ortanto& não seria necess+rio tirar as (otas. 6ecariadiante do fogo ao mesmo tempo que seus p4s.

—,e(as isto& —disse ele colocando um c+lice em(ai"o do nariz de ate e que

e"alava um cheiro delicioso.—B que 4 isso5 — erguntou& tomando o c+lice e preparando-se para molhar os

l+(ios.—Dum com manteiga quente.Ela fez uma careta e devolveu o c+lice.—$oc% ficar+ melhor depois de (e(er isto& insistiu ,ure.—Eu me sinto /tima& mas eu não estarei amanhã& se eu tomar isso.Ele levou a (e(ida com um olhar de desaprova'ão. Nate come'ou a rela"ar

quando ,ure voltou. esta vez& ele a=oelhou-se ao lado do sof+ e pegou seutornozelo esquerdo.

—B que ... B que voc% est+ fazendo5 — isse ela dando um pulo.

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—$oc% não pode ficar com (otas molhadas& Nate.7olocando o p4 de ate so(re a co"a come'ou a soltar o cadar'o.—$oc% poder+ ficar resfriada& —disse ele.Ele estava certo& depois de todas as coisas ousadas que havia feito. 2as& no

entanto& ela estava ofendida ....

—$oc% não pode ...8o compreender consternada que estava falando alto o suficiente para acordar

todo o hotel& (ai"ou o tom de sua voz.—$oc% não pode tirar minhas (otas& como se nada tivesse acontecido.—Eu acho que sim.—)ão. >am(4m não pode dizer a todos que somos casados& quando voc% sa(e

perfeitamente (em que não 4 verdade.—B que voc% gostaria de ter feito& Nate 5 —Ele perguntou com calma.—,em& certamente esta não 4 a única pousada em #retna #reen. $oc% poderia

ter procurado uma que tivesse dois quartos dispon0veis.—epois da meia-noite5 7om este tempo5 )o meio da temporada de ca'a5Ele lan'ou a ela um olhar zom(ador e concluiu3—Enfim& n/s terminamos na mesma cama.—,ure! Bntem A noite n/s cometemos um ...—Erro. 6im& eu sei. E esta manhã tam(4m. E"pressou seus sentimentos so(re

isso muito claramente. #ire um pouco seus pezinhos& meu cora'ão.—8h& outra coisa! $oc% não pode me chamar de Mmeu cora7ãoM. Eu não sou

Mseu cora7ão".Ele =+ havia removido a (ota e naquele momento estava deslizando a mão na

dire'ão de sua co"a.—B que voc% est+ fazendo 5 —erguntou Nate tentando remover o p4.—Eu estou tirando sua meia. B seu tornozelo& est+ encharcado.Ele estava certo. Ela não poderia contradiz%-lo& mas ela inclinou-se para remover

a meia. B(viamente& demorou um pouco para alcan'ar as ligas ane"adas ao seuespartilho e a crinolina a mover-se em todas as dire'Ces. E ela estava muitocansada& e os dedos do marqu%s eram tão quentes ...

6o(re o que eles estavam falando5 8h& sim! Ela estava tentando entender comoele era estúpido para acreditar que poderiam ter um futuro =untos..

—)ão sou seu cora'ão — 8creditou por (em recordar-lhe& enquanto o marquestirava sua meia. — 6ou a velha dama de companhia de sua filha e arruinou-me ...e....

—)ão a arruinei! —Ele interrompeu o que ele estava fazendo& — foi voc% queme arruinou.

Nate sentiu a respira'ão do marqu%s nas co"as dela atrav4s da cal'a de linhoque a protegia& como o calor do fogo. Era um sentimento novo ... desconcertante.

7om um orgulho inesperado em uma mulher distra0da pela presen'a da ca(e'ade seu amado entre os =oelhos& disse3

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—7aso voc% tenha esquecido& eu era virgem. or isso 4 imposs0vel não terarruinado nada.

)este momento& ele estava enrolando a meia e acariciando a pele macia daperna.

—<ue tipo de virgem era voc%& vagando pela casa A noite& vestida como voc%

estava5—$oc% est+ dizendo que eu não era virgem5—)ão& —ele disse removendo a meia. —6implesmente que& para algu4m que

protege ferozmente a sua inoc%ncia& vestia uma roupa muito ... sedutora.epositou o p4 esquerdo descal'o so(re uma almofada e tomou o direito.—6edutora! F a coisa mais rid0cula que =+ ouvi na minha vida.—8 pessoa que arrasta a outra para o pecado usando sua sensualidade merece

ser chamada deM libertina M. B que faz voc% culpada& senhorita 2a:heI. E não s/ 4culpada de me levar a sua lu"úria& mas principalmente por ter me a(andonado nodia seguinte.

—6/ fugi porque queria tornar-me sua amante.—8l4m disso& quando eu pedi para casar-se comigo& sofri uma re=ei'ão cruel& —

ele continuou.—)ão me perguntou at4 desco(rir que vim de uma fam0lia adequada.8gora que =+ havia adquirido alguma e"peri%ncia nesta +rea& ficou muito mais

f+cil desatar os n/s dos cadar'os e soltar os (otCes.—Eu não queria ofend%-la& Nate—& disse ele levantando as saias para alcan'ar as

ligas. —2as& em(ora eu tenha certeza que amava seu pai e houve um tempo emque ele era um cavalheiro& morreu em circunstJncias um pouco ...comprometedora.

—)ão 4 verdade. B que as pessoas disseram so(re ele não 4 verdade.—)o entanto& apesar dessas circunstJncias& eu ainda quero casar-me com voc%.

Então diga-me como voc% e"plica isso5—orque voc% est+ louco.

7ada vez era mais dif0cil falar& pois os dedos de ,ure estavam tocandonovamente a parte interior de suas pernas. B toque a dei"ava mais quente& do que

o calor das chamas.—2as eu estou saud+vel o suficiente para chegar A Esc/cia em tempo recorde.—6/ porque sua filha est+ prestes a sofrer a mesma sorte que eu.—)ão 4 verdade. 6e voc% pensa que aniel 7raven ama 9sa(el metade do que eu

a amo& aprovarei seu casamento.Nate ficou su(itamente muda. Ela limpou a garganta.—F ... 4 ...—F a verdade —& disse ele lentamente descendo a meia pela perna de Nate. —

$oc%sa(e que 4 verdade.—)ão. Eu não ...

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Ele a silenciou& quando colocou a (oca onde suas mãos estavam momentosantes. Nate quase catapultou-se para fora do (anco quando sentiu a mordidaespinhosa de sua (ar(a na altura da co"a& ficou tão assustada que quase caiu dosof+. 2as o toque dos l+(ios estava delicioso. Ela levantou a mão sem sa(er sequeria impedi-lo ou pression+-lo. 2as seus dedos deslizaram pelo ca(elo de ,ure&

parecendo que o queria mais perto. 7ertamente não para afast+-lo.—,ure...B marqu%s em vez de parar& ficou e"citado. Ele levantou as pernas de Nate ainda

com metade das meias e sua (oca movia-se so(re ela& (ei=ando-aimplacavelmente.

6eus dedos se moveram at4 A sua virilha e tocou no in0cio como se poracidente& mas causando uma e"plosão de prazer que percorreu todo o corpo da =ovem.

Então& ficou pressionando aquele lugar secreto que havia aguardado por tantotempo& o seu toque. Ela crispou os dedos em seus ca(elos. )ão era mais capaz depensar caso o estivesse machucando. 8 e"cita'ão a impedia de respirar e ocora'ão parecia que ia sair do peito. Era sufocante.

8 (oca de ,ure& em seguida& continuou onde suas mão tinham parado e Nateperce(eu que ela ainda tinha muitas coisas para desco(rir. )unca havia sentidonada parecido. Essa (oca quente na parte mais sens0vel do seu corpo& esfregandosua l0ngua no ponto mais vulner+vel& o toque +spero de seu quei"o contra a pelemacia de sua co"a& tudo o que ... era demais. Estava errado. 6im& o que ele fazia era

tão maravilhoso que s/ poderia ser pecado.Ela queria pedir que parasse. 8l4m disso ainda tinha o chap4u. 6enhor! >er a

(oca de um homem entre as pernas quando seu chap4u estava ainda na ca(e'a&não podia estar certo.

2as era dif0cil pensar com clareza quando essa l0ngua e os l+(ios se moviam deforma que nunca imaginou ser poss0vel. arte dela queria afastar-se& fechar aquelaspernas vergonhosamente separadas e (ai"ar a saia com e"pressão ofendida. 2as ooutro& no entanto& s/ queria estar de novo no para0so.

Ele tinha os (ra'os em volta dos quadris& seus om(ros largos preso entre os

 =oelhos. 6eu rosto estava enterrado profundamente entre suas co"as. Ela agarrou oca(elo dele como uma Jncora.

Então& quase desmaiou de prazer& Nate pronunciou o nome dele. Lentamente&em um sussurro. 2as ele ouviu. Enlouquecido& rendeu-se a esse apelo. <uandolevantou a ca(e'a& o contato dele na sua pele queimava& estava prestes a faz%-lagritar de prazer.

m segundo depois& levantou-a nos (ra'os& com as saias em torno da cintura& eo cora'ão (atendo r+pido. 6entiu que estava voando pelo ares e se agarrou aosom(ros de ,ure atrav4s das montanhas do tecido. 2as ele a depositou so(re acama e colocou uma perna entre as dela. 8trav4s de uma n4voa& viu que elefreneticamente desa(otoava as cal'as& li(ertando seu se"o inchado de dese=o.

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 roduzi esse efeito so(re ele ... ela pensou.)ão foi poss0vel ficar pensando& por que sem perda de tempo ele a penetrou.Ela suspirou& como se fosse a primeira vez. 7om a pot%ncia de seu ataque&

cortou a respira'ão de Nate. epois de r+pidos (ei=os& agora a possu0a quase comviol%ncia& apoiando o seu peso so(re ela.

Era como se Nate estivesse esperando e"atamente isso& preencher esse vaziocom a sua masculinidade. Ele s/ tinha que entrar no seu corpo para lev+-la a (ordado %"tase. *oi por causa de seus l+(ios e da l0ngua. 6im& foi por esse motivo e nãoporque ela queria. )ão porque ele precisava.

8gora& sua (oca estava em seu pesco'o logo a(ai"o da orelha. 6egurava suasmãos contra o colchão para que não o tocasse& como se fosse perigoso para ele.Ele afundou dentro dela mais forte& e ela arqueou-se para senti-lo melhor.

,om& tudo (em. Ela o queria. recisava dele.esesperadamente.8s ondas do orgasmo a rodeavam& a sufocavam& e ela levantando seus quadris&

soltou um grito. E então ele soltou seus pulsos& finalmente& e em(alou seus rostocom as mãos& como seu corpo& e tam(4m& foi a(alado com a li(era'ão do cl0ma".

<uando& depois de um tempo& Nate recuperou o uso de sua voz& sentiu-se muitomelhor do que havia sentido durante todo o dia.

—Eu nem sequer tive tempo para tirar o meu chap4u& —disse ela como se fosseo fato mais surpreendente de todos.

,ure levantou o rosto& que ainda estava esmagado no vão de seu pesco'o&

olhou os l+(ios inchados e os olhos cinzentos de ate. m fio de ca(elos douradosescapou do chap4u& inclinou-se so(re o cotovelo e levou essa mecha de ca(elo aosl+(ios.

—F indecente—& disse. —a pr/"ima vez eu vou ter que tir+-lo antes.—Espero que sim& —disse ela& esquecendo-se que ela não queria pensar em ter

um futuro com ,ure.

Capítulo "'

8 manhã do dia seguinte& Nate acordou sem sa(er onde estava.>udo que ela sou(e 4 que devia ser muito cedo& porque ainda não sentia-se

en=oada. 8s n+useas sempre aconteciam l+ pelas oito horas.Ela esticou os (ra'os (uscando o pelo macio de Lad: ,a((ie& mas encontrou

algo mais +spero e a(riu os olhos. 6ua mão descansava no torso nu do marqu%s&

que estava deitado nu em sua cama.)a cama de qual dos dois5

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 Então ela lem(rou-se de tudo o que havia acontecido na noite anterior e caiuso(re o travesseiro.

Estavam em #retna #reen procurando 9sa(el que queria casar-se com aniel7raven e por isso havia fugido. B mesmo aniel 7raven que se apoderou de tudo oque era importante para ela e agora tentava fazer o mesmo com ,ure>raherne.

Bs propriet+rios da pousada acreditavam que eles eram casados. 8l4m disso&eles se comportaram como se fossem& supondo que todos os casamentos sededicassem a estas ...estas ... Ela não podia imaginar nem por um segundo que seupai e sua mãe fizeram...

7orando& ela decidiu pensar em outra coisa e naturalmente terminou pensandoem ,ure. Ele ainda estava dormindo& seu peito peludo su(indo e descendo em seusono pesado .

,ure. Era assim que ela pensava nele agora. 7omo ,ure. )ão como lorde;ingate. 7omo seu nome& ,ure. Era um nome estranho& mais que um so(renomede um nome cristão& e muito muito pequeno para o homem comple"o que omantinha. ,ure.

Ela virou a ca(e'a na dire'ão dele. 8lguns fios (rancos intercalavam entre osca(elos de sua ca(e'a e seu peito. epois de tudo ele estava quase com quarentaanos. 6ua filha =+ estava em idade de casar. <uantos anos ele tinha quando Natenasceu5 >reze.

>reze anos de diferen'a& não era muito& afinal de contas& e al4m disso& ele nãoparecia ter essa idade. Era tão alto e forte que parecia ter trinta anos. )o entanto&

com ?@ anos não era velho e em qualquer caso& isso não o impedia de fazer ... oque haviam feito v+rias vezes nos últimos dias.

2as era necess+rio dei"ar de fazer& ela disse para si mesma tirando a mão dopeito de ,ure. ma vez que encontrassem 9sa(el& não poderiam continuarfazendo. )ão funcionaria. Ela não poderia casar-se com ele ... 2esmo queestivesse morrendo de vontade.

2ais uma vez colocou a mão em cima dele. ossuia uma necessidade constantede toc+-lo& não podia evitar. or isso queria que ele permanecesse em frente aoseu (anco durante a viagem. <uando estava ao seu lado& assim que a tocava&

estava perdida. Ele a atraia irresistivelmente e essa atra'ão poderosa adesconcertava.

Era pat4tica.ensando que era melhor ficar longe dele& decidiu levantar-se& especialmente

porque as n+useas não tardariam a fazer sua apari'ão. )ão duravam muito tempo&de modo que se pudesse vestir-se sem acord+-lo ...

>arde demais. 8ca(ou de colocar os p4s descal'os no chão gelado& quando elea(riu os olhos. Ele a segurou e de repente viu-se presa ao seu corpo e com as mãosentrela'adas com as dele em cima da ca(e'a so(re o travesseiro. ,ure olhou-a&segurando seu rosto a cent0metros do dele.

—$oc% estava indo para algum lugar5 — erguntou calmamente& como

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estivessem em ar Lane e parados no corredor.—hh ... )ão.—*ico feliz em ouvir isso. orque acho que esta 4 uma maneira (astante

agrad+vel para acordar& voc% não acha5Nate não podia negar isso porque ele pressionou seu corpo quente contra o dela

e come'ou a colocar uma perna entre as suas.—)a verdade& 4 e"atamente como eu queria acordar todas as manhãs.7om o polegar da mão livre& fez o contorno dos l+(ios de Nate.—<uero dizer& em cima de voc%.—9sso poderia ser ...Ele mudou um pouco de posi'ão& ela perce(eu que seu p%nis =+ estava ereto& o

que a surpreendeu e gostou ao mesmo tempo.—esconfort+vel. —>erminou ela de dizer.—esconfort+vel5Ele colocou seus l+(ios nos dela& no lugar em que eles faziam uma charmosa

curva.—B que 4 tão desconfort+vel5—,em& voc% pesa um pouco.—8h& —disse ele (ei=ando suas p+lpe(ras& —eu posso remediar isso.m segundo depois& ele rolou para o lado e Nate viu-se montada nele sem sa(er

como. <uando afastou o ca(elo de seus olhos& viu que ela estava muito satisfeitaconsigo mesma.

—E agora5 $oc% gostaria de acordar assim todas as manhãs5 Em cima de mim5Ela sentiu sua ere'ão pressionada contra a sua (arriga e para sua grande

vergonha& uma onda de prazer correu pelo seu corpo. 8proveitando-se dessarea'ão mais do que (em-vinda& ele penetrou-a sem esfor'o.

—Bu& melhor ainda& comigo dentro. 7omo agora& —acrescentou levantamentoquadris para se introduzir mais profundamente.

Nate estava prestes a lem(r+-lo de que não estavam ali para fazer amor& e simem (usca de 9sa(el. 2as ela era incapaz de pensar de forma coerente.

Ele come'ou a acariciar seus seios enquanto movia-se em seu interior

lentamente. <uando ele introduziu a mão pelo ca(elo dela e a pu"ou para ele at4que suas (ocas se uniram& ela esqueceu todo o resto.

6ua l0ngua for'ou a (arreira dos l+(ios for'ando-os a se a(rirem. 6eu ca(elofazia c/cegas em seus mamilos. Então ela come'ou a se mover so(re ele. )ãomuito. 6em dúvida& sem querer& mas o suficiente para faz%-lo deslizar as mãos so(as n+degas para incentiv+-la a continuar.

9sso não era como ela tinha pensado em come'ar o dia. 6er+ que este homemera insaci+vel5

8parentemente sim.E aparentemente& ela tam(4m. orque estava agarrando-se a ele sem pudor&

não s/ com as mãos e os l+(ios& e sim presa entre as co"as como estivesse

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montada em um garanhão.2as não era um cavalo normal& mas sim um cavalo alado. Ela sentia como

estivesse voando cada vez mais alto& em dire'ão as estrelas (rilhando num c4u develudo preto e ela s/ teria que esticar seus (ra'os para tocar nesse c4u.

8 ascensão acelerou-se fortemente e encontrou-se so( uma chuva de estrelas&

uma cachoeira de diamantes difundindo ondas de prazer celestial. Ela a(riu os(ra'os para pegar tudo o que pudesse e riu com alegria.

Então ela a(riu os olhos e perce(eu que estava caida no peito de ,ure e eleestava rindo. Bu pelo menos tentava rir& porque era dif0cil recuperar o fGlego poisseu cora'ão (atia com um ritmo fren4tico.

—$oc% est+ (em5 — Ele perguntou.Ela sentou-se como pGde& tirou o ca(elo do rosto e fingiu surpresa.—7laro que sim. or que eu não deveria estar5Ele parecia muito satisfeito consigo mesmo.—,em& voc% gritou tanto que eu achei que algu4m fosse (ater na porta

pensando que voc% estivesse morrendo.Nate saiu de seu lado indignada.—7uidado! — Ele protestou. —<uase destr/i nossa chance de formar uma

fam0lia.— )ão acho que devemos nos preocupar com isso& —disse ela secamente

su(indo os co(ertores at4 o quei"o.Ele a agarrou pelos om(ros.

—Nate& não vai me dizer que ainda se recusa a casar-se comigo depois do queaconteceu esta manhã5

evia ser quase oito horas& por que Nate estava come'ando a sentir os primeirossintomas de n+useas.

—)ão acredita que voc% deve pensar em encontrar sua filha& em vez de querersa(er se eu quero ou não casar-me com voc%5

Ele a(riu a (oca mas não emitiu nenhum som. Então soltou-a e levantou-se.Nate estava piorando& mas não conseguiu impedir a sua admira'ão por este

homem maravilhoso enquanto ele recuperava sua roupa e se vestia entre

 =uramentos. ei"ou o quarto sem dirigir-lhe um s/ olhar& e isso foi para ela muito(om.

2eia hora depois& quando ele retornou& ate ainda estava deitada. Ele trou"econsigo um imenso ta(uleiro& que desprendia um aroma de (acon e caf4& muitosa(oroso& em condi'Ces normais& mas terrivelmente desagrad+vel para Natenaquele momento.

,ure fechou a porta com o p4.—$enha comer Nate. F estranho& mas nunca pensei que voc% gostasse tanto de

ficar na cama.Ela co(riu a ca(e'a com os len'/is.—$enha& venha—& ele insistiuQ )ão tenho o dia todo sa(e5 Eu tenho que achar

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—2as por qu%& dia(os5—Eu não voltarei.—ara onde5—6eu mundo. ara o mundo onde vivi antes.—B meu mundo5 2as o que voc% est+ falando& maldi'ão5

—8 Londres. $oc% não pode sa(er o que foi quando acusaram meu pai de terenganado esta gente. B povo& disse Nate& sacudindo a ca(e'a e olhando para adistJnciaQ Eles eram nossos amigos& ou assim diziam& mas nos deram as costas.>odos! )ingu4m acreditou na inoc%ncia do meu pai. )ingu4m pensou que fosseaniel e não o meu pai que ...

Ela parou segurando um solu'o. Enquanto a olhava ,ure então lem(rou-se deque a senhorita Hinle havia dito a mesma frase3

"Não !oltará5  ...Ele a(riu a (oca para dizer algo& mas ela continuou com um sussurro enfurecido.—E quando eles morreram ... mesmo que o fogo tivesse sido declarado um

acidente& todos acreditaram no (oato de que meu pai cometeu o suic0dio e matoua minha mãe ao mesmo tempo. 8creditaram que ele não podia suportar avergonha.

—or fim& olhou para ele .—2as ele não fez nada parecido& disse ela com convic'ãoQ )ão rou(ou o

dinheiro e não provocou um inc%ndio. Eles não tinham o direito de acus+-lo!Entendeu ,ure5 Eu não posso nem consigo voltar a relacionar-me com elas. *oi

necess+rio que voc% me oferecesse ? li(ras para que eu aceitasse fazer issopara voc%. 2as agora ... essa crian'a... eu penso so(re isso. )ão retornarei a essemundo& mas eu sei que não posso pedir que o a(andone.

—64rio5—Dealmente. Eu prefiro criar meu filho sozinha& ao inv4s de faz%-lo rodeado por

aqueles que permitiram que aniel 7raven ...Nate calou-se.— ermitiram que aniel 7raven& fizesse o qu% Nate5 —ediu suavemente.<uando ele voltou a olh+-la& não encontrou nenhuma frieza em seus olhos e

nem raiva& apenas uma emo'ão muito parecida com o terror. ....—)ada& —ela respondeu muito rapidamente.—Nate& —ele insistiu que uma mão so(re seus dedos cerrados. —iga-me. B

qu% permitiram que aniel 7raven fizesse5Ela disse num sussurro& mas um sussurro que parecia rasgar o sil%ncio como se

tivesse gritado.—7ometesse um assassinato.

Capítulo #!

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Eles estavam andando por um caminho estreito. ara quem apenas o(servava&eles poderiam passar por um casal indo visitar amigos. 2as o(servando com mais

aten'ão& poderia-se notar que o rosto daquele homem estava tenso e suamand0(ula apertada e a mulher segurava seu (ra'o& nervosa.

—8qui est+! —isse Nate olhando alternadamente& o papel em sua mãoenluvada e os números de co(re pendurado acima da porta& so( a lJmpada de g+sapagada. —$inte e nove.

,ure pensou que a rua não era tão feia& mas tam(4m não era o tipo de ruaonde esperava encontrar a filha e o amante.

*osse esse amante ou não& um assassino.ma coisa o intrigava3 tinha sido f+cil demais encontr+-los. ara ser um homem

acuado& aniel 7raven portou-se como se tivesse certeza de não passardesperce(ido. Nate estava falando com ele entre l+grimas& so(re ter sido aniel7raven quem causou o inc%ndio que matou seus pais& quando lhes interromperamcom uma (atida na porta. B interlocutor era o homem a que ,ure perguntouso(re as pessoas que tinham aca(ado de chegar ao povoado& enquanto pedia odes=e=um.

B homem lem(rou-se de que um casal que correspondia a descri'ão de 7ravene 9sa(el& aca(aram de mudar-se para uma casa perto dali.

—Eles aca(am de alug+-la. —isse ,ure a Nate& que apressou-se em vestir& —eestão dentro da casa porque o leiteiro os viu h+ uma hora.

—,em& —ela respondeu com uma coragem que estava longe de sentir. —2elhorirmos logo.

2as agora ela estava muito menos cora=osa. <uanto a ,ure& estava com umdese=o irresist0vel de que(rar alguma coisa.

—6uponhamos... —ele disse& olhando para a porta& —que ela se recuse a virconosco.

—Ela vir+& —disse Nate convencida.

—E se chegamos tarde demais5Ela olhou para ele. 8pesar da angústia que sentia& suas faces estavam rosadas e

o nariz vermelho. 8 chuva havia parado de cair& mas o dia estava cinzento& frio eúmido.

—6e assim for& não ir+ mat+-lo certo5 odemos estar na Esc/cia& mas e"istemleis de qualquer maneira. $oc% não pode cometer assassinato. >er+ que pensar em9sa(el& ,ure.

<uando a ouviu dizer seu nome& teve o dese=o de levant+-la em seus (ra'os eco(ri-la com (ei=os. m dese=o louco de conter.

2as lem(rou-se da última conversa entre eles. Ela havia dito que estava gr+vidadele h+ dois meses. ois meses! E caso 9sa(el não tivesse escapado& ele não tivesse

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ido (usc+-la. ...Nate tocou a campainha e o som ecoou dentro da casa. 8p/s um minuto ou

dois& ouviu-se o som de passos e a porta a(riu-se& revelando uma criada muito =ovem& com uma roupa grande demais para ela.

—6im5

,ure teria gostado de falar& cuidar das coisas& mas s/ foi capaz de pensar nomomento de esmagar o rosto de aniel 7raven contra o chão poeirento.

—Bl+& —Nate disse gentilmente. —F a casa do 6r. 7raven5—)ão& senhora. $oltou para Londres.,ure não sa(ia at4 que ponto estava tenso at4 que sua companheira deu um

grito de dor e ele tirou a mão que esmagava o ante(ra'o de Nate.— $oltou para Londres —& repetiu Nate contendo-se.—6im& senhora. *az apenas meia hora. )ão o viram por muito pouco.Nate ficou aliviada com esta not0cia e entendeu o quanto temia o confronto com

aniel. ,ure entretanto estava assom(rado.— E a 6ra. 7raven5 — Ela perguntou de novo& —tam(4m voltou para Londres

com o 6r. 7raven5— 8 6ra. 7raven5 — Depetiu a mo'a perple"a.—)ão est+ acompanhado de uma mo'a5—8h& sim! $oc% se refere A Lad: 9sa(el5Nate sentiu um (rilho de desprezo nos olhos da criada.—6im. 8 "a"  Lad: 9sa(el. 6er+ que voltou para Londres com o 6r. 7raven5

—,em& claro que não! —isse a garota& indignada& como se a ideia fosse tãoa(surda& como a de pensar que havia uma senhora 7raven.

Nate come'ou a perder a paci%ncia. 7ertamente não haviam contratado estagarota por sua intelig%ncia.

—$oc% pode nos dizer onde encontrar Lad: 9sa(el58 criada deu uma olhada r+pida na escada estreita que estava atr+s dela. ,ure

 =+ não precisava pensar para tomar uma atitude. Ele empurrou a porta comviol%ncia& ignorando o clamor da criada e entrou sem cerimGnia na casa.

—Bnde ela est+5 — Dosnou olhando pelo feio

corredor.—)ão podem entrar assim! Bnde pensam que estão5 B 6enhor não vai sentir-

se feliz& nada& nada...2as ,ure =+ estava su(indo dois degraus de cada vez. Nate o seguiu

rapidamente apoiando-se no corrimão.—,ure& espere!B primeiro quarto parecia vazio. )o segundo avistou um corpo ca0do em um

sof+ em frente A uma lareira cu=o fogo estava quase no fim. 2al conseguiadistinguir as suas caracter0sticas& com a luz escura das (rasas. 2as os solu'os quesacudia os om(ros& s/ podia ser de 9sa(el.

)o entanto& para surpresa de Nate& ,ure não correu imediatamente para perto

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de sua filha. Ele ficou parado na porta& varrendo com os olhos o interior escuro doquarto. $endo o olhar interrogativo dela& ele segredou3

—Eu não posso.—,ure ...—)ão. Ela não quer me ver. $oc% vai.

—2as ...—Eu asseguro que 4 melhor.—,ure& por favor ...—)ossa última conversa foi ... um fracasso. Ela não quer me ver& eu garanto.

*ale voc% com ela. —isse ,ure.m (rilho perigoso iluminou os olhos dele. Nate não insistiu mais.Entrou no quarto lentamente tirando as luvas. 8=oelhou-se ao lado do sof+ e

colocou a mão so(re 9sa(el.Esta dei"ou de solu'ar e virou-se com os olhos inchados de l+grimas.—Bh& senhorita 2a:heI!Ela pulou do sof+ e lan'ou-se no pesco'o de ate& a(ra'ando-a com tanta for'a

que ela quase perdeu o folego& enquanto repetia seu nome entre l+grimas.Nate alisou os ca(elos emaranhados& tentando confort+-la o melhor poss0vel.

epois de um instante& 9sa(el conseguiu falar& relatando sua e"peri%ncia horr0vel&de maneira confusa.

—<uem dera a tivesse escutado& senhorita 2a:heI! 2as ele era muito maisatento que #eoffre: e disse que me amava. *iquei muito infeliz quando voc%

partiu. Ele comportou-se como um cavalheiro& n/s sempre estivemos em quartosseparados. 2as não faz nem uma hora& ele anunciou que estava voltando paraLondres sem mim. )ão quis que eu o acompanhasse e disse que estava cansadodas minhas e"ig%ncias& que eu agia como uma crian'a mimada. 2as não 4&senhorita 2a:heI. Eu =uro! ei"ou-me aqui na Esc/cia! #ra'as a eus voc% est+aqui. )ão sa(ia o que fazer. apai nunca mais vai dei"ar que eu volte para casadepois que ... Bh& senhorita! 7omo pGde& aniel ser tão cruel5 or que ele fez isso5

Nate tentou tranquiliz+-la& mas tam(4m perguntou-se a mesma coisa. or queele fez isso5 6e 9sa(el estava dizendo a verdade& o que ela não tinha nenhuma

dúvida& dado o estado em que ela se encontrava& não s/ não havia se casado comela& mas tam(4m não a tocou& pois eles não partilharam o mesmo quarto emnenhum momento .

8o contr+rio do que ela pensou& a atitude de aniel 7raven não foi nadaMca!alheirescaM& mas parecia suspeita. aniel não era um cavalheiro. 8 princ0pio&ela pensou que talvez ele estivesse realmente interessada na =ovem e não pelodinheiro& e que a sequestrou porque esta era a única maneira de o(ter a mão de9sa(el.

2as não parecia ser o caso. 8ssim quais os motivos que o levaram a fazer talviagem para finalmente dei"ar esta po(re menina a(andonada5

—or que voc% acha que seu pai não quer sa(er de voc%5 — erguntou para

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9sa(el agitando-a um pouco.— Ele estava louco de preocupa'ão.9sa(el pegou o len'o que Nate lhe deu e o passou nas p+lpe(ras.—Eu sa(ia que estava fazendo algo errado& mas não aguentava estar em casa

com ele. esde o momento que voc% partiu ele ficou como um leão en=aulado. Euvi como ele comportou-se mal naquela noite& quando a surpreendeu no =ardim ...

com aniel. Então& comportou-se pior comigo. Eu acho que ele a contratou parame encontrar& porque ele nunca mais vai querer me ver ...

7onsciente de que ,ure estava ouvindo tudo& foi r+pida a interrup'ão.—)ada disso. 6eu pai est+ aqui& na porta.7om um arrepio no corpo& 9sa(el correu para a porta.—apai! — E"clamou atirando-se nos (ra'os de ,ure.B re-encontro foi tão feliz e emocionante que Nate optou por afastar-se para

não interromper a intimidade entre pai e filha. Ela voltou ao saguão& onde a criadaestava andando para tr+s e para frente furiosamente.

—Bu'a& —disse elaQ—$oc%s não t%m o direito de vir aqui desse =eito. an ...<uero dizer& o 6r. 7raven não fez nada de errado.

—7laro que não. —Despondeu Nate suavemente. —)ingu4m aqui sugeriu algoparecido.

—Eu não sei o que ela disse& —continuou a outra& apontando para as escadas&—mas não 4 verdade. B 6r. 7raven 4 um cavalheiro e não colocou um dedo em cimadela.

—6im& 4 isso que eu entendi.

Nate ficou na frente de um espelho com uma moldura dourada& e colocoualguns fios de ca(elo so( seu chap4u. 8tr+s dela& a criada pareceu rela"ar umpouco.

—Então ela disse isso. F a verdade& não est+ interessado. elo menos não dessaforma.

Era /(vio que ela sa(ia a quem aniel 7raven preferia.— 64rio5—Nate perguntou virando-se&— eu acho que não me apresentei. Nate

2a:heI.8 garota olhou para a mão enluvada que ela estendeu por alguns segundos

antes de agit+-la (revemente.—2artha.—7omo est+ 2artha5 —erguntou cutucando (olso como estivesse procurando

algo.—Eu estou (em.—)ão acha estranho que o 6r. 7raven a tenha dei"ado tão repentinamente52artha fez uma e"pressão altiva.—6/ foi a Londres para resolver alguns assuntos urgentes. Detornar+ no fim de

semana. Ele prometeu.9sa(el não disse a mesma coisa.—E lad: 9sa(el tam(4m espera seu retorno5

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—Ela5 7laro que não! Ele disse que sua fam0lia estava chegando para apanh+-la elogo ela estaria fora...

e repente& perce(endo que tinha falado demais& 2artha fechou os olhos efechou a (oca com a mão& mas o pouco que tinha dito era suficiente para Nate.8inda não sa(ia o que estava acontecendo com aniel& mas o suposto sequestro

escondia alguma coisa.—6u(a para pegar as coisas de Lad: 9sa(el& por favor. )os vamos sair assim que

termine.2artha& indecisa& (alan'ou so(re seus p4s.—Então voc%s são a fam0lia dela5—6im& n/s somos a sua fam0lia—& concordou Nate.

Capítulo #1

*uma'a.9sso 4 o que acordou Nate naquela noite& anos atr+s& o cheiro de fuma'a. B

cheiro a perseguia por v+rios meses e não s/ porque ela perdeu tudo o quepossu0a& ou pelo menos o que so(rou& que não queimou e o que os credores nãolevaram ap/s a morte de seus pais. >inha se tornado tão sensi(ilizada com o cheirode fuma'a que um simples (olo queimando& a fazia correr para a cozinha.

2as agora& quando ela a(riu os olhos& pensou que 4 muito dif0cil algu4m estarassando (olos As tr%s da manhã.

orque essa era a hora no rel/gio da mesinha de ca(eceira. >r%s da manhã.>inha tido um sono agitado e não apenas por estar compartilhando a cama comalgu4m que estava roncando.

)ão era o marqu%s de ;ingate& não. Ele nunca roncou. Era sua filha& Lad:9sa(el.

Nate virou a ca(e'a no travesseiro perguntando a si mesma se devia acordar9sa(el. Ela dormiu totalmente vestida& no meio de uma das muitas crises del+grimas que tomou posse dela desde que ela foi encontrada. Ela possu0a seupr/prio quarto na pousada& 4 claro& mas parecia preferir o de ate.

E a que se devia esse cheiro de fuma'a5 Era real ou um produto suaimagina'ão5

Ela tentou lem(rar o que a manteve acordada muito tempo depois que 9sa(el =+estivesse dormindo.

)ão sa(ia o que era.

E não era o assunto so(re aniel 7raven. ,ure =+ havia decidido a procur+-lo eenvi+-lo para outro mundo. Nate tentou ressaltar que& apesar de seu

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comportamento imperdo+vel& não havia causado danos irrepar+veis. Ele nãomudou de ideia. 9a livrar-se dele uma vez que aniel havia levado 9sa(el deLondres.

Nate não podia culp+-lo. esta vez& aniel ultrapassou o (om senso. 2as aindanão entendia por que ele havia fugido com 9sa(el. Ela não tinha ideia do que ele

queria com a garota.,em& ela teve uma ideia& mas era tão rid0cula& tão terr0vel& que ela recusou-se a

pensar nisso.Havia outra e"plica'ão& mais prov+vel e mais f+cil de suportar3 aniel queria

ficar com a fortuna de 9sa(el& em seguida& renunciou a seus planos por algummotivo que s/ ele conhecia.

2as por que incomodar-se com perguntas so(re o porqu% de ter um homemcomo esse a ocupar sua mente& quando era outro que não a dei"ava dormir5orque era ,ure& que a impedia de dormir.

B que ela faria58gora ela perce(eu que eram realmente uma fam0lia& como havia dito a 2arta.

Ela não tinha como voltar atras. 8mava ,ure tão desesperadamente quanto ele aela e nunca poderia ser feliz sem ele.

7omo poderia ela afastar-se do amor5 ma única coisa3 sua relutJncia emenfrentar o seu meio& que agora parecia muito insignificante em compara'ão comum sentimento tão profundo e poderoso. )aquela 4poca& ela não foi capaz deresistir ao sorriso zom(eteiro& ao sarcasmo& aos olhos de desprezo. Ela agora iria

com ,ure at4 o final do mundo. 9nclusive 9sa(el causava-lhe um carinho protetor eterno& quase como se ela fosse sua pr/pria filha.

Então& desde que ficou consciente de tudo isso& ela perce(eu que seu amor por,ure era mais forte que o /dio pela sua antiga vida& mas não conseguiu encontrartempo para dizer a ele.

epois que encontraram 9sa(el& não tiveram um s/ momento de intimidade e aatitude de ,ure para com ela dei"ou de ser de um homem apai"onado. Ele eracort%s e gentil& 4 verdade& mas nada mais.

)em uma vez falou de sua proposta de casamento.

7omo ele poderia ser culpado5 )aquela mesma manhã& não contente emanunciar que estava gr+vida& ela disse que não queria casar-se com ele e disse averdade so(re aniel 7raven. ma verdade que rece(eu com ceticismo. 2as&afinal& ningu4m acreditou nem acreditava nela& então por que ,ure seria umae"ce'ão5

Ele não tornou a mencionar isso e s/ falava com ela o estritamente necess+rio.>oda a sua aten'ão estava voltada para 9sa(el& cu=o fraco estado fez com queficassem mais uma noite em #retna #reen. Detornariam a Londres no dia seguinte.,ure su(ornou o dono do hotel mais elegante da cidade para dar-lhe os tr%smelhores quartos.

E nesse momento eram tr%s da manhã e apesar do grande conforto do lugar

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onde estava& Nate não conseguia dormir. Ela comportou-se como uma tola e estavarecolhendo os frutos da sua estupidez. >udo que ela podia fazer era voltar paraL:nn Degis& para a casa de )ann: Hinle. B marqu%s forneceria os meios paraatender As necessidades da crian'a e ela seria for'ada a aceitar& porque ela nãopossu0a meios de su(sist%ncia. 8l4m disso& provavelmente ele ia querer ver a

crian'a de vez em quando& e isso não a a=udaria a esquec%-lo.6entindo-se completamente infeliz& virou-se ...... E mais uma vez sentiu o cheiro.7heirava fumo. esta vez& ela estava segura.9sto não era cheiro de fogo& mas sim fuma'a de cigarro. 8lgu4m estava fumando

nas pro"imidades.Espantada& ela vestiu seu ro(e e levantou-se. B tr%s quartos que foram

designados para o 2arqu%s& ficavam no primeiro andar. >odos eles davam para um =ardim e onde os clientes comiam quando o tempo permitia. 8 =anela estavaentrea(erta e dei"ava entrar o vento frio do outono que trazia com ele o cheiro defumo.

B cora'ão de Nate pulou como um louco. 6eria poss0vel que fosse ,ure& que foipara o terra'o fumar um charuto& como ele gostava de fazer de vez em quando5>alvez ele não estava conseguindo dormir tam(4m.

)ão hesitou mais e saiu.8 chuva havia parado de cair& mas o c4u estava cheio de nuvens. 8pesar de

tudo& o luar estava clareando o suficiente para que Nate pudesse ver& em(ai"o no

p+tio& uma pequena mesa de ferro for=ado e uma fonte.Em qualquer caso& a origem do cheiro de ta(aco era claramente vis0vel& =+ que a

ponta do cigarro (rilhava no meio da noite e a fumante e"alava& uma fuma'a cinzaazulada. Estava na porta de um terra'o pr/"imo& com os cotovelos apoiados noparapeito.

)ão e"pressou nenhuma surpresa quando ela apareceu. Em vez disso& ele disse(ai"inho3

—,em& 4 incr0vel. Eu estava pensando em como acord+-la sem pertur(ar amaldita criatura quando voc% aparece por si mesma. ,ravo& querida!

#elada at4 aos ossos& ela se agarrou ao casaco& mantendo-o fechado at4 opesco'o.

—aniel .... B que voc% est+ fazendo aqui58 pergunta era desnecess+ria. Ela sa(ia que o motivo não tinha nada a ver com

9sa(el.—B quarto do marqu%s 4 esteQ —ela disse rapidamente& sem sa(er se ela

realmente estava dizendo que era o de ,ure& ou que tinha sido atri(u0do a suafilha. —Ele est+ com raiva de voc% e o matar+ se encontrar voc% aqui.

—Eu sei& disse aniel tranquilamente li(erando nuvens de fuma'a novamente.— 7ertifiquei-me de que ele tivesse ido para a cama antes de vir. F incr0vel o que seescuta na cozinha de um hotel& —acrescentou ele& pensativo.

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—>emos de reconhecer que voc% sa(e como fazer isso. >enho certeza de que2arta vai levar meses para recuperar-se de sua apari'ão em sua casa.

—2artha5 8h& sim& 2artha! ma pequena encantadora. )ão tanto quanto aesposa do propriet+rio deste distinto hotel onde estamos& mas quase igual a do ...gerente.

—6im5 *oi aquela mulher encantadora e acess0vel& que lhe deu a chave doquarto ao lado do meu5

—7ertamente& —aniel falou descuidadamente. —)ão foi f+cil encontr+-la&Nate. >entei contact+-la depois da conversa interessante que tivemos ... quantotempo agora5 >r%s meses5 *oi no (aile de lad: >etmiller. Eu tentei continuar aconversa no =ardim de lorde ;ingate& mas ... tive que a(andonar a(ruptamente.Lorde ;ingate não v% com (ons olhos seus compromissos& não 4 Nate5 7omo nãotenho nenhum dese=o de me tirem a pele e eu sa(ia que ele nunca poria fogo emvoc%& eu escolhi mudar a forma de agir.

Nate o ouvia pensando que seu comportamento não devia surpreend%-la& massem dúvida ela estranhava um pouco.

>udo 4 culpa minha& pensou ela. >udo. o in0cio ao fim. o(re 9sa(el ...Ela sentia um frio tremendo e não tinha nada a ver com a temperatura e"terior.—Era dif0cil sa(er o que tinha acontecido com voc% quando voc% desapareceu

tão repentinamente de Londres& —continuou aniel& —)ão 4 elogio& mas eu nãopoderia dei"ar de me perguntar se a nossa pequena conversa e seudesaparecimento foram relacionados. *ugiu para evitar um confronto& mas por um

longo tempo voc% desapareceu e então eu pensei que se fizesse amizade com Lad:9sa(el& talvez& eu sou(esse algo mais so(re o assunto.

— 8mizade5 8 seduziu. 7hama isso de amizade5 ,asta ...—2eu eus! 2ude as suas palavras& certo5 Eu nunca toquei na garota ... (em

um pouco. Em qualquer caso& Msedu7ãoM 4 uma palavra muito e"agerada. 8l4mdisso& quando eu perce(i que ela não sa(ia onde voc% estava& mas tam(4m nãoentendia por que voc% fugiu durante a noite& e perce(i que tinha dei"ado Londrespor minha culpa.

Nate não disse nada. Ela não tinha inten'ão de confessar que& de fato& depois

daquela noite ela não pensou mais naquela conversa at4 que ,ure apareceu paradizer que 9sa(el havia fugido com ele. Havia coisas mais importantes que apreocupavam.

—Então& eu criei um plano inspirado pelo ditado3 /e !ocê não está !ai para

eus, 3le !ai a !ocê "  6a(ia o quanto gostava da filha de >raherne& essa ins0pidagarota. E com certeza imaginou que ela poderia estar em perigo& e então correriapara a=ud+-la mesmo que a levasse a encontrar-se comigo novamente. E eu estavacerto. 8qui est+ voc%& —falou ele com o sorriso malicioso que ela conhecia tão(em.

>odo o corpo de Nate tremia. Ela fez um esfor'o para tornar sua voz mais forte epudesse responder.

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—ensa que vou ficar aqui ouvindo voc% em sil%ncio& como se nada tivesseacontecido5 *rancamente& acho que voc% deve estar louco e não tenho vontade deconversar com um porco. ,oa noite.

Ela virou-se com a inten'ão de refugiar-se em seu quarto& mas não deu nemdois passos quando ele pulou a grade e agarrou o (ra'o dela.

—)ão tão r+pido& —disse aniel com um charuto entre os dentes.—2e solta!—$amos& vamos. Bnde voc% vai5 8inda não terminei de falar.Ele falou (ai"inho& mas Nate pode ver o perigo oculto so( a aparente calma.

8quele homem era como as +guas calmas de um rio. 6empre devia desconfiar dele.—ei"e-me ir& por favor aniel& —ela implorou sa(endo que era inútil tentar

escapar.>entou outra coisa.—2e solta e não vou contar a ningu4m que voc% estava l+& eu prometo.

)ingu4m acreditou em mim na primeira vez não 458 violenta emo'ão alterou o rosto do homem.—)a primeira vez5 — Depetiu ele apro"imando seu rosto a polegadas do dela.Nate aspirou o h+lito quente de sua respira'ão em que predominava o cheiro de

cigarro.—6enhor! )ão houve nada na primeira vez voc% sa(e5 Eu não tive nada a ver

com o inc%ndio. $oc% entendeu5 )ada! — 9nsistiu ele& a sacudindo com raiva.L+grimas escorriam pelo rosto de Nate& mas ela nada sentia.

—F mentira& —atreveu-se a responder num sussurro.)ada al4m da verdade a importava. E ela queria ouvir a verdade. <ueria sair de

uma vez fora das camadas do sil%ncio e das mentiras que a manteve amorda'ada.—$oc% sa(e perfeitamente que estava l+& —acrescentou& —Eu o vi. $oc% estava

l+ e viu como eles foram queimados vivos.Ela estava olhando para as som(ras do passado. + não estava no terra'o e sim

no corredor cheio de fuma'a de sua casa. >inha a(erto a porta do quarto paradesco(rir com espanto& que em(ai"o da porta do quarto de seus pais sa0amchamas enormes.

—Eu estava l+& —ela repetiu& —)a escada. E voc% segurava algo em suas mãos.ma esp4cie de cai"a de ferro (ranco& que e"alava um odor f4tido. 7heirava a /leo.or um momento pensei que meu pai tinha que(rado a lJmparina& mas isso nãoe"plica a presen'a de chama tão altas e repentinas. >udo& a(solutamente tudoestava em chamas. 8s cortinas do dossel ficaram pulverizadas& o tapete& tudo.Então eu tentei a=udar& mas voc% ... voc% me impediu.

e repete& aniel segurou o pulso de Nate& =ogou o cigarro fora e come'ou asacudi-la para que ela sa0sse daquela visão.

—8s coisas não deveriam ter acontecido dessa maneira& —ele rosnou com umae"pressão que Nate nunca tinha visto antes.

esespero.

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—9maginei que voc% e sua mãe haviam dei"ado Londres. 6eu pai quis envi+-laspara o campo para proteg%-las durante o =ulgamento.

—2inha mãe achava que isso seria considerado como uma fuga e um ato decovardia.

—E morreu—& gritou aniel asperamente. —>ive que impedir seu pai de falar&

entende5 Ele possu0a as provas de que eu sa(ia desde o in0cio que as minasestavam vazias. )ão podia permitir que provasse isto. Eu nunca quis machuc+-la&nem a sua mãe ou voc%. 2as voc% estava l+.

ronunciou a última frase sacudindo Nate em cada s0la(a& mas ela não podia sairdesse tipo de hipnose que havia penetrado . B assassino de seus pais estava diantedela e aca(ou de confessar isso. Ela não estava louca. Ela não havia sonhado. Elarealmente viu aniel 7raven em sua casa na noite do inc%ndio.

—Eu pensei que voc% estivesse inconsciente& —ele continuou em um tom muitosemelhante ao esgotamento. ensei que tivesse desmaiado. —2as com certeza&eu escolhi partir. or sete anos. 6ete anos eu passei neste pa0s miser+vel ondequase morri de calor. Eu não aguentava mais ficar ali. Eu pensei que depois detodos estes anos ... 2as não. )ada! $oc% não esqueceu nada. >al como oselefantes& caram(a! 7ontinuava me acusando.

Nate voltou a si de repente& com fogo em seus olhos.B que ele estava querendo dizer5 <ue tudo aquilo foi apenas um acidente5—)ão acreditou seriamente que eu o perdoaria& não5 <ue eu poderia perdo+-lo

por ter matado meus pais e destruir a minha vida5

aniel respondeu com uma risada& enquanto apertava os om(ros de Nate3—7laro que não! $oc% acha que fiz tudo tudo isso& que carreguei uma fedelha

por todo o pa0s& com a única finalidade de o(ter seu perdão5 7laro que não!Ela estreitou os olhos.—Então o que quer ...—Eu s/ quero matar voc% tam(4m Nate& —disse ele calmamente.

Capítulo #"

—Eu devia ter dei"ado voc% morrer com seus pais— prosseguiu aniel ante oolhar horrorizado de Nate&— mas era estupidamente sentimental nesta 4poca. Eusalvei sua vida& em vez de tir+-la. 6e eu sou(esse que sete anos não foramsuficientes para apagar esta triste hist/ria de sua mente e que ainda continua meodiando....

—7omo pode-se não odiar o homem que assassinou meus pais e aindaespalhou o (oato de que meu pai cometeu suic0dio& levando sua mãe com ele5

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 8 escuridão que a impedia de ver estava a desaparecendo e como iluminada porum raio& viu que as cortinas da =anela-porta estavam sendo consumidas pelaschamas. <uando aniel =ogou o charuto& ele deve ter rolado para ali e ateou fogonas cortinas.

 E 9sa(el estava l+ dentro.

Nate virou a ca(e'a. 8gora ela podia ver. Ela estava deitada na varanda com asmãos e os =oelhos esfolados. 8 garganta do0a terrivelmente& e perto dela estava...aniel.

2as ele não estava sozinho. 8lgu4m segurava-lhe pela garganta& do mesmomodo que ela foi pega um segundo antes. ,ure. Era ,ure!

Então ela lem(rou-se do fogo. 9sa(el estava dormindo pacificamente em umquarto cu=as cortinas estavam pegando fogo. Ela teria que salv+-la a qualquercusto.

Levantou-se como pGde& agarrou o corrimão e trope'ou na porta da varanda.Nate pu"ou a cortina com toda a for'a e ela caiu no chão úmido do terra'o. 8segunda cortina seguiu o mesmo caminho. epois foi a vez do tapete. isou neleum pouco& mas como pegava fogo ela derramou um pouco de +gua da vasilha queestava em cima do lava(o. B resto da +gua derramou nas cortinas.

8trav4s da espessa fuma'a que su(ia para a noite& Nate distinguiu vagamenteuma forma no terra'o. 8penas uma. Estava escuro demais para distinguir os tra'osdo homem que apro"imava-se dela. or um momento& enlouquecida& pensou quepudesse ser aniel.

<ue(rou a =anela com o vaso e pegou um peda'o de caco do vaso que(rado ecom ele fez um gesto amea'ador.

— are! —>entou dizer ao homem que continuava avan'ando. 6im& ela tentou&mas s/ conseguiu emitir uma esp4cie de resmungo. 6ua garganta do0a muito.

*elizmente& ela ouviu uma voz familiar& uma voz muito querida.—Nate& sou eu. $oc% est+ (em5Encontrou-se a(ra'ada no mais terno e mais maravilhosamente reconfortante

(ra'o.—,ure! — Desmungou.

—$oc% est+ (em5 — Ele repetiu afastando-a e olhando-a cuidadosamente. —2eu eus& Nate& ele queria mat+-la!

Ela não sa(ia se chorava e ria ao mesmo tempo. )ão querendo chamar aaten'ão dele para seus ferimentos& agarrou as lapelas do casaco& mas ,uresegurou as mãos dela e olhou para as palmas.

—)ão 4 nada grave. )em mesmo sai sangue. E sua garganta5 /i muito5 eus&seus dedos estão congelados. $amos entrar.

—,ure! —7hamou agarrando-se a ele.— 9sa(el!—8h! —isse ele virando os olhos para o que restava das cortinas como se as

estivesse olhando pela primeira vez& 9sa(el não est+ no quarto. Ela acordou&quando ouviu que um homem estava falando com voc% so(re o (alcão e correu

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para me (uscar. Ela não sa(ia que era 7raven.m enorme al0vio inundou Nate. o(re 9sa(el! 6eria horr0vel para ela& quando

sou(esse a verdade.Em seguida& correu para o terra'o com um olhar interrogativo.—Ele est+ morto Nate! —disse ,ure em um tom que contrastava duramente

com a ternura de seu rosto enquanto tirava alguns fios de ca(elo de seus olhos. —Ele não vai mais incomod+-la.

7omo essa resposta parecia não ser suficiente para Nate& ele fez um gesto&mostrando o corpo de aniel& que estava com a ca(e'a torcida num Jngulo nadanatural.

Nate olhou para longe.—Ele assassinou seus pais& e teria assassinado voc% e nosso filho caso eu não

tivesse aparecido. Eu não estou arrependido do que fiz Nate.—)ão& —ela admitiu apoiada no peito de ,ure...Nate& com sua dor de garganta& não encontrou energia para dizer mais alguma

coisa. Em seguida ,ure a ergueu nos (ra'os e atravessou o quarto cheio defuma'a para o corredor onde estavam os propriet+rios e muitos criados& segurandovelas e com um olhar de espanto.

—>udo (em& —disse ,ure com sua franqueza ha(itual&— 8 senhorita 2a:heIest+ (em.

— apai! —#ritou 9sa(el com as roupas amassadas com os quais ela haviadormido& —eu estava tão preocupada! >em certeza ...!

—>odo mundo pode ir para a cama& —disse ,ure— e"ceto voc%& —apontoupara o propriet+rio.— >er+ que limpar algo no terra'o. E quando amanhecer ter+que ir A procura das autoridades.

B homem entendeu imediatamente a que tipo de limpeza ,ure referia-se& massua esposa olhava para Nate com preocupa'ão.

—>emos que chamar o m4dico para a senhora.Nate sacudiu a ca(e'a vigorosamente.— 8 senhorita 2a:heI não precisa de um m4dico& —disse ,ure. —or outro

lado& a senhorita 9sa(el com certeza gostar+ de regressar ao seu quarto.

B corredor esvaziou-se quando ,ure& usando sua autoridade inata& convidou atodos para sair imediatamente.

Levou Nate para o quarto dele& uma sala confort+vel com uma decora'ão muitomasculina. 6o( a luz da lareira podia ser vista uma enorme cama de dossel.

7olocou Nate na cama so( as co(ertas& depois ele conseguiu colocar algumaslenhas na lareira& gradualmente ela foi esquentado o am(iente.

9gnorando os protestos dela& lavou e cuidou dos arranhCes e depois aliviou suador de garganta for'ando-a a (e(er ch+& como um amante ou um maridoatencioso. )o entanto ...

)o entanto& era necess+rio que ele sou(esse que tudo aconteceu por culpadela. 8 forma como aniel seduziu 9sa(el& porque ele a"sequestrou"  e a levou para

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o outro lado do pa0s. >udo. 6e ,ure não a odiava antes - e eus sa(e que elamerecia pela forma como o tratou anteriormente& agora havia (ons motivos parafaz%-lo.

9a rece(er o que estava merecendo. 2as ele tam(4m tinha que sa(er queestava arrependida. 6e fosse muito ...

Ela a(riu a (oca ...

Capítulo ##

—Eu ...

)ão foi f+cil dizer& so(retudo com aquele olhar penetrante fi"os nela. E issocustou-lhe pensar coerentemente.

—Eu ... eu ...,em& foi um come'o. Ela estava recuperando sua voz. B ch+ fez um milagre. B

que estava dizendo5 8h& sim!—esculpe.9sso mesmo. erfeito.ei"ando de lado o fato de que agora ,ure a olhava intrigado. >alvez... afinal&

ele tam(4m não era tão perfeito.— Lamento que aniel 7raven ...*oi por minha culpa o que aconteceu entre

9sa(el e ele.,ure a(ai"ou a ca(e'a indicando que não estava ouvindo direito.—6ua culpa. —Depetiu ele.—6im. aniel perce(eu que eu o vi naquela noite do inc%ndio. *icou com medo

de que eu contasse para algu4m e resolveu matar-me. 2as não sa(ia onde euestava e 9sa(el foi usada como isca.

—2as voc% disse isso a muitas pessoas.

—6im& por sete anos. 2as ningu4m acreditou em mim.—7raven não sa(ia.Nate fez uma careta.—)a verdade& eu mesma estava com dúvidas. *redd: estava convencido de que

eu estava imaginando coisas e por vezes& eu lhe dava razão. Era mais f+cil queadmitir a verdade.

—$oc% est+ perdoada. —isse ele (ai"inho.—erdoada5 Eu5—7laro que sim. 8gora voc% mostrar+ a todos que eles estavam errados. <ue foi

aniel 7raven e não seu pai que desapareceu com o dinheiro. *oi ele quem ateoufogo A casa& como voc% sempre disse.

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 Ela sentou-se lentamente& assustada.—6im. voc% est+ certo& mas ... Eu não tenho nenhuma prova.,ure sentou-se na (eirada da cama e encolheu os om(ros.—m momento atr+s& ouvi aniel confessar ter feito isso.—$oc% ouviu...

—6im! *arei amanhã um comunicado. 8s pessoas terão not0cias frescas para lernos =ornais de Londres. <uando encerrar a semana& o nome do seu pai vai estar tãolimpo como o da rainha.

Nate sacudiu a ca(e'a em descren'a. Ela não conseguia acreditar em sua sorte.Estaria tão po(re como antes& mas o nome de seu pai e sua reputa'ão seriamresgatados e limpos. 9sso era mais valioso do que todos os diamantes do mundo.

—7laro& que para voc% não mudar+ nada—& continuou ,ure.Ela o olhou com espanto.—7omo5 B que não vai mudar para mim5— <ue o nome de sua fam0lia se=a rea(ilitado.—$oc% est+ louco5 elo contr+rio& vai mudar tudo. >udo!—Eu pensei que voc% não quisesse ter nenhuma rela'ão com o meu mundo& —

ele o(servou com um tom mon/tono3— )ão 4 isso que voc% disse esta manhã5<ue não queria mais5 E que preferia criar seu filho sozinha& a ficar cercada porpessoas que condenaram seu pai& antes dele ser =ulgado& dei"ando aniel 7ravenlivre5

Nate sentiu-se corar e ficou surpresa ao notar que era capaz de fazer isso& depois

de tudo o que ela e"perimentou com este homem. 8parentemente& ela aindasentia vergonha de algumas coisas.

—Eu sei& ,ure. 9sso 4 o que eu disse nesta manhã. 2as antes mesmo queencontrasse novamente aniel& perce(i que eu estava errada. 8 única coisa queimporta 4 ...

—6er+ gratificante mostrar para todas as pessoas que estavam erradas&—interrompeu ,ure. Eu teria gostado de fazer o mesmo em uma 4poca da minhavida.

—$oc%5 — Nate ficou surpresa.

—6im& —ele respondeu& olhando para as mãos dela que estavam apoiadas naspernas. —$oc% ouviu o que disseram so(re mim& Nate.

Ela assentiu.—7laro que ouvi algumas coisas& mas eu nunca acreditei em rumores. Então eu

quero que voc% sai(a que ...—Às vezes& os (oatos são úteis& sa(e5 Especialmente os que se referem a mim.Ele olhou para ela com uma e"pressão de amargura misturada com compai"ão.

Nate desviou o olhar& desconfort+vel.—Eu não sei o que voc% quer dizer& ,ure.—7laro que sim. >enho certeza que seu amigo *redd: falou so(re o marqu%s de

;ingate. <ue era um ser insens0vel e =ogou o amante de sua esposa pela =anela e

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fez tudo que podia para impedi-la de ver sua filha. )ão 4 isso que ele disse a voc%&Nate5

—,em& talvez possa ter dito ...—>alvez não. 7laro que disse. E eu prefiro que voc% este=a ciente destes

rumores& porque eles são& por vezes& menos cruel que a realidade.

erce(endo a sua e"pressão de espanto& continuou3—Eu nunca impedi a mãe de 9sa(el de v%-la. Eu atirei seu amante pela =anela&

tudo (em& mas o outro ... 6e Eliza(eth tivesse manifestado o dese=o de ver suafilha& eu a levaria para a 9t+lia. 2as para Eliza(eth a filha não lhe fazia falta. uranteo =ulgamento de div/rcio& discutiu apenas o dinheiro que teria que lhe pagar. 9ssoera tudo o que importava para ela. Em nenhum momento mencionou o nome desua filha.

—or essa razão afinal& eu decidi que era melhor que 9sa(el ouvisse os rumoresa mim dirigidos e acreditasse. E portanto& nunca a desmenti. Era melhor que aspessoas imaginassem que eu fosse um ogro do que dizer que minha e"-esposa nãoqueria sua pr/pria filha e nem se importava em v%-la.

—Eu entendo.Ele a olhou com e"pressão ausente.—8i est+& —ele continuou. —$oc% =+ conhece a minha hist/ria triste.

9nteressante não 45 $oc% odeia as pessoas da alta sociedade de Londres por suahipocrisia e sua propensão para a fofoca e eu gosto delas pela mesma razão.

,ure levantou-se de repente.

—2as isso não muda as coisas. $oc% =+ tomou uma decisão e não h+ nada maisa dizer. F uma pena que n/s não tenhamos encontrado um ponto comum entre n/sdois& porque poder0amos nos divertir contando para eles um monte de coisas.)ão& voc% est+ certa& 4 melhor assim. 8gora& eu acho que tivemos (astantee"cita'ão para esta noite. 6er+ melhor dei"ar voc% dormir& —falou caminhando emdire'ão A porta.

Nate afastou os co(ertores e levantou-se.— Espere!Ele voltou-se com um olhar indecifr+vel.

—Nate& voc% sofreu um grande choque e precisa descansar. eite-se novamente.—)ão! —disse ela sem se mover& apenas torcendo os dedos nervosamente. —

6er+ que voc%& por favor& pode sentar aqui alguns minutos5Ele parecia prestes a dizer algo& mas mudou de ideia e sentou-se de novo no

mesmo lugar onde estava antes. Bs rostos de am(os estavam na mesma altura.—Então5 Eu estou ouvindo.Ela encontrou dificuldades em manter seu olhar. Eles não se tocavam& mas sua

pro"imidade a dei"ava nervosa. Era como se ele a estivesse a(ra'ando. 6/ a visãode suas co"as poderosas e seu peito peludo atrav4s da a(ertura da camisa& faziasua ca(e'a girar. E depois havia o cheiro& a virilidade que emanava dele& tais comoa for'a do se"o masculino e ao mesmo tempo a vulnera(ilidade.

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—Eu ... — come'ou.2as o olhar de ,ure era muito perspicaz. Ela olhou para (ai"o& que

infelizmente aca(ou entre as pernas dele& no lugar onde o ro(e estava a(erto. Bque estava escondido ali não era vis0vel& mas ainda o sentia em seu cora'ão&aquele calor que s/ ele era capaz de provocar.

—Eu ... eu pe'o desculpas.—$oc% =+ fez isso& lem(ra5*inalmente criou coragem e o olhou nos olhos& vendo algo que não conseguiu

identificar. m dia& h+ muito tempo& seu pai a presenteou com uma =oia em seuanivers+rio. ma esmeralda da mesma cor dos olhos de ,ure. )o centro da pedranotava-se uma fissura& e agora parecia v%-la tam(4m nos olhos dele. )asprofundezas da fenda avistava sua alma.

—<uanto a aniel& sim& —disse colocando a mão nos om(ros de ,ure. —)ãoposso e"pressar o quanto lamento o que ele fez a 9sa(el. 2as eu tam(4m sintomuito pelo que eu disse esta manhã.

—,em& eu tam(4m sinto muito. 2as isso não muda nada& não 45—rovavelmente não& —ela murmurou.ronto. Ele aca(ava de reduzir suas esperan'as em cinzas com uma facilidade

desconcertante.2as ela insistiu3—>alvez ... Eu tenha me apressado um pouco.—8pressou-se ... —repetiu ele com os olhos fi"os nela.

—Decusando-se a ...Ele levantou uma so(rancelha.—$oc% recusou-se a fazer o qu%5)ão pretendia fazer as coisas tornarem-se mais f+ceis. Ele sa(ia perfeitamente o

que ela estava falando& mas parecia disposto a faz%-la sofrer um pouco antes deadmitir.

,em& ela merecia.—,ure& —come'ou novamente com os dedos acariciando-lhe o roupão& —eu

quero voltar a Londres amanhã com voc% e 9sa(el.

Ele levantou outra so(rancelha.—64rio5 7ompreendo que 4 normal querer ouvir em primeira mão as desculpas

de todos aqueles que lhe deram as costas.—)ão 4 isso. $oc% acha que eu ligo para isso5—)ão5 2as foi isso que voc% deu a entender esta manhã. 8o contr+rio& nesse

momento& a opinião das pessoas pareciam ser muito importantes para voc%. 2asde qualquer maneira& caso voc% queira voltar para Londres conosco& est+ certo. )oentanto& se est+ pensando em voltar para assumir seu lugar como a dama decompanhia de 9sa(el não espere por isso.

—or qu%5 —Ela perguntou.—8credito que depois de sua fuga com 7raven& =+ não irão convid+-la para

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qualquer evento. 6ua reputa'ão est+ completamente arruinada e não vai precisarde dama de companhia.

—)ão& realmente& —admitiu Nate. —2as ela ainda precisa de uma mãe.—$oc% acha5 E voc% tem candidata em mente para ocupar este posto5—,ure& —ela disse lentamente. —Lamento muito não ter falado antes de ... de

nosso filho. E de haver dito que não queria casar-me com voc%. Eu me comporteicomo uma hip/crita ....

Ele sorriu.—#osto muito das suas hipocrisias.Então& não podendo conter-se por mais tempo& a segurou firmemente pela

cintura e a colocou entre suas pernas& onde o ro(e estava a(erto.6ustentando seu olhar& ela permitiu que as mãos dele segurassem sua cintura e

logo depois uma parte de sua anatomia& que despertava grande interesse nele.—Eu tam(4m.—Ela admitiu não sa(endo muito (em o que estava admitindo.Ela perguntou a si mesma o que ,ure diria se ela desfizesse o n/ do cinto que

segurava suas cal'as. 7ertamente diria que era mais hip/crita do que nunca.eve ter tocado em uma parte muito sens0vel& =+ que ele& estremeceu de

repente e aumentou a pressão so(re a cintura dela. E nos olhos dele& aindacontinuava aquela e"pressão indefin0vel& que =+ havia detectado.

—Nate... — iniciou ele.Em vez de afastar-se& ela empurrou um dos lados do ro(e& e viu que o marqu%s

estava nu como no dia em que foi surpreendido no (anheiro. E aquela coisa que

tanto a assom(rou naquele dia& adquiriu propor'Ces que a surpreendeu& at4mesmo depois de t%-lo visto em diferentes situa'Ces.

—Nate ...Ela não o ouviu. 7omo num transe& colocou seus dedos no mem(ro ereto.ela primeira vez& foi ,ure que prendeu a respira'ão. Ele soltou a cintura dela&

agarrou seus quadris e a pu"ou com um grunhido inarticulado. Nate colocou a mãoso(re seu peito& mas manteve a outra onde estava& mesmo quando ele capturousua (oca e enfiou a l0ngua dentro dela.

7a0ram de costas na cama em um emaranhado de rendas e cetim. Bs longos

ca(elos de ouro de Nate criou uma esp4cie de refúgio em torno deles. ,ure queriaficar em cima dela& mas Nate o deteve.

—8inda não& —murmurou ela.6eus l+(ios tomaram o lugar da sua mão no peito dele. Ela o (ei=ava enquanto

acariciava o pelo dele com o nariz& antes de come'ar uma lenta descida para seuventre.

Em seguida& ele foi for'ado a interromp%-la.)ão 4 que ele não gostasse do que ela estava fazendo ... colocando seus l+(ios

no seu mem(ro como ela secretamente sonhava em fazer h+ semanas. 8 verdade4 que ele estava ardendo de dese=o por ela& depois de ter estado A (eira de perd%-la e =+ não conseguia mais pensar.

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  Nate não parecia estar disposta a render-se. Ela olhou para sua ere'ãoimpressionante.

—B que 4 (om pra mim& 4 (om para voc% não 45,ure não respondeu& porque a (oca de ate =+ estava em seu se"o. 8 mesma

(oca que tanto o fascinava& estava agora no lugar onde sempre sonhou que

estivesse.2as não por muito tempo. À (eira do orgasmo& pegou o rosto de Nate entre as

mãos e =untou seus l+(ios aos dela. Lentamente deitou-a na cama. 8penas poucashoras haviam passado desde a última vez em que fizeram amor& mas teve asensa'ão de que isso aconteceu h+ anos. recisava entrar logo nela& senãomorreria.

Ele levantou a camisola sem sair de seus l+(ios& e deslizou a mão entre aspernas de Nate acariciando a partir da co"a at4 o tornozelo& lentamente. Então&tomou um seio na (oca e chupou avidamente atrav4s do tecido fino. e repenteele separou as pernas de Nate e a olhou nos olhos.

Então Nate pode ver o que estava no fundo de seus olhos& desco(rindo umdese=o cru e possessivo e tam(4m angústia e desespero. E acima de tudo& amor.m amor tão profundo& tão infinito& que questionou-se como pGde t%-loa(andonado e como imaginou que seria poss0vel viver sem ele.

Ele voltou a assumir sua (oca. Ele não a (ei=ava& e sim a devorava. 6uas mãosdeslizavam em suas n+degas levantando-as at4 que eles uniram os se"os .

8 penetrou com um grunhido de prazer. Ela& como sempre& ficou sem fGlego&

encolheu-se como se temesse que esse dese=o a rasgasse. 2as quando viu queestava tudo (em& a(riu-se para ele& o a(ra'ou e permitiu que ele fosse mais fundo&pouco a pouco& como estivesse entrando em uma (anheira cheia de +gua quente.

,ure queria estar totalmente imerso nela& perder-se nela. 9nterrompeu o (ei=oe olhou em seus olhos& introduzindo-se at4 o fundo.

Nate arqueou-se =ogando a ca(e'a para tr+s e e"pondo seu pesco'o de ala(astro.Bs seios inchados& cu=os mamilos estavam endurecidos pelo dese=o& esmagadocontra o peito dele. Estava em chamas& em(riagada de prazer& transmitindo-lhetodo esse ardor incompar+vel. )unca! )enhuma mulher =amais entregou-se a esse

ponto& tanto f0sica como emocionalmente. )enhuma at4 então o haviaenlouquecido com tanta pai"ão.

Nate compartilhava completamente seu dese=o sincero. Ele come'ou seusmovimentos. >eria preferido fazer mais devagar e com cuidado& mas perdeu todo ocontrole.

Hesitou quando de repente& ela o a(ra'ou mais forte& enquanto seus músculosinternos contraiam-se em torno de seu mem(ro. Nate entregou-se ao orgasmo eera como o sol em um dia de verão& arrastando-o com ela& tremendo de prazer eemo'ão& at4 render-se ao fogo maravilhoso.

,ure ficou um tempo dentro dela e Nate não protestou. e qualquer forma nãoteria a for'a para faz%-lo. Enredada na camisa dele& esqueceu de vestir& parecia

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mesma. oderia ter sido pior.—ior5 B que poderia ser pior do que ter o seu antigo pretendente& como

genro5—#eoffre: 6aunders. —isse ela levantando-se e deslizando seus dedos de volta

para a curva do (ra'o de seu marido.

)esta ocasião& ,ure estava empurrando o carrinho e eles continuaram apassear pelos caminhos de ;ingate 8((e:.

—elo menos #eoffre: 6aunders era =ovem o suficiente para ela& e *redd:poderia ser seu pai.

—8penas dez anos mais velho que ela& ,ure. $oc% mesmo tem treze anos amais do que eu. E vis0vel isso.

Ele olhou para ela.—B que quer dizer e"atamente58 diversão (rilhou nos olhos de Nate.—9sso deve prepar+-lo para o inevit+vel3 uncan ter+ de come'ar carregar

coletes de flanela. $oc% come'a a acreditar em contos da carochinha e ter ciúmesde 9sa(el. )ão me surpreende que logo sofra de reumatismo. Então o que voc%acha de um copo de leite morno antes de dormir& ,ure5

— 8 informo& Lad: ;ingate& que tenho a mesma necessidade de casacos deflanela como voc% de uma (engala. E eu não tenho ciúmes do admirador da minhafilha& e sim do homem que foi um dos seus admiradores.

—9sso 4 hist/ria antiga& —disse ela indiferente —>udo isso pertence ao passado&

como a soprano. urou que agora o mais importante para ele& 4 9sa(el.,ure olhou ceticamente e ela se a(steve de dizer que isso era uma rea'ão

t0pica de um homem de sua idade. 2as& com trinta e sete anos ele ainda estava eme"celente forma. ,ure mostrava todas as manhãs& que estava determinado acumprir sua promessa de acord+-la fazendo amorQ

—8l4m disso& se a ideia de ter *redd: como genro o desgosta& imagine o quedeve sentir a senhora almer ao sa(er que serei a sogra de seu filho. 9nclusiveagora& quando todo mundo sa(e a verdade so(re meu pai& ela ainda o acusa de terapressado a morte de seu marido. <ue desonra para ela ver seu filho aparentar-se

comigo pelo casamento! ara não falar no que voc% fez na casa dela.—)a sala de estar dela.— Ele corrigiu. —E al4m do mais ela falou coisas

desagrad+veis so(re voc%. Enfim& acho que voc% est+ certa& *redd: não 4 tão ruim.8final foi ele quem me disse onde voc% estava escondida certo5

,ure sorriu&a(ra'ando seu filho3—Bh& essas damas de companhia! 6ão uma fonte de complica'Ces. elo menos

não vou ter que encontrar uma para voc%.—)ão& —admitiu Nate. —2as um dia voc% poder+ ter que encontrar uma para a

irmã dele. Bu talvez duas.,ure parou de a(ra'ar seu filho.— Bh& não! — E"clamou com espanto.

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 Nate come'ou a rir& apertando o (ra'o dele.—Bh& sim!