passional - especial

8/14/2019 Passional - Especial

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PASSIONAL PROGRAMA RECOMENDADO

PARA MAIORES DE 12 ANOS

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PASSIONAL

De autoria deLana Garcia

Escrita porLana Garcia

DireoClaudio Boeckel

Personagens deste captuloMARCELOSLVIARITATIAGOANDRCIBELEJULIANA

Ateno

Este texto de propriedade intelectual exclusiva da TV DESTINO LTDA e por conter informaes confidenciais, no

poder ser copiado, cedido, vendido ou divulgado de qualquer forma e por qualquer meio, sem o prvio e expresso

consentimento da mesma. No caso de violao do sigilo, a parte infratora estar sujeita s penalidades previstas em

lei e/ou contrato.

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CENA 01. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. TARDE.

FADE-IN. UM BELSSIMO STOCK-SHOTS DO RIO TARDE. BOA PARTE DOS PONTOS

MOSTRADA, INICIADOS CLARO PELO CRISTO REDENTOR. SEGUIDO DA LAGOARODRIGO DE FREITAS, O BONDINHO, PO-DE-AUCAR, A QUINTA DA BOA VISTA,ETC. ENTRA SONOPLASTIA: ESPUMAS AO VENTO ELZA SOARES.

CORTA PARA:

CENA 02. LEBLON. EXTERIOR. TARDE.

A MSICA DA CENA ANTERIOR CONTINUA AGORA ATRAVS DE UM PLAY-BACK.UMA RUA DO ALTO-LEBLON FOCADA DE TODOS OS NGULOS. NO TRNSITO QUE

VEM NA ORLA DA PRAIA, CLOSE EM UM CARRO IMPORTADO.CORTA RAPIDAMENTE PARA:

CENA 03. CARRO DE MARCELO. INTERIOR. TARDE.

CLOSE NAS MOS MSCULAS DE UM HOMEM. VAI SUBINDO PELO BRAO DOTERNO BEM ALINHADO. SEU TRAX E POR FIM SEU ROSTO. MARCELO.IMPACIENTE, ENQUANTO DIRIGE. O CELULAR TOCA. ELE ATENDE. MSICAENCERRA.

MARCELO (tel.) Al. (pausa) Ah, voc! (bravo) Eu j pedi pra voc no meligar, eu no quero mais falar com voc. (pausa) O que? Depois doltimo papelo que voc me fez passar, acha que eu estaria de braosabertos te esperando? (pausa) Amor... Amor o que? Passional?! S se foreste tipo de amor. (pausa/ se corta) No me liga mais. Adeus!

MARCELO DESLIGA O CELULAR IRRITADO E QUASE BATE NA TRASEIRA DE OUTROVECULO. BUFA DE DIO.

MARCELO Merda!

CORTA PARA:

CENA 04. ACADEMIA. REA DE MUSCULAO. INTERIOR. TARDE.

DO OUTRO LADO DA LINHA ESTAVA SILVIA. ELA TAMBM DESLIGA O CELULAR.RITA NA SUA FRENTE. TOMA GUA. ELA DISFARA A IRRITAO E SORRIAMARELO.

RITA Ele no te perdoou ainda pelo que voc fez na festa?


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SLVIA (sorri) Nada, besteira. O Marcelo feito desses momentos de iraincontrolvel. Coisa de mdico estressado sabe como n? Logo passa eele volta cheio de doce.

RITA Ser?

SLVIA claro. O Marcelo me ama e ele sabe que eu amo ele.

RITA Se voc diz.

SLVIA (corta) Vamos tomar aquele suco de aa caprichado?

RITA Opa! J!

AS DUAS RIEM E SAEM DA PARTE DA MUSCULAO.

CORTA PARA:

CENA 05. ACADEMIA. CANTINA. INTERIOR. TARDE.

RITA E SLVIA TOMAM SEU SUCO. UMA GARONETE VEM SERVIR UM POTE DEGRANOLA PARA A PRIMEIRA. SLVIA AINDA BRAVA, TENTA DISFARAR. OLHAPARA O CELULAR A TODO O MOMENTO.

RITA Para com isso, Slvia. Eu j disse que voc vacila demais com oMarcelo. Solta um pouco esta rdea, acaba fazendo mal pra ele e pravoc.

SLVIA Eu no consigo Rita. Eu tento me controlar, mas o que eu sinto poresse homem maior que o limite. No tenho limite quando eu amo, isso. Pronto, t explicado.

RITA Isso ainda vai te matar.

SLVIA Matar, eu no sei, mas que isso prejudicial eu sei. C pensa que euno sei o que falam de mim por a quando me veem chegar a algumafestinha ou reuniozinha do tipo daqueles mdicos l? Eu sei direitinho,

posso adivinhar cada palavra: T chegando a Slvia, a barraqueira, aciumenta, louca descontrolada. Qual ser o escndalo de hoje? Vai

amassar o carro de alguma vagabunda ou amassar mesmo a cara dela?RITA NO SE CONTROLA E RI.

SLVIA No ria, srio.

RITA Desculpa amiga. Mas voc acha isso bonito, me diz?

SILVIA Pelo Marcelo? Eu no quero saber se bonito ou se sadio. Eu noquero perder aquele homem, eu no vou perder ele pra qualquervagabundazinha.


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RITA Para de ser to dramtica, mulher. E pragmtica tambm. Tudo vocj acha que motivo para um rompimento entre vocs dois. No bemassim.

SLVIA Porque no com voc.

RITA Se fosse eu me controlaria. Srio mesmo, no faz essa cara de quemno acredita porque verdade sim. Amiga, eu te conheo h mais de dezanos e eu sei que pra voc tudo passional demais. oito ou oitenta notem meio termo. Controle-se!

SLVIA C acha que eu devo procurar algum profissional para aprender a mecontrolar?

RITA COME UMA COLHER DA GRANOLA E AFIRMA COM A CABEA. SLVIA FICAPENSATIVA.

CORTA PARA:

CENA 06. HOSPITAL SO RAFAEL. FACHADA. EXTERIOR. TARDE.

FACHADA DO HOSPITAL, AO SOM DE FUNDO DAS SIRENES BEM PROPCIAS DOAMBIENTE MDICO. TAKE PARA PONTUAR.

CORTA PARA:

CENA 07. HOSPITAL. SALA DOS MDICOS. INTERIOR. TARDE.

MARCELO TOMA SEU CAFZINHO, QUANDO D UMA CHECADA NA FICHAPRONTURIA. TIAGO, OUTRO MDICO, ENTRA NA SALA.

TIAGO (em tom de brincadeira) Olha, quem vemos aqui. Doutor MarceloPedreira, a realeza do So Rafael. A que devemos a honra grande rei?!

MARCELO (ri) Dia desses me aproveito da fama e lhe mando pra guilhotina.

TIAGO PASSA A MO NO PESCOO, FAZENDO SINAL DE DOR. SENTA NO OUTROSOF.

TIAGO Falando srio agora. T de planto hoje?

MARCELO Infelizmente, alis, quebrando um galho para o Guilherme.

TIAGO Folgado este um, hein! Pra mim quem quebra-galho macaco gordo.Eu que no faria isso. Trabalhar duas noites seguidas? No, no, nosirvo pra Madre Tereza.

MARCELO Fiz meus votos.

TIAGO De santo? (ri) Bom, deve ser isso mesmo. Porque aguentar a chata da

Slvia durante tanto tempo e com tanta pacincia s santo mesmo.


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MARCELO (bufa) Nem me fala Tiago. Mas desse mal, t vacinado. Mandeipassear.

TIAGO SE LEVANTA E FAZ CARA DE CHOCADO. MARCELO RI DO AMIGO.

TIAGO T brincando!

MARCELO No senhor.

TIAGO (senta) Quer dizer que voc chutou aquele despacho pra longe da tuavida, irmozinho?

MARCELO Tambm no exagera. Ela era um pouco ciumenta, mas/

TIAGO Um pouco ciumenta? A Slvia era um vulco ambulante pronto paraentrar em erupo cada mulher que se aproximasse de ti, cara.

MARCELO Enfim, isso no ser mais possvel, porque alm dela no participar

mais da minha vida, cortei todos os laos com ela.TIAGO Que laos?

MARCELO Todos. Troquei as chaves do apartamento, impedi a entrada dela noprdio e agora acabei de trocar o nmero do meu celular e o de casatambm. Ou seja, pra ela me encontrar s se me implantar um chip parame rastrear.

TIAGO Puxa isso que segurana. Melhor assim mesmo, at porque com umamulher como a Slvia por perto, toda precauo ainda pouca. Aquela

mulher o co!MARCELO Tenho que concordar contigo, meu camarada. A ltima que ela fez na

festa do hospital foi gota d gua pra mim.

TIAGO Cara, ela simplesmente arrebentou com a cara da pobre da Cibele.No sobrou um lugarzinho onde a tua noivinha no tenha desenhado unha o mapa do Brasil na moa.

MARCELO Eu no quero mais saber da Slvia.

RESPIRA FUNDO.

MARCELO Nunca mais.

NELE.

CORTA PARA:

CENA 08. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE.

STOCK-SHOTS DO RIO DE JANEIRO ANOITECENDO. O TRNSITO NO MENOSCATICO E SUAS PAISAGENS NO MENOS DESLUMBRANTES. SONOPLASTIA DE

BLUES.FUNDE PARA:


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CENA 09. APARTAMENTO DE SLVIA. INTERIOR. NOITE.

SLVIA CHEGA EM CASA. SEU FILHO ANDR EST SENTADO EM UMA POLTRONA,LENDO UM LIVRO. ELA JOGA A BOLSA NO SOF E VAI AT A COZINHA.

SLVIA Boa noite.

ANDR Demorou me.

SLVIA (off) Fui resolver um assunto.

ANDR Sei... Teve notcias do Marcelo?

SLVIA VOLTA COM UM COPO DE GUA. VOLTA PARA O SOF.

SLVIA Porque foi tocar no nome dele agora, Andr? Nunca gostou dele.Voc por acaso tem alguma notcia dele? Responde.

ANDR Hei calma. A senhora me assusta quando sai do controle desse jeito.

SLVIA Vocs esto muito engraados comigo.

ANDR Vocs quem?

SLVIA A Rita me disse a mesma coisa hoje, diz que eu no estouconseguindo me controlar depois que comecei a namorar o Marcelo.

ANDR Pois , se at a alienada da Rita percebeu isso, voc deve dar umcrdito no que ns falamos. Eu falo pro seu bem e no, eu no tenho

nenhuma notcia do Marcelo.SLVIA Estranho. Ele no me ligou hoje.

ANDR Depois do que voc fez pra Cibele, acha que ele ia voltar a ligar?

ELA SE LEVANTA IRRITADA.

SLVIA Andr tem horas que voc me irrita. Profundamente!

SLVIA SAI DE PLANO. ANDR FAZ UM GESTO NEGATIVO COM A CABEA E VOLTAPARA O LIVRO.

CORTA PARA:

CENA 10. HOSPITAL. QUARTO. INTERIOR. NOITE.

MARCELO ENTRA COM UM BUQU DE ROSAS EM UM QUARTO DE HOSPITAL. PARTICULAR E S TEM UM LEITO. NELE EST DEITADA CIBELE. UMA MOAAPARENTEMENTE BONITA, DEBAIXO DOS MACHUCADOS NO ROSTO.

MARCELO Como anda a mdica mais bonita do So Rafael?

CIBELE (sorri amarelo) Depois do que a louca da sua noiva fez? Acha que euestou bem?


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MARCELO SENTA-SE EM UMA CADEIRA, AO SEU LADO. PEGA EM SUA MO. CAMREGISTRA.

MARCELO Cibele, me desculpa, eu/

CIBELE Marcelo, por favor, a culpa no sua. Voc no culpado pelo que a

sua noiva faz ou deixa de fazer. No responsvel pelos atos daquelamulher.

MARCELO Eu sei disso, mas no por isso que eu me sinto menos culpado peloque aconteceu. Eu sabia como a Silvia , no deveria nem ter levado ela

para uma festa particular do hospital.

CIBELE Era seu direito.

MARCELO Bom, mas se te conforta saber... Eu no estou mais noivo da Slvia.

CIBELE No?

MARCELO No. Eu terminei tudo com ela. Depois do que aconteceu, eu nopodia mais continuar com ela, sem peso na conscincia. Mesmo que euainda tenha isso, eu no quero mais me envolver com aquela mulher. Ela louca, ela me mostrou isso. E eu no espero nada de bom que venha deuma maluca igual Slvia.

CIBELE Eu t surpresa e no consigo me lamentar pelo trmino. Ela noestava te fazendo bem.

CIBELE PEGA NA MO DELE E O ACARINHA.

CIBELE Eu tambm no vou ser hipcrita em dizer que eu no gosto de voc eque ela no tenha motivos pra ter agido daquela maneira.

MARCELO Como ?

CIBELE isso, Marcelo. Eu gosto de voc.

MARCELO Eu tambm gosto de voc Cibele. Ns somos amigos desde afaculdade.

CIBELE No desse jeito de gostar. Eu passei a gostar de voc de outro jeito,

entende?MARCELO CONFIRMA QUE SIM.

CIBELE Descobri isso meio tarde. Quando voc namorava a Rejane, lembra?Ento, logo depois que voc terminou com ela j engatou um romancecom a Slvia, ento eu no tive minha oportunidade.

MARCELO Cibele.

CIBELE Eu no quero que voc se sinta em obrigao comigo por isso. Noquero que abra os braos e me receba de outra forma que no seja de

amizade, por pura obrigao pela Slvia ter me causado esse transtorno.


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MARCELO Eu nunca te usaria desse jeito. Nem voc, nem mulher nenhuma.Quando eu me envolvo com algum, eu me envolvo pra valer. (pausa) Euacho que tambm gosto de voc, uma boa mulher, linda, isso inegvel. sensual, inteligente...

CIBELE ACARINHA O ROSTO DELE.MARCELO Vamos esperar mais um pouco?

CIBELE (entristecida) claro.

CIBELE TIRA A MO DO ROSTO DE MARCELO. ELE PEGA SUA MO NOVAMENTE ED UM BEIJO CARINHOSO. OS DOIS TROCAM OLHARES CARINHOSOS.

CORTA PARA:

CENA 11. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA.AGORA O STOCK-SHOTS COMO SE FOSSE UM CLIPE. AMANHECE, ENTARDECE EANOITECE VRIAS VEZES CONSECUTIVAS, DEMONSTRANDO PASSAGEM DE TEMPO(NO ESPECIFICADA). OS PONTOS LUMINOSOS DA CIDADE EM QUALQUER HORA DODIA, TUDO BEM FOCADO E VALORIZADO EM CENA. AS PESSOAS NAS RUAS, NASPRAIAS, NOS PONTOS, EM SUAS ATIVIDADES COTIDIANAS. TERMINAR NO BAIRRODE IPANEMA, NO PERODO DIURNO. SONOPLASTIA:A DANA DAS BORBOLETAS

Z RAMALHO.

CORTA PARA:

CENA 12. IPANEMA. CALADO. EXTERIOR. DIA.

SLVIA E RITA CAMINHAM PELO CALADO DE IPANEMA. EXERCITAM-SE, VEMCONVERSANDO. UDIO DESLIGA. FOQUE NELAS.

RITA Vamos parar ali na frente e tomar uma gua de coco. Tem quehidratar!

SLVIA .

SLVIA BUFA. RITA PERCEBE, MAS NO D SEGUIMENTO.

CORTA PARA:

CENA 13. IPANEMA. QUIOSQUE. EXTERIOR. DIA.

ABRE NUM QUIOSQUE A BEIRA- MAR. SLVIA E RITA TOMAM UMA GUA DE COCO.SLVIA AINDA EMBURRADA.

RITA Menina abriu um restaurante japons l perto de casa. Vamos l

qualquer hora? Quem foi, aprovou.


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SLVIA pode ser. No sei Rita, no t com cabea pra japons.

RITA Pensando em que mulher?

SLVIA Na vida. De como ela injusta, de como ela cretina e mesquinha. Naminha maldita vida.

RITA Ai, que que foi agora, Slvia? Ainda o Marcelo? Me poupe.

SLVIA Ainda ele sim. Sabe o que eu fiquei sabendo? Que ele t de caso coma tal da Cibele. Agora me diz se eu no tenho razo em ter quebrado acara daquela vagabunda?

RITA Credo, Slvia. Sabe o que voc t? Uma chata insuportvel!

SLVIA A ENCARA BOQUIABERTA.

RITA Sabe aquelas vitrolas quebradas que toca uma e rola a mesma?! Ai,

sinceramente, d nem vontade de sair contigo. Nem o Andr te suportamais.

SLVIA O Andr? Ele comentou contigo alguma coisa?

RITA No, mas isso ntido. Se eu que te encontro uma vez por dia noestou mais agentando te ouvir falar do Marcelo que j desencarnou fazuma cara, imagina o coitado do seu filho.

SLVIA C t sendo grosseira comigo.

RITA Amiga, s assim pra agir com voc nos ltimos tempos. J procurou

aquela ajuda que eu te indiquei?SLVIA Que Man ajuda Rita. No me vem com essa no que eu no sou

louca.

RITA No s louco como voc diz que precisa de uma ajuda, de umaorientao, Slvia. Procura, vai, no por mim, nem por ningum, v porvoc. Vai ao MADA Mulheres que Amam Demais.

SLVIA SE LEVANTA, ALTERADA.

SLVIA Papo de novela de novo? Tchau!

SLVIA VAI SAINDO. RITA VAI CHAMAR, MAS DESISTE. CHATEIA-SE COM SLVIA.FADE-OUT.

CORTA PARA:

CENA 14. APARTAMENTO DE MARCELO. SALA. INTERIOR. DIA.

FADE-IN. MARCELO DEITADO NO SOF, CIBELE NO SEU PEITO. OS DOIS TROCAMCARCIAS, ALGUNS BEIJOS DE VEZ EM QUANDO. ROLANDO MSICA NO SOM, BEM

ROMNTICA. UM CLIMA HARMONIOSO ENTRE O CASAL.MARCELO Amor, eu queria sair hoje. Vamos?


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CIBELE Pra onde?

MARCELO (sorri) Surpresa!

CIBELE Ai, ai... Odeio surpresas.

MARCELO Eu adoro.OS DOIS RIEM. ELA SOBE EM CIMA DELE. TIRA SUA CAMISETA. ELE VAI SEENTREGANDO NOS CARINHOS DELA. ELA MORDENDO A SUA ORELHA. QUANDOELA VAI TIRAR A BLUSA, A CAMPAINHA TOCA. ELE RI.

MARCELO Sua vez de atender a porta.

CIBELE S quero saber quem o infeliz.

MARCELO O porteiro nem interfonou e olha que eu pedi isso pra ele. Folgado.

CIBELE T certo. J volto.

CIBELE SAI DO SOF. ABRE A PORTA. NO V NINGUM, S UMA CAIXA ALI NOCHO. ELA ESTRANHA, MAS PEGA NA MO.

MARCELO Quem amor?

CIBELE VAI DESEMBRULHANDO A CAIXA. NORMAL. MARCELO ESTRANHA.

CIBELE S deixaram uma caixa. T com o meu nome nela, que estranho.

MARCELO Quem mandaria uma caixa pra voc no meu endereo?!

CIBELE D UM GRITO E JOGA A CAIXA NO CHO. MARCELO LEVANTA-SE NUM

SALTO. VAI ABRA-LA.

CIBELE (assustada) Que horror!

MARCELO VAI AT A CAIXA. CIBELE EM PNICO. NA CAIXA TEM UM PASSARINHOMORTO COM O NOME DE CIBELE EM UM PAPEL CRAVADO NO BICHO. MARCELOSURPREENDIDO. CIBELE AOS PRANTOS.

CORTA PARA:

CENA 15. RIO DE JANEIRO. UFRJ. EXTERIOR. DIA.TOMADA DA FRENTE DA UFRJ. ANDR SAI DO INTERIOR DA UNIVERSIDADE.ENCONTRA COM ALGUNS AMIGOS E BEIJA UMA MENINA NA PORTA DAINSTITUIO. ELE SE DESPEDE DOS AMIGOS E SAI COM A GAROTA DE MOSDADAS.

CORTA RAPIDAMENTE PARA:

CENA 16. APARTAMENTO DE SLVIA. BANHEIRO. INTERIOR. DIA.


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ABRE NO ROSTO DE SLVIA SENDO BANHADO PELA GUA QUENTE DO CHUVEIRO.ELA ESFREGA COM PRAZER SEU CORPO. CAM VAI MOSTRANDO AOS POUCOS, SEMPRESSA O SEU CORPO AINDA ESGUIO. MOMENTO DE ENTREGA DELA NO BANHO.CLOSE EM SEU BRAO INDO EM DIREO AO SEU RGO GENITAL. SUA MOESPALMADA NAS PERNAS. ELA VAI DEMONSTRANDO PRAZER EM SEU TOQUE.SOZINHA, CONSEGUE TER PRAZER. INTERROMPIDA PELA CAMPAINHA. ELA ABREOS OLHOS E FECHA O REGISTRO. ENROLA-SE NA TOALHA E SAI.

CORTA PARA:

CENA 17. APARTAMENTO DE SLVIA. SALA. INTERIOR. DIA.

SLVIA ENTRA NO AMBIENTE. CAMPAINHA TOCA DESCONTROLADAMENTE. ELAVAI AT O OLHO-MGICO. SURPREENDE-SE E SORRI MALICIOSA. SEGURA A

TOALHA E ABRE A PORTA. MARCELO ENTRA J SEGURANDO EM SEUS BRAOS.EST TENSO. ELA TAMBM NERVOSA. SONOPLASTIA DE TENSO.

SLVIA C no pode entrar na minha casa assim!

MARCELO (alterado) Fala Slvia, fala! Foi voc que fez aquela brincadeira demau gosto com a Cibele! No foi?

SLVIA Que que c t falando?! Voc bebeu Marcelo?

MARCELO JOGA SLVIA NO SOF. COLOCA A MO NA CABEA, TENTANDORESPIRAR E MANTER A CALMA. ELA ARRUMA A TOALHA.

MARCELO Eu juro que vou me controlar. Eu juro que no vou fazer nada comvoc, vou ficar calmo, mas s me responde o que eu j tenho certeza. Foivoc quem mandou aquele presentinho pra Cibele, no foi?

SLVIA Eu j disse. No sei do que voc t falando. Cibele? Quem Cibele?

MARCELO Pelo amor de Deus, Slvia. No seja dissimulada. No me faa baterem voc.

SLVIA Tenta pra ver! Chamo a polcia e te denuncio. Bater em mulher crime, seu covarde, o nome da lei Maria da Penha se voc no conhece.

(pausa) Nem conheo essa a. Cibele o nome, ?

MARCELO Eu vou refrescar a sua memria ento. Cibele a mulher que vocdeixou no hospital, que voc arranhou todinha e que quase deixoudeformada naquela reunio que eu te levei.

SLVIA NO AGUENTA E CAI NA RISADA. MARCELO MAIS NERVOSO, TENTAMANTER A CALMA. SLVIA RINDO MUITO. GARGALHANDO ALTO.

SLVIA Confesso que eu gostei do que eu fiz.

MARCELO Tu uma cnica mesmo, eu devia partir a sua cara no meio.

ANDR ENTRA EM CASA. ASSUSTA-SE AO VER MARCELO.


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ANDR Marcelo, o que voc t fazendo aqui?

MARCELO Andr. a sua me. Sabe qual a ltima dela? Ela enviou pra minhanamorada, a Cibele, um presentinho. Um pssaro morto com o nome delaencravado no coitado do bicho.

ANDR C foi capaz disso mesmo me?

CIBELE Voc no tem provas, Marcelo. Pode ser qualquer um que no gostedaquela sem-sal. Quem diz que fui eu? Tava minhas impresses digitaisna caixa?

MARCELO SE VOLTA PARA ELA NUM MISTO DE RAIVA E DE SURPRESA.

MARCELO Hei! Eu no falei de nenhuma caixa.

SLVIA (nervosa) Falou sim. Falou quando entrou aqui quase me batendo.

MARCELO Eu sei bem o que eu falei e no falei de nenhuma caixa, Slvia. Foivoc sim, eu sabia, mas agora tive a certeza.

ANDR Me, eu no acredito que c foi capaz disso, dessa sujeira com amoa.

SLVIA LEVANTA E ENCARA MARCELO.

SLVIA Quer saber? Fui eu sim e saiba de uma coisa, Marcelo. (de dedo) Sevoc continuar com aquela vagabunda, aquela lambisgia xexelenta,

pode ter certeza, nem voc nem ela vo ter um minuto de paz. Eu vou

matar os dois e no sentirei nenhum remorso por isso. (pausa) Escutou?MARCELO A ENCARA. ANDR SURPRESO. MARCELO NUM IMPULSO D UMTREMENDO TAPA NO ROSTO DE SLVIA QUE CAI SENTADA NO SOF.

MARCELO Saiba voc tambm que eu nunca fui ameaado e no voc quem vaime ameaar Slvia. S tenta fazer alguma coisa contra mim ou quem querque seja s pra me atingir. Tenta pra voc ver pra eu vou te mandar.

MARCELO SAI. SLVIA SURPRESA COM ELE. ANDR BALANA A CABEANEGATIVAMENTE EM DIREO ME E SAI. NELA, FURIOSA.

CORTA PARA:

CENA 18. HOSPITAL. SALA DOS MDICOS. INTERIOR. DIA.

ABRIMOS EM DOIS MDICOS FIGURANTES SAINDO DA SALA. CIBELE E TIAGOENTRAM NA SALA, J CONVERSANDO.

TIAGO O Marcelo fez certo. Esta mulher vai at onde com isso? Louca,psicopata.

CIBELE Eu pesquisei sobre isso, Tiago. Isso se chama amor passional, sabeaqueles que matam que cegam a gente?


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TIAGO Se vocs no tomarem cuidado, bom que passem a crer mesmonessa teoria, porque pelo que eu conheo da Slvia...

CIBELE Alis, o que todo mundo sabe dela. Todo mundo conhece a famadessa maluca. Mas comigo vai ser diferente, eu no vou deixar chegar

perto de mim ou do Marcelo.MARCELO ENTRA NA SALA, NERVOSO.

MARCELO Oi pra vocs.

TIAGO Parece tenso, meu amigo.

MARCELO Cs no vo acreditar na mais nova que aquela maluca fez.

CIBELE Subiu no Cristo e enforcou uma boneca com o meu nome?

CIBELE RI.

MARCELO srio, meu amor. Ela pichou o meu carro.

TIAGO O que!

CORTA PARA:

CENA 19. HOSPITAL. ESTACIONAMENTO. EXTERIOR. DIA.

OS TRS DA CENA ANTERIOR DE FRENTE PARA O CARRO DE MARCELO, PICHADOCOM A PALAVRA MORTE!. ELES SE ENTREOLHAM ASSUSTADOS.

CORTA PARA:

CENA 20. APARTAMENTO DE SLVIA. QUARTO DE ANDR. INTERIOR.

DIA.

ANDR ARRUMANDO AS MALAS, ESVAZIANDO O ARMRIO. SLVIA ENTRA NOLOCAL.

SLVIA Estou indo no mercado, quer alguma./ O que isso?

ANDR T indo embora.SLVIA Como que ?

ANDR (encara) Eu sempre abominei essas suas a titudes que beiram oridculo! Atos quase que terroristas. Hoje foi a ltima vez que eu

presenciei isso. Me desculpa, mas eu liguei pra um amigo meu e voumorar com ele. Rachar ap.

SLVIA Se t pensando que vai contar com o meu dinheiro pra isso/

ANDR Eu no t pedindo ele, eu nem quero esse seu dinheiro.

ANDR FECHA A MALA E SE PREPARA PARA SAIR.


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SLVIA Por favor, Andr, no faz isso com a sua me.

ANDR No apela me. (pausa) Eu volto quando voc resolver se tratar e verque o que c t fazendo consigo mesma, horrvel. chato, desgastante pra todo mundo.

ANDR SAI. SLVIA VAI ATRS.


CENA 21. APARTAMENTO DE SLVIA. SALA. INTERIOR. DIA.

ANDR ENTRA, J INDO PARA A PORTA. SLVIA ATRS, DESESPERADA, PASSIONAL.

SLVIA Se voc for embora, nunca mais volta pra essa casa. Eu no teconsidero mais meu filho.

ANDR SE APROXIMA DA ME E LHE FAZ UM CARINHO. SLVIA COMEA ACHORAR COMO UM BEB.

ANDR Se cuida t? Te amo, me.

ANDR SE DESPEDE DELA COM UM BEIJO NO ROSTO. ELA VIRA A CARA. QUANDOELE SAI, ELA DESABA NO CHORO. DEITA NO SOF, DESESPERADA. FADE-OUT.

CORTA PARA:

CENA 22. HOSPITAL. CANTINA. INTERIOR. DIA.FADE-IN. ABRE NA MOVIMENTAO DOS MDICOS ANDANDO DE UM LADO AOOUTRO NA CANTINA. EM UMA MESA ESTO MARCELO, CIBELE E TIAGO. TOMAMCAF. CONVERSA J INICIADA.

CIBELE Eu tenho medo do que ela possa fazer contra mim, contra ns.

MARCELO No creio que a Slvia chegaria a cometer uma loucura maior do ques ameaas.

TIAGO Abre o olho meu amigo. Mulheres iguais Slvia j vi aos montes.

Loucas que terminam seus dias pensando serem bilheteiras nos hospciosda vida.

TIAGO TOMA SEU CAF. MARCELO E CIBELE OLHAM-SE APREENSIVOS.

CORTA PARA:

CENA 23. UFRJ. LABORATRIO DE QUMICA. INTERIOR. DIA.

AULA J ACABANDO. MSICA DE TENSO QUE PERDURA AT O FIM DA

SEQUNCIA. ANDR COM JULIANA (A MOA DA CENA 15). OS DOIS NO


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EXPERIMENTO DELES. CLOSE NA MO DE ANDR QUE SE RASGA COM UM VIDRO.SANGUE EM CENA. JULIANA SE ASSUSTA.

CORTA PARA:

CENA 24. UFRJ. FRENTE. EXTERIOR. DIA.

ANDR E JULIANA. ANDR COM UMA FAIXA NA MO. ELA AO SEU LADO. ANDAMAPRESSADOS RUMO AO ESTACIONAMENTO.

ANDR Que besteira, meu amor. Um cortezinho de nada.

JULIANA Andr, para de ser cabea-dura. Fez um corte horrvel na mo, aCidinha da enfermaria disse que no cortou um tendo por pouco. Vamosagora pro hospital.

ANDR T, t. Eu sei que se no for, voc vai me encher a pacincia at eu ir,ento vamos logos.

JULIANA Vambora pro So Rafael que o mais perto que tem.

ANDR CONCORDA AINDA CONTRARIADO. JULIANA O ABRAA.

CORTA PARA:

CENA 25. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INTERIOR. DIA.

ANDR E JULIANA ESPERAM A SUA VEZ DE SEREM ATENDIDOS. A RECEPCIONISTAALI NO SEU LUGAR. OUTROS PACIENTES.

JULIANA T doendo?

ANDR Nada, sua exagerada.

JULIANA Andr!

ANDR (ri) T, s um pouquinho, mas um pouquinho de nada mesmo.

ANDR DESVIA O OLHAR E V SLVIA PASSANDO. SURPREENDE-SE.

ANDR A minha me aqui? Ih, no t gostando disso. Veio fazer barraco denovo.

JULIANA A sua me?

ANDR Espera s um pouco aqui que eu vou ver o que t acontecendo.

JULIANA Mas Andr, a sua mo.

ANDR Ela pode esperar.

ANDR LEVANTA E SAI. JULIANA CONTRARIADA.

CORTA PARA:


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CENA 26. HOSPITAL. CORREDOR. INTERIOR. DIA.

SLVIA ANDA PELO CORREDOR, OLHA PARA OS LADOS, CARA DE QUEM VAIAPRONTAR. ANDR A SEGUE, TOMANDO DISTNCIA PARA NO SER VISTO. ELAENTRA NA SALA DOS MDICOS. ELE A ESPREITA E TAMBM VAI A SUA DIREO.

CLIMA DE TENSO NO AR.CORTA PARA:

CENA 27. HOSPITAL. SALA DOS MDICOS. INTERIOR. DIA.

SLVIA ENTRA. NO TEM NINGUM ALI. VAI AT A MESA ONDE EST A GARRAFADE CAF E ALGUNS BISCOITINHOS. PEGA UM, CARA DE NOJO. COSPE NO CHO E RI.ANDR ABRE UMA FRESTA DA PORTA E FICA A ESPIANDO. SLVIA DESTAMPA AGARRAFA DE CAF. PEGA UM FRASCO DENTRO DA BOLSA E DESPEJA UM LIQUIDO

DENTRO. ANDR FAZ CARA DE CONTRARIADO, SAINDO. SLVIA RI MALICIOSA.

CORTA PARA:

CENA 28. HOSPITAL. SALA DE MARCELO. INTERIOR. DIA.

MARCELO EM SUA MESA. ANALISA ALGUM RELATRIO. ALGUM BATE A PORTA.

MARCELO Entra.

ANDR (entrando) Marcelo, eu preciso falar com voc e urgente.

MARCELO Fala Andr. O que ?

ANDR Acho que a dona Slvia t aprontando.

MARCELO O que ela fez?

EM ANDRE.


CENA 29. HOSPITAL. SALA DOS MDICOS. INTERIOR. DIA.J ABRE EM MARCELO, TIAGO E ANDR REUNIDOS COM A GARRAFA DE CAF NASMOS DO PRIMEIRO.

MARCELO Veneno! Certeza.

TIAGO E bvio que era pra Cibele.

MARCELO Como podia ser pra qualquer um que no tivesse nada a ver com isso.

ANDR A minha me passou de todos os limites.

MARCELO Ela t descontrolada, algum precisa fazer alguma coisa.ANDR CONCORDA. O CELULAR DE MARCELO TOCA.


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MARCELO (tel.) Al? (pausa) Cibele? C t chorando? O que houve? (se corta) ASlvia t te perseguindo de carro? Como assim?!

CIBELE (off) Ela vai me matar.

TIAGO A Slvia perseguindo a Cibele?

ANDR (nervosa) Ai, meu Deus.

CORTA PARA:

CENA 30. RIO DE JANEIRO. AVENIDA QUALQUER/ CARRO DE CIBELE; CARRO DESLVIA. EXTERIOR - INTERIOR. DIA.

OS CARROS DE CIBELE E SLVIA LOGO ATRS EM UMA MOVIMENTADA AVENIDADO RIO DE JANEIRO. MSICA DE TENSO EM SEU GRAU MXIMO. CORTA PARA O

CARRO DE CIBELE. A MOA TOTALMENTE DESCONTROLADA NA DIREO. CHORAALTO. CORTA PARA O DE SLVIA. ELA RI DESCONTROLADA. FALA EM OFF, ALGODO TIPO: VAGABUNDA. RI DESCOMPENSADA. CORTA PARA OS CARROSCORRENDO ENTRE OS DEMAIS, CORTANDO OUTROS VECULOS DEIXANDO OTRNSITO MAIS CATICO DO QUE J EST.

CORTA PARA:

CENA 31. CARRO DE MARCELO. INTERIOR. DIA.

MARCELO NA DIREO. NERVOSO. AO SEU LADO EST TIAGO. OS DOIS SEENTREOLHAM APREENSIVOS.

CORTA PARA:

CENA 32. AVENIDA/ CARRO DE SLVIA. EXTERIOR INTERIOR. DIA.

OUTRA AVENIDA J. ATENO: IMPORTANTE TER UM CRUZAMENTO, ONDECIBELE POSSA PASSAR COM O CARRO. CORTA PARA SLVIA QUE TRANSPIRAMUITO. OLHOS VERMELHOS DE CHORAR, MAS RI DESCONTROLADA. CORTA PARAA AVENIDA, ONDE O CARRO DE CIBELE CONSEGUE PASSAR. UM CAMINHO VEM TODA E CORTA A FRENTE DE SLVIA. CORTA PARA O INTERIOR DO CARRO. AREAO DE SLVIA. ELA GRITA. CORTA PARA O EXTERIOR DO VECULO. EM SLOW-MOTION: O CARRO DE SLVIA DERRAPA NA PISTA E ACABA BATENDO COM ALATERAL DO MOTORISTA NO CAMINHO QUE O CORTOU. O CARRO DE MARCELO ETIAGO PARA MAIS ATRS. OS DOIS DESCEM DO VECULO. CORTA PARA O INTERIORDO CARRO DE SLVIA. ELA CADA SOBRE O VOLANTE, DESACORDADA E COM ATESTA SANGRANDO MUITO. ENCERRA SONOPLASTIA DE SUSPENSE.

CORTA PARA:


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CENA 33. HOSPITAL. SALA DE MARCELO. INTERIOR. DIA.

MARCELO E CIBELE APREENSIVOS. CONVERSA J INICIADA.

MARCELO O Andr t louco da vida. Nem quis saber de curativo. T l foraesperando notcias da Slvia.

CIBELE Deve ter sido barra pra ele. Ela apesar de tudo no merecia isso.Agora esperar a cirurgia.

MARCELO Ela t em estado grave. Eu no sei se escapa viva dessa, Cibele.

TIAGO ENTRA NA SALA. PREOCUPADO.

MARCELO O que houve Tiago? Aconteceu alguma coisa com a Slvia?

TIAGO No, mas vai acontecer se voc no assumir o risco.

CIBELE Como assim?

TIAGO O doutor Armando. Ele passou mal e no vai realizar a cirurgia,Marcelo e o nico que tem tamanha competncia pra assumir o caso e terxito voc.

MARCELO NERVOSO. COLOCA AS DUAS MOS NO ROSTO NO ACREDITANDONISSO.

MARCELO Mas eu no posso, sou parte envolvida do caso. Seria at antitico. Seela morrer eu vou ser o culpado!

CIBELE E voc seria capaz de matar uma paciente na cirurgia pra se livrar dosproblemas meu amor?

MARCELO NADA RESPONDE. ENCARA CIBELE E TIAGO COM NERVOSISMO. SLOW-MOTION: ELE SAI DA SALA MUITO NERVOSO. SONOPLASTIA: BATIDAS DE UMCORAO. FADE-OUT.

CORTA PARA:

CENA 34. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA.

AMANHECE NA CIDADE MARAVILHOSA. OS BELOS PONTOS COMO SEMPRE CHEIOSDE GENTE QUE VAI E VEM PELA CIDADE. AS PRAIAS COM ESPORTISTAS, CRIANASE CASAIS. LTIMO TAKE NA FACHADA DE UMA CASA NO CENTRO DA CIDADE.SIMPLES, MAS BEM LOCALIZADA. ENTRA SONOPLASTIA SUAVE.

CORTA PARA:

CENA 35. MADA. INTERIOR. DIA.

VRIAS MULHERES REUNIDAS EM UM CRCULO EM MAIS UMA REUNIO DO MADA(MULHERES QUE AMAM DEMAIS ANNIMAS). SLVIA LEVANTA A MO PARA DAR


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SEU DEPOIMENTO. RITA EST AO SEU LADO. NO PEGAR SLVIA DE CORPOINTEIRO, S DA CINTURA PRA CIMA. ENCERRA SONOPLASTIA.

SLVIA O meu nome Slvia.

TODAS Ol Slvia.

SLVIA EM ALGUNS SEGUNDOS EM SILNCIO. RITA A ENCORAJA.

SLVIA difcil estar aqui hoje. difcil passar pelo que eu passei e pelo queeu ainda passo, porque as pessoas acham que s uma reunio basta. assim quando a gente se apaixona por algum. S aquela pessoa basta, saquele amor o nico na sua vida e a companhia dele, o cheio dele te

bastam. O amor uma guerra diria. Eu pensei que amar algum erabatalhar pra no perder a outra pessoa, mas eu hoje sei que pra noperder voc mesma dentro dele. (pausa) A cada dia que eu acordo, eu

penso no Marcelo, no com rancor, com ressentimento, muito menoscom paixo, com amor, desejo... Eu acho que essa fase j passou. Eu melembro dele como uma parte da minha vida, como uma vlvula que euencontrava pra me livrar dos meus problemas que eu j carregava antesde conhecer e me envolver com ele. Eu pensava que o princpio de umarelao era uma espcie de propriedade privada, o meu homem o meuhomem e nenhuma mulher pode tomar ele de mim, assim como umacasa, um carro, uma propriedade! (pausa) Eu sei que ainda tenho muitoque mudar, mas eu tambm aprendi muito aqui. Aprendi muita coisa queeu t colocando em prtica na minha vida. Eu acho, eu acho no, eutenho certeza que hoje eu sei amar. Que o acidente que eu sofri e que medeixou com sequelas.

AGORA SIM ABRIR EM PLANO INTEIRO E MOSTRAR SLVIA EM UMA CADEIRA DERODAS. ELA COMEA A CHORAR, MAS SE CONTROLA. MOSTRAR OUTRASFIGURANTES SE SENSIBILIZANDO, ALGUMAS CHORANDO.

SLVIA Que esse acidente me mostrou que um relacionamento no feito deuma pessoa apenas. Os dois tm que estar amando e quando isso parar deacontecer, voc no deve prosseguir sozinha. Por mais difcil que seja

tem que encarar e seguir s, seja amando ele ou no... Masprincipalmente se amando, se gostando, se valorizando acima de tudo.Porque o que voc sente ningum vai poder tirar de voc a no ser vocmesma. Mas voc pode controlar isso dentro de voc sim e se nocontrolar procura ajuda. Ningum vive sozinho sem ningum. Voc nose basta pra nada, todo mundo que est sua volta pode te ajudar comisso, com o que voc venha sentir por aquela pessoa que ainda ama. Nose torture sozinha, voc no precisa desse homem, mas precisa de voc edos outros que queiram te ajudar. (pausa) S por hoje!

SLVIA CAI EM PRANTOS. RITA A ABRAA FORTE. TODAS AS MULHERES AAPLAUDEM. SLVIA SORRI VITORIOSA.


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CORTA PARA:

CENA 36. APARTAMENTO DE MARCELO. COZINHA. INTERIOR. DIA.

MARCELO NA COZINHA. PREPARA ALGUMA COMIDA NO FOGO. CIBELE VEM PORTRS E O ABRAA. OS DOIS SE BEIJAM.

CIBELE Sabia que eu amo estar com voc? Eu amo esses seus dotes culinrios.

MARCELO (ri) E eu amo fazer as suas vontades.

MAIS UM BEIJO APAIXONADO DO CASAL.

CIBELE Como ser que anda a Slvia?

MARCELO O Andr me ligou esta semana. Disse que ela est freqentando oMADA, anda freqentando o psiclogo, o fisioterapeuta l do hospital

tambm e que est bem, est feliz. A Rita, amiga dela, est ajudando elanessa luta diria.

CIBELE Apesar de tudo eu no odeio a Slvia. Ela precisava de ajuda.

MARCELO Eu tambm no a odeio nem quero mal pra ela, de maneira nenhuma.Tambm no seria capaz de matar uma paciente na mesa de cirurgia.

Nunca!

CIBELE O Andr convidou a gente pra ser padrinhos do casamento dele com aJuliana.

MARCELO Eu sei.

MARCELO LARGA A PANELA E ABRAA CIBELE. SORRI MALICIOSO.

MARCELO Sabe o que eu tava pensando?

CIBELE Em que?

MARCELO Voc ficaria linda de noiva. Tenho tara em mulheres com vestido denoiva.

CIBELE D UM TAPA EM SEU OMBRO. OS DOIS RIEM.

CIBELE Isso um pedido de casamento, por um acaso?

MARCELO Uma ideia. Gostou?

CIBELE Adorei.

OS DOIS RIEM. OS DOIS SE BEIJAM APAIXONADOS. CAM SE AFASTANDO DELES.

CORTA PARA:

CENA 37. MADA. FRENTE. EXTERIOR. DIA.


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SLVIA E RITA SAEM DA REUNIO. RITA EMPURRANDO SUA CADEIRA DE RODAS.DE UM CARRO SALTAM ANDR E JULIANA. SLVIA SORRI ANIMADA COM ACHEGADA DOS DOIS.

ANDR Oi, vim te levar pra casa, dona Slvia.

SLVIA Que coisa boa. Um carinho de filho, no todo dia, Rita.

RITA Imagina. T pra nascer garoto igual o Andr. Agenta at as suasrabugices Slvia.

SLVIA Olha isso, J! Compl contra mim.

JULIANA sim sogrinha, mas no liga no. Eu fico do seu lado.

SLVIA Que delcia. Uma nora que no acha a sogra uma bruxa. No sei o quefala pelas minhas costas, mas pela frente um doce.

TODOS RIEM.ANDR Me.

ABRAA JULIANA.

ANDR Ns temos uma notcia em primeira mo pra dar pra senhora.

SLVIA O que foi? Meu corao fraco, hein. No vai me fazer chorar quehoje j me descabelei a dentro.

JULIANA coisa boa.

ANDR Eu e a Juliana estamos de casamento marcado.RITA Olha que maravilha!

SLVIA (sorri) Que timo meu filho, at que enfim algum te laou.

JULIANA Mas no s isso, sogra.

SLVIA No?

ANDR No.

RITA Se o que eu t pensando...

RITA RI. SLVIA NO ENTENDE.

JULIANA Eu estou grvida dona Slvia. A senhora vai ser vov.

ANDR E JULIANA SE ABRAAM. SLVIA EMOCIONADA, LGRIMAS NOS OLHOS.

ANDR Ai meu Deus. manteiga derretida.

SLVIA Que isso, garoto. (pausa) Eu t chorando porque sou muito nova praser vov.

TODOS RIEM. SLVIA SORRI CARINHOSA E ABRE OS BRAOS. ANDR E JULIANA A

ABRAAM. SLVIA FAZ UM SINAL E RITA SE JUNTA AO ABRAO. EM SLVIA FELIZCOMO NUNCA FOI NA VIDA.


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CORTA PARA:

FIM

passional - especial

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