passear janeiro 2012

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passear sente a natureza by Nº.10 . Ano I . 2012 Ericeira – S. Lourenço – Ericeira Uma CAMINHADA de contrastes Destino Cidades e vilas medievais Crónicas do Gerês Leitura deturpada da Portaria Ecovia Lisboa a Badajoz AS VIVÊNCIAS DE FRANCISCO MORAIS Ligação Angola a Moçambique A aventura em BTT de PEDRO FONTES edição digital

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Passear Revista Digital Edição Número 10

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Page 1: Passear Janeiro 2012

passearsente a natureza

byNº.10 . Ano I . 2012

Ericeira – S. Lourenço – EriceiraUma CAMINHADA de contrastes

Destino

Cidades e vilas medievais Crónicas do Gerês

Leitura deturpada da Portaria

Ecovia Lisboa a BadajozAS VIVÊNCIAS DE FRANCISCO MORAIS

Ligação Angola a MoçambiqueA aventura em BTT de PEDRO FONTES

edição digital

Page 2: Passear Janeiro 2012

Registada na Entidade Reguladorapara a Comunicação Socialsob o nº. 125 987

2

Capa Fotografia Ericeira(pág.38)

Praceta Mato da Cruz, 182655-355 Ericeira - PortugalCorrespondência - P. O. Box 242656-909 Ericeira - PortugalTel. +351 261 867 063www.lobodomar.net

Director Vasco Melo GonçalvesEditor Lobo do MarResponsável editorial Vasco Melo GonçalvesColaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves....

Grafismo

Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Publicidade Lobo do MarContactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041e-mail [email protected]

Contacto +351 965 761 000email [email protected]/lobodomardesign/comunicar

www.passear.com

2012, um ano que promete!2012 é um ano fundamental para o projeto editorial da revista Passear e precisamos da ajuda / colaboração de todos os nossos leitores. Para continuarmos esta nossa “caminhada” vamos ter que passar a vender a edição através de assinatura ou venda individual. O valor da assinatura é de 12 euros o que significa que cada número custa apenas 1 euro! Esperamos ter a vossa colaboração.Em Fevereiro vamos estar presentes na Nauticampo (8 a 12 de Fevereiro) com um stand e vamos organizar uma palestra subordinada ao tema: As atividades de ar livre como potenciadoras de negócios e como saída profissional. A palestra decorrerá no dia 11 de Fevereiro e contamos com a vossa presença.Nesta edição gostaria de destacar alguns temas: a Ecovia, que liga Lisboa a Badajoz, já desperta o interesse dos portugueses e Francisco Morais conversa com o Paulo Guerra dos Santos (responsável do Projeto Ecovias de Portugal) sobre as suas vivências; Pedro Fontes teve a ideia de ligar Angola a Moçambique de bicicleta, sem muita preparação partiu à aventura… e por fim, apresentamos o projeto Rede de Cidades e Vilas Medievais.

Um bom ano de 2012 com muitos passeios.

[email protected]

Page 3: Passear Janeiro 2012

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Edição Nº.10 Janeiro 2012

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PUB

Sumário04 ASSINATURA PASSEAR06 Destino: Cidades e Vilas Medievais16 Crónicas do Gerês20 Ecovia Lisboa a Badajoz30 Ligação Angola a Moçambique38 Caminhada Ericeira - S.Lourenço50 Passear Jardim da Estrela58 Canoagem

Page 4: Passear Janeiro 2012

assi

natu

ra Temos um Passado mas vamos caminhar juntos rumo ao Futuro!

Após 11 edições gratuitas da revista digital Passear tomámos a decisão de começar a comercializar a publicação através da venda de Assinaturas.

É nossa convicção que só desta forma poderemos continuar a oferecer aos nossos leitores um produto de qualidade e com inovação.

O valor da Assinatura Anual (12 números) é de 12 euros o que prefaz um valor de

1 euro por revista! É um preço simbólico mas que fará toda a diferença para que continuemos a evoluir neste nosso projeto editorial.

Contamos com os NOSSOS LEITORES para nos apoiarem nesta nova etapa.

Obrigado a todos.Vasco de Melo Gonçalves

DirectorÀs primeiras 500 pessoas que efectuarem a Assinatura da Revista Passear OFERECEMOS UM BILHETE PARA A NAUTICAMPO 2012 que se realiza de 08 a 12 de Fevereiro.

ASSINE JÁ e receba em sua casa um bilhete para a Nauticampo no valor de 5 euros.

Pagamento através do PayPal de 12€ que corresponde à assinatura de 12 edições da revista digital Passear.

ouTransferência bancária para a conta do BPI 0010 0000 75906740001 04 em nome de LOBO DO MAR - SOCIEDADE EDITORIAL LDA, enviar comprovativo por email para [email protected] com nome completo, morada e número de contribuinte.

Page 5: Passear Janeiro 2012

assi

natu

raA melhor maneira de ler a sua revista digitalNo PC Clique no link que lhe é enviado por email para aceder à sua revista numa plataforma on-line mais interactiva. Pode criar marcadores para as páginas que quer voltar a ler ou para apenas se lembrar mais tarde.

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edição digital

gratuita

passearsente a natureza

byNº. 2 . Ano I . 2011

Destino Geoparque de Porto Santo

Rumo a CuencaCrónica de viagens

EquipamentoGPS Oregon 450

Gama Stormproof™ Camera PouchTenda Specula Alpine da Vaude

Oregon Scientific ATC9K HDWalkies-talkies Cobra MT600

edição digital

gratuita

passearsente a natureza

byNº.3 . Ano I . 2011

DestinoAldeia de Pedralva

Rota da Biodiversidade

Lisboa

EquipamentosBicicleta Cube Delhi Disc 2011 Mochila Deuter Kid Comfort II Mochila Eagle Creek Switchback Max 22Ténis La Sportiva ElectronWenger Traveler Pocket Alarm 73015

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gratuita

passearsente a natureza

byNº.4 . Ano I . 2011

PRS7CABO DA ROCA

Crónica de Viagens

Um lugar mítico

EquipamentosBolsas Aquapac

Bicicleta Specialized Crosstrail Deluxe CompGarmin Montana™ 600

tudo para viajar de bicicleta

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passearsente a natureza

byNº.5 . Ano I . 2011

PRS3CASTELO

DOS MOUROS

Crónica de ViagensEstrada

da Morte

DestinoPonte de Lima

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gratuita

passearsente a natureza

byNº.7 . Ano I . 2011

De MÉRTOLA por lugares adormecidos

Crónica de Viagens

Bolívia II

OpiniãoGerês, o PNPG e o seu potencial

DESTINOAllariz,

no coração da Galiza

edição digital

gratuita

passearsente a natureza

byNº.8 . Ano I . 2011

ORVALHO Passeio numa aldeia beirã

À descoberta dos castelos

de Monsaraz e Mourão

Ecovia1De Lisboa a Badajoz

ContactoSpecialized CrossTrail

CanoagemDouro Internacional

ReportagemII Ultra-rota dos Templários

passearsente a natureza

byNº.9 . Ano I . 2011

Évora e Montemor-o-Novo MonuMentos GRANDIOSOS

CaminhadaNas margens do rio Lizandro

Crónicas do GerêsO trilho de Carris

ContatoGARMIN Montana 650T

100% recomendado

passearsente a natureza

byNº.10 . Ano I . 2012

Ericeira – S. Lourenço – EriceiraUma CAMINHADA de contrastes

DestinoCidades e vilas medievais

Crónicas do GerêsLeitura deturpada da Portaria

Ecovia Lisboa a BadajozAS VIVÊNCIAS DE FRANCISCO MORAIS

Ligação Angola a MoçambiqueA aventura em BTT de PEDRO FONTES

edição digital

Page 6: Passear Janeiro 2012

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REDE DE CIDADES E VILAS MEDIEVAIS

Destinos para sentir a históriaA MARCA DA ÉPOCA MEDIEVAL UNE DOZE MUNICÍPIOS DA PENÍNSULA IBÉRICA,

CUJAS RUAS, ARQUITETURAS E SABORES TRANSPORTAM O VISITANTE A OUTRAS

ÉPOCAS.

Cada passo percorrido é um século de

história visitado. Cada prato degustado

é o resultado de prolongadas heranças.

Cada aroma sentido é uma consequên-

cia das antigas tradições e heterogéneas

paisagens naturais. Assim é a experiencia

que vivem os visitantes da Rede de Ci-

dades e Vilas Medievais, uma aliança en-

tre doze localidades da Península Ibérica

com um denominador comum: a marca da

época Medieval no seu património. E, ainda

assim, todas diferentes, cada uma com os

traços que as tornam genuínas.

Salpicando de História a Península Ibérica,

de Norte a Sudoeste, a Rede de Cidades

e Vilas Medievais apresenta-se ante o visi-

tante como um cúmulo de sensações de

outros tempos. Doze municípios unem-

Marvão

Page 7: Passear Janeiro 2012

REDE DE CIDADES E VILAS MEDIEVAIS

Destinos para sentir a história7

se para promover e difundir a herança

histórica que lhes deixou a Idade Média

e que perdurou até ao século XXI através

das tradições, arquitetura, literatura e

gastronomia. Uma aliança que reúne lo-

calidades de Guipúscoa, Araba/Álava,

Navarra, Saragoça, Sória, Segóvia, Gua-

dalajara, Toledo, Cáceres, Badajoz e do

Alentejo, nomeadamente Marvão e Vila

Viçosa… E é precisamente esta variedade

de localização que lhes confere a cada

uma um valor de diferenciação, poten-

ciando os seus atributos com a influência

regional.

Caminhos empedrados são o cenário idí-

lico para uma fotografia familiar. Sabores

intensos que multiplicam as emoções de

uma viagem a dois. Locais naturais que

pedem para ser explorados por aventurei-

ros. Arquiteturas protagonistas de muitas

páginas da História que hoje encerram

silêncios, perfeitos para os visitantes soli-

tários. Assim é a oferta turística dos doze

destinos que compõem a Rede de Cidades

e Vilas Medievais: Hondarribia, Laguar-

dia, Estella-Lizarra, Sos del Rey Católico,

Almazán, Sigüenza, Pedraza, Consuegra,

Coria, Olivenza, Vila Viçosa e Marvão.

Doze joias para conhecerSituada na foz do Rio Bidasoa, a Noroeste

de Guipúscoa, levanta-se Hondarribia. Esta

localidade conta com um rico património

artístico e cultural. O seu centro histórico

Sigüenza Castillo baja

Page 8: Passear Janeiro 2012

foi declarado Conjunto Monumental,

conservando grande parte das mura-

lhas e baluartes que a fortificavam. O

Castelo de Carlos V, hoje reconstruído

e transformado em Parador Nacional,

a Igreja de Santa María de la Asunción

y del Manzano ou a Ermita de Guada-

lupe são algumas das heranças que a

passagem da História deixou nesta lo-

calidade. Hondarribia é, hoje em dia, a

única cidade de Guipúscoa que ainda

conserva as suas muralhas.

A cultura vitivinícola inunda cada metro

quadrado de Laguardia, vila medieval

em pleno coração da Rioja Alavesa. As

suas inúmeras adegas combinam-se

com o sabor medieval de lugares com

8

dest

ino

interesse histórico, como as cinco portas de

acesso da muralha, a Igreja de Santa María

de los Reyes – cuja fachada gótica conserva

um dos poucos pórticos policromados de Es-

panha -, a Plaza Mayor ou a casa natal do

fabulista Félix María Samaniego. Seguindo

a muralha pelo exterior, pode-se rodear a

localidade caminhando pelos seus passeios:

o Collado, os Sietes, a Barbacana, o Paseo

de la Cigüeña e a Plaza Nueva. Lugares que

permitem deixar fluir a imaginação e con-

templar as vinhas da região

A cultura antiga é uma das apostas da

oferta de Estella-Lizarra, levantada na zona

oeste de Navarra. Comprovado pelas suas

já tradicionais Semana de Estudos Medie-

vais, Semana de Música Antiga, e Semana

Hondarribia CASCO HISTORICO

Page 9: Passear Janeiro 2012

9

Estella-Lizarra SAN PEDRO ILUMINADO

Page 10: Passear Janeiro 2012

10

dest

ino

Sefardí, encontros que se desenvolvem

nesta cidade repleta de monumentos re-

ligiosos e imponentes arquiteturas civis,

como o Castelo Mayor, o Palácio de los

Reyes de Navarra, o Palácio de Justiça ou

o Parque de las Calaveras. O seu nasci-

mento remonta a 1090, mas o auge da

cidade produziu-se no século XII. Uma

grande efervescência construtiva dotou a

localidade de uma fisionomia urbana que,

em parte, hoje ainda se mantém. A cidade

possui igrejas, como a de San Pedro de la

Rúa, San Miguel, San Juan e ainda hos-

pitais atendidos por Confrarias que dão

a entender a importância que tem a pre-

sença de peregrinos. Cidade-caminho, em

pouco tempo transformou-se em escala

da peregrinação compostelana.

Sos del Rey Católico

A Aragonesa Sierra de la Peña é o cenário

onde se encontra Sos del Rey Católico,

vila declarada como Bem de Interesse Cul-

tural. Esta localidade é já de si um mon-

umento, com as suas casas de pedra de

alvenaria, beirais, portais com aduelas e

escudos, janelas góticas e renascentistas…

Elementos que a convertem num conjunto

pitoresco. Ainda que historicamente a lo-

calidade sempre se denominou “Sos”, nos

inícios do século XX a Câmara Municipal

solicitou à monarquia a alteração para

“Sos del Rey Católico”, como homenagem

a Dom Fernando II de Aragón, que nasceu

nesta vila, tendo obtido a autorização por

parte do Rei Alfonso XIII, segundo uma

Real Ordem de 9 de Janeiro de 1925.

Page 11: Passear Janeiro 2012

11

Sos del Rey Católico

Coria CONJUNTO MONUMENTAL CORIA media

Page 12: Passear Janeiro 2012

12

dest

ino Almazán, cidade do século XII situada no

topo de uma colina e rodeada de uma

belíssima paisagem: cerca de 6000 hec-

tares de massa florestal e o rio Douro, que

passa próximo das suas muralhas. Sendo

cidade fronteiriça, constituiu um podero-

so concelho que erigiu uma potente cerca

amuralhada com quatro portas maiores.

Semelhantes recursos constituem hoje em

dia uma das principais atrações da zona,

devido à grande quantidade de possibi-

lidades que oferece ao nível do turismo

ativo.

A Sierra Norte da província de Guadala-

jara alberga a cidade de Sigüenza, com a

sua imponente Catedral de Santa María

ou Fortis Seguntina, assim conhecida pela

sua estrutura de fortaleza. Uma cidade,

onde a gastronomia assume um papel

protagonista – destacam-se os guisados

à base de caça, a truta em escabeche, o

cordeiro e cabrito e a doçaria conventu-

al -, bem como o artesanato, de caráter

familiar e tradicional (botas e tapetes).

Sigüenza é uma cidade situada estrate-

gicamente para controlar a passagem do

alto Henares e os vales dos rios Dulce e

Salado. Esta é a razão pela qual estava já

povoada desde a época do Paleolítico e

Neolítico. Os antecedentes históricos mais

antigos situam-se no Cerro de Villavieja ou

Mirón, onde estiveram os Celtiberos. Os

Romanos preferiram a Vega del Henares

e procuraram um ponto estratégico num

cruzamento da calçada Emérita Augusta

Laguardia

Almazan

Laguardia

Page 13: Passear Janeiro 2012

que atravessava estas terras ligando Mé-

rida a Saragoça. Os Visigodos levantaram

a sua cidadela no século V sobre os restos

das ruínas romanas e no ano 712 seriam

os muçulmanos quem construiriam neste

mesmo lugar a sua alcáçova: aqui vive-

ram até ao século XII. Bernardo de Agen,

monge e soldado cisterciense de Cluny, é

nomeado bispo de Sigüenza em 1121, com

a obrigação urgente de conquistar a cidade

e restaurar a diocese. Após algumas bata-

lhas, Bernardo de Agen conquista a cidade

no dia 22 de Janeiro de 1124, dia de São

Vicente, dando assim início à sua história

medieval.

Pedraza encontra-se a mais de mil metros

de altura, na Serra de Guadarrama… uma

paisagem com numerosas espécies flo-

restais e plantas aromáticas. Passear e

fazer algumas compras, rodeado de pa-

lácios e casas nobres, sempre sob o seu

imponente castelo, é um excelente mo-

tivo para o visitante. Em Julho é cenário

do Concerto das Velas, uma festa que se

celebra com a vila iluminada com 40.000

velas. O pulso vital recuperado por Pe-

draza é um mérito reconhecido pela

fundação internacional Europa Nostra,

que em 1996 concedeu à localidade um

diploma “pela recuperação da vida desta

vila Medieval, mediante uma respeitosa

reabilitação dos seus antigos edifícios,

com a frequente colaboração de inicia-

tivas privadas”.

Nas proximidades dos Montes de Toledo

Consuegra conta com doze moinhos

13

Pedraza plaza baja

Page 14: Passear Janeiro 2012

originais do século XVI, mostra da essên-

cia manchega da localidade. Além disso, o

Castelo Medieval de origem árabe, várias

igrejas e monumentos, bem como edifícios

civis de interesse histórico, completam o

património desta vila medieval. Encontro

imperdível é a Batalha Medieval, cada 15

de Agosto, onde se recria o ataque no qual

morreu o filho de El Cid em 1097, Conhe-

cer Consuegra é realizar uma viagem desde

a antiga Consaburum romana, à Consocra

medieval, sede do Grande Priorato de San

Juan de Jerusalém, terra do último cavaleiro

medieval: Don Quixote e com o abundante

cheiro a açafrão.

Os passeios por Coria, nas Vegas del Alagón,

seguem os passos dos vetões, romanos, go-

dos, árabes, judeus e cristãos. As mural-

has romanas, o Castelo dos Duques de

Alba – do Século XV – a Catedral Góti-

co-Plateresca e o Convento de la Madre

de Dios é apenas uma pequena amostra

da herança deixada ao longo dos sécu-

los nesta localidade. Uma região históri-

ca, rodeada de azinheiras, que foi de-

clarada Bem de Interesse Cultural com a

categoria de Conjunto Histórico.

Descendendo até Badajoz encontramos

Olivenza, fundada pelos templários no

Século XIII, foi o último território a in-

corporar-se a Espanha, no ano de 1801.

A sua riqueza monumental provém, na

sua maioria, da etapa de domínio por-

tuguês, destacando-se as suas muralhas

14

dest

ino Consuegra - Paisagem

Page 15: Passear Janeiro 2012

medievais, a imponente Torre da Homenagem do Alcázar e Palácio del Ayuntamiento.

Nas suas redondezas são visíveis as amostras do património etnográfico, como choças

de pastores, casas de lavradores ou moinhos de vento. Os seus monumentos históricos,

património culinário e folclore, com muitas conotações fronteiriças, conjugam-se com

a riqueza dos seus pastos para gerar uma paisagem única na Extremadura.

Já em Portugal, Vila Viçosa é um catálogo de atrações arquitetónicas em pleno Alente-

jo. Igrejas, ermitas, conventos, o seu Castelo e o Palácio Ducal, entre outros exemplos,

concentram-se numa vila de apenas 5.400 habitantes. O bom vinho da região será o

acompanhamento perfeito para suculentos pratos como a sopa de cação ou migas

alentejanas.

Altiva e inexpugnável encontramos também a portuguesa vila de Marvão, sobre uma

montanha de granito no Alto Alentejo. Rodeada de guaritas, baluartes e precipícios,

tanto a vila como a sua região envolvente estão incluídos na lista de candidatos a

Património da Humanidade. No exterior das muralhas, destaca-se o convento gótico de

Nossa Senhora da Estrela, além dos antigos Paços do Concelho, a Prisão e a Torre do

Relógio no interior.

Em resumo, a Rede de Cidades e Vilas Medievais oferece ao visitante uma série de

atrações que respondem ao crescimento exponencial que, tanto Espanha como Portu-

gal estão a experimentar a nível de turismo cultural, rural, ativo e gastronómico. Doze

tesouros medievais onde é inevitável viver e sentir a História.

15

Villa Vicosa Fachada Castelo

Page 16: Passear Janeiro 2012

16

Crónicas do GerêsPrecisam-se pessoas de

excelência e com formação!

Page 17: Passear Janeiro 2012

17

Todos nós sabemos que as aTividades ao ar livre e em especial as aTividades na monTanha nos proporcionam momenTos únicos de conTacTo com a naTureza e de descoberTa de nós próprios. as sensações aqui obTidas ulTrapassam por vezes a compreen-são daqueles que não Têm por hábiTo caminhar livremenTe nos seus Tempos livres e são uma oporTunidade de es-cape do sTress que a vida urbana e cosmopoliTa nos impõe ao longo da semana.

Texto e fotografia: Rui Barbosa

Assim, muitos de nós procuram os grandes

espaços e a imensidão dos vales, o verde

das florestas e as alturas dos picos serranos

como os momentos de descompressão de

um dia-a-dia que nos faz quebra a ligação

secular à terra e à Natureza.

O caminhar, ou os outros desportos de

«aventura» devem ser em si atividades que

nos façam recordar essa ligação e que nos

proporcionem momentos de paz e de re-

laxação. Muitos de nós procuram as áreas

protegidas nacionais para concretizar este

objetivo natural de procurar esta ligação e

certamente que não esperamos que nos

imponham custos absurdos e sem sentido

para podermos usufruir desses momen-

tos, se bem que teremos de aceitar que

a proteção da Natureza e integração res-

ponsável na Natureza sejam imperativos

dos quais não se deve abrir mão.

Assim, na gestão ambiental é aceite que

as estratégias de gestão mais rígidas

(introdução de regulamentação, zona-

mento, etc.) apenas serão eficazes se

forem complementadas por técnicas

de gestão mais flexíveis, pois só as mu-

danças de comportamento dos visi-

tantes asseguram bons resultados. São

muitos os autores que defendem que

os impactos negativos provocados por

comportamentos inadequados dos visi-

tantes decorrem da falta de consciên-

cia relativamente ao valor dos recur-

sos e aos cuidados necessários para os

preservar e, como tal, defendem que é

pela consciencialização dos visitantes e

pela alteração dos seus comportamen-

tos que melhor se pode defender os re-

cursos naturais.

Em 2009 a publicação da Portaria 1245,

de 13 de Outubro, suscitou enorme

controvérsia tendo sido fortemente

contestada a vários níveis pois daquele

texto constava o pagamento de uma

taxa de €200,00 para as declarações,

pareceres, informações ou autorizações

de atividades de visitação dentro das

áreas protegidas. Após vigorosa con-

testação pública em virtude do modo

como tratava várias matérias sensíveis,

sobretudo em relação aos interesses

das populações locais, esta portaria

viria a ser revogada em virtude das

dúvidas e equívocos suscitados, tendo

sido estes, inclusive, merecedores do

reconhecimento público da então Min-

istra do Ambiente e do Ordenamento

do Território, Dra. Dulce Pássaro, como

Page 18: Passear Janeiro 2012

18

“…um grupo superior

a dez pessoas, para

atravessar esta zona

a pé pela estrada

seria cobrado uma

taxa de €152,00…”

melhor consta no preâmbulo da Portaria

138-A/2010 onde era referido que “a

interpretação que tem vindo a ser re-

alizada da mencionada Portaria não se

revela conforme o espírito que presidiu

à sua elaboração”. A suspensão da por-

taria 1245/2009 equivaleu ao reconheci-

mento da validade dos argumentos que

serviam de base à sua contestação.

A 4 de Março de 2010 é publicada a Por-

taria 138-A cuja interpretação inicial por

alguns dos serviços do ICNB, IP ia no sen-

tido da desobrigação do requerente da

visita do pagamento prévio de qualquer

taxa, aliás tal como

consta do seu preâm-

bulo.

Numa leitura total-

mente deturpada da

mesma portaria os

serviços do ICNB, IP in-

vertem por completo o

seu sentido ao incluir a

visitação num campo dúbio de “outros

serviços não previstos”, contemplado

no Ponto VI da tabela que está inclusa à

referida Portaria. A conjugação desta in-

terpretação da portaria com estabeleci-

do no Plano de Ordenamento do Parque

Nacional da Peneda-Gerês (POPNPG)

– somente para citar a área protegida

mais importante do território português,

evidenciou a perversidades criadas cujo

exemplo seguinte é um caso académico:

a estrada nacional 308-1, entre a Por-

tela de Leonte e a Portela do Homem,

atravessa a Área de Ambiente Natural es-

tabelecida no POPNPG. Na zona de maior

proteção está classificada como Zona de

Proteção Parcial do Tipo I e atividade hu-

mana é permitida para fins de visitação

em trilhos, estradas, caminhos existentes

ou outros locais autorizados.

No entanto, as atividades organizadas ou

realizadas por grupos superiores a dez

pessoas e não previstas em carta de des-

porto de natureza estão sujeitas a autori-

zação do ICNB, IP. De onde se conclui que,

a um grupo superior a dez pessoas, para

atravessar esta zona a pé pela estrada se-

ria cobrado uma taxa

de €152,00, acrescida

das atualizações anu-

ais. Em viaturas, o mes-

mo grupo, ou até um

grupo superior, poderia

fazer esta travessia sem

qualquer taxa exceto no

curto período em que é

cobrada uma taxa de 1,5€ por viatura (ida

e volta).

A conjugação dos planos de ordena-

mento das áreas protegidas com a por-

taria agora em vigor evidencia uma falta

de conhecimento profunda por parte de

quem tutela ou regulamenta este tipo de

atividades e não pode ser admissível. Por

outro lado, a inexplicável necessidade de

regulamentar e de se executar um pro-

cesso pouco claro, pode criar situações

deveras complicadas para aqueles que

somente pretendem tirar partido daquilo

Page 19: Passear Janeiro 2012

19

que a Natureza de melhor nos pode proporcionar.

Não se pretende alterar planos de ordenamento, pretende-se sim, aliás exige-se, pes-

soas de excelência e com a formação suficiente que sejam capazes de conciliar a pro-

teção do nosso património natural e ambiental com a simples desfrutar do prazer de

caminhar e de contemplação dos grandes espaços de uma forma ordenada e respon-

sável por parte de quem o pretenda.

Page 20: Passear Janeiro 2012

20

DESTINO – A ECOVIA

De Lisboa a Badajoz em bicicleta

UMA VIAGEM DE DESCOBERTA TRANSVERSAL DO PAÍS, NUMA ESPÉCIE DE TOMOGRAFIA AXIAL COMPUTORIZADA “TAC” DAS CIDADES, DAS VILAS, DOS CAMPOS E DOS SEUS INTERVENIENTES.Texto: Paulo Guerra dos Santos / Projeto Ecovias Portugal Fotografia: Francisco Morais

Entr

e M

ora

e A

vis,

no

Ale

ntej

o

Page 21: Passear Janeiro 2012

21

Tem 39 anos, é arquiteto de profissão e já

o chamam de herói no local de trabalho.

Em apenas 4 dias, Francisco Morais per-

correu com a sua bicicleta os mais de 330

quilómetros que ligam a capital portu-

guesa a Badajoz, no outro lado da fron-

teira. Arrancou do Montijo e escolheu

Coruche, Mora e Estremoz como pontos

de descanso nesta viagem por trilhos,

caminhos e estradas secundárias de Por-

tugal.

Ex-militar, treinado para situações de

stress físico e psíquico, nem a curta du-

ração dos dias de Inverno o demoveu de

pedalar sozinho.

Viajou a solo e apesar de ter optado pelo

conforto dos quartos de hotel e das re-

feições quentes, a sua autonomia era

total. Equipado a rigor transportou no

atrelado uma tenda e até um mini-fogão

de sobrevivência, construído por si. Com

o computador Magalhães 2 e o acesso à

banda larga móvel comunicava todas as

noites com a esposa e o filho.

Num relato invejável, deixou-nos o seu

testemunho.

Vila de Sousel, no Alentejo

Page 22: Passear Janeiro 2012

22

Ecovias de Portugal (EP):Como surgiu a

ideia de fazer uma viagem turística em

bicicleta?

Francisco Morais (FM): Viajar em bicicleta

era um desafio pessoal que me propu-

nha há já algum tempo. Tenho viajado

de carro e a pé por vários países, em

atividades de média e alta montanha,

mas quando viajamos de bicicleta parece

que o tempo se prolonga e o espaço per-

corrido é vivido com muito mais inten-

sidade. A descoberta recente da Ecovia

Lisboa-Badajoz, que liga a nossa capital

por caminhos secundários a Espanha, foi

a alavanca que faltava para avançar com

esta ideia. E de certa forma ao alcançar-

mos Espanha ficamos com a sensação

que França e o resto da Europa estão já

ali à distância dos nossos pedais. Foi a

primeira vez que fiz uma ligação inter-

nacional em bicicleta.

VIAJEI A SOLO E EM AUTONOMIA TOTAL

EP: Porquê viajar sozinho?

FM: Viajei a solo e em autonomia total

para o caso de ser necessário. Mas a ideia

era sermos um grupo de três ou quatro,

todos na vertente da BTT de competição

e lazer. O objetivo era proporcionarmo-

nos umas mini férias em jeito de passeio/

treino com algum ritmo na pedalada,

distribuir o equipamento logístico e cum-

prir os mais de 330km em três dias. No

entanto as condições climatéricas adver-

sas nos dias programados acabaram por

adiar a viagem. Quando finalmente uma

janela de bom tempo surgiu no fim de se-

mana de 4,5 e 6 de Novembro apenas eu

estava disponível para arrancar e acabei por

fazê-lo sozinho, munido de GPS e com toda

a carga que me proporcionasse o melhor

conforto.

EP: Qual o grau de preparação física que

fizeste para esta viagem?

FM: Sendo esta viagem acessível a quase

todos, não exige nenhuma preparação físi-

ca em particular. Basta ter alguns hábitos

utilitários em bicicleta, conhecimentos bási-

cos de mecânica e espírito de aventura. Ao

contrário das provas de BTT onde se procu-

ra sobretudo bater tempos, neste tipo de

passeio viajamos com calma, conhecemos,

aprendemos e comunicamos. Este percur-

so, apesar de ter sido concebido para ser

feito em 7 dias, eu completei-o em apenas

4. Mas sem dúvida alguma que em grupo

seria bem mais divertido e com uma média

de 50 km por dia nem se dá pela distância

a passar …

EP: Quais os maiores receios no que toca a

segurança pessoal e risco rodoviário?

FM: Em bicicleta é sempre muito impor-

tante refletir sobre o capítulo da segurança

pessoal e material. Viajar acompanhado é

certamente a melhor recomendação que se

pode fazer nomeadamente quando percor-

remos ou paramos em grandes zonas ur-

banas, mas não foi o caso. Materialmente,

ter o simples hábito de utilizar um cadeado

Page 23: Passear Janeiro 2012

23

é o suficiente para ganhar algum conforto

psicológico mesmo nas paragens rápidas.

Outro truque é limitar ou tornar menos

aparente a utilização de tecnologia topo de

gama ou bens materiais avultados. No en-

tanto, é de salientar que depois de sair da

Grande Lisboa, insegurança parecia ser um

mito urbano. Do ponto de vista rodoviário e

na partilha dos percursos com veículos mo-

torizados, é de lembrar as noções do código

da estrada e de compreender que em última

instância o ciclista é sempre o elo mais fraco.

O APARATO CAPTAVA DE TAL FORMA A AT-

ENÇÃO DAS POPULAÇÕES LOCAIS QUE O CHE-

GARAM A BATIZAR COM O NOME DE “GIN-

GARELHO”!

Her

dade

da

Ago

lada

de

Cim

a, C

oruc

he, n

o Ri

bate

jo

Rio Caia, fronteira Portugal/Espanha, próximo de Badajoz

Page 24: Passear Janeiro 2012

EP: O que foi necessário levar para esta

viagem e como o transportaste?

FM: Levei uma muda diária de roupa de

viagem, um impermeável, um par de sa-

patilhas extra, roupa confortável para a

noite, luvas e gorro impermeáveis, estojo

de primeiros socorros, saco-cama, manta

térmica, acessórios e estojo de mecânica,

estojo de higiene, luzes e pilhas, portátil

e internet. Tudo transportado num re-

boque fixo ao eixo traseiro, numa espécie

de veículo longo em bicicleta. O aparato

captava de tal forma a atenção das pop-

ulações locais que o chegaram a batizar

com o nome de “gingarelho”!

EP: Como planeaste toda a logística asso-

ciada à viagem e aos pontos de paragem?

FM: O guia/roteiro disponibilizado na pá-

gina das Ecovias de Portugal* contém

informação e contactos suficientes para

programar esta logística. Em pleno Ou-

tono e com etapas longas a realizar, uma

boa noite de descanso era fundamental.

O procedimento foi simples: depois de

prévia análise da distância e altimetria da

cada etapa a dormida seria determinada

a meio da mesma. Para isso, ao longo do

dia ia atendendo a variáveis como o clima,

o tempo de progressão, a hora prevista de

chegada e então comunicaria com a esta-

lagem, pensão ou parque de campismo

no local de destino. Inicialmente pensei

dormir uma ou duas noites na tenda mas

acabei por me render ao conforto de uma

hospedagem a preço acessível.

Quanto à alimentação também foi muito

simples. Embora tenha levado um par de

latas e outras iguarias de reserva, bastou

utilizar a restauração indicada nos pontos

previamente marcados no trilho de GPS*

ou referenciados no roteiro turístico. Du-

rante o dia a alimentação era propositad-

amente à base de frutos secos, fruta fres-

ca que comprava pelo caminho e sopa

quente pela hora do almoço. Tudo sem-

pre acompanhado com muitos líquidos.

À noite procurava uma refeição completa

e dois dedos de conversa na restauração

local.

“GRANDE MALUCO!”, “TU ÉS DOIDO, NÃO

TENS JUÍZO!”, “…E SOZINHO?”. FORAM ES-

TAS ALGUMAS DAS EXPRESSÕES DITADAS

POR AMIGOS E FAMILIARES

EP: Qual foi a reação das pessoas que

te são mais próximas ao saberem desta

aventura?

FM: Foi assim: “Grande Maluco!”, “Tu és

doido, não tens juízo!”, “…e sozinho?”.

Foram estas algumas das expressões dita-

das por amigos e familiares, no trabalho

e em casa. Mas uma pontinha de inveja

graciosa percebia-se. Afinal, não passa

de um passeio em bicicleta até Badajoz.

EP: Descreve-nos as diferentes paisagens

por onde passaste nestes 4 dias de peda-

ladas.

FM: Neste percurso, feito no sentido

Lisboa-Badajoz, deu para perceber três

24

Page 25: Passear Janeiro 2012

níveis de paisagem: a urbana/peri-urba-

na, a natural e a paisagem rural/agrícola.

Nas etapas de Montijo-Pegões-Coruche

sentimos os impactes desordenados no

urbanismo em grande parte devido às

atividades abastecedoras da grande Lis-

boa. É uma parte do percurso essencial-

mente para rolar e que só se começa a

naturalizar com a aproximação à vila de

Coruche.

A paisagem natural foi aparecendo de

forma gradual à medida que pedalava ao

longo do rio Sorraia até Mora. Um dos

pontos altos é a vista para a barragem

do Maranhão, a caminho de Avis. Mais

à frente, já em pleno Alto Alentejo a

caminho de Estremoz e de Elvas, passa-

mos por grandes planaltos rurais ornamen-

tados pelas cores e tons da época e com

vasta atividade agrícola e de pastoreio. Pa-

rar e olhar é obrigatório e o uso da máqui-

na fotográfica recomenda-se.

A chegada a Badajoz remete-nos nova-

mente ao ambiente urbano, quase em jeito

de receção ao nosso ambiente normal de

grande cidade. Porém de muito melhor

qualidade, urbanisticamente falando.

FOI QUASE FAMILIAR. FOI ESPETACULAR!

EP: Qual a parte do percurso que mais te

agradou?

FM: A generalidade do percurso está muito

bem conseguido mas as paisagens pito-

25Vila de Avis, no Alentejo

Page 26: Passear Janeiro 2012

26

rescas das zonas naturais e rurais são as

mais acarinhadas. Neste sentido, os tri-

lhos entre Pegões e Elvas passando por

Coruche, Mora, Avis e Estremoz foram

os que mais gostei. Visto que habito e

trabalho em meio densamente urbano,

onde os relacionamentos são muitas

vezes distantes e impessoais, estas eta-

pas marcaram-me pelo oposto, no estilo

e formas de lidar das populações, pela

natureza evidente, pelo comércio ambu-

lante, pela receção local nas estadias e

pensões. Foi quase familiar. Foi espeta-

cular!

EP: Qual o troço que menos gostaste?

FM: Definitivamente os primeiros 55

quilómetros, do Montijo a Pegões, pela

descuidada organização semi-industrial

da paisagem, talvez consequência da

proximidade com Lisboa. É um troço

para rolar, sem grandes paragens.

EP: Que boas memórias mais se desta-

cam no contacto com as populações lo-

cais?

FM: Destaco duas. Em primeiro lugar o

conforto e a simpatia dos vendedores

ambulantes locais. Talvez pelo meu

aspecto técnico de lycra ornamental,

quando parava com o intuito de com-

prar fruta a vizinhança desconfiava. Mas

em menos de nada e com dois dedos de

conversa, a banana e a maçã passavam a

ser oferta da casa!

Em segundo lugar, o ar incrédulo das

gentes, quando as abordava para pedir

indicação de local para almoço ou abas-

tecimento de água: “Vai para Badajoz por

caminho velho!?” (leia-se terra batida)

“Você devia era apanhar ali a estrada. É

mais rápida…”. Eu ainda tentava explicar

que o objetivo era mesmo o de não ir pela

estrada principal!

… E DEPOIS CAMINHAR MAIS 30 METROS.

TUDO ISTO SOBRE ESTRUME FRESCO, POIS ERA

UM CAMINHO CONTÍGUO A UMA VACARIA!

EP: Algum momento de registo menos

agradável?

FM: Nestes quatro dias registei apenas um

momento menos bom. Foi ao terceiro dia

na ligação Mora-Avis-Estremoz. Parei na

vila de Sousel para um breve descanso e

comer alguma coisa. Pela indicação do GPS

tinha ainda mais duas horas de viagem,

apesar de já serem 17:30h e quase noite.

Por isso uma pedalada noturna era inevi-

tável. Na saída de Sousel e já em pleno tril-

ho, o mapa digital indicava uma porteira

elétrica (cabo metálico com baixa volta-

gem que serve para canalizar o gado em

área restrita). À noite em andamento, nem

as luzes montadas no guiador foram sufi-

cientes para detetar o cabo. Além de algu-

mas descargas elétricas sentidas tive de sair

da bicicleta, pousá-la e encontrar a pega

da porteira para a abrir e depois caminhar

mais 30 metros. Tudo isto sobre estrume

fresco, pois era um caminho contíguo a

uma vacaria! Mais ainda, quando voltei a

Page 27: Passear Janeiro 2012

27montar-me na bicicleta verifiquei que uma corda plástica

se tinha enrolado nos carretos traseiros. Uma aventura!

Acabei por chegar a Estremoz já depois das 20:00h. As

reparações mecânicas ficaram para o dia seguinte.

EP: Como considerações finais, o que gostarias de dizer

sobre esta Ecovia?

FM: No geral é um percurso turisticamente apelativo e

uma experiência única onde há muito por explorar. Estas

rotas permitem até criar variantes com diferentes objetivos

e são inclusivamente um bom pretexto para visitar fami-

liares e amigos. O roteiro turístico é elucidativo e orien-

tado para nos proporcionar os melhores POI’s (Points of

Interest). Os rios, os açudes e as barragens são pontos de

observação obrigatórios a aproveitar. Enquanto viagem de

lazer recomenda-se fazê-la em grupo e com temperatu-

ras mais amenas para usufruir ao máximo cada momento,

cada pedalada.

Vila de Coruche, no Ribatejo

Page 28: Passear Janeiro 2012

* PODE DESCARREGAR GRATUITAMENTE OS TRILHOS DE GPS, BEM COMO O ROTEIRO

TURÍSTICO DA ECOVIA DE LISBOA A BADAJOZ EM www.ecovias.pt.vu

Dados técnicos no final desta viagem:

Nº de dias/etapas: 4

Nº de noites: 3

Clima: Tempo húmido e fresco

Data: Início de Novembro, 2011

Distância: 361 km, divididos em 108+55+115+83km

Média: 10 km/h incluindo os tempos de paragem para fotos, abastecimentos e

descanso

Pavimento: terra batida e asfalto, com alguns pontos de lama, areia solta e seixo

Ciclabilidade: Percurso rolante e pouco técnico.

28

Mapa Geral da Ecovia de Lisboa a Badajoz

Vista de Satélite da Ecovia de Lisboa a Badajoz

Page 29: Passear Janeiro 2012

Clique aqui para saber mais informações

CAMINHADA NAS MARGENS DO RIO LIZANDROA parte final do rio Lizandro é o cenário escolhido para uma caminhada de cerca de 15 quilómetros onde as paisagens se alteram com frequência ao longo de uma linha condutora que é o rio.

Características do percursoData: 05 de Fevereiro de 2012Local: Rio Lizandro, junto à EriceiraHora: 09.30Distância: 14,7 kmTipo: CircularDificuldade: MédiaDuração: +/- 5 horasPreço: 15 Euros por participante (pagamento no local)Inscrições: Até ao dia 02 de Fevereiro

Organização e informações:

OFERTA de um

bilhete para a NAUTICAMPO, no valor de 5 €, aos 25 primeiros inscritos.

Contactos: [email protected] Tm. 96 309 6661

Page 30: Passear Janeiro 2012

30

LIGAÇÃO ANGOLA A MOÇAMBIQUE

O sonho comanda a vida…DURANTE SETE ANOS DESENVOLVI A MINHA ATIVIDADE PROFISSIONAL EM ÁFRICA (BENIN E MALAWI), A QUAL DESPERTOU-ME O INTERESSE EM REALIZAR UMA VIAGEM ÉPICA PELO CONTINENTE, ATRAVESSANDO O MAIOR NÚMERO DE PAÍSES POSSÍVEIS.

Texto e Fotografia: Pedro Fontes

Page 31: Passear Janeiro 2012

31

LIGAÇÃO ANGOLA A MOÇAMBIQUE

O sonho comanda a vida…

Possivelmente influenciado pelo aproxi-

mar dos 35 anos de idade (na altura) e

fortemente movido pelo desejo de re-

alizar algo que me marcasse para o fu-

turo, iniciei uma série de projetos virtuais

que gostaria de efetuar. Sentia que estava

na altura de largar todas as preocupações

(profissionais e pessoais) e enfrentar algo

que nem eu mesmo sabia muito bem o

que era. Apenas tinha a noção que seria

uma viagem pelas zonas mais remotas de

África.

De início não estava definido o meio de

transporte nem o itinerário a percorrer,

mas após algumas considerações optei

por escolher a bicicleta. Quanto ao tra-

jeto, este seria um pouco mais arrojado,

pois planeava partir do extremo Sul do

continente Africano, até ao extremo Norte

(Cabo das Agulhas a Ceuta).

Dada a minha falta de experiência neste

tipo de andanças, pois nunca havia reali-

zado qualquer tipo de viagem do género

(nem mesmo de autocarro ou comboio),

Page 32: Passear Janeiro 2012

acabei por escolher um trajeto bem mais

curto, mas que tivesse um significado

especial.

Esse itinerário acabaria por ser a ligação

entre duas Capitais Africanas de Língua

Oficial Portuguesa - Luanda e Maputo.

A escolha do uso da bicicleta como meio

de transporte deveu-se principalmente a

três fatores. Um deles é o indubitável

desafio físico e mental, que outro meio

de transporte não poderia proporcio-

nar. Além deste fator, o uso da bicicleta

propícia um contacto mais autêntico

com as populações locais e sua cultura.

Outro fator que influenciou a minha

escolha foi o seu caráter não poluente,

que exorta a preservação do Meio Ambi-

ente e cujo impacto ambiental é ínfimo.

Após muitos dias a sonhar com a reali-

zação de um sonho, chegou a altura de

fazer uma pausa no quotidiano e dedicar-

me a 100% nos preparativos da viagem.

Confesso que por entre muitos medos e re-

ceios que pairavam antes de avançar com

a “oficialização” da viagem, houve uma

pessoa que me deu coragem para seguir

em frente. Essa pessoa é a Joana Oliveira

(a qual nunca conheci pessoalmente) que

efetuou uma viagem na América do Sul

com o Nuno Brilhante (blogue movimentos

constantes) e que um certo dia escreveu-

me um e-mail questionando-me se eu

conseguiria viver nos “...e se...”. Seguida-

mente, escreveu uma frase que me fez

acordar, para enfrentar todos os desafios

institucionais que teria pela frente, ainda

antes de colocar uma pausa na minha car-

reira profissional e dar início à oficialização

da minha viagem - “...começar é metade

do caminho percorrido...”

32

Page 33: Passear Janeiro 2012

33

Page 34: Passear Janeiro 2012

34

O 1º Dia (Viana - Maria Teresa)Aterrei em Luanda no passado Sábado

dia 27, no entanto só consegui iniciar

a viagem no dia 31 de Março de 2010.

Iniciei a viagem com 2 horas de atraso,

mas afinal de contas o que são 2 horas

numa viagem de meses? Ou no trânsito

de Luanda?

Uma vez no local escolhido para a par-

tida e depois da bicicleta apetrechada,

aventurei-me a dar as primeiras peda-

ladas numa bicicleta que tinha mais de

25kg de carga.

Nos primeiros 10 metros mais parecia

um miúdo a andar pela primeira vez

numa bicicleta sem rodinhas. Nunca

consegui manter a bicicleta em linha

reta, mas após ganhar alguma veloci-

dade, a situação endireitou-se.

Nos primeiros 10km tive a companhia

de um grupo de amigos de Luanda

que me ajudaram bastante nos primei-

ros tempos em Angola. Foram segu-

ramente os 10km que me custaram

menos de toda a etapa (apesar desta

estar no início). Foram 20 minutos

em que não me sentia sozinho e nem

parecia que já tinha iniciado a Grande

Viagem. O que é bom acaba rápido e

a companhia tinha que regressar a Lu-

anda.

Parámos para as últimas despedidas

e últimas fotos. Não demos nenhum

abraço porque eu já estava todo trans-

pirado e não queria dar banho a nin-

guém.

Rumo ao desconhecidoDespedidas feitas e fiz-me à estrada. Para

trás ficaram Luanda e um grupo de amigos

que deu-me muito mais do que alguma vez

esperei. Acho que ainda não estava em mim,

nem tinha a noção no que estava metido.

Pedalava agora em Angola, sozinho e rumo

a Este sem saber onde iria comer ou dormir.

Mantive esta sensação durante quase todo o

dia… Para mim estava a dar uma volta de

bicicleta no jardim, apesar de nunca ter es-

tado nestas paragens.

Planeava fazer +/- 50km no dia de hoje em

cerca de 2h30 e para isso contava com 4,5

litros de água para me hidratar.

Circulava na estrada que liga Luanda ao

Dondo, uma via bastante movimentada e

Page 35: Passear Janeiro 2012

35com muito trânsito pesado. Valiam-me

as bermas largas e em bom estado que

me permitiam pedalar fora da faixa de

rodagem.

Aos poucos ia-me habituando à bici-

cleta e aos seus 25kg extra. Desde que

não guinasse o volante ou não baixasse

dos 10km/h, a bicicleta manter-se-ia em

linha reta. O facto de a estrada ser sem-

pre a direito, também ajudava bastante.

Nunca experimentei a bicicleta em carga

antes desta viagem. Agora vejo que se

tivesse feito uns testes prévios, não teria

perdido nada. Nem sequer vou falar que

mais de metade das coisas que trans-

portava que nunca foram testadas. Já

para não falar que algumas horas antes

de apanhar o avião para Luanda, eu ainda

não tinha a bicicleta na caixa nem sequer

as malas feitas. Mais uma vez, valeu-me

a malta que se sacrificou e acordou mais

cedo para me ajudar.

Bem… vou-me concentrar na viagem…

“Ao fim de 1h30 de viagem, reparei que já tinha bebido quase 2 litros de água e que a minha camisola estava completa-mente ensopada em suor.”

Ao fim de 1h30 de viagem, reparei que já

tinha bebido quase 2 litros de água e que a

minha camisola estava completamente en-

sopada em suor. Atribui este fenómeno ao

facto de ter iniciado a viagem na melhor

Page 36: Passear Janeiro 2012

36

hora do dia. As 13h30 e de o termóme-

tro do relógio marcar 37ºC!

Com a excitação da partida, tinha-me

esquecido de tomar o pequeno-almoço

e de almoçar. Este desleixo estava ago-

ra a custar-me caro. Fraqueza, cabeça

pesada e dores no corpo eram as conse-

quências que se faziam sentir. Safaram-

me uns figos secos e umas bolachinhas

de chocolate que trazia comigo. Para

ajudar à festa, comi uma espiga de mi-

lho assado que consegui à troca de uma

carteira de sais de frutos. De hora a hora

era obrigado a parar para pôr mais um

reforço cá para dentro.

A dada altura estava a andar tão deva-

gar que pensei que o vento estivesse de

frente… nada… estava a favor. Pensei

que estivesse alguma coisa a travar uma

roda, ou os calços de travão estivesse

fechados… mas nada… eram apenas os

25kg de carga a dar uma ação da sua

graça numa ligeira subida e que aliados

ao meu cansaço, faziam-me circular a

uns extraordinários 10km/h!

Chegada a Maria TeresaFinalmente e ao fim de +/-75km, cheguei

a Maria Teresa, uma pequena localidade

antes de Zenza do Itombe e que serve de

apoio aos inúmeros camionistas que veem/

vão de Luanda.

Morria por uma cola bem fresca, e após

alguns minutos com os habitantes locais

encontrei a tão desejada bebida no restau-

rante Maria Teresa.

Fui recebido pela dona Engrácia Matos,

proprietária do estabelecimento, que após

eu lhe ter explicado de onde vinha e que ia

para o Dondo (não disse Moçambique devi-

do ao choque), prontamente me ofereceu

uma toalha lavada, sabonete, uma casa de

banho para tomar banho a balde, um bo-

cado de chão do seu café para eu montar

a tenda, um colchão e lençóis lavados. Que

mais podia querer?

Foi de facto extremamente gratificante a

maneira como a dona Engrácia me apoiou

e que levou-me a esquecer as 4h30 a peda-

lar para fazer os 75km.

No restaurante Maria Teresa, comi o me-

lhor funge que alguma vez comi, vindo este

acompanhado com carne de veado.

Amanhã a partida será para o Dondo e ape-

sar de não sentir a pernas, estou ansioso

por começar a pedalar.

Page 38: Passear Janeiro 2012

pass

eio

38

Ao longo de 17 quilómetros caminhámos por paisagens diversificadas, um intercâmbio entre as regiões saloias e a costa fustigada pelo Atlântico. Um percurso circular com início e término na vila da Ericeira.

CaminhadaUm percurso de contrastesTexto e Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

Page 39: Passear Janeiro 2012

39

Ericeira F.B. Nabos Sto.Isidoro S. Lourenço

Duração5.30 horasDistância 17,7 KmDificuldade

Tipo: Circular Localização: EriceiraApreciação Geral: Dificuldade média

Fort

e de

Mil

Rego

s

Page 40: Passear Janeiro 2012

40 Nesta edição voltamos a explorar

os contrastes entre as zonas sa-

loias e costeira no concelho de

Mafra. O percurso é circular e não levan-

ta dificuldades de maior, apenas a sua

extensão e a passagem junto à Praia de

São Lourenço poderão criar dificuldades.

A região interior é a que tem maiores de-

clives mas não são muito acentuados o

que tornam a progressão muito simples

e que permite que nos concentremos na

paisagem.

Tudo começa no centro da Ericeira mas,

rapidamente, dirigimo-nos para NE rumo

à pacata aldeia Fonte Boa dos Nabos que

marca a entrada na terra batida. Entre

hortas e terrenos já sem atividade agrí-

cola caminhamos calmamente até San-

to Isidoro, outra pequena aldeia com

uma arquitetura incaracterística mas onde

podemos ver uma Igreja matriz com ele-

mentos manuelinos, é um extraordinário

repositório de arte decorativa, sendo de-

tentora de inúmeras preciosidades artísti-

cas, tais como um Calvário pintado sobre

madeira, diversas imagens estofadas dos

séculos XVI a XVIII e retábulos constituídos

por azulejos setecentistas integrados num

forro cerâmico, único nos templos do Con-

celho de Mafra. O nosso trajeto não chega

a entrar no coração da povoação mas, se

achar interessante, pode fazer um pequeno

desvio.

Caminhamos por paisagens mais abertas

rumo às três eólicas que dominam o nos-

so horizonte mas, antes de chegarmos ao

caminho das eólicas podemos ver as ruínas

do Palácio do Paço de Ilhas num elevado

Page 41: Passear Janeiro 2012

41

Fonte Boa dos Nabos

Page 42: Passear Janeiro 2012

42 estado de degradação!

Passadas as eólicas vamos encontrar a Casa

do Futuro pouco antes de começarmos a

caminhar numa zona muito densa de ve-

getação e com algum declive que nos le-

vará a um vale verdejante, já muito perto da

praia de São Lourenço. Este vale é de grande

beleza natural e marca a transição da cami-

nhada para a zona costeira. A aproximação à

praia faz-se junto a uma ribeira onde se pode

observar alguma fauna.

Na praia de São Lourenço pode surgir um

problema de progressão no nosso trajeto. Se

a maré estiver baixa podemos subir ao Forte

de Santa Susana por um trilho feito nas rochas

e já parcialmente destruído. É uma passagem

que tem de ser feita com alguma calma e cui-

dado para evitar quedas. Se a maré não nos

ajudar temos que voltar à estrada (EN 247)

para depois retomar o trajeto previamente

definido.

O regresso à Ericeira faz-se sempre junto à

costa com o Atlântico como cenário pas-

sando pelas praias dos Coxos e Ribeira de

Ilhas, os grandes palcos do Surf interna-

cional. Já na Ericeira, o seu porto de pesca,

merece uma pausa para observar a ativi-

dade piscatória. Sugiro que apreciem a vis-

Praia de São Lourenço

Page 43: Passear Janeiro 2012

43

Todo o cuidado é pouco na transposição

da passagem junto

à praia de São Lourenço.

Page 44: Passear Janeiro 2012

44

Praia dos Coxos

Praia Ribeira De lhas

Page 45: Passear Janeiro 2012

45

ta que se tem da vila quando estamos na

extremidade do pontão.

Locais de interesseAo nível das edificações neste trajeto en-

contra diferentes pontos de interesse no-

meadamente as ruínas do Palácio do Paço

de Ilhas, outrora propriedade dos Condes

da Ericeira e que em 1968 ainda exibia

portal e janela manuelinas. Hoje em dia

é difícil de imaginar o que foi no passado

porque está num estado deplorável.

O forte de Santa Susana, a sul da praia de

São Lourenço, foi construído no século

XVII por ordem de D. João IV, para de-

fesa contra piratas que atacavam a costa;

juntamente com o Forte Picoto fez parte

das Linhas de Torres (conjunto de forti-

ficações que visavam a defesa de Lisboa

durante as invasões francesas); serviu

também de aquartelamento até 1948,

quando passou para a Guarda Fiscal. Ao

seu redor observam-se parapeitos e as

canhoneiras abertas já no século XIX.

A capela tem sobre a porta lateral a data

de 1736, tendo sido reconstruída em

1959. No final de 2005 houve ainda a re-

construção do telhado e arranjos exteri-

ores. Nesta, destaca-se a imagem de São

João Baptista em madeira policromada.

A Ermida de S. Sebastião remonta aos

séculos XV/ XVI e situa-se no extremo

Norte da vila da Ericeira, sobre as arribas,

isolada do tecido urbano primitivo, pos-

suindo características únicas na zona.

É um edifício de aparência simples, de

Palácio do Paço de Ilhas

Page 46: Passear Janeiro 2012

46

Forte Santa Susana

Page 47: Passear Janeiro 2012

47

planta hexagonal e de cúpula terminada

em gomos, que tem adoçado um outro

corpo formado pelas sacristias e altar,

esse já do sec. XVII.O exterior totalmente

branco contrasta com o interior forrado

quase completamente a azulejos policro-

mados (dominando o azul e amarelo), do

sec. XVI.

Ao nível das belezas naturais temos a fan-

tástica costa e as suas praias de referên-

cia como são os casos de São Lourenço,

Coxos e Ribeira de Ilhas. A paisagem

agrícola do interior também possui os

seus encantos mas, aqui, o abandono

progressivo da atividade agrícola é uma

realidade incontornável.

A vila da Ericeira merece uma visita mais

atenta que fica para uma outra camin-

hada. Só para aguçar o apetite http://

passear.com/2010/01/vila-ericeira-mar-

sempre-presente/

Page 48: Passear Janeiro 2012

48

Informações úteis

Guarda Nacional RepublicanaEriceira – 261 866 700Mafra – 261 815 124

BombeirosEriceira – 261 863 334Mafra – 261 812 100

Sobre a Ericeira: http://passear.com/2010/01/vila-ericeira-mar-sempre-presente/

Descarregar e ver o percurso: http://ridewithgps.com/routes/829716

AlojamentoEriceiraCamping*** Parque de CampismoEstrada Nacional 247, km 49,42655-319 EriceiraTel.: 261 862 706/ 261 862 513Fax: 261 866 798E-mail: [email protected]: www.ericeiracamping.com

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PASSEAR JARDIM DA ESTRELA / JARDIM GUERRA JUNQUEIRO

Um espaço diferente e emblemático com 159 anos de históriaO JARDIM GUERRA JUNQUEIRO, MAIS CONHECIDO POR JARDIM DA ESTRELA, É

UM ESPAÇO ÚNICO NA CIDADE, PELO CONJUNTO DE CARACTERÍSTICAS QUE

PROTAGONIZA.

Texto e fotografia: Revista Tudo Sobre Jardins e C.M.Lisboa

Page 51: Passear Janeiro 2012

PASSEAR JARDIM DA ESTRELA / JARDIM GUERRA JUNQUEIRO

Um espaço diferente e emblemático com 159 anos de história

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O Jardim da Estrela é um espaço fechado

por um belo gradeamento em ferro, com

portões que permitem a entrada por qua-

tro lados. Uma das peças notáveis deste

jardim é o coreto em ferro trabalhado, da

autoria do arquiteto José Luís Monteiro,

outrora “palco de frequentes concertos

filarmónicos” mas que estava em obras de

manutenção aquando da nossa visita.

Há uns anos que não visitava este espaço

verde e tive a oportunidade de ver que o

jardim está bem cuidado e que foram efe-

tuados melhoramentos ao nível de serviços

de apoio ao utente. Fiquei agradavelmente

surpreso com a Biblioteca do Jardim rode-

ada por pessoas idosas embrenhadas nas

suas leituras…

O Jardim da Estrela sempre me encantou

devido à sua configuração e riqueza de es-

pécies mas também, pela sua localização

privilegiada na cidade de Lisboa. Está na

fronteira da “confusão” da zona do Rato

com a ampla avenida Infante Santo que

nos leva ao magnífico rio Tejo.

A conceção do jardim permite abordagens

diferentes consoante a disposição do visi-

tante. Se o estado de espírito é de con-

tacto com pessoas, a esplanada, as aveni-

das e os relvados são o locais ideais para se

estar. Se pretendemos zonas mais calmas,

o jardim oferece-nos recantos equipados

com bancos de madeira que nos permitem

a leitura ou a simples observação da na-

tureza.

Passeie neste jardim e se tiver oportuni-

Page 52: Passear Janeiro 2012

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dade visite também a Basílica da Estrela

que fica a escassos metros deste espaço

verde, seja qual for o local onde nos en-

contramos a sua cúpula é uma presença

constante.

HISTÓRIA O jardim, originalmente “Passeio da Estre-

la”, foi construído em meados do século

XIX por iniciativa do Marquês de Tomar

e com o apoio institucional da Rainha D.

Maria II, em terrenos adquiridos pela CML

graças a um donativo de “cinco contos

de reis” feito pelo benemérito Barão de

Barcelinhos. A construção do jardim con-

tou também com um donativo equivalente

de Joaquim Manuel Monteiro, que mais

tarde recebeu o título de Visconde, e de-

pois Conde da Estrela. A construção do

jardim teve início a 30 de Setembro de

1842 contando com a ajuda do arquite-

to, Pedro José Pezerat. As plantações

foram orientadas pelos jardineiros João

Francisco e o francês Jean Bonard, sendo

inaugurado a 3 de Abril de 1852. Surgia

assim, na Capital um jardim diferente,

refletindo no seu traçado, a nova con-

ceção romântica de parque à inglesa.

Em 1931, o número de árvores do Jardim

da Estrela era de 838 com 32 espécies

diferentes. Nas estufas do Jardim, havia

já nesta década numerosas variedades

de plantas, e era neste local que era per-

mitida a venda ao público de flores dos

jardins municipais.

Pela importância da floricultura e pelo

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Page 54: Passear Janeiro 2012

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Page 55: Passear Janeiro 2012

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facto de constituir elemento de atração neste jar-

dim, desde 1852 que aqui foram organizadas ex-

posições com exemplares obtidos no estrangeiro

(begónias, gloxínias, crisântemos e dálias). Du-

rante a Grande Guerra as anuais e patrióticas Fes-

tas da Flor, promovidas pelo O Século, em benefí-

cio dos soldados feridos; a festa das Florinhas da

Rua, em 1921, no ano seguinte, a da Semana de

Lisboa e uma Exposição Nacional de Floricultura,

em 1943 foram alegrando a vivência do Jardim ao

longo da primeira metade do século XX.

FAUNA, FLORA E ESCULTURAFauna: Cágados, Patos, Guarda-rios, Melros, Car-

pas

Flora: Figueira-da-Austrália (Ficus macrophylla)

Árvore-sumaúma, Rosa-mexicana, Ginkgo, Gre-

vilea, Barbusano, Araucária-de-Cook (Araucaria columnaris) , Palmeira-das-vassouras (Chamae-rops humilis), Árvore-orquidia, Casuarina, Ce-

dro-do-atlas, Alfarrobeira (Ceratonia siliqua),

Feijoeiro-da-índia, Freixo, Castanheiro-da-Índia

(Aesculus hippocastanum), Acácia-espinhosa, Co-

co-de-cachorro, Perna-de-moca, Lodão-bastardo,

Loureiro-da-Nova Zelândia, Kentia, Magnólia,

Palmeira-das Canárias (Phoenix canariensis), Bambu-gigante, Pinheiro-das-canárias, Pinheiro-

do-Alepo, Sequóia-sempre-verde, Taxódio, Teixo.

Património Edificado e Artístico: “Alegoria (es-

cultura em lago)”, estátuas “João de Deus”, “Ac-

tor Taborda”, “Antero de Quental”, “O Cava-

dor”, “Guardadora de Patos”, “Despertar”.

A água tem uma presença relevante com 3 lagos

um dos quais de grande dimensão situado junto

à entrada mais próxima da Basílica.

Page 56: Passear Janeiro 2012

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INFORMAÇÕES ÚTEISLocalização: Praça da Estrela, 1200-667 Lisboa

Área: 4,6 hectares

Horário: Aberto das 07h às 24h

Acessibilidades:

Autocarros (Carris): 709, 713, 720, 738, 773

Elétricos (Carris): 25E, 28E

Metro: Linha Amarela (Estação Rato)

Equipamentos: Instalações sanitárias, casa de ferramentas, lago, miradouro, coreto,

jardim de infância, centro de dia, biblioteca, café-esplanada, parque infantil, polides-

portivo informal.

Page 57: Passear Janeiro 2012

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Edição nº18

Page 58: Passear Janeiro 2012

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RESERVA NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL

Canoagem

Texto e Fotografia: Jonas Oliveira*

4º PERCURSO - DA BARRAGEM DE BEMPOSTA À BARRAGEM DE ALDEAVILLA

CONTINUANDO A DESCER O RIO DOURO, DESDE QUE O MESMO ENTRA EM TERRITÓRIO PORTUGUÊS, AINDA NA RESERVA NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL, NAVEGAREMOS AGORA ENTRE A BARRAGEM DE BEMPOSTA E A BARRAGEM DE ALDEAVILLA.

* aKademia do Kayak

Page 59: Passear Janeiro 2012

RESERVA NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL

Canoagem

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Page 60: Passear Janeiro 2012

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Este percurso inicia-se na Barragem de

Bemposta, num acesso pertencente á

EDP, na margem portuguesa. Junto da

barragem existe um pequeno complexo,

temporário, no qual se encontram alguns

responsáveis da EDP que a pedido no lo-

cal, autorizam a usar o acesso privado

para colocar os kayaks na água, a cerca de

300 m do paredão. As viaturas, que como

tem sido mencionado nos percursos ante-

riores devem ser pelo menos duas, terão

que ser estacionadas fora da zona privada,

próximo da barragem.

Percurso excelente para passeio, com rio

estreito e muita vegetação em ambas as

margens. Alguns locais convidam a uns

mergulhos caso o calor aperte. Estamos

numa zona com um microclima de grande

amplitude térmica, pelo que no verão é

normal as temperaturas atingirem os 32

graus por volta do meio-dia e,à noite ter

necessidade de usar um agasalho.

As barragens distam entre si aproximada-

mente 30 quilómetros. Ao quilómetro 9,

existe na margem portuguesa um parque

de merendas, Juncal. Com mesas e algu-

mas sombras torna-se um local ótimo para

descansar.

Continuando a navegação, ainda em rio

com as margens muito próximas, passa-

mos por algumas arribas de beleza indes-

critível. Aos poucos o rio vai alargando e

a paisagem muda. No lado espanhol en-

contramos algumas praias fluviais e alguns

cais de amarração para barcos turísticos.

A melhor e mais movimentada, com bar e

balneários é a Playa del Rostro, que fica ao

quilómetro 20.

Retemperadas as forças e continuando a

descer, o rio apresenta-se algo mais po-

luído, com grande acumulação de lixo

em alguns locais nas margens. Neste ul-

timo troço do percurso, fruto da poluição,

conseguimos avistar, junto á superfície,

grandes cardumes de Percas do Rio, uma

espécie que chega a atingir os 2 kg.

O local para saída da água fica ao

quilómetro 27, na margem portuguesa.

É o acesso por estrada mais próximo da

Barragem de Aldeavilla, sendo o mesmo

efetuado pela aldeia de Bruço, seguindo

as placas que indicam Rio/Pesca.

A Barragem de Aldeavilla é a única bar-

ragem do Parque Natural do Douro Inter-

nacional que somente é acessível por es-

trada na parte espanhola.

Bom passeio !!!

Page 61: Passear Janeiro 2012

Informações:- Parque Natural Douro Internacional - (http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-AP-

DouroInternacional );

- Câmara Municipal Miranda do Douro – (http://www.cm-mdouro.pt/)

- Câmara Municipal Mogadouro – (http://www.mogadouro.pt/)

- Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (http://snirh.pt/) – Informação

detalhada sobre caudal, cota, descargas, etc.

Conselhos úteis:- Utilizar pelo menos duas viaturas, sendo que uma será para o resgate (colocação da

viatura no final do percurso);

- Iniciar o passeio durante a manhã, podendo assim apreciar com mais tempo a fauna

e flora local;

- Colocar protetor solar com abundância e usar chapéu;

- Não esquecer de levar agua e uma ou duas barras energéticas;

- Em caso de almoço levar comida ligeira;

- Levar máquina fotográfica e binóculos;

- Levar uma muda de roupa;

Coordenadas GPS- Inicio (41°17’49.44”N / 6°28’35.34”W)

- Final (41°14’11.93”N / 6°39’25.55”W)

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Page 62: Passear Janeiro 2012

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