revista passear versão gratuita nº 33

48
passear Nº. 33 . Ano III . 2014 . PVP: 2 € (IVA incluído) Regaleira e os seus jardins DESTINO Parque de Monsanto Budha Eden sente a natureza Entrevista C.M. Viana do Alentejo CRÓNICA De Bicicleta na Cidade

Upload: lobo-do-mar-lda

Post on 23-Mar-2016

220 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Revista Digital Passear Versão Gratuita Nº 33

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

passearNº. 33 . Ano III . 2014 . PVP: 2 € (IVA incluído)

Regaleira e os seus jardins

DESTINO

Parque de MonsantoBudha Eden

sente a natureza

EntrevistaC.M. Viana do Alentejo

CRÓNICADe Bicicleta

na Cidade

Page 2: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

Registada na Entidade Reguladorapara a Comunicação Socialsob o nº. 125 987

2

Capa Fotografia

Artigo Regaleira e os seus jardins

(pág. 48)

Correspondência - P. O. Box 242656-909 Ericeira - PortugalTel. +351 261 867 063www.lobodomar.net

Director Vasco Melo GonçalvesEditor Lobo do MarResponsável editorial Vasco Melo GonçalvesColaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves....

Grafismo

Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Publicidade Lobo do MarContactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041e-mail [email protected]

Contacto +351 965 510 041emal: [email protected]/lobodomardesign/comunicar

www.passear.com

Caminhadas, festivais, descobrir a NaturezaA primavera é uma das minhas principais estações do ano para efetuar caminhadas e passeios de bicicleta. Por todo o pais multiplicam-se as ofertas de programas com propostas aliciantes que visão o aprofundamento do conhecimento das respetivas regiões Na nossa página do Facebook vamos revelando algumas dessas iniciativas por isso, não deixem de nos consultar em:https://www.facebook.com/pages/Passear/111196675567303No coração do Algarve, a segunda edição do Festival de Caminhadas do Ameixial vai dar a oportunidade de conhecer uma região de exceção quer do ponto de vista paisagístico como do ponto de vista cultural. De 25 a 27 de Abril todos os caminhos vão ao Ameixial em pleno barrocal algarvio.Como estamos na Primavera publicamos, nesta edição, uma série de destinos nacionais onde o contacto com a Natureza e a Flora é o principal objetivo. O Parque Florestal de Monsanto, os jardins da Regaleira e o Jardim da Paz são as nossas propostas.

Boas caminhadas e boas pedaladas.

[email protected]

Page 3: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

Sumário

04 ASSINATURA Passear

06 Atualidades

16 Crónica:

De Bicicleta na Cidade

22 Destino: Castelo de Óbidos

30 Entrevista: Presidente Bengalinha Pinto

C.M. Viana do Alentejo

38 Caminhada: À descoberta do

Parque de Monsanto I.

48 Passear Em Sintra

Nos Jardins da Regaleira

56 Destino: Budha Eden

22Edição Nº.33

3

16

56

48

30

38

Page 4: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

Nº. 25

passearsente a natureza

byNº.10 . Ano I . 2012

Ericeira – S. Lourenço – EriceiraUma CAMINHADA de contrastes

Destino

Cidades e vilas medievais Crónicas do Gerês

Leitura deturpada da Portaria

Ecovia Lisboa a BadajozAS VIVÊNCIAS DE FRANCISCO MORAIS

Ligação Angola a MoçambiqueA aventura em BTT de PEDRO FONTES

edição digital

passearsente a natureza

byNº.11 . Ano I . 2012

Castelos de Portugal

Alcácer e Viana do Alentejo

CaminhadaTrilho da Mesa

dos 4 Abades

Passeio Parque da Espanha Industrial

KayakVolta Ibérica

Ecovia 2Reconhecimento na Serra de Sintra

edição digital

passearsente a natureza

byNº.17 . Ano II . 2012 . PVP: 2 € (IVA incluído)

Rota dos Moinhos

CrónicaRuta de los Túneles

EquipamentoMochila Deuter Futura 28

Washington SummitBobble, a garrafa

edição digital

DestinosParque das NecessidadesMata Bom Jesus do Monte

Nº. 5 Nº. 6 Nº. 7 Nº. 8 Nº. 9

Nº. 10 Nº. 11 Nº. 17 Nº. 18 Nº. 19

Nº. 20 Nº. 21 Nº. 22 Nº. 23

passearsente a natureza

byNº. 24 . Ano III . 2013 . PVP: 2 € (IVA incluído)

CaminhadaPiódão - Foz d´Égua - Piódão

De Óbidos a Torres Vedras

EQUIPAMENTOS• BINÓCULOSSTEINER• NOVOSMODELOSGARMIN

• MOBIKYYOURI16

Caminho Português Interior de Santiago

(1ª Parte)PR6 VLR Rota das Conheiras

outlet

Nº. 24

Nº. 26 Nº. 27 Nº. 28 Nº. 29

Nº. 30 Nº. 31 Nº. 32

Page 5: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

ASSINE JÁ

Nome:

E-mail:

Assinatura a partir do exemplar Nº. :

Modo de Pagamento

Transferência:

PayPal:

passear

nº 33

assinatura

Pagamento através do PayPal de 12€ que corresponde à assinatura de 12 edições da revista digital Passear.ouTransferência bancária para a conta do BPI 0010 0000 75906740001 04 em nome de LOBO DO MAR - SOCIEDADE EDITORIAL LDA, enviar comprovativo por email para [email protected] com nome completo, morada e número de contribuinte.

Envie informação para [email protected] ou clique no link acima para pagamento PayPal

Os dados recolhidos são objecto de tratamento informatizado e destinam-se à gestão do seu pedido. Poderá igualmente receber outras informações relacionadas com as

publicações da Lobo do Mar - Sociedade Editorial, Lda www.lobodomar.net. Para qualquer esclarecimento escreva-nos para [email protected]

1€por

revista

Page 6: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

6

atua

lidad

es

Aldeias Históricas de Portugal - Viva a sua história

Este guia, apresentado durante a edição 2014 da BTL, leva-nos a percorrer a rede constituída pelas 12 Aldeias Históricas de Portugal.Da apresentação de cada uma das aldeias consta uma planta da aldeia com pontos de interesse a visitar, a sua cronologia histórica, o seu património construído e o re-lato dos seus momentos ou figuras históricas, que foram marcantes para a História de Portugal.Para além das 12 aldeias, são apresentados outros 18 locais for-tificados e 26 espaços a visitar que marcam o território das Aldeias Históricas de Portugal, formando um conjunto coerente em estreita relação de proximidade.Para o viajante sentir este destino turístico, o guia apresenta 10 in-fraestruturas turísticas (entre as quais 4 complexos termais), 9 per-cursos rodoviários, 19 percursos ciclo turísticos articulados com a rede ferroviária, 3 centros de BTT complementados por 23 percursos, 4 percursos pedestres de Grande Rota e 26 de Pequena Rota, 14 lo-cais que servem como miradouros e 13 áreas de serviço para autocara-vanas.Como um destino turístico se faz com pessoas, constam artesãos,

produtores locais e agentes turís-ticos que operam em diferentes domínios. O guia das Aldeias Históricas de Portugal apresenta 36 unidades de alojamento, 29 restau-rantes, 13 unidades de comércio de produtos locais e 12 empresas de animação turística.É na Beira Interior que encontramos as Aldeias Históricas de Portugal. Viva a sua história.Formato: 30mm x 130mm x 220 mm | Nº. de páginas: 504 | Preço: 20 €.

Page 7: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

7

atua

lidad

es

Caminho da Costa para Santiago de Compostela cada vez mais acessívelJá foi lançado o sítio intermunicipal do Caminho Português da Costa para Santiago de Compostela, que visa uma maior divulgação e pro-moção deste percurso milenar. Dis-ponível em www.caminhodacosta.wix.com/caminhodacosta, esta fer-ramenta fornece informação escrita e fotográfica sobre o traçado em cada um dos municípios integran-tes do projeto, bem como disponi-biliza contatos potencialmente úteis ao peregrino. O sítio constitui uma das estratégias de investigação, di-vulgação e promoção do Caminho Português da Costa, protocolada em 2011 entres os Municípios do Porto, Maia, Matosinhos, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença. Desde Novem-bro passado, o município de Vila Nova de Cerveira assumiu a co-ordenação técnica do grupo de tra-balho sobre o Caminho Português da Costa para Santiago de Com-postela, sucedendo a Esposende.

Inserido na rede de itinerários para Santiago de Compostela, o Caminho Português da Costa assume-se como um dos eixos mais importantes de ligação à Galiza a partir da época moderna, sendo utilizado pelas popu-lações do litoral e pelos que desem-barcavam nos portos marítimos.Trata-se de um itinerário costeiro que liga os territórios da orla marítima a partir do Porto, com uma distância de cerca de 250 km, podendo-se fazer a entrada na Galiza por Caminha - La Guardia, Vila Nova de Cerveira - Goian ou Valença – Tui. De modo geral, os caminhos encontram-se sinalizados por setas de cor amarela, no chão, muros, pedras, postes, ár-vores, estradas, marcos de granito ou concreto, e outros. Como regra, pas-sam sempre em frente à igreja mais importante ou mais antiga da cidade.Recorde-se que, no âmbito de outra parceria, os peregrinos do Caminho de Santiago podem contar na Póvoa de Varzim com nova sinalética, tan-to no Caminho da Costa como no Caminho Central, de modo a facilitar a sua peregrinação. Uma aposta da autarquia poveira apresentada nas comemorações do último Dia Mundi-al do Turismo. Na altura, a Vereadora do Desenvolvimento Local, Lucinda Delgado, congratulou-se com este tipo de trabalho de aposta no Turismo Religioso e enalteceu o “trabalho em equipa”, aludindo às parcerias que o município poveiro realiza para me-lhor dinamizar a promoção turística.

Fonte: C.M. da Póvoa do Varzim

Page 8: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

8

atua

lidad

es

Murtosa vai receber a Semana Europeia do Cicloturismo em 2014O Município da Murtosa vai rece-ber, de 6 a 12 de julho de 2014, a X Semana Europeia do Cicloturis-mo, uma iniciativa promovida pela União Europeia de Cicloturismo (UECT) e pela Aliança Internacional de Turismo (AIT), organizada, local-mente, pela Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores da Bicicleta (FPCUB) e pela Câmara Municipal da Murtosa.

O centro logístico da Semana Euro-peia será na Freguesia da Torreira, onde ficará sedeado o secretariado,

a zona de acolhimento e o parque de autocaravanas e tendas, pre-vendo-se uma afluência a rondar os 2.000 participantes, vindos de toda a Europa.As inscrições na Semana Europeia de Cicloturismo estão já abertas, podendo os interessados consultar o site do evento, em http://www.murtosaciclavel.com/pt/uectmurto-sa2014O cicloturismo é uma atividade desportiva de lazer, exigente para aqueles que o desejarem, mas aces-sível ao ritmo e ao gosto de cada um, qualquer que seja a sua idade, o seu nível de preparação ou a qua-lidade do seu equipamento.A Semana Europeia de Cicloturismo é um encontro organizado todos os anos num pais associado da UECT e da AIT. Em 2014 será Portugal a acolher o evento, tendo a Murtosa sido escolhida como Município an-fitrião, sucedendo à cidade suíça de Yverdon-les-Bains.Depois de, em 2012, ter organi-zado o IX Congresso Ibérico “A Bici-cleta e a Cidade”, a Murtosa volta a ver reconhecido o seu trabalho no domínio da promoção da bicicleta, acolhendo, no próximo ano, o maior evento ciclo turístico realizado na Europa.Estes encontros possibilitam que os cidadãos europeus se juntem e celebrem a sua paixão comum pe-las bicicletas, ao mesmo tempo que descobrem as especialidades regio-

Page 9: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

9

atua

lidad

esnais do país de acolhimento, numa verdadeira semana multicultural.Para a além da promoção da práti-ca do cicloturismo, o programa destes encontros internacionais proporciona aos participantes um

sem número de descobertas turísticas, gastronómicas e culturais, constituin-do, por isso, uma excelente oportu-nidade para divulgar o Município da Murtosa e toda a Região de Aveiro.

Vale do Lima lança Rota dos Gigantes

A ADRIL- Associação de Desenvolvi-mento Rural Integrado do Lima e a CENTER acabam de lançar, conjun-tamente, a Rota dos Gigantes do Vale do Lima. Rota que percorre os quatro municípios deste, cada um com o seu Gigante – Ponte da Barca, com o Navegador; Ponte de Lima, com o Santo; Viana do Caste-lo, com o Descobridor; e Arcos de Valdevez, com o Inventor. Rota que inclui os locais de procedência destas quatro ilustres Figuras da História universal, que projetaram Portugal nos quatro Continentes:O Navegador – Fernão de Maga-lhães – comandou a primeira viagem de circum-navegação da Terra, demonstrando que ela é, de facto, redondaO Santo – Francisco Pacheco – um dos primeiros missionários jesuítas na evangelização da Ásia, foi mar-tirizado a fogo lento no Japão e é hoje venerado nos altares como Beato da Igreja católicaO Descobridor – João Álvares Fa-gundes – Navegou no Atlântico Norte e explorou a costa da Terra

Nova, no Canadá, dando continui-dade às expedições iniciadas para o continente americano muito antes da viagem de ColomboO Inventor – Padre Himalaya – Cien-tista do início do séc. XX, considerado um percursor das energias renováveis, designadamente pelo aproveitamen-to da energia solarPela sua originalidade, esta rota con-stituiu um excelente argumento de marketing para promover, o Vale do Lima, através de 4 ilustres incon-tornáveis da História universal que projetaram Portugal nos 4 cantos do Mundo.http://www.valedolima.com/PT/gi-gantes.html

Page 10: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

10

atua

lidad

es 2º Festival de Caminhadas do Algarve, a caminho do AmeixialO segundo Festival de Caminha-das do Algarve chega ao Ameixial, em plena serra do Caldeirão, nos dias 25, 26 e 27 de Abril. Traz com ele três dias de percursos pedestres temáticos, corridas de montanha, workshops, animação, música, gas-tronomia, conversas, descoberta e convívio. Mesmo situado no lim-ite norte do Algarve, na fronteira com o Alentejo, em plena Serra do Caldeirão, o Ameixial merece uma visita atenta para conhecer de perto alguns valores raros do património natural e cultural da região, como a misteriosa “escrita do Sudoeste”, aquela que é a primeira manifes-tação de escrita da Península Ibé-rica e uma das mais antigas da Europa. Os poucos vestígios desta escrita, cerca de cem, encontram-se concentrados na serra do Algarve e aparecem em estelas, ou seja, blo-cos de pedra fixados no solo, onde o texto era gravado e escrito em arco, de baixo para cima e da direita para a esquerda. Algumas destas estelas foram encontradas precisamente na paisagem que se vai percorrer pelo Ameixial. No primeiro dia do Festival, 25 de Abril, à tarde, de-pois das boas vindas decorrerá uma caminhada de apresentação e um workshop de construção de bastões de caminhada” pelo “Projecto TASA

– Técnicas Ancestrais Soluções Ac-tuais” e a visita à exposição “Quem nos escreve desde a Serra”. À noite haverá um jantar convívio e uma caminhada de Orientação e Trail Running (corrida de montanha). No sábado, 26 de Abril, a oferta de per-cursos é variada, uma caminhada Arqueológica, uma caminhada de Interpretação do Património Cons-truído, uma caminhada de Ob-servação e Identificação de Aves e uma caminhada de Ilustração. Para as famílias está previsto um work-shop de “Escavação Arqueológica”. Durante a tarde, os praticantes de caminhadas terão a oportunidade de frequentar Workshops de “Ves-tuário para caminhadas”, “Bastões e outros acessórios de caminhadas” e “Interpretação de mapas”. Ao fi-nal do dia realiza-se uma Tertúlia sobre o tema “Caminhadas no Al-garve: conversa com caminhantes da região” com vários convidados, ao qual se segue um Jantar convívio

Page 11: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

11

atua

lidad

ese um Baile Dançante. No último dia, 27 de Abril, haverá uma Caminha-da Fotográfica, uma Caminhada de Observação de Aves, uma Caminha-da de Ilustração e um Traill Running Ameixial com 2 provas. De manhã, decorre também um Peddy Paper fa-miliar sobre a escrita do Sudoeste e à tarde realizam-se Workshops téc-nicos “Alimentação adequada para caminhantes” e “Relaxamento Mus-cular pós caminhadas”. O evento termina com um Lanche Serrano e projeção de imagens. O Festival in-clui ainda espaços de dormida, zona de campismo, área para estaciona-mento de autocaravanas, menus fi-xos para caminhantes, momentos de lazer e animação. O Promotor desta iniciativa é a Câmara Municipal de Loulé, a organização está a cargo da ProActiveTur, Lda e do Projecto Estela. Conta com o Apoio da Junta de Freguesia do Ameixial, do Projec-to TASA, do Projecto Querença, do Clube Ameixialense e da Direção-Geral do Património Cultural.A participação nas atividades é total-mente gratuita, mas requer inscrição prévia até ao dia 24 de Abril de 2013 às 17H, para o e-mail: [email protected] | Informações | Inscrições:ProActiveTur, Lda., [email protected] , tm. 924 308 060; telf. 289 416 138, Facebook// https://www.face-book.com/pages/ProActiveTurLda/209618472382414?ref=ts&fref=ts

A cegonha-branca é a Ave do Ano 2014

Uma espécie emblemática que sim-boliza a convivência pacífica da hu-manidade com a natureza. A Socie-dade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) escolheu a cegonha-branca como Ave do Ano 2014 por ser uma espécie simbólica do nosso país, que se tem adaptado a viver junto das nossas vilas e aldeias. Acarinhada pelos portugueses, esta espécie faz parte da nossa cultura e dia a dia, sendo também uma alia-da no combate de algumas pragas agrícolas. 2014 É também o ano do censo internacional da cegonha-branca e uma excelente oportuni-dade de sensibilizar a população para a importância da espécie. Para colocar em prática as ações previstas, a SPEA precisa de apoio: faça uma chamada para ajudar a cegonha-branca para o 760 455 155 (0,60€ + IVA). A campanha do Ave do ano decorre desde 2007, com o objetivo de dar a conhecer melhor determinadas espécies e salientar os desafios que enfren-tam na atualidade. 2014 É o ano do censo internacional da cegonha-branca e uma excelente oportuni-dade de conciliar conservação com divulgação ambiental. Pois embora a cegonha-branca seja conhecida das pessoas, na prática, a maioria pouco sabe sobre ela.

Page 12: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

12

A cegonha-branca é uma ave mi-gradora e protegida, associada aos habitats de água doce, pastagens e prados, onde se ali-menta. A evolução da sua popu-lação tem sido irregular. Com o desenvolvimento industrial, a intensificação da agricultura e o uso massivo de inseticidas sofreu um de-clínio preocupante a partir dos anos 50 do século passado, chegando a desaparecer de extensas regiões e de vários países europeus. Hoje em dia a população europeia recupe-rou ligeiramente, embora se man-tenha escassa nos países do norte da Europa (por exemplo registou--se um casal no Luxemburgo, pela primeira vez em 2013, e na Bélgica é conhecido apenas um casal nidi-ficante). Em Portugal, após uma re-gressão acentuada, a população de cegonha-branca tem aumentado em número de efetivos e em área

de ocorrência. Bem acolhida pelas populações, é também uma boa ajuda no controlo de pragas da agricultura, alimentan-do-se do lagostim-vermelho-da-lou-isiana ou dos gafanhotos, conheci-dos pelos prejuízos que causam nos arrozais, no primeiro caso, e nas cul-turas de cereais, no segundo caso. O censo internacional da cegonha-branca é realizado de 10 em 10 anos em todos os países da Europa durante a primavera – verão. Em 2014 o objetivo é recensear todos os ninhos de cegonha-branca em Por-tugal, de modo a obter dados reais e atualizados sobre a distribuição e abundância da espécie. O censo da cegonha-branca em Portugal será uma organização conjunta do Insti-tuto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a SPEA. Fonte: SPEA

Page 13: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

atua

lidad

es

Livro TransiberanoA experiência de Luís ContenteO Transiberiano entre Pequim e Moscovo representa uma traves-sia de 10.000km ao longo de 6 fusos horários onde aventura e descoberta se misturam num único paradigma: o prazer de viajar. Chi-na, Mongólia, Sibéria, desfilam ao ritmo de distâncias tão impossíveis que não são concebíveis para o passo do ser humano. São florestas inteiras, povoações isoladas, rios implacáveis e uma estepe sem fim. O avião encurta caminhos. Mas a Sibéria não é um país para o trans-porte aéreo. É preciso o comboio para sentir a totalidade deste ter-ritório. Há viagens que uma pessoa tem de fazer na vida. Esta é uma delas.O autor Luís Contente nasceu em Beja, Alentejo, no ano de 1962. É professor de língua francesa numa escola do ensino básico. Frequen-tou o mestrado em Literatura Me-dieval Comparada da Universidade

Nova de Lisboa e fez uma especiali-zação em gestão de bibliotecas esco-lares. A sua paixão por novas para-gens levou-o a percorrer os lugares mais improváveis do planeta desde montanhas a desertos e florestas tropicais a glaciares. Transiberiano é o seu primeiro livro.O livro está à venda apenas na loja online da Bertrand por 11,13€. Ape-sar de não estar nas lojas físicas, a obra estava em Fevereiro em 1º lugar de vendas na Bertrand online na ca-tegoria literatura de viagensLink da obra: http://www.bertrand.pt/ficha/o-transiberiano?id=15322930Book trailer: http://www.youtube.com/watch?v=goEsMPCGAas

VIAJE com Luís Contente no TRANSIBERIANO entre Pequim e Moscovo…

Compre o livro na loja online Bertrand:http://www.bertrand.pt/ficha/o-transiberiano?id=15322930

VENDAS

1º LUGARLiteratura de Viagens

Page 14: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

14

atua

lidad

es Orquídeas Silvestres e outras raridades botânicas no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

A geologia, o clima e os habitats existentes no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros fazem desta área protegida, uma das mais importantes a nível nacional para várias espécies de orquídeas, exis-tindo por aqui cerca de cinquenta por cento das espécies autóctones da flora portuguesa.As zonas de Alvados e Serra da Lua são de grande interesse natural, pela variedade de coberto vegetal e pelos diferentes aspetos geomor-fológicos que apresentam, sendo das mais emblemáticas do Parque Natural. A grande riqueza de bióto-pos (matos, escarpas, olival, e car-valhal) permite a existência de mui-tas espécies de orquídeas e outras espécies raras como a bela rosa-al-bardeira. Tudo isto numa paisagem deslumbrante, que vale a pena per-correr a pé!Sábado - 26 de AbrilPonto de Encontro: Centro de Ativi-dades de Ar Livre de AlvadosHora de início: 9h30 Hora de finalização: 17h30Distância percorrida: 11kmGrau de dificuldade: DifícilDomingo - 27 de AbrilPonto de Encontro: Lagoa do Arrimal

Hora de início: 9h30 Hora de finalização: 16h30Distância percorrida: 7kmGrau de dificuldade: MédioPreço: 16€ (dois dias); 9€ (um dia) (inclui acompanhamento técnico e científico, seguro de acidentes pes-soais e responsabilidade civil). As crianças até aos 12 anos não pa-gam, devendo, no entanto, ser con-sideradas na inscrição.Nos passeios, o almoço será volante e trazido por cada participante. A-conselha-se sandes, fruta e água.Inscrições:Caminhos Com Vida [email protected] Tlm: 916084720Na região existem várias opções de alojamento. Aconselhamos duas modalidades diferentes:- O Turismo Rural Retiro da Avó Lídia, situado em Mendiga – Porto de Mós, que faz desde 20% de desconto no alojamento aos participantes nesta atividade. Contacto: 933711640- A Pousada da Juventude de Alva-dos – Porto de Mós.

Page 15: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

facebook.com/montedolaranjal

[email protected]@

MONSARAZ

“Um cantinho do Paraíso”— comentário de cliente

Paz, conforto e hospitalidade

Reserve a sua estadia:Tel: +351 917 857 423

www.montedolaranjal.com

AnuncioTSJ-OUT2013_basil_d.indd 1 8/26/13 5:19 PM

Page 16: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

16

crón

ica Crónica

DE BICICLETA NA CIDADETexto e fotografia: António José Soares

OS DIAS SÃO DE CHUVA, ESTE INVERNO TEM-NOS FUSTIGADO COM TEMPORAIS, IMPEDINDO A SAÍDA PARA PASSEIOS, A PÉ OU DE BICICLETA, COMO SERIA DESEJÁVEL.

A impossibilidade de pedalar nes-tes dias cinzentos é substituída pela memória que nos recorda os in-críveis passeios de bicicleta que o bom tempo proporciona.No topo dessas recordações, ainda tão frescas, destacam-se as peregri-nações a Santiago de Compostela de bicicleta. Resta-nos desejar o aproximar de dias mais longos

para voltar ao pedal, por enquanto apenas dá para projectar o próxi-mo Caminho de Santiago, lá para o Verão.Na esteira das recordações e a propósito do título que escolhi para o presente artigo, passo a contar uma história de infância. Assim, por inícios da década de setenta, o tráfego na Estrada de Penacova,

De bicicleta para o trabalho

Page 17: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

17

N 110, era constituído maioritari-amente por bicicletas, motorizadas e uma meia dúzia de veículos au-tomóveis a somar aos autocarros de transporte rodoviário de passagei-ros, na altura vulgarmente designa-das camionetas da carreira.O período entre as cinco e as sete da tarde marcava o regresso a casa dos trabalhadores que em Coimbra ganhavam o sustento para as suas famílias, muitos deles montados nas velhas “pasteleiras” com destino às povoações de Torres do Mondego, Casal da Misarela, Caneiro, Re-

bordosa, entre outras, situadas na margem direita do Mondego, “Pasteleiras” que no Inverno anda-vam quase sempre artilhadas com enormes guarda- chuva, que tam-bém serviam para espantar os cães mais afoitos às pernas.Uma das distracções da catraiada, onde me incluía, consistia em ron-dar a taberna da D. Julieta, local de culto para muita gente, onde era possível encontrar bicicletas esta-cionadas. O fito era poder tomar al-guma bicicleta emprestada de qual sujeito mais distraído, normalmente

De bicicleta para o trabalho

“O Pequenito”

Page 18: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

18empenhado a regar a garganta.Muitas vezes a aventura corria mal e a ideia de dar à perna, balan-çando o rabo sobre uma “burra” tomada de assalto, era premiada com valente “paulada” de guarda-chuva direitinha às costas. “O Pequenito”, era assim que o pequeno grupo de “assaltantes de bicicletas” atrás mencionado apeli-dava um rapaz, de baixa estatura, que todos os dias percorria de bici-cleta o caminho entre Coimbra e Penacova, o rapaz, à época, teria apenas catorze anos ou dezasseis anos, não mais, contudo a reduzi-da estatura apenas permitia que pedalasse uma pequena bicicleta de roda 24.

Para a malta, ávida de dar umas volti-tas, nem que fosse só em cima de um pedal ou com as pernas pelo meio do quadro, ver passar alguém mais novo, de estatura semelhante, montado na sua pequena bicicleta, era de uma inveja tortuosa. Vai daí, enchíamos a paciência do pobre, repetindo em coro, pequenito, pequenito, pequeni-to…, numa implicação cada vez mais radical e demonstrativa de crueldade infantil.As cenas repetiam-se a cada dia que passava, num crescente aumento de animosidade, que numa ou outra o-casião levou mesmo a vias de facto.Era a terrível inveja de não ter uma bicicleta, mas tudo acabou em festa no dia em que o “Pequenito” em-

Vista de Penacova, o rio e a estrada encoberta pela vegetação

crón

ica

Page 19: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

19prestou generosamente a bicicleta. Num repente todos virámos grandes amigos ... mas nunca deixou de ser “O Pequenito”.À época os jovens felizardos que des-frutavam de bicicleta ou pertenciam a família abastada, ou ao grupo dos que desde os 13 ou 14 anos já apren-diam algum ofício, abandonando precocemente os estudos para ajudar na economia familiar. Como sabemos o mundo mudou, a galopante evolução das últimas quatro décadas foi transformando progressivamente o tráfego nas es-tradas implicando a construção de novas vias e outras edificações com a inerente transformação geográfi-ca. No entanto, são manifestamente

raras as novas vias que salvaguar-dam a circulação de ciclistas com margem de segurança, sobretudo nas cidades, onde sempre deveria ter existido a preocupação de con-ferir maior amplitude a passeios e outras zonas pedonais, o planea-mento apenas foi feito em função da circulação automóvel.A estrada de Penacova, que ser-penteia o rio Mondego na sua margem direita, entre esta vila e a cidade de Coimbra, atravessan-do um cenário de rara beleza, viu crescer de forma galopante o tráfe-go motorizado para níveis incom-portáveis, atendendo ao seu perfil sinuoso e estreito. Curiosamente manteve o seu perfil, embora me-

Numa grande cidade de bicicleta, é possível.

Page 20: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

20lhorado recentemente fruto da sua classificação como estrada verde, o que se saúda.Inserida numa paisagem deslum-brante, que se estende sobre o rio Mondego e encostas sobranceiras, esta via é hoje muito aproveitada por ciclistas que ao fim de sema-na ou em passeios de fim de tarde optam por recrear-se a pedalar. Numa manhã do mês de Junho de 2007, resolvi substituir o automóvel pela bicicleta na minha deslocação para o trabalho. Assim, pedalei du-rante 8 km, distância que separa a localidade de Torres do Mondego, em Coimbra, da zona da Guarda Inglesa, na mesma cidade, sem grande dificuldade e com muito

gozo.Inicialmente o que pensei tratar-se de um passeio fortuito, tornou-se num hábito, assim, de tal forma fiquei contagiado que nesse mesmo Verão depressa passei a adoptar a bicicleta como principal meio de transporte.Em 2008 e 2009 repeti a experiên-cia, nos meses da Primavera e Verão, utilizando a bicicleta nas deslocações para o trabalho. Por razões diversas abandonei esta prática a partir de 2010 e recomecei timidamente em 2012, para em 2013 entrar nova-mente numa prática salutar que dá grande gosto.No seguimento desta experiência comecei a interessar-me, com maior

Estrada de Penacova no limite do Concelho

crón

ica

Page 21: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

afinco, pela temática que se prende com a utilização de meios suaves de transporte e a pretender con-tagiar outras pessoas, sempre na procura de mais adeptos.O uso massivo da bicicleta, pro-gressivamente abandonado em detrimento de veículos automóveis, está a ser combatido em diversas cidades europeias, há já bastante tempo. Paris, Londres Barcelona, Bayonne, San Sebastian, Vitória, Salamanca, Burgos, já para não falar das cidades dos Países Baixos onde o uso da bicicleta é generali-zado, são exemplos que é possível acompanhar. E se apalavra plágio faz sentido, então aplica-se por in-teiro aos projectos implementados

nestas cidades.É meu desejo, como seguramente de muitas pessoas em Portugal, ver nascer bons projectos, no âmbito da mobilidade sustentável, destinados às nossas vilas e cidades. É neste sentido que, embora não sendo um especial-ista, em próxima edição procurarei ir de encontro a casos de sucesso, evi-denciando os seus benefícios, para que possam ser seguidos por demais urbes. O fim a prosseguir aponta no sentido de se obter melhores con-dições de circulação para ciclistas e peões, no fundo contribuir para a melhoria da qualidade de vida.

Estrada de Penacova no limite do Concelho

Torres do Mondego na década de 70

21

Page 22: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

22

DESTINO: CASTELO DE ÓBIDOSUM EX-LIBRIS DE PORTUGAL

Texto e Fotografia: Lobo do Mar

Page 23: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

23

COORDENADAS

ÓBIDOS - CASTELO

LATITUDE (DDMMSS): 39° 21’ 49.14” N

LONGITUDE (DDMMSS): 9° 9’ 25.6932” W

Page 24: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

24ERGUIDO SOBRE UM PEQUENO MONTE, OUTRORA À BEIRA MAR, DOMINA A PLANÍCIE ENVOLVENTE E O RIO ARNÓIA, A ESTE. FRUTO DE DIVERSAS INTERVENÇÕES AR-QUITETÓNICAS AO LONGO DOS SÉCULOS, INTEGRA O CONJUNTO DA VILA, QUE PRESERVA AS SUAS CARTEIRISTAS MEDIEVAIS. CLASSIFI-CADO COMO MONUMENTO NA-CIONAL, EM 7 DE JULHO DE 2007 FOI ELEITO COMO UMA DAS SETE MARAVILHAS DE PORTUGAL.

O Castelo de Óbidos e a sua vila têm um poder de atracão sobre as pessoas sem comparação com qualquer outro monumento e vila situados em Portu-gal. Para além da beleza arquitetónica

e da preservação do espaço, a autarquia conseguiu imprimir uma dinâmica ao lo-cal, através de diferentes iniciativas, que o catapultaram para um dos locais mais visitados.Óbidos só por si vale apena ser visitado mas, se tiverem tempo, explorem a região circundante nomeadamente, a Lagoa de Óbidos e todo o seu perímetro.

NOTA HISTÓRICAHá uma relação de afetividade neor-romântica para quem visita a vila de Óbidos. Serão poucos os casos no país onde a busca deliberada de um ideal cenográfico de Idade Média foi tão efe-tivo, razão da aparente atemporalidade das ruas do conjunto intramuralhas, que, na sua sinuosidade, nas suas fachadas

dest

ino

Page 25: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

25brancas e no vislumbre das inventadas ameias, nos transportam para um tem-po mítico de um Portugal em formação.São ainda obscuras as origens da fortaleza. Ao que tudo indica, a sua posição dominante em relação à ex-tensa lagoa a ocidente, favoreceu a instalação de um primitivo reduto forti-ficado de origem romana. A Alta Idade Média não deixou vestígios aparentes da sua presença, e será, apenas, na viragem para o século XII que Óbidos voltará a merecer referências documen-tais precisas. No mesmo impulso ex-pansionista que levou as fronteiras de Portugal até à linha do Tejo, em 1147, a vila passou para a posse de D. Afonso Henriques, ficando para a posteridade uma tradição de tenaz resistência por

parte dos muçulmanos (PEREIRA, 1988, pp.19-21). Anos mais tarde, na sequên-cia das investidas almóadas de final do século, coube a D. Sancho I reconquistar a localidade, dotando-a, então, de con-dições mais efetivas de povoamento e de organização.1210 É uma das datas mais marcantes da vila. Nesse ano, foi doada às rai-nhas, passando a figurar como uma importante localidade da casa das so-beranas nacionais. Com presença as-sídua dos casais régios ao longo das Idades Média e Moderna, Óbidos flo-resceu e foi sucessivamente enriquecida por obras de arte. O mecenato artístico patrocinado por D. Leonor (século XV) e, especialmente, por D. Catarina (século XVI), marca, ainda hoje, a paisagem ar-

Page 26: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

26

quitetónica da vila.O castelo e as muralhas de Óbidos evocam a importância da localidade na Baixa Idade Média. Apesar de, em grande parte, serem obra inventiva do século XX, asseguram a todos os que se dirigem à vila a identidade daquele passado emblemático. Desconhe-cemos a configuração do perímetro amuralhado inicial, contemporâneo da Acão dos nossos primeiros monarcas. A torre do Facho, no limite Sul das mu-ralhas e ocupando um pequeno mon-te, tem vindo a ser atribuída à reforma de D. Sancho I, mas a verdade é que os vestígios materiais inviabilizam uma

análise mais pormenorizada. A ser as-sim, a ligação deste espaço ao monte do castelo ter-se-á dado logo no século XII.Mais consensual é a expansão urbana verificada na viragem para o século XIV. Com D. Dinis, Óbidos cresceu para fora das muralhas, ocupando o espaço em torno da igreja de São Pedro (SILVA, 1994, p.23). Paralelamente deu-se a reforma do sistema defensivo, e conse-quente atualização do dispositivo militar, campanha que deverá ter conferido a atual configuração ao perímetro amu-ralhado. Anos mais tarde, D. Fernando terá patrocinado novas obras, tendo a

dest

ino

Page 27: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

27

Page 28: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

28

torre de menagem ainda o seu nome.Dividido em duas zonas essenciais (o castelejo, onde séculos mais tarde se instalou a Pousada, e o bairro intra-muros), a cerca define um perímetro bastante irregular, de feição retângula e não oval, como seria mais frequente na castelologia gótica nacional. Entre o castelo propriamente dito (a Norte) e a Porta da Vila (a Sul), a Rua Direita estabelece a comunicação e aparece como o eixo de circulação privilegiado dentro da vila. Sensivelmente a meio, a Praça de Santa Maria é o principal largo do conjunto, ocupando um es-

paço quadrangular que corresponde ao adro da igreja tutelar da vila.A reinvenção do castelo deu-se na dé-cada de 30 do século XX. Por Acão da DGEMN, que visava reverter o conjunto à sua imagem medieval, todos os para-peitos foram dotados de ameias, assim como se reedificaram torres e troços que, entretanto, haviam sido destruídos. No final dos anos 40, construiu-se a pou-sada, no local do antigo paço, e toda a vila foi dotada de uma homogeneidade estética que passou pelo revestimento de cal das fachadas e pelo pavimento uni-forme de todas as ruas. PAF / IGESPAR

dest

ino

Page 29: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

29

Page 30: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

entre

vist

a

30Entrevista Presidente Bengalinha Pinto

A OFERTA TURÍSTICA DE VIANA DO ALENTEJO É DIVERSIFICADA!

Texto e fotografia: Lobo do Mar

NO SEGUIMENTO DO TRABALHO DE DIVULGAÇÃO E PROMOÇÃO DO CONCELHO DE VIANA DO ALENTEJO CONVERSÁMOS COM O PRESIDENTE DA CÂMARA DE VIANA DO ALENTEJO, BENGALINHA PINTO.

Passear (PAS) – Como carateriza a atu-al oferta turística de Natureza e Cultural do concelho de Viana do Alentejo?Bengalinha Pinto (BP) - Neste mo-mento o município de Viana do Alente-jo tem para oferecer vários percursos,

mais vocacionados para a cultura e monumentos. A oferta é diversificada aliando sempre o património aos produ-tos regionais e às tradições, exemplo disso é a inclusão de cante alentejano nos almoços dos visitantes.

Page 31: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

31O município dispõe de alguns produtos turísticos de natureza, e diversos percur-sos pedestres, que incluem património, observação de aves, turismo cinegético, entre outros. Contudo, ainda não estão totalmente integrados em plataformas de divulgação estruturadas. Pese embo-ra esse processo estar a ser preparado, ficará disponível até final deste ano de 2014.

«… garantir a conceção, acom-panhamento e consolidação de pacotes turísticos…»

PAS – Está o concelho de Viana do Alentejo preparado, ao nível do alo-jamento, restauração e humano, para

receber o visitante nacional e es-trangeiro?BP - O concelho de Viana do Alentejo dispõe de várias unidades de turismo, algumas delas com muita qualidade, no entanto, existe aqui ainda muita margem de progresso, quer no au-mento da resposta em número de ca-mas, quer ao nível da qualificação dos recursos humanos do sector. Contudo, o grande desafio que o município tem, nesta fase, é garantir a conceção, acompanhamento e consolidação de pacotes turísticos, tipo roteiros, que concorram para a decisão dos turistas que nos visitam com a expectativa de aqui estarem umas horas, possam ser “aliciados” e decidam ficar um fim-de-semana ou mais dias.

Viana do Castelo

Page 32: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

Saliento em matéria de restauração, a capacidade instalada e a qualidade dos produtos disponibilizados, onde destaco a conservação de património gastronómico em muitos restaurantes da terra, por força do pessoal de cozinha ainda ser detentor desse saber, e nas ementas manter os pratos mais típicos do Alentejo e do território, como sejam a sopa de cardetas, a sopa de beldroegas, a sopa de feijão com catacuzes, mas também a tradicional sopa de cação, as migas acompanhadas pela carne de alguidar, ou os doces conventuais alentejanos, onde os “amores de Viana” e as “sardinhas albardadas, em Viana, o “Conde das Alcáçovas” e o “bolo real” em Alcáçovas, representam o tipo de doces que só se encontra no concelho

de Viana do Alentejo.Importa pois que o município ga-ranta os apoios e as dinâmicas locais necessárias para preservar este saber tradicional, para que possa garantir a sua transmissão para gerações futuras, que estão a ser integradas na resposta local de restauração, trazendo mais formação, qualidade e modernidade que, aliada ao saber tradicional, pode elevar a resposta de restauração no concelho, a patamares de excelência e distinção, face a outros concelhos alentejanos.

«… definição do potencial turístico do concelho…»

entre

vist

a

32

Viana do Castelo

Page 33: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

33

Alcáçovas

Page 34: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

PAS – Qual tem sido a estratégia da autarquia na divulgação e promoção do património Natural e Cultural da região?BP - A estratégia municipal para o tu-rismo passa em primeiro lugar pela concretização de um trabalho prévio fundamental e que não estava sequer equacionado antes e que visa a definição do potencial turístico do concelho, sis-tematizando-o num “Plano Municipal de Turismo” que está praticamente con-cluído. Este instrumento de diagnóstico e planeamento permitiu à autarquia sis-tematizar e identificar os recursos turís-ticos disponíveis, de natureza imaterial ou material, de património edificado ou natural, e reunir as condições técnicas necessárias para a operacionalização de uma estratégia de acção concertada, priorizada e promotora das sinergias e parcerias locais, regionais ou internaci-onais, capazes de potenciar essa acção em prol do desenvolvimento turísticos do concelho, enquanto veiculo para o seu desenvolvimento económico, mas também, enquanto base de sustentabi-lidade de uma política local promotora da preservação, requalificação e divul-gação em escala, da riqueza histórica e patrimonial do concelho de Vianada do Alentejo.Não posso neste campo, e porque não ficámos parados enquanto decor-ria a elaboração daquele instrumento fundamental para assessorar a nossa decisão política sobre estas matérias, deixar de salientar a candidatura do cante alentejano e da arte chocalheira

de Alcáçovas, a património imaterial da UNESCO, e claro, o investimento que ronda os 2 Milhões de euros na re-cuperação do “Paço dos Henriques” e dos seus Jardins de Embrechados, que permitirá devolver este espaço à comu-nidade mas também acrescentar valor à rede de oferta turística de qualidade deste território. Não posso deixar de destacar que para o sucesso desta estratégia tem concor-rido não só o empenho deste executivo, mas também a excelente parceria com a ERTA – entidade Regional de Turismo do Alentejo, e com os operadores turís-ticos do concelho.

«… dar apenas 5 razões para nos visitarem, é muito redu-tor…»

PAS – No seu entendimento quais se-riam as 5 grandes razões para alguém visitar o concelho de Viana do Alentejo?BP - Bem… dar apenas 5 razões para nos visitarem, é muito redutor, pois exis-tem muitas mais que contribuem para que as pessoas e os turistas queiram visitar-nos. E, elas vão muito para além do que já vos descrevi anteriormente, como sejam a oferta patrimonial ou gastronómica. Falar de Viana do Alentejo e daquilo que nos oferece, é falar de aromas, de sons e de fins de tarde “ao fresco” na acalmia das suas aldeias e vilas, entre um copo de medronho, no café cen-tral, e o cante alentejano, uma cantiga

34

entre

vist

a

Page 35: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

Nossa Senhora D’Aires

35

Page 36: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

tão gasta como bela mas que encanta como nenhuma, seja entoada de lenço ao pescoço ou de capote alentejano.A receber-nos temos Aguiar onde a natureza é património de vestígios me-galíticos coroados com a presença da Anta, sua principal anfitriã. A pouca distância dali, encontramos Viana do Alentejo, do alto do Picarinho de S. Vicente, que contempla a Senhora D’ Aires, onde a fé convive com o pro-fano e a festa desponta todos os anos, em setembro, quando o braseiro de agosto começa a ceder e é tradição ir à Feira D’Aires.Como já foi referido, a vila de Alcáço-vas é detentora de um rico património cultural, quer material, onde se destaca o Palácio dos Henriques, a Igreja Matriz do Salvador, o convento de Nª Srª da Esperança, quer imaterial referindo por isso a Arte Chocalheira que importa sal-vaguardar, como marco identitário de uma comunidade local.Mas o concelho de Viana do Alentejo é também a Romaria a Cavalo Moita – Viana do Alentejo, que traduz o re-gresso dos alentejanos que migraram para a cidade à procura de vida melhor, mais abastada, mas que regressam, pe-los campos, pelo montando, protegidos pela Senhora da Boa Viagem até que chegam à sua terra, Viana do Alentejo, que engalanada os recebe, em festa, no inicio da primavera, após uma paragem para pernoitar em Alcáçovas. Esta é a tradição Vianense! Com fé e alegria, A Romaria a Cavalo Moita – Viana do Alentejo, acontece este ano de 2014

no dia 25 de abril, em Alcáçovas, per-noitando, e depois com a chegada a Viana dia 26, sábado, com a procis-são em honra de Nª Sra. D’Aires até ao seu santuário, que sendo Monumento Nacional se elege como um dos mais importantes santuários marianos ao sul do país.À noite é a festa, aí o flamenco e as sevilhanas, cruzam-se com o cante alentejano e o baile, numa sintonia que primeiro estranha-se, mas depois, “entranha-se”.Viana é também o barro do oleiro que retrata o Alentejo onde “O sol a prumo cai ardente, Dourando tudo… ondeiam nos trigais D´ouro fulvo, de leve…docemente… As papoulas san-grentas, sensuais…” remetendo-nos, mais uma vez, para a poesia de Flor-bela Espanca que encerra nas metáfo-ras, a realidade de uma forma suges-tiva e fecunda.Estas são as “razões” que encontra-mos no concelho de Viana, a pouco mais de 20km da capital de distrito, Évora, por acessos simples, sem cur-vas ou contra curvas. A um “pulinho”, como por aqui se diz, afinal, Viana do Alentejo “é já ali”…Ali, onde a história convive harmo-niosamente com a atualidade, onde ermidas, castelos e casas senhoriais, partilham o espaço com piscinas, bi-bliotecas, teatro e cinema. Como podem ver são muito mais do que “apenas 5”….

36

entre

vist

a

Page 37: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

Já na banca!Para sua comodidade encomende já o seu exemplar e receba-o em sua casa exactamente pelo mesmo valor de banca.

Sem Custos de Envioapenas€ 4,20

Para encomendar clique Pagamentos efectuados por transferência bancária ou envio de cheque.Para mais informações contacte: T: +351 261 867063 . E-mail: [email protected]

Edição nº27

Page 38: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

38

CAMINHADA À DESCOBERTA DO PARQUE DE MONSANTO – I

O PRIMEIRO CONTACTO!Texto e Fotografia: Lobo do Mar e C.M.L.

Page 39: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

39

A visão que temos sobre o rio Tejo e a margem. Olhando um pouco mais para a direita podemos observar o Cabo Espichel.

FICHA DA CAMINHADA

LOCAL: PARQUE FLORESTAL DE

MONSANTO EM LISBOA

TIPO: CIRCULAR

EXTENSÃO: 6,3 KM

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

SINALIZADO: NÃO

DURAÇÃO: 2 H 30 M

Page 40: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

cam

inha

da

40

AO LONGO DE CERCA DE 10 EDIÇÕES IREMOS DAR A CONHECER UMA DAS ZONAS VERDES MAIS IMPORTANTE DA CIDADE DE LISBOA, O PARQUE FLORESTAL DE MONSANTO.

A Serra de Monsanto é habitada desde tempos pré-históricos. Esse facto é com-provado pelas numerosas descobertas arqueológicas efetuadas na sua área, destacando-se as estações de Montes Claros e de Vila Pouca. A floresta origi-nal terá começado a ser destruída, no momento em que a cidade de Lisboa iniciou o seu desenvolvimento.Hoje em dia, Monsanto é um local de destino para os lisboetas e, não só, para a prática de atividades de ar livre ou simplesmente de lazer. Está muito bem equipado para receber a popu-

lação e, devido à sua dimensão, as pes-soas podem escolher o local que mais lhes agrada sem terem que estar “aper-tados”.Nesta edição vamos apresentar um per-curso circular com cerca de 6 km de extensão e que não está sinalizado. O percurso é de dificuldade reduzida e interessante para um primeiro contacto com o Parque.

Parque Florestal de MonsantoEspaço com cerca de 900ha de vastas áreas de mata diversificada, o Parque

1

Page 41: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

41

Florestal de Monsanto oferece grandes potencialidades para o recreio passivo. A mata fechada nem sempre é um local acolhedor para o homem, no entanto, o seu contraste com a clareira e a aber-tura pontual de amplas vistas sobre a ci-dade e o rio, fazem do Parque Florestal de Monsanto um local muito atrativo do ponto de vista paisagístico.O Parque Florestal de Monsanto oferece um vasto conjunto de atividades. Aqui poderá descobrir uma série de trilhos para a prática de BTT, ou transformar-se num verdadeiro corredor, escalador

1. Ao longo de todo o trajeto temos diversos bancos para poder descansar.2. Os caminhos deste percurso são, na sua grande maioria, fora de estrada.3. Depois de um Inverno chuvoso a vegetação apresentasse deslumbrante.

ou até skater! Mas se pretender sim-plesmente descansar em família poderá realizar passeios pelos trilhos de Mon-santo, ou realizar um piquenique nos Parques de Merendas. O Parque disponibiliza, ainda, oferta di-rigida à comunidade educativa, incenti-vando-se a adoção de boas práticas no usufruto deste ecossistema florestal. O Parque dispõe de um Plano de Gestão Florestal, elaborado em 2010 e aprovado pela Autoridade Florestal Nacional em 2012, que se mantém em vigor, onde estão caracterizados todos

1 2

3

Page 42: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

cam

inha

da

42

4

Page 43: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

43

4

5

os aspetos geográficos do parque bem como os programas e critérios de intervenção. Fonte: C.M. de Lisboa

FloraO Parque Florestal de Monsanto é um espaço verde de grande interesse e variedade vegetal. Um pouco por todo o Parque, é possível observar várias espécies de carvalhos, facilmente identificáveis pelo fruto que dão – a bolota – afinal um bom petisco para os esquilos que aqui habitam.Pertencentes ao género Quercus, os carvalhos surgiram espontaneamente ou como resultado de plantações. Só neste parque, existem 6 espécies:

Sobreiro (Quercus suber L.);Azinheira (Quercus rotundifolia Lam);Carvalho-cerquinho (Quercus faginea Lam.);Carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.);Carvalho-roble (Quercus rubor L.);Carrasco (Quercus coccifera L.).Mas não fica por aqui, além destas espécies, encontra árvores como:Pinheiro-manso (Pinus pinea L.),Eucalipto (Eucaliptus globulus Labill.),Ulmeiro (Ulmus campestris)E arbustos como o Medronheiro (Ar-butus unedo) ou a Aroeira (Pistacia lentiscus L.), entre muitos outros.

4. Nesta caminhada os desníveis são pouco acentuados.5. Aspeto da Pedreira dos Cactos.

Page 44: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

cam

inha

da

446

6. Alameda que dá acesso ao renovado espaço de Montes Claros.7. Esculturas existentes no Jardim de Montes Claros.

7

Page 45: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

45

Page 46: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

468

9

Page 47: Revista Passear Versão Gratuita Nº 33

47

Informação útilCentro de Interpretação de MonsantoHorárioDe abril a setembro: de segunda a sexta-feira das 09h30 às 17h00; sábados das 09h30 às 18h00; domingos das 14h00 às 18h00De outubro a março: de segunda-feira a sábado das 9h30 às 17h00; domingos das 14h00 às 17h00Contacto / +351 218 170 200Localização / Estrada do Barcal, Monte das Perdizes – Lisboa

Veja também a Rota da Biodiversidade:http://passear.com/2011/05/rota-da-biodiversidade-pr1-lsb-descobrir-a-cidade-de-lisboa/

Para descarregar o track de GPS: http://ridewithgps.com/routes/3787942

8 e 9. Aspetos do Jardim de Montes Claros uma obra do Arq. Keil do Amaral, construído durante o Estado Novo.10. Um dos célebres moinhos de Monsanto.

9

10