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HSM107 – Saúde Materna e da Mulher Parto Fisiologia e Assistência Assistência ao pós-parto Nutrição no parto Pintura: Amanda Greavette Baseado em aulas de Simone G. Diniz, Flora Barbosa, Roberta Ferreira, Ana Cavalcanti

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Page 1: Parto e Puerpério Matutino.pdf

HSM107 ndash Sauacutede Materna e da Mulher

Parto

bull Fisiologia e Assistecircncia

bull Assistecircncia ao poacutes-parto

bull Nutriccedilatildeo no parto

Pintura Amanda Greavette Baseado em aulas de Simone G Diniz Flora Barbosa

Roberta Ferreira Ana Cavalcanti

Perguntas norteadoras

Aula sobre Trabalho de Parto e Parto

1 Como reconhecer o iniacutecio do trabalho de parto

2 Descreva as fases ou estaacutegios do trabalho de parto

3 De acordo com as melhores evidecircncias cientiacuteficas descreva e justifique - Que formas de assistecircncia devem ser estimuladas no trabalho de parto e parto

- Que formas de assistecircncia devem ser desestimuladas no trabalho de parto e parto

4 Quais as recomendaccedilotildees para a alimentaccedilatildeo durante o trabalho de parto

com base em evidecircncias

5 Porque no Brasil as taxas de cesaacuterea satildeo tatildeo altas e porque eacute tatildeo difiacutecil

ter um parto normal de verdade

6 Para os nascidos quais as potenciais consequecircncias nutricionais e

metaboacutelicas associadas ao modo de nascer (parto vaginal ou cesaacuterea) e

as doenccedilas crocircnicas associadas Justifique

Parto Normal Fisioloacutegico ou Espontacircneo

bull Definiccedilotildees

bull Estaacutegios ou Fases

bull Assistecircncia

Parto normal

Parto de iniacutecio espontacircneo baixo risco durante todo o processo

Objetivos

Matildee e bebecirc saudaacuteveis com o miacutenimo de intervenccedilatildeo compatiacutevel com a seguranccedila

(OMS 1996)

PARTO NORMAL PARTO VAGINAL

(Conceitos bem diferenciados em outros paiacuteses No Brasil satildeo usados erroneamente como sinocircnimos)

Um parto normal natildeo inclui

bull Induccedilatildeo eletiva do parto antes de 41 semanas

bull Analgesia raacutequi combinadas

bull Anestesia geral

bull Episiotomia de rotina

bull Monitoraccedilatildeo eletrocircnica contiacutenua (baixo risco)

bull Maacute apresentaccedilatildeo fetal

bull Foacuterceps ou vaacutecuo extraccedilatildeo

DIAGNOacuteSTICO DO TRABALHO DE PARTO

Como reconhecer o iniacutecio do trabalho de parto

bull ge 3 cm de dilataccedilatildeo + 2-3 contraccedilotildees eficientes10min

bull Ou 2 contraccedilotildees15min + 2 sinais dos seguintes sinais

Apagamento cervical

ge 3 cm de dilataccedilatildeo

Ruptura espontacircnea das membranas

(Bloomington (MN) Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI) 2007 ICSI)

FASES ESTAacuteGIOS PERIacuteODOS ETAPAS CLIacuteNICAS

DO TRABALHO DE PARTO E PARTO

bull Primeiro periacuteodo dilataccedilatildeo

bull Segundo periacuteodo expulsatildeo

bull Terceiro periacuteodo dequitaccedilatildeo

bull Quarto periacuteodo 1ordf hora apoacutes o parto

1ordm Estaacutegio

- Fase Latente 0 agrave 4 cm 2 contraccedilotildees em 10

minutos de 20 a 40 segundos de duraccedilatildeo

- Fase Ativa 4-5 a 10 cm 2 a 5 contraccedilotildees de 30 a

50 segundos de duraccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Dilataccedilatildeo

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 2: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Perguntas norteadoras

Aula sobre Trabalho de Parto e Parto

1 Como reconhecer o iniacutecio do trabalho de parto

2 Descreva as fases ou estaacutegios do trabalho de parto

3 De acordo com as melhores evidecircncias cientiacuteficas descreva e justifique - Que formas de assistecircncia devem ser estimuladas no trabalho de parto e parto

- Que formas de assistecircncia devem ser desestimuladas no trabalho de parto e parto

4 Quais as recomendaccedilotildees para a alimentaccedilatildeo durante o trabalho de parto

com base em evidecircncias

5 Porque no Brasil as taxas de cesaacuterea satildeo tatildeo altas e porque eacute tatildeo difiacutecil

ter um parto normal de verdade

6 Para os nascidos quais as potenciais consequecircncias nutricionais e

metaboacutelicas associadas ao modo de nascer (parto vaginal ou cesaacuterea) e

as doenccedilas crocircnicas associadas Justifique

Parto Normal Fisioloacutegico ou Espontacircneo

bull Definiccedilotildees

bull Estaacutegios ou Fases

bull Assistecircncia

Parto normal

Parto de iniacutecio espontacircneo baixo risco durante todo o processo

Objetivos

Matildee e bebecirc saudaacuteveis com o miacutenimo de intervenccedilatildeo compatiacutevel com a seguranccedila

(OMS 1996)

PARTO NORMAL PARTO VAGINAL

(Conceitos bem diferenciados em outros paiacuteses No Brasil satildeo usados erroneamente como sinocircnimos)

Um parto normal natildeo inclui

bull Induccedilatildeo eletiva do parto antes de 41 semanas

bull Analgesia raacutequi combinadas

bull Anestesia geral

bull Episiotomia de rotina

bull Monitoraccedilatildeo eletrocircnica contiacutenua (baixo risco)

bull Maacute apresentaccedilatildeo fetal

bull Foacuterceps ou vaacutecuo extraccedilatildeo

DIAGNOacuteSTICO DO TRABALHO DE PARTO

Como reconhecer o iniacutecio do trabalho de parto

bull ge 3 cm de dilataccedilatildeo + 2-3 contraccedilotildees eficientes10min

bull Ou 2 contraccedilotildees15min + 2 sinais dos seguintes sinais

Apagamento cervical

ge 3 cm de dilataccedilatildeo

Ruptura espontacircnea das membranas

(Bloomington (MN) Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI) 2007 ICSI)

FASES ESTAacuteGIOS PERIacuteODOS ETAPAS CLIacuteNICAS

DO TRABALHO DE PARTO E PARTO

bull Primeiro periacuteodo dilataccedilatildeo

bull Segundo periacuteodo expulsatildeo

bull Terceiro periacuteodo dequitaccedilatildeo

bull Quarto periacuteodo 1ordf hora apoacutes o parto

1ordm Estaacutegio

- Fase Latente 0 agrave 4 cm 2 contraccedilotildees em 10

minutos de 20 a 40 segundos de duraccedilatildeo

- Fase Ativa 4-5 a 10 cm 2 a 5 contraccedilotildees de 30 a

50 segundos de duraccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Dilataccedilatildeo

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 3: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Parto Normal Fisioloacutegico ou Espontacircneo

bull Definiccedilotildees

bull Estaacutegios ou Fases

bull Assistecircncia

Parto normal

Parto de iniacutecio espontacircneo baixo risco durante todo o processo

Objetivos

Matildee e bebecirc saudaacuteveis com o miacutenimo de intervenccedilatildeo compatiacutevel com a seguranccedila

(OMS 1996)

PARTO NORMAL PARTO VAGINAL

(Conceitos bem diferenciados em outros paiacuteses No Brasil satildeo usados erroneamente como sinocircnimos)

Um parto normal natildeo inclui

bull Induccedilatildeo eletiva do parto antes de 41 semanas

bull Analgesia raacutequi combinadas

bull Anestesia geral

bull Episiotomia de rotina

bull Monitoraccedilatildeo eletrocircnica contiacutenua (baixo risco)

bull Maacute apresentaccedilatildeo fetal

bull Foacuterceps ou vaacutecuo extraccedilatildeo

DIAGNOacuteSTICO DO TRABALHO DE PARTO

Como reconhecer o iniacutecio do trabalho de parto

bull ge 3 cm de dilataccedilatildeo + 2-3 contraccedilotildees eficientes10min

bull Ou 2 contraccedilotildees15min + 2 sinais dos seguintes sinais

Apagamento cervical

ge 3 cm de dilataccedilatildeo

Ruptura espontacircnea das membranas

(Bloomington (MN) Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI) 2007 ICSI)

FASES ESTAacuteGIOS PERIacuteODOS ETAPAS CLIacuteNICAS

DO TRABALHO DE PARTO E PARTO

bull Primeiro periacuteodo dilataccedilatildeo

bull Segundo periacuteodo expulsatildeo

bull Terceiro periacuteodo dequitaccedilatildeo

bull Quarto periacuteodo 1ordf hora apoacutes o parto

1ordm Estaacutegio

- Fase Latente 0 agrave 4 cm 2 contraccedilotildees em 10

minutos de 20 a 40 segundos de duraccedilatildeo

- Fase Ativa 4-5 a 10 cm 2 a 5 contraccedilotildees de 30 a

50 segundos de duraccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Dilataccedilatildeo

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 4: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Parto normal

Parto de iniacutecio espontacircneo baixo risco durante todo o processo

Objetivos

Matildee e bebecirc saudaacuteveis com o miacutenimo de intervenccedilatildeo compatiacutevel com a seguranccedila

(OMS 1996)

PARTO NORMAL PARTO VAGINAL

(Conceitos bem diferenciados em outros paiacuteses No Brasil satildeo usados erroneamente como sinocircnimos)

Um parto normal natildeo inclui

bull Induccedilatildeo eletiva do parto antes de 41 semanas

bull Analgesia raacutequi combinadas

bull Anestesia geral

bull Episiotomia de rotina

bull Monitoraccedilatildeo eletrocircnica contiacutenua (baixo risco)

bull Maacute apresentaccedilatildeo fetal

bull Foacuterceps ou vaacutecuo extraccedilatildeo

DIAGNOacuteSTICO DO TRABALHO DE PARTO

Como reconhecer o iniacutecio do trabalho de parto

bull ge 3 cm de dilataccedilatildeo + 2-3 contraccedilotildees eficientes10min

bull Ou 2 contraccedilotildees15min + 2 sinais dos seguintes sinais

Apagamento cervical

ge 3 cm de dilataccedilatildeo

Ruptura espontacircnea das membranas

(Bloomington (MN) Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI) 2007 ICSI)

FASES ESTAacuteGIOS PERIacuteODOS ETAPAS CLIacuteNICAS

DO TRABALHO DE PARTO E PARTO

bull Primeiro periacuteodo dilataccedilatildeo

bull Segundo periacuteodo expulsatildeo

bull Terceiro periacuteodo dequitaccedilatildeo

bull Quarto periacuteodo 1ordf hora apoacutes o parto

1ordm Estaacutegio

- Fase Latente 0 agrave 4 cm 2 contraccedilotildees em 10

minutos de 20 a 40 segundos de duraccedilatildeo

- Fase Ativa 4-5 a 10 cm 2 a 5 contraccedilotildees de 30 a

50 segundos de duraccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Dilataccedilatildeo

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 5: Parto e Puerpério Matutino.pdf

PARTO NORMAL PARTO VAGINAL

(Conceitos bem diferenciados em outros paiacuteses No Brasil satildeo usados erroneamente como sinocircnimos)

Um parto normal natildeo inclui

bull Induccedilatildeo eletiva do parto antes de 41 semanas

bull Analgesia raacutequi combinadas

bull Anestesia geral

bull Episiotomia de rotina

bull Monitoraccedilatildeo eletrocircnica contiacutenua (baixo risco)

bull Maacute apresentaccedilatildeo fetal

bull Foacuterceps ou vaacutecuo extraccedilatildeo

DIAGNOacuteSTICO DO TRABALHO DE PARTO

Como reconhecer o iniacutecio do trabalho de parto

bull ge 3 cm de dilataccedilatildeo + 2-3 contraccedilotildees eficientes10min

bull Ou 2 contraccedilotildees15min + 2 sinais dos seguintes sinais

Apagamento cervical

ge 3 cm de dilataccedilatildeo

Ruptura espontacircnea das membranas

(Bloomington (MN) Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI) 2007 ICSI)

FASES ESTAacuteGIOS PERIacuteODOS ETAPAS CLIacuteNICAS

DO TRABALHO DE PARTO E PARTO

bull Primeiro periacuteodo dilataccedilatildeo

bull Segundo periacuteodo expulsatildeo

bull Terceiro periacuteodo dequitaccedilatildeo

bull Quarto periacuteodo 1ordf hora apoacutes o parto

1ordm Estaacutegio

- Fase Latente 0 agrave 4 cm 2 contraccedilotildees em 10

minutos de 20 a 40 segundos de duraccedilatildeo

- Fase Ativa 4-5 a 10 cm 2 a 5 contraccedilotildees de 30 a

50 segundos de duraccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Dilataccedilatildeo

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 6: Parto e Puerpério Matutino.pdf

DIAGNOacuteSTICO DO TRABALHO DE PARTO

Como reconhecer o iniacutecio do trabalho de parto

bull ge 3 cm de dilataccedilatildeo + 2-3 contraccedilotildees eficientes10min

bull Ou 2 contraccedilotildees15min + 2 sinais dos seguintes sinais

Apagamento cervical

ge 3 cm de dilataccedilatildeo

Ruptura espontacircnea das membranas

(Bloomington (MN) Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI) 2007 ICSI)

FASES ESTAacuteGIOS PERIacuteODOS ETAPAS CLIacuteNICAS

DO TRABALHO DE PARTO E PARTO

bull Primeiro periacuteodo dilataccedilatildeo

bull Segundo periacuteodo expulsatildeo

bull Terceiro periacuteodo dequitaccedilatildeo

bull Quarto periacuteodo 1ordf hora apoacutes o parto

1ordm Estaacutegio

- Fase Latente 0 agrave 4 cm 2 contraccedilotildees em 10

minutos de 20 a 40 segundos de duraccedilatildeo

- Fase Ativa 4-5 a 10 cm 2 a 5 contraccedilotildees de 30 a

50 segundos de duraccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Dilataccedilatildeo

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 7: Parto e Puerpério Matutino.pdf

FASES ESTAacuteGIOS PERIacuteODOS ETAPAS CLIacuteNICAS

DO TRABALHO DE PARTO E PARTO

bull Primeiro periacuteodo dilataccedilatildeo

bull Segundo periacuteodo expulsatildeo

bull Terceiro periacuteodo dequitaccedilatildeo

bull Quarto periacuteodo 1ordf hora apoacutes o parto

1ordm Estaacutegio

- Fase Latente 0 agrave 4 cm 2 contraccedilotildees em 10

minutos de 20 a 40 segundos de duraccedilatildeo

- Fase Ativa 4-5 a 10 cm 2 a 5 contraccedilotildees de 30 a

50 segundos de duraccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Dilataccedilatildeo

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 8: Parto e Puerpério Matutino.pdf

1ordm Estaacutegio

- Fase Latente 0 agrave 4 cm 2 contraccedilotildees em 10

minutos de 20 a 40 segundos de duraccedilatildeo

- Fase Ativa 4-5 a 10 cm 2 a 5 contraccedilotildees de 30 a

50 segundos de duraccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Dilataccedilatildeo

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 9: Parto e Puerpério Matutino.pdf

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Dilataccedilatildeo

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 10: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Dilataccedilatildeo

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 11: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Descida

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 12: Parto e Puerpério Matutino.pdf

2ordm Estaacutegio

bull Dilataccedilatildeo completa rarr nascimento

bull Duraccedilatildeo de 60 a 90 min em nuliacuteparas e de 20 a 45

min em multiacuteparas

bull Puxos espontacircneos

bull Estimular liberdade de posiccedilatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 13: Parto e Puerpério Matutino.pdf

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO

E PERIacuteODO EXPULSIVO

2ordm Estaacutegio

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 14: Parto e Puerpério Matutino.pdf

httpbrasilbabycentercoma-gravidez-por-dentro-o-parto-normal

Animaccedilatildeo

1ordm e 2ordm Estaacutegios do Trabalho de Parto

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 15: Parto e Puerpério Matutino.pdf

PERIacuteODO DE DILATACcedilAtildeO E

PERIacuteODO EXPULSIVO

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 16: Parto e Puerpério Matutino.pdf

3ordm Estaacutegio

bull Do nascimento do bebecirc ateacute a expulsatildeo da

placenta (dequitaccedilatildeo delivramento ou secundamento)

bull Observar saiacuteda e

integridade da placenta

bull Observar perdas

sanguiacuteneas

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 17: Parto e Puerpério Matutino.pdf

4ordm Estaacutegio Periacuteodo de Greenberg

Apoacutes expulsatildeo da placenta ateacute estabilizaccedilatildeo (+- 1 hora)

bull Observar sangramento

bull Globo de Seguranccedila de Pinard

bull Sinais Vitais

bull Incentivar Aleitamento materno

bull Clampeamento tardio do cordatildeo

ESTAacuteGIOS DO TRABALHO DE PARTO

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 18: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Assistecircncia ao parto normal

evidecircncias cientiacuteficas

Formas de assistecircncia que devem ser

estimuladas e as que devem ser

desestimuladas ou abolidas

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 19: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Evidecircncias cientiacuteficas

Archie Cochrane (1909-1988)

Passou entatildeo a mobilizar os profissionais de sauacutede ao uso de praacuteticas norteada por provas concretas experimentais e estudos abrangentes da aplicabilidade = Medicina Baseada em Evidecircncias A praacutetica de medicina baseada em evidecircncias mais tarde foi definida pelo professor David Sackett (1996) como o uso consciente expliacutecito e judicioso da melhor evidecircncia atual disponiacutevel para tomar decisotildees sobre o cuidado de pacientes individuais

Sua experiecircncia na II Guerra Mundial levou-o a acreditar que grande parte dos tratamentos feitos pela medicina natildeo tinham provas suficientes para justificar seu uso

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 20: Parto e Puerpério Matutino.pdf

GRAU DE RECOMENDACcedilAtildeO E FORCcedilA DA EVIDEcircNCIA

O que satildeo evidecircncias cientiacuteficas

Hierarquia de evidecircncias

A Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistecircncia

B Estudos experimentais ou observacionais de menor consistecircncia

C Relatos de casos (estudos de consistecircncia natildeo controlada)

D Opiniatildeo desprovida de avaliaccedilatildeo criacutetica baseada em consensos

estudos fisioloacutegicos ou de modelos animais

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL BASEADA EM

EVIDEcircNCIAS CIENTIacuteFICAS Guia para o cuidado Efetivo na Gravidez e Parto ndash Enkin e cols

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 21: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Revisotildees Sistemaacuteticas consideradas o niacutevel mais elevado de ldquominimizaccedilatildeo de viesesrdquo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 22: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 23: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Orientaccedilatildeo claacutessica

bull Dieta zero durante todo o trabalho de parto abstenccedilatildeo de liacutequidos e

alimentos

bull Objetivo prevenir a aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na eventual

necessidade de anestesia geral (Siacutendrome de Mendelson)

(Hofmeyr GJ Evidence-based intrapartum care

Best Practice amp Research Clinical Obstetrics and Gynecology 2005 19 103-15)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 24: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Achados

bull Restriccedilatildeo da ingesta de liacutequidos e alimentos

durante o TP natildeo garante menor conteuacutedo

estomacal (McKAY amp MAHAN 1988)

bull Risco de aspiraccedilatildeo ndash relacionado ao risco de

anestesia geral

bull Esse risco eacute miacutenimo no parto de baixo-risco

bull Efeitos deleteacuterios do jejum para o binocircmio matildee-feto

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 25: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Desidrataccedilatildeo e cetose

bull Hipoglicemia materna

bull Comprometimento do bem-estar fetal

bull Frequente tratamento com soluccedilatildeo glicosada

bull Problemas associados agrave infusatildeo excessiva de soro glicosado

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 26: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Efeitos deleteacuterios do jejum

bull Aumento da glicemia fetal rarr reduccedilatildeo do pH da arteacuteria umbilical

bull Hiperinsulinismo fetal rarr HIPOGLICEMIA NEONATAL e aumento

de lactato (hiperacidez desconforto)

bull Hiponatremia materna e neonatal

bull Esses eventos satildeo bem mais frequentes que o risco teoacuterico de

aspiraccedilatildeo do conteuacutedo gaacutestrico na anestesia geral

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 27: Parto e Puerpério Matutino.pdf

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull Avaliar risco anesteacutesico (haacute possibilidade de anestesia geral)

bull Avaliar necessidade de repor as fontes de energia para garantir o

bem-estar materno e fetal

bull Permitir ingesta agrave gestante de baixo-risco (liacutequidos claros alimentos leves)

bull Respeitar as concepccedilotildees populares regionais

ldquoJejum natildeo eacute recomendado de rotina em pacientes de Baixo Risco Natildeo haacute evidecircncias da necessidade de restringir ou proibir dietardquo

Restrincting oral fluid and food intake during labour (Protocol for a Cochrane Review 2007)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

Dieta no trabalho de parto

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 28: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Supostos benefiacutecios

bull Estiacutemulo das contraccedilotildees uterinas

bull O intestino vazio facilita a descida da cabeccedila

bull Reduccedilatildeo da contaminaccedilatildeo no periacuteodo expulsivo

bull Reduccedilatildeo do risco de infecccedilatildeo materna e neonatal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 29: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Desvantagens

bull Incocircmodo

bull Considerado constrangedor por diversas mulheres

bull Pequeno risco de lesatildeo intestinal

bull Risco de eliminaccedilatildeo de fezes liquefeitas no periacuteodo

expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 30: Parto e Puerpério Matutino.pdf

bull Ausecircncia de efeitos sobre infecccedilatildeo neonatal e puerperal

bull Natildeo previne a eliminaccedilatildeo de fezes no 1ordm e no 2ordm estaacutegio do TP

bull Natildeo afeta a duraccedilatildeo do trabalho de parto nem a dinacircmica uterina

Natildeo haacute evidecircncias suficientes para recomendar sua indicaccedilatildeo de rotina

Metanaacutelise (COCHRANE 2008)

(CUERVO RODRIGUEZ amp DELGADO 1999)

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 31: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Conclusotildees (OMS)

bull Natildeo haacute vantagens na realizaccedilatildeo rotineira de enemas

durante o trabalho de parto

bull Muitas mulheres julgam a enteroacuteclise constrangedora

bull Agrave luz das evidecircncias atuais essa praacutetica pode ser

considerada DESNECESSAacuteRIA

bull Natildeo deve ser realizada de rotina na assistecircncia ao parto

exceto se for solicitada pela parturiente

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ENEMA ROTINEIRO

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 32: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Supostos benefiacutecios (JOHNSTON amp SIDALL 1922 KANTOR ET AL 1965)

bull Higiene

bull Reduccedilatildeo da infecccedilatildeo na cesaacuterea e no parto normal

bull Facilita a sutura perineal

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 33: Parto e Puerpério Matutino.pdf

RESUMO DAS EVIDEcircNCIAS ATUAIS

bull Natildeo existem evidecircncias que recomendem sua utilizaccedilatildeo

rotineira

bull Em cirurgia jaacute estaacute comprovado o aumento do risco de

infecccedilatildeo quando mais de uma hora transcorre entre a

tricotomia e a incisatildeo da pele

bull O procedimento aumenta o risco de infecccedilatildeo por HIV e

hepatite para a parturiente e para o pessoal de sauacutede

ldquoNAtildeO eacute necessaacuteria de rotinardquo (A) Basevi V Lavender T Routine perineal shaving on admission in labour (Cochrane Review) In

The Cochrane Library Issue 4 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 34: Parto e Puerpério Matutino.pdf

RECOMENDACcedilOtildeES (OMS)

bull NAtildeO REALIZAR TRICOTOMIA DE ROTINA

bull Evitar tricotomia para os partos normais salvo se for

solicitado pela parturiente (devem ser explicados os riscos e

a falta de necessidade)

bull Caso se verifique indicaccedilatildeo de cesaacuterea realizar a tricotomia

DO LOCAL DA INCISAtildeO imediatamente antes do

procedimento

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

TRICOTOMIA

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 35: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Corte da vulva e vagina que se supunha que facilitaria o parto e protegeria o bebecirc e a vida sexual da mulher Natildeo protege e ainda gera mais dor disfunccedilatildeo sexual e dificuldade de amamentar

Conceito atual

bull Trauma perineal provocado

bull Natildeo deve ser usada de rotina ( A )

bull Uso deve ser muito criterioso pois o

trauma genital deve ser prevenido

Episiotomy for vaginal birth In The Cochrane Library Issue 1 2007 Oxford Update Software Carroli G

Belizan J

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 36: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Episiotomia sem consentimento da mulher eacute considerada uma forma de violecircncia

Projeto 14 ndash Carla Reiter - httpcarlaraitercom1em4galeria

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 37: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 38: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PARTO SEM EPISIOTOMIA

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 39: Parto e Puerpério Matutino.pdf

bull Perda de sangue menor

bull Menor quantidade de fios de sutura

bull Episiotomia NAtildeO eacute mais faacutecil de reparar do que laceraccedilotildees

espontacircneas

bull Episiotomia JAacute eacute uma laceraccedilatildeo de 2ordm grau

bull Episiotomia NAtildeO previne distopias

bull Episiotomia NAtildeO encurta o 2ordm estaacutegio do parto

bull Episiotomia NAtildeO melhora os escores de Apgar

bull Dor local edema e dispareunia mais frequumlentes

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

EPISIOTOMIA SELETIVA X ROTINEIRA

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 40: Parto e Puerpério Matutino.pdf

bull OMS indica taxas de no maacuteximo 10 de episiotomias

bull Marden Wagner 1999 MUTILACcedilAtildeO GENITAL FEMININA

bull Natildeo haacute evidecircncias cliacutenicas corroborando qualquer indicaccedilatildeo

de episiotomia ldquoameaccedila de ruptura perineal graverdquo distocia

de ombros sofrimento fetal parto prematuro parto peacutelvico

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

QUANDO A EPISIOTOMIA Eacute NECESSAacuteRIA

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 41: Parto e Puerpério Matutino.pdf

bull Lei nordm 11108 de 2005

bull Reduz a necessidade de analgesia

bull Reduz a necessidade de parto operatoacuterio

bull Maior grau de satisfaccedilatildeo materna

bull Maiores benefiacutecios suporte contiacutenuo e precoce

bull Todas as mulheres devem ter apoio contiacutenuo durante o

trabalho de parto e o parto

Cochrane Review 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

ACOMPANHANTE

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 42: Parto e Puerpério Matutino.pdf

bull Natildeo deve ser recomendada de rotina (A)

bull Natildeo houve evidecircncia em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do 1ordm

estaacutegio do TP satisfaccedilatildeo materna e escores de Apgar no

5ordm minuto

bull Tendecircncia a aumento do risco de uma operaccedilatildeo

cesariana

Cochrane Review 2007

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

AMNIOTOMIA

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 43: Parto e Puerpério Matutino.pdf

bull OMS natildeo recomenda infusatildeo rotineira de ocitocina em parturientes saudaacuteveis (D)

bull uarr necessidade de monitorizaccedilatildeo e vigilacircncia (A)

Pattinson RC Howarth GR Mdluli W Macdonald AP Makin JD Funk M Aggressive

or expectant management of labour a randomised clinical trial BJOG 2003 110 457-61

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

OCITOCINA

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 44: Parto e Puerpério Matutino.pdf

bull ldquoPosiccedilatildeo supina pode ter efeitos fisioloacutegicos adversos

p matildee feto e progresso do trabalho de partordquo (B)

bull ldquoA deambulaccedilatildeo pode aumentar o controle de seu TP

prover distraccedilatildeo e facilitar suporte interaccedilatildeo com o

acompanhante aleacutem de reduzir necessidade de

analgesia e indicaccedilatildeo da cesaacutereardquo (A)

Hodnett ED Gates S Hofmeyr GJ Sakala C Continuous support for women during childbirth

(Cochrane Review) In The Cochrane Library Issue 4 2007 Oxford Update Software

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

DEAMBULACcedilAtildeO

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 45: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 46: Parto e Puerpério Matutino.pdf

bull Acupuntura

bull Hipnose

bull Audioanalgesia

bull Aromaterapia

bull Musicoterapia

bull Massagens

bull Hidroterapia

bull APOIO

bull Banho

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 47: Parto e Puerpério Matutino.pdf

ACUPUNTURA E HIPNOSE

bull Podem ser beneacuteficos no manejo da dor do trabalho

de parto

bull Poucas das terapias alternativas foram avaliadas

com estudos adequados e em um nuacutemero

suficiente de mulheres

Complementary and alternative therapies for pain management in labour Smith CA Collins CT Cyna AM Crowther CA The Cochrane Library2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 48: Parto e Puerpério Matutino.pdf

IMERSAtildeO EM AacuteGUA

bull Durante o primeiro estaacutegio do parto reduz efetivamente a dor

bull Natildeo haacute diferenccedila em relaccedilatildeo agrave duraccedilatildeo do TP parto operatoacuterio e resultados neonatais

Immersion in water in pregnancy labour and birth Cluett E R Nikodem VC McCandlish RE Burns EE The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Natildeo farmacoloacutegicos

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 49: Parto e Puerpério Matutino.pdf

ANALGESIA PERIDURAL

bull Foi efetiva em aliviar a dor do parto

bull Existe risco maior de parto instrumental

bull Natildeo houve diferenccedila em relaccedilatildeo a incidecircncia de cesaacutereas e

escores de Aacutepgar

Epidural versus non-epidural or no analgesia in labour Anim-Somuah M Smyth R Howell CThe

Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 50: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Peridural x analgesia combinada (raqui+peri)

bull Iniacutecio de accedilatildeo mais raacutepido

bull Maior satisfaccedilatildeo materna

bull Prurido

bull Natildeo houve diferenccedila foacuterceps morbidade materna cefaleacuteia poacutes-raqui cesaacuterea ou admissatildeo de RN em UTI

Combined spinal-epidural versus epidural analgesia in labour Hughes D Simmons SW Brown J Cyna AM The Cochrane Library 2008

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

MEacuteTODOS DE ALIacuteVIO DA DOR Farmacoloacutegicos

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 51: Parto e Puerpério Matutino.pdf

bull Ocitocina de rotina alto risco materno e neonatal

bull Manobra de Kristeller muito comum tanto no SUS como no setor privado Alto risco agrave matildee e bebecirc

bull Litotomia e influecircncia sobre a evoluccedilatildeo do periacuteodo expulsivo

Assistecircncia ao parto baseada em evidecircncias cientiacuteficas

PREVENCcedilAtildeO DA DOR IATROGEcircNICA

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 52: Parto e Puerpério Matutino.pdf

RECOMENDACcedilOtildeES DA OMS

bull As cesaacutereas satildeo fundamentais em qualquer bom sistema

de sauacutede ndash o problema eacute o abuso

bull Em mulheres saudaacuteveis estaacute associada a riscos

aumentados de hemorragias infecccedilotildees prematuridade

desconforto respiratoacuterio etc

bull Cesaacuterea deve corresponder a no maacuteximo 15 dos partos

bull BRASIL 34 dos partos (2000) 418 (2005) 54

(2012) cima de 85 no setor privado chegando a 100

em algumas cidades

Assistecircncia ao parto no Brasil

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 53: Parto e Puerpério Matutino.pdf

ASSISTEcircNCIA AO PARTO NORMAL

Taxas de cesaacuterea em diversos paiacuteses do mundo

Brasil MS e ANS 2004

Argentina Pesquisa Encuesta de Condiciones de Vida 2001-Dalud

Demais Paiacuteses Health at Glance OECD Indicators 2005 In OECD Publishing

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 54: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Por que no Brasil as taxas de cesaacutereas desnecessaacuterias satildeo tatildeo altas e por que eacute tatildeo difiacutecil ter um parto

normal de verdade

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 55: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Porque eacute tatildeo difiacutecil ter um parto normal no Brasil

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 56: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Documentaacuterio ndash O Renascimento do parto

Em cartaz em Satildeo Paulo

ldquoChega de parto violento para vender cesaacutereardquo

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 57: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Assistecircncia agressiva (alta taxa de intervenccedilotildees dolorosas e invasivas no parto normal) ndash cesaacuterea como defesa

Desinformaccedilatildeo da sociedade ndash parto como processo natural

Despreparo psicoloacutegico e cultural da mulher marido e da famiacutelia para o parto vaginal

Falha na qualidade de informaccedilotildees durante preacute-natal

Medo (realista) de sentir dor e dor iatrogecircnica

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo ciruacutergica do obstetra e desestiacutemulo ou mesmo proibiccedilatildeo de obstetrizes e enfermeiras obstetras

Comodidade controle rapidez

Conflitos de interesse cesaacuterea aumenta a produtividade e a lucratividade

Proibiccedilatildeo da cobertura de parto normal

Privaccedilatildeo de direitos maior no parto normal (a acompanhantes a privacidade a escolha informada)

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 58: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Razotildees

Financeiras

Praacuteticas

Desconhecimento

Poder

Gecircnero

ABUSO DE CESAacuteREAS ndash PROBLEMA

COMPLEXO E MULTIFATORIAL

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 59: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Gecircnero e seus sentidos no parto Gecircnero como hierarquia bull Limpo x sujo superior x inferior primitivo x civilizado decente x

indecente seguro x inseguro

Gecircnero e evidecircncias bull No caso brasileiro quando as evidecircncias cientiacuteficas estatildeo em conflito

com os vieses de gecircnero estes satildeo mais importantes na organizaccedilatildeo das praacuteticas de sauacutede (Diniz 2009)

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 60: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Cultura e o que chamamos ldquopartordquo

Gecircnero maneiras culturais de interpretar as noccedilotildees de corpo feminino masculino e tambeacutem da anatomia e fisiologia - do parto inclusive

Os vieses de gecircnero modulam a assistecircncia e a pesquisa no campo da sauacutede materna e se expressam pela

bull subestimaccedilatildeo dos benefiacutecios do parto fisioloacutegico e da importacircncia dos aspectos psico-sociais do parto

bull superestimaccedilatildeo dos benefiacutecios da tecnologia para ldquocorrigirrdquo o parto (ldquoabordagem correcionalrdquo)

bull subestimaccedilatildeo ou na negaccedilatildeo dos desconfortos e efeitos adversos das intervenccedilotildees na sauacutede materna e infantil

bull Estes vieses se expressam no que eacute visiacutevel ou invisiacutevel nas variaacuteveis (cegueira de gecircnero dos modelos explicativos)

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 61: Parto e Puerpério Matutino.pdf

O paradoxo Perinatal - Diniz

Uma vez que observados avanccedilos no acesso dos serviccedilos de sauacutede e oferta de tecnologia natildeo necessariamente tivemos melhoria na mortalidade materna

Esse termo eacute originalmente atribuiacutedo a Rosemblatt(Rosenblatt 1989) no texto ldquoO paradoxo perinatal fazendo mais e conseguindo menosrdquo primeiramente aplicado aos bebecircs mas se aplica tambeacutem agrave sauacutede materna

Para analisa esse paradoxo seria preciso ldquoentender os fatores que levam aos profissionais a adotar um estilo de praacutetica cliacutenica que natildeo atende necessariamente nem aos melhores interesses dos indiviacuteduos nem da sociedade () desencadeando intervenccedilotildees inapropriadas e causando danos iatrogecircnicosrdquo(Diniz 2009)

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 62: Parto e Puerpério Matutino.pdf

O paradoxo Perinatal - Diniz

No Brasil vemos o adoecimento e morte pela falta de tecnologia apropriada e o adoecimento e morte Poe excesso de tecnologia inapropriada Haacute um aumento na prematuridade e baixo peso ao nascer e haacute desfechos menos favoraacuteveis para termos nascidos entre 37 e 39 semanas do que entre 40 e 42 semanas A ocitocina entrou para a lista das 12 drogas cujo uso eacute associado a erros graves e vem sido utilizada de forma irresponsaacutevel e se associa a resultados perinatais desfavoraacuteveis Sobre a cesaacuterea taxas abaixo de 1 e acima de 15 provocam mais dano que benefiacutecio e que taxas mais elevadas estatildeo associadas a com um aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal No Brasil esta taxa chega a 80 em alguns hospitais e o MS e a ANS jaacute tiveram iniciativas no sentido de diminuir essas taxas

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 63: Parto e Puerpério Matutino.pdf

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO Dados do Inqueacuterito

Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra

de Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Regiatildeo

Norte 922 649 451 350 372 12 481

Nordeste 917 645 475 424 419 30 469

Sudeste 936 763 542 401 572 173 565

Sul 944 702 486 334 576 70 543

Centro-oeste 965 659 423 432 592 76 601

Localidade

Interior 947 691 482 415 516 68 503

Capital 892 701 456 330 469 134 561

Plano de

sauacutede

Natildeo 933 686 512 384 489 61 436

Sim 939 745 475 398 613 252 792

Idade

lt 20 933 703 470 465 615 92 380

20 a 34 934 690 483 370 476 89 544

ge 35 920 711 543 345 366 95 659

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 64: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Litotomia Punccedilatildeo

Venosa Ocitocina

Manobra de

Kristeler Episiotomia Analgesia

Parto

cesariana

Escolaridade

Menos que EF 924 660 520 388 389 61 370

EF completo 939 690 485 386 534 75 451

EM completo 941 736 460 400 589 112 607

ES completo 905 734 424 431 638 368 854

Cor da pele

Branca 936 723 463 389 571 134 628

Preta 894 701 470 383 503 78 456

Pardamorena

mulata 936 681 481 395 472 73 474

Amarelaorient

al 936 682 460 429 527 101 530

Indiacutegena 984 700 458 295 338 114 286

Paridade

Primiacutepara 936 760 517 522 688 127 561

Secundiacutepara 933 653 462 332 486 87 538

Terceiro parto 936 652 470 281 315 51 495

4 partos ou

mais 917 626 472 246 162 28 355

INTERVENCcedilOtildeES DURANTE O PARTO

Dados do Inqueacuterito Nacional Nascer no Brasil (2011-12)

Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

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Locais de parto

bull Hospital

bull Centro obsteacutetricociruacutergico

bull Centro de parto normal

bull Salas PPP (Preacute-parto Parto e Puerpeacuterio imediato)

bull Domiciacutelio

bull Casas de parto

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 66: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Em recente revisatildeo sistemaacutetica da Cochrane HODNETT et al (2010) compararam os CPN (que chamaram de alternativos) com os centros obsteacutetricos tradicionais Concluiacuteram que o modelo alternativo foi associado com risco reduzido de intervenccedilotildees meacutedicas aumento da probabilidade de parto vaginal espontacircneo aumento da satisfaccedilatildeo materna maior probabilidade de amamentaccedilatildeo apoacutes o parto e sem riscos aparentes para a matildee e bebecirc

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

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Page 67: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Modelos assistenciais ndash Davis-Floyd

1 Modelo tecnocraacutetico

2 Modelo humaniacutestico

3 Modelo holiacutestico

Robbie Davis-Floyd eacute antropoacuteloga americana especialista em antropologia do Nascimento

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

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Page 68: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Modelos assistenciais modelo tecnocraacutetico

1 Separaccedilatildeo mente-corpo 2 corpo como maacutequina 3 O paciente como objeto 4 Alienaccedilatildeo do profissional em relaccedilatildeo ao

paciente 5 Diagnoacutestico e tratamento de fora para dentro 6 Organizaccedilatildeo hieraacuterquica 7 Padronizaccedilatildeo dos cuidados 8 A autoridade e a responsabilidade satildeo do

profissional natildeo da paciente 9 Valorizaccedilatildeo excessiva da ciecircncia e da tecnologia 10 Intervenccedilotildees agressivas com ecircnfases em

resultados em curto prazo 11 Morte como fracasso 12 A intoleracircncia para com outras modalidades

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

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Page 69: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Modelos assistenciais modelo humaniacutestico

1 A conexatildeo mente-corpo 2 O corpo como organismo 3 O paciente como sujeito de relaccedilatildeo 4 Relaccedilatildeo e cuidados entre o profissional e a

paciente 5 Diagnose e cura de fora para dentro e de

dentro para fora 6 Equiliacutebrio entre as necessidades do indiviacuteduo e

as da instituiccedilatildeo 7 Informaccedilatildeo tomada de decisatildeo e

responsabilidade repartida entre o profissional e a paciente

8 Ciecircncia e tecnologia contrabalanccedilada pela humanizaccedilatildeo

9 Enfoque na prevenccedilatildeo 10 A morte como uma possibilidade aceitaacutevel 11 Cuidados movidos pela empatia e compaixatildeo 12 Mentalidade aberta frente outras modalidades

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

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Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

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Page 70: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Modelos assistenciais modelo holiacutestico

1 Unicidade de corpo-mente-espiacuterito 2 O corpo como um sistema de energia conectado

com outros sistemas de energia 3 Curar a pessoa inteira em seu inteiro contexto de

vida 4 Unidade essencial entre o profissional e o cliente 5 Diagnoses e cura de dentro para fora 6 Individualizaccedilatildeo dos cuidados 7 Autoridade e responsabilidade inerente ao indiviacuteduo 8 Ciecircncia e tecnologia colocadas a serviccedilo dos

indiviacuteduos 9 Visatildeo em longo prazo na criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

sauacutede e do bem estar 10 Morte como uma etapa do processo 11 Foco na cura e natildeo nos bens ndash altruiacutesmo 12 Convivecircncia de muacuteltiplas modalidades de cura

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

Viacutedeos

Page 71: Parto e Puerpério Matutino.pdf

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto

A alimentaccedilatildeo tambeacutem tem papel importante

na vida da matildee

Ela deve manter uma dieta balanceada

capaz de fornecer a energia e proteiacutenas

necessaacuterias para o bom funcionamento do

organismo e para a produccedilatildeo de leite

Este natildeo eacute o momento certo para regimes

radicais

O melhor eacute aliar um bom cardaacutepio a

atividades fiacutesicas regulares

Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

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Alimentaccedilatildeo no Poacutes-Parto Procurar alimentos ricos em proteiacutenas como

carnes magras peixes queijos ovos leite e leguminosas

Fibras vegetais (encontradas em legumes frutas verduras e cereais integrais) e sais minerais (obtidos em carnes magras cereais integrais frutas verduras legumes e leite) tambeacutem devem fazer parte da alimentaccedilatildeo Reforccedilar as fontes de caacutelcio

Os liacutequidos devem ser ingeridos em abundacircncia

A nova matildee pode deixar de fora alimentos com muito accediluacutecar farinhas refinadas frituras e condimentos aleacutem de evitar o excesso de bebidas alcooacutelicas e refrigerantes

Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

httpgemasuspblogspotcombrpmaterial-didaticohtml

Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

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Orientaccedilotildees no puerpeacuterio

Auxiliar na transiccedilatildeo graacutevida-matildee Ajudar e apoiar o retorno da mulher ao

estado preacute-graviacutedico (peso tocircnus atividades relaccedilotildees sexualidade)

Avaliar e identificar possiacuteveis anormalidades (mamas sangramentos infecccedilatildeo)

Orientar a mulher e a famiacutelia sobre os cuidados com o bebecirc

Orientar a mulher sobre auto-cuidado Deve-se dar atenccedilatildeo especial ao repouso nutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo eliminaccedilatildeo exerciacutecios medidas de conforto cicatrizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo de sinais precoces de complicaccedilotildees

Primal Health Research - Odent

O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

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Cesaacuterea httpwwwyoutubecomwatchv=KNQu1NRidtU Parto Normal hospitalar httpwwwyoutubecomwatchv=D9ibAay4n9Y Parto Normal humanizado domisciliar httpswwwfacebookcomvideoembedvideo_id=1375296502696702 Parto Normal auto assistido httpwwwyoutubecomwatchv=mKObAdk4gJY

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O periacuteodo primal compreende a vida fetal periacuteodo perinatal e primeiro ano de vida

Estuda as consequecircncias desse periacuteodo na vida de um indiviacuteduo

Michel Odent eacute meacutedico obstetra francecircs

defensor da humanizaccedilatildeo e protagonismo feminino em sua sauacutede e parto Criador do

Primal health Research centre em Londres

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

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Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

A cesaacuterea bem indicada eacute um recurso muito

importante Poreacutem o seu excesso produz

efeitos adversos

As mulheres devem ter direito agrave escolha

INFORMADA da via de parto

Curto prazo parto preacute-termo baixo peso ao

nascer dificuldades com amamentaccedilatildeo

Meacutedio-longo prazo aumento de sobrepeso e

obesidade doenccedilas respiratoacuterias como

asma diabetes tipo 1 e outras doenccedilas natildeo-

transmissiacuteveis

Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

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Via de nascimento e consequecircncias para o bebecirc

Epidemias de obesidade e doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

Epidemias complexas e multifatoriais

Associados ao consumo excessivo de calorias alimentos nutricionalmente pobres sedentarismo outros fatores

Cesaacuterea via de parto microbioma intestinal mais um fator

PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

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PARTO NORMAL PARTO NORMAL PARTO

NORMAL PARTO NORMAL PARTO NORMAL

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