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DISCIPLINA 2019 PARASITOLOGIA TRICOMONÍASE Docente: Profa. Dra. Juliana Q. Reimão 14 de novembro

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DISCIPLINA2019

PARASITOLOGIA

TRICOMONÍASE

Docente:

Profa. Dra. Juliana Q. Reimão

14 de novembro

Tricomoníase

• Generalidades• Infecção sexualmente transmitida, que atinge homens e mulheres, mas

geralmente assintomática em homens.

• Agente etiológico• Trichomonas vaginalis

• Outras espécies• T. tenax (boca) e T. hominis (intestino)

• Não patogênicas

• Parasita monoxênico estenoxeno• Possui apenas um hospedeiro

• Nunca descrita em outro hospedeiro

• Forma de vida• Trofozoíto

Epidemiologia

• Mundial• IST não viral mais prevalente

• ~140 milhões de casos/ano

• Prevalência• Até 74% em mulheres

• Até 29% em homens

• Importância• Causa de baixo peso de bebês e de nascimento prematuro

• Predispõe mulheres à doença inflamatória pélvica, câncer cervical e infertilidade

• Aumenta o risco de contágio e transmissão de outras ISTs• HIV, HPV, herpes, gonorreia e clamídia

TRICOMONÍASE

Epidemiologia

• Brasil• 4,3 milhões de casos/ano

• Prevalência em mulheres: 22%

• Maior incidência

• Populações de baixa renda

• Múltiplos parceiros

• Portadores de outras ISTs

Incidência nas Américas (WHO, 2008)

Morfologia

• Trofozoítos• Organismo polimorfo

• Piriforme ou oval

• Pseudópodes

• 1 membrana ondulante

• 4 flagelos

• 1 axóstilo

• Habitat• Trato geniturinário

• Vagina

• Uretra

• próstata

• Anaeróbio

Dimensões:7 a 32 µm comprimento

5 a 12 µm larguraflagelos

membrana ondulante

axóstilo

Flagelos e axóstilo

microtúbulos

MorfologiaCultura

Ciclo de vida

Transmissão sexualSecreção vaginalSecreção prostáticaUrina

Não formam cistosNão sobrevivem no meio ambiente (máx. 6 horas)

trofozoítos

trofozoítos

ReproduçãoFissão binária

Aspectos clínicos

• Mulher• Variável

• 25% assintomático

• Vaginite• Corrimento vaginal

• Fluido abundante

• Amarelo-esverdeada

• Espumoso

• Odor fétido

• Mais frequente no período pós-menstrual

• Prurido ou irritação vulvovaginal

• Dor durante as relações sexuais

• Disúria (dor ao urinar) e poliúria (aumento da frequência miccional)

Período de incubação: 3 a 20 dias

Aspectos clínicos

• Espumosa / bolhosa (presente em 20% das pacientes)

• Strawberry cervix (presente em 2% das pacientes)

(colo com aspecto de morango ou framboesa)

Pontos hemorrágicos na parede cervical

Strawberry cervix

Aspectos clínicos

• Homem• Comumente assintomática

• Uretrite• Corrimento leitoso ou purulento

• Prurido

• Ardência miccional

• Hiperemia do meato uretral

• Complicações

• Prostatite

• Balanopostite

• Glande e prepúcio

• Cistite (bexiga)

Patogenia

• Estabelecimento da infecção

1. Aumento do pH vaginal• Alteração da microbiota

• Redução de Lactobacillus acidophilus

• Aumento de bactérias anaeróbicas

2. Aderência e degradação de mucinas

3. Degradação da matriz extracelular, anticorpos e complemento

4. Lesão da junção entre as células epiteliais• Inflamação e formação de úlceras

• Aumento da vulnerabilidade a infecções oportunistas

Alteração do pH → Aderência → Citotoxicidade

Diagnóstico laboratorial

• Exame microscópico• A fresco

• Trofozoítos em movimento

• Secreção vaginal

• Colhida no máx. há 20 min

• Secreção + salina → lâmina

• Sêmen fresco

• Exsudato uretral

• Secreção prostática

espéculo

Diagnóstico laboratorial

• Exame microscópico• Sedimento urinário

• Papanicolau

• Baixa sensibilidade

• Fixação dificulta a identificação

Exame a fresco de conteúdo vaginal

Papanicolau (seta: T. vaginalis)

Sedimento urinário

Diagnóstico laboratorial

• Cultivo• InPouchTV®

• Maior sensibilidade (90%)

• Resultado em 1-5 dias

• Sorologia• ELISA

• Imunofluorescência

• Hemaglutinação

• Testes imunocromatográficos

• Rapid test® e Xenostrip-Tv®

• 10 minutos

• Molecular• PCR

Sistema de cultura para T. vaginalis

Diagnóstico laboratorial

• Testes imunocromatográficos

Xenostrip-Tv®

Diagnóstico diferencial

• Vaginose bacteriana• Desequilíbrio da microbiota vaginal• Substituição dos lactobacilos por uma

variedade de micoplasmas e bacilos gram-negativos

• Principalmente: Gardnerella e Chlamydia

• Teste das aminas• Whiff test ou Sniff test• Adição de duas gotas de hidróxido de

potássio (KOH) 10% ao conteúdo vaginal• Odor de peixe (putrescina e cadaverina)

• Clue cells• Células epiteliais da vagina que obtêm sua

aparência pontilhada por serem cobertas por bactérias

células epiteliais

clue cells

células epiteliais normais

clue cells

Exame especularColo uterino normal

Teste de Schiller

Colo normal após a aplicação de lugol Colo anormal após a aplicação de lugol

Diagnóstico diferencial

Corrimentos vaginais

Tricomoníase genital

Candidíase vaginal

Vaginosebacteriana

Características clínicas

Amarelo-esverdeado, bolhoso, fétido e

abundante

Branco-grumoso, aderido às paredes

vaginais

Branco-acinzentado, bolhoso, com odor

fétido

Vulvite ModeradoIntensa, com

possibilidade de fissuras

Leve

pH vaginal > 4,5 4,0 – 4,5 > 4,5

Teste das aminas + - +++

Exame a frescoParasitas móveis e

flageladosLeucócitos +++

Esporos e hifasLeucóitos +++

Clue-cellsPoucos leucócitos

Tratamento

• Metronidazol• 2 g, VO, dose única

• 500 mg, VO, 12/12 h por 7 dias

• 250 mg, VO, 8/8h por 7 dias

• Tinidazol ou secnidazol• 2 g, VO, dose única

• Observações:• Contra indicados para gestantes

• Apenas aplicação local

• Ambos os parceiros devem ser tratados

Profilaxia e controle

• Uso de preservativos• Método mais eficaz para a redução do risco de ISTs

• Diagnóstico e tratamento• Casos sintomáticos ou não (ex. parceiros)

• Aconselhamento • Orientações ao paciente

• Observação das possíveis situações de risco

• Percepção da importância do tratamento conjunto

• Promoção do uso de preservativos

Discussão de caso clínicoSocrative

Sala JULIANA2019