parâmetros das ações socioeducativas

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PARÂMETROS DAS AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS IGUALDADE COMO DIREITO, DIFERENÇA COMO RIQUEZA

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Parâmetros das ações socioeducativas.Ações que qualificam as atividades socioeducativas, formas de trabalho de trabalho com adolescentes, atividades complementares na atuação.

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  • PARMETROS DAS AES SOCIOEDUCATIVAS

    IGUALDADE COMO DIREITO, DIFERENA COMO RIQUEZA

  • 2REALIZAOGILBERTO KASSABPPREFEITREFEITOO DDAA CCIDIDADEADE DEDE SSOO PPAAULOULO

    FLORIANO PESAROSECRETRIO MUNICIPAL DE ASSISTNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL - SMADS

    SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIALPAULA GIULIANO GALEANOSECRETRIA ADJUNTAPAULO ANDR AGUADOCHEFE DE GABINETEASSESSORIA TCNICA DE PLANEJAMENTOCAMILA IWASAKIGLEUDA SIMONE TEIXEIRA APOLINRIONELI MARIA ABADE SELLESASSESSORIA DE RELAES INTERSETORIAISANNA MARIA AZEVEDOASSESSORIA JURDICASONIA MARIA ALVES DE SOUZACOORDENADORIA DE GESTO ADMINISTRATIVACLIA HATSUKO HIGASHICOORDENADORIA DE GESTO DE BENEFCIOSSRGIO DA HORA RODRIGUESCOORDENADORIA DO OBSERVATRIO DE POLTICAS SOCIAISMARCELO KAWATOKOCOORDENADORIA DE GESTO DE PESSOASLAURA APARECIDA CHRISTIANO SANTUCCICOORDENADORIA DE PROTEO SOCIAL BSICAIVONE PEREIRA DA SILVAPROTEO ESPECIAL SO PAULO PROTEGE CRIANA/ADOLESCENTEJOS CARLOS BIMBATTE JNIORPROTEO ESPECIAL SO PAULO PROTEGE ADULTOSIMONI BAUSELLS PIRAGINE

    SUPERVISO DE ASSISTNCIA SOCIAL DAS SUBPREFEITURASAF: MARINGELA SANTANA DA SILVAAD:ROSELI GOMES ARREFANOBT: MARIA ANGELINA CAMPI PIRES CASTANHOCL: ELIANA OLLER RICARTCS: ANGELA GONALVES MARQUESCT: INDIANA DEL-FR LUDVIGERCV: JOO CARLOS GONALVES AMORIMEM: AMAURY PEREIRA DE CARVALHOFO: RITA DE CSSIA QUADROS DALMASOG: MRCIA TEIXEIRA DA SILVAIP: ANA MARIA CAPITANIIQ: MARIA SHIRABAYASHI DE CASTRO PORTOIT: MRCIA CASSIANA ROSAJ: CLIA REGINA SILVEIRA DE SALLES TEIXEIRAJT: KTYA VERNICA COSTA RIBEIROLA: LEILA NORDI MURATMB: MARIA APARECIDA JUNQUEIRAMG: CRISTINA KLINGSPIEGELMO: GLAUCE REGINA KIELIUSMP: MARIA JANICE SOUZAPA: VALDENIRA MARIA VIEIRAPE: MARIA EUGENIA ACURTI PIRESPI: ZILAH DAIJO KUROKIPJ: ANA ROSA COSTA RIBEIRO MAIAPR: RENATA CUNHA ZAMBERLANAS: LUCIANA HINSCHINGS: NGELA ELIANA DE MARCHISM: CRISTIANE ALVES DOS SANTOSST: VIVIAN DA CUNHA SOARES GARCIAVM: SYLVIA MARIA JORDO DE CAMPOSVP: ROSANGELA MEDINA LEO

    PARCERIAFUNDAO ITA SOCIALVICE-PRESIDENTEANTONIO JACINTO MATIASSUPERINTENDENTEANA BEATRIZ PATRICIOCOORDENADORA DO PROJETOISABEL CRISTINA SANTANACOORDENAO TCNICACENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAO, CULTURAE AO COMUNITRIA - CENPECPRESIDNCIAMARIA ALICE SETBALCOORDENAO GERALMARIA DO CARMO BRANT DE CARVALHOCOORDENAO DA REA DE COMUNICAO E COMUNIDADEMARIA JLIA AZEVEDO

    CRDITOS DA PUBLICAOCOORDENAO CENPECALEXANDRE ISAACCOORDENAO SMADSPAULA GIULIANO GALEANONELI MARIA ABADE SELLESIVONE PEREIRA DA SILVAILZA VALRIA MOREIRA JORGEASSESSORIAMARIA DO CARMO BRANT DE CARVALHOMARIA JLIA AZEVEDOMARIA CRISTINA S. ZELMANOVITSCAROLA CARBAJAL ARREGUIROSA IAVELBERGLUCIANA MOUROAUTORIAALEXANDRE ISAACALINE ANDRADEANA CECLIA CHAVES ARRUDAANDREA REGINA INFORZATOCAROLA CARBAJAL ARREGUIMARIA CRISTINA ROCHAMARIA CRISTINA S. ZELMANOVITSMARIA DO CARMO BRANT DE CARVALHOWALDEREZ NOZ HASSENPFLUGEDIOMARIA JLIA AZEVEDOMARIA CRISTINA ROCHAANTNIO GILCOLABORAOISA GUARLGIA DUQUE PLATEROLOURDES GRANJANCLEOS SOCIOEDUCATIVOS DO MUNICPIO DE SO PAULORENATA MORAES ABREULEITURA CRTICASECRETARIA MUNICIPAL DE COORDENAO DAS SUBPREFEITURASSECRETARIA MUNICIPAL DE ESPORTES E LAZERSECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL EQUIPES TCNICAS DE PROTEO SOCIAL BSICA, PROTEO SOCIALESPECIAL E ESPAO PBLICO DO APRENDER SOCIALSAS BUTANTSAS ERMELINO MATARAZZOASSOCIAO AMIGOS DO JARDIM REIMBERGASSOCIAO CRIANA BRASIL NSE SANTA ROSA IASSOCIAO DOS MORADORES DO JARDIM ARCO RISCENTRO DE ASSITNCIA E PROMOO SOCIAL NOSSO LAR CENLEPE ESPAO GENTE JOVEMCENTRO DE PROMOO SOCIAL BORORCENTRO SOCIAL BOM JESUS NSE LUCAINSTITUTO ROGACIONISTA NSE ROGACIONISTAOBRA SOCIAL DOM BOSCOPROGRAMA COMUNITRIO DA RECONCIALIAOUNIO DOS MORADORES DA COMUNIDADE SETE DE SETEMBRO

    ILUSTRAESBIBA RIGOE ILUSTRAES INSPIRADAS EM DESENHOS DE CRIANAS E ADOLESCENTESFREQENTADORES DOS SERVIOS SOCIOEDUCATIVOS

    EDITORAO E PRODUO GRFICAPROPOSTA EDITORIAL (SO PAULO/SP)PROJETO GRFICO, EDIO E DIREO DE ARTEBETH LIMATRATAMENTO DE IMAGENSLEANDRO PEREIRA DA SILVA

    IMPRESSOIMPRENSA OFICIAL DO ESTADO DE SO PAULOTIRAGEM5.000 EXEMPLARES

    COPYRIGHT BY SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIALE CENPEC SO PAULO, 2007

  • 31. APRESENTAO 05

    2. INTRODUO 06

    3. AO SOCIOEDUCATIVA EM MOVIMENTO 10

    3.1. PRESSUPOSTOS DAS AES SOCIOEDUCATIVAS 12

    3.2. PRINCPIOS DA AO SOCIOEDUCATIVA 13

    3.3. CAMPOS DAS APRENDIZAGENS SOCIOEDUCATIVAS 14

    3.4. DIMENSES DAS APRENDIZAGENS SOCIOEDUCATIVAS 16

    4. PARMETROS SOCIOEDUCATIVOS 20

    4.1. CRIANAS DE 6 A 12 ANOS 20

    4.2. ADOLESCENTES DE 12 A 15 ANOS 24

    4.3. ADOLESCENTES JOVENS DE 15 A 18 ANOS 29

    5. ESTRATGIAS METODOLGICAS ARTICULADAS 35

    5.1. CARTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA-AO 35

    5.2. GESTO DA APRENDIZAGEM NO TRABALHO COM PROJETOS 39

    6. REFERNCIAS 42

    SUMRIO

  • 4Parmetros socioeducativos : proteo social para crianas, adolescentes e jovens : Igualdade comodireito, diferena como riqueza : Caderno 1 : Sntese / CENPEC So Paulo SMADS ; CENPEC ;Fundao Ita Social, 2007.42p. : il. ; 21 cm.

    Bibliografia

    1. Crianas e adolescentes Ao social So Paulo (SP) 2. Crianas e adolescentes Assistnciaem instituies So Paulo (SP) 3. Jovens Ao social So Paulo 4. Jovens Assistncia em instituies So Paulo (SP) I. CENPEC. II. Centro de Estudos e Pesquisas em Educao, Cultura e AoComunitria. III. So Paulo (SP). Secretaria Municipal de Assistncia e Desenvolvimento Social. IV.Fundao Ita Social.

    Ficha catalogrfica elaborada pelo Centro do Conhecimento da Assistncia Social CECOAS/ESPASO/CGP/SMADS

    PROTEO SOCIAL PARA A INFNCIA, ADOLESCNCIA E JUVENTUDE

  • material que temos o privilgio de compartilhar por meio desta publicaoParmetros Socioeducativos: proteo social para crianas, adolescentes e jovens foi produzido no escopo de uma parceria queconjugou os esforos e interesses da Secretaria Municipal de

    Assistncia e Desenvolvimento Social de So Paulo, da Fundao Ita Social e do Centro de Estudos e Pesquisas em Educao, Cultura e Ao Comunitria.

    Esta publicao pretende ser fomentadora de prticas socioeducativas cada vez maisefetivas em garantir proteo s crianas e adolescentes de territrios vulnerabilizados do Municpio de So Paulo.

    No enfrentamento deste desafio foram formuladas metas de aprendizagem para asdiferentes faixas etrias e referncias metodolgicas e didticas como fomento, fortalecimento ou redirecionamento das prticas em curso.

    O material um conjunto de trs cadernos:

    Caderno 1: SnteseApresenta uma sntese dos aspectos primordiais e de interesse mais abrangente. Destina-se a educadores e gestores de programas e polticas socioeducativas.

    Caderno 2: Conceitos e polticasExplicita as concepes orientadoras e a configurao da poltica de assistncia no escopo socioeducativo para a infncia e juventude.Destina-se a educadores e gestores de programas.

    Caderno 3: Trabalho socioeducativo com crianas e adolescentes de 6 a 18 anosContm orientaes sobre o funcionamento dos servios socioeducativos, as metas de aprendizagem, as referncias metodolgicas e um repertrio de atividades. Destina-se a educadores e gestores de programas voltados a esta faixa etria.

    Esta produo traz consigo uma abertura para o dilogo, pois se coloca como uma primeira edio que pretende ser aperfeioada a partir da implementao de prticas que a utilizem como referncia. Este aperfeioamento pretende uma segunda edio que oriente a prxima dcada nos trabalhos socioeducativos.

    1. APRESENTAO

    FLORIANO PESAROSECRETRIO MUNICIPAL DE ASSISTNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL - SMADS

    ANTONIO J. MATIAS

    MARIA DO CARMO BRANT DE CARVALHO

  • 6sta publicao apresenta os Parmetros das AesSocioeducativas que visam

    orientar programas e servios deproteo social destinados a crianas, adolescentes e jovens no mbito da Secretaria deAssistncia e DesenvolvimentoSocial da cidade de So Paulo.

    As aes socioeducativas perpassamtoda a Poltica da Assistncia Social.Ofertam aos cidados um conjunto diversificado de oportunidades de aprendizagem que objetivam,entre outros, o desenvolvimento da auto-confiana e de capacidadescom vistas a construo de um novoprojeto de sociedade

    O campo socioeducativo tem comoespecificidade a promoo de aprendizagens de convvio social e de participao na vidapblica. Este um campo complexoporque tem o desafio de conjugar

    2. INTRODUO

    a intencionalidade do campo educacional e a valorizao campo da cultura dos saberes populares empricos e da tica do direito que define o usufruto dosservios, no como privilgio, mascomo direito cidadania. Tambmcomplexo por envolver vriasdimenses: desenvolvimento do sentido coletivo, da autonomia navida, do acesso e o usufruto deservios bsicos, do reconhecimento e compromisso com questes queafetam o bem comum. Essas dimenses so condio necessriapara que crianas, adolescentes,jovens e adultos alcancem, sobretudo, sentido de pertencimentoe incluso social, favorecendo integrao a redes de proteosocial que fluem pela via do Estado,das famlias e das comunidades.

    A Assistncia Social poltica de proteo social responsvel

  • 7por agir junto parcela da populao atingida por conjunturas,contextos ou processos produtoresde vulnerabilidade social. So diversos os fatores de vulnerabilidade social: a ausncia ou precria renda; o trabalho informal precrio e o desemprego; o precrio ou nulo acesso aosservios das diversas polticas pblicas; a perda ou fragilizao de vnculos de pertencimento e de relaes sociofamiliares e as discriminaes.

    o geral falamos que as desigualdades sociais,pobreza e excluso,

    engendram desproteo social.Desta forma, proteo social poltica pblica da maiorimportncia como garantia permanente de vida digna e incluso social. Esta misso de todas as polticas pblicas noprojeto de Estado social de direito.Mas particularmente misso dapoltica de Assistncia Social proverservios e programas de proteo

    social bsica ou especial para indivduos e grupos que esto forados canais correntes de proteopblica: o trabalho, os servios das polticas pblicas e as redessociorrelacionais.

    A Assistncia Social deve garantirseguranas bsicas de pertencimentosocial e vida digna, pela via da ofertade servios, benefcios e programas.

    Ao focarmos essa poltica nas crianas, adolescentes e jovens quevivem nos centros urbanos, particularmente na cidade de So Paulo, possvel identificar as necessidades peculiares desses grupos, considerando no apenas suacondio de vulnerabilidade social,mas tambm suas potencialidades,especificidades do territrio quehabitam e das organizaes que os atendem.

  • 8Circunscrevem um campo de aprendizagens voltado proteo social.Antecipam uma irreversvel articulao multisetorial para concretizarproteo e educao integral de crianas e adolescentes da cidade de So Paulo.

    Foram construdos num processo denso de participao dos tcnicos dassupervises de Assistncia Social, coordenadores de serviossocioeducativos para criancas, adolescentes e jovens e tcnicos daSecretaria Municipal de Assistncia e Desenvolvimento Social.

    Definem o referencial normativo e regulador das aes socioeducativasdesenvolvidas junto ao grupo infanto-juvenil.

    Oferecem um referencial conceitual e interventivo que se traduz empadres de qualidade almejados. Tm o propsito de orientar as prticassocioeducativas desenvolvidas pelos servios socioeducativos da cidade de So Paulo.

    Pressupem e respeitam a diversidade cultural e econmica dos diferentesgrupos e territrios, ao mesmo tempo em que indicam pontos comuns quecaracterizam o processo protetivo/educativo para todas as crianas,adolescentes e jovens.

    Estabelecem as principais metas dos Centro para Criana, Centro paraAdolescente e Centro para a Juventude e permitem sociedade saber qual o nvel de qualidade a ser oferecido a crianas, adolescentes e jovens do sistema.

    OS PARMETROS DAS AES SOCIOEDUCATIVAS AQUI APRESENTADOS:

  • Assim definidos e baseados na poltica de Assistncia Social, constituem-senum instrumento por meio do qual a Secretaria e as organizaesconveniadas no marco dos Programas Ao Famlia: Viver emComunidade e So Paulo Protege assumem o compromisso na buscada garantia dos direitos sociais das crianas, adolescentes, jovens e famliasatendidos em seus programas e servios. Dessa forma, ampliamoportunidades de acesso, desenvolvem competncias e talentos dos gruposatendidos e proporcionam a eles uma nova condio de participaodemocrtica e convivncia social.

    ale ressaltar que esses Parmetros visam contribuir para que osprocessos educacionais ofertados promovam uma formao quecontemple o desenvolvimento de competncias sociais, cognitivas

    e afetivas, pautadas por valores de incluso e de protagonismo social.Nessa perspectiva, no devem ser tomados como modelo homogneo eimpositivo; antes, devem ser entendidos como um guia que indicacaminhos a seguir e como uma referncia que fundamenta e aprimora aproposta sociopoltico-pedaggica das organizaes, valoriza e respeita a diversidade de grupos e territorialidades e fortalece a autonomia dosagentes educadores.

    Os Parmetros apontam uma direo para ampliar e aprofundar discussese pesquisas sobre infncia, adolescncia, juventude e educao integral,bem como discutir os referenciais metodolgicos para as aessocioeducativas, visando subsidiar a participao de educadores na construo de planos de trabalho e de novas propostas sociopoltico-pedaggicas. Por fim, consideram, tambm, que a melhoria da qualidadeda ao socioeducativa expressa nesta publicao implica diretamentemaiores investimentos na formao dos agentes sociais.

  • As prticas socioeducativas se constroem por meio de processos e atividades no vinculadas ao sistema de mritos e nveis, tpico do sistemaescolar formal e possibilita aprendizagens articuladas que contribuem para o desenvolvimento pessoal e social de crianas e adolescentes, atualizando ecomplementando conhecimentos j trazidos por estes de sua vivncia familiare experincia cultural.

    Concretizam a educao integral e se do por meio do entrelaamento da proteo social s caractersticas das prticas educacionais e culturais.

    O termo socioeducativa tomado como qualificador da ao, designando um campo de aprendizagem voltado para o desenvolvimento de capacidades substantivas e valores ticos, estticos e polticos a fim de promover o acesso e processamento de informaes, a convivncia em grupo e a participao na vida pblica.

    Tm como caracterstica primordial o exerccio da convivncia social.Atentas formao integral do cidado de qualquer idade, associam conhecimento acadmico, reconhecimento das tradies e inclusosocial, com nfase indiscutvel na convivncia.

    Para a efetividade das aes socioeducativas, necessrio estabelecer parcerias com a escola, com a famlia, com a comunidade, com toda malhade atendimento criana, ao adolescente e ao jovem, no caso dos programas de ateno populao infanto-juvenil. Postos de sade, centros de lazer, bibliotecas e diferentes servios pblicos e privados, que possam

    contribuir para o desenvolvimento integral,devem ser mobilizados para o trabalho conjunto. O desenvolvimento integral dizrespeito sade (fsica e psicolgica), educao, alimentao, ao lazer, convivncia familiar, comunitria e social. Do ponto de vista da proteo social, dependede todo um conjunto de intervenes quebusquem evitar ou sanar situaes de excluso, riscos e vulnerabilidades. Do lado daeducao, visa promover o desabrochar daspotencialidades pessoais, sociais, intelectuais e produtivas de seu pblico-alvo.

    10

    3. AO SOCIOEDUCATIVA EM MOVIMENTO

    AS AES SOCIOEDUCATIVAS:

  • 11

    PROTEO SOCIAL A POLTICA PBLICA NECESSRIA A TODO CIDADO QUESE ENCONTRA FORA DOS CANAIS E REDES DE SEGURANA SOCIAL. OU MELHOR, CIDADOS DESPROTEGIDOS PORQUE NO ESTO INCLUDOSUSUFRUEM PRECARIAMENTE DOS SERVIOS DAS POLTICAS BSICAS (SADE, EDUCAO, HABITAO). ESTO DESPROTEGIDOS PORQUE ESTO FORADAS MALHAS DE PROTEO ALCANADAS PELA VIA DO TRABALHO, OUESTO FORA PORQUE PERDERAM RELAES E VNCULOS SOCIOFAMILIARES

    QUE ASSEGURAM PERTENCIMENTO.1

    Desenvolver aes socioeducativas exige articulao e composio com outros atores. Sua oferta se d no perodo alternado ao da escola e, de preferncia, em parceria com ela, com a famlia, com a comunidade, numarede de ateno criana, ao adolescente e ao jovem.

    Essa articulao entre os vrios espaos de referncia para a populaoinfanto-juvenil fundamental para a efetividade da garantia de proteo. importante salientar que escola e servios socioeducativos no se confundem, antes se complementam.

    convivncia a base do ser social: pertencer a grupos, reconhecer-senum contexto, construir referncias de atitudes e valores, perceber erespeitar a diversidade so caminhos que s podem ser percorridos nas

    relaes sociais. Sendo assim, o campo socioeducativo uma oportunidadede vivncia e afirmao de atitudes e valores que fortaleam e despertem oprazer de viver em comunidade, a importncia da vida, a aposta em si mesmodentro de padres sociais solidrios e cooperativos (que no prejudiquem a si mesmo e nem ao outro).

    Esse compromisso visceral com a qualificao do convvio como estratgia deformao do indivduo social, desdobra um percurso prprio para atingir suameta. No trabalho socioeducativo o interesse das crianas, adolescentes ejovens o guia para o planejamento das atividades e o agente educador usaos seus saberes e autoridade para criar situaes que garantam aos educandosexpressar interesses e sentimentos por meio de diversas linguagens, fazendodas questes comunitrias temas para a aprendizagem.

    importante ressaltar que essa perspectiva compe um processo de renovaoda concepo de educao. A UNESCO props os quatro pilares daeducao: aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a conhecer como demandas de aprendizagem com o mesmo valor. Dessaforma, as atitudes so ressaltadas como elementos fundantes das relaescomunitrias no bairro, na escola, na famlia, em qualquer grupo,

    e pressupem o desenvolvimento de competncias pessoais e de convivncia em grupo.

    1 - CARVALHO, M.C. B. de; AZEVE-DO, M.J. Aessocioeducativasno mbito das po-lticas pblicas. In:CENPEC, Avalia-o: construindoparmetros dasaes socioedu-cativas. So Pau-lo, Cenpec, 2005,p. 28-9.

  • 12

    So caminho estratgico para o enfrentamento da desigualdade. Pensar empolticas de proteo ao grupo infanto-juvenil problematizar a ausnciade oportunidades para esta populao e, sobretudo, oportunizaraprendizagens que resultem efetivamente em conquista de eqidade.

    Designam um campo de mltiplas aprendizagens voltadas a assegurarproteo social e oportunizar o desenvolvimento de interesses e talentosmltiplos de crianas, adolescentes e jovens. Tm como finalidades aconvivncia e participao na vida pblica comunitria, camposprivilegiados para tratar de forma intencional valores ticos, estticos epolticos.

    Realizam-se fora dos quadros do sistema formal de ensino ofertandorecursos educativos que por sua flexibilidade, inovao e diversidade,possibilitam a crianas, adolescentes e jovens outros canais de contatocom o mundo do conhecimento, ampliando-se a aprendizagem em todosos sentidos.

    Constituem-se pela ao e na ao. A apropriao e expanso deconceitos, atitudes, valores e competncias pessoais e sociais ocorremem contextos intencionais, quando necessidades e propsitos deaprendizagem so significativos, partilhados pelos envolvidos eapresentam sentidos reais.

    Constroem-se a partir da diversidade e das capacidades humanasdiferenciadas, potencializando a riqueza da convivncia. Nesta perspectiva, a ampliao do repertrio informacional e culturalenvolve a experimentao e circulao nos diversos espaos e lugaresda cidade e a interao com mltiplos atores.

    Afirmam a integralidade da aprendizagem em seus aspectos culturais,cognitivos, sociais e afetivos. A integralidade da pessoa humana abarcainterseco dos aspectos biolgico-corporais, do movimento humano,da sociabilidade, da cognio, do afeto, da moralidade, em umcontexto tempo-espao. Um processo educativo que se pretendaintegral trabalharia com todos esses aspectos de modo integrado, ouseja, a educao visaria formao e ao desenvolvimento humanoglobal e no apenas ao acmulo informacional. (Gatti, in Cenpec, 2006: 16).

    3.1. PRESSUPOSTOS DAS AES SOCIOEDUCATIVAS

    AES SOCIOEDUCATIVAS:

    APRENDIZAGENS SOCIOEDUCATIVAS:

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    3.2. PRINCPIOS DA AO SOCIOEDUCATIVA

    Toda criana, adolescente e jovem pode e tem o direito de aprender,independentemente de seu ponto de partida, do repertrio e datrajetria j construdos.

    Toda criana, adolescente e jovem deve participar, de acordo com seunvel de amadurecimento, do planejamento e da responsabilizao emrelao ao projeto pedaggico coletivo e aprender a elaborar seuprprio projeto de desenvolvimento pessoal e social.

    O aprendizado da convivncia democrtica exige investimento eaprimoramento das prticas e dos profissionais, pois este aprendizadono decorrncia, mas foco do trabalho socioeducativo.

    A escolha e definio das atividades socioeducativas levam em conta ahistria sociocultural e as questes emergentes na comunidade e nomundo, a ampliao do repertrio e das oportunidades deaprendizagem das crianas e adolescentes, suas demandas enecessidades e os valores democrticos.

    Articulao e integrao com a rede social do territrio reconhecendo evalorizando as diferentes alternativas de proteo e de acesso aoconhecimento como garantia de efetividade do trabalho.

    Estmulo participao das famlias no sentido de, com elas, fortalecer,valorizar e apoiar o desenvolvimento integral de seus filhos,promovendo a convivncia intergeracional como parte do processo deaprendizagem socioeducativa.

    Oferta de espaos de acolhimento, dilogo e interao, discutindo comas crianas e adolescentes as situaes desafiantes do cotidianoestimulando-os a buscar alternativas para as questes que se apresentame oferecendo uma presena adulta continente e motivadora.

    Reconhecimento de valores agregados s aes cotidianas vivenciadasnos diversos relacionamentos na comunidade e de aprendizagensvoltadas construo e ao anncio de sentidos: busca da verdade, dobem, do belo, da tica.

  • 14

    3.3. CAMPOS DAS APRENDIZAGENS SOCIOEDUCATIVAS

    Aqui esto definidos quatro campos socioeducativos, dentro dos

    quais foram formuladas as metas de aprendizagem para cada

    recorte etrio. Esses campos delimitam os objetos de

    conhecimento que esto em jogo nas prticas socioeducativas.

    CONVIVNCIA E FLUNCIA COMUNICATIVA

    possibilidade de convivncia no espao social est ligada ao domnio da expresso e comunicao. Aprender a secomunicar, cada vez mais e melhor, permite a participao

    na vida social por meio do dilogo, espao de encontros edesencontros, permeado por negociaes, trocas de pontos de vista,reivindicaes, acessos a novos conhecimentos. Todos essesacontecimentos esto marcados pelo afeto, construo tecida com o outro e por meio do outro em que sucessivas experimentaes de

    medo, desejo, competio, saudade, prazer, irritao configuramestilos de convivncia. Esse exerccio de interlocuo permanente que

    exige tolerncia, capacidade de se colocar no lugar do outro e admirao pela diferena, articula escuta atenta, defesa de idias,contraposio de argumentos, elaborao de perguntas e respostas, construode repertrio de assuntos, organizao de fios narrativos.

    SABERES E FAZERES PRPRIOS DA VIDA COTIDIANA

    aber caminhos entre lugares, cozinhar, costurar, organizar etomar conta de si mesmo e de seus pertences, exercitar o auto-cuidado, saber cuidar de ferimentos, consertar brinquedos,

    conseguir buscar ajuda, operar e acessar informaes em fontesvariadas e conforme as necessidades so convites que o dia-a-dia

    faz para que habilidades diversas entrem em cena. Assim, ampliaro repertrio relacionado a esses saberes significa fortalecercrianas, adolescentes e jovens para enfrentar situaes, superardificuldades e tomar iniciativas, mobilizando seus conhecimentos

    de forma a encontrarem solues, mesmo que provisrias, para osproblemas que surgem. Os ganhos

    de autonomia devem respeitar as caractersticas e possibilidades de cada faixa etria para desempenhar tarefas e enfrentar desafios dentro

    de parmetros de segurana e proteo.

  • 15

    PARTICIPAO NA VIDA PBLICA

    desenvolvimento das aprendizagens de participao navida pblica condio para que crianas, adolescentese jovens se constituam como sujeitos sociais atuantes e

    capazes de comprometimento tico e poltico com apropriedade coletiva (nem meu, nem seu, nosso).

    Esse aprendizado se inicia com os processos departicipao do grupo infanto-juvenil no prprioservio socioeducativo implicando desdediscusses sobre os planos de trabalho coletivo,seu prprio projeto durante sua permanncia no

    Centro, seu envolvimento em atividades comunsat seu compromisso gradativo com o ambiente

    pblico. Cuidar do jardim da praa, preocupar-se como destino do lixo, apreciar e preservar a arte que est nas ruas so passos

    iniciais e importantes, pois os bens coletivos so heranas, traos que temosem comum e que contribuem para a construo de laos de pertencimento e coeso social. Esses laos fortalecem o comprometimento com o bempblico e impulsionam a participao em movimentos reivindicatrios,propositivos de polticas pblicas e representativos (fruns e conselhos) deregies, grupos e causas sociais

    ACESSO E USUFRUTO DOS SERVIOS SOCIAIS BSICOS

    qualidade dos servios se d na medida em que sogarantidos aos cidados informaes e atendimento de suas demandas. Exigir respeito com relao aosprprios direitos , portanto, uma aprendizagem

    que alinhava atitudes e conhecimentos,redundando em benefcios individuais e

    tambm coletivos.

    Quando, por exemplo, um educador socialacompanha uma criana, em um primeiromomento, numa ida a um posto de sade

    ou numa conversa sobre a aprendizagem na escola,inaugura-se um novo padro de escuta, acolhimento e

    encaminhamento, vivncias que promovem a capacidadecrtica para demandar e, ao mesmo tempo, comprometer-se. So exerccios concretos dos direitos e deveres democrticos que articulamfamlias, escolas, ONGs, assegurando proteo e desenvolvimento integralpara crianas, adolescentes e jovens.

  • Considerando a aposta que o campo da assistncia social faz, de que quanto

    mais oportunidades de convvio diverso, mais protegido est

    o cidado e articulando a essa aposta, a concepo de aprendizagem expressa

    nos quatro pilares da educao2 aprender a conhecer, aprender a fazer,

    aprender a conviver e aprender a ser fez-se uma escolha de balizar

    a formulao dos parmetros em trs dimenses que compem

    a aprendizagem: conceitos, atitudes e procedimentos.

    PARA FACILITAR A VISUALIZAO DOS DIFERENTES ASPECTOS QUE PRECISAM ESTARPRESENTES NAS AES REALIZADAS COM CRIANAS, ADOLESCENTES E JOVENS, OUSEJA, UMA FINALIDADE DIDTICA.

    PARA QUE SEJA POSSVEL ACOMPANHAR AS AES, GARANTINDO QUE O FOCO NACONVIVNCIA NO DESCARTE O ENTRELAAMENTO DAS DIMENSES E SEUS

    CONTEDOS.

    16

    3.4. DIMENSES DAS APRENDIZAGENS SOCIOEDUCATIVAS

    POR QUE RECORTAR OS CONTEDOS DE APRENDIZAGEMSE O CONHECIMENTO TOTALIDADE?

    conhecimento no se constri pelasespecificidades, mas sim pelas relaes que seestabelecem, ou seja, pelos laos que conectam

    e entrelaamos mltiplos saberes e afetos.

    Em aes planejadas, bem conduzidas e ricamenteexploradas, com a inteno de que os envolvidosaprendam (conheam, convivam e faam de mltiplasformas), restringir-se a uma nica dimenso impossvel, e caso fosse possvel, seria ineficaz em relao aprendizagem, pois o conhecimento produzido nasconexes dos contedos e suas dimenses.

    Durante um jogo de damas, por exemplo, entram aomesmo tempo em cena aprendizagens atitudinais (lidarcom perdas e ganhos), conceituais (elaborar estratgias,jogar em funo da jogada do outro) e procedimentais(organizar as peas no tabuleiro). O mesmo pode ocorrerdurante a visita a uma exposio, durante uma entrevistacom os moradores da comunidade, durante a apresentaode uma proposta de interveno no bairro.

    2. DELORS,Jacques.Educao:Um tesouro adescobrir. So Paulo, Cortez Editora,1998

  • APRENDER A FAZER

    SABERES ENVOLVIDOS

    Saber saberes

    Saber fazeres

    Saber ser e saber ser no convvio com o outro

    QUATRO PILARES TIPOS DE CONTEDO

    APRENDER A CONHECER

    APRENDER A SER E A CONVIVER

    Fato, conceito, princpio

    Procedimento

    Valores e atitudes

    QUADRO RESUMO CRIADO A PARTIR DAS FORMULAES DE DELORS (1998) E ZABALA (1998)

    AAPPRREENNDDEERRAA CCOONNHHEECCEERR

    FFAATTOO,, CCOONNCCEEIITTOO,,PPRRIINNCCPPIIOO

    AAPPRREENNDDEERRAA FFAAZZEERR

    PPRROOCCEEDDIIMMEENNTTOO

    AAPPRREENNDDEERRAA SSEERR

    EE AA CCOONNVVIIVVEERR

    VVAALLOORREESS EE AATTIITTUUDDEESS

    CONCEITUAL

    PROCEDIMENTAL

    ATITUDINAL

    aquisio de conhecimentos atravessa a vidadas crianas, adolescentes e jovens e os afetaem diferentes graus de intensidade,

    produzindo mudanas no modo de pensar, ver eviver, gerando sensaes de diferentes tonalidades.Em todas as aprendizagens a vida pulsa, resultandonum convite transformao e formao.

  • 18

    Embora os contedos estejam intrinsecamente relacionados, cada uma dessasdimenses requer estratgicas especficas, formas distintas de formular e realizar situaes em que as crianas, adolescentes e jovens possamaprender seus contedos.

    s conhecimentos da dimenso conceitual so os mais valorizados naescola. Sua misso maior garantir que crianas, adolescentes e jovensaprendam os contedos acadmicos (conceituais), em funo disso

    que se organiza todo o trabalho escolar. Um conceito apropriado quando seconsegue transferir o que se aprendeu em um contexto particular para outros.Essa transposio pede que o pensamento se reorganize em linguagem (oralou escrita), o que implica aprender a analisar, planejar, sintetizar e comunicarpara outros.

    onhecimentos da dimenso atitudinal se manifestam no convvio, nasrelaes entre pessoas, grupos e meio ambiente. O respeito aoscolegas, aos espaos e materiais; prticas de resoluo de conflitos;

    aes de tolerncia e intolerncia com as diferentes idias; manifestaes derecriminao s injustias so exemplos de atitudes que se aprendem naconvivncia. Exigem prticas que utilizem diversas linguagens, isto , que afala seja apenas uma delas. Uma das atitudes que precisam ser exploradas eexperimentadas pelas crianas, adolescentes e jovens a participao pblicaque implica envolver-se com o bem comum, com planos, decises e aesvivenciadas coletivamente, portanto o planejamento dos profissionais precisacontemplar a formao de grupos como meta de seu trabalho. Na interfacecom a dimenso conceitual, a apresentao de dilemas ticos e situaes-problema para resolver so instrumentos importantes para simulao ereflexo sobre o cotidiano. Aprender a escolher, a tomar decises eresponsabilizar-se por suas aes so exerccios importantes para constituirpessoas pr-ativas e compromissadas com a vida e o contexto em que vivem.

    Os conhecimentos procedimentais se relacionam com a conduo do fazer:saber gerir o prprio tempo como, por exemplo, realizar uma pesquisa, fazer

  • 19

    uma comida. Os modos de fazer ou agir so tambm indicativos de umacultura e podem ser ensinados, refletidos, discutidos e alterados. Os fazeres tambm esto ligados s tcnicas, ao desenvolvimento dehabilidades, aspectos que despertam o interesse de crianas, adolescentes e jovens, pois podem permitir um resultado rpido e ao mesmo tempo exigeque se exercite para que o resultado seja bom, para que cada um possa dizereu sei fazer bem, como por exemplo: ligar o computador, abrir uma lata,apontar um lpis, trocar uma lmpada, desentupir a pia, pregar um boto,encapar um caderno, lavar a loua, lavar ou passar roupa, consultar um mapa,usar o telefone, usar um gravador, etc.

    omo j dito, as aprendizagens das dimenses conceitual,procedimental e atitudinal realizam-se em articulao e permitemdiferentes planos de complexificao: uma criana pequena pode

    verbalizar que documento um papel importante e, gradativamente, dominaruma definio mais adequada a seu uso e funo; um jovem, ao participar degrupos de discusso, pode, aos poucos e de forma cada vez mais autnoma,alm de dar idias, elaborar por escrito propostas de encaminhamentos paraautoridades locais, na busca de solues de carter mais poltico e institucional.

    Cabe, portanto, aos centros para criana, adolescente e juventude, enquantoespaos socioeducativos, a criao de condies cada vez melhores para a aprendizagem, numa perspectiva de aquisio e ampliao de repertriosculturais que desenvolvam capacidades das crianas, dos adolescentes e dosjovens proporcionando-lhes assim, ferramentas, motivao e interesse paracontinuar aprendendo por toda a vida.

    Os servios socioeducativos tm nesse material referncia, um conjunto deprincpios, conceitos, metas de aprendizagem e propostas de trajetriaseducativas para que faam sua prpria carta de princpios, bem como seuplano de ao que explicite as bases do trabalho socioeducativo e o que espera e garante que as crianas, os adolescentes e os jovens iroaprender durante o perodo em que permanecerem no centro.

  • 20

    A escola costuma ser um dos primeirosespaos pblicos apresentados s crianas e, por sua organizaoe modo de ser, abre as portas de um

    mundo mais normativo e menosparticularizado. Especialmente nesta faseda vida, escola e famlia precisam sereconhecer mutuamente para mediar o equilbrio entre proteo,interdependncia e autonomia.

    O estmulo e o apoio melhoria daaprendizagem escolar de todas ascrianas devem perpassar a propostascio-pedaggica, reconhecendo

    4. PARMETROS SOCIOEDUCATIVOS

    4.1. CRIANAS DE 6 A 12 ANOS

    s aes socioeducativas aqui refletidas destinam-se a um grupo etriobastante extenso; por isso mesmo a necessidade de a todo momentodestacarmos crianas, adolescentes e jovens.

    A definio de recortes etrios aqui apresentados segue uma lgica jpraticada pelos Centros para Criana, Adolescente e Juventude. No primeirorecorte 6 a 12 anos possvel pensar em dois subgrupos: 6 a 9 anos e 9 a12 anos , considerando-se interesses e particularidades prprios a cada umdesses grupos etrios: o primeiro, ainda freqenta o primeiro ciclo do ensinofundamental que apresenta uma dinmica escolar mais simples e o segundo, 9a 12 anos, freqenta o segundo ciclo, com uma dinmica escolar maiscomplexa. Nas demais faixas etrias as divises so mais definidas do pontode vista de suas particularidades: 12 a 15 anos adolescncia; 15 a 18 anos juventude e menoridade.

    incio da escolaridade formal marca uma mudana de olhar da crianaem relao a dois mundos: o das experincias vividas num espaoprivado (a famlia, com seus laos afetivos, suas regras, sua rotina, seus

    saberes) e o das experincias a se viver no espao pblico, na escola. Apesarde, muitas delas, j freqentarem creches e escolinhas, com a entrada nomundo do conhecimento formal comea a exercitar com maisdesprendimento sua independncia dos membros da famlia.

    (...) Vem, criana, vem danarningum

    senhor nesse mar. (...)CHICO AMARAL/

    MILTON NASCIMENTO

  • 21

    as aprendizagens escolares como fundamentais e associando-as s aprendizagens socioeducativas. Vale lembrar que esta valorizao nosignifica repetio ou adoo da mesma lgica (homogeneizao dos grupos,seqncia didtica orientada pelo objeto de conhecimento, etc.).

    fase dos 6 a 12 anos comporta diferenas bastante significativas. No trabalho junto a esse pblico importante conciliar a garantia e o valor de duas frentes: a do acesso, permanncia e sucesso na

    escola e a da circulao e ampliao do universo relacional e cultural onde osCentros tm papel relevante. Em ambas, o respeito s regras, assim como a capacidade de ouvir e de se expressar so fundamentais para fertilizar a convivncia e devem ser exercitados e discutidos. A participao da crianano processo de construo e reavaliao dos combinados permite a compreenso da funo das regras. O exerccio da escuta e da capacidadede fazer-se entender permite uma comunicao com menos rudos. O produtodesse trabalho , sem dvida, a facilitao da convivncia social.

    s jogos e as brincadeiras so um dos meios para se chegar ao coletivohumano. Por meio deles a criana trabalha questes importantes deseu campo afetivo medo, desejo, faz-de-conta; experimenta relaes

    sociais como cooperao, competio, comando, subordinao e sedesenvolve tambm intelectualmente.

    O jogo est muito ligado ao prprio funcionamento da inteligncia: estratgiasde ao, anlise da situao, anlise dos erros, lidar com perdas e ganhos,replanejar jogadas em funo dos movimentos dos adversrios, tudo isso importante para o desenvolvimento das estruturas cognitivas. O jogo provocaconflitos internos, a necessidade de buscar solues e desses conflitos que o pensamento sai enriquecido, reestruturado e apto para lidar com novastransformaes.

    preciso reavivar a memria das brincadeiras e, ao mesmo tempo,buscar aproximao com a cultura ldica contempornea, olhando de perto as brincadeiras das crianas de hoje. Imprimir sentido

    de pertencimento e identidade infncia entender a brincadeira como bemcultural que faz parte da histria de um povo e de um lugar e que, portanto,deve ser preservado.

    Alm dos jogos e brincadeiras, a linguagem, como mediadora da convivnciae ampliao do repertrio cultural, deve ser alimentada e aprimorada.Privilegia-se, portanto, o contato permanente com bons livros, filmes, msicase, na freqncia que for possvel, o contato com a arte (espetculos de dana, teatro e visita a exposies).

  • 22

    METAS DE APRENDIZAGEM

    ESTIMULAR A CRIANA A RECONHECER SEUS DIREITOS AOS SERVIOS BSICOS DASPOLTICAS PBLICAS NO TERRITRIO (SADE, EDUCAO, ESPORTE, LAZER,CULTURA) SEGUNDO SUAS NECESSIDADES E INTERESSES, PARA QUE, FUTURAMENTE,TENHA POSSIBILIDADE DE EXERCITAR SUA CIDADANIA.

    RECONHECER A IMPORTNCIA DE TER SUA DOCUMENTAO PESSOALPRESERVADA.

    RESPEITAR PONTOS DE VISTA DISTINTOS, VALORIZANDO O TRABALHOCOOPERATIVO E O DILOGO PARA RESOLVER CONFLITOS.

    RECONHECER E RESPEITAR AUTORIDADE. TOMAR CONSCINCIA DE SUAS POTENCIALIDADES E LIMITES, RESPEITANDO A SI

    PRPRIO E AOS OUTROS EM SUAS DIFERENAS.

    VALORIZAR A PRPRIA IDENTIDADE CULTURAL, MODOS DE VIDA, SABERES E FAZERESDA CULTURA LOCAL NA RELAO COM A DIVERSIDADE DAS CULTURAS.

    INTERESSAR-SE POR TRANSITAR PELOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS DO TERRITRIO. RECONHECER A IMPORTNCIA DE PRESERVAR A ESCOLA, A ONG E DEMAIS

    EQUIPAMENTOS PBLICOS.

    VALORIZAR E RESPEITAR DIFERENTES ESTTICAS.

    PARTICIPAR ATIVA E COOPERATIVAMENTE DE JOGOS E BRINCADEIRAS. INTERESSAR-SE POR FATOS, NOTCIAS, CONVERSAS E SITUAES RELEVANTES QUE

    OCORREM NOS DIFERENTES ESPAOS EM QUE CONVIVE E APRENDE.

    VALORIZAR O PROCESSO EDUCATIVO E ESFORAR-SE POR APRENDER,ACEITAR SEUS ERROS, PEDIR AJUDA, TENTAR DE NOVO, ARRISCAR E EVOLUIR EMTODA SUA CAPACIDADE.

    PREOCUPAR-SE EM CUIDAR DOS AMBIENTES EM QUE VIVE E DO PRPRIO CORPO.

    A T I T U D I N A L

  • 23

    DE 6 A 12 ANOS

    CONHECER AS HERANAS CULTURAIS E HISTRICAS DA COMUNIDADE. IDENTIFICAR O USO E A FUNO DOS DIFERENTES

    DOCUMENTOS. COMPARAR A PRPRIA IDENTIDADE CULTURAL COM OUTRAS

    IDENTIDADES.

    IDENTIFICAR AS DIFERENTES LINGUAGENS ARTSTICA, CORPORAL EVERBAL E OS DIVERSOS CONTEXTOS COMUNICATIVOS.

    CONHECER DIFERENTES GNEROS LITERRIOS A PARTIR DA ESCUTA ATENTAE/OU DA LEITURA FEITA POR SI MESMO.

    CONHECER OS PROPSITOS DA LEITURA, DA ESCRITA, COMUNICAO ORALE DO CLCULO PARA UTILIZ-LOS EM CONTEXTOS REAIS DIVERSOS.

    ENTENDER AS REGRAS DO TRNSITO E DE CIRCULAO DE PEDESTRES. CONHECER SEUS DIREITOS AOS SERVIOS BSICOS DAS POLTICAS PBLICAS

    NO TERRITRIO (SADE, EDUCAO, ESPORTE, LAZER, CULTURA).

    SABER OS MODOS DE FUNCIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS PBLICOS DAREGIO (CENTROS CULTURAIS, CENTROS DE SADE, BIBLIOTECAS, ETC.).

    C O N C E I T U A L

    OBTER E CUIDAR DE SEUS DOCUMENTOS (CERTIDO DENASCIMENTO,CARTEIRA DE VACINAO, CARTEIRA DE IDENTIDADE

    E CARTEIRA ESCOLAR).

    CONHECER E UTILIZAR, QUANDO NECESSRIO ESEGURO, OS DIFERENTES SERVIOS E EQUIPAMENTOSPBLICOS DO BAIRRO.

    DESLOCAR-SE NO BAIRRO COM NVEIS CRESCENTES DE AUTONOMIA. FREQENTAR ASSIDUAMENTE A ESCOLA. ACESSAR PRODUES CULTURAIS. UTILIZAR AS DIFERENTES LINGUAGENS ARTSTICA, CORPORAL E VERBAL. MANUSEAR DIFERENTES MDIAS, PERCEBENDO A INCLUSO DIGITAL COMO

    MEIO DE AMPLIAO DE REPERTRIO E INSERO NO MUNDO

    CONTEMPORNEO.

    PARTICIPAR DA MONTAGEM DE EXPOSIES/MOSTRAS DAS PRODUES(PRPRIAS E DO GRUPO).

    DESENVOLVER HABILIDADES NECESSRIAS PARA A VIDA COTIDIANA EMBUSCA DA AUTONOMIA E DE UMA VIDA SAUDVEL.

    P R O C E D I M E N T A L

  • 24

    (...) TODO MENINO UM REI

    EU TAMBM J FUI REI

    MAS QU!

    DESPERTEI!

    s significativas mudanas no desenvolvimentofsico, emocional e psicolgico repercutemfortemente no comportamento do adolescente

    e trazem expectativas novas relacionadas afetividade, sexualidade, necessidade deliberdade. A intensidade dessas descobertas leva a uma extrema valorizao do convvio entre pares,fazendo com que a sociabilidade ocupe posiocentral na vivncia do adolescente. Grupos deamigos so espaos importantssimos na busca derespostas para suas questes.As peculiaridades desse momento de vida tm sidoquase sempre ignoradas pela sociedade e suasinstituies particularmente quando se trata deadolescentes dos estratos populacionais de menorrenda reproduzindo a idia de que precisoacelerar a preparao dos adolescentes para a vidaadulta e pouco se perguntando sobre o que elesnecessitam agora, em termos de vivncias e valores a serem privilegiados em sua formao. Por desconsiderarem essas peculiaridades e potencialidades (ou mesmo reduzi-las a aspectosnegativos), acabam perdendo a capacidade dedilogo com eles.

    construo da identidade torna-se umprocesso particularmente crtico naadolescncia. Percepo de diferentes modos

    de ser, possibilitada pela ampliao da autonomia,pela maior circulao nos espaos de vida pblica epelo desenvolvimento da capacidade reflexiva afetamsua compreenso de mundo. O intenso fluxo deinformaes faz com que entrem em contato, e dealguma forma interajam, simultaneamente, comdimenses locais e globais, mesclando singularidadese universalidades, o que interfere diretamente nos

    4.2. ADOLESCENTES DE 12 A 15 ANOS

    A adolescncia reconhecida como um perodo de mutaes fsicas,emocionais e intelectuais, atravessadas por contextos culturais que ensejamdiversas expresses do ser adolescente. assim que a adolescncia se revelatambm como um processo de construo sociocultural.

    WILSON RUFINO/Z LUIZ

  • 25

    seus processos de identificao, gerando umatenso permanente diante da questo:quem sou, por onde e para onde vou.

    Muitos j assumem responsabilidadesperante a famlia; para umasignificativa parcela deste grupo, o trmino da 9 srie marca o encerramento da vida escolar. Os que pretendem continuar os estudostero, em muitos casos, que conjugartrabalho e estudo.

    No entanto, a freqncia ao ensino regularfundamental e mdio com efetiva aprendizagem,deve possuir centralidade para adolescentes de 12 a 15anos. A fluncia comunicativa leitura e escrita so ferramentasfundamentais para assegurar um bom trnsito no mundo societrio.

    uma fase rica para desenvolver valores e atitudes de convvio a dignidade, a solidariedade, a justia, a coragem, o cuidado com aspessoas, com o meio ambiente e com a comunidade. O debate sobre

    dilemas morais uma modalidade bastante rica para que adolescentes demsignificado a valores e atitudes. Passeios e pesquisas em outros ambientes,dentro ou fora do bairro, so excelentes oportunidades para a explorao da cidade, para adensar o convvio e exercitar sua participao em gruposorganizados em torno de causas comuns.

    As expresses artsticas so inmeras entre os adolescentes e representam umcanal de expresso de suas inquietaes e propostas de mudana, por isso,devem ser valorizadas. Abrem caminho para a discusso da diversidade, dos diferentes referenciais de cultura e de seus posicionamentos.

    O acesso aos servios das polticas sociais deve ser constantementeestimulado. O esporte, a cultura, o aprendizado das tecnologias digitais e multimdia e projetos de interveno na comunidade ganham especialrelevncia.

  • 26

    VALORIZAR A FAMLIA E A COMUNIDADE COMO ESPAOS DE IDENTIDADEE PERTENCIMENTO.

    RECONHECER O PROCESSO DE ESCOLARIZAO COMO VALOR PARAFORTALECIMENTO DA CIDADANIA E O PROCESSO SOCIOEDUCATIVO PARA

    AMPLIAO DAS POSSIBILIDADES DE ESCOLHA.

    CONVIVER EM GRUPO, BUSCANDO TRABALHAR COOPERATIVAMENTE. CONFIAR NA PRPRIA CAPACIDADE DE APRENDER E DE ATUAR. PREOCUPAR-SE EM CUIDAR DO PRPRIO CORPO, DO ENTORNO

    E DO MEIO AMBIENTE.

    INTERESSAR-SE POR OBTER INFORMAES RELEVANTES A RESPEITO DE FATOSLOCAIS E GLOBAIS.

    COMPARTILHAR SEUS CONHECIMENTOS EM DIFERENTES CONTEXTOS(FAMLIA, AMIGOS).

    VALORIZAR OS SABERES DOS OUTROS, O SABER SOCIAL E O CONHECIMENTOACUMULADO HISTORICAMENTE.

    CONVIVER COM DIFERENTES GRUPOS, RESPEITANDO AS DIFERENAS (CONVICES,CONDIO SOCIAL, TIME DE FUTEBOL, JEITO DE VESTIR, DE PENSAR E DE AGIR) E REPUDIANDO AES DE DISCRIMINAO.

    RESPEITAR REGRAS ESTABELECIDAS, QUESTIONANDO-AS QUANDO FOR O CASO. RECONHECER E RESPEITAR AUTORIDADE. SABER ESCOLHER E TOMAR DECISES INDIVIDUAIS E COLETIVAS. VALORIZAR A PRPRIA IDENTIDADE CULTURAL E AS DIFERENTES CULTURAS,

    INTERESSANDO-SE POR APROFUNDAR CADA VEZ MAIS SEUS CONHECIMENTOSSOBRE MODOS DE VIDA, SABERES E FAZERES EM TEMPOS E ESPAOS DIVERSOS.

    VALORIZAR DIFERENTES LINGUAGENS E ESTTICAS. VALORIZAR A ESCOLA, A ONG E OS EQUIPAMENTOS SOCIAIS. INTERESSAR-SE POR AES DE MOBILIZAO PELA PRESERVAO DO MEIO

    AMBIENTE E PELA GARANTIA DOS SERVIOS SOCIAIS BSICOS.

    METAS DE APRENDIZAGEM

    A T I T U D I N A L

  • 27

    CONQUISTAR HABILIDADES NECESSRIAS PARA A VIDA COTIDIANA EM BUSCADA AUTONOMIA E DE UMA VIDA SAUDVEL ORGANIZAR PERTENCES, CUIDAR DE FERIMENTOS.

    PRESERVAR A ESCOLA, A ONG E DEMAIS EQUIPAMENTOS SOCIAIS. OBTER E UTILIZAR DOCUMENTOS (CARTEIRA DE IDENTIDADE,

    CARTEIRA ESTUDANTIL, CARTEIRA DE PASSE ESCOLAR), ZELANDO POR ELES.

    PROVIDENCIAR A INSCRIO NOS SERVIOS BSICOS DAS POLTICAS PBLICASNO TERRITRIO (SADE, EDUCAO, ESPORTE, LAZER, CULTURA).

    DESLOCAR-SE NO TERRITRIO URBANO ACESSANDO DIFERENTES FONTES(GUIAS FSICOS E VIRTUAIS, MAPAS) E MEIOS DE TRANSPORTE.

    TRANSITAR PELOS EQUIPAMENTOS E ACESSAR AS PRODUES CULTURAIS DO BAIR-RO E DA CIDADE.

    PARTICIPAR DA PRODUO DOS BENS CULTURAIS LOCAIS. FRUIR AS MANIFESTAES ARTSTICAS CONTEMPLANDO A DIVERSIDADE

    DAS CULTURAS.

    UTILIZAR AS DIFERENTES LINGUAGENS ARTSTICA, CORPORAL, VERBAL E ESCRITA COMO FORMA DE INTERAO COM DIFERENTES TEMPOS,LUGARES, PESSOAS E OBJETOS DAS CULTURAS.

    SISTEMATIZAR E COMUNICAR SUAS PRPRIAS APRENDIZAGENS(EXPOSIO, MOSTRAS, DIRIOS, PORTFLIOS).

    UTILIZAR DIFERENTES MDIAS, PERCEBENDO A INCLUSO DIGITAL COMO MEIODE AMPLIAO DE REPERTRIO E INSERO NO MUNDO CONTEMPORNEO.

    UTILIZAR ESTRATGIAS PARA EVITAR DESPERDCIO DE RECURSOS, APROVEITARMATERIAIS E ENCAMINHAR RESDUOS SLIDOS PARA REUTILIZAO OU RECICLAGEM.

    DE 12 A 15 ANOS

    P R O C E D I M E N T A L

  • IDENTIFICAR EMPIRICAMENTE OS RECURSOS, SERVIOS EAS CARACTERSTICAS DA VIDA COTIDIANA NO BAIRRO PARA ELABORAR

    PROPOSTAS DE MELHORIA.

    CONHECER DIFERENTES MODELOS DE URBANIZAO, IDENTIFICANDO A CONSTRUOHISTRICA DO LOCAL ONDE SE VIVE A PARTIR DA COMPARAO COM OUTROS

    PERODOS E OUTROS LUGARES.

    CONHECER DIFERENTES GUIAS DA CIDADE (IMPRESSOS E DIGITAIS) E CONSTRUIRPERCURSOS PRPRIOS DE TRNSITO.

    REFLETIR E CONHECER A NOO DE JUSTIA, SUA APLICAO LEGAL E NO MBITODAS RELAES SOCIAIS.

    CONHECER OS DIFERENTES ESTATUTOS E LEIS QUE GARANTEM DIREITOS BSICOS AOS CIDADOSE OS VALORES QUE OS EMBASAM..

    CONHECER AS INSTITUIES QUE TRABALHAM PARA GARANTIA DE DIREITOS DOSCIDADOS EM GERAL.

    IDENTIFICAR OS SERVIOS SOCIAIS BSICOS COMO CONQUISTA E DIREITO DE TODOS. CONHECER OS EQUIPAMENTOS PBLICOS DA REGIO E MODOS DE FUNCIONAMENTO

    (CENTROS CULTURAIS, CENTROS DE SADE, BIBLIOTECAS, ETC.).

    CONHECER O SIGNIFICADO DA AUTONOMIA SER GOVERNADO POR SI MESMO NASDIFERENTES INTERAES E REGULAES SOCIAIS AO LONGO DA VIDA.

    CONHECER DIFERENTES ESTRATGIAS PARA CUIDAR DO AMBIENTE PESSOAL E COLETIVO. IDENTIFICAR AS DIMENSES E CARACTERSTICAS DO PBLICO E DO PRIVADO. CONHECER AS DIFERENTES FORMAS DE PARTICIPAO NA VIDA PBLICA. RECONHECER AS DIFERENTES LINGUAGENS ARTSTICA, CORPORAL, VERBAL

    COMO EXPRESSES DA SUBJETIVIDADE NO DIOLOGO COM A DIVERSIDADE DAS CULTURAS

    CONHECER E IDENTIFICAR OS DIVERSOS GNEROS LITERRIOS. CONHECER E SABER USAR PROCESSOS DE COMUNICAO ORAL E ESCRITA. CONHECER OS CONCEITOS DE DIVERSIDADE E IDENTIDADE CULTURAL. CONHECER DIFERENTES MANIFESTAES ESTTICAS E COMPREENDER AS DIFERENTES

    CONCEPES DE ARTE.

    CONHECER O CORPO, SEU MODO DE FUNCIONAR, SEUS LIMITES E AS FASES DODESENVOLVIMENTO.

    C O N C E I T U A L

    METAS DE APRENDIZAGEM DE 12 A 15 ANOS

  • 29

    proximadamente aos 15 anos se inicia propriamente a juventude,reconhecida como um perodo de conflito, tenso, discordncia equestionamento dos modelos estabelecidos, de manifestaes

    intensas que vo da apatia contestao, da capacidade de entrega indiferena. A cultura, o esporte, a arte, a sexualidade, o prazer assim como a convivncia entre pares tm especial valor para os jovens porque conseguem dialogar mais direta e subjetivamente com suas vidas, com suas expresses e modos estar no mundo.

    A capacidade reflexiva vivida intensamente, construindo e desconstruindo-se escolhas. No convvio com os adultos produz ambigidade afetiva e tenso de interesses.

    As mudanas corporais ocorridas anteriormente se estabilizam e as experimentaes no corpo ganham a dimenso de escolhas relaes sexuais, tatuagens, piercings. Os jovens so cidadosde um tempo, bem mais do que de um lugar. Este tempo, que a juventude habita, um tempo da velocidade, da intensidadee do deslocamento. Esse movimento frentico, muitas vezes,alimenta comportamentos de risco que podem resultar emsituaes-problema: gravidez indesejada, contaminao porDSTs, uso indevido de drogas, lcitas e ilcitas. O prazer domomento parece apagar as conseqncias futuras.

    s jovens vivem, intensa e visceralmente, o presente,ocupando-se pouco do futuro; h uma tenso entre essestempos, o que gera expectativas, temores, inseguranas e desejos.

    Essa tenso ganha expresso na formao de variados grupos de jovens quebuscam identificao pela via das roupas, gosto musical, prticas de lazer econstruo de discursos de oposio entre os grupos.

    Delimitam seus territrios deixando-lhes sua marca pessoal e de grupo;precisam de seu canto singular ao mesmo tempo em que so nmades comenormes demandas de experimentao e circulao. A mochila, neste sentido, um smbolo do canto privado do jovem e simultaneamente de suacaracterstica nmade.

    4.3. ADOLESCENTES JOVENS DE 15 A 18 ANOS

    Entre os jovens adolescentes de 15 a 18 anos, apenas 46,4%encontram-se no Ensino mdio. Dos 3,2 milhes de estudantes queterminaram o Ensino Mdio em 2.000, apenas 1,2 milho chegou universidade. Na outra ponta, cerca de 1,2 milho (3,6%) de jovensso analfabetos, 70% deles concentram-se na regio Nordeste.(fonte: Secretaria Nacional da Juventude)

    (...)MENINO MOLEQUE,

    MISTRIO NO OLHAR;SUA VIDA EST POR UM TRIZ

    A MAGIA DA INFNCIA PERDEUSEU LUGAR

    PARA O ADULTO-CRIANAQUE BUSCA ENCONTRAR

    A PAZ PRA VIVER, A PAZ PARASONHAR.XICO ESVAEL

  • 30

    s jovens nesta faixa etria possuem uma relao de experimentaocom o mundo do trabalho. O trabalho reconhecido por eles comopossibilidade de obter uma renda e conquistar assim certa autonomia;

    por isso mesmo o interesse pelo bico, pelo trabalho temporrio. Aqueles quej assumem responsabilidades maiores de trabalho e mantm-se estudandoenfrentam uma jornada prxima a 12 horas de dedicao a essas duasatividades.

    preciso reconhecer a necessidade de complementao de renda familiar e as exigncias do mundo do trabalho e investir na ao intersecretarialvisando o aprimoramento profissional dos adultos e na formao educacionaldo jovem, o que lhe permitir, se bem formado, ter melhores condies de iniciar e permanecer trabalhando. Investir nos adultos ajuda-lhes a encontrar e manter-se empregados e a sustentar seus filhos. Investir, preponderantemente,na formao profissionalizante de adolescentes com vistas insero nomercado de trabalho produzir mais adultos como seus pais que, talvez, porlimitaes educacionais no conseguem acompanhar as mudanas que geramnovas exigncias profissionais. Da a importncia das aes socioeducativasarticuladas e integradas s escolares e de formao profissional.

    claro que a condio de vulnerabilidade pessoal e social um dosfatores que pode levar o jovem a se envolver em situaes de perigo,violncia, infraes, como o trfico. Temos que atentar para essas

    possibilidades e oferecer alternativas. Os jovens pedem trabalho, queremassumir o gasto com seus desejos, uma vez que as famlias, quandoconseguem, ocupam-se das necessidades bsicas. No entanto, alm dodinheiro propriamente, esses jovens encontram, nessas atividades delituosas,figuras de identificao muito fortes, que relativizam seus valores e banalizamcaminhos inadmissveis para o sucesso.

    ara este grupo etrio, jovens de 15 a 18 anos, preciso insistir: aprioridade continua sendo a educao e a consolidao deconhecimentos da dimenso atitudinal, no o emprego formal. mais

    importante desenvolver competncias e oferecer oportunidades deexperimentao do que favorecer o ingresso precoce e regular no mercado dotrabalho. importante olhar para o trabalho no como fim, mas comointroduo em um mundo que pede constantes atualizaes eaprimoramentos, hbitos que devem ser despertados e desenvolvidos naescola e nas atividades socioeducativas.

    Explorao, experimentao e produo so considerados processosindissociveis no desenvolvimento de situaes de aprendizagem com a juventude. Inspiram-se em duas caractersticas marcantes dessa etapa: o esprito exploratrio e a motivao para empreender descobertas.

    Pode-se dizer que a cultura, as artes, a fluncia comunicativa, o domnio das linguagens multimdia, o esporte assim como a circulao em

  • 31

    diferentes e novos espaos, a ao constituem-se em ncleo duro deprojetos formativos.

    A cultura apresenta-nos o mundo em sua complexidade e particularidades de gostos, como fonte de beleza e prazer. A cultura e a participao na vidapblica so mediaes privilegiadas no desenvolvimento pessoal e socialde jovens.

    servio socioeducativo deixa de ser o nico espao de freqnciaregular. O jovem precisa de vrias composies programticas paradesenvolver seus talentos, interesses e necessidades. Assim, a dinmica

    de oferta de aprendizagens socioeducativas se altera. O prprio jovem faz suas opes e escolhas em torno de aprendizagens de que deseja oupercebe como necessrias. Da a importncia do prprio Centro estimular e facilitar o trnsito deste jovem por um leque de aprendizagens que possamocorrer em seu prprio equipamento ou em outros espaos. A gesto dostempos programticos tambm se altera flexibilizando oportunidades para um,dois ou trs dias, pelo dia ou pela noite, durante a semana ou fins de semana. importante a constituio de espaos-rede e servios-rede no territrio,permitindo aos jovens a circulao e a experimentao.

    A constituio de servios-rede ocorre sem anular autonomias, cartermultidimensional e diversidades na oferta de oportunidades socioeducativas e culturais.

  • METAS DE APRENDIZAGEM

    CONFIAR NA PRPRIA CAPACIDADE DE APRENDER, PROPOR E ATUAR. RECONHECER O PROCESSO DE ESCOLARIZAO COMO VALOR PARA

    FORTALECIMENTO DA CIDADANIA E O PROCESSO SOCIOEDUCATIVO PARA

    AMPLIAO DAS POSSIBILIDADES DE ESCOLHA.

    CONVIVER PAUTADO EM VALORES TICOS, TRABALHAR EM GRUPO RESPEITANDOPONTOS DE VISTA DISTINTOS E UTILIZANDO O DILOGO NA RESOLUO DE CONFLITOS.

    DISCERNIR E REPUDIAR AES DE DISCRIMINAO, ASSIM COMO SABER PROPORENCAMINHAMENTOS PARA AS MESMAS.

    RESPEITAR OS SABERES E AS EXPERINCIAS DOS OUTROS E RECORRER A ELES COMO FONTEDE APRENDIZAGEM E INFORMAO.

    COMPREENDER O SABER SOCIAL E O CONHECIMENTO ACUMULADO HISTORICAMENTE COMOPATRIMNIO COLETIVO.

    ESCOLHER E TOMAR DECISES INDIVIDUAIS E COLETIVAS. INTERESSAR-SE POR PARTICIPAR DOS PROCESSOS DEMOCRTICOS DE DISCUSSO,

    QUESTIONAMENTO E PROPOSIO DE REGRAS DE CONVIVNCIA E LEIS, EM DIFERENTES MBITOS.

    ENVOLVER-SE NA DISCUSSO DE PROBLEMAS SOCIAIS E AMBIENTAIS DO BAIRRO E DA CIDADE,PROPONDO AES E PROJETOS DE INTERVENO SOCIAL E AMBIENTAL NO BAIRRO E NA

    CIDADE.

    INTERESSAR-SE POR ACOMPANHAR O QUE ACONTECE NO PAS E NO MUNDO. CONHECER OS SERVIOS DE SEGURANA PBLICA, DE SANEAMENTO BSICO, DE DISTRIBUIO

    DE ENERGIA, TELEFONIA E DE INCLUSO DIGITAL.

    RECONHECER A INCLUSO DIGITAL COMO MEIO DE AMPLIAO DE REPERTRIO E INSERONO MUNDO CONTEMPORNEO.

    INTERESSAR-SE POR ACESSAR INFORMAES EM DIFERENTES MDIAS (JORNAL, REVISTAS, TELEVISO, RDIO, INTERNET, ENTRE OUTROS).

    VALORIZAR A PRPRIA IDENTIDADE CULTURAL, MODOS DE VIDA, SABERES E FAZERES DACULTURA LOCAL NA RELAO COM A DIVERSIDADE DAS CULTURAS.

    INTERESSAR-SE POR ACESSAR OS BENS CULTURAIS DA CIDADE. CONHECER E UTILIZAR OS ESPAOS DE PARTICIPAO PBLICA. RECONHECER A IMPORTNCIA DE PRESERVAR O MEIO AMBIENTE, TER RESPONSABILIDADE

    COM O ECOSSISTEMA E COM A BIODIVERSIDADE.

    VALORIZAR A PROMOO SADE INDIVIDUAL, FAMILIAR E COMUNITRIA. PROCURAR CONHECER-SE E ORIENTAR-SE PARA UMA VIDA SEXUAL SAUDVEL E SEGURA.

    A T I T U D I N A L

  • 33

    DE 15 A 18 ANOS

    PROVIDENCIAR A PRPRIA DOCUMENTAO E A INSCRIO NOSSERVIOS BSICOS DAS POLTICAS PBLICAS NO TERRITRIO

    (SADE, EDUCAO, ESPORTE, LAZER, CULTURA).

    LIDAR COM SUA SADE DE FORMA PREVENTIVA E RESPONSVEL. AGIR COM INDEPENDNCIA NA VIDA COTIDIANA CUIDADOS CORPORAIS,

    ALIMENTAO, VESTURIO E ORAMENTO.

    PLANEJAR SUAS NECESSIDADES DE CONSUMO RELACIONANDO-AS AOSLIMITES ORAMENTRIOS.

    ENCAMINHAR RESDUOS SLIDOS PARA REUTILIZAO OU RECICLAGEM. CUIDAR E PRESERVAR O AMBIENTE COLETIVO. DESLOCAR-SE COM DESENVOLTURA NO TERRITRIO URBANO. DISCUTIR EM GRUPO E PROPOR REGRAS DEFININDO RESPONSABILIDADES. SISTEMATIZAR E COMUNICAR PENSAMENTOS E DECISES (EXPOSIO, MOSTRAS,

    DEBATES, ASSEMBLIAS).

    ACESSAR E ANALISAR AS DIFERENTES MDIAS, IDENTIFICANDO SUAS VISES, VALORES E INTERESSES, E ESTABELECER RELAES COM OS DIFERENTES CONTEXTOSE POSICIONAMENTOS.

    UTILIZAR A INFORMTICA E AS MDIAS DIGITAIS COMO MEIO DE AMPLIAO DEREPERTRIO E INSERO NO MUNDO CONTEMPORNEO.

    PARTICIPAR DA PRODUO DOS BENS CULTURAIS LOCAIS. PLANEJAR E GERIR SUA ROTINA. DESENVOLVER AES OPERATIVAS DO COTIDIANO (AFAZERES DOMSTICOS,

    CONSERTOS BSICOS).

    PLANEJAR E GERIR UM PROJETO PROFISSIONAL. OBTER PASSE ESCOLAR, TTULO DE ELEITOR, DIPLOMAS DE CONCLUSO DO 1 E

    DO 2 GRAUS, CARTEIRA DE TRABALHO, CADASTRO DE PESSOA FSICA, CERTIFICADO DE RESERVISTA.

    UTILIZAR COM FACILIDADE DIFERENTES GUIAS DA CIDADE (IMPRESSOS E DIGITAIS).

    P R O C E D I M E N T A L

  • METAS DE APRENDIZAGEM DE 15 A 18 ANOS

    IDENTIFICAR EMPIRICAMENTE OS RECURSOS, SERVIOS E AS CARACTERSTICAS DAVIDA COTIDIANA NO BAIRRO.

    CONHECER OS VALORES QUE EMBASAM OS DIREITOS HUMANOS E O ESTATUTODA CRIANA E DO ADOLESCENTE, COMPREENDENDO A CONSTRUOHISTRICA DAS LEGISLAES COMO UM PROCESSO CONTNUO, QUE EXIGEPARTICIPAO DE TODA A SOCIEDADE.

    CONHECER AS INSTITUIES E LEGISLAES QUE TRABALHAM PARA GARANTIA DE DIREITOS (CRIANASE ADOLESCENTES, DIREITOS HUMANOS, CONSUMIDOR, AMBIENTAIS, ETC.).

    CONHECER A LEGISLAO TRABALHISTA. CONHECER AS DIFERENTES FORMAS DE PARTICIPAO NA VIDA PBLICA, AS ATRIBUIES E COMPETNCIAS

    DOS PODERES CONSTITUDOS (EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIRIO).

    CONHECER OS CONCEITOS DE DIVERSIDADE E IDENTIDADE CULTURAL. CONHECER ESTRATGIAS DE CUIDADO E PRESERVAO DO AMBIENTE COLETIVO. CONHECER DIFERENTES MODELOS DE URBANIZAO. IDENTIFICAR A CONSTRUO HISTRICA DO LOCAL ONDE SE VIVE A PARTIR DA COMPARAO COM OUTROS

    PERODOS E OUTRAS REGIES.

    IDENTIFICAR OS DIVERSOS CONTEXTOS COMUNICATIVOS, PRODUZINDO PROCESSOS FLUENTESDE COMUNICAO ORAL E ESCRITA.

    RELACIONAR CRITICAMENTE INFORMAES, FATOS, VALORES, CONCEITOS E SITUAES. COMPREENDER O PROCESSO DE PRODUO DE CONHECIMENTO, RELACIONANDO-O COM AS EXPERINCIAS

    COTIDIANAS.

    CONHECER DIFERENTES MANIFESTAES ESTTICAS E COMPREENDER AS DIFERENTES CONCEPES DE ARTE. IDENTIFICAR AS MANIFESTAES ARTSTICAS CONTEMPLANDO A DIVERSIDADE DAS CULTURAS. CONHECER, PRODUZIR E UTILIZAR AS DIFERENTES LINGUAGENS ARTSTICA, CORPORAL E VERBAL COMO

    FORMA DE INTERAO COM DIFERENTES TEMPOS, LUGARES, PESSOAS E OBJETOS DAS CULTURAS.

    CONHECER OS CONCEITOS DE DIVERSIDADE, LIBERDADE E IDENTIDADE CULTURAL NA SUA RELAO COMO OUTRO E COM O MOMENTO HISTRICO.

    COMPREENDER A SADE DENTRO DAS DIMENSES CULTURAIS, SOCIAIS, AMBIENTAIS E BIOLGICAS. CONHECER AS POSSIBILIDADES DE FORMAO E APERFEIOAMENTO PROFISSIONAL DISPONVEIS

    NA SOCIEDADE.

    SABER IDENTIFICAR SEUS INTERESSES PROFISSIONAIS. SABER ANALISAR AS OFERTAS DO MERCADO DE TRABALHO RELACIONANDO-AS COM SEUS INTERESSES. CONHECER AS REAS DE FORMAO PROFISSIONAL E AS CARREIRAS CORRESPONDENTES.

    C O N C E I T U A L

  • 35

    5. ESTRATGIAS METODOLGICAS ARTICULADASetodologias de ao so construtos pensados a partir deintencionalidades, conhecimentos e experincias que se convertem em princpios e diretrizes fundantes na conduo da ao.

    Sua aplicao subordina-se ao contexto em que aplicada e, portanto, exigeplasticidade para constituir-se em processo capaz de produzir mudanas.

    necessrio traar caminhos intencionais nos modos como se operam as prticas e o trabalho socioeducativo. Duas propostas metodolgicasorientaram a elaborao do conjunto de trajetrias que apresentaremos a seguir: cartografia e trabalho com projetos. Essas escolhas esto sustentadas na necessidade de explicitar dois caminhos privilegiados na promoo daconvivncia e participao social com crianas, adolescentes e jovens nosprocessos de aprendizagem.

    A cartografia um processo de produo de conhecimento, expressopor um conjunto de informaes objetivas e subjetivas. Propedilogo e combinao entre as experincias, interesses, desejos

    e saberes de crianas, adolescentes, jovens e as suas possibilidades de criar,inventar e intervir em seus territrios, sejam eles do grupo, do serviosocioeducativo, da comunidade ou da cidade. Tem por finalidade, ento,reconhecer os territrios de crianas, adolescentes e jovens como lugares de residncia, circulao, diverso, aprendizagem, criao, consumo e convvio, operando de forma a mapear as potencialidades do local, deseus habitantes, assim como seus interesses. Portanto, a cartografia se remetea um territrio espacial e s rotas de navegao, mas tambm incorpora a dimenso subjetiva, captando o espao existencial povoado por sonhos,desejos, percepes e sensaes. Lugares e acontecimentos atravessam a vida das pessoas e as afetam com diferentes graus de intensidade,produzindo mudanas no modo de ver e de viver, gerando aprendizagens e sensaes de diferentes tonalidades: encorajamento, conforto, medo,abalo, frustrao, potncia. Em todos os acontecimentos, a vida pulsa, emconstante movimento, um convite transformao e formao.

    Tomada como metodologia, a cartografia contempla um conjunto deafirmaes que do sustentao s prticas socioeducativas.

    5.1. Cartografia como instrumentode pesquisa-ao.

  • 36

    O CARTGRAFO CAPTA A VIDA ONDE ELA ESTACONTECENDO, NAS PESSOAS E NOS GRUPOSCOM OS QUAIS SE TRABALHA: O CARTGRAFO UM INVESTIGADOR DE TERRITRIOS.

    A educao no acontece fora dos espaos concretos de vivncia, ocorre em territrios experimentados e vividos. Isso significa considerar os territrios comovnculos traados na vida, como lugares onde crianas,adolescentes e jovens existem, atuam, se relacionam. A cartografia instrumento de investigao e aproximao dos territrios vividos e construdos. Processo que possibilita ao joveminvestigador estabelecer relaes com o seu entorno,alm de compreender e construir projetos de vida e de pertencimento ao seu espao.

    O CARTGRAFO DETM-SE NOS MOVIMENTOS,BUSCANDO APREENDER E DAR VISIBILIDADE SPOTNCIAS SOCIOTERRITORIAIS.

    A criana, adolescente ou jovem cartgrafo prepara o seu olharinteressado, curioso e aberto para perceber a vida, o movimento nosmais diversos espaos, lugares e grupos, identificando as intensidadese as possibilidades de transformao. Assim, busca apreender,maximizar e dar visibilidade s potencialidades dos territrios.Privilegia o que forte nas pessoas, grupos, lugares, culturas semdesconsiderar o impacto das dificuldades. Trata-se de revertersituaes em que fraquezas criam efeitos de imobilidade para darpassagem s potencialidades e capacidades imanentes que podem serreforadas nos processos de aprendizagens e trajetrias criadoras. Territrios considerados de risco, de alta vulnerabilidade e deprofundas excluses sociais no so apenas espaos de riscos,fragilidades ou carncias, mas, sobretudo, de foras, de resistncias,riquezas socioculturais e humanas, capazes de gerar ressonnciacriativa. A potncia no est l esperando ser descoberta, incessanteconstruo a servio da vida, da produo coletiva com base nosvalores de alteridade, solidariedade e justia.

  • O CARTGRAFO PROPE NOVOS SENTIDOSPARA OS TERRITRIOS.

    Com a cartografia a criana, o adolescente e o jovem vivenciam tantoprocessos de investigao como de produo. O princpio orientador dessaproposta constitudo por uma forte convico de que os territrios estopresentes, mesmo como lembranas, nas trajetrias de vida dos indivduos e dos grupos sociais e so bases concretas para ativar propostas e projetosinterventivos, onde crianas, adolescentes e jovens pesquisam elementos nabusca de construo de sentidos para as prprias experincias. Neste processoa cartografia uma estratgia que permite articular aes para a experimentao de novas prticas e novos olhares. Prope que essescontedos, repletos de vida e intensidade, possam se configurar como insumosde sentido para a produo dos projetos educativos elaborados e realizadospor educadores, crianas, adolescentes e jovens.

  • 38

    O CARTGRAFO CRIA FORMAS DE EXPRESSO OS MAPASCARTOGRFICOS NO SEGUEM UM MODELO NICO DEEXPRESSO.

    O trabalho cartogrfico no se restringe s marcaes visveis do espao fsicocomo na geografia. Pode-se cartografar mltiplas situaes por meio dedesenhos, colagens ou encenaes. Pode-se desenh-lo numa parede,conceb-lo como obra de arte, constru-lo como uma ao poltica ou comoimaginao. Para isso so realizadas atividades em grupo cuja matria-primaso os patrimnios existenciais que todos possuem: experincias, memrias,conhecimentos, imaginao, narrativas, aprendizagens, valores, sentimentos,emoes, expectativas, motivaes, desejos, vises, aes, decises, escolhase percursos das crianas, adolescentes e jovens. Nas atividades, procura-se dara ver uma pequena parte desse patrimnio a partir de: diagramas, palavras,dilogos, enunciados, discursos, sinais, mapas, esquemas, desenhos, colagens,encenaes, dentre outros recursos. Na cartografia, linhas no so seqenciais,mas podem se misturar e serem combinadas como mosaicos e modificadasde acordo com os territrios com os quais se trabalha. Pode-se cartografar otempo da memria, da lembrana, momentos importantes das trajetrias devida individual e coletiva das crianas, adolescentes e jovens; identidadesindividuais e coletivas, discursos e prticas sociais; rostos e corpos, estticas earquiteturas; espaos cotidianos que as crianas, adolescentes e jovens usampara trabalhar, para estudar, para se divertir, para acessar e usufruir a cidade;desejos, sonhos, expectativas, etc.

    Trata-se de um mapeamento histrico e existencial, onde o reconhecimento deespaos e pessoas remete a sentidos e re-significaes.

    Assim, a identificao de elementos ao longo da vida das comunidades podepotencializar o desenvolvimento das crianas, adolescentes e jovens e permitira realizao de suas capacidades por meio de projetos individuais e coletivos.

  • rojetos educativos constituem uma estratgia metodolgica primordialna gesto e oferta de aprendizagens socioeducativas, pois propiciamconstruo de conhecimentos mediados pela ao, estimulando

    o processo de aprender fazendo. Esta estratgia encontra nos centros paracriana, adolescente e juventude um campo propcio para sua implementao.

    Na adoo desta proposta metodolgica, educadores, crianas, adolescentes e jovens vivem uma experincia colaborativa de aprendizagem em quedefinem o que pretendem realizar, escolhem rotas de pesquisa-ao, discutemresponsabilidades, estabelecem cronogramas de ao e desenham claramente onde querem chegar. Metodologia que prioriza o dilogo, a trocade saberes, a expresso de dvidas, a resoluo de conflitos, a percepo das diferenas, como elementos-chave no processo de apropriao e expansode conceitos, atitudes, valores e competncias pessoais e sociais.

    Um projeto uma atividade intencional e planejada; tem objetivos e metasdefinidas coletivamente que do unidade s aes. composto por umconjunto de atividades diversificadas, mas articuladas entre si para que as metas e objetivos sejam alcanados. Tem durao prevista e um produtofinal que d concretude obteno da meta.

    orientado por uma idia, um querer que d sentido s aes. Todos os participantes de um projeto tm oportunidade de expressar a metaque pretendem alcanar, o que d sentido a sua participao em todo

    o processo. Por isso importante que, desde o incio, fique claro quais so osprodutos ou resultados a serem alcanados: aprender mais sobre determinadotema, compreender melhor uma situao, organizar um evento esportivo, umafesta, um passeio ecolgico, uma explorao na cidade, montar uma pea deteatro, uma biblioteca na sala, produzir um caderno de receitas, de poesias,fazer uma interveno em uma rua ou praa pblica do bairro, etc.

    Um projeto percorre vrias fases: identificao do tema, formulao do planode ao, planejamento e execuo das atividades, avaliao e disseminaode processos e resultados. uma proposta de interveno pedaggica que gerasituaes de aprendizagem reais e diversificadas. medida que geraaprendizagens, possibilita que crianas, adolescentes e jovens se formemcomo sujeitos culturais, capazes de projetar intervenes pessoais e sociais.

    5.2. A gesto da aprendizagem no trabalho com projetos.

  • A abrangncia e durao de um projeto vo depender do seu propsito e dodesejo vinculado a ele. Embora seja possvel prever algumas etapas nessetrabalho, preciso considerar que trabalhar com projetos um processodinmico de construo de conhecimento e como tal no pode ser encaradocomo uma sucesso de atividades que vo sendo desenvolvidas linearmenteat o produto final. Avaliaes e planejamentos so uma constante em todoesse processo.

    rojetos, pela sua amplitude ou complexidade, envolvem a integrao de conhecimentos e saberes. Mas no basta prever a integrao de conhecimentos e contedos. preciso pensar nas relaes,

    na coeso grupal, criando espaos democrticos que favoream o encontro, o dilogo e a reflexo. S assim ser possvel garantir as condies necessrias para que projetos educativos sejam propostos e implementadoscom sucesso e com o envolvimento e comprometimento de todos com os resultados.

    Independente da amplitude, cada projeto deve ser apresentado ao pblico a que se destina, no sentido de mobilizar para a ao e agregar diferentesconhecimentos que contribuam com ele. importante incluir a etapa dedisseminao nos projetos para que crianas, adolescentes e jovens percebamque o conhecimento produzido socialmente patrimnio de todos e por isso,em uma sociedade democrtica, preciso ter o compromisso de compartilharos conhecimentos que adquirimos com outras pessoas como forma departicipar da melhoria das condies de vida da comunidade. A disseminao importante tambm por questes polticas, por se configurar como umaoportunidade para o Centro conquistar maior transparncia e legitimidadejunto comunidade onde se insere, alm de atender a um compromisso ticode prestar contas do seu trabalho e do resultado do que nela investido emtermos de recursos tcnicos e financeiros.

    papel do educador de vital importncia no desenvolvimento dasaes socioeducativas. Partilha o projeto com os crianas, adolescentese jovens desde o incio, de forma que os mesmos saibam o que e para

    que se vai estudar e realizar. Isso faz com que os educandos possam versentidos nas atividades. Por exemplo, se eles sabem que ao final do projetotero que dar uma aula sobre determinado assunto podero entender queprecisam passar por muitas etapas at a realizao dessa tarefa: pesquisas,registros das informaes mais importantes, produo de cartazes ouapresentaes virtuais com ilustraes e pequenas informaes que apiem

  • suas falas, ensaios para falar em pblico, entre outras. Assim, conhecimentosde diferentes naturezas so colocados em jogo. Pesquisar, por exemplo, exigeque crianas, adolescentes e jovens, aprendam diferentes procedimentos(consultar ndice, confrontar diferentes fontes, fazer grifos, etc.). J a tarefa de registrar as informaes exige que as crianas e adolescentes aprendam a resumir, selecionando as idias mais importantes. A produo de cartazes ou apresentaes virtuais leva-os a conhecer diferentes modelos para tomaremdecises sobre o contedo e a forma do que iro colocar no prprio cartaz ou tela. Para falar em pblico, as crianas e adolescentes precisam ter domniosobre o contedo, falar em voz alta, olhar para as pessoas, reportarem-se ao cartaz ou tela no momento certo, etc.

    esta forma de atuao, o educador deixa de ser a nica fonte de conhecimento para se tornar um organizador e coordenador dasaes, um mediador competente entre a sua turma e o conhecimento,

    que incentiva o dilogo, a reflexo, a cooperao e a participao de todos na realizao de um conjunto de atividades cuidadosamente planejadas,diversificadas e inter-relacionadas que se constituem em meio para alcanar as aprendizagens almejadas.

    Cuidar das relaes, promover a livre expresso, demonstrar confiana nacapacidade de realizao dos crianas, adolescentes e jovens importantepara criar um clima de colaborao e entusiasmo e fazer com que todos sesintam responsveis pelo processo de aprendizagem.

    produo do conhecimento se d a partir das oportunidades presentesem cada dia de atividade, por isso fundamental planejar as aescotidianas com todo cuidado, planejar atividades significadas e

    diversificadas, cuidando do ambiente fsico e das relaes.

    Estabelecer uma rotina diria com a participao das crianas, adolescentes e jovens faz com que eles aprendam a planejar, a se organizar, a ocupar e a valorizar o tempo, assumir responsabilidades e tornarem-se cada vez maisindependentes.

    Por fim, pensar na organizao da ao pedaggica pensar nas relaes que se estabelecem e na maneira como o educador percebe o seu papel. pensar no uso do espao, dos tempos, na seleo de estratgias e atividades,na organizao dos crianas, adolescentes e jovens. A coordenao de todos esses aspectos vai refletir as concepes de aprendizagem que orientama prtica do educador.

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