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ESTADO DOMARANHÃO FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE-FUNAC/MA Fonte do Bispo, Rua Cândido Ribeiro, nº 850, Centro, São Luís MA / CEP: 65.015-910 Fone: (98) 3231-4738/3222-5041. Fax: (98) 3232-6484. E- mail: [email protected] CNPJ nº. 05.632.559/0001-58 PROPOSTA PEDAGÓGICA DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO DA FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FUNAC/MA São Luís MA 2012

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ESTADO DOMARANHÃO

FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE-FUNAC/MA

Fonte do Bispo, Rua Cândido Ribeiro, nº 850, Centro, São Luís – MA / CEP: 65.015-910

Fone: (98) 3231-4738/3222-5041. Fax: (98) 3232-6484. E- mail: [email protected]

CNPJ nº. 05.632.559/0001-58

PROPOSTA PEDAGÓGICA DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA

DE INTERNAÇÃO DA FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE – FUNAC/MA

São Luís – MA

2012

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SUMÁRIO

DADOS GERAIS DA INSTITUIÇÃO.................................................................................03

APRESENTAÇÃO..................................................................................................................04

1. JUSTIFICATIVA............................................................................................................05

2. OBJETIVOS.....................................................................................................................07

2.1 Geral ..................................................................................................................................07

2.2 Específicos.........................................................................................................................07

3. PRINCÍPIOS NORTEADORES....................................................................................08

4. METODOLOGIA............................................................................................................09

4.1 Rotina Pedagógica.............................................................................................................10

5. PARÂMETROS SOCIOEDUCATIVOS – Eixos Operacionais..................................11

5.1 Educação............................................................................................................................11

5.1.1 Escolarização.................................................................................................................12

5.1.2 Profissionalização / Oficinas............................................................................................14

5.2 Esporte, Cultura e Lazer....................................................................................................16

5.3 Saúde.................................................................................................................................17

5.4 Assistência Religiosa..........................................................................................................18

5.5 Segurança...........................................................................................................................19

5.6 Atendimento Técnico Especializado..................................................................................20

5.7 Atendimento às necessidades básicas................................................................................21

6. RECURSOS HUMANOS..................................................................................................22

7. METODOLOGIA DE GESTÃO .....................................................................................24

8. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO...........................................................................25

REFERÊNCIAS......................................................................................................................27

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DADOS GERAIS DA INSTITUIÇÃO

Nome: Fundação da Criança e do Adolescente – FUNAC/MA

Endereço: Rua Cândido Ribeiro, nº 850, Fonte do Bispo, São Luís – MA

CEP: 65.010-910

Telefone: (98)3232-6484/ 3231-4738

Página internet (Site): www.funac.ma.gov.br

E-mail de contato (institucional): [email protected]

Dados das Unidades

Nome: Centro da Juventude Esperança

Endereço: Rua do Colégio, s/n, Bairro Maiobinha, São José de Ribamar – MA

Capacidade de atendimento: 40 adolescentes

Tel: (98)3245-9341 / 3225-1293

Nome: Centro da Juventude Alto da Esperança

Endereço: Avenida 01, Quadra 02, s/n, Bairro Alto da Esperança, São Luís – MA

Capacidade de atendimento: 12 adolescentes

Tel: (98) 3242-2529

Nome: Centro da Juventude Florescer

Endereço: Rua da Companhia, s/n, Bairro Anil, São Luís – MA

Capacidade de atendimento: 10 adolescentes

Tel: (98) 3245-4316 / 3259-8921

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APRESENTAÇÃO

A Fundação da Criança e do Adolescente – FUNAC, criada em conformidade

com a Lei nº 5.560/93, é, no Estado do Maranhão, o órgão responsável pela coordenação e

execução da política de atendimento a adolescentes em conflito com a lei, em cumprimento de

medidas socioeducativas restritivas e privativas de liberdade, conforme assegura a Lei nº.

8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei nº. 12.594/12, que institui o

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE e demais normativas

internacionais das quais o Brasil é signatário.

A sua missão institucional é garantir o cumprimento da política de atendimento

especial ao (à) adolescente em conflito com a lei, de forma articulada, promovendo o seu

desenvolvimento pessoal e social, a partir da valorização de suas potencialidades e

habilidades.

Para o atendimento socioeducativo, a FUNAC dispõe, em sua estrutura

organizacional, de Unidades destinadas para atender o(a) adolescente em cumprimento de

medida cautelar, privativa e restritiva de liberdade.

A internação, segundo o ECA, é medida socioeducativa privativa da liberdade,

sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa

em desenvolvimento (art. 121).Comporta um prazo não superior a 03 (três) anos, sendo

compulsória aos 21 (vinte e um) anos de idade.

Para a operacionalização dessa medida, tem-se como base, além dos documentos

supra citados, o Projeto Político Pedagógico da FUNAC, que estabelece os princípios e

fundamentos teórico-metodológicos norteadores das açõessocioeducativas, bem como o

Regimento Interno da FUNAC e das Unidades de Atendimento Socioeducativo.

A partir dessas orientações e normativas, desenvolve-se a Proposta Pedagógica da

Medida de Internação para as Unidades Centro da Juventude Esperança, Centro da Juventude

Alto da Esperança e Centro da Juventude Florescer, e tem por finalidade nortear o

atendimento socioeducativo destinado ao (à) adolescente, na faixa etária de 12 a 18 anos e

excepcionalmente até 21 anos, em cumprimento de medida socioeducativa de internação

definitiva.

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1. JUSTIFICATIVA

A Proposta Pedagógica da Medida de Internação constitui-se no documento

norteador das práticas pedagógicas, visando à orientação e uniformização das ações,

atividades e procedimentos socioeducativos direcionados aos(às) adolescentes em

cumprimento de medida socioeducativa de internação.

Nessa perspectiva, as ações socioeducativas deverão possibilitar aos(à)

adolescentes um espaço pedagógico que os favoreçam pensar e criar possibilidades de

superação das condições que os levaram a cometer o ato infracional. De acordo com Antônio

Carlos Gomes da Costa,“A medida socioeducativa é uma decisão; o programa

socioeducativo a ser desenvolvido junto ao adolescente é ação.”

Os(as) adolescentes necessitam, portanto, de um ambiente propício para a garantia

do direito à educação, saúde física e mental, que promova sua preparação para o trabalho e

contenham atividades de lazer e cultura.

Nessa Proposta, compreende-se a adolescência como a fase de transição da

infância para a vida adulta. De acordo com o ECA, adolescência é a fase entre 12 e 18 anos de

idade. Pode ser entendido também como um momento em que o indivíduo molda a sua

identidade, faz suas escolhas, e se prepara para o ingresso no mundo adulto, podendo-se

afirmar que a adolescência é um período de constantes transformações no corpo, na mente e

na vida social.

Pelos mais diversos fatores, o (a) adolescente pratica ato infracional.Porém,esta

prática deve ser analisada por diversos ângulos, pois é um ser eminentemente social, que tem

o seu desenvolvimento constituído nas e pelas relações sociais. Nesse sentido, acredita-se na

possibilidade de mudança daquele(a) adolescente cuja sociedade, na maioria das

vezes,estigmatiza-o (a).

No Maranhão, no ano de 2011, a FUNAC atendeu 947 (novecentos e quarenta e

sete) adolescentes em cumprimento de medida cautelar, medida privativa e restritiva de

liberdade e atendimento inicial. Destes, 42% cumpriram medida de internação provisória,

40% atendidos no Centro Integrado – Unidade de Atendimento Inicial, 13% cumpriram

medida socioeducativa de internação e 5% semiliberdade.

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Quanto à procedência dos 171 (18% dos atendidos) adolescentes que cumpriram

medida socioeducativa restritiva e privativa de liberdade, 18% são de São Luís e 82% são

provenientes de outros municípios do Estado, a exemplo de Paço do Lumiar, Santa Inês,

Pinheiro, Codó, São José de Ribamar, Governador Nunes Freire, Pedreiras, Raposa, Coroatá,

Bacabal, Imperatriz, Caxias, Açailândia, Senador La Rocque, entre outros.

Destaca-se no atendimento socioeducativo restritivo e privativo a predominância

do sexo masculino em 99% dos adolescentes atendidos. Segundo Braz e Sousa (2005), isso é

justificado por uma cultura que estimula a violência masculina, pois se considera que os

rapazes sofrem mais pressão do que as mulheres para usar a violência como recurso legítimo

de resolução de conflitos, construindo a identidade masculina a partir de símbolos e relações

de força e agressividade.

Quanto à etnia, 90% dos adolescentes se declararam afrodescendentes, o que

reflete a realidade da população maranhense em que a maioria é negra e parda.

No que diz respeito ao nível de escolaridade, predomina adolescente fora da faixa

etária regular de escolaridade, uma vez que se constatou em 2011, que a maioria dos

adolescentes internos encontra-se inserida no ensino fundamental incompleto. Esse quadro se

agrava quando observamos que a maioria dos adolescentes, aproximadamente 58%, não

frequentavam a escola no ato da infração.

Quanto à natureza dos atos infracionais cometidos, observa-se a predominância

dos atos infracionais contra o patrimônio na modalidade roubo, seguido dos atos infracionais

contra a pessoa e a vida, que são o latrocínio e homicídio. Constatando-se,ainda, que houve

um aumento desses últimos tipos de atos infracionais ao longo dos três anos.

Percebe-se que, no geral, o ato infracional cometido por adolescentes oriundos de

famílias vulnerabilizadas, se dá pela precariedade das condições sócio-econômicas,

desprovidas de expectativas educacionais e de inserção no mundo do trabalho. Muitas vezes,

vítimas de agressão física, da violência sexual, da discriminação, cuja organização familiar,

normalmente apresenta-se com relações conflituosas onde a carência afetiva e material fazem

com que ingressem no mundo da droga, do crime e da violência.

A medida socioeducativa possui caráter educativo que deve proporcionar ações

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socioeducativas conforme os princípios do ECA e SINASE. Para tanto, faz-se necessário um

esforço conjunto com as outras políticas públicas. Nessa perspectiva, fomentar a participação

permanente de outros órgãos governamentais se constitui em uma das tarefas fundamentais de

um projeto sócio-pedagógico que vise a educação para a cidadania, desenvolvendo a auto-

confiança e a auto-estima desses adolescentes.

2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Atender com qualidade, e de forma articulada com as diversas Políticas Públicas,

os(as) adolescentes em cumprimento de medida privativa de liberdade, na perspectiva da (re)

construção do projeto de vida, em consonância com os preceitos estabelecidos nas normativas

internacionais das quais o Brasil é signatário,a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e

do adolescente – ECA, Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - SINASE, bem

como o Projeto Político Pedagógico Institucional.

2.2 Específicos

Proporcionar aos(às) adolescentes, em cumprimento de medida socioeducativa de

internação, a garantia de seus direitos, tais como: educação, esporte, lazer, alimentação,

saúde, profissionalização, cultura, dignidade e respeito em meio ao desenvolvimento de

atividades que contribuam para o resgate de sua identidade e valorização de suas

potencialidades;

Garantir atendimento técnico especializado, de forma personalizada, individualmente ou

em pequenos grupos, por meio de equipe multiprofissional, a fim de favorecer o

desenvolvimento da auto-estima, o protagonismo juvenil e o resgate dos vínculos afetivos

familiares e comunitários através do Plano Individual de Atendimento;

Promover atividades que favoreçam a participação ativa e qualitativa da família no

processo socioeducativo, possibilitando o fortalecimento dos vínculos familiares; e

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Articular garantia de direitos por meio das políticas públicas de educação, saúde, trabalho,

previdência social, assistência social, cultura, esporte e lazer, com o propósito de

favorecer o atendimento integral aos adolescentes.

3. PRINCÍPIOS NORTEADORES

Fortalecimento do processo pedagógico do atendimento em detrimento do caráter

sancionatório, voltado para desenvolvimento do adolescente como um ser único e em fase

de desenvolvimento;

Respeito aos direitos humanos como princípio e condição indispensável a uma

convivência coletiva, ética e democrática;

Gestão democrática e participativa;

Incompletude institucional;

Utilização de práticas restaurativas na resolução de conflitos;

Adoção de princípios de proteção;

Valorizaçãodo processo de interação e integração do adolescente dentro da unidade;

Consideração dos conhecimentos e experiências dos socioeducandos;

Respeito à diversidade cultural, religiosa, étnico-racial, de gênero e sexual;

Crença na capacidade de transformação positiva do adolescente;

Disciplina como meio fundamental para realização da ação socioeducativa, construindo

regras claras de convivência coletiva;

Valorização do protagonismo juvenil;

Co-participação efetiva da família durante o cumprimento da medida socioeducativa;

Prática de atendimento, individual e coletivo de acordo com as necessidades dos

adolescentes em cumprimento de medidas, com base no Plano Individual de Atendimento

– PIA;

Atendimento eminentemente de caráter pedagógico voltado a ressignificação de valores;

Formação continuada dos profissionais.

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4. METODOLOGIA

Em consonância com o Projeto Político Pedagógico da Fundação da Criança e do

Adolescente – FUNAC, as ações a serem desenvolvidas nas Unidades de Internação se

consubstanciam nos marcos legais referentes aos direitos da criança e do adolescente e ao

atendimento socioeducativo, como o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, o Sistema

Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE, a Constituição Federal e demais

normativas das quais o Brasil é signatário.

Além dos documentos nacionais e estaduais, fazem parte da elaboração das ações

socioeducativas das Unidadesa pedagogia da presença, práticas restaurativas, bem comoa

implantação de princípios da política de proteção no espaço institucional.

A pedagogiada presença traz, como condição primordial, o compromisso a ser

assumido pelo educador, o qual se torna importante, necessário e imprescindível, por sua

atuação sempre presente. O “estar presente” não se trata apenas do preenchimento físico do

espaço, mas de uma presença educativa, ou seja, do oferecimento constante de meios para a

construção de um processo de mudança.

As práticas restaurativas, consubstanciadas nas normativas nacionais e

internacionais, atinentes ao trato com adolescente autor de ato infracional, visam criar na

comunidade socioeducativa um ambiente seguro, protetor e instrumentalizado com

ferramentas restaurativas, baseado no respeito mútuo e na cultura da paz.

Já a política de proteção no espaço institucional tem como finalidade garantir um

ambiente protetivo aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, capaz de

resguardar os direitos garantidos nas normativas, em um ambiente democrático, participativo

e de respeito aos direitos humanos.

É com base nos pressupostos mencionados que se fundamentam as ações

socioeducativas a serem desenvolvidas no Centro da Juventude Esperança,Centro da

Juventude Alto da Esperança e Centro da Juventude Florescer. Nesse sentido, a proposta

pedagógica aqui apresentada norteará a construção dos Planos de Ação das atividades

educativas a serem desenvolvidas nos Centros, bem como quaisquer outros documentos

relacionados ao atendimento.

Atendendo, ainda, as diretrizes pedagógicasdo SINASE, na execução da medida

de internação, adota-se como estratégia de atendimento ao adolescente três fases, a saber:

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a) Fase inicial: compreende o período de acolhimento, de reconhecimento e de

elaboração por parte dos adolescentes do processo de convivência individual

e grupal, tendo como base as metas estabelecidas no Plano de Atendimento

Individual – PIA;

b) Fase intermediária: consiste no período de compartilhamento em que o

adolescente apresenta avanços relacionados nas metas consensuadas no PIA;

c) Fase conclusiva: período em que o adolescente deve apresentar clareza e

conscientização das metas conquistadas em seu processo socioeducativo.

4.1Rotina Pedagógica

Durante o atendimento socioeducativo, os adolescentes internos participaram da

Jornada Pedagógica, que consiste em todas as atividades executadas, desde o despertar até o

recolhimento ao final do dia.

A Rotina Pedagógica estabelece os horários por atividades o que inclui: despertar,

onde ocorre a higiene pessoal e limpeza do alojamento; seis refeições diárias que corresponde

ao café da manhã, três lanches intercalados com as principais refeições do dia, almoço e jantar

com alimentação variada e de acordo com o cardápio diário; escolarização; atendimento

técnico especializado individual e grupal; oficinas terapêuticas diversas; assistência religiosa;

recebimento de ligações ou contato telefônico com os familiares; atividades externas, como

assistência médica, apresentação em audiência, profissionalização, aquisição de

documentação civil, atividades culturais, esportivas e de lazer.

O recebimento de visita dos familiares pelos adolescentes ocorrerá nos espaços

abertos de convivência no interior dos Centros.Já a visita íntima será realizada em espaço

adequado para esse fim, somente para os adolescentes que já possuem vínculos afetivos

anterior ao ato infracional, com autorização formal dos pais ou responsável, caso sejam menor

de idade, e respeitando os pressupostos legais.

Ressalta-se que as atividades que utilizarão espaços comuns, tais como

escolarização e vivência, serão planejadas de acordo com a Jornada Pedagógica, em horários

alternados por fase de atendimento.

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5. PARÂMETROS SOCIOEDUCATIVOS – Eixos Operacionais

O desenvolvimento das ações a serem executadas pelo Centro da Juventude

Esperança, Centro da Juventude Alto da Esperançae Centro da Juventude Florescer estão

consubstanciadas em uma prática educativa que garanta aos adolescentes e jovens atendidos

seus direitos de pessoa humana, como apregoa o Projeto Político Pedagógico da FUNAC.

Sendo assim, a proposta pedagógica apresentada visa à operacionalização e, portanto, garantia

dos direitos a: educação, saúde, esporte, cultura e lazer, profissionalização, assistência

religiosa, acompanhamento técnico especializado, bem como dignidade e respeito à sua

condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

Ressalta-se, entretanto, que, para a garantia dos direitos mencionados, é

imprescindível a articulação estratégica com as políticas públicas. Dessa forma, a

articulação/construção de uma rede integrada de atendimento aos adolescentes em

cumprimento de medida socioeducativa contribuirá no processo de inclusão social do público

atendido.

5.1 Educação

Conforme disposto no ECA:

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao

pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da

cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: I –

igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: I –

ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele

não tiveram acesso na idade própria; II – progressiva extensão da

obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio.

Também o SINASE, ao tratar do eixo educação a ser desenvolvido em entidades

ou programas que executam a internação e internação provisória, argumenta sobre a garantia

do acesso a todos os níveis de educação formal pelos adolescentes inseridos no atendimento

socioeducativo, podendo, ainda, haver unidade escolar localizada no interior do programa, ser

vinculada à escola existente na comunidade ou haver inclusão na rede pública externa.

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5.1.1 Escolarização

Os Centros oferecerão educação formal no próprio prédio, conforme preconiza o

SINASE. Para isso, as atividades desenvolvidas serão de responsabilidade compartilhada

entre FUNAC e Secretarias de Educação, no sentido de atender aos socioeducandos em seu

direito fundamental de acesso ao ensino obrigatório e gratuito.

Tendo em vista que a maioria dos adolescentes em cumprimento de medida

socioeducativa de internação não atende à faixa-etária regular de ensino, conforme dados

estatísticos disponíveis nos relatórios anuais da FUNAC, a Educação de Jovens e Adultos

(EJA) que é a modalidade oferecida pelo Estado do Maranhão destinada ao público em

defasagem idade/série, deverá contemplar os adolescentes da referida medida que

apresentarem essa característica.

Essa modalidade é referenciada no Projeto Político Pedagógico da FUNAC, além

de ser estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, Lei nº 9.394/96 e

comentada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei nº 8.069/90, em seu inciso I

do artigo 54.

Entretanto, àqueles que não se adequarem ao perfil de aluno a ser contemplado

com a EJA deverá ser garantida a freqüência ao ensino regular. Ressalta-se, ainda, que a

oferta de ensino nessa modalidade, não descarta a necessidade de discussão com a política de

educação sobre as especificidades, inclusive metodológicas, a serem destinadas a esse

público.

O Estado ou município, através das Secretarias de Educação e da escola

pertencente ao entorno do Centro, deverá oferecer: igualdade de atendimento em relação

àqueles que fazem uso regular da escola; efetivação da matrícula de todos os socioeducandos;

quadro de professores com perfil adequado ao público; serviços administrativos e

pedagógicos como documentação, supervisão, apoio pedagógico, avaliação e participação em

conselhos; material didático (livros e demais materiais oferecidos aos alunos que não

cumprem medida socioeducativa); participação em eventos escolares; dentre outros.

Os Centros, por sua vez, disponibilizarão o espaço para funcionamento das salas

de aula e se responsabilizará pela solicitação das matrículas à escola; solicitação, aos pais e/ou

responsáveis, de documentos necessários para compor o dossiê escolar; formação das turmas,

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observando critérios de segurança; e material escolar básico como caderno, lápis, etc. quando

os sistemas de ensino não dispuserem desse material para os níveis ou modalidade de ensino.

Contudo, a garantia do processo de escolarização em área interna, não exclui a

possibilidade de atividade escolar externa aos Centros, conforme é enfatizado nos parâmetros

pedagógicos do SINASEao tratar de medida de internação, quando se deve “estabelecer uma

progressividade para a realização de atividades externas...” Em se tratando desta última,

deverão ser observados, no adolescente, os seguintes critérios: fase de atendimento,

comportamento e avaliação minuciosa realizada por toda a equipe educativa que o

acompanhae comunicação ao juizado responsável. Além disso, será analisada a logística de

segurança para a efetivação das saídas dos adolescentes.

No que diz respeito à qualidade do ensino, é imprescindível a realização periódica

de reuniões sistemáticas entre escola e Unidades a fim de que sejam discutidos: proposta

pedagógica, política adotada pela Secretaria de Educação, planejamento, avaliação da

comunidade escolar, procedimentos a serem adotados pelos envolvidos na ação educativa,

formação e participação de representantes dos adolescentes e de toda a equipe educativa em

conselho escolar; etc.

A estrutura e organização atual do ensino público, considerando aspectos como,

por exemplo: carga-horária, questões curriculares e demais especificidades, também devem

ser alvo de discussão e análise a fim de que se adéquem à realidade do atendimento

socioeducativo.

No tocante aos conteúdos a serem executados, estes deverão estar em acordo com

as determinações nacionais para cada nível de ensino, dentre elas os Parâmetros Curriculares

Nacionais e demais Diretrizes Nacionais, além da Proposta Estadual ou Municipal de

Educação correspondente. Ressalta-se que o seguimento de tais referenciais não excluem a

consideração da realidade exposta pelo público ao qual se destina a presente proposta,

devendo ser construídas as adequações,sob a forma de registro documental, seguidas das

devidas regulamentações.

Os princípios da interdisciplinaridade e transversalidade também estão

subjacentes às ações pedagógicas a serem desenvolvidas, o que só reafirma a importância da

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articulação não apenas das áreas de conhecimento, mas das atividades planejadas pelos vários

profissionais do Centro e, portanto, de todos os sujeitos envolvidos nas mesmas.

A difusão de temáticas que não estão necessariamente ligadas a uma única área de

conhecimento, como por exemplo: ética e respeito, orientação sexual, temas locais, dentre

outros que se fizerem necessários no decorrer da prática pedagógica, fundamenta a opção de

trabalho com temas transversais.

Sobre a transversalidade, os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação,

afirmam que:

Por tratarem de questões sociais, os Temas Transversais têm

natureza diferente das áreas convencionais. Sua complexidade faz

com que nenhuma das áreas, isoladamente, seja suficiente para

abordá-los. Ao contrário, a problemática dos Temas Transversais

atravessa os diferentes campos do conhecimento... Diante disso

optou-se por integrá-las no currículo por meio do que se chama de

transversalidade: pretende-se que esses temas integrem as áreas

convencionais de forma a estarem presentes em todas elas,

relacionando-as às questões da atualidade (PCN, 1998)

Assim, sugere-se para o trabalho da transversalidade, embora com os mesmos

possam ser pensadas atividades específicas ou direcionadas, os seguintes temas:

Adolescência, Estatuto da Criança e do Adolescente, Manual do Adolescente e Regimento

interno, protagonismo juvenil, gravidez, aborto, nascimento de filho/a, responsabilidade

paterna e materna, responsabilidade de cuidado com irmãos e filhos, saída precoce de casa,

sexualidade, vida sexual, doenças sexualmente transmissíveis, namoro, casamento e

separação, deficiência, violência física e psicológica, exploração sexual, abandono, trabalho

infantil e padrões de gênero, raça e etnia; bem como outros que se fizerem necessários.

5.1.2 Profissionalização / Oficinas

A proposta pedagógica para as ações de profissionalização apresenta em seu bojo

a concepção de trabalho diretamente relacionada com a natureza da educação. Sendo assim, o

desenvolvimento das competências e habilidades básicas sobre a forma de estruturação e

funcionamento do mercado de trabalho, bem como a competência pessoal, relacional,

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cognitiva e produtiva fazem parte do processo de aprendizagem, conforme determina o

SINASE.

O ECA, no art. 68 parágrafo 1º, compreende trabalho educativo como “a atividade

laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento social do educando

prevalecem sobre o aspecto produtivo”. Nesse sentido, as ações profissionalizantes

apresentam como primazia o caráter educativo, sem, no entanto, desconsiderar o aspecto

produtivo.

De acordo com Volpi (2002), o trabalho deve apresentar em si o princípio

educativo, o que exige a participação dos adolescentes na definição e planejamento das

atividades produtivas, conhecimento técnico-científico e participação no destino da produção.

Desta forma, o trabalho, enquanto um dos princípios educativos, deve envolver os

adolescentes, como parte integrante e fundamental de todo processo que envolve a ação

profissionalizante.

É com base nessa concepção de trabalho e de formação profissional que serão

estruturadas as atividades profissionalizantes a serem desenvolvidas sob a articulação do

Núcleo de Profissionalização da FUNAC com órgãos públicos responsáveis pela política do

trabalho e instituições profissionalizantes.

Para a execução das ações de qualificação profissional é imprescindível que a

articulação com instituições parceiras priorize a adoção de metodologias adequadas para o

atendimento do adolescente em cumprimento de medida socioeducativa. Todavia, os cursos a

serem executados deverão estar de acordo com as demandas do mercado de trabalho local e

com o interesse dos socioeducandos.

Vale ressaltar que os adolescentes autores de atos infracionais devem constituir

público prioritário nas vagas ou postos de trabalho oriundos de programas governamentais,

conforme disposto na Política Nacional de Qualificação (PNQ) e no Sistema Nacional de

Atendimento Socioeducativo (SINASE).

As oficinas pedagógicas e terapêuticas serão oferecidas no próprio espaço

dosCentros,tais como: hip hop, capoeira, grafitagem, pintura em tela, artesanato, origami,

horticultura, dentre outros.

O adolescente com deficiência que cumpre medida socioeducativa tem seus

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direitos garantidos por meio do Decreto de Lei nº 3.298, de 20/12/99. Dessa forma, o público

atendido na unidade pode ter as mesmas oportunidades de acesso não só com relação à

profissionalização, mas a todas as atividades executadas.

5.2 Esporte, Cultura eLazer

Cultura, esporte e lazer se configuram, em nosso país, como direitos fundamentais

ao ser humano, o que é refletido no Estatuto da Criança e do Adolescente.Ações voltadas para

o eixo em questão constituem parcela considerável no processo ensino-aprendizagem. Isto

porque, ao desenvolvê-las, apresenta-se ao homem o legado histórico-cultural do qual faz

parte, a fim de que se identifique com o mesmo e tenha elementos para continuar produzindo-

o, enquanto sujeito.

Aliado ao aspecto cultural, o esporte e lazer complementam o fazer pedagógico

quando propõem uma vida saudável, ou seja, o cuidar de si.

A transversalidade contribui, ainda, com o projeto pedagógico dos Centros

quando possibilita o trabalho com temáticas diversas através das práticas esportivas como:

liderança, tolerância, disciplina, confiança, equidade étnico-racial e de gênero, como sugere o

SINASE.

Tais concepções e referenciais permearão a garantia de atividades culturais,

esportivas e de lazer. Para as atividades específicas deste eixo serão utilizados

prioritariamente os espaços da comunidade. Nos Centros, serãodesenvolvidas atividades

como: jogos de mesa e educativos, exibição de filmes com temas educativos, teatro e

atividades lúdicas.

Deverão compor o plano de ação das Unidades: os passeios culturais a teatros,

praias, pontos turísticos; participação e acesso a diversas programações culturais e esportivas,

nas suas várias modalidades, dentre outras. A consideração das manifestações da cultura

popular regional e local durante o desenvolvimento das atividades contribuirá no processo de

identificação do adolescente com sua cultura de forma a valorizá-la, aceitando-se como

participante da mesma.

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O estabelecimento de parceria com as Secretarias Municipal e Estadual de

Cultura, Esporte e Lazer e afins enriquecerá e alargará as alternativas de concretização do

planejamento das ações nesta área.

Ressalta-se que para a participação nas atividades externas pertencentes a este

eixo serão concretizadas apenas mediante avaliações contínuas realizadas por toda a equipe de

profissionais que acompanha o adolescente indicado, além da observância de outros critérios

como: tipo de medida cumprida pelo adolescente, fase de atendimento em que o adolescente

se encontra, comportamento apresentado pelo adolescente, logística de segurança, nível de

contribuição que a atividade proporcionará ao adolescente, dentre outros.

5.3 Saúde

Considerando que a saúde faz parte do rol de direitos fundamentais de

responsabilidade do Estado, da família e da comunidade, devendo estes garanti-la com

absoluta prioridade para as crianças e os adolescentes, essa proposta pedagógica reconhece

que a saúde é um direito universal. Portanto, as ações e serviços para a promoção, proteção e

recuperação da saúde devem ser efetivados de maneira igualitária, não admitindo qualquer

tipo de pré-conceito para seu usufruto.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 7º, estabelece que “a

criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de

políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e

harmonioso, em condições dignas de existência”. Partindo desse pressuposto, osCentros de

internaçãooferecerãoassistência à saúde aos socioeducandos, através da rede pública

municipal e estadual, além das situações de primeiros socorros efetivadas no espaço das

unidades.

Serão desenvolvidas, ainda, atividades no próprio espaço das Unidades que

favoreçam discussões e reflexões críticas por parte dos socioeducandos, a exemplo de oficinas

temáticas abordando assuntos como: autocuidado, autoestima, autoconhecimento, cidadania,

cultura de paz, relacionamentos sociais, uso de álcool e outras drogas, projeto de vida,

relações de gênero, relações étnico-raciais, saúde sexual, saúde reprodutiva, prevenção e

tratamento de DST e AIDS, saúde bucal e saúde mental.

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Também deverão ser organizadas campanhas e seminários sobre: saúde bucal;

imunização; alimentação, nutrição e modos de vida saudável; higiene e limpeza pessoal;

prevenção ao abuso de álcool, tabaco e outras drogas; doenças sexualmente transmissíveis;

adolescência e a sexualidade; entre outros temas, fazem parte das atividades direcionadas para

o atendimento a saúde do adolescente em cumprimento de internação provisória e medida

socioeducativa de internação.

A periodicidade para o desenvolvimento dessa atividade deverá contar também

com o calendário local, regional e nacional das diversas instituições envolvidas na promoção,

proteção e recuperação da saúde dos adolescentes.

Portanto, é imprescindível a articulação e parceria com as Secretarias de Saúde

Estadual e Municipal para o desenvolvimento dessas atividades, bem como assegurar o direito

de atenção à saúde de qualidade na rede pública de acordo com as necessidades dos

adolescentes.

No que diz respeito à atenção à saúde do adolescente com transtornos mentais, as

parcerias e convênios firmados pela FUNAC com as instituições que fornecem esse tipo de

atendimento, bem como o sistema único de saúde através do ambulatório de saúde mental,

dos centros de atendimento psicossocial e outros espaços da rede, conforme a Lei nº.

1026/2001, deverão garantir o acesso e o tratamento de qualidade aos adolescentes em

cumprimento de medida socioeducativa de internação.

5.4 Assistência Religiosa

O artigo 3° do ECA ressalta os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana e,

portanto, à criança e ao adolescente, evidenciando, ainda a proteção integral para estes. O

referido artigo também trata das oportunidades destinadas a esse público, as quais devem lhes

facultar, dentre outros, o desenvolvimento espiritual.

Isto se estende aos artigos 94 e 124 da mesma lei que descrevem,

respectivamente, obrigações aos programas de internação e direitos do adolescente privado de

liberdade. Neles, consta a assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas

crenças.

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Com isso, a espiritualidade se constitui um aspecto importante no trabalho

socioeducativo, na medida em que promove a vivência de sentimentos e perspectivas que

transcendem o mundo concreto e imediato, fortalecendo a fé que atua como instrumento do

processo de mudança e crescimento humano e espiritual do educando. A partir desse

entendimento, os adolescentes e jovens terão o direito de cumprir os preceitos de sua religião,

ter em seu poder livros ou objetos de culto ou instrução religiosa, de acordo com seus credos.

Nesse sentido, para a realização de atividades de espiritualidade, deverão ser

firmadas parcerias com as instituições religiosas, o que caberá acompanhamento sistemático

pela equipe técnica das Unidades, considerando uma ótica que ultrapasse a adversidade

emocional, social e física, e que o educando viva plenamente de forma digna e honesta.

As atividades a serem desenvolvidas nesse eixo deverão fazer parte da rotina

pedagógica das Unidades com dia e horário definido. Para isso, é necessário o planejamento

das mesmas entre equipes do atendimento ao adolescente e instituições religiosas, as quais

deverão, ainda, apresentar proposta ou projeto de trabalho, bem como sua concepção

religiosa.

5.5 Segurança

O Centros de internação serão norteados por um Plano de Segurança Institucional,

interno e externo, a ser elaborado juntamente com a Secretaria de Estado de Segurança

Pública e Polícia Militar, conforme determina o SINASE, visando garantir a segurança de

todos que se encontram no atendimento socioeducativo.

Investir na prevenção e gerenciamento das situações-limite (brigas, fugas, motins,

rebelião, quebradeiras, agressões, incêndio, invasões, dentre outros), orientar as ações do

cotidiano, solucionar e gerenciar as situações mencionadas constituem ações a serem

contempladas no referido Plano.

Outro aspecto relevante diz respeito à adoção de medidas que considerem os três

níveis de riscos para a integridade física, psicológica e moral dos adolescentes, a saber: o

relacionamento dos adolescentes com os profissionais, entre os adolescentes e entre

adolescente e a realidade externa, como orienta o SINASE. Junto a isso, a constante

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comunicação (informação, discussão, dentre outros) com toda a comunidade socioeducativa

proporcionará melhor desempenho dos trabalhos, além de contribuir para a diminuição das

situações de conflito.

Vale ressaltar que as Unidades adotarão práticas restaurativas (círculos de paz)

como ferramenta de trabalho que contribui na resolução dos conflitos e na implantação da

cultura de paz, bem como os princípios da Política de Proteção no Espaço Institucional,

proporcionando um espaço seguro para a comunidade socioeducativa.

5.6 Atendimento Técnico Especializado

O acompanhamento técnico ao(à) adolescente interno deverá ser efetuado por uma

equipe multiprofissional formada minimamente por Assistente Social, Psicólogo, Pedagogo,

Terapeuta Ocupacional e Advogado.

Para a formação da equipe técnica, é indispensável que os profissionais possuam

conhecimentos e habilidades específicas para o atendimento aos (às) adolescentes autores de

atos infracionais e suas famílias.

No atendimento técnico, deverá ser garantido pela equipe multiprofissional o

atendimento inicial, atendimento individual e com freqüência regular, atendimento grupal,

atendimento familiar, atividades de restabelecimento e manutenção dos vínculos familiares.

Para tanto, é imprescindível a utilização dos instrumentais adotados pela FUNAC,

para o registro do atendimento, a exemplo do Plano Individual de Atendimento (PIA);

relatórios de acompanhamento; controle e registro das atividades individuais, grupais e com a

família e comunidade; relatórios mensais, apresentando elementos sinalizados pelo SINASE;

relatórios anuais; relatórios de início de cumprimento de medida, circunstanciados, de

avaliação de medida e outros a serem cumpridos dentro dos prazos determinados

internamente e externamente.

As Unidades deverão dispor de um conjunto de normatizações internas,

elaboradas coletivamente, dentre elas o Regimento Interno, no qual constarão as atribuições

dos diversos profissionais envolvidos.

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Dentre as atribuições da equipe técnica estão: o favorecimento do processo de

auto-avaliação dos(das) adolescentes em relação ao cumprimento de sua medida; encontros

sistemáticos semanais para estudo de caso dos(das) adolescentes, com representante de cada

equipe de profissionais que acompanha o adolescente (equipe técnica, socioeducadores,

auxiliares técnico-pedagógicos, coordenação, equipe de saúde e demais profissionais caso seja

necessário), elaboração do Plano de Atendimento Individual – PIA.

Quanto ao atendimento familiar, este deve ser desenvolvido a partir de conceitos

ampliados de família ou de arranjos familiares, nas modalidades individual e grupal; bem

como através de métodos que primem pela qualificação das relações afetivas, das condições

de sobrevivência e do acesso às políticas públicas pelos integrantes do núcleo familiar; além

da realização das visitas domiciliares, de atividades de integração para as famílias dos

adolescentes, inclusive os de outros municípios, e do trabalho com temáticas relevantes e

necessárias.

Nesse atendimento à família, os Centros contam com o apoio e assessoria do

Programa de Atendimento à Família, no sentido de unificar uma proposta para fortalecer o

atendimento familiar, no seu território de origem e residência.

Ressalta-se que no ato da extinção da medida, o(a) adolescente e sua família será

acompanhado pelo Programa de Apoio a Egressos, na cidade de São Luís e nos demais

municípios do Estado, em parceria com a gestão local e as unidades de atendimento da

Política de Assistência Social.

5.7 Atendimento as necessidades básicas

No sentido de garantir adequadas condições para o cumprimento de medida

socioeducativa imposta ao (à) adolescente em conflito com lei, observando-se as prerrogativas

constantes no SINASE, a Fundação da Criança e do Adolescente deverá ofertar alimentação,

vestuário e material para higiene pessoal compatíveis com as necessidades dos(das)

socioeducandos(as).

Para tanto, o cardápio e os horários para a realização das refeições devem seguir

orientação de profissional especialista levando em conta a situação peculiar de

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desenvolvimento em que se encontra o referido público. Assim, as refeições devem ser

ofertadas seis vezes ao dia, a partir de um cardápio balanceado e sistematizado semanalmente.

As oportunidades de realização das refeições devem ser realizadas como

momentos de integração entre os(as) socioeducandos(as) de forma a incrementar informações

a respeito de bons hábitos alimentares e saúde, devendo acontecer no refeitório.

Quanto aos materiais de vestuário e higiene pessoal, estes devem ser entregues

aos(as) adolescentes em quantidade compatível com seu consumo, e seu uso deve ser

orientado, numa perspectiva de fortalecer as ações de assepsia, auto-cuidado e auto-estima.

6. RECURSOS HUMANOS

A constituição da comunidade socioeducativa dos Centros será composta por

profissionais com perfis e habilidades específicas para atuação no sistema socioeducativo,

onde cada um em sua área de atuação, seja capaz de interagir com os adolescentes, pautando-

se nos princípios dos direitos humanos definidos no SINASE.

No atendimento socioeducativo dos Centros é fundamental a atuação das

diferentes áreas de saber que objetive à ação interdisciplinar com vistas a garantir o

atendimento socioeducativo, com qualidade e eficiência cumprindo as normativas que regem

os direitos dos quais os adolescentes em conflito com a lei são possuidores.

Todos os profissionais que farão parte do atendimento deverão passar por um

processo seletivo, preferencialmente concurso público, composto pelas seguintes etapas:

avaliação de currículo, prova escrita, entrevista, dinâmica de grupo e exames médicos

admissionais, conforme determinação do SINASE e Resolução Nº 07/2007, do Conselho da

Criança e do Adolescente – CEDCA/MA.

A equipe de profissionais de nível superior será composta por: Diretor,

Coordenador Técnico, Coordenador Pedagógico, Assistentes Sociais, Psicólogos, Pedagogo,

Advogado, Terapeuta Ocupacional, Enfermeiro, Educador Físico e Socioeducadores.

A função de Socioeducador tem as suas especificidades e particularidades, por

atuar com um público exclusivo: adolescente em conflito com a lei. O SINASE apresenta

algumas atribuições desse funcionário, quais sejam: desenvolver atividades relativas à

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preservação da integridade física e psicológica dos adolescentes e funcionários; e atividades

pedagógicas específicas.

A quantidade de profissionais dos Centros será proporcional à capacidade de

adolescentes. Para tanto, é imprescindível ter como fundamento organizacional dos recursos

humanos o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.

A equipe de profissionais de nível médio é formada por: Agentes de Segurança,

Instrutor de Informática, Artesanato, Cerâmica, Horticultura, Hip Hop, Auxiliar de

Consultório Dentário, Auxiliares de Enfermagem, Auxiliares Administrativos e

Recepcionistas.

Para a composição dos funcionários de nível fundamental são necessários os

seguintes profissionais: Vigilantes, Cozinheiras, Almoxarifes, Auxiliares de Serviços Gerais,

entre outros, caso seja requisitado.

Já os cargos em comissão deverão ser ocupados por profissionais de nível médio e

superior, preferencialmente, com conhecimento e experiência na área da infância e juventude.

Os critérios de entrada no sistema socioeducativo são estabelecidos pelo SINASE,

pelo Projeto Político Pedagógico e pela Política de Proteção em articulação com o programa

de Capacitação.

Toda a comunidade socioeducativa atuará no sentido de prevalecer o caráter

sócio-pedagógico em detrimento do caráter corretivo/repressor, de forma que o respeito

mútuo e a disciplina sejam peças-chaves no desenvolvimento das atividades. Nesse sentido,

os documentos como Regimento Interno, Manual de Funções, Manual do Adolescente e

Manual de Segurança serão seguidos por todos, sem nenhuma restrição, somente dessa

maneira é possível que todos sejam capazes de atuarem com a mesma linguagem.

Portanto, as capacitações e formações constituem-se em mecanismos de suma

importância no processo socioeducativo. Estes deverão ser realizadas tanto pelo Núcleo de

Capacitação da Fundação da Criança e do Adolescente, como por instituições credenciadas

para esse fim.

As ações formativas seguirão as seguintes etapas: capacitação introdutória,

específico para os profissionais que irão ingressar no atendimento socioeducativo; formação

continuada, destinada para o aperfeiçoamento contínuo dos funcionários, e supervisão

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externa, coordenadas por especialistas extra-institucionais que fazem parte dos órgãos de

controle externo, com vistas à promoção dos princípios ético-políticos da comunidade

socioeducativa, conforme determina o SINASE.

Além dessas ações, todos os funcionários deverão ser submetidos a cada três

meses a treinamentos práticos de segurança, combate a incêndio e a prestação de atendimento

de primeiros socorros, em consonância com o SINASE. Para tanto, os Centros deverão dispor

dos equipamentos para esse tipo de intervenção caso seja necessário.

Outra ação importante para a capacitação dos profissionais, diz respeito ao

treinamento sistemático para atuar com eficiência e eficácia nas situações-limites do

atendimento, o que envolve técnicas de abordagem, técnicas de negociação, entre outras.

Caso o profissional não se adéqüe as normas estabelecidas pela instituição, este

deverá ser imediatamente substituído por outro, e portanto, este último, passará por todo o

processo seletivo e formativo.

7. METODOLOGIA DE GESTÃO

Respeitando os preceitos orientadores existentes no SINASE, a metodologia de

gestão dos Centrosterá caráter participativo, o que faz referência a uma participação ampliada

dos agentes que integram a execução do atendimento socioeducativo, a chamada comunidade

socioeducativa. Tal modalidade gestora está associada ao compartilhamento de

responsabilidades, mediante compromisso coletivo com os resultados.

De acordo com o SINASE, esta modalidade de gestão implica a existência de

instâncias que articulem todos os agentes em forma de colegiado, denominado Grupo Gestor

ou Colegiado Gestor.

O Colegiado deve ser entendido enquanto espaço democrático, composto por

funcionários, familiares e socioeducandos, a fim de que sejam discutidos e deliberados

encaminhamentos/soluções paras as problemáticas presentes no espaço institucional local.

É de responsabilidade deste colegiado a realização de diagnóstico situacional

dinâmico e permanente sobre a situação da unidade em seus diversos aspectos

(administrativo, pedagógico, segurança, de gestão, entre outros); estruturação de comissões

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temáticas ou grupos de trabalho objetivando solucionar questões levantadas no diagnóstico;

avaliação participativa do trabalho, da direção, da equipe de funcionários e dos adolescentes;

definição da rotina de funcionamento da unidade; e organização e condução das assembléias.

As assembléias, formada por todos os funcionários, adolescentes e famílias

quando se fizer necessário, terão caráter consultivo e deliberativo, constituindo-se em canal

privilegiado de discussões e tomadas de decisão. Deve funcionar de forma sistemática com

freqüência no mínino mensal, possuindo um regimento flexível que detalhe o seu

funcionamento e seus procedimentos.

8. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

A avaliação como uma ferramenta construtiva contribui para melhorias e

inovações e permite identificar possibilidades, orientar, justificar, escolher e tomar decisões a

partir de experiências vivenciadas dentro de um processo de reflexão permanente, tornando-

se, portanto, um instrumento valioso para o aperfeiçoamento e continuidade das ações dessa

Proposta Pedagógica.

Sendo assim, faz-se necessário avaliar todo o atendimento socioeducativo, ao

longo do processo de execução, considerando as ações, opiniões e satisfação de toda a

comunidade socioeducativa.

O processo avaliativo sistemático permite a saída do senso comum, garantindo

elementos prováveis sobre a realidade vivenciada. Logo, o registro das diversas ações através

de instrumentais, atas de reuniões, relatórios mensais e anuais, dentre outros, é imprescindível

para que haja o conhecimento dos acertos e dos erros no processo de atendimento

socioeducativo, sob a perspectiva de superá-los.

Nesse sentido, reuniões com fins de discussão, análise e, portanto, a avaliação das

ações, precisam ser efetuadas com periodicidade definida, envolvendo todos os setores,

representação de adolescentes, famílias e Coordenação de Programas Socioeducativos–

CPSE.

A diversificação de encontros para avaliação com equipes específicas,

adolescentes, entre equipes e entre equipes e adolescentes também deve ser pensada. Ressalta-

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se que todos esses momentos precisam ser organizados pelo diretor e/ou coordenador técnico

da Unidade.

O registro das ações avaliativas deverá primar por indicadores qualitativos e

quantitativos já considerados em instrumentais adotados pela instituição como os relatórios

mensais e fichas individuais dos adolescentes, bem como outros que se fizerem necessários na

dinâmica da jornada pedagógica e durante todo o processo de atendimento socioeducativo.

A avaliação deverá, ainda, perpassar todos os eixos do atendimento, analisando

todas as ações e atividades desenvolvidas em cada um: educação, saúde, recursos humanos,

recursos materiais, infra-estrutura, esporte, cultura e lazer.

O SINASE, na sua especificidade, elenca os seguintes elementos para avaliação,

em meio fechado:

Direitos humanos: alimentação, vestuário, higiene pessoal, documentação

civil, documentação escolar, escolarização, profissionalização/trabalho, esporte, cultura, lazer,

atenção integral à saúde, assistência espiritual, respeito e dignidade, direitos sexuais e direitos

reprodutivos, direitos políticos;

Ambiente físico e infra-estrutura: capacidade física; salubridade; refeitório;

dormitórios; banheiros; espaço para escolarização; espaço para atendimento à saúde; espaço

para prática de esportes; cultura e lazer; espaço para atendimento jurídico, social e

psicológico; espaço para profissionalização; espaço para visita íntima; espaço ecumênico;

equipamentos e segurança;

Atendimento socioeducativo: atendimento familiar, atendimento jurídico,

atendimento técnico, encaminhamento para a rede de atendimento; atendimento ao egresso no

caso de internação, Plano Individual de Atendimento (PIA);

Gestão e recursos humanos: capacidade de gestão, planejamento e projeto

pedagógico, formação e capacitação de recursos humanos, Plano de Cargos e salários,

supervisão e apoio de assessorias externas, coleta e registro de dados e informações, avaliação

e parcerias.

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Disponível em <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 02/09/2010.

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Brasília: MEC/SEE, 1997.

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provisória. Portaria Nº 1426, de 14 de julho de 2004.

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COSTA, Antônio Carlos Gomes da.Pedagogia da Presença. Belo Horizonte: Modus

Facied,1977.

Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo no Estado do Maranhão, Conselho

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Proposta Pedagógica da Unidade de Internação de Alagoas.

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Proposta Pedagógica da Unidade de Internação de Goiás.

Proposta Pedagógica da Fundação Casa, São Paulo.

Projeto Político Pedagógico da Fundação da Criança e do Adolescente - FUNAC,

Maranhão, 2008.

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE / Secretaria Especial de

Direitos Humanos – Brasília – DF: CONANDA, 2006.

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Souza, Rosimere de. Caminhos para a municipalização do atendimento socioeducativo

em meio aberto: liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade / Rosimere de

Souza [e] Vilnia Batista de Lira. Rio de Janeiro: IBAM/DES; Brasília: SPDCA/SEDH, 2008.

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VOLPI, Mario. O Adolescente e o ato Infracional. São Paulo: Cortez, 1997.