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PUB Directora: Raquel Louçã Silva | Segunda-feira, 1 de Outubro de 2007 | Nº 79 | Semanal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt REGIME DE PRESCRIÇÕES Desta vez os “calões” não escapam Pág. 4 CRÓNICA DE MARTA CRAWFORD O MU dá início a uma viagem íntima Pág. 9 Págs 10 e 11 Monarquia derrubada e anarquia calada? 97 ANOS DE REPÚBLICA Bruno Franquet

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REGIME DE PRESCRIÇÕESDesta vez os “calões” não escapam Pág. 4

CRÓNICA DE MARTA CRAWFORDO MU dá início a uma viagem íntima Pág. 9

Págs 10 e 11

Monarquia derrubadae anarquia calada?

97 ANOS DE REPÚBLICA

Bruno Franquet

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Sumário[1 de Outubro de 2007]

In

Out

Foto da Semana�

Dia Mundial da Música. Éhoje, dia 1 de Outubro, quese comemora uma das Artesmais importantes para a sa-nidade do ser humano. Paraembalar, pensar, exorcizarfantasmas, dançar, festejar...tanto faz. Aos que não fo-ram bafejados pelo dom desaberem tocar ou criar, po-dem simplesmente retirar-separa o papel de apreciado-res. Não é nada mau. Hoje,por exemplo, há oportuni-dade de fazê-lo na Casa daMúsica (Porto). Seiscentosmúsicos profissionais e ama-dores de todo o País juntam--se para dar corpo a umprojecto a que chamaram“Orquestra do Dia”. Com 72cordas, 29 metais, 55 sopros e109 percussionistas, um corode 245 vozes, além de DJ ebailarinos, o concerto finalpromete.

Universidade Moderna. Nasexta-feira, a Lusa noticiavaque a Moderna estava aaceitar inscrições para opróximo ano lectivo, apesarde Mariano Gago ter proi-bido a abertura de novasvagas. A situação financeiradaquela instituição não lheinspirava confiança. Ao queparece, o Ministério para aCiência Tecnologia e EnsinoSuperior não tinha conheci-mento do que se andava apassar e não tardou para oministro reafirmar em co-municado que «não podema Universidade Moderna deLisboa, nem a Dimensinoem Beja e Setúbal, nos ter-mos da lei, aceitar matrícu-las e inscrições de novos alu-nos». Começa a saga dasprivadas!

O MU errou na edição de 24 de Setembro. Na secção “Bar aberto” publicou fotografias do Insti-tuto Superior de Engenharia de Lisboa associando a legenda ao Instituto de Economia e Ges-tão. O MU lamenta o equívoco e desculpa-se perante a entidade lesada.

Myanmar/ Birmânia. Na quinta-feira, 27 de Setembro, quando pelo menos nove pes-soas (um fotógrafo japonês incluído) fooram assassinadas pelo Exército Birmanês. Centenasde monges budistas já foram detidos, mas os protesstos não dão sinais de abrandar. O mun-do continua a manifestar-se.

FICHA TÉCNICA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão;Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Raquel Louçã Silva | Redacção: Edgar Amaral, Lina Manso | Colaboradores: Geraldes Lino, Mariana Seruya Cabral, Raquel Ramos | Fotografia: Mónica Moitas | Revisão: Piedade Góis |Projecto Gráfico: Joana Túlio | Paginação: Joana Túlio | Marketing: Rui Gonçalves | Publicidade: Gisela Correia e Paula Reis (Account Director) | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide| Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: semanal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649.

CAPA 1

SUMÁRIO 3

CAMPUS 4 A 6

P. PALAVRA 8

UNI(SEXUS) 9

20 VALORES 10 & 11

BELAS ARTES 12

JUKEBOX 13

LIFESTYLE 15

SALA. RUSSA 16

5ª DIMENSÃO 17

BAR ABERTO 18

BD 19

EDITORIAL

Olho para a edição que hoje sai a público e fico contente. Semfalsas modéstias, quero partilhar a alegria do resultado dasemana de trabalho. Parabéns à equipa que deu as mãos,trocou contactos e ideias, e chamou nomes que trazem maisbrilho ao jornal d@s estudantes universitári@s. Vamos porpartes.

Ponto 1: Secção Uni(sexus). Ter um espaço sobre sexuali-dade era há muito objectivo nosso. Porque, ao ainda sertabu, consideramos ser absolutamente fundamental puxá-

-lo à normalidade das conversas (desde que informadas,claro). Em tempos tivemos uma crónica de um caro estudan-te de informática que partilhava as suas fantasias e con-

quistas eróticas. Mexeu. Depois a coisa esgotou e instituí-mos a secção “Jardim do Éden”. Entre reacções de gáudioe puxões de orelhas no seguimento de alguns temas maispicantes, também mexeu. Agora, porque queremos cada vez

mais ter uma abordagem séria, porque é preciso falar de pra-

zer sem esquecer a saúde e o senso de responsabilidade, dei-xámo-nos de meias medidas e, a partir de hoje, a credenciadasexóloga Marta Crawford vai partilhar o seu profissionalismocom o público universitário. Estamos contentes: vamos apren-der muito.

Ponto 2. Secção Vinte Valores. Sexta-feira é feriado nacional, aapontar os 97 anos passados sobre a implementação da Repú-blica. A equipa resolveu assinalar o sistema vigente aos olhosde quem defende princípios de governação completamente dife-rentes. Não é que sejamos do contra, mas por que raio é quehaveria de ser a facção Republicana a falar? Assim, D. DuartePio de Bragança, o ilustre representante da Monarquia, brinda--nos com a sua disponibilidade. E Mário Alberto, anarquista deconvicção, pintor, cenógrafo e habitante cativo do Parque Mayerdurante grande parte da sua vida, partilha as suas convicçõesanti qualquer sistema. Mais palavras já são de sobra. Leiam etenham um bom feriado!

Sem falsas modéstias

Index

Errata

Raquel Louçã Silva [Directora][email protected]

MIZZIMA NEWS/EPA

«Em Portugal o aborto era crime. Houve um referendo emFevereiro e ninguém foi votar. Desde sempre houve umadiscriminação entre ricos e pobres. Os ricos iam fazer abortosà Suíça, os pobres faziam-nos em condições terríveis.Eu achei que tinha de fazer alguma coisa e pintei isto.»

Paula Rego, em Madrid, referindo-se à série sobre o aborto feita há dez anos, a propósito

da mostra patente no Museu Rainha Sofia.

Dito

Feito&

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Campus[1 de Outubro de 2007]

E no ensino não público?«Na falta de fixação do regime de pres-crições, por parte das instituições doensino superior não público, ou no ca-so de estas fixarem um regime menosrestritivo do que o previsto neste diplo-

ma, a atribuição de apoio do Estadoaos alunos depende do cumprimentodos requisitos previstos nos númerosanteriores» (artigo 5.º da Lei de Basesdo Financiamento do Ensino Superior).

O regime de prescriçõesprevisto na Lei de Basesdo Financiamento do En-sino Superior faz, este anolectivo, as primeirasbaixas. A Associação deEstudantes do InstitutoSuperior de Engenhariade Lisboa (AEISEL) alertapara a necessidade de al-guma flexibilização, faceao novo contextoacadémico introduzidopelo Processo de Bolonha.

ATÉ SEXTA-FEIRA, EM LISBOA, COIMBRA E PORTO

Regime de prescriçõesfaz primeiras “vítimas”

Lina Manso [email protected]

De acordo com a Lei n.º37/2003, de 22 de Agosto– assinada pelo então pri-meiro-ministro Durão Barro-so – o regime de prescriçõesaplicado às instituiçõespúblicas impediu, já esteano lectivo, que alguns alu-nos se matriculassem. Ouseja, se não tiverem acumu-lado 59 créditos (ECTU),entre 2004/05 e 2006/07,«considera-se prescrito odireito à matrícula e inscri-ção» em qualquer estabele-cimento de ensino, nos pró-ximos dois semestres. Apósesse período, pode solicitaro reingresso ou fazer nova-mente exames nacionais,explica Frederico Saraiva,membro da AEISEL. Sem cri-ticar o regime em si – par-tindo do princípio de que «émais benéfico para o Paísdar a oportunidade a novosalunos do que ter outros apagar propinas mas a prote-lar a conclusão da sua licen-ciatura» – adianta queporém, na altura em que odecreto-lei entrou em vigor«não se imaginou que íamosaderir tão cedo à implemen-tação de Bolonha».

NÃO HÁ CONCESSÕESSe fosse assumida a exis-

tência de novos cursos coma entrada deste processo,então haveria uma conta-gem novamente do zero dotempo permitido para os alu-nos concluírem o mínimo decréditos para não prescreve-rem (ganhariam, portanto,algum tempo). Mas o que severifica não é isso. Em res-posta a algumas questõescolocadas pelos alunos daAEISEL, o ministério da tute-la refere, em ofício, que «oprocesso de adequação doscursos à organização fixadapor este diploma, não dá ori-gem a cursos novos, mas sima cursos que continuam,com uma nova organização,e, quiçá, uma nova denomi-nação, os cursos anteriores».Cabe ainda ao «órgão legal eestatutariamente compe-tente de cada estabeleci-mento de ensino superior»,validar o tipo de regime deprescrição aplicado, confor-

me a lei sobre a matéria, e«fixar as normas de transiçãoentre a anterior organizaçãode estudos e a nova organi-zação decorrente do proces-so de adequação». Daqui seretira que parece não haverintenção de o Governo deJosé Sócrates adiar a aplica-ção do regime de prescri-ções, ao contrário do que foiavançado num artigo do Jor-nal de Notícias (de Agostopassado), onde se remetiapara alegadas negociaçõesnesse sentido entre a tutelae o Conselho de Reitores dasUniversidades Portuguesas(CRUP). Portanto, «não háconcessões», refere amesma fonte. Este ano lec-tivo, no ISEL, «cerca de 200pessoas (dos 6 mil alunosdo instituto), não se pude-ram inscrever», adianta,reconhecendo, contudo,que «um aluno que não sejabom ou empenhado, devede facto ceder a vaga aquem o seja».

Breves

Cómicos de Garagem éum programa de rádioconduzido por Rui Unas,na busca de novoshumoristas nacionais.De segunda a quinta--feira, entre as onze e ameia-noite, na Antena3,serão exibidos sketcheshumorísticos, entrevistasfictícias, imitações. Paraos interessados, enviarem formato mp3 ouficheiro áudio para [email protected] ou Tra-vessa da Fábrica dosPentes, 27 r/c, 1250 –105 Lisboa.

À caça de humoristas

O aniversário do Departa-mento de Geologia daFaculdade de Ciências daUniversidade de Lisboavai ser celebrado com aexposição Evocação dasRaízes e da Memória, dia1 de Outubro, às 18h30,no átrio principal da Reito-ria.

25 anos de Geologiana FCUL

Uma comunicação sobreas enzimas que actuamao nível das gordurasdesenvolvida pela Univer-sidade de Aveiro foi pre-miada no 6.º CongressoEuropeu de EngenhariaQuímica, realizado entre16 e 21 de Setembro, emCopenhaga.

UA premiada

Foi apresentado no dia 27o Clube de Empreendedo-rismo da Universidade doPorto (CEdUP), criado porum grupo de estudantespara incentivar iniciativase oportunidades de negó-cio. A iniciativa é pioneira.

Universitáriosempreendedores

UC dá última hipótese

A Universidade de Coimbra (UC) arranjou forma demitigar o problema. Pedro Santos, do gabinete decomunicação daquele estabelecimento – cujo reitor,Fernando Seabra Santos, é também presidente doConselho de Reitores das Universidades Portuguesas(CRUP) – passa a explicar. «Criámos a época plenade exames, durante o mês de Setembro, para queestes alunos em risco pudessem prosseguir os seusestudos, sem interrupções.» Até à semana passada,os estudantes tiveram assim a oportunidade de fazer«um número ilimitado» de provas para não prescreve-rem. O que não significa que a UC se oponha a este regi-me. Pedro Santos é peremptório ao afirmar que«implica o fim do financiamento de alunos que não cumpram determinadas metas a nível deaproveitamento». Desta forma, «o Estado não pagainjustamente esses casos», conclui. Entretanto, ao mesmo tempo que criou esta época plena, «o Senado aprovou o plano de promoção ao sucesso nas escolas». Já sob aégide de Bolonha, «prevê um maior acompanhamento dos alunos». Porque «saber ouvi-los, por exemplo, é importante».

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Campus[1 de Outubro de 2007]

A ciência do pedalTermina hoje, dia 1 de Outubro, no Insti-tuto de Biologia Molecular e Celular, noPorto, a “Pedalada pela Ciência”, uma ini-ciativa promovida pela Associação de Bol-seiros de Investigação Científica e o Far-

tos/as d´Estes Recibos Verdes. O objecti-vo é alertar a precariedade dos trabalha-dores científicos e promover a sua organi-zação e esclarecimento nos maisvariados institutos científicos.

Numa cooperação entre a Universidade de Lisboa e oGrupo Santander Totta, foi criado em 2006 um prémioque visa distinguir e premiar uma individualidade quetenha contribuído de forma notável para a projecçãointernacional do País.

CANDIDATURAS ATÉ DIA 15 DE NOVEMBRO 2007

Prémio Universidade de Lisboa

Edgar [email protected]

O ano passado o prémiofoi atribuído a Maria OdetteSantos Ferreira, professoracatedrática jubilada da Fa-culdade de Farmácia daUniversidade de Lisboa, pe-lo mérito científico da suaobra, contribuindo significa-tivamente para a descober-ta do HIV-2. Os seus traba-lhos tiveram projecçãointernacional, assim comoa acção que desenvolveuna divulgação da doença e

pelo conjunto da sua carrei-ra universitária.

Num comunicado da as-sessoria de imprensa daUniversidade de Lisboa, oreitor desta mesma institui-ção sublinha que é neces-sário «estimular o mérito».E que «a diferença do Pré-mio Universidade de Lis-boa para os outros é distin-guir-se alguém, nãoapenas pela sua excelên-cia mas também por deteruma carreira universitáriade vulto, reconhecimentoque só costuma ser dado

quando essa car-reira é feita no es-trangeiro.» Comoaliciante, o mon-tante do prémioserá no valor de25 mil euros, intei-ramente suportadopelo Banco San-tander Totta, SA.As candidaturassão até ao próximodia 15 de Novem-bro.

COMO TUDOCOMEÇOU

A 23 de Setembrode 2004 foi celebra-do um protocolo deCooperação entre aUniversidade de Lisboa e oGrupo Santander Totta. Oprémio pretende distinguir

anualmente «uma individua-lidade portuguesa cujos tra-balhos, de reconhecido méri-

to científico e/oucultural, tenhamnotave lmentecontribuído para oprogresso eengrandecimentoda ciência e/oucultura, e para aprojecção interna-cional do País.»Entre os júrisencontram-se per-sonalidades derelevo no meiocientífico e cultu-ral como AntónioSampaio daNóvoa, reitor daUniversidade deLisboa (presiden-te), António Vieira

Monteiro ou o administradordo Santander Totta (vice-pre-sidente).

Breves

Deu-se início, no passadodia 24 de Setembro, asaulas dos cursos de pós--graduação da Universida-de Técnica de Lisboa, noâmbito do Acordo MIT- -Portugal, na área focal deSistemas Sustentáveis deEnergia.

MIT arranca na UTL

No passado 27 de Setem-bro, deu-se a abertura ofi-cial do Mestrado em Enge-nharia de Software Carne-gie Mellon University –Faculdade de Ciências eTecnologia da Universida-de de Coimbra (FCTUC),omais importante a nívelmundial.

Master of SoftwareEngineering - FCTUC

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Campus[1 de Outubro de 2007]

Estagiar num Monte SelvagemSão mais de vinte os alunos que jáestagiaram no Parque Monte Selva-gem, em Montemor-o-Novo. Actual-mente, permanecem por lá três,oriundos de diferentes instituições de

ensino do País, e inicia-se em Outu-bro um novo estágio curricular, destavez na área do marketing, em colabo-ração com o Instituto Politécnico daGuarda.

Depois dos cursos, dos métodos de estudo e de trabalho,é a própria “Praxis Académica” a passar por redefiniçõesem prol do Processo de Bolonha. O Conselho de Vetera-nos da Universidade de Coimbra reestruturou o Códigoda Praxe para o adaptar a uma nova era.

COIMBRA APRESENTA NOVO CÓDIGO

PRAXE D.B. (depois de Bolonha)

Raquel Ramos [email protected]

Habituada a escudar-secom a tradição, a PraxeAcadémica encarou em2006 uma mudança radi-cal: o Processo de Bolonha,aclamado por uns e escon-jurado por outros, descoor-denou a hierarquia dos títu-los e a realidade dospercursos académicos. «Aestrutura praxística estavaprogramada para cursos de

cinco anos», explica JoãoLuís Jesus, Dux Veterano-rum da UC. Caloiro, Semi-Puto e Puto são os grausque sobrevivem ao novo có-digo, em vigor desde 7 deSetembro e apresentado a26 do mesmo mês.

NOVAS HIERARQUIASTendo em conta a trans-

formação das antigas licen-ciaturas em dois ciclos deestudo, foram criados títu-los conformes a essa situa-

ção. «Candeeiro é um ter-mo que recuperámos doséculo XIX», esclarece oDux sobre o grau dado aoestudante com três ou qua-tro matrículas (consoanteos anos de curso). Porém,o título que imortaliza a re-forma é o de Bolognez, apli-cando-se àqueles paraquem o 2.º ciclo é uma es-treia. A lógica complica-seperante a possibilidade denão realizar esta fase nomesmo estabelecimentode ensino onde se finalizouo 1.º ciclo: nesse caso, ograu a atribuir é o de Nova-to.

Já o Veterano, outrora re-ferente a todos os que ti-vessem mais matrículas do

que as necessárias paraconcluir o curso, passa ausar-se apenas no últimoano e se o estudante tiverfrequentado a UC desde oprimeiro ciclo. Um outro as-pecto importante é o esfor-ço para não usar os títulose outras universidades, tor-nando única a Praxe deCoimbra. As alterações pas-sam também pelo períododa Queima das Fitas. Aindaassim, a novidade que temcausado mais admiração éa proibição do colete no tra-je feminino. João Luís justi-fica: «Havia mulheres que ousavam e outras não. Porisso, decidimos proibi-lo.»

A responsabilização dospraxistas está contemplada

na reestruturação. Porexemplo, os julgamentosterão sempre a presençade um representante doConselho de Veteranos, cu-ja comissão permanentepassa a designar-se Sena-tus Praxis, um órgão maisabrangente que exige aosseus membros estarem«pelo menos no término do1.º ciclo».

Segundo João Luís, o no-vo Código da Praxe não sig-nifica mais uma revisão,mas uma reestruturação«dos comportamentos edas normas» que o torna«mais específico e mais tra-dicional», ao mesmo tempoque o adapta aos temposmodernos.

Breves

Os caloiros da EscolaSuperior de Tecnologia eGestão de Beja (ESTIG)foram praxados com tra-balhos de limpeza namata municipal. O objecti-vo é integrar os novos alu-nos na vida académica ena cidade.

Praxe Cívica

Foi nas quarta e quinta-fei-ras passadas que o Par-que das Nações recebu aMega Festa do Caloiro2007. As mais de 30 bar-raquinhas de associaçõesde estudantes juntaram--se e reuniram 70 mil ávi-dos de festa.

Mega Festa

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Poder à Palavra[1 de Outubro de 2007]

Manda bala sobre o que te apetecer...nós publicamos! Envia o teu artigo de opinião até 1000caracteres, no máximo, com uma fotografia tipo passe e onome da faculdade onde estudas. Ninguém te pode calar!Manda tudo para [email protected]

Ataca

Contra-atacaou

DISCURSO ERASMUS

OPINIÃO leitor

Mariana Seruya Cabral, Aluna Erasmus em Barcelona

É incrível reparar na quantidade de portugue-ses que andam por aí, à paisana. Quer uma pes-soa vir em Erasmus para descolar das raízes echega cá para perceber que o portinhol é línguaoficial, logo a seguir ao catalão. No outro dia,apanhei um concerto de rua para os lados sulda cidade. Claro que, no meio da multidão emtranse, o meu radar nacional não pôde deixarde reparar num grupinho castiço de pessoas.Grupinho esse que, claro, cheirava a portuguêsa léguas de distância. Meninos e meninas more-nos, olhos castanhos, estatura média, cor depele entre o café e o leite, traços faciais que,não me perguntem como, só se concebem emfábricas lusitanas. Litrosa na mão, tom de vozmais alto que os outros, ânimos a ameaçar fazermoche. Até senti um calorzinho patriótico, típi-co do tuga que encontra tuga no estrangeiro –basta ser 1 km fora da fronteira para dar direi-

to a comoção – e aproximei-me, com um esfor-ço enorme para fintar o mar de multidão “bor-racha”. Do palco ouvia-se um ska frenético(daqueles que só conseguimos dançar se des-conchavarmos o corpo todo) e um coro de gri-tos a acompanhar o refrão. À medida que me iaaproximando, o déjà vu ganhava forma à minhafrente. Não tenho dúvidas de que cada leitor játestemunhou este cenário pelo menos uma vezna vida – contra tudo e todos, no lugar do refrão,os Srs. Portugueses berravam:«...SLB! SLB! SLB!! GLORIOSOOOOOOO!!SLB!!!!....». Desafinados a plenos pulmões,expressão cerrada, com a pujança de quemparece estar a reclamar causas nobres. Todosem roda, empoleirados uns nos outros, a atro-pelar o círculo de corajosos à sua volta. É, de resto, um cliché demasiado portuguêspara ser verdade, não acham?

Nuestros hermanos portugueses

Em resposta ao editorialEmanuel Pereira [email protected] frequentar a licenciaturaem Línguas e Estudos e EditoriaisUniversidade de Aveiro

Em resposta ao editorialdo jornal MU [“No tempoem que se praxava” de17/09/2007]:

Concordo que os alunosnovos (caloiros) sejam rece-bidos de modo diferente,mas isso não significa serrecebido da mesma formaque foram recebidos osnossos pais e ou avós.

Quando dizes «do tempoem que tinha graça ficarcom a roupa esfrangalhadacom ovos podres; era hon-roso desfilar pela cidade acantar hinos de auto-enxo-valhanço; do tempo emque havia quem se divertis-se por simular actos se-xuais recalcados....», esque-ces-te que esse tempo étão antigo quanto a minha

avó, que acabou de com-pletar 90 anos.

O que falta aos estudan-tes de hoje é acordarempara o presente. Falta-lhestanto de coragem como deoriginalidade.Querem can-tar hinos, escrevam hinosnovos e originais e sem as-neiras.Querem fazer brinca-deiras, inventem novas.Sur-preendam as pessoas pelapositiva.Criem uma ima-gem de marca para a nos-sa universidade.Os caloirosquando chegam à já sa-bem que hinos vão cantare que partidas vão sofrerna pele.Nem eles se diver-tem nem as pessoas queobservam as praxes e que,dantes tanto se divertiam aobservá-las.

Hoje as pessoas já nãoanseiam pela semana docaloiro, anseiam sim, pelofim dessa semana infernal.

E para ter piada e sur-preender, as praxes nãotêm necessariamente deser de cariz sexual. Senãodaqui a nada vão dizer queé bonito e engraçado anda-rem nus pela rua a canta-rem (berrarem).

Hoje as praxes têm tantode demérito quanto a nos-sa actuação, enquanto es-tudantes, perante as políti-cas de educação.

No tempo em que essaspraxes a que te refereseram bonitas e bem acei-tes pela sociedade, tam-bem os estudantes faziamvaler a sua força e voz. Fa-ziam-se grandes e podero-sas manifs e fechavam-seuniversidades se para talfosse necessário.Os di-reios dos estudanteseram defendidos ao máxi-mo fosse contra quem fos-se.

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Blogosfera

FINALMENTE É OUTONO!Fredag, 21 de Setembro de 2007.

ENTERTAINMENTPortugal é o 13.º país do mundo apossuir televisores ((98,7 por cadacem habitações). O primeiro é aBélgica (99,8).Portugal é também o 19.º nomundo a poossuir leitores de CD(43 por cada cem habitações),sendo o primeiro a Noruega (89,5).Portugal é ainnda o 19.º país domundo em que as pessoas maisvezes vão ao cinema (1,6 visitaspor pessoa por ano).. O primeiro é aNova Zelândia (7,7).

Pedro Aroja, 27 Setembro 2007.

SANTANA LOPES ABANDONAA ENTREVISTAAo acordar, vejo esta situação: San-tana Lopes abandonou uma entre-vista na SIC Notícias, por não ttergostado de ser interrompido pelanotícia da chegada de José Mouri-nho. Refilou, pois claro. E abbando-nou o local com um sermão. Gostoespecialmente da frase: «Eu só lhepergunto se é assim que o Paísanda para a frente.» Apesar detudo, e da situação caricata, devoceder desta vez a Santana Loppes.É que interromper um ex-primeiro--ministro para filmar Mourinho achegar a casa, em directo, deemons-tra alguma falta de chá e de discer-nimento. Não posso deixar de teruma ponta de concórdia com ohomem desta vez.

João Carlos Silva, 27 de Setembrode 2007.

http://www.osputos.blogspot.com/

http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/

http://www.a-causa-das-coisas.blogspot.com/

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Uni(sexus)[1 de Outubro de 2007]

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A sexualidade ainda é um doce mistério para mui-tos homens e mulheres. E, a propósito disso, aindaontem alguém me perguntava o que é que aconte-ce quando um homem atinge um orgasmo.No momento do orgasmo masculino, as funçõesvitais atingem os seus pontos mais altos – o ritmocardíaco, a tensão arterial e o ritmo respiratórioaumentam e os testículos contraem-se dentro dosaco escrotal até à sua altura máxima. As sensa-ções eróticas que acompanham este pico de pra-zer transferem-se dos diversos pontos erógenos,para o cérebro e a tensão muscular e o afluxo desangue intensificam-se, criando em simultâneoespasmos um pouco por todo corpo.

A maior parte dos orgasmos masculinos inclui aejaculação, mas não são exactamente a mesmacoisa. A ejaculação desenrola-se em dois momen-tos específicos: a emissão, na qual o líquido semi-nal é expelido dos canais deferentes, das vesícu-las seminais e da próstata para a uretra, acumu-lando-se e criando a sensação de uma iminenteejaculação. O segundo momento é o da expulsãodo líquido seminal que é empurrado para o interiorda uretra, devido às contracções musculares doorgasmo, e em seguida para o exterior do pénisatravés do orifício da uretra.Durante a ejaculação, o homem irá sentir uma sériede contracções musculares a partir do músculo

pubococcígeo. Estas contracções, num máximo de3 ou 4, em intervalos de 0,8 segundos, obrigam ofluido seminal a sair através da uretra a uma velo-cidade de 45 km/h. Às contracções iniciais podemseguir-se 2 a 4 espasmos posteriores mais lentos. A ejaculação é a expulsão fisiológica do sémen, aopasso que o orgasmo é o clímax do prazer sexual.Mas, regra geral, estes dois momentos ocorrem emsimultâneo, salvo em algumas situações, como nocaso do orgasmo seco.Mas, para além de todas estas sensações, existeuma que transforma o orgasmo em algo ainda maisespecial: poder partilhar esse momento comalguém a quem se quer bem.

Orgasmo masculinoMarta Crawford [Sexóloga][email protected]

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20 valores[1 de Outubro de 2007]

«O predador com asas de anjo»«É um subversivo: não gosta do que éimposição, entende que todas as leissão injustas, defende o conceito deque a regra é não ter regra, e nunca sesentiu bem em nenhum regime. (...) O

passo está mais lento, porém passo fir-me, porém passo decisivo e decidido,porém passo de quem não tropeça nafloresta de enganos.» Baptista-Bastossobre Mário Alberto

«Todos temos uma costela anarca!» Ordem sim, coerção não Hoje, em Portugal, os grupos anarquistas têmpouca expressividade e são muitas vezes asso-ciados, erradamente, à violência e ao caos. Estaé uma imagem depreciativa que o subversivogrupo britânico Sex Pistols, precursor do punkrock, ajudou a criar, na década de 70, mas quenão corresponde à sua essência. O anarquismoassenta, antes de mais, na ausência de coerçãoe não na ausência de ordem. Afinal, em queprincípios se baseia? Põe o cinto de segurança,vamos iniciar-te.

Não doutrinaçãoSegundo George Woodcock, «toda a posição doanarquismo é completamente diferente de qual-quer outro movimento socialista autoritário».Sem «gurus políticos ou religiosos», os anarquis-tas «respeitam os seus mestres», mas não lhesprestam vassalagem. Da mesma forma, nãoseguem livros ou obras culturais, nem qualquertipo de metodologias rígidas.

Liberdade É a ponte de ligação entre todos os anarquistas.O princípio basilar para qualquer pensamento,acção ou sociedade ser vista como anarquista éque se baseie, ideológica e pragmaticamente,no conceito de liberdade. Nesse sentido, serianecessário erradicar por absoluto qualquer tipode autoridade.

AntiautoritarismoOs principais objectivos são a supressão do Esta-do, da acumulação de riqueza própria do capita-lismo (excepto os anarco-capitalistas), e das hie-rarquias religiosas (tirando os defensores doanarquismo cristão). A corrente de pensamentolibertária adianta que a supressão da autoridadeé limitada pela acção directa de cada indivíduolivre, não sendo necessário qualquer intermediá-rio entre aquilo que pretende e a sua vontade.

Apoio mútuoPara os anarquistas, todas as sociedadeshumanas ou animais estão assentes no princí-pio da solidariedade, garantido a cada um dosseus indivíduos. Mas para que esta seja umavirtude é preciso eliminar a segregação ou dis-criminação humanas.

Lina Manso [email protected]

Os anarcas tiveram um papel importante (aliadosaos republicanos), no derrube da monarquia, em1910.. Contudo, nunca ambicionaram nem lutamhoje em dia pelo poder...Não, não queriam mesmo poder nenhum!

Então afinal o que desejavam? Apenas não sentir o jugo, símbolo da ditadura.Prezam muito a sua liberdade, sem nunca desres-peitar a dos outros. Era o caso do mestre AquilinoRibeiro, recentemente trasladado do Cemitério dosPrazeres, em Lisboa, para o Panteão Nacional(onde foi sepultado ao lado do General HumbertoDelgado): assumia-se claramente como anar-quista.

Contribuíram para a queda da monarquia (e háquem diga que tiveram o seu dedo no regicídio),mas acabaaram por ser silenciados durante oregime fascista. Depois de 74 ganharam expres-sividade ou mantêm--se na penumbra? Muitos podem não o dizer, mas todos temos umacostela anarca! Portanto, ela não “morreu”.

Voltando ao conceito de anarquismo. Não é umadoutrina ou religião. O que é então?Uma filosofia de vida.

Em extinção...?Não, ainda mexe!

Cá em Portugal?Sim. Lembro-me que no café “A Brasileira”, do Chi-ado (Lisboa), paravam muitos anarquistas, incluin-do o pintor Eduardo Viana.

E o Mário Alberto, é mesmo anarquista ou encar-nou o rótulo qque lhe puseram? Sou de facto um bocado anarquista. Mas muito or-ganizado no meu trabalho. Cumpro horários es-crupulosamente, não gosto de fazer esperarninguém...

Mas geralmente o anarca, numa tentativa dedefinição que vi na internet, até é orrganizado (aocontrário do que se pensa).Sim, mas geralmente é visto como desmazelado (oque é falso).

Então e a ideia de que faz o que lhe apetece,quando lhe apetece e onde lhe apetece? Aproxi-ma-se da verdade?Sim, mas sempre respeitando os outros, o que émuito importante. Quando isto deixa de acontecer,vive-se numa ditadura.

Há bocado dizia que cada um de nós tem uma oumais costelas anarcas. Porém, parece que nem to-dos oo admitimos. Sim, se isso acontecesse talvez isto andasse me-lhor! Não havia latifundiários, por exemplo, e a ter-ra era para quem a trabalhasse. Venha outra Re-forma Agrária!

Será que a sociedade está preparada para essapercepção das coisas?Está! As pessoas dizem que não porque têm me-do. Vêem-nos como as crianças encaram o bichopapão. Em vez de um protector é um inimigo.

Um inconformado por vocação. Figurante, bailarino, maquetista, pintor, cenógrafo premiado e muito, muito mais.Mário Alberto, de 82 anos, é uma das referências máximas do anarquismo em Portugal. Há quem diga que do sur-realismo também.

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20 valores[1 de Outubro de 2007]

CITAÇÃO«Os jovens que têm o privilégio de frequentar a Universidade, na maior parte dos ca-sos paga por todos os contribuintes portugueses, têm uma enorme responsabilidadeperante a comunidade nacional.»

D. Duarte Pio de Bragança

Edgar [email protected]

Estamos próximos de mais uma comemoração da Implan-tação da República. Como figura maior da monarquiia, gosta-va que apontasse os aspectos positivos e negativos daRepública em que vivemos.O nosso regime republicano teve certamente alguns aspectospositivos,mas se compararmos a evolução de Portugal desde1910 com as monarquias europeias, veremos que fomos ul-trapassados em todos os aspectos positivos. Em 1910, está-vamos a meio da tabela de desenvolvimento, hoje estamosquase no último lugar. De facto, o regime republicano prejudi-cou muito o nosso progresso, e ainda pior se se tomar emconta o que aconteceu aos territórios do ex-Ultramar!

A monarqquia é democrática?Com excepção da península Arábica, conhece alguma monar-quia que não seja democrática? Mesmo em regiões ondepredominam as ditaduras, como por exemplo Marrocos,Tailândia, Japão, Camboja, Austrália, Nova Zelândia, Jordâ-nia, etc. A nossa monarquia, já no século XIX era uma democ-racia avançada para a época. A Primeira e a SegundaRepúblicas reduziram muito as liberdades efectivas dos por-tugueses. Veja as perseguições religiosas e o movimentosindical após 1910. Foram precisos 76 anos de Repúblicapara termos ficado finalmente ao mesmo nível democráticodas monarquias.

Li no blogue “Real Democracia” a seguinte citação: «Numaantiga Nação como Porttugal, mesmo o mais pobre de entre

nós nasce rico – de uma língua, de uma História,de uma cultura.» Quer desenvolver mais a ideia?Gostaria de citar o académico Maurice Druonque disse «tenho frequentemente a impressãode me repetir, mas é a única maneira de nãome contradizer». Sinto o mesmo… Um povosem raízes, tal como uma árvore, não tem fu-turo como povo e a cultura contemporâneagloba-lizante tem contribuído para a perdadas nossas raízes. Já reparou que os mesmosque são contra a “globalização cultural” sóadmitem que se construa hoje num “estilomodernista”, do género Bauhaus de 1930?Ou fantasias de todo o género? Os jovensque têm o privilégio de frequentar a Univer-sidade, na maior parte dos casos paga portodos os contribuintes portugueses, têmuma enorme responsabilidade perante acomunidade nacional.

Uma mensagem para os jovens univer-sitários.Devem sobretudo aprender a desenvolver asua inteligência lógica e valores éticos, a fim deajudar a orientar a maioria que não teve essa possi-bilidade. Também os debates políticos entre estu-dantes e com alguns bons professores, a militância porcausas importantes, como a defesa do ambiente e ajustiça no Mundo, são fundamentais para a for-mação humana. Mas, infelizmente, tendem porvezes a ser esquecidos.

«O regime republicano prejudicoumuito o nosso progresso»Em tempos do 97º aniversário da Implementação da República em Portugal, D. Duarte Pio de Bragança coloca ospontos nos “is” e dá-nos a sua opinião acerca da sociedade democrata.

Dados biográficos

Nome: S.A.R. Dom Duarte Pio de BragançaLocal de nascimento: Embaixada Portuguesa em BernaPai: Dom Duarte Nuno, Duque de BragançaMãe: Dona Maria Francisca de Orleans e BragançaTítulos: Duque de Bragança, Conde de Ourém, Conde de Barcelos, Marquêsde Vila Viçosa, etc.

BI Académico Escola em Coimbrões – Vila Nova de Gaia;Liceu Alexandre Herculano – Porto;Colégio Nuno Álvares – Santo Tirso;Colégio Militar;Instituto Superior de Agronomia;Curso de Piloto Aviador da Força Aérea Portuguesa;Instituto Para O Desenvolvimento da Universidade de Genebra.

Mestre António Homem Cardoso

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Belas Artes[1 de Outubro de 2007]

Operárias e Burguesas(As mulheres no tempo daRepública), de Maria AliceSamara Nos finais do séc. XIX, iníciosdo séc. XX, algumas mulheresportuguesas davam os primei-ros passos a caminho daemancipação. Diz a sinopse:

«Regina Quintanilha, a primeira mulher a vestiruma toga; Angelina Vidal, que deu a sua voz pelosmais desfavorecidos; Maria Rapaz, que se fezpassar por homem para conseguir melhores con-dições de vida», são exemplos que, até ao final daI República, «foram livres para pensar e sonhar».

[Ficha] Número de páginas: 234 (+ 16 Extra tex-tos); Preço: 24,50 euros; Editora: Porto Editora;Curiosidades: em 2003, a autora e investigadorado Instituto de História Contemporânea – integra-do na Universidade Nova de Lisboa – recebeu oPrémio Fundação Mário Soares pela dissertaçãoacadémica “Sob o Signo da Guerra”.

Tópicos para uma Catástrofe(O Homem, a Natureza e asAlterações Climáticas), de Eli-zabeth KolbergÉ considerado «um dos maisimportantes livros publicadossobre a vida na Terra, nos últimosquarenta anos», adianta a sinop-se da obra. Além de um relatório,

à escala planetária (desde o Alasca ao Irão), dodesastre ambiental iminente, trata-se de um alerta.O que podemos fazer para salvar a Terra (e por con-sequência a Humanidade), é a pergunta que secoloca.

[Ficha] Número de páginas: 191 Preço: 15 euros;Editora: Guerra & Paz; Curiosidades: «Se conhecealguém que ainda não compreenda a realidade e aescala do aquecimento global, vai querer oferecer--lhe este livro», comentou Jonathan Weiner, vencedordo Prémio Pulitzer

Fados, de Carlos Saura Com Fados, o realizadorespanhol coloca um pontofinal na trilogia iniciada comFlamenco, de 1995, e Tango,de 1998 (este último nomea-do para Óscar de MelhorFilme Estrangeiro). Segundoa sinopse do filme, desta veza tónica não está na dançamas no argumento e na ima-

gem «que reflecte, de forma única e original, onascimento da música marginal portuária».

[Ficha] Produção: Fado Filmes, Duvídeo e ZebraProducciones, em co-produção com a CâmaraMunicipal de Lisboa, EGEAC, Turismo de Portu-gal, IP e TVI); Distribuição: Lusomundo; Bandasonora original: produzida e editada pela EMIMusic Portugal

Lina [email protected]

A 5 e 6 de Outubro, no Teatro Nacional São João(TNSJ), no Porto, volta a partilhar a ribalta com LeonorKeil, bailarina e mulher que, ao contrário dele, «nuncasaiu do palco», adianta ao MU.

A coreografia não é uma estreia. Há um ano que odueto leva ao público nacional e estrangeiro esta «dan-ça do tamanho da sua história em comum» (conformerefere a nota de imprensa daquela casa de espectácu-los). A intenção não é expor a intimidade do casal, as«vivências secretas», mas «a energia e forma como en-caram o exterior». Tudo isto num tom «muito poético ebelo», garante. Para ilustrar o trabalho foram escolhi-dos textos de Gonçalo M. Tavares – retirados da suaprimeira obra, O Livro de Dança, e, segundo Paulo Ri-beiro, «mais baseados nas questões da emoção esensibilidade do que da razão» – e música de Bernar-do Sassetti, Gilbert Becaud e Bárbara Travadinha.

Para quem perder esta oportunidade, há alternati-vas. A mais próxima, já a 26 de Outubro, dia em queMalgré Nous, Nous Étions Là marca presença em Lis-boa (CCB). Porém, o nosso interlocutor adverte, sobrea casa de espectáculos que acolheu todas as suaspeças desde que fundou a companhia Paulo Ribeiro,em 1995: «O São João é um teatro único que além deuma boa programação tem, graças a quem o dirige,um espírito fortíssimo e uma maneira de receber ím-par.»

Há muito tempo que Paulo Ribeiro «não subia aopalco de forma tão intensa». Precisamente «umadécada», assume o coreógrafo e intérprete de Mal-gré Nous, Nous Étions Là, um dos mais recentes pro-jectos da sua companhia.

AgendaCultural

Lan

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s LIVROS CINEMA

Ciclos

Festa do Cinema Francês(8ª edição); Lisboa,Porto, Coimbra, Évora,Faro e Almada;de 3 a 15 de Outubro

Encontros da Imagemde Braga (20ª edição);Braga; até 22 de Outubro

Já tenho idade para terjuízo! (de Pedro Tochas);Teatro da Trindade(Lisboa);até 27 de Outubro

“PACK” (de Mestrandosda FBAUP);Reitoria da Universidadedo Porto;até 1 de Dezembro

Teatro

Exposição

E o que é que temos desta vez para ti? Já sabesque a oferta de livros é, regra geral, garantida. Operárias eBurguesas (As mulheres no tempo da República) eTópicospara uma Catástrofe (O Homem, a Natureza e as AlteraçõesClimáticas) são as propostas de leitura que te fazemos paraesta semana. Lê mais em www.mundouniversitario.pt

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Jukebox[1 de Outubro de 2007]

*PELA 3ª SEMANA EM NR1*

Tabela votada por ti

em cidadefm.clix.pt e

apresentada aos sábados

entre as nove e a uma da tarde

Grande Lisboa – 91,6 FMGrande Porto – 107,2 FM

Alentejo – 97,2 FMRibatejo – 99,3 FM

Algarve – 99,7 FMBraga – 104,4 FM

Coimbra – 99,7FM

O tema Fully Con-nected do segun-do álbum NoWaves (2004)catapultou-ospara um maiorreconhecimento.Receberam oprémio de MelhorÁlbum e MelhorTeledisco nosQuartz ElectronicMusic Awards. OldSize Baggage é oseu último registo(Abril de 2007) ehá muito quequeríamos falarcom quem fazmais sucesso lá fo-ra do que propria-mente cá dentro.Carlos Morgado[programação einstrumentos]falou ao MU.

1 Yves Larock Rise Up 0 12

2 Da Weasel Mundos Mudos 6 7

3 Fergie & Sean Kingston Big Girls Don't Cry -1 15

4 Taio Cruz I Just Wanna Know 0 24

5 David Guetta Love Is Gone -2 16

6 Justin Timberlake Lovestoned 0 7

7 P. Diddy feat. Keyshia Cole Last Night -2 13

8 Killagees Hey Girl 1 20

9 Orishas Hay Un Son -2 11

10 TT Dança Este Som 12 4

11 Kat Del. feat. Eleph. Man Whine Up 1 8

12 T-Pain featuring Akon Bartender 2 8

13 Corbin Bleu Push It To The Limit -2 12

14 Vanessa Hudgens Say OK 1 6

15 Bob Sinclar Sound Of Freedom -5 21

16 Ciara Like a Boy 8 4

17 Timb. feat. Keri Hilson The Way I Are 1 6

18 Will.i.am featuring Fergie I Got It From My Mama 7 6

19 Jay-Z & Chris Brown Umbrella -3 23

20 Papas da lingua Eu Sei -7 13

21 Mariah Carey & Bow Wow Lil Love 9 5

22 AM2PM Dance With Me -5 18

23 Expen. Soul feat. Bianca Eu Não Danço 4 3

24 Enur featuring Natasja Calabria -5 26

25 Rihanna featuring Ne-Yo Hate That I Love You 3 5

26 Simon Webbe My Soul Pleads For You -6 23

27 Cidade FM Cast A Nossa Vez -6 9

28 Nelly Furt. feat. Missy Elliot Do It 6 2

29 Ne-Yo Because Of You -6 20

30 Justin Timberlake Summer Love -4 19

31 Corbin Bleu Deal With It 5 2

32 Baby Bash feat. T-Pain Cyclone 5 3

33 Sean Kingston Beautiful Girls -1 5

34 Kayne West Stronger 4 2

35 Bob Sin. present. Fireball What I Want NOVA 1

36 Jhonny Prez No Vas A Poder 3 9

37 Outlandish Callin U -8 3

38 Britney Spears Gimme More NOVA 1

39 Akon Sorry Blame It On Me 1 2

40 Sean Kingston Me Love NOVA 1

Pos. Artista Album W.O.C.MOVES.

*MELHOR PORTUGUÊS E MAIOR SUBIDA DENTRO DO TOP TEN*

*MANTÉM A POSIÇÃO*

*PERDE A MEDALHA BRONZE*

*MANTTÉM A POSIÇÃO*

*HÁ UMA SEMANA NO TOP TEN*

*HÁ UMA SEMANA NO TOP TEN*

*SUBIDA SEMANA/SOBE AO TOP10*

*HHÁ UMA SEMANA SAIRAM10*

*HÁ UMA SEMANA SAIRAM10*

*ABANDONA TOP TEN*

*DESCIDA DA SEMANA*

*A QUE ESTÁ HHÁ MAIS TEMPO N’AS40*

*NOVA*

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alCrítica CD

Se, até à data, 2007 temsido profícuo em projec-tos nacionais de elevadaqualidade, que dizer umadas mais emblemáticasbandas dos últimosanos? Os Clã estão devolta com Cintura, o seuquinto CD de originais. Osingle de apresentaçãoTira a Teima conta com aparticipação de Paulo Fur-tado (Wraygunn) e de real-çar também Fábrica deAmores, com letra deAdolfo Luxúria Canibal.Para além da habitualcolaboração de Carlos Tê,os Clã contam ainda comArnaldo Antunes (Titãs,Tribalistas) e Regina Gui-marães (Três TristesTigres). Um clássico!

[Clã]Cintura

Lembram-se do sucessodeste verão do Dj YvesLa Rock com o tema Ri-se Up? Pois bem, ficas asaber que o mesmo tevea colaboração do vocalis-ta dos Moonraisers, Ja-va, na concepção do te-ma. Em Do the rightstep, o quarto de origi-nais, podes ouvi-lo emversão reggae. São dezos membros da bandaque misturam reggae,rock, funk e electro. Des-taque ainda para HotelCalifórnia dos Eagles,num registo bem maisao estilo dos Moonrai-sers.

[Moonraisers]

Do the right step

Edgar [email protected]

Como surgiu este projectodos Micro Áudio Waves?Surgiu em 2000. Como jáconhecia o Flak há unstempos e, na altura, está-vamos a trabalhar no dis-co dos Rádio Macau, du-rante a produção fizemosuma série de experiênciase começámos a reunirmaterial que fazia sentidonum outro projecto (numdisco mais electrónico). Não tínhamos intenção defazer um som audível, fá-cil de ser assimilado. Apartir daí, e como a Cláu-dia [voz] era uma amigaque já fazia umas expe-riências sonoras comigo,acabou por entrar no pro-jecto acidentalmente por-que usei uma gravaçãodela no primeiro disco. De-pois convidámo-la para to-car ao vivo e começámosa trabalhar a três. O se-gundo disco No Waves éfruto desse trabalho a três[Flak, Cláudia e Carlos].

Pode-se dizer que houveum antes e depois Cláuu-dia?

Sim. O primeiro disco éuma espécie de manifes-to, era uma coisa maisteórica em termos musi-cais, numa de reunir par-tículas sonoras. Era umdisco muito mecânico,muito cerebral. Quando aCláudia entrou tínhamosuma voz e acho que coi-sa mais orgânica não po-deria ter. Começámos aexplorar mais o potencialdela, porque nunca tinhafeito par te de nenhumprojecto...trabalhámosmuito em função da vozdela.

O facto de serem mais re-conhecidos lá fora do queem Portugal entristece--vos?(pensativo) Não queriafazer muitas conjecturasà vo l ta d isso porqueacho que Portugal é ummeio muito pequeno elogo o meio musical tam-bém o é. Acho que secriaram muitos precon-ceitos. É uma análise umpouco fria da questão.Nós vamos lá fora e aspessoas não têm refe-rências nenhumas nos-sas e se calhar é isso

que os cativa. Indepen-dentemente de ondevens, há uma certa cu-riosidade e em muitoscasos acaba por ser umasurpresa. Mas acho quecom este nosso últimodisco a nossa audiênciacresceu muito em Portu-gal.

O quee é que vos torna úni-cos (pelo menos a nívelnacional) no som que pra-ticam?São aquelas situaçõesque acontecem. Não pro-gramamos e de repentejuntam-se três pessoasque funcionam de umaforma quase mágica eque ultrapassa cada umde nós individualmen-te...

Consideram-se uns eexplo-radores de sonoridades?Exacto. O nosso trabalhofunciona muito na baseda experimentação. Che-gamos ao estúdio e rara-mente sabemos o que va-mos fazer a seguir. Adeterminada altura, traba-lhamos numa espécie deping pong, um faz e outroacrescenta.

O MU e a Magic Music têm 4 álbuns e 6 EP’s com 4 temas dosMicro Áudio Waves. Os quatro primeirosganham o álbum, os restantes o EP. Doque é que estás à espera? Vai awww.mundouniversitario.pt e concorre.

Ganha

N – Nova | R – Reentrada

*PERDE VICE-LIDERANÇA*

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Lifestyle[1 de Outubro de 2007]

Descobre o bilhete Round the World Hoje em dia, dar a volta ao mun-do é mais simples do que parece.A partir de 1500 euros podes ad-quirir um bilhete RTW (Round TheWorld) em agências de viagens in-

glesas ou holandesas e são váli-dos para um período máximo de12 meses. Vai a http://www.tra-vel-nation.co.uk e obtém mais in-formações.

«Não temos que ser só gestores,médicos ou advogados»

PARAR PARA VIAJAR

Edgar [email protected]

Licenciado em Administração e Gestãode Empresas pela Universidade Católi-ca do Porto, André Parente resolveufazer um “ano sabático”. Uma práticausual entre ingleses, holandeses oualemães, mas que não se coaduna comos hábitos e costumes portugueses.«De facto, não é costume ver muitosportugueses a viajar desta forma. Tor-namo-nos muito caseiros, o que é estra-nho, dadas as nossas origens de explo-radores», explica André Parente. E asrazões são óbvias: «É mais difícil paraum português, em comparação com ospaíses que referiste, por razões sociaise de mercado de trabalho», justifica.«Fui para a floresta viver de livre vontade,para sugar o tutano da vida. Para, quan-do morrer, não descobrir que não vivi»(Henry David Thoreau). A citação, que seencontra no topo do seu blogue, exem-

plifica e bem o seu estado de espírito.André é da opinião que «na generalidade,as pessoas têm medo de “sair da caixa”.Penso que vivemos uma vida demasiadoformatada, quase como que se tivésse-mos de escolher um pacote ao início quedepois já não dá para mudar. Acho que amaioria de nós valoriza demasiado a“segurança” do que tem e do que conhe-ce e isso, às vezes, pode impedir “vivermais a vida”». Dá que pensar não é?

O ITINERÁRIOA grande viagem começou em Abril, noMéxico, com o objectivo de descer todaa América Latina. De seguida, saltoupara a Austrália e neste momentoencontra-se na Indonésia. E tudo porcausa do surf. «É verdade que fazer surfe conhecer os sítios e ondas que pas-sei anos a ver em revistas é uma dasprincipais motivações da viagem, masnão a única. A grande motivação é umacoisa a que eu chamo simplesmente“ver o mundo”.» A rota continua até aofinal do ano em direcção a Singapura,Malásia, Tailândia, Camboja, Laos eVietname.

NEM TUDO É UM MAR DE ROSASNuma viagem deste calibre, algo temque correr mal, e efectivamente acon-teceu o pior. «Fui assaltado na CostaRica e fiquei apenas com a roupa docorpo e as pranchas de surf. Tudo oresto foi roubado, incluindo computa-dor, máquina fotográfica, dinheiro, car-tões bancários, passaporte, bilhetes deavião... tudo mesmo!» Face a este cená-rio, era natural que o seu primeiro pen-samento passasse pela desistência.Como estava a um quarto da viagem,encarou a situação como um novodesafio. «Não podia desistir!»

MENSAGEM FINALA viagem ainda não chegou ao fim, masAndré Parente aconselha os nossos lei-tores a «aproveitarem bem esses anos[académicos] fantásticos e manterema cabeça aberta. Não temos que ser sógestores, médicos ou advogados, nemtemos que seguir as correntes geraisde opinião e forma de estar. Podemosser pessoas multifacetadas, com umconjunto de interesses muito diferente,quer no plano pessoal, quer no profis-sional». Em www.tempodeviajar.blogs-pot.com podes acompanhar as peripé-cias desta volta ao mundo.

Dados Biográficos

IDADE: 33 anos

FORMAÇÃO ACADÉMICA: Administra-ção e Gestão de Empresas

PROFISSÃO: Gestor de Marketing e Ven-das

PERCURSO PROFISSIONAL: - Estágio de 6 meses no departamentode Marketing da Lactogal (Mimosa,Agros, etc)

- Account Manager na Legrand Eléctri-ca

- Marketing e Vendas na Optimus (Ges-tor de Produto, Key Account Manager,Gestor de Projectos, Desenvolvimentode Novos Negócios, etc).

- Orçamento diário: 50 Euros

- Orçamento total: Cerca de 15 mil euros

NOME: ANDRÉ PARENTE

Se hoje alguém chegasse ao pé de ti e dissesse que ia dar a volta ao mundo, se calharviravas-te: «Estás maluco? Tens a vidinha feita e vais-te embora?» Pois é, para AndréParente só isto não chega. Fica a conhecer a história de quem parou nove meses paraviajar.

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Salada Russa[1 de Outubro de 2007]

Webmail

Passatempos

Soluções:

Ora aí está o primeiro drama do estudante deslocado:contentar-se com uma casa minimamente “direita” Queriam o quê? Tecnologia de ponta?!

Ainda para mais, há por aí muita juventude com umjeitinho para a cozinha que até faz rir as panelas!

Na hora de dormir há que apostar na economia deespaço… E, acima de tudo, ser criativo!

HORIZONTAIS: 1 - Manto de pano grosso, preso na ombreira, usado pelos soldadosromanos em campanha (ant.). Que tem capacidade. 2 - Administrei. Rocha em fusãoexpelida pelos vulcões. 3 - Suf. nom., de origem latina que traduz a ideia de semelhan-ça ou origem. Recinto circular onde se correm os touros. Pref. que exprime a ideia denegação, falta, inclusão, etc. 4 - Corroa. Gavinha. Serenidade de espírito. 5 - Naquelelugar. Soluce convulsivamente. 6 - Aguardente do bagaço da uva. 7 - Mentira. Diton-go oral. 8 - Remoinho de água. Ligue. Membro de um animal que serve para o voo. 9– Níquel (s. q.). Fruto da amoreira e de algumas espécies de silvas. Grito aflitivo. 10 -Parte enterrada de qualquer coisa. Carta geográfica. 11 - Bastante. Camada gordurosado leite (pl.).

VERTICAIS: 1 – Neste momento. Dignidade. 2 - Que tem formosura. Jurássico inferior.3 - Ou (em inglês). Oculta. Nona letra do alfabeto (pl.). 4 - O bagaço de que se faz aágua-pé. Actua. Machado antigo. 5 - Mulher acusada de um crime. Designação deuns peixes teleósteos da fam. dos Escombrídeos, frequentes nas costas marítimas dePortugal. 6 - Ave palmípede caracterizada por possuir uma bolsa membranosa ondearmazena o alimento que apanha (pl.). 7 - Denominação. O espaço aéreo. 8 - Fileira.Voz de algumas aves, especialmente a do mocho. Governanta. 9 - Espádua. Embria-guez (pop.). Antigo Testamento (abrev.). 10 - Apronta. Pá com que se ergue a terraescavada. 11 - Que vagueia. Vestuário de mulher, que fica da cintura para baixo (pl.).

HORIZONTAIS: 1 - Abola. Capaz. 2 - Geri. Lava. 3 - Ol. Arena. In. 4 - Roa. Elo. Paz. 5 - Lá. Impe. 6 - Bagaceira. 7 - Peta. Ou. 8 - Ola.Una. Asa. 9 - Ni. Amora. Ai. 10 - Raiz. Mapa. 11 - Assaz. Natas. VERTICAIS: 1 - Agora. Honra. 2 - Belo. Lias. 3 - Or. Alapa. Is. 4 - Lia. Age. Aza. 5 - Ré. Atum. 6 - Pelicanos. 7 - Nome. Ar. 8 - Ala. Pio.Ama. 9 - Pá. Perua. AT. 10 - Avia. Sapa. 11 - Zanza. Saias.

Para reflectir...

«É preciso ter dúvidas. Só os estúpidos têm uma confiança absolutaem si mesmos»

[Welles, Orson in citador.pt]

Sabiam que os paparazzi ameri-canos andam a ser contratadospara fotografar anónimos? A ideiatem surgido de alguns noivos quequerem surpreender as suasmais-que-tudo com as imagensdos pedidos de casamento. Os fo-

tógrafos escondem-se ou masca-ram-se e, quando os meninos seajoelham, clique! Fica o momentoregistado para a posteridade… Asfotografias podem custar cercade 500 dólares (cerca de 350 eu-ros).

Insólito

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5.ª Dimensão[1 de Outubro de 2007]

Torneio PES6 em Plataformas PS 2Nos próximos 5 e 6 de Outubro, realiza-se a Lan PartyCaneças, no edifício dos Bombeiros Voluntários. Osparticipantes (que não podem exceder os 60, nem es-

tar aquém dos 40) têm direito a 10 minutos de tempode jogo. A inscrição faz-se por 10 euros com a possibi-lidade de pernoitares lá nas duas noites. Porque ape-sar da competição e dos prémios que podes ganhar, aideia maior destes encontros é o convívio entre pares,chamemos-lhe assim. O MU apoia o evento.

Os conteúdos desta secção são da responsabilidade do blogue português de videojogos ene3. Emwww.ene3.com encontras informação mais alargada sobre tudo o que precisas de saber.

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Luís Magalhães,Editor [email protected]

Numa apresentação à porta fechada,na sala VIP do cinema das Amoreiras, aSony não se poupou nos brindes ou be-bidas; nem tão-pouco nos convidados. Ojogo contou com uma dobragem profis-sional, onde participaram diversos acto-res nacionais: Margarida Vila-Nova, InêsCastel-Branco, Nuno Melo, FernandaSerrano, Ricardo Carriço, Luís Esparteiroe José Wallenstein.

A apresentação-documentário, na salade cinema, foi precedida por uma breveactuação de Nuno Markl. Possuidor deuma PS3 (e da rival Nintendo Wii) ape-nas participou na dobragem da série ani-mada que foi criada como prelúdio deHeavenly Sword, e não no jogo em si. As-sume-se entusiasta por videojogos, em-bora admita também que não é particu-larmente jeitoso. Não pudemosconfirmar a sua falta de talento com oscomandos, mas em conversa casual éfácil perceber que Markl gosta realmen-te de jogar. Já a apresentação propria-mente dita iniciou-se com o primeiro epi-sódio da série animada. E continuoucom um making of, que alternava entreas técnicas que foram usadas para pro-duzir o jogo na produtora Ninja Theory ena companhia de efeitos especiais WETADigital (Senhor dos Anéis, King Kong) eas sessões de dobragem protagonizadaspelos nossos actores. Incluídos foramtambém pequenos monólogos em quefalavam das personagens que interpreta-vam e das suas impressões acerca doque tinham visto do jogo.

ACTORES PRINCIPAISSobre a experiência de trabalhar com

um vi-deojogo, Margarida Vi-la-Nova disse à ENE3 que «a vantagemde fazer videojogos é que o jogo já estápensado em função de uma heroína, deum vilão, de uma cena de acção, masque cabe ao locutor/actor construir oseu personagem. Embora ela tenha umperfil – lutadora, guerreira, mulher dearmas, humana, sensível, emotiva – soueu que posso, através da voz, conduziressa personagem». Em relação ao im-pacto do jogo, acrescentou: «Acho quevai surpreender muita gente; vai ser ojogo do ano e representa os jogos do fu-turo. São extraordinárias as imagens eos personagens criados; a dobragemestá ao nível das melhores europeias, eacho que vai fazer a diferença, porqueaté agora, nunca tivemos nada compa-rável a isto.» Já Inês Castel-Branco admi-tiu que, apesar de «não conhecer muitobem o enredo do jogo, porque só fez avoz da sua personagem sem assistir àsrestantes, acredita que «a nível de ani-mação é do melhor que se fez ultima-mente» e, despreocupada, admite: «souum bocado leiga, mas acho que ficoumuito bom.»

Numa conversa mais alargada (quepodem ler na íntegra emwww.ene3.com), Sandra Páscoa, PRManager da Sony, revelou: «Acho que[Heavenly Sword] será, sem dúvida, umdos maiores este ano e o primeiro den-tro daquilo que serão já os chamadosjogos de "nova geração" para PS3; (...) éum título que pode chegar a um públicomais mainstream, tal como ao hardco-re gamer, (...) tem todos os ingredientespara agradar a um vasto leque de joga-dores.»

Não há duvidas: a Sony sabe preparar um bom evento. Com uma quota demercado de mais de 90% das consolas fixas em Portugal, a marca Playstation

poderia dar-se ao luxo de descansar à sombra da bananeira. Mas não foi isso quese verificou no evento dedicado a Heavenly Sword, no dia 18 de Setembro.

APRESENTAÇÃO DO NOVÍSSIMO HEAVENLY SWORD

Do mainstreamao hardcore

gamer

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Bar Aberto[1 de Outubro de 2007]

Caloiros, caloiros e mais caloiros?Por estas alturas em que parece que os ca-loiros dominaram o mundo com festas e ar-raiais, que é feito dos veteranos? A AE doInstituto Superior de Agronomia (ISA) orga-nizou na sexta-feira uma festa interdita a

“bichos”. O Lagar do ISA, que em temposnão muito distantes serviu como sala deestudo, reviveu os anos 80 e, por uma noi-te, tornou-se o covil do pessoal “experien-te” nas andanças da universidade.

SÁBADO, 6 – TherapySessions @ Porto RioSÁBADO, 6 – DJ Vibe @Buddha Club (Póvoa deVarzim)

PORTO

QUINTA, 4 – Tecnolândia2007 @ Big Cansil(Santa Maria da Feira)

AVEIRO

QUINTA, 4 – Redkone, DJNox e Luís Palma @Broadway – FreeportAlcochete

SETÚBAL

SEGUNDA, 1, a Quinta, 4– Semana do Caloiro daAEFFULSEGUNDA, 1 – SemanaCultural da Universidadede Lisboa @ Alameda ULQUINTA, 4 – Caloiro emFesta @ UniversidadeAutónomaSEXTA, 5 – H2T @ Music-BoxSEXTA, 5 – Filipe Gonçal-ves & the Gents @ WSÁBADO, 6 – Rui Vargas@ Lux

LISBOA

AgendanoitePorque os Veteranos

também merecemPUB

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BD[1 de Outubro de 2007]

Vilões, Vilanias e Outras Ironias em concursoJá estão abertas as inscrições pa-ra o 1.º Concurso de Banda Dese-nhada, Ilustração e Animação deLeiria, promovido pela ECO – Asso-ciação Cultural. Subordinado ao

tema Vilões, Vilanias e Outras Iro-nias, o concurso tem lugar emMarço de 2008, em Leiria. A en-trega dos trabalhos vai até 31 deDezembro de 2007.

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