outubro 2007 jornal da apaferj 1 · as cobranças não param e pelo visto irão em diapasão cada...

16

Upload: ngonhi

Post on 14-Mar-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

JORNAL DA APAFERJ 1OUTUBRO 2007

JORNAL DA APAFERJ2 OUTUBRO 2007

Márcio AlemanyPresidente

MENSAGEM DO PRESIDENTE

As cobranças não param epelo visto irão em diapasãocada vez mais forte. São asvozes dos Advogados Públicosatravés de suas associações oumesmo isoladamente. Algunspor definir em qual delas deveingressar e outros preferindoesperar para fazer a escolhacom critério julgado maisacertado. Com todo respeito àsdemais que também lutam,mas puxando a brasa para nos-sa sardinha, melhor se vies-sem para a nossa APAFERJ,pois tem mais tempo deestrada, está muito bem estru-turada, com uma Diretoriaque realiza unida, com acerto,e com uma história formidávelde conquistas. Melhor, ainda,se tivéssemos uma única car-

reira e apenas uma só associação.Não seria um sonho a ser rea-lizado? Por certo seríamos maiscoesos e mais fortes. Enquantoisso não acontece, continuamosbuscando, na medida do que épossível, unir as vozes e fazer umcoro para que nos ouçam mesmoà distância e sejamos permanen-temente ouvidos. Nosso trabalhoindispensável ao Estado estásendo exibido com resultados dosmais louváveis e o Governo estáse mostrando a cada dia maissensível ao nosso pleito maiorque é a simetria remuneratóriacom os demais que tambémrealizam funções essenciais àJustiça. O acordo celebrado como Governo, que produzirá o pa-gamento de um subsídio maisalentado, por ora pelo menos,está sendo levado adiante parafrutificar. Não podemos maisperder quadros a cada dia, em ra-zão do grande desestímulo remu-

neratório. Estamos fazendo todoempenho para estancar as mi-grações constantes para as car-reiras que também exercem asfunções essenciais à Justiça.Toda luta para aumentar os va-lores do atual subsídio reforça oimpedimento dessa migração.Nesse contexto reside a nossacobrança para levar aos órgãos doGoverno a constante visão do tra-balho produzido pelos Advo-gados Públicos. A informaçãosempre repassada de que paga-mos nossa própria remuneraçãonão é mera crendice, bravata oubazófia. Todo capital por anosacumulado dos valores não pagosde sucumbência aos AdvogadosPúblicos dariam para pagar essaremuneração com sobras a favordo erário. E, hoje estamos maisdo que certos disso. Qual outracarreira de Estado realiza umtrabalho meritório desses a custozero? Por isso também lutamos

CorCorCorCorCorrida em tempo cerrida em tempo cerrida em tempo cerrida em tempo cerrida em tempo certototototoa favor da percepção do sub-sídio. Mas tudo isso para dizerque confiamos nos esforços doMinistro Toffoli. Tem ele de-monstrado constantementeseu esforço, entusiasmo e pre-ocupação com toda a Advo-cacia Pública. Sua estrutura,organização, ação para demo-cratização efetiva da Justiça,para atingimento e socorro aosmais pobres e humildes, de-fesa da cidadania, formação emelhoria profissional dosAdvogados Públicos, e, semdúvida, na melhoria remu-neratória de todos os pro-fissionais da AGU, incluindo-se o pessoal de apoio técnicoe administrativo e dos apo-sentados e pensionistas. Es-tamos na corrida em tempocerto e acho que não vamos terque esperar em vão, como davez passada.

A 1ª Turma do Tribunal Regio-nal Federal da 1ª Região mantevea condenação do INSS a pagar ovalor relativo à correção mone-tária de salário-maternidade.

O Tribunal alegou que o reque-rimento administrativo foi tar-dio, mas que a responsabilidadepela atualização monetária seimpõe somente no caso de demo-ra injustificada no pagamento dobenefício regularmente reque-rido.

Na ação, a assegurada especialreclamava que não houve a corre-ção monetária de dois salários-maternidade, recebendo-os, pois,com valores defasados.

BENEFÍCIO. De acordo coma Turma, o requerimento tardiodo benefício não exclui a correçãomonetária, sendo necessária acorreção para garantia do valor

INSS terá que pagarcorreção de salário

real do benefício. Não interessapor culpa de quem ocorre o atra-so, a correção monetária é meraatualização.

Explicou a decisão que se tra-ta de benefício previdenciáriogarantido à segurada especial daPrevidência Social, que com-prove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, nos12 meses imediatamente ante-riores à sua concessão.

Acrescentou, ainda, que, peloordenamento jurídico, o salário-maternidade é devido à seguradapor 120 dias, a contar do períodocompreendido entre os 28 diasque antecedem o parto e a datade sua ocorrência. O benefício édevido no valor de um saláriomínimo vigente à época donascimento, com as devidasatualizações monetárias.

Pesquisa do Procon de SãoPaulo, realizada com 13 insti-tuições financeiras, revelou aabusividade dos reajustes dastarifas bancárias, em percen-tuais muitas vezes superioresà inflação do período. Alémdisso, dados recentementepublicados revelam que o lucrodas sete maiores instituiçõesfinanceiras, este ano, jáultrapassou a casa dos R$ 13,4bilhões, lembrou Rêgo.

“Os números apresentadosrevelam o quanto lucram asinstituições financeiras e nãoapenas com a cobrança detarifas elevadas,mas, sobre-tudo, com a de juros de causarvergonha e com a prática doanatocismo. Há, a nosso sentirexplícita violação dos artigos170, V e 173, §4º, da Cons-

tituição”, afirma Gilberto Rêgo.A todos interessa que o

Brasil tenha bancos saudáveise lucrativos, mas isso comoresultado da prestação deserviços de qualidade e daconcorrência no mercado;jamais em detrimento doconsumidor. Tal conduta dosbancos não se harmoniza coma moderna concepção socialdos contratos, que devem,portanto, ser analisados sobnova dogmática. O modelo deEstado Democrático de Direitoampliou o âmbito deintervenção nas relaçõesprivadas, aumentando aproteção na esfera obrigacionale assegurando a efetivaobservância dos princípios daeqüidade, de confiança e daboa-fé, concluiu.

Levantamento

JORNAL DA APAFERJ 3OUTUBRO 2007

A Advocacia sombriaNa última pesquisa encomen-

dada pela OAB sobre a credibi-lidade de diversas instituições,o Poder Judiciário só ficou àfrente do Congresso Nacional,apontando-se como responsáveispor sua baixa credibilidade amorosidade na solução dos casose o envolvimento de juízes emescândalos – realmente, quandoo juiz não honra a toga, além detarde, o processo acaba mal.

Apesar de a Constituiçãoconsiderar os advogados peças“indispensáveis à administraçãoda justiça”, a OAB não se inte-ressou em perguntar aos entre-vistados o que a classe tem a vercom isso. O bom funcionamentoda Justiça reclama dos advo-gados comportamento à altura daindispensabilidade que a Cons-tituição lhes atribui. Nada muitocomplicado. Respeitar o Estatutoe o Código de Ética. Evitar o li-tígio, ainda que recebendo re-muneração mais modesta de seucliente. Não execrar quem julgacontra sua tese, nem bajularquem a acolhe. E, principal-mente, pautar sua atuação peloemprego dos instrumentos secu-larmente usados no seu ofício: aspetições e as alegações orais.

Quanto a esta última regra deconduta, lamentavelmente,ainda sobrevive entre nós a

espécie dos ghost lawyers,aqueles operadores do direitoque não precisam de procuraçãoe nem de redigir petições para“patrocinar” certas causas(normalmente, de elevandovalor). A prerrogativa legal de“dirigir-se diretamente aosmagistrados em salas e gabinetesde trabalhos” não lhes serve paradefender teses, expor argu-mentos ou entregar memoriais.Muito “operadores” e nadadireitos, faturam uma liminaraqui, uma sentença ali e um votoacolá, acenando secretamente(daí a expressão “embargosauriculares”) privilégios por virou cobrando a contrapartida defavores prestados a autoridadese/ou seus parentes, comoempregos, viagens e outrosmimos dotados de irresistívelforça persuasiva.

Não necessitam saber rigo-rosamente nada sobre leis. Acarteira da OAB e o ternoimpecável lhes caem tão bem noexercício dessa (dis)função,quanto, nos assaltantes, osdistintivos e as fardas policiaisusados para encenar falsasblitzes.

Mesmo não encontrandoreceptividade na esmagadoramaioria dos juízes – que é séria ecompetente, como outro dia

disse Luiz Garcia em sua coluna–, esses ghost lawyers sãoantigos agentes de um dos maisdevastadores efeitos contra acredibilidade do Sistema Ju-diciário, como registrado em umapublicação dos anos 40: “Épróprio da advocacia alegarprestígio e influência junto àsautoridades. ‘Assíduos’, ‘sico-fantas’, ‘zóticos’, ‘vendedores defumo’ são chamados os in-divíduos que se dedicam a estemister. ‘Assíduos’ porque, paravalorização da advocacia ad-ministrativa, cultivam e os-tentam familiaridade com osfuncionários, cujos despachosmercadejam. ‘Sicofantas’, porquea embustaria e a impostura sãoos processos do comércio imoral.‘Zóticos’, do mesmo nome dovalido Heliogábalo, que secelebrizou na exploraçãodesonesta. Ventidotes fumi,nomeo pelo qual os romanosdesignavam os que vendeminfluência que realmente nãopossuem.”

Com ou sem influência, aindaestão por aí, como adverte SauloRamos em seu recente livro“Código da Vida”: “De tempos emtempos, aparecem uns picaretas,tipos de paqueiros, que farejamcasos complicados e se enfiam nomeio do assunto, dizendo-se

amigos do juiz, do promotor, doescrivão ou de alguém muitopoderoso que pode resolverqualquer problema.” De vez emquando, resolvem mesmo.

Há poucos anos, turma dedireito, um de nossos maioresmagistrados disse: “Reafirmo,sem disfarçar a amargura, que jánão creio possa minha geração deprofissionais do Fórum viver, noBrasil, uma Justiça que resgatea plenitude de sua credibilidade,que a impotência vem erodindo”.O ministro Sepúlvida Pertenceterminou seu discurso com umacomovente exortação: “Como te-nho feito sempre que ocasiões mepropiciam falar aos novos ba-charéis brasileiros, também hojequis passar-vos – antes que caiade nossas mãos cansadas – o bas-tão de nossas esperanças e a res-ponsabilidade de que possais rea-lizar, com os vossos sonhos, o so-nho que não conseguimos viver.”

Advogando às claras e nosautos já estaremos concorrendo,a um só tempo, para tornarrealidade o sonho da geração doministro e para afastar oJudiciário da “lanterninha” naspróximas pesquisas sobrecredibilidade de nossas insti-tuições.

Helio Saboya Filho advogado.

O ministro da Advocacia-Ge-ral da União (AGU) José AntônioDias Toffoli propõe a criação deum órgão colegiado que seja res-ponsável pelo julgamento de pro-cessos administrativos que en-volvam servidores públicos. Asinformações são da AgênciaBrasil. Na avaliação dele, a formacomo a legislação é aplicada cola-bora para demora dos processose permite diferentes decisõesjudiciais sobre os mesmos fatos.

“A legislação aplicada em ca-sos de infração disciplinar,desvio de função e descumpri-mento de dever por parte do

servidor não é adequada. Sãofeitas comissões em cada órgão,para cada caso”, observou. “Ouseja, não há uniformidade e cen-tralidade, portanto, não há or-ganização desse processo ad-ministrativo e disciplinar atra-vés de um órgão central ou sob asupervisão de um órgão central”.

Toffoli acrescentou que alegislação atual causa insegu-rança no julgamento de pro-cessos, o que muitas vezes leva oservidor punido a conseguir nopoder Judiciário a reintegraçãona instituição em que trabalha.

O ex-ministro do Supremo

Tribunal Federal (STF) Sepúl-vida Pertence avalia que o atualsistema é ineficaz e lento, alémde dar margem a diversas inter-pretações. Para ele, a idéia de umórgão colegiado permanente éválida e pode melhorar o jul-gamento desses processos.

“Creio que pode melhorar.Mas há uma série de problemas,dada a complexidade e o ta-manho do país”. Se esse órgãopode ser um órgão central, achofundamental que se distingam asinfrações graves das infrações debagatela, que poderão ser re-solvidas localmente com rapidez

e informalidade. Enfim, há umasérie de problemas que os nossosministro têm a enfrentar atéchegar a um projeto viável. Masa idéia é extremamente fértil”.

A proposta do ministro daAGU foi apresentada no se-minário sobre Direito Admi-nistrativo Disciplinar. Ao finaldo encontro, serão elaboradas aslinhas gerais que vão funda-mentar as discussões para a ela-boração do texto do Projeto deLei que modifica a regulamen-tação do trabalho do servidorpúblico, a ser encaminhado aoCongresso Nacional.

AGU propõe colegiado para os processos administrativos

JORNAL DA APAFERJ4 OUTUBRO 2007

O vice-presidente doSupremo Tribunal Federal(STF), ministro Gilmar Men-des, sugeriu ao Legislativo aimplantação de um projetoque objetiva a qualificaçãodas leis que são produzidasno Brasil. A sugestão foi feitadurante o lançamento dolivro Curso de DireitoConstitucional, escrito peloministro em conjunto com osjuristas Inocêncio MártiresCoelho e Paulo GustavoGonet Branco. O livro, daEditora Saraiva, foi lançado noTribunal de Justiça do Estado doRio de Janeiro, com a presençade seu presidente, desem-bargador José Carlos MurtaRibeiro.

Indagado sobre os prejuízosque o volume excedente de nor-mas pode trazer ao ordenamentojurídico do País, Gilmar Mendesressaltou a necessidade de havermeios que visem ao aperfei-çoamento do processo legislativo.

“Na verdade, talvez pudés-semos até estimular um projetode qualidade legislativa, quehoje, por exemplo, a UniãoEuropéia vem celebrando. Seriaum trabalho para melhorar a

qualidade das leis, de modo quetenham um perfil técnico maisadequado, para que haja dis-cussões mais aprofundadassobre a qualidade das leis. Isso éimportante porque influi nareforma do Judiciário. Se temosleis precisas, temos menoscontrovérsias”, disse o ministro,elogiando a iniciativa da Câmarados Deputados que objetiva aconsolidação das leis.

No início deste ano, a Casainstituiu uma comissão parapadronizar e revogar as normasque caíram em desuso ou foramdeclaradas inconstitucionais. Ostrabalhos vão abranger 21 áreasdo Direito. Segundo o deputadoCândido Vaccarezza (PT-SP),

líder do grupo, em entre-vista recente, os projetosde consolidação deverãoser entregues até fevereirodo ano que vem. A ex-pectativa é que sejamvotados em maio. “Acho (ainiciativa) extremamenteimportante. Já trabalha-mos isso, inicialmente nogoverno Collor e depois nogoverno Fernando Hen-rique. É importante para asegurança jurídica”, afir-

mou Gilmar Mendes.INTERESSE. De acordo com

o ministro, o Judiciário é o prin-cipal interessado na iniciativa.“Já tivemos algumas reuniõesinformais com o deputado. Claroque não é uma tarefa nossa, masexiste a preocupação, sem dú-vida, quanto à segurança ju-rídica. Esse é um projeto quepode dar sucessivos frutos”,disse. Na avaliação de GilmarMendes, a consolidação das leisevitará que as demandaspacificadas cheguem à Justiça.“Pode haver uma dúvida hoje,que pode ser judicializada, sobrese uma lei está ou não em vigor.A consolidação pode resolverisso, dizendo claramente, quais

Gilmar Mendes pede qualificação das leisas leis que estão ou não”, res-saltou.

Para o ministro, o trabalhotambém impedirá a aprovaçãode novas leis para definir temasjá regulados. E, conseqüen-temente, diminuirá o volume denormas já em vigor. Segundolevantamento do Instituto Brasi-leiro de Direito Tributário, divul-gado em outubro, mês em que aCarta Magna completou 19 anos,mais de 3,6 milhões de leis estãoem vigor. Em média são editadas766 normas por dia útil, nasesferas municipal, estadual efederal.

“Tem-se discutido muito so-bre o excesso de leis incons-titucionais das assembléiaslegislativas, que chegam aoSupremo ou série de recursosnormais ou de ação direta deinconstitucionalidade. Esse nãoé o nosso maior trauma, mas achoque é algo a ser discutido.Acredito que o conhecimento dasleis em vigor nos poupará de leisnovas. Pode ser que estejamos‘chovendo no molhado’, tentandoinventar soluções que já existem.Tem que haver maior cuidado.Tudo isso envolve a segurançajurídica”, disse.

Dono do maior acervoprocessual das cortes do País,o Tribunal de Justiça de SãoPaulo conseguiu diminuir ademanda. O número de recur-sos aguardado julgamento caiudos 509.219 para 409.127, o querepresenta uma redução demais de 100 mil ações.

A queda acorreu graças acriação de Câmaras Extraor-dinárias no TJ-SP, compostaspor juízes de primeira ins-tância. Os magistrados ins-critos nos “mutirões” auxilia-ram nos julgamentos dosrecursos de segunda

instância, sem prejuízo dosprocessos de suas varas deorigem.

Os mutirões são realizadosdesde 2005. Já foram criadas 122Câmaras Extraordinárias,formadas por cinco juízes e umdesembargador. O trabalhoenvolveu a participação de 443juízes e 160 mil processos.

Desde o início de 2005 atéagosto de 2007 foram julgados noTJ-SP 1,2 milhão de processos.Desse total, 130.901 foramdecididos pelas câmarasalternativas.

AUMENTOS. Apesar da

queda do acervo, a quantidade deprocessos protocolados no TJaumentou. Em 2004 foram381.887 recursos. Em 2005 onúmero subiu para 432.670 e atéo final de agosto deste ano, jáforam contabilizados 290.988novas ações.

Além dos mutirões, apresidência do Tribunal deJustiça tem promovido outrasmedidas para reduzir osnúmeros de processos emSegunda Instância. Dentre elasestão a instalação de Varas dosJuizados Especiais Cíveis noestado, em que os recursos são

Mutirões reduzem números de açõesjulgados pelo Colégio Recursal,e a implantação de setores deconciliação, já que os acordosdão um fim aos conflitos demaneira definitiva e rápida,afastando a possibilidade derecursos.

O TJ-SP é composto pelasSeções de Direito Público,Privado e Criminal, quejuntas contam com 70câmaras de julgamento, semcomputar as CâmarasExtraordinárias. Tambémfazem parte da estrutura doTJ o Órgão Especial e aCâmara Especial.

JORNAL DA APAFERJ 5OUTUBRO 2007

A prerrogativa constitucionalda ampla defesa assegurou queinterposição de recurso porcorreio eletrônico fosse aceito damesma forma que o enviado profac-símile. Após aceitar osembargos da Buck TransportesRodoviários Ltda e afastar aintempestividade do recurso daempresa, a Seção Especializadaem Dissídios Individuais (SDI-1)do Tribunal Superior doTrabalho determinou o retornodo processo à Terceira Turmapara que examine o agravo deinstrumento ao qual a Turmahavia negado provimento.

O ministro Lelio BentesCorrêa, relator dos embargos,considerou aplicável ao correioeletrônico a Lei nº 9.800/99, quepermite, para a prática de atosprocessuais que dependam depetição escrita, a utilização desistema de transmissão de dados

e imagens tipo fac-símile ououtro similar. Segundo o relator,a lei tem caráter geral e alcançao peticionamento via correioeletrônico, desde que apresen-tado o original do recurso noprazo de até cinco dias após o fimdo prazo recursal, como foi o casoda Buck.

PRERROGATIVA. Segundopela seção, o voto do ministroLelio Corrêa apontou que anegativa de eficácia ampla à Leinº 9.800/99 atenta contra aprerrogativa constitucional daampla defesa, que, por disposiçãoexpressa do artigo 5º, LV, daConstituição Federal, abarca autilização dos recursos legal-mente assegurados.

O processo teve início com areclamatória trabalhista de ummotorista carreteiro, contratadopela Buck Transportes Rodoviá-rios Ltda em abril de 1999, em

Araraquara (SP), e dispensadoem maio de 2000. Na ação, o em-pregado pleiteou o recebimentoda diferença de salário poracúmulo de função. O motoristareclamou, ainda, o recebimentode adicional noturno e horas ex-tras, pois trabalhava de segundaa domingo, sem folga semanal, e,após 24 horas seguidas detrabalho, nas 24 horas seguintesficava à disposição, aguardandoo retorno de outro caminhão.

A empresa alegou seremimprocedentes os pedidos, poiso empregado tinha sido con-tratado para executar serviçosexternos, sem controle dehorário, e, portanto, não tinhadireito a horas extraordinárias.

A 2ª Vara do Trabalho deAraraquara julgou não haverdupla função, mas concedeu ashoras extraordinárias. O juizverificou que o motorista tinha

roteiro diário predeterminado e,através de testemunhos, que elecumpria jornada de 21 horas emdias alternados. Ambas as partesrecorreram ao Tribunal Regionaldo Trabalho da 15ª Região edepois ao TST.

Por ter sido enviado atravésde correio eletrônico, foi negadoprosseguimento, em despacho, aorecurso de revista da empresa.Para destrancar a revista, a Buckentrou com agravo de instru-mento ao qual a Terceira Turmado TST negou provimento.

A Turma considerouintempestivo (fora do prazo) orecurso interposto via correioeletrônico, por não havercertificado digital nem normaregulamentadora e por nãoconsiderar aplicável ao e-mail aLei nº 9.800/99. A empresainterpôs embargos à SDI-1, queforam acolhidos.

A primeira Turma do Supe-rior Tribunal de Justiça (SRJ)julgou ser legal a cobrança deassinatura básica mensal emserviço de telefonia fixa, aten-dendo a um recurso da em-presa Brasil Telecom (BRT). Oministro José Delgado relatorda ação, votou pela legalidadeda cobrança e foi acompanhadopela maioria dos ministros. Eleargumentou que a tarifa temamparo na legislação brasileirae é definida em contrato.

O ministro Herman Ben-jamin foi contrário à cobrançae considerou-a ilegal. O minis-tro ponderou que a cobrançanão está prevista na Lei Geralde Telecomunicações e viola oprincípio da legalidade, por-que, de acordo com ele, a Agên-cia Nacional de Telecomuni-cações (Anatel) não poderia es-tabelecer a tarifa por meio deresolução. Alem disso, afirmouque a cobrança é abusiva con-

forme o Código de Defesa doConsumidor.

Segundo informações da as-sessoria de imprensa do tribunal,a decisão estabelece a posição doSTJ e passa a orientar o julga-mento de todas as ações quechegarem ao tribunal.

O ministro José Delgado afir-mou ainda que a cobrança é legalpor ser destinada à infraestrutu-ra do sistema. O voto do relator,proferido em maio deste ano, foiacompanhado pelo ministro JoãoOtávio de Noronha. Em seguida,o ministro Herman Benjaminpediu vista antecipada doprocesso.

N a sessão, Benjamin afirmouque a cobrança gera desequilíbrioda relação contratual, além deser discriminatória, pois privi-legia os mais ricos em detrimentodos mais pobres. “ Perpetua-se,assim, a exclusão digital”,salientou.

VOTOS. Após o voto-vista do

ministro Herman Benjamin, osdemais integrantes proferiramseus votos. Os ministros ElianaCalmon, Luiz Fux, Teori AlbinoZavascki, Castro Meira, DeniseArruda e Humberto Martinsacompanharam o entendimentodo relator, ministro José Del-gado. O ministro João Otávio deNoronha já havia votado nomesmo sentido do relator. Comisso, o recurso da Brasil Telecomfoi acolhido por maioria de votos.

A discussão judicial começouporque uma consumidora gaúchamoveu ação de inexigibilidade dacobrança cumulada com repe-tição de indébito (devolução dosvalores pagos indevidamente). Oobjetivo da consumidora era,além de ser desobrigada dopagamento da cobrança, receberde volta, em dobro, os valorespagos pela assinatura do telefonefixo a Brasil Telecom.

Em primeira instância, a con-sumidora não teve sucesso, mas

apelou ao TJ-RS, que atendeuo pedido. O tribunal entendeuser abusiva a exigência de con-traprestação por serviço nãofornecido, além de não existirprevisão legal para a cobrançae terem aplicação ao caso asnormas do CDC (Código deDefesa do Consumidor).

A Brasil Telecom recorreu,então ao STJ, sustentando queos direitos previstos no CDCnão excluem os decorrentes dalegislação ordinária preexis-tente, qual seja, a Lei Geral dasTelecomunicações.

Disse ainda que a tarifamensal não é voltada apenas àcessão de linha ou de terminaltelefônico, mas também àinfra-estrutura fornecida.Alega que norma da Anatelautoriza a cobrança da tarifa deassinatura e que somentecaberia a repetição do indébitoquando demonstrado o erro dopagamento voluntário.

Recurso através de e-mail

STJ: cobrança de assinatura é legal

JORNAL DA APAFERJ6 OUTUBRO 2007

Ney MachadoProcurador Federal, Professor daUFF e Membro do IAB.

Na edição anterior tecemosconsiderações acerca do valordos princípios constitucionais.

Registramos, na ocasião, aimportância que os princípiosexercem no sistemanormativo, posição diferenteda desempenhada pelas regrasjurídicas.

Infere-se que eles (prin-cípios) expressam valores denatureza superior na criaçãodo ordenamento jurídico,sendo, pois, sem qualquerhesitação, pilares que con-templam o espaço normativona resolução de questõesconcretas.

Isto posto, resta-nos, assim,estabelecer a valorização doprincípio daProporcionalidade.

O vocábulo proporciona-lidade contém uma noção de

O princípio da proporcionalidadeproporção, adequação, pru-dência, medida justa e regularexigida a uma questão a serdirimida.

Na realidade, consubstancia-se em verdadeiro referencial aoraciocínio justo, prudente eadequado a uma posição a que seencontra ligado.

Segundo Paulo Bonavides, oprincípio da proporcionalidadeestá naquela classe de princípiosque são mais facilmente com-preendidos do que definidos.

Embora o mesmo não esteja deforma expressa no textoconstitucional, é incontestável asua presença e sua observância.

Sem a proporcionalidadeinexiste adequação, prudência,bom senso jurídico.

Para se ter uma visão de suaimportância basta a simplesleitura do parágrafo 2º do artigo5º da Carta Magna:

ART.5º-(omissis)......................§ 2º - Os direitos e garantiasexpressos nesta Constituiçãonão excluem outros decor-rentes do regime e dos prin-

cípios por ela adotados, ou dostratados internacionais em quea República Federativa doBrasil seja parte.Deduz-se, assim, que o

princípio da proporcionalidadeembora não de forma expressa notexto constitucional, encontra-sede maneira implícita.

Na observação de Luiz Bar-roso, o princípio da proporcio-nalidade funciona como parâ-metro que orienta como umanorma jurídica deve ser inter-pretada, e, por via de conse-qüência, aplicada ao caso emexame.

Trata-se, na realidade, de umparâmetro na orientação eequação de valores ao Julgadorno cumprimento do interessepúblico.

Vê-se, pois, que é imperioso orespeito à proporcionalidadeentre a decisão adotada e afinalidade do verdadeiro sentidode justiça.

O Mestre Diogo de FigueiredoMoreira Neto dá em seu magis-tério maior realce ao princípio daproporcionalidade, ao enfatizar:

“o que se pretende é con-siderar se determinadadecisão do Poder Público aointegrar uma normacontribuirá efetivamente demodo satisfatório o aten-dimento ao interesse pú-blico”.Portanto, a proporcio-

nalidade representa, semsombra de qualquer dúvida,uma garantia aos cidadãos emseus direitos e garantiasfundamentais, como expressãoúltima e derradeira dadignidade humana.

Em face do exposto, cabeuma referência especial aoMestre Ricardo MaurícioFreire Soares ao lecionar:

“que o princípio consti-tucional da proporci-onalidade figura como aestrela-guia das valoraçõesdo Julgador, oportunizandoa tomada de uma decisãoadequada, necessária e útil,de modo a potencializar arealização da verdadeiraJustiça”.

O Senado aprovou projeto delei que prevê a guarda compar-tilhada de filhos de pais sepa-rados. Atualmente, só existe aopção de, com o divórcio dos pais,a guarda dos filhos ficar com umdos dois. A matéria volta agora aCâmara dos Deputados paranova apreciação, uma vez que foialterada pelo relator no Senado,Demóstenes Torres (DEM-GO).

Segundo o senador, com aguarda compartilhada, o juizpassa a ter um instrumento amais para decidir como os paisparticiparão da criação dosfilhos. Além de ter de pagar depensão, um pai pode ser obrigado

a participar ativamente da for-mação educacional de seu filho,afirmou Demóstenes. “O juiz vaiexaminar cada caso e decidirá deacordo com o interesse do menor”,disse o parlamentar.

Outra possibilidade previstano projeto é o filho passar umperíodo sob responsabilidade dopai e outro sob guarda da mãe.

Demóstenes Torres lembrouque a legislação atual já prevêsanções penais para pais que seneguem a participar da criaçãodos filhos. “Trata-se doabandono de incapaz. Umasanção grave, que pode levar osresponsáveis para cadeia”.

Aprovada guardacompartilhada

A Sexta Turma do TribunalSuperior do Trabalho mantevedecisão do Tribunal Regionaldo Trabalho da 10ª Região (DF/TO) que não reconheceu comorelação de trabalho o períodoem que o empregado freqüen-tou curso de administraçãopostal, pré-requisito para ainvestidura em cargo públicona Empresa Brasileira deCorreios e Telégrafos (ECT).

O empregado disse que foiadmitido na ECT por concursopúblico em novembro de 1995,

porém sua carteira de trabalhosomente foi assinada em julhode 1998. Segundo ele, após aprova escrita, teve que freqüen-tar o curso obrigatório na Es-cola de Administração Postal,com duração de dois anos emeio, em horário integral.Durante o período do curso,recebeu auxílio-bolsa e, após aconclusão, assinou termo decompromisso no qual se com-prometia a ficar na empresapelo período mínimo de cincoanos.

Treinamento não contacomo tempo de serviço

JORNAL DA APAFERJ 7OUTUBRO 2007

Allan SoaresProcurador Federal

= I =Os maiores prejudicados

por políticas salariais imple-mentadas pelos últimos go-vernos são, indiscutivelmente,os desempregados e os caren-tes dos indispensáveis bene-fícios sociais, inscritos na exce-lente Constituição de 1988.

Há, porém, grande contin-gente de trabalhadores pri-vados e públicos que vêm sen-do empurrados para a linha depobreza ou têm tido reduçõesou congelamentos remunera-tórios, em contradição com asvigentes disposições constitu-cionais.

Esses novos “pobres” a-cham-se em grandes contin-gentes de empresários falidose/ou endividados, recém-de-sempregados com diplomassuperiores, servidores públi-cos e privados, especialmenteos aposentados, que parecemser uma reserva de mercadopara os perversos (e os indi-ferentes) de todos os gêneros.

Esses novos “pobres” não

Antes que seja tarde“O caminho de Auschwitz foi pavimentado pelaindiferença.”

(IAN KERSHAW)

têm a óbvia visibilidade dosmuito pobres, já que não residemem favelas, não se vestem po-bremente, têm bom nível cul-tural, além de seus ganhos seremobjeto de severas taxações.

Talvez seja essa uma dasrazões do relativo incremento decertas igrejas com miraculososprojetos salvacionistas e agrande oferta e procura deserviços que tenham soluçõesmágicas.

Os que ocupam socialmente oandar de cima desprezam essesnovos “pobres”, ao passo que osmais pobres têm raiva dosintegrantes desse grupo, que,insolitamente, consideram ricos.

Os novos “pobres” integram aclasse média, em seus diferentesníveis médio e baixo, e é, roti-neiramente, xingada pelos de-mais estratos sociais. Isso quan-do ela mesma não se ataca, es-corada em ideologia políticatriunfalista, mas que a históriaprovou ser inviável.

Se não quiserem ser empur-rados até uma insuportável linha

de pobreza, esses candidatos adestituídos precisam unir-se,enfrentar ideologicamente seuscríticos e rejeitar políticas (epolíticos) que só beneficiam osricos e produzem medidas po-pulistas, cujos ônus acabam porcair, basicamente, sobre os om-bros dessa mal-tratada classemédia. Isto antes que seja muitotarde.

= II =Retornei às minhas leituras

sobre os gregos e descobri que osatenienses, em 510 aC, derru-baram o tirano Hipuas. Isso por-que sempre que políticos domi-nantes tornavam-se demasia-damente poderosos e tinhammais de seis mil votos, eramobrigados a afastar-se de Atenaspor, no mínimo, dez anos. Esseafastamento compulsório nãopodia ser considerado um exíliovergonhoso, já que visava, tão-somente, que eles não ficassemtentados a prejudicar a Demo-cracia.

Foi por esse motivo que

Cássio e Brutus quiseram oafastamento de Julio César,embora, para isso, tenhamchegado ao que consideramosuma insuportável violência: oassassinato.

Nossa democracia tem seuspróprios e específicos instru-mentos, como as eleições e aJustiça, aos quais devemos,com eficácia, recorrer. Istoantes que seja muito tarde.

= III =A ópera A Flauta Mágica, de

Mozart, trata da felicidade dedois casais, que têm comoadversária a Rainha da Noite.Porém, três fadas boas tomamo partido dos amantes, queprecisam, ainda, enfrentar asarmadilhas de um mourobrutal.

A intervenção da GrandeSacerdotisa de Ísis auxilia osprotagonistas a livrarem-sedos malefícios da Rainha daNoite e obterem a felicidade,após arriscarem-se a sermortos na procura da verdade,que é uma questão tratada comseriedade nessa ópera.

É uma ótima parábola, quecai como uma luva para nós,brasileiros, aos quais não émais possível fugir dessamesma luta. Antes que sejamuito tarde.

A Associação dos Magistradosda Justiça do Trabalho(Anamatra) divulgou nota emque apóia o projeto de lei apro-vado pela Comissão de DireitosHumanos do Senado que ampliaa licença maternidade de quatropara seis meses. A proposta foiaprovada em caráter terminativono último dia 18. Ela agora seguepara votação nas comissões daCâmara.

Uma das medidas previstas éa adesão optativa das empresas

privadas, o denominado “Progra-ma Empresa Cidadã”. Em con-trapartida, os empregadores te-rão como estímulo a concessão deincentivo fiscal, já que a empresapoderá deduzir integralmente doImposto de Renda devido o valorcorrespondente à remuneraçãoda empregada referente aos 60dias que perdurar a prorrogaçãoda licença.

Para o presidente daAnamatra, Cláudio Montesso, ainiciativa representa um impor-

tante avanço social na legislaçãotrabalhista, pois incentiva asempresas privadas a concederemo período recomendado daOrganização Mundial de Saúde,correspondente ao tempo mí-nimo de aleitamento materno. “Oprojeto também alcança osDireitos Humanos das Criançase do Adolescente ao favorecer acondição especial do desen-volvimento infantil sem, contudo,prejudicar as relações tra-balhistas”.

Anamatra defende licença maternidade

JORNAL DA APAFERJ8 OUTUBRO 2007

A Noite dos DiretoEntrega das Medalhas do Jubileu d

Dr. Hugo Fernandes e esposa Sra. Heloisa C.Fernandes.

Dra. Doris Amorim Dias recebe amedalha de sua colega Dra.Maria Auxiliadora Calixto.

O casal Dr. Carlos Alberto Mambrini e Sra.Miriam Mambrini.

Dr. Gracemil Antonio dos Santose sua madrinha Dra. MaríliaRuas.

Dr. HéRubim

Dr. Dudley de Barros BarretoFilho e esposa Sra. Sandra deBarros Barreto

Dra. Maria AuxiliadoraCalixto ao lado do seupadrinho Dr. DanteSampaio.

Dr. Fernando F. de Melloe sua colega Dra. Ivone SáChaves.

Dr. Miguel Carlos M. Paschoalrecebe a medalha das mãos desua esposa Sra. Maria Valda P.Paschoal.

Dr. Antonio C. Calmon e Dr. Carlos A.Mambrini, dois dos agraciados.

A mesa que presidiu os trabalhos.

JORNAL DA APAFERJ 9OUTUBRO 2007

oresde Prata

Hélio Arruda ao lado da Dra. Euniceim de Moura.

Dra. Celina de Souza Lira e seu filhoDr. Sergio Lira

Dr. Antonio Carlos Calmon e sua colegaDra. Lea Castello Branco.

Dr. Gracemil A. dos Santos éhomenageado pela Dra. Marília Ruas.

Homenagem aosaniversariantes do mês

JORNAL DA APAFERJ10 OUTUBRO 2007

Carmen Lucia VieiraRamos LimaProcuradora Federal

Reflexões:

“Nada mais difícil do queum assunto fácil” (Luís daCâmara Cascudo)

“A autoridade como agraça tem-se ou não setem.” Não se impõe éespontânea e sem alarde...(Ortega y Gasset)

“E o educador? Que teráacontecido com ele?Existirá ainda o nichoecológico que torna possívela existência?” (RubemAlves, “ Conversas comquem gosta de ensinar).

“Democracia? É dar, atodos, o mesmo ponto departida. Quanto ao pontode chegada, isso dependede cada um” (MárioQuintana).

“Minha terra tempalmeiras,Onde canta o sabiá.As aves que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá”(Gonçalves Dias, Cançãodo Exílio).

“Paisagens da minhaterra”!Onde o rouxinol não canta!mas que importa orouxinol?” (ManoelBandeira, Belo Belo).

Seguem singelas palavras deum grande expoente do Judiciá-rio do Espírito Santo, Dr. PedroBorges de Rezende. Com ele avida era e é um grande apren-dizado. Não quis ser desembar-gador. Foi um Juiz Missionário,enquanto em atividade. Missio-nário no seu “ judicare”. Encon-tra-se entre as personalidadesilustres do Estado.

Da sua lavra: “Necessário seforme, realmente, uma consciên-cia ecológica em nosso país, paraas áreas citadinas e no campo -ou urbanas, segundo GilbertoFreyre; pois existe a ecologiaurbana e a rural, interdepen-dentes. Mas que se faça sem imi-tação ou modismo, com um tem-pero brasileiro de autenticidade.Urge, assim, preservar o meioambiente.É um desafio , a que nãopodem ficar indiferentes ojurista, o legislador, o julgador,o administrador. Preservar anatureza é como promover aprópria vida, em toda parte ondelhe for preciso dar estímulo eamparo. Também a educaçãoseria a meta de uma salutarpedagogia ambiental. A começarpela família e pela escola, porém,nem sempre a orientação fami-

liar e escolar se prestam ou estãopreparadas para essa impor-tante tarefa, qual seja, a preser-vação da natureza. Por isso im-prescindível se torna, para aapreciação da natureza e o desejode salvaguardá-la, uma boaaprendizagem, desde os pais emestres, sobre o meio ambiente.“ Toda a natureza é um ser-viço” (da poesia de “Prazer deservir”, de Gabriela Mistral,Prêmio Nobel, sul-ameri-cana). Usá-la conscientemente,eis a questão. A propósito, opoder do homem sobre a natu-reza, através da expansão des-controlada, é assutador. Já ad-vertia Horácio, o poeta romano:“Naturam si furca expellas...”, anatureza maltratada volta-se umdia para cobrar caro. Evitêmo-lo,pois, enquanto é tempo!”

Ainda acrescentava ao tema:“Num país de riquíssima evariada fauna avícola - e pos-sua,no seu calendário, o Dia da Ave,5 (cinco) de Outubro, uma ave meatrai atenção, eis que presenteem todo o território nacional eaumentando em número: o bem-te-vi. Também afeiçoado aohomem, vivendo inclusive nomeio urbano, Josué Montello,

num de seus ro-mances, escreveuuma bela páginasobre os bem-te-visde São Luís. Quan-to às cores, não dei-xa, de suavez, deestimular o nossopatriotismo. É depeito e região ven-tral amarelos, comalguns tons de ver-de no seu dorso.Pássaro alegre, porexcelência. É a ale-gria das matas, doscampos e das ci-dades. Lutador edestemido. Enfren-ta os mais fortes.Persegue e vence,

os gaviões comedores de pin-tinhos, e outros Falconídeosseus inimigos. Esperançososem veleidade. Boa inspiraçãoàs brasileiras e brasileiros -que não fiquem só em dis-cursos bonitos e acadêmicos, eassumam a verdadeira cora-gem a fim de derrotar os nos-sos maiores inimigos, que es-tão dentro de nós mesmos e donosso próprio território. Poresses fundamentos, se houvereleição (ou referendum), omeu voto será do bem-te-vi,para um mandato vitalício enão temporário, sujeito àsincertezas da economia, queesse não faz mal a ninguém eainda, com a sua multi-plicação, ajudará no avanço denossa consciência ecológica. Elá vem ele: BEM-TE-VI!”

Texto com 30 anos de idade.Que o seu amor pela hu-

manidade e pela nature-

za nunca o deixe, Dr. Pedro

das grandes atuações advo-

catícias, enquanto Advo-

gado e das sentenças primo-

rosas, enquanto Juiz des-

bravador de zonas rurais e

citadinas.

JUSTIÇA e ECOLOGIA

JORNAL DA APAFERJ 11OUTUBRO 2007

Antonio C. Calmon N. da GamaDiretor de Divulgação da APAFERJ

Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .

MomentoLiterário

PENSAMENTO

FlashFlash

ENCONTRO NACIONALO primeiro encontro nacional

de juízes, advogados eprocuradores acontecerá o anoque vem em Brasília, ocasião emque irão debater sobre asmelhorias que podem serpromovidas nos serviçosjurídicos prestados à sociedade.O encontro foi acertado com oMinistro Antonio Dias Toffoli eos presidentes das associaçõesrepresentativas de cadacategoria profissional, e jáprevisto para o dia 3 de junhode 2008. Está de parabéns oMinistro pela iniciativa.

DOAÇÃOA AGU doou 68.910 quilos de

matéria descartável, comopapéis, embalagens plásticas, ecopos plásticos, entre outros, aquatro cooperativas de Brasília- dos Coletores dos ResíduosSólidos Recicláveis comFormação Ambiental do Recantodas Emas, dos Catadores deMatérias Recicláveis do DF. Ainstituição vai distribuir“folders” e cartilhas aosservidores e membros queatuam nas unidades da AGU emBrasília. Estão de parabéns oCoordenador de ServiçosAdministrativos, José Sotero deCastro e toda a Comissão criadapara implementar o programade coleta seletiva solidária.

PGFA Coordenação-Geral de

Cobrança e Recuperação deCréditos da Procuradoria-GeralFederal realizou, no mês deoutubro, em Brasília, a Primeiraoficina de Trabalho sobre oprojeto de Centralização daDívida Ativa das Autarquias e

Fundações Públicas Federais.Estiveram presentes ao eventorepresentantes das ProcuradoriasFederais especializadas, da CVM,DNIT, IBAMA, ANP, ANS, ANTT,ANVISA, CADE e DNPM.

MAIS UMA VITÓRIA A AGU suspendeu, no STF,

liminar que autorizava aimportação de pneus pelo maiorreformador do mundo, o InstitutoBS Colway, sob a argumentaçãode que a importação do produtopode gerar danos irrecuperáveisao meio ambiente e à saúde doscidadãos, uma vez que o acúmulode pneus não reaproveitadospossibilita a proliferação dedoenças como a dengue, febreamarela e malária.

LANÇAMENTOAcusamos e agradecemos o

recebimento da Revista de Direitoe Política - Volume XII - que temcomo coordenadores GuilhermeJosé P. de Figueiredo e OdeteMedauar. A revista aborda temasde interesse geral na área jurídicarelacionados a assuntos denatureza politica. Estão de

parabéns seus coordenadores peloexcelente trabalho realizado.

PRF-2ª REGIÃOQuem no mês de outubro

esteve na PRF da 2ª região, atrabalho, foi a nossa colegaProcuradora Federal, Dra. RenataElizandra de Araujo, da PGF. Estecolunista teve a satisfação deconhecê-la, no almoço oferecidopelo Dr. Francisco José Felicianoaos membros da equipe daAssessoria de Comunicação, cujoChefe, Dr. Paulo Oliveira, proferiupalestra na sede da Regional sobreo tema “O PAPEL DA AGU NAMIDIA”.

SUCUMBÊNCIAA Comissão de Constituição de

Justiça e de Cidadania aprovou,no mês de outubro, o Projeto deLei Complementar do deputadoMendes Ribeiro Filho que instituio Fundo de AperfeiçoamentoProfissional da DefensoriaPública da União. A proposta iráa Plenário. A matéria emtramitação na Câmara, determinaque o Fundo seja constituido peloshonorários de sucumbência, -pagos pela parte que perde a açãojudicial.

BIBLIOTECAA Editora Saraiva lançou,

recentemente, o livro com o título“Código de Processo Penal naExpressão dos Tribunais”, deautoria de Mahamed Amaro,contendo as decisões dosprincipais orgãos do PoderJudiciário, selecionadas ereunidas de forma sistemática,somando mais de duas mil equinhentas ementas e trechos deacórdãos. Vale a pena conferir.

BIBLIOTECA II“Curso de Licitações e

Contratos Administrativos”, livrode autoria do Procurador-Geral doMinistério Público junto aoTribunal de Contas da União, Dr.Lucas Rocha Furtado, editado pelaEditora Fórum. O lançamento

ocorrerá no dia 6 de novembrono edificio sede do TCU emBrasília. Parabenizamos o autorpela obra que certamente será degrande valia para os que atuamnesse ramo do direito.

ENCONTRO REGIONALNo dia 7 de novembro

próximo, ocorrerá o PrimeiroEncontro da PRF da 2ª Regiãopor iniciativa da APAFERJ, quelediará o conclave, com apresença, já confirmada do Sub-Procurador Regional Federal,Dr. Marcelo de Siqueira Freitase de aproximadamente 30representantes dos Órgãos deExecusão da PGF da 2ª Região.

Nossa homenagem ao Dr. FernandoFerreira de Mello, Diretor Financeiroda APAFERJ, unanimente admiradopor sua fidalguia, sua dedicação, suacompetência e seu equilíbrioemocional, qualidades que oconsagram como um baluarte desustentação da Casa do Procurador. PÁSSARO NOTURNO

Enquanto a rua dorme,

estrelas adormecem.

Um pássaro noturno,

como arcanjo caído.

Prostitutas, ladrões e

vagabundos vão ladeando

ruas, com este pássaro

que não me deixa dormir.

Falando sozinha quando

a alma anda. Gaiola aberta

perambulando te procuro,

por estradas, ruas e becos.

Falando metáforas sonoras

sigo. Sigo, como pássaro

de asa quebrada, atrás deste

pássaro que não me deixa dormir.

Ando tão só na multidão noturna,

que só, não estou só, quando fecho

os olhos, e te vejo falando de

poesia.

Neste instante, até o silêncio

escuta,

se cala. Enquanto isto, eu continuo

dormindo com medo de acordar e

ver que não estás ao meu lado.

Marília Ruas

“Se não buscarmos o impossível,

acabamos por não realizar o

possível”.

Leonardo Boff

Nossa homenagem ao Dr. FernandoFerreira de Mello, Diretor Financeiroda APAFERJ, unanimente admiradopor sua fidalguia, sua dedicação, suacompetência e seu equilíbrioemocional, qualidades que oconsagram como um baluarte desustentação da Casa do Procurador.

JORNAL DA APAFERJ12 OUTUBRO 2007

Foi realizado no dia 10 de outubro, no Auditório do Ministérioda Fazenda no Rio de Janeiro, um encontro que reuniu os principaismembros das Associações representativas dos servidores públicoscomo APAFERJ, MOSAP, ANAJUR, ANFIP e UNAFISCO, entreoutras.

A cerimônia teve como mediador o presidente do Mosap, Dr.Edison Guilherme Haubert.

A APAFERJ foi representada pelos Drs.: Rosemiro RobinsonSilva Junior, Carlos Alberto Mambrini, Milton Pinheiro, MiguelCarlos Paschoal, Dudley de Barros Barreto Filho, Tomaz José deSouza e Maria Auxiliadora Calixto.

Conforme comunicado na Carta-Circular nº 28, de 27/09/2007,foram debatidos os seguintes temas:� PARIDADE�INTEGRALIDADE DAS PENSÕES�PROJETO DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA�PRESERVAÇÃO DO NÍVEL REMUNERATÓRIO�RECONQUISTA DOS DIREITOS SUBTRAÍDOS

Palestrantes: Jornalista Antonio Queiroz – Diretor do DIAPDr. Sergio D’andrea Ferreira – Desembargador FederalAbaixo, flagrantes do evento.

MOSAP se reúne

JORNAL DA APAFERJ 13OUTUBRO 2007

no Rio de Janeiro

JORNAL DA APAFERJ14 OUTUBRO 2007

O Ministério do Planejamentobaixou portaria vedando novashabilitações de entidades queconcedem empréstimos comdesconto em folha de pagamentoe também a inclusão de novasconsignações facultativas noSistema Integrado deAdministração de RecursosHumanos (Siape) por parte deentidades de classe, associaçõese clubes de servidores, pelo prazode 90 dias. A portaria cria grupode trabalho para apresentar, em60 dias, soluções que melhoremos mecanismos de segurança econtrole dos processamentosefetivados pelo Siape.Reportagem publicada peloCorreio Braziliense em 2 deagosto revelou a ação de umarede de entidades supostamenteligadas a servidores que cometiafraudes na concessão deempréstimos consignados.

Novos empréstimos oufinanciamentos com descontosem folha para servidores deExecutivo só poderão ser feitospelo Banco do Brasil e pela CaixaEconômica Federal, além deentidades fechadas ou aberta deprevidência privada que operemcom planos de pecúlio, saúde,seguro de vida, previdênciacomplementar e empréstimo.Também será admitido odesconto em folha de pensão

alimentícia.Auditoria do Tribunal de

Contas da União (TCU)identificou irregularidades comoa inclusão de consignações semautorização do servidor,reinclusão de consignações jáfinalizadas, exclusão indevida deconsignações, alteração devalores a serem repassados àsentidades consignatárias e faltade controle do fluxo dasconsignações. O TCU não apurouo valor total das fraudes, masalertou que cerca de 1,3 milentidades operam hoje comconsignações na folha,movimentando mais de R$ 300milhões por mês. O resultado daauditoria foi enviado à PolíciaFederal para abertura deinvestigação.

Foram identificados casos deservidores aposentados quetiveram descontos em folhaindevidos durante dois ou trêsanos, até perceberem a fraude.Alguns foram enganados porpessoas que se diziam res-ponsáveis pelo recadastramentode aposentados. Em outrassituações, as assinaturas deservidores foram falsificadaspara assegurar o desconto deempréstimo fictício. Após areclamação ao ministériopagador, os descontos eramsuspensos, mas retornavam aos

contracheques dois ou três mesesdepois. Há casos em que até seteentidades diferentes serevezavam nessa operação deentra e sai do contracheque.Como os descontos eram devalor pequeno, servidores nãoobservavam que estavam sendolesados.

CORREÇÕES. O grupo detrabalho criado pelo Plane-jamento vai analisar a capa-cidade operacional do Siape nasconsignações em folha de paga-mento, verificando questões desegurança, controle e integri-dade dos dados nas atividades deprocessamento de folha de pa-gamento do Executivo. Tambémvai analisar os processos decadastramento e recadastra-mento das entidades que conce-dem os empréstimos junto aoSiape, em especial no que diz res-peito a exigências de documen-tos, informações cadastrais ecompatibilidade da função cre-denciada com o estatuto da en-tidade. Outra tarefa será ana-lisar a legislação que dispõesobre as consignações em folhade pagamento dos servidorespúblicos e avaliar a classificaçãodas consignações compulsórias efacultativas.

Pelo sistema atual, a entidadecadastrada e autorizada a efe-

tuar descontos na folha de paga-mento recebe senha para acessaro Siapenet. É o consignatário queinclui os produtos e os serviçossupostamente desejados peloservidor diretamente no Siape,utilizando um arquivo noformado tipo texto, transmitidoeletronicamente via Siapenet.Esses arquivos podem serenviados diariamente. Após oprocessamento desses arquivos,o Siape inclui as consignaçõesválidas na ficha financeira doservidor e rejeita as inválidas.Das 355 reclamações registradasna Secretaria de RecursosHumanos (SRH) do Ministériodo Planejamento, cerca de 95%são relativas a descontosindevidos. Segundo a auditoriado tribunal, as análisesrealizadas indicam que osproblemas são generalizados emtodo o país.

Questionada pelo Correio em1º de agosto, a SRH afirmou queas fraudes estavam sendoinvestigadas e que o sistema era“absolutamente seguro”, emboranão impedisse “atos dessanatureza”. Informou que haviarecadastrado, no início deste ano,1.139 entidades consignatárias.Dessas, 134 foram desativadas,porque não apresentaram osdocumentos exigidos pelasecretaria.

Servidores:restrições ao crédito consignado

As transações com chequespré-datados registraram altade 4,10% em setembro ante oigual mês do ano passado,segundo apontou pesquisa daTelecheque. No mês passado,as compras parceladas comcheques representaram73,35% do total movimentadonesta modalidade de paga-mento, contra o índice de

70,46% apontado em setembrode 2006.

Para o vice-presidente dainstituição, José AntônioPraxedes Neto, o uso de chequespré-datados deve ser aindamaior com a chegada no Natal.“Esse comportamento do consu-midor, de favorecer o parce-lamento, deve se intensificarmais com ao chegada das

compras de final de ano, quandotradicionalmente a aquisição deprodutos com maior valoragregado e a compra de pre-sentes se tornam prioridade”,destaca.

Por estados, segundo a pes-quisa, Goiás foi o que apresen-tou maior crescimento de pré-datados (21,20%), com o índicepassando de 54,82%, em setem-

bro de 2006, para 66,44%, nomês passado. Em seguida apa-rece o Rio Grande do Norte,com avanço de 13,24% nas com-pras parceladas com cheques.Na outra ponta, Paraíba apre-sentou queda de 22,96% nastransações com pré-datados,na mesma base de comparação,seguida por Mato Grosso, queregistrou recuo de 13,84%.

Uso de pré-datados sobe 4,1%

JORNAL DA APAFERJ 15OUTUBRO 2007

ANIVERSARIANTES novembro

Com a sua presença haverámais alegria e confraternização.

COMPAREÇA.

D I R E T O R I APRESIDENTEJosé Marcio Araujo de AlemanyVICE-PRESIDENTERosemiro Robinson Silva JuniorDIRETOR ADMINISTRATIVOMiguel Carlos Melgaço PaschoalDIRETOR ADMINISTRATIVOADJUNTOMaria Auxiliadora CalixtoDIRETOR FINANCEIROFernando Ferreira de MelloDIRETOR FINANCEIROADJUNTODudley de Barros Barreto FilhoDIRETOR JURÍDICOHélio ArrudaDIRETOR CULTURALCarlos Alberto MambriniDIRETOR DE DIVULGAÇÃOAntonio Carlos Calmon N. daGamaDIRETOR DE PATRIMÔNIOCelina de Souza LiraDIRETOR SOCIALGracemil Antonio dos Santos

C O N S E L H ODELIBERATIVO1. Francisco Pedalino Costa2. Luiz Carlos de Araujo3. Allam Cherém Soares4. Edson de Paula e Silva5. Luiz Carlos de Sá Peixoto

A P A F E R JRua Álvaro Alvim, 21/2º andar CEP: 20031-010

Centro - Rio de Janeiro - Sede Própriae-mail: [email protected]

portal: www.apaferj.org.brTel/Fax: (21)2532-0747/2240-2420 / 2524-6729

Jornal da APAFERJEditor Responsável: Milton Pinheiro - Reg. Prof. 5485Corpo Editorial: Hugo Fernandes, Rosemiro Robinson Silva Junior,Fernando Ferreira de Mello, Carlos Alberto Mambrini, Miguel CarlosPaschoal, Antonio Calmon da GamaSupervisão Geral: José Márcio Araújo de AlemanySupervisão Gráfica: Carlos Alberto Pereira de AraújoReg. Prof.: 16.783Editoração e Arte: Jane Fonseca - [email protected]ão: TipológicaTiragem: 2.500 exemplares

Distribuição mensal gratuita.Os artigos assinados

são de exclusiva responsabilidade dos autores

Uchôa6. Maria de Lourdes Caldeira7. Maria Lucia dos Santos ESouza8. Ney Vianna FernandesMachado9. Nina Maria Hauer10. Pedro Paulo Pereira dosAnjos11. Rosa Virginia Christofaro deCarvalho12. Sylvio Mauricio Fernandes13. Sylvio Tavares Ferreira14. Tomaz José de Souza15. Wagner Cavalcanti deAlbuquerque

SUPLENTES1. José Pires de Sá2. Marilia Ruas3. Ivone Sá Chaves4. Rosa Maria Rodrigues Motta5. Fernando Carneiro

CONSELHO FISCAL1. José Carlos Damas2. José Salvador Iório3. Waldyr Tavares Ferreira

SUPLENTES1. José Rubens Rayol Lopes2. Eunice Rubim de Moura3. Maria Conceição Ferreira deMedeiros

No próximo dia 27 denovembro vamosfazer uma festapara comemorar oseu aniversário

As matérias contidas neste jornal poderão ser publicadas,desde que citadas as fontes.

01 JOB EDUARDO DA PAIXÃO -

INSS

01 VALDSON RANGEL ALECRIM

- AGU

02 DAVID POLMON - INSS

02 MARIA DE LACERDA

VARGAS - M. SAÚDE

04 CLETO DELGADO DE SOUZA

FILHO - AGU

04 NEY VIANNA FERNANDES

MACHADO - INSS

05 DELY BARATA

BITTENCOURT - SUSEP

05 VANDERLEI CORREA

PEREIRA - MPAS

06 EUNICE DOS SANTOS VIEIRA

- INPI

06 LAIR MARTINS DA SILVA -

INSS

06 MARIA DA CONCEIÇÃO

MOURA SILVA - AGU

06 MARIA DO SOCORRO

LEMOS - C.P.II

06 WALDYR TAVARES

FERREIRA - MPAS

08 FRANCISCA ALVES DE

SOUZA GOMES - AGU

09 ELIANE DA SILVA ROUVIER -

AGU

10 MARIA DE FÁTIMA DE

ARAÚJO DIAS - FRP

12 ELIANA CORDEIRO MARIA -

INMETRO

12 ORLANDO DE OLIVEIRA -

UFF

12 SOLANGE DE CAMPOS F. DA

CUNHA- FIOCRUZ

13 ARMENTINO QUEIROZ - CBIA

14 MARTA APARECIDA ROCHA -

INMETRO

14 SÉRGIO MAURICIO DA

BOAMORTE - INSS

14 SONIA Mª. DA SILVEIRA T. DE

MELLO - INSS

15 AYRTON SÁ PINTO DE PAIVA

- CNEN

15 JUSSARA FERREIRA DA

SILVA LOPES - IPHAN

17 LÊDA MARTINS CARDOSO -

INSS

18 MARISA DE CARVALHO

MENEZES - INCRA

19 MARILEA DE SOUZA

MENDONÇA - INSS

20 HELNOR VALDETARO P.

COUTINHO - UFF

20 LYGIA CÂMARA DE A. E SILVA

- INSS

20 VERA LUCIA GOMES DE

ALMEIDA - AGU

22 CELIAS RODRIGUES DE

ANDRADE - INSS

23 LUIZ CARLOS GUIMARÃES -

INSS

24 ALBERTO SERGIO O. DE

MENEZES - INSS

24 HELIO PEREIRA MARINHO

FALCÃO - INSS

25 ALBERTINO GREGÓRIO -

INSS

27 DJALMO LUIZ CARDOSO

TINOCO - AGU

27 MARIA LYGIA ABRAHÃO DE

CARVALHO - INSS

28 AIMAR PORTUGAL GARCIA -

INSS

28 IZA LIA LEMOS MUNHOZ -

AGU

28 VILMA CARVALHO SODRÉ -

INCRA

29 UILTON JOSÉ DE

ALVARENGA - INCRA

JORNAL DA APAFERJ16 OUTUBRO 2007

PEÇO A PALAVRA

Rosemiro RobinsonS. JuniorVice-Presidente

16

Mosaico

Meus caros e fiéis leitores:consoante já declarei alhures,sou entusiasmado leitor delivros, jornais e revistas, sejade que gênero forem, tendo,no entanto, especial predi-leção por temas de acendradointeresse humano, posto que,apesar da formidável evolu-ção tecnológica, que nos levaaos umbrais da ficção cien-tífica, o homem (a mulhermais ainda) é a mais perfeitamáquina que existe no Plane-ta Azul, cujo mecanismo deixaperplexos os cientistas quepesquisam os seres humanos,seja no tocante aos seusaspectos anatômicos, sejaquanto às manifestaçõesoriundas do cérebro, não setendo obtido, até aqui, teoriaprovada e comprovada sobrea origem do homem e de suaevolução, inobstante os dar-winistas defenderem, comunhas e dentes, a teoria daevolução das espécies, e oscriacionistas, com igualardor, não admitirem contes-tação ao texto bíblico.

Acrescento à minha longarelação de vícios e defeitos aobsessão por filmes, princi-palmente os de mistério, deaventura, de guerra e detribunal, encontrando na TVuma companheira solidária,eclética e generosa, espe-cialmente quando impedidode sair de casa por motivo dedoença ou nas noites em quea insônia não arreda pé daminha cama, obrigando-me aler, escrever ou assistir a umprograma na televisão, a fimde cansar o corpo e, emdecorrência, cair nos braços

da mulher de Morfeu.Há poucos dias, exausto mas

sem sono, revi um filme quemuito me impressionou: “AQueda – Os Últimos Dias deHitler”, que retrata, à perfeição,os acontecimentos desenrola-dos nos estertores do III Reich,cabendo registrar o magistraldesempenho de atores e atrizes,com destaque para o ator quepersonifica Hitler, o qual,segundo li, é suíço e guardagrande semelhança com ofalecido líder nazista, cujasombra nefasta paira, aindahoje, sobre grupos racistas,impregnados do oceânico ódioque Hitler nutria pelos judeus,ciganos, homossexuais e outrasminorias étnicas, comporta-mento que, lamentavelmente, serepetiu na antiga Iugoslávia evem ocorrendo noutras regiõesda Terra, cabendo citar, comoexemplo, a terrível carnificinaque ocorreu em Ruanda, emrazão do conflito entre tutsis ehutus, que ceifou mais de ummilhão de vidas e deixou outrotanto com deficiências físicasirreversíveis.

Terminado o filme, li na re-vista Desafio Cobrão, da Co-quetel, nº. 200: “Festejo folcló-rico de origem celta que naAntiguidade marcava o“Senhain”, o fim do verão.Levado para os Estados Unidospelos irlandeses no século XIX,transformou-se no Dia dasBruxas, sendo comemorado nodia 31 de outubro com fantas-mas, fantasias, brincadeiras edistribuição de doces às crian-ças”. É claro que todos sabemque se trata do “Halloween”,evento já adotado por muitos

patrícios, influenciados pela cul-tura norte-americana, cujapenetração no nosso País ésobremodo inquietante, por-quanto esmaga os valores na-cionais e, ipso facto, formabrasileiros de fachada, maispreocupados em falar inglês,mascar chicletes e cantar asbaladas “Country”, usando ves-tuário típico dos nossos irmãosdo norte e abusando dos ade-manes que caracterizam os ian-ques. A coisa chegou a tal ponto,que para se conhecer Miami,basta dar uma voltinha naBarra...

Voltando ao Dia das Bruxas,nós aguardávamos uma boanotícia no dia 31 de outubro.Contudo, tivemos o nossoHalloween, com fantasmas,fantasias, brincadeiras e semdistribuição de doces, sendoinformados que a matéria foratransferida para o dia 8 denovembro próximo e, depois,para o dia 13 do mesmo mês.Após tantos adiamentos, não seiquando poderemos comemoraros resultados dos sérios, exaus-tivos e persistentes esforços quedespendemos junto às autori-dades governamentais, comvistas a ser reconhecida a im-portância da Advocacia PúblicaFederal. De qualquer sorte, é dainafastável obrigação daAPAFERJ permanecer na liça,

sem desânimo e sem medo, naprocura incessante por melho-res condições de trabalho eremuneração compatível comas carreiras que exercemFunções Essenciais à Justiça,com sede constitucional.

Que me perdoem as digres-sões feitas, mas eu queria se-guir a recomendação do grandeÁlvaro Moreyra: “As amargasnão...”. No entanto, o meu sub-consciente dominou os meuspensamentos, compelindo-me atratar, no final, de tema devisceral interesse dos Advo-gados Públicos Federais. Note-se que já recorri à Mú-sica eapelei para o “Halloween”, natentativa de explicar o inexpli-cável. Com efeito, não se jus-tifica o descumprimento (atéaqui) de acordo formalmentecelebrado, tratando-nos algunsintegrantes do Governo comose fossemos trêfegas e ingênuascrianças, que, no Dia das Bru-xas, batem nas portas dizendo:“Doces ou Travessuras?”. So-mos adultos, responsáveis e cio-sos de nossa palavra, exigindo,assim, por parte dessas autori-dades, uma resposta franca,objetiva e imediata que nos façarecuperar a crença nos atos enas intenções dessas autorida-des, crença que, no momento,está visivelmente abalada.

Mens agitat molem

“O espírito move a

matéria”.