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ANO 32 - Nº 1.637 - R$ 2 - GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 Páginas 10 e 11 “Deve-se buscar união entre professor, instituição e família” ESCOLA ESCOLA ENTREVISTA Professor, profissão estresse É o que revela pesquisa realizada em Goiás. Ela aponta aumento da deterioração psicológica nos próximos anos. Maurício Valadão, psicopedagogo, professor universitário e consultor na área de treinamento pessoal ELEJA UM E LEVE OUTRO: O VICE Raquel Teixeira (PSDB) Heuler Cruvinel (PP) Bruna Venceslau (PCB) Nildinha (Psol) Nivaldo Santos (PCdoB) Lincoln Tejota (Pros) José Geraldo (PCO) Páginas 4, 5, 9 e Carta ao Leitor Página 8 OU NÃO. CANDIDATOS APOSTAM ALTO NO TEMPO DE TEVÊ E RÁDIO, MAS BUSCAM OUTROS MEIOS PARA ATINGIR A MENTE E O CORAÇÃO DO ELEITOR.

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ANO 32 - Nº 1.637 - R$ 2 - GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018

Páginas 10 e 11

“Deve-se buscar união entre professor, instituição e família”

E S C O L AE S C O L A ENTREVISTA

Professor, profi ssão estresseÉ o que revela pesquisa realizada em Goiás. Ela aponta aumento da deterioração psicológica nos próximos anos.

Maurício Valadão, psicopedagogo, professor universitário e consultor na área de treinamento pessoal

ELEJA UM E LEVE OUTRO: O VICERaquel Teixeira

(PSDB)Heuler Cruvinel

(PP)Bruna Venceslau

(PCB)Nildinha

(Psol)Nivaldo Santos

(PCdoB)Lincoln Tejota

(Pros)José Geraldo

(PCO)

Páginas 4, 5, 9 e Carta ao Leitor

Página 8

OU NÃO.

CANDIDATOS APOSTAM ALTONO TEMPO DE TEVÊ E RÁDIO, MAS BUSCAM OUTROS MEIOS

PARA ATINGIR A MENTEE O CORAÇÃO DO ELEITOR.

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GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br2

Fundado em 7 de julho de 1986Editado e impresso por Rede de Notícia Planalto Ltda-ME - WSC Barbosa Jornalismo - ME

Fundador e Diretor-Presidente Sebastião Barbosa da Silva [email protected] de Produção Cleyton Ataídes Barbosa [email protected]

EditoresVassil Oliveira [email protected] Fagner Pinho [email protected] Messias Rodrigues (Escola)[email protected] Martins (Internet)[email protected]

Repórteres Fabiola [email protected] José [email protected]

Fotografi a Mônica [email protected]

Projeto Gráfi co e DiagramaçãoMaykell Guimarã[email protected]

Departamento [email protected] 62 99622-5131

Endereço - Av. T-11, 451, 3° andar, salas 303 e 305, Edifício Fabbrica di Pizza - Setor Bueno, Goiânia - GoiásCEP 74.223-070- Fone: (62) 3434-1516

www.tribunadoplanalto.com.br facebook @TribunadoPlanalto

Caro leitor, envie sugestões de pautas, críticas, artig os e textos para serem avaliados e publicados.

Ajude-nos a fazer a TRIBUNA DO PLANALTO em sintonia com você. Escreva para: [email protected]

CARTA AO LEITOR

A defi nição do nome ou da vice é uma das disputas mais acirradas nos bastidores políticos, depois de decidido o candidato a governador - ou a prefeito, quando é o caso. Muitas conversas são feitas, muitos neurônios são queimados, muitos balões de ensaio são lançados, até que o xadrez – ou queda de braço – aponte o eleito da vez. Eleito, no caso, para ser o reserva, aquele que, enfi m, depois de tanto barulho, acaba merecendo não mais do que um lugar ao lado do titular na foto ofi cial.

Ocorre de o, ou a, vice, quando da eleição de verdade nas urnas, não passar inclusive de alguém que fi ca lá, no canto, sem poder algum. Em Goiás, porém, vice tem força, ainda que no fi nal do mandato do titular, e acaba assumindo o poder. Neste caso, o vice de hoje pode muito bem ser o governador de amanhã, e quem sabe um governador reeleito. Prestar atenção ao nome do vice, portanto, é não perder o fi o da meada.

Nesta edição, Samuel Straioto, que tem feito reportagens especiais colaborando com a cobertura da eleição realizada pela Tribuna, mostra quem é quem na eleição deste ano. Há nomes desconhecidos, e há nomes bastante conhecidos do meio político. O mais importante é que o eleitor preste atenção em cada um deles. Ainda que eles não sejam essenciais para a defi nição do voto, pode ser que contribuam para isso – de forma positiva ou negativa.

Bom, mas se vice é tema quente mais na pré-campanha do que na campanha, o mesmo não se pode dizer dos programas eleitorais. Eles mexem com os instintos mais profundos dos candidatos, dos marqueteiros e, eis a questão, do eleitor. Ou não. Nas páginas 4 e 5, você vai ter informação sobre como os comandos de campanha preparam seus programas e a visão de um especialista que conhece tudo de campanha e que já é conhecido nosso aqui: Marcos Marinho.

Antecipar quem vai ser eleito vice ou quem vai fazer o melhor programa eleitoral, isso só pra quem tem bola de cristal. Mas dar uma boa medida de como será o embate e o que esperar dele, é o que procuramos fazer esta semana. Boa leitura!

***Edição fechada, missão cumprida aqui na Tribuna. Passo, desta

semana em diante, a me dedicar a outra missão. Obrigado. A gente se vê por aí.

A gente se vêno vice e natela da tevê

ESFERA PÚBLICA

Anderson Carlos de OliveiraExecutivos, empresários, gestores de RH, lí-

deres e quem busca recolocação no mercado já percebeu que a Inteligência Emocional (IE) é uma habilidade comportamental cobiçada pelos empregadores. Os profi ssionais que a pos-suem detêm um grande diferencial em mãos. Pelo lado pessoal, pessoas emocionalmente in-teligentes têm maiores chances de ter sucesso em seus relacionamentos interpessoais.

Talvez o que você não saiba é que todas as pessoas são emocionalmente inteligentes. Al-gumas demonstram mais que outras, pois nem todas têm a consciência da necessidade e das vantagens que uma pessoa desfruta quando se tem a Inte-ligência Emocional bem desen-volvida. Mas o que é ser emocio-nalmente inteligente?

Daniel Goleman, considera-do o pai da Inteligência Emo-cional (IE), afi rma que ela é a capacidade de reconhecer os próprios sentimentos e os das outras pessoas, com o objetivo de se automotivar e lidar ade-quadamente com as emoções relacionadas a si mesmo e às pessoas ao nosso redor. Tudo para a promoção de relacionamen-tos saudáveis.

A IE é a capacidade de perceber, exteriorizar e assimilar seus pensamentos. É a habilidade de compreender, raciocinar e equilibrar em si próprio as emoções, tornando-se mais hábil na administração delas e da trajetória de sucessos pessoal e profi ssional.

Entre as muitas características da Inteligên-cia Emocional está a capacidade de administrar os impulsos e canalizar as emoções de forma correta e adequada, a prática da gratidão e da automotivação, além da capacidade de ajudar e encorajar o outro, promovendo o bem-estar ge-ral. A IE pode ser dividada em habilidades espe-cífi cas: autoconhecimento emocional, controle emocional, automotivação, empatia e desenvol-

ver relacionamentos interpessoais.O gerenciamento das emoções e sentimen-

tos, por meio desses aspectos pode nos levar a atingir objetivos. Tal gerenciamento é uma pro-gressão no equilíbrio entre o racional e emocio-nal da mente. Quanto mais forte o sentimento, mais infl uente será a mente emocional. Essa é uma estruturação que se deriva da evolução das emoções e intuições como resposta instantâ-nea diante das situações em que a vida esteja em perigo. O simples ato de parar para pensar no que fazer poderia custar-lhe a própria vida,

fazendo com que cada atitude seja executada instintivamente sem raciocinar.

Essas duas mentes, a emo-cional e a racional, trabalham em harmonia em grande parte do tempo, mesclando seus co-nhecimentos para orientar a pessoa em seu movimento no mundo. Já existe um equilíbrio natural entre essas mentes, onde a emoção alimenta e in-forma as intervenções da men-te racional, enquanto a mente racional trabalha elaborando os impulsos instituais que por

vezes veta o insumo das emoções.É perfeitamente possível desenvolver a In-

teligência Emocional pelo autoconhecimento, o que possibilita ao indivíduo identifi car suas emoções com mais facilidade, promovendo um impacto positivo que o capacita a automotivar-se e seguir em frente, mesmo diante de frus-trações e desilusões. Você pode, por exemplo, procurar por cursos e treinamentos, vídeos na internet e leituras sobre o tema. O importante é expandir sua mente e aumentar seu autoco-nhecimento.

Anderson C. de Oliveira é psicanalista e personal

coach, especialista em Desenvolvimento Humano e

Psicologia Positiva

Inteligência Emocional

Opinião

Os editores

Emocional e racional

trabalham em harmonia, mesclando seus conhecimentos para orientar o indivíduo em seu movimento no mundo.

Curta e compartilhe nossas redes sociais

TribunadoPlanalto @Tribdoplanalto @Tribdoplanalto

“Não posso responder ao analfabeto que falou isso aí.”

Jair Bolsonaro, presidenciável pelo PSLFrase da semana

A Romaria de Muquém 2018, que marcou os 270 anos de devoção a Nossa Senhora d’Abadia, terminou na quinta-feira, 16. Marcaram presença em Muquém os quatro principais candidatos ao governo – Ronaldo Caiado, José Eliton, Daniel Vilela e Kátia Maria – e suas comitivas. ucena

rbana

sobre os especialistas que classifi caram de ‘superfi cial’ o seu plano de governo

Page 3: OU NÃO. - Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2018/08/Tribuna-do... · governo de Goiás. Empresários ligados a alguns setores da ... Jânio Darrot (PSDB),

Sabatinas Entidades de classe preparam sabatinas com os candidatos ao governo de Goiás. Empresários ligados a alguns setores da economia goiana informaram à coluna que até a virada do mês, governadoriáveis serão chamados para receber propostas de segmentos e debatê-las. Na última semana, os três principais candidatos foram à Fieg.

Articulações Se, por um lado, candidatos já estão nas ruas pedindo votos nas eleições gerais de 2018, advogados já atuam nos bastidores para o fortalecimento dos projetos para a eleição da OAB-Goiás. O pleto será em novembro.

SubstituiçãoO vereador Divino Rodrigues (PROS) assumiu o mandato no lugar de Vinicius Cirqueira (PROS), que se licenciou para disputar as eleições de outubro. Divino Rodrigues foi vereador na legislatura passada.

BroncaO novo presidente da Câmara Deliberativa de Transporte Coletivo (CDTC), prefeito de Trindade, Jânio Darrot (PSDB), reclamou durante reunião de instalação do Codemetro que a Câmara apenas se reúne para aumentar tarifa. Ele propõe mudanças.

Indefi niçãoA Câmara de Vereadores de Goiânia deve analisar nesta semana projeto que promove alterações no Instituto de Previdência dos Servidores (IPSM). Servidores não concordam com aumento no pagamento das alíquotas, mesmo de forma escalonada nos próximos anos.

Cresceu Aumentou o número de pessoas que vão se candidatar nas eleições em todo o país em 2018. São 27 mil 285 candidatos no atual pleito para governadores, deputados e senadores, contra 26 mil 162 em 2014.

SubiuEm Goiás, o número não foi relevante. Houve uma leve alta. Em 2014 foram 1.060 candidatos. Este ano foram 1.072 registros feitos, 12 a mais.

Fazendo as contas811 pessoas se candidatam para o cargo deputado estadual em Goiás, o que dá uma média de 19,78 candidatos por vaga. Para a Câmara foram 211 postulantes, 12,41 candidatos por vaga.

ReeleiçãoDos 41 deputados estaduais, apenas um não participa das eleições de 2018. Marquinho Palmerston (PSDB) é o único que não disputa reeleição nem outro cargo.

Mau exemploA Assembleia Legislativa de Goiás terminou mais uma semana com baixa frequência. No último dia de sessões, apenas quatro deputados apareceram. Foco na campanha eleitoral.

LiberadoCom o começo da campanha, candidatos aproveitam o espaço nas redes sociais para colocar o ‘santinho eletrônico’ para divulgar o número cadastrado e pedir votos.

SaneamentoA partir desta segunda-feira,

20, será iniciada pela Prefeitura de Goiânia consulta pública sobre para a construção do Plano Municipal de Saneamento. O processo é organizado pela Agência Goianiense de Regulação (AGR).

EmbasamentoO instrumento vai ser

fundamental para o prefeito da capital, Iris Rezende (MDB), decidir se vai ou não renovar o contrato de concessão dos serviços de água e esgoto com a Saneago.

MudançasO tom do prefeito Iris Rezende em

relação à renovação da concessão com a Saneago é diferente de 2016. Durante o processo eleitoral, o então candidato a prefeito endureceu o discurso contra o serviço prestado pela estatal. Hoje as críticas são menores.

Os nomes que participam da disputa eleitoral em Goiás apostam em crescimento das candidaturas já nestes primeiros dias de campanha. Os governadoriáveis pretendem concentrar as agendas de visitas ao interior do Estado já na largada para depois dar ênfase às gravações do programa eleitoral. Tanto nas maiores quanto nas menores candidaturas, a estratégia é usar os primeiros dias para motivar a militância na busca de votos. As maiores são as mais ambiciosas. Ronaldo Caiado (DEM), que lidera as pesquisas de intenção de voto, buscará atrair a atenção do eleitor insatisfeito. José Eliton (PSDB), que equilibra governo e campanha, pretende mostrar o legado do Tempo Novo e que ainda há espaço para novos avanços. E Daniel Vilela (MDB), embalado pela conquista do apoio do PP, também espera captar a atenção dos que estão descontentes com a atual gestão. Com isso, espera crescimento nas próximas pesquisas a serem divulgadas.

Candidaturas no interior para encorpar campanha

s

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mídiasociais

Ao receber apoios no diretório estadual do MDB, o nome do partido para a disputa ao governo de Goiás, Daniel Vilela reclamou em discurso que as coligações adversárias fi zeram de tudo para desidratar a candidatura dele. O emedebista disse que a primeira etapa foi vencida, com a estruturação de uma coligação competitiva. Daniel declarou que já nas próximas pesquisas eleitorais poderá apresentar percentuais maiores.

Desabafo

Se um político vem até você querendo comprar o seu voto, ele já tem a semente da corrupção

durante missa em Muquém

DOM MESSIAS, BISPO DE URUAÇÚ

Alckmin

A candidatura de Ronaldo Caiado (DEM) quer apro-veitar o máximo de tempo neste início de campa-nha para percorrer o Estado e não congestionar a agenda do Democrata quando estiver no período de propaganda eleitoral, por conta das gravações. O objetivo é não deixar de visitar regiões.

Contra o tempo

Dentro da leiO percentual de mulheres que vai participar do pleito eleitoral fi cou um pouco acima do que de-termina a Justiça Eleitoral. De acordo com o Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE), em Goiás 31,4% do total de candidaturas é de mulheres. O mínimo é de 30% em cada coligação.

A coordenação geral de José Eliton em Goiás já costura agenda com a direção nacional do PSDB para trazer o presidenciável Geraldo Alckmin ao Estado. A ideia é que Alckmin participe de ativi-dade de campanha por aqui em setembro.

Na próxima sexta-feira, 24, o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) vai divulgar o tempo que cada coligação terá direito dentro do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. A propaganda começa a ser exibida dia 31.

Tempo

TarefadLinhaSamuel Straioto (interino) - [email protected]

iretaO Partido dos Trabalhadores pretende visitar, nos próximos dias, os 10 maiores municípios de Goiás. A ideia é dar visibilidade à candidatura de Kátia Maria nos principais colégios eleitorais do Estado. A partir daí serão visitadas as cidades de médio e pequeno portes. A candidata já percorreu mais de 200 municípios no período da pré-campanha.

3 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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44 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Leicilane Tomazini

Sete candidatos ao gover-no de Goiás registraram sua candidatura na quar-

ta-feira, 15, data de encerra-mento do prazo. Alda Lúcia (PCO), Daniel Vilela (MDB), Kátia Maria (PT), Marcelo Lira (PCB), Ronaldo Caiado (DEM), Weslei Garcia (PSOL) e Zé Eliton (PSDB), juntamente com seus

vices, já podem dar início à corrida eleitoral no Estado. E eles estão correndo - nas ruas e na preparação para os pro-gramas eleitorais na TV e no rádio.

Em geral, os programas eleitorais são tratados como decisivos, porque em tese são uma grande oportunidade para os candidatos levarem suas mensagens a todos os

municípios. ‘Em tese’ porque as antenas parabólicas estão espalhadas pelo interior, e por elas a programação que chega nem sempre é a de Goiás. Por outro lado, a relatividade da força dos programa é grande, hoje em dia. Os tempos são outros: menos de rádio e tevê e mais de redes sociais.

E é exatamente nas novas mídias que os governadori-

áveis apostarão mais para propagar as suas propostas de governo. Uma coisa com-pensando a outra. Uma coisa levando a outra. Neste mo-mento, temos uma corrida em busca de uma estratégia ´ma-tadora´, ou seja, arrasadora. Quem mais busca isso são os partidos pequenos, que con-tam com apenas segundos no horário eleitoral.

Os tempos maiores estão com José Eliton, Daniel Vilela, Ronaldo Caiado e Kátia Maria, que tem coligações com par-tidos bem representados no Congresso, e por isso conse-guiram mais espaço. Mesmo eles, porém, apostam algo nas redes sociais, um ponto de in-terrogação que deixa em aber-to o destino da eleição este ano (leia mais na página ao lado).

Para o candidato Weslei Garcia, a alteração no tempo gratuito foi um grande golpe na campanha de seu partido, o PSOL, já que terão apenas alguns segundos disponíveis nos canais tradicionais. Wes-lei afi rma que usarão esse tempo restrito para chamar as pessoas para acompanhá-los nas redes sociais. “Esta-mos produzindo um material bem bacana de mídia para as redes sociais, e acredito que conseguiremos levar a men-sagem utilizando os poucos recursos e os poucos espaços que nós temos, especialmente em tempo de TV.”

Ronaldo Caiado apostará no uso de redes sociais. É o candidato que mais se destaca quando se trata de participa-ção em redes como Facebook, Instagram e Twitter. Caiado está bem à frente dos outros postulantes ao governo no que se refere ao número de se-guidores, com mais de 915 mil no Facebook, 387 mil no Twi-ter e 99 mil no Instagram. De acordo com a assesso-ria de Caiado, durante a campanha este trabalho será otimizado, contan-do ainda com um pro-grama no Facebook, o ‘Caiado ao vivo’, em que os seguidores poderão participar enviando perguntas, fotos e ví-deos. Devem explorar também a militância virtual nos grupos de Whatsapp. O objetivo é divulgar as propostas e combater as fake news.

Para o candidato do PCB, Marcelo Lira, a legislação eleitoral é um sistema ex-tremamente excludente que benefi cia os partidos que estão no poder, e vai contra o anseio da população

Tevê não é tudo

O tempo e o vento das campanhas

PARA OS CANDIDATOS A GOVERNADOR EM GOIÁS, A GENTE SEVÊ NA TEVÊ, MAS TAMBÉM NAS REDES SOCIAIS E NAS RUAS

pela renovação. “Para se ter uma ideia, o Geraldo Alckmin terá três vezes mais tempo de televisão do que o segundo co-locado, ou seja, é uma disputa desigual e desleal que, infeliz-mente, chamam de democrá-tica”, afi rma Marcelo.

O PCB também irá apostar

nas redes sociais como estra-tégia de divulgação, entretan-to ressalta que mais de no-venta por cento da população ainda tem a televisão como principal mecanismo de in-formação, e mais ou menos quarenta por cento sequer tem acesso à internet. Ainda

assim, utilizarão esse instru-mento como forma de difun-dir seu programa e alcançar toda a classe trabalhadora do Estado.

Daniel Vilela também re-força que a televisão e o rádio ainda são importantes para informar ao cidadão, e que,

de acordo com pesquisas, são os principais meios de infor-mação sobre as eleições. A coligação de Daniel - com PP, PRB e PHS - garantirá um bom tempo de televisão, que será, segundo o coordenador geral da campanha, Pedro Chaves, o momento de tornar o can-didato conhecido e levar sua mensagem.

De acordo com Raquel Tei-xeira, vice do candidato e atu-al governador do Estado, José Eliton, as campanhas na rua e nas redes sociais serão decisi-vas no resultado das eleições em 2018. “Teremos um tripé de demanda: rua, rede e TV”, afi rma Raquel. A candidata a vice diz que a tecnologia em favor da campanha é ótima, entretanto propicia a criação de fake news, e as pessoas que não estão acostumadas com as redes tendem a acreditar em qualquer coisa.

Segundo Kátia Maria, do PT, nesta eleição a televisão ain-da é o principal veículo de divulgação das propostas. Sua chapa terá mais de um minuto por programa, mais as inserções durante a pro-

gramação da TV, com os candidatos a deputado estadual, federal e sena-

dores, onde defenderão as propostas que serão apresentadas para a po-

pulação goiana. “Temos também uma parti-cipação muito ativa da militância virtual nos grupos de What-

sapp, que devemos ex-plorar bem durante a campanha. A militân-cia virtual irá nos aju-dar a divulgar nossas

propostas e a combater as fake news, que tanto

têm se alastrado em períodos de campanha”.

JOSÉ ELITON 3 minutos e 29 segundos

DANIEL VILELA2 minutos e 10 segundos

RONALDO CAIADO1 minuto e 20 segundos

KÁTIA MARIA1 minuto e 19 segundos

WESLEY GARCIA 10 segundos e

Outros, 5 segundos

* Isso pra cada bloco de 9 minutos* Um bloco no almoço e outro no jantar

TEMPO DE TEVÊ

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5 GOIÂNIA, 19 A 25 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

A disputa eleitoral em 2018 terá apenas 45 dias – antes, o tempo de campanha era de 90 dias. O horário eleitoral gratuito no rádio e na TV só começa no dia 31 de agosto. Enquanto isso, os candidatos terão as carreatas, comícios, internet e panfl etos como principais mecanismos para expor seus planos de governo.

A Tribuna tentou falar com a equipe de campanha da candidata do PCO, Alda Lú-cia, e até o fechamento desta edição não obteve resposta. A seguir, um pouco da estratégia de cada um para tentar vencer a eleição:

RONALDO CAIADOA campanha curta deste

ano é ressaltada pelo candida-to Ronaldo Caiado, que afi rma ser impossível visitar todos os 246 municípios de Goiás. Para isso, sua chapa contará com carreatas saindo de diferentes pontos do estado convergindo para cidades pólo, as quais re-ceberão um grande comício.

De acordo com a assessoria de Caiado, sua campanha será propositiva e voltada para a solução dos problemas que a população de Goiás enfrenta. Dia a assessoria: “Hoje, há um sentimento muito forte de mudança no Estado que está levando o povo às ruas para escutar as propostas do sena-dor Ronaldo Caiado. Vamos destacar sua história, o seu legado, o que já fez por Goiás como parlamentar, e o fato de ser político fi cha limpa sem nenhuma mancha em seu nome”.

DANIEL VILELADaniel Vilela está mais

confi ante em relação às visi-tas aos municípios. Sua cam-

panha está sendo estruturada em regionais, e a ideia é visi-tar cada cidade por meio de frentes de mobilização com a participação do candidato sempre que possível. Segundo a assessoria do candidato do MDB, Daniel sempre diz que a participação política é impor-tante para mudar “o que está aí”.

“Não adianta o cidadão re-clamar da política e não fazer nada para mudar. Estamos usando os meios disponíveis para chegar à população e levar essa mensagem de mu-dança, de renovação que Goiás tanto precisa”, diz Pedro Cha-ves. Daniel acredita, segundo ele, que a população vai des-pertar para a importância da participação na política e, com isso, a campanha crescerá ain-da mais. “Temos as melhores propostas para a população, que espera mais trabalho e menos politicagem.”

WESLEI GARCIAWeslei Garcia ressalta que

seu partido, o Psol, é pequeno, mas está organicamente es-truturado, como direção mu-nicipal ou comissão provisó-ria, em 25 municípios. Outros 50 municípios contam com fi liados do partido. “A partir dessas cidades, estamos fazen-do um grande planejamento junto à militância e assim po-demos impulsionar reuniões e atividades que possam levar nossa campanha a diante”.

Segundo Weslei, a classe política no Brasil é “inescru-pulosa, corrupta e se vende”, por isso o descontentamento das pessoas é compreensível. “O discurso que queremos mostrar para a população é de que os políticos não podem se atentar ao poder, mas na

transformação, mostrar que o Psol é o único partido que não está envolvido na Lava Jato, e em nenhum esquema de cor-rupção”. O candidato afi rma que sua campanha se voltará, em grande parte, às pessoas que querem mudança.

MARCELO LIRAPara o candidato do PCB,

Marcelo Lira, o descontenta-mento da população com a política, atualmente, tem a ver com o próprio sistema po-lítico eleitoral brasileiro, que benefi cia os partidos tradicio-nais, via legislação excluden-te. O candidato cita as cláu-sulas de barreira que foram sendo criadas ao longo dos anos, como tempo de televi-são, acesso ao fundo partidá-rio, acesso ao fundo eleitoral, acesso aos próprios debates políticos transmitidos pela televisão e rádio, ou seja, é um cenário que não permite reno-vação.

“Temos uma estratégia que fundamenta nosso programa, que é a construção do poder popular, ou seja, é o princí-pio de se criar órgãos de de-mocracia direta nos locais de trabalho, moradia, estudos, etc, como forma de descentra-lizar o poder do estado e como forma de socializar o poder”, observa. Marcelo ressalta que seu partido é pequeno e não é estruturado em todos os mu-nicípios do Estado, e que por isso foi articulada uma estra-tégia de campanha funda-mentada nas regiões.

Na prática, o PCB fez um estudo de todas as localidades do estado e vai tentar cobrir as principais cidades dessa região. Assim como os outros candidatos irão apostar nas redes sociais para alcançar

os municípios que, por ven-tura, não puderem fazer pre-sencialmente o trabalho de base, o PCB, por meio de suas organizações políticas, e jun-tamente com os movimentos sociais com os quais possuem diálogo, buscará alcançar o maior número de municípios.

JOSÉ ELITONCom outro tipo de estrutu-

ra, o atual governador de Goi-ás, José Eliton, contará com a participação ativa de sua vice, Raquel Teixeira, já que não po-derá deixar o cargo para fazer campanha em tempo integral. Raquel afi rma que o foco prin-cipal do candidato é o atual governo, e que ele se dedicará à campanha apenas em seus intervalos.

A campanha do PSDB teve início com o tradicional co-mício na cidade de Goianésia. Desde então, estão em anda-mento várias frentes de car-reata por todo o Estado, que serão dirigidas por José Eliton, Raquel Teixeira, Marconi Pe-rilo e Lúcia Vânia. O objetivo é chegar às pequenas cidades em duas semanas, motivando a população que não está em clima de campanha.

Eliton e Raquel querem chamar a atenção das pesso-as para o início da campanha, por entenderem que o clima de desencanto com a política é perigoso. Nessa hora, diz a vice, as pessoas acabam vo-tando no “salvador da pátria”, ou seja, um demagogo, sofren-do depois com isso. “Vamos levar para o eleitor a consci-ência de que a omissão não é o caminho, porque quem decide a vida do cidadão é a política”. Raquel acredita que a descrença das pessoas não tem relação direta com o fato

de o PSDB estar há vinte anos no poder, já que, para ela, esse grupo criou “uma nova era” em Goiás.

KÁTIA MARIAA candidata ao governo do

estado pelo PT, Kátia Maria, afi rma que tem condição de debater o Estado com muita propriedade porque conhece os 246 municípios, e isso tanto em termos de estudo, literatu-ra, quanto em visitas in loco. “No planejamento, falamos muito que o mapa não é o ter-ritório. Não adianta conhecer apenas pelo mapa, você tem que ir lá para conhecer a rea-lidade local.”

O PT está presente e orga-nizado em 230 municípios do Estado e só na pré-campanha foram visitados 200 municí-pios. Kátia Maria afi rma que o PT entende que este é o mo-mento de renovação política. “Nós vamos dialogar direta-mente com o eleitor, ouvindo seus anseios, suas preocupa-ções e expectativas. E teremos intensa atividade de rua em todos os municípios goianos durante os 45 dias de campa-nha, além dos programas de televisão, redes sociais e os meios de comunicação para reforçarmos que somos o time do nosso presidente Lula em Goiás”.

A petista afi rma que re-presenta a mudança de ver-dade, propondo um modelo diferente de gestão, porque o atual estaria ultrapassado. “Tendo em vista o momento político e institucional pelos qual o país passa, e os proble-mas que estamos vivendo, exi-ge uma visão integral das coi-sas”, afi rma. E isso, acrescenta, será levado ao eleitor no corpo a corpo das ruas.

Em busca do eleitorRonaldo Caiado José Eliton Daniel Vilela Kátia Maria Weslei Garcia Marcelo Lira

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6 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Fabiola Rodrigues, Leicilane Tomazini e Vassil Oliveira

Raquel Teixeira é nome ligado instintivamente por qualquer pessoa à área da Educação. Professora universitária, foi deputada federal por dois mandatos, já esteve à frente da Secretaria de Ciência e

Tecnologia, quando implantou a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), e também da Secretaria de Cidadania. Mas seu maior legado está fi rmado na contribuição que deu ao governo Marconi Perillo em projetos voltados à Educação nas duas oportunidades em que comandou a Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). Em abril, deixoua Secretaria para se colocar à disposição do projeto eleitoral da base aliada ao governo, como vice na chapa majoritária ou primeira suplente na candidatura de Marconi Perillo ao Senado Federal. Indefi nição que perdurou até o dia da convenção do PSDB, em 5 de agosto, quando Raquel Teixeira foi confi rmada na vice de José Eliton. Agora é pé na estrada. Aos 72 anos de idade, longe de se “acomodar em casa”, como diz, quer ser a primeira mulher a assumir o governo de Goiás. Nos próximos 45 dias seu compromisso é levar o nome de José Eliton e as propostas do plano de governo à população do Estado. É o que contou à Tribuna do Planalto na entrevista a seguir.

Tribuna do PlanaltoComo uma vice faz campanha?

Raquel Teixeira Acompanhando o candidato a gover-

nador, dividindo as responsabilidades. Nesta eleição, particularmente, vou me desdobrar muito em nome do doutor José Eliton, que não pode tirar licença para fazer campanha como os outros fi -zeram. Ele não tem vice e José Vitti, que é presidente da Assembleia Legislati-va, também é candidato. José Eliton vai atravessar os 45 dias de campanha go-vernando. Ele leva isso muito a sério, seu foco é o governo. Fará campanha no in-tervalo do almoço, depois das 18h e aos sábados e domingos. Ele sabe que pode contar comigo. Vou me desdobrar, estan-do presente em mais lugares, levando o nome dele, apoiando e com muita von-tade de trabalhar. Não tenho preguiça de trabalhar.

Como tentar atingir, na campanha, os 246 municípios?

Começaremos com o comício de Goianésia, que é tradicional, já virou mito. Foi assim desde o primeiro gover-no Marconi. Teremos esse grande comí-cio de abertura e, a partir daí, sexta, sába-do e domingo já teremos várias frentes de carreata pelo Estado. José Eliton diri-ge um grupo; eu, outro. Marconi, outro; Lúcia Vânia; outro; e Sabrina e Valéria Perillo, outro. A ideia é, em duas sema-nas, abraçar todas as pequenas cidades, motivando a população, que ainda não entrou no clima da campanha. Eles têm de ver que passou o carro. José Eliton pas-sou aqui, a carreata passou aqui. A ideia não comício, nem parar. É chamar a atenção: ‘olha, gente, a campanha come-çou, estamos em campanha’. As maiores cidades terá tratamento diferenciado, com reuniões maiores, comícios. Mas há um planejamento para atingir mais de 200 municípios em 45 dias.

Como motivar o eleitor?Infelizmente a população não está

nenhum pouco ligada, o que é ruim para

que o governador era Marconi Perillo. Ele não tem ainda esse conhecimento da população.

Mas o tempo é curto.Muito curto. Vai ter que ser intensi-

fi cado com os programas de televisão, com as carreatas, com os comícios, com as redes sociais. Há o problema de não conhecimento de quem ele é. Mas o mais grave é que a população não está ligada na política ainda. Esse 9,9% refl ete aque-les que estão ligados. 15% da população é que está muito interessada em política. Então, o universo de quem não está nem aí é enorme. É isso que tem que ser con-quistado.

Ter uma mulher como vice diferencia José Eliton de Caiado e Daniel?

É uma postura de respeito à demo-cracia, de respeito à mulher, de compre-ensão do século 21, de entendimento das demandas e dar oportunidades a ho-mens e mulheres igualmente. Isso fi ca visível na própria fotografi a das chapas.

Mulher vota em mulher?Vota. Parte da minha escolha como

vice foi resultado da movimentação es-pontânea que a Educação fez. Em julho fui para o exterior, fi quei 15 dias. Não entrei nessa busca de espaço. A própria Educação se mobilizou e foi uma coisa muito espontânea. Por que? Por ser mu-lher. Não é qualquer mulher. As mulhe-res não querem qualquer mulher. Elas se reconhecem na mulher que construiu uma trajetória, lutou, abriu portas, cons-truiu um caminho. Elas querem se espe-lhar nessas mulheres que tiveram suces-so pelo esforço intelectual, moral. E tem o fato de ser professora. O mundo está carente de Educação. Os professores fi ze-ram essa mobilização porque estão mui-to orgulhosos de que a primeira mulher a assumir o governo de Goiás seja uma professora. Isso é simbólico, é importan-te, é uma valorização da categoria.

No caso de vitória, a sra. defende um percentual mínimo de mulheres no secretariado ou a criação da Secretaria da Mulher no governo José Eliton?

Nenhuma Secretaria será criada. Esti-ve com a presidente do Conselho de Mu-lheres, ela perguntou exatamente isso. Também recebi um pleito de criação da Secretaria da Igualdade Racial, hoje Se-cretaria da Mulher. Caiado anunciou a Secretaria da Agricultura. Se for atender todos os pleitos de recriação de Secreta-rias, vamos criar um Estado muito gran-de que, provavelmente, não dará conta dos compromissos, das tarefas que tem.

E a presença de mulheres no secretariado?

Nunca houve esse pleito, mas acho que o próprio José Eliton tem o desejo de fazer isso. Ele não anunciou ainda. Não sei, não discuti esse assunto com ele.

Eleita vice, voltaria para a Educação?

Eleita vice, cumprirei as tarefas que o governador determinar. Serei um pou-co como ele foi com Marconi: preciso de você aqui, ali. É possível que eu volte para a Educação, não sei. Vai ser determina-ção dele. Pode ser, pode não ser.

Nas conversas sobre estruturação da campanha, onde pode haver difi culdade de diálogo, além da Educação?

Como coordenadora do plano de governo, participei de reuniões com praticamente todos os segmentos: agri-cultura, pecuária, agronegócio, planeja-mento urbano. Tivemos um diálogo sa-tisfatório. Todos deixaram propostas por escrito que foram, na medida do possí-vel, incorporadas ao plano de governo. O desafi o do governo é grande, é um todo e tem que ter atenção igual para todas as áreas. Goiás é claramente um Estado celeiro de alimento, a agroindústria é importante, merece uma atenção muito especial. Criamos a Fundação de Ampa-ro à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg),

quando fui secretária de Ciência e Tecno-logia, e muitos dos arranjos produtivos locais eu que criei. O arranjo produtivo local leiteiro de São Luís de Montes Belos, por exemplo, foi com a Embrapa, com as pesquisas, com os pesquisadores. Parti-cularmente, tenho uma entrada e dis-cussão fácil com praticamente todas as áreas do governo.

Geraldo Alckmim também não está crescendo nas pesquisas. O PSDB não consegue atingir o grande público?

Consegue, vai conseguir. O que inte-ressa é o dia 7 de outubro, vamos esperar. Pesquisa agora é fi cção.

A sra. considera que José Eliton a escolheu também por ser conhecida em todo o Estado?

As propostas de escolha de vice eram baseadas principalmente no tempo de televisão, o que nas últimas campanhas tem sido um ativo valioso das coligações, e é importante, claro. Mas o pragma-tismo político levou essas coligações a extremos ruins, de efeito ruim. O gover-nador optou por uma escolha que não levava em conta o tempo de televisão, porque sou do mesmo partido. José Eli-ton considerou a capacidade de trazer novos segmentos, mulher, minorias, es-porte, cultura, onde tenho uma entrada realmente. E levou em conta a represen-tatividade, a afi nidade. As pessoas em um governo às vezes não pensam isso, no pragmatismo de fazer qualquer co-ligação, de arranjar tempo de televisão a qualquer custo. Isso precisa ser repen-sado. A gente nem sabe se a televisão vai ser o instrumento mais importante ou se serão outros meios de comunicação. Mas ele fez uma opção por uma pessoa com quem vai ter confi ança e tranquili-dade para trabalhar. No governo é muito difícil, e no próximo governo vai conti-nuar muito difícil. Tem a questão fi nan-ceira e fi scal. A situação do Brasil não é boa, as demandas são grandes. Ele sabe que terá em mim uma vice leal, amiga, conselheira quando quiser. Sabe que vai ter em mim uma pessoa que pode con-fi ar. Já pensou se pelo pragmatismo você escolhe alguém que depois vai dar pro-blema. Quantos casos... Isso não é bom para o Brasil, não é bom para a política. As demandas pelas realizações são mais importantes e requerem um grupo ou pelo menos duas pessoas no comando afi nadas. Ele sabe que vou ser o apoio sempre que ele precisar. Para o Estado isso é bom. Em um momento de rachas, divisões, de cá e de lá, a unidade é impor-tante. Essa unidade também é simbólica comparando as chapas.

O que defi nirá as eleições: rua ou rede social?

As duas coisas, e a televisão. Temos que avaliar. Mas acho que ainda televi-são. A gente terá esse tripé de demanda: rua, rede e tevê.

Como utilizar o tempo de tevê?Esse é outro problema do mundo

hoje. A tecnologia é ótima, mas propicia a criação de fake news. As pessoas que não estão acostumadas com as redes tendem a acreditar em qualquer coisa. Esse é um desafi o e a gente tem um acon-selhamento digital, claro, temos uma campanha digital para isso, para comba-ter essas fake news, tem que ter.

Candidata a vice governadora

RaqueleixeiraT

a assumir governo ser professora’‘É simbólico a 1ª mulher

a democracia, que pressupõe a participa-ção. Esse clima de desencanto é perigoso. Foi perigoso antes da Segunda Guerra Mundial, na escolha de Jânio Quadros, Fernando Collor de Mello como presi-dentes da República. Nesse espírito de desencanto, surge um salvador da pátria, algum demagogo e depois o país ou o Es-tado sofre sérias consequências. A gente tem que tentar balançar e levar para o eleitor à consciência de que a omissão não é o caminho. Quem decide a vida do cidadão é a política, é quem decide quan-to vou pagar de Imposto de Renda, se vou ter plano de saúde, atendimento em hos-pital público, escola para meu fi lho. Es-colhe se não vai ter bandido na rua para eu poder caminhar e quanto vou pagar de gasolina. O dia a dia do cidadão, das famílias, é decidido pela política. A omis-são, a descrença não são caminhos. A gente tem que entrar nela.

Vinte anos no poder também é uma difi culdade para motivar o eleitor?

É mais retórico do que fato. Os 20 anos desse grupo criaram uma nova era para Goiás. Os que são muito jovens, e já nasceram praticamente conhecendo só Marconi Perillo, não se lembram. Eu es-tava aqui em 98, fui convidada para fazer o plano de governo de Marconi Perillo. Fizemos um diagnóstico para defi nir e sugerir as políticas públicas de Educa-ção. Naquela época, o corpo docente do ensino fundamental da primeira à quar-ta série era formado por 127 professo-res com curso superior. A maioria tinha ensino médio completo ou incompleto e ainda tinha um contingente com fun-damental incompleto. Os índices de eva-são e de repetência eram acima de 40%. A Educação era muito ruim. Mães faziam fi las e fi las para conseguir vagas nas es-colas. As pessoas não se lembram disso. Outro exemplo é a Renda Cidadã, criada para se contrapor a um sentimento de humilhação que o pobre recebia porque tinha um espaço central de distribuição de cesta básica. Esse governo trouxe ins-trumentos de cidadania e de dignidade.

Marconi sempre teve faro e intuição po-lítica muito grande, voltados para o fu-turo, a modernidade. Goiás hoje se pro-jeta como um Estado exemplar, como celeiro de alimentos, com um agrone-gócio, agricultura e pecuária de ponta e com uma capacidade de exportação que não tinha. Goiás é outro Estado graças às políticas públicas que o Tempo Novo implementou. É claro que as demandas agora são outras. A vida é assim, a casa da gente é assim, na hora que você aca-ba de pagar a geladeira está na hora de trocar o carro. Na hora que você acaba de pagar o carro, tem que trocar a televisão. O Estado é a mesma coisa. Na hora que se atende uma demanda específi ca, há outras surgindo. Tanto que o plano de governo que foi entregue à sociedade pelo governador José Eliton tem uma continuidade daquelas políticas todas que foram lançadas em 1999.

Quais propostas podem ser apresentadas para o avanço da Educação?

A parcelada foi importante, ago-ra precisamos do mestrado profi s-sional. O mestrado das maiorias das faculdades é acadêmico, para quem deseja ser pesquisador em Educação. Muito importante e louvável. Só que não atende à de-manda do professor em sala de aula. Nos Estados Unidos tem uma diferença que a gente não tem no Brasil: a formação do acadêmico, o teórico que vai ser professor e pesquisador na universidade; e formação do professor para sala de aula. Vamos abrir para os professo-res da rede a oportunidade de fazer o mestrado como oferecemos a graduação no passado. Em relação ao aluno, hoje eles estão saindo do ensino médio porque precisam tra-balhar. Eles fazem até a quinta, a nona, mas no ensino médio têm que trabalhar. Lembrando o Salário Escola, vamos ter uma bolsa para o aluno do ensino mé-dio começando pelas escolas de tempo integral. As demandas agora são essas: socioemocional, permanência com su-cesso no ensino médio, capacitação dos professores. Também propomos uma bolsa tipo “Jovem Pesquisador”, “Jovem Cientista” para estimular a iniciação à ci-ência, e um amplo programa de ensino de língua inglesa, estimulando o inter-câmbio dos nossos alunos. Vamos avan-çar nessas demandas do século 21.

Qual é a estratégia para José Eliton crescer nas pesquisas?

José Eliton não é uma pessoa ainda conhecida, apesar de ter sido vice-go-vernador esses anos todos. Foi um vice discreto e cumpriu importantes tare-fas. Foi secretário de Desenvolvimento, da Segurança Pública e presidente da Celg. Onde o governador precisou, ele esteve presente e muito consciente de

PERFIL Raquel Figueiredo Alessandri Teixeira, conhecida como Raquel Teixeira. Professora titular de Linguística (aposentada) da

Universidade Federal de Goiás. Mestre pela UnB, Doutora em Linguística pela U.C. - Berkeley – EUA e possuo pós-doutorado em Língua e Cultura pela École d’Hautes Études, de Paris. Pesquisadora do CNPq e consultora do MEC, CAPES, CNPq entre outros. Fui deputada federal por dois mandatos ( 2003/2006 e 2007/2010). Ex-secretária de Ciência e Tecnologia e da Cidadania do Estado de Goiás, foi titular da pasta da Educação Cultura e Esporte de Goiás no período de 2015 a 2018.

O que poderia ser feito para apresentar novas propostas?

As novas propostas estão todas no plano de governo que foi apresentado. Um plano pé no chão, porque não adian-ta falar: ‘vou criar isso’, se não tem di-nheiro. É muito fácil fazer promessa e de-pois não ter como cumprir. Goiás já está avançando nesse sentido. O orçamento que vai para a Assembleia Legislativa é o orçamento real, que foi instituído pela ex-secretária Ana Carla. Antes os orça-mentos sempre foram peças fi ctícias, eram baseados no suposto crescimento que nunca acontecia. Hoje, diferente-mente da maioria dos Estados, Goiás tra-balha com orçamento real. Nós sabemos o que vai ter de dinheiro. Outros candi-datos não têm essa informação ou não levam a sério saber exatamente o que é o orçamento real. Estão prometendo coi-sas que não serão cumpridas.

Esse método mais condizente com a realidade do governo não prejudica a campanha?

Estamos fazendo uma campanha e um plano de governo. O plano de go-

verno não foi feito para ganhar a campanha. Foi feito para ter

uma diretriz verdadeira de metas a serem cumpridas. Já foi assim nesse último governo. Goiás já cumpriu 87% das metas. O Brasil está mudando, o mundo está mudando e as pesso-as querem o orçamento real. Os portais acom-panham, o plano está registrado no Tribunal Regional Eleitoral. A maioria dos estados brasileiros está com problema de prestação de contas, de cumpri-

mento das metas. Tem Estado que cumpriu pou-

quíssimo e a popula-ção está cobrando. Nós temos um plano para ser de fato implemen-tado. O plano tem basi-camente dois eixos. Um é a garantia dos avanços conquistados, consegui-dos nos últimos 20 anos.

Ninguém quer que acabe Renda Cidadã, Bolsa Universitária, Vapt Vupt e uma série de programas vitorio-sos que são desse grupo político que está aqui. E o único grupo político que pode garantir a manutenção somos nós. E há uma série de inovações a partir do que já existe, como a Bolsa do Aluno do Ensino Médio, do mestrado para os professores, Jovem Pesquisador, inglês, intercâmbio internacional. Isso é inovação.

Como destacar as propostas em 45 dias?

Está tudo aqui, no plano de governo. É mostrar na televisão, nas redes sociais e se comprometer.

Qual adversário mais difícil: MDB ou DEM?

Todos são candidatos respeitáveis, têm um contingente de apoio. Não sei, não parei para analisar quem é mais difícil. Estou concentrada em trabalhar, em construir nosso projeto, apresentar à população. Candidato não tem que esco-lher adversário, tem que trabalhar para ganhar.

7

A perda do PP, do PROS, PDT, DEM afeta muito a base?

Essa movimentação é normal, as pessoas se renovam dentro dos parti-dos. Hoje quem é o presidente de um partido tem um poder muito grande concentrado nas mãos, o que não tinha antes. Foram decisões de cúpulas que, mais do que levar o partido, na verdade, racharam. Todos esses partidos estão rachados. A cúpula do PP migrou, mas vários deputados, prefeitos continuam na base aliada. O PDT a mesma coisa. Faz parte do jogo político, os grupos se organizam em cada momento de-pendendo dos interesses partidários. É normal.

Page 7: OU NÃO. - Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2018/08/Tribuna-do... · governo de Goiás. Empresários ligados a alguns setores da ... Jânio Darrot (PSDB),

6 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Fabiola Rodrigues, Leicilane Tomazini e Vassil Oliveira

Raquel Teixeira é nome ligado instintivamente por qualquer pessoa à área da Educação. Professora universitária, foi deputada federal por dois mandatos, já esteve à frente da Secretaria de Ciência e

Tecnologia, quando implantou a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), e também da Secretaria de Cidadania. Mas seu maior legado está fi rmado na contribuição que deu ao governo Marconi Perillo em projetos voltados à Educação nas duas oportunidades em que comandou a Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). Em abril, deixoua Secretaria para se colocar à disposição do projeto eleitoral da base aliada ao governo, como vice na chapa majoritária ou primeira suplente na candidatura de Marconi Perillo ao Senado Federal. Indefi nição que perdurou até o dia da convenção do PSDB, em 5 de agosto, quando Raquel Teixeira foi confi rmada na vice de José Eliton. Agora é pé na estrada. Aos 72 anos de idade, longe de se “acomodar em casa”, como diz, quer ser a primeira mulher a assumir o governo de Goiás. Nos próximos 45 dias seu compromisso é levar o nome de José Eliton e as propostas do plano de governo à população do Estado. É o que contou à Tribuna do Planalto na entrevista a seguir.

Tribuna do PlanaltoComo uma vice faz campanha?

Raquel Teixeira Acompanhando o candidato a gover-

nador, dividindo as responsabilidades. Nesta eleição, particularmente, vou me desdobrar muito em nome do doutor José Eliton, que não pode tirar licença para fazer campanha como os outros fi -zeram. Ele não tem vice e José Vitti, que é presidente da Assembleia Legislati-va, também é candidato. José Eliton vai atravessar os 45 dias de campanha go-vernando. Ele leva isso muito a sério, seu foco é o governo. Fará campanha no in-tervalo do almoço, depois das 18h e aos sábados e domingos. Ele sabe que pode contar comigo. Vou me desdobrar, estan-do presente em mais lugares, levando o nome dele, apoiando e com muita von-tade de trabalhar. Não tenho preguiça de trabalhar.

Como tentar atingir, na campanha, os 246 municípios?

Começaremos com o comício de Goianésia, que é tradicional, já virou mito. Foi assim desde o primeiro gover-no Marconi. Teremos esse grande comí-cio de abertura e, a partir daí, sexta, sába-do e domingo já teremos várias frentes de carreata pelo Estado. José Eliton diri-ge um grupo; eu, outro. Marconi, outro; Lúcia Vânia; outro; e Sabrina e Valéria Perillo, outro. A ideia é, em duas sema-nas, abraçar todas as pequenas cidades, motivando a população, que ainda não entrou no clima da campanha. Eles têm de ver que passou o carro. José Eliton pas-sou aqui, a carreata passou aqui. A ideia não comício, nem parar. É chamar a atenção: ‘olha, gente, a campanha come-çou, estamos em campanha’. As maiores cidades terá tratamento diferenciado, com reuniões maiores, comícios. Mas há um planejamento para atingir mais de 200 municípios em 45 dias.

Como motivar o eleitor?Infelizmente a população não está

nenhum pouco ligada, o que é ruim para

que o governador era Marconi Perillo. Ele não tem ainda esse conhecimento da população.

Mas o tempo é curto.Muito curto. Vai ter que ser intensi-

fi cado com os programas de televisão, com as carreatas, com os comícios, com as redes sociais. Há o problema de não conhecimento de quem ele é. Mas o mais grave é que a população não está ligada na política ainda. Esse 9,9% refl ete aque-les que estão ligados. 15% da população é que está muito interessada em política. Então, o universo de quem não está nem aí é enorme. É isso que tem que ser con-quistado.

Ter uma mulher como vice diferencia José Eliton de Caiado e Daniel?

É uma postura de respeito à demo-cracia, de respeito à mulher, de compre-ensão do século 21, de entendimento das demandas e dar oportunidades a ho-mens e mulheres igualmente. Isso fi ca visível na própria fotografi a das chapas.

Mulher vota em mulher?Vota. Parte da minha escolha como

vice foi resultado da movimentação es-pontânea que a Educação fez. Em julho fui para o exterior, fi quei 15 dias. Não entrei nessa busca de espaço. A própria Educação se mobilizou e foi uma coisa muito espontânea. Por que? Por ser mu-lher. Não é qualquer mulher. As mulhe-res não querem qualquer mulher. Elas se reconhecem na mulher que construiu uma trajetória, lutou, abriu portas, cons-truiu um caminho. Elas querem se espe-lhar nessas mulheres que tiveram suces-so pelo esforço intelectual, moral. E tem o fato de ser professora. O mundo está carente de Educação. Os professores fi ze-ram essa mobilização porque estão mui-to orgulhosos de que a primeira mulher a assumir o governo de Goiás seja uma professora. Isso é simbólico, é importan-te, é uma valorização da categoria.

No caso de vitória, a sra. defende um percentual mínimo de mulheres no secretariado ou a criação da Secretaria da Mulher no governo José Eliton?

Nenhuma Secretaria será criada. Esti-ve com a presidente do Conselho de Mu-lheres, ela perguntou exatamente isso. Também recebi um pleito de criação da Secretaria da Igualdade Racial, hoje Se-cretaria da Mulher. Caiado anunciou a Secretaria da Agricultura. Se for atender todos os pleitos de recriação de Secreta-rias, vamos criar um Estado muito gran-de que, provavelmente, não dará conta dos compromissos, das tarefas que tem.

E a presença de mulheres no secretariado?

Nunca houve esse pleito, mas acho que o próprio José Eliton tem o desejo de fazer isso. Ele não anunciou ainda. Não sei, não discuti esse assunto com ele.

Eleita vice, voltaria para a Educação?

Eleita vice, cumprirei as tarefas que o governador determinar. Serei um pou-co como ele foi com Marconi: preciso de você aqui, ali. É possível que eu volte para a Educação, não sei. Vai ser determina-ção dele. Pode ser, pode não ser.

Nas conversas sobre estruturação da campanha, onde pode haver difi culdade de diálogo, além da Educação?

Como coordenadora do plano de governo, participei de reuniões com praticamente todos os segmentos: agri-cultura, pecuária, agronegócio, planeja-mento urbano. Tivemos um diálogo sa-tisfatório. Todos deixaram propostas por escrito que foram, na medida do possí-vel, incorporadas ao plano de governo. O desafi o do governo é grande, é um todo e tem que ter atenção igual para todas as áreas. Goiás é claramente um Estado celeiro de alimento, a agroindústria é importante, merece uma atenção muito especial. Criamos a Fundação de Ampa-ro à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg),

quando fui secretária de Ciência e Tecno-logia, e muitos dos arranjos produtivos locais eu que criei. O arranjo produtivo local leiteiro de São Luís de Montes Belos, por exemplo, foi com a Embrapa, com as pesquisas, com os pesquisadores. Parti-cularmente, tenho uma entrada e dis-cussão fácil com praticamente todas as áreas do governo.

Geraldo Alckmim também não está crescendo nas pesquisas. O PSDB não consegue atingir o grande público?

Consegue, vai conseguir. O que inte-ressa é o dia 7 de outubro, vamos esperar. Pesquisa agora é fi cção.

A sra. considera que José Eliton a escolheu também por ser conhecida em todo o Estado?

As propostas de escolha de vice eram baseadas principalmente no tempo de televisão, o que nas últimas campanhas tem sido um ativo valioso das coligações, e é importante, claro. Mas o pragma-tismo político levou essas coligações a extremos ruins, de efeito ruim. O gover-nador optou por uma escolha que não levava em conta o tempo de televisão, porque sou do mesmo partido. José Eli-ton considerou a capacidade de trazer novos segmentos, mulher, minorias, es-porte, cultura, onde tenho uma entrada realmente. E levou em conta a represen-tatividade, a afi nidade. As pessoas em um governo às vezes não pensam isso, no pragmatismo de fazer qualquer co-ligação, de arranjar tempo de televisão a qualquer custo. Isso precisa ser repen-sado. A gente nem sabe se a televisão vai ser o instrumento mais importante ou se serão outros meios de comunicação. Mas ele fez uma opção por uma pessoa com quem vai ter confi ança e tranquili-dade para trabalhar. No governo é muito difícil, e no próximo governo vai conti-nuar muito difícil. Tem a questão fi nan-ceira e fi scal. A situação do Brasil não é boa, as demandas são grandes. Ele sabe que terá em mim uma vice leal, amiga, conselheira quando quiser. Sabe que vai ter em mim uma pessoa que pode con-fi ar. Já pensou se pelo pragmatismo você escolhe alguém que depois vai dar pro-blema. Quantos casos... Isso não é bom para o Brasil, não é bom para a política. As demandas pelas realizações são mais importantes e requerem um grupo ou pelo menos duas pessoas no comando afi nadas. Ele sabe que vou ser o apoio sempre que ele precisar. Para o Estado isso é bom. Em um momento de rachas, divisões, de cá e de lá, a unidade é impor-tante. Essa unidade também é simbólica comparando as chapas.

O que defi nirá as eleições: rua ou rede social?

As duas coisas, e a televisão. Temos que avaliar. Mas acho que ainda televi-são. A gente terá esse tripé de demanda: rua, rede e tevê.

Como utilizar o tempo de tevê?Esse é outro problema do mundo

hoje. A tecnologia é ótima, mas propicia a criação de fake news. As pessoas que não estão acostumadas com as redes tendem a acreditar em qualquer coisa. Esse é um desafi o e a gente tem um acon-selhamento digital, claro, temos uma campanha digital para isso, para comba-ter essas fake news, tem que ter.

Candidata a vice governadora

RaqueleixeiraT

a assumir governo ser professora’‘É simbólico a 1ª mulher

a democracia, que pressupõe a participa-ção. Esse clima de desencanto é perigoso. Foi perigoso antes da Segunda Guerra Mundial, na escolha de Jânio Quadros, Fernando Collor de Mello como presi-dentes da República. Nesse espírito de desencanto, surge um salvador da pátria, algum demagogo e depois o país ou o Es-tado sofre sérias consequências. A gente tem que tentar balançar e levar para o eleitor à consciência de que a omissão não é o caminho. Quem decide a vida do cidadão é a política, é quem decide quan-to vou pagar de Imposto de Renda, se vou ter plano de saúde, atendimento em hos-pital público, escola para meu fi lho. Es-colhe se não vai ter bandido na rua para eu poder caminhar e quanto vou pagar de gasolina. O dia a dia do cidadão, das famílias, é decidido pela política. A omis-são, a descrença não são caminhos. A gente tem que entrar nela.

Vinte anos no poder também é uma difi culdade para motivar o eleitor?

É mais retórico do que fato. Os 20 anos desse grupo criaram uma nova era para Goiás. Os que são muito jovens, e já nasceram praticamente conhecendo só Marconi Perillo, não se lembram. Eu es-tava aqui em 98, fui convidada para fazer o plano de governo de Marconi Perillo. Fizemos um diagnóstico para defi nir e sugerir as políticas públicas de Educa-ção. Naquela época, o corpo docente do ensino fundamental da primeira à quar-ta série era formado por 127 professo-res com curso superior. A maioria tinha ensino médio completo ou incompleto e ainda tinha um contingente com fun-damental incompleto. Os índices de eva-são e de repetência eram acima de 40%. A Educação era muito ruim. Mães faziam fi las e fi las para conseguir vagas nas es-colas. As pessoas não se lembram disso. Outro exemplo é a Renda Cidadã, criada para se contrapor a um sentimento de humilhação que o pobre recebia porque tinha um espaço central de distribuição de cesta básica. Esse governo trouxe ins-trumentos de cidadania e de dignidade.

Marconi sempre teve faro e intuição po-lítica muito grande, voltados para o fu-turo, a modernidade. Goiás hoje se pro-jeta como um Estado exemplar, como celeiro de alimentos, com um agrone-gócio, agricultura e pecuária de ponta e com uma capacidade de exportação que não tinha. Goiás é outro Estado graças às políticas públicas que o Tempo Novo implementou. É claro que as demandas agora são outras. A vida é assim, a casa da gente é assim, na hora que você aca-ba de pagar a geladeira está na hora de trocar o carro. Na hora que você acaba de pagar o carro, tem que trocar a televisão. O Estado é a mesma coisa. Na hora que se atende uma demanda específi ca, há outras surgindo. Tanto que o plano de governo que foi entregue à sociedade pelo governador José Eliton tem uma continuidade daquelas políticas todas que foram lançadas em 1999.

Quais propostas podem ser apresentadas para o avanço da Educação?

A parcelada foi importante, ago-ra precisamos do mestrado profi s-sional. O mestrado das maiorias das faculdades é acadêmico, para quem deseja ser pesquisador em Educação. Muito importante e louvável. Só que não atende à de-manda do professor em sala de aula. Nos Estados Unidos tem uma diferença que a gente não tem no Brasil: a formação do acadêmico, o teórico que vai ser professor e pesquisador na universidade; e formação do professor para sala de aula. Vamos abrir para os professo-res da rede a oportunidade de fazer o mestrado como oferecemos a graduação no passado. Em relação ao aluno, hoje eles estão saindo do ensino médio porque precisam tra-balhar. Eles fazem até a quinta, a nona, mas no ensino médio têm que trabalhar. Lembrando o Salário Escola, vamos ter uma bolsa para o aluno do ensino mé-dio começando pelas escolas de tempo integral. As demandas agora são essas: socioemocional, permanência com su-cesso no ensino médio, capacitação dos professores. Também propomos uma bolsa tipo “Jovem Pesquisador”, “Jovem Cientista” para estimular a iniciação à ci-ência, e um amplo programa de ensino de língua inglesa, estimulando o inter-câmbio dos nossos alunos. Vamos avan-çar nessas demandas do século 21.

Qual é a estratégia para José Eliton crescer nas pesquisas?

José Eliton não é uma pessoa ainda conhecida, apesar de ter sido vice-go-vernador esses anos todos. Foi um vice discreto e cumpriu importantes tare-fas. Foi secretário de Desenvolvimento, da Segurança Pública e presidente da Celg. Onde o governador precisou, ele esteve presente e muito consciente de

PERFIL Raquel Figueiredo Alessandri Teixeira, conhecida como Raquel Teixeira. Professora titular de Linguística (aposentada) da

Universidade Federal de Goiás. Mestre pela UnB, Doutora em Linguística pela U.C. - Berkeley – EUA e possuo pós-doutorado em Língua e Cultura pela École d’Hautes Études, de Paris. Pesquisadora do CNPq e consultora do MEC, CAPES, CNPq entre outros. Fui deputada federal por dois mandatos ( 2003/2006 e 2007/2010). Ex-secretária de Ciência e Tecnologia e da Cidadania do Estado de Goiás, foi titular da pasta da Educação Cultura e Esporte de Goiás no período de 2015 a 2018.

O que poderia ser feito para apresentar novas propostas?

As novas propostas estão todas no plano de governo que foi apresentado. Um plano pé no chão, porque não adian-ta falar: ‘vou criar isso’, se não tem di-nheiro. É muito fácil fazer promessa e de-pois não ter como cumprir. Goiás já está avançando nesse sentido. O orçamento que vai para a Assembleia Legislativa é o orçamento real, que foi instituído pela ex-secretária Ana Carla. Antes os orça-mentos sempre foram peças fi ctícias, eram baseados no suposto crescimento que nunca acontecia. Hoje, diferente-mente da maioria dos Estados, Goiás tra-balha com orçamento real. Nós sabemos o que vai ter de dinheiro. Outros candi-datos não têm essa informação ou não levam a sério saber exatamente o que é o orçamento real. Estão prometendo coi-sas que não serão cumpridas.

Esse método mais condizente com a realidade do governo não prejudica a campanha?

Estamos fazendo uma campanha e um plano de governo. O plano de go-

verno não foi feito para ganhar a campanha. Foi feito para ter

uma diretriz verdadeira de metas a serem cumpridas. Já foi assim nesse último governo. Goiás já cumpriu 87% das metas. O Brasil está mudando, o mundo está mudando e as pesso-as querem o orçamento real. Os portais acom-panham, o plano está registrado no Tribunal Regional Eleitoral. A maioria dos estados brasileiros está com problema de prestação de contas, de cumpri-

mento das metas. Tem Estado que cumpriu pou-

quíssimo e a popula-ção está cobrando. Nós temos um plano para ser de fato implemen-tado. O plano tem basi-camente dois eixos. Um é a garantia dos avanços conquistados, consegui-dos nos últimos 20 anos.

Ninguém quer que acabe Renda Cidadã, Bolsa Universitária, Vapt Vupt e uma série de programas vitorio-sos que são desse grupo político que está aqui. E o único grupo político que pode garantir a manutenção somos nós. E há uma série de inovações a partir do que já existe, como a Bolsa do Aluno do Ensino Médio, do mestrado para os professores, Jovem Pesquisador, inglês, intercâmbio internacional. Isso é inovação.

Como destacar as propostas em 45 dias?

Está tudo aqui, no plano de governo. É mostrar na televisão, nas redes sociais e se comprometer.

Qual adversário mais difícil: MDB ou DEM?

Todos são candidatos respeitáveis, têm um contingente de apoio. Não sei, não parei para analisar quem é mais difícil. Estou concentrada em trabalhar, em construir nosso projeto, apresentar à população. Candidato não tem que esco-lher adversário, tem que trabalhar para ganhar.

7

A perda do PP, do PROS, PDT, DEM afeta muito a base?

Essa movimentação é normal, as pessoas se renovam dentro dos parti-dos. Hoje quem é o presidente de um partido tem um poder muito grande concentrado nas mãos, o que não tinha antes. Foram decisões de cúpulas que, mais do que levar o partido, na verdade, racharam. Todos esses partidos estão rachados. A cúpula do PP migrou, mas vários deputados, prefeitos continuam na base aliada. O PDT a mesma coisa. Faz parte do jogo político, os grupos se organizam em cada momento de-pendendo dos interesses partidários. É normal.

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8 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Samuel Straioto

Nas eleições ao governo estadual há sete can-didatos a governador

e, naturalmente, sete postu-lantes à vice. A principal fun-ção desse parceiro de chapa, e de mandato, é ser o substituto imediato do titular do cargo quando necessário. Em Goiás, ao longo das últimas décadas, ocupar esse espaço não tem sido um mau negócio. De co-adjuvantes, os vices passaram a ser protagonistas. Na dis-puta que ganhou as ruas na semana passada, os vice-go-vernadoriáveis já exercem pa-pel ativo. Ajudam o candidato principal a dialogar com a so-ciedade na busca pelos votos.

No início da década de 1990, Maguito Vilela foi vice do governador Iris Rezende, ambos do PMDB. Na eleição de 1994, Maguito sucedeu a Iris como candidato peemedebis-ta. Foi eleito. Nos anos 2000, Al-cides Rodrigues, então no PPB, ocupava a vice de Marconi Pe-rillo (PSDB) no Palácio das Es-meraldas. Em 2006, o líder tu-cano deixou o governo, Alcides assumiu, buscou a reeleição e venceu. Logo depois, Marconi e Alcides romperam. Eleições 2018: José Eliton (PSDB), vice de Marconi Perillo nos dois

Nada de fi gura decorativa. A importância do vice varia de pessoa para pessoa, defende o deputado estadual Lincoln Tejota. No caso dele, argumen-ta, seu nome oferece à base de Caiado uma boa chapa para a eleição de deputados estadu-ais.

Até a reta fi nal do período de pré-campanha, Tejota era da base do atual governo. Rece-beu convite de Ronaldo Caiado para ser vice e mudou de lado. Lincoln explica o fato: a deci-são de ir para a oposição foi tomada por ele acreditar que o chamado Tempo Novo “está em um processo de esgotamento”. “Quando se encerra um ciclo, é um momento de discussão de novos projetos, de novas ideias. Temos encontrado espaço para isso. Tenho conversado com minha base”, ressalta.

Situação semelhante viven-cia o deputado federal Heuler Cruvinel (PP). Até os dias que antecederam as convenções, Heuler fazia parte da base de

A vez dos vices

De que lado eu vou

CANDIDATOS A VICE-GOVERNADOR REJEITAM RÓTULO DE COADJUVANTE, NA ELEIÇÃO OU NO GOVERNO

últimos mandatos, percorre o mesmo trajeto de Maguito e Alcides. De vice, tornou-se governador e briga por mais quatro anos no governo.

Vice é a pessoa mais próxi-ma do cabeça de chapa. Não precisa chegar ao lugar do titular para fazer alguma di-ferença. Ainda no período de campanha, o auxiliar pode colaborar na apresentação de propostas, dialogando com a sociedade e somando forças. É válido, portanto, entender os principais fatores envolvidos na escolha de um vice e o pa-pel exercido dentro do proces-so eleitoral.

José Eliton. Trocou de lado e assumiu a vice de Daniel Vile-la. Agora tem procurado con-versar com os apoiadores, es-pecialmente os prefeitos que compõem sua própria base como deputado.

A justifi cativa da troca, diz, é o projeto apresentado no MDB. Heuler Cruvinel o consi-dera mais interessante que o do tucano. “Depois de ouvir os três projetos para Goiás, acredi-tamos na renovação, nas boas ideias. Estamos conversando com toda a base, com o parti-do, com os prefeitos. Eles têm entendido, têm nos apoiado”, reforçou o candidato em entre-vista à Tribuna do Planalto.

ConexõesNo senso comum, o vice é

um tapa-buracos. Já os candi-datos se consideram longe dis-so. Todos reforçam que estão ativamente na disputa, no pa-pel de articuladores políticos. Além disso, ponto bastante res-saltado por eles, é a afi nidade

com o candidato ao governo de Goiás. Tanto na eleição, quanto em um possível mandato.

A relação de José Eliton e Marconi Perillo, enquanto vice e governador de Goiás, é exemplo para Raquel Teixeira. A ex-secretária da Seduce, que acompanha Eliton na eleição, afi rma que os dois tiveram bastante sintonia e que terá essa mesma afi nidade admi-nistrativa com o titular da cha-pa tucana. Ela argumenta que a relação deve ser pautada com experiência, maturidade, ca-pacidade de gestão e com con-fi ança recíproca.

Raquel Teixeira observa que os desafi os a serem enfrenta-dos durante e após a campa-nha eleitoral exige uma dupla afi nada. “José Eliton sabe que terá uma grande parceira em mim, uma escolha. A gente vê que em alguns casos não há sintonia. Isso é muito ruim. É preciso harmonia e uma bus-ca conjunta das metas fi nais”, explica.

Kátia Maria (PT) e o vice dela Nivaldo Santos (PCdoB) estão alinhados, a começar pela pro-fi ssão. Os dois são professores. Nivaldo salienta que se sente bem ao fazer parte do proje-to dos dois partidos que estão unidos em planos nacional e local. O vice ressaltou que co-nhece o Estado, já viajou bas-tante por diversas regiões de Goiás.

Ele argumentou conhecer os problemas da sociedade goiana e por isso tem condi-ções de apresentar contribui-ções na chapa de Kátia Maria. “Viajei por esse Estado desde a juventude, conheço Goiás, sei dos problemas desse estado. Vamos governar para as pesso-as, para o povo e atender as rei-vindicações sociais”, fi naliza.

Fato é que os candidatos a vice merecem uma atenção especial. O voto no protagonis-ta, no candidato a governador, automaticamente é dado tam-bém ao seu companheiro de chapa.

Raquel Teixeira (PSDB) Heuler Cruvinel (PP)

Bruna Venceslau (PCB)

Nildinha (Psol)

Nivaldo Santos (PCdoB)

Lincoln Tejota (Pros)

José Geraldo (PCO)

Lincoln Tejota (Pros)Deixou a base aliada e acompanha Ronaldo Caiado (DEM)

Raquel Teixeira (PSDB)Cotada para a vice ou 1º suplente (Senado), foi escolhida para a vice de José Eliton

Heuler Cruvinel (PP)Fez parte da base até as vésperas das convenções. Agora é vice de Daniel Vilela (MDB)

Lincoln Tejota (Pros)Deixou a base aliada e acompanha Ronaldo Caiado (DEM)

Nivaldo Santos (PCdoB)Vice de Kátia Maria (PT)

Nildinha (Psol)Vice de Weslei Garcia (Psol)

Bruna Venceslau (PCB) Vice de Marcelo Lira (PCB)

José Geraldo (PCO) Vice de Alda Lúcia (PCO)

Quem está com quem

9 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Campanha com potencial

de vitória, regra geral, é sempre a que possui uma melhor estratégia de comunicação integrada, e se vale de multicanais de comunicação

Vassil Oliveira

Mais que tempo de tevê ou a relação de forças entre canais tradicionais e novas tecnologias, o sucesso da estratégia dos candidatos dependerá da qualidade do

material de campanha e da integração dos meios disponíveis para levar a mensagem até o eleitor. Especialista em marketing eleitoral e doutorando em Ciências da Comunicação, Marcos Marinho comenta sobre o início do horário eleitoral gratuito na tevê e rádio nesta entrevista à Tribuna do Planalto.

Tribuna do PlanaltoEm Goiás, o que vale mais, quanto pesa na defi nição do voto: programa eleitoral na tevê/ rádio ou redes sociais?

Marcos MarinhoNão considero prudente

apontar um ou outro canal de co-municação como sendo mais ou menos importante no contexto político-eleitoral. Cada meio de comunicação tem sua função e abrangência, e funciona melhor quando atua de modo integrado aos outros meios. Pelas próprias características de cada canal é possível percebermos o modo como ele será melhor utilizado e como vai compor dentro da estratégia comunicacional dos candidatos em relação a cada tipo de público que pretendem atingir. Penso que essa eleição não será marcada pela força da internet, mas pela integração entre canais da web e canais tra-dicionais já consolidados, como tevê e rádio. Uns funcionando melhor para a disseminação das mensagens e outros para a mobilização e engajamento da militância. O fundamental, seja na comunicação via tevê/rádio ou pelas redes sociais digitais, é apresentar um conteúdo de qua-lidade que seja capaz de atrair a atenção, despertar afeição e conduzir à ação de engajamen-to/participação na campanha e voto, que é o objetivo.

Especialista em marketing eleitoral e

doutor em Ciências da Comunicação

Marcos arinho

“O período eleitoral deixapouco espaço para quem não quer saber de política”

Como resolver uma questão: a grande quantidade de antenas parabólicas e o aparente desinteresse do eleitor pela disputa?

As antenas parabólicas são uma realidade mais presente nas cidades do interior e me-nos na capital. Ocupando o es-paço da tevê nessas cidades me-nores poderemos ter o rádio, que é um meio bastante con-sumido no interior pela fun-ção social e informativa que possui. Além do rádio, será fun-damental a atuação da militân-cia, dos cabos eleitorais e das outras ações de campanha que podem acessar diretamente os eleitores. Sobre o desinteresse, já é mais complicado buscar alternativas. Há, sem dúvidas, uma parcela da população que não vai se envolver no processo eleitoral e quanto a esses não há o que fazer agora. Mas há também uma parcela que diz não estar interessada, porém quando o assunto virar pau-ta das rodas de conversa e dos grupos sociais, essas pessoas vão acabar se envolvendo, mes-mo que minimamente, para não fi car “de fora dos assuntos”. O período eleitoral deixa pouco espaço para quem não quer sa-ber de política.

As ‘pílulas’ eleitorais são mais importantes que os programas?

As pílulas possuem a van-tagem de agir “de surpresa”

junto ao eleitor. No ho-rário eleitoral já há uma signifi cação prévia do

próprio programa, e uma preparação para aquele mo-

mento. O eleitor, geralmente, já parte para assisti-lo com algum nível de precaução, até meio “armado” contra as mensagens que receberá – o que não o isenta de ser impactado, mas já levanta barreiras. No caso das pílulas, por estarem integra-das na programação normal dos canais, funcionam como os comerciais que o eleitor está acostumado a receber e para os quais ainda não está tão fe-chado. Penso que as pílulas têm um papel importante no esta-belecimento da conexão como o eleitor, mas não são sufi cien-tes em si para conduzir o voto. Precisam estar bem conectadas com a propaganda eleitoral, às peças de rua e àquelas que se-rão veiculadas nas redes sociais digitais e nos mensageiros ele-trônicos como o WhatsApp.

Caiado lidera as pesquisas mas tem tempo menor de tevê que Daniel e Eliton no programa eleitoral. Qual o peso dessa equação?

Caiado possui menos tem-po, mas ostenta o maior nível de conhecimento entre os elei-tores. Possui boa estrutura de partidos e boa capilaridade nos municípios, o que lhe permite

potencializar sua comunica-ção junto ao eleitor. Utilizado de modo estratégico, o tempo que possui pode ser maximi-zado em associação aos outros canais de comunicação que já mencionei, dando ao candi-dato capacidade de exposição e abrangência de suas mensa-gens. Seria um problema maior se Caiado não contasse com o recall e estrutura que possui. O menor tempo de tevê e rádio, se bem usado, pode ser sufi ciente. Um ponto capaz de prejudicá-lo é se seus adversários centrarem seus ataques contra ele no horá-rio televisivo. Seria problemáti-co usar do tempo menor para se defender e acabar sem ter como apresentar suas propostas.

Na disputa pelo Senado, tevê terá importância igual à de governo?

As campanhas para Senado e governo possuem caracterís-ticas e signifi cações diferentes. O papel da tevê no caso dos pos-tulantes ao senado é similar no tocante à consolidação da ima-gem e da disseminação do con-teúdo. Porém, como é sabido, o tempo para os candidatos ao senado é sempre menor do que o dos postulantes ao cargo exe-cutivo. Sendo assim, é funda-mental que estas campanhas possuam outras estratégias de envolvimento e engajamento dos eleitores e da militância. A tevê consolida a imagem, mas também não ganha voto sozi-nha! Uma campanha com po-tencial de vitória, regra geral, é sempre aquela que possui uma melhor estratégia de comuni-cação integrada, e que se vale de multicanais de comunicação.

Ainda sobre Senado: Marconi Perillo é o centro de uma guerra, com seus 20 anos de poder em

julgamento. Eleição será plebiscitaria é isso pode ter a tevê e o rádio como palco?

Não enxergo essa eleição como plebiscitária. Marconi tem seus próprios desafi os além do interesse em sagrar vi-torioso o grupo que capitaneia no poder estadual. Reconheci-do como líder de um aglome-rado de partidos no governo há 20 anos, o ex-governador preci-sa dividir sua atenção entre sua própria campanha ao Senado, que percebemos pelas últimas pesquisas não estar lhe dando tanta tranquilidade, a campa-nha de José Eliton e ainda a de Alckmin, em nível nacional. Reconheço que a rejeição ao nome de Marconi pode custar votos a Zé Eliton, mas a adesão ao ex-governador não garan-te diretamente apoio ao atual ocupante do Palácio da Esme-raldas. Para além disso, acredito que o próprio atual governador vai tentar/precisar imprimir a sua marca nessa campanha a fi m de se mostrar como um po-lítico maduro para governar. Só esse período em que está ocu-pando a vacância deixada por Marconi não o cacifa totalmen-te aos olhos dos eleitores. As mídias tradicionais ocuparão seu espaço na disseminação de conteúdo e na consolidação da imagem que ora será exposta para a população, têm seu peso, mas dependem muito da quali-dade e do tipo de conteúdo que nelas será veiculado para dar o tom que os eleitores usarão para avaliar Marconi, Eliton e toda base aliada. Vale lembrar que neste ano, até o momento, temos três candidaturas com potencial de vitória, e o julga-mento dos eleitores, por mais que leve em consideração o pa-pel de Marconi Perillo, vai mui-to além dele.

Mônica Salvador

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Samuel Straioto

Nas eleições ao governo estadual há sete can-didatos a governador

e, naturalmente, sete postu-lantes à vice. A principal fun-ção desse parceiro de chapa, e de mandato, é ser o substituto imediato do titular do cargo quando necessário. Em Goiás, ao longo das últimas décadas, ocupar esse espaço não tem sido um mau negócio. De co-adjuvantes, os vices passaram a ser protagonistas. Na dis-puta que ganhou as ruas na semana passada, os vice-go-vernadoriáveis já exercem pa-pel ativo. Ajudam o candidato principal a dialogar com a so-ciedade na busca pelos votos.

No início da década de 1990, Maguito Vilela foi vice do governador Iris Rezende, ambos do PMDB. Na eleição de 1994, Maguito sucedeu a Iris como candidato peemedebis-ta. Foi eleito. Nos anos 2000, Al-cides Rodrigues, então no PPB, ocupava a vice de Marconi Pe-rillo (PSDB) no Palácio das Es-meraldas. Em 2006, o líder tu-cano deixou o governo, Alcides assumiu, buscou a reeleição e venceu. Logo depois, Marconi e Alcides romperam. Eleições 2018: José Eliton (PSDB), vice de Marconi Perillo nos dois

Nada de fi gura decorativa. A importância do vice varia de pessoa para pessoa, defende o deputado estadual Lincoln Tejota. No caso dele, argumen-ta, seu nome oferece à base de Caiado uma boa chapa para a eleição de deputados estadu-ais.

Até a reta fi nal do período de pré-campanha, Tejota era da base do atual governo. Rece-beu convite de Ronaldo Caiado para ser vice e mudou de lado. Lincoln explica o fato: a deci-são de ir para a oposição foi tomada por ele acreditar que o chamado Tempo Novo “está em um processo de esgotamento”. “Quando se encerra um ciclo, é um momento de discussão de novos projetos, de novas ideias. Temos encontrado espaço para isso. Tenho conversado com minha base”, ressalta.

Situação semelhante viven-cia o deputado federal Heuler Cruvinel (PP). Até os dias que antecederam as convenções, Heuler fazia parte da base de

A vez dos vices

De que lado eu vou

CANDIDATOS A VICE-GOVERNADOR REJEITAM RÓTULO DE COADJUVANTE, NA ELEIÇÃO OU NO GOVERNO

últimos mandatos, percorre o mesmo trajeto de Maguito e Alcides. De vice, tornou-se governador e briga por mais quatro anos no governo.

Vice é a pessoa mais próxi-ma do cabeça de chapa. Não precisa chegar ao lugar do titular para fazer alguma di-ferença. Ainda no período de campanha, o auxiliar pode colaborar na apresentação de propostas, dialogando com a sociedade e somando forças. É válido, portanto, entender os principais fatores envolvidos na escolha de um vice e o pa-pel exercido dentro do proces-so eleitoral.

José Eliton. Trocou de lado e assumiu a vice de Daniel Vile-la. Agora tem procurado con-versar com os apoiadores, es-pecialmente os prefeitos que compõem sua própria base como deputado.

A justifi cativa da troca, diz, é o projeto apresentado no MDB. Heuler Cruvinel o consi-dera mais interessante que o do tucano. “Depois de ouvir os três projetos para Goiás, acredi-tamos na renovação, nas boas ideias. Estamos conversando com toda a base, com o parti-do, com os prefeitos. Eles têm entendido, têm nos apoiado”, reforçou o candidato em entre-vista à Tribuna do Planalto.

ConexõesNo senso comum, o vice é

um tapa-buracos. Já os candi-datos se consideram longe dis-so. Todos reforçam que estão ativamente na disputa, no pa-pel de articuladores políticos. Além disso, ponto bastante res-saltado por eles, é a afi nidade

com o candidato ao governo de Goiás. Tanto na eleição, quanto em um possível mandato.

A relação de José Eliton e Marconi Perillo, enquanto vice e governador de Goiás, é exemplo para Raquel Teixeira. A ex-secretária da Seduce, que acompanha Eliton na eleição, afi rma que os dois tiveram bastante sintonia e que terá essa mesma afi nidade admi-nistrativa com o titular da cha-pa tucana. Ela argumenta que a relação deve ser pautada com experiência, maturidade, ca-pacidade de gestão e com con-fi ança recíproca.

Raquel Teixeira observa que os desafi os a serem enfrenta-dos durante e após a campa-nha eleitoral exige uma dupla afi nada. “José Eliton sabe que terá uma grande parceira em mim, uma escolha. A gente vê que em alguns casos não há sintonia. Isso é muito ruim. É preciso harmonia e uma bus-ca conjunta das metas fi nais”, explica.

Kátia Maria (PT) e o vice dela Nivaldo Santos (PCdoB) estão alinhados, a começar pela pro-fi ssão. Os dois são professores. Nivaldo salienta que se sente bem ao fazer parte do proje-to dos dois partidos que estão unidos em planos nacional e local. O vice ressaltou que co-nhece o Estado, já viajou bas-tante por diversas regiões de Goiás.

Ele argumentou conhecer os problemas da sociedade goiana e por isso tem condi-ções de apresentar contribui-ções na chapa de Kátia Maria. “Viajei por esse Estado desde a juventude, conheço Goiás, sei dos problemas desse estado. Vamos governar para as pesso-as, para o povo e atender as rei-vindicações sociais”, fi naliza.

Fato é que os candidatos a vice merecem uma atenção especial. O voto no protagonis-ta, no candidato a governador, automaticamente é dado tam-bém ao seu companheiro de chapa.

Raquel Teixeira (PSDB) Heuler Cruvinel (PP)

Bruna Venceslau (PCB)

Nildinha (Psol)

Nivaldo Santos (PCdoB)

Lincoln Tejota (Pros)

José Geraldo (PCO)

Lincoln Tejota (Pros)Deixou a base aliada e acompanha Ronaldo Caiado (DEM)

Raquel Teixeira (PSDB)Cotada para a vice ou 1º suplente (Senado), foi escolhida para a vice de José Eliton

Heuler Cruvinel (PP)Fez parte da base até as vésperas das convenções. Agora é vice de Daniel Vilela (MDB)

Lincoln Tejota (Pros)Deixou a base aliada e acompanha Ronaldo Caiado (DEM)

Nivaldo Santos (PCdoB)Vice de Kátia Maria (PT)

Nildinha (Psol)Vice de Weslei Garcia (Psol)

Bruna Venceslau (PCB) Vice de Marcelo Lira (PCB)

José Geraldo (PCO) Vice de Alda Lúcia (PCO)

Quem está com quem

9 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Campanha com potencial

de vitória, regra geral, é sempre a que possui uma melhor estratégia de comunicação integrada, e se vale de multicanais de comunicação

Vassil Oliveira

Mais que tempo de tevê ou a relação de forças entre canais tradicionais e novas tecnologias, o sucesso da estratégia dos candidatos dependerá da qualidade do

material de campanha e da integração dos meios disponíveis para levar a mensagem até o eleitor. Especialista em marketing eleitoral e doutorando em Ciências da Comunicação, Marcos Marinho comenta sobre o início do horário eleitoral gratuito na tevê e rádio nesta entrevista à Tribuna do Planalto.

Tribuna do PlanaltoEm Goiás, o que vale mais, quanto pesa na defi nição do voto: programa eleitoral na tevê/ rádio ou redes sociais?

Marcos MarinhoNão considero prudente

apontar um ou outro canal de co-municação como sendo mais ou menos importante no contexto político-eleitoral. Cada meio de comunicação tem sua função e abrangência, e funciona melhor quando atua de modo integrado aos outros meios. Pelas próprias características de cada canal é possível percebermos o modo como ele será melhor utilizado e como vai compor dentro da estratégia comunicacional dos candidatos em relação a cada tipo de público que pretendem atingir. Penso que essa eleição não será marcada pela força da internet, mas pela integração entre canais da web e canais tra-dicionais já consolidados, como tevê e rádio. Uns funcionando melhor para a disseminação das mensagens e outros para a mobilização e engajamento da militância. O fundamental, seja na comunicação via tevê/rádio ou pelas redes sociais digitais, é apresentar um conteúdo de qua-lidade que seja capaz de atrair a atenção, despertar afeição e conduzir à ação de engajamen-to/participação na campanha e voto, que é o objetivo.

Especialista em marketing eleitoral e

doutor em Ciências da Comunicação

Marcos arinho

“O período eleitoral deixapouco espaço para quem não quer saber de política”

Como resolver uma questão: a grande quantidade de antenas parabólicas e o aparente desinteresse do eleitor pela disputa?

As antenas parabólicas são uma realidade mais presente nas cidades do interior e me-nos na capital. Ocupando o es-paço da tevê nessas cidades me-nores poderemos ter o rádio, que é um meio bastante con-sumido no interior pela fun-ção social e informativa que possui. Além do rádio, será fun-damental a atuação da militân-cia, dos cabos eleitorais e das outras ações de campanha que podem acessar diretamente os eleitores. Sobre o desinteresse, já é mais complicado buscar alternativas. Há, sem dúvidas, uma parcela da população que não vai se envolver no processo eleitoral e quanto a esses não há o que fazer agora. Mas há também uma parcela que diz não estar interessada, porém quando o assunto virar pau-ta das rodas de conversa e dos grupos sociais, essas pessoas vão acabar se envolvendo, mes-mo que minimamente, para não fi car “de fora dos assuntos”. O período eleitoral deixa pouco espaço para quem não quer sa-ber de política.

As ‘pílulas’ eleitorais são mais importantes que os programas?

As pílulas possuem a van-tagem de agir “de surpresa”

junto ao eleitor. No ho-rário eleitoral já há uma signifi cação prévia do

próprio programa, e uma preparação para aquele mo-

mento. O eleitor, geralmente, já parte para assisti-lo com algum nível de precaução, até meio “armado” contra as mensagens que receberá – o que não o isenta de ser impactado, mas já levanta barreiras. No caso das pílulas, por estarem integra-das na programação normal dos canais, funcionam como os comerciais que o eleitor está acostumado a receber e para os quais ainda não está tão fe-chado. Penso que as pílulas têm um papel importante no esta-belecimento da conexão como o eleitor, mas não são sufi cien-tes em si para conduzir o voto. Precisam estar bem conectadas com a propaganda eleitoral, às peças de rua e àquelas que se-rão veiculadas nas redes sociais digitais e nos mensageiros ele-trônicos como o WhatsApp.

Caiado lidera as pesquisas mas tem tempo menor de tevê que Daniel e Eliton no programa eleitoral. Qual o peso dessa equação?

Caiado possui menos tem-po, mas ostenta o maior nível de conhecimento entre os elei-tores. Possui boa estrutura de partidos e boa capilaridade nos municípios, o que lhe permite

potencializar sua comunica-ção junto ao eleitor. Utilizado de modo estratégico, o tempo que possui pode ser maximi-zado em associação aos outros canais de comunicação que já mencionei, dando ao candi-dato capacidade de exposição e abrangência de suas mensa-gens. Seria um problema maior se Caiado não contasse com o recall e estrutura que possui. O menor tempo de tevê e rádio, se bem usado, pode ser sufi ciente. Um ponto capaz de prejudicá-lo é se seus adversários centrarem seus ataques contra ele no horá-rio televisivo. Seria problemáti-co usar do tempo menor para se defender e acabar sem ter como apresentar suas propostas.

Na disputa pelo Senado, tevê terá importância igual à de governo?

As campanhas para Senado e governo possuem caracterís-ticas e signifi cações diferentes. O papel da tevê no caso dos pos-tulantes ao senado é similar no tocante à consolidação da ima-gem e da disseminação do con-teúdo. Porém, como é sabido, o tempo para os candidatos ao senado é sempre menor do que o dos postulantes ao cargo exe-cutivo. Sendo assim, é funda-mental que estas campanhas possuam outras estratégias de envolvimento e engajamento dos eleitores e da militância. A tevê consolida a imagem, mas também não ganha voto sozi-nha! Uma campanha com po-tencial de vitória, regra geral, é sempre aquela que possui uma melhor estratégia de comuni-cação integrada, e que se vale de multicanais de comunicação.

Ainda sobre Senado: Marconi Perillo é o centro de uma guerra, com seus 20 anos de poder em

julgamento. Eleição será plebiscitaria é isso pode ter a tevê e o rádio como palco?

Não enxergo essa eleição como plebiscitária. Marconi tem seus próprios desafi os além do interesse em sagrar vi-torioso o grupo que capitaneia no poder estadual. Reconheci-do como líder de um aglome-rado de partidos no governo há 20 anos, o ex-governador preci-sa dividir sua atenção entre sua própria campanha ao Senado, que percebemos pelas últimas pesquisas não estar lhe dando tanta tranquilidade, a campa-nha de José Eliton e ainda a de Alckmin, em nível nacional. Reconheço que a rejeição ao nome de Marconi pode custar votos a Zé Eliton, mas a adesão ao ex-governador não garan-te diretamente apoio ao atual ocupante do Palácio da Esme-raldas. Para além disso, acredito que o próprio atual governador vai tentar/precisar imprimir a sua marca nessa campanha a fi m de se mostrar como um po-lítico maduro para governar. Só esse período em que está ocu-pando a vacância deixada por Marconi não o cacifa totalmen-te aos olhos dos eleitores. As mídias tradicionais ocuparão seu espaço na disseminação de conteúdo e na consolidação da imagem que ora será exposta para a população, têm seu peso, mas dependem muito da quali-dade e do tipo de conteúdo que nelas será veiculado para dar o tom que os eleitores usarão para avaliar Marconi, Eliton e toda base aliada. Vale lembrar que neste ano, até o momento, temos três candidaturas com potencial de vitória, e o julga-mento dos eleitores, por mais que leve em consideração o pa-pel de Marconi Perillo, vai mui-to além dele.

Mônica Salvador

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Pedagogo e psicopedagogo, Maurício

Valadão é professor universitário e consultor na área de treinamento pessoal. Estudante do comportamento humano, pesquisa soluções que contribuem para o desenvolvimento da saúde mental e diminuir problemas emocionais causados pelo estresse. Atuando como professor desde 2006, ele já ministrou aulas para estudantes do ensino fundamental e médio. Quando percebeu que a atuação como educador era bem diferente das demais profi ssões, despertou interesse em se tornar pesquisador desse universo, e não parou mais, desenvolvendo inclusive o mestrado em assuntos relacionados. Na entrevista, ele fala dos desafi os atuais de uma das mais nobres profi ssões.

10 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br E S C O L AE S C O L A

Professor: profi ssão estresse!

“Deve-se buscar união entre professor, instituição e família”

PESQUISA REALIZADA EM GOIÁS INDICA QUE HAVERÁ AUMENTO DA DETERIORAÇÃO PSICOLÓGICA DOS PROFESSORES NOS PRÓXIMOS ANOS

Fabiola Rodrigues

Professores desgastados psicologicamente devido à extensa jornada de tra-

balho, baixo salário, expostos a agressões verbais e físicas. Esse é o retrato desanimador revelado em uma pesquisa re-alizada pelo professor Maurí-cio Valadão. Os dados levanta-dos para sua tese de mestrado mostram que dos 167 profes-sores universitários entre-vistados em Goiás, entre 2015 e 2016, mais de 82% deles estavam esgotados emocionalmente, enfren-tando graus médio ou elevado de estresse e ansiedade.

A pesquisa aponta para um futuro som-brio para os profi s-sionais da educa-ção. Condições inadequadas de t r a -balho em muitas e s c o -las colocam professor entre as três profi ssões que mais solicitam afastamento e au-xílio-doença. E os números só conti-nuam crescentes. Na pesquisa, o pro-fessor verifi cou que de 2015 até agora o índice de docentes que pediram afasta-mento por problemas emocionais chegou a mais de 38%.

Em muitos casos, o excesso de trabalho, já que professo-res precisam realizar em casa atividades como correção de prova e planejamento de aula, causa esgotamento, acompa-nhado de angústia, medo, de-pressão e pânico. Outros são vítimas de agressões verbais e, mesmo, físicas.

Após concluir a pesquisa, Maurício Valadão constatou que o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) prevê que em 2030 os transtornos psico-

lógicos serão o primeiro moti-vo de afastamento profi ssional seguido de auxílio-doença. Po-rém, para ele, essa estimativa está bem mais próxima do que muitos imaginam.

“Na minha opinião, se a so-ciedade continu-ar se comportan-do como hoje, desrespeitando o

t r a -balho do ou-tro, sendo into-lerante, ansiosa, acelerada, nem vamos precisar chegar em 2030. Acredito que em 2025 essa realidade já estará batendo à nos-sa porta”, ressalta o pro-fessor.

Maurício Valadão conta que durante a realização da pesquisa percebeu que o papel do professor está indo além de ensinar e instruir, tendo que assumir a função de impor disciplina e limites aos estu-dantes. Eles têm que atender

às expectativas das famílias que depositam neles a respon-sabilidade da educação que deveria vir de casa, a educação que promove a construção de valores como respeito e disci-plina.

“As responsabilidades im-postas ao educador têm au-

mentado muito. Certos jovens não en-

tendem o limite do res-peito e o professor aca-ba por assumir tarefas próprias da família. Esse

acúmulo, para quem está exercendo a

profi ssão, tem ele-vado o grau de estresse clara-mente. É importante esclarecer isso”, diz.

Outra realidade que pro-longa a situação de estresse nos educadores é que, mesmo insatisfeitos, continuam dan-do aula. Alguns enfrentam os desafi os emocionais como

uma fase, outros por questões fi nan-ceiras. O fato é que este prolongar para pedir ajuda desen-volve a síndrome de

burnout.Essa síndrome (que em

tradução do termo inglês seria algo como “queimar-se com-

pletamente”) se manifesta em cansaço excessivo de trabalho, que se tornou

comum para inúmeros professores, de escolas pú-

blicas ou privadas.Em sua pesquisa, Mauri-

cio Valadão constatou que, de 1.450 professores de ensino fundamental e médio entre-vistados, 15% passavam por momentos de estresse na pro-fi ssão. Mesmo assim continu-am tentando prosseguir.

“Nas últimas etapas quan-do vem o estresse, em geral avançado, a doença se instala. Isso tem acontecido em uma proporção acelerada e, eviden-temente, não é nada bom. A pessoa deve procurar ajuda o quanto antes”, esclarece o pro-fessor.

8:32

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Pedagogo e psicopedagogo, Maurício

Valadão é professor universitário e consultor na área de treinamento pessoal. Estudante do comportamento humano, pesquisa soluções que contribuem para o desenvolvimento da saúde mental e diminuir problemas emocionais causados pelo estresse. Atuando como professor desde 2006, ele já ministrou aulas para estudantes do ensino fundamental e médio. Quando percebeu que a atuação como educador era bem diferente das demais profi ssões, despertou interesse em se tornar pesquisador desse universo, e não parou mais, desenvolvendo inclusive o mestrado em assuntos relacionados. Na entrevista, ele fala dos desafi os atuais de uma das mais nobres profi ssões.

10 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br E S C O L AE S C O L A

Professor: profi ssão estresse!

“Deve-se buscar união entre professor, instituição e família”

PESQUISA REALIZADA EM GOIÁS INDICA QUE HAVERÁ AUMENTO DA DETERIORAÇÃO PSICOLÓGICA DOS PROFESSORES NOS PRÓXIMOS ANOS

Fabiola Rodrigues

Professores desgastados psicologicamente devido à extensa jornada de tra-

balho, baixo salário, expostos a agressões verbais e físicas. Esse é o retrato desanimador revelado em uma pesquisa re-alizada pelo professor Maurí-cio Valadão. Os dados levanta-dos para sua tese de mestrado mostram que dos 167 profes-sores universitários entre-vistados em Goiás, entre 2015 e 2016, mais de 82% deles estavam esgotados emocionalmente, enfren-tando graus médio ou elevado de estresse e ansiedade.

A pesquisa aponta para um futuro som-brio para os profi s-sionais da educa-ção. Condições inadequadas de t r a -balho em muitas e s c o -las colocam professor entre as três profi ssões que mais solicitam afastamento e au-xílio-doença. E os números só conti-nuam crescentes. Na pesquisa, o pro-fessor verifi cou que de 2015 até agora o índice de docentes que pediram afasta-mento por problemas emocionais chegou a mais de 38%.

Em muitos casos, o excesso de trabalho, já que professo-res precisam realizar em casa atividades como correção de prova e planejamento de aula, causa esgotamento, acompa-nhado de angústia, medo, de-pressão e pânico. Outros são vítimas de agressões verbais e, mesmo, físicas.

Após concluir a pesquisa, Maurício Valadão constatou que o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) prevê que em 2030 os transtornos psico-

lógicos serão o primeiro moti-vo de afastamento profi ssional seguido de auxílio-doença. Po-rém, para ele, essa estimativa está bem mais próxima do que muitos imaginam.

“Na minha opinião, se a so-ciedade continu-ar se comportan-do como hoje, desrespeitando o

t r a -balho do ou-tro, sendo into-lerante, ansiosa, acelerada, nem vamos precisar chegar em 2030. Acredito que em 2025 essa realidade já estará batendo à nos-sa porta”, ressalta o pro-fessor.

Maurício Valadão conta que durante a realização da pesquisa percebeu que o papel do professor está indo além de ensinar e instruir, tendo que assumir a função de impor disciplina e limites aos estu-dantes. Eles têm que atender

às expectativas das famílias que depositam neles a respon-sabilidade da educação que deveria vir de casa, a educação que promove a construção de valores como respeito e disci-plina.

“As responsabilidades im-postas ao educador têm au-

mentado muito. Certos jovens não en-

tendem o limite do res-peito e o professor aca-ba por assumir tarefas próprias da família. Esse

acúmulo, para quem está exercendo a

profi ssão, tem ele-vado o grau de estresse clara-mente. É importante esclarecer isso”, diz.

Outra realidade que pro-longa a situação de estresse nos educadores é que, mesmo insatisfeitos, continuam dan-do aula. Alguns enfrentam os desafi os emocionais como

uma fase, outros por questões fi nan-ceiras. O fato é que este prolongar para pedir ajuda desen-volve a síndrome de

burnout.Essa síndrome (que em

tradução do termo inglês seria algo como “queimar-se com-

pletamente”) se manifesta em cansaço excessivo de trabalho, que se tornou

comum para inúmeros professores, de escolas pú-

blicas ou privadas.Em sua pesquisa, Mauri-

cio Valadão constatou que, de 1.450 professores de ensino fundamental e médio entre-vistados, 15% passavam por momentos de estresse na pro-fi ssão. Mesmo assim continu-am tentando prosseguir.

“Nas últimas etapas quan-do vem o estresse, em geral avançado, a doença se instala. Isso tem acontecido em uma proporção acelerada e, eviden-temente, não é nada bom. A pessoa deve procurar ajuda o quanto antes”, esclarece o pro-fessor.

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11 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br E S C O L AE S C O L ATribuna do PlanaltoComo o professor deve lidar com as difi culdades da profi ssão?

Maurício Valadão – O primeiro passo é não desistir dela, pois as causas são exter-nas. Falar que vai largar o curso de Pedagogia não é interessan-te. Como qualquer outra atua-ção, tem que lutar sempre para melhoria, principalmente a do nosso sistema educacional. Precisamos de outros fatores envolvidos. Deve-se ter união entre professor, instituição e família. Não adianta o profes-sor tentar se defender das situ-ações, seja de baixo salário ou de agressividade, sozinho.

Quais os caminhos para mudar a realidade dos profi ssionais da educação?

Mudanças a curto prazo: a instituição precisa urgente-mente valorizar o professor, elogiando-o, dando-lhe mate-rial adequado para trabalhar, oferecendo um ambiente mais digno para ele exercer suas atividades. Assim ele se senti-rá mais apoiado. Isso pode ser feito com pouco recurso, não vai gerar tantos gastos. A mé-dio prazo: o que podemos fazer com relação ao professor é ser verifi cado um equilíbrio sala-rial. A longo prazo: é a mudan-ça no sistema educacional; essa precisa de todos os envolvidos nas políticas pública, social e educacional.

Como diagnosticar os problemas emocionais no professor?

O estresse começa a acon-tecer de forma bem lenta e vai intensifi car de acordo com a percepção de cada professor. Os professores enfrentam agres-sões de diversas maneiras nas escolas. O quanto antes eles perceberem sintomas de esgo-tamento, melhor será. E devem pedir ajuda de profi ssionais que entendam do assunto.

Como evitar a síndrome de burnout entre os educadores?

Pedagogo e psicopedagogo

Maurício aladão

SÍNDROME DE BURNOUT

Muito comum em profi ssionais que têm que lidar com pressão e responsabilidade constante, como em professores ou em profi ssionais de saúde, a síndrome de burnout é caracterizada por um estado de exaustão física, emocional ou mental que surge geralmente devido ao acúmulo de estresse no trabalho. Alguns dos sinais e sintomas que ajudam a identifi car se uma pessoa está sofrendo com este problema incluem: Sensação constante de negatividade Cansaço físico e mental Falta de vontade Difi culdade de concentração Falta de energia Sentimento de incompetência Difi culdade para gostar das mesmas coisas Priorizar as necessidades dos outros Alterações repentinas de humor Isolamento

Praticando estratégias de enfrentamento que são impor-tantíssimas na vida de qual-quer cidadão, inclusive na do professor que se encontra es-tressado. Para evitar depressão, tensão, esgotamento, é preciso usar como estratégia o supor-te social, que é aquele que a pessoa precisa de tempo com a família, com os amigos. Isso consegue diminuir o estresse, sentimento de angústia. É pre-ciso também optar por uma alimentação mais saudável e praticar exercícios físicos. Além disso, é importante ainda fa-zer uma reavaliação positiva e exercer isso com frequência, pois apresenta bons resultados para o equilíbrio das emoções. A pesquisa que realizei aqui

em Goiás se tor-nará um livro com base em dados, teses e muito estu-do. O lança-mento será no fi nal do mês de no-vembro des-

te ano.

Bicho gente boaAventura animal

no Zoológico

Um olhar diferente para a vida

CRIANÇAS DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA APRENDEM CIÊNCIA CONHECENDO ANIMAIS NO ZOOLÓGICO

Daniela Rezende

Visitar o Parque Zooló-gico de Goiânia é uma grande aventura para as

crianças que estudam nos Cen-tros Municipais de Educação Infantil (Cmei) e escolas da Ca-pital. A partir deste ano, os alu-nos de 4 e 5 anos contam com um projeto voltado para sua faixa etária, coordenado e idea-lizado pela equipe de Educação Ambiental do Parque.

Intitulado “O bicho é gente boa”, a ação já atendeu 17 uni-dades educacionais da rede municipal, com as temáticas envolvendo jacaré, lobo-guará, aves e serpentes. São atendi-das por visita até 100 crianças, em um trabalho lúdico onde os educandos escutam a expli-cação sobre as estruturas cor-póreas dos animais, espécies,

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

“Durante a história, as crian-ças começaram a fazer algumas perguntas e o projeto começou a partir do interesse delas. Tra-balhamos com os dois animais por terem características pare-cidas e com as dúvidas dos alu-nos resolvemos marcar com a equipe no Zoológico, para apro-fundar o assunto. Complemen-ta o que ensinei e é algo voltado ao projeto da minha turma”, ressalta a professora.

Já a pedagoga Cleidimar Aparecida Freitas, da turma de 5 anos, realizou com as crianças o projeto “Toc, Toc, quem mora aqui?”, sobre o joão-de-barro.

“Em uma árvore do Cmei tí-nhamos uma casinha do joão-de-barro e as crianças desperta-ram a atenção para qual bicho vivia ali. Assim começou nossa intervenção, com textos, músi-cas, poesias, construção de mo-saico, casa do joão-de-barro”, destaca a professora.

Jacaré, lobo-guará, aves e serpentes são os temas desenvolvidos com as crianças

Desde o início deste ano, 17 unidades educacionais participaram do projeto

Aline Cavalcanti

As ações do projeto “O bicho é gente boa” são dis-ponibilizadas às unida-des escolares por meio de agendamento, pelo fone 3524-2391, de acordo com os projetos dos Cmeis. As ações do Zoológico têm a parceria da Secretaria Mu-nicipal de Educação e Es-porte e Agência Municipal

de Turismo, Eventos e Lazer).

As atividades buscam desen-volver a linguagem, criatividade, expressão corporal e a coorde-nação motora. As crianças são estimuladas a construir con-ceitos científi cos, distinguindo diferenças e semelhanças entre animais e humanos, observam as diversas formas de movi-mento dos animais, identifi cam diferentes texturas e sons, traba-lhando os cinco sentidos (visão,

audição, tato, paladar e olfato).De acordo com Christiane

Oliveira, apoio pedagógico no Zoológico, as crianças dessa ida-de precisam de um olhar dife-rente quando visitam o Parque.

“Essa ação busca ampliar a qualidade do atendimento des-ses alunos, pensando no contato deles com os elementos naturais, possibilitando interação e inte-gração com o mundo”, ressalta.

hábitos, localização geográfi ca no mapa, alimentação, impor-tância na cadeia alimentar e outros aspectos.

Depois, as crianças visitam o Museu de Zoologia e têm aces-so aos animais empalhados e também aos animais vivos nos recintos. O passeio estimula ainda a alimentação saudável e o descarte correto dos resíduos, a partir de um piquenique com frutas.

No primeiro semestre, cerca de 50 crianças do Centro Mu-nicipal de Educação Infantil (Cmei) Jardim Guanabara I, de 4 e 5 anos, visitaram o Parque e aprenderam sobre jacarés e aves. Cada turma do Cmei tra-balhou uma temática. De acor-do com a professora regente da turma de 4 anos, Priscylla Diniz Amaral, o trabalho com o jaca-ré surgiu na sala de aula no mês de fevereiro, a partir da história “O Crocodilo e o Jacaré”.

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129 anos de CoraNa terça, 21, às 9h, tem celebração dos 129 anos de Cora Coralina com apresentação da pianista Martha Martins e do trombonista Marcos

Botelho, na Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás (Afl ag).

A entrada é franca.

12 GOIÂNIA, 19 A 25 DE AGOSTO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Palestras, rodas de leitura, ofi cinas, peças de teatro e outras atividades fazem parte da primeira Festa Literária de Goiânia (FLIG), que será realizada de 24 a 26 de agosto, das 9h às 19h, no Centro Cultural Athletics. Um dos destaques é o escritor baiano Cláudio Vieira de Oliveira, autor da biografi a ‘O Mundo está ao Contrário’. Aos 40 anos, Cláudio é exemplo de superação. Nasceu com pernas atrofi adas, braços colados no peitoral e a cabeça virada para trás em decorrência de uma doença rara.

Jornalistas Yago Sales, Carla Lacerda e Larissa Mundin (Editora Nega Lilu) no lançamento de ‘Sobreviventes do Césio 137’. Escrito por Carla, o livro contou com colaboração de Yago e está disponível na Livraria Palavrear (Goiânia), Livraria Leodegária (cidade de Goiás), Avoar Livros (Pirenópolis) e, ainda esse mês, no Ernesto Cafés Especiais (Brasília). Venda online: negalilu.com.br

Feira Literária

bazar

CULTURA

Daniela [email protected]

19 de agosto é Dia Nacional do Ciclista. Esse é o primeiro ano que a data é celebrada.

O site do Itaú Cultural disponibiliza, gratuitamente, 11 fi lmes assinados por diretores de diversas etnias e regiões do país, que podem ser vistos em streaming até a quinta, 23.Mais: itaucultural.org.br

Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra e terapeuta, é um dos palestrantes da terceira edição do Evolution, evento de coach, liderança e desenvolvimento pessoal. O Evolutin será realizado de 24 a 26 de agosto, no Espaço Memoratto.

Tem feira de livro, com mais de 5 mil títulos, no Shopping Cerrado. A ‘Livros Magic’ tem entrada gratuita e segue até 29 de setembro.

Grandes oportunidades para a troca de experiências entre profi ssionais e estudantes de gastronomia, o 32° Encontro Nacional Abrasel está com inscrições abertas. Mais encontroabrasel.com.br

Nesse tempo seco, os lábios sofrem. Para quem gosta de gloss, O Boticário traz duas cores para compor a linha de Make B.: o Rose Glow e Nude Glow.

Karnal na Vitrine‘Transformar: Estratégia de um novo tempo’

é o tema da palestra que Leandro Karnal ministra, dia 29, às 19h30, na Vitrine do

Conhecimento. No projeto do Shopping Flamboyant, o ingresso

é simbólico: um livro literário infantil em bom estado de

conservação, que será entregue às escolas públicas. Professor da Unicamp, Karnal tem mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais. Ganhou fama ao abordar, de forma clara, temas

complexos da fi losofi a.