tribuna 10

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Ano I Edição 10 Belém, 14 a 20 de novembro de 2009 Jaderlândia vive dias de completo abandono Prefeitura de Ananindeua começou a realizar obras de saneamento no bairro, mas paralisou os serviços por falta de dinheiro. Agora, moradores reclamam que a área está abandonada pelo prefeito Helder Barbalho. Lama, lixo e mato podem ser vistos em todos os cantos. A precariedade atingiu em cheio o posto de saúde, que não realiza nem os mais simples exames laboratoriais. Página 7 Lenine arrebata Grammy e está em alta. Cantor não esconde que tem suas raízes fincadas no rock and roll. Página 17. POLÍTICA ESPORTE C IDADES CELEBRIDADES INTERNACIONAL Feira da Batista Campos itinerante São Raimundo homenageado Vereadores impedem população de ter água Fifa quer proibir até a naturalização Humor e sátira com o famoso Pai Muzuê Rodrigo Santoro diz que não tem fortuna Casal recebe multa por sexo barulhento O espaço funciona apenas aos finais de semana, mas é a sensação de milhares de famílias que não abrem mão de qualidade. A Feira da Batista Campos vai se ordenada pela Secretaria Municipal de Economia (Secon) e deve ocupar, em breve, a rua Dr. Moraes. Página 5 Duciomar Costa, prefeito de Belém entregou plaqueta em homenagem ao time santareno, que só encontrou apoio fora de casa na capital paraense, com a ajuda dada pela Secretaria Municipal de Esporte, Saúde e Lazer (Sejel) durante a competição nacional. Página 21 Apenas Walter Arbage e Tereza Coimbra foram favoráveis ao projeto que colocaria a Cosanpa em rédeas curtas para oferecer água nas torneiras do povo de Belém. Federação Internacional de Futebol deseja restringir a onda de jogadores que mudam de pátria para disputar por outros países. Agora o Pai de Santo mais famoso da República está nas páginas da Tribuna do Pará, com exclusividade, com boas histórias e comentários sobre política. O ator brasileiro, que estrelou muitos filmes em Hollywood, avisa que apesar de ter entrado no mercado americano, está longe de ter arrecadado milhões. Depois de ignorar ordem judicial para controlar ruídos durante ato sexual, casal britânico foi condenado a pagar multa correspondente a R$ 2 mil. Preço R$ 1,00 4 9 20 22 15

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Jornal Tribuna do Pará

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Page 1: Tribuna 10

Ano I Edição 10Belém, 14 a 20 de novembro de 2009

Jaderlândia vive dias de completo abandono

Prefeitura de Ananindeua começou a realizar obras de saneamento no bairro, mas paralisou os serviços por falta de dinheiro. Agora, moradores reclamam que a área está abandonada pelo prefeito Helder Barbalho. Lama, lixo e mato podem ser vistos em todos os cantos. A precariedade atingiu em cheio o posto de saúde, que não realiza nem os mais simples exames laboratoriais. Página 7

Lenine arrebata Grammy e está em alta. Cantor não esconde que tem suas raízes fincadas no rock and roll. Página 17.

POLÍTICAESPORTE CIdAdES CELEbRIdAdESInTERnACIOnAL

Feira da batista Campos itinerante

São Raimundo homenageado

Vereadores impedem população de ter água

Fifa quer proibir até a naturalização

Humor e sátira com o famoso Pai Muzuê

Rodrigo Santoro diz que não tem fortuna

Casal recebe multa por sexo barulhento

O espaço funciona apenas aos finais de semana, mas é a sensação de milhares de famílias que não abrem mão de qualidade. A Feira da Batista Campos vai se ordenada pela Secretaria Municipal de Economia (Secon) e deve ocupar, em breve, a rua Dr. Moraes. Página 5

Duciomar Costa, prefeito de Belém entregou plaqueta em homenagem ao time santareno, que só encontrou apoio fora de casa na capital paraense, com a ajuda dada pela Secretaria Municipal de Esporte, Saúde e Lazer (Sejel) durante a competição nacional. Página 21

Apenas Walter Arbage e Tereza Coimbra foram favoráveis ao projeto que colocaria a Cosanpa em rédeas curtas para oferecer água nas torneiras do povo de Belém.

Federação Internacional de Futebol deseja restringir a onda de jogadores que mudam de pátria para disputar por outros países.

Agora o Pai de Santo mais famoso da República está nas páginas da Tribuna do Pará, com exclusividade, com boas histórias e comentários sobre política.

O ator brasileiro, que estrelou muitos filmes em Hollywood, avisa que apesar de ter entrado no mercado americano, está longe de ter arrecadado milhões.

Depois de ignorar ordem judicial para controlar ruídos durante ato sexual, casal britânico foi condenado a pagar multa correspondente a R$ 2 mil.

Preço R$ 1,00

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Page 2: Tribuna 10

Belém, 14 a 20 de novembro de 2009 Opinião2

A população de Belém acabou perdendo, quando os vereadores que fazem oposição ao prefeito de Belém, Duciomar Costa, resolveram, em manobra política, barrar o projeto que admite concessões dos serviços públicos. TUDO Porque a partir da aprovação da matéria na Câmara, a Companhia de Abastecimento do Pará (Cosanpa) teria metas a cumprir e seria obrigada a reinvestir o que arrecada em Belém no próprio município, algo em torno de 14 milhões.A realidade continua sendo cruel para milhares de famílias que não conseguem água para tomar banho, lavar louça ou deixar as

roupas limpas. A própria TV Liberal, em reportagem nesta semana, mostrou o drama dessas pessoas, que pagam por um serviço ineficiente. Pior do que constatar que a população da capital não está assim tão bem representada na Câmara, porque projetos que facilitariam a vida da população são rejeitados, é ver que lideranças políticas que nunca investiram em abastecimento de água defendem apenas a pele da diretoria da Cosanpa, indicada pelo PMDB, e que se tornou um cabide de empregos partidário.Acomodar afilhados e apadrinhados políticos é o que o cacique peemedebista mais sabe fazer. E por isso defende a dita não

privatização da Cosanpa, que na verdade é a municipalização do serviço de água, ou seja, a Prefeitura, poder concedente do serviço, determinar que a água, bem essencial, deve atender a todos, em todos os bairros. Nos jornais diários da cidade, fotografias mostravam a felicidade dos parlamentares do município em ver que a população ainda vai ficar dependente de suas promessas de lutar por um sistema de abastecimento de água mais eficaz. Porque há políticos que preferem que o povo espere a vida toda por dignidade, caso contrário, acaba o discurso e, com ele, vai embora muitas vezes a única forma de conquistar um voto.

Motivo FútilMas ora vê se pode! Uma juíza moradora do conjunto Itaúba, próximo ao Hospital de Clínicas, mandou embargar os refletores que a Prefeitura instalou em uma arena, na Rua do Arame, que fica ao lado do conjunto, alegando que as pessoas que brincam de futebol à noite fazem “arruaça”. Esse foi o termo usado pela excelentíssima juíza. Será que isso é motivo pra tal autoritarismo? Então a Prefeitura de Belém terá que tirar todos os refletores que iluminam as áreas de lazer como praças e a arena, deixando a população no escuro a mercê de bandidos? Penso que ela deveria se preocupar com a segurança daquelas pessoas de bem que moram naquela rua e não tirar o pouco de lazer que elas tem. Espero que a excelentíssima juíza coloque a mão na consciência e retire a queixa.

Maria do Socorro do NascimentoAv. Dr.Freitas- Pedreira

Feira do LivroComo todo ano, a feira do livro realizada no Hangar (Centro de Convenções e Feiras da Amazônia), é um sucesso absoluto, com variedades de programação pra todos os gostos e idades. Mais especificamente falando do palco externo, moderno e bem estruturado, que na feira, está recebendo atrações internacionais e locais. Fiquei encantada com a apresentação do grupo que veio da Colômbia, com seu ritmo dançante e envolvente, com a banda da Guiana francesa que levantou o público com variados estilos musicas como o reggae e o zouk que nós paraenses adoramos, assim como o Trio Manarí, nossa banda local, que deu um show de percussão com ritmos e sons da fauna e flora amazônica, finalizando com uma linda homenagem ao “Mestre Verequete”.

Vera Lúcia MachadoVal de Cans

Falta de água Aproveito a oportunidade para escrever ao jornal “Tribuna do Pará” que nós moradores da Cidade Nova estamos enfrentando um problema que já virou rotina: a falta de água. É um tormento acordar praticamente todos os dias e abrir torneira e o chuveiro e não ter um pingo d’água. De dia ou de noite, é a mesma coisa, às vezes passamos até dois dias sem adquirir água e quando vem, é suja e cheia de ferrugem, “é um absurdo”. A Prefeitura nem se dá o trabalho de avisar quando irá faltar pra nos abastecermos. O prefeito deveria cuidar mais da população da Cidade Nova, mas isso só é um dos problemas que nós enfrentamos aqui.

Antonia Pereira de CastroAv. Marquês de Herval Pedreira

Mais segurançaInfelizmente a Avenida Visconde Inhaúma está abandonada, não só por falta de reformas, mas pela praça está servindo de local para jovens se drogarem, e não são poucos, pois eles chegam em grupos e ocupam vários bancos da praça cheirando e fumando todo tipo de droga sem a menor vergonha. Acho que a policia deveria tomar uma atitude pois quando a viatura passa eles só fazem olhar e vão embora, sem contar os assaltos que acontecem tanto de dia quanto à noite, pois é uma rua deserta, um lugar perfeito para os bandidos. Os policias deveriam agir com mais eficiência e usar a autoridade para cuidar desses adolescentes da praça, promovendo mais segurança para nós moradores da avenida.

Mônica CarvalhoTrav. Pirajá - Marco

Editorial

Tribuna do Pará é uma publicação semanal.Editado por SGP Comunicações e Serviços Ltda.CNPJ: 10955840/0001 - 61Diretor: Márcio Barros

Endereço: Trav. Lomas Valentina, nº 1502 - MarcoCEP: 66.087-440Plantão da Redação: (91) 8703.7942 (24 horas) e 3276.2308Mande também suas sugestões de pauta.E-mail: [email protected]: @tribunadopara

Orkut:Tribuna do Pará (Comunidade)Blog: www.tribunadopara.blogspot.comReportagens: Graziella Mendonça e Alexandre CunhaColaboradores: Victor Hugo Salgado.Fotos: Jader Paes.Diagramação: Arthur CostaProjeto Gráfico: José Menezes Junior

EXPEDIENTE

Apesar da perda de receita moti-vada pela crise econômica financeira internacional que atingiu o Brasil, o governo municipal prevê para Belém um orçamento de mais de R$ 1,6 bil-hão para o próximo ano. O valor con-sta da proposta orçamentária anual (LOA), discutida na tarde de segun-da-feira, 9, em audiência pública na Câmara de Vereadores, onde o pro-jeto de lei tramita desde o dia 15 de outubro.

O secretário municipal de Planeja-mento e Gestão, Edílson Ramos Perei-ra, presente à sessão, informou que a estimativa de perda de receita para Belém, em consequência da queda nas arrecadações federal e estadual, deve ultrapassar os R$ 80 milhões este ano, segundo levantamento

feito até setembro. Porém, as medi-das tomadas pelo prefeito Duciomar Costa para manter o equilíbrio das contas públicas, segundo ele, per-mitiram a elaboração de uma pro-posta orçamentária que garante os investimentos municipais em 2010.

“O governo municipal tem manti-do o equilíbrio orçamentário, contro-lando a despesa com pessoal, hoje mantida em 40% da receita corrente líquida, portanto bem abaixo do lim-ite legal de 54%. Também o custeio da máquina administrativa está sob controle e em dia o pagamento das dívidas deixadas por governos pas-sados. E continuamos com o esforço para aumentar a arrecadação”, expli-cou o secretário.

Pela proposta, do total de R$ 1,6

bilhão que a Prefeitura de Belém pretende arrecadar no próximo ano, cerca de R$ 1,05 bilhão será gasto em 15 programas de inclusão social e infraestrutura urbana. O valor cor-responde a 65% da receita prevista e vai beneficiar com investimentos as áreas da saúde, educação, sanea-mento, assistência social, transporte, habitação, turismo, geração de tra-balho e renda, segurança, cultura, esporte e lazer consideradas priori-dades para a população.

O percentual de 15% do orçamen-to, ou R$ 248 milhões, destina-se a programas de apoio administrativo. Outros 12%, correspondendo a R$ 210,8 milhões, vão para os oito pro-gramas de gestão, incluindo o Poder Legislativo.

CARTAS

Orçamento de Belém para 2010 ultrapassa R$ 1,6 bilhão

Page 3: Tribuna 10

A crise do setor florestal já re-sultou em mais de 100 mil desem-pregados no estado do Pará, mas o setor acaba de ganhar um novo aliado, a Associação da Cadeia Produtiva Florestal da Amazônia (Unifloresta), que teve sua sede inaugurada, oficialmente, no dia 29 de outubro deste ano, em Belém. Na contramão da crise, a Unifloresta chega com dis-posição para trabalhar pela recu-peração econômica do setor.

Um dos caminhos para isso será o combate ao estigma im-posto ao setor florestal, de ser o responsável pela devastação da floresta. A direção da Unifloresta garante que, ao longo dos últi-mos anos, essa visão distorcida repassada à sociedade não foi corrigida de forma eficiente pe-los próprios representantes do setor. Derrubar esse mito é uma das missões da Associação.

O vice-presidente da institu-ição, Riozo Yamada, observa que a Unifloresta nasce para resgatar o setor florestal, já que, na sua ava-liação, pouco de efetivo tem sido feito nesse sentido para mudar a dura realidade que esse mercado enfrenta hoje. Ele afirma que o setor não tem como sobreviver

sem praticar manejo sustentável dos recursos da floresta. “Infeliz-mente, a sociedade desconhece que a devastação não faz parte da vida do madeireiro. O em-presário madeireiro quer ver a floresta em pé, a fim de não co-locar em extinção a sua própria atividade econômica”, ressalta.

Riozo acrescenta que o setor florestal é crucial na geração de emprego e renda no estado, não faz uso de mão-de-obra escrava e não devasta. “Ao contrário, o manejo sustentável e a respon-sabilidade social com as comu-nidades da floresta são nossa prioridade. É possível aliar desen-volvimento e preservação, ga-rantindo a melhora da qualidade de vida do homem amazônico”, afirma.

O empresário Luiz Alberto Pereira, presidente da entidade, frisa que a Unifloresta nasce da união de quem quer ver o Pará desenvolver de maneira susten-tável. Ele reconhece que o setor atravessa uma das maiores crises econômicas de sua história, com um saldo de mais de 200 empre-sas que fecharam as portas. Mes-mo assim, Luiz Alberto acredita que a recuperação pode começar

com o apoio aos pequenos em-presários do setor, sem abrir mão da sustentabilidade ambiental, social e econômica.

A Unifloresta possui depar-tamentos exclusivos para a ori-entação, execução e acompa-nhamento de planos de manejo florestal sustentável, de defesa jurídica e administrativa dos seus associados. “Temos um projeto inovador de desmistificação do reflorestamento, dos créditos de carbono e da reposição florestal, que deverá ser lançado para a sociedade até março de 2010”, ressalta Luiz Alberto.

Ele diz que a Unifloresta na-sceu para que o setor florestal passe a ter de fato uma entidade descomprometida com políticas partidárias ou corporativismos. “Queremos falar de desenvol-ver o Estado. Somos uma casa que vai abrigar do pequeno ao grande empresário. Uma enti-dade de defesa que vai colocar em prática ações que visem o desenvolvimento do setor flo-restal como um todo, contribuin-do para alavancar a economia de um Estado que padece de so-frimento e abandono”, finalizou Luiz Alberto Pereira.

Cidades

Setor florestal ganha o mais novo aliadoUnifloresta nasceu para ajudar setor a sair da crise que já causou mais de 100 mil demissõs e fechou cerca de 200 empresas no Pará

Tiro 1O deputado José Megale desceu o sarrafo na governadora Ana

Júlia. Ele disse na tribuna da Assembléia Legislativa que o secre-tário José Júlio Lima, de Orçamento, Planejamento e Gestão, di-vulgou em entrevista que o Estado está em total equilíbrio fiscal, mas o Poder Legislativo já autorizou quase R$ 1 bilhão de em-préstimo para tapar os buracos das contas do governo do Pará.

Tiro 2O tucano Megale disparou: “Esse cheque em branco continua

na mão do governo. Deste governo irresponsável, mentiroso. A antecipação dos royalties foi feita porque o caixa não tem equilíbrio. A capacidade de endividamento não é do governo é do Estado e não podemos esgotá-la porque outros governos virão”.

EstrelaEnquanto isso, a governadora Ana Júlia gravou comercial que

mostra as propostas petistas que teriam sido realizadas pelo seu governo. Ela vai ser uma das garotas-propaganda dos co-merciais do PT que vão ao ar a partir de 23 de novembro, em todos os horários. Muitos perguntam: mostrar mesmo o quê?

SensaçãoEnquanto aguardava o ajuste do ponto certo da luz para a gra-

vação, a governadora contou para a equipe que tem “a sensação de que o Pará está no rumo certo”. Essa sensação significa insegu-rança, violência, depredação do MST nas fazendas do sul e sudes-te do Estado e escolas públicas onde alunos fazem sexo por pura diversão.

RotatóriaOs problemas daquela que parece ser uma das maiores rotató-

rias da América Latina, no cruzamento das avenidas Júlio César e Pedro Álvares Cabral, continuam atormentando motoristas e pedestres. No horário entre 19 e 20 horas é engarrafamento cer-to dentro da área, e o mais curioso é que no interior da rotatória há uma placa dizendo “reduza a velocidade”, quando na verda-de o trânsito nem anda.

E o MP?O mais estranho disso tudo é o Ministério Público, que desta vez

não pôs em prática sua velha mania de, mal começa uma obra em Belém, protocola de imediato ações contra as obras e “em defesa do coletivo”. Neste caso, ainda não cobrou uma explicaçãozinha sobre os prejuízos que estão sendo causados não só aos motoris-tas, mas principalmente aos pedestres, que estão sem apoio para as travessias nas pistas do cruzamento das avenidas.

PórticoPor outro lado, na rotatória “nem tão grande assim” do Entron-

camento, onde os problemas do trânsito também não foram so-lucionados, as obras do Pórtico Metrópole estão a todo vapor. A estrutura interna do shopping Castanheira já está quase toda levantada. A conclusão do Pórtico, além de dar uma nova cara para a entrada de Belém, servirá de passarela aos pedestres e vai eliminar o sinal da saída do túnel. Menos um sinal congestionan-do o tráfego na área.

PINGA FOGOFuncionários da Prefeitura de Ananindeua aflitos com os atrasos

constantes no pagamento de salários. Muitos apostam que não ve-rão a cor do 13º salário no prazo.

A Cosanpa, que está brigando para continuar como responsável

pelo serviço de abastecimento de água em Belém, mas mal conse-gue fazer o pagamento de fornecedores, que estão em atraso há mais de três meses.

Até os telefones da Cosanpa foram cortados porque a compa-

nhia não consegue sequer cumprir com suas obrigações básicas.

O PTB vai oferecer em 2010 para seus filiados vários cursos em parce-ria com faculdades e instituições renomadas, com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

TRIBUNA LIVRE

Belém, 14 a 20 de novembro de 2009

Page 4: Tribuna 10

Cidades4 Belém, 14 a de novembro de 2009

Mais no céu do que na terraAlém do jornal impresso, Pai

Muzuê anda conectado nessa tal de internet, que chegou re-centemente a Codó. E pai rece-beu por e-mail as informações abaixo, atribuídas a um famoso jornalista brasileiro, Joelmir Beting. Não consultei os astros para saber se a autoria é mes-mo dele, preferi utilizar con-sulta às entidades superiores para saber se as informações são verdadeiras. E não é que são mesmo?!

O texto diz que “Se beber não dirija. Nem governe”, e lembra que até aqui, em 40 meses de governo, o presidente Lula já fez 102 viagens, não contando com esses pulinhos de estado em estado brasileiro. Não, a conta é de viagens pelo mun-do. Ou mais de duas por mês,

tal como semana sim, semana não.

Sem contar, ora pois sim, os pulinhos pelo Brasil, esses sim, somam 283 viagens. Início desse mês, quando a conta foi feita pelo nosso jornalista ou outro matemático usando seu nome, nosso Presidente com-pletava 382 dias fora do Brasil desde a posse. E, dentro do país, no mesmo período, com-pletou 602 dias fora de Brasília. Total da itinerância presiden-cial, caso único no mundo e na História: Exatos 984 dias fora do Palácio do Planalto, em ex-atos 1.201 dias de presidência. Isso equivale a 81,9% do seu mandato fora do seu gabinete. Esta é a defesa da tese de que ele não sabia e nem sabe de nada do que acontece no Palá-

cio do Planalto.Governar ou despachar, nem

pensar. A ordem é circular.A qualquer pretexto, é o que

diz o texto, e acrescenta ainda (e cá pra nós essa parte o Pai Muzuê aqui achou deselegante) que o Presidente não é (nem nunca foi) chegado ao batente, ao despacho, ao expediente. “Jamais poderá mourejar no gabinete, dez horas por dia, um simpático mandatário que tem na biografia o nunca ter se sen-tado à mesa nem para estudar, que dirá para trabalhar”, diz o camarada Joelmir.

Bom, mas é que ele diz, e o que deu tempo de Pai Mu-zuê conferir foram apenas as informações numéricas das viagens. E haja viagem, saravá, “Meu Pai”.

PERFIL - Pai Muzuê, na verdade, é a identidade umbandis-ta de Leovegildo Aragão da Silva, um senhor distinto de 69 anos, que nasceu em Pinheiros, se mudou para Santa Inês aos 12 anos, comeu muita poeira na estrada até chegar a Caxias, na fronteira com o Piauí, e teve de voltar com malas e cuias para Codó, aos 24 anos.

Desde então, ali se estabeleceu com um bem sucedido Pai de Santo, tendo um dos maiores e mais bem frequentados terreiros de macumba do Brasil. Tem cursos de pós-grad-uação, especialização e até mestrado em Defesa contra as Artes das Trevas, mas sabe como ninguém bater um tambor e mandingar para os mais chegados. Na sua enorme lista de celebridades constam maranhenses igualmente famosos, como José Sarney, Alcione, Gonçalves Dias, Antonio Lemos, Zeca Baleiro e quase todos os emergentes que aparecem na telinha da Globo.

Seu forte é matar políticos. Tancredo Neves e Ulysses Guimarães são exemplos disso. Quando não mata, no mín-imo perde mandato. E aí, a lista é enorme. Começou com Collor de Mello.

Intelectualizado, Pai Muzuê agora escreve com exclusivi-dade, toda semana, para o jornal Tribuna do Pará. E avisa: quem for podre, que se quebre!

Aprenda a nova oração - Pai Nosso do Sarney

Pai Sarney nosso que estais no SenadoInocentado seja o nosso nomeVenha a nós o vosso tráfico de influênciaSeja feita sua vontade como sempre foi há décadasAssim na Câmara como no Tribunal. A mamata nossa de cada dia nos dá hoje.E enchei as nossas cuecasAssim como as malas que trafegam pra Cuba.Ajuda-nos com a FederalNem que seja censurando jornal. E livrai-nos do Aécio e do Serra. AMEIA!

O Presidente Lula vai visitar um hospício e é recebido por uma comissão de pacientes. — Viva o Presidente Lula! Viva Luis Inácio Lula da Silva! - gritavam eles, entusiasmados. Ao ver um dos doidos da comissão calado, um dos assessores do presidente, aborda-o e pergunta: — E você, porque é que não está gritando: “Viva o Presidente Lula”? — Porque eu não sou louco, sou médico!

Todo mundo sabe que Sasha é a filha da Xuxa com o Luciano Szafir, mas... ...e se fosse com o Senna? - Rasha. E se fosse com o Antonio Erminio de Morais? - Ricasha. E com o Presidente da Tostines? - Bolasha. E se fosse com a Marlene? - Masha. E se fosse com o Ratinho? - Escrasha. E se fosse com o Jacaré do Tchan? - Agasha. E se fosse com o Nelson Ned? - Basha. E se fosse com o Nei Matogrosso? - Bisha. E se fosse com o Rubinho Barrichello? - Pasha. E se fosse com o Pedro Malan? - Arrosha. E se fosse com o Frango da Sadia? - Cosha. E se fosse com alguém que acredita em políticos? - Trosha!

PIADA É AQUI

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Page 5: Tribuna 10

5Cidades Belém, 14 a 20 de novembro de 2009

Batista Campos tem feira itinerante para a população

A Feira da Batista Campos é cheia de peculiaridades. Além de estar localizada em um dos trechos mais movimentados da cidade, na Avenida Conselheiro Furtado com a rua Doutor Mo-raes, a feira também se diferencia das demais por funcionar apenas às sextas, sábados e domingos. No local, são ofertados produ-tos frescos, como hortifrutigran-jeiros, farinhas de todos os tipos, lanches, peixes e frangos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Economia (Secon), os 103 equipamentos que com-põem a feira da Batista Campos são cadastrados na Prefeitura.de Belém Apesar de não possuir um grande porte, a feira atrai os fregueses do entorno, pela quali-dade e variedade dos produtos.

Há quem diga que a feira de Batista Campos é uma das mais caras de Belém, devido à sua loca-lização, em um bairro considera-do de classes altas. Mas, segundo o feirante Miguel Ferreira, que está trabalhando em Batista Cam-

pos há 26 anos, esse pensamento não é verdadeiro. “Nossa feira tem bons preços. Na minha barraca, por exemplo, uma penca com 16 bananas a gente faz a R$ 4 reais. Em outras feiras você não encon-tra por menos de cinco reais”, de-fende o feirante.

Outra característica única da fei-ra é que a grande maioria dos tra-balhadores é de colonos, ou seja, pessoas que moram no interior e trazem a produção para vender em Belém aos fins de semana. É o caso de Francisco de Azevedo e João Batista, que trabalham jun-tos há 30 anos em uma barraca de frutas e legumes. Francisco reside em Americano, distrito do município de Castanhal, e João é de Castanhal.

Seu Francisco revela que gosta de trabalhar na feira. “A gente pega um ventinho bom, está sempre na brincadeira com os colegas”. Ele enumera os produ-tos de sua barraca. “Aqui tem de tudo; vagem, banana, feijão, pu-punha, quando está na época...”.

O feirante só reclama da concor-rência com os supermercados. Segundo ele, hoje em dia, o mo-vimento está mais fraco, devido às facilidades oferecidas pelos grandes mercados. Às vésperas de completar 68 anos, seu Fran-cisco ainda possui muitos sonhos para concretizar. “Quando eu tiver dinheiro, quero comprar um carro para trazer peixe de Vigia e ven-der aqui em Belém”, planeja.

O feirante Carlos Alberto, mais conhecido com Beto da Farinha, é um dos poucos trabalhadores que não é “colono”. Morador de Belém, ele vende farinha há 20 anos na feira. Para Carlos Alberto, o melhor da feira é o companheirismo en-tre os trabalhadores. “Cada um de nós tem os fregueses certos, mas a gente se ajuda muito. Quando meu colega que também vende farinha precisa sair, eu atendo os fregueses dele”, relata.

Muitos dos clientes que fre-quentam a feira são moradores do entorno. Porém, tem gente que vem de longe só para fazer

as compras da semana na Batista Campos. É o caso de dona Maria do Carmo, de 64 anos. Ela mora em Outeiro e faz questão de vir a Belém todos os fins de semana para ir à feira. “Gosto muito des-

ta feira, não troco por nenhuma outra. Aqui é tudo de boa quali-dade com preços em conta. Os feirantes são pessoas maravilho-sas e são todos muito carinhosos comigo”, conta.

Mesmo só funcionando nos finais de semana, a feira garante a sobrevivência de colonos das agrovilas localizadas próximas à capital, e atende as necessidades dos moradores de Batista Campos com boa variedade de produtos

Tucupi e jambu podem ser encontrados também no espaço itinerante no coração da cidade

Apesar da localização privi-legiada e boa freguesia, os fei-rantes da Batista Campos pe-dem melhores condições de trabalho. Como a feirante Elvira Lobato, que trabalha vendendo lanches e refeições variadas. Há 26 anos na feira, ela diz que o local carece de uma melhor in-

fraestrutura. “Nossas barracas estão todas quebradas e velhas. Ainda mais que temos que mon-tar e desmontar todos os finais de semana, aí mesmo que des-gasta”, conta Elvira. Outra recla-mação da feirante é em relação à segurança no entorno. “Nós pagamos vigia, mas não temos

segurança. Há alguns anos, os bandidos levaram a minha pan-ela de pressão. A violência está horrível”, desabafa.

Para Iratã Silveira, que vende farinha, a feira está precisando de padronização. “Essas bar-racas são muito antigas, gan-hamos ainda no tempo do Hélio

Gueiros. A gente vai dando um jeitinho para reformar, mas a situação já está complicada”, diz ele.

De acordo com o diretor de Feiras, Portos e Mercados da Secon, Luís Carlos Silva, está em fase de estudo um projeto de organização da feira. “Como

o Cemitério da Soledade deve ser transformado no primeiro Cemitério – Parque de Belém, a intenção é organizar a feira ao longo da Dr. Moraes. Mas este projeto ainda está em fase de estudos e será apresentado posteriormente aos feirantes”, afirma o diretor.

Secon estuda a criação de um projeto para organizar e dar nova cara para o local

Page 6: Tribuna 10

6

Muitos comerciantes aprovei-tam o movimento na praça para garantir o sustento da família. Um deles é Heberth de Castro, vendedor de picolés. “Trabalho sempre por aqui, as ruas são bem movimentadas”, garante. No en-tanto, Heberth se diz vítima da violência urbana, já que, há algu-mas semanas, ele foi assaltado na Pariquis. No entanto, o vendedor se identifica com o bairro. “Moro no Satélite, mas gosto muito deste bairro, é um dos melhores de Belém. As pessoas são boas e humildes, apesar de terem geral-mente uma alta renda, tratam todo mundo bem”, elogia.

O casal de médicos Fernando e Concita Pedrinha reside em um edifício defronte à praça de Ba-tista Campos. Os dois costumam aproveitar o espaço para descan-sar. Para Concita, sentar na praça é uma terapia. “Os logradouros de Belém são maravilhosos, e o nosso bairro é muito bom. Tem serviços, é perto de tudo. É um bairro que nos preenche, pois oferece muitas facilidades”, co-menta.

Apesar dos privilégios de viver em um bairro central, Concita diz que Batista Campos não está livre de ações violentas. Para ela,

a segurança pública no local é frágil, como em toda a cidade de Belém. “Em Belém, a segurança

está nota zero. Tenho medo que meu marido vá andando ao supermercado perto de onde

moramos. A insegurança está dominando a cidade, como um todo”, lamenta a médica.

Cidades Belém, 14 a 20 de novembro de 2009

Batista Campos mescla natureza e ambiente urbanoO bairro de Batista Campos, no

centro de Belém, é caracterizado, principalmente, por ser um lugar nobre e movimentado. O bairro concentra vários dos serviços da capital, como colégios, lojas, su-permercados, shoppings, entre outros. Por isso, as ruas da Batista Campos estão sempre cheias de transeuntes, que vem de todos os bairros de Belém.

Um dos principais símbolos do bairro é a Praça Batista Campos. Repleta de verde e elementos naturais, a praça é movimentada durante a semana inteira, especial-mente aos sábados e domingos, quando crianças, jovens e adultos visitam o local, buscando aliar o lazer ao contato com a natureza.

É o caso do estudante Diego dos Santos, que costuma ir à praça aos finais de semana para ensaiar com seu grupo de hip-hop, chamado “Break Star’. Diego diz que Batista Campos é um local agradável para caminhar e até mesmo para desenvolver a arte. “Aqui é muito movimentado, sempre tem gente passeando ou se exercitando”, co-menta.

A assistente social Carla Lima e sua mãe, Rosa, realizam atividades físicas na praça durante a semana. “Este lugar é a minha infância, freqüento há mais de 30 anos”, conta Carla. Apesar de residirem na Cidade Velha, as duas fazem questão de caminhar na Batista Campos.

No entanto, uma das reclama-ções de Rosa Lima é a presença de estudantes uniformizados na pra-ça em horários de aula. “Eles usam

o espaço público para “matar aula”. É preciso que a escola e os guardas estejam atentos a esta situação. Os pais destas crianças pensam que elas estão na escola, quando isso não é verdade”, ressalta Rosa. A filha complementa: “Além disso, também sinto que faltam ações sociais aqui em Batista Campos. Vejo muitos mendigos pelas ruas, eles precisam ser acolhidos pelos órgãos competentes”, afirma.

Para o contador João Paulo, que reside no bairro de Batista Campos, a praça é um ambiente único. “Pos-sui uma estrutura tradicional, uma linha arquitetônica antiga e muito bonita”, diz ele. Porém, ele diz que a manutenção do local poderia estar melhor. Um dos pontos negativos apontados é o desgaste das pedras do calçadão, que acabam forman-do buracos. “Todos os dias alguém torce o pé por aqui”, revela.

João Paulo afirma ainda que é preciso haver uma preocupação maior com o meio ambiente, tanto pelo poder público quanto pelos usuários da praça. “Na Batista Cam-pos, percebo que não uma preo-cupação intensa com a reposição de mangueiras, por exemplo. Pelo contrário, são plantadas ár-vores oriundas de outras regiões”, reclama. Ele denuncia também a falta de educação de usuários. “Já presenciei pessoas pescando os peixes que ficam nos laguinhos, sem o mínimo zelo com a nature-za. Infelizmente, nem todos sabem usufruir de lugares públicos. Mas poderia ter mais guardas também, para evitar este tipo de atitude”, sugere.A Praça Batista Campos é um dos ambientes de natureza preservada de Belém, que também serve de lazer para a população

O casal de médicos Fernando e Concita Pedrinha gosta do bairro, mas sente na pele a insegurança que tomou conta de Belém

O nome do bairro faz homenagem ao Cônego João Batista Gonçalves Campos, jornalista e advogado. Batis-ta Campos foi um importante ativista político da história do Pará, desde a época que antecedeu a Independên-cia do Brasil até as lutas partidárias que culminaram com a explosão do movimento da Cabanagem (1835-1840), ocorrido durante o período da regência provisória.

Autor intelectual da Cabanagem, o cônego alimentou a resistência con-tra o governador da província Ber-nardo Lobo de Sousa, por isso teve de refugiar-se no interior para escapar às perseguições do governo. Redigiu o primeiro jornal publicado em Belém - “O Paraense” - e a seguir o “O Publica-dor Amazoniense”.

Em 1834, enquanto Batista Campos fazia a barba e provocou, por des-cuido, um corte profundo em uma espinha no rosto com a navalha que usava. O ferimento aparentemente ir-relevante infeccionou, provavelmente acentuado pelas condições geográfi-cas da Amazônia, o que ocasionou a morte de Batista Campos em 31 de dezembro de 1834. Seu corpo foi en-terrado na Vila de Barcarena.

Nome faz home­nagem a mentor da Cabanagem

Mesmo em área central, população sente a insegurança

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7Belém, 14 a 20 de novembro de 2009Cidades

Assim como o descaso no sa-neamento, pavimentação e se-gurança das ruas no bairro Ja-derlândia, a população enfrenta a mesma situação quando o as-sunto é saúde. Ao chegar no pos-to de saúde do bairro um cartaz reflete a precariedade do serviço, ao anunciar que os exames la-boratoriais estão suspensos por tempo indeterminado.

Além da falta de serviços médi-cos, a falta de remédios no posto é outro problema que marca a crise da saúde no município de Ananindeua. Na busca por atendimento médico, as pessoas reclamam do serviço do posto, aliás, da falta de serviço publico de saúde, como a ausência de médicos, enfermeiros e de medi-camentos.

A população relata o quanto

é mal assistida. “Não sei porque marcam consultas nesse posto, se nem tem médico, é uma perda de tempo. E quando tem, a gente espera muito para ser atendido e, depois que o médico nos passa os remédios, perdemos ainda mais tempo, porque também não tem remédio”, conta seu João Améri-co, 46 anos. “Parece bricadeira, mas a situação é muito séria, o serviço de saúde aqui está pre-cário”, concluiu seu Américo.

Há casos em que a espera dura semanas, como relatou uma usuária no início da semana passada. “Estou aqui desde as 07h00 e só agora, 11h30, que eu consegui marcar uma consulta pra minha filha. Na realidade, se tivesse médico, hoje mesmo era pra ser realizada essa consulta, mas como não há médico, tive-

ram que marcar para daqui há uma semana. Agora espero que no dia marcado tenha médico, para eu não passar mais por essa agonia”, contou Daniele Prestes, 23 anos, dona de casa.

Encaminhamento para espe-cialidades também são difíceis de agendar. “Estou andando atrás de uma consulta com um der-matologista há quase um mês, mas toda vez que eu chego aqui é a mesma desculpa, de que não tem médico. E agora que eu li no cartaz que exames e consultas estão sem previsão de acontecer, que tristeza. A gente paga nossos impostos direitinho e em troca recebe esse tipo de tratamento. Nosso direito a serviço de saúde não é respeitado”, reclamou tam-bém dona Maria José, 51 anos, dona de casa.

Jaderlândia sofre o descaso da Prefeitura de AnanindeuaO bairro da Jaderlândia, loca-

lizado no município de Ana-nindeua, tem apenas 27 anos de existência, e recebeu esse nome em homenagem ao depu-tado federal Jader Barbalho, pai do atual prefeito do município, Helder Barbalho. Mas apesar de ser filho do político homenag-eado, nem assim o prefeito dá atenção ao bairro, que sofre com obras anunciadas, porém não concluídas, assim como a falta de saneamento, ruas não pavi-mentadas, saúde precária e inse-gurança.

Entre as obras anunciadas, mas que estão paralisadas, a Pre-feitura sinalizou com ampliação da avenida Três Corações, que serviria para interligar o bairro da Jaderlândia com o bairro da Cidade Nova, mas na realidade o cenário por lá é outro. Com as obras paradas há mais de um ano, o local é o retrato do abandono e com muito lixo acumulado, um cenário que serve somente para o aumento da insegurança. “Aqui a situação está precária. Falaram que iam pavimentar a avenida, mas até agora nada, está tudo abandonado, e isso só favorece os bandidos. Só para você ter idé-ia, até carro roubado os ladrões abandonam aqui. E pior, quando roubam ônibus os ladrões des-viam da rota e trazem para cá, para assaltarem os passageiros”, denuncia dona Maria Domingas, 48 anos, dona de casa.

Outro morador do bairro re-clama da falta de coleta do lixo. “Não é só essa insegurança que domina aqui. Fica esse lixão todo acumulado, poluindo toda área, e para piorar a situação, o camin-hão de lixo não passa aqui. Essa obra que não sai do papel só po-dia resultar mesmo nisso, o que seria a emenda dessa área com a cidade nova, tá servindo mes-mo é de lixão ou de cemitério de animais, já que até cachorro morto o pessoal joga nesse lixo”, contou Paulo de Jesus, 52 anos,

comerciante.A Prefeitura de Ananindeua

também iniciou no bairro do Jaderlândia uma obra para me-lhorar o sistema de esgoto, com a instalação de tubulações, mas os serviços incluíram e favorece-ram somente a parte central do bairro, deixando os moradores das partes mais baixas do Ja-derlândia em situação delicada, já que o abandono resultou em falta de água. Além disso, basta uma simples chuva para as ruas ficarem alagadas, intrafegáveis e

cheias de entulhos.Com essa situação, é comum a

reclamação dos moradores por causa das condições das ruas, como é o caso de dona Wanda Lima, 59 anos, moradora da rua G. Ela diz que nada foi feito em beneficio dos moradores, e que, nem tomar um banho é possível lá na rua, pois nem água chega as torneiras. Moradora da rua I, dona Helena Silva, 60 anos, dona de casa, faz a mesma reclama-ção e acrescenta que a Prefei-tura nada faz para solucionar os

problemas da área. “Essa situa-ção não muda e nunca vai mu-dar, pois esse prefeito não olha pra cá. Uma chuvinha e a rua fica toda alagada, até as nossas casas que são altas enchem com as águas das chuvas, porque não tem sistema de escoamento. Serviço da prefeitura não existe, se fazem alguma coisa aqui não chega, só fazem no centro do bairro”, reclama dona Helena.

A situação precária das ruas também dificulta o acesso dos moradores. “Aqui carro não pas-

sa, o motorista que tentar passar vai ficar atolado. E nós, mora-dores, temos que andar por cima das calçadas, do mato, jogar pe-dra ou madeira para fazer trilha em cima da lama, para poder passar. Já fizemos um abaixo-as-sinado e levamos na Prefeitura, reclamando da situação da rua e pedindo solução para o pro-blema desse alagamento, mas até agora nada. É uma falta de disposição total pra eles fazerem isso”, reclama dona Creuza Brito, 52 anos, dona de casa.

Obra de saneamento no bairro foi paralisada e o que resta da tubulação serve apenas para acumular lama e dificultar a vida dos moradores, além de impedir o tráfego de veículos

Atendimento de saúde também é precário em toda a área

Na porta do posto de saúde um aviso diz que os exames laboratoriais estão suspensos

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As praças públicas assumem um papel importante no con-texto urbanístico-ambiental de uma cidade. Nesse ambiente ur-bano, as praças são bens de uso do povo, proporcionando lazer, recreação e intercâmbio sócio-cultural, além de ajudar na mel-horia das condições sanitárias e higiênicas de uma cidade. Nesse sentido, a Prefeitura de Ananin-deua até que tomou iniciativas através da reforma de algumas de suas praças públicas. São es-paços que foram revitalizados favorecendo a população para prática de exercícios, lazer e re-creação. Porém, as mesmas pes-soas que fazem uso das praças reclamam da falta de segurança que esses locais apresentam, diferente do que fala a Prefeitura, que anuncia a presença de uma Guarda Municipal atuante e pro-moveria ordem e segurança nas praças, mas isso está longe de acontecer.

A Praça da Bíblia, que fica loca-lizado na Cidade Nova II, foi um dos espaços revitalizados pela Prefeitura, mas que não tem a presença da Guarda. “Eu venho todos os dias e nunca vi a pre-sença de um guarda municipal. E, para manter segurança do patrimônio e até mesmo das pes-soas, a gente precisa deles, prin-cipalmente nos finais de semana, quando a praça fica lotada. Se acontecer alguma coisa, onde es-tará a guarda?” pergunta Ayana Soares, 18 anos, estudante.

“Trabalho aqui na Praça da Bíblia há cinco anos e nunca vi a Guarda Municipal fazer ronda aqui. Quando acontece alguma ronda de segurança, é feita pela PM (Polícia Militar), e isso quan-do acontece. O que acontece é assalto por aqui, mas segurança mesmo não tem, e a gente não pode fazer nada”, disse Nilton dos Santos, 54 anos, comerciante.

Na mesma situação se encontra a Praça do Complexo Esportivo Chiara Lubich, mais conhecida

como o complexo do VIII (Cidade Nova VIII). O espaço também vem de uma reforma, que deixou a praça mais arborizada e com al-guns brinquedos para a diversão de crianças, mas que, pela ausên-cia de uma Guarda Municipal atuante, a insegurança e atos de vandalismo ao patrimônio é que são presentes. “Até que quando a praça foi inaugurada tinha uma ronda constante da Guarda, mas passou um tempo e eles para-ram de fazer. Agora, a partir das 9 horas da noite, a bandidagem, sabendo que não tem guarda, se aproveita pra agir”, denuncia Vi-nicius Raposo, 33 anos, artesão.

Além de guardar o patrimônio público, Guarda poderia inibir ação dos assaltantes

Os moradores têm consciên-cia de que a presença da Guarda

Municipal em um logradouro é primeiramente para proteger o patrimônio público, mas a po-pulação sabe que a presença da Guarda Municipal poderia inibir a ação dos vândalos e também dos assaltantes. “Se tivesse uma guar-da aqui, muitos assaltos seriam evitados. Minha sobrinha um dia desses foi assaltada, e esse risco de ser assaltada é em qualquer hora do dia. A pessoa vem para fazer um exercício físico, passear ou lanchar, mas corre o risco de ser abordado por um marginal”, reclama dona Célia Furtado.

Dona Suely Lima, outra mora-dora do local, afirma que tam-bém é importante manter a or-dem, mas isso não pode ocorrer sem a presença da Guarda. “Além de evitar assaltos, a presença da guarda serviria para manter a or-dem aqui na praça. Quando ela

foi inaugurada tinha brinquedos para a criançada e alguns monu-mentos, mas aí vândalos que-braram todos os brinquedos, fi-zeram uma verdadeira desordem aqui, até a bomba de água que tinha aqui na praça foi roubada”, denuncia dona Suely, sobre o complexo do VIII.

No complexo da Cidade Nova VI, apesar de funcionar uma creche pública no local, a Guarda também não se faz presente na praça, e mais reclamações sobre a insegurança são feitas pelas pessoas. “Aqui os assaltos são muito comuns. Um dia desses, eu mesma presenciei um bando de ladrões levarem a bicicleta de um rapaz. Aqui dentro desse complexo, lá mais para dentro, acontece até venda de drogas e sempre tema presença de pes-soas suspeitas fumando ma-

conha por lá, isso nos deixa com muito medo”, revela Keyla Mari-ana, 27 anos, dona de casa.

Quase todos os moradores já passaram por situação de insegurança ou têm histórias para contar sobre isso, e acham que a Guarda Municipal da ci-dade poderia ajudar muito na redução das ocorrências, apenas tomando conta do patrimônio. “Seria muito bom se tivesse uma guarda municipal que oferecesse alguma segurança aos espaços públicos. Sei que isso ajudaria bastante a eliminar os riscos de assaltos nesses locais, que são muito comuns. Comigo nunca aconteceu, graças a Deus, mas escuto muito casos de assaltos que me deixam assustado e pre-ocupado”, disse seu Adir Pinto, 38 anos, representante de vendas e morador da área.

SegurançaBelém, 14 a 20 de novembro de 20098

Guarda Municipal some das praças de Ananindeua

Até hoje a Guarda Municipal de Ananindeua não disse a que veio, enquanto as praças e outros equipamentos públicos continuam sem vigilância e proteção do patrimônio

No Complexo da Cidade Nova VIII foi feita a recupração da praça, que ainda espera os guardas municipais para tomar conta do patrimônio público e ajudar a inibir a onda de assaltos em quem caminha ou passeia no local

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9Política Belém, 14 a 20 de novembro de 2009

Câmara vota contra água nas torneiras de Belém

A realidade cruel da falta de água potável em quase todos os bairros de Belém ainda vai continuar por algum tempo. O problema da falta d’água deve persistir na vida de pelo me-nos 1,5 milhão de habitantes da capital. O caos foi decretado pelo voto de 18 vereadores da bancada de oposição ao pre-feito na Câmara de Belém, que aprovaram emenda supressiva de autoria do vereador Adalber-to Aguiar (PT). Ele propôs a su-pressão do artigo 1º do projeto de Lei que regulamentava o arti-go 175 da Constituição Federal, que dizia que “os serviços públi-cos, precedidos ou não de obra pública, o uso de bens públicos e o direito real de uso do Mu-nicípio de Belém, poderão ser delegados mediante concessão

e permissão, nos termos do ar-tigo 175, da Constituição Fed-eral, da Lei nº 8.987/1995, da Lei nº 11.079/2004, do artigo 37 do inc. VIII, da Lei Orgânica do Município de Belém, e por esta Lei. O parágrafo único dizia as-sim: “Todos os procedimentos para a outorga da concessão ou permissão de que trata esta Lei, inclusive a elaboração do edi-tal e do respectivo contrato de concessão ou permissão serão adotados pelo Poder Executivo Municipal”.

Apenas os vereadores Walter Arbage (PTB) e Tereza Coimbra (PDT) votaram a favor do pro-jeto e contra a emenda. O re-sultado da votação mostra que os 18 vereadores estão com-prometidos em defender os in-teresses de outros municípios

atendidos pela Cosanpa, que são beneficiados com os recur-sos arrecadados pela empresa em Belém. É a capital que acaba gerando lucro e este dinheiro, algo em torno de R$ 14 mil-hões, é repassado para cobrir o rombo da gestão ineficiente nas outras cidades do Pará.

Enquanto isso, pelo menos 450 mil pessoas que moram em áreas de expansão sim-plesmente nem têm acesso ao serviço de abastecimento de água e outros 750 mil mora-dores de Belém são atendidos com precariedade pela Com-panhia de Saneamento do Pará (Cosanpa).

A não aprovação do Projeto de lei que regulamenta a lei das concessões públicas (lei n°. 8987) e a lei das parcerias públi-

co privadas (lei 11079) funciona como um tiro no pé. Mas no pé da população. Agora, o municí-pio terá como alternativa a cur-to prazo reabrir o diálogo com o governo do Estado para que a Cosanpa permita o mínimo de fiscalização na sua operação.

O diretor presidente do Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto de Belém (Saaeb), Raul Meireles, disse que o município é inquestiona-velmente o poder concedente do serviço por prerrogativa constitucional, o que significa dizer que detém a titularidade sobre todos os sistemas de abastecimento de água e es-goto sanitário, inclusive aque-les operados pela Cosanpa. “A única coisa que Belém deseja é que os R$ 2 milhões de que a

companhia lucra com o sistema na capital sejam reinvestidos aqui para acabar com a falta de água crônica que existe há dé-cadas em vários bairros, disse.

Ao contrário do que a oposição pregou, a aprovação do projeto nada tinha a ver com privatização do serviço, porque o município jamais poderia privatizar uma empresa que é do Estado.

O projeto de lei que tramita na Câmara, datado de 4 de junho deste ano, propunha a regulamentação o Artigo 175 da Constituição Federal, que é hoje a porta aberta para a ex-ploração de serviços públicos como transporte, malha viária (pedágios), coleta e tratamento de lixo domiciliar urbano, entre outros.

O Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA), na aberta do dia 11, apre-ciou em bloco sete pedidos de intervenção federal no Estado, formulados por entidades e proprietários rurais, pelo não cumprimento, pelo Governo do Pará, de mandados judiciais de reintegração de posse de áreas e fazendas invadidas em território paraense. No plenário estavam 24 dos 30 desembar-gadores que integram a Corte, e o pedido de intervenção foi aprovado quase à unanimi-

dade, com apenas um voto con-trário. No pleno estava ainda o procurador-chefe do Ministério Público, Geraldo Rocha. A de-cisão do TJ-PA segue para o Su-premo Tribunal Federal (STF), a quem caberá os procedimen-tos legais, nos termos definidos pela Constituição Federal, para os casos de intervenção federal nos estados.

A maioria esmagadora dos magistrados se manifestou fa-vorável ao deferimento do pe-dido, decisão justificada pela necessidade de promover o

cumprimento de decisões da Justiça e inibir as sucessivas ações de invasores, nos últimos dias promovidas com maior violência, com atos de vandal-ismo, depredações, agressões a ocupantes legais e ameaças a autoridades, além da expec-tativa de que a protelação no cumprimento pelo Estado dos mandados de reintegrações de posse possam estimular o au-mento dessa prática criminosa contra a propriedade privada.

Na sessão do pleno, o presi-dente do TJ-PA, desembargador

Rômulo Nunes, na condição de relator natural de ações dessa natureza, passou a presidência dos trabalhos à vice-presidente da Corte, desembargadora Raimunda Gomes Noronha, que apresentou o relatório atu-alizado sobre as ações.

Houve manifestação das en-tidades e proprietários rurais que requereram a intervenção, através do advogado Carlos Alberto Platilha, que defen-deu a medida pleiteada como necessária a que o direito de propriedade seja assegurado,

nos termos definidos pela Con-stituição Federal, devolvendo os bens invadidos aos seus legítimos proprietários e asse-gurando o cumprimento da Lei. Em defesa da postura do Gover-no, usou da tribuna o procura-dor geral do Estado, Ibrahim Rocha, que reiterou alegações anteriores de que os manda-dos estão sendo cumpridos, de acordo com as possibilidades e instrumentos de que o Estado dispõe para fazê-lo. (Com infor-mações do Tribunal de Justiça do Pará).

O presidente da Casa, Walter Arbage, e a vereadora Tereza Coimbra foram os únicos vereadores da Câmara Municipal de Belém que votaram a favor do projeto que propõe metas e regras para a Cosanpa cumprir na cidade

Tribunal de Justiça do Pará aprovou pedido ao STF de intervenção federal no Estado

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10Belém, 14 a 20 de novembro de 2009 Política

A Fazenda Guamá, popular-mente conhecida como fazenda Pirelli, vai ser fatiada para se transformar em um conjunto habitacional que será construído pela Companhia de Habitação do Pará (Cohab).

A área total abrange 7.307,72 hectares e perímetro de 54.154,96 metros, inteiramente demar-cada com intervenções antrópi-cas baixa, moderada e alta em 1.367,00 hectares contínuos e mais 60,00 hectares da Alça Viária.

Ocupa 6,3% das terras dos mu-nicípios de Ananindeua, Ben-evides, Marituba e Santa Isabel do Pará, e comporta 42% do setor continental do município de Belém, de onde dista aproxi-madamente 18 Km, com acesso terrestre pelo Km 14 da BR 316 (Marituba), daí segue por uma distância de 04 km pela estrada

da Pirelli.Deste total, 918,65 hectares

serão desmembrados para a in-tervenção habitacional do lotea-mento “Residencial Rio Guamá”, de responsabilidade da Cohab. A unidade de conservação terá uma área de 6.329,91 hectares, equiva-lente a cinco parques estaduais do Utinga ou 396 Bosques Rodri-gues Alves. Análises em imagem de satélite e trabalhos de campo demonstraram intervenções antrópicas baixa, moderada e alta em aproximadamente 700 hect-ares contínuos e mais 42 hectares da Alça Viária dentro do Refúgio. A área antropizada será objeto de recuperação e estima-se que 437 hectares serão destinados para infraestrutura com fins adminis-trativos, eco turísticos, estudos, pesquisas, educação ambiental, exposições e recreação, distribuí-dos em 621,67 ha na zona de alta

intervenção, assim como 5.666,24 hectares (04,7 Parques do Utinga ou 354 Bosques Rodrigues Alves) serão destinados para a preserva-ção total da biodiversidade e dos ecossistemas.

Todas essas informações são trechos do documento oficial de estudo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) sobre o projeto do “Refúgio Silvestre”, quando se trata da sua localiza-ção. O “estudo” tem apenas seis páginas. Qualquer memorando de órgão público é maior e mais detalhado que isso, o que leva a crer que este documento não in-forma o que realmente importa.

Mera lição de geografia, sem apresentar qualquer tipo de infor-mação ou justificativa relevante para se fatiar quase 1.000 hectares para a instalação de um favelão habitacional, como se fosse coisa de menos importância.

Urnas eletrônicas de 2010 passam por testes no TSEOs testes de segurança das ur-

nas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2010 foram encer-rados no Tribunal Superior Eleito-ral (TSE) sem nenhuma ameaça que pudesse botar em cheque o sistema eleitoral brasileiro. O especialista em tecnologia da informação Sérgio Freitas, de 35 anos, conseguiu captar interferên-cias eletromagnéticas dos tecla-dos da urna eletrônica, por meio do uso de aparelhos de rádio AM/FM. “Em frequencias FM, ao digi-tar [no teclado da urna] era pos-sível detectar interferências com o aparelho a uma distância de 5 a 10 centímetros da urna”, explicou. A partir da captação dos sinais, em tese seria possível detectar o voto do eleitor, pois, segundo Feitas, cada tecla tem um som específico. No entanto, ele classificou como muito improvável a possibilidade de violação do sigilo do voto do eleitor no dia de uma eleição, pois seria inviável captar inter-ferências nas seções eleitorais. “Essa distância não é significa-tiva em termos de possibilidade de quebra do sigilo do voto. Considero, pela dificuldade, muito improvável que ocorra qualquer violação do voto do eleitor”, disse o especialista. O hacker citou que até hoje, no mundo, se tem notícia de que interferências semelhantes ten-ham sido detectadas a uma dis-tância máxima de 20 metros. “No nosso país há muito mais possi-bilidades para você usar do que essa tecnologia, que seria cara e dependeria de equipamentos e filtros potentes”, afirmou Freitas. “A segurança é medida sempre em relação ao custo que se vai ter para empreender o ataque. Nesse caso, o custo seria altís-simo”, completou. Sérgio Frei-tas, no entanto, deixou como sugestão a blindagem das urnas para que o processo se torne 100% seguro no que diz respeito

ao sigilo dos votos.

Testes Pelo menos 17 hackers ini-

ciaram a tentativa de fraudar as urnas só no primeiro dia de testes. Um total de 38 “inves-tigadores”, como são chama-dos pelo TSE, trabalharam nas cinco ilhas montadas na sede do tribunal, em Brasília. Os hackers inscritos, a maioria especialistas em informática e tecnologia da informação, têm

planos de testes que vão desde a quebra do sigilo do voto até a alteração do destino do voto digitado na urna. O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, afir-mou que não acredita na pos-sibilidade de as barreiras que protegem o sistema eleitoral serem vencidas pelos hackers. O engenheiro da computação Valter Monteiro, representante de um grupo composto por cin-co profissionais da Marinha do

Brasil, disse que sua equipe “bus-ca a inserção de algum arquivo na urna”. Caso o objetivo seja atingido, em tese a urna eletrôni-ca estaria sujeita a fraudes. O grupo vai participar dos quatro dias de teste. No dia 20, os “in-vestigadores” que apresenta-rem as três melhores ideias para o aprimoramento do sistema eleitoral receberão prêmios de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil. Os testes são acompanhados por dois observadores internacio-

nais da Organização dos Estados Americanos (OEA), que vieram de Washington especialmente para acompanharem a tentativa dos hackers burlarem o sistema eleitoral do Brasil. Dentre os ob-servadores brasileiros, há repre-sentantes da Federação Nacional das Empresas de Informática, do Serviço Federal de Processamen-to de Dados (Serpro), do Tribunal de Contas da União (TCU), do Exército, da Câmara e da Polícia Civil do Distrito Federal.

Os hackers tentaram fraudar o sistema eleitoral brasileiro e houve até premiação para aqueles que apresentaram soluções para melhorar e aperfeiçoar o voto eletrônico

Antiga fazenda Pirelli vai se transformar em um grande conjunto habitacional

Área privilegiada em plena Alça Viária, a propriedade deve se tornar um grande favelão

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11Política Belém, 14 a 20 de novembro de 2009

MST destrói e invade mais propriedades no Estado

O Movimento Sem Terra voltou a destruir mais uma fazenda no Sudeste do Pará. Sem se importar com a tropa de choque da Polícia Militar que supostamente está na região para controlar a situação, o MST colocou abaixo várias casas de funcionários e outras instalações do retiro Baixa da Égua, da Fazen-da Espírito Santo, em Xinguara.

O MST destruiu completamente a Fazenda Maria Bonita, em Eldo-rado dos Carajás, e agora repete a tática de guerrilha utilizada, mesmo com a presença da Polí-cia na região, o que é uma afronta ao poder constituído, que tem se mostrado inoperante em relação

à destruição, à segurança das pes-soas, ao direito à propriedade pri-vada e à moradia.

Os sem terra utilizaram ataques noturnos às casas dos funcionários da Fazenda Espírito Santo. Cerca de 100 moradores (funcionários e suas famílias) não suportaram mais o terrorismo e o pânico e aban-donaram seus empregos, deixan-do para traz rebanho de mais de 20 mil vacas prenhas, em período de nascimento de bezerros - neste período nascem cerca de 200 bezerros/dia na propriedade.

Um helicóptero da Agro Santa Bárbara que sobrevoava as pro-priedades destruídas foi alvo de

tiros. Felizmente não foi atingido.A destruição de área da Fazenda

Espírito Santo é a comprovação de que o Governo do Estado do Pará não está cumprindo sua fun-ção social e que o envio da tropa de choque para o Sudeste do Pará não é mais do que uma cena para a mídia mas sem qualquer efeito prático.

A Agro Santa Bárbara já não sabe mais a quem recorrer contra as atrocidades do MST no Sudeste do Pará, uma vez que o Governo do Estado é omisso e, ao que se depreende de seu posicionamento, não está empenhado em resolver o problema dos seus cidadãos.

Até mesmo tratores e implementos agrícolas foram alvos do ataque que os líderes do movimento fizeram a várias fazendas

Colonos das áreas foram supreendidos com a ação e perderam roupas e objetos pessoais

Equipamentos destruídos durante ato de vandalismo de trabalhadores do MST

A governadora Ana Júlia esteve na cidade de Portel, inauguran-do, simbolicamente, o início das obras de implantação do linhão de Portel, que é o primeiro trecho do chamado linhão do Marajó.

Encerrada a solenidade, a gov-ernadora visitou o belíssimo e grandioso templo da Assembléia de Deus de Portel, ocasião em que foi surpreendida com a presença dos vereadores de Breves que, devidamente uniformizados, diz-iam na estampa de suas camise-tas que Breves era uma terra ap-enas de deveres e que reclamava seu direito de “beber água limpa e de boa qualidade”, porque a distribuída pela Cosanpa é suja e tem mau cheiro, devido à estação de tratamento estar quebrada há meses e nenhuma providência foi tomada.

Essa manifestação, que, aliás, não foi divulgada pela Imprensa, terminou em meio a um bate-boca com uma vereadora do PT, o que obrigou o pastor a levar a governadora ao seu escritório, onde, inclusive, teria tomado água com açúcar para se acalm-ar. Depois, em meio ao jantar,

houve o protesto dos estudantes de Breves que, portando faixas e cartolinas, reclamavam da falta de professores e da recuperação de duas escolas de ensino médio, cu-jas obras se arrastam desde o iní-cio do ano e que estão paralisadas

há meses. E como a governadora não os recebeu, o grupo reagiu com palavras de ordem, o que, sem dúvida, lembrou o PT de an-tigamente. E um novo bate-boca se estabeleceu desta vez entre o deputado Paulo Rocha e a verea-

dora do PT que, aliás, foi ameaça-da até de expulsão do partido.

No dia seguinte, a governadora voltou à Belém, certamente en-tristecida, não só pelos protestos dos vereadores e estudantes de Breves, mas porque o povo de Portel sabe quem lutou pela im-plantação do linhão e de que essa obra, a despeito dos discursos fala-ciosos, será executada pela Rede Celpa com recursos da Eletrobrás e de que não há nenhum centavo do governo do Estado, a não ser o da topografia do chamado linhão de Portel.

Mas como o Marajó continuou esquecido, a Câmara de Vere-adores de Breves resolveu con-vocar o povo para uma grande passeata na qual os participantes deveriam vestir camisetas pretas ou portar faixas pretas no braço ou na cabeça, de tal forma que ficasse patente o “luto marajoara” pelo abandono da região e de Breves, em especial, onde, gra-ças ao fechamento das serrarias, houve a dispensa de mais de 7 mil trabalhadores que, hoje, pas-sam fome com suas famílias sem que o governo do Estado tome

alguma providência. Tudo isso so-mado a não conclusão do Hospi-tal Regional, a péssima qualidade da água ingerida pela população de Breves, a não conclusão da re-forma das duas escolas de ensino médio, além, é claro, da imper-doável falta de professores que pode comprometer, ainda mais, a qualidade do ensino naquela cidade.

O movimento, tímido, começou em frente ao estádio “Luiz Rebelo” e de lá saiu em passeata pelas ruas da cidade, cujas casas portavam pano preto em suas janelas.

Logo no início havia pouca gente. Mas, conforme a passea-ta avançava, as pessoas iam se juntando, todas portando a cor preta, de maneira que ao final, já na Praça do Operário, em frente à estação hidroviária, estavam mais de 7 mil pessoas, ordeiramente protestando quanto ao descaso da governadora para com a mis-éria instalada em Breves, graças ao desemprego que atingiu lim-ites insuportáveis e nem por isso os planos de manejo são libera-dos para reativar a economia do município e da região das ilhas.

A madeira, antes produto abundante no município, hoje gerou exército de sete mil desempregados

População de Breves protesta contra desemprego e fechamento de madeireiras

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Belém, 14 a 20 de novembro de 200912 Economia

Aneel quer mudar contratos e ajustar tarifas de energia

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu propor a mudança de cláusulas dos contratos de concessão com as empresas de distribuição de en-ergia elétrica para modificar a fórmula do cálculo de cobrança da energia dos consumidores, a fim de evitar cobranças in-devidas. Depois de entrar em audiência pública, no último dia 6, a proposta fica aberta para consulta e sugestões até o dia 27 de novembro.

As mudanças se tornaram necessárias depois que o Tri-bunal de Contas da União (TCU) constatou que os ganhos econômicos obtidos pelas dis-tribuidoras com o crescimento do seu mercado e consequente aumento do consumo de ener-

gia não estavam sendo reparti-dos com os clientes. Ou seja, há um desequilíbrio contratual.

Segundo o TCU, esse dese-quilíbrio causa um prejuízo anual aos consumidores desde 2002, de aproximadamente R$ 1 bilhão. Esse cálculo não é confir-mado pela agência reguladora. A própria Aneel tinha constata-do esse desequilíbrio em 2007, mas argumentava que uma mudança no cálculo deveria ser feita por meio de uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME). Contudo, no último dia 3 o ministério encaminhou para a agência reguladora um ofício informando que a mudança de-veria ser feita diretamente no contrato de concessão.

Diante disso, a Aneel decidiu

propor a mudança às distribuido-ras e colocar a proposta em con-sulta pública. “Não se pensou em audiência pública antes porque a proposta era de uma portaria do ministério. Era uma questão de política e não técnica”, disse a relatora da proposta, a diretora Joísa Campanher, da Aneel.

Ressarcimento A Aneel, porém, ainda não

discutiu o ressarcimento aos consumidores que, por conta do erro na fórmula do cálculo da tarifa, pagam contas mais caras. Não há previsão para que uma proposta de ressarcimento seja analisada pela agência nem definição sobre qual será a for-ma de ressarcimento ao consu-midor.

Mudanças são necessárias para evitar cobranças indevidas na energia elétrica que chega até a casa do consumidor

Seu bolsoPlanejamento é a chave para entrar em 2010 no azul

Ainda falta um mês e meio para a chegada de 2010, mas já é hora de fazer – e colocar em prática – a primeira promessa de Ano-Novo: pôr as finanças pessoais em dia. A estratégia pode ajudar você a começar o próximo ano com o pé-direito, e não correndo atrás do prejuízo.

Muita gente já tomou esse sus-to: gastou todo o 13º salário em presentes de Natal e na viagem das férias, e deixou para pensar depois nas contas do começo de ano. Mas esse é um erro grave, porque só em janeiro as pessoas percebem que o orçamento não comportava os gastos extras.

Confira as dicas para começar 2010 no azul

PlanejamentoPor causa do Natal, dezem-

bro é um mês que em geral “pesa” no orçamento das famílias, junto com os gastos de início de ano. Tem o IPTU da casa, o IPVA do carro, a matrícula das crianças, o ma-terial escolar, os uniformes es-colares novos e muitos outros gastos que podem deixar um rombo no orçamento. Quem não tem um extra para esses gastos acaba se complicando. Para evitar que isso aconteça, a dica dos especialistas é uma só: planejamento e contas na ponta do lápis.

Finanças na UTIO primeiro passo para pen-

sar em um bom planejamento futuro é tirar as finanças da UTI. Se este for seu caso, o 13º e a restituição do Imposto de Renda vêm a calhar. Para quem tem dívidas a vencer, convém aproveitar para negociar e en-trar no próximo ano sem elas ou com dívidas pequenas. Ape-sar dos juros terem caído, não é situação confortável carregar dívidas para o ano novo.

Na ponta do LápisColoque tudo no papel. A

renda, as dívidas e os gastos previstos. O ideal é fazer uma planilha de orçamento de gas-tos obrigatórios, que são as despesas fixas. Depois de veri-ficadas essas despesas é que se vai partir para as contas extras, para saber se há sobra de caixa para fazer despesas considera-das supérfluas, como as via-gens.

Dicas para organizarColocar tudo na ponta do

lápis não é tarefa fácil, mas é a saída para não perder o con-trole dos gastos. Na sua pla-nilha, coloque de um lado as despesas fixas, que você não pode deixar de pagar. Abaixo coloque as despesas extras e some tudo. Acrescente ao va-lor cada gasto novo que tiver. De outro lado coloque a renda fixa e possíveis rendas extras. Subtraia do total o valor dos gastos para conhecer seu saldo financeiro. Se for nega-tivo, use o 13º e a restituição do IR para quitar as dívidas, e aproveite para negociar um desconto. Também separe o dinheiro para as despesas de início de ano (IPTU, IPVA e ma-trícula escolar, por exemplo). Se for possível viajar nas férias, reserve o passeio e comece a pagar antes.

Investir no futuroQuem passar pela etapa de

somar as dívidas, despesas novas do final do ano e perce-ber que ainda vai ter um caixa saudável, a sobra pode servir para fazer economia. O ideal é aproveitar e fazer compras bem antes do Natal, quando os preços ainda não subiram tanto, ou ainda esperar janeiro e aproveitar as liquidações. Esse é um período de mer-cado em baixa, mas as lojas querem vender, por isso, se quiser a geladeira nova, a tele-visão ou o fogão, pode segurar um pouco e esperar as ofer-tas depois da virada do ano.

Busca por crédito cai pelo terceiro mêsA busca dos consumidores por

crédito voltou a cair pela terceira vez consecutiva, segundo levan-tamento da Serasa. No terceiro recuo mensal, a demanda por crédito caiu 0,4% na comparação com o mês anterior. Frente a ou-tubro de 2008, no entanto, houve alta de 0,8%.

A queda na procura por crédito “pode ser traduzida como um sinal de esgotamento, no curto prazo, da capacidade de endivi-damento dos consumidores, alia-do ao início da retirada de alguns

estímulos fiscais (IPI reduzido so-bre automóveis e eletrodomésti-cos), que foram relevantes para recolocar a economia brasile-ira novamente em rota de cresci-mento, após ter sido atingida pela crise financeira internacio-nal”, explicou a Serasa em nota após a pesquisa.

Na passagem de setembro para outubro, a queda maior na de-manda por crédito foi registrada entre os consumidores de alta renda, com rendimento mensal acima de R$ 10 mil. O recuo nessa

faixa de renda foi de 3,1%, após já ter recuado 5,1% em setembro.

Entre os consumidores com renda entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00 mensais, houve queda de 1,6%, enquanto entre aqueles com renda entre R$ 2.000,00 e R$ 5.000,00 o recuo foi de 0,7%.

Na baixa renda, houve expan-são na busca por crédito: entre os consumidores com renda até R$ 500,00 por mês, o crescimento foi de 2,3%, na primeira variação positiva após três quedas men-sais consecutivas.

Cai a taxa de juros para empréstimos pessoalA taxa média de juros co-

brada pelos bancos no em-préstimo pessoal recuou em novembro para 5,17% ao mês - a menor desde setembro de 2004, quando ficaram em 5,14%, segundo do Procon de São Paulo. Em outubro, a taxa média era de 5,21%.

Foram pesquisadas dez insti-tuições: Banco do Brasil, Bra-desco, Caixa Econômica Fed-eral, HSBC, Itaú, Nossa Caixa,

Real, Safra, Santander e Uni-banco. No cheque especial, a taxa média se mantém a mes-ma desde agosto, em 8,79%.

Segundo o Procon, a única al-teração na taxa foi promo-vida pelo Banco Real, que reduziu sua taxa de 6,00% para 5,63%. As menores taxas, no entanto, ainda são da Caixa Econômica Federal, de 4,39%, seguida pela Nossa Caixa e pelo Banco do Brasil, ambos a 4,48%.

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Belém, 14 a 20 de novembro de 2009Economia 13

Banco Central lança moeda comemorativa ao cinquentenário da fundação de Brasília

O Banco Central apresentou ao Comitê Executivo “Brasília 50 anos”, o projeto de lançamento da moeda comemorativa do cinquentenário da fundação da capital federal, celebrado em 21 de abril de 2010. A moeda mostra, de um lado, uma composição rep-resentando a arquitetura da ci-dade, com a Catedral e o Palácio do Planalto, além da escultura “Os Guerreiros’. No reverso da moeda, constam as linhas do plano piloto, em forma de um avião. Com tira-gem inicial de cinco mil unidades, seu lançamento está previsto para 20 de março de 2010.

O valor de face da moeda comemorativa é de R$ 5, mas o custo ainda não está definido. En-tretanto, a expectativa é de que ela custe mais de R$ 100. A moeda, segundo o BC, será confeccionada em prata e será vendida nas rep-resentações da instituição, além de algumas agências do Banco do Brasil.

O Banco Central informou ainda que a moeda comemorativa de Brasília será a primeira da série “Ci-dades Patrimônio da Humanidade no Brasil”, que contempla as ci-dades e centros históricos brasile-iros que detêm o título da Unesco. São elas Brasília, Ouro Preto, o cen-

tro histórico de São Luís, o centro histórico de Diamantina, o centro histórico de Salvador, a cidade de Olinda e o centro histórico da ci-dade de Goiás.

A moeda de Ouro Preto deve ser lançada em 2011, coincidindo com as celebrações pelos 300 anos de fundação da Vila Rica do

Pilar do Ouro Preto, informou o Banco Central. O Conselho Mon-etário Nacional aprovou também voto que propõe o lançamento de moedas comemorativas alusivas à Copa do Mundo de Futebol da África do Sul, em 2010, informou o BC.

O evento, segundo a instituição,

conta com emissões numismáti-cas de diversos países, como Ale-manha, Espanha, Portugal, França, Austrália e Coréia do Norte, além do país anfitrião. A tiragem da moeda comemorativa da Copa será de 12 mil moedas, duas mil para o mercado interno e dez mil para o externo, informou o BC.

Preço do pescado em Belém continua em queda livreO preço do pescado para o con-

sumidor belenense tem andado em queda nos últimos meses, de acordo com pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socio-econômicos (Dieese). Peelo sexto mês consecutivo, o preço do pes-cado caiu e, em outubro, chegou a bater 25% de recuo, em relação ao mês de setembro.

O estudo levou em conta 38 tipos de pescado, entre os mais consumidos pelo paraense, além de camarão e caranguejo, com preços comparados em dez mer-cados municipais da Região Me-tropolitana de Belém (RMB).

Entre as maiores quedas de preço, estão o tucunaré, com redução de 25,27%; seguido do aracu, com 20,93%. A pirapema teve redução de 17,05%; e a curi-matã de 16,13%. Embora em, per-centuais menores, outros peixes considerados da elite do pescado paraense também apresentaram queda, como a pescada (2,82%), a dourada (2,81%), o filhote (2,31%) e o tambaqui (1,71%).

Mesmo com a queda quase ger-al nos preços, alguns tipos ainda conseguiram ter aumento de custo em relação ao mês passado, como a piramutaba, com 16,95%; o mapará, com 4,47%; e o bagre, com 4,09%.

Variações - No levantamento

das variações dos preços durante os últimos doze meses, o pescado ainda permanece com aumentos significativos. O maior deles acon-teceu na comercialização do acari,

que sofreu reajuste de 54,50%.Outro peixe que sofreu alta foi a

piramutaba, com 50,36%. O suru-bim teve 38,89%; o tambaqui teve 37,60% e o filhote sofreu reajuste

de 29,44%. O bagre apresentou o aumento mais significativo, de 27,33%. A inflação estimada para os doze meses está em torno de 4,05%.

A moeda vai ser confecionada no valor de R$ 5, mas a comercialização pode chegar a R$ 100, pelo valor histórico que o objeto terá

Consumidor aproveita o preço mais baixo na Região Metropolitana de Belém para levar mais peixe à mesa nos últimos meses

Setor pesqueiro quer desoneraçãono agronegócio

Plano de saúde de empregada deduzido do IR

O setor pesqueiro quer agregar-se ao agronegócio, do processo de produção e extra-ção até a fase de industrializa-ção. Segundo o presidente do Conselho Nacional da Pesca (Conepe), Fernando Ferreira, se-ria uma forma de tornar a ativi-dade sustentável e competitiva no mercado internacional.

Ele disse que, apesar dos pla-nos e projetos do Ministério da Pesca, só haverá avanços no setor com a desoneração, como já ocorre na produção e comercialização das carnes bo-vina e de frango. “O setor não pode ficar meio amador e meio profissional”. Alerta Ferreira.

Ele informou que o Conepe trabalha pela aprovação de dois projetos de lei que estão no Senado e podem viabilizar o setor. O primeiro desonera o faturamento das indústrias de pescado da cobrança do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o segundo en-quadra o setor pesqueiro inte-gralmente no agronegócio.

A Lei da Pesca, recentemente aprovada, só considera a ativi-dade pesqueira como rural na parte da captura. Para Ferreira, o ideal é enquadrar a pesca em toda a cadeia, para reduzir cus-tos, gerar empregos, aumentar a produção e atrair mais investi-mentos.(Agência Brasil).

A dedução no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de gastos com planos de saúde para empregadas do-mésticas pode ser mais um incentivo para trazer à for-malidade cerca de 4,5 mil-hões de trabalhadores que não têm carteira de trabalho assinada. O projeto de lei so-bre o assunto está prestes a ser votado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Depois de aprovada, a ma-téria segue para apreciação da Câmara dos Deputados, uma vez que tramita em caráter terminativo e, por-tanto, não depende de vota-ção no plenário do Senado. Para viabilizar a dedução no IRPF de eventuais gastos com planos de saúde, o em-pregador terá comprovar a regularidade das anotações na carteira de trabalho e estar em dia com as contribuições previdenciárias da empr-egada doméstica. A relatora destacou que o incentivo plano das domésticas pode ajudar a desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS).

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EconomiaBelém, 14 a 20 de novembro de 200914

[Concursos]

Abertos

ConCurso da Petrobras distribuidora tem va-gas no Pará

A Petrobras Distribuidora abriu inscrições para seleção de formação de cadastro de reserva nos cargos de técnico de administração e controle júnior (nível médio e salário de R$ 1.841,24); técnico de operação júnior (nível técnico em várias áreas e salário de R$ 2.218,69); e técnico de seguran­ça júnior (nível técnico em segurança do trabalho e carteira de habilitação categoria C e salário de R$ 2.218,69)

No Pará, só há vagas para técnico de operação júnior, nas cidades de Belo Monte, Marabá e Santarém. As inscrições devem ser feitas até as 23h59 de 20 de novembro pelo site www.cesgranrio.org.br. A taxa é de R$ 26,80. As provas ob­jetivas serão em 17 de janeiro de 2010.

ministério da saúdeAs inscrições devem ser feitas até as 23h59 de 17 de no­

vembro pelo site www.cespe.unb.br/concursos/msadmin­istrativo2009. A taxa é de R$ 44 para nível superior e de R$ 38 para nível médio. Solicitações de isenção da taxa devem ser feitas no mesmo prazo e pelo mesmo site. As provas objetivas estão previstas para acontecerem no dia 20 de dezembro.

sesPa

Continuam até o dia 10 de Dezembro as inscrições para o concurso da Sespa (Secretaria de Estado de Saúde). Todas as vagas são destinadas a preencher o cadastro da reserva do quadro de servidores da secretaria. O concurso vai ofer­ecer vagas para os níveis fundamental, médio e superior, e será realizado pela Fadesp (Fundação de Amparo e Desen­volvimento da Pesquisa), com anuência da Universidade Federal do Pará. As provas objetivas do concurso público serão aplicadas no dia 31 de janeiro de 2010, nas cidades

de Belém, Castanhal, Marabá, Santarém, Altamira, Con­ceição do Araguaia, Breves e Tucurui. Mais informações no site www.fadesp.org.br.

seduCAs inscrições para o concurso público da Secretaria Es­

tadual de Educação (Seduc) estão abertas e vão até o dia 3 de Dezembro. As vagas são para nível fundamental, médio e superior, e os salários vão de R$465 a R$2,191.18. As in­scrições podem ser feitas no site www.cetapnet.com.br.

Prefeitura muniCiPal de ananindeuaA Prefeitura Municipal de Ananindeua abriu concurso

público para preenchimento de 150 vagas na Guarda Mu­nicipal. Os salários variam entre R$ 465.00 e R$ 800.00. As inscrições podem ser efetuadas até o dia 30 de novembro, no valor de R$40. As provas devem ser aplicadas no dia 20 de Dezembro. Maiores informações: www.cetapnet.com.br

tCmO Tribunal de Contas dos Municípios continua ins­

crevendo até o dia 19 de novembro para concurso que visa preencher 54 vagas no órgão. As vagas são para ensino médio e superior, e os salários vão de R$ 1342.49 até R$ 1464.56. As inscrições podem ser efetuadas no site www.concursosfcc.com.br, pelo valor de R$91,37. As provas serão realizadas no dia 17 de janeiro, em Belém.

ibge

Estão abertas as inscrições para concurso público do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O certame visa o preenchimento de 350 vagas em cargos de nível su­perior. São 278 vagas de analista de planejamento, gestão e infra­estrutura em informações geográficas e estatísticas e 72 vagas de tecnologista em informações geográficas e

estatísticas. Os salários variam de R$ 5.909,63 a R$7.409,19, de acordo com a titulação dos aprovados. As provas obje­tivas estão previstas para 10 e janeiro de 2010 e terão du­ração de 4h30.

em AndAmento

reCeita federal adia Prova do ConCurso Para 450 vagas de auditor

A Receita Federal adiou a prova, que seria realizada nos dias 5 e 6 de dezembro, do concurso para 450 vagas de au­ditor­fiscal, para os dias 12 e 13 de dezembro. O salário é de R$ 13.067. A aplicação anterior dos exames estava marcada para os dias 5 e 6 ­ mesmas datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova do Enem iria ocorrer nos dias 3 e 4 de outubro, mas foi adiada após vazamento do exame. O candidato deve ter nível superior em qualquer área. Se­gundo o edital, o candidato conhecerá a distribuição das vagas na matrícula para o programa de formação, que é a etapa final do concurso. Informações pelo site www.esaf.fazenda.gov.br

Cumarú do norteSerão realizadas no dia 20 de Novembro as provas do

concurso público realizado pela Prefeitura do município de Cumaru do Norte. O concurso visa o preenchimento de 350 vagas no órgão. Os salários vão de R$512.00 até R$ 6590.00.

ParauaPebasAs provas do concurso da Prefeitura Municipal de Paraua­

pebas acontecem no dia 20 de Dezembro. São 1.267 vagas (5% reservadas a pessoas com deficiência) para níveis médio e superior, com salários que vão de R$ 881,40 a R$ 5.431,10. Os candidatos devem acessar o site da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (www.fadesp.org.br).

Candidato deve atentar para possíveis irregularidades Os candidatos a concurso

público podem se deparar com algumas irregularidades no dia da prova, praticadas tanto pelos concorrentes quanto pela enti­dade organizadora do exame. Dependendo da gravidade da situação, a consequência pode ser a anulação do concurso. Mas, como os candidatos devem agir diante dessas situações? Espe­cialistas afirmam que, indepen­dente da irregularidade, os con­correntes devem fazer a prova e também registrar o que aconte­ceu nos livros de ocorrência, as chamadas atas, que devem ser disponibilizadas pela banca ex­aminadora nos locais de prova.

Wilson Granjeiro, especial­ista em direito administrativo e diretor­presidente do grupo Gran Cursos, diz que as irregu­laridades mais comuns são o candidato fazer consulta duran­te a aplicação do exame; fiscal não acompanhar o candidato até o banheiro ou não pedir identificação; uso de celular du­rante a prova; fiscal conversar com alguém que está fazendo a prova; candidato com aparelho de escuta sem fio no ouvido; provas sem identificação ou com cargos trocados; venda de gabaritos e ainda há casos em que as provas não chegarem dentro de um pacote lacrado antes de serem entregues aos candidatos.

“Se o envelope das provas não está lacrado, o candidato deve registrar o ocorrido na ata da unidade onde está fazendo a prova. Se o funcionário da organizadora não fizer a ocor­rência daquela falha, o candi­dato pode chamar a polícia ou ir com outros concorrentes que servirão de testemunha até uma delegacia e registrar um boletim de ocorrência. Além disso, quem se sentir prejudica­do pode procurar o Ministério

Público, o que pode gerar uma ação civil pública”, diz.

De acordo com ele, o fiscal tem que abrir o envelope na fr­ente dos candidatos, pois quem for fazer a prova tem que ver que o envelope está lacrado. Granjeiro afirma que os fiscais que atuam na prova do concur­so estão na condição de agentes públicos e podem ter de pagar multa ou ter os direitos políti­cos suspensos, dependendo da gravidade do ato praticado.

“Quando um concurso é fraudado o ato atenta contra os princípios da administra­ção pública e pode configurar ilícito penal [crime]. Por isso, percebeu uma irregularidade, quebra de transparência, de moralidade, pede para registrar em ata no colégio em que está sendo aplicada a prova”, afirma.

Se o candidato procurar o Ministério Público ele deve le­var provas e testemunhas. “O MP só vai se convencer de ins­

taurar inquérito civil se ele ficar convencido por meio das provas apresentadas” alerta Granjeiro.

voz de prisão De acordo com Sylvio Motta,

professor da Escola da Magis­tratura do Estado do Rio de Ja­neiro (Emerj), editor de concur­sos da editora Campus­Elsevier e diretor do curso Companhia dos Módulos, se houver quebra de confidencialidade e houver provas de que o sigilo da prova foi comprometido o concurso deve ser anulado.

Motta ressalta que, mesmo que ocorram irregularidades durante a prova, o candidato deve manter o sangue frio e fazer a prova até o fim, para en­tão fazer a denúncia. “Porque há uma possibilidade remota de o concurso ser anulado, e se ele for bem e a prova não for anulada ele passa”, diz.

Segundo ele, se a fraude for praticada por outro candidato é crime e cabe voz de prisão em flagrante. Se for de responsabil­idade dos integrantes da banca examinadora, que no momento da aplicação da prova estão ex­ercendo função pública, cabe a voz de prisão em flagrante para esses funcionários, desde que naquele momento o denun­ciante e outras pessoas con­statem que há o andamento de um crime.

Candidatos devem ficar atentos a qualquer irregularidade que possa ocorrer, terminar a prova e só depois fazer a sua denúncia

Page 15: Tribuna 10

Internacional

O funcionário de uma em-presa em Nova York, nos EUA, alega que levou uma mordida da gata do dono do estabeleci-mento e pede uma indeniza-ção de US$ 5 milhões na Justiça, segundo reportagem do jor-nal americano “New York Post”. O advogado Steven Ehrlich, que representa Jonas Cruz, de 30 anos, no processo, disse que a

saliva da gata provocou uma reação adversa em seu cliente. Segundo Ehrlich, ele precisou ser internado e ficou impos-sibilitado de trabalhar durante um mês por causa da infecção. O proprietário que se identificou apenas como Frank negou que sua gata chamada “Katie” tenha ferido Cruz. “Ela nunca incomodou ninguém”, afirmou Frank.

Quatro jovens foram flagrados nus dentro de um lava-jato em Biloela, na Austrália. Eles foram ad-vertidos pela polícia e terão que comparecer em uma audiência no tribunal, segundo reportagem do jornal australiano “Courier Mail”. De acordo com o periódico, dois

jovens de 19 anos e dois de 23 anos pagaram 17 dólares aus-tralianos pelo serviço, tiraram as roupas e correram nus para den-tro do lava-jato, enquanto eram filmados por suas namoradas. Os policiais chegaram logo depois e colocaram fim à brincadeira.

A britânica Caroline Cart-wright, de 47 anos, foi mul-tada por um tribunal de New-castle, no Reino Unido, depois de perder o recurso contra a condenação por ignorar uma ordem judicial para controlar o volume de seus ruídos du-rante o sexo, segundo o jor-nal inglês “The Sun”.

Os vizinhos alegam que as sessões diárias de sexo do casal Caroline e Steve Cart-wright estavam arruinando suas vidas por não deixá-los dormir. As relações sexuais foram descritas pelos vizin-hos como “anormais” e “as-sassinas” no tribunal de New-castle.

Em seu depoimento, Caro-line afirmou que não era capaz de controlar os gritos durante as relações sexuais. “Após receber a ordem judi-cial para controlar o barulho, eu tentei controlar. Até tentei usar um travesseiro [sobre o rosto] para abafar o ruído”, afirmou.

Em abril, Caroline foi detida pela polícia depois de des-obedecer uma ordem de comportamento antissocial da Justiça (Asbo, na sigla em inglês), na qual foi notificada oficialmente que deveria di-minuir o volume de seus ruí-dos durante o sexo.

O juiz aplicou uma multa de 200 libras (R$ 570) por ela ter violado a ordem de reduzir o barulho. Além disso, o casal terá que pagar 300 libras (RS 854) pelos custos do pro-cesso, uma sobretaxa de 15 libras (R$ 43), além de mais 200 libras pela audiência de apelação.

Um equipamento colocado no apartamento de Rachel O’Connor, vizinha de Caroline e Steve Cartwright, mostrou que os ruídos provocados pelo casal durante o sexo atin-giam, em média, entre 30 e 40 decibéis, com um pico de 47 decibéis. O julgamento final do caso está marcado para dezembro.

15Belém, 14 a 20 de novembro de 2009

Ladrão vira astro na internet depois de roubar 11 milhões de euros na França

Os investigadores encontraram nove dos 11,6 milhões de euros (R$ 29,57 milhões) com que o motorista de um carro blindado fugiu em Lyon (França), dando in-ício a uma perseguição que o fez

virar mais um astro na internet. O motorista da empresa de trans-

portes Loomis identificado como Toni Musulin, de origem sérvio-croata, continua sendo procura-do em toda a chamada “zona

Schengen” e na Europa do Leste. Musulin virou no fim de semana um astro na internet, onde mais de 1.300 admiradores saudaram seu herói considerado “mais forte que Tony Montana”, o pro-

tagonista do filme “Scarface”, protagonizado por Al Pacino. A Interpol pediu a seus 185 países membros que difundam a identidade e as atividades do procurado.

O norte-americano Lloyd Virgílio Barclay, de 51 anos, foi preso em Bethlehem, no estado da Pensilvânia (EUA), acusado de ter rou-bado uma agência bancária usando uma banana, se-gundo reportagem do jor-nal “Morning Call”.

De acordo com a polí-cia, Barclay colocou a ba-nana no bolso e mostrou para o caixa como se es-tivesse com uma arma. O assalto aconteceu no dia 2 de setembro, e o sus-peito foi flagrado pelas câmeras de segurança do banco cometendo o crime. Na época, o ladrão esque-ceu sua carteira em cima do balcão do caixa. Barclay tinha entrado no banco com a carteira na mão. Ao se aproximar do caixa, ele entregou um bilhete no qual exigia dinheiro. Após o funcionário lhe en-tregar US$ 800, o bandido disse que o valor era muito pequeno. Então, Barclay se dirigiu ao caixa ao lado, disse que estava armado e entregou novamente o bil-hete exigindo dinheiro.

Como o segundo caixa demorou para lhe entregar o dinheiro, Barclay acabou fugindo. No entanto ele es-queceu sua carteira com vários cartões de identifi-cação sobre o balcão.

Após ser preso na sema-na passada, ele confessou o crime e disse que roubou o banco usando uma ba-nana. Barclay foi levado para a cadeia do condado de Lehigh, com uma fiança estipulada em US$ 500 mil.

O motorista de ônibus Le-Roy Matthews foi suspenso em Atlanta, no estado da Geórgia (EUA), após insistir que seus passageiros rezas-sem com ele dentro do veículo público, segundo reportagem da emissora “WSBTV”.

As autoridades locais sus-penderam o motorista por cinco dias após os passage-iros relatarem que ele parou o ônibus, pediu a todos que dessem as mãos e rezassem.

Segundo Christopher James, um dos passageiros, a oração improvisada no ôni-bus público durou cerca de quatro minutos.

O motorista do carro-forte, Tony Musulin, de origem sérvio-croata, está foragido com nada menos do que dois milhões de euros. Ele já tem 1,3 mil fãs admiradores na internet.

Motorista exigia que passageiros rezassem com ele

Bandido utiliza banana no bolso como uma arma

Americano pede indenização de US$ 5 milhões por mordida de gata

Jovens descobertos nus dentro de um lavajato na Austrália

Casal leva multa por fazer sexo com muito barulho

Page 16: Tribuna 10

Internacional Belém, 14 a 20 de novembro de 200916

CD do Papa Bento XVI será lançado ainda neste mês

“Alma Mater”, o disco com can-tos, preces e reflexões do papa Bento XVI misturados a música gregoriana e clássica, começará a ser vendido no mundo todo a partir do próximo dia 30.

Segundo Colin Barlow, presi-dente da gravadora Geffen UK/Universal, o álbum possui oito faixas com a voz do papa, sete sobre preces e reflexões do pontífice e uma com o canto do Regina Coeli, a oração que substitui o Ângelus no tempo de Páscoa.

De acordo com o porta-voz vaticano, Federico Lombardi, a voz de Bento XVI ocupa quase dez minutos do total de 49 de duração do disco.

A ideia surgiu há quatro anos, depois que o diretor da Socie-dade de São Paulo (os Pauli-nos), o religioso Giulio Neroni, escutasse o primeiro Regina Coeli de Bento XVI após ser eleito como papa, na praça de São Pedro, no Vaticano.

Segundo Lombardi, “não é um disco de Bento XVI”, mas é possível dizer que “foi inspira-do na voz e na espiritualidade do papa”.

De acordo com o porta-voz, o Vaticano ganhará com a inicia-tiva apenas 31.580 euros pelos direitos de voz e imagem do papa.

A gravadora e a Sociedade de São Paulo acrescentaram que

parte dos lucros com o disco será destinada a incentivar a educação musical de crianças pobres ao redor do mundo.

A Orquestra Filarmônica britânica gravou as composições clássicas contemporâneas nos estúdios de Abbey Road, em Londres, imortalizados pelos Beatles, explicou Barlow.

Esta não é a primeira vez em que um papa grava um álbum. Em 1999, foi lançado o disco “Abba Pater”, com a voz e re-flexões de João Paulo II em in-glês, francês, espanhol, italiano e latim.

Desta vez, as reflexões de Ben-to XVI chegam em latim, inglês, italiano, português e alemão.

A Noruega lidera a lista dos maiores doadores de ajuda humanitária do mundo, se-gundo um relatório divulgado hoje pela organização Asso-ciação para a Pesquisa de As-sistência ao Desenvolvimento (Dara, na sigla em inglês).

“A cada ano, mais de 250 mil-hões de pessoas sofrem em desastres naturais e guerras e, com a crescente mudança climática, estas condições pi-orarão”, afirmou em entrevista coletiva José María Figueres, ex-presidente da Costa Rica e membro da junta da Dara.

O grupo divulgou hoje seu terceiro “Índice de Resposta Humanitária”, que classifica a forma como os Governos de 11 países e a Comissão Euro-peia (órgão executivo da Un-ião Europeia) administram, distribuem e controlam a aju-da concedida às populações afetadas desastres naturais ou conflitos.

“Quando a ajuda humani-tária concedida pelos Gov-ernos supera os US$ 10 bil-hões por ano, precisamos de uma medição da eficácia e de como se administra”, acres-centou Figueres.

No índice da Dara, a Norue-ga substituiu a Suécia como o país doador que melhor cumpre com os parâmetros estabelecidos pelo organismo para medir o desempenho dos países e entidades doadoras.

Seguem a Noruega em or-dem descendente: Suécia, Irlanda, Dinamarca, Comis-são Europeia, Holanda, Lux-emburgo, Suíça, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Fin-lândia, Canadá, Estados Uni-dos, Espanha, Alemanha, Bé-lgica, Áustria, Japão, França, Itália, Grécia e Portugal.

Segundo Silvia Hidalgo, diretora da Dara, “a crise econômica está tendo um impacto no financiamento da ajuda humanitária, mas, dado que na maioria dos países

doadores essa ajuda foi or-çada no longo prazo, o mon-tante dos fundos não mudou muito. Por outro lado, a ajuda privada caiu”.

Para a elaboração de seu índice, a Dara enviou obser-vadores para 13 regiões de catástrofes ou confrontos dentre os pelo menos 325 desastres naturais e 39 princi-pais conflitos armados ocorri-dos no último ano.

Em 2008, pelo menos 260 trabalhadores da ajuda hu-manitária foram assassina-dos, sequestrados ou feridos gravemente em ataques vio-lentos.

Segundo a Dara, há no mun-do quase 1 bilhão de pessoas que passam fome todos os dias e pelo menos 41 milhões de refugiados em países que não são de sua origem ou pes-soas deslocadas à força dentro de seus próprios países.

Em áreas de conflito como Somália, Afeganistão e Etió-pia, o pessoal de agências hu-manitárias teve que ser reti-rados devido a circunstâncias políticas ou de segurança.

“Na Colômbia, por exem-plo, o acesso (das agências) é o maior problema, porque o Governo nega que exista ali uma crise humanitária”, disse Hidalgo.

Philip Tamminga, que foi chefe de planejamento, con-trole e avaliação para o Co-mitê Internacional da Cruz Vermelha/Crescente Vermel-ho, explicou que outro prob-lema “é a falta de planejamen-to e preparação das agências de ajuda humanitária para situações que se sabe que exi-giriam assistência”.

“Todos sabemos quando a temporada de furacões se aproxima, mas, no Haiti, os organismos doadores de aju-da não fizeram alguma coisa para preparar a população ou os serviços antes que os fu-racões chegassem”, explicou.

A polícia de Clarksville, no estado do Tennessee (EUA), prendeu Hee Orama, de 34 anos, porque ela ligou insis-tentemente para o serviço de emergência (911) para relatar que seu namorado mentiu so-bre a promessa de casamento, segundo a emissora de TV “WSMV”.

Ela foi detida acusada de abusar do serviço de emergên-cia da polícia. Os policiais foram duas vezes à casa mul-her e explicaram que essa não era uma situação de

emergência e pediram para ela parar de ligar para o 911. No entanto Hee não seguiu a orientação e voltou a ligar. Primeiro, ela foi multada e ad-vertida que poderia ser presa se continuasse ligando para o serviço sem necessidade.

De acordo com a polícia, ela li-gou outra vez poucos minutos depois, mas não quis informar qual era motivo da chamada. Ela acabou presa, sendo levada para a cadeia do condado de Montgomery. A Justiça fixou sua fiança de US$ 250.

O casal americano Julie e Mike Boyde, que mora em Am-bridge, no estado da Pensilvânia (EUA), está envolvido em um mis-tério médico. Após o casamento em 2005, Julie descobriu que é alérgica ao sêmen do marido, segundo a emissora de TV “ABC News”.

Antes do casamento, de acordo

com a reportagem, eles faziam sexo com preservativos. Após a união, eles decidiram parar de usar camisinha, pois queriam ter um bebê. No entanto, na primei-ra relação desprotegida, Julie teve dores fortíssimas.

Como o sexo tinha se tor-nado muito doloroso, Julie re-alizou exames médicos e desco-

briu que é alérgica ao sêmen do marido. Eles chegaram a fazer um tratamento, na esperança que isso permitisse a eles ter um bebê, mas o resultado não foi bem sucedido.

Como o tratamento não fun-cionou, Mike Boyde, de 27 anos, e Julie, de 26, estão tentando adotar uma criança.

O cobrador de contas atrasadas George Herron, de 43 anos, foi preso pela polícia de Roseville, no estado de Ohio (EUA), acusa-do de propor a uma mulher o perdão de uma dívida em troca de sexo, segundo reportagem do jornal americano “Free Press”. De acordo com o relatório poli-cial, homem teria exposto os

órgãos genitais antes de sair da casa da mulher de 21 anos. Herron foi detido acusado de conduta sexual criminosa e ex-posição indecente. A Justiça es-tipulou uma fiança de US$ 10 mil. O incidente aconteceu no dia 22 de outubro. O homem tinha ido à casa da mulher para cobrar uma conta atrasada, mas, du-

rante a conversa, ele começou a usar termos de cunho sexual, chegando a propor esquecer a dívida em troca de favores sexuais. Depois de ir embora, Herron vol-tou a ligar para a mulher e, nova-mente, fez a proposta. Em segui-da, ela relatou incidente à polícia. Herron terá que comparecer em audiência no dia 18 de novembro.

A produção do Santo Padre tem o nome de Alma Mater e traz reflexões e preces com música gregoriana e clássica para os fiéis

Americana descobre que é alérgica ao sêmen do mar ido

Cobrador promete perdoar dívida em troca de sexo

Noruega é o país que mais oferece ajuda humanitária em todo mundo

Mulher diz à polícia que namorado mentiu sobre proposta de casamento

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VariedadesBelém, 14 a 20 de novembro de 2009

Não importa o que falem. Lenine garante que é filho de várias mães, mas de um único pai, o rock and roll. Já suas muitas mães correspondem às dezenas de influências musicais que recebeu na infância, fruto de tudo o que ouvia junto com o pai, o herói que, quando Lenine tinha 8 anos de idade, o “libertou” de ter que ir à missa com a mãe aos domingos. O cantor pernambucano, nascido em Recife, falou um pouco de sua in-fância e de sua música na última vis-ita a Belém, para o show de abertura da XII Feira Pan-Amazônica do Livro.

Simpático e acessível como poucos nomes do mundo da música, Lenine

recebeu a imprensa demonstrando a sua alegria pelo motivo do show, já que, como diz o próprio cantor, a leitura é um braço muito importante no seu processo criativo. “Subir no palco é sempre um grande prazer para mim, e quando esse prazer está associado à literatura, como o evento da Feira do Livro, isso me deixa imensamente feliz, honrado e muito à vontade, porque a leitura é uma pedra fundamental em minha vida e em minha criação”, garantiu o cantor.

No dia em que esteve em Belém, em 6 de novembro, Lenine recebeu a notícia de que na noite anterior

conquistou seu 5º Grammy Awards, o mais requintado e prestigiado prêmio da indústria musical inter-nacional (oferecido anualmente pela National Academy of Record-ing Arts and Sciences, nos Estados Unidos da América). “Pois é, já são cinco, agora tenho que aumentar a prateleira lá de casa”, brincou Lenine, para em seguida, expressar sua feli-cidade com o prêmio, que reafirma seu nome como uma das maiores referências atuais da música popular brasileira. “Isso me deixa muito feliz e cheio de orgulho”, afirmou.

Sobre novas composições e pla-nos futuros, Lenine usou a citação

de um amigo como resposta. “Um amigo meu costuma dizer que novo é aquilo que a gente esqueceu. Mas eu continuo trabalhando muito, esse é meu motor, me sinto mais vivo as-sim. O trabalho é minha diversão, por isso costumo dizer que me di-virto 24 horas por dia trabalhando. Estou compondo, produzindo, e o lance da produção é muito novo para mim, mas tenho uma vida que não me permite a repetição, por isso há sempre um frescor em tudo o que estou metido”, disse.

Até mesmo quando se trata de re-paginar alguma música, Lenine diz que é preciso mudar, porque isso faz

parte da música e da arte. Na parceria com o rapper Gog, por exemplo, que deu nova roupagem a uma música de seu primeiro disco (A ponte), ele lembrou que foi o próprio Gog o “culpado” pela versão. “Gog utilizou a canção original e acrescentou um depoimento muito bacana, muito pessoal e muito regional, já que ele falava da ponte JK, em Brasília. E eu acho ótimo quando minha música se adequa a outros discursos e outros caminhos, fico feliz como um pai que vê um filho vestindo várias roupas, ou para ir à missa no domingo ou para ir à praia tomar água de côco”, comparou.

Lenine, filho do rock

and roll

O cantor pernambucano esteve em Belém para um show no dia seguinte à sua 5ª premiação no Grammy

Lenine também fez questão de reafirmar, inclusive durante sua apresentação para o públi-co, a importância da literatura em seu trabalho. Filho de mãe católica e pai comunista (o can-tor diz que o pai tinha não só uma veia, mas todo o sistema nervoso “vermelho”), ele ga-rante que, apesar de ter tido Karl Marx (autor do clássico co-munista “O capital”) como leit-ura obrigatória, se ele pudesse escolher, seu nome não seria Lenine (homenagem do pai ao líder comunista Vladimir Ilitch Lênin). Por vontade própria, o

cantor diz que se chamaria Ba-kunin (Mikhail Aleksandrovitch Bakunin, líder anarquista rus-so). E justifica: “Sou mais anar-quista que qualquer coisa”.

Lenine diz que alguns críti-cos já tentaram sua filiação ao tropicalismo, o que também o deixa feliz, mas ele garante que seu fazer musical nasceu mes-mo do rock. “Eu sou filho de muitas mães, e de um pai só, o rock and roll. Foi o rock que despertou em mim o desejo de tocar as pessoas, não foi a música popular brasileira, em-bora hoje eu seja uma refer-

ência e isso muito me orgulha muito, mas cheguei até aqui de viés, pelos caminhos do rock”, afirma.

Ele também revelou que chegar ao topo da MPB é um resgate da memória musical de sua infância. “Quando eu era criança, até os 8 anos, todo mundo lá em casa ia para a missa com minha mãe, mas de-pois de 8 anos meu pai achou que já éramos seres humanos suficientes para optar, e ele nos apresentou a opção de nos conectar com o que ele, que era ateu, achava divino, a

música. Então, durante muitos anos, no lugar de ir ouvir a missa em latim, eu ficava com meu pai ouvindo de tudo, de Altermar Dutra, a Luiz Gonzaa, do paraense Ary Lobo a Jack-son do Pandeiro, e hoje tudo isso se reflete no que faço, com muito orgulho”, diz Lenine.

Sobre o sucesso que o levou a conquistar a 5ª premiação no Grammy, Lenine diz que o mérito é da música brasileira. “A música brasileira sempre es-teve bem, obrigada. A primeira turnê brasileira bem sucedida foi na década de 20, com Pi-

xinguinha. Ainda havia aquela idéia de que aqui era apenas uma terra de gente com a bun-da de fora e fazendo batuques. Quando Paris se deparou com Pixinguinha, rendeu-se à músi-ca brasileira. Até hoje, quando a gente chega para além da festa, com profissionalismo, técnica e refinamento, o mun-do percebe cada vez mais que o nível da nossa música é muito alto. Música de país nenhum anda tão de mãos dadas com o cinema, com o teatro e com a literatura como a música brasi-leira”, garante o músico Lenine.

Artista imprime sua marca na música brasileira de mãos dadas com a literatura

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Belém, 14 a 20 de novembro de 2009 Variedades 18

Programação incentivou as crianças a cultivar o hábito da leituraEste ano, uma das novidades

da Feira Pan-Amazônica do Livro foi a criação de um espaço exclu-sivo para o público infantil. Os 30 estandes foram reunidos Salão B do Hangar 2, onde também aconteceram várias dinâmicas teatrais e programações lúdicas. “Antes, os estandes adultos e in-fantis ficavam juntos, no mesmo espaço. Entretanto, percebemos a importância criar um espaço totalmente dedicado às crian-ças”, explicou o diretor de cultura da Secult, Carlos Henrique Gon-çalves.

Além disso, a área externa da feira contou com o parque temático da Turma da Mônica, Cidade do Livro e um palco com apresentações de teatro, dança e contação de histórias. A monitora Taíssa Figueredo, que trabalhou na Cidade do Livro, explicou que

o incentivo à leitura infantil deve envolver diversão. “Para um adul-to, é possível dizer ‘você precisa ler mais’. Já com a criança, isto não funciona, ela precisa se sentir envolvida pelo tema”, revelou.

Várias escolas aproveitaram a oportunidade para incentivar as crianças ao hábito da leitura. A professora Sunamita Paixão, do Centro de Atividades Educacio-nais, levou seus alunos da quarta série para conhecer a Feira. “O professor tem o papel de es-timular as crianças a conhecer o maravilhoso universo das letras”, destacou.

Uma das alunas de Sunamita, Ingrid Laís, de apenas nove anos, contou que gosta muito de livros. “Eu gosto muito de ler historinha. Quando a gente lê, fica mais in-teligente, aprende coisas novas”, disse, esperta.

Livros e cultura garantiram sucesso da feiraMais uma vez, a variedade de

livros e atrações culturais da Fei-ra Pan-Amazônica do Livro, con-quistaram a cidade de Belém e atraíram milhares de pessoas ao Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. O evento, realizado de 6 a 15 de Novem-bro, reuniu mais de 100 estand-es de vendas de livros e trouxe a Belém vários escritores e artistas renomados.

Apesar de a Feira do Livro já ter extrapolado o caráter comer-cial e contar com ampla progra-mação cultural, os estandes de livrarias e editoras se mantiver-am como parada obrigatória para os visitantes, que buscavam bons preços e variedade.

E foi essa busca pelo mel-hor preço que mais atraiu um grande número de pessoas para o estande “Top Livros“, repre-sentante da rede de livrarias lo-calizada em Curitiba, no Paraná. No local, nem um volume custava mais que R4 10 reais. A quantidade de títulos e os baixos preços chamaram aten-ção da professora Maria Sati-rakis. “Acho válida a iniciativa, pois incentiva a gente a adquirir os volumes. Este é o sentido da Feira, fazer preços melhores do que a gente costuma ver por aí”, comentou.

A responsável pelo estande, Simone Marinori, explicou como a “Top Livros” consegue vender livros novos a um preço tão re-duzido. “Nós trabalhamos com ponta de estoque. Quando uma editora produz livros em grande quantidade, nós compramos o excedente, ou seja, o que sobra, e revendemos por um preço em conta”, revelou.

No espaço da livraria e sebo “Cultura Usada”, um ícone de liv-ros usando em Belém, o público também encontrou preços atra-entes. Para o gerente da loja, Luiz Carlos, repassar livros usa-dos é uma missão importante. “Um livro antigo pode não servir

mais para alguém e ser muito bem aproveitado por outra pes-soa”, diz ele.

De acordo com o diretor de Cultura da Secretaria Estadual de Cultura (Secult), Carlos Hen-rique Gonçalves, a Feira do livro tem superado as expectativas a cada ano. “Somente nos três

primeiros dias do evento, mais de 120 mil pessoas passaram pelo Hangar”, comemorou. Para o diretor, o evento está se con-solidando como tradição no es-tado. “A Feira deste ano foi muito positiva. Além das vendas de liv-ros, ampliamos a programação cultural. Conseguimos trazer ar-

tistas de repercussão nacional, como Lenine, Paula Lima, além, é claro, dos músicos da terra. Além disso, contamos com a presença de grandes expoentes das letras, como Frei Betto e Zuenir Ventu-ra”, observou.

Na opinião da estudante Van-essa Pamplona, a Feira do Livro

foi uma ótima oportunidade para pesquisar preços e títulos de liv-ros. Contudo, Vanessa lamenta o curto período de duração do evento. “Acho uma semana pouco tempo para um evento como este. Seria muito melhor se a Feira ficasse aberta por mais tempo”, opinou a estudante.

Além da diversa programação cultural, os estandes com livros onde o preço máximo não passou de R$ 10, também fizeram muito sucesso na XIII edição da feira Pan-Amazônica

Programação voltada para o público infantil envolveu atividades lúdicas e dinâmicas para promover a leitura entre os pequenos

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Belém, 14 a 20 de novembro de 2009Variedades 19

Artistas Nacionais

Fábio Jr.As fãs de Fábio Jr. ícones podem se preparar. Em Dezembro, o astro da música romântica brasileira realiza grande show em Belém, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. Maiores informações em breve.

Pará FoliaFalta pouco tempo para a grande festa do axé em Belém. O Pará Folia será nos dias 27, 28 e 29 de Novembro no “Cidade Folia”. As vendas já começaram: o abadá para os três dias sai a R$300. Para apenas um dia, o valor é R$140. Meia entrada para estudantes. Vendas nas Centrais: Braz, Pátio Belém e Castanheira. Informa-ções: 3242-7766

Bares, Botecos&Bandas

Public BeerNo Public Beer, happy hour de quarta-feira com a cantora Juliana Sinimbú seguida da banda Mocotó Elétrico. As outras noites são animadas por Renan Pinheiro (Voz e violão) e Banda Tio Nelson (quinta), Berinho Souza (Voz e violão) e André Moura (sexta), Renan Pinheiro (Voz e violão) e Markinho e Banda (sábado). No domingo a agitação fica por conta da banda De Sandália. O Public Beer fica na Rua Almirante Wandenkolk, 419 (entre Bernal do Couto e Diogo Móia).

Café Tiquin Show a acústico da banda Zona Rural. Toda terça-feira, às 23h, no Café Tiquin (Municipalidade, 1757, entre Soares Carneiro e Manoel Evaristo). Informação: (91) 3233-9009.

Beatles ForeverA banda Beatles Forever realiza o show “Beatles Alternativo” no dia 17 de Novembro, às 20h, no Teatro Estação Gasômetro, que fica no Parque da Residência. Os ingressos saem a R$10. Agora em Novembro, a banda realiza apresentações no interior do estado e deve estar de volta ao circuito dos bares belenenses em Dezembro.

Jukbox Show da banda Jukbox. Quarta, a partir das 21h, na Estação das Docas, e sexta, das 21h às 23h, no Boteco das Onze (Praça Frei Caetano Brandão, Cidade Velha). Informação: (91) 8190-3110.

Acordalice “Show mais exageradamente oitentista do que nunca”, da banda Acordalice. Sexta no Gibear (28 de Setembro entre Quintino e Rui Barbosa). Sábado no bar e restaurante Templários, também na 28 de Setembro. Em outubro a banda volta aos palcos do Mormaço com show do por-do-sol, sempre às 17 horas. Informações: (91) 3223-3615, 8842-5586 e no site www.acordalice.com.br

Boteco São MatheusO Boteco São Matheus recebe, às quartas feiras, às 22h, o grupo Verbus, que mistura dança, teatro e música. O Boteco fica na Travessa Padre Eutíquio, 606. Informações pelo telefone: 3252-5338

Tio NelsonAté o final de Novembro, a banda Tio Nelson se apresenta às sextas-feiras, 00h, no Relicário. O bar fica na Travessa Benjamin Constant, entre Braz de Aguiar e Nazaré. Informações: 3241-1188

Vitrola Programação de setembro do bar Vitrola (rua dos 48, 42, altos). Quarta, “Noite do você se lembra?” com Zona Rural e os sucessos da Jovem Guarda, hit´s dos anos 60, 70 e 80. Sexta, Elvis cover. Sábado, Samba de Raiz. Informação: (91) 3222-0164 e 4141-6362.

Parrilla No Parrilla (Serzedelo Corrêa, 1075, com a Caripunas), às quartas e sábados tem Kaio & Marcelo e William Cézar & Cristiano. O palco das quintas-feiras é da banda Zona Rural. Na sexta, muito forró e animação. Informação: (91) 3223-8482.

Acordalice“Show mais exageradamente oitentista do que nunca”, da banda Acordalice. Sexta no Gibear (28 de Setembro entre Quintino em Rui Barbosa). Sábado no bar e restaurante Templários, também na 28 de Setembro. Em outubro a banda volta aos palcos do Mor-maço com show do pôr-do-sol, sempre às 17 horas. Informações: (91) 3223-3615, 8842-5586 e no site www.acordalice.com.br

Quintal Bar Quintal (Almirante Wandenkolk, 330, entre Senador Lemos e Jerônimo Pimentel). Toda quarta, às 22h, show de Maria Lídia

(MPB, MPP e músicas autorais). Informação: 8129-8409

Elvis CoverO rei do rock dá seu show todas às quintas-feiras de Outubro no Boteco Computer, a partir das 21h. O couvert artístico sai a R$5. O Boteco fica na Antônio Barreto, 1176. Entre 9 de Janeiro e Alcindo Cacela. Informações: 3202-1500

Capital Toda quinta set de música com DJ Paulinho Fidalgo e convidados. Informação: (91) 3249-0056.

Pavan “Os embalos de sábado à noite”. Todo sábado, na Pavan Disco Club (Augusto Montenegro, km 7), DJs Sérgio Lobo, Edinaldo “Big”, Eduardo “The Master”, La Ribba e Jimmy Night. Informação: (91) 3248-1680.

Happy Hour & Dj’s

Acústico Bar Show do grupo Skema e convidados. Todo sábado, às 16h, no Acústico Bar (Coronel Luiz Bentes, s/n, com a Senador Lemos, Telégrafo). Entrada gratuita. Informação: (91) 3254-7114 e 8142-2140.

Aquarela Estação Aquarela (Manoel Evaristo com a Curuçá). Toda sexta, às 17h, música mecânica com DJ Mr. Tony e samba de raiz com Marquinho Melodia. Sábado, às 17h, DJ Mr. Tony e Jovem Guarda com Quatro.com. Informação: (91) 9197-2889.

Reggae Todo sábado, a partir das 16h, no Urubu Black Reggae (São Pedro, próximo à praça da Bandeira), set dos DJs Ras Margalho, Crys Stone e Vanderson. Informação: (91) 8144-5936.

Negro Espaço Cultural Coisas de Negro (Lopo de Castro, 1081, entre quinta e sexra ruas). Todo sábado, às 20h, DJs Curipedra, Nil-son Nonato e Serginho Moraes. Aos domingos, às 18h, roda de carimbó. Ingresso: R$ 3. Mulheres pagam R$ 2 no domingo. Informação: (91) 3247-8702 e 8866-6351.

Grande Família Sede da Grande Família (Curuçá próximo a Djalma Dutra). Aos domingos, às 19h, Théo Pérola Negra & Grupo da Casa e convi-dados. Ingresso: R$ 2. Caldo de feijão grátis e sorteio de prêmios. Informação: (91) 8898-5302.

Teatro & Espetáculos

Campa Programação do projeto “Terceira campa”, do Teatro Margarida Schivasappa. Dia 17 de novembro, “Caruana”. Dia 24 de novem-bro, “Ópera profano”. Dia 15 de dezembro, “A última tribulação”. (91) 3202-4317.

Quem Somos NósBaseado nas obras de Friedrich Nietzsche, a Companhia de Teatro Luzes apresenta, a partir do dia 10 de novembro, sempre às 20h, o espetáculo ‘Quem Somos Nós’, no Espaço Cultural Atores em Cena. Todas as terças e quartas-feiras de novembro, a partir do dia 10, sempre às 20h, no Espaço Cultural Atores em Cena (Nazaré com Benjamim Constante). Ingresso: R$ 6 (inteira) / R$ 3 (meia).

Abraço Toda sexta, sábado e domingo de novembro no teatro Cuíra, às 21h, o público confere a volta do espetáculo “Abraço”, em comemoração aos três anos do espaço. “Abraço” é um texto escrito por Edyr Augusto Proença, que perde a vontade de viver, até receber uma visita especial. O teatro Cuíra fica na Travessa Primeiro de Março, esquina com Riachuelo.

Exposições e Mostras

Mostra nas Onze JanelasO Museu da Casa das Onze Janelas apresenta a mostra “Amplia-ção da Coleção de obras de Artistas Paraenses do Museu Casa das Onze Janelas”, com a coleção de obras que foram adquiridas pelo museu em 2008 e 2009. A mostra fica até 29 de novembro, na Sala Valdir Sarubbi, no Museu. De terça a domingo de 10h às 18h. Informações: 4009-8823 /8825.

Exposição “Fotoativa 25 Anos”A Galeria Fotoativa realiza exposição fotográfica até o dia 14 de Dezembro, em comemoração aos seus 25 anos. A mostra acon-tece na própria galeria, que fica na Praça Visconde do Rio Branco - Praça das Mercês - 19 – Campina. A entrada é franca Informações: (91) 3225-2754.

VisionáriosMostra “Visionários- Audiovisual na América Latina” apresenta a produção de cinema e vídeo experimentais dos países da América Central, México, Caribe e América do Sul. Dia 16 até 20 e de 23 até 26 de novembro, às 19h, no Instituto de Artes do Pará (Praça Justo Chermont, nº 236 – Nazaré – ao lado da Basílica). Entrada franca

O cantor Fábio Junior é aguardado com expectativas pelos fãs de Belém, para o show no Hangar Centro de Convenções da Amazônia

Tribuna Cultural

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VariedadesBelém, 14 a 20 de novembro de 200920

As participações que Rodrigo Santoro tem feito em grandes produções do cinema americano, como “300” (2007), “Che” (2008) e “Cinturão vermelho” (2008), ainda não lhe renderam fortuna. Pelo menos é o que garante o próprio ator, que agora está em “I love you Phillip Morris”, comédia gay de John Requa e Glenn Ficarra, na qual o brasileiro interpreta o namorado do ator Jim Carrey. “Nunca trabalhei guiado pelo dinheiro. Se meu objetivo fosse só ele, teria dado com a cara na porta em Hollywood”, declarou Santoro, ao ser questionado sobre os cachês pagos pelo cinema dos Estados Unidos. “Se é em Hollywood que está o dinheiro, eu ainda não vi a cor, nem o cheiro dele”, brincou. Por outro lado, ele diz que nunca se projetou para Hollywood, o que aconteceu de forma natural. “Aliás, minha carreira é uma só, não tem essa de nacional e internacional. Minha casa fica aqui no Brasil”, afirmou.

O badalado casal Adriana Bombom e Dudu Nobre decidiu pelo divórcio. O casal estava junto há nove anos. Dudu e Adriana entraram com o pedido de divórcio há dois meses, e o cantor chegou a confirmar que o casamento havia chegado ao fim, mas eles ainda tentaram uma reaproximação e apareceram juntos novamente, alguns dias depois da declaração do sambista. Na época, a assessora disse que o casal estava passando por uma crise e Dudu havia feito um desabafo. O casal segue di-vidindo a mesma casa com as filhas, Olívia e Talita. Dudu vai continuar morando na casa na Barra da Tijuca, onde cria diversos animais, mas eles estão procurando um apartamento para Bombom morar com as filhas.

Carta aos fãs

Alô, Alô, Terezinha!

Não é pelo dinheiro

Fim para Dudu e Bombom

Depois de alguns dias em recuperação após a queda de um palco onde fazia um show, Dinho Ouro Preto, vocalista do Cap-ital inicial, postou no site oficial da banda uma carta para os fãs. O cantor escreveu a carta no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. “Me sinto um pouco melhor, mas ainda não estou com-pletamente recuperado. Agradeço a consternação e preocupa-ção pelo meu estado de saúde. O que aconteceu foi grave, mas tenho plena consciência de que poderia ter sido muito pior. Cai de um palco de 3 metros de altura e só não morri porque fui amparado pelos fãs. Voluntariamente ou não. Quebrei três costelas, trinquei seis vértebras, levei cinco pontos no queixo, machuquei meus rins, minha cabeça e meus dentes. Tenho di-ficuldade de me concentrar, de abrir os olhos – a luz me inco-moda. Portanto, não pude receber todos que compareceram ao hospital. Por fim, reitero o agradecimento à solidariedade e às mensagens que vêm dos quatro cantos do País”, escreveu o cantor. A banda cancelou os shows até 28 de novembro.

Já está na telona o documentário sobre Abelardo Barbosa, o “Velho Guerreiro” ou simplesmente Chacrinha. Ele foi uma das grandes referências da cultura popular brasileira durante as dé-cadas de 50 a 80 e é considerado um dos principais apresentado-res de programas de auditório do Brasil. Irreverente, o comuni-cador falava diretamente ao público e dava o que o povo queria. Popular com suas brincadeiras, jogando bacalhau no auditório e distribuindo entre os seus convidados o troféu “Abacaxi”, Cha-crinha revelou grandes sucessos. Por seus palcos passaram Ro-berto Carlos, Gilberto Gil, Wanderléia, Ney Matogrosso, Fábio Jr, entre outros, que no documentário de Nelson Hoineff falam de suas relações com o apresentador e da importância dele em suas carreiras. Além deles, dão depoimentos as ex-chacretes, como Rita Cadillac, Índia Potira e Cléo Toda-Pura, e membros da equipe, como Russo, Dona Florinda e a própria Terezinha.

CELEBRIDADES

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Para a temporada 2010, a diretoria do São Raimundo pretende montar um bom time para fazer bonito nova­mente, já que o agora a dispu­ta vai ser no Parazão e na Copa do Brasil, no primeiro semes­tre, e a disputa da Série C no segundo semestre do ano.

A meta da diretoria, primei­ramente, é manter alguns atletas que fizeram parte do elenco vencedor de 2009, ape­sar das dificuldades financei­ras que o clube vai encontrar para fazer isso, já que, com a conquista do título, muitos jogadores ficaram valorizados e já estão sendo assediados por outros clubes que fazem propostas aos jogadores, e que dificilmente serão cober­tas pelo clube de Santarém.

Uma dessas propostas ocor­reu com o jogador Rafael Ol­iveira, que ganhava R$ 2.000 no clube, mas que acaba de receber uma oferta de um time do interior de São Paulo, com salário de R$ 12.000. Rafael aceitou e o pantera já soma um desfalque importante.

Apesar disso, alguns jogado­res já renovaram com o time,

entre os quais, o meio campis­ta Michel, artilheiro da Série D com 10 gols e destaque do time na competição. Outro que renovou foi o goleiro La­bilá e os jogadores Marcelo Pitbull, Déo Curuçá e o volante Marabá, nomes certos no time para a temporada 2010.

Mas a diretoria revela que mais reforços estão a caminho de Santarém, mas que ao mes­mo tempo, nenhum exagero vai ser feito na aquisição de novos jogadores, e acrescenta que a folha salarial do time não vai passar dos R$ 100 mil. “Queremos montar um bom time, pois o ano de 2010 vai ser de muitas competições para nosso time, mas não va­mos fazer nenhum exagero. Vamos continuar com a nossa política, que é de valorizar a prata da casa, assim como dar

oportunidade para aqueles jogadores que não foram valo­rizados em outro clube”, disse Sandicley Monte.

Pela expectativa do diretor de futebol do São Raimundo, o investimento para 2010 deve compensar, já que, com a nova estimativa para a folha salarial, o aumento da despesa para os cofres do time só com salários será de R$ 47 mil em relação à folha deste ano, que custava R$ 53 mil ao São Raimundo.

Para que os alvos do time se­jam alcançados, a diretoria da Pantera espera que o futebol do interior seja mais valoriza­do, e que, com a conquista do time, os patrocinadores pos­sam dar mais atenção, logo, mais investimentos para o clube. E parece que isso já está começando a acontecer, como diz o próprio diretor de fute­bol do time. “Fechamos um acordo com um novo fornece­dor de material esportivo, a Kanxa. E agora, muitas pro­postas para patrocinar nosso time estão aparecendo, as perspectivas são boas. Desse jeito, com certeza vamos fazer mais pelo futebol paraense”,

finalizou o diretor.

Homenagens

Depois da conquista do Campeonato Brasileiro da Sé­rie D, a euforia ainda toma conta do time do São Raimun­do e homenagens ao time não param de acontecer. Uma delas partiu da Prefeitura de Belém, quando os diretores do time receberam das mãos do Prefeito de Belém, Duciomar Costa, uma placa parabeniza­ndo a conquista do time de Santarém, Oeste paraense.

Na homenagem, o presi­dente do São Raimundo, Ro­sinaldo do Vale, e o diretor de futebol, Sandicley Monte, expressaram seus agradeci­mentos, não só pela homena­gem, mas por todo apoio que a Prefeitura de Belém deu ao time santareno, que apesar de ser de outro município, em nenhum momento a capital do estado deixou de fornecer ajuda. “Passamos por momen­tos difíceis, ainda na disputa do Campeonato Paraense, mas pedimos a ajuda da Pre­feitura de Belém, através da

Sejel (Secretaria Municipal de Esporte Juventude e Lazer), e eles prontamente nos aju­daram”, revela Rosinaldo.

O diretor de futebol da pan­tera, Sandicley Monte, con­firma o apoio dado pela Pre­feitura de Belém, e disse que a ajuda foi muito bem vinda. “Tivemos muitas dificuldades, com transporte, hospedagem e alimentação. Mas a Prefeit­ura de Belém nos apoiou em toda essa situação. Ficamos honrados em receber esse re­conhecimento da Capital do nosso Estado”, declarou.

Em resposta ao diretor do São Raimundo, o prefeito Duciomar Costa disse que a homenagem foi merecida, pois a conquista enalteceu o estado do Pará. O prefeito também lamentou a situação dos outros times paraenses. “Como paraense, estou profundamente orgul­hoso com a conquista do time do São Raimundo, ainda mais porque o futebol paraense está passando por uma crise. Com esse título, o São Raimun­do resgatou a glória do nosso futebol. Fica agora a minha torcida”, disse o prefeito.

EsporteSão Raimundo recebe

homenagens e planeja 2010

Diretoria do clube recebeu plaqueta da Prefeitura Municipal de Belém, que apoiou a equipe fora de Santarém

Belém, 14 a 20 de novembro de 2009

Valor da folha do Pantera vai dobrar em 2010, saltando de R$ 53 para R$ 100 mil

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EsporteBelém, 14 a 20 de novembro de 200922

Fifa já pensa em proibir onda de naturalização de jogadores

Joseph Blatter, presidente da Federação Internacional de Fu-tebol (Fifa), disse que vai adotar mais medidas para combater o crescente número de jogadores sul-americanos que se natu-ralizam para jogar por outros países.

Para o presidente da enti-dade máxima do futebol, essa

tendência pode trazer sérias re-percussões nos próximos mun-diais. “Há um excesso de joga-dores sul-americanos, a maioria brasileiros e argentinos, que ob-têm passaporte europeu com facilidade e isto pode resultar em uma Copa de 2014 disputa-da na maioria por jogadores do Brasil e da Argentina. Por esta

razão devemos agir”, declarou Blatter.

O presidente disse que existem seis mil jogadores sul-america-nos profissionais no mundo e que é preciso cumprir o período de espera para representar uma federação nacional distinta a do país em que o atleta nasceu, que é de cinco anos.

O ex-brasileiro Deco acabou se tornando cidadão português para defender as cores da seleção portuguesa em convocação de Felipão

Conheça a lista de alguns jogadores brasileiros que optaram por outra pátria

Eduardo da Silva (Croácia): nasceu no Rio de Janeiro e foi para a Croácia com 16 anos. Defendeu a seleção sub-21 do país e jogou 25 partidas pela seleção principal. Joga no Arsenal (ING). Kevin Kurányi (Alemanha): natural de Petrópolis(RJ), defende a seleção da Alemanha desde 2003. Aos 15 anos foi para o país e começou no Stuttgart. Atualmente joga no Schalke 04 (ALE). Roger (Polônia) - já defendeu o Corinthians e o Flamengo. Em 2006 foi para o Legia Varsóvia e em 2008 se naturalizou polonês e defendeu o país na Eurocopa. Já jogou 15 partidas pela seleção. Pepe (Portugal) - em 2001, quando tinha 18 anos foi para o Marítimo (POR), depois se transferiu para o Porto, quando, em 2007, se naturalizou português. Defendeu a seleção na Eurocopa de 2008. Defende o Real Madrid. Deco (Portugal) - foi para Portugal com 20 anos e defendeu o Alverca, Salgueiros e o Porto no país. Em 2003, Felipão convocou o meia pela primeira vez, para uma partida contra o Brasil. Defende o Chelsea (ING). Liedson (Portugal) - nasceu na Bahia e em 2003, quando se destacou pelo Corin thians, foi para o Sporting (POR). Começou a jogar pela seleção portuguesa em 2009. Marcos Senna (Espanha) - em 2002 foi para o villarreal. Tinha 30 anos quando se naturalizou espanhol e defendeu a Fúria pela primeira vez (em 2006). Foi campeão da Eurocopa de 2008. Marco Aurélio (Turquia) - em 2001 foi para o Trabzonspor. Em 2006, quando estava no Fenerbahce, passou a defender a seleção da Turquia. É conhecido como Mehmet Aurélio no país. Amauri (Itália) - o passaporte italiano do jogador já foi aprovado, mas ele ainda não recebeu. Quando receber, poderá defender a Azzurra.

Velocista Usain Bolt concorre como melhor atleta de 2009

Gol relâmpago aos dois segundos é sensação na Arábia Saudita

A Associação das Fed-erações Internacionais de Atletismo (Iaaf ) anunciou a lista dos finalistas ao prê-mio de melhor atleta do ano. Entre os candidatos está o jamaicano Usain Bolt, que nesta temporada baix-ou ainda mais seus recordes mundiais dos 100m (9s58) e 200m rasos (19s19), duran-te o Mundial de Berlim. Bolt vai concorrer com outros quatro atletas, mas apenas um deles é seu adversário direto nas pistas: o ameri-cano e também velocista Tyson Gay.

O fundista etíope Keneni-sa Bekele, o australiano Ste-ven Hooker, do salto com vara, e o norueguês Andreas Thorkildsen, do lançamento

de dardo, completam a lista. Apesar de ser um dos

maiores adversários de Bolt, Gay entra como azarão na disputa da Iaaf. Ele é o único dos finalistas que não con-quistou medalha de ouro no Mundial de Berlim.

Bekele desponta como favorito, ao lado de Bolt. Campeão mundial dos 5.000 e 10.000 metros, ele dividiu o prêmio milion-ário da Golden League com a russa Yelena Isinbayeva e com a americana Sanya Richards.

O prêmio será entregue no dia 22 de novembro, durante uma cerimônia de gala em Mônaco. O colégio eleitoral da Iaaf é formado por 1799 votantes.

Um gol relâmpago deixou o futebol da Arábia Saudita deslumbrado. Tudo isso porque o atacante Nawaf Al Abed, atacante do time Al Hilal, marcou um gol do meio de campo, quando mal o juiz autorizou, aos dois se-gundos de jogo. A imprensa árabe diz que o gol marcado foi o mais rápido da história do futebol mundial.

O gol de Nawaf, de 21 anos, supera a do jogador Fred, atualmente jogador do Fluminense, que, em 2003, fez um gol parecido quando defendia o América-MG aos

3,17 segundos. A façanha foi alcançada na derrota por 5 X 1 para o Vila Nova-GO na Copa São Paulo de Juniores, quando o craque ainda tin-ha 19 anos. Assim que o juiz autorizou a partida, o ata-cante arriscou do meio de campo e acertou o gol.

Extra-oficialmente, o re-corde mundial continua com o jogador uruguaio, Ricardo Oliveira. O jogador acertou um chute e fez o primeiro da vitória no seu time, em 26 de dezembro de 1998, com apenas dois segundos e meio.

O campeão imbatível das pistas deve ser coroado com mais um título

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23Esportes Belém, 14 a 20 de novembro de 2009

Brasil volta a sediar competição de Skate de Rua

Campeã de luta olímpica, Joice Silva se prepara para conquistar mais medalhas

Após sete anos, o Brasil volta a receber o Mundial de Skate de Rua. O local do evento, que acon-tecerá do dia 20 a 22 de novem-bro, é a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O torneio é uma das etapas do Mundial de skate street. Em 2002, o campeão foi o brasileiro Rodil Ferrugem, que venceu o Mundial também em 2004. A primeira vez que um brasileiro venceu o mundial foi em 2000, com Carlos de Andrade, o Piolho.

Depois de passar por três países (Estados Unidos, Chile e Itália), o torneio chega à penúltima etapa totalmente indefinido. O brasileiro Carlos de Andrade e o americano Nyjan Houston estão na liderança do circuito, com 1700 pontos. Eles são seguidos pelos também americanos Chris Cole, com 1600, e Paul Rodriguez, com 1500. Quem vencer, fatura 1000 pontos. A disputa vai contar com outros brasileiros experientes. Rodolfo “Gugu” Ramos, campeão mundial em 2008, Lucas Xaparral, campeão do X Games Brasil 2008, Rodil Fer-rugem, campeão mundial em 2002 e 2004, Wagner Ramos e Allan Mesquita confirmaram pre-sença no evento. Bob Burnquist, um dos maiores nomes do skate vertical e da Megarampa tam-bém vai competir. O carioca vai executar uma manobra de 360º graus, em um looping montado na praia.

Durante três dias de competição, 42 skatistas vão encarar os mais diversos obstáculos como bancos, corrimãos, paredes e escadas. Os 12 melhores colocados no rank-ing mundial já estão garantidos na semifinal. O primeiro dia de disputa será dedicado a treinos e a uma apresentação de Fabíola

da Silva, uma das melhores atle-tas do mundo nos patins in line. No sábado 30 skatistas partici-pam da eliminatória. Os 12 mel-hores vão para as semifinais,

aonde encaram os outros 12 atle-tas, que estão pré-classificados. Apenas os 12 melhores se clas-sificam para a final, que acon-tece no domingo, a partir das

10h30m. Depois das finais, uma competição entre os finalistas vai premiar a manobra mais radical. A última etapa do Circuito será na Alemanha, nos dias 5 e 6 de

dezembro, quando será conhe-cido o campeão. Das seis etapas (duas foram realizadas nos Estados Unidos), os atletas podem descar-tar os dois piores resultados.

O cabelo já estava arrumado. A roupa também foi trocada e está pronta para encarar mais um dia de suor e esforço. Sem perder o charme e a vaidade, Joice Silva chega à academia na zona norte do Rio de Janeiro e chama a amiga para iniciar a atividade física com ela. Mas o treino da atleta de 26 anos não é nada fácil. Após mais de três horas de puxões e quedas sono-ras, o rosto de menina e o sor-riso constante dão lugar à raça e ao empenho da octacampeã brasileira e medalhista de ouro sul-americana por duas vezes, considerada futura dona do título mundial da luta olímpica. ”Existe um estereótipo de que todo lutador é mal encarado, emburrado. Sempre que eu con-to o que faço, me respondem: “Sério? Nem parece!”. Nunca percebi nenhum tipo de precon-ceito por eu ser mulher em um ambiente que parece violento. Mas isso também não me afetar-ia”, diz a carioca, que foi a sétima colocada no Mundial da Dina-

marca, disputado em outubro. Dedicada aos treinos da modali-dade, que tem como objetivo tor-nar se mais popular, Joice conta que seu talento foi “quase natu-ral”. A lutadora praticava jiu-jítsu em um projeto social em uma

comunidade do Rio de Janeiro e foi chamada para conhecer a luta olímpica. E, em sua primeira competição, há sete anos, ela já foi campeã. O bom resultado motivou a atleta a querer sem-pre mais dentro do esporte.

”Vivo em função do treino. Acordo, arrumo a mochila e levo uma hora no ônibus até chegar à academia. Almoço e descanso aqui mesmo para, logo depois, treinar mais a parte física, com musculação. Depois disso, vou para casa e, às vezes, dá tempo de entrar na internet e conversar com os meus amigos. Mas o que gosto mesmo é ficar assistindo a vídeos de luta para aprender mais. Faço o que gosto”, conta.

A satisfação que Joice demon-stra nos treinos também comove seus companheiros de equipe e dirigentes da luta olímpica, que já vêem nela o futuro da modali-dade no Brasil. Representante do país no Pan-Americano de Indi-anápolis (1987), Roberto Leitão é superintendente da Confeder-ação Brasileira de Luta Olímpica e aposta na carioca como medal-hista nos Jogos de Londres-2012. ”Joice não é mais uma promessa, é uma realidade. Tem ótimos re-sultados, já se firmou entre med-alhistas do Pan e tem o domínio nacional há alguns anos. Não

é segredo, é dedicação. Ela é a mais dedicada daqui. Não falta treino, chega mais cedo, vive para isso. Acho que este é o ciclo dela. No último Mundial, ela já fez lutas duríssimas con-tra as melhores do mundo e, a qualquer momento, vai chegar a vez dela sentar no trono”, disse o ex-lutador da categoria até 90kg. Joice também acredita no seu po-tencial. No entanto, a lutadora se vê no pódio olímpico apenas nos Jogos do Rio de Janeiro-2016. E quem pensa que ela lamenta isso, se engana. A carioca quer que sua conquista aconteça em casa, num lugar que “todos falem a sua língua e entendam o que aquilo representa para ela”. ”Cheguei a um nível em que de-talhes fazem a diferença. E eu quero acabar com eles o quanto antes. Meus planos são classifi-car para Londres e chegar bem lá para vir para o Rio-2016 para medalhar. Quando soube que os Jogos seriam aqui, fiquei muito feliz. Chego até a me emocionar quando falo sobre isso”, disse.

Mundial de Skate de Rua vai acontecer no Rio de Janeiro entre os dias 20 e 22 deste mês, em plena praia de Copacabana. Skatistas vão encarar paredes, escadas e corrimãos.

Oito vezes campeã de sua categoria, Joice é esperança de mais vitórias nas olimpíadas

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