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Os Transtornos Alimentares no Brasil e no mundo. Dr. Izidoro de Hiroki Flumignan Clínica Médica com área de atuação em Endocrinologia e Cardiologia Sanitarista pela UFRJ. Equipe CETOM - Centro de Tratamento para a Obesidade Mórbida Hospital Quinta D´or Instituto Flumignano de Medicina Rio de Janeiro – RJ 2012

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Page 1: Os Transtornos Alimentares no Brasil e no mundo. ALIMENTARES E... · Revista de Psiquiatria Clínica Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina Universidade

Os Transtornos Alimentaresno Brasil e no mundo.

Dr. Izidoro de Hiroki Flumignan Clínica Médica com área de atuação em Endocrinologia e CardiologiaSanitarista pela UFRJ.Equipe CETOM - Centro de Tratamento para a Obesidade MórbidaHospital Quinta D´orInstituto Flumignano de MedicinaRio de Janeiro – RJ2012

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TRANSTORNOS ALIMENTARES- Conjunto de doenças cada vez mais freqüentes

secundárias a cultura do excesso e do medo -

São doenças crônicas que estão relacionadas coma alimentação com características psicológicaspróprias que afetam o modo de comer e incluemos distúrbios do humor e a autocrítica.

O “modo de comer se torna prejudicial a saúde”,acarretando doenças de origem alimentar edificuldades no relacionamento interpessoalpodendo culminar, nos casos mais extremos, emmorte.

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- TIPOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES -

-ANOREXIA NERVOSA – Há importante conflito na imagem corporal,com medo excessivo de engordar. Acometem as pessoas magras e negam afome.

- ANOREXIA NERVOSA ATÍPICA - Transtornos que apresentamalgumas das características da anorexia nervosa com ausência do temoracentuado de ser gordo mas com a presença de comportamento paraemagrecer.

-BULIMIA NERVOSA – Em geral os pacientes apresentam peso normalou sobrepeso, não negam a fome.

-TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTARPERIÓDICA – O paciente come sem fome até sentir-se repleto e comculpa. Tem relação com a obesidade e há sintomas depressivos e ansiososassociados.

-OUTROS TRANSTORNOS ALIMENTARES - Incluem aorthorexia, vigorexia, drunkorexia, diaberexia etc...

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EPIDEMIOLOGIA DA ANOREXIA NERVOSA

Yates, 1989, relatou que a maioria dos estudos estabeleceu uma prevalência de 1 caso entre 100 garotas adolescentes

Cecil Loeb - Tratado de Medicina Interna, 14ª Edição relatou que a incidência de novos casos atinge uma faixa de 0,6 a 1,6 por 100.000 habitantes. A idade comum de início é entre 14 e 17 anos, mas pode ocorrer mais cedo entre 10 a 13 anos ou mais tarde até aos 40 anos de idade). A doença é pelo menos 10 vezes mais freqüente nas moças do que nos rapazes.

Em média de 0,5 e 3,7% Fonte : V. Pinzon e F. C. Nogueira

Revista de Psiquiatria Clínica Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina

Universidade de São Paulo (IPq-HC-FMUSP)

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EPIDEMIOLOGIA DA BULIMIA NERVOSA

Fairburn e Cooper (1983), com base em uma amostra da comunidade, estimaram que 1,9% em mulheres.

Pyle et al (1983) relatou que a prevalência de BN clinicamente significativa e maior em estudantes universitárias que a da comunidade, correspondendo a aproximadamente 4%.

Fairburn e Beglin (1990) que fizeram uma média dos resultados de vários estudos, estimaram uma prevalência de 2,6%.

Em média de 1,1% e 4,2%. Fonte : V. Pinzon e F. C. Nogueira

Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de MedicinaUniversidade de São Paulo (IPq-HC-FMUSP)

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ORTHOREXIA/ VIGOREXIA/DIABEREXIA

Não se conhece a prevalência mas observa-se que a incidência está aumentando.

“As pesquisas para estimar a prevalência e a incidênciados Trantornos Alimentares foram realizadas através da

análise do preenchimento voluntário e anônimo de formulários específicos de avaliação diagnóstica”

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BITE – Teste de Investigação Bulímica de Edimburgo - que permite identificar comedores compulsivos e obter dados sobre aspectos cognitivos e comportamentais da bulimia nervosa.

EAT-26 – Teste de Atitudes Alimentares - que avalia os riscos de se desenvolver comportamento e atitudes típicos de pacientes com anorexia nervosa.

TESTES PARA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE TRANSTORNOS ALIMENTARES

ECAP - ESCALA DE COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA – que tem como objetivo de estudar especificamente o comportamento do comer compulsivo.

QEWP-R - Questionário sobre Padrões de Alimentação e Peso

BSQ - Questionário de Imagem Corporal

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-1 bilhão de sobrepesos nos adultos e pelo menos 300milhões destes com obesidade.

-Freqüentemente coexiste em países em desenvolvimentocom a subnutrição, sendo que a obesidade é uma condição

social complexa com dimensões psicológicas, afetando todasidades e grupos socioeconômicos.

- Atualmente é o principal fator de risco para asdoenças crônicas e invalidez.

Fonte : OMS – 2005

A OBESIDADE É O PRINCIPAL TRANSTORNO ALIMENTAR DO MUNDO

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OBESIDADE NO BRASIL

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VARIAÇÃO TEMPORAL DOS INDICADORES VIGITELVIGILÂNCIA DE FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO PARA DOENÇAS CRÔNICAS POR INQUÉRITO TELEFÔNICO

27 CIDADES, DE 2006 - 2010

Fonte: relatório Vigitel 2010

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VARIAÇÃO TEMPORAL DOS INDICADORES VIGITELVIGILÂNCIA DE FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO PARA DOENÇAS CRÔNICAS POR INQUÉRITO TELEFÔNICO

27 CIDADES, DE 2006 - 2010

1) Entre 2007 e 2010, a frequência de fumantes do sexo masculino diminuiu em mediaem 1,1 ponto percentual (pp) ao ano. No mesmo periodo, a frequência de homensque relataram consumo de pelo menos 20 cigarros por dia também diminuiu, emmedia em 0,4 pp ao ano.

2) A frequencia de excesso de peso aumentou em homens e em mulheres. Em homens,o aumento foi observado ao longo de todo o periodo 2006-2010 (1,2 pp aoano) enquanto, em mulheres, ele ocorreu nos ultimos quatro anos (2,2 pp ao ano). Afrequencia de obesidade aumentou apenas em mulheres, em media em 1 pp ao anono periodo 2006-2010.

3) A frequencia de consumo regular de frutas e hortalicas diminuiu apenas em mulheres,em media em 1,1 pp ao ano entre 2008 e 2010.

4) A frequencia de consumo abusivo de alcool aumentou apenas em mulheres, 0,6 ppao ano no periodo 2006-2010.

5) A frequencia de individuos que referiram diabetes diagnosticada por medicoaumentou em homens e em mulheres. Em homens, o aumento foi em media de0,25 pp ao ano no periodo 2006-2010. Em mulheres o mesmo aumento foi de 0,45 ppao ano no periodo 2007-2010.

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OBESIDADE NO MUNDOIASO – International Association for the study of obesity.

- International Obesity Taskforce – www.iotf.org -

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OBESIDADE NO MUNDOIASO – International Association for the study of obesity.

- International Obesity Taskforce – www.iotf.org -

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PREVISÃO DO CRESCIMENTO DO DIABETES PARA 2025.Fonte: Revista Diabetes Care - 1988 EUA .

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A obesidade é a principal doençanão transmissível

e o fator de risco maisimportante para outrasdoenças relevantes.

OBESIDADE

HIPERTENSÃO

DIABETES

NEOPLASIAS

MORTEPRECOCE

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OBESIDADE x MORTALIDADE

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PERFIL DE MORTALIDADE NO BRASIL - 2005

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OBESIDADE E CÂNCER

• Estudo de coorte prospectivo com 1,2 milhões de mulheres do Reino Unido entre 50 a 64 anos durante o período de 1996 a 2001, que foram acompanhados por 5,4 anos para incidência de câncer e por 7 anos para mortalidade por câncer.

• A pesquisa concluiu que o aumento do IMC associa-se a aumento significativo do risco de câncer em 10 dos 17 tipos avaliados.

• Entre pacientes pós menopausa no Reino Unido, 5% de todos os cânceres foi atribuível ao sobrepeso ou a obesidade. Em relação ao câncer endometrial e ao adenocarcinoma esofágico, o IMC representa o principal fator de risco modificável.

British Medical Journal, doi:10.1136/bmj.39367.495995.AE / publicado em 06 de novembro de 2007.

[email protected]

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F A T O S

- Globalmente existe mais de 1 bilhão de adultos com sobrepeso e destes, 300 milhões são obesos.

- Obesidade e sobrepeso são os maiores fatores de risco para as doençascrônicas incluindo o diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensãoarterial e AVC e alguns tipos de cânceres.

- Doenças cardiovasculares causam 16.7 milhões or 29.2% do total de mortesglobais. (OMS 2003).

-Atualmente a OMS estima que o número de diabéticos no mundo seja de 171 milhões e que deverá dobrar até 2030.

Fonte : OMS – 2005 – Relatório da Estratégia Global para Dieta, Atividade Física e Saúde.

Pelas análises da OMS, publicada no relatório de 2002, 58% dos casosde diabetes, 21% das doenças isquêmicas do coração e 8 à 42% dealguns cânceres podem ser globalmente atribuíveis a um IMC acima de21 kg/m2.

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Várias doenças causadas pela obesidade geralmente associadas entre si, constituem graves problemas de Saúde Pública.

No Brasil, tais morbidades são responsáveis por grande número de mortes prematuras entre adultos.

Em 1985, um terço das mortes ocorridas foram provocadas por causas cuja origem se encontra nessas doenças.

No que diz respeito à população vitimada, cerca de 30% pertencia ao grupo etário entre 20 a 49 anos de idade. No Município de São Paulo, a proporção de mortes por essas causas, foi de 37%.

Fonte: Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo - 2005

O IMPACTO DO EXCESSO DE PESO NA SAÚDE NO BRASIL

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No mundo estima-se que 17.6 milhões de crianças abaixo de 5 anosestão com sobrepeso no mundo.

No Brasil, nas últimas décadas, está ocorrendo uma redução daprevalência da desnutrição infantil - de 19,8% para 7,6% e e um aumentona prevalência de sobrepeso e obesidade de 4,1% para 13,9% emcrianças e adolescentes de 6 a 18 anos.

Nos EUA a prevalência da obesidade em jovens de 12 a 17 anosaumentou dramaticamente de 5% para 13% em meninos e de 5% para9% em meninas entre 1966-70 e 1988-91.

Na Tailândia a prevalência da obesidade entre 5 a 12 anos de idade foide 12.2% para 15,6% em somente 2 anos.

Veja : http://www.flumignano.com/medicos/Educa_saude_flash/OBESIDADE_INFANTO_JUVENIL.htm

EPIDEMIA DA OBESIDADE INFANTO-JUVENILO problema é global e está aumentando nos países em desenvolvimento.

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T R A N S I Ç Ã O N U T R I C I O N A L

Na primeira vez na humanidade, o excesso de disponibilidade dealimentos e enriquecimento progressivo da sociedades favorecem oacúmulo calórico fazendo que a obesidade se desponte como umproblema mais freqüente e mais grave que a desnutrição.

POR QUE ISTO ESTÁ ACONTECENDO ?

O excesso de oferta dos alimentos fazem os preços diminuírem,principalmente aqueles que são produzidos em maiores quantidades emais duráveis como os cereais e gorduras. Isto modifica o comportamentoalimentar das pessoas. Também pela grande oferta, as máquinas setornaram mais baratas, facilitando o sedentarismo. A resultante é obalanço calórico positivo e o excesso de peso da população mundial.

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Fonte: Site da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2006).http://educacao.cardiol.br

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POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃOMinistério da Saúde

APRESENTAÇÃO(parte selecionada)

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada noano de 1999, atesta o compromisso do Ministério da Saúde com osmales relacionados à escassez alimentar e à pobreza, sobretudo adesnutrição infantil e materna, bem assim com o complexoquadro dos excessos já configurado no Brasil pelas altas taxas deprevalência de sobrepeso e obesidade na população... A firmedecisão do Presidente da República em aprofundar a ação doGoverno Federal na erradicação da fome requer de todos nós areunião das nossas melhores iniciativas setoriais.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Monteiro14 (2003) considera que parte do problema abordado decorre de uma equivalência imprópria entre pobreza, desnutrição e fome por parte dos interlocutores do debate público. Isso derivaria de um desconhecimento ou desconsideração dos dados que vêm sendo produzidos pelo IBGE desde os anos 70.O uso do termo fome sob conceito impróprio apontado nos documentos do Programa Fome Zero mostra que o problema vai além dessa equivalência imprópria. Na análise dos textos oficiais, evidenciou-se que os elaboradores conheciam as definições adotadas pela OMS e decidiram ignorá-las... Entendeu-se que os autores do Programa se apoiaram no caráter político de mobilização popular sobre o tema fome, por dois fatores: pelo apelo emocional da empatia e pela urgência. Para produzir esse efeito de mobilização catastrófica, foi necessário ignorar as evidências científicas, inconvenientes do ponto de vista de interesses políticos...

PERCEPÇÃO POLÍTICA DA FOME NO BRASIL

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-89102006000400013&script=sci_arttext

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JORNAL “O ESTADO DE SÃO PAULO” - 20 de dezembro de 2004 -

Brasília - Uma semana depois da divulgação de uma pesquisa em que oIBGE diz que o problema do Brasil não é mais a desnutrição, mas sim aobesidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu, em discurso,durante celebração de Natal no Planalto, afirmando que "a fome não é coisamedida em pesquisa". Para o presidente, "nem todo mundo que passa fomereconhece que passa fome“ ....ou as pessoas têm vergonha (de assimdeclarar)

Em seu discurso, o presidente defendeu o programa Fome Zero e adeterminação do governo em dar dinheiro ao invés de cestas básicas. Nasua opinião, no Brasil não há falta de alimento, mas de dinheiro paracomprá-lo.

A OPINIÃO DO PRESIDENTE SOBRE A OBESIDADE NO BRASIL

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DÉFICT DE PESO NO BRASIL

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AQUISIÇÃO ALIMENTAR FAMILIAR POR GRUPO DE PRODUTOS

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ASSEMBLÉIAS DAS NAÇÕES UNIDASPARA AS DIRETRIZES GLOBAIS

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Condições crônicas, incluindo as doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade,cânceres e doenças das vias respiratórias, respondem anualmente por 46% dofardo global das doenças. Cinqüenta por cento dos fatores globais de risco

foram identificados como sedentarismo e consumo insuficiente de frutas e

legumes.

FATORES AMBIENTAIS E DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Até 2.7 milhões de vida poderiam ser potencialmente poupadas globalmente acada ano com consumo suficiente de frutas e legumes. (OMS)

Atividade física diária e regular é um dos principais componentes para aprevenção de doenças crônicas, juntamente com uma dieta saudável e nãofumar.

Estas simples correções comportamentais, para as pessoas é meio poderoso de prevenir doenças crônicas e para as nações pode prover um modo custo-efetivo de melhorar saúde pública da população. (OMS)

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A Estratégia Global da OMS tem quatro objetivos principais:(1) reduzir os fatores de riscos.(2) aumento da consciência global pelo entendimento das influênciasde dieta e atividade física na saúde e do impacto positivo dasintervenções preventivas(3) encorajamento, desenvolvimento, fortalecimento e implementaçãoglobal, regional, nacional e políticas da comunidade para as melhoriasdas dietas e aumento das atividades físicas de forma sustentável4) monitorar os dados científicos e principais influências das dietas eatividades físicas com apoio para pesquisa em áreas pertinentes efortalecimento dos recursos humanos necessários para estes fins.

ESTRATÉGIA GLOBAL PARA DIETA, ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDEOrganização Mundial da Saúde

Relatório de 2005

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-O envelhecimento da população tem um forte impacto namorbidade e mortalidade na saúde pública das nações.- Países do mundo inteiro estão com elevado crescimentodas doenças não-transmissíveis e ao mesmo tempo compersistência de antigas doenças infecto-infecciosasacrescidas de novas epidemias virais.- Portanto preservar a capacidade funcional da populaçãoanciã é um fator crucial para reduzir, imediatamente etambém no futuro, os custo dos serviços de saúde.

ESTRATÉGIA GLOBAL PARA DIETA, ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDEOrganização Mundial da Saúde

Relatório de 2005

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SAÚDE E DESENVOLVIMENTO:

A saúde é uma chave determinante no desenvolvimento eum precursor do crescimento econômico.

A OMS relaciona a macroeconomia com a saúde pública etem repetidamente demonstrado os efeitos desastrosos daseconomias países devido as doenças populacionais.

ESTRATÉGIA GLOBAL PARA DIETA, ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDEOrganização Mundial da Saúde

Relatório de 2005

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PROPAGANDA ANTI-ÉTICA PARA CRIANÇAS

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- EUA e UE preparam política contra a obesidade -Representantes da indústria de alimentos e bebidas disseram que querem

ajudar no esforço.

BRUXELAS - Na primeira conferência UE-EUA sobre obesidade realizado

neste mês, representantes da indústria de alimentos e bebidas disseram que

querem ajudar no esforço. "Consumidores de diferentes partes do mundo são

diferentes. Mas o problema é o mesmo, e esperamos que nossa solução

possa ser conjunta", disse o comissário de saúde da UE, Markos Kyprianou. O

vice-secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar, disse que o objetivo não é

encontrar soluções imediatas, mas criar uma coalizão entre os lados para

facilitar a tomada de decisões sobre saúde e forma física pelos consumidores.

"No fim, é o consumidor quem escolhe", disse Azar, explicando que,

mesmo com uma indústria de alimentos regulada pelo governo, é quem vai

comer que precisa escolher a refeição mais saudável.

Fonte: JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO de 12 de maio de 2006

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McDonald´s fechará 25 restaurantes no Reino Unido A rede estima que a decisão custará cerca de 33,6 milhões de euros

LONDRES - A rede de fast-food McDonald´s fechará 25 de

seus restaurantes no Reino Unido. A informação está em

um relatório da companhia apresentado à Comissão de

Valores dos Estados Unidos. Segundo a empresa, a

decisão foi tomada após uma queda de vendas registrada

na região ano passado. Há especulações que ligam a

decisão de fechar as lojas a uma onda de preocupaçãode um grande número de pessoas, sobretudo crianças,com o problema de obesidade.

Fonte : Jornal “O Estado de São Paulo” em 01 de março de 2006.

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Acordo nos EUA barra refrigerantes em escolas

NOVA YORK - Os maiores distribuidores de bebidas dos Estados Unidosconcordaram em suspender praticamente todas as vendas derefrigerantes em escolas públicas. De acordo com o anúncio feito pelaFundação William J. Clinton, as companhias também concordaram emvender apenas água, sucos sem adição de açúcares e leites com baixosíndices de gordura em pré-escolas e escolas de ensino fundamental dopaís,

A Aliança por uma Geração mais Saudável - que reúne a Fundaçãode Clinton e a Associação Americana do Coração - ajudou a firmar oacordo, depois que docentes e legisladores se alarmaram com os últimosestudos sobre a obesidade infantil. Os refrigerantes têm sido um alvoparticular dos que lutam contra este problema, por causa dos altos índicescalóricos e grande popularidade entre as crianças. O acordo deve atingircerca de 35 milhões de estudantes de escolas públicas.

Fonte : Jornal “O Estado de São Paulo” de 03 de maio de 2006.

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Dr. Gro Harlem Brundtland, Diretor-geral da OMS - 2006

Nós precisamos, agora, olhar décadas à frente e ter um

compromisso com a nossa saúde e e também das futuras

gerações em todo o mundo. Doença cardiovascular,

diabetes, cânceres e obesidade não são problemas

exclusivos dos países mais ricos e a maioria dos casos

destas doenças estão acontecendo no mundo em

desenvolvimento. Nossa experiência mostra que até

mesmo intervenções modestas em larga escala como dieta

e atividade física podem produzir mudanças significantes

no fardo das doenças crônicas no mundo em tempo

surpreendentemente curto.

OBRIGADO - [email protected]