psicologia - terapia cognitivo comportamental no tratamento de transtornos alimentares
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Fundamentos Básicos da Fundamentos Básicos da
Abordagem Cognitivo-Abordagem Cognitivo-
ComportamentalComportamental
Profª Francine CouraProfª Francine Coura
Psicologia – 4°Período Psicologia – 4°Período
Terapia Cognitivo-Comportamental no Terapia Cognitivo-Comportamental no
Tratamento de Transtornos Tratamento de Transtornos
AlimentaresAlimentares
Anna – Bruna – Cínthia – Miriam – Ma.EugêniaAnna – Bruna – Cínthia – Miriam – Ma.Eugênia
Transtornos AlimentaresTranstornos Alimentares
... quando a autoimagem fica distorcida...
O que são Transtornos O que são Transtornos Alimentares?Alimentares?
• Os Transtornos Alimentares são definidos como desvios do
comportamento alimentar que podem levar ao
emagrecimento extremo (caquexia) ou à obesidade, entre
outros problemas físicos e incapacidades.
• São considerados como patologias e descritos
detalhadamente pelo CID 10, DSM IV e pela OMS.
O que são Transtornos O que são Transtornos Alimentares?Alimentares?
• Geralmente apresentam as suas primeiras manifestações
na infância e na adolescência.
• Aproximadamente 90% dos casos são de mulheres jovens,
porém recentemente está havendo um aumento no número
de transtornos em homens e em adultos de ambos os
sexos. Esses transtornos atingem entre 1 e 4% da
população e seguem aumentando de frequência
significativamente nos últimos anos.
O que são Transtornos O que são Transtornos Alimentares?Alimentares?
• Os Transtornos
Alimentares são
responsáveis pelos
maiores índices de
mortalidade entre todos os
tipos de Transtornos
Mentais, ocasionando a
morte em mais de 10%
dos pacientes.
Causas dos Transtornos Causas dos Transtornos AlimentaresAlimentares
• Múltiplos fatores:
• Histórico de transtorno alimentar na familiar• Histórico de transtornos de humor na família
(como depressão ou transtorno bipolar)• Famílias autoritárias (anorexia) ou negligentes (bulimia)• Contexto sociocultural caracterizado pela extrema valorização
do corpo magro• Disfunções no metabolismo da serotonina e noradrenalina• Experiência sexual traumática• Certos traços de personalidade (Baixa auto-estima,
Introversão, Perfeccionismo (Anorexia), Impulsividade (Bulimia), Instabilidade afetiva, evitativo, ansioso (TCAP)...)
• Dietas em geral
Quais são os Tipos mais comuns Quais são os Tipos mais comuns deste tipo de Transtorno?deste tipo de Transtorno?
• Existe um número diversificado de Transtornos Alimentares. Os mais
conhecidos são a Anorexia e a Bulimia, porém existem vários outros
segundo as pesquisas:
-Hipergafia
-Ortorexia
-Pica
-Síndrome de Prader-Willi
- Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP)
-TOC por alimentos
-Transtornos de ruminação
-Vigorexia
-Transtorno Alimentar não-especificado
Anorexia NervosaAnorexia Nervosa
• A anorexia nervosa é um transtorno alimentar
caracterizado por uma rígida e insuficiente dieta alimentar
(caracterizando em baixo peso corporal) e estresse físico.
• A anorexia nervosa é uma doença complexa, envolvendo
componentes psicológicos, fisiológicos e sociedade. Uma
pessoa com anorexia nervosa é chamada de anoréxica.
• Uma pessoa anoréxica pode ser também bulímica.
Definição ClínicaDefinição Clínica
• Peso corporal em 85% ou menos do nível normal.
• Excesso de atividade física.
• Medo intenso e irracional de ganhar peso ou de ser gordo, mesmo tendo um peso
abaixo do normal. Comumente, anoréxicos vêem peso onde não existe, ou seja, o
anoréxico pensa que tem um peso acima do normal.
• Negação quando questionado sobre o transtorno.
• Em mulheres, ausência de ao menos três ou mais menstruações.
• A anorexia causa sérios danos ao sistema reprodutor feminino.
Causas da Anorexia NervosaCausas da Anorexia Nervosa
• A anorexia afeta muito mais pessoas jovens (entre 15 a 25 anos), e do
sexo feminino (95% dos casos de anorexia nervosa ocorrem em mulheres).
• Muitos especialistas acreditam que a influência da mídia é a principal (mas
não a única) causa de transtornos alimentares. Isto porque a mídia
comumente impõe o estereótipo em que a magreza é um fator
importantíssimo, se não indispensável, para o sucesso social e econômico
de uma pessoa, desde de redes de televisão até filmes e revistas. Tal
influência é bastante negativa em crianças e adolescentes, cuja
personalidade ainda está em formação. Garotas entre 11 a 14 anos
apresentam anorexia com relativa frequência.
Bulimia NervosaBulimia Nervosa
• A bulimia nervosa é um tipo de transtorno alimentar. Uma pessoa
com bulimia nervosa ingere muita comida em pouco tempo e
então busca prevenir o ganho de peso ao tentar se livrar do que
comeu tentando vomitar ou tomando laxantes.
• A pessoa com bulimia nervosa sente como se não pudesse
controlar a quantidade de alimentos que come. Pessoas com
bulimia também podem se exercitar muito para prevenir o ganho
de peso. Ao contrário da anorexia, podem estar dentro da faixa de
peso normal.
Definição ClínicaDefinição Clínica• O diagnóstico da bulimia nervosa pode não ser tão fácil por
seus sinais muitas vezes não ficarem aparentes. Uma pessoa com bulimia pode ser magra, obesa ou ter peso normal.
• Além disso, os comportamentos como vomitar são muitas vezes realizados escondidos. Porém, alguns sinais podem indicar que a pessoa tem bulimia nervosa, como:
* Uso de pílulas para emagrecer, laxantes e diuréticos.
* Ir ao banheiro sempre depois que comer.
* Exercitar-se exageradamente.
Causas da Bulimia NervosaCausas da Bulimia Nervosa
• A bulimia nervosa é mais do que um problema com a comida. A alimentação compulsiva pode ser desencadeada por dieta, estresse ou emoções desconfortáveis.
• Vomitar e outras ações para prevenir ganho de peso são formas da pessoa com bulimia sentir que tem mais controle sobre sua vida.
• Não há uma única causa para a bulimia nervosa, mas alguns fatores podem contribuir, como culto à magreza, membros da família com bulimia, eventos estressantes, ameaças e fatores biológicos.
Terapia Cognitivo-comportamental Terapia Cognitivo-comportamental dos Transtornos Alimentaresdos Transtornos Alimentares
• A TCC é uma intervenção semi-estruturada, objetiva e
orientada para metas, que aborda fatores cognitivos,
emocionais e comportamentais no tratamento de
transtornos psiquiátricos.
• Extensamente utilizadas no tratamento dos TA, técnicas
cognitivas e comportamentais têm sido avaliadas e
reconhecidas como estratégias eficazes na melhora dos
quadros clínicos.
Exemplos de Cognições Disfuncionais Exemplos de Cognições Disfuncionais encontradas em pacientes com TAencontradas em pacientes com TA
• Hipergeneralização: “Eu comi muito, nunca consigo controlar o
que como”.
• Pensamento Dicotômico: “Legumes são alimentos bons;
comidas com gorduras são ruins”.
• Leitura do Pensamento: “Aquela mulher está me olhando: deve
achar que estou gorda.”
TCC – Anorexia NervosaTCC – Anorexia Nervosa
• As estratégias sugeridas para o tratamento da AN
objetivam a diminuição da restrição alimentar e da
frequência de atividade física, facilitando o aumento do
peso; a diminuição do distúrbio da imagem corporal; a
modificação do sistema disfuncional de crenças associadas
à aparência, peso e alimentação e o aumento da auto-
estima.
TCC – Anorexia Nervosa TCC – Anorexia Nervosa (Knapp, 2004)(Knapp, 2004)
• a terapia é conduzida ao longo de um a dois anos e
frequentemente inclui um período de reabilitação
nutricional em meio hospitalar.
• Devem ser tratadas correlações entre dificuldades interpessoais e
padrões alimentares restritivos e identificadas às áreas deficientes
de resolução de problemas para as quais a AN formou uma
solução desajustada e desenvolver novas habilidades para a
solução de problemas.
TCC – Anorexia Nervosa TCC – Anorexia Nervosa (Knapp, 2004)(Knapp, 2004)
• A proposta é dividida em quatro momentos:
-1) avaliação detalhada da fobia de comida, dos sintomas
alimentares e da função positiva da anorexia; formulação do
esquema cognitivo abordando as dificuldades interpessoais, as
deficiências na resolução de problemas e na identificação de
elementos que reforçam a fobia de comida; a recuperação do
peso e/ou a substituição das dietas restritivas por padrões
alimentares mais normais, tendo em média quatorze sessões.
TCC – Anorexia Nervosa TCC – Anorexia Nervosa (Knapp, 2004)(Knapp, 2004)
-2) tratar das dificuldades interpessoais do aumento das
habilidades para resolver problemas sociais , ênfase do
tratamento da fobia de comida e do medo de ganhar peso que
continuam nesse estágio. Aproximadamente quatorze sessões.
-3) prepara-se o paciente para um funcionamento
autônomo; são discutidas as técnicas para enfrentar futuras
dificuldades e para manter expectativas razoáveis, objetivando a
prevenção de recaídas. Em média seis sessões.
TCC – Anorexia Nervosa TCC – Anorexia Nervosa (Knapp, 2004)(Knapp, 2004)
-4) Tratar questões relacionadas ao final do
tratamento. Angútia de separação . Três sessões mensais.
Nessas últimas sessões, pode ser estabelecida entre
paciente e terapeuta uma lista de estratégias para lidar
com momentos de piora – poderá incluir monitoramento
alimentar por um breve período de tempo e a revisão das
técnicas de distração usadas previamente de forma efetiva.
TCC – Bulimia NervosaTCC – Bulimia Nervosa
• As técnicas utilizadas no tratamento da bulimia nervosa
(BN) objetivam a normalização do padrão alimentar e o
desenvolvimento de estratégias para controle de episódios
de compulsão alimentar (ECA) e dos comportamentos
compensatórios. A TCC aborda também a auto-estima, a
modificação da relação com a imagem corporal e a
modificação do sistema de crenças disfuncionais.
TCC – Bulimia Nervosa TCC – Bulimia Nervosa (Knapp, 2004)(Knapp, 2004)
• o tratamento da bulimia é conduzido ao longo de vinte sessões
(seis meses), em média, e subdividido em quatro estágios:
-1) psicoeducativo, informações sobre transtornos alimentares
com episódios bulímicos, compulsão alimentar, suas
consequências médicas, pesquisas relevantes e conhecimento
atual sobre as hipóteses etiológicas e tratamentos, incluindo
uma introdução a visão cognitiva da manutenção do BN, em
geral uma sessão;
TCC – Bulimia Nervosa TCC – Bulimia Nervosa (Knapp, 2004)(Knapp, 2004)
-2) monitoramento dos comportamentos alimentares. Em média
duas sessões;
-3) a introdução de estratégias comportamentais para prevenir
os episódios de compulsão alimentar e os comportamentos
extremos para controle do peso.Promover o autocontrole com
treinamento e técnicas para solução de problemas, com duração
de seis a oito sessões.
TCC – Bulimia Nervosa TCC – Bulimia Nervosa (Knapp, 2004)(Knapp, 2004)
-4) o desafio cognitivo e reestruturação das atitudes
alimentares disfuncionais tendo em média, oito sessões.
As últimas sessões visam estabelecer um plano para
prevenção de recaídas e manutenção do tratamento.
ConclusãoConclusão
• A TCC considera a relação terapêutica fundamental para a
obtenção da melhora dos TA. O terapeuta mantém uma
atitude empática em relação às dificuldades e necessidades
da paciente e apresenta a terapia como um trabalho em
equipe, no qual ambos terão uma participação ativa na
detecção de causas das dificuldades e na seleção das
estratégias utilizadas no tratamento.
ConclusãoConclusão
• O tratamento dos TA é realizado em equipe multidisciplinar,
sendo necessária a associação de psicólogos a outros
profissionais, tais como: nutricionistas, médicos clínicos e
psiquiatras.
• O envolvimento da família no tratamento pode ajudar a
criar uma estrutura de colaboração, facilitando mudanças.
ReferênciasReferências
• KOSZENIEWSKI, BORTOLOTTI & FREITAS. Terapia Cognitivo-Comportamental dos Transtornos Alimentares: Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa. Disponível em: http://guaiba.ulbra.tche.br/pesquisa/2010/artigos/psicologia/salao/641.pdf. Acessado em 12 de nov. 2011.
• DUCHESNE. M., ALMEIDA, P. E. M.. Terapia cognitivo-comportamental dos Transtornos Alimentares. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v24s3/13972.pdf. Acessado em 12 de nov. 2011.
• Abott DW, Ackerman SH, Agras WS, Banzhaf D, Barber J, Bartlett JC, et al. Practice guideline for eating disorders. Am J Psychiatry. 1993;150:212-24.
• Szmukler GI. The epidemiology of anorexia nervosa and bulimia. J Psychiatr Res. 1985;19:143-53.
• BACALTCHUCK J. HAY. P. J.. Terapia cognitivo-comportamental dos transtornos alimentares. p. 299-309.