políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

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Profª. Paula Salmito Nutricionista Mestre em Nutrição e Saúde - UECE

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Page 1: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Profª. Paula Salmito

Nutricionista

Mestre em Nutrição e Saúde - UECE

Page 2: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Política Pública

• O QUE É UMA POLÍTICA PÚBLICA?

- Conjunto de regras que definem como as instituições devem operar em função do alcance do bem público.

• O QUE É UM BEM PÚBLICO?

- São aqueles que trazem benefícios para toda a sociedade e, uma vez que sejam garantidos, todos se beneficiam deles.

Page 3: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Bens Públicos

• São fundamentais para a sociedade e sem eles a vida está ameaçada;

Segurança

Meio Ambiente

Educação

SAÚDE

ESTADO

Page 4: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Objetivos de uma política pública

• As políticas públicas visam responder a demandas;

• Visam ampliar e efetivar direitos de cidadania;

• Os objetivos das políticas têm uma referência valorativa e exprimem as opções e visões de mundo daqueles que controlam o poder.

Page 5: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Processo de “Fazer Política”

• Qual o problema?

- Diagnóstico da situação

• O que se deseja alcançar?

- Definição de objetivos

• Para quem?

- Público alvo

• Onde?

- Espaço (físico) onde as ações serão desenvolvidas

• O que fazer?

- Definição das ações; Estratégias de implementação com cronograma de execução.

Page 6: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

O Brasil possui políticas públicas específicas para obesidade e transtornos alimentares?

• Política Nacional de Alimentação e Nutrição – PNAN (1999)

- SISVAN (1990)

• Política Nacional de Promoção da Saúde (2006)

- NASF’s

- Programa Saúde na Escola – PSE

- Programa Peso Saudável

Page 7: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Política Nacional de Alimentação e Nutrição - PNAN

• Portaria n.° 710, de 10 de junho de 1999

• Foi uma das primeiras políticas setoriais do SUS;

Page 8: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Política Nacional de Alimentação e Nutrição - PNAN

• Propósito (1999): garantia da qualidade dos alimentos colocados para consumo no País, a promoção de práticas alimentares saudáveis e a prevenção e o controle dos distúrbios nutricionais, bem como o estímulo às ações intersetoriais que propiciem o acesso universal aos alimentos.

Page 9: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Política Nacional de Alimentação e Nutrição - PNAN

• Propósito (2012): melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição.

Page 10: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Diretrizes da PNAN• As diretrizes que integram a PNAN indicam as linhas de ações

para o alcance do seu propósito, capazes de modificar os determinantes de saúde e promover a saúde da população. Sendo consolidadas em:

• 1. Organização da Atenção Nutricional;

• 2. Promoção da Alimentação Adequada e Saudável;

• 3. Vigilância Alimentar e Nutricional;

• 4. Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição;

• 5. Participação e Controle Social;

• 6. Qualificação da Força de Trabalho;

• 7. Controle e Regulação dos Alimentos;

• 8. Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e

• Nutrição;

• 9. Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e

• Nutricional.

Page 11: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Epidemiologia nas Políticas Públicas

• A epidemiologia caracteriza-se como o ramo da ciência da saúde que estuda na população a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde;

• Instrumento fundamental para a formulação de políticas.

SISVAN

Page 12: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Epidemiologia Sobrepeso/Obesidade • Excesso de Peso

- 50% dos homens (Obesidade 12,5%)

- 48% das mulheres (Obesidade 16,9%)

• Faixa Etária 10 – 19 anos

- 1974/75: 3,7% meninos → 21,7% (2008/09)

- 1974/75: 7,6% meninas → 19% (2008/09)

Obesidade Infantil: 34,8% dos meninos e 32% das meninas apresentam sobrepeso (16,6% e 11,8% obesos, respectivamente).

Fonte: POF/IBGE 2008-2009.

Page 13: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Epidemiologia Sobrepeso/Obesidade

• Fortaleza está ficando gorda!!! Segunda capital em número de pessoas com excesso de peso.

• Segundo pesquisa realizada em 2011 (Vigitel), 53,7% da população está acima do peso;

• 18% são obesos. A cidade fica em quarto lugar no País e em segundo no Nordeste;

• ↑ Homens 58,3% (Mulheres 49,6%)

Page 14: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Epidemiologia Anorexia Nervosa

• Terceira doença mais comum em adolescentes;

• A maioria das pessoas acometidas são mulheres (90% e 10% homens);

• Segundo algumas pesquisas cerca de 0,5 a 3% da população apresenta este distúrbio;

• 85% dos casos ocorrem em estudantes;

• Dos casos de anorexia aproximadamente 1,1% acometem estudantes do ensino fundamental e médio e 3,5% universitários;

• Cumpre salientar que Anorexia Nervosa é uma doença grave, com risco de mortalidade em torno de 5 a 15% dos casos.

Page 15: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Epidemiologia Bulimia• Estima-se, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de

Transtornos Mentais IV, que a Bulimia Nervosa atinja cerca de 1 a 3% das mulheres adolescentes e no início da vida adulta;

• Em homens varia de 4 a 13% da população total de pacientes que apresentaram o transtorno.

Page 16: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Transtornos alimentares

• Os transtornos alimentares vem aumentando em pessoas com mais de 50 anos, principalmente mulheres;

• Em 2010 a nutricionista Erika Rodrigues, que trabalha no Ambulim (USP) relatou que dos 215 atendimentos realizados durante este ano, cerca de 15% foram de mulheres com mais de 50 anos;

• Transtornos alimentares não especificado atingem cerca de 4 a 5% da população.

É necessário que os profissionais responsáveis pelo planejamento de políticas públicas de saúde fiquem mais atentos à questão dos transtornos alimentares, pois a subnotificação ainda é muito grande.

Page 17: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN

• O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, SISVAN, foi proposto primeiramente pelo INAN (Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição) em 1976, mas somente em 1990, após a promulgação da Lei 8080/1990, e com a publicação da Portaria 1.156 publicada em 31 de agosto desse mesmo ano, é que o SISVAN foi estabelecido nacionalmente.

Page 18: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Objetivos do SISVAN• Formular políticas públicas;

• Planejar, acompanhar e avaliar programas sociais relacionados com agravos de alimentação e nutrição;

• Avaliar a eficácia das ações governamentais;

Dessa forma cumpre seu papel em auxiliar os gestores públicos na gestão de políticas de alimentação e nutrição.

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Ações do SISVAN

• Na saúde o SISVAN é um instrumento para obtenção de dados de monitoramento do Estado Nutricional e do Consumo Alimentar das pessoas que frequentam as Unidades Básicas do SUS;

• São contempladas pela Vigilância Alimentar e Nutricional todas as fases do ciclo de vida: crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.

Page 20: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

SISVAN – Estado Nutricional

• A Vigilância Nutricional refere-se à coleta, análise, interpretação e direcionamento para ações delineadas a partir da avaliação do estado nutricional do indivíduo;

• O SISVAN fornece informação contínua e permanente sobre o estado nutricional de crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes, por meio da coleta de dados básicos: idade, sexo, peso e altura com os quais são construídos os índices antropométricos tradicionais para a avaliação nutricional.

• Esses índices são posteriormente analisados e correlacionados com indicadores de saúde, sócio-econômicos e alimentares, subsidiando o desenho, o planejamento e a avaliação de políticas e programas em nível nacional, estadual e municipal.

Page 21: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

SISVAN – Vigilância Alimentar

• A Vigilância Alimentar refere-se às informações sobre as práticas alimentares da população brasileira nas diferentes fases da vida. Atualmente, o SISVAN fornece informação contínua e permanente sobre o aleitamento materno até os 2 anos de idade;

• Grande foco no aleitamento materno.

Page 22: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Objetivo da Vigilância Alimentar

• Caracterizar o perfil alimentar da população brasileira, em conjunto com outros indicadores do SISVAN, subsidiando ações para o incentivo à prática do aleitamento materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida e à adoção de práticas alimentares saudáveis durante toda a vida.

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Objetivo da Vigilância Alimentar

• Acompanhar o consumo de macronutrientes, e de energia, incluindo dados tanto de ingestão alimentar como de despesas familiares;

• Acompanhar o consumo de micronutrientes, principalmente de vitamina A, ferro, zinco e cálcio.

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Objetivo da Vigilância Alimentar

• Os profissionais de saúde das Unidades Básicas de Saúde, das Equipes de Saúde da Família e os Agentes Comunitários de Saúde são responsáveis por coletar e registrar os dados em mapas ou fichas de acompanhamento do SISVAN;

• O registro das informações não tem periodicidade definida, ficando por enquanto sob decisão do município. A consolidação é realizada pelo DATASUS em fevereiro e setembro de cada ano, apresentando agregação mensal, semestral e anual.

Page 25: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Envio de Dados para o SISVAN WEB

Acolhimento na Unidade de

Saúde

Sala da Antropometria

Realização da Av. Nutricional e dos

marcadores nutricionais

Armazenamento dos Dados

Digitação dos Dados

Interpretação dos Dados

Ações de Promoção de Alimentação Saudável

Avaliação das ações

Page 26: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Política Nacional de Promoção da Saúde - PNPS

• Portaria nº 687/GM de 30 de março de 2006

• Objetivo: Promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais.

Page 27: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

PNPS• Ações Específicas:

- Alimentação Saudável:

• Articulação e mobilização dos setores público e privado para a adoção de ambientes que favoreçam a alimentação saudável, o que inclui: espaços propícios à amamentação pelas nutrizes trabalhadoras, oferta de refeições saudáveis nos locais de trabalho, nas escolas e para as populações institucionalizadas;

• Articulação e mobilização intersetorial para a proposição e elaboração de medidas regulatórias que visem promover a alimentação saudável e reduzir o risco do DCNT, com especial ênfase para a regulamentação da propaganda e publicidade de alimentos.

Page 28: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

PNPS

• Desenvolver ações para a promoção da alimentação saudável no ambiente escolar (PSE);

• Implementar as ações de vigilância alimentar e nutricional para a prevenção e controle dos agravos e doenças decorrentes da má alimentação (SISVAN);

• Reorientação dos serviços de saúde com ênfase na atenção básica (NASF).

Page 29: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Programa Saúde na Escola -PSE

• O Programa Saúde na Escola (PSE) é uma Política intersetorial dos Ministérios da Saúde e da Educação, e foi instituído em 2007 (Decreto Presidencial 6.286);

• As políticas de saúde e educação voltadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira se unem para promover o desenvolvimento pleno desse público, aproveitando o espaço privilegiado da escola para práticas de promoção, prevenção da saúde e construção de uma cultura de paz .

Page 30: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Objetivos do PSE

• Melhorar a qualidade de vida da população;

• Garantir o desenvolvimento pleno do indivíduo;

• Formar cidadãos críticos e informados capazes de agir em defesa da vida e de sua qualidade .

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Núcleo de Apoio NASF

• Portaria 154 24 de Janeiro de 2008

• Objetiva ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a inserção da estratégia de Saúde da Família na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica.

• O NASF NÃO É PORTA DE ENTRADA PARA O SUS!!

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Programa Peso Saudável

• O Programa Peso Saudável é uma proposta de intervenção para o controle do peso e prevenção da obesidade no âmbito de trabalho, iniciando com o Ministério da Saúde como uma experiência modelo;

• Inicialmente será apenas para os funcionários do MS, será um programa experimental, desenvolvimento de programa de avaliação para os trabalhadores e terão avaliações mensais.

Page 34: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Caderno de Obesidade

• Disponível na página da CGAN:

http://nutricao.saude.gov.br/publicacoes.php

Page 35: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

Transtornos Alimentares e Obesidade em Fortaleza: Onde recorrer?

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Por favor!!!

• Leiam:

- Leis 8.080/90 e 8.142/90;

- Política Nacional de Alimentação e Nutrição

- Política Nacional de Promoção da Saúde

- Política Nacional de Atenção Básica

Page 37: Políticas públicas para obesidade e transtornos alimentares

• Contato: [email protected]