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Os observatórios de conflitos ambientais como instrumentos
pedagógicos para fortalecer práticas e pesquisas em Educação
Ambiental
Anne Kassiadou - UNIRIO
Celso Sánchez - UNIRIO
Daniel Renaud - UNIRIO Resumo
O presente trabalho tem por intenção estabelecer um diálogo entre os campos da
Educação Ambiental e da Ecologia Política, no sentido de construir uma reflexão que
ajude a compreender as dimensões pedagógicas dos conflitos ambientais. Uma vez
assentada na revisão bibliográfica de autores destes campos, foram feitas análises dos
dados levantados em estudos de Observatórios de Conflitos Ambientais, buscando
compreender o potencial pedagógico dos conflitos. Para tal, foram utilizadas categorias
conceituais Freirianas para subsidiar as análises. Considerando os pressupostos da
Educação Ambiental Crítica, foi possível identificar que os Observatórios de Conflitos
expõem com clareza as dimensões relacionais entre territórios, territorialidades e
territorialização, o que permite revelar que no enfrentamento dos conflitos ambientais
alguns grupos sociais produzem epistemologias e pedagogias outras, constituindo-se
assim, um campo fértil para análises no campo da Educação Ambiental, levando em
consideração que as disputas neste campo envolvem tanto questões políticas, quanto
epistêmicas.
Palavras-chave: Educação Ambiental; Ecologia Política; Observatórios de Conflitos
Ambientais
The Observatories of environmental conflicts as pedagogical instruments to
strengthen practices and researches in Environmental Education
Abstract
The present work wills to establish a dialog between the fields of Environmental
Education and Political Ecology, in order to build a reflection that helps to understand
the pedagogical dimensions of environmental conflicts. Set in bibliographic revision of
authors from this field, analysis of the data were researched in studies of Environmental
Conflicts; with the objective to comprehend the pedagogical potential of the conflicts.
Conceptual categories of Paulo Freire were used to subsidize the analysis. Considering
the assumptions of Critical Environmental Education, it was possible to identify that the
Conflicts Observatories show clearly the relational dimensions between territories,
territorialities and territorialization. This allows us to reveal that in the confronting of
environmental conflicts, some social groups produce epistemologies and other
pedagogies; constituting a fertile field to analysis of Environmental Education, taking
into account that the disputes in this field evolve political and epistemological issues.
Keywords: Environmental Education; Political Ecology; Environmental Conflicts
Observatory
IX EPEA Encontro Pesquisa em Educação Ambiental
Juiz de Fora - MG 13 a 16 de agosto de 2017 Universidadre Federal de Juiz de Fora
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Introdução
O avanço do capitalismo contemporâneo e o aumento da produção e exportação
de commodities têm gerado conflitos ambientais sem precedentes que aumentam a
degradação ambiental e as situações de injustiças socioambientais. Conforme nos conta
Galeano (2013) trata-se da América Latina e suas “Veias Abertas”. Etienne la Boètie,
chama de o “mal-encontro” o período em que o território latino-americano, a partir de
1492 vai se tornar a base da formação do chamado sistema-mundo moderno-colonial
(PORTO-GONÇALVES, 2002). O início dessa formação fundamenta tanto a
colonização e seu projeto Universal Europeu, quanto o processo de “encobrimento do
outro” como nos diria Dussel (1992). As Veias Abertas da América Latina sangram não
apenas por conta da exploração dos bens naturais, mas, por certo, também se refere ao
sangramento e expropriação dos diferentes povos, seus saberes, suas práticas e suas
vidas, ou seja, o maior eco-etnocídio da história do mundo.
Na medida em que o campo da Educação Ambiental se apropria da realidade
histórica de nosso continente, e se compromete com ele, surgem possibilidades de
construir outras formulações acerca da questão ambiental que considerem as “vidas
negadas” (COSTA; LOUREIRO, 2016, p. 142), sobretudo, daqueles grupos que
historicamente são invisibilizados e injustiçados. Defendemos a ideia de que este
caminho no campo da Educação Ambiental também possibilita revelar as relações de
poder e os diversos protagonistas que “re-existem” com e contra esse contexto, e que
são portadores de epistemologias potenciais que podem ajudar a legitimar outras práxis
educativas ambientais. Essa linha argumentativa passa necessariamente pela
compreensão dos processos atuais que envolvem os conflitos ambientais, pois, a causa
constituinte da questão ambiental tem origem nas relações sociais, nos modelos de
sociedade e de desenvolvimento prevalecentes (LOUREIRO; LAYRARGUES, 2013,
p.68).
Considerando esse horizonte, o presente trabalho tem por intenção estabelecer
um diálogo entre o campo da Educação Ambiental e da Ecologia Política, no sentido de
construir uma reflexão que nos ajude a compreender as dimensões pedagógicas dos
conflitos ambientais, de maneira que possa favorecer pesquisas e práticas de Educação
Ambiental no contexto latino-americano. Parte-se do pressuposto que esta aproximação
entre a Educação Ambiental e o campo teórico-político da Ecologia Política permite
fortalecer compromissos com povos e populações tradicionais que historicamente
sofrem com situações de injustiças ambientais e que tais povos e segmentos sociais, são
produtores de modos de vidas, saberes, conhecimentos e pedagogias outras que
emergem no contexto dos conflitos ambientais nos quais estão inseridos.
O trabalho foi conduzido a partir do diálogo entre autores do campo da
Educação Ambiental e da Ecologia Política por meio do qual foi possível estabelecer as
bases para análises e reflexões a respeito do objeto de estudo. Uma vez assentada numa
perspectiva teórica pautada na revisão bibliográfica de autores destes campos, foi feita
uma análise dos dados levantados pelos Observatórios de Conflitos Ambientais,
buscando compreender o potencial pedagógico dos conflitos socioambientais
destacando possíveis conexões entre a Educação Ambiental e a Ecologia Política.
Acreditamos que estas análises podem contribuir para evidenciar as dimensões
pedagógicas dos conflitos ambientais, para que a Educação Ambiental tenha um papel
importante nas lutas por justiça ambiental, indo além do reducionismo que hoje
caracteriza muitas práticas educativas ambientais.
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Uma breve análise sobre os Observatórios de Conflitos Ambientais
Os conflitos acerca da questão ambiental são influenciados por uma complexa
teia de relações que envolvem processos culturais, políticos, históricos, econômicos e
sociais. Das práticas tradicionais/comunitárias aos modelos de gestão pautados sob a
lógica da apropriação tecnocientífica da natureza, emergem diferentes significados e
formas de uso e distribuição dos bens naturais que como consequências produzem
disputas desiguais, injustiças e conflitos ambientais (MENEZES, ROCHA, 2016).
Destaca-se que nesse estudo a noção de conflitos ambientais foi fundamentada a partir
de Acselrad (2004) como sendo:
(...) os conflitos que envolvem grupos sociais com modos
diferenciados de apropriação, uso e significação do território, tendo
origem quando pelo menos um dos grupos tem a continuidade das
formas sociais de apropriação ameaçada por impactos indesejáveis –
transmitidos pelo solo, água, ar ou sistemas vivos – decorrentes do
exercício das práticas de outros grupos (ACSELRAD, 2004, p.26).
É nesse contexto que surgem projetos que buscam articular grupos de pesquisas
e movimentos sociais e que acabam por revelar a potencialidade de se produzirem
conhecimentos sob outras lógicas, através do compartilhamento de experiências,
articulações e do diálogo de saberes. Em busca de exemplificar algumas destas
iniciativas, será exposto um breve panorama de projetos que trabalham com analises de
casos de conflitos ambientais. Este recorte nos é caro por acreditarmos que estes, podem
vir a ser reconhecidos como importantes instrumentos pedagógicos para pesquisas e
práticas de Educação Ambiental.
O primeiro estudo selecionado que abrange uma escala global é intitulado
Environment Justice Organisations Liabilities and Trade (EJOLT)1, sendo um projeto
de pesquisa que articula organizações sociais e grupos acadêmicos em nível
internacional que se dedica a catalogar e analisar os conflitos ambientais organizados
em um mapa global de conflitos, como forma de apoiar lutas sociais locais, nacionais e
internacionais em torno do movimento por justiça ambiental. O EJOLT se fundamenta a
partir do campo da Ecologia Política e trabalha com temáticas como dívida ecológica,
justiça climática, saúde ambiental, comércio injusto dentre outros. Com base em
informações obtidas no site oficial, o projeto busca identificar conflitos decorrentes do
modelo de desenvolvimento hegemônico cujos impactos ferem os direitos humanos e do
meio ambiente. Trata-se de um projeto apoiado pela Comissão Europeia que teve seu
Plano de Ação executado no período entre 2011-2015, com cerca de 2.000 casos
identificados neste período. O projeto tem por objetivo produzir e disponibilizar o Atlas
de Justiça Ambiental a partir de uma plataforma que permite ao cidadão pesquisar
informações específicas dos conflitos ambientais em diferentes territórios.
O EJOLT parte da premissa da pesquisa militante a partir da prática de uma
ciência engajada ou cidadã (MARTINEZ-ALIER, 2009). Sob uma perspectiva analítica
do projeto, Porto (2012) ressalta que o EJOLT reforça mecanismos solidários de
produção de conhecimento e atuação política em redes, considerando estes como
fundamentais para enfrentar as mazelas do atual modelo e construir as bases de novas
1 http://www.ejolt.org/
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relações sociais que reconfigurem outras formas de economia e metabolismo social.
Para o autor, este projeto se propõe desenvolver uma pesquisa que privilegia outras
formas de produção e compartilhamento de conhecimentos. Corroborando as análises de
Porto, onde é possível notar que o EJOLT não se reduz a listar territórios atingidos por
impactos ambientais, mas, sobretudo, busca reconhecer as diferentes territorialidades e
as suas populações como portadores de direitos.
O segundo projeto diz respeito ao Observatorio Latinoamericano de Conflictos
Ambientales (OLCA)2 que possui sua sede em Santiago, no Chile, e se propõe a analisar
os conflitos ambientais na América Latina e Caribe e a assessorar grupos sociais que
sofrem com situações de injustiças ambientais visando potencializar suas capacidades
de organização, em favor de seus direitos ambientais. Para tal, o projeto desenvolve
ações de pesquisas por meio de diagnósticos que buscam identificar as partes
envolvidas nos conflitos e seus distintos interesses, ligando-se a uma rede de
instituições e movimentos que atuam na mesma direção.
Como estratégia para publicização dos estudos, o OLCA possui um banco de
dados composto por livros, fascículos, artigos acadêmicos e matérias jornalísticas que
estão organizados no site oficial, onde ficam concentradas as descrições e análises dos
conflitos ambientais. Visando articular e consolidar intervenções diretas com as
populações que vivem situações de injustiças ambientais, o OLCA se dedica na
execução de projetos específicos que possuem fontes de financiamento, tais como
fundações e instituições públicas. A esse respeito, em 2015 o observatório realizou
projetos apoiados pela Fundação Rosa Luxemburgo, pela Fundação Tikva Grassroots
Empowerment dos Estados Unidos e pelo Ministério Federal de Cooperação Econômica
e Desenvolvimento da Alemanha.
O OLCA se revela como um instrumento importante para visibilizar e apoiar os
grupos sociais atingidos na América Latina embora se reconheça que as suas ações
possuem limites devido ao aumento dos conflitos territoriais a partir dos grandes
projetos de desenvolvimento, tendo como exemplo mais significativo a IIRSA
(Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana).
Segundo Santiago (2015, p.188) a IIRSA e seus denominados “eixos de
integração e desenvolvimento” não devem ser considerados como infraestruturas
“neutras”, pois trazem toda uma intencionalidade que permite reconhecer como sendo
“verdaderos dispositivos de poder técnico-espacial del capitalismo moderno/colonial”.
O autor ressalta a necessidade de analisar a crise e os desafios que envolvem a IIRSA
para o território latino-americano, evidenciando também, os processos emancipatórios
urgentes para a região. Este pensamento pode ser corroborado com Porto-Gonçalves
(2006, p.05), para ele, existem vantagens de falarmos a partir desse lugar de enunciação,
desde a América Latina e desde uma perspectiva emancipatória nesse momento
histórico em que velhos protagonistas, como os indígenas e os afrodescendentes, entram
em cena reinventando-se, agora com mais visibilidade.
Outro projeto analisado refere-se ao Mapa de Conflitos Envolvendo Injustiça
Ambiental e Saúde no Brasil3 que é um instrumento cujo principal objetivo é
sistematização, análise e divulgação de informações relativas aos conflitos ambientais
atualmente em curso no território brasileiro. Ele foi criado e formulado a partir de uma
parceria institucional entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e diversos grupos de
pesquisa, organizações não-governamentais, movimentos sociais e associações de base
2 http://olca.cl/oca/index.htm
3 http://www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br/
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que num determinado momento se articularam em torno da Rede Brasileira de Justiça
Ambiental (RBJA). O acesso as informações nele veiculadas é público e ocorre a partir
de uma página na internet, onde cada um dos conflitos ambientais identificados é
plotado em uma plataforma de georreferenciamento, onde pessoas de diversas inserções
sociais e níveis educacionais podem facilmente resgatar informações sobre um
determinado conflito ou identificar os conflitos associados a algum processo produtivo
ou empreendimento. Com base em dados atuais referentes ao ano de 2017, foram
disponibilizadas informações a respeito de mais de 550 conflitos. De acordo com
Menezes e Rocha (2016) o Mapa de Conflitos foi pensado como um instrumento para
oportunizar uma valorização das lutas e das alternativas de produção de conhecimentos
e até mesmo o reconhecimento de outras epistemologias de base popular.
Ainda em relação à dimensão do território brasileiro, destaca-se o projeto Nova
Cartografia Social da Amazônia (PNCSA)4que é executado a partir de uma atividade
combinada entre o Projeto Novas Cartografias Antropológicas da Amazônia (PNCAA)
do Núcleo de Cultura e Sociedades Amazônicas (NCSA) do Centro de Estudos
Superiores do Trópico Úmido da Universidade do Estado do Amazonas e o Programa
de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas. O
PNCSA abrange regiões amazônicas, do cerrado e da floresta atlântica, agrupando
pesquisadores de diferentes instituições de ensino superior e de distintas formações
acadêmicas e tem como objetivo dar ensejo à auto-cartografia dos povos e comunidades
tradicionais. A cartografia neste caso é vista como instrumento para fortalecer o
processo de auto-afirmação de grupos sociais em situação de vulnerabilidade
socioambiental, buscando contribuir com as lutas de diferentes movimentos sociais
mediante a transparência de suas expressões culturais e suas territorialidades.
Desde 2005 o PNCSA desenvolveu diversos projetos em âmbito nacional e
internacional, não ficando apenas no território da Amazônia Legal. Por meio da
cooperação e financiamento de instituições públicas e do terceiro setor, o PNCSA
possui diversas ramificações que compõem um conjunto de projetos que são
desenvolvidos com povos e comunidades tradicionais, dando destaque ao amplo
repertório de categorias de auto-definição dos grupos envolvidos, além de pautas
reivindicatórias dos movimentos sociais. A partir do desenvolvimento de reflexões
teórico-metodológico sobre as identidades coletivas, suas formas organizativas e os
conhecimentos construídos a partir das situações de conflitos ambientais que compõem
as diversas territorialidades identificadas pelo projeto, o conjunto de informações são
publicadas em livros, fascículos, materiais didáticos e mapas temáticos, sugerindo que
estes sejam utilizados no contexto acadêmico e como instrumento para fortalecer as
lutas dos grupos envolvidos e de movimentos sociais engajados em causas
socioambientais.
Tendo como base as análises de Alfredo Wagner Berno de Almeida,
coordenador do PNCSA, os conflitos identificados no projeto chamam a atenção para
uma forma de resistência em que a noção de liberdade aparece conjugada a uma
dimensão coletiva manifestada pelas normas comunitárias de uso comum, e não
exatamente conjugada com uma ação individual (ALMEIDA, 2010, p. 329). Assim, no
que tange as contribuições do PNSCA para a Educação Ambiental, é possível avaliar
que se trata de um projeto que vai além de legitimar processos de auto-cartografia dos
grupos sociais, tratando-se de uma ferramenta em potencial para visibilizar lutas que se
4 http://novacartografiasocial.com/
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fortalecem através do compartilhamento de experiências, articulações e nos diálogos de
saberes, reorientando inclusive, categorias fundamentais de pensamento e organização
social como tempo e espaço (SANTOS, M, 2006). Um território que também merece atenção em relação aos conflitos ambientais
diz respeito ao Estado de Mato Grosso. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra
de 2016, foram registrados 41 conflitos no campo envolvendo um número superior a
6.000 famílias apenas no ano de 2016. Considerada umas das regiões que mais sofrem
com situações de injustiças ambientais, o Grupo Pesquisador em Educação Ambiental,
Comunicação e Arte (GPEA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)5 vêm
se dedicando a analisar essa realidade e desenvolveu um mapeamento dos grupos
sociais de Mato Grosso, evidenciando suas identidades e territórios, suas culturas e seus
processos de conflitos e injustiças ambientais. Busca-se contribuir com a geração de
conhecimentos das questões socioambientais a partir de ferramentas para visibilizar
grupos em condições de vulnerabilidade, tendo o campo da Educação Ambiental como
eixo orientador.
A partir dos projetos “Mapeamento dos Conflitos Socioambientais de Mato
Grosso: escala de resistência e ritmos de esperanças” do ano de 2012 e, o “Mapeando os
territórios e identidades de Estado de Mato Grosso, Brasil” de 2013, o grupo de
pesquisa produziu uma metodologia denominada Mapa Social para evidenciar os grupos
sociais de MT com suas identidades e seus territórios, suas culturas e suas múltiplas
sensibilidades, bem como, seus processos de conflitos e injustiças ambientais (SATO;
SILVA; JABER; QUADROS; ALVES, 2013, p.29).
Sob a ótica fenomenológica, a metodologia do Mapa Social parte do pressuposto
que todo processo deve ser construído com e pelas comunidades a partir das auto-
narrativas de representantes dos grupos sociais envolvidos nos projetos. O GPEA
trabalha com a noção de mapa, ou cartografia, fundamentada em conceitos de Deleuze e
Guattari, que compreendem que a cartografia não deve ser utilizada de forma
“engessada”, pois pode ser utilizada como ferramenta para conhecer as relações de
forças existentes num determinado território.
Uma abordagem acerca da questão ambiental a partir da metodologia do Mapa
Social desenvolvido pelo GPEA pode se aproximar da perspectiva de Carlos Walter
Porto-Gonçalves, que expõe: “São novos territórios epistêmicos que estão sendo
reinventados juntamente com os novos territórios de existência material, enfim, são
novas formas de significar nosso estar-no-mundo, de grafar a terra, de inventar novas
territorialidades, enfim de geo-grafar” (2002, p.09).
Outro estudo analisado diz respeito ao Mapa dos Conflitos Ambientais no
Estado de Minas Gerais6que é um projeto realizado desde 2007 pelo Grupo de Estudos
em Temáticas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (GESTA/UFMG)
em parceria com o Núcleo de Investigação em Justiça Ambiental da Universidade
Federal de São João del-Rei (NINJA/UFSJ) e o Núcleo Interdisciplinar de Investigação
Socioambiental da Universidade Estadual de Montes Claros (NIISA/UNIMONTES).
O projeto consolida-se a partir da interface entre pesquisa e extensão
universitária e tem por objetivo realizar um mapeamento qualitativo dos conflitos
5 http://gpeaufmt.blogspot.com.br/
6 http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/
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ambientais no Estado de Minas Gerais a partir da identificação, caracterização e
classificação dos casos de violação do direito humano e do meio ambiente.
Atualmente o Mapa de Conflitos de MG trabalha com um banco de dados com
cerca de 500 casos de conflitos ambientais. Para identificação dos casos, é considerada
a existência de denúncias institucionalizadas e/ou manifestação de sujeitos sociais, de
forma que as informações tenham uma funcionalidade para contribuir com a defesa dos
direitos ambientais e dos grupos envolvidos, assim como, contribuir para a elaboração e
execução de políticas públicas voltadas à sustentabilidade e à democratização da
apropriação dos territórios e condições naturais para grupos política e economicamente
fragilizados.
É reconhecido que os pesquisadores do GESTA/UFMG possuem uma tradição
em analisar as deficiências e as contradições das políticas ambientais assim como, suas
ferramentas que estimulam a mediação de conflitos de maneira que „prevaleça a crença
de que os conflitos entre diferentes seguimentos da sociedade possam ser resolvidos por
meio da “gestão”, do diálogo entre os atores, com a finalidade de se alcançar um
“consenso” (ZHOURI, 2014, p. 12).‟ Essa configuração revela a necessidade de
aprofundar análises a partir do campo da Educação Ambiental, tendo em vista que os
educadores ambientais têm sido envolvidos a partir de projetos ligados ao licenciamento
ambiental e outros (executados por ONG´s e/ou empresas de consultorias), para
desenvolverem este papel de “mediação de conflitos”, que por vezes, levam ao
estabelecimento de consensos e ao negligenciamento das contradições e os conflitos
sociais, assim como, das dimensões pedagógicas dos conflitos ambientais.
Considera-se que a via adotada pelo GESTA/UFMG revela um horizonte de
possibilidades para o campo da Educação Ambiental ao explicitar as contradições das
políticas ambientais e o complexo debate envolvendo questões políticas, sociais e
culturais a partir dos conflitos ambientais analisados em MG. O posicionamento
teórico-metodológico do grupo traz uma inegável contribuição para o pensamento
crítico ambiental, sustentando a relevância da articulação entre a Educação Ambiental e
a Ecologia Política e a busca por sentidos outros de mobilização e participação social na
esfera pública das políticas ambientais.
Considerando que o foi apresentado até agora e observada devida importância de
trabalhar a dimensão dos conflitos ambientais nas práticas educativas ambientais,
salienta-se outro projeto que vem sendo desenvolvido no âmbito das pesquisas do
Grupo de Estudos em Educação Ambiental Desde el Sur (GEASUR)7 da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), que se concentra em estudar práticas
pedagógicas de Educação Ambiental nos contextos formal e não-formal. Assumindo a
perspectiva da decolonialidade, o grupo se propõe a investigar as dimensões
pedagógicas dos conflitos ambientais emergentes em lutas populares, movimentos
sociais, populações tradicionais, povos indígenas e grupos em situação de
vulnerabilidade socioambiental no cenário latino-americano, a partir do projeto de
pesquisa Observatório das Pedagogias dos Conflitos Ambientais.
Cabe ressaltar que o Observatório das Pedagogias dos Conflitos Ambientais não
tem como foco a análise dos conflitos ambientais, pois se parte do levantamento de
outros estudos para a identificação destes conflitos, construindo assim, uma ferramenta
de sobreposição cartográfica. Alguns destes estudos já foram retratados neste artigo,
todavia, mesmo com diferentes abordagens, esses direcionam suas análises para uma
7 https://geasur.wordpress.com/
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perspectiva descritiva dos conflitos ambientais o que por consequência, revelam que as
formas de resistências, enfrentamentos e lutas destes grupos em situação de conflitos
ambientais são construídas a partir de epistemologias outras, constituindo-se assim, um
campo fértil para análises a respeito das pedagogias que emergem desses contextos.
Nesse sentido, o GEASUR/UNIRIO a partir do Observatório das Pedagogias dos
Conflitos Ambientais, visa analisar as práticas educativas que emergem dos grupos
sociais envolvidos em situações de conflitos ambientais, sobretudo, as pedagogias
oriundas dos grupos mais vulnerabilizados que a partir de suas estratégias de
resistências, lutas e organização política, produzem epistemologias e pedagogias outras.
Pretende-se com o Observatório alimentar as práxis em Educação Ambiental,
considerando o ponto de vista de Costa e Loureiro (2013, p.84) que nos alerta que
„várias práticas educativas ambientais supostamente voltadas para a emancipação não
estão inseridas numa trajetória de lutas sociais, que foram ignoradas, silenciadas ou
esquecidas em nossa caminhada pedagógica.‟ É fato também que existe a necessidade
de ampliar a visibilidade para as diferentes estratégias de enfrentamentos aos conflitos
ambientais contemporâneos que emergem de movimentos sociais, lutas populares,
povos tradicionais e indígenas que sofrem e resistem às situações de injustiças
ambientais das quais estão expostos.
Discussões preliminares
Considera-se que a reflexão sobre ferramentas pedagógicas e metodológicas para
o campo da Educação Ambiental seja pertinente devido ao fato de existirem disputas
internas neste campo e pela necessidade de superar uma visão hegemônica na Educação
Ambiental que se baseia nas tendências conservadoras e comportamentalistas. Além
disso, é comum identificar ações e discursos na Educação Ambiental que optam por não
trazer as dimensões dos conflitos ambientais no contexto das práticas educativas, o que
favorece o apagamento tanto das situações conflituosas, como dos atores sociais
envolvidos nos conflitos, havendo assim, um enfraquecimento da dimensão política da
Educação Ambiental.
Entende-se que os Observatórios de Conflitos Ambientais podem auxiliar ações
de Educação Ambiental na medida em que apontam e problematizam as configurações
geopolíticas dos territórios e as diferentes territorialidades. Isso também contribui para
recuperar determinados conceitos que são valiosos para compreender as relações de
poder que envolvem a questão ambiental tal como, a noção de território. Como vêm
demonstrando Porto-Gonçalves, o território é uma categoria espessa que pressupõe um
espaço geográfico que é apropriado e esse processo de apropriação – territorialização –
enseja territorialidades – que estão inscritas em processo sendo, portanto, dinâmicos e
mutáveis. Estamos diante de uma tríade relacional: território – territorialidade –
territorialização (2002, p. 13).
É comum verificarmos em alguns projetos de Educação Ambiental a realização
de diagnósticos ambientais nos territórios para assim, serem definidas as estratégias das
ações pedagógicas. Partindo desta premissa, verifica-se que as metodologias utilizadas
nos Observatórios de Conflitos Ambientais levam a expor com clareza os atores sociais
envolvidos nos conflitos, as diferentes formas de uso e distribuição dos bens naturais, a
caracterização do perfil das populações mais vulnerabilizadas, os impactos e riscos
ambientais, os problemas associados à saúde da população, a dimensão territorial do
conflito, os processos e atividades que produzem os casos de injustiças ambientais, os
apoiadores dos grupos mais atingidos, dentre outras caracterizações.
Desta forma, para além de uma caracterização da ocupação territorial e os
impactos ambientais, ampliam-se as possibilidades de diagnóstico ambiental na
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Educação Ambiental de forma a associar os bens naturais existentes com as diferentes
formas de utilização e distribuição, assim como, identificar os “novos sujeitos que se
insinuam, instituindo novas territorialidades” (PORTO-GONÇALVES, 2002). A esse
respeito, como assinalado por Sánchez e Menezes (2015, p.230), a territorialidade e a
conflituosidade ambiental assumiriam as centralidades necessárias para fazer emergir as
temáticas de justiça ambiental, racismo ambiental entre outras demandas dos
movimentos sociais. E na medida em que a Educação Ambiental se aproxima desta
linha argumentativa, ampliam-se os debates acerca da dimensão política da Educação
Ambiental assim como o seu potencial crítico e emancipatório.
Apesar de se reconhecer esforços de teóricos que sustentam a pertinência da
articulação entre a Educação Ambiental e a Ecologia Política, trazendo assim, a
dimensão dos conflitos ambientais (LOUREIRO; LAYRARGUES, 2013) no entanto,
ainda é comum verificar práticas educativas ambientais (seja em projetos ligados ao
licenciamento ambiental ou de organizações não governamentais), que revelam um
cenário „sendo uma prática que mais tem servido à mediação dos conflitos e à resolução
negociada nos processos concretos que envolvem a efetivação de políticas e
empreendimentos‟, tal como afirmam Machado e Santos (2013).
Contudo, para avançar nesse horizonte, sugere-se que certas categorias
Freirianas podem contribuir para dar visibilidade às dimensões pedagógicas dos
conflitos ambientais, de forma a potencializar práticas e pesquisas na Educação
Ambiental, levando em consideração que as disputas neste campo envolvem tanto
questões políticas, quanto epistêmicas.
Buscando aprofundar as discussões sobre os Observatórios de Conflitos
Ambientais e as possibilidades para que estes estudos possam ser vistos como
ferramentas pedagógicas para a Educação Ambiental, foram eleitas as categorias
“situação-limite”, “ato-limite” e “inédito-viável” (FREIRE, 2014) no sentido de
compreender como tais categorias estão presentes nas representações e práticas que
envolvem as populações vulnerabilizadas diante de casos de conflitos ambientais.
Considera-se relevante lembrar que Paulo Freire entendia que toda ação humana
tende à práxis. Práxis que, sendo reflexão e ação verdadeiramente transformadora da
realidade, é fonte de conhecimento reflexivo e ação (FREIRE, 2014, p.127). Assim,
cabe ressaltar que se compreende como “situação-limite”, os problemas ambientais
enfrentados pelas populações que vivem situações de conflitividade no contexto
socioambiental, pois determinada situação crítica pode vir a levar para reflexões e
reações frente à esta situação.
Nas palavras de Freire (p.126) desta forma, é próprio dos homens é estar, como
consciência de si no mundo, em relação de enfrentamento com sua realidade em que,
historicamente, se dão as “situações-limite”. E este enfrentamento com a realidade para
a superação de obstáculos só pode ser feito historicamente, como historicamente se
objetivam as “situações-limite” (FREIRE, 2014. p. 126).
No que tange ao “ato-limite”, entende-se a participação e reação concreta das
populações, ou seja, as lutas e formas de enfretamentos aos conflitos. A categoria
“inédito-viável” aponta para a perspectiva dos sonhos e das utopias sobre novas
realidades, „cuja concretização se dirigirá sua ação‟ (FREIRE, 2014. p.130).
Na medida em que se busca compreender o que se apresenta como “situação-
limite”, “ato-limite” e o “inédito-viável” em situações de conflitos ambientais
identificados nos observatórios de conflitos, a Educação Ambiental pode servir como
lente tanto para evidenciar esses processos quanto para contribuir com a construção de
outros horizontes de possibilidades, a partir do inédito-viável. Acredita-se, portanto, que
os projetos que analisam conflitos ambientais são importantes ferramentas tanto para
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visibilizar os atores sociais mais vulnerabilizados e as suas formas de enfrentamentos
aos conflitos, quanto para oportunizar uma valorização das alternativas de produção e
compartilhamento de conhecimentos e o reconhecimento de outras epistemologias de
base popular, assim como, outras práticas pedagógicas.
Considerações Gerais
Considera-se que o diálogo entre os campos da Educação Ambiental e da
Ecologia Política pode ser uma estratégia para revelar condições desiguais nas disputas
políticas que envolvem questões ambientais, além de criar possibilidades para visibilizar
e legitimar as lutas e formas de enfrentamentos que emergem dos conflitos ambientais,
apontando até mesmo para outras epistemologias e pedagogias de base popular. Desta
forma, acredita-se na importância da incorporação das dimensões pedagógicas dos
conflitos ambientais às práticas de Educação Ambiental, uma vez que a Educação
Ambiental se constitui como um campo da ciência dinâmico, complexo e permeado por
disputas político-ideológicas.
Considera-se também que a perspectiva de análise apresentada pode favorecer o
estreitamento do diálogo entre a Educação Ambiental e a Ecologia Política,
fortalecendo tanto estes campos específicos quanto o próprio movimento por justiça
ambiental, tendo em vista que ambos buscam problematizar, refletir e sugerir
alternativas para o projeto societário vigente. Acredita-se que a aproximação entre os
campos de conhecimento possibilita revelar as condições de expropriação dos recursos
ambientais e de grupos mais vulnerabilizados, que sofrem pelas condições de
desigualdades que giram em torno das formas de uso e distribuição dos bens naturais.
Diante destas breves discussões e análises apresentadas no presente artigo,
entende-se que as populações vulnerabilizadas produzem conhecimentos, saberes,
práticas e determinadas pedagogias que emergem no contexto dos conflitos
socioambientais das quais estão inseridas. Além disso, considera-se que a produção e
divulgação destes estudos de Observatórios de Conflitos Ambientais podem contribuir
para municiar pesquisas e práticas em Educação Ambiental e no enfrentamento dos
projetos que apontam para medidas conservadoras e pragmáticas do campo.
Entendendo a necessidade de ampliação das investigações mais engajadas e
militantes no campo da Educação Ambiental, acredita-se que os Observatórios de
Conflitos podem também contribuir com outras formas de pesquisa na Educação
Ambiental, de maneira que os atores vulnerabilizados estejam como protagonistas das
pesquisas, alimentando questões pesquisadas a partir dos “saberes situados” e não
apenas, vistos, como sujeitos a serem pesquisados.
Isso posto, longe de defender apenas estes instrumentos como forma de
alimentar práticas em Educação Ambiental, parte-se do pressuposto que os
Observatórios de Conflitos Ambientais possuem grande potencial pedagógico, pois
possibilitam dar voz aos grupos e povos que historicamente são invizibilizados,
injustiçados e por vezes criminalizados. Este potencial pedagógico é ampliado na
medida em que se possibilita enxergar o protagonismo dos sujeitos que estão nos
conflitos como produtores de conhecimentos e de outras formas de enfrentamentos aos
processos emancipatórios, apontando assim, caminhos para questões que por décadas
estão sendo debatidas e disputadas no campo da Educação Ambiental, refletindo na
potencialização das discussões políticas neste campo específico.
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