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OS “ENTRAVES” PARA O SURGIMENTO DA EFICÁCIA COLETIVA EM UM AGLOMERADO DE BELO HORIZONTE WILSON JOSÉ ANTÔNIO DA CRUZ ORIENTADOR: PROF. Dr. CLÁUDIO CHAVES BEATO FILHO

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OS “ENTRAVES” PARA O SURGIMENTO DA

EFICÁCIA COLETIVA EM UM AGLOMERADO DE

BELO HORIZONTE

WILSON JOSÉ ANTÔNIO DA CRUZ

ORIENTADOR: PROF. Dr. CLÁUDIO CHAVES BEATO FILHO

1-ARCABOUÇO TEÓRICOPARK E BUGUESS

ORDEM BIÓTICA

ÁREAS NATURAIS

ZONAS CONCÊNTRICAS

ZONAS DE TRANSIÇÃO

BAIRROS COMO ÁREAS NATURAIS

ORDEM MORAL COMO UM INSTRUMENTO DE

CONTROLE

2-O PROCESSO DE DESORGANIZAÇÃO SOCIAL

SHAW E MCKCAY

PROCESSO DESORDENADO DE URBANIZAÇÃO E POBREZA

CONCENTRAÇÃO DE DESVANTAGENS ECONÔMICAS E ESTRUTURAIS, ALTAS TAXAS DE ROTATIVIDADE E HETEROGENEIDADE

DIMINUIÇÃO DA BAIXO PODER INTEGRAÇÃO E COESÃO DE CONTROLE

DELINQUÊNCIA

2.3-OPERCIONALIZAÇÃO DO CONCEITO DE ORDEM MORAL

PARK E BURGESS ORDEM MORAL

SHAW E MCKAY CAPACIDADE REGULATÓRIAObjetivada por

REDES INTERNASQue tomam forma de

COSTUMES, NORMAS, METAS E VALORESQue aumentam a importância

das

INSTITUIÇÕES LOCAIS

O MODELO SISTÊMICO

NÍVEL PAROQUIAL DE CONTROLE

NÍVEL PRIVADO DE CONTROLE

NÍVEL PÚBLICO DE CONTROLE

OS PRIMEIROS INDÍCIOS DO CONCEITO DE EFICÁCIA

COLETIVA

DESORGANIZAÇÃO COMO “ INCAPACIDADE DA COMUNIDADE DE SE AUTO-REGULAR”.

O CONTROLE SOCIAL NÃO IMPLICA, NECESSARIAMENTE, O CONTROLE RÍGIDO E REPRESSÃO SOCIAL

DEVE-SE DEMONSTRAR QUE OS MORADORES VALORIZAM A META DE LIVRAR-SE DO CRIME

LIVRAR-SE DO CRIME ESTARIA ASSOCIADO À HABILIDADE (NÍVEL PAROQUIAL DE CONTROLE) DE REIVINDICAR RECUROS FORA DO BAIRRO( NÍVEL PÚBLICO DE

O CONCEITO DE EFICÁCIA COLETIVA

Um complexo sistema formado pela coesão social existente entre os membros de uma vizinhança, pela confiança mútua que se estabelece entre seus moradores e pela disponibilidade que estes têm de controlar o comportamento mútuo e agir em prol de uma meta específica: manter a ordem pública.

2-ARCABOUÇO TEÓRICO2.5-SAMPSON

ANTECEDENTES ESTRUTURAIS CRIME

EFICÁCIA COLETIVA

4-HIPÓTESE

SE EXISTE COESÃO SOCIAL NO AGLOMERADO DA SERRA POR QUE ELA NÃO SE TRANSFORMA EM EFICÁCIA COLETIVA?

MEDO: DIFICULTANDO AÇÕES ASSOCIATIVAS FOCADAS NA CRIMINALIDADE?

INTERAÇÕES AMBÍGUAS ENTRE OS MORADORES E OS MEMBROS DO TRÁFICO?

OPERACIONALIZAÇÃO DO CONCEITO DE COESÃO

Nós podemos confiar nas pessoas que moram aqui na vizinhança.

Algumas pessoas dessa vila dizem que viver aqui é como se estivessem em casa.O que você acha dessa opinião?

Você emprestaria dinheiro para algum vizinho que estivesse precisando?

Com que freqüência você faz ou recebe visitas de moradores de sua vizinhança?

OPERACIONALIZAÇÃO DO CONCEITO DE EFICÁCIA COLETIVA Com que freqüência você toma uma atitude

quando observa pessoas estranhas rondando a vizinhança?

Com que freqüência você toma uma atitude quando observa crianças da vila que “matam aulas” para ficarem nas ruas da vizinhança?

Com que freqüência você toma uma atitude quando observa crianças desrespeitando adultos nas ruas da vila?

Com que freqüência você toma uma atitude quando observa crianças cometendo vandalismo na vizinhança?

O ROTEIRO DE ENTREVISTA

Há quanto tempo você mora no Aglomerado?

Além de você, quantos membros de sua família moram no Aglomerado?

Como você e a sua família se relacionam com a vizinhança?

Em sua opinião, como os “meninos do movimento” se comportam com os moradores?

O ROTEIRO DE ENTREVISTA Nos últimos 2 ou 3 anos você já viu ou ouviu falar

de assaltos a padarias, mercearias ou bares da vizinhança? Em sua opinião, por que isso (não) acontece?

Nos últimos 2 ou 3 anos você, alguém de sua família, algum parente, vizinho ou amigo já foi agredido ou ameaçado pelos “meninos do movimento”? Em sua opinião, porque isso (não) acontece?

As pessoas costumam dizer que existe certa amizade (entre aspas) entre os “meninos do movimento” e alguns moradores. O que você acha dessa opinião?

OS DEPOIMENTOS

“...Muito bom, não tenho reclamação não. Todo mundo conhece todo mundo né. Eles( os traficantes) sabe quem é quem, sabe quem é da firma rival, quem é só usuário e quem não ta envolvido. Se alguém entra na firma, no mesmo dia a firma rival fica sabendo, já tem a ficha completa. Que nem eu falei mesmo. É que nem uma família. Um vai na casa do outro, come, dorme...”E. Del Rey

“Tenho eu que moro aqui, tenho uma irmã que mora no Arara, tenho um irmão que mora da Del Rey e freqüento a casa deles sempre, as vezes tem almoço, um aniversário de algum sobrinho, eu sempre vou. A gente ás vezes tem um pouco de receio de transitar porque tem essa rivalidade de um lugar pro outro, por causa desse problema do tráfico de drogas. Mas nunca tive que sair de lá corrido, ninguém nunca me desrespeitou pelo fato de eu morar na Del Rey não. E todos os lugares que eu vou eles sabem que eu moro aqui, porque pelo tempo que eu moro eu conheço todo mundo aqui no aglomerado, sabem que eu nunca me envolvi com essas coisas e que eu não tenho nada a ver com isso...” (W.) SACRAMENTO/CHÁCARA

DEPOIMENTOS ... Não. Porque eu vejo que na região onde existe o

tráfico “o pessoal” não deixa aprontar na área não. Então isso não acontece aqui não. Pode até acontecer, mas é muito difícil. E se acontecer, os próprios camaradas “dá um jeito”. Que nem no mês passado, o cara entrou na casa da minha irmã, ele nem era do movimento. Ele roubou a televisão da minha irmã e o dono da firma espalhou que a televisão tinha que aparecer até o dia seguinte. No outro dia de manhã o vizinho entregou a televisão e falou que foi fulano que mandou entregar. Mas era ele mesmo que tinha roubado. Ele viu a casa aberta e pegou a televisão. Ele nem era do movimento. Teve que comprar a mesma televisão pelo dobro do preço pra não morrer...L- CAFEZAL

DEPOIMENTOS “... tipo assim do morador lá querer roubar a casa de outro

morador, mas mesmo assim o cara já foi até expulso da favela, nem mora aí mesmo. Os meninos do movimento mesmo expulsou ele.Ou então o cara, tipo assim, que nem aconteceu , tem um morador lá perto de casa que é usuário. O rapaz tava devendo 3 mil pros meninos do movimento. Aí os meninos pegou ele e matou ele e ficou com a casa. Por que eles não caça confusão à toa, eles não matam ninguém à toa. Sabe quando eles matou a M ? Ela não tava envolvida, mas depois que eu descobri. Foi ela que escondeu os meninos da Band ( Bandonion) e depois mostrou onde o Q. morava. Aí os meninos da band entrou na casa do Q. de manhã bem cedo e mataram ele com mais de 70 tiros. E o Q. era considerado na Sacramento. Porque eles não ameaça moradores que não tá envolvido não...”

W-Chácara/Sacramento

“...Existe né. Mas não é como a amizade que a gente tem com os outros amigos não. É uma amizade que a gente não pode ficar muito tempo com eles, não da pra freqüentar os mesmos lugar que eles freqüenta. Mas se a gente precisar de alguma coisa eles são gente boa. Que nem os caras que me assaltaram e assaltaram os clientes. Fizeram todo mundo ficar pelado, deram tapa na minha cara. A sorte é que eles foi preso. Mas os meninos(referindo-se aos traficantes da Band/Arara) ficaram puto com eles quando eu contei que eles me assaltaram. Falaram que quando eles saírem nem precisam pô os pés aqui se não “vão passar eles”. Então é assim. Ninguém faz gracinha com a gente não. Es não sabia que eu era amigo dos caras, senão não tinha feito aquilo não[1]...”M-ARARA/BAND

REDES, LAÇOS FORTES, FRACOS E PONTES

CONCEITO DE REDES: A capacidade dos laços gerarem poder social

CONCEITO DE LAÇOS FORTES: Intereações mas densas, permeadas pela solidariedade e confiança

CONCEITO DE PONTE: Contatos que ligam laços fortes aos laços fracos.

CONCEITO DE LAÇOS FRACOS: Aquelas relações fora do círculo familiar ou dos amigos mais

FREQUENTA O SÍTIO/CASA

COLEGAS

A (GERENTE GERAL)

J (DONO)

S (GERENTE DO BRANCO)

FILHO DO S (SOLDADO)

FREQUENTA CASA

FREQUENTA A CASA

DONAM

CFILHO DE M

SOBRINHA DE M

CUNHADA DA SOBRINHA

DE M

M COMERCIANTE

LOCAL

I-1

I-2

I-3

I-4

I-5

CASADOS

IRMÃOS

COMPADRES

CASADOS

AFILHADO/PADRINHO

TRAFICANTES MORADORES P

AS REDESBAND/ARARA