os desafios da escola pÚblica paranaense na … · sinopse: uma gaivota de nome fernão decide que...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013
Título: Conselho de Classe: uma perspectiva de mudança de atitudes para a organização do trabalho pedagógico
Autora Ionara Cristine Orso Jakovacz
Disciplina/Área Pedagogia
Escola de Implementação Colégio Estadual Manoel Ribas - Ens. Fundamental e Médio Av. Brasil, 05 - Harmonia
Município da escola Telêmaco Borba
NRE Telêmaco Borba
Professora Orientadora Drª Zélia Maria Lopes Marochi
IES UEPG
Resumo Compreende-se por Conselho de Classe o órgão colegiado da unidade educacional que congrega os professores de uma determinada turma, diretor e equipe pedagógica, com a finalidade de avaliar periodicamente, o processo de ensino e aprendizagem. Quando se aborda a temática da avaliação, quando se aborda a questão da avaliação, apresentam-se os seguintes questionamentos: em termos da avaliação da aprendizagem, o que usualmente se avalia é o processo como um todo ou somente parte dele? O Conselho de Classe, se reorganizado à luz da teoria acessível, pode gerar mudanças de atitudes para a organização do trabalho pedagógico e consequente melhoria da qualidade da aprendizagem para a maioria dos estudantes? Este caderno pedagógico foi elaborado, com a finalidade de subsidiar teórica e metodologicamente, práticas mais eficazes a serem desenvolvidas nos encontros de Conselho de Classe, buscando analisar as condições objetivas sob as quais essas reuniões vêm se realizando, mobilizando a todos para a revisão da prática instalada, identificando as rupturas possíveis que poderiam impulsionar as mudanças de atitudes, operando possíveis transformações na cultura escolar vigente. O material didático, produzido, foi organizado em três unidades que abordam os seguintes temas: Conselho de Classe: um processo histórico e reflexivo; Conselho de Classe: uma prática avaliativa; Conselho de Classe: revendo práticas escolares. Dessa maneira pretende-se refletir como as práticas do Conselho de Classe podem ser mais eficazes, buscando superar as dificuldades do processo de ensino, aprendizagem e atitudes imobilizantes, prejudiciais ao ambiente escolar.
Palavras-chave Conselho de Classe. Avaliação. Práticas Pedagógicas.
Material Didático Caderno Pedagógico
Público Alvo Direção, Equipe Pedagógica e Professores.
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom
professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons
professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus
filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento
que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas
que permitimos que esses profissionais continuem sendo
desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo
prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da
educação, grande parte resiste e continua apaixonada
pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos,
sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois
com elas demonstramos o compromisso com a educação
que queremos. Aos professores, fica o convite para que não
descuidem de sua missão de educar, nem desanimem
diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para
serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a
educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela,
tampouco, a sociedade muda.
Paulo Freire
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
APRESENTAÇÃO
O Conselho de Classe é um órgão colegiado, que faz parte da
organização da escola e consta no Regimento Interno de cada
estabelecimento de ensino. Esse colegiado que congrega professores de
diversas disciplinas, juntamente com a Equipe Pedagógica e a Direção da
escola, reúne-se para refletir e avaliar o processo de ensino e aprendizagem,
evidenciando avanços e dificuldades, diante da grave responsabilidade da
tomada de decisão, para melhoria desse processo. Entretanto, em alguns
momentos, esses encontros têm sido conflitivos e divergentes, de difíceis
tomadas de decisão, tanto para o professor, quanto para o diretor e mais
especificamente para o pedagogo que, fica com a responsabilidade, muitas
vezes solitária, de mobilizar a todos, em benefício da qualidade do processo e
do resultado do trabalho da escola como um todo, favorecendo que a prática
educativa funcione como alavanca para o sucesso do ensino e da
aprendizagem do aluno. Percebem-se ainda algumas fragilidades para que
esse colegiado efetive análises que possam contribuir em mudanças
significativas na melhoria da qualidade de gestão e de práticas educativas
favoráveis.
Este caderno pedagógico, vinculado ao Programa de
Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (PDE), pretende subsidiar
teórica e metodologicamente reflexões sobre o Conselho de Classe a fim de
revelar as transformações ocorridas nessa instância nas últimas décadas,
analisar as metodologias utilizadas em reuniões de Conselho de Classe e
propor ações coletivas que favoreçam encaminhamentos pedagógicos mais
concisos e eficazes.
Dessa forma o caderno foi organizado em três unidades, com a
finalidade de provocar reflexão crítica e uma possível mudança de atitude que
possa contribuir para a melhoria da organização do trabalho pedagógico, em
benefício do processo exitoso de escolarização da população estudantil.
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Unidade I - Conselho de Classe: um processo histórico e reflexivo
Esta unidade levará você, diretor/a, pedagogo/a, professor/a, a um
estudo sobre a história do Conselho de Classe, começando uma análise de
como as práticas do Conselho de Classe podem ser mais eficazes, visando
superar as fragilidades e as dificuldades presentes no processo de ensino e
aprendizagem rompendo com atitudes imobilizantes no ambiente escolar.
Para isso será preciso compreender as transformações ocorridas no Conselho
de Classe, nas últimas décadas, tomando-as como indicadores que
favoreçam a reorganização do trabalho pedagógico.
Unidade II - Conselho de Classe: uma prática avaliativa
Na segunda unidade você será convidado a refletir e discutir as
atividades do Conselho de Classe como um momento privilegiado de avalição
coletiva dentro da escola, analisando criticamente as metodologias
usualmente utilizadas nos encontros programados para tal fim.
Unidade III - Conselho de Classe: revendo práticas escolares
Este é o momento de repensar as práticas pedagógicas do cotidiano
da sala de aula que produzem o fracasso escolar ou geram a aprendizagem
para todos, propondo ações coletivas que possam proporcionar
encaminhamentos pedagógicos mais consistentes, que contribuam
efetivamente para a aprendizagem de todos os alunos.
Considerando que o Conselho de Classe se constitui como espaço
privilegiado e interdisciplinar, de reflexão e análise do processo de ensino e
aprendizagem, ele se configura, neste trabalho, como oportunidade ímpar de
promover o fim das práticas fragmentadas do trabalho pedagógico e superar
parte dos problemas que geram as chamadas “dificuldades de
aprendizagem”. O momento das reuniões de Conselho de Classe pode ser
um ambiente de busca de soluções, não sendo apenas um momento
burocrático que aponta os problemas, reforçando mitos e criando álibis sem
fornecer subsídios para que ações sejam concretizadas coletivamente em prol
da aprendizagem de todos os alunos.
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Fica lançado o desafio de juntos fazermos com que as reuniões de
Conselho de Classe deixem de ser vistas, pela maioria de seus integrantes,
como mera obrigação de cunho burocrático, passando a articular ações
coletivas que possam contribuir para a melhoria da organização do trabalho
pedagógico, impulsionando aprendizagens ricas, variadas, cheias de sentidos
e significados para quem ensina e para quem aprende, cumprindo a função
social da escola e valorizando a todos na unidade educacional.
Conto com cada um de vocês, para juntos vencermos esse grande
desafio!
Cordialmente,
Ionara Cristine Orso Jakovacz
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
E
studar o Conselho de Classe requer compreender como esse
espaço, de caráter colegiado presente na organização da escola,
pode ser a possibilidade de gerar mudanças de atitudes dos envolvidos a ponto de
contribuir na organização do trabalho pedagógico.
Segundo Dalben (2004), uma das principais características do Conselho
de Classe é desse ser um momento interdisciplinar, onde professores de diversas
disciplinas têm a possibilidade de refletir e avaliar o desempenho, não só dos
alunos, mas também da docência e das questões didáticas da escola. Esse
momento pode ser assim a tentativa de promover o fim das práticas fragmentadas
do trabalho pedagógico e quem sabe superar parte dos problemas que geram as
chamadas dificuldades de aprendizagem como: coordenação motora, dispersão,
baixa autoestima, inibição, agressividade, entre outros e também ser a possibilidade
de rever as metodologias utilizadas em sala de aula durante a prática docente.
No entanto, segundo Cruz (2011), o momento dos Conselhos de Classe
tem sido mais um Conselho Disciplinar, ou seja, a avaliação diagnóstica que poderia
acontecer na interdisciplinaridade, não acontece, pois cada professor fica na ótica de
sua disciplina, no seu trabalho individual e assim, a proposta de ser este um espaço
de reflexão e avaliação parece não se efetivar.
UNIDADE I
CONSELHO DE CLASSE: UM PROCESSO HISTÓRICO E REFLEXIVO
“A coragem como virtude, não é algo que se ache fora de mim. Enquanto superação do meu medo, ela o implica.”
Paulo Freire
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
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? Vamos refletir
Assista ao vídeo: Fernão Capelo Gaivota
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=WKi6kQbsD0g
SINOPSE: Uma gaivota de nome Fernão decide que voar não deve ser apenas
uma forma para a ave se movimentar. A história desenrola-se sobre o fascínio de Fernão
pelas acrobacias que pode modificar e em como isso transtorna o grupo de gaivotas do
seu clã. É uma história sobre liberdade, aprendizagem e amor.
Neste momento, escreva um pequeno texto, a partir do
vídeo e da reflexão inicial desta unidade, sobre as suas
expectativas quanto ao título deste caderno pedagógico.
“Conselho de Classe: uma perspectiva de mudança de
atitudes para a organização do trabalho pedagógico”
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
O Conselho de Classe, hoje, é um órgão colegiado, presente na
organização da escola. É o momento em que vários professores das diversas
disciplinas, juntamente com equipe pedagógica e diretiva da unidade educacional se
reúnem, ou deveriam se reunir para refletir e avaliar o desempenho pedagógico dos
alunos das diversas turmas e séries. Nesse sentido, é preciso conhecer um pouco
da história pela qual essa instância colegiada percorreu, mas antes reflita e depois
registre como esse processo ocorre na sua instituição de atuação.
Na sua escola em que situações o
Conselho de Classe se reúne?
Quem participa das reuniões do
Conselho de Classe?
Quais são os resultados
obtidos?
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Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Continuando a reflexão...
Considerando os estudos de Rocha (1986), foi a partir de visitas e
estágios de educadores do Estado do Rio de Janeiro ao Instituto de Pesquisas
Educacionais de Sévres, França, que se deu a introdução do Conselho de Classe
em nossos meios educacionais. Segundo a autora, o Conselho de Classe teve sua
origem na França por volta de 1945, surgindo pela necessidade de um trabalho
interdisciplinar com classes experimentais.
Devido a Reforma do Ensino Francês em 1959 foi instituído três tipos de
conselhos: o conselho de classe (no âmbito de turma), o conselho de orientação (no
âmbito de estabelecimento) e o conselho departamental de orientação (no âmbito
geral). O objetivo desses conselhos era organizar um sistema escolar fundamentado
na observação sistemática e contínua dos alunos, a fim de oferecer a cada um, o
ensino que correspondesse aos seus gostos e aptidões. Os pareceres desses
conselhos serviam para orientar o acesso dos alunos as modalidades de ensino
(clássico e técnico).
Essa experiência francesa foi vivenciada por educadores brasileiros que
trouxeram a ideia do Conselho de Classe para o Brasil.
Entretanto, o processo de implantação do Conselho de Classe no Brasil
foi lento e só se concretizou como
prática pedagógica a partir da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação
Nacional nº 5692/71. Gestada e
consolidada em período de
conturbações políticas significativas. A
nova Lei trazia para a educação um
caráter autoritário, pragmático e
tecnicista, obra dos acordos MEC-
USAID, e que apresentavam como
aspecto central, a educação pautada
na instrução, na instrumentalização
para o mercado de trabalho, e que a
FIQUE POR DENTRO
Os acordos MEC-USAID, são impostos por militares e tecnocratas em 1964, lei 5.540/68, porém só se tornou pública em Novembro de 1966. Estabelecidos entre o Ministério da Educação (MEC) e United States Agency for International Development (USAID) tinham como objetivo promover a reforma do ensino brasileiro. Os cursos primário (5 anos) e ginasial (4 anos) foram fundidos, se chamando de primeiro grau, com 8 anos de duração e o curso científico fundido com o clássico passou a ser denominado segundo grau, com 3 anos de duração, e o curso universitário passou a ser denominado terceiro grau. Com essa reforma, se eliminou um ano de estudos fazendo com que o Brasil tivesse somente 11 níveis até chegar ao fim do segundo grau enquanto outros países europeus e o Canadá possuem no mínimo 12 níveis. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordos_MEC-USAID>.
Acesso em 17/06/2013.
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Nesse contexto, o papel político dos Conselhos de Classe era o de reforçar e de legitimar os resultados dos alunos, como veredictos finais, acabados, já fornecidos pelos professores e registrados em seus diários. Os próprios professores não trocavam suas ansiedades e dificuldades com o trabalho docente, não discutindo entre si as diferenças de posicionamento, e tudo transcorria numa relação individualizada e de isolamento profissional. (DALBEN, 2004, p.36).
sociedade em pleno desenvolvimento exigia, como podemos constatar no artigo 4º §
1º da citada lei que afirma: “A preparação para o trabalho, como elemento de
formação integral do aluno, será obrigatória no ensino de 1º e 2º graus e constará
dos planos curriculares dos estabelecimentos de ensino”.
Assim é interessante destacar que a década de 1960 firmou-se no
panorama educacional com a substituição da predominância do ideário pedagógico
europeu pela interferência americana do acordo MEC/USAID, por esse acordo, a
USAID se dispunha a prestar serviços de consultoria ao MEC e às secretarias
estaduais, com o objetivo de planejar ensino secundário em âmbitos federal e
estadual e mais tarde também, em âmbito municipal.
Dessa maneira, pode-se dizer que uma das resultantes desse acordo foi a
instituição do Programa de Expansão e Melhoria do Ensino – Premen,
regulamentado pelo Decreto 63.6914, de 27/12/68 e com ele a tentativa de trazer
para o Brasil o modelo de Escola Americana. As finalidades desse programa eram,
entre outras, atender às necessidades de ampliação da oferta de matrícula na área
do ensino médio, visto que o Brasil necessitava de mão-de-obra para atender às
indústrias e propor alternativas de reformulação da estrutura da escola média por
meio da implantação de um modelo novo de escola de 1º ciclo.
Porém é importante observar que a implantação do Conselho de Classe
anteriormente à Lei 5692/71 não se apresentava como instância formalmente
instituída na escola, acontecendo de forma espontânea em escola que
voluntariamente se dispusesse a enxergá-lo como de importância pedagógica.
Assim, portanto, os Conselhos de Classe sempre representaram as
políticas educacionais mais
amplas, atendendo muitas vezes
até as exigências que
determinaram a porcentagem de
aprovados e reprovados em nível
estatístico. Sua implantação
ocorreu indiretamente por meio de
orientações vindas do modelo de
escola proposto pelo Premen, que
apresentava o Conselho de Classe como órgão constituinte da escola e funcionava
como forma de reunião avaliativa na qual direção, professores, orientadores e
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
supervisores, analisavam rendimento escolar de seus alunos e apresentavam
propostas para a solução de problemas.
No entanto essa prática não acontece de forma clara e efetiva no interior da
escola, o que acaba gerando conflitos e dúvidas na realização dos Conselhos, pois
não existia uma regulamentação quanto a procedimentos. Foi, assim, que segundo
Dalben (2004), com base em pedidos de esclarecimentos da referida lei, que os
Conselhos Estaduais de Educação – CEE produziram pareceres e resoluções
orientadores sobre Conselhos de Classe a serem inseridos nas escolas. Assim, é
implantado o novo modelo de escola, através de novos regimentos escolares, as
orientações e funcionamento dos estabelecimentos de ensino, e nesses regimentos
encontram-se o Conselho de Classe como um dos órgãos instituídos.
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Agora que você já conhece um
pouco da história do Conselho de Classe
reflita e registre no quadro abaixo?
Considerando sua formação inicial e
contínua, como você compreende o Conselho de Classe no contexto
escolar?
Qual a sua compreensão sobre o Conselho de Classe do sistema
educacional?
Na instituição escolar em que atua como é
concebido o Conselho de Classe? Quais as dificuldades mais
relevantes?
Relate aos seus colegas os apontamentos que você anotou no quadro
acima.
ESTE
MOMENTO É
SÓ SEU
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Finalizando...
Após assistir ao vídeo O PORQUINHO E OS COOKIES,
(Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=xHfSvut9HME), analise e
discuta, com um colega, como poderia ser organizado o Conselho de
Classe na sua escola, a fim de acabar com as práticas fragmentadas do
trabalho pedagógico. Registre o que vocês analisaram e discutiram.
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Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
SAIBA +
“Revisão de Literatura- Seção I”
ROCHA, Any Dutra Coelho da. Conselho de Classe: burocratização ou participação? Rio de Janeiro: Francisco Alves,1986, p.17-31.
“O que é o Conselho de Classe"
DALBEN, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas. Conselhos de Classe e Avaliação: Perspectivas na gestão pedagógica da escola. Campinas, SP: Papirus, 2004, p.31-39.
ANOTAÇÕES
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Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
O
Não se pode dizer que se avaliou porque se observou algo do aluno. Ou denominam por avaliação apenas a correção de sua tarefa ou teste e o registro das notas, porque nesse caso, não houve mediação, ou seja, a intervenção pedagógica, decorrente da interpretação das tarefas, uma ação pedagógica desafiadora e favorecedora à superação intelectual dos alunos. (HOFFMANN, 2011, p. 14).
Conselho de Classe, hoje, é um órgão colegiado, que está
presente na organização da escola. Dessa maneira, seguindo
algumas características básicas, como a forma de participação direta e indireta
dos profissionais da escola, sua organização interdisciplinar e a centralidade da
avaliação escolar é que se pode dizer que o Conselho de Classe foi instituído
historicamente como uma instância avaliativa do processo de ensino e
aprendizagem, com a possibilidade de se discutir a avalição escolar e as práticas
docentes.
Nesse sentido, Hoffmann (2005) sugere para a efetivação da avaliação,
na perspectiva de construção do
conhecimento, duas premissas
básicas: confiança na possibilidade do
aluno construir as suas próprias
verdades e valorização de suas
manifestações e interesses. Para a
autora, o aparecimento de erros e
dúvidas dos alunos, numa extensão
educativa é um elemento significativo
ao desenvolvimento da ação educacional, pois possibilitará ao professor a
observação e investigação de como o aluno se coloca perante a realidade na
construção de suas verdades. Ela destaca, portanto, o diálogo entre professor e
UNIDADE II
O CONSELHO DE CLASSE: UMA PRÁTICA AVALIATIVA
“A primeira condição para que eu possa assumir um ato comprometido está em ser capaz de agir e refletir.”
Paulo Freire
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
aluno como indicador de aprendizagem necessário à reformulação de alternativas de
solução para que a construção do saber ocorra. A reflexão do professor sobre seus
próprios encaminhamentos metodológicos, na elaboração de questões e na análise
de respostas dos alunos deve ter sempre um caráter dinâmico.
PARA ANALISAR E COMENTAR
Com base nas informações acima assista ao vídeo: ORQUESTA
YANNI (Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=pxOeuCXZFmw) e analise
com seus colegas as seguintes questões:
.
Qual a relação das imagens e termos apresentados no
vídeo com a avaliação escolar?
No desenvolvimento de suas práticas educativas, com
qual músico você se identifica? Por quê?
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Entendemos o conselho como etapa dinamizadora do trabalho educativo. A dimensão de processo de avaliação supõe que os conselhos estejam relacionados uns com os outros e provoquem ações concretas que possam interferir na prática educativa. Essa inter-relação não se reduz a conhecer a nota que o aluno tirou no bimestre anterior, nem ao relato do que ele fez de errado. É necessário que um conselho esteja estruturalmente relacionado com o anterior para que fique configurada a dimensão de processo orgânico de educação. (CRUZ, 2011, p. 11).
Continuando a reflexão...
Na avaliação da aprendizagem, o professor necessita interpretar os
instrumentos avaliativos não para saber o que o aluno não sabe, mas para pensar
nas estratégias pedagógicas que ele deverá utilizar para interagir com seu aluno. O
Conselho de Classe nesse sentido pode ser um dos momentos dessa reflexão, que
depois de realizado entre professor e pedagogo, na forma de pré-conselho,
possibilitaria uma troca de experiências no coletivo, com seus pares, a fim de
apontar ações que efetivem a organização do trabalho pedagógico de toda a escola.
Dessa maneira cabe aos profissionais da educação realizar
enfrentamentos no sentido de superar a estrutura de Conselho de Classe burocrática
e excludente e que parece não estar servindo para reorganizar o trabalho
pedagógico da escola e por que não dizer, o trabalho educativo didático, que se
concretiza nas relações
entre professor e aluno.
Sendo, portanto,
o Conselho de Classe parte
do processo avaliativo da
escola, e a avaliação, a
oportunidade de rever as
práticas pedagógicas, este
órgão colegiado poderia ser
um dos responsáveis em possibilitar o desenvolvimento do aprendizado do aluno,
uma vez que, por meio da reflexão e discussão coletiva entre direção, pedagogos e
professores, poderiam ser encontrados mecanismos que viessem a facilitar o bom
desempenho dos alunos e professores em sala de aula, evitando amarguras e
frustações de todas as partes.
Nesse sentido, o Conselho de Classe como parte da tomada de decisão,
poderia envolver a compreensão de quais metodologias devem ser revistas e que
ações poderiam ser exploradas para estabelecer um novo olhar sobre a forma de
avaliar, seguindo estratégias que levem em consideração as necessidades do aluno
e assim tornar os encaminhamentos pedagógicos e atos previstos coletivamente, em
mudanças significativas de atitudes que promovam a melhoria do ensino.
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Após essa reflexão, pense em uma primeira dimensão, sobre
as práticas ocorridas no Conselho de Classe na sua escola de atuação e
responda:
O Conselho de Classe propicia o debate
permanente sobre o processo ensino-
aprendizagem? Justifique.
Existe um caráter avaliativo voltado para os
alunos e professores?
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Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Finalizando...
Se pensarmos que a Equipe Pedagógica, na maioria das vezes parece
estar atuando como uma organizadora de reuniões, que após o Conselho tabula os
dados coletados e faz os encaminhamentos que julga necessários para a resolução
dos problemas levantados. Problemas estes, muitas vezes determinados muito mais
por questões disciplinares, do que de aprendizagem dos alunos, (des)idealizando-
os, ou seja, esquecendo de que o mesmo é um ser real e individual, e que dessa
forma precisa de um olhar pedagógico consistente, proporcional à sua necessidade.
Nesse contexto, levanta-se a preocupação de que cada encontro de
Conselho de Classe deveria ser o momento em que os professores, equipe
pedagógica e diretores, pudessem de acordo com os objetivos propostos,
compreender os problemas, apontar possíveis soluções e sugerir encaminhamentos
e procedimentos para que assim o trabalho pedagógico de toda a escola pudesse
ser construído de forma a apresentar resultados concretos quanto às dificuldades de
ensino e de aprendizagem e atitudes no ambiente escolar.
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Isso é possível na sua escola?
Liste algumas ações
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
SAIBA +
“Aprender ou não aprender?”
HOFFMANN, Jussara. O jogo do contrário em avaliação. 7ª Ed. Porto Alegre:
Mediação, 2011, p. 27-35
“Avaliar com eficácia e eficiência"
MORETTO, Vasco Pedro. Prova: um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas. 6ª Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 93-122.
ANOTAÇÕES
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Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
D
e acordo com Dalben (1994), a expansão formal do Conselho de
Classe no Brasil começou a partir da Lei Federal 5692/71, no
entanto, a implantação do Conselho de Classe anteriormente à referida Lei não se
apresentava como instância formalmente instituída dentro da escola, acontecendo
de forma espontânea.
Surge então, a necessidade de repensar as práticas ocorridas nos dias
atuais nas reuniões de Conselho de Classe, pois como afirma Cruz (2011) em
poucos lugares as questões do ensino, como os processos, os métodos, os
conteúdos aprendidos, entre outros, são discutidas coletivamente.
Assim, vamos agora investigar as condições objetivas nas quais o
Conselho de Classe tem se realizado, procurando analisar as variantes de sua
prática e as rupturas possíveis que poderiam impulsionar as mudanças de atitudes e
assim ser instrumento transformador da cultura escolar no que se refere à avaliação
do processo de ensino e aprendizagem.
Este é o momento de colocarmos a nossa prática escolar e os resultados
do nosso trabalho em pauta. Para isso gostaria de convidar você diretor(a),
pedagogo(a) e professor(a), a analisar dois documentos base da escola: O Projeto
Político Pedagógico e o Regimento Escolar, e fazer uma análise entre o que é
“DITO” e o que é “FEITO”.
UNIDADE III
CONSELHO DE CLASSE: REVENDO PRÁTICAS ESCOLARES
“Como a toda compreensão de algo corresponde, cedo ou tarde, uma ação, a uma compreensão preponderantemente mágica corresponderá também uma ação mágica.”
Paulo Freire
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de Classe é órgão colegiado de natureza consultiva e
deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, com a responsabilidade de analisar
as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do
processo ensino e aprendizagem. A finalidade da reunião do Conselho de Classe,
após analisar as informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil
no processo ensino e aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas
de apropriar-se dos conteúdos curriculares estabelecidos.
Ao Conselho de Classe, portanto, cabe verificar se os objetivos,
conteúdos, procedimentos metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na
ação pedagógico-educativa, estão sendo cumpridos de maneira coerente.
O Conselho de Classe é um espaço de reflexão pedagógica, onde todos
os sujeitos do processo educativo, de forma coletiva, discutem alternativas e
propõem ações educativas eficazes que possam vir a sanar
necessidades/dificuldades apontadas no processo ensino e aprendizagem. Nosso
colégio conta ainda com o Conselho de Classe Participativo, onde toda a turma em
sala de aula, sob a coordenação da pedagoga ou do professor representante tem a
oportunidade de refletir sobre as ações desenvolvidas durante o bimestre.
Dessa maneira podemos dizer que são atribuições do Conselho de
Classe:
analisar as informações sobre os conteúdos curriculares,
encaminhamentos metodológicos e práticas avaliativas que se referem ao
processo ensino e aprendizagem;
propor procedimentos e formas diferenciadas de ensino e de estudos para
a melhoria do processo ensino e aprendizagem;
O Conselho de Classe “dito” no Projeto Político
Pedagógico
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
estabelecer mecanismos de recuperação de estudos, concomitantes ao
processo de aprendizagem, que atendam às reais necessidades dos
alunos, em consonância com a Proposta Pedagógica Curricular da
escola;
acompanhar o processo de avaliação de cada turma, devendo debater e
analisar os dados qualitativos e quantitativos do processo ensino e
aprendizagem;
atuar com corresponsabilidade na decisão sobre a possibilidade de
avanço do aluno para série subsequente ou retenção, após a apuração
dos resultados finais, levando-se em consideração o desenvolvimento
integral do aluno;
analisar pedidos de revisão de resultados finais recebidos pela secretaria
do estabelecimento, no prazo de até 72 (setenta e duas) horas úteis após
sua divulgação em edital.
O Conselho de Classe é um momento de discussão coletiva e de
articulação de ações e encaminhamentos, visando reavaliar não somente a
aprendizagem do aluno, como também toda a organização do trabalho pedagógico.
Portanto, cabe discutir em conselho de classe não a aprovação ou reprovação do
aluno como se fosse resultado de um processo educativo fragmentado.
Anteriormente ao conselho de classe bimestral é realizado o Pré-conselho de classe
participativo com os alunos de cada turma, juntamente com o professor
representante e ou pedagogo com o objetivo de uma auto avaliação de suas
dificuldades e progressos.
O Conselho de Classe reúne-se ao final de cada bimestre ou em sessão
extraordinária se solicitado. É formado por professores do colégio e presidido pelo
diretor, equipe pedagógica e secretária. Suas decisões são soberanas e obedecem
a rigorosidade da lei, onde seus componentes buscando uma ação concreta agem
da seguinte maneira:
A auto avaliação do professor;
Análise diagnóstica da turma;
Análise dos casos mais relevantes da turma;
Discussão de soluções possíveis para os problemas apontados.
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Seção IV
Do Conselho de Classe
Art. 22 O Conselho de Classe é órgão colegiado de natureza consultiva e
deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no Projeto Político
Pedagógico da escola e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar
as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do
processo ensino e aprendizagem.
Art. 23 A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após analisar as
informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo
ensino e aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-
se dos conteúdos curriculares estabelecidos.
Parágrafo Único – É da responsabilidade da equipe pedagógica organizar
as informações e dados coletados a serem analisados no Conselho de
Classe.
Art. 24 Ao Conselho de Classe cabe verificar se os objetivos, conteúdos,
procedimentos metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação
pedagógico-educativa, estão sendo cumpridos de maneira coerente com o Projeto
Político Pedagógico do estabelecimento de ensino.
Art. 25 O Conselho de Classe constitui-se em um espaço de reflexão pedagógica,
onde todos os sujeitos do processo educativo, de forma coletiva, discutem
alternativas e propõem ações educativas eficazes que possam vir a sanar
necessidades/dificuldades apontadas no processo ensino e aprendizagem.
Art. 26 O Conselho de Classe é constituído pelo(a) diretor(a) e/ou diretor(a) auxiliar,
pela equipe pedagógica, por todos os docentes que atuam numa mesma turma e/ou
série e os alunos representantes de turmas, por meio de:
I. Pré-Conselho de Classe com toda a turma em sala de aula, sob a coordenação do
professor representante de turma e/ou pelo(s) pedagogo(s);
O Conselho de Classe “dito” no Regimento Escolar
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
II. Conselho de Classe Integrado, com a participação da equipe de direção, da
equipe pedagógica, da equipe docente, da representação facultativa de alunos e
pais de alunos por turma e/ou série.
Art. 27 A convocação, pela direção, das reuniões ordinárias ou extraordinárias do
Conselho de Classe, deve ser divulgada em edital, com antecedência de 48
(quarenta e oito) horas.
Art. 28 O Conselho de Classe reunir-se-á ordinariamente em datas previstas em
calendário escolar e extraordinariamente, sempre que se fizer necessário.
Art. 29 As reuniões do Conselho de Classe serão lavradas em Ata, pelo(a)
secretário(a) a escola, como forma de registro das decisões tomadas.
Art. 30 São atribuições do Conselho de Classe:
I. analisar as informações sobre os conteúdos curriculares, encaminhamentos
metodológicos e práticas avaliativas que se referem ao processo ensino e
aprendizagem;
II. propor procedimentos e formas diferenciadas de ensino e de estudos para a
melhoria do processo ensino e aprendizagem;
III. estabelecer mecanismos de recuperação de estudos, concomitantes ao processo
de aprendizagem, que atendam às reais necessidades dos alunos, em consonância
com a Proposta Pedagógica Curricular da escola;
IV. acompanhar o processo de avaliação de cada turma, devendo debater e analisar
os dados qualitativos e quantitativos do processo ensino e aprendizagem;
V. atuar com corresponsabilidade na decisão sobre a possibilidade de avanço do
aluno para série/etapa subsequente ou retenção, após a apuração dos resultados
finais, levando-se em consideração o desenvolvimento integral do aluno;
VI. analisar pedidos de revisão de resultados finais recebidos pela secretaria do
estabelecimento, no prazo de até 72 (setenta e duas) horas úteis após sua
divulgação em edital.
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
PARA ANALISAR E COMPARAR
Nesse momento você irá fazer um quadro comparativo
descrevendo as divergências encontradas entre o DITO e o FEITO na
sua experiência de participações em Conselho de Classe.
O DITO Projeto Político
Pedagógico
O DITO Regimento Escolar
O FEITO Conselhos de Classe
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Após esse estudo resolva os casos abaixo, colocando-se no
momento em que esses casos foram determinados:
ESTUDO DE CASO
CASO 1:
Diante do exposto, levante possíveis causas que levaram a
turma a apresentar esse rendimento indicando ações para uma tomada
de decisão.
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Ao término do 2º bimestre, reuniram-se os professores,
equipe pedagógica, direção e secretária da escola para fazerem o Conselho de Classe. Verificou-se, no momento, que dos quatro 9os anos do Ensino Fundamental existentes na escola, apenas o 9o ano B apresentou baixo rendimento em História, ficando 16 alunos com notas abaixo da média estabelecida no Regimento Escolar, que é (6,0). A referida turma é composta por 35 alunos.
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
CASO 2:
Diante do caso 2, esclareça a tomada de decisão do Conselho
de Classe que justifique o resultado final dessas alunas. Sua resposta
deverá ter por finalidade fornecer os esclarecimentos necessários em
caso de recursos de revisão de nota.
Ao término do 4º bimestre, no Conselho de Classe Final,
constatou-se que na 1ª série do ensino médio uma aluna foi reprovada por não atingir média anual em duas disciplinas: totalizou em Matemática (5,5) e em Língua Portuguesa (4,3). Na mesma turma outra aluna foi aprovada por conselho de classe em Língua Portuguesa (5,0), Filosofia (5,5). Em ambos os casos as alunas apresentaram um avanço durante cada
bimestre, porém não atingiram a média anual de (6,0).
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Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
Finalizando...
Vimos até o momento que uma das características fundamentais do
Conselho de Classe é a perspectiva de espaço interdisciplinar de estudo e tomadas
de decisão sobre o trabalho pedagógico desenvolvido na escola. Nesse sentido,
após a análise dos documentos base, conclui-se que o Conselho de Classe é um
órgão deliberativo que deve atender os seguintes requisitos:
objetivos a serem alcançados;
uso de metodologias e estratégias de ensino;
critérios de seleção de conteúdos curriculares;
projetos coletivos de ensino e atividades;
formas, critérios e instrumentos de avaliação utilizados para a
aprendizagem do aluno;
formas de acompanhamento dos alunos com dificuldades de
aprendizagem;
critérios para a análise do desempenho dos alunos ao final do ano
letivo;
As reuniões de Conselho de Classe, cuja pauta engloba as necessidades
de ensino e aprendizagem que se apresentam no cotidiano escolar, devem ocorrer
sempre que consideradas necessárias e podem ser convocadas por qualquer um
dos seus membros.
O estudo da origem do Conselho de Classe no Brasil permitiu constatar
que sua implantação se deu a partir de uma necessidade sentida pela comunidade
escolar e por uma reivindicação pedagógica dos professores, ocasionada por essas
características de fragmentação e isolamento presentes na organização da escola.
Entretanto esse espaço não tem conseguido cumprir o seu intento que era
de ter uma função essencialmente pedagógica, na perspectiva de auxiliar o
processo de ensino e aprendizagem. A proposta partia da necessidade de maior
conhecimento do aluno e do pressuposto de que o processo coletivo de avaliação
seria qualitativamente superior ao individual, ou seja, um processo de avaliação que
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
englobasse as diferentes óticas dos diversos profissionais viabilizaria um julgamento
mais criterioso, garantindo melhor atendimento pedagógico e, consequentemente,
maior acerto na tomada de decisão. Como afirma Marochi(2006), o adotado pela
maioria dos educandos no Conselho de Classe, provoca, sob o manto da ‘justiça’,
um verdadeiro rito coletivo de exclusão. Precisamos, portanto, transformar esse
espaço em momentos que permitam análises mais globais do aluno em relação aos
trabalhos desenvolvidos dentro e fora da sala de aula, pelos mais diversos
profissionais e que de fato deixe de ser excludente e passe a ser um espaço de
discussões e decisões na busca de alternativas que concretizem ações pensadas
coletivamente.
A partir do estudo realizado, e após assistir ao vídeo: EDUCAÇÃO E VIDA
(Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=mNlgV5i7um4) descreva o que deve
ser e o que não deve ser o Conselho de Classe. Pensando que na segunda coluna
(deve ser) sinalizem propostas de ações para um Plano Piloto de um Conselho de
Classe diferenciado e que possa ser efetivado gradativamente em sua escola.
NÃO DEVE SER
DEVE SER
Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
SAIBA +
“Por uma ação libertadora”
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: Mito & Desafio: uma perspectiva construtivista. 43ª Ed. Porto Alegre: Mediação, 2013, p.137-146.
“O Conselho de Classe”
CRUZ, Carlos Henrique Carrilho. Conselho de Classe espaço de diagnóstico da prática educativa escolar. 2ª Ed. São Paulo: Loyola, 2011, p. 05-12.
ANOTAÇÕES
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Ionara Cristine Orso Jakovacz Pedagoga
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Lei 5692 de 11 de agosto de 1971. Fixa as
diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências. Disponível em <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/l5692_71.htm>. Acesso em 25 de maio de 2013. CRUZ, Carlos Henrique Carrilho. Conselho de Classe espaço de diagnóstico da prática educativa escolar. 2ª Ed. São Paulo: Loyola, 2011.
DALBEN, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas. Trabalho escolar e conselho de classe. 2ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 1994. ________, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas. Conselhos de Classe e Avaliação: Perspectivas na gestão pedagógica da escola. Campinas, SP:
Papirus, 2004. FIGURA. Disponível em: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Acesso em novembro de 2013 FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem gosta de ensina. 15ª Ed.
São Paulo, Olho d’água, 2005. ________, Paulo. Educação e Mudança. 29ª Ed. Rio de Janeiro, 2006. HOFFMANN, Jussara. O jogo do contrário em avaliação. 7ª Ed. Porto Alegre: Mediação, 2011. ________,Jussara. Avaliação: Mito & Desafio: uma perspectiva construtivista.
43ª Ed. Porto Alegre: Mediação, 2013. MAROCHI, Zélia Maria Lopes. Políticas Públicas de Educação para o Sucesso Escolar: correção de fluxo no Paraná (1995-1999). São Paulo, SP, 2006.
Dissertação (Mestrado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP MORETTO, Vasco Pedro. Prova: um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas. 6. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 93-122. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Projeto Político Pedagógico – Colégio Estadual Manoel Ribas. Telêmaco Borba, 2012. p. 26-28 PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Regimento Escolar – Colégio Estadual Manoel Ribas. Telêmaco Borba, 2012. p.15-17
ROCHA, Any Dutra Coelho da. Conselho de Classe: burocratização ou participação? Rio de Janeiro: Francisco Alves,1986.