gaivota 148 - maio e junho de 2008

12
13º PROJETO “UMA SEMANA PRÁ JESUS”: A IGREJA SE MOBILIZA Na cidade de Jardim, MS, a Federação das Sociedades Metodistas de Mulheres da 5ª Região, re- aliza este ano, o seu 13º Projeto “Uma semana prá Jesus”. O evento se desenvolverá durante os dias 10 a 19 de julho próximo, com o objetivo de evangelizar a população daquela cidade e construir uma Igreja, com a colaboração e esforço de homens, mulheres, jovens e juvenis, que se dedicarão a essa obra missionária. Em Piracicaba, os grupos societários se mobilizam na arrecadação de fundos, mantimentos, vestuário e outros utensílios que serão distribuídos à população carente do local. “ACAMPADENTRO” A VISTA Você já se imaginou passar uma noite de inverno, em uma chá- cara, com direito a fogueira e enrolada, com certeza, em um co- bertor? Não é sonho. É pura realidade. A sugestão foi dada por D. Sara Toledo Veiga, após a reunião de oração. “Nós, mulheres, mais a família do pastor, acamparemos no arraial”, diz Inayá Ometto, “quando iremos saborearear uma sopa bem quentinha e participar de uma devocional dirigida pelo Rev. Paulo. Encerrando a noite, um delicioso chá estará nos es- perando. Dormiremos, se isto for possível, na casa grande e nas casinhas que o Antonio Orlando e eu construímos para nossos filhos. Para que tudo dê certo, você deve levar desde colchonete, roupa de cama, cobertor e uma touca para não morrer de frio. Pela manhã, tomaremos café e participaremos de uma devocional”. Depois dessa, só resta voltar para casa, pedindo mais. Pre- parem-se, mulheres! Temos somente 25 lugares! CAMPANHA DOS TALENTOS CHEGA AO SEU FINAL Iniciada em abril, a campanha dos talentos ter- minará no dia 28 de junho próximo. As sócias esti- veram durante esse tempo, preparando seus produ- tos e oferecendo-os à Igreja, para, assim, angariar fundos para a SMM, os quais serão aplicados nos vários trabalhos assistenciais, desenvolvidos pelas mulheres. Na ocasião, o resultado desses talentos será entregue, em devocional preparada pela co- missão organizadora. 18 Anos de Gaivota Serão Comemorados O Corpo Editorial do Jornal está empenhado na comemoração do 18º aniversário da “Gaivota”. A data ain- da não foi marcada pelas responsáveis pela programação, mas prometem realizar, com muito carinho, uma bela festa nessa data tão importante para a SMM. Aguardem maiores de- talhes! Ano 18 Maio – Junho / 2008 nº 148

Upload: gaivota-metodista

Post on 04-Jul-2015

517 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

13º PROJETO “UMA SEMANA PRÁJESUS”: A IGREJA SE MOBILIZA

Na cidade de Jardim, MS, a Federação das Sociedades Metodistas de Mulheres da 5ª Região, re-aliza este ano, o seu 13º Projeto “Uma semana prá Jesus”. O evento se desenvolverá durante os dias 10 a 19 de julho próximo, com o objetivo de evangelizar a população daquela cidade e construir uma Igreja, com a colaboração e esforço de homens, mulheres, jovens e juvenis, que se dedicarão a essa obra missionária. Em Piracicaba, os grupos societários se mobilizam na arrecadação de fundos, mantimentos, vestuário e outros utensílios que serão distribuídos à população carente do local.

“ACAMPADENTRO” A VISTAVocê já se imaginou passar uma noite de inverno, em uma chá-

cara, com direito a fogueira e enrolada, com certeza, em um co-bertor? Não é sonho. É pura realidade. A sugestão foi dada por D. Sara Toledo Veiga, após a reunião de oração. “Nós, mulheres, mais a família do pastor, acamparemos no arraial”, diz Inayá Ometto, “quando iremos saborearear uma sopa bem quentinha e participar de uma devocional dirigida pelo Rev. Paulo. Encerrando a noite, um delicioso chá estará nos es-perando. Dormiremos, se isto for possível, na casa grande e nas casinhas que o Antonio Orlando

e eu construímos para nossos fi lhos. Para que tudo dê certo, você deve levar desde colchonete, roupa de cama, cobertor e uma touca para não morrer de frio. Pela manhã, tomaremos café e participaremos de uma devocional”. Depois dessa, só resta voltar para casa, pedindo mais. Pre-parem-se, mulheres! Temos somente 25 lugares!

CAMPANHA DOS TALENTOS

CHEGA AO SEU FINALIniciada em abril, a campanha dos talentos ter-

minará no dia 28 de junho próximo. As sócias esti-veram durante esse tempo, preparando seus produ-tos e oferecendo-os à Igreja, para, assim, angariar fundos para a SMM, os quais serão aplicados nos vários trabalhos assistenciais, desenvolvidos pelas mulheres. Na ocasião, o resultado desses talentos será entregue, em devocional preparada pela co-missão organizadora.

18 Anos de GaivotaSerão Comemorados

O Corpo Editorial do Jornal está empenhado na comemoração do 18º aniversário da “Gaivota”. A data ain-da não foi marcada pelas responsáveis pela programação, mas prometem realizar, com muito carinho, uma bela festa nessa data tão importante para a SMM. Aguardem maiores de-talhes!

Ano 18 Maio – Junho / 2008 nº 148

Page 2: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

Diretoria da SMMPresidente:

Vera Baggio AlvimVices:

Inayá T. Veiga OmettoPriscila Barroso Segabinazzi

Secretária de ata:

Clóris AlessiSec. Correpondentes:

Rosália T. Veiga OmettoWilma Baggio Câmara da Silva

Tesoureira:

Sílvia Novaes RolimAgente da VozMissionária:

Cinira Cirillo Cesar

ExpedienteGAIVOTA é o órgão ofi cial da Sociedade Metodista de Mulheres Catedral Metodista de Piracicaba.

Redatora:

Vera Baggio AlvimCorpo Editorial:

Inayá Ometto Clóris AlessiDarlene Barbosa SchützerWilma Baggio Câmara da Silva

Secretária:

Wilma Baggio Câmara da SilvaR. Euclides da Cunha, 285 - Ap 51Bairro Nova América. CEP: [email protected]

Produção e Impressão:

Printfi t SoluçõesFotos:

Rev. Paulo Dias NogueiraTerezinha Varela

Distribuição:

Sílvia Novaes Rolim

Aquecendo com Amor

No dia 8 de maio, a SMM, representada por algumas sócias e pelo Rev. Paulo Dias No-gueira, visitou os residentes do Lar Betel.

Muito feliz na refl exão, o pastor afi rmou que “Deus tem feito coisas boas para nós. Ele nos amou primei-ro e nos ensinou a importância de amar ao próximo. Precisamos ser bons para outras pessoas, expressando o nosso carinho”. Tocando seu violão, o pastor ensi-nou, usando gestos, uma canção intitulada “Deus é bom para mim”. Todos os presentes, repetindo a ges-ticulação, participaram alegremente desse momento, cantando com entusiasmo.

Na seqüência, as sócias distribuíram as mantas de “soft”, das mais variadas padronagens e cores, aos ido-sos. Os sorrisos se abriam ao receberem aquele lindo presente. A satisfação deles era enorme e a nossa, maior ainda.

Foi uma campanha abençoada, pois o inverno dessas pessoas será quentinho e, sobretudo, mais colorido.

Deus esteve presente ali naquela tarde.Inayá Ometto

Momento Devocional

Inverno ColoridoMantas

GAIVOTA • Maio/Junho • 20082

Page 3: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

Os (as) motoristas de plantão já devem ter passado pela triste experiência de não poder controlar o veículo... uma derrapagem, por exemplo, quando você quer ir pra um lado e o carro quer ir para outro.

De vez em quando as derrapagens atingem nossa vida... seja em pequenas ou grandes questões, saímos de um tra-çado bom, e somos dominados pelo que não queremos.

Imagino que Paulo esteja tratando exatamente desse tema no texto de Romanos 7.19, quando sintetiza este sentimento dizendo “Porque não faço o bem que prefi ro, mas o mal que não quero, esse faço”. Talvez possamos pa-rafraseá-lo dizendo: “a vida que eu quero viver eu não vivo, mas a que eu não quero, esta eu vivo”. A meu ver, esse é o drama nosso e do apóstolo.

Mas o que fazer diante dessa luta entre acertos e erros que acompanham nosso dia a dia? Sim, porque isto nos deprime, nos entristece... existe quem abandone a fé por não se considerar capaz de vencer as tentações.

Penso que diante disso precisamos notar que não es-tamos sós. Paulo, o apóstolo, está fazendo uma confi ssão pública ao dizer que tem difi culdades diárias, que erra, que é vencido pela sua humanidade. Isto nos provoca a uma re-fl exão! Especialmente para nos lembrar que, mesmo quan-do adentramos no caminho da fé evangélica, continuamos sendo carne e sangue, naturais. Esta realidade é demonstra-da em vários personagens da bíblia... lembremos do Davi adúltero e assassino, às vezes até omisso. Lembremos de Moisés, irritado, muitas vezes perante um povo incrédulo e murmurador! E Pedro, em sua impulsividade... Jeremias, em seu lamento.

A conversão não pode nos tirar do chão, do mundo, e de nós mesmos. Converter-se signifi ca encarar quem so-mos a partir de uma nova ótica... de que somos pobres, ca-rentes, mas, mesmo assim, alvos do amor de Deus. Muita gente quer se divinizar porque conheceu Jesus... isto gera frustração e trauma. É um processo contínuo de melho-ria... “de fé em fé”, como diria a bíblia.

Paulo não estava só em seu problema. Nós também não estamos. Mesmo no caminho do Senhor, continuamos tendo falhas, limitações. A fé não é uma superação má-gica das nossas fraquezas, pelo contrário, como diz David Fisher, um pastoralista norte americano: “... é o poder do evangelho misturado a fraqueza humana, tudo envolto numa experiência só”. A fé nos remete a uma luta íntima diária entre o bem e o mal. Por isso, não se condene por viver em lutas... elas fazem parte do caminho para se chegar a Deus. Mesmo porque, Paulo nos lembra que temos a Graça de Deus.

Ele continua o debate sobre a luta interior no cap. 8. de Romanos. No primeiro versículo diz que: “... não exis-te mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus”. Penso que poderíamos dizer que não existe condenação para quem enfrenta esse desafi o!

Como é difícil pra muita gente aceitar que vivemos a Graça! Quanta resistência se tem à Graça e Deus! Como

Rev. Nilson da Silva Júnior.

cristãos, temos retrocedido! A igreja pós-moderna está, na minha compreensão, entrando na contra-mão de Jesus, que declara em João “... eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo” (Jo 12.47). E a igreja, infelizmente, tem se voltado mais para o julgamento do que para a salvação. E isso tem gerado mágoa, desrespeito e até cisões.

Não podemos fugir de Cristo! Especialmente em rela-ção a nós mesmos. Devemos cuidar bem do que fazemos e buscar a santifi cação, mas não podemos esquecer da Graça que nos liberta. A graça deve nos libertar de nossas culpas e julgamentos! Quando não a aceitamos isso, corremos o risco de entrar em depressão, em frustração... não temos o direito de praticar essa autocondenação – isto nos tira do caminho de Deus!

Mesmo porque, segundo o apóstolo, o Espírito San-to vem nos ajudar em nossa fraqueza. No v. 26 do cap.8, Paulo assegura - na tradução linguagem de hoje, ele diz que “Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar na nossa fraqueza. Pois não sabemos como devemos orar, mas o Espírito de Deus, com gemidos que não podem ser explicados por palavras, pede a Deus em nosso favor” . Esse é um fato facilitador e, ao mesmo tempo, complicador. Quando es-tamos sensíveis ao Espírito e nos submetemos a Ele, temos chance de evitar o que não devemos, mas quando não esta-mos sensíveis ao Espírito, então, somos suscetíveis à nossa própria humanidade.

Muita gente tropeça por não perceber a ação de Deus. É muito simples... temos que estar no espírito, no contex-to, na direção, na lógica de Deus, então, damos a atenção devida ao seu Espírito! Não podemos estar expostos a nós mesmos, às nossas próprias tentações... se não o Espírito não tem como nos ajudar! Jesus nos orientou bem dizendo em Mateus 5:29 “ Se o teu olho direito te faz tropeçar, ar-ranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno” – o olho, aqui, pode representar tantas coisas! Hábitos, pessoas, lugares, assuntos.

Paulo afi rma: o Espírito nos ajuda em nossas fraque-zas... mas precisamos ajudar o Espírito Santo a nos ajudar. Se nós mesmos não nos ajudarmos, nem Deus pode fazê-lo!

Existem coisas que nos envergonham... nem tudo que fazemos é bom... infelizmente, recorremos com freqüência ao drama de Paulo... fazemos o que não queremos, vive-mos o que não nos completa, não nos realiza e pra que não caiamos em frustração pelos nossos fracassos, precisamos lembrar: Não estamos sós... este é um mal que nos atinge a todos/as... não nos tornamos anjos alados quando passa-mos a seguir a Jesus. Temos a Graça de Cristo. É por ela, e só por ela que nos atrevemos nesse caminho de piedade... a lei já foi superada na cruz... e mais, o Espírito Santo nos ajuda em nossa fraqueza... basta percebermos sua presença e atendermos sua direção.

Que Deus nos ajude em nossas derrapagens pelos mo-mentos da vida. Amém!

ENTRE O QUE VIVOE O QUE GOSTARIA DE VIVER.

GAIVOTA • Maio/Junho • 2008 3

Page 4: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

Os israelitas tinham três grandes fes-tas: a Páscoa (Lv 23.5), a Festa das Primícias (Lv 23.10-14), e a Festa

de Pentecostes (Lv 23.15-21), que era a segunda grande festa do ano judaico, onde as primícias do trigo eram oferecidas ao Senhor. Ela acontecia sete semanas após o início da ceifa da cevada.

Após a ressurreição de Jesus, os Evangelhos contam os encontros do Cristo ressuscitado com seus discípulos. Todo este tempo se prolonga por 50 dias (7 semanas) e, ao fi nal, celebramos a che-gada do Espírito Santo como promessa de Jesus Cristo à Igreja nascente, cumprindo a profecia de Joel de que o Espírito de Deus seria derrama-do sobre toda carne.

No século I da era cristã, as comunidades judaicas estavam espalhadas de oeste a leste do Império Romano, desde a Itália até a Babilônia. Naquele dia, judeus oriundos de todas as nações, estavam visitando Jerusalém para a Festa do Pen-tecostes e presenciaram um acontecimento ex-traordinário: o derramar do Espírito.

O Pentecostes ressalta o poder da união. Os discípulos estavam em Jerusalém, aguardando a vinda do Espírito Santo. Não estavam somente os 12, mas 144 pessoas. O Pentecostes acontece num momento em que os discípulos estão todos reunidos. O texto é redundante, “estavam todos reunidos em um mesmo lugar”.

O Pentecostes ressalta o poder da comunica-ção – existem diversas interpretações e posicio-namentos. Mas o grande milagre está não no fa-lar, mas no ouvir. Seria um fenômeno profético. Não se trata de línguas que ninguém entende, mas de diferentes línguas, entendidas pelos di-ferentes “povos”. Na história da torre de Babel, os seres humanos se colocaram acima de Deus e, com isso, as línguas se confundiram. No Pen-tecostes as línguas se unifi cam. A mensagem é compreensível.

Após o Pentecostes, quando os discípulos abrem seus lábios para transmitir a mensagem de Deus, as pessoas compreenderam muito bem a mensagem, não entenderam o processo (como é possível?) , mas a mensagem era muito clara: Deus estava fa-lando aos seus corações por intermédio dos/as dis-cípulos/as de Jesus.

Rubem Alves escreveu um livro muito interessante, inti-tulado ‘A Princesinha que fa-lava sapos”, onde ele conta a história de uma linda prince-sa totalmente voltada para si e sua beleza, uma cópia femi-nina de Narciso. Pela falta de conteúdo, aquela princesinha, um belo dia, começa a soltar sapos pela boca, cada vez que abria a boca, soltava um sapo. A notícia se espalhou e todos passaram a fugir dela. No mesmo dia em que ela nas-ceu, uma outra princesinha também nasceu, só que ela não era tão bonita como Lin-da, seu nome era Xerazade, ti-rado de As Mil e Uma Noites. Essa jovem gostava muito de ler, o que encheu sua alma de coisas fascinantes e fez com que ela se interesse por algo mais além de sua aparência fí-sica. Um dia, aconteceu algo fantástico com a princesinha: toda vez que ela falava saíam lindas fl ores perfumadas e coloridas. Por onde ela ia, era só falar para que jardins aparecessem.

Rubem Alves, como poeta e amante da leitura afi rma que o conteúdo da mensagem de Xeraza-de era proveniente de suas leituras. Parafraseando Rubem Alves, podemos dizer que signifi cado e re-levância da mensagem da Igreja de Cristo é prove-niente do Espírito Santo.

PENTECOSTES, CONSTRUINDO P“...tanto judeus como prosélito

GAIVOTA • Maio/Junho • 20084

Page 5: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

- Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse.

De repente num só impulso, o irmão mais ve-lho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte. O carpinteiro que fez o trabalho partiu com sua caixa de ferramen-tas.

- Espere, fi que conosco! Tenho outros traba-lhos para você.

E o carpinteiro respondeu:- Eu adoraria, mas tenho outras pontes a cons-

truir...

O Pentecostes nos leva a construir pontes na direção de todas as pessoas. Pentecostes é tempo de reafi rmar e promover a união, a comunicação e o sentido da nossa vocação como povo de Deus.

O Pentecostes dá sentido à vida. Quando o Espírito Santo entra em nossas vidas, Ele enche-nos, transborda-nos e redireciona nossas vidas. Quantas vidas vazias fi caram cheias pela graça de Deus. Até o Pentecostes, os apóstolos eram homens tímidos, medrosos, trancados nos quar-tos, mas depois do Pentecostes, eles perderam o medo e encontraram um sentido para suas vidas: proclamar o reino de Deus. João Wesley experi-mentou a renovação da presença de Deus na sua vida, após a experiência de Aldersgate. No dia se-guinte, ele era um novo homem, com o coração transbordante da presença de Deus e cheio de amor pelas pessoas e segue proclamando o amor de Deus, na certeza de que sua paróquia cresceu, sua paróquia cresceu. O Espírito Santo lhe deu novas formas de pensar e viver o reino de Deus.

Amélia TavaresRedatora Voz Missionária

PONTES E PROMOVENDO A VIDAos cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?” (Atos 2.11)

Quando eu penso no Pentecostes, eu lembro da seguinte história:

Havia dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, mas eles se desentenderam. A desavença que começou pequena, passou pela troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de silêncio. Numa manhã o

irmão mais velho ouviu ba-terem a sua porta. Ao abri-la, notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro na mão.

- Estou procurando tra-balho, disse ele. Talvez você tenha algum serviço para mim.

- Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho, na realidade do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use-a para construir uma cerca bem alta.

O irmão mais velho en-tregou o material e foi para a cidade. O homem fi cou ali cortando, medindo, traba-lhando o dia inteiro. Quan-do o fazendeiro chegou não acreditou no que viu: em vez

de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do rio. Era um belo trabalho, mas o fazendeiro fi cou enfurecido e falou: - Você foi atrevido construindo esta ponte depois de tudo o que lhe contei.

Mas as surpresas não pararam por aí. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se apro-ximando de braços abertos:

Consulta:Bíblia de Estudo de Genebra. Edição Revista e

Atualizada. Editora Cultura Cristã/Sociedade Bí-blica do Brasil, 1999.

GAIVOTA • Maio/Junho • 2008 5

Page 6: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

A Pales

As doresO que é a dor? Segundo o dicionário é impressão desa-

gradável e penosa proveniente de lesão, contusão do organismo ou de uma parte da pele. Sofrimento físico ou moral. Mágoa, pesar, afl ição, angustia. Dó, compai-xão, condolência.

Biblicamente, podermos dizer que dor é o distan-ciamento da vontade de Deus. Dor é sofrimento, é quebra, é rompimento, é falta.

Os saboresE os sabores, o que são?Impressão que as substâncias sápidas produzem

na língua, informa o dicionário. E ainda: proprieda-des que têm as substâncias de impressionar o paladar. Qualidade, tom, caráter, Graça, espírito, jovialidade. Capricho, vontade.

Saborear é dar sabor. Comprazer-se, deleitar-se. En-tregar-se com delícia a, gozar voluptuosamente. Rego-zijar-se, gloriar-se.

Há sabores doces, agridoces, amargos, ácidos, api-mentados. Há sabores bons e ruins, agradáveis e desa-gradáveis.

Ser mulher – um breve passeio históricoHá dores e sabores de ser mulher, há dores e sabores

de ser gente! Conhecer um pouco a história das mu-lheres do passado ajuda-nos a entender o que somos e como somos.

Dores e sabores - década de setenta. Pílula anticon-cepcional, urbanização e entrada em massa da mulher de todas as classes sociais no mercado de trabalho de-ram liberdade material e sexual à mulher.

Ao mesmo tempo que a mulher se liberava, saía de casa, estudava, convivia com os modelos e padrões éti-cos que eram os das décadas passadas: sonhar com o príncipe encantado, com o marido mantenedor, com a fi delidade. A mulher nesta década teve que conci-liar tendências diferentes que vinham do interior de si mesma e do exterior que mudava aos poucos.

Dores e sabores... O que pudesse ferir as institui-ções básicas da sociedade – família, casamento, era barrado. Não havia felicidade possível fora delas. Éra-mos educadas para casar, ter fi lhos e ao mesmo tempo estimuladas a ir trabalhar, profi ssionalizar-se e ser dona de casa, ser boa profi ssional e criar fi lhos e sacrifi car-se por eles.

Feminismo? Era um palavrão. Foi preciso coragem, dores e sabores amargos para lutar na rua, no trabalho, em casa e na cama pelos nossos desejos, nossas verda-des e interesses. Loucas estas sufragistas, queimadoras de sutiãs, perversas estas que gritam pela liberdade... Sabores bons, trinta anos depois é delas que devemos lembrar. Hoje, nós mulheres votamos, participamos da política, somos maioria nas universidades, aumenta-mos nossa participação no mercado de trabalho, rom-

pemos o esterótipo de sexo frágil.Dores. Entramos no século XXI trazendo velhas

questões: modesta presença das mulheres no poder, exclusividade no trabalho doméstico, números alar-mantes da violência de gênero, o preconceito e outras formas de intolerância com relação à mulher. Ainda lutamos por uma cidadania plena, onde todos sejam respeitados, necessitamos de lugares melhores para os nossos fi lhos fi carem enquanto saímos para trabalhar. É por isso que antigas questões continuam atuais.

O que moveu esta história? O que fez estas mulhe-res lutarem? Foi e é o desejo. Desejo este que moveu em busca de. Acreditaram que poderiam mudar para melhor. O desejo nasce da falta, da necessidade, da in-completude humana. Quero falar do desejo nesse sen-tido, pois é um termo amplo e pode ser entendido de muitas maneiras. Com certeza essas mulheres entraram em contato com as dores, com necessidades internas e externas e foram à luta para encon-trar sabores melhores. O que nos faz agüentar as dores e irmos em direção aos sabores são os nossos desejos e a possibilidade de satisfazê-los. Conti-nuamos indo à luta, indo em dire-ção ao que precisamos...será?

O desejo, segundo Dr. Ivan Ca-pelatto “é espera, é luta, é paciência por um momento especial a che-gar”.

Quero enfatizar a necessidade de nos conhecermos para que, conhe-cendo nossos desejos, passemos a nos orientar. Quando os desejos es-tão desorientados, desnorteados, vi-vemos a impossibilidade da espera, da paciência. Acabamos, escolhendo qualquer coisa, principalmente a que nos trouxer satisfação imediata. Há necessidade de conhecer o que há dentro de nós mesmas para pros-seguirmos, não só enquanto “luta feminina”, mas lu-tarmos também por nós mesmas, cada uma com suas questões.

Quero e preciso desejar. Isto me impulsiona, me leva a buscar, a viver as relações comigo mesma e com o outro. Preciso do outro, desejo a experiência, desejo o desejo do outro, me vejo no outro para prosseguir. De-sejo ser uma mulher integrada, uma mulher que ama, que tem prazer e dá prazer, que deseja e é desejada. Isso se dá com sentidos, sentimentos, afetos. Ocorrem as mais variadas manifestações: agressividade, ciúme, inveja. Não quero ser excluída – isso dói; quero ser incluída, isso dá sabor.

Hoje, queremos saborear tudo de uma vez, como

Dores e SGAIVOTA • Maio/Junho • 20086

Page 7: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

strante

se tivéssemos capacidade para isso. Saborear tudo é impossível, traz angustia. Saborear tudo traz mal es-tar. Vivemos intoxicados - o aumento avassalador de estímulos culmina em uma sensação de sufocamento, intenso desespero e vivência de desamparo. Vivemos o excesso de tudo: relações sem sentido, sexo sem amor, informação demais, drogas, álcool, imediatismo, remé-dios, terapias breves, som alto, violência, vandalismo que caracterizam o medo. Temos que fi car em rede, conectados 24 horas por dia, não fi car fora de nada, imagens, mundo virtual... e a realidade?

Tudo o que se procura é prazer imediato. Vive-mos um narcisismo coletivo, um amor absoluto de si mesmo, tanto que em algumas áreas passamos de um mundo de proibição, para um mundo aberto demais, onde tudo é permitido. Passamos da proibição do pra-

zer à obrigação do prazer. Instala-se a ditadura do orgasmo, do corpo perfeito. A sexualidade consagrou-se como condição fundamental para as relações sociais.

A sexualidade esta banalizada e estereotipada, ela invade nosso dia a dia. Corpo à mostra, outra ditadura humilhante, na praia, ruas e acade-mias de ginástica, para as mulheres que não se dobram a um único mo-delo – só se ouve falar nisso e ainda por cima, com vulgaridade. Graças à mídia/imagem tem que ter “com-petência”: seios imensos, nádegas si-liconadas. Rugas? Nem pensar. Vale boca de Pato Donald, mais e mais botox, bíceps, tríceps, etc.

Desencantados corações! Amor? Amor faz desejar, sonhar... caiu de moda. Trocou-se o amor pelo sexo. Tudo é erótico. Antes o erotismo era no que estava oculto. Hoje o erotis-mo precisa de imagens para ser efi -ciente. Erotismo era uma metáfora

para o amor – hoje, representação evidente ou direta dos sentidos. Era dos “Big Brotheres” – o privado vem ao público com uma invasão gritante.

Estamos inquietos, parece que temos que ser e ter tudo ao mesmo tempo. Nossos jovens desorientados. Movimentos desarmônicos – acabamos direcionando o nosso sem rumo a lugares vazios, num vácuo sem fi m, numa busca de signifi cação, de sabores cada vez mais passageiros, que não conseguimos desfrutar.

A imagem é essa: “Mulher linda e maravilhosa (capa de revista). “Acorda às cinco horas da manhã, linda, vai para a academia malhar, prepara o café, acorda o marido e os fi lhos no maior bom humor, tomam café juntos, beija o marido, leva os fi lhos à escola e vai tra-

balhar. Sempre vestida impecavelmente. Pega os fi lhos na escola, almoça com eles, volta a trabalhar, chega em casa, é claro, impecável, maquiada, faz lição com os fi lhos, brinca com eles, coloca-os na cama ( e os fi lhos vão na hora que ela quer), vai dormir, tem uma noite linda de sexo, com mil orgasmos diferentes ( mil, por-que se tiver 999, estará fora das estatísticas). Endereço? www.poderosa.com.br”.

Passa-se a idéia que para sermos felizes, precisamos ser assim e que você, mulher, pode conseguir tudo isso, é só querer! Você não dá conta porque você é mal ama-da ou não tem auto-estima sufi ciente!

Vivemos buscando algo, correndo sem saber por quê e para onde. Ficamos perdidos sem saber o que queremos. Caimos nas Patologias do Vazio: depressões, anorexias, obssessividade, bulimias, pânicos, etc. Não temos sustentação. Caímos na apatia, na impotência, perdemos a esperança. Há uma desconexão, pois os sentimentos precisam de tempo, da mágica das rela-ções, das brigas necessárias para o aprofundamento das relações. Ninguém mais quer gastar tempo com isso. Estamos começando a acreditar que o outro não vale a pena. Como tudo é muito rápido, temos a ilusão de conseguir tudo.

Precisamos nos conformar um pouco com a idéia de crescer o sufi ciente e não de crescermos o máximo, sempre mais e sem parar. Tudo tem limites, tudo que é orgânico, tudo que é vivo tem limites. O sabor é tem-porário. Acabamos de saborear, fi camos satisfeitos, de-pois de um tempo volta o desejo de buscar novamente e assim por diante.

Para fi nalizar quero dizer que penso na mu-lher com grande responsabilidade. Mulher é matriz de desejo. É ela que recebe o novo ser, que é a disparadora do desejo. Dores, dores do parto – dor que traz sabor, vida, sentimentos, emoção, e dispara desejos.

Mulher tem esse poder, mas há que humani-zar a mulher para que ela continue buscando, lutando pela cooperação, pela cidadania, contra o preconceito, contra a destruição da terra, por maior liberdade para muitas mulheres que ainda estão escravizadas.Temos poder, mas temos responsabilidade conosco mesmo, com o outro, com as outras mulheres.

Desejo que vocês busquem o melhor para vo-cês, aquilo que é compatível com seus desejos. Este é o meu desejo!

Janice Isabel Rodrigues Bicudo de Faria **

* Palestra proferida no Centro Cultural Martha Watts no dia 14 de março de 2008 ** Psicóloga, Psicanalista, membro da Igreja Metodista Central de Campinas.

Fontes: -Dr Ivan Capelatto, Palestra no Café Filosófi co da CPFL – 2006 - Dra Mary del Priore -História das Mulheres no Brasil, Ed. Contexto

Sabores *GAIVOTA • Maio/Junho • 2008 7

Page 8: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

“Seu” José, O Zelador

Comecei a freqüentar a Igreja Metodista em Pi-racicaba, que não era ainda chamada Central e, muito menos, Catedral, aos 11 anos, quando

me mudei para esta cidade, com o fi to de fazer o ginásio no Colégio Piracicabano. Deixava minha pequena cidade na-tal, Vera Cruz, na Alta Paulista, onde havia uma diminuta congregação metodista.

Não é preciso dizer que a Igreja, no Largo do Merca-do, me surpreendeu: imponente, de grandes dimensões e bonita arquitetonicamente, com os tijolos a vista, lembran-do brinquedos de armar, da minha infância. As novidades eram muitas: o altar, o púlpito, os grandes bancos de ma-deira, o órgão de pedal (a igreja, só anos mais tarde, ganhou o elétrico, da dona Hermelinda Ferraz Barbosa), os lustres, os vitrais, o piano na Escola Dominical, enfi m tanta coisa útil e bonita. E ainda, congregação com mais de trezen-tos membros, escola dominical ainda maior, um belo coro, quartetos, instrumentos musicais, sociedades organizadas com signifi cativo número de sócios.

Entrosei-me logo, matriculando-me como aluno da escola dominical e tornando-me sócio da Sociedade Juve-nil. As atividades eram muitas: classe da escola dominical, reuniões devocionais antes dos cultos da noite, encontros sociais aos sábados, teatro, campanhas de evangelização, en-fi m a Igreja era um lugar onde a gente passava grande parte do tempo.

Foi nessa ocasião que conheci o “seu” José. Faz tanto tempo que não sei se a memória vai me ajudar a reproduzir fi elmente coisas do passado, ou se muita coisa que quero contar já não é uma mistura de realidade e fantasia. Não há informações escritas e, creio, são raríssimas as pessoas, hoje ainda freqüentando a Igreja, que poderiam me ajudar nessa recordação e, mesmo assim, por certo, viveriam esse mesmo dilema.

O “seu” Jose, para mim, já era idoso, mas não sei, ao cer-to, quantos anos tinha. Sua aparência era de alguém já bem vivido, porém com saúde e disposição para o trabalho. Era magro, de altura mediana, com entradas de calvície, mas tinha disposição e andava com desenvoltura. Morava numa casa ao lado da igreja, na Rua D. Pedro II. Era comum o zelador residir próximo do templo, não só para servir de vigilante, numa época em que isto era pouco necessário, mas, sobretudo, para fi car mais fácil a sua presença na igreja e suas dependências, em qualquer dia ou hora, menos às segundas-feiras, quando gozava a folga semanal (mas mes-mo assim, vez por outra, era requisitado para atender algum evento).

O trabalho que fazia não era leve, mas ele o realizava prazerosamente. Era sistemático, cuidadoso e detalhista. Algo que fi xei na minha memória:: ele limpava banco por banco, com uma fl anela, antes de qualquer atividade na igreja. E mais, ele fez pequenas marcas no assoalho, para indicar onde devia fi car cada um dos bancos, de forma ri-gorosamente alinhada. Ele conferia um por um antes do culto.Trazia tudo nos seus devidos lugares.

O “seu” José era amigos dos jovens e juvenis, porém muito rigoroso. Exigia disciplina, cuidado com os bens da igrejae esperava sempre uma ajuda ao fi nal das festas e so-ciais, sobretudo aos sábados, quando a gente tirava móveis e cadeiras dos lugares, que tinham de estar em ordem, na manhã seguinte, para a escola dominical. Qualquer ato de desrespeito ou indisciplina, o que era raro, mas acontecia, ele levava ao conhecimento da temida Junta de Ecônomos. Uma vez por semana, ele subia os degraus da torre da igreja para dar corda e acertar o relógio, que funcionava com um peso pendurado em seu mecanismo e que tinha de ser pu-xado para cima, para que fucionasse. Muitas vezes, ele con-vidava um de nós para acompanhá-lo e ver o seu trabalho, bem como a cidade lá do alto. Uma curiosidade: o acerto da hora e minutos era feito de acordo com a chegada do trem da pontualíssima Companhia Paulista de Estradas de Fer-ro, que encostava na gare precisamente às 14h30. Do alto da torre ele via o comboio chegar e conferia os ponteiros a partir dele.

O “seu” José trabalhou por mais de 20 anos nessa igreja. Foi demitido em meados da década de 60, injustamente. Havia uma decisão (não sei se do responsável pela música ou da Junta de Ecônomos), que autorizava apenas algumas pessoas a tocarem novo órgão elétrico. Ocorre que o pastor da época, muito autoritário, recebendo, num domingo à tarde, alguém de sua amizade, organista, que manifestara a vontade de experimentá-lo, foi contrariado pelo zelador que se negou a entregar a chave do órgão, uma vez que nome da-quela pessoa não estava na lista dos autorizados. Foi suma-riamente despedido pelo pastor, que, diga-se de passagem, não tinha prerrogativas para tomar essa drástica atitude. E mais, ele desconhecia a legislação trabalhista que, naquela época, dava estabilidade a quem tinha mais de 10 anos de trabalho no mesmo emprego. Foi um “pandepá”. A Junta de Ecônomos chamou o pastor, não lhe deu razão. Tentou um acordo, mas nada foi possível. Como único advogado, membro da igreja, fui chamado à reunião e tive de explicar a lei. O “seu” José fi cou irredutível. Tinha sido despedido e então não havia, dizia ele, nada a fazer. Deixou aborrecido o trabalho e mudou-se para Santa Bárbara, onde tinha pa-rentes. Não falava em procurar seus direitos, mas a ameaça de uma reclamação trabalhista pairava no ar. Era o que se temia, pois, se o fi zesse, fatalmente, a Igreja seria obrigada a pagar-lhe indenização em dobro por causa da estabilidade rompida. Seriam mais de 20 salários e outros itens indeni-zatórios. Não me lembro mais se ele chegou a buscar seus direitos no Justiça. Recordo-me, sim, que, depois de muito diálogo, chegou-se a um acordo.

Os membros da Igreja lamentaram, profundamente, a perda do zelador, um crente piedoso, cumpridor de seus deveres, leitor assíduo e profundo conhecedor da Bíblia (guardo a imagem dele, já mais velho, lendo, sempre que podia, as Sagradas Escrituras, com uma lupa, em razão uma defi ciência visual) que deu lições de vida com seu trabalho modesto, mas reconhecidamente bem feito e importante.

Gustavo Alvim

GAIVOTA • Maio/Junho • 20088

Page 9: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

Ocorreu, de 12 a 17 de maio p.p., na ci-dade de Santiago no Chile, o Congres-so de Mulheres Metodistas da Amé-

rica Latina e Caribe, com a participação de 110 mulheres, onde foram discutidos temas de grande importância, estabelecendo metas para o milênio e estabelecendo redes de informações entre as mu-lheres dos Países ali representados.

Na oportunidade, a extrema pobreza, saúde integral, educação, envelhecimento, preparação de novas líde-res e formas de transmissão de liderança, moralização na política, a vio-lência familiar contra mulhe-res e crianças foram os assun-tos levados à pauta, quando representantes de cada País apresentou a realidade em que vivem e as soluções buscadas para ameni-zar tão grande desafi o.

Participaram do evento, além do Chile represen-tado por Gladys Huaiquian, o Brasil representado por Sônia Palmeira e Jane Eyre, Argenti-na representada por Amal Azzam, Bolívia por Marta Marga-rida, o Panamá por Maribel, Equador por Alba, Peru por Luísa Rojas, e Nica-rágua por Rosa He-lena. A abertura dos trabalhos se deu na 1ª. Igreja Metodista de Santiago construída entre 1825 a 1898. A missão sustentada pelas mulheres da Sociedade Local foi a 1ª. base da democracia naquele País. Com a interferência das senhoras o Palácio do Governo permitiu a instalação do me-todismo no Chile em tempo de ditadura.

O culto de abertura fi cou a cargo da ministração de Chita Millan, Presidente Mundial da Federação de Mulheres e direção de Jane Eyre, Presidente da Confederação da América Latina e Caribe. A con-tinuidade dos trabalhos se deram nas instalações do Centro de Espiritualidade Loyola, com participação também das presidentes das Sociedades de Mulhe-res dos Países presentes e demais representantes da Federação Mundial, dentre elas, a Vice-Presidente e Representante da ONU Mia Adjali; da Tesoureira

Lyra Richards; da Secretária Shunila Ruth que também preside uma instituição de meninas e mulheres violentadas no Paquistão. A mesa dire-tiva do Brasil esteve composta por sua Presiden-te Sônia; Vice-Presidente Leila; e pela Tesourei-ra Victalina que compartilharam o relatório do

Plano de Ação para o Quadri-ênio.

O en-c e r r a -m e n t o dos tra-balhos se deu com o teste-m u n h o emoc io -

nado de Kátia Regina Santos Rosa Tor-res, presidente da Federação de mulheres Metodistas da 5ª. RE.

“Não vos conformeis com este sécu-lo,

mas transformai-vos pela renovação da nossa mente,

experimentando qual é a boa e agra-dável vontade de Deus”.

Terezinha Varela

Seminário “Mujeres Metodistasde America Latina Y Las Metas Del Milenio”

Santiago – Chile12 al 17 de Mayo de 2008

Fotos:* Centro de Espiritualidade Loyola (alto, esquerda)* Figuração de Mulheres da Bíblia (meio, direita)* Entrega da Gaivota para Vice-Presidente da Federação Mundial e Pastora Irene (baixo, esquerda)

GAIVOTA • Maio/Junho • 2008 9

Page 10: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

Uma Família Segundoo Coração de Deus

Uma personagem muito conhecida por nós, cristãos, é Davi. Lutou contra o gigante Golias para defender o povo de

Israel e matou um leão para defender suas ovelhas. As referências bíblicas que apontam Davi como “homem segundo o coração de Deus”(At.13.22), destacam sua lealdade e fi delidade a Deus e não a sua força física.(I Sam 13.22).

Ao se aproximar o mês de Maio, quando todas as comemorações se voltam para a família, começo a me perguntar: O que é ser uma família segundo o coração de Deus?

Nós que nascemos até meados dos anos 60 no século XX, temos em mente uma família padrão:pai, mãe e fi lhos. Todos vivendo juntos em um lar onde primam pela obediência a Deus e aos mais velhos, preocupados com a moral e os bons cos-tumes.

Lar onde o provedor (homem) tem um bom emprego e são agraciados com moradia alimenta-ção farta, vida saudável e fi lhos obedientes.

Mas no fi nal do Século XX a organização fami-liar começa a sofrer mudanças e hoje temos: mães cuidando sozinhas de seus fi lhos por viuvez ou se-paração, ou mesmo pela “produção independen-te”; Avós que assumem a responsabilidade de criar os netos por problemas fi nanceiros na família, mesmo contando apenas com sua aposentadoria; Pais e mães que vivem separados mas partilham a educação dos fi lhos, que vivem tempos com um, tempos com o outro, convivendo com irmãos e “meio irmãos”. Alguns com vários meio irmãos de pais diferentes; Mulheres que vivem juntas e criam fi lhos; Homens que vivem juntos também e criam fi lhos; Cada vez mais a mulher assume o papel de provedor da família, pois muitos homens, pelo aumento do desemprego, vivem “de bico”. Numa inversão completa dos papéis.

Nesta confusão familiar fi ca cada vez mais evi-dente a falta de limites, do culto ao Deus verdadei-ro, da moral e da ética. É só ler os jornais, assistir TV ou abrir a Internet para tomar conhecimento sobre:

• A luta pela sobrevivência que favorece cada vez mais o Ter em detrimento do Ser.

• As paixões tomando o lugar do amor, tra-zendo cada vez mais novos relacionamentos com

sentimentos fortes, mas sem raiz, causa de tantas separações e tantos casamentos relâmpagos.

O Sl 127.1 diz:” Se o Senhor não edifi car a casa, em vão trabalham os que a edifi cam”. E Provérbios aponta sete colunas para a edifi cação desta casa se-gundo o coração de Deus.

A primeira é a coluna da SABEDORIA (Prov. 9.1): Ser sábio na escolha dos caminhos a seguir. Em seguida a coluna da INTELIGÊNCIA (Prov. 24.3): Ser inteligente é mais do que obter conhe-cimento e cultura, é usar o dom natural que Deus lhe deu para colocá-Lo como pedra fundamental de sua vida. A terceira é a PRUDÊNCIA (Prov. 31.21): É se antecipar aos acontecimentos sem ser precipitado. I Tim 3.4 nos aponta duas colunas: DISCIPLINA E RESPEITO: Ser disciplinado na educação dos fi lhos e em relação à própria vida, física, moral e fi nanceira.

O respeito nos lembra um mandamento antigo “Honra a teu pai e tua mãe...” (Êxodo 20.12). Res-peitar os limites e as necessidades de cada idade, valorizando o conhecimento adquirido do idoso.

As colunas seis e sete estão em Heb. 3.6 – OU-SADIA E ESPERANÇA. Ser ousado é ter cora-gem para enfrentar e experimentar o novo, o des-conhecido.

Finalmente a Esperança. Sonhar e esperar por dias melhores e não desistir diante das difi culda-des.

Estas sete colunas aproximam nossa casa física e espiritual do coração de Deus.

Viver segundo o coração de Deus não é ser san-to, mas buscar a santidade. É agir com sabedoria, inteligência e prudência. É ser disciplinado com tudo que Deus coloca em nossas mãos, respeitan-do os limites e necessidades de cada um à nossa volta. É ter ousadia para enfrentar os desertos e não deixar a esperança morrer.

Ter um lar segundo o coração de Deus é viver o hoje com responsabilidade, sendo pais amorosos e educadores.

É preciso colocar em ordem a nossa casa física e espiritual, para que esteja inteiramente no coração de Deus. “Agora, pois, temei ao senhor e servi-o com integridade e com fi delidade(...) Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Jos. 24.15-15).

Revª. Romilde Sant’Ana

GAIVOTA • Maio/Junho • 200810

Page 11: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

Umas e Outras

CINCO NOVOSBEBÊS CHEGARAM:

Marcos Gabriel, fi lho de Mário Sérgio e Márcia, deixando a vovó Naly ainda mais sorridente e feliz. Mesmo sendo o 9º neto a emoção é a mesma.

Sarah, fi lha de André e Anna Ruthe. Os avós Susana e Almir Maia estão radiantes com a vinda dessa esperada criança!

Pedro, este bebê foi tão esperado e já é muito amado por todos nós. Seus pais, Samanta e Charles, não cabem em si de tanta feli-cidade e os avós, Eliane e Denisar, compartilham alegre e carinho-samente o nascimento do primeiro neto, que agora é o centro de todas as atenções.

Elena, fi lha de Larissa e Felipe, portadora de muita alegria para a bisavó Sarah e a avó Inayá, que fez um acróstico:

Ela chegou!Linda, suave e meiga. (escrever as iniciais com outro tipo de

letra)Emoldurada num rostinho de anjo,Nasceu nossa menina.Amor meu, seja bem-vinda! (vovó Inayá)

Nicholas é o mais novo bebê do grupo. Seus pais, Denilse e Giovane, estão felicíssimos, assim como os avós Eunice e Ademar, e a bisavó Ercília, pois ele é primeiro fi lho, primeiro neto e primeiro bisneto. É a quarta geração metodista na família.

Recebemos dos nossos queridos Osvaldo e Joa-na um lindo cartão trazendo, ao fundo, uma foto da casa que eles construíram, com os se-

guintes dizeres:Há 35 anos plantamos um sonho... cuidamos, cultiva-

mos, regamos, adubamos, enfrentamos tempestades natu-rais e outras, mas com a graça, amor e proteção de Deus, à partir de março estaremos saboreando os frutos colhidos na realização deste sonho.

Este sonho se chama “Cantinho Osvaldo-Joana” e fi ca na Rua Vinhedo, 205 – Condomínio “Colinas do Piraci-caba”, com acesso pela rodovia Geraldo de Barros, km 180 (Piracicaba – Águas de São Pedro).

Te aguardamos ... lá,

Osvaldo e Joana

A SMM, em nome da Igreja, homenageou os pastores da Catedral, no dia 6 de abril, no culto matutino, quando se comemo-

rou o Dia do Pastor. As sócias Susana Maia, Joana D’Arc B. da Silva, Zezé Martins e Sheila Hussar pre-pararam um belo programa com signifi cativa litur-gia. A sócia Esther Bezerra fez a refl exão baseada na passagem bíblica sobre o Bom Pastor. Muito feliz na explanação do texto, Esther, encerrou citando carac-terísticas dos pastores Paulo Dias Nogueira, Nilson da Silva Junior e. Filipe F. Ribeiro Maia, enaltecen-do suas qualidades com palavras recheadas de afeto, carinho e gratidão por vidas tão preciosas. A Igreja presenteou cada um deles e entregou, também, car-tões para os outros pastores que freqüentam a Cate-dral, vários já aposentados.Trabalhos em andamento:

Talentos: deliciosos pães e roscas de ricota têm sido feitos por diversas socias em prol da

campanha. Toda 3ª feira saem do forno delícias incrí-veis. Encomende o seu também.

Semana pra Jesus: o grupo de trabalho está fazendo saborosas tortas salgadas.

Aguarde pelo boletim os dias da promoção e deguste essa delicia.

Marcos Gabriel

Sarah

Pedro

Elena

Nicholas

GAIVOTA • Maio/Junho • 2008 11

Page 12: Gaivota 148 -  maio e junho de 2008

ALMOÇO DA FAMÍLIA

Conforme programado, realizou-se no domingo, dia 25 de maio, o tra-dicional almoço da família, sob a

responsabilidade da SMM. Por ter sido agen-dado na semana do feriado de “Corpus Chris-ti”, quando muitos viajam, a freqüência caiu, mas não lhe tirou o brilho.

Quarenta pessoas aderiram ao convite da sociedade, representantes de aproximadamen-te vinte e uma famílias, levando seus deliciosos quitutes, frango assado, sufl ê de frango, frango com catupiry, sardinha à moda de Eunice Silves-

tre, es-condidi-

Clóris Alessi

nho, salada de berinjela, almôndega, lagarto ao molho pardo, salada de cebola e salada de cebola e salada de alface com tomate. Com-pletando a refeição, a SMM ofereceu o arroz, bem como sorvete com banana assada para a sobremesa.

Após o almoço, os presentes se confraterni-zaram, aproveitando a oportunidade para fazer algo que tem feito falta, momentos descontraí-dos para colocar a conversa em dia. Aprecie as fotos na objetiva do pastor Paulo Dias Noguei-ra.

Inayá, Deni, Ana, Priscila e Clóris

Vista Geral

Elza e Galdino

Afonso, Terezinha, Márcia, Nilson e fi lho Ronalde e Rebeque

GAIVOTA • Maio/Junho • 200812