gaivota 160 - setembro e outubro 2010

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“GAIVOTA” TEM NOVO ENDEREÇO NA INTERNET SESC DE GUARAPARI HOSPEDA VIII CONGRESSO O VIII CONGRESSO NACIONAL DE MU- LHERES será realizado nos dias 18 a 21 de novem- bro, nas dependências do SESC de Guarapari, es- tado do Espírito Santo. Desse importante evento, representando a SMM da Catedral, participarão seis sócias, a saber: como delegadas, Inayá Ometto, Maria José Martins e Priscila Barroso Segabinazzi e, como visitantes, Vera Lígia Carvalho, Nicéia Ramos de Souza e Cinira Cirillo Cezar. A GAIVOTA, jornal da SMM da Catedral, tem, a partir deste mês, novo endereço eletrônico, graças à colaboração e interesse do Rev. Paulo Dias Noguei- ra, grande incentivador do uso de novas tecnologias. Essa novidade vai facilitar o acesso às suas páginas e expandir o número de leitoras e leitores. Acesse o site www.gaivotametodista.blogspot.com e usufrua de boa leitura, além de rico noticiário. VERSÃO 2010 DO SARAU ARTÍSTICO PROMETE SURPRESAS Essa atividade reúne crianças, jovens e adultos, que se apresentam tocando instrumentos, cantando, ou então, participando de esquetes, jograis. Há tam- bém os que declamam poesias, fazem leitura de tex- tos ou contam “causos”. Neste ano, está agendado para o dia 23 de outubro, às l6h, prometendo muita alegria, arte, diversão e entretenimento. O BAZAR DE NATAL SERÁ EM NOVEMBRO As sócias da SMM apresentarão trabalhos ar- tesanais, no Bazar de Natal, que será no dia 6 de outubro, das l5h às l8h. São peças como panos de prato, aventais, toalhas de rosto e de banho, bem como pratos prontos, salgados e doces, roscas, bolo e outras delícias. Prestigiem e convidem suas amigas. Durante o mês de setembro, em programação do- minical matutina e vespertina, a Igreja e o Colégio Pi- racicabano celebraram em cultos especiais os l29 anos de vida e missão dessas duas centenárias instituições da Igreja Metodista de Piracicaba. Leia na pág. 8. SETEMBRO É MÊS DE FESTA NA CATEDRAL Ano 18 Setembro – Outubro / 2010 nº160

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Page 1: Gaivota 160 - setembro e outubro 2010

“GAIVOTA” TEM NOVO ENDEREÇO NA INTERNET

SESC DE GUARAPARI HOSPEDA VIII CONGRESSO

O VIII CONGRESSO NACIONAL DE MU-LHERES será realizado nos dias 18 a 21 de novem-bro, nas dependências do SESC de Guarapari, es-tado do Espírito Santo. Desse importante evento, representando a SMM da Catedral, participarão seis sócias, a saber: como delegadas, Inayá Ometto, Maria José Martins e Priscila Barroso Segabinazzi e, como visitantes, Vera Lígia Carvalho, Nicéia Ramos de Souza e Cinira Cirillo Cezar.

A GAIVOTA, jornal da SMM da Catedral, tem, a partir deste mês, novo endereço eletrônico, graças à colaboração e interesse do Rev. Paulo Dias Noguei-ra, grande incentivador do uso de novas tecnologias. Essa novidade vai facilitar o acesso às suas páginas e expandir o número de leitoras e leitores. Acesse o site www.gaivotametodista.blogspot.com e usufrua de boa leitura, além de rico noticiário.

VERSÃO 2010 DO SARAU ARTÍSTICO PROMETE SURPRESAS

Essa atividade reúne crianças, jovens e adultos, que se apresentam tocando instrumentos, cantando, ou então, participando de esquetes, jograis. Há tam-bém os que declamam poesias, fazem leitura de tex-tos ou contam “causos”. Neste ano, está agendado para o dia 23 de outubro, às l6h, prometendo muita alegria, arte, diversão e entretenimento.

O BAZAR DE NATAL SERÁ EM NOVEMBRO

As sócias da SMM apresentarão trabalhos ar-tesanais, no Bazar de Natal, que será no dia 6 de outubro, das l5h às l8h. São peças como panos de prato, aventais, toalhas de rosto e de banho, bem como pratos prontos, salgados e doces, roscas, bolo e outras delícias. Prestigiem e convidem suas amigas.

Durante o mês de setembro, em programação do-minical matutina e vespertina, a Igreja e o Colégio Pi-racicabano celebraram em cultos especiais os l29 anos de vida e missão dessas duas centenárias instituições da Igreja Metodista de Piracicaba. Leia na pág. 8.

SETEMBRO É MÊS DE FESTA NA CATEDRAL

Ano 18 Setembro – Outubro / 2010 nº160

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Presidente:Vera Baggio Alvim

Vices:Inayá T. Veiga Ometto

Priscila Barroso SegabinazziSecretária de ata:

Clóris AlessiSec. Correpondentes:

Rosália T. Veiga OmettoWilma Baggio Câmara da Silva

Tesoureira:Sílvia Novaes Rolim

Agente da Voz Missionária:Cinira Cirillo Cesar

ExpedienteGAIVOTA é o órgão oficial da Sociedade de Mulheres da Catedral Metodista de Piracicaba.

Redatora:Vera Baggio AlvimCorpo Editorial:Clóris AlessiDarlene Barbosa SchützerInayá OmettoWilma Baggio Câmara da SilvaSecretária:Wilma Baggio Câmara da [email protected]ção e Impressão:Printfit Soluções - www.printfit.com.brMarcel Yamauti - DiagramaçãoFotos:Rev. Paulo Dias NogueiraDistribuição:Sílvia Novaes Rolim

Jornalista Responsável:Gustavo Jacques Dias Alvim - MTb 19.492/SP

Diretoria da SMM

Silvia, Vera, Inayá, Clóris, Wilma e Darlene Barbosa Schützer

Corpo Editorial

Wilma, Silvia, Zenaide, Inayá, Maria José, Mirce, Clóris, Cinira e Vera

Na comemoração dos seus 80 anos de idade, Mirce La-voura, foi presenteada com um poema que fala de coisas que ela gosta de fazer na igreja e na sua vida pessoal. Es-tamos publicando alguns versos escritos por sua sobrinha Flávia, na ocasião com 11 anos, que teve a colaboração de sua avó, para sua tia amada.

“DA BOCA DOS PEQUENINOS E CRIANÇAS DE PEITO TIRASTE PERFEITO

LOUVOR.” Mateus 21:16

... Tia Mirce tem florescidoNo lugar que está plantada

Porisso a sua vidaPrecisa ser imitada.

No prédio onde ela mora,É amiga e companheiraAos vizinhos e amigas,Ela se dá por inteira.

No Coral da sua igreja,Tia Mirce sempre cantou

E sua voz tão bonitaSempre a todos alegrou.

Evangelista assumidaDo – No Cenáculo é agente,

Espalhando a boa novaA muita e muita gente ...

Nós todos a amamosE a estes olhos azuisEsteja sempre segura

Nos braços do Bom Jesus!

Mirce Lavoura

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Sobre Deus...Pra. Hideide Brito Torres

Não sei explicar o que me faz amar a Deus. Não é a igreja, não é a função clerical, não é o serviço ou o culto. Não é nada tangível, ou visível aos olhos... Amar a Deus é assim, como estar num ônibus de ma-drugada, sentindo frio, cansada e sem vigor para enfrentar um monte de reuniões no dia seguinte, cheia de problemas insolúveis perturbando a alma, e erguer os olhos para ver uma lua como há muito não via... E esquecer de mim, da vida, do mundo todo, porque existe uma lua cheia no céu mesmo quando o coração está em pedaços...

Deus não existe simplesmente, porque muitas coisas existem e não são. Não. Deus não existe, Deus é... E ser é a essência dele. Ser o que ninguém espera. Deus é este mágico travestido de criança, brincando e sorrin-do na minha frente, nos olhos das minhas filhas. Deus é a poesia da música que elas fazem, para me lembrar das poesias que eu fazia antigamente, quando não tinha tanta coisa na cabeça e, para dizer a verdade, muito mais coisa que valia a pena no coração. Deus é aquele que reordena essas minhas prioridades tão equivocadas e que me entende quando eu não me entendo...

Deus é esta saudade no meu peito, é esse sonho teimoso na minha alma, a única coisa que me mantém de pé no meio das insanidades deste mundo... Deus é meu refúgio secreto, é a mão invisível que guarda minhas lágrimas. Eu encontrei nele um sentido que faz a vida possível e uma razão única para pensar que existe algo além desta vida... e, para ser sincera, nem me preocupo com o céu, nem com os tesouros tão propalados da vida no além... Se me fosse possível adentrar a eternidade para me perder na imensidão dele, como uma névoa que se dispersa sob o sol, então eu encontraria a plenitude... existir nele e nele estar, sem precisar consciência ou razão, só a alegria de abrir os braços ao infinito... Ele é a alegria e a liberdade de comer manga com as mãos e não se preocupar em limpar o queixo. Ele é o gosto único da água fria de nascente no meio do mato, que a gente nunca mais vai beber igual... Ele é o mistério daquela folhinha no meio da grama, que a gente toca e se fecha todinha... Ele é a cor súbita do peixe na vara de pescar e o gosto inigualável de comer o que a gente pegou com a mão no pé de fruta. Ele é a dor insuperável de uma contração de parto que ex-plode em duas bolinhas de jabuticaba olhando você pela primeira vez, e o som do primeiro choro que te faz esquecer como é dura a vida e lembrar como é boa e fugaz a felicidade...

Ele é o bicho do mato que aparece no meio da estrada quando você está viajando sozinha e passa tão depressa que não te deixa ver o detalhe, só para te ajudar a exercer a imaginação tão enferrujada... Ele é a vontade que eu tenho de passar a mão num urso panda...

Ele é toda a minha vontade de céu... por causa dele, eu podia chegar lá só para ver seu rosto e morrer de novo para sempre que nem ia ligar... vê-lo só uma vez vale uma eternidade inteira... eu o amo porque ele é a única coisa que vale a pena, a única coisa que podemos dizer com certeza que é da gente...

Sim, ele é meu... é o meu Deus... tu és o meu Deus, a minha alma anseia por ti, o meu corpo te almeja, meu coração bate porque o teu bate... eu te amo, Senhor, te amo como eu posso, jamais como tu mereces... tu és a minha riqueza e só em ti encontro a paz...

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CONJUNTO PORCELANA BRASILEIRA EM TARDE DE SOM E GRAÇA

Na tarde de 21 de agosto, final de inverno e prenúncio de primavera, a Sociedade Metodista de Mulheres teve o privilégio de receber em seu Salão Social, o “Conjunto Porcelana Brasileira”.

Na delicadeza de seu canto, seis lindas jovens mulheres inundaram aquele local de músicas, deliciosamente escolhidas, de Carlos Lira, João Gilberto, Djavan, Jobim, Vinicius, Adoniran, João Boscoli, Caymmi, Ataulfo Alves, Marcos Vale, Edu Lobo e outros também famosos compositores.

Abrindo o show, Inayá Ometto apresentou o grupo, seguida de palavras de acolhimento e oração pelo Rev. Paulo Dias Nogueira, pastor da Catedral, preparando o ambiente para os momentos que se

seguiram de MPB.

Com excelente repertório, composto de vinte músicas, a MPB levou o público de setenta pessoas a cantar juntos com Eliane Guidolim, Ana Lúcia Paterniani (voz e flauta), Roseane Luppi, Sabrina Guidolim Tobaldini (voz e sax), Sheila Matos Hussar, Samanta Guidolim Kairalla (voz e timba), acompanhadas pelo som do grande violonista Rogério Vidal.

Com muitos aplausos, o grupo se despediu deixando a certeza de que a MPB permanecerá em nossos corações e nossas mentes e de outras gerações que virão, sedentas de porcelanas brasileiras.

Clóris Alessi

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ESCOLA DOMINICAL, CORAÇÃO DA IGREJAA Escola Dominical, a mais importante agência

de aprendizado bíblico e de evangelização da igreja, é uma invenção metodista e existe há 241 anos.

A primeira Escola Dominical foi criada, na In-glaterra, por uma mulher chamada Hanna Ball, em 1769, quando esta tinha 26 anos. Ela aceitara a Cristo, quatro anos antes, ouvindo um sermão de João Wesley, no dia 8 de janeiro de 1765. A partir daí, tornou-se grande batalhadora da fé. O teste-munho de João Wesley sobre o trabalho de Hanna é eloqüente.

Em 1780, portan-to, onze anos mais tarde, em Gloucester, na Inglaterra, um jor-nalista também meto-dista, Robert Raikes, preocupado com as crianças abandonadas nas ruas da cidade, começou a pensar em algo que servisse para minimizar essa terrível situação e tirá-las do caminho para os vícios e crimes. Decidiu criar cursos, aos domingos, para ensinar-lhes aritmética, inglês e Bíblia. Muitas igrejas se opuseram ao traba-Muitas igrejas se opuseram ao traba-lho de Raikes, mas não a Igreja Metodista, pois esta, muito antes, já dava instruções religiosas às crianças aos domingos. Raikes tornou-se, equivocadamente, conhecido como o criador da Escola Dominical. Faremos justiça a ele se dissermos que é o “pai” da educação popular, mas não da Escola Dominical. O equívoco foi desfeito somente quando as pesquisas constataram que Hanna tivera a mesma idéia de Raikes, que já havia sido concretizada por ela, onze anos antes.

A idéia de fundação de Escolas Dominicais che-gou aos Estados Unidos com o metodista, Rev. Francis Asbury, em 1771. No Brasil, a introdução da Escola Dominical também se deve à Igreja Meto-dista, por obra do Rev. Justin Spaulding, em junho

de 1836. Em Piracicaba, funciona, ininterrupta-Em Piracicaba, funciona, ininterrupta-mente, há 129 anos, pois foi criada em 1881, por Martha Watts, fundadora do Colégio Piracicabano.

A Escola Dominical é, hoje, uma instituição in-ternacional, exercendo sua ação reconhecidamente benéfica em quase todos os países, com milhões de alunos matriculados. Ela não se prende, nem per-tence, a qualquer igreja ou denominação religiosa porque é evangélica, interdenominacional e cosmo-polita.

Verdadeira universidade, difere de outras, pois tem alunos de todas as idades, graus de cultu-ra e posições sociais. Para ingresso não há vestibulares; não se exigem diplomas para a matrícula; as au-las são gratuitas; não são realizadas provas avaliativas; funciona geralmente aos do-mingos, nos templos, mas nada impede que as aulas sejam nou-tros dias e locais, e até

mesmo a distância.. Não há formatura, pois é uma escola para a vida toda. Os professores, com seus talentos e conhecimentos bíblicos, servem, volunta-riamente, ao Senhor nessa obra de educação cristã.

Nenhuma outra escola ensina lições tão impor-tantes para a vida. Na Escola Dominical você estu-da a Palavra de Deus, capacitando-se para uma vida plena e para o exercício dos dons e ministérios. Ela propicia a descoberta e treinamento de novos talen-tos e é fonte de renovação e avivamento, além de ser uma excelente agência de evangelização.

Guardemos isto: A ESCOLA DOMINICAL É O CORAÇÃO DA IGREJA, razão pela qual a sua qualidade pode determinar o nível espiritual da igre-ja local.

Gustavo Jacques Dias Alvim

Fernanda Alvim Gava

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VOZ MISSIONÁRIA COMPLETA 81 ANOS Os 81 anos da “Voz Missionária” foram come-

morados com sugestivo programa elaborado pelas sócias Cinira C. Cezar (agente) e por Joana D’Arc B. da Silva, com base nas sugestões da própria re-vista.

O salão estava muito bem decorado com revis-tas novas e antigas espalhadas em mesas e outras dependuradas num galho de árvore. O ambiente era de festa!

Um grupo de mulheres, formando um impro-visado coral, entoou vários cânticos que encheram os corações de suave encanto.

Foi lembrada a história da valorosa Miss Lei-la Epps, que, no passado, teve um sonho e uma visão. Pensou numa revista que pudesse unir mu-lheres metodistas, capacitando-as e inspirando-as para o trabalho e missão. Com força e fé, vencen-do barreiras e dificuldades, o sonho floresceu e hoje completa Jubileu de Cacau – 81 anos.

As pessoas presentes foram convidadas a degus-

tar o cacau, que é amargo, lembrando “que para que o chocolate seja forjado, é preciso que o amargo morra, o cacau tem que deixar de ser cacau, assu-mindo outra forma. O desafio é deixar que todo o nosso cacau (amargura), que pode , muitas vezes, se expressar no olhar, nas palavras, nas atitudes, nos de-sejos, nas nossas relações ..., morra tornando-se em chocolate, algo prazeroso... que traz sabor e alegria a quem experimenta. Transformadas somos desafiadas a transformar o mundo”.

Outro chocolate foi distribuído “para pre-sentear alguém, lembrando que somos transformadas para levar a doçura do Evangelho às pessoas”.

As aniversariantes de setembro, juntamente com a agente Cinira, assopraram as velhinhas dos 81 anos da revista.

Foi uma linda e singela festa.!Vida longa para a querida Voz Missionária!

Inayá Ometto e Vera Baggio Alvim

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Ora, a fé é a certeza de cousas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. (Hebreus 11.1).

O capítulo 11 do livro de Hebreus propõe um olhar sobre o passado do povo, considerando sua fé, sua capa-cidade de resistir e perseverar. Aprender do passado para agir com firmeza e esperança no presente. Não se trata de olhar para a frente com otimismo, esperando mudanças, mas enfrentar o futuro com absoluta certeza da vitória. Um dos conceitos de fé: A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um modo de conhecer realidades que não se vêem. Portanto, a fé não depende de certezas.

O compositor e poeta Glauber Plaça tem uma músi-ca intitulada Invisível, meditando sobre Hebreus e desta poesia, retirei os 4 tópicos seguintes, que expressam a fé, conforme Hebreus 11:

1. Crer no escuro – Em nossa caminhada, enfren-tamos sofrimento, dor, perda e mudanças. São momen-tos de escuridão. Somos pessoas cautelosas, prudentes, queremos saber aonde cada passo vai nos levar. Um dos exemplos citados em Hebreus 11 é Abraão. O chamado de Deus na vida de Abraão significou deixar tudo para trás; ir em direção ao desconhecido, ao novo, à grandes mudanças. O filósofo Sören Kierkegard, referindo-se ao sacrifício de Isaque, afirmava que “fé é um salto no escu-ro”. Nos momentos de escuridão, enfrentamos o vazio, a falta de sentido. Quando caminhamos na escuridão da vida perdemos o sentido, por isto, precisamos da luz do Cristo vivo e ressurreto, aquele que afirmou: “Eu sou a luz do mundo”.

2. Acreditar sem ver – Vivemos num mundo que precisa de evidências: “ver para crer”. Mas, quando ca-minhamos com Deus, somos chamados a ter fé em meio à desesperança. Abraão, pela fé, abandona sua terra, sua segurança e vai para a nova terra. Pela fé, Moisés, inicia uma jornada de libertação do povo, enfrentando o faraó e enfrentando o próprio povo na sua desesperança, falta de perspectiva. Moisés não se conformou com a realidade de escravidão do povo e sonhou com a possibilidade de mudança. A fé sempre envolve um certo risco, caso con-trário não é fé. Quem vive pela fé, aprende a abrir mão de seguranças, comodidade, prosperidade e sucesso. Cami-nhar pela fé, muitas vezes, significa, andar na contramão da história.

3. Certeza dos fatos que ainda não se pode ver - Já se disse no passado: “creio porque é absurdo”. Mas, o im-portante é não parar de caminhar: sonhar que a vida pode ser mudada e refeita. Como dizia Gonzaguinha:” Eu sei que a vida podia ser bem melhor, e será!” Nessa esperança

caminharam todas as pessoas que agora terão seus nomes e testemunhos recordados e ele vai contando histórias de gente que agiu pela fé. Fé indica a disposição de avançar além daquilo que se vê e toca, direcionar a mente e o cora-ção para o novo, aquilo que pareceria impossível.

4. Crer no imposs�vel pr� que o vis�vel venha a e�is�Crer no imposs�vel pr� que o vis�vel venha a e�is�tir, pela palavra – Não estamos dizendo que é fácil viver e agir pela fé. Em alguns momentos da nossa vida pare-ce que nada acontece, pelo menos nada visível. Alguns chegam a imaginar que Deus as abandonou e acham que esperar é perda de tempo. Mas, Deus trabalha em todas as circunstâncias da nossa vida. Li que, certa vez, o grande reformador Martinho Lutero, diante de lutas, persegui-iante de lutas, persegui-ções, sentiu-se desanimado e seu semblante ficou triste. Sua esposa, um dia, vestiu-se de preto. Ele perguntou quem havia morrido e ela respondeu: “pela sua forma de agir, parece que Deus morreu”. Ali, ele caiu em si para a realidade de continuar acreditando mesmo quando as cir-cunstâncias parecem adversas. A história registra exemplo de pessoas que acreditaram e superaram suas limitações: Milton ficou cego, Beethoven perdeu a audição, Pasteur ficou paralítico, Helen Keller era cega, o apóstolo Paulo queria ir para a Espanha, mas foi colocado numa prisão em Roma. Mas, eles continuaram acreditando no invisí-vel para que o visível viesse a existir. Caio Fábio tem uma frase que gosto muito no seu livro “Tá doendo”: “Crer sem milagres é um milagre maior ainda do que uma fé que caminha em meio aos milagres.”

Façamos da poesia da música Invisível a nossa oração de fé e de entrega.

Mergulhar no oceano da tua palavra Para ouvir mais e mais e a fé conhecer Confiar mesmo quando as pedras na estrada nos ferem os pésEsperar sem ter medo no Deus da promessa Aquietar mais e mais, milagres viver Caminhar entre as águas Do mar que se abre para nos salvarPoder acreditar sem ver, crer no escuro (2x)Por menor que seja sua fé, montanhas moverá Poderá viver os feitos do Senhor e mais ainda fará Ter certeza das coisas que se esperam Convicção dos fatos que ainda não se pode ver Crer no impossível prá que o visível venha a existir, pela pala-vra. (Glauber Plaça)

Pra. Amélia Tavares C. Neves

“Fé: um salto no escuro”

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Setembro é mês de festa na Catedral e no Colégio Piracicaba-no, pois ambas as instituições fazem aniversário. Elas são quase gêmeas: a igreja nasceu no dia 11 e a escola no dia 13. Para come-morar tão significativa data, os cultos matutinos e vespertinos tive-ram liturgia e programação focadas nesse fato, durante os quais as histórias de cada uma foram contadas e muitas graças dadas pelas obras realizadas. Na primeira semana, com Santa Ceia e cânticos especiais, pela manhã, a mesa acolheu os elementos tradicionais da Ceia, antecedida do trigo, fermento, sal, óleo, leite e uvas, para o preparo do pão e do vinho – alimentos para o corpo e memó-ria do banquete sacramental. À noite, em cerimônia tradicional, Rev. Paulo Dias Nogueira, pastor da Igreja, perpassou, com a sua inspirada fala, a história da Igreja em Piracicaba, em interessante edição dos fatos e personagens iniciais. O Coral J.W.Koger, em apresentação especial, cantou hinos alusivos ao momento.

No segundo domingo, o culto da manhã esteve sob a respon-sabilidade do Colégio Piracicabano, com mensagem da Revda. Ana Glória Gris da Silva, da Pastoral Escolar, seguida dos pronun-ciamentos do Prof.Dr. Clovis Castro Pinto, Reitor da UNIMEP, Profa. Marilice Trentini de Oliveira, Diretora do Colégio Piraci-cabano e do Rev. Oswaldo Elias, membro do Conselho do IEP. No culto vespertino, o Coral J. W. Koger apresentou hinos do seu repertório especial: “Aleluia’ de R. Thompson, “O Senhor é a mi-nha luz” de J. Faustini, “O que vigia a Israel” de F. Mendelssohn” e Sanctus” de C.Gounod.

No terceiro domingo, Dia da Escola Dominical, o programa

de culto esteve voltado para esse tema, propiciando aos alunos e alunas da E. D. momentos muito agradáveis, quando cantaram saudosos corinhos e hinos tradicionais, ouviram a história da E. D. nas palavras de seu coordenador, Gustavo Alvim, lembraram de crianças, juvenis, jovens e adultos que fizeram a história desta Escola, com a projeção de fotos selecionadas pelo Rev. Paulo Dias Nogueira. Sheila Matos Hussar ficou encarregada da edificação, contando uma história, especialmente para as crianças, mas que alcançou também os adultos. Ela falou de uma E. D. construída com fé, amor, esperança e outros atri-butos que as crianças foram colocando naquela casa. À noite, o culto teve a participação do Coral Misto da EMPEM e do Coral J.W. Koger, sob a regência da maestrina Cíntia Pinotti, que apresentou as peças “Missa Festiva” de J. Leavitti; “Ale-luia” de A. Mancuso; “Glória a Dios” de M. D. Mendoza e dois cânones – “Suave chama” e “Dai louvor ao Senhor”.

No último domingo do mês, encerrando as celebrações de aniversário, no culto vespertino, o Coral J. W. Koger

convidou coralistas que, em algum momento, participaram dele e de sua história, a se engajarem no Grande Coral, sob a regência da maestrina Sonia Carmela Falci Dechen, para cantarem hinos que são tradicionais na Igreja Metodista:

Pedra fundamental, Maravilhosa Graça, Nunca meu Mestre, Deus dos Antigos, Castelo Forte, Fortalece a tua Igreja e

Finda-se este dia.

Mesa da Santa Ceia com os ingredientes

Distribuindo os elementos

Sheila dando sua contribuição

Pastor Paulo, Dr. Clóvis, Profª Marilis e Revda. Ana Glória

Coral Willian Koger

Inayá, Pastor Paulo e Vera Alvim

Círculo da Ceia

Clóris Alessi e Vera Baggio Alvim

Catedral e Colégio completam 129 anos.

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Segundo o dicionário “Aurélio”, a palavra solidariedade significa laço ou vínculo recíproco de pessoas ou coisas inde-pendentes. Adesão ou apoio à causa, empresa, ao princípio, etc. de outrem. Sentido moral que vincula o indivíduo à vida, aos interesses e às responsabilidades dum grupo social, duma nação ou mesmo da humanidade; sentimento de quem é soli-dário e partilha do sofrimento alheio ou se propõe a mitigá-lo.

Nas leituras feitas encontramos exemplos de solidarieda�de e de não solidariedade. O versículo 7 de João 5 é um exemplo de não solidariedade. Ninguém ajudava o paralítico que precisa descer ao poço para ser curado.

Foi preciso que Jesus Cristo lhe perguntasse se queria ser curado, pois ninguém o ajudava. Jesus Cristo dá o exemplo da solidariedade e cura o pa-ralítico.

No mundo de hoje, as pa-lavras/expressões solidarieda-de, moralismo, cidadania, res-peito pelo outro, liberdade de vida privada e outras, perde-ram o seu sentido. Será que é culpa da nova geração que está sendo criada sem esses valores? Chegamos a afirmar: no meu tempo nada disso acontecia. Esse pode ser um discurso ba-rato, falso e de incriminação à nova geração.

Por que então as palavras e seus sentidos estão desapare-cendo Com certeza elas nunca estiveram presentes na vida de todos e em todos os tempos. O que acontece é que, no mundo contemporâneo o contexto de vida em sociedade é que tem mudado e, influenciado o comportamento de todos nós. Consequentemente a nova geração passa a ser mais in-fluenciada por novos padrões de vida.

Edgar Morin diz que um cidadão é definido, em uma de-mocracia, por sua solidariedade e responsabilidade em relação a sua pátria.

O autor começa o capítulo de sua obra dizendo que “a educação deve contribuir para a autoformação da pessoa (ensinar a assumir a condição humana, ensina a viver) e ensinar como se tornar cidadão” (Cabeça Bem Feita, 2000).

Creio que a Igreja por meio dos ministérios tem a mesma responsabilidade. Ela é a comunidade dos fiéis e precisa agir como comunidade solidária.

O conceito de comunidade está preso ao de solidarieda-de. A comunidade para Morin tem caráter cultural/histórico. Cultural por seus valores, usos, costumes etc. Histórica pelas transformações e provações sofridas ao longo do tempo. Uma expressão usada por filósofos é “comunidade de destino”.

“Esse destino comum é memorizado, transmitido de gera-ção a geração primeiramente pela família e depois pela escola, que integra o passado nacional às mentes infantis, na qual são ressuscitados os sofrimentos, as mortes, vitórias, glórias da história nacional, os martírios e as proezas de seus heróis. Assim, a própria identificação com o passado torna presente a comunidade de destino” (Morin, 2000).

Qual é a tradição do me-todismo que formaria essa comunidade? Não temos tempo para explorar o assun-to e não precisamos fazê-lo, basta lembrar a vida e exem-plo de João Wesley. Ele nos mostra a comunidade de destino, com o exemplo de sua vida e, nos seus sermões e escritos, o valor e a ética da vida do cristão.

No Plano de Vida e Mis-são da Igreja, na parte relativa

ao plano para as áreas de vida e trabalho, mais especificamente na ação social encontramos com muita clareza que “A ação social da Igreja, como parte da Missão, é nossa expressão humana do amor de Deus. É o esforço da Igreja para que na terra seja feita a vontade do Pai. Isto acontece quando, sob a ação do Espírito Santo, nos envolvemos em alterna-tivas de amor e justiça que renovam a vida e vencem o pe-cado e a morte, conforme a própria experiência e vida de Jesus Cristo”.

Solidariedade pode ser construída na conscientização do ser humano de que a sua responsabilidade é participar na construção do Reino de Deus, promovendo a vida num estilo que seja acessível a todas as pessoas; cooperando com as pessoas e a comunidade, para que se libertem de tudo que as escraviza.

A Igreja Metodista somos nós! Podemos cumprir a nossa missão atuando no mundo para sua transformação, visan-do ao pleno desenvolvimento das pessoas que nos cercam.

Mensagem de SolidariedadeRinalva C. SilvaMateus 9:1-2; Lucas 3:11; João 5:1-7

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A VIDA É PARECIDA COM UM RELÓGIOQuando meu pai faleceu, fiz questão de

ficar com seu relógio. Era um relógio de bolso, antigo, daqueles que precisavam de corda para funcionar. Fiquei com o relógio porque era o objeto que melhor lembrava sua figura. Assim que chegava do trabalho, ele limpava o relógio com uma flanela e lhe dava cordas. Todos os dias era a mesma coi-sa. Não havia sábado, domingo ou feria-do que o afastasse de sua tarefa. Todos os dias, ao cair da tarde, lá estava ele dando cordas para o relógio.

Certo dia, quando criança, perguntei para meu pai se era necessário repetir to-dos os dias aquela mesma operação. Ele respondeu que sim. Disse que dar cordas significava o alimento diário do relógio.

A vida cristã é meio parecida com um relógio. Para que ela possa funcionar com perfeição é preciso que receba cordas todos os dias. É o seu oxigênio, o seu alimento. Há uma medida correta. Qualquer excesso ou negligência atrapalha o funcionamento.

Para o crente, a oração é o meio mais efi-ciente para dar corda e revitalizar as engre-nagens da vida cristã. Sem oração a vida cristã fica desajustada, passa a marcar as horas de forma equivocada e perde credi-bilidade. A ausência da oração produz uma espiritualidade esclerosada, ranzinza e es-téril. O excesso, o desordenadamento pro-duzem uma espiritualidade esquizofrênica, embaralhada e intolerante.

A oração é o melhor modo de fazer uma revisão da vida. Será que a nossa vida não

precisa de uma revisão? Se até mesmo os veículos e eletrodomésticos necessitam de uma revisão periódica, será que nós somos diferentes?

Através de uma vida disciplinada de ora-ção jogamos fora tudo que não serve e não permitimos que os problemas se amonto-em. Na oração colocamos diante de Deus todas as áreas da vida. Aquelas regiões es-condidas, aqueles traumas e problemas, guardados a sete chaves nos porões da men-te, são revisadas e purificadas.

Jesus Cristo disse: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda” (Jo 15,1-2). É por meio da oração, da amizade com o Senhor, que nos tornamos perme-áveis e permitimos que Ele nos limpe, que Ele desobstrua o nosso coração de todos os penduricalhos inúteis e prejudiciais. Mui-tas vidas estão superlotadas com valores e princípios equivocados. Mediante a oração temos a oportunidade de reavaliar as nossas vidas e trazer para o centro o que é impor-tante e afastar tudo que não tem valor.

Oração é libertação de nós mesmos e caminhada para Deus. Orando, descobri-mos que não estamos sós. Já não podemos saber onde estão as fronteiras entre a nossa força e a de Deus. “Tudo posso naquele que me fortalece”, disse o apóstolo Paulo. É isso o que ocorre!

Pr. José Carlos Barbosa

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A C o o r d e -nadora do

Ministério de Ação Docente, a sócia Rinalva Cassiano Silva, promoveu uma oficina, no dia 29 de agosto, sobre “Mordomia Cris-tã”. O palestrante,

Prof. Sérgio Tavares, ex-membro da Catedral, abordou o assunto com muita competência, levando os presen-tes a refletirem a respeito de questão tão oportuna.

UMAS & OUTRASInayá Ometto

Chegou mais um lindo bebê! É o Lucas, filho da Thais e Marcelo e irmãozinho do

Vitor. A vovó Vera Ligia e a “bisa” Mirce estão super felizes, exibindo com orgulho a foto do mais novo membro da família. Aos pais, avós e demais parentes, os parabéns, votos de felicidade, bem como abundantes bênçãos de Deus sobre todos.

O Ministério de Ação Docente e a Socieda-de Metodista de Mulheres promoveram na

terça-feira, dia 10 de agosto, uma oficina, preparada, principalmente, para a terceira idade. Na ocasião, hou-ve uma palestra sobre “Qualidade de Vida pela Ali-mentação”, a cargo da nutricionista, Dra. Débora Ma-ria Ubisses Puga, especialmente convidada. Usando os recursos do “power- point”, ela discorreu sobre o tema com muita descontração e conhecimento, esclarecen-do dúvidas sobre tão relevante assunto. Agradecemos à Dra. Débora e esperamos ouvi-la novamente, em breve.

No culto matutino do domingo, dia 12 de agosto, os nove “missionários” da Catedral,

que participaram do Projeto Missionário “Uma Se-mana prá Jesus”, relataram por meio de depoimentos comoventes como foi o trabalho desenvolvido na cida-de de Três Lagoas. Que Deus abençoe a todos e todas pela disponibilidade e envolvimento nessa missão tão importante para a expansão do trabalho evangelístico da Igreja Metodista, na 5ª Região Eclesiástica.

A revitalização da Catedral está a todo vapor. Os diversos ministérios, ampliados e renovados,

têm se reunido frequentemente, dando mostras de suas ações efetivas. Os coordenadores e componentes estão bastante empenhados no planejamento e nas tarefas que lhes estão sendo confiadas, procurando fazer tudo com muita dedicação e amor.

Aconteceu no dia 28 de agosto, das 8h às l5h, o II Curso de Capacitação Nacional a Distância,

tendo como temas e preletores: “O Profeta e a Viúva da Seca, um Estudo a respeito de Elias” - Rev. Tércio Siqueira; “Mulheres no novo Testamento”.- Rev. Paulo Garcia; “Mulheres e Direitos Humanos”- Dra. Roseli Fischmam. Em Piracicaba, na Catedral Metodista, dez mulheres participaram desse programa. Como das ve-zes anteriores, o irmão Hilkias Nicolau colaborou na parte técnica.

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Eu quero ficar velho!“O Justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa do

Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o Senhor é reto” (Sl. 92:12-15).

No dia 27 de setembro comemoramos o dia da pes-soa idosa, data oportuna para refletir sobre este período da vida, a terceira idade. Inicio dizendo que só não fica velho quem morre cedo; como eu não desejo morrer cedo, quero ficar velho.

Infelizmente, a so-ciedade contemporâ-nea, regida por uma filosofia neoliberal que reduz o homem a um ser econômico (produ-tor, investidor e consu-midor), exclui aqueles que não tenham condi-ções materiais de pro-duzir, investir ou con-sumir no “Mercado”, dentre estes muitos idosos.

Outro aspecto nega-tivo que destaco é a lei-tura “biomédica” que se faz da velhice, ou seja, abordam-se apenas os limites físicos e as en-fermidades desse perío-do da vida. Há muitos outros aspectos a serem destacados e que preci-sam ocupar a mente e o coração dos idosos.

Desde que nasce-mos, iniciamos o processo de envelhecimento. Cada dia que passa nós envelhecemos mais. Portanto, é falsa a idéia de que quem envelhece são os idosos. Todos envelhecemos a cada dia. Quanto mais vivemos, mais envelhecemos. Se desejamos viver bastante, envelhe-ceremos bastante. Portanto, não deveríamos ter pre-conceito com a palavra velhice, pois ela é sinônimo de longevidade. Longevidade na Bíblia é considerada uma bênção. Repito, eu quero ficar velho.

Em minha experiência pastoral tenho conhecido

pessoas que ao chegarem nesse estágio da vida; logo após a aposentadoria, descobriram um mundo novo, com experiências mais agradáveis que imaginavam. Cito algumas experiências: curtir os netos, pois quando

seus filhos cresciam estavam muito ocu-pados trabalhando; aprender computação e se conectar à rede mundial (internet); participar de grupos de terceira idade; de-dicar mais tempo às atividades da igreja, etc.

Ainda que a so-ciedade neoliberal ou mesmo sua própria saúde possa impor al-guns limites, a pessoa idosa deve focar em outras possibilidades que a vida lhe ofere-ça. Parafraseando o salmo acima, meu de-sejo é que na velhice possamos dar muitos frutos, sermos cheios de seiva e de verdor, anunciando que o Se-nhor é reto. Para que isso aconteça a regra é

estar plantado na Casa do Senhor.Faça parte desse lindo jardim/pomar, onde mesmo

na velhice as plantas continuam vigorosas produzin-do seus frutos. Nele o próprio Criador é o Agricultor. Permita-se ser cuidado por aquele que conhece todo o processo de envelhecimento e pode auxiliá-lo a superar seus limites e encontrar novos focos.

Repito, novamente, eu quero ficar velho.

Rev. Paulo Dias Nogueira

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