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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS

EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL

FINANCIAMENTO EDUCACIONAL E GESTÃO DEMOCRÁTICA

Autor: Audenir Monezi Calanca1

Professor Orientador: Doutor Henrique Manoel da Silva2

MARINGÁ-PR 2013

1 Graduação em Educação Física pela Faculdade de Educação Física do Norte de

Paraná,1988. Especialização em Treinamento Desportivo pela Universidade Estadual de Maringá – UEM. Professor de educação física pela rede estadual de ensino desde 1989. E-mail: [email protected]

2 Graduação em História pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), campus Assis.

Mestrado em História Cultural pela Unesp/Assis – 2000. Doutorado em História Social pela Universidade Federal de Santa Catarina – 2007. Professor Adjunto do DFE e Coordenador Adjunto do Programa de Pós-Graduação em Geografia - UEM – Atual. E-mail: [email protected]

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RESUMO Esta Unidade Didática pretende discutir a crise do capital, especialmente no final da década de 80 e início dos anos 90 em que o Brasil e os países menos desenvolvidos passaram a sofrer grandes influências das agências reguladoras internacionais do sistema ONU (UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura; UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância; FMI – Fundo Monetário Internacional). A Declaração Mundial sobre Educação para Todos em Jomtien,1990 diz que o mundo enfrenta problemas gravíssimos. O relatório Jacques Delors, segue o mesmo raciocínio: a crise do capital é a principal responsável pela grave situação dos países menos desenvolvidos. Portanto, o objetivo geral desta unidade é apresentar a importância da Gestão Democrática com vistas à orientação sobre o Financiamento Educacional para professores, funcionários e comunidade, e a validade da mesma para a conscientização da necessidade do trabalho conjunto de todos em benefício da escola.

Palavras-chave: Economia Neoliberal. Educação Básica. Gestão Democrática. Financiamento Educacional.

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1. INTRODUÇÃO

A importância da Gestão Democrática dentro do contexto neoliberalista atual

com vistas à orientação sobre o Financiamento Educacional para professores,

funcionários e a comunidade, e a validade da mesma para a conscientização da

necessidade e importância do trabalho coletivo que repercute em benefício da

escola. Diante do pouco conhecimento observado quanto ao Financiamento

Educacional e o tipo de gestão financeira praticada na escola, bem como do

neoliberalismo presente, ressaltamos o quanto a Gestão Democrática, orientação,

informação e a transparência, podem conscientizar a relevância do trabalho em

equipe.

O curso ofertado para a comunidade escolar promoveu reflexões sobre o

Financiamento Educacional no contexto de uma Gestão Democrática, com materiais

informativos, especificando acerca dos recursos recebidos e onde são aplicados,

dando ciência à comunidade quanto aos aspectos financeiros da escola e suas

necessidades. Durante o curso foi abordada também a questão da autonomia ou

não da direção no gerenciamento desses recursos, destacando-se ainda, o quanto o

trabalho em conjunto pode auxiliar o gestor.

A abordagem de temas e questionamentos acerca dos problemas existentes

na gestão financeira demonstrou a relevância dessa administração para o bom

funcionamento da escola, visto que, os recursos recebidos pelo Financiamento

Educacional estão presentes na administração documental (secretaria), na limpeza,

na manutenção e no pedagógico, etc. Assim, sem o financiamento não se pode

atender as necessidades da comunidade escolar.

Discorrer a respeito do Financiamento e da Gestão Democrática, também é

importante, pois o funcionamento de uma escola depende da obtenção de recursos

não somente do Estado, bem como do auxílio da comunidade. A Gestão

Democrática tem que ser discutida; um gestor não administra sozinho, necessita da

participação de todos.

O objetivo deste artigo é descrever o trabalho de orientação e discussão

sobre a gestão financeira da escola, ressaltando nas práticas planejadas, que é

preciso o acompanhamento e ajuda no processo de tomada de decisão, e na

aplicação dos recursos, pois esta concepção democrática integra todos os

interessados para o alcance de uma educação de qualidade.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A REFORMA DO ESTADO E OS IMPACTOS DA EDUCAÇÃO

O regime militar acabou oficialmente em 1985 com a eleição direta de

Tancredo Neves e Sarney, marcando assim, o início de uma nova república.

Conforme Carvalho (2002), os ideais pretendidos quanto à educação pública eram

principalmente a obtenção de uma educação gratuita e de qualidade para todos,

vendo nos recursos financeiros, uma possibilidade de realmente democratizar a

educação.

Na nova república os educadores esperavam verbas exclusivas para a

educação pública, bem como a valorização e qualificação dos profissionais de

educação (CARVALHO, 2002). Com base em Toledo e Ruckstadter (2011), viu-se

que, nos primeiros anos de 1980 a forma de governo estava enfraquecida em virtude

da instabilidade econômica e autos índices de inflação. A economia brasileira

encontrava-se em colapso, e nesse cenário nasceu um movimento intenso de luta

pela reabertura, reorganização e redemocratização do Estado brasileiro e de suas

instituições políticas e econômicas.

O primeiro passo para a reabertura política de forma democrática, foi a

elaboração da nova Constituição Federal, por meio da Assembleia Constituinte eleita

em 1986, promulgada em 1988. No contexto da época a economia e a política vistas

na década de 1980, foram consideradas perdidas, porém, foi marcada por

movimentos de luta pela redemocratização, por uma intensificação dos movimentos

sociais (TOLEDO, RUCKSTADTER, 2011).

É importante relatar que as transformações vivenciadas no Brasil, somavam-

se a crise do capital que também acometia os países, nos quais se davam a queda

do modelo de acumulação taylorista e fordista, da administração keynesiana e do

estado de bem estar social. A situação mundial da época é mencionada por

Hobsbawm (1997), apud Carvalho (2012) da seguinte forma:

[...] A crise afetou várias partes do mundo de maneiras e em graus diferentes, mas afetou a todas elas, fossem quais fossem suas configurações políticas, sociais e econômicas [...] (HOBSBAWM

3, 1997, p.

19, apud CARVALHO, 2012, p. 209).

Conforme afirma Carvalho (2012),

A partir dos anos 1990, produziram-se mudanças bastante significativas no

3 HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX – 1994-1991. 2. ed. São Paulo: Companhia das

Letras, 1997.

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conjunto das relações sociais e mundiais. Destacam-se a globalização e a financeirização da economia, a reestruturação produtiva e organizacional em bases flexíveis e a crise da legitimidade do Estado, as quais desencadearam uma alteração do foco na ação governamental e da organização do aparelho estatal (CARVALHO, 2012, p. 208).

Neste período, começa a se discutir que investir em educação é investir no

futuro do país, e crescem os ideais chamados neoliberais.

Segundo Toledo e Ruckstadter (2011), a proposta onde o discurso centraliza

no indivíduo a responsabilidade por seus fracassos e sucessos influenciou

fortemente as políticas públicas para a educação no final do século passado.

A América Latina foi o cenário para as primeiras experiências de cunho

neoliberais, onde estava presente o Estado do Bem Estar Social, e lentamente vai

dando lugar a Teoria do Capital Humano, onde a educação passa por períodos em

que o Estado se retira, e as pessoas passam a ser vista como capital humano,

formado para o trabalho e estas necessitam de educação.

Com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (WCEFA, 1990),

afirma-se que o mundo está enfrentando problemas gravíssimos, dentre eles: o

aumento da dívida de muitos países; a estagnação e decadência econômica entre

outras vem dificultando os avanços na educação básica. O Relatório Jacques Delors

(1996) segue o mesmo caminho e informa que a educação é um tesouro a descobrir,

e que a crise do capital é a principal responsável pela grave situação dos países

menos desenvolvidos, fazendo-se necessário estes países assumirem

compromissos de cumprirem as metas estipuladas pelos organismos internacionais.

Assim, têm-se modificações e dentre as metas e compromissos firmados

estão a abertura econômica e o favorecimento ao capital estrangeiro. Desse modo, o

Estado deixa de investir em políticas sociais e passa a privatizar o que é público.

Desta forma, a gestão democrática no contexto neoliberal é citada pela

primeira vez na Constituição Federal de 1988, Art. 206, porém não se diz como será

aplicada. Em 1996 com a promulgação da LDB 9394 ela volta a ser citada, Art. 14:

Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades ou equivalentes (BRASIL, 1996).

Agora na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) fica estabelecido que

a comunidade escolar tem papel de agente participante na Gestão Escolar, são

criadas as instâncias colegiadas: APMF e Conselhos Escolares, como mecanismos

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fiscalizadores e reguladores. A LDB 9394/96 deixar de ter:

[...] influência dos princípios neoliberais pode-se afirmar que a “LDB que resultou deste processo não poderia ser diferente. Trata-se de uma lei “enxuta”, “minimalista”, que pouco diz sobre questões essenciais da educação, mas que deixou abertas muitas brechas para serem preenchidas em momento oportuno” (MINTO, 2006, apud TOLEDO, RUCKSTADTER, 2011, p. 24).

Portanto, a abordagem sobre a gestão e o financiamento da educação, com a

análise de documentos que expressam orientações para a educação são essenciais

para a compreensão de seu funcionamento.

2.2 POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO ESTADO BRASILEIRO

A reforma educacional após os anos 1990 nos mostra que as diretrizes

políticas estão atreladas a lógica de um planejamento educacional onde a gestão

está fortemente ligada ao financiamento da educação, pode-se dizer que são

inseparáveis. No Plano Nacional de Educação – Lei nº 10.172/2001 entende-se que

há uma correlação direta entre gestão e financiamento:

Financiamento e gestão estão indissoluvelmente ligados. A transparência da gestão de recursos financeiros permitirá garantir a efetiva aplicação dos recursos destinados à educação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional facilita amplamente esta tarefa, ao estabelecer no § 5º do Art. 69, o repasse automático dos recursos vinculados ao órgão gestor e ao regulamentar quais as despesas admitidas como gastos com manutenção e desenvolvimento do ensino (BRASIL, 2001, p. 107, apud LARA e MOREIRA, 2011, p. 32).

Podemos observar a importância que é dada à transferência de recursos

direta às escolas e na necessidade de reestruturação da gestão com maior

participação da comunidade, para garantir um controle maior e mais eficiente na

utilização destes recursos, caminhando a gestão e o financiamento para um modelo

gerencial, com objetivo de melhorar os resultados.

No documento Financiamento Y Gestion Educacion em América Latina Y El

Caribe (UNESCO: CEPAL, 2004 apud Lara e Moreira 2011, p. 37), expressam

orientações especiais para a gestão e o financiamento, apontando que os países

podem investir melhor e com gasto menor, baseando- se na qualidade, equidade e

eficiência, levando sempre em consideração não a quantidade que se investe e sim

investir bem, o documento ainda preconiza que os investimentos em educação tem

como principio a redução da pobreza:

Na década de 1990, procurou-se impulsionar o desenvolvimento sustentável no sul como uma forma de aumentar as recuperações financeiras nacionais. Isto se fez em grande parte mediante a promoção de estratégias orientadas

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para o Mercado e o fortalecimento do funcionamento do estado, do setor Privado e da Sociedade Civil […] A preocupação fundamental era alcançar estabilidade MACRO ECONÔMICA, rápido crescimento econômico e participação ampla nos benefícios desse crescimento, levando assim, em principio à redução da pobreza (UNESCO, 2002, p. 23, apud Lara e Moreira, 2011, p. 40).

No governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), é acatada a estratégia de

reforma do Estado Brasileiro, no qual criou-se um Ministério, o MARE – Ministério da

Administração e Reforma do Estado, tendo como objetivo , como o próprio nome já

diz, organizar e executar a reforma do Estado, sendo nomeado Bresser Pereira,

como seu Ministro e em 1995 o Ministério apresenta seu Plano Diretor expressando

nitidamente:

[…] A Reforma do Estado deve ser entendida dentro contexto da redefinição do papel do Estado que deixa de ser responsável Direto pelo Desenvolvimento Econômico e Social pela via da produção de bens e serviços para fortalecer-se na função de Promotor e Regulador, nesse desenvolvimento (BRASIL, 1995, p. 12).

Assim, a Administração Pública passa a ser uma proposta de governança, o

Governo faz parcerias para dividir responsabilidades, e assim o Governo passa a ser

o promotor de políticas sociais e não mais o seu executor, onde Gestão e

Financiamento Educacional passou a ter uma concepção de Administração

Gerencial.

2.2.1 FUNDEF: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e

Valorização do Magistério

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e Valorização do

Magistério - FUNDEF (Lei nº 9.424/96) o traduziu em termos práticos a Emenda

Constitucional n° 14, que regulamentou a distribuição dos recursos, possibilitando

sua fiscalização e controle, permitindo que se fosse calculado um valor mínimo por

aluno em âmbito nacional, com os recursos destinados para o Ensino Fundamental e

a remuneração aos professores.

Com prazo de dez anos de duração, começou a vigorar em 1° de janeiro de

1998, e sua primeira função seria a de redistribuir recursos para a Educação, de

forma em que as diferenças de valores dos recursos financeiros entre Regiões,

escolas, sejam Estaduais ou Municipais e até mesmo Intra-Estaduais fossem

eliminadas, garantindo assim um valor fixo por aluno.

Desse modo, fica estabelecido 25% (vinte e cinco por cento) da Receita

Líquida de impostos e transferências dos Estados e Municípios, incluindo os

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recursos relativos à desoneração de exportações, de que se trata a Lei

Complementar nº 87/96, do Fundo de Participação dos Estados (FDE), FDM (Fundo

de Participação dos Municípios e do IPI ex (Imposto sobre Produtos Industrializados

proporcional às Exportações) e estes recursos obrigatoriamente devam ser

aplicados no ensino fundamental e a este respeito vê-se que:

Com relação aos recursos para cada estado: Conforme a lei, a soma depositada no FUNDEF é dividida pelo número alunos do ensino fundamental da rede regular pública, definindo-se um custo médio que orientará a redistribuição de recursos dentro de cada estado (CARVALHO, 2012, p. 253).

Conforme Carvalho (2012) isso gerou grandes debates, pois se caracterizou

pelo descompromisso para com as responsabilidades da união. Segundo a lógica

do modelo gerencial da reforma do estado, onde a união assume o papel de

planejar, regular e coordenar, restringindo-se a colaborar e complementar recursos,

tornando-se para tanto somente o executor direto das políticas.

O FUNDEF ao descentralizar recursos redefiniu o papel do estado e de outras

esferas de governo.

2.2.3 FUNDEB: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica

e de Valorização dos Profissionais de Educação

Em dezembro de 2006, foi criado o FUNDEB (Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de

Educação) através da Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006, e

logo após aprovada pela Lei nº 11.494, de 20 de junho (BRASIL, 2006), O FUNDEB

atende toda a educação básica, vindo substituir o FUNDEF que atendia somente o

ensino fundamental, o FUNDEB está vigorando desde janeiro de 2007, com validade

até o ano de 2020.

Para o FUNDEB a complementação de recursos por parte da união

acontecerá sempre que, nos estados e distrito federal, os recursos provenientes do

fundo não atingirem o valor aluno/ano nacional, é o que diz a Lei nº 11.494/2007 em

seu Art. 4º (BRASIL, 2007). O Art. 22 da mesma lei estabelece o mínimo de 60% de

recursos do fundo, para estados e distrito federal, que se destina a remuneração dos

profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício. Embora seja

percebido que houve avanços, acredita-se que FUNDEB esta longe de resolver o

problema do financiamento da educação. Ocorre que, seria necessário aumentar o

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percentual do PIB – Produto Interno Bruto (Saviani4, 2008b, apud Carvalho, 2012,

p.277).

2.2.4 PDDE: Programa Dinheiro Direto na Escola

O PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola, criado pela Resolução nº 12

de 10 de maio de 1995, como Programa de Manutenção e Desenvolvimento do

Ensino Fundamental (PMDE), e em 24 de Agosto de 1998, o programa passa a se

chamar PDDE, de forma definitiva pela Medida Provisória nº 2.178-36. Este

Programa é normatizado, coordenado, acompanhado e fiscalizado pelo FNDE

(Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

O programa é executado entre a parceria das três esferas de governo, ONGs

(Organização não Governamentais) e a comunidade escolar, onde concebe que “o

cidadão será tanto mais cidadão quanto menos for expectador e maior for seu

compromisso com o bem comum e com o interesse Público” (BRASIL, 2007, p. 7

apud Carvalho, 2012, p. 245). E tem como finalidades:

[...] Primeiro, o programa objetiva prover a escola com recursos financeiros, creditados diretamente em contas especificas da Uex (APM), visando contribuir com a melhoria de sua infra estrutura física e pedagógica- melhoria da qualidade do ensino fundamental; Segundo, que a utilização dos recursos decorra de decisões democráticas oriundas da comunidade escolar. Este aspecto propicia o exercício da cidadania, o controle social, a transparência, a racionalidade, a criatividade e a preocupação com a qualidade e com os resultados. Terceiro, que a escola tenha seu espaço de decisão ampliado, que não seja constituído de fora para dentro, mediante processos criativos, gerados e gerenciados no interior da própria escola (PARANÁ, 2002, p.3, apud CARVALHO, 2012, p. 245).

O FNDE em 18 de abril de 2013 publicou a Resolução nº 10, para simplificar

sua execução e permitir que o recurso chegue às escolas no início do período letivo.

2.3 FINANCIAMENTO NO ESTADO DO PARANÁ

Com a descentralização de recursos, surge em 16 de julho de 1992, o FR

(Fundo Rotativo), criado pela Lei nº 10.050 e reestruturado pela Lei nº 14.267 de 22

de dezembro de 2003, e posteriormente regulamentado pelo Decreto nº 7.392 de 21

4 SAVIANI, Demerval. Da nova LDB ao FUNDEB: por uma política educacional. 3. ed. Campinas, SP: Autores

Associados, 2008b.

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de julho de 2004. Tem por finalidade viabilizar de forma mais ágil os repasses de

recursos financeiros aos estabelecimentos de ensino da rede estadual, para a

manutenção e outras despesas relacionadas com as atividades educacionais

(PARANÁ, 2013).

Somente a partir de 2002 que foram criados novos critérios, sendo atualmente

assim distribuído:

O Fundo Rotativo é um recurso proveniente do Governo do Estado destinado a todos os estabelecimentos de ensino da rede pública estadual. É subdividido em varia cotas, como: - Cota Normal Consumo (liberadas em 10 parcelas anuais); - Cota Normal Serviço (liberadas em 4 parcelas anuais); - Cota do Programa Escola Ciadadã-Merenda (liberadas em 02 parcelas anuais); - Cota(s) Extra(s) (liberadas conforme solicitações das escolas, através de processo protocolados, para reparos e melhorias do prédio escolar, aquisição de material permanente e também podem ser liberadas para efetivação de programas da SEED com o projeto Viva a Escola, Jogos Escolares, Itinerantes, dentre outros. O limite da liberação é de até R$ 8.000,00 em caso de aquisição de materiais e/ou serviços diversos, ou até R$ 15.000,00 em caso de serviços de engenharia). Os valores que a SEED encaminha são baseados no número de alunos do estabelecimento, observando os seguintes pesos: - Alunos do Ensino Fundamental: R$ 1,82; - Alunos do Ensino Médio: R$ 3,64; - Alunos do Ensino Profissional: R$ 5,46. Para estabelecimento com até 1000 alunos é distribuído mais um valor linear de R$ 300,00 (PARANÁ, 2012).

Observa-se que cada cota tem seus recursos destinados para despesas

especificas. As 10 (dez) Parcelas da Cota Normal Consumo, são destinadas para

aquisição de itens necessários ao desenvolvimento das atividades escolares como:

gás de cozinha; produtos de limpeza e higiene; materiais de expediente; material

esportivo; materiais de construção; elétrico, entre outros. As 4 (quatro) parcelas da

Cota Normal Serviço são destinadas a prestação de serviços, como reparos e

consertos de conjuntos escolares, despesas bancárias, fotocópias, de informática,

entre outros. Conforme Paraná (2012), o diretor não deve realizar despesas por

conta própria, ele deverá consultar a APMF e ou Conselho Escolar. Toda aquisição

ou contratação de serviços deve se fazer uma prévia pesquisa de preços com pelo

menos 3 (três) orçamentos. Todas as despesas devem ser pagas à vista.

O Fundo Rotativo contribui muito para a educação, porém ainda pode ser

melhorado, como estabelecer uma verdadeira autonomia, concretizando assim a

Gestão Democrática dentro das escolas, pois todos os recursos provenientes deste

programa vêm amarrados, tirando a autonomia do gestor em direcionar os mesmos

para onde haja maiores necessidades.

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2.4 GESTÃO DEMOCRÁTICA E O FINANCIAMENTO EDUCACIONAL

A Gestão Democrática e o Financiamento Educacional estão

indissoluvelmente ligados. Desenvolve-se um novo padrão de gestão educacional,

em que visa consolidar a autonomia administrativa e financeira nas escolas públicas.

A gestão democrática passa a ter maior participação dos pais e da

comunidade nos assuntos escolares. Os recursos financeiros passam a ser

fiscalizados pelas instâncias colegiadas, principalmente APMF e Conselho Escolar. A

gestão passa a ter um caráter onde a eficiência, equalização e agilização do

financiamento, estimulam a descentralização da gestão para o aumento de sua

eficiência. De acordo com GIL (2007):

O que interessa, em especial, é notar a existência de uma cisão entre gestão e o financiamento de educação, no âmbito das administrações públicas, cada qual sob um comando, uma “cabeça, uma “caneta” diferente (GIL, 2007).

Portanto entende-se gestão democrática como um processo político através

do qual as pessoas na escola discutem, deliberam, planejam, solucionam

problemas, acompanham e avaliam as ações voltadas ao desenvolvimento da

própria escola. Portanto a autonomia da escola:

[...] é uma autonomia relativa, pois sempre acontece, na medida em que a escola autônoma não é aquela com “possibilidades de agir independentemente daqueles que estão à {sua} volta (…), significa justamente agir levando-os em consideração” (RIOS

5,1995, p.17, apud

SOUZA et al, 2005, p. 39-40).

A descentralização, se de fato incentiva a autonomia deveria fazer em um

plano especificamente político, permitindo aos sujeitos da escola definirem em

conjunto os rumos da própria escola.

O que está pressuposto neste caminho de modernização parece ser a subordinação da escola a uma forma de gestão, tomada como sinônimo de gerência, onde o central é tornar o uso de recursos escassos mais eficaz evitando, entre outras coisas o desperdício de recursos humanos e

materiais (SOUZA et al, 2005, p. 47).

Temos muito a melhorar, a gestão democrática em nosso país é um processo

que vem sendo vivenciado ao longo dos anos por toda a sociedade. Tornar o espaço

escolar mais democrático é termos mais autonomia nas decisões.

5 RIOS, Terezinha Azerêdo. 1995. A autonomia como projeto: horizonte ético-político. In BORGES, A. et. alii

(org.) A autonomia e a qualidade de ensino na escola pública. Série Ideias, 16. São Paulo: FDE.

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3. METODOLOGIA

Este trabalho é fruto do programa Plano de Desenvolvimento Educacional –

PDE realizado no Estado do Paraná, na Universidade Estadual de Maringá no

período de fevereiro de 2013 a dezembro de 2014. Durante este período foi

elaborado o projeto de intervenção pedagógica enriquecendo os conhecimentos

através de diversas leituras; produção do material pedagógico, seguido da

elaboração e realização do GTR - Grupo de Trabalho em Rede. E finalmente a

implementação pedagógica na escola.

O projeto de intervenção pedagógica tem como título “Financiamento

Educacional e Gestão Democrática” e apresenta o tema “Financiamento

Educacional”, objetivando a apresentação da importância da Gestão Democrática.

Este projeto de intervenção justificou-se pelos diversos questionamentos

quanto à gestão financeira da escola, ressaltando nas práticas planejadas dos

professores, funcionários e comunidade, é preciso o acompanhamento e ajuda no

processo de tomada de decisão, bem como na aplicação dos recursos, pois esta

concepção democrática de gestão integra todos os interessados no alcance de um

objetivo comum, que é uma educação de qualidade, com recursos adequados. Para

tanto, faz-se necessário promover reflexões acerca do Financiamento Educacional

no contexto de uma gestão democrática e informar professores, funcionários e

comunidade sobre até que ponto a direção tem ou não autonomia na gestão destes

recursos, destacando o quanto o trabalho coletivo pode auxiliar o gestor.

A produção didático-pedagógica foi elaborada no 2º semestre de 2013. Esta

unidade foi planejada para oferecer um curso de 32 h/a para professores,

funcionários, equipe pedagógica, APMF, membros do Conselho Escolar e da

comunidade que tivessem interesse em participar. Foi realizado no salão nobre do

Col. Est. Alberto J. Byington Júnior, com capacidade de sessenta pessoas e

realizados aos finais de semana (sábados) e ou no período noturno. Foi

disponibilizado material informativo especificando os recursos recebidos, como:

onde e como são aplicados, mostrando os aspectos financeiros da escola e suas

necessidades; até que ponto o gestor tem ou não autonomia plena na gestão destes

recursos, refletindo o quanto é importante o trabalho coletivo e que pode auxiliar o

gestor escolar em sua administração.

O projeto de intervenção e a produção didático-pedagógica foram

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disponibilizados e discutidos com o GTR, onde houve a participação de educadores

da rede estadual de ensino, por meio do ambiente virtual de aprendizagem,

denominado Moodle, da Secretaria de Estado da Educação (SEED).

O GTR - iniciou em fevereiro de 2014 com a participação de 30 inscritos e

encerrou com 28 concluintes. Os professores participantes entravam na Plataforma

Moodle, ambiente virtual de aprendizagem da Secretaria de estado da Educação,

disponível em: <http://www.e-escola.pr.gov.br>, onde realizavam as leituras e

registravam suas participações através das respostas e sugestões que eram

postadas neste ambiente. O curso foi dividido em tarefas nas suas etapas.

Dentre vários comentários dos participantes sobre a gestão democrática na

escola, trouxemos alguns para ilustrar: “o fato é, que é altamente desafiador tratar de

gestão democrática no nosso país, uma vez que vai contra os princípios neoliberais

que se fazem presente no cotidiano dos brasileiros. E, ainda, é importante

considerar que a Constituição Federal que iniciou essa discussão como você bem

explicitou é de 1988, e a LDB é de dezembro de 1996, ou seja, essa discussão

ainda é embrionária, considerando que na educação tudo é processo, e, portanto a

logo prazo”; outra professora fez o seguinte depoimento: “Quero expor aqui a forma

como se dá a socialização do funcionamento da escola, gestão e aplicação das

verbas no colégio onde atuo como professora. Faço parte do conselho e conheço de

perto as atividades desenvolvidas pela direção. As reuniões com o conselho

acontecem frequentemente e a divulgação para a comunidade se dá através de

reunião com convite aos pais, alunos, funcionários, professores e toda a

comunidade. Faz-se a divulgação no próprio colégio e nos meios de comunicação

que temos disponíveis. No momento da reunião a direção expõe as verbas

recebidas, quando e onde elas podem ser aplicadas, a forma de contratação de

serviços e de compra, e os trâmites legais de uma gestão democrática. Assim,

alcançamos grande parte da comunidade escolar, porém, infelizmente, ainda não

alcançamos o todo, já que muitos não comparecem, não sabemos se realmente não

podem participar ou se não há interesse por saber como as coisas funcionam”.

Ao final do GTR, cada participante respondeu um questionário on-line para

avaliação do curso. Estas avaliações de modo geral foram positivas.

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4. IMPLEMENTAÇÃO

A implementação correu no 1º semestre de 2014, onde foram apresentados

os objetivos do projeto de intervenção; a justificativa; os conteúdos escolhidos para

estudar; a metodologia que seria aplicada; o envolvimento do grupo para obter

melhores resultados e o próprio material que seria utilizado.

A implementação do material teve início em 22 de março com 20 participantes

inscritos, sendo que 19 concluíram o curso. Os demais encontros ocorreram nos

dias 29 de março; 05 e 12 de abril; 03, 10, 24 e 31 de maio e 07 de junho de 2014.

Em cada encontro foram disponibilizados textos para todos os participantes

abordando os seguintes temas: “Reforma do Estado e o impacto na Educação”;

“Gestão e financiamento da Educação”; “Gestão Educacional e Gestão Escolar”;

“FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e

Valorização do Magistério”; “FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento

da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação”; “PDDE –

Programa Dinheiro Direto na Escola” e “Financiamento no Estado do Paraná”.

Foi realizada a leitura, respondeu-se os questionamentos e houve o debate

dos conteúdos. Sempre ocorreu muita discussão e troca de ideias sobre os temas

apresentados. Os participantes afirmaram que o tema do curso era interessante e

muito importante, uma vez que nem todos os participantes tinham ciência de como

funciona a distribuição de verbas para a educação e puderam entender os

programas de governo tanto federal como estadual, e ainda as exigências e

limitações dos mesmos, portanto, consideraram bastante esclarecedores todos os

tem trabalhados.

Quando questionados em relação a estas políticas e suas influências em

nossas vidas, alguns concordaram que todas as políticas públicas influenciam e/ou

afetam e proporcionando e/ou impedindo a transformação educacional.

A administração pública da educação gera ações governamentais que atuam

através de programas e projetos direcionados à melhoria da qualidade da educação,

mas deve ser cobrado do poder público essas ações com o objetivo de favorecer o

crescimento integral do homem e da sociedade.

Ao analisar estas políticas foi observado que estas refletem no plano de

carreira dos professores, na questão estrutural e operacional da escola, bem como

na aprendizagem dos alunos, ficando claro que há necessidade de um maior

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investimento de forma per capta para o ensino fundamental que é a base para o

desenvolvimento educacional nesta etapa da escolaridade.

Foi considerada por um dos participantes a necessidade de maior valorização

da escola e de sua autonomia, bem como de sua responsabilidade; uma melhor

articulação de políticas e de esforços entre as três esferas da Federação para

resultados mais eficazes garantindo dessa forma, a equidade e eficácia do sistema.

Outra afirmativa interessante dos participantes foi que estas políticas (ações

sociais) devem garantir de forma permanente, os direitos de cidadania a todos,

principalmente dos mais necessitados que estão a declive da pobreza e esquecidos

pelos políticos. Havendo assim, a necessidade de promoção de políticas públicas

mais adequadas na educação.

Pode-se observar durante o processo de implementação deste projeto que a

redemocratização não foi de todo ruim, claro que há muito a melhorar. O processo

de descentralização no que se refere ao financiamento facilitou as ações dos

gestores, porém ainda está aquém das necessidades das escolas, onde é dada a

autonomia, mas uma autonomia decretada, em que os gestores e instâncias

colegiadas ficam reféns das determinações das mantenedoras, e os recursos ficam

travados dentro de um sistema que não é permitido escolher onde aplicar, sendo

amarrados dentro de cada Cota (Ex.: Cota Consumo, Cota Serviço) exigindo mais

eficiência/eficácia/equidade, na gestão destes recursos, de forma a se fazer mais

com menos. Porém, a participação da comunidade escolar exerce um papel

primordial para dar legitimidade e transparência aos processos decisórios dentro da

escola, e quando esta comunidade passa a conhecer funcionamento das questões

pertinentes ao Financiamento, a escola passa a ter grande chance de realmente

trabalhar dentro de uma perspectiva de Gestão Democrática.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implementação deste projeto com os professores, funcionários e

comunidade foi muito bem aceito e revelou resultados satisfatórios. A participação foi

excelente, houve entusiasmo em diversos debates permitindo esclarecimentos

significativos em relação a gestão democrática.

Os objetivos delineados pelo projeto alcançaram sua totalidade, pois os

participantes discutiram os temas propostos, debateram várias ideias,

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compartilharam experiências, enfim tiveram oportunidades de repensar a gestão

escolar e compreender melhor como é o financiamento educacional.

A participação efetiva de todos os envolvidos na escola podem trazer

resultados positivos. Este trabalho poderá auxiliar numa contextualização mais

intensa que possa promover uma ferramenta motivadora e questionadora na

construção das relações sociais e, consequentemente contribuir na construção de

uma escola de melhor qualidade.

Foi observado através das colocações dos participantes do curso que a

versão deles é próxima a do processo de redemocratização do Estado, com a

descentralização financeira/eficiência/eficácia/equidade/autonomia relativa e seus

empecilhos. Essa redemocratização também trouxe benefícios para a educação

brasileira, observados alguns avanços, embora em ritmo lento, em um setor tão

importante como a educação. No entanto, não se pode dar por satisfeitos pois esse

processo ainda é novo para nós, e está em construção, sendo unânime dizer que a

participação da comunidade escolar (professores, funcionários, pais, alunos e

instâncias colegiadas) assume papel primordial para a efetivação da Gestão

Democrática nas escolas, trazendo assim mais transparência e legitimidade a todo

processo de gestão, principalmente no que tange a gestão financeira, pois como

citado neste projeto “o gestor não administra sozinho“, e pensando na escola, a

participação de toda comunidade se torna muito importante e imprescindível para

obter resultados satisfatórios para a educação escolar, portanto, este projeto e sua

implementação é de muita relevância para a comunidade escolar nos aspectos

gerais.

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