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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
Histórias em Quadrinhos em Língua Inglesa: um caminho para
a aprendizagem.
Maria do Rosario Cezaro1
Raquel Cristina Mendes de Carvalho2
Resumo: Este trabalho trata do desenvolvimento de um estudo realizado, durante o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), para o ensino de línguas voltado para a leitura, utilizando-se o gênero textual Histórias em Quadrinhos (HQ). Existe uma diferença entre ler um texto simplesmente para decodificá-lo e ler para analisá-lo criticamente. O que se propôs foi a utilização, em sala de aula, de uma Unidade Didática (UD) com base na teoria da análise do discurso, pela Linguística Sistêmico Funcional conforme Halliday (2004). Foram realizadas atividades de leitura de HQs, discussão oral, resolução escrita de diversas questões conforme a HQ, entre outras. A aplicação da proposta se deu em uma turma do segundo ano do Ensino Médio, pensando-se em como acontece a aprendizagem de LI nesta fase da vida do aluno. Os resultados apontam para um desafio a ser enfrentado por todos os envolvidos nesse processo, pois, a realidade hoje nos coloca em diversas situações que nos obriga a buscar soluções e sair da zona de conforto. Palavras-chave: Gênero Textual. Leitura. Língua Inglesa.
1.Introdução
Este artigo trata do resultado de um trabalho realizado a partir da
implementação de uma Unidade Didática (UD) sobre o gênero textual Histórias
em Quadrinhos (HQ), com o objetivo de reconhecer nelas formas de expressão
da língua inglesa (LI). A referida UD foi implementada nas aulas de LI, de uma
turma de segundo ano do Ensino Médio de uma escola do interior do Paraná.
Esse projeto se deu em função do desenvolvimento do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE) do estado do Paraná.
As HQs são uma ferramenta para o ensino de LI e também de todas as
outras Disciplinas, devido às suas características que são fáceis de serem
identificadas, por possuírem uma linguagem informal em forma de histórias
curtas, proporcionando ao leitor momentos de aprendizagem sobre diversos
temas. O material é significativo, pois se trata de um gênero textual que serve
como meio de reconhecimento da necessidade de mostrar ao aluno a
1Professora PDE, da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná. Licenciada em Letras
Português e Inglês pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Palmas, PR. Pós-graduada em Magistério da Educação Básica, com concentração em Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Curitiba, PR. [email protected] 2Professora Orientadora, lotada no Departamento de Letras da UNICENTRO, Mestre em
Língua Inglesa e Literaturas Correspondentes pela UFSC. [email protected]
importância da leitura, e a diferença entre ler um texto para decodificá-lo e, lê-lo
e analisá-lo criticamente.
Diariamente estamos em contato com textos, o desafio é estimular o aluno a
aprender com tudo o que está ao seu redor e oportunizá-lo a perceber que isso é
possível. A partir desse contexto, buscou-se, então, um modo de ajudar os alunos
na percepção de um significado para o autor ao escrever um texto e qual seria o
significado para o leitor ao ler esse mesmo texto. Para tanto, realizamos com a
turma o projeto, com o objetivo de identificar a estrutura usada nas HQ, os tipos
de estruturas linguísticas, linguagem verbal e não verbal e algumas
onomatopeias. Acreditando-se que com esses objetivos podemos ajudar o aluno
a pensar sobre o que ele faz e como o faz para tornar-se mais crítico, com
relação aos acontecimentos ao seu redor e a si mesmo.
Sendo assim, é necessário além de trabalhar com o texto, provocar no aluno
uma reflexão maior sobre ele, pois, o uso de cada gênero textual tem o seu papel, ou
seja, a sua função específica. Dessa forma, neste artigo abordamos o desafio que
estamos enfrentando para conscientizar nossos alunos de que não haverá
aprendizagem sem o conhecimento e não haverá conhecimento sem leitura.
A fim de facilitar a organização, dividimos do presente artigo em cinco sessões.
Após a Introdução, discutimos o suporte teórico que embasou este estudo. Na
sequência apresentamos o método da investigação e os dados coletados, para então
analisarmos e discutirmos os resultados identificados. Como encerramento,
apresentamos nossas considerações finais para o estudo.
2. Revisão da literatura
2.1. Análise do Discurso e Linguística Sistêmico Funcional
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (doravante DCE)
do Paraná (PARANÁ, 2008) temos o discurso como prática social como
conteúdo estruturante em Língua Estrangeira. A língua como o objeto de estudo
dessa disciplina nos aspectos: social, cultural e histórico. Assim, o aluno é o
sujeito que o educador tem em suas mãos para que se torne um cidadão.
O discurso que se trabalha em sala de aula através de textos de diferentes
gêneros é o meio pelo qual se torna possível expor os mecanismos pelos quais
a sociedade se comunica, e todos nós somos afetados enquanto participantes
do contexto. Portanto, a partir do desenvolvimento da “teoria de funções da
linguagem, a língua passou a ser vista como um sistema de escolhas de acordo
com o contexto de uso” (PARANÁ, 2008, p.47).
Conforme Halliday (2004), criador da teoria das funções da linguagem,
denominada Linguística Sistêmico Funcional (LSF), são três as dimensões que
tem impactos significativos e previsíveis sobre o uso da linguagem: MODO,
RELAÇÕES (de poder e solidariedade) e CAMPO (tópico ou foco da atividade).
Verifica-se a composição, “de três tipos de significados articulados
simultaneamente pela linguagem, o Ideacional, o Interpessoal e o Textual
(chamados de metafunções na teoria sistêmico-funcional)” (MEURER e
DELLAGNELLO, 2008, p. 49).
Essas metafunções são responsáveis pelo uso da linguagem e atribuição
de significado a ela: a metafunção Ideacional faz a representação da realidade,
criando, refletindo, reforçando conhecimentos e crenças; a Interpessoal define
como se estabelecem as identidades e relações sociais; e a Textual permite que
o texto (oral ou escrito)“ revele o que os (as) falantes ou escritores (as) salientam
– ou não – em seus textos.” (MEURER; DELLAGNELLO, 2008, p. 49).
Por esse motivo é que não concebemos mais a ideia de se ensinar uma
língua por meio de memorizações e práticas descontextualizadas. Neste sentido,
o aluno passa a reconhecer que os textos são representações da realidade e
isso é importante para o seu desenvolvimento, além de conhecer novas culturas,
maneiras de viver as diferentes formas linguísticas e também os subsídios
necessários para refletir criticamente sobre si mesmo.
2.2. Gêneros Textuais e Histórias em Quadrinhos (HQ)
Segundo a definição de Bazerman (2006, p. 23, apud PAIVA, 2012, p.97)
Gêneros são formas de vida, modos de ser. São frames para a ação social. São ambientes para a aprendizagem. São os lugares onde o sentido é construído. Aos gêneros moldam os pensamentos que formamos e as comunicações através das quais interagimos. Gêneros são os lugares familiares para onde nos dirigimos para criar ações comunicativas inteligíveis uns com os outros e são os modelos que
utilizamos para explorar o não familiar.
A partir dessa definição podemos considerar, então, que os textos estão
representados em gêneros textuais.
O surgimento das histórias em quadrinhos (HQ) pode ter iniciado por meio
das pinturas rupestres, usando desenhos como forma de comunicação entre as
diversas civilizações. No entanto, como as conhecemos hoje, surgiram na
Europa, em meados do século XIX, com as histórias de Busch e de Topffer. No
fim desse mesmo século, com o Menino Amarelo (Yellow Kid), desenhado por
Richard Outcault e publicado pelo jornal New York World, surge o primeiro herói
em quadrinhos. No século XX, através dos jornais, as HQ circulavam com um
bom alcance, logo escritas em gibis e nos meios virtuais, com temáticas e estilos
diversos (MENDONÇA, 2007).
Entretanto, as HQ não são consideradas um gênero textual único em suas
características. Há que se considerar os subgêneros das HQ. Dentre esses
subgêneros, podemos encontrar a caricatura, a charge, o cartum e as tiras. Cada
um desses possui suas características específicas, por exemplo, o cartum se
diferencia da HQ por possuir a sequência narrativa opcional, o que na HQ é
obrigatória, uma vez que conta com personagens fixos. A HQ, então, pode ser
caracterizada “como um gênero icônico ou icônico-verbal narrativo”
(MENDONÇA, 2007, p. 197) cujo tempo é feito quadro a quadro.
Segundo Cristóvão (2007), existem diversos recursos que caracterizam a
constituição das HQ: os quadrinhos servem como “moldura” para o cenário, os
personagens e as legendas, e têm como função separar as vinhetas; os balões
contém as falas dos personagens, como também signos e dividem-se em (balão-
fala, balão-pensamento, balão-uníssono, balão-cochicho, balão- grito, balões-
encadeados); as legendas realizam a função de narrador; os planos que na visão
de Higuchi (2002, apud CRISTÓVÃO, 2007, p. 42) são em número de oito(plano
geral ou panorâmico, plano total, primeiro plano, plano médio ou aproximado,
plano americano, plano de detalhe, plano de conjunto, plano em perspectiva); os
ângulos são três conforme Higuchi (1997; 2002, apud CRISTÓVÃO, 2007, p.43):
ângulo frontal, plongé e contra-plongé; as letras e onomatopeias; o título; o
subtítulo; mecanismos de ilustração(sinais para palavrões, por exemplo).
Utilizando o gênero HQ para o trabalho em sala de aula como prática pedagógica
para o ensino e aprendizagem da LI, Cristóvão (2007, p. 39) considera “a familiaridade
dos alunos com esse tipo de gênero em língua materna; o interesse despertado em
função do aspecto visual; o uso do humor como componente motivador; e as
orientações dos PCN-LE”, orientações essas em que se deve unir o conhecimento
prévio do aluno e seu conhecimento de mundo com a aula.
Então, ao se trabalhar com as HQs, segundo Mendonça (2007) contamos
com a possibilidade de contextualizar e tornar mais claro as informações
implícitas e explícitas no texto.
3. Método
O trabalho foi desenvolvido a partir da implementação da proposta do
PDE, por meio de uma Unidade Didática (UD), com atividades de leitura sobre o
gênero textual HQ. Com o intuito de identificar as características desse gênero
e sua estrutura linguística, bem como, algumas onomatopeias e ainda a
linguagem em sua forma verbal e não verbal.
A turma escolhida para a realização foi o segundo ano de Ensino Médio
do Colégio Estadual Arnaldo Busato, no município de Coronel Vivida – PR. O
número de alunos era 38, com idade entre 16 a 18 anos.
A partir da implementação da UD foram coletados dados como: atividades
de produção oral e escrita, para serem analisados posteriormente.
4. Análise dos Dados
Ao analisarmos os dados coletados, notamos que se complementam com
a proposta de estudo idealizada inicialmente e com as leituras de alguns autores,
como Meurer e Motta-Roth (2002), Cristóvão (2007), Mendonça (2007), os quais
se identificavam melhor com a nossa pesquisa. O foco desta era como ocorre a
aprendizagem do aluno do segundo ano do Ensino Médio em LI, utilizando-se
do gênero textual História em Quadrinhos.
Dando início à realização de nossa pesquisa, fizemos uma dinâmica com
a turma, formando grupos para que pensassem sobre duas questões
relacionadas à palavra aprendizagem. A primeira era, quais outras palavras
teriam relação com a palavra aprendizagem; a segunda, como pode acontecer
a aprendizagem de modo geral, fora e dentro da escola. Ao exporem o resultado
da conversa entre os grupos, quanto à primeira questão, disseram que
aprendizagem tem a ver com: educação, paciência, sabedoria, atenção, leitura,
esforço, dedicação, escola, professor, entre outras. Na segunda questão,
conforme os alunos, a aprendizagem pode acontecer através da leitura de livros,
revistas, textos, internet, entre outros, e também nos locais como a escola, a
igreja, a família, enfim, dependente do cotidiano das pessoas.
E para sabermos do cotidiano deles, da sua leitura, fizemos uma atividade
com alguns gêneros textuais e os motivos pelos quais os teriam lido nos últimos
dias. Vimos pelo resultado que a maioria dos alunos souberam relacionar o
motivo certo com o seu gênero adequado. Podemos perceber isso com relação
a leitura, por prazer, de e-mail, revista e romance. Pelo motivo de informação a
leitura de propaganda, mapa, jornal, placa de rua, tabela de horário e previsão
de tempo. Pelo motivo de necessidade a leitura de conta de restaurante, lista de
compras e tabela de horário. E pelo motivo de recomendação relacionaram com
as instruções. Comprovamos então que, segundo as Diretrizes Curriculares da
Educação Básica (doravante DCE) do Paraná (PARANÁ, 2008) temos o discurso
como prática social como conteúdo estruturante em Língua Estrangeira.
Gênero Textual Prazer Informação Necessidade Recomendação
propaganda 1 22 0 3
conta de restaurante 0 6 13 4
e-mail de amigo 14 5 8 1
instruções 1 7 7 12
revista 13 8 2 1
mapa 2 14 8 1
horários de cinema 6 9 4 4
jornal 1 18 3 2
romance 17 2 3 4
lista de compras 5 4 16 2
placa de rua 0 12 7 3
tabela de horário 0 10 11 5
previsão do tempo 0 14 6 6
Tabela 4.1. Relação número de alunos, gênero textual lido e razões para ler
Para que reconhecessem que iríamos trabalhar com um determinado
gênero textual, fizemos a observação de uma figura onde identificaram todas as
características de uma história em quadrinhos (HQ). Os alunos perceberam que
já tinham algum conhecimento e conseguiram trazer uma definição do gênero
textual HQ. Escolhemos algumas escritas das definições a seguir:
“ Histórias em quadrinhos são Histórias curtas e divertidas, com balões e
personagens”. “HQ são histórias em quadrinhos, onde contam histórias curtas,
com balões, personagens, entre outras características”. “ Uma HQ é uma história
em quadrinhos feita em vários cenários, com vários personagens que serve para
divertir, criticar, alertar sobre qualquer assunto”.
Além disso, conforme sugere a LSF (HALLIDAY, 2004), como ferramenta
de análise do discurso, colocamos em prática a análise dos contextos de cultura
e situação em todas as HQs lidas. Esta afirmação se confirma porque
proporcionamos atividades diferenciadas em cada HQ. Por exemplo, quando
proposto para identificar quem a escreve, por qual motivo, o público leitor e onde
pode ser encontrada, os alunos tiveram bastante facilidade para determinar.
Também em outras HQ, foi solicitado aos alunos que identificassem as
estruturas linguísticas, o tipo de linguagem utilizada e as onomatopeias, e mais
uma vez realizaram as atividades sem dificuldade.
Na sequência, solicitamos aos alunos que buscassem entender as
escolhas dos autores por personagens e os objetivos na criação de suas
histórias. Para tanto, os alunos pesquisaram a biografia de um autor de comics.
Confrontamos que o mesmo citava nelas acontecimentos próprios de sua vida,
em tom de brincadeira, com interesse na Ciência, Política e Filosofia.
Com o intuito de analisarmos mais sobre a estrutura linguística, fizemos a
leitura de um diálogo transformando-o em uma HQ. Nosso objetivo era verificar
até que ponto os alunos conseguiriam realizar a atividade sozinhos, colocando
em prática a análise linguística do diálogo e transformando a linguagem do
diálogo para os balões.
Figura 4.1. Transformação de um diálogo em HQ. Produção do Participante 15 e 233
Entretanto, o resultado não foi o esperado, pois, apenas copiaram as frases
todas, sem adequar as estruturas linguísticas para os balões propostos. O motivo
dessa atitude pode se comprovar a partir do que Schütz (2005) sugere, pois na
adolescência os alunos têm certa dificuldade em extrair as ideias principais de
um texto, necessitando o auxílio do professor no direcionamento de seu
pensamento.
Ademais, outra observação feita ao trabalharmos com as HQ, é que os
alunos nesta fase da vida se voltam para outros interesses, preocupando-se
mais com a sua aparência física. Isso vem a reforçar Schütz (2005), que defende
que o aluno após a idade dos 14 anos, já não se preocupa mais tanto com alguns
aspectos relacionados à leitura e aprendizagem.
Lembrando que a intenção do nosso trabalho estava voltada em como
acontece a aprendizagem, então, relacionamos o contexto das histórias em
quadrinhos analisadas com a dinâmica do início da UD, ou seja, aprendizagem.
Para complementar e dar mais subsídios para a produção final dos alunos,
assistimos a um filme, cuja temática se tratava de aprendizagem em diversos
contextos. O resultado dessas relações foi apresentado em forma de elaboração
de uma HQ, colocando em prática o desenvolvimento da proposta.
3Os participantes do estudo foram numerados para preservar suas identidades.
Figura 4.2. Produção final, construção da HQ pelo Participante 18.
O resultado das produções atendeu as expectativas propostas no tocante
à criação das HQ, levando em consideração o uso das características de uma
HQ: quadros, balões, recursos iconográficos, onomatopeias, personagens, entre
outros. Entretanto no que se refere à produção da linguagem em LI, os alunos
apresentaram bastante dificuldade, solicitando a ajuda do professor em quase
todos os grupos. Essa dificuldade pode estar relacionada pelo motivo de terem
um histórico de tradução de todas as palavras. Ou seja, escrever a frase em
português e em seguida traduzi-las. Os estudos pertinentes ao ensino de LI na
atualidade sugerem que não mais se traduza textos, mas que a linguagem seja
adequada ao contexto de situação em que será usada, criando assim, formas de
uso da mesma em diversas práticas sociais.
5. Considerações Finais.
Na intenção de melhorar a prática pedagógica em sala de aula, dentre os
gêneros textuais, escolhemos o trabalho com as História em Quadrinhos (HQ)
em língua inglesa. Esse gênero foi escolhido por caracterizar uma linguagem
oral representada de forma escrita, cujos exemplos são atrativos para os alunos
do Ensino Médio (EM).
O objetivo principal do estudo foi identificar como os alunos EM aprendem
a língua inglesa a partir de um contexto de uso como prática social. A partir da
Linguística Sistêmico Funcional (LSF) de Halliday (2004), ferramenta que facilita
a análise do discurso, propôs-se, aos alunos, analisar as HQ, identificando suas
características e linguagem verbal utilizada. Com relação às características
como quadros, recursos iconográficos, onomatopeias, linguagem não verbal
entre outros foi possível identificar avanço na aprendizagem desses
participantes do estudo. Entretanto, no tocante ao uso da linguagem verbal em
LI, os alunos encontraram bastante dificuldade, demandando mais vocabulário
e conhecimento de estruturas linguísticas. Esse resultado pode ser justificado
pela tradição de um ensino pautado em leitura e tradução de texto nas aulas de
língua inglesa na escola em cujo estudo foi realizado.
A presente investigação ressalta a necessidade de mais pesquisas e
estudos na área de ensino e aprendizagem de LI nas escolas de EM,
proporcionando ao aprendiz melhores resultados no tocante ao seu
desenvolvimento escolar. Além disso, os programas de formação continuada
para professores devem constituir uma crescente preocupação e incentivo ao
desenvolvimento pedagógico desse profissional.
Referências
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MEURER, J.L.; DELLAGNELLO, A.K. Análise do Discurso. Florianópolis, SC: CCE/UFSC, 2008. Disponível em http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoBasica/analiseDoDiscurso/assets/495/Texto_base_AnalisedoDiscurso.pdf Acesso em 04.03.2014. MEURER, J.L.; MOTTA-ROTH, D. Gêneros textuais e práticas discursivas: subsídios para o ensino da linguagem. Bauru, SP: EDUSC, 2002. PAIVA, V.L.M.O. Ensino de língua inglesa no ensino médio: teoria e prática. São Paulo: Edições SM, 2012. PARANÁ, SEED. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira para o Ensino Fundamental. Secretaria de Estado de Educação do Paraná, Superintendência da Educação, 2008. PATEL, C.; FENNER, L. A contribuição dos diferentes gêneros discursivos no ensino de língua inglesa. O Professor PDE e os desafios da Escola Paranaense. PDE 2008. Disponível em http://www.diaadiadaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2008unioestelemartigocirleipatel.pdf. Acesso em: 04.03.2014. SCHÜTZ, R. A Idade e o Aprendizado de Línguas. English Made in Brazil. Disponível em: http://www.sk.com.br/sk-apre2.htmlOnline.Acesso em:
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