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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

ALEX MARTINS DIAS

PRODUÇÃO DIDÁTICA

O MITO E SUAS IDEOLOGIAS NA OBRA SIKULUME E OUTROS CONTOS

AFRICANOS

LONDRINA - PR 2013

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: O mito e suas ideologias na obra Sikulume e Outros Contos Africanos

Autor: Alex Martins Dias

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Bento Mossurunga

Município da escola: Ivaiporã

Núcleo Regional de Educação: Ivaiporã

Professor Orientador: Maria Carolina de Godoy

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina

Relação Interdisciplinar:

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

História, Geografia, Antropologia e Artes.

Resumo:

A produção didático-pedagógica organizada e produzida para a transposição e implementação desse projeto, partiu dos contos do livro Sikulume e outros contos africano, do escritor afro-brasileiro Júlio Emílio Braz.. A didatização do trabalho dar-se-a por meio de uma sequência didática que obedecerá aos procedimentos descritos por Schneuwly e Dols, na obra “ Gêneros orais e escritos na escola” , e está disposta da seguinte maneira: apresentação da situação, produção inicial, a parti daí desdobrando-se em módulos até a produção até a produção final do trabalho. Percorrendo a produção didático-pedagógica é possível identificar as relações com as disciplinas de história, geografia, antropologia e artes, além dos diversos aspectos da cultura africana que são apresentados no decorrer de todo trabalho.

Palavras-chave: Literatura; infantil; contos; africanos.

Formato do Material Didático: Sequência Didática

Público:

6º ano

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O TRABALHO COM O GÊNERO TEXTUAL: CONTOS AFRICANOS

IDENTIFICAÇÃO

Área: Língua Portuguesa

Nome do professor PDE: Alex Martins Dias

Nome do Orientador: Maria Carolina de Godoy

Ilustração: Débora Karen Rodrigues

Trabalho em foco

O trabalho que desenvolvo nessa sequência didática tem como foco principal a leitura de contos

infantis africanos. Aliado a essa leitura, busco também

desenvolver em nossas crianças uma identidade negra mais

positiva, bem como superar as dificuldades de convivência com

as questões raciais entre as crianças , de modo a construir

uma prática pedagógica que vise o respeito mútuo, aceitando as

diferenças raciais e culturais.

INTRODUÇÃO

Nos anos 80, contribuições teóricas de vários pensadores, integraram o

Circulo de Bakhtin, estudos sobre a natureza sociológica da linguagem começaram

a integrar a disciplina de Língua Portuguesa, passando a assumir uma concepção sócio-interacionista de linguagem.

Mikhail Bakhtin (1895-1975), pesquisador russo do início do século XX, foi o primeiro a empregar a palavra gêneros como

um sentido amplo, referindo-se aos tipos textuais que empregamos em todas a situações de comunicação.

Definindo Gênero Textual

De acordo com Schneuwly ( 2004:28), o gênero é um “ megainstrumento”, cuja configuração se estabiliza por meio de “

vários subsistemas semióticos ( sobretudo lingüísticos, mas também sociolingüísticos), permitindo agir eficazmente numa classe

bem definida de situações de comunicação”.

Para Dolz e Schneuwly ( 2004:51), o ensino da comunicação oral e

escrita “pode e deve”acontecer de forma sistemática. Para isso eles propõem

uma “sequência didática”, ou seja, uma “sequência de módulos de ensino,

organizados conjuntamente para melhorar determinada prática de linguagem

dos alunos”. Para desenvolver as sequências didáticas, é preciso

compreender que os gêneros de texto são uma forma de “cristalização”das

práticas de linguagem, consideradas como instrumentos de interação social,

as quais se constroem pelos agentes sociais.

Conceituando a Literatura Oral

O conceito de literatura oral surge, pela primeira vez, na obra “Literatura oral de La Haute Bretagne”, publicada em 1881, por

Paul Sibillot. Sua obra trata justamente dessa tradição oral de narrar, que passa de geração em geração. Essa tradição traz

marcas e informações de diferentes grupos culturais.

Uma obra, proveniente da tradição oral, pode fixar-se por meio da escrita, pode registrar variantes diversas de linguagem,

pode também migrar-se para outras culturas por meio do ato de contar (narrar), é o que tem ocorrido, por exemplo, com os contos

de tradição africana, e diversas etnias.

PARA REFLETIR

“Os mais humilhantes

Detalhes morrem na minha

Garganta, mas nunca nas

Minhas lembranças.”

Evaristo(2011,p.56)

Atividade de Investigação Prévia

Agora é o momento de discussão entre professor e aluno a respeito do conceito de oralidade. Durante essa

contextualização, o professor proporcionará aos alunos a possibilidade de expressarem-se por meio da oralidade.

Questões para reflexão – Didatizando

1- O que você entende por oralidade?

2- Qual é o significado da palavra “oralidade” para vocês?

3- Já ouviram, alguma vez, a expressão “tradição oral”?

4- Como as tradições orais podem ser passadas de uma geração para outra?

O Conto Literário

Segundo Gotilb ( 1985,p.17), o conto, de acordo com a terceira acepção de Julio Casares, entendido como “fábula que se

conta às crianças para diverti-las”, liga-se mais estreitamente ao conceito de estória e do contar estórias, e refere-se, sobretudo,

ao conto maravilhoso, com personagens não determinadas historicamente”. E narra como as coisas deveriam acontecer,

satisfazendo assim uma expectativa do leitor e contrariando o universo real, em que nem sempre as coisas acontecem da forma

que gostaríamos.

TECENDO IDÉIAS

Durante os questionamentos a seguir o professor, mediador, poderá gravar ou filmar as respostas dadas pelos alunos, para que

posteriormente possa postá-las em um blog, o qual será criado e organizado para a sala com auxílio do professor. Durante esse

momento de interação, o professor poderá registrar as resposta também, se preferir, na lousa.

Questões para reflexão – Didatizando

1- O que é um conto?

2- O que é uma narrativa?

3- Então conto e narrativa são a mesma coisa, ou seja, pertencem ao mesmo gênero?

4- Contos e narrativas têm algo em comum com as histórias que ouvíamos, por exemplo, pelos nossos pais na hora de

dormir?

5- Vocês gostam de ouvir histórias?

6- Que tipo de histórias vocês mais gostam de ouvir?

7- O que te atrai nesse tipo de história?

8- Tem alguém na sua família que gosta de contar histórias?

Após essa socialização e interação a respeito do gênero conto, serão apresentado em seguida, os contos africanos do

escritor Júlio Emílio Braz, retirados da obra intitulada Sikulume e outros contos africanos.

MOMENTO DE DESCONTRAÇÃO:

Contação de história

Esse deverá ser um momento muito especial, pois o professor apresentará à classe o seu objeto de estudo e intervenção,

dessa forma introduzindo o gênero e o assunto, os quais serão desenvolvidos posteriormente ao longo da sequência didática.

Cabe ao professor também, organizar a sala da melhor forma possível para que a contação ocorra de forma sedutora e atraente.

De acordo com Braz (2009,p.54) no conto “ O Grande Chefe dos Animais”:

Era uma vez uma mulher que, cansada de muitos afazeres em casa, teve a oportunidade de sair de casa por certo

tempo e deixou as crianças aos cuidados de uma lebre. O lugar em que morava era muito próximo de uma estrada por onde

costumavam passar muitos animais selvagens e, um pouco depois de a mulher partir, muitos deles apareceram, assustando a

lebre. Ela correu, porém ...

Ao saber o que acontecera, a mulher se refez rapidamente do susto e em seguida, tratou de juntar um pouco de

lenha, das mais secas que encontrou, e afiou duas ponteiras de ferro que levou consigo quando desceu a estrada. A lebre

ainda tentou detê-la, preocupada, pois ... (Braz,2009,p.54,56,59)

Muita gente se movimentando pra lá e pra cá, a fumaça desprendendo-se de dentro de si e saindo pelos ouvidos e

pelas narinas, a gritaria das crianças ...

Após esse momento mágico, que é a contação da história, sob a orientação do professor e de forma dirigida, pedir para

que as crianças comentem oralmente as informações contidas no conto lido. É necessário também, nesse momento, fazer o

registro dessa socialização e fica a critério do professor escolher a melhor forma.

TECENDO IDEIAS SOBRE O CONTINENTE AFRICANO

Esse será um momento muito importante para o desenvolvimento das atividades propostas nesta sequência didática, pois os

educandos serão conduzidos ao continente africano por meio de questionamentos, interações e socialização de conhecimentos. O

registro desse momento poderá ser filmado, gravado e postado no blog criado para a classe ou ainda se preferir o professor

poderá fazer o registro no caderno, na lousa, enfim fica a critério.

E ainda de acordo com Andrei e Fernandes, na obra Cultura Afro-Brasileira Construindo Novas Histórias (Caderno

Uniafro,2007,p.24):

O desafio é: vencer o preconceito no seu sentido e uso mais amplo; trazer a África e os africanos para o campo

histórico, articulando a história dessa região e de suas sociedades com a história da construção do Brasil.(

Caderno Uniafro,2007,p.24).

Professor, é preciso estar consciente e preparado para transformar a Lei 10.639 em uma prática pedagógica constante,

dotando-a de conteúdos e saberes qualificados.

Questões para reflexão – Didatizando

1- O que você sabe sobre a África?

2- Já ouviram falar em um país chamado Nigéria? Onde fica esse país?

3- Conhece alguma história, filme ou desenho de origem africana? Comente.

4- Você tem algum conhecimento a respeito da musica, dança ou religião africana? Quais?

5- Como é a fauna e a flora da África?

6- E a culinária africana o que sabe a respeito?

7- Conhece algum poeta ou escritor de nacionalidade africana?

8- Que idioma é falado no continente africano?

Mapa atual do continente africano

Professor, é essencial que você leve para a sala de

aula um mapa do continente africano, para que os alunos

tomem nota e conheçam um pouco mais a respeito da

localização desse continente. Se preferir, pode levar

também um globo ou o mapa mundi.

http://tecciencia.ufba.br/africa-de-todos-de-nos

Curiosidade

Você sabia que segundo alguns arqueólogos, o continente africano foi o primeiro habitat do homo sapiens?

Professor,é importante nesse momento fazer algumas explicações sobre a origem do homo sapiens, sobre o continente

africano etc, fica a critério. O importante é estabelecer um diálogo com os alunos a respeito da curiosidade apresentada.

Atividade de pesquisa

Professor, a realização dessa atividade de pesquisa é primordial, pois por meio dela os alunos estarão ampliando seus

conhecimentos sobre a cultura africana e se apropriando mais da cultura do outro. Dessa forma passa a conhecê-la melhor e,

assim, respeitando-a. O resultado da pesquisa deverá ser apresentado para a classe, e cabe ao professor organizar as

apresentações da maneira que achar conveniente. Após a apresentação, expor o resultado no mural da escola.

Países que fazem parte do continente africano

Geografia

População

Dia da África

Principais rios

Idiomas

Clima/Relevo

Dança

Cidades mais populosas

Sugestão de leitura – Poetas africanos

Manuel de Sousa

Agostinho Neto

Solano Trindade

José Craveirinha

Conceição Evaristo

INTRODUÇÃO

Uma questão de identidade: tirando as pedras do

meio do caminho...

Identidade e Modernidade

Stuart Hall, na obra A identidade cultural na

pós-modernidade, (p.10.1996) estabelece três

concepções diferentes de identidade: o sujeito do

iluminismo; o sujeito sociológico; o sujeito pós-

moderno. Ainda segundo Hall, a chamada “ crise de

identidade “é vista como parte de um amplo processo

de mudanças que está deslocando as estruturas e

processos centrais das sociedades modernas

MÓDULO 01

abalando as referências que davam sustentação estável ao mundo moderno.

PARA REFLETIR

Na obra “Assédio Moral”, de Tadeu Venere, o autor faz referência à obra do

Dinamarquês naturalizado norte americano Jacob Riis:

“Quando nada parece dar certo, vou

Ver o cortador de pedras martelando

Sua rocha talvez 100 vezes, sem que

Uma única rachadura apareça. Mas na

Centésima primeira martelada a pedra

Se abre em duas, e eu sei que não foi

Aquela que conseguiu isso, mas todas as

que vieram antes”.

TECENDO IDEIAS

Nessa atividade, os alunos assistirão a um filme da Disney, chamado “A princesa e o Sapo”. Após assistirem ao filme é o momento

de abordar algumas questões sobre identidade.

Ao término do filme, os alunos responderão às questões abaixo a respeito de

alguns temas apresentados no filme.

A sala poderá ser dividida em grupos e cada grupo receberá do professor

uma questão reflexiva,a qual deverá ser respondida pelo grupo. Assim que

todos já tiverem a resposta formulada, escolherão um colega que os

representará no momento da discussão . Para a apresentação das respostas o

professor poderá organizar a sala em forma de círculo. Cabe a ele também,

mediar a discussão,, ou seja, conduzir as atividades de modo a não perder o

foco e dando oportunidade para todos que quiserem se manifestar . É de suma

MOMENTO DE DESCONTRAÇÃO:

Filme: “A princesa e o sapo”

importância fazer o registro desse momento também, segue a sugestão dada nas atividades anteriores.

Questões para reflexão - Didatizando

1. O que mais lhe chamou a atenção no filme?

2. O filme conta a história de um príncipe e uma princesa. Descreva-os fisicamente.

3. Geralmente como são os príncipes e as princesas dos contos de fada?

4. É comum encontrar princesas negras?

5. Você conhece outros filmes ou contos onde o príncipe e a princesa são negros?

6. Por que as princesas e os príncipes são sempre brancos se vivemos em um mundo com diversas etnias, como o negro, o

índio, o branco, amarelo?

Assim que a discussão chegar ao fim, cabe então ao professor fazer as interferências que achar necessárias esclarecendo, por

exemplo, a influência da cultura européia presente nos contos tradicionais.

TECENDO IDEIAS

Conceituando: Antropologia - Eurocentrismo – Etnocentrismo

Antropologia

“ De acordo com Andrei e Fernandes (2007,p:81) na obra” Caderno Uniafro – Cultura Afro-Brasileira Construindo Novas

Histórias”.

A Antropologia é uma Ciência Social, cujo objeto é o estudo da cultura humana, tendo, portanto, especial

interesse sobre os fatos do cotidiano – família, religião, identidade, por exemplo – já que é no cotidiano que as

pessoas vivem e constroem a sua cultura.

Etnocentrismo

Andrei e Fernandes (2007,p:81) apresentam a seguinte definição de Etnocentrismo:

É o nome que damos à postura de julgar e medir as manifestações culturais de outros povos ou grupos,

a partir da nossa, considerando-a como a norma, a verdade e o exemplo absolutamente corretos. A postura

etnocêntrica nos impede de avaliar corretamente as outras culturas e de perceber que elas são tão boas como a

nossa – são apenas diferentes.

Eurocentrismo

“É a expressão de uma dominação objetiva dos povos europeus ocidentais no mundo.”

Debatendo os conceitos de Antropologia, Etnocentrispo e Eurocentrismo

Professor, após apresentar à classe os conceitos de antropologia, etnocentrismo e eurocentrismo, sugiro que a classe, organizada

em grupos, realize uma pesquisa para aprofundar os conhecimentos a respeito dessas ciências. Em seguida, você poderá

organizar, de forma dirigida, um debate entre os grupos acerca do que foi pesquisado, dessa maneira a classe toda terá acesso a

novas informações a respeito desses conceitos tão importantes na construção de novos saberes.

Trabalho em foco

Caro professor, é importante refletir sobre a questão abordada anteriormente, o Antropocentrismo,

Etnocentrismo e Eurocentrismo, algumas questões orais poderão ser levantadas nesse momento. É

necessário que o alunado tenha noções básicas desse hibridismo cultural europeu que influencia,

ainda hoje, o mundo e a nossa nação. Sugiro então, uma pesquisa sobre as princesas e rainhas

africanas.

Curiosidade

Princesas e Rainhas Africanas

As rainhas e princesas da África são uma fonte de mitos e de fantasias para a cultura ocidental. Reúnem poder, exotismo e

mistério histórico.

Professor, caso queira poderá tecer os comentários e fazer as explicações que achar pertinente sobre o tema abordado na

curiosidade.

Atividade de pesquisa

Princesas Africanas Rainhas Africanas

Para essa atividade, serão apresentados na

sequência os nomes de algumas rainhas e

princesas africanas. Sugiro que o aluno faça uma

pequena pesquisa a respeito da História de cada

uma e, posteriormente, apresente o resultado para a classe.Poderão ser confeccionados painéis ou cartazes com a história da

cada princesa e rainha, os quais serão expostos em locais pré-estabelecidos pelo professor no estabelecimento de ensino, de

modo que os demais alunos e comunidade escolar também tenham acesso a essas informações.

PARA REFLETIR

Versos de Orgulho

O mundo quer-me mal porque ninguém Tem asas como eu tenho! Porque Deus Me fez nascer Princesa entre plebeus Numa torre de orgulho e de desdém!

Porque o meu Reino fica para Além! Porque trago no olhar os vastos céus, E os oiros e os clarões são todos meus!

Porque Eu sou Eu e porque Eu sou Alguém!

O mundo! O que é o mundo, ó meu amor?! O jardim dos meus versos todo em flor, A seara dos teus beijos, pão bendito,

Sugestão de Leitura

A lenda da princesa que incendiou o mar – Geraldo Maia

Princesa, não. Mas... – Marina Colasanti

Uma princesa afrodescendente – Sueli de Oliveira Rocha

Abena Jinga ou Nazinga

Nefertite Ngola-a-Ari

Cleópatra Rainha de Sabá

Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços... São os teus braços dentro dos meus braços:

Via Láctea fechando o Infinito!...

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

INTRODUÇÃO

A oralidade é o espelho de uma sociedade

Na oralidade, a cultura africana conserva vivas suas tradições culturais, ensinamentos e valores, assim transmitindo

histórias de imaginação e mistificação da realidade, expressando conhecimento e experiência acumula do por seus antepassados.

MÓDULO 02

PARA REFLETIR

A escola como lugar de comunicação e socialização

Segundo Schneuwly, na obra Gêneros Orais e Escritos na Escola(

2010,p.64) o autor apresenta a escola como sendo o lugar perfeito

para se estabelecer a comunicação, o diálogo entre os gêneros, de

criar situações reais de comunicação, de ter muitas e boas razões

para falar e escrever.

TECENDO IDEIAS

Professor, nesse momento será introduzido um novo conto do

livro Sikulume e outros contos africanos, do escritor Julio

Emílio Braz, para dar continuidade ao trabalho proposto nesta

sequência didática. A seguir apresento o conto selecionado.

Nesse momento, você pedirá para que os alunos façam,

inicialmente, a leitura silenciosa do texto afim de

reconhecimento. Em seguida, fará a leitura do texto em voz

alta, pedindo a participação dos alunos durante a leitura.

MOMENTO DE DESCONTRAÇÃO:

Contação de história

De acordo com Braz (2009,p.20), no conto Sikulume:

Numa aldeia bem no meio da floresta, vivia um homem muito pobre e muito,

mas muito velho. Sem filhos ou esposa, de seu não possuía nada além da cabana e de

umas poucas cabeças-de-gado das mais magras. Num certo dia de sol, ele sentou-se

junto de seus animais e pôs-se a contemplar distraidamente alguns pássaros que

iam e vinham no alto das árvores, ao longo de um pequeno riacho, nas trilhas

cintilantes. Encantou-se com suas plumagens vistosas, as longas caudas em várias

cores e os brilhantes penachos no alto da cabeça.

Nunca havia visto pássaros como aqueles e, depois de algum tempo, correu

para a aldeia em busca do chefe. Encontrando-o, contou-lhe sobre o que vira.

Em seguida, armou-se e acrescentou que qualquer um que tentasse impedi-

los deveria ser morto sem a menos piedade.

Assim que as sombras, que imediatamente supôs que fossem de canibais,

saíram, o vigia acordou os companheiros e todos fugiram. Quando os dois canibais

retornaram com muitos outros como ele, não mais os encontraram. A raiva dos

convidados foi tamanha que os dois pobres infelizes...

Braz(2009,p.19,23,24).

Ao término da leitura, o professor poderá estabelecer uma discussão oral com

a classe registrando as primeiras impressões causadas pelo texto.Em seguida, tecer explicações sobre os elementos que

compõem a estrutura da narrativa(contos) .

Trabalho em foco

A narração é uma forma de organização textual, por meio dela, o narrador conta as ações ou

acontecimentos. Ao se produzir esse tipo de texto, é necessário fazer uso dos elementos

estruturais que compõem a narrativa: enredo, personagem, espaço, tempo e narrador.

Elementos da narrativa

Contar histórias é uma atividade praticada por muita gente: pais, filhos, professores, amigos, namorados, avós ... Enfim,

todos contam-escrevem ou ouvem-leem toda espécie de narrativa: histórias da fadas, casos, piadas, mentiras, romances, contos,

novelas ... Assim, a maioria das pessoas é capaz de perceber que toda narrativa tem elementos fundamentais, sem os quais não

pode existir; tais elementos de certa forma responderiam às seguintes questões : O que aconteceu? Quem viveu os fatos? Como?

Onde? Por quê? Em outras palavras, a narrativa é estruturada sobre cinco elementos principais (Gancho,1991,p.5).

ENREDO - caracteriza-se por apresentar o conjunto de acontecimentos ou fatos de uma história e estrutura-se da seguinte

maneira:

Situação inicial – momento em que personagens e espaço são apresentados.

Ruptura da situação apresentada inicialmente – a situação é modificada em virtude de um novo acontecimento.

Conflito – apresentação do problema a ser resolvido que envolve os personagens da história.

Desenvolvimento – os personagens envolvidos buscam a solução do conflito apresentado no enredo.

Ápice ou clímax – é o ponto máximo da narrativa.

Conclusão – é a resolução do conflito.

PERSONAGEM – é o responsável pelo desenvolvimento do enredo, vive as ações narradas pelo narrador.

ESPAÇO – é o local onde se passa a ação numa narrativa.

TEMPO – é a época que a história é narrada.

NARRADOR – é o elemento fundamental da história e pode ser classificado em:

1ª pessoa (narrador personagem): é aquele que participa efetivamente da história narrada como qualquer outro

personagem.

3ª pessoa : é o narrador que não participa da história narrada e, é conhecido como narrador observador.

(Gancho,1991,p.5).

TECENDO IDEIAS

Professor, para a resolução das atividades a seguir, sugiro que os alunos sentem em dupla para a resolução das questões, assim

podendo debater e discutir com o colega. Durante a correção das atividades é necessário levantar alguns pontos, de suma

importância, para que os alunos possam compreender melhor o texto.

a- Elementos míticos d- As tradições culturais

b- Elementos fantásticos e- Superação e transformação do personagem

c- A figura do herói na narrativa f- O tratamento positivo, dado pelo autor, ao personagem dentro da narrativa

Questões para reflexão - Didatizando

01-Qual é a situação inicial apresentada no conto lido?

02-Sikulume era visto pelo pai como incapaz de qualquer ato de bravura.Na sua opinião o que o motivou a realizar um feito tão

grandioso?

03-Durante a noite, após a longa caçada para capturar os sete pássaros , os guerreiros pararam para descansar e dormir um

pouco. O que veio perturbá-los durante a noite? Com qual intenção?

04-Durante a fuga, Sikulume esquece na cabana sua gaiola com o pássaro. O que decide fazer? Como foi retornar à cabana para

buscar o sétimo pássaro?Ele contou com algum tipo de ajuda? Comente.

05-Assim que recuperam o sétimo pássaro todos voltaram para casa. Chegando lá o que havia acontecido?

06-Assim que recuperam o sétimo pássaro todos voltaram para casa. Chegando lá o que havia acontecido?

07-Que atitude Sikulume tomou para salvar a sua gente?

08-Como Sikulume passou a ser visto por sua gente após ter salvo a todos?

09-O conto lido tem um final triste ou feliz? Por quê?

TECENDO IDEIAS

Assim como a cultura brasileira tem suas próprias histórias, contos, lendas, o próprio folclore, a cultura africana também

possui sua identidade cultural, cercada de mitos, religiosidade e tradições assim como a dança, música, literatura, as quais foram

passadas de geração a geração.Na obra Mito e Realidade (2007,p.11,12), Mircea Eliade define mito como:

O mito conta uma história sagrada; ele relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso

do princípio. Em outros termos, o mito narra como, graças às façanhas dos entres sobrenaturais, uma realidade

passou a existir... é sempre, portanto, uma narrativa de criação: ele relata de que modo algo foi produzido e

começou a ser. O mito fala apenas do que realmente ocorreu, do que se manifestou plenamente. Os

personagens dos mitos são os entes sobrenaturais. Eles são conhecidos, sobretudo, pelo que fizeram no tempo

prestigioso dos primórdios. Os mitos revelam, portanto, sua atividade criadora e desvendam a sacralidade (ou

simplesmente a sobrenaturalidade) de suas obras. Em suma, os mitos descrevem as diversas e, algumas vezes

dramáticas, irrupções do sagrado (ou do sobrenatural) no mundo. É essa irrupção do

sagrado que realimente fundamenta o mundo e o converte no que é hoje.(2007,p.11).

O mito é considerado uma história sagrada e, portanto, uma história verdadeira, por que

sempre se refere à realidade(2007,p.12).

Figura Mitológica – Iansã – A Fênix de fogo

Iansã é a deusa da espada de fogo. Dona das paixões. Rainha dos raios e

furacões. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos e

senhora dos cemitérios.

TECENDO IDEIAS

No conto lido, Julio Emílio Braz reconta uma história africana, de origem nigeriana, fascinante, cercada de mistérios, mitos e

fantasias, aliado a outros aspectos culturais. Nesse momento, é necessário tecer explicações sobre o mito, se achar necessário

poderá tecer comentários sobre o folclore brasileiro para que os alunos possam estabelecer relações com os mitos africanos.

Questões para reflexão – Didatizando

O1- Com o auxílio do dicionário pesquise e dê uma definição à palavra mito.

02- No decorrer do conto Sikulume , o autor em vários momentos apresenta uma série de mitos envolvendo os personagens da

narrativa. Faça novamente a leitura do conto e, em seguida, transcreva duas passagens onde fica evidente a presença do mito.

03- É comum nos mitos africanos a presença de animais personificados, ou seja, possuem características tipicamente humanas.

No conto em questão uma série deles fazem parte da história. Então, na sua opinião, qual a importância desses animais no

decorrer da narrativa? Comente.

04- Durante a leitura do conto uma série de novas palavras, de origem africana, foram surgindo. Elabore um vocabulário com

essas palavras e, na sequência, pesquise o significado. Você poderá usar dicionário ou internet.

Curiosidade

A árvore da vida

“É intima a conexão do homem africano com o ambiente em que vive. A sua cultura lhe diz que as árvores e os animais carregam

um significado sagrado e, portanto, é necessário

render-lhes as devidas homenagens. O Baobá , a

árvore da vida, destaca-se como um símbolo dessa

fraternidade devota que os africanos nutrem pela

natureza e, mais que isso, a própria divindade. As

suas raízes remetem aos ancestrais; o seu tronco,

à força da vida; os seus galhos e folhas, ao milagre

da procriação. É no Baobá que o homem pode

espelhar-se, porque, para ele, a árvore é de fato

um ente sagrado”.( Imagens da

Diáspora,2010,p.14).

Professor, após essa leitura informativa sobre o

Baobá, é de suma importância explorar junto à

classe os aspectos culturais, míticos e religiosos

dessa tão famosa árvore, símbolo do continente africano. Seria interessante a confecção de um painel informativo contendo as

informações essenciais a respeito do baobá.

Atividade de pesquisa

Religiosidade

“Na formação religiosa do povo brasileiro, duas matrizes se destacam: a católica e a afro-brasileira, representada

principalmente pelo culto aos orixás. A religião católica goza de grande popularidade e tem no Brasil uma ação pública de inegável

beleza cênica, com a realização de grandes cultos chamados procissões, sempre acompanhados de uma multidão de devotos. A

presença africana humanizou os santos católicos, e o abrasileiramento da religião católica transformou os seus santos em figuras

familiares à população. A religião africana também se abrasileirou e, recriada no terreiro de candomblé, uniu no Brasil entidades

que eram cultuadas separadamente nas suas terras de origem, formando, por consequência, extensas famílias de santo que aqui

representaram arranjos de solidariedade substitutiva às famílias de parentela, isto é, às famílias consanguíneas. O culto ao

passado, por essas influências, transformou-se no Brasil numa tradição, uma viva característica recriada continuamente pelos

adeptos do candomblé”. (Imagem da Diáspora,2010,p.41).

Conhecer a cultura do outro, para melhor entendê-la e respeitá-la, é essencial que se faça uma pesquisa sobre o

Candomblé, principal manifestação religiosa da cultura africana no Brasil. Essa pesquisa poderá ser realizada em grupo e, após o

término, o professor pedirá para que cada grupo apresente o resultado final.Sugiro uma apresentação oral para a classe, mas seria

interessante também pedir para que cada grupo organizasse um cartaz com as informações principais da pesquisa, o qual poderá

ser afixado no mural da escola.

Segue abaixo um quadro informativo sobre o funcionamento e organização de um culto africano.

Os orixás são os deuses do candomblé, religião trazida da África no século XVI. Dos 200 conhecidos, apenas 12 são

cultuados no Brasil. Chefe do terreiro, o pai-de-santo celebra o culto, que começa com o despacho de Exu. Em seguida,

os filhos-de-santo incorporam os orixás ao som dos tambores.

Participantes PAI-DE-SANTO

Agogô Xequeré

Rum

Rumpi

Ogum

Oxóssi

Abaluaê

Ossaim

Oxumarê Xangô

Oxum

Iansã

Nanã

Iemanjá

Oxalá

PARA REFLETIR

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor

De sua pele, por sua origem ou ainda por sua

Religião.Para odiar, as pessoas precisam aprender e,

Se podem aprender a odiar, podem ser ensinados a

Amar.”

Nelson Mandela

Sugestão de Leitura

Fábulas Africanas

Cinco Fábulas da África – Julio Emílio Braz

As mais belas fábulas africana – As histórias infantis

preferidas de Nelson Mandela.

O papagaio que não gostava de mentiras e outras fábulas

africanas – Adilson Martins

INTRODUÇÃO

O gênero conto infantil é de suma importância na formação leitora das crianças, e segundo Schneuwly baseando-se nas

teorias de Vygotski, define o gênero como um instrumento, de caráter psicológico, mediador do processo de aprendizagem da

criança, no que diz respeito à leitura e escrita proporcionando novos conhecimentos e ações.

Os contos de tradição oral sempre foram e continuam sendo, até os dias atuais, uma forma de resgatar a identidade e de

promover o respeito à diversidade cultural de um povo. Na cultura africana, por exemplo, o contador de histórias era o Griô, cuja

palavra deriva da transliteração para o francês (guiriot) da palavra portuguesa “criado”.

O termo Griô, também designa um artista musical e verbal, os quais são treinados por seus familiares e isso é passado de

geração para geração mantendo viva, até hoje, as tradições orais de sua gente.

PARA REFLETIR

Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor,

Mas lutamos para que o melhor fosse feito.

Não somos o que deveríamos ser,

Não somos o que iremos ser...

Mas Graças a Deus,

Não somos o que éramos.

Martin Luther King

TECENDO IDEIAS

Nesse momento, apresentarei uma nova e encantadora história

africana, do escritor brasileiro Júlio Emílio Braz, onde fica evidente a

importância da obediência, dos costumes, da religião, para a manutenção

dos aspectos culturais e a preservação da identidade de um povo. “A

história da menina que não respeitou a tradição Ntonjane e o que

aconteceu com ela”.

MÓDULO 03

De acordo com Braz (2009,p.14,16,17,18), no conto A História da Menina que não respeitou a Tradição Ntonjane e o que

aconteceu com Ela:

Os mais velhos são uns dos poucos que ainda contam a história da

uma certa filha de um chefe que atingira a idade de observar a

tradição ntonjane. Por isso, ela foi colocada numa palhoça onde

deveria permanecer até o dia da cerimônia . No entanto, numa

certa manhã, ...

Algo sem o menor sentido, apenas uma brincadeira, uma zombaria

com as grande cobra, que, como é de imaginar, ficou com muita

raiva e acabou por mordê-la.No momento seguinte, a pele da filha

do chefe ...

MOMENTO DE DESCONTRAÇÃO:

Contação de história

O jovem ajudante ouviu a voz lamentosa mas inconfundível da filha do chefe e correu para avisá-lo. Este, desconfiado de que tudo não

passasse de uma grande mentira, uma maneira de fugir do trabalho que lhe confiara, mandou seu filho e mais outro jovem guerreiro

para descobrir exatamente o que o seu ajudante vira e, até mesmo, se ele vira alguma coisa.

- Vou castigá-lo severamente se for mentira – prometeu, ameaçador. ( ...)

O chefe ficou surpreso ao vê-la naquele estado e enfureceu-se com suas companheiras por tentarem enganá-lo, além de a terem levado

ao rio, o que todas sabiam que era proibido. Todas foram castigadas e, em seguida, o chefe...

TECENDO IDEIAS

Após a leitura do conto, o professor deve propor

aos alunos uma discussão oral a respeito da

temática apresentada no texto. É

necessário também, tecer explicações sobre a importância de se preservar e manter viva as tradições culturais de um povo.

Questões para reflexão – Didatizando

01-Júlio Emílio Braz, inicia a narrativa da seguinte maneira: “Os mais velhos são uns dos poucos que ainda contam

histórias.”Você concorda com essa afirmação? Comente.

02-Qual seria a idade da filha do chefe para poder observar a tradição Ntonjane? Como você imagina que seria esse ritual?

03-Nos rituais africanos, a presença da música é de suma importância, pois faz parte das tradições culturais. No conto lido, as

personagens utilizaram a música em alguns momentos com qual finalidade?

04-De que forma a menina desrespeitou a tradição de sua gente?

05-Na sua opinião porque a obediência à tradição cultural de um povo é tão importante?

06-A mudança da pele da menina, causada pela mordida da cobra, pode ser comparada com a retalhação sofrida pelo povo

africano em poder de uma sociedade branca? Comente sua resposta.

07-No penúltimo parágrafo do texto, a personagem do conto é atingida por um jato de leite e, logo seguida, como uma cobra, a

menina se despe daquela pele horrível e revela a toda aldeia sua beleza encantadora. É possível entender essa passagem

como um momento de redenção e libertação? Comente sua resposta.

08-No ultimo parágrafo do conto, o autor apresenta um outro costume daquela aldeia. Que costume é esse? O que você sabe

sobre ele?

TECENDO IDEIAS

Após a resolução das atividades propostas anteriormente, algumas outras questões esclarecedoras poderão ser colocadas para a

classe, desse modo esclarecer e sanar todos a dificuldades de entendimento e compreensão por parte dos alunos. A temática do

conto é riquíssima e sugiro que alguns temas sejam explorados.

Questões para reflexão – Didatizando

Professor, para essa atividade, sugiro que se organize um debate onde o aluno possa se expressar e se posicionar a respeito dos

temas abordados no conto. Fazer o registro dessa atividade é muito importante e poderá ser organizado como uma tele-

conferência, filmado e gravado e, posteriormente, postada no blog criado pela classe.

a- A importância da obediência h- Costumes e tradições ancestrais

b- Costumes e tradições ancestrais i- Costumes e tradições ancestrais

c- Preservação da identidade cultural j- Preservação da identidade cultural

d- Valorização das origens k- Valorização das origens

e- A presença da mitologia l- A presença da mitologia

f- Ritual e religião m- Ritual e religião

g- A importância da obediência

Trabalho em foco

ELEMENTOS DA NARRATIVA – TIPOS DE DISCURSO

Numa narrativa é possível distinguir pelo menos dois níveis de linguagem: o do narrador e o dos personagens.

Evidentemente, não se deve esquecer que a linguagem dos personagens varia de acordo com as condições socioeconômicas de

seu meio, a idade, o grau de instrução e ainda a região em que vivem. Independente disso é possível reconhecer o que é narração

(fala do narrador) e o que dizem os personagens.

Chamem-se discursos as várias possibilidades de que o narrador dispõe para registrar as falas dos

personagens.(Gancho,1991,p.33)

Discurso direto

É o registro integral da fala do personagem, da maneira como ele diz. Isso quer dizer que o personagem fala diretamente, sem a

interferência do narrador, que se limita a introduzi-la. Há duas maneiras principais de registrar o discurso direto, no entanto

apresentarei apenas a mais convencional (Gancho,1991,p.33.34).

a- Tempos e modos verbais

b- Verbo de elocução ( falar, dizer, perguntar, responder etc.) ;

c- Dois-pontos ;

d- Travessão ( na outra linha).

Exemplo:

(...) O homem estava cortando alguns galhos quando ouviu uma voz acima de sua cabeça implorando:

--- Homem que está cortando lenha, corra até a aldeia e diga a meu pai e a minha mãe que Isinyobolokondwana me mordeu

(Braz,2009,p17).

TECENDO IDEIAS

Professor, é essencial que você teça explicações sobre o que são verbos de elocução e sua função na construção da narrativa.

Cabe, também, trabalhar com os sinais de pontuação e, se achar necessário, alguns exercícios poderão ser utilizados como forma

de fixação do conteúdo abordado.

Discurso indireto

É o registro indireto da fala do personagem através do narrador, isto é, o narrador é o intermediário entre o instante da fala do

personagem e o leitor, de modo que a linguagem do discurso indireto é a do narrador (Gancho,1991,p.36).

Exemplo:

O jovem ajudante ouviu a voz lamentosa mas inconfundível da filha do chefe e correu para avisá-lo. Este, desconfiado de que tudo

não passasse de uma grande mentira, uma maneira de fugir ao trabalho que lhe confiara, mandou seu filho e mais outro jovem

guerreiro para descobrir exatamente o que o seu ajudante vira e, até mesmo, se ele vira alguma coisa ( Braz,2009,p.17).

TECENDO IDEIAS

Professor fica a critério explorar e aprofundar mais o conteúdo junto a classe, pois os elementos da narrativa serão importantes no

ato da produção final. Sugiro, ainda, que você realize alguns exercícios utilizando o discurso direto e indireto.

Curiosidade Simbologia Adinkra

Entre as diversas manifestações culturais africanas destacam-se os símbolos Adinkra da nação Ashanti, em Gana e

também no povo Gyaman, da Costa do Marfim. Os símbolos representam provérbios e afroismos, é uma forma de linguagem de

ideogramas impressos muito utilizados pelos povos africanos.

Símbolos Adinkra

http://1.bp.blogspot.com/_4Hiu_Lihlis/SrE7D_6mD7I/AAAAAAAAAaA/kEy2RCuRWE0/s400/AdinkraFinefine.gif

Estes símbolos são considerados objetos de arte , Adinkra significa ( adeus, em Twi) e toda essa simbologia constitui um

código do conhecimento referente às crenças e a história desse povo. Essa forma de escrita constitui um sistema de valores

humanos universais como família, integridade, tolerância, harmonia, determinação, entre outros.

Harmonia Compreensão Paciência/Tolerância

http://1.bp.blogspot.com/_4Hiu_Lihlis/SrEoyh4fxOI/AAAAAAAAAXg/2qNTTVn2764/s1600/Bi+Do+Bi+Inka+-+paz+e+harmonia.gif

http://1.bp.blogspot.com/_4Hiu_Lihlis/SrEotxSCviI/AAAAAAAAAXY/FzvXswv1iTc/s1600/Akoma+Ntoso+-+compreens%C3%A3o.gif

http://3.bp.blogspot.com/_4Hiu_Lihlis/SrEoqG3z_WI/AAAAAAAAAXQ/NqnO_FTl1bM/s1600/Akoma+-+paciencia+e+toler%C3%A2ncia.gif

Os ganeses escolhem suas roupas segundo o significado das cores e dos símbolos estampados nelas. A estampa e a cor

expressam sentimentos relacionados a eventos especiais como festas de funerais, festivais tradicionais, ritos de iniciação,

casamentos, durbars etc.

http://1.bp.blogspot.com/_4Hiu_Lihlis/SrJrGRObtmI/AAAAAAAAAbQ/rVz-

FFFKumQ/s400/Adinkra04Sale.jpg

TECENDO IDEIAS

Professor, após apresentar a curiosidade à classe você poderá, a partir dos símbolos adinkra, explorar os diversos aspectos da

arte africana como a escultura, pintura, as variadas formas de máscaras e, também, o que representam dentro dessa cultura.

Segue abaixo um endereço eletrônico onde você poderá assistir a um vídeo contendo mais informações a respeito da arte

africana.

Endereço eletrônico:

Questões para reflexão – Didatizando

Na cultura africana, algumas cores são bastante utilizadas nas estampas das roupas por meio dos símbolos adinkra, e cada cor

possui significação própria. Então, qual é o significado das cores abaixo? Em quais ocasiões essas cores são utilizadas e o que

representam?

a- Branco g- Branco

b- Azul h- Azul

c- Vermelho i- Vermelho

d- Amarelo j- Amarelo

e- Marrom k- Marrom

f- Preto l- Preto

TECENDO IDEIAS

Professor, após a realização dessa atividade com os alunos, você poderá sintetizar as informações e, posteriormente postá-las no

blog organizado pela classe para a divulgação em rede do trabalho realizado. Sucesso!

Atividade de pesquisa

A arte africana, como apresentei anteriormente no item curiosidade, possui enumeras faces. Nessa atividade de pesquisa

proponho o estudo dos símbolos Adinkra, os quais são bastante utilizados pelos povos africanos. Cada símbolo, é uma espécie de

ideograma e possui significado próprio.Na sequência, apresentarei alguns símbolos com seu respectivo significado, já os demais

serão pesquisados pela classe. Sugiro que a realização dessa atividade seja em grupo e, ao término da pesquisa seja organizada

uma plenária onde cada grupo apresentará o resultado da sua pesquisa.

Sabedoria entendimento Paz

http://4.bp.blogspot.com/_4Hiu_Lihlis/SrEy_NMIiKI/AAAAAAAAAZg/4zOsg1nnjBQ/s1600/sabedoria.jpg

http://4.bp.blogspot.com/_4Hiu_Lihlis/SrEyiAUESqI/AAAAAAAAAZA/o2uwG7jtBqo/s1600/entendimento.jpg

http://2.bp.blogspot.com/_4Hiu_Lihlis/SrEyzdf5V9I/AAAAAAAAAZY/t4VZkA7AS9s/s1600/Paz.jpg

TECENDO IDEIAS

Professor, como esses símbolos representam a história e a tradição cultural de um povo, é de suma importância que você divulgue

o resultado da pesquisa, podendo ser através da organização de um mural ou a divulgação em rede via internet ( blog).

PARA REFLETIR

Só há um modo de escapar de um lugar: é sairmos de nós.

Só há um modo de sairmos de nós: é amarmos alguém.

( Couto,2012,p.27)

Sugestão de links de pesquisa

www.letras.ufmg.br/literafro

www.ceao.ufba.br/2007

www.pacc.ufrj.br

www.acordacultura.org.br

INTRODUÇÃO

Toda sequência didática é finalizada com uma produção final que dá ao educando a possibilidade de colocar em prática o

que aprendeu durante o estudo dos módulos. Esse momento da produção permitirá, também, ao professor realizar uma avaliação

somativa de cada etapa de desenvolvimento da sequência didática.

TECENDO IDEIAS

Professor, para que fique mais claro essa forma de avaliação somativa proposta por Schneuwly e Dolz, cito:

A produção final é o momento, se assim desejar, para uma avaliação de tipo somativa. Quer o professor utilize, nessa

ocasião, tal e qual, a lista de constatações construída durante a sequência, quer escolha uma grade diferente quanto à sua forma,

o importante é que o aluno encontre, de maneira explícita, os elementos trabalhados em aula e que devem servir como critérios de

avaliação. Essa forma de explicitação dos critérios de avaliação permite ao professor, pelo menos parcialmente, desfazer-se de

julgamentos subjetivos e de comentários frequentemente alusivos, que não são compreendidos pelos alunos, para passar a referir-

se a normas explícitas e a utilizar um vocabulário conhecido pelas duas partes. Ao mesmo tempo, a grade permite-lhe centrar sua

PRODUÇÃO FINAL 1

investigação em pontos essenciais, supostamente aprendidos pelos alunos ao longo da sequência. Assim, a grade serve, portanto,

não só para avaliar num sentido mais estrito, mas também para observar as aprendizagens efetuadas e planejar a continuação do

trabalho, permitindo eventuais retornos a pontos mal assimilados.

Uma avaliação somativa assentada em critérios elaborados ao longo da sequência é mais objetiva, mas mantém

sempre uma parte de subjetividade. Em vez de considerar a avaliação como um problema técnico de cotação, é preferível aceitar e

assumir o caráter aproximativo inerente a qualquer aplicação de escalas ou de grades ( seja qual for o grau de complexidade). A

avaliação é uma questão de comunicação e de trocas. Assim, ela orienta os professores para uma atitude responsável, humanista

e profissional. Frisaremos, ainda, que esse tipo de avaliação será realizado, em geral, exclusivamente sobre a produção final (

Schneuwly e Dolz,2010.p.91).

TECENDO IDEIAS

Professor, caso não tenha compreendido esse processo de avaliação somativa aqui proposto, você poderá consultar a obra de

Schneuwly e Dolz, capítulo 04, a partir da página 90 a 95.

Didatizando

Transposição do gênero narrativa oral para o gênero dramático

Nessa atividade, o que proponho é a teatralização de um conto do escritor Júlio Emílio Braz encontrado na obra Sikulume e outros

contos africanos. O conto escolhido para esse momento de interação e socialização de conhecimentos é o conto “ A história da

menina que não respeitou a tradição Ntonjane e o que aconteceu com ela “, estudado no módulo anterior.

TECENDO IDEIAS

Para que essa atividade aconteça professor, você juntamente com a classe fará a transposição do gênero narrativa oral para o

gênero dramático.É necessário então, transformar a narrativa de tradição oral em texto teatral, e esse processo de transposição

deverá acontecer em sala de aula juntamente com os alunos, dessa forma, poderá explorar alguns conceitos que foram

abordados anteriormente e, também, trabalhar novos conceitos da linguagem teatral, mesmo que de forma superficial.

Professor, não se esqueça de que o texto de teatro segundo Pascolati,2007.p.21, na obra Oralidade e Literatura, de Frederico

Fernandes:

Traz em si as virtualidades do espetáculo o que exige do leitor, a visualização da cena, seja pelas falas das

personagens, pela movimentação destas no palco e ainda pelas indicações cênicas dispersas pelo texto.

Como se pode verificar, conto e teatro constituem gêneros com especificidades bem particulares. Não é tão simples afirmar

que são gêneros estanques, uma vez que podem se entrecruzar. Se no conto o destaque é para o processo narrativo que o

envolve, no teatro a importância se dá durante o processo de encenação, ou seja, a recriação e representação da linguagem por

meio das falas das personagens.

A prática da escrita é um fazer significativo quando sai da rotina de produzir textos para o professor apenas corrigir e atribuir

um conceito. A partir do momento que se torna um processo interativo entre produtores de textos e leitores que socializam as suas

produções, e interagem com o texto do outro a prática da escrita se fortalece. Assim:

Para que o aluno possa se inscrever no discurso, a produção textual, por exemplo, deve ser concebida como

uma prática social. Para tanto, é necessário que alunos e professores desenvolvem uma visão rica do ato de

escrever em que: escrever não pressupõe apenas uma produção de texto, mas também seu planejamento (

antes ), sua revisão e edição ( depois ) e seu subseqüente consumo pela audiência-alvo, para que autor e leitor

possam atingir seus objetivos de trocas simbólicas.(Motta-Roth,2008,p.372)

A transposição de gênero, nesse contexto, assume um procedimento essencial como atividade de produção textual em sala

de aula, uma vez que oferta tanto para o aluno quanto ao professor a oportunidade de fazer uso da função social da linguagem.

Bakhtin(2000,p.286), “quando passamos o estilo de um gênero para outro, não nos limitamos a modificar a ressonância deste

estilo graças à sua inserção num gênero que não lhe é próprio, destruímos e renovamos o próprio gênero.” Marcuschi (1996), a

respeito dessa temática, ressalta que o ato de produzir um conteúdo de um determinado gênero para um outro contribui de modo

relevante para a produção e compreensão de texto.

Atividades de retextualização: produção de textos a partir de outros textos, orais ou escritos, tomados como

base ou fonte: como tais atividades se caracterizam pela produção de um novo texto a partir de outro, ocorre

mudança de propósito em relação ao texto em que se toma base ou fonte. Isso pode ser realizado, por exemplo,

em tarefas de produção de resumos, resenhas e pesquisas bibliográficas.(Brasil,2006,p.37).

Tendo em vista essa breve discussão, fica evidenciado a realização de uma transposição didática de um gênero para outro,

conto para teatro, um momento ímpar para a construção e articulação de novos saberes que se fortalecerão do início ao término

da atividade de produção, que terminará com a encenação do texto.

É necessário também observar outras questões referentes ao texto teatral e suas linguagens, pois exige outros recursos

essenciais para a sua concretização no palco e de acordo com Pascolati,2007.p.21

O texto teatral dirige continuamente um convite explícito e irrecusável para a visualização da palavra, do gesto,

do espaço cênico, dos figurinos, da iluminação, enfim, de todos os signos teatrais responsáveis pela atualização

do espetáculo.

Ao término da transposição, é chegado o momento da organização e montagem do espetáculo. Caberá ao professor

organizar a classe da melhor forma possível, dividindo as tarefas de acordo com as habilidades de cada criança. Assim que todas

as tarefas forem divididas e cada aluno e momento em que cada aluno já conhecerá qual é a sua função para que o espetáculo

aconteça o professor, orientador, deverá realizar uma boa sequência de ensaios visando a apresentação final do texto para o

colegiado. Como registro desse momento, tão esperado e especial, sugiro que todo o processo para a realização e apresentação

desse espetáculo seja filmado para que, posteriormente, sejam produzidos vídeos para que possam ser disponibilizado no blog

classe para a divulgação em rede do trabalho realizado com os contos africanos do escritor Júlio Emílio Braz.

Ótimo trabalho e divirtam-se!!!

INTRODUÇÃO

Nas palavras de Frederico Augusto Garcia Fernandes(2007,p.12)

Compreender a importância do oral na área de Letras corresponde também a dar um tratamento diferenciado ao

que se entende por literário. O trabalho com oralidade, não é demais enfatizar, é, essencialmente, o trabalho

com a voz. Dessa maneira, a literatura deixa de ser captada pelo seu sentido etimológico de littera ( letra), ou

seja, tudo o que está escrito, e passa a ser entendida latu sensu como cultura. Ela figura como uma espécie de

arte do cotidiano, isto é, requisitada para as diferentes manifestações e ocorrências no dia a dia, o que varia das

contações de causos, das cantigas entoadas, despretensiosamente, durante as lidas domésticas ou nas mais

variadas profissões.

Como forma de reafirmar o trabalho com a literatura oral de origem africana que apresento nessa sequência didática e,

também, tendo como fundamento as teorias da oralidade do professor e pesquisador Frederico Fernandes, proponho para finalizar

essa proposta de sequência didática uma roda de contação, não só de historias, mas também de causos, cantigas etc.

A seguir, apresento algumas características estéticas da literatura oral de acordo com os estudos e pesquisas de

alguns especialistas.

A literatura oral, de acordo com Aguiar e Silva, é aquela em que, durante uma performance, contemplamos

vários códigos : o musical(ouse seja, a literatura oral é cantada ou entoada, podendo ser acompanhada de

música); o cinésico ( caracterizado pelos movimentos do autor e sua platéia); e o paralinguístico ( responsável

pelos fatores vocais como entonação, qualidade da voz, ruídos, risos etc.). Neste sentido, a literatura oral

PRODUÇÃO FINAL 2

manifesta-se por meio de diversas e curiosas maneiras: desde repentistas, que passam horas a fio pelejando

entre versos, até grupos teatrais, que vêm encenando lendas e contos populares.(Fernandes,1998,p.119-120)

Dessa forma, por meio do estudo apresentado sobre alguns aspectos da cultura africana, em especial a oralidade, é que

reafirmo a importância, a manutenção e a construção permanente de uma identidade negra mais positiva, não somente no

ambiente escolar, mas sobretudo perante a comunidade escolar e as demais esferas da sociedade.

TECENDO IDEIAS

Professor, para a realização dessa atividade, roda de contação, sugiro que você faça um estudo prévio do que será apresentado

nesse momento, trazendo para a classe textos diversos da tradição oral africana, de modo que os alunos possam ler e escolher o

texto, o qual será apresentado posteriormente.

Para esse momento de socialização, sugiro também, que um local adequado seja preparado para a concretização da atividade, o

qual poderá ser decorado com elementos míticos e artísticos que representam a cultura africana. Lembre-se de que alguns

trabalhos elaborados durante a aplicação da sequência didática, por exemplo, poderão ser utilizados neste momento. Outros

recursos também poderão ser utilizados como a música, a dança,enfim, fica a seu critério.

Como forma de valorizar o trabalho que foi desenvolvido com as crianças no decorrer da aplicação dessa sequência, é de suma

importância nessas duas atividades finais que serão a teatralização e a roda de contação de histórias, convidar a comunidade

escolar para que possam prestigiar esse momento. Então, convites personalizados com elementos diversos da cultura africana

poderão ser confeccionados anteriormente em sala de aula, para que possam ser enviados aos pais, algumas turmas do colégio,

professores, funcionários etc, para socializarem juntamente com a classe esse momento tão especial.

Esses dois momentos de produção final, poderão ser filmados e editados em forma de vídeo, para que, posteriormente, sejam

postados em rede para a divulgação do trabalho realizado. Pode-se também, após a avaliação final de todo o processo de

aplicação escrever uma pequena e modesta reportagem apresentando algumas impressões do trabalho realizado, a qual poderá

ser publicada no jornal local, dessa forma, divulgar para a sociedade o trabalho realizado e despertar a importância de se conhecer

e valorizar a cultura do outro.

REFERENCIAS

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