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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

UNIDADE DIDÁTICA

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2014

Tít Título: Aspectos formais e conceituais que contribuem para o processamento da

compreensão em leitura

Autora Claudia Pessoa Xavier da Silveira

Disciplina/Área Língua Portuguesa / Ensino e Aprendizagem de

Leitura

Escola de Implementação

do Projeto e sua localização

Colégio Estadual “General Carneiro”

Município da escola Lapa

Núcleo Regional de

Educação

Área Metropolitana Sul

Professor Orientador Professora Doutora Margareth de Souza Freitas

Thomopoulos

Instituição de Ensino

Superior

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Relação Interdisciplinar

Ciências

Resumo

Esta unidade didática está direcionada a

professores de língua portuguesa, a fim de

contribuir para o desenvolvimento de práticas de

leitura significativas, possibilitando aos alunos o

aprimoramento de estratégias de abordagem dos

vários gêneros textuais, com base no

estabelecimento de objetivos e possibilitando,

desta forma, a consolidação do processo de

leitura. Para tanto, propõe-se um conjunto de

atividades a serem desenvolvidas para oportunizar

aos alunos a percepção das várias estratégias

demarcadas pelos próprios gêneros, bem como

conscientizá-los da necessidade de se definirem

objetivos para a leitura. Será, então, explorada a

coerência temática de um texto e, posteriormente,

o mesmo texto será apresentado em forma de

teste de cloze, permitindo o trabalho com aspectos

conceituais e formais da leitura. Serão ainda

exploradas sequências tipológicas

descritivas/injuntivas e

dissertativas/argumentativas. As atividades

referem-se ao ensino e aprendizagem da leitura, e

o público objeto da intervenção será uma turma do

6º ano do Ensino Fundamental.

Palavras-chave Aspectos formais da Leitura; estratégias de leitura;

aspectos conceituais da Leitura.

Formato do Material

Didático

Unidade didática

Público Alvo

Alunos do 6º ano do Colégio Estadual “General

Carneiro” da Lapa – PR.

1. APRESENTAÇÃO

Esta produção Didático-pedagógica foi elaborada com vistas a auxiliar os

professores da disciplina de Língua Portuguesa, na tentativa de contribuir para o

desenvolvimento de práticas de leitura mais eficientes e significativas para os

alunos, possibilitando-lhes um aprimoramento de seus conhecimentos linguísticos e

discursivos, para que compreendam os discursos que os cercam, com condições de

interagir com eles, conscientes de que cada palavra se reproduz no momento de sua

expressão. De acordo com as DCEs (2008, p.56) “ao ler, o indivíduo busca as suas

experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa,

cultural, enfim, as várias vozes que o constituem”.

Ela tem o propósito de servir de material de apoio ao processo de ensino-

aprendizagem dos aspectos formais e conceituais que compõem a leitura como

prática significativa, visando o aprimoramento de estratégias de leitura, a fim de

reduzir as dificuldades dos alunos de 6º ano do Ensino Fundamental, aqui

representados por uma turma do Colégio Estadual General Carneiro.

A Unidade Didática é um conjunto de atividades a serem desenvolvidas

dentro e fora da escola, a fim de propiciar aos alunos o conhecimento de detalhes

que façam a diferença na sua relação com os textos, aproximando-os da leitura

significativa, com objetivos claros, e capacitando-os a processar os vários tipos de

informações e a construir conceitos. Como afirma Kleiman (1989, p.10), “a

compreensão de um texto escrito envolve a compreensão de frases e sentenças, de

argumentos, de provas formais e informais, de objetivos, de intenções, muitas vezes

de ações e de motivações [...]”.

De toda forma, não se deve supor que o aprendizado de leitura e escrita seja

espontâneo e adquirido naturalmente ao longo da experiência escolar. Por esse

motivo, a leitura deve ser feita cuidadosamente, com pleno controle da

compreensão, lançando mão de expedientes como a busca dos significados de

palavras desconhecidas no dicionário, relendo-se o texto até a completa

compreensão do que é lido.

Como afirma Kleiman (1989, p.10), “ a leitura é um ato social, entre dois

sujeitos – leitor e autor – que interagem entre si, obedecendo a objetivos e

necessidades socialmente determinados.” Assim, além da leitura literária, deve-se

fazer a leitura dos diferentes gêneros que nos rodeiam, mergulhando nas mais

diversas vozes em suas diversas esferas sociais, buscando levar o aluno a ser um

leitor autônomo e que, nesse processo de construção de sentido, se contemple a

relação entre o texto, o leitor e o mundo e, através desses desafios, se possa refletir

e argumentar frente ao texto lido, pois é a partir daí que a leitura passa a constituir

um fator de amadurecimento.

Para o desenvolvimento das atividades a que esta Unidade Didática se

propõe, é importante que se façam algumas reflexões sobre a leitura e a diversidade

de concepções que se apresentam sobre ela.

Segundo Coscarelli (2002, p.01), “Ensinar a ler é, ao lado do ensino da

escrita, o maior desafio que as escolas têm enfrentado. É desenvolvendo bons

leitores que elas estarão realmente cumprindo o seu papel de preparar indivíduos

para a vida”.

É no momento em que o aluno se familiariza com o conteúdo expresso no

texto que este dominará o modo de realizar a leitura, e esta deve fazer sentido para

ele. No entanto, por se tratar de fenômeno complexo, um trabalho eficaz com a

leitura deve pressupor uma análise dessa habilidade, detalhando suas partes, como

propõe Coscarelli:

O conceito mais comum de leitura é a transformação de “rabiscos” em

ideias. A grosso modo não deixa de ser, mas essa é uma maneira muito

simplista de perceber esse processo. Esse conceito traz em si uma noção

de leitura como um todo sem divisões. Essa maneira de conceber a leitura

dificulta o trabalho do professor de ajudar os alunos a desenvolver

estratégias de leitura, pois o torna incapaz de identificar onde está o

problema de cada leitor. Essa visão genérica e “compactada” da leitura

impede que, nas situações de ensino – aprendizagem, problemas

relacionados com o desenvolvimento da linguagem escrita sejam

identificados e, consequentemente, faz com que eles não sejam

solucionados. (COSCARELLI, 2002, p. 01-02)

Com essa perspectiva, é necessário detalhar o processo de leitura, conforme

propõe Coscarelli, considerando seus aspectos formais – lexical sintático – e

conceituais – construção da coerência local, temática e externa, onde o professor,

conhecendo as características do ato de ler, possa levar o aluno a tomar consciência

da estrutura sintática do português e de suas variações e a perceber a importância

da busca das ideias principais do texto, como estratégia de exploração da coerência

temática.

2. MATERIAL DIDÁTICO

Nesta Unidade Didática, serão aplicadas atividades que se referem ao

ensino/aprendizagem da leitura, considerando-se o seu público alvo – 6º ano do

Ensino Fundamental do Colégio Estadual General Carneiro.

Visando atingir o objetivo de levar os alunos a perceberem a importância da

busca das ideias principais do texto, como estratégia que explora a coerência

temática, será explorado um texto, buscando-se a compreensão a partir de palavras-

chave. O mesmo texto será apresentado aos alunos em forma de teste de Cloze1.

Para levar os alunos a tomarem consciência da estrutura sintática canônica

do português brasileiro e das variações possíveis dessa estrutura, considerando

esse conhecimento como parte do processamento sintático fluente, serão

trabalhadas paráfrases a partir de gêneros variados.

Já a prática das estratégias de leitura “top-down e bottom up2”, visando

conscientizá-los da necessidade de se definirem objetivos de leitura, será feita

explorando-se textos com predominância de sequências descritivas/injuntivas e

textos com predominância de sequências dissertativas/argumentativas.

Assim, buscam-se práticas de leitura significativas, possibilitando

conhecimento linguístico e discursivo, fornecendo-se elementos para que os alunos

compreendam os discursos que os cercam, com condições de interagir com eles,

buscando contribuir para sua formação enquanto leitores eficazes.

1

CLoze: técnica de pesquisa, ensino e avaliação que consiste no lacunamento de um texto a ser

preenchido pelo leitor. (cf. LEFFA, 1996, p.88) 2

Top-down: refere-se às informações captadas com base na experiência e no conhecimento do

ouvinte, além do texto. (Angela Maria Hoffmann Walesko, 2010,p. 89). Bottom-up: refere-se às informações

que podem ser captadas com base no texto em si. (Angela Maria Hoffmann Walesko, 2010,p.89)

ATIVIDADE 1

ATIVAÇÃO DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS

Nessa etapa inicial da atividade, busca-se ativar o conhecimento que os

alunos já trazem sobre o assunto. Pode-se iniciar explorando o título do texto.

OBJETIVOS:

Levar os alunos a perceberem a importância da busca das ideias principais do

texto como estratégia que explora a coerência temática, levantando hipóteses a

respeito do significado do texto.

Roteiro para ativação de conhecimentos a partir da exploração do título do

texto: “A borboleta e o grilo”.

Que tipo de texto você acha que pode ter esse título?

Qual é o assunto do texto?

O que faz você pensar que esse é o assunto do texto?

Quem sabe o que é um casulo?

Você sabe o que crisálida?

Você percebe alguma semelhança entre a borboleta e o grilo?

E quais as diferenças entre eles?

Quem já viu um casulo?

Professor:

Pode-se lançar algumas questões que serão respondidas oralmente

pelos alunos buscando evidenciar a leitura que os mesmos fazem do

título, envolvendo seu conhecimento linguístico e de gêneros textuais,

por exemplo, além de seu conhecimento de mundo, que lhes permite

lançar hipóteses sobre o gênero do texto e sobre o seu conteúdo.

O que há dentro dele?

O grilo voa ou somente pula?

Você já ouviu falar que o nome dos animais tem um significado?

Você sabe qual o simbolismo de borboleta e grilo?

Fonte: http://www.dicionariodesimbolos.com.br

Borboleta

A borboleta é considerada o símbolo da transformação, da felicidade, da

beleza, da inconstância, da efemeridade da natureza e da renovação.

Muitos significados estão atribuídos à simbologia desse inseto, desde os

estudos científicos, histórias, lendas, mitologias, deuses, dentre outros.

Grilo

O grilo simboliza a vida, a morte e a ressurreição, e costuma-se dizer que sua

aparição no lar simboliza a da felicidade.

Professor:

Depois de discutidas as questões, os alunos poderão assistir aos

seguintes vídeos sobre a metamorfose da borboleta e sobre o

desenvolvimento do grilo:

https://www.youtube.com/watch?v=eJmIdtFPH5U

https://www.youtube.com/watch?v=qDMwJbiO0N8&feature=youtu.be

ATIVIDADE 2 – 4h/a

CRIAÇÃO ORIENTADA DE TEXTO

OBJETIVOS:

O objetivo desta atividade está relacionado à exploração de palavras-chave

para a composição do sentido. Além disso, é uma espécie de teste de cloze às

avessas, em que, em vez de se preencherem lacunas, se completa o contexto

linguístico que permite atribuir sentido àquelas palavras.

PALAVRAS SUGERIDAS:

BORBOLETA LINDA JARDIM POUSADA GRILO

CONTAR FOLHINHAS CASULO METAMORFOSE APERTADO

SAINDO SOL FLOR TRANSFORMADO PACIÊNCIA

ANÁLISE E FIXAÇÃO DO CONHECIMENTO

Nesse momento, não se avalia o desempenho dos alunos em termos de certo

ou errado. Deve-se, no entanto, observar e explicitar aos alunos que as instruções

devem ser seguidas. Se houve mudança na forma da palavra dada, por exemplo,

isso deve ser discutido. O que importa, ao final, sempre é o sentido que se

conseguiu atribuir ao texto. Caso os alunos usem outras palavras que não as

escolhidas, o professor poderá solicitar que digam o que os levou a pensar naquela

possibilidade.

Professor:

Sugere-se escrever algumas palavras no quadro, extraídas

do texto original, que tem como título “A Borboleta e o grilo”.

Solicita-se então que os alunos redijam (em duplas) um texto

utilizando-se das palavras dadas e do título sugerido. Ao

final, os alunos leem as histórias para a turma.

ATIVIDADE 3 - 4 h/a

MONTAGEM DO TEXTO FATIADO: “A Borboleta e o grilo”

OBJETIVOS:

O objetivo da atividade remete ao uso de estratégia “bottom-up” de leitura

visando conscientizar os alunos da necessidade de se definirem objetivos para a

leitura, refletindo sobre os elementos responsáveis pela coesão dos parágrafos e

construção do sentido do texto.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

1) Cada dupla de alunos recebe a cópia do texto fatiado.

2) As duplas devem procurar reorganizar o texto, observando a progressão e

continuidade.

3) Após a reorganização do texto, os alunos recebem o original para que

possam conferir os acertos e os problemas encontrados.

4) O professor discute com eles os problemas encontrados, mostrando-lhes o

que deveriam ter observado para que a reorganização ficasse correta.

5) Em seguida, o professor faz a leitura do texto original e os alunos fazem um

levantamento das palavras desconhecidas.

Professor:

Faz- se o fatiamento do texto, distribuindo-o às duplas

para que façam a organização do texto na ordem em que

as partes façam sentido. Durante a realização da tarefa,

as hipóteses levantadas pelos alunos serão analisadas

para que, no momento da correção, sejam retomadas as

dúvidas, especialmente quanto à coerência e coesão

textuais.

A BORBOLETA E O GRILO

A borboleta Leleta estava pousada sobre uma linda flor, quando chegou o

grilo Cricri.

Encantado com a beleza da borboleta, Cricri disse:

- Como você é linda!

Eu queria ser como você, mas só vivo pulando pelo jardim.

Leleta, com pena do grilo respondeu:

- Você acha que eu sempre fui bonita?

Você quer conhecer a minha história?

- Quero sim – falou Cricri. – Eu estou curioso para conhecer tudo sobre

você.

A borboleta Leleta começou a contar:

- Nasci de um ovo bem pequenino e tinha a forma de uma lagarta.

Eu comia folhinhas, dia e noite, sem parar.

De tanto comer, fiquei tão gorda que troquei várias vezes de pele.

Depois, formou-se um casulo e fiquei dormindo vários dias dentro dele.

Dentro do casulo era escuro e apertado, mas eu não me importava, pois

ali eu estava me transformando, passando pela “metamorfose”.

Depois de algum tempo, o casulo se abriu.

Eu acordei e olhei para fora.

Fui saindo bem devagarzinho.

Que lindo estava o dia!

O sol brilhava, as flores perfumavam o ar e os pássaros cantavam

alegremente.

Balancei as minhas asas que estavam encolhidas e elas se abriram.

Que maravilha! Eu havia me transformado em uma linda borboleta!

Que alegria! Eu saí voando de flor em flor, procurando o néctar docinho

das flores para o meu alimento e levando o pólen em minhas patinhas

ajudando na “polinização”.

O grilo Cricri falou para Leleta:

- Como você demorou a se transformar em uma borboleta!

Eu não teria tanta paciência.

Prefiro ser eu mesmo, um grilo verde que vive feliz pulando pelo jardim.

Após a leitura do texto original, pode-se fazer os seguintes questionamentos:

1) No primeiro parágrafo do texto, está escrita a palavra pousada. Você sabe qual é

seu significado? Seria o mesmo que dizer posar?

2) Depois de ter assistido aos vídeos e lido o texto, por que você acha que a borboleta,

no 6º parágrafo, pergunta: “Você acha que eu sempre fui bonita?”.

3) Por que o grilo disse à borboleta, no último parágrafo do texto, que ele preferia ser

ele mesmo? O que significa sermos nós mesmos?

ATIVIDADE 4 – 4h/a

LEITURA EM MOVIMENTO

OBJETIVOS:

Levar os alunos a perceber a metáfora da borboleta como representante da

transformação radical de um ser, fazendo um paralelo com as mudanças pelas quais

passam os seres humanos (Será que as mudanças que ocorrem nos seres humanos

podem ser tão radicais assim?), instigando-os a perceberem a importância da busca

das ideias principais do texto como estratégia que explora a coerência temática.

PREPARANDO A LEITURA:

1) Antecipar aos alunos o título do livro que vão ler.

2) Estimular os alunos a identificar qual é o gênero de texto que a obra

apresenta mostrando-lhes a capa do livro.

3) Fazer as seguintes perguntas aos alunos:

- Qual a forma do livro? O formato do livro é diferente da maioria dos livros que já

leram?

- Qual a cor predominante na capa?

- O que lembra a cor azul?

- Observando a ilustração da capa:

a) Que bichinho é esse?

b) Quem já viu um girino?

Professor:

Sugere-se mostrar o livro aos alunos, lendo o título e levantando

as características próprias de sua apresentação, fazendo com

que observem a cor, a ilustração da capa e se há uma relação

entre o título e a ilustração. Poderá também levar para a sala de

aula o livro: A PROMESSA DO GIRINO – Autora: Jeanne Wills.

Ilustrador: Tony Ross. Disponível em:

http://rabiscoserisco.blogspot.com.br/2013/05/blog-post_9.html

c) O que vocês sabem sobre o girino?

d) O que representam esses balões escritos?

4) Depois da leitura do título do livro:

a) Qual foi a promessa feita pelo girino e a quem foi feita

b) Você já fez uma promessa? E cumpriu?

c) Quando se faz uma promessa, ela precisa ser cumprida? Por quê?

d) O que acontece quando se faz uma promessa e não se cumpre?

5) Leitura da contracapa:

a) É possível uma lagarta e um girino se apaixonarem? Por quê?

b) Quem já viu uma lagarta?

c) O girino e a borboleta prometeram um ao outro que nunca iriam mudar. É

possível evitarmos as mudanças que o tempo traz?

d) Todos nós passamos por mudanças. Vocês conseguem percebê-las desde

que eram crianças até hoje?

DURANTE A LEITURA

a) Serão apresentados alguns objetivos orientadores, focalizando aspectos

que auxiliem a construção dos significados do texto pelo leitor.

b) Far-se-á a leitura do texto digitalizado para os alunos, utilizando-se da TV

pendrive, mostrando-lhes as imagens do livro.

c) Dar-se-á uma pausa no momento em que a borboleta e o sapo se

encontram (após a metamorfose), sugerindo-se aos alunos que oralmente

antecipem o final da história.

DEPOIS DA LEITURA

Propõem-se atividades para permitir uma melhor compreensão da obra,

aprofundando o estudo e a reflexão a respeito dos conteúdos, bem como debatendo

temas que permitam a inserção do aluno nas questões. Sugerimos as seguintes

questões:

a) O que aconteceu com o sapo depois que comeu a borboleta?

b) Será que ele passou muito tempo pensando no seu belo arco-íris?

c) A autora diz que essa é uma história tragicômica. Vocês concordam?

d) O que é trágico? O que é cômico?

e) Levar os alunos a refletirem sobre coisas que vivenciaram, assistiram ou

ouviram falar, que considerem trágicas e cômicas.

f) Vocês mudariam alguma coisa do final da história?

Trabalhando com novos conceitos:

a) Vocês sabem qual é a diferença entre metamorfose e mudança? Vamos

pesquisar no dicionário o significado de cada uma dessas palavras.

Professor:

Poderão ser levados dicionários para a sala de aula

para que os alunos possam fazer a pesquisa do

significado das palavras.

ATIVIDADE 5 - 6h/a

TEXTO INSTRUCIONAL

OBJETIVOS:

Levar os alunos a tomarem consciência da estrutura sintática canônica do

português brasileiro e das variações possíveis nessa estrutura, considerando esse

conhecimento como parte constitutiva do desenvolvimento da fluência em leitura,

propiciando a compreensão de como se organiza o texto injuntivo e da intenção

comunicativa que exerce, uma vez que está presente em grande parte de nossas

ações discursivas, quando a atenção é primordial na escolha das etapas que

deverão ser seguidas. Além disso, busca-se conscientizar os alunos do tipo de

estratégia de leitura demandada pelo próprio gênero injuntivo, isto é, as estratégias

“bottom up”.

Professor:

Pode-se explorar o funcionamento enunciativo do discurso injuntivo,

esclarecendo como esse texto se organiza, visto que possui um

esquema cognitivo com características próprias.

Sugere-se apresentar o vídeo: Os trapalhões – Didi fazendo um bolo –

para que os alunos possam perceber a importância de se seguir

comandos para se chegar a um objetivo.http://youtu.be/22dlJCGRjUA.

Sugere-se ainda desenvolver as estratégias de antecipação com base

no título.

TEXTO: Bolo de chocolate3

Ingredientes

2 ovos

2 xícaras de açúcar

1 xícara de Nescau

½ xícara de água fria

1 xícara de água fervente

½ xícara de azeite

2 xícaras de trigo

1 colher de fermento em pó

Modo de fazer

Bata todos os ingredientes no liquidificador. Menos o fermento que deve ser

misturado por último.

Cobertura

½ xícara de açúcar

½ colher de margarina

6 colheres de leite

3 colheres de Nescau

1 pouco de creme de leite.

- Procedimentos metodológicos:

1) O professor faz os seguintes questionamentos:

Pelo título, que tipo de texto vocês acham que vamos ler?

3 Receita retirada de caderno de receitas particular

Professor:

Nessa atividade, as perguntas podem ser feitas

oralmente onde será citado o título do texto.

Para que serve uma receita?

Quais ingredientes vocês acham que deve conter essa receita?

Onde podemos encontrar esse tipo de texto?

Vocês já fizeram um bolo de chocolate?

Alguém é capaz de explicar como se faz?

2) Previamente o professor recorta o texto em 4 partes: título, ingredientes,

modo de preparo e cobertura, distribui aos alunos para que possam reorganizá-lo

acrescentando um desenho do bolo.

ATIVIDADE 6 - 4h/a

RECEITA EMBARALHADA

OBJETIVOS:

Desenvolver estratégias de antecipação com base em associações lógicas e

conhecimentos prévios.

Procedimentos metodológicos:

a) Uma cozinheira acabou misturando a receita do bolo com outra e não

consegue separá-las. O professor dará a lista dos ingredientes e o modo

de fazer para que os alunos possam reorganizá-las, selecionando os

ingredientes e o modo de fazer do bolo de chocolate.

5 ovos

500g de macarrão ninho

100g de bacon

1 colher de margarina

1 copo com chocolate em pó

1 copo com leite

1 colher de chá de sal

2 copos de açúcar

2 colheres de nata

2 copos de farinha de trigo

1 copo de óleo

1 colher de sopa de salsa picada

1 colher de manteiga derretida

1 colher de queijo ralado

100g de cogumelos

Professor

Apresente aqui uma receita embaralhada. Os alunos

deverão lançar mão de seus conhecimentos prévios

para poder separar as receitas.

b) Agora, procure o modo de fazer que se refira ao bolo de chocolate.

Cozinhe o macarrão ninho em água e sal, escorra e coloque-o num

pirex. Junte todos os ingredientes e mexa com uma colher. Corte o

bacon em quadradinhos e doure-os com a margarina.

Lave os cogumelos e corte-os em fatias, junte-as ao bacon e deixe

cozinhar por alguns minutos.

Coloque tudo no pirex molhado.

Junte os cogumelos e o bacon ao macarrão e misture.

Misture separadamente a nata com a salsa picada e o queijo ralado e

adicione ao macarrão.

Leve ao forno, bem quente, durante 10 minutos.

Em seguida, cada dupla reescreve a receita do bolo e dá um título à outra

receita.

Professor:

Pode-se apresentar para os alunos diferentes textos

instrucionais. Após a socialização e leitura dos textos, é

importante a construção de um quadro com as características

dos textos instrucionais, principalmente, das receitas.

ATIVIDADE 7 – 2h/a

LEITURA DE TEXTO DISSERTATIVO

OBJETIVOS:

Praticar com os alunos a estratégia “top-down”, visando conscientizá-los da

necessidade de se definirem objetivos para a leitura.

Professor:

Poderá fazer a leitura do texto dissertativo e levar o aluno a

perceber como os parágrafos são organizados, explorando

bastante a leitura e a compreensão do texto.

MODELO DE TEXTO DISSERTATIVO

Floresta, uma riqueza a proteger

Vitor Sousa4

A floresta é um importante Recurso Natural, cumpre funções de proteção ambiental,

de produção e de recreio e por isso importa proteger e promover. A gestão florestal

passa cada vez mais por assumir a floresta como um todo, como um espaço de uso

múltiplo, onde as diferentes atividades como a produção de madeira e fruto, a

silvopastoricia, a caça, a pesca, a apicultura, os passeios pedestres, o turismo da

natureza, entre muitas outras, proporcionam um rendimento contínuo e regular, sem

ser exclusivamente o retirado do corte de árvores, ao mesmo tempo que contribuem

para a proteção contra incêndios e proteção da natureza.

Sabendo do importante papel que desempenha um espaço florestal, é de extrema

importância protegê-lo. Com o aproximar do Verão o risco de incêndio aumenta,

locais sem limpeza e com grande quantidade de “combustível” acumulado

constituem um perigo para as populações locais e para o espaço florestal. A

proteção das pessoas e bens tem de estar acautelado. A limpeza de caminhos e

aceiros é fundamental para um rápido e eficaz combate ao incêndio florestal. Só

assim cumprem as funções a que estão destinados, ou seja, evitar que um incêndio

se propague por uma grande área.

Cabe ao cidadão tomar medidas de auto-proteção, onde a mais importante é a

limpeza em redor da sua habitação, no entanto cabe aos gestores políticos, o não

menos importante papel de informar e sensibilizar a população local sobre as

medidas que podem e devem ser tomadas para sua proteção. Ir junto da população

é, em alguns casos, a única forma de acesso a este tipo de informação. Informar o

cidadão comum, é contribuir para a sua segurança e para a segurança dos bens e

floresta que o rodeiam. (Disponível em:

http://desmontandotexto.blogspot.com.br/2010/05/modelo-de-texto-dissertativo.html.

Acesso em: 21/11/2014.)

4 Eng. Victor Sousa é um deputado municipal da cidade de Vila Verde em Portugal.

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ATIVIDADE 7 - 4h/a

ATIVIDADE NOS MOLDES DO TESTE DE CLOZE

OBJETIVOS:

Estruturar o texto de forma coerente e coesa, refletindo sobre os elementos

responsáveis pela coesão dos parágrafos e construção do sentido do texto

permitindo ao leitor tomar consciência de sua interação com o texto e de sua

participação na reconstrução do significado pretendido pelo leitor.

O MENINO QUE MENTIA

Um pastor costumava levar seu rebanho para fora da aldeia. Um dia resolveu

pregar uma peça nos vizinhos.

- Um lobo! Um Lobo! Socorro! Ele vai comer minhas ovelhas! Os vizinhos

largaram o trabalho e saíram correndo para o campo para socorrer o menino. Mas

encontraram-no às gargalhadas. Não havia lobo nenhum.

Ainda outra vez ele fez a mesma brincadeira e todos vieram ajudar, e ele

caçoou de todos.

Mas um dia o lobo apareceu de fato e começou a atacar as ovelhas.Morrendo

de medo, o menino saiu correndo gritando.

- Um lobo! Um lobo! Socorro!

Os vizinhos ouviram, mas acharam que era caçoada. Ninguém socorreu e o

pastor perdeu todo o rebanho.

Ninguém acredita quando o mentiroso fala a verdade.

(BENNETT, W. J. O Livro das virtudes para crianças. Rio de Janeiro: NOVA FRONTEIRA, 1997).

Professor:

A técnica de cloze consiste no lacunamento de um texto para

que o aluno preencha os espaços, e o professor possa avaliar

sua competência linguística, bem como as estratégias de que

lança mão para preencher os espaços.

Disponível em : http://urlm.com.br/www.professoraedenilsa.com.br. Acesso em: 14 nov

2014.)

O MENINO QUE MENTIA

UM PASTOR COSTUMAVA LEVAR _______REBANHO PARA FORA

DA________. UM DIA RESOLVEU PREGAR ________PEÇA NOS VIZINHOS.

- UM ________! UM LOBO! SOCORRO! ELE ______COMER MINHAS

OVELHAS! OS ___________LARGARAM O TRABALHO E _________CORRENDO

PARA O CAMPO __________SOCORRER O MENINO. MAS ______________ÀS

GARGALHADAS. NÃO HAVIA ________NENHUM.

AINDA OUTRA VEZ ________ FEZ A MESMA BRINCADEIRA

_________TODOS VIERAM AJUDAR; E_________CAÇOOU DE TODOS.

MAS ________O LOBO APARECEU DE ________E COMEÇOU A ATACAR

_______OVELHAS. MORRENDO DE MEDO, ______MENINO SAIU CORRENDO.

- UM________! UM LOBO! SOCORRO!

OS _____________OUVIRAM, MAS ACHARAM QUE ______CAÇOADA.

NINGUÉM SOCORREU E _____PASTOR PERDEU TODO O ___________

NINGUÉM ACREDITA QUANDO O MENTIROSO FALA A VERDADE.

(BENNETT, WILLIAM J. O LIVRO DAS VIRTUDES PARA CRIANÇAS. RIO DE JANEIRO: NOVA

FRONTEIRA, 1997.)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. COSCARELLI, Carla Vianna. Entendendo a leitura. Revista de Estudos

de Linguagem. Belo Horizonte: UFMG. V. 10, n. 1 , p. 7 – 27, jan./jun. 2002.

2. KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor. Aspectos Cognitivos da leitura.

Campinas: Pontes, 1989

3. WALESKO, Ângela Hoffmann. Compreensão oral em língua inglesa. 1ªEd.-

Curitiba: IBPEX, 2010.

4. Paraná – Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa –

Curitiba: SEED, 2008

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