os desafios da escola pÚblica paranaense na … · 2016-06-10 · resumo: a unidade ... (slides)...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
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GOVERNO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Sandra Mara Flizicosk
A comunidade afrodescendente quilombola do Feixo no município da Lapa-PR, e a inclusão oficial da lei 10.639/2003 no s currículos escolares.
Curitiba - PR 2013
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Sandra Mara Flizicosk
A comunidade afrodescendente quilombola do Feixo no município da Lapa-PR, e a inclusão oficial da lei 10.639/2003 no s currículos escolares.
Produção didático-pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação - SEED, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2013, segundo período do Plano Integrado de Formação Continuada em parceria com a UTFPR, sob a orientação da professora Ms. Cláudia Novaes Deina.
Curitiba - PR 2013
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Ficha para identificação da Produção Didático-pedag ógica Título: A comunidade afrodescendente quilombola do Feixo no município
da Lapa-PR, e a inclusão oficial da lei 10.639/2003 nos currículos
escolares.
Autor:
Sandra Mara Flizicosk
Disciplina/Área:
História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual de Campo Rui Barbosa
Município da Escola:
Agudos do Sul
Núcleo Regional de Educação:
Área Metropolitana Sul
Professora Orientadora:
Ms. Cláudia Novaes Deina
Instituição de Ensino Superior:
UTFPR
Relação Interdisciplinar:
Geografia, História e Sociologia
Resumo:
A Unidade Didática a borda temas de leituras sobre a luta e resistência dos afrodescendentes brasileiros, os quais resistiram ao sistema escravista praticando a fuga e organizando comunidades quilombolas, tornando-se uma ameaça ao sistema colonial escravista. As comunidades dos afrodescendentes reafirmavam suas culturas fortalecendo as suas identidades. Esta produção didática trás atividades de reflexão e de aproximação de culturas por meio de visitas, intercâmbios e projetos desenvolvidos com os alunos do Colégio Rui Barbosa para demonstrar aos mesmos
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o modo de vida da comunidade remanescente do Feixo, bem como a sua contribuição para a formação cultural do país, também aborda atividades sobre a relevância de lei 10.639/2003 e a sua obrigatoriedade nos currículos escolares.
Palavras-chave:
Resistência; Quilombos; Cultura; Comunidades remanescente do Feixo; lei afro-brasileira.
Formato do Material Didático:
Unidade Didática
Público Alvo:
Alunos do ensino do ensino médio
1. Apresentação
O presente trabalho tem a intenção de oferecer aos alunos e
professores mais um recurso de pesquisa sobre Comunidades Remanescentes
Quilombolas. O material didático será produzido a partir de uma indagação da
própria autora ao observar que os alunos demonstram não conhecer a história
de vida daqueles que tanto contribuíram para a formação de nossa identidade
“os negros Africanos”, e por constatar que a maioria dos alunos é de origem
branca européia, os quais possuem um vago conhecimento sobre a lei
10.639/2003 que inclui no Currículo Oficial da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática.“ História e Cultura Afro-Brasileira”, sendo assim
são indiferentes ao que seria uma Comunidade Remanescente Quilombola.
O presente trabalho pretende oferecer uma proposta de unidade didática
pedagógica, que contribua para a formação de um sujeito crítico, e que de
posse de informações possam perceber nas comunidades remanescentes
quilombolas os traços marcantes da cultura brasileira, analisando a importância
das culturas Africanas e Afro-Brasileiras na formação de nosso país. Deste
modo, os alunos poderão reconhecer que para os negros africanos o Quilombo
é um símbolo da luta e resistência, e o local em que favorece as heranças das
culturais Africanas no Brasil.
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Procurando despertar nos alunos o entendimento e a curiosidade em
reconhecer nos costumes Afro-descendentes o referencial para nossa
identidade histórica, esta unidade didática tem como propostas pedagógicas
(metodológicas), textos informativos sobre o assunto, leituras de reflexão, os
mesmos com atividades referenciando-os, imagens (slides) das comunidades
remanescentes das regiões brasileira, incluindo a comunidade do Feixo, que
oferece uma proposta de Projeto Espacial, para que os educandos possam
lidar com essas tradições dentro da sociedade em que vivemos atualmente.
2. Material Didático
Considerando a relevância em abordar na sala de aula e nos currículos
escolares a lei 10.639/03, e a luta das comunidades remanescentes
quilombolas, locais estes, de resignificação da cultura africana, desenvolveu-se
uma unidade didática que contempla diferentes atividades que serão
desenvolvidas no 3° Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual do Campo Rui
Barbosa, localizado em Agudos do Sul/PR, atividades estas organizadas em
um período de 32 horas-aulas, iniciando em Fevereiro tendo e termino previsto
para o final do mês de Abril. Partindo da leitura dos textos informativos e na
sequencia das aulas a análise de fotos e filme os quais referenciam
comunidades remanescentes. Incluso nas 32 horas a uma visita in loco à
comunidade remanescente do Feixo, município da Lapa, onde os alunos
identificarão traços da cultura afro-brasileira, destinado também dentro deste
período, um intercambio entre o Colégio Estadual do Campo Rui Barbosa e a
Escola Municipal Dirceu Batista, localizada na comunidade do Feixo.
3. Ações previstas
A execução do projeto procederá da seguinte maneira:
1- Tema do trabalho: Campanha educativa, para apresentar aos
estudantes do ensino médio um projeto inédito sobre a importância da cultura
Afro-brasileira.
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2- Elaboração de uma campanha de divulgação do produto escolhido
de origem afro-brasileira pelo grupo de alunos que pode ser: (roupa, jóia ou
bijuteria, tecidos, instrumentos musicais, obras de arte, dentre outros.) Os
grupos serão organizados em quantidade de cinco alunos cada. Escolhido o
produto, a campanha deve ser elaborada por diferentes formas de divulgação
(jornais, revistas, rádios, televisão, internet, ou nos meios de comunicação de
que dispõe a comunidade local). O professor irá orientá-los quanto às etapas
de organização do trabalho e à divisão das atividades entre os grupos.
Conclusão a campanha deve ser apresentada para a classe. Ao final os alunos
apresentarão um relatório com as conclusões que obtiveram, para as devidas
questões: Qual foi a aceitação do produto pela classe? Vocês acham que o
produto terá aceitação na sua comunidade? Por quê? Qual foi a maior
dificuldade enfrentada durante a divulgação?
3- Procurando aproximar culturas, a unidade didática, contempla um
intercâmbio entre os alunos do Colégio de Campo Rui Barbosa com os alunos
da comunidade do Feixo, cito Escola Rural Municipal Dirceu Batista da Luz.
Como fechamento ou encerramento das atividades pedagógicas, uma visita de
campo a comunidade do Feixo, para que os educando possam identificar a
pluralidade cultural que existe em nosso País, a influência dessa cultura em
nossos costumes e o modo de viver das comunidades remanescentes. Ao final
da visita os alunos, produzirão um relatório sobre informações que colheram à
partir das perguntas feitas aos moradores do Feixo, e da troca de experiência
que vivenciaram.
Atividade 1 - O Processo de colonização Brasileira: Escravos Africanos
na América
Indígenas e africanos foram escravizados na América portuguesa.
Porém, rapidamente, nos setores mais dinâmicos da economia colonial a mão
de obra passou a ser predominante de origem africana. Para toda a América
portuguesa, em áreas voltadas à economia agroexportadora, como a
açucareira nordestina desde o século XVII.
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Muitas explicações já foram dadas para o predomínio da escravidão dos
centros mais dinâmicos da colonização, mas a interpretação mais consolidada
é a de que a escravidão negra prosperou principalmente porque se tornou um
bom negócio para comerciantes, sobretudo portugueses e ingleses.
A parir da segunda metade do século XVIII, começou a perder força a
idéia até então predominante de que a escravidão era um modo de geração de
riquezas. Cada vez mais, considerava-se na América que a escravidão
colocava em risco a segurança pública, devido ao alto índice populacional dos
escravos e às revoltas por eles organizadas.
Após a longa viagem iniciada na África, os escravos que sobreviviam à
travessia eram desembarcados e vendidos nos principais portos da colônia,
como Salvador, Recife e Rio de Janeiro, complementando-se a ligação entre o
centro fortalecedor de açúcar (América portuguesa).
Durante todo o período que durou a exploração dos africanos
escravizados e seus descendentes na América portuguesa, registram-se atos
de resistência e rebeldia, como tentativas de assassinato de feitores e
senhores, fugas e suicídios. Muitos dos fugitivos organizavam-se em
quilombos, comunidades negras livres. O Quilombo de Palmares, em território
do atual estado de Alagoas, foi o mais importante deles na resistência à
escravidão.
Fonte: PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. São Paulo. Contexto, 1998.
REIS, João. Rebelião escrava no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras,
2004.
A atividade proposta é a seguinte:
a) Explique as razões do predomínio da mão de obra escrava africana?
b) De que maneira o escravo negro praticava atos de rebeldia à
escravidão?
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Atividade 2 - trabalhando com fontes históricas:
Por meio de seus sermões, o padre Antônio Vieira conseguiu expressar
o sofrimento vivido pelos escravos no Brasil Colônia e dizer verdades sobre a
desumanidade da escravidão:
“Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas,
os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos
perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos
carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos
adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé apontando para o
açoite como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as
mãos atadas atrás, como imagens vilíssimas da escravidão, e espetáculos de
extrema miséria. Oh Deus! (...) Estes homens não são filhos do mesmo Adão e
da mesma Eva? Estas almas não foram resgatadas com o sangue do mesmo
Cristo? Estes corpos não nascem e morrem, como os nossos? Não respiram o
mesmo ar? Não os cobre o mesmo céu? Não os esquenta o mesmo sol?”.
Olhar sobre a vida concreta. Padre Antônio Vieira (1608-1697).
A atividade proposta é a seguinte:
a) De que maneira o padre Antônio Vieira condena a escravidão?
Atividade 3 - Pão, pau e pano:
“O escravo africano típico do Brasil colônia foi o da grande lavoura – pés
e mãos do engenho, na clássica definição de Antonil [...].
No vocabulário de Antonil, o escravo ‘do eito’ estava sendo cuidado com
base nos três ‘p’, a saber, pão, pau e pano. Quase um século depois, o bispo
Azeredo Coutinho acrescentaria apenas que o senhor deveria tratar melhor o
escravo por se tratar de um investimento. Jesuíta Antonil e bispo Azeredo
Coutinho: eis aqui a ótica daquela igreja ligada à classe dominante. Nada era
mais miserável do que a vida dos escravos dos latifúndios. Trabalhavam de sol
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a sol, vigiados de cima pelo feitor, um dos poucos trabalhos assalariados da
estrutura latifundiária. O escravo estava inteiramente sujeito ao tratamento que
o senhor lhe queria dar.
Vivia na senzala e era alimentado com carne seca e uma xícara de
farinha. Colocado como peça de uma vasta engrenagem de produção, foi
forçado a se submeter a ela. Ante a menor falta, podia ser vítima de revoltante
brutalidade [...]. Vivendo na miséria e trabalhando até a exaustão, o negro se
debilitava rapidamente, o que provocava decréscimo em sua capacidade de
trabalho.”
Fonte: LOPEZ, Luiz Roberto. História do Brasil Colonial. 2. Ed. Porto Alegre:
Mercado Aberto, 1983. P. 39-40.
Atividade proposta é a seguinte:
a) Em sua opinião, manifestações como as registradas no texto, ainda
hoje causam temor? Justifique sua resposta.
Atividade 4 - A importância do escravo africano par a o crescimento
econômico do Brasil Colonial
Segundo o historiador brasileiro Fernando Novais1, o tráfico de escravos
africanos para as colônias foi uma das atividades econômicas mais importantes
da Idade Moderna, ao lado do comércio das especiarias orientais, da produção
de açúcar e da mineração.
Quase todos os países europeus participavam da atividade e se
revezavam no monopólio desse comércio.
Para discutir a escravidão, também é preciso compreender por que não
se adotou o trabalho assalariado. Com tanta abundância de terras e a relativa
facilidade de obtê-la – já que até 1850 as terras eram obtidas por doação ou
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por ocupação – os imigrantes que viessem para o Brasil não se sujeitariam a
trabalhar para outro. Desejariam eles mesmos tornam-se pequenos
proprietários, como na Europa.
Observa-se uma maior do uso do trabalho nas áreas açucareiras,
constatando com o uso mais modesto em outras lavouras, como a de tabaco e
algodão nas áreas açucareiras, contrastando com o uso mais modesto em
outras lavouras, como a de tabaco e algodão. Até mesmo nas roças de
subsistência que eram controladas pelos africanos escravizados.
A escravidão negra foi adotada devido a questão econômica, o trafico
negreiro era uma importante atividade comercial, que gerava altos lucros para
os europeus e, também alguns negociantes radicados nas áreas coloniais.
Diversos fatores determinaram a generalização do trabalho escravo
africano no Brasil, a partir do final do século XVI, ao mesmo tempo que a mão
de obra nativa deixava de ser opção viável.
A população indígena se reduzia frequentemente vitimada por epidemias
adquiridas em contato com os brancos, ou abalada pelo trabalho forçado.
Além disso, a luta dos jesuítas contra a escravização dos indígenas levou os
colonos a voltar-se cada vez mais para os escravos africanos.
A atividade proposta é a seguinte:
a) Aponte os mecanismos de obtenção e fornecimento de escravos
africanos para a colônia portuguesa.
b) Analise os motivos que levaram a adoção do tráfico de escravos
africanos para o Brasil.
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1 NOVAIS, Fernando. Estrutura e dinâmica do antigo sistema
colonial. São Paulo: Brasiliense, 1990, p. 79.
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Atividade 5 - Os nomes dos escravos
“Chegando ao Brasil, os africanos recebiam nomes cristãos, e da noite
para o dia viravam José, Manoel, João, Antônio, etc. É possível ouvir como um
protesto surdo a voz do escravo nagô do professor de Medicina Manuel José
Estrella: “Respondeu chamar-se Julião, que foi o nome que lhe fora dado por
seu senhor”. (...) Os nomes cristãos serviam-lhes apenas nas relações com os
brancos e seus comandados, eram nomes da terra de branco; entre eles
circulavam os nomes de origem e os muçulmanos, trazidos em geral de suas
terras. Durante os interrogatórios [da revolta dos Malês, na Bahia, em 1835], os
africanos fizeram questão de estabelecer a diferença, como que afirmando que
dentro do escravo havia uma pessoa. Um deles disse chamar-se “Mateus (...) e
seu nome na sua terra era Dada”. A negra Faustina referiu-se ao “negro Nagô
Ajahi, por nome Jorge na terra de branco” (...) Muitos africanos nem sequer
sabiam os nomes portugueses de seus conhecidos mais próximos.”
Fonte: REIS, João. Rebelião escrava no Brasil. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004. p. 316.
A atividade proposta é a seguinte:
1) Segundo o texto do historiador João José Reis, de qual região da África
vieram os negros que foram interrogados pelas autoridades?
2) Porque os negros recebiam nomes de origem cristã?
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Atividade 6 - O conceito de quilombo
A palavra “Quilombo” ou “Calhambo” é de origem Bantu, e significa
acampamento ou fortaleza. O povo Bantu se localiza nas regiões sul, sudoeste
e sudeste da África. A palavra foi usada pelos portugueses para denominar as
povoações construídas por escravos fugidos. O termo também pode ser
atribuído à “casa” ou “refúgio”. Durante os períodos colonial e imperial, vários
quilombos ou comunidades negras se formaram com a fuga de escravos que
se rebelara contra a ordem escravista. Havia diferentes formas de quilombos:
desde pequeno grupos itinerantes que viviam de assaltos nas estradas e
fazendas até complexas estruturas de vilarejos, como o Quilombo de Palmares
no nordeste brasileiro e o Quilombo do Ambrósio no centro-oeste mineiro.
Segundo João Batista Costa
“A formação de quilombos em todas as colônias e países do Novo Mundo constituiu-se em estratégia pelos africanos que, escravizados, ansiavam por liberdade e, assim, instituíram alternativas ao sistema escravista hegemônico e, então, vigente. O princípio subjacente à formação de quilombo constituiu-se na busca de lugares de difícil acesso que propiciassem o estabelecimento de barreiras estruturais, que tanto podiam ser naturais quanto sociais. Os agrupamentos humanos aquilombados pretendiam, dessa forma, impedir o contato do mundo branco e escravista com o mundo negro vivendo em liberdade.” (CEDEFES, 2008, p. 25.)
Na atualidade, o conceito de quilombo se ampliou, não está mais preso
às origens históricas. O quilombo hoje é reconhecido pelas suas características
antropológicas e territoriais. A relação da comunidade com o território (uso e
apropriação), com a cultura de matriz africana e com a política, é que definirão
uma comunidade quilombola ou não. Ou seja, o quilombo é um espaço de
resistência e reinterpretação do mundo pelos seus moradores, etnicamente
diferenciados.
Fonte: MOURA, Clóvis. Histórias de Quilombolas: Mocambos e
comunidades de senzalas no Rio de Janeiro , século XIX. São Paulo: Ática,
1987.
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A atividade proposta é a seguinte:
O escravo no Brasil é geralmente representado como dócil, dominado
pela força e submisso ao senhor. Porém, muitos historiadores mostram a
importância da resistência do escravo aos senhores e o medo de que o
senhores sentiram diante dos Quilombos, insurreições, revoltas, atentados e
fugas de escravos.
a) Descreva o que eram os Quilombos.
b) Por que a metrópole portuguesa e os senhores combateram os
Quilombos, as revoltas, os atentados e as fugas de escravos no período
colonial brasileiro?
Atividade 7 - trabalhando com fontes históricas
Fonte documentada datada de 1806. Neste poema, o autor Joaquim
José Lisboa faz referencia ao processo de formação de Quilombos e à maneira
de viver e de pensar dos Quilombolas.
“Os escravos pretos lá quando dão com maus senhores fogem, são salteadores e nossos contrários são. Embrenham pelos matos e como criam e plantam divertem-se, brincam e cantão. De nada tem precisão vem de noite aos arraiais e com indústrias e tretas com promessa de casar elegem logo rainha e rei a quem obedecem do cativeiro se esquecem tocam a rir, tocam a roubar. Eis que a noticia se espalha do crime de desacato, caem-lhe os capitães do mato e destroem tudo enfim.”
Fonte: RAMOS, Donald. O quilombo e o sistema escravista em Minas Gerais do século XVIII. In: REIS, João José e GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade por um fio: História dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p.164
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A atividade proposta é a seguinte:
a) Para o poeta, a origem dos quilombos está associada à existência dos
maus senhores. Qual é a sua opinião a respeito?
Atividade 8 - Quilombo dos Palmares, Quilombo do Am brósio, Quilombo
do Tatu
Em uma vasta área entre os estados de Pernambuco e Alagoas, ele
reuniu uma série de aldeias (mocambos) que recebiam fugitivos de diversas
partes da colônia, chegando a ter cerca de 30 mil habitantes na época de sua
destruição. Em palmares havia rica agricultura e intenso comércio entre as
diversas aldeias. Os cultos religiosos constituíam um produto da fusão entre
rituais católicos e várias práticas das sociedades africanas. O poder político era
exercido por um líder guerreiro. Tudo indica que Ganga Zumba foi o primeiro
líder, e Zumbi, o último.
Estima-se que Palmares tenha sobrevivido durante cerca de 65 anos e
que, após numerosas explicações militares, sua destruição em 1695 tenha sido
realizada por um exército de cerca de 9 mil indivíduos, liderados pelo
bandeirante paulista Domingos Jorge Velho.
Na Bahia também se formaram mocambos e o mais conhecido deles era
o Buraco do Tatu, próximo a Salvador, datado de meados do século XVIII. A
base da sua economia era a agricultura, mas os quilombolas praticavam alguns
roubos às fazendas. Esse mocambo acabou destruído e alguns quilombolas
mortos ou presos por uma expedição militar realizada em 1763. Além da
formação de quilombos, os escravos baianos utilizaram outras estratégias de
resistência ao sistema escravista.
Nas regiões Centro-Oeste e Alto Paranaíba, há um número médio de
comunidades quilombolas, provavelmente porque muitas tiveram seus
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territórios expropriados pela ocupação não quilombola. A região foi povoada
por muitos quilombos no período colonial e imperial. O grande quilombo de
Campo Grande, que contava com um expressivo número de agrupamentos
quilombolas e onde se localiza o sítio do quilombo de Ambrósio, no atual
município de Ibiá. O quilombo de Ambrósio se tornou uma referência simbólica
da resistência negra em Minas Gerais.
A realidade das comunidades quilombolas de Minas Gerais não difere
com as de outros estados do Brasil. A falta de políticas públicas ou o
desconhecimento pelos quilombolas dos projetos de governos que podem
beneficiá-los e como acessa-los, impedem e travam a sustentabilidade destes
grupos em seus locais tradicionais.
Fonte: GOMES, Flávio dos Santos. A hidra e os pântanos . São Paulo: Ed.
UNESP, 2005.
A atividade proposta é a seguinte:
1) Dentre as formas de reação coletiva dos negros africanos ao
processo de escravização durante a colonização do Brasil, destaca-se a
organização dos quilombos. Marque a opção correta a respeito dos quilombos:
a) Em todas as áreas coloniais eles existiram, mas jamais chegaram a
constituir uma comunidade estável que estabelecesse contatos comerciais com
as vilas.
b) Apesar de não ser o único, Palmares foi o mais importante dos
quilombos, resistindo por décadas às investidas portuguesas durante o século
XVII.
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Atividade 9 - texto informativo
O cafundó é um bairro rural situado no município de Salto de Pirapora,
a 150 Km de São Paulo. Sua população, predominante negra, divide-se em
duas parentelas: a dos Almeida Caetano e a dos Pires Pedroso. Cerca de
oitenta pessoas vivem no bairro. Dessas, apenas nove detêm o título de
proprietários legais dos 7,75 alqueires de terra que constituem a extensão do
Cafundó, que foram doados a dois escravos, ancestrais de seus habitantes
atuais, pelo antigo senhor e fazendeiro, pouco antes da Abolição, 1888. Nessas
terras, seus moradores plantam milho, feijão e mandioca e criam galinhas e
porcos. Tudo em pequena escala. Sua língua materna é o português, uma
variação regional que, sob muitos aspectos, poderia ser identificada como
dialeto caipira. Usam um léxico de origem banto, quimbundo principalmente,
cujo papel social é, sobretudo, de representá-los como africanos no Brasil.
Fonte: http://www.revista.iphan.gov.br, Abril 2009.
A atividade proposta é a seguinte:
1) O bairro Cafundó integra o patrimônio cultural do Brasil por quê?
a) Possuí terras herdadas de famílias antigas da região.
b) Preservou o modo de falar de origem banto e quimbundo.
c) Tem origem no período anterior à abolição da escravatura.
Atividade 10 - Filme
Sinopse:
Num engenho de Pernambuco, por volta de 1650, um grupo de
escravos se rebela e ruma ao Quilombo dos Palmares, onde existe uma nação
de ex-escravos fugidos que resiste ao cerco colonial, entre eles Ganga Zumba,
um príncipe africano. Tempos depois, seu herdeiro e afilhado, Zumbi, contesta
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as ideias conciliatórias de Ganga Zumba e enfrenta o maior exército jamais
visto na história colonial brasileira.
Figura 1: Filme Quilombo Fonte:http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=bgiDwcs9_RQ
Livro Raízes Africanas
Sinopse:
Este livro mostra-se porque e como os antepassados africanos, apesar de
maltratados e humilhados pela escravidão contribuíram tão fortemente para o
que somos.
Figura 2: Livro Raízes Africanas Fonte: FIGUEIREDO, Luciano (Org.). Raízes africanas. Rio de Janeiro: Sabin, 2009.
Atividade proposta é a seguinte:
a) Faça uma análise sobre a maneira de viver no Quilombo de
Palmares e o seu enfrentamento à opressão dos senhores de Engenho
e das autoridades portuguesas.
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b) Que contribuição a leitura trouxe para sua compreensão da
identidade brasileira.
Atividade 11 - Breve História da Comunidade Remanes cente do Feixo,
Município da Lapa
Juvenal Pedroso (filho de Vitalino Pedroso e de Vitória Barbosa) e
Silvia Ferreira relatam que seus antepassados: tataravós, bisavós e avós,
nasceram e morreram nas terras do Feixo e eram escravizados pela família
Braga. Dos Braga receberam um pedaço de terra, mas mesmo depois da
abolição, continuaram trabalhando para a referida família e ficaram morando no
local, mas cada um sabia qual era o seu pedaço. O casal relata que
anteriormente só moravam os negros na localidade e, que hoje não é mais
assim, pois com o passar do tempo, as terras foram ficando poucas, pois foram
sendo ocupadas por imigrantes europeus: antes “não tinha branco aqui, era só
o negro”, diz Juvenal. “Os mais antigos contavam que a vida era pesada,
porque aquele que não podia trabalhar ficava com fome, pois o dono achava
que estava com preguiça. Não tinha horário de trabalho se o dono queria, os
negros amanheciam e anoiteciam trabalhando e os que morriam de tanto
trabalhar, os donos trocavam por outros que compravam e assim ia”, conclui.
Outra história é a da Dona Ana Maria e de seu irmão Dórico: também
eles continuam em terra que foi dos antepassados e, hoje é da geração dela,
do irmão: os filhos, os netos e os bisnetos, no lugar chamado “os Paiol”, núcleo
do Feixo; esta comunidade, formada pelos descendentes da Dona Ana Maria e
do Seu Dórico não tem documentos da terra, somente a posse. Os papéis da
terra da Dona Ana Maria e dos seus descendentes estão nas mãos de uma
pessoa que efetuou um permuta com ela: “trocou as terras dela lá de cima,
com as terras dele aqui embaixo, só que ela não sabe nem qual era o tamanho
da terra!”.
As casas são cobertas por telha, mas na maioria delas o piso é de terra
batida. Os moradores cultivam plantas medicinais e o cultivos mais importantes
para alimentação da comunidade são de mandioca e de abóbora. Os
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quilombolas da comunidade, cuja padroeira é Imaculada Conceição, contam
com os cuidados da benzedeira Augusta Martins e da parteira Maria Silva
Santos. Na atualidade há relatos de casos de jovens sendo aliciadas por casas
de prostituição estabelecidas no município de Araucária e de que na própria
Vila Esperança uma estaria se estabelecendo.
Fonte: Estas informações compiladas de Paula. F. M. de C; Comunidade
Remanescente do Feixo e da Restinga dos Afro-descendentes da Lapa.
Curitiba. Edição do Autor, 2007.
Figura 3: Comunidade do Feixo Fonte: Pesquisa de Campo, 21 Abril de 2013.
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Figura 4: Escola da Comunidade do Feixo Fonte: Pesquisa de Campo, 21 Abril de 2013.
Figura 5: Comunidade do Feixo Fonte: Pesquisa de Campo, 21 Abril de 2013.
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Figura 6: Comunidade do Feixo Fonte: Pesquisa de Campo, 21 Abril de 2013.
A atividade proposta é a seguinte:
a) Após a leitura e a observação das imagens da comunidade do Feixo, o que
você conclui?
Atividade 12 - Informativo sobre a Lei nº 10639/20 03
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar
acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:
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Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio,
oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura
Afro-Brasileira.
1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo
incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no
Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política
pertinentes à História do Brasil.
2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
Educação Artística e de Literatura e Histórias Brasileiras.
Fonte: www.planalto.gov.br/ccivil.03/leis/2003/lei10.639.
Atividade 13 - Reflexão sobre Educação/ por uma soc iedade inclusiva e
solidária:
LEI 10639/2003-MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA EM FOCO
No dia 9 de janeiro de 2003, foi aprovada a Lei nº 10.639, que no seu
Art. 79-B torna obrigatório à inclusão no calendário escolar o dia 20 de
Novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra” , além do ensino, no
âmbito de todo o currículo escolar, de História e Cultura Afro-Brasileiro nos
níveis fundamental e médio. O dia da Consciência Negra já é comemorado
pelo Movimento Negro Brasileiro desde a década de 70, marcando a morte de
Zumbi, Líder do Quilombo dos Palmares (símbolo de uma identidade Afro-
Brasileira forjada a partir da opressão e da exclusão social).
Em nossa sociedade estamos acostumados a calar sobre o assunto,
embalados pelo mito da democracia racial e as idéias de branqueamento da
população brasileira. A pesar do grande passo dado pelo governo, essa foi sem
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dúvida uma vitória dos movimentos sociais, que vem lutando pra que a
sociedade brasileira venha adquiri consciência negra, e abra os olhos para ver
a violência de toda e qualquer forma de discriminação.
A historiografia tradicional e o próprio currículo escolar trataram
indevidamente, ou ignorou a participação africana em nossa formação. Não há,
sem dúvida como recuperar nossa africanidade sem conhecer a própria história
da África, desnudos de preconceitos etnocêntricos (olhar um povo ou etnia com
valores de outro).
Neste sentido é necessário o cumprimento da lei, não só incluindo no
calendário escolar a temática mas em todo o currículo escolar visando não
somente ler, mas também escutar, ver, participar e perceber o quanto da África
trazemos dentro de nós.
A presença das varias etnias africanas na formação da sociedade
brasileira colonial e seu papel no Brasil contemporâneo, são elementos para a
discussão da cultura afro-americana, de modo geral, e da afro-brasileira, de
maneira especifica, buscando colaborar para que o processo de ensino –
Figura 7: Manifestação no dia da consciência negra Fonte: wanakal-tecnologiaeeducacao.blogspot.c
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aprendizagem acerca desses conteúdos seja realizado plenamente, mas, sobre
tudo, para que eles se concretizem de maneira crítica e sem as manifestações
tão comuns nesse universo.
Fonte: Marcadores Educação Racial.
A atividade proposta é a seguinte:
1) A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo dos
estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, a
obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e determina
que o conteúdo programático incluirá o estudo da História da África e dos
africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas
áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil, além de
instituir, no calendário escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa
do “Dia da Consciência Negra”.
A referida lei representa um avanço não só para a educação nacional, mas também para a sociedade brasileira, porque:
A) Legitima o ensino das ciências humanas nas escolas.
B) Divulga conhecimentos para a população afro-brasileira.
C) Reforça a concepção etnocêntrica sobre a África e sua cultura.
D) Garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso à educação.
E) Impulsiona o reconhecimento da pluralidade étnico-racial do país.
2) Considerando a história da escravidão na América, qual a
importância da celebração do dia da consciência negra no Brasil?
3) Você considera que a herança cultural dos negros africanos foi
absorvida no cotidiano cultural brasileiro? Se a resposta for sim, em que
aspectos?
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Atividade 14 - A LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA COMUNIDA DE DO
FEIXO, E A DEMARCAÇÃOA DAS TERRAS QUILOMBOLAS NO BR ASIL
Figura 9: Comunidades quilombolas da Lapa Fonte: www.itcg.pr.gov.br (Instituto de Terras, Cartografia e Geociências – ITCG).
A Lei de Terras
Em 18 de setembro de 1850, 14 dias após a votação da Lei Eusébio de
Queiroz, que aboliu o tráfico negreiro, foi promulgada a Lei de Terras. A Lei
determinava: a ocupação de terras públicas – devolutas, sem hasta pública2,
ao Estado; as terras doadas em sesmarias e as posses sem títulos legais
seriam legalizadas através dos Registros Paroquiais de Terras, desde que se
comprovasse estarem cultivadas e não com simples roçados.
Historiadores interpretaram essa determinação do pagamento pela terra
devoluta com uma intenção do Estado em dificultar a ocupação de terras
devolutas3 por parte de trabalhadores livres.
Caso a terra fosse livre, ou seja, passível de ser ocupada pela simples posse,
os imigrantes poderiam se tornar pequenos lavradores com mão de obra
familiar e não se submeter ao trabalho para o grande produtor. Com a
necessidade do pagamento, eles teriam de trabalhar para os grandes
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produtores, de modo a conseguir juntar dinheiro suficiente para comprar sua
própria terra. Segundo expressão consagrada do sociólogo José de Souza
Martins, substituía-se o cativeiro do trabalhador pelo cativeiro da terra.
A regulamentação da Lei de Terras ocorreu em 30 de janeiro de 1854,
com a obrigatoriedade de cadastramento de todas as terras ocupadas através
do Registro Paroquial de Terras, então realizado em todo império entre 1855 e
1860. Os conflitos, entretanto, estavam longe de cessar. As lutas pelas
demarcações dos limites das terras registradas foram frequentes.
Fonte: Silva, Lígia Osorio. Lei da Terra : um estudo sobre a história da
propriedade da terra no Brasil. Tese de Doutorado. São Paulo, 1990.
_____
Hasta Pública2: Leilão.
Terra Devoluta3: áreas sem proprietário particular, sem cultivos; terras públicas do Estado.
Vídeo: Deputado Luiz Alberto PT da Bahia defende de marcação de terras quilombolas Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=TlSHJzpExJU
A atividade proposta é a seguinte:
a) Com a expressão de José Martins pode-se concluir que?
b) Qual a posição do deputado Luiz Alberto em relação a
demarcação das terras Quilombolas?
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Atividade 15 - Projeto Cultural
Agora você já conhece um pouco mais sobre o povo africano, sua
cultura e influência que tiveram na formação de nossa história, chegou à hora
de trabalhar com essas tradições, através do projeto cultural que ocorrerá da
seguinte maneira:
a) O tema do trabalho
Campanha educativa, para apresentar aos estudantes do ensino
médio um projeto inédito sobre a importância da cultura Afro-
brasileira.
b) Desenvolvimento
Cada grupo deverá escolher um produto diferente. Algumas
sugestões: roupa, jóia ou bijuteria, tecidos, instrumentos musicais,
obras de arte, dentre outros.
A campanha deve ser elaborada com diferentes formas de
divulgação.
A orientação do trabalho pelo professor quanto às etapas de
organização do trabalho e à divisão das tarefas.
c) Conclusão
Qual foi a aceitação do produto pela classe?
Vocês acham que o produto terá aceitação em sua comunidade?
Qual foi a maior dificuldade encontrada durante a divulgação?
Atividade 16 - Aproximando Culturas
Intercambio entre Colégio Estadual do Campo Rui Barbosa e Escola
Rural Municipal Dirceu Batista da Luz.
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A atividade proposta é a seguinte:
a) Por meio de cartas os alunos vão fazer um intercâmbio das
experiências do seu cotidiano (cultura, organização territorial, acesso
à tecnologia, forma de educação).
Atividade 17 - VISITA DE CAMPO
Para que os alunos possam identificar a pluralidade cultural que
circundam nosso País, a influência dessa cultura em nossos costumes, o modo
de viver das comunidades remanescentes, haverá uma visita de campo como
atividade de encerramento onde os alunos farão perguntas sobre o cotidiano
dos moradores do Feixo por meio de um questionário e, ao final produzirão um
relatório sobre informações que colheram dos moradores do Feixo e da troca
de experiência que vivenciaram.
A atividade proposta é a seguinte:
Questionário que será aplicado pelos alunos aos moradores da comunidade do
Feixo?
1) Como é o dia –a – dia das famílias?
2) Quantas famílias habitam a comunidade?
3) Aproximadamente quanto tempo essas famílias vivem na
comunidade?
4) Como seus descendentes adquiriram suas terras?
5) Ainda seguem alguma tradição de seus descendentes? E seus
pais têm outra atividade de trabalho fora à lavoura?
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6) Como são ou como foram criados pelos seus pais (A educação
dentro de casa)?
7) Houve alguma mudança em relação aos costumes na atualidade?
Se a resposta for sim, quais foram às mudanças e porque ocorreram?
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CRONOGRAMA DOS TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS
Considerando que durante o terceiro período o professor deverá
programar as atividades que propôs neste projeto a ser desenvolvido na
escola, é necessário organizar o cronograma de ações para a realização e
socialização das atividades previstas, bem como o acompanhamento das
mesmas da equipe pedagógica, direção e professora orientadora da IES.
Os trabalhos a serem desenvolvidos são: leituras e atividades, projetos,
intercambio e visita in loco, análise de imagens e filmes referentes ao assunto,
pelos alunos do terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual do Campo
Rui Barbosa.
Atividades/meses FEV MAR ABR MAI JUN JUL
Apresentação da Unidade didática à
coordenação/direção da escola
X
Apresentação das atividades da Unidade
Didática para os alunos X
Desenvolvimento das atividades da Unidade
Didática (textos, projeto cultural, intercambio
e visita de campo)
X X X
Relatório das atividades X
Coleta de materiais para subsidiar a
elaboração do artigo final X X
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 10.639/2003 . www.planalto.gov.br/ccivil.03/leis/2003/lei10.639.
CEDEFES. Quilombos de Minas Gerais no século XXI . 2008.
FIGUEIREDO, Luciano (Org.). Raízes africanas . Rio de Janeiro: Sabin, 2009.
LOPEZ, Luiz Roberto. História do Brasil Colonial. 2. Ed. Porto Alegre:
Mercado Aberto, 1983.
MOURA, Clóvis. Histórias de Quilombolas: Mocambos e comunidades de senzalas no Rio de Janeiro , século XIX. São Paulo: Ática, 1987.
NOVAIS, Fernando. Estrutura e dinâmica do antigo sistema colonial. São
Paulo: Brasiliense 1990.
PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil . São Paulo. Contexto, 1998.
RAMOS, Donald. O quilombo e o sistema escravista em Minas Gerais d o
século XVIII . In: REIS, João José e GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade
por um fio: História dos quilombos no Brasil . São Paulo: Companhia das
Letras, 1996.
REIS, João. Rebelião escrava no Brasil . São Paulo: Companhia das Letras,
2004.
VIEIRA, Padre Antônio. Olhar sobre a vida concreta . 1608 – 1697.
Filme.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=bgiDwcs9_RQ.
F.M.de C. Paula. Comunidade Remanescente do Feixo e da Restinga dos
Afro-descendentes da Lapa . Curitiba. Edição do Autor, 2007.
Reflexão sobre Educação/ por uma sociedade inclusiv a e solidária.
wanakal-tecnologiaeeducacao.blogspot.com.br.
Silva, Lígia Osorio. Lei da Terra : um estudo sobre a história da propriedade da
terra no Brasil. Tese de Doutorado. São Paulo, 1990.
Vídeo. http://www.youtube.com/watch?v=TlSHJzpExJU.