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Projeto Gerenciamento Integrado de Agroecossistemas em Microbacias
Hidrográficas do Norte-Noroeste Fluminense – RIO RURAL/GEF
Serviços para realizar levantamentos rápidos de biodiversidade no tema “Flora
Arbórea” nas sub-bacias dos Rios Imbé, Muriaé e Guaxindiba e elaboração de
estratégias para conservação no âmbito da região do Norte e Noroeste
Fluminense.
Relatório final
Junho de 2008
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Índice
Índice __________________________________________________________________ 2
1. Introdução ____________________________________________________________ 3
2. Objetivo ______________________________________________________________ 6
3. Metodologia ___________________________________________________________ 6
Áreas de estudo ______________________________________________________________ 6
Amostragem da flora arbórea___________________________________________________ 8
4. Resultados ____________________________________________________________ 9
Sub-bacia do Rio Imbé ________________________________________________________ 9
Sub-bacia do Rio Guaxindiba__________________________________________________ 21
Sub-bacia do Rio Muriaé______________________________________________________ 25
5. Considerações finais ___________________________________________________ 35
Referências bibliográficas_________________________________________________ 37
3
1. Introdução
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente e do programa SOS Mata
Atlântica, a área original de mata atlântica no Brasil ultrapassava 1.360.000 Km2, indo
desde o Piauí até o Rio Grande do Sul. A Mata Atlântica vem sendo altamente degradada,
com o desmatamento ocorrendo desde o início da colonização brasileira com a extração do
pau-brasil. O desmatamento seguiu com os ciclos do ouro, do café e da cana de açúcar e
atualmente devido à urbanização, principalmente por estar situado no litoral brasileiro,
onde estão localizados os grandes centros urbanos. Cerca de 62% da população brasileira
vive em áreas de mata atlântica (Fundação SOS Mata Atlântica 2002), o que
indubitavelmente facilita sua degradação. Acredita-se que a mata atlântica esteja reduzida à
cerca de 7% de sua área original (Myers et al. 2000), estando altamente fragmentada.
No estado do Rio de Janeiro (que foi a sede do governo federal por quase 200 anos
entre os séculos XVIII e XX, o que causou uma intensa migração, conseqüentemente um
aumento populacional e grande pressão ambiental), os fragmentos de mata atlântica,
geralmente com menos de 1000 ha, estão localizados principalmente em áreas de difícil
acesso, onde não foi possível a prática agrícola e em sua maioria dentro de propriedades
privadas. A maior parte destes remanescentes estão localizados nas regiões Sul Fluminense,
Centro Norte e Serrana, com as áreas mais degradadas sendo observada nas regiões Norte e
Noroeste Fluminense (figura 1).
Apesar de todo histórico de degradação, o bioma Mata Atlântica possui uma grande
biodiversidade. Myers et al. (2000) estimaram que a Mata Atlântica possui cerca de 20.000
espécies vegetais, sendo 40% destas endêmicas. A elevada biodiversidade deve-se a alta
variedade e complexidade de habitats observada neste bioma, que se estende desde
ecossistemas litorâneos como as restingas e mangues até florestas alto-montanas e campos
de altitude (Rizzini 1979).
A Mata Atlântica é considerada um dos biomas mais ameaçados, sendo considerada
internacionalmente como uma área prioritária para a conservação (IUCN, 1988; Mori,
1989), e também classificada como um dos hotspots do planeta (Myers et al, 2000). A
intensa fragmentação observada pode levar ao isolamento de várias populações, com o
impedimento do fluxo gênico, e a redução da diversidade biológica local e regional
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(Cerqueira et al. 2003), além de várias mudanças físicas como a criação de bordas, que
modificam as condições microclimáticas facilitando assim a entrada de espécies ruderais e
exóticas (Murcia 1995). Muitos pesquisadores apontam a perda de espécies que nem
mesmo foram descritas cientificamente. Apesar desta importância, a Mata Atlântica carece
ainda de estudos, de certa forma isto é um fato curioso, já que grandes centros de pesquisas
do Brasil estão localizados nos domínios da Mata Atlântica.
A preservação de áreas florestais é de grande importância devido aos serviços
ambientais prestados como a regulação climática, proteção do solo, captação de carbono e
proteção da rede hídrica entre outros (Araújo et al. 2005). A qualidade das águas foi um
dos principais fatores que levaram as primeiras preocupações com o desmatamento no
Brasil (Almeida 2006). Em 1965, foi promulgada a Lei nº 4.771 que instituiu o Código
Florestal, esta lei estabeleceu faixas de proteção permanente nas margens dos rios,
demonstrando assim pela primeira vez na legislação brasileira, algum tipo de preocupação
com as conseqüências do desmatamento. Esta não foi a primeira legislação federal que, de
certa forma, tratava dos recursos hídricos no Brasil. Em 1934 foi divulgado o Decreto nº
24.643 (Código de Águas), porém este nunca foi completamente regulamentado.
Apesar da exigência da manutenção de áreas protegidas nas margens de rios e
nascentes (também mencionado na Resolução CONAMA 303 de 2002), isto
freqüentemente deixa de ser observado. Este fato deve-se a diversas pressões de caráter
econômico, social e político, fazendo com que as políticas ambientais muitas vezes se
tornem incompatíveis com incentivos a outros setores, contradições na legislação e a falta
de normas e regulamentações específicas (Almeida 2006).
5
A
B
Figura 1. Mapas do Estado do Rio de Janeiro apresentando as coberturas originais (A) e atuais (B) de Mata Atlântica. Observa-se no mapa A que praticamente todo o estado era coberto pela vegetação, atualmente (mapa B) os remanescentes estão localizados principalmente no Sul e nas regiões Serrana e Centro-Norte Fluminense. Nota-se também que as regiões Norte e Noroeste Fluminense praticamente não possuem remanescentes florestais. Fonte: www.sosmatatlantica.com.br
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A forte pressão nos remanescentes florestais faz com que os governos tendem a
designar áreas com o status de Unidade de Conservação (Braga et al 2005). Este fato é
importante e necessário para a manutenção e preservação de áreas de significativa
relevância, porém pode causar um efeito secundário afetando populações locais que vêem
suas possibilidades de desenvolvimento bastante limitadas devido à legislação, além de
problemas enfrentados pelos governos que também se tornam limitados quanto ao uso do
terreno, mas são os responsáveis pela fiscalização e manutenção da área (Almeida 2006).
Desta forma verifica-se que para a implementação e o sucesso de políticas ambientais de
preservação é necessário que os benefícios alcancem também as populações locais, visto
que um dos pontos cruciais para o sucesso de um projeto ambiental é a participação efetiva
da comunidade local (Braga et al. 2005; Almeida 2006).
Neste contexto torna-se importante os projetos ambientais que visem à preservação
e a conservação de áreas florestais relevantes com o envolvimento das comunidades locais,
principalmente quando se busca motivar agricultores a adotar práticas de manejo
sustentável que contribuam, juntamente com a adoção de políticas ambientais, para a
redução da degradação ambiental.
2. Objetivo
A realização de levantamentos rápidos de biodiversidade no tema “Flora Arbórea”
nas sub-bacias dos Rios Imbé, Muriaé e Guaxindiba, pois o conhecimento da estrutura
florística é uma ferramenta de grande importância em projetos de conservação, já que
podem direcionar de forma mais acurada os esforços de conservação.
3. Metodologia
Áreas de estudo
O levantamento da flora arbórea foi realizado em fragmentos florestais sem indícios
de perturbações recentes nas sub-bacias dos rios Imbé, Muriaé e Guaxindiba (figura 2). Os
fragmentos florestais foram escolhidos em visitas prévias aos locais, porém as áreas
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escolhidas também atenderão a critérios estabelecidos pelos demais consultores envolvidos
no projeto (anurofauna, mastofauna, avifauna e ictiofauna). Em reunião ficaram
estabelecidas as seguintes áreas (figura 2):
(1) Sub-bacia do Rio Imbé.
Fazenda Opinião (Campos dos Goytacazes)
Fazenda Cascata (Santa Maria Madalena)
(2) Sub-bacia do Rio Muriaé
Fazenda Santo Antônio (Laje do Muriaé)
Fazenda São Vicente (Natividade)
(3) Sub-bacia do Rio Guaxindiba
E. E. do Guaxindiba (São Francisco do Itabapoana)
Figura 2. Mapa com a localização das áreas selecionadas para o levantamento. Faz – fazenda; E.E. – estação ecológica.
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Amostragem da flora arbórea
Para a amostragem da flora arbórea foi utilizado o método de parcelas. Cada parcela
terá 400 m2 (20 X 20 m). Devido ao curto tempo de trabalho, a metodologia citada será
utilizada nas áreas onde não existe conhecimento sobre a flora local. São elas:
Fazenda Cascata – Santa Maria Madalena
Fazenda Santo Antônio – Laje do Muriaé
Fazenda São Vicente – Natividade
Nas outras duas áreas de estudo, Fazenda Opinião (Campos dos Goytacazes) e E.E.
Guaxindiba (São Francisco do Itabapoana) foram utilizados dados descritos na literatura
sobre a flora local (Silva e Nascimento 2001; Moreno et al 2003; Souza 2005). Por se tratar
de uma área que sofreu corte seletivo e que passa por um processo de recuperação, a área
da E.E. Guaxindiba pode ter sofrido algumas alterações quanto os parâmetros
fitossociológicos, assim um novo levantamento foi realizado nesta área utilizando-se as
parcelas de 25 X 25 m e os indivíduos já marcados e identificados em trabalhos realizados
por pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Silva e Nascimento
2001; Souza 2005). Com relação a área da Fazenda Opinião, foi utilizado os dados já
existentes na literatura (Moreno et al 2003), pois trata-se de uma área bem preservada e em
estágio avançado de sucessão, que caracteristicamente não apresentam alterações
significativas em um curto espaço de tempo (Begon et al 1990; Ricklefs 1993).
Com a utilização de dados secundários para as duas áreas citadas, busca-se otimizar
o tempo de trabalho em áreas em que o conhecimento sobre a flora é inexistente. Desta
forma, um maior tempo de trabalho pode ser alocado para as áreas onde não existem dados,
tornando estes mais completos.
Foram amostrados todos os indivíduos que possuem um diâmetro a altura de 1,30
do solo igual ou superior a cinco centímetros (DAP ≥ 5 cm). Cada indivíduo amostrado
teve medido seu DAP. Foram coletadas amostras de cada indivíduo para posterior
identificação por comparação aos herbários da Uenf, Jardim Botânico do Rio de Janeiro e
do Museu Nacional. O material coletado, com o auxílio de tesoura de poda e podão, foi
numerado e prensado no campo em jornal e pranchas de alumínio e madeira. As prensas
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foram colocadas em estufa de lâmpada para a total desidratação por um período não inferior
a sete dias. O material botânico coletado será depositado no Herbário da Universidade
Estadual no Norte Fluminense Darcy Ribeiro.
As parcelas foram alocadas aleatoriamente em cada área, sendo estas
georeferenciadas com o auxílio de um GPS Garmim 76CSx.
As espécies foram classificadas em grupos ecológicos segundo a classificação
proposta por Gandolfi et al (1995): pioneiras – espécies que crescem sob altas intensidades
luminosas; secundárias iniciais – espécies que ocorrem em condições de sombreamento
médio ou luminosidade não muito intensa; secundárias tardias – espécies que crescem em
condições de sombra; não classificadas – espécies que não podem ser enquadradas em
nenhuma das classificações anteriores.
As famílias foram classificadas segundo APG II (2003). A ortografia dos binômios
e as abreviações dos autores das espécies foram conferidas e atualizadas nos sítios
eletrônicos do The Internation Plant Names Index (http://www.ipni.org/index.html) e do
Missouri Botanical Garden (http://mobot.mobot.org/W3T/Search/vast.html).
Para a análise dos parâmetros fitossociológicos foi utilizado o programa FITOPAC1
(Shepherd 1995), sendo empregados os índices de diversidade de Shannon (Brower & Zar
1984), densidade relativa, dominância relativa, índice de valor de cobertura (IVC) e área
basal (Mueller-Dombois & Ellenberg 1974).
4. Resultados
Sub-bacia do Rio Imbé
• Fazenda Opinião (Campos dos Goytacazes).
Segundo o estudo realizado por Moreno et al. (2003) em duas cotas altitudinais
distintas (50 e 250 m), esta área apesar de secundária, encontra-se em bom estado de
conservação. Isto pode ser confirmado quando se observa os dados estruturais encontrados
pelos autores, que são características de locais bem preservados (tabela 1).
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Tabela 1. Densidade por hectare (D), área basal por hectare (AB ha-1), número de espécies (S’) e índice de diversidade de Shannon (H’) nas cotas altitudinais de 50 e 250 m na região da bacia do Rio Imbé (Fazenda Opinião). Modificado de Moreno et al. (2003)
D AB ha-1 S' H'
Campos (Imbé) 50 m 766,7 41,9 125 4,21Campos (Imbé) 250 m 800 34,8 145 4,3
Os valores do índice de diversidade de Shannon e de área basal estão entre os
maiores observados em área de mata atlântica para indivíduos com DAP ≥ 10 cm (Martins
1993; Rodrigues 2004).
Outra observação mostrando que a área em questão encontra-se em bom estado de
preservação é a presença de epífitas e a ausência de vestígios de corte e queimadas (Clark
1996), bem como a presença de espécies de alto valor comercial como o palmito (Euterpe
edulis), jequitibá rosa (Cariniana estrelensis), braúna (Melanoxylon brauna) e canela
(Nectandra sp). A listagem de todas as espécies encontradas por Moreno et al. (2003) está
descrita na tabela 2. Segundo a Resolução do Conama Nº 006, de 04 de maio de 1994 a
presença de espécies como Cabralea canjerana, Euterpe edulis, cariniana estrelensis,
Plathymenia foliolosa, Virola oleifera e dos gêneros Nectandra, Ocotea, Pouterea e Ficus
entre outras e área basal superior a 28 m2ha-1 indicam áreas em estado avançado
sucessional.
Esta área apresenta-se de certa forma protegida contra caça e corte de árvores pelo
proprietário que não permite a entrada de pessoas não autorizadas.
Tabela 2. Lista de famílias e espécies encontradas por Moreno et al. (2003) em duas zonas altitudinais (50 e 250 m) na região do Imbé. Modificado de Moreno et al. (2003).
50 m 250 m ANACARDIACEAE Astronium gracile x ANNONACEAE Annona cacans x x Annona sp. x Oxandra martiana x O. nítida x Rollinia laurifólia x Unonopsis sp. x Xylopia laevigata x Xylopia sp. x
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APOCYNACEAE Geissospermum laeve x x ARALIACEAE Dendropanax arboreum x Didymopanax morototoni x BIGNONIACEAE Tabebuia obtusifolia x BURSERACEAE Protium widgrenii x x CARICACEAE Jacaratia heptaphylla x J. spinosa x CELASTRACEAE Maytenus commutata x M. communis x CHRYSOBALANACEAE Hirtella hebeclada x Licania kunthiana x L. tomentosa x Licania sp. x Parinari excelsa x CLUSIACEAE Tovomitopsis paniculata x x COMBRETACEAE Terminalia januariensis x ELAEOCARPACEAE Sloanea guianensis x x EUPHORBIACEAE Actinostemon verticillatus x x Actinostemon sp. x Alchornea triplinervia x Alchornea sp. 1 x Alchornea sp. 2 x Aparisthmium cordatum x x Hyeronima alchorneoides x x Mabea fistulifera x x Pausandra morisiana x Pausandra sp. x Pera glabrata x Phyllanthus umbratus x Senefeldera multiflora x FABACEAE Abarema sp. x Andira fraxinifolia x x Chamaecrista ensiformis x Copaifera langsdorfii x Fabaceae sp. 1 x Hymenaea sp. x I. organensis x I. thibaudiana x Inga dulcis x
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Inga sp. x Luetzelburgia trialata x Machaerium sp. x Melanoxylon brauna x Myrocarpus frondosus x Ormosia sp. x Peltogyne mattosiana x Plathymenia foliolosa x Pseudopiptadenia contorta x x Pterocarpus rohrii x Sclerolobium sp. x x Sclerolobium striatum x Swartzia flaemingii x Tachigali paratyensis x x Vataireopsis araroba x Zollernia splendens x ICACINACEAE Citronella paniculata x LAURACEAE Aniba firmula x x Beilschmiedia emarginata x Beilschmiedia sp. x Cryptocarya micrantha x C. mínima x C. moschata x Cryptocarpa saligna x x Licaria armeniaca x Nectandra grandiflora x N. leucotirsus x x Nectandra sp. x Ocotea aciphylla x O. aniboides x O. daphnifolia x O. diospyrifolia x x O. dispersa x x O. divaricata x x O. insignis x O. martiana x O. odorifera x Ocotea sp. 1 x Ocotea sp. 2 x x Phyllostemonodaphne geminiflora x Lauraceae sp. 1 x x Lauraceae sp. 2 x LECYTHIDACEAE Cariniana estrelensis x x Couratari pyramidata x Lecythis lanceolata x MALVACEAE Eriotheca pentaphylla x x E. candolleana x
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MELASTOMATACEAE Miconia prasina x MELIACEAE Cabralea canjerana x x Guarea kunthiana x Trichilia elegans x T. lepidota x T. martiana x T. silvatica x x Trichilia sp. x MONIMIACEAE Mollinedia cyathantha x M. heteranthera x M. lamprophylla x M. oligantha x M. pachysandra x M. puberula x Mollinedia sp. x x Siparuna reginae x Siparuna sp. x MORACEAE Brosimum glaziovii x x B. guianense x x Cecropia pachystachya x Coussapoa curranii x Ficus citrifolia x F. gomelleira x x F. pulchella x Ficus sp. 1 x Ficus sp. 2 x Ficus sp. 3 x Helicostylis tomentosa x x Naucleopsis mello-barretoi x x Pseudolmedia hirtula x x Pourouma guianensis x x Sorocea guilleminiana x x Sorocea sp. x MYRISTICACEAE Virola gardneri x V. oleifera x x MYRSINACEAE Rapanea acuminata x MYRTACEAE Calyptranthes concinna x C. lucida x x Calyptranthes sp. 1 x Calyptranthes sp. 2 x Calyptranthes sp. 3 x Calyptranthes sp. 4 x Campomanesia sp. x Eugenia microcarpa x
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E. mosenii x x E. umbrosa x x Eugenia sp. 1 x Eugenia sp. 2 x Eugenia sp. 3 x Gomidesia spectabilis x Gomidesia sp. 1 x Marlierea excoriata x M. racemosa x Marlierea sp. 1 x Myrcia plusiantha x Myrcia sp. 1 x Myrcia sp. 2 x Myrcia sp. 3 x x Plinia sp. x Myrtaceae sp. 1 x Myrtaceae sp. 2 x NYCTAGINACEAE Guapira noxia x G. opposita x x Pisonia sp. x OLACACEAE Heisteria silvianii x PALMAE Astrocaryum aculeatissimum x x Euterpe edulis x x Polyandrococos caudescens x POLYGONACEAE Coccoloba confusa x QUIINACEAE Quiina glaziovii x ROSACEAE Prunus brasiliensis x RUBIACEAE Alseis sp. x Bathysa australis x B. cuspidata x B. gymnocarpa x B. mendoncaei x x Coussarea porophylla x x Duroia sp. 1 x Duroia sp. 2 x Faramea sp. x Psychotria mapourioides x Rudgea sp. x x Rustia formosa x x SABIACEAE Meliosma sellowii x SALICACEAE Casearia arborea x Casearia sp. x
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SAPINDACEAE Cupania sp. x SAPOTACEAE Chrysophyllum flexuosum x x C. gonocarpum x C. lucentifolium x x C. splendens x Chrysophyllum sp. 1 x Chrysophyllum sp. 2 x x Chrysophyllum sp. 3 x x Diploon cuspidatum x Ecclinusa ramiflora x x Manilkara longifólia x Manilkara sp. x Micropholis crassipedicellata x x M. gardneriana x Pouteria bangii x P. caimito x x P. guianensis x P. reticulata x P. venosa x Pouteria sp. x Pradosia kuhlmannii x SIMAROUBACEAE Simaba subcymosa x x SYMPLOCACEAE Symplocos variabilis x THYMELAEACEAE Daphnopsis martii x VIOLACEAE Rinorea guianensis x x Rinorea sp. x VOCHYSIACEAE Vochysia oppugnata x x
• Fazenda Cascata (Santa Maria Madalena)
Segundo informações do caseiro da propriedade e do proprietário, a área de floresta
na Fazenda Cascata possui mais de 40 anos. A área possui uma cobertura fechada com um
dossel contínuo e uniforme com árvores que podem ultrapassar 20 metros de altura (figura
3). As parcelas foram alocadas a uma cota altitudinal de aproximadamente 370 m.
Nesta área é observada a ocorrência de trilhas feitas por motocicletas, já que é
comum a realização de competições deste tipo na região, porém localiza-se basicamente na
área de borda (figura 4), próxima a um córrego onde foram observadas espécies como
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Siparuna guianensis, Cupania oblongifolia, Miconia cinnamomifolia e outras espécies da
família Melastomataceae e Asteraceae. Estas espécies são caracteristicamente heliófitas
sendo encontradas em áreas em estágio inicial de sucessão ou com alta luminosidade como
as bordas. Este remanescente é circundado por pastagem, mas não foi observado vestígio da
presença de gado nos locais onde as parcelas foram alocadas.
Nesta área foi observada uma densidade de 1737,5 indivíduos ha-1, divididos em 46
espécies. A área basal observada foi de 26,2 m2 ha-1 e o índice de diversidade de Shannon
foi 3,3 (tabela 3). Estes valores são inferiores ao observado na Fazenda Opinião (Imbé), em
áreas de floresta preservada e alterada na Reserva Ecológica de Macaé de Cima em Nova
Friburgo (floresta montana) (tabela 4), porém dentro do observado em áreas de floresta
submontana ombrófila no estado (tabela 4).
Tabela 3. Densidade por hectare (D ha-1), área basal por hectare (AB m2 ha-1), número de espécies (S’) e índice de diversidade de Shannon (H’) em quatro parcelas de 20 x 20 m, na Fazenda Cascata, Santa Maria Madalena, RJ.
D AB ha-1 S' H'
S.M. Madalena 1737,5 26,2 46 3,3
Tabela 4. Densidade por hectare (D ha-1), área basal por hectare (AB m2 ha-1), número de espécies (S’) e índice de diversidade de Shannon (H’) em áreas de mata atlântica em áreas de floresta Montana e submontana ombrófila no estado do Rio de Janeiro. 1 e 2 – floresta Montana; 3, 4 e 5 - floresta ombrófila
Localidade dens (ha) AB m2 ha-1 S H'Macaé de Cima -setor preservado 1 2288 37,1 187 4,0Macaé de Cima - setor perturbado 2 2217 28 157 3,6
Estação Ecológica Paraíso 3 1369 57,3 138 4,2Fazenda Afetiva - Silva Jardim 4 1855 25 66 3,6Fazenda Estreito - Silva Jardim 4 1070 25,8 46 2,9Fazenda Imbaú - Silva Jardim 4 1535 33,4 59 3,3
Fazenda Andorinhas - Silva Jardim 4 2140 31,7 76 3,6Fazenda S. professor - Silva Jardim 4 1400 48,9 58 3,3
Mata Rio Vermelho - Rio Bonito 5 1745 29,1 106 3,9Faz. Opinião Campos (Imbé) 50 m 6 766,7 41,9 125 4,21Faz. Opinião Campos (Imbé) 250 m 6 800 34,8 145 4,3
1 - Guedes-Bruni et al., 1997; 2 - Pessoa et al., 1997; 3 - Kurtz e Araújo, 2000; 4 - Carvalho e Nascimento, com. Pess; 5 - Carvalho et al.,2007; 6 – Moreno et al. 2003. De acordo com a resolução Conama 06/1994, valores de área basal até 28 m2 ha-1
são características de uma floresta em estágio médio de sucessão, porém esta área apresenta
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outras características de estágio avançado, como a presença de epífitas, bromélias e
pteridófitas (figura 5). Além destas características, esta área ainda apresenta indivíduos de
palmito (Euterpe edulis), braúna (Melanoxylon brauna) e jacarandá (Machaerium sp.) que
são espécies de sucessão tardia (tabela 5).
Tabela 5. Lista de famílias e espécies encontradas na Fazenda Cascata, Santa Maria Madalena, nome vulgar e classificação por grupos ecológicos. Pi – pioneira, Si – secundária inicial, St – secundária tardia, NC – não classificada.
Nome vulgar GE ANNONACEAE
Rollinia sp. pinha NC ARECACEAE
Euterpe edulis Mart. palmito ST BIGNONIACEAE
Sparattospema leucanthun (Vell.) K.Schum. cinco folhas SI CARICACEAE
Jacaratia heptaphyla (Vell.) DC. mamão jacatiá NC CECROPIACEAE
Cecropia sp. embaúba Pi EUPHORBIACEAE
Croton urucurana sangue de drago Pi FABACEAE
Acosmium lentiscifolium Schott ex Spreng. Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. garapa ST
Bauhinia sp. pata de vaca NC Copaifera cf.langsdorffii Desf. copaíba ST
Inga sp 1 Ingá NC Inga sp 2 Ingá branco NC
Machaerium sp 1 jacarandá branco NC Machaerium sp 2 jacarandá NC
Melanoxylon brauna Schott braúna ST Parapiptadenia pterosperma (Bojer) Brenan angico ST Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. pau jacaré Pi
INDETERMINADA indeterminada sp 0 NC
indeterminada sp 11 pitanga NC indeterminada sp 14 NC indeterminada sp 16 corerma NC indeterminada sp 2 café do mato NC indeterminada sp 3 fumo do mato NC indeterminada sp 5 abacateiro NC indeterminada sp 6 capixingui NC indeterminada sp 7 maria preta NC indeterminada sp 8 roseta NC indeterminada sp 9 capoeirão NC
LAURACEAE
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Lauraceae sp 1 canela NC Lauraceae sp 2 canela jacú NC MALVACEAE
Malvaceae sp 1 paineira NC MELASTOMATACEAE Melastomataceae sp 2 tatuzinho SI
Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin jacatirão SI MELIACEAE
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. canjerana ST MORACEAE
Ficus sp. figueira ST MYRTACEAE
Myrtaceae sp 1 guapeba ST Myrtaceae sp 2 murta parda NC Myrtaceae sp 3 murta branca NC
Plinia sp. jaboticabeira NC NYCTAGINACEAE
Ramisia brasiliensis Oliv. taipá Pi RUBIACEAE
Alseis pickelli Pilger et Schmale goiabeira SI Randia armata (Sw.) DC. limoeiro ST
SALICACEAE Casearia sylvestris Sw. erva lagarto Pi
SAPINDACEAE Cupania oblongifolia Mart. cambotá SI
Cupania sp 2 cambotá mineirinho SI SIPARUNACEAE
Siparuna guianensis (Tul.) A.DC. negamina SI
Entre as espécies mais importantes, foi observada a copaíba (Copaifera
cf.langsdorffii) como a mais importante e o angico (Parapiptadenia pterosperma) como a
terceira espécie mais importante. Estas espécies são classificadas como de sucessão tardia
(estágio avançado de sucessão) (tabela 5). Estas duas espécies mais Sparattospema
leucanthun e uma espécie da família Lauraceae representam mais de 27% dos indivíduos.
Outras espécies com destaque foram: Myrtaceae sp 1, Ramisia brasiliensis e Inga sp.
Conforme já mencionado, no interior da floresta pode ser observado um grande
número de árvores com DAP ≥ 20 cm e uma alta densidade de bromélias e epífitas (figura
5), caracterizando assim uma área em estágio de médio a avançado de sucessão. Segundo
informações de moradores, a região de Santa Maria Madalena possui outros representantes
de espécies características de florestas em estágio avançado de sucessão tais como as
chamadas de canela (espécies dos gêneros Nectandra e Ocotea), canela santa (Vochysia sp),
Jequitibá (Cariniana sp.), cedro (Cedrela fissilis) entre outras.
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Esta área apresenta-se de certa forma protegida contra caça e corte de árvores pelo
proprietário que não permite a entrada de pessoas não autorizadas.
a
Figura 3. Foto da área de floresta localizada na fazenda Cascata, Santa Maria Madalena, RJ. Amostra o subbosque da área, na foto “b” é mostrado uma vista geral da área.
b
foto “a”
20
Figura 4. Foto da área de borda próxima a um córrego. No canto inferior à direita pode ser observada parte de uma trilha feita pela passagem de motos.
Figura 5. Fotos mostrando a presença de bromélias e pteridófitas na área de floresta na Fazenda Cascata.
21
Sub-bacia do Rio Guaxindiba
• Estação Ecológica do Guaxindiba – Mata do Carvão (São Francisco do
Itabapoana).
Desde o ano de 1996, a comunidade arbórea (DAP ≥ 10 cm) da E. E. Guaxindiba
vem sido avaliada por pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense - Uenf
(Silva e Nascimento 2001; Souza 2005; Nascimento & Lima 2008). Neste levantamento
optou-se por aproveitar as parcelas de 25 X 25 m já instaladas e os indivíduos já
identificados com o intuito de otimizar o trabalho. Deve-se ressaltar que neste caso além da
remedição dos indivíduos com DAP ≥ 10 cm, foi realizada a amostragem de todos os
indivíduos com DAP ≥ 5 cm existentes.
Na mata do carvão foram observados 1448 indivíduos por hectare, com uma área
basal de 23,1 m2 ha-1. O número de espécies amostrado foi 47, totalizando uma diversidade
de 2,6 (tabela 6).
Tabela 6. Densidade por hectare (D ha-1), área basal por hectare (AB m2 ha-1), número de espécies (S’) e índice de diversidade de Shannon (H’) em quatro parcelas de 25 x 25 m, na E.E. Guaxindiba (Mata do Carvão), São Francisco do Itabapoana, RJ.
D ha-1 AB m2 ha-1 S' H'
E.E. Guaxindiba 1448 23,1 47 2,6
Os valores dos parâmetros estruturais observados na nata do carvão estão próximos
aos observados em outras florestas estacionais semideciduais (Tabanez et al. 1997;
Nascimento et al. 1999; Nascimento & Viana 1999; Caraiola 2003), porém outros trabalhos
realizados em florestas de tabuleiro apresentaram valores superiores, principalmente em
relação ao número de espécies, chegando a ultrapassar 200 espécies (Peixoto & Gentry
1990; Souza et al. 1998a; Souza et al. 1998b; Engel 2000; Rolim et al. 2005).
A área basal observada na E.E.Guaxindiba mostra que a floresta em questão está em
estágio de sucessão intermediária segundo a Resolução do Conama 06/1994. Desde a
década de 60 a Mata do Carvão passa por um processo de redução de sua área,
principalmente devido ao plantio de cana de açúcar, pecuária, produção de carvão vegetal e
comercialização da sua madeira, principalmente Aspidosperma sp., Copaifera lucens,
22
Paratecoma peroba e Tabebuia spp. (Silva e Nascimento 2001).
Entrevistas com moradores locais realizadas por pesquisadores da Uenf indicaram
que a floresta não passa por grande retirada de árvores desde a década de 60. Porém, apesar
de ser uma unidade de conservação de proteção integral (Lei Federal 9.985 de 18 de julho
de 2000), pode ser ainda observado o corte seletivo de algumas espécies, principalmente a
peroba (Paratecoma peroba) (figura 6), além de ser uma área bastante vulnerável a
queimadas, pois a Estação Ecológica é cercada por canaviais e pastos (figura 7). A última
grande queimada ocorreu em setembro de 2001, onde foi atingida cerca de 20% de sua área
total (Nascimento 2002).
Figura 6. Fotos de um indivíduo de peroba (Paratecoma peroba) cortado na E. E. Guaxindiba.
23
Figura 7. Foto mostrando um pasto ao lado da E. E. Guaxindiba
Dentre as espécies mais importantes destaca-se Metrodorea nigra com mais de 38%
dos indivíduos amostrados, evidenciando uma dominância desta espécie. Outras espécies
com destaque são Senefeldera multiflora, Talisia coriacea e Trigoniodendron
spiritusantense. Estas quatro espécies somam 61% dos indivíduos. Apesar do corte
seletivo, foram observados seis indivíduos de peroba (Paratecoma peroba), que fazem
desta espécie a quinta mais importante. A listagem de todas as espécies que ocorrem na
E.E. Guaxindiba está descrita na tabela 7.
A partir das informações obtidas, conclui-se que a floresta está em fase de
construção, sendo uma área que passa por alguns tipos de interferência sendo bastante
vulnerável. A preservação deste remanescente é importante por se tratar do maior
remanescente de floresta de tabuleiro nas regiões Norte e Noroeste Fluminense.
24
Tabela 7. Lista de famílias e espécies encontradas na E. E. Guaxindiba, São Francisco do Itabapoana, nome vulgar e classificação por grupos ecológicos. Pi – pioneira, Si – secundária inicial, St – secundária tardia, NC – não classificada.
Nome vulgar GE
ANACARDIACEAE Astronium graveolens Jacq. aderno ST
BIGNONIACEAE Paratecoma peroba (Record) Kuhlm. peroba do campo ST Tabebuia roseo-alba (Ridley) Sandw. ipê SI
CACTACEAE Opuntia brasiliensis (Willd.) Haw. jurubeba Pi
CARICACEAE Jacaratia heptaphyla (Vell.) A.DC. mamão jacatiá
EUPHORBIACEAE Euphorbiaceae sp 1 NC
Pachystroma longifolium (Nees) I.M.Johnston gumamé / serrinha SI Senefeldera multiflora Mart. guarapoca
FABACEAE Acacia polyphylla (DC.) Benth. monjolo SI
Acosmium lentiscifolium Spreng moço branco Copaifera lucens Dwyers copaíba ST
Fabaceae sp 1 NC Fabaceae sp 2 NC
Parapiptadenia pterosperma (Benth.) Brenan. monjolo branco ST Pseudopiptadenia contorta (DC.) Lewis & M. Lima monjolo sabão SI
INDETERMINADA indeterminada sp 0 NC Indeterminada sp 1 NC indeterminada sp 11 maçaranduba NC Indeterminada sp 2 NC Indeterminada sp 3 NC indeterminada sp 4 NC indeterminada sp 5 pitanga do mato NC Indeterminada sp 6 NC indeterminada sp 7 NC indeterminada sp 8 NC indeterminada sp 9 fruta do iê NC
LAURACEAE Lauraceae sp 1 canela viado NC
LECYTHIDACEAE Cariniana legalis (Mart.) Kuntze jequitibá ST
Cariniana sp. ST Lecythis pisonis Camb. sapucaia ST
MALVACEAE Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns imbiruçú
MELIACEAE Trichilia pseudostipularis (A.Juss.) DC. óleo de marceneiro NC
Trichilia sp. catuaba NC
25
MYRTACEAE Eugenia sp. araçá NC
NYCTAGINACEAE Andradea floribunda Fr.All. siriba SI
Guapira opposita (Vell.) Reitz SI RUBIACEAE
Alseis pickelli Pilger & Schmale goiabeira SI Amaioua intermedia (A.Rich.) Steyerm SI
RUTACEAE Metrodorea nigra A. St. - Hil. var. brevifolia Engl. goreitá Pi
Neoraputia alba (Nees & Mart.) Emmerich arapoca / guaratáia Pi SAPINDACEAE
Talisia cf. intermedia Radlk. pitomba ST SAPOTACEAE
Chrysophyllum flexousum Mart. Chrysophyllum lucentifolium Cronq. jacuá NC
SOLANACEAE Metternichia principes Mikan café NC
STERCULIACEAE Guazuma ulmifolia Lam. algodão do mato SI
Pterigota brasiliensis Fr.All farinha seca SI TRIGONIACEAE
Trigoniodendron spiritusantense Guim. & Miguel milho cozido SI
Sub-bacia do Rio Muriaé
• Fazenda São Vicente (Natividade)
Pouco se conhece sobre a flora do Noroeste do estado. Historicamente essa região
foi uma das mais afetadas pelo processo de desmatamento, sendo atualmente a região com
as menores áreas florestadas (figura 1).
Na Fazenda São Vicente foi observado uma densidade de 1662,5 indivíduos por
hectare, em um total de 39 espécies. A área basal encontrada foi 26,8 m2 ha-1 e o índice de
diversidade de Shannon foi 2,7 (tabela 8). Tabela 8. Densidade por hectare (D ha-1), área basal por hectare (AB m2 ha-1), número de espécies (S’) e índice de diversidade de Shannon (H’) em quatro parcelas de 20 x 20 m na Fazenda São Vicente, Natividade, RJ.
D AB ha-1 S' H'
Natividade 1662,5 26,8 39 2,7
26
Não existem dados sobre a florística da região Noroeste Fluminense, assim optou-se
por tomar áreas de Minas Gerais, que possuem características semelhantes às observadas
nas áreas amostradas, como referência. Desta forma observa-se que os valores são
semelhantes, com exceção do número de espécies (tabela 9). Tabela 9. Densidade por hectare (D ha-1), área basal por hectare (AB m2 ha-1), número de espécies (S’) e índice de diversidade de Shannon (H’) em áreas de Minas Gerais com características semelhantes as observadas nas áreas na sub-bacia do Rio Muriaé.
D AB ha-1 S' H'
Luminárias MG 1 1830 - 159 4,23Viçosa MG 2 2786 28,7 124 3,56
1 – Rodrigues et al. 2003; 2 – Silva et al. 2004
As espécies mais importantes na área de Natividade são Neoraputia alba,
Actinostemom sp., Johannesia princeps, Spondias lutea e Myrocarpus frondosus. As três
últimas, vulgarmente chamadas de cotieira, cajá mirim e óleo vermelho, são classificadas
como espécies de sucessão tardia, sendo consideradas madeiras de alto valor comrcial.
Neoraputia Alba e Actinostemon sp. representam mais de 50% dos indivíduos amostrados.
As espécies Johannesia princeps, Spondias lutea e Myrocarpus frondosus representam
menos de 10% dos indivíduos, mas devido às suas grandes circunferências, aparecem entre
as mais importantes. Um bom exemplo é a espécie Johannesia princeps, já que dos sete
indivíduos amostrados, apenas um possuiu circunferência a altura do peito (1,30 m do solo)
menor que 100 cm.
A lista de espécies encontradas na fazenda São Vicente em Natividade está descrita
na tabela 10.
Tabela 10. Lista de famílias e espécies encontradas na Fazenda São Vicente, Natividade, nome vulgar e classificação por grupos ecológicos. Pi – pioneira, Si – secundária inicial, St – secundária tardia, NC – não classificada.
Nome vulgar GE
ANACARDIACEAE Spondias lutea L. cajá mirim ST ASTERACEAE
27
Asteraceae sp 1 Pi BIGNONIACEAE
Sparattosperma leucanthum (Vell.) K. Schum. cinco folhas SI Tabebuia sp. ipê NC
CECROPIACEAE Cecropia sp. embaúba Pi
EUPHORBIACEAE Actinostemon sp. NC
Euphorbiaceae sp 1 pelada NC Johannesia princeps cotieira ST
FABACEAE Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth. cabiúna ST
Fabaceae sp 1 angico zé véio NC fabaceae sp 2 angico vermelho NC
Myrocarpus frondosus Allemão óleo vermelho ST Parapiptadenia pterosperma (Bojer) Brenan angico ST
INDETERMINADA indeterminada sp 0 NC
indeterminada sp 10 limpa corpo NC indeterminada sp 11 amendoim do mato NC indeterminada sp 12 três folhas NC indeterminada sp 13 maria preta de folha pequena NC indeterminada sp 14 maria preta de folha grande NC indeterminada sp 2 NC indeterminada sp 4 óleo mirim NC indeterminada sp 5 pau colher NC indeterminada sp 6 NC indeterminada sp 7 alfineiro NC indeterminada sp 8 NC
LAURACEAE Lauraceae sp 1 canela NC Lauraceae sp 2 canela preta NC
LECYTHIDACEAE Cariniana legalis (Mart.) Kuntze jequitibá rosa ST
Cariniana sp. jequitibá ST MALVACEAE
Malvaceae sp 1 paineira NC MELIACEAE Cedrela sp. cedro ST
NYCTAGINACEAE Guapira opposita (Vell.) Reitz sp. tapicirica/ganansaia NC
Ramisia brasiliensis Oliv. taipá Pi RUBIACEAE
Alseis pickelli Pilger et Schmale goiabeira SI Randia armata (Sw.) DC. limão ST
RUTACEAE Neoraputia alba (Nees & Mart.) Emmerich arapoca
Zanthoxylun sp. maminha de porca NC SALICACEAE
28
Casearia sylvestris Sw. arco de pipa NC STERCULIACEAE
Guazuma ulmifolia Lam. algodão do mato NC
Outras espécies de sucessão tardia e que são utilizadas como madeira de lei que
foram amostradas na Fazenda São Vicente foram: cabiúna (Dalbergia nigra), jequitibá rosa
(Cariniana legalis) e o cedro (Cedrela sp.), o que mostra se tratar de uma área em estágio
médio a avançado de sucessão, o que pode ser confirmado pela presença freqüente de
epífitas, de bromélias, pteridófitas, de uma serrapilheira espessa e uniforme e da presença
de árvores com mais de 20 cm de diâmetro e 20 m de altura (figura 8). O valor de área
basal também indica para esse estágio, já que segundo resolução 06/1994 do Conama, o
estágio avançado se caracteriza por possuir uma área basal superior a 28 m2 ha-1. A área
basal encontrada na Fazenda São Vicente foi bem próxima a este valor (26,8 m2 ha-1)
(tabela 8).
No período de expansão da cultura do café, espécies como a braúna (Melanoxylon
brauna), o cedro (Cedrela fissilis), o vinhático (Plathymenia foliolosa) e o Jequitibá
(Cariniana sp.) tiveram suas populações bastante reduzidas. Ainda assim estas espécies,
segundo os moradores, podem ainda ser encontradas em remanescentes florestais do
município. Estas espécies segundo a resolução 06/1994 do Conama, são características de
sucessão tardia.
Apesar de não apresentar indícios de grandes interferências antrópicas recente, este
remanescente apresenta uma vulnerabilidade, pois se encontra ao lado da rodovia de liga o
município de Natividade ao distrito de Raposo em Itaperuna. Desta maneira, apesar do
proprietário não permitir a entrada de pessoas estranhas, a pouca distância da rodovia para a
mata, facilitando a entrada de estranhos e a chance de ocorrência de queimada originada na
rodovia são situações que tornam esta área vulnerável.
29
Figura 8. Fotos do remanescente florestal situado na fazenda São Vicente em Natividade. A – visão geral; B e C – visão do subbosque; D – vista do dossel e um indivíduo de Spondias lutea.
• Fazenda Santo Antônio (Laje do Muriaé)
Em Laje do Muriaé, a densidade encontrada foi 1200 ind ha-1 em um total de 48
espécies. A área basal foi de 56,8m2 ha-1 e o índice de diversidade foi de 3,17 (tabela 11).
Tabela 11. Densidade por hectare (D ha-1), área basal por hectare (AB m2 ha-1), número de espécies (S’) e índice de diversidade de Shannon (H’) em quatro parcelas de 20 x 20 m na Fazenda Santo Antônio, Laje do Muriaé, RJ.
D AB ha-1 S' H'
Laje do Muriaé 1200 56,8 48 3,17
Os valores dos parâmetros densidade e diversidade observada em laje do Muriaé
30
estão próximos dos valores observados em áreas de Minas Gerais com características
semelhantes. Já com relação à área basal e ao número de espécies foram observadas
grandes diferenças (tabela 9).
A lista das espécies encontradas na área de Laje do Muriaé está descrita na tabela
12.
Tabela 12. Lista de famílias e espécies encontradas na Fazenda Santo Antônio, Laje do Muriaé, nome vulgar e classificação por grupos ecológicos. Pi – pioneira, Si – secundária inicial, St – secundária tardia, NC – não classificada.
Nome vulgar GE
ANNONACEAE Oxandra sp. imbiú NC
APOCYNACEAE Aspidosperma sp. peroba ST BIGNONIACEAE
Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. caroba / carobinha SI Sparattospema leucanthun (Vell.) K.Schum. cinco folhas SI
Tabebuia sp. ipê NC Tabebuia sp2. ipê NC
CECROPIACEAE Cecropia sp. embaúba Pi
EUPHORBIACEAE Johannesia princeps Vell. cotieira ST
Senefeldera verticilata (Vell.) Croizat sucanga NC FABACEAE
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico branco SI Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. garapa ST
fabaceae sp. monjolo vermelho NC fabaceae sp2 angico vermelho NC fabaceae sp3 espinho preto NC
Myrocarpus frondosus Allemão óleo vermelho ST Parapiptadenia pterosperma (Benth.) Killip. angico ST
Peltogyne sp. roxinho NC Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. canjiquinha SI
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. pau jacaré Pi INDETERMINADA indeterminada 1 * NC indeterminada 2 curamade NC indeterminada 3 curamade branco NC indeterminada 4 gibatã NC indeterminada 5 NC indeterminada 6 imbirama NC
31
indeterminada 7 óleo mirim NC indeterminada 8 óleo pardo/mico NC indeterminada 9 NC indeterminada 11 vermelhinho NC indeterminada 12 NC indeterminada 13 NC Indeterminada 14 tambor Pi
LAURACEAE lauraceae sp1 café canelão NC lauraceae sp2 NC lauraceae sp3 NC
LECYTHIDACEAE Cariniana legalis (Mart.) Kuntze jequitibá ST
MORACEAE Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer folha de serra ST
MYRTACEAE myrcia sp NC
myrtaceae sp. NC NYCTAGINACEAE
Guapira opposita (Vell.) Reitz tapicirica / ganansaia NC PHYTTOLACCACEAE
Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms. pau d'alho SI RUTACEAE
Metrodorea nigra Engl. goreitá Pi Neoraputia alba (Nees & Mart.) Emmerich arapoca Pi
SALICACEAE Casearia sylvestris Sw. erva lagarto Pi
SAPINDACEAE Cupania oblongifolia Mart. camboatá SI
SAPOTACEAE Ecclinusa ramiflora Mart. acá ST
STERCULIACEAE Guazuma ulmifolia Lam. algodão do mato SI
Pterigota brasiliensis Fr.All farinha seca SI
* refere-se a um grupo de seis indivíduos que não puderam ser identificados devido a suas alturas (mais de 25 metros) e a alta densidade de lianas que dificultaram a visualização de suas folhas.
Em Laje do Muriaé as cinco espécies mais importantes foram Senefeldera
verticilata, Cariniana legalis, Aspidosperma sp. e Sparattospema leucanthun e mais o
grupo de seis indivíduos que não puderam ser identificados mesmo em morfo-espécies
devido a sua altura (estimativas de mais de 25 m) e alta densidade de lianas em suas copas,
o que dificultava ainda mais a visualização de suas folhas. A presença das espécies
Cariniana legalis e Aspidosperma sp. entre as mais importantes indica que a área se
32
encontra em um estágio médio a avançado de sucessão, mas deve-se ressaltar que este
destaque é devido a elevada área basal, principalmente para a espécie Aspidosperma sp. que
possui apenas dois indivíduos, com um destes medindo 387 centímetros de diâmetro (figura
9). Algumas espécies observadas em Laje do Muriaé como Casearia sylvestris, Metrodorea
nigra, Piptadenia gonoacantha e Cecropia sp são características de ambiente em estágio
inicial de sucessão.
Figura 9. Fotos do indivíduo de peroba (Aspidosperma sp.) que apresentou um diâmetro de 387 centímetros.
A presença de outras espécies como Parapiptadenia pterosperma, Myrocarpus
frondosus e Johannesia princeps indicam se tratar de uma área com características de
sucessão avançada. Outras características que apontam para este fato são a presença de
pteridófitas, bromélias e de uma serrapilheira espessa e contínua com intensa
decomposição.
A área basal foi um parâmetro de destaque na área amostrada em Laje do Muriaé,
além do indivíduo de Aspidosperma sp. já mencionado acima, outros três indivíduos
possuíram mais de 300 cm de diâmetro, em um total de 15 indivíduos superando 100 cm de
diâmetro (figura 10). Este fato levou a indicação de uma área basal de 56,8 m2 ha-1, um dos
33
maiores valores encontrados em florestas do Estado do Rio de Janeiro (tabela 13).
Figura 10. Fotos de indivíduos com diâmetro a altura de 1,30 m do solo superior a 100 cm amostrados em Laje do Muriaé. Tabela 13. Densidade por hectare (D ha-1), área basal por hectare (AB m2 ha-1) em áreas de mata atlântica em áreas de floresta Montana e submontana ombrófila no estado do Rio de Janeiro. 1 e 2 – floresta Montana; 3, 4 e 5 - floresta ombrófila
Localidade dens (ha) AB m2 ha-1
Macaé de Cima -setor preservado 1 2288 37,1Macaé de Cima - setor perturbado 2 2217 28
Estação Ecológica Paraíso 3 1369 57,3Fazenda Afetiva - Silva Jardim 4 1855 25Fazenda Estreito - Silva Jardim 4 1070 25,8Fazenda Imbaú - Silva Jardim 4 1535 33,4
Fazenda Andorinhas - Silva Jardim 4 2140 31,7Fazenda S. professor - Silva Jardim 4 1400 48,9
Mata Rio Vermelho - Rio Bonito 5 1745 29,1
1 - Guedes-Bruni et al., 1997; 2 - Pessoa et al., 1997; 3 - Kurtz e Araújo, 2000; 4 - Carvalho e Nascimento, com. Pess; 5 - Carvalho et al.,2007.
34
Observa-se que os remanescentes florestais existentes no município de Laje do
Muriaé são pequenos e em sua maioria no topo de morros (figura 11). Segundo
informações de moradores, a área da Fazenda Santo Antônio é a mais preservada, pois seu
proprietário não permite a entrada de pessoas estranhas, Porém parte do remanescente
sofreu uma queimada na década de 80 segundo o proprietário, mas no local onde foi
realizado o trabalho não foi atingido pelo incêndio, não sendo observado vestígios de fogo
(figura 12). O fragmento encontra-se circundado por pastagem, podendo ser observado nas
bordas vestígios da presença de gado (figura 12).
Figura 11. Fotos mostrando áreas de mata em Laje do Muriaé. Observa-se que as áreas florestadas localizam-se no alto de morros.
35
a b
c d
Figura 12. Fotos mostrando as áreas amostradas em Laje do Muriaé. A e B – o subbosque sem vestígios de fogo. C e D - foto mostrando uma visão geral da mata ao lado de um pasto.
5. Considerações finais
De maneia geral, a sub-bacia do rio Imbé apresenta as maiores áreas florestadas
dentre as sub-bacias estudadas. Estas áreas também são mais preservadas quando
comparadas às áreas das demais sub-bacias. Este fato pode ser devido a maior altitude
destas áreas (sub-bacia do rio Imbé), que pode ter dificultado a expansão agrícola e
pecuária, ou a sua maior capacidade de resiliência, devido a maior disponibilidade hídrica,
já que se trata de florestas mais úmidas, quando comparadas às áreas das sub-bacias dos
rios Guaxindiba e Muriaé.
Nas sub-bacias dos rios Guaxindiba e Muriaé são observados poucos fragmentos
36
que na sua maioria não ultrapassam 100 ha. O pequeno tamanho dos remanescentes aliado
à falta de conectividade destes fragmentos podem estar levando a diminuição de muitas
populações. Apesar do histórico de degradação, ainda pode ser observada nestes
remanescentes algumas espécies de alto valor comercial, características de ambientes
preservados, como o cedro (Cedrela fissilis), Jequitibá (Cariniana sp.), óleo vermelho
(Myrocarpus frondosus), a braúna (Melanoxylon brauna), cabiúna (Dalbergia nigra) entre
outras. Pode-se ainda ressaltar o fato das duas últimas espécies mencionadas acima
(Melanoxylon brauna e Dalbergia nigra) estarem reconhecidas tanto pela portaria 37-N/02
do Ibama como pela IUCN como espécies ameaçadas de extinção. Neste caso, tais
indivíduos poderiam servir como matrizes para coleta de sementes para, por exemplo, o
estabelecimento de mudas para programas de restauração ecológica. Esta observação
mostra que a preservação destes remanescentes é essencial e urgente, pois além de servir
como matrizes, são importantes devido aos diversos serviços ambientais prestados como a
regulação climática, proteção do solo, captação de carbono, proteção da rede hídrica entre
outros.
A preservação destas áreas torna-se ainda mais importante, visto a falta de unidades
de conservação localizadas dentro das sub-bacias estudadas, principalmente nas sub-bacias
dos rios Guaxindiba e Muriaé. Nestas sub-bacias são encontradas apenas a E. E. de
Guaxindiba que sofre com a falta de fiscalização e a recém criada RPPN Nestoda em
Natividade.
Neste cenário, verifica-se a urgência da adoção de políticas públicas ambientais que
tornem possíveis, não somente a preservação dos poucos fragmentos ainda existentes, mas
também o aumento das áreas florestadas e a compatibilização do uso do terreno com a
preservação ambiental, inserindo nas comunidades locais, práticas de manejo sustentável
que contribuam para a redução da degradação ambiental.
37
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Vinicios Troncone Evaristo – CR-Bio: 55.580-02