os desafios da escola pÚblica …¡ na escola muitos colegas que às vezes são tidos como ídolos...

23
Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

Upload: ledieu

Post on 13-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Ações Didático­pedagógicas de conscientização e intervenção no Colégio Estadual Duque de Caxias ­ São Mateus do Sul ­ PR, na

prevenção do tabagismo

Autora: Marili Madzgalla Alves 1

Orientadora: Josimar Mariano Borille 2

Resumo: Este artigo refere a desenvolvimento, relatos e resultados do projeto: Ações Didático­pedagógicas de conscientização e intervenção no Colégio Estadual Duque de Caxias ­ São Mateus do Sul ­ PR, o qual teve como principal objetivo a prevenção do tabagismo entre adolescentes. O projeto foi desenvolvido para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/2013, do Estado do Paraná que ocorreu no Colégio Estadual Duque de Caxias para os alunos do 6º Ano A do Ensino Fundamental, no município de São Mateus do Sul, PR onde se percebeu que o tabagismo tem muita influência ou está muito presente entre os escolares adolescentes. A implementação visou promover reflexão e possível mudança de atitude em relação ao tabagismo. O início deu­se através da utilização de uma cartilha construída a partiu de vivências docentes na escola. A cartilha foi desenvolvida com diferentes atividades, todas com enfoque no tabagismo entre elas, destacamos os textos científicos, charges, produções de textos, vídeos, produção de histórias em quadrinhos, panfletos e desenhos. Foi também realizada a aplicação de um questionário para identificar os conhecimentos prévios e posteriores a implementação do projeto por parte dos alunos sobre o tema tabagismo, bem como para com os pais dos mesmos A sistematização do trabalho deu­se com a realização das atividades da cartilha. Nossos resultados apontaram que o conceito de tabagismo foi entendido, que a grande maioria entende que o cigarro prejudica não só os fumadores, mas a todos. Ainda nas atividades desenvolvidas, também constatamos por parte dos alunos, motivação, curiosidade e interesse em participar e transmitir os conhecimentos adquiridos aos familiares. Palavras­chave: Tabagismo; Adolescência; Prevenção;

1. Introdução

O Colégio Estadual Duque de Caxias recebe grande número de estudantes,

filhos de produtores da folha do tabaco, oriundos da zona rural do município,

pensou­se em desenvolver um projeto nesta escola para prevenção do tabagismo

para o 6º ano do ensino Fundamental, evitando assim o contato inicial com o tabaco

na pré­adolescência, fase esta em que os mesmos são facilmente influenciáveis,

pois eles começam a ter uma diversidade de experiências e mudam o ambiente de

convivência, antes familiar e a partir de então em grupos, os quais escolhem de

acordo com aqueles que mais os identificam.

1 Pós Graduação em Psicopedagogia, Graduação em Ciências/ Matemática, Professora efetiva da Rede Pública de Ensino Estadual do Estado do Paraná com atuação no Colégio Estadual Duque de Caxias. 2 Mestrado na área de Ciências Biológicas e Graduação em Ciências Biológicas, Professor de Biologia.

O contato com o tabaco desde a infância, seja pelo trabalho dos pais ou por

familiares ao seu redor que fumam ,aliado a falta de informação são fatores

relevantes e que podem despertar o interesse pelo uso do mesmo.

Já na escola muitos colegas que às vezes são tidos como ídolos para um

pré­adolescente acabam sendo motivadores ainda mais fortes para o uso do tabaco.

Assim a educação escolar tem um papel importante na prevenção e

orientação, já que professores devem agir como mediadores no processo de

formação do sujeito, sem esquecer que ele recebe também influência da família que

muitas vezes não está mais estruturada como as famílias tradicionais, e dos grupos

onde ela está inserida. Neste sentido, nós professores temos a obrigação de formar

cidadãos conscientes e que tenham capacidade de tomar decisões e fazer escolhas

sem influências de outros e principalmente em relação ao uso do cigarro. Dessa

maneira, o objetivo deste artigo foi investigar os possíveis resultados da aplicação de

uma unidade didática sobre Ações didático­ pedagógicas de prevenção ao

tabagismo no Colégio Estadual Duque de Caxias. Para tanto foram necessários:

identificar os conhecimentos prévios sobre o tema Tabagismo; elaborar e aplicar a

unidade didática e, por meio de diferentes formas de pesquisa; reconhecer os

conhecimentos adquiridos pelos alunos após o desenvolvimento da unidade didática

a fim de identificar as mudanças significativas.

Num segundo momento trabalhamos o Grupo de Trabalho em Rede (GTR),

que é um grupo on­line, criado pela Secretária Estadual de Educação (SEED),

formado por professores de Ciências da Rede Estadual de Ensino para acompanhar

o trabalho desenvolvido pelo professor PDE, dando suas contribuições.

2. Revisão bibliográfica:

2.1 TABAGISMO

Observa­se que na atualidade há um grande número de pessoas

dependentes do cigarro e sabe­se que o seu uso contínuo traz consequências

perniciosas á saúde. E, infelizmente, este costume já vem de longa data.

A utilização do tabaco não é recente, pois consta na história que a planta

Nicotina tabacum originária das Américas, foi levada para a Europa pelos

exploradores portugueses e espanhóis no século XV, época das grandes

navegações. Posteriormente, foi introduzida pelos europeus na Ásia e na África,

onde era moeda corrente no tráfico de escravos (INFOSAU, 2003).

Embora ocorressem manifestações contra o uso do cigarro o governo não se

dispunha a apoiar. A mídia contribuía maciçamente até alguns anos atrás e as

propagandas de cigarro eram sempre relacionadas ao sucesso e bem estar.

Os prejuízos causados à saúde pelo hábito de fumar são amplamente

conhecidos, sendo o seu controle considerado pela Organização Mundial da Saúde

como um dos maiores desafios da saúde pública no mundo atual. O controle do vício

tabágico pode fazer mais pela saúde do homem e sua expectativa de vida do

qualquer outra ação preventiva isolada. Hoje, o tabagismo, que é o hábito de fumar o

tabaco, está presente no dia a dia de mais de um terço da população adulta do

mundo, ou seja, mais de um bilhão de pessoas (INFOSAU, 2003). Assim, toda e

qualquer ação realizada, contra o cigarro deve ser valorizada, pois todos os anos há

inúmeros casos de pessoas que contraíram doenças pelo seu uso ou morreram por

este motivo.

2.2 COMPONENTES DO CIGARRO

O processo de produção do cigarro industrial envolve muitos passos e

processos químicos e a adição de vários produtos conhecidos mas, em geral, não

associados com cigarro. Ao ser queimado, o tabaco produz uma fumaça composta

de, pelo menos, 4.800 componentes (identificados até 2002), sendo 68 deles já

identificados como reconhecidamente carcinogênicos (que provocam câncer),

(SENAD, 2004).

Além desses, existem outros componentes que estão presentes apenas nos

cigarros, como é o caso do alcatrão e da nicotina. A nicotina é uma das drogas mais

sedutoras que existem. Seu maior problema está na sua capacidade de causar

dependência, que é altíssima. Algum tempo de uso e fica muito difícil largar. Seu

potencial de induzir a dependência nos seus usuários é tão forte que mais de 85%

daqueles que fumam, o fazem diariamente (SENAD, 2004).

2.3 ADOLESCENTES E O TABAGISMO

A adolescência é caracterizada por transformações biológicas e psicossociais que

tornam essa fase do ciclo de vida um momento de especial suscetibilidade a

estímulos externos, principalmente para aqueles que não contam com um sólido

suporte social da família. É nesse período que o indivíduo busca formar sua futura

identidade enquanto adulto, a partir de seus sonhos e aspirações de ideais de

auto­imagem (TV ESCOLA, 2011).

No período da adolescência é de suma importância que os pais ofereçam

todo um suporte para seus filhos, pois estarão muito vulneráveis e poderão ser

facilmente influenciados por fatores externos.

A busca de novas emoções, de integração com grupos de pares e de

questionamento de padrões e regras, muitas vezes, aliada à falta de informação

adequada sobre o assunto, leva muitos jovens, de ambos os sexos, a iniciar o hábito

de fumar. Esse comportamento não é influenciado apenas pela propaganda direta,

mas também pelas imagens apresentadas nos programas de televisão e nos filmes,

nos quais heróis, heroínas ou personalidades famosas aparecem fumando e

evidenciando a possível associação entre o glamour ou o sucesso e o fato de ser

fumante (TV ESCOLA, 2010).

Neste período da vida, assim como em outros, o adolescente pode estar em

contato com o cigarro de forma ativa ou passiva.

2.4 FUMANTES PASSIVOS E ATIVOS

De acordo com o Portal Educação (2012), as pessoas com maior risco de

sofrerem os problemas do fumo passivo são: os que moram com fumantes ou

trabalham em ambientes em que é permitido fumar (restaurantes, bares, bingos,

cassinos, etc.).

A fumaça respirada pelo fumante passivo é uma combinação de mais de 400

substâncias químicas, na forma de partículas e gases como o cianeto de hidrogênio,

o dióxido de enxofre, o monóxido de carbono, a amônia e a nicotina. Segundo a

Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, essa fumaça pode ser

classificada como carcinógeno humano de "classe A", isto é, um tipo de substância

para a qual não há nível inócuo de exposição. Além de estarem expostos a

substâncias perigosas, os fumantes passivos podem apresentar alergias, ataques de

asma e bronquite, irritação nos olhos e nas vidas respiratórias. Por isso, é

fundamental que se cumpra a lei que proíbe o fumo em locais públicos, e que exige

a demarcação de áreas de fumantes em lugares de grande circulação de pessoas

(PORTAL SAÚDE TERRA, 2011).

Os não fumantes têm muitas das doenças que os fumantes costumam

apresentar: câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração e doenças cérebro­

vasculares. Segundo dados do Portal da Educação (2012) ,no Brasil, a mortalidade

causada pelo tabagismo passivo é mais elevada entre mulheres e pessoas de 65

anos ou mais. A cada ano, em cada 1.000 mortes ocorridas em áreas urbanas, 25

são por tabagismo passivo em domicílio, 10% dos trabalhadores que colhem tabaco

apresentam mal­estar, diarreia, vômito, flutuação de pressão arterial, sendo

importante causa de falta ao trabalho.

Nas crianças fumantes passivas (50% delas o são) há aumento de otites,

aumento de broncopneumonias, aumento de asma, aumento de visitas hospitalares

em pronto atendimentos e o dobro de morte súbita em lactente. (LOTUFO, 2013).

2.5 O PAPEL DA ESCOLA FRENTE AO TABAGISMO

O tabagismo principalmente em adolescentes tornou­se uma grande

preocupação e esta também ocorre na escola, pois este é o local onde os

adolescentes fazem muitas amizades e podem sofrer influências tanto positivas

como negativas.

A escola, espaço educativo por excelência, é um dos locais privilegiados

para o desenvolvimento de um programa de educação para a saúde entre crianças e

adolescentes. Distingue­se das demais instituições por ser aquela que oferece a

possibilidade de educar através da construção de conhecimentos resultantes do

confronto dos diferentes saberes: aqueles trazidos pelos alunos e seus e que

expressam crenças e valores culturais próprios; aqueles contidos nos

conhecimentos científicos veiculados pelas diferentes disciplinas; os divulgados

pelos meios de comunicação, muitas vezes fragmentados e desconexos, mas que

devem ser levados em conta por exercerem forte influência sociocultural; e aqueles

trazidos pelos professores, constituídos ao longo de sua experiência, resultantes de

vivências pessoais e profissionais, envolvendo crenças e se expressando em

atitudes e comportamentos (CARDOSO, 2011).

Segundo Lotufo (2013) a introdução precoce do tabagismo em nossos

jovens é mais assustadora ainda. Muito discutimos sobre o porquê disto ocorrer. Os

fatores desencadeantes de início precoce do fumo são:

• pais fumantes;

• oferta de cigarros em casa;

• falta de rigidez na educação.

Proteger as gerações presentes e futuras das devastadoras consequências

sanitárias, sociais, ambientais e econômicas geradas pelo consumo exposição à

fumaça do tabaco, a fim de reduzir de maneira contínua e substancial a prevalência

do consumo e a exposição á fumaça é objetivo da convenção Quadro para Controle

do Tabaco (CQCT) (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2005).

Ainda sobre o papel da escola frente ao tabagismo, é importante que a

escola se atente ao que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:

III ­ produtos cujos componentes possam causar dependência física ou

psíquica ainda que por utilização indevida;

3. METODOLOGIA

3.1 POPULAÇÃO

Este projeto foi desenvolvido no Colégio Estadual Duque de Caxias, no

município de São Mateus do Sul, Estado do Paraná com alunos do Ensino

Fundamental.

3.2 AMOSTRAGEM

A amostra de alunos participantes dessa pesquisa constituiu­se de

aproximadamente 27 alunos do ensino fundamental, do 6º ano e suas famílias.

3.3 COLETADE DADOS

A coleta de dados deu­se em dois momentos: 1) aplicação de questionários

com as famílias e alunos do 6o ano e 2) atividades em sala de aula de intervenção

didático­pedagógicas e de conscientização.

3.4 APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS

No início da aplicação do projeto foi desenvolvido um questionário, a fim de

coletar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema Tabagismo. No final, foi

aplicado novo questionário para coletar a nova percepção dos pesquisados e assim

fazer a comparação para observar o grau de conhecimento obtido no decorrer da

aplicação das atividades do projeto, também foi aplicado um questionário para as

famílias. Após o emprego do questionário inicial foram desenvolvidas atividades

previstas na unidade didática . Tais atividades foram aplicadas por meio de aulas 3

expositivas e dialogadas, com utilização de recursos multimídia e pesquisas, além

de atividades diversificadas encontradas na produção. Os alunos confeccionaram

cartazes, histórias em quadrinhos, e panfletos que foram expostos no colégio com o

objetivo de disseminar as informações com os demais alunos, a fim de provocar uma

sensibilização sobre os efeitos do Tabagismo a saúde humana. Concluídos os

trabalhos e reaplicado o questionário, iniciou­se á análise dos dados onde se

encontrou os subsídios para a análise comparativa entre os conhecimentos que os

alunos já tinham e sua postura após os estudos realizados.

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

3 Unidade didática Ações Didático­ pedagógicas de conscientização e intervenção no Colégio Estadual Duque de Caxias – São Mateus do Sul – PR na prevenção do tabagismo.

Nossos resultados são apresentados em duas categorias, sendo elas 1) os

resultados sobre a percepção dos alunos (antes e depois do desenvolvimento do

projeto), 2) os resultados sobre a percepção da família.Observando­se que o aluno

possui uma bagagem de conhecimentos prévios, resultados de suas vivências

familiares e do meio social além do seu cotidiano escolar, ao qual encontra­se

inserido ,a construção do conhecimento teve como ponto de partida as concepções

apresentadas pelos alunos no questionário inicial. As três questões iniciais serviram

como introdução ao tema e para diagnosticar a situação dos alunos em relação ao

tabaco, devendo­se registrar que houve alteração desse quadro entre o questionário

inicial e o final.

4.1 AVALIAÇÃO COM OS ALUNOS

Os alunos inicialmente foram questionados sobre o conhecimento destes em

relação à substância que causa dependência no que diz respeito ao tabagismo.

Percebemos que a grande maioria não tinha conhecimento de qual substância

provoca dependência, sendo essa porcentagem (59,2%) bastante expressiva. Após

a aplicação da unidade didática (cartilha) onde o conceito foi trabalhado de forma

bastante diversificada, todos (100%) afirmaram conhecer que é a nicotina que é a

substância que causa dependência, conforme está demonstrado no gráfico 1.

Gráfico 1: Conhecimento inicial e final dos alunos em relação a substância que causa a dependência do tabaco, 2014.

Conforme cita Rosemberg, (2003) entre as mais de 4.700 substâncias nocivas

presentes no cigarro, a nicotina é a responsável pela dependência, que é maior do

que a de drogas como a cocaína e a heroína. As primeiras tragadas que o indivíduo

dá na vida, em geral, são acompanhadas de tontura, enjoo, mal­estar. Depois,

trazem sensação de prazer fugidio e, a seguir, alterações de humor causadas pela

privação da droga. Assim, cigarro após cigarro, o organismo do fumante e também o

do não fumante que convive no mesmo ambiente vai sendo minado e a saúde dos

dois acaba seriamente comprometida.

Já na questão 2 os alunos foram perguntados sobre o conhecimento

apresentado sobre o conceito de tabagismo onde pode­se observar que inicialmente

a resposta mais relevante , a opção hábito de fumar foi escolhida, por 62% dos

entrevistados. Após a aplicação das atividades da cartilha esse número se ampliou

para 96,2% o que demonstra que as atividades desenvolvidas foram satisfatórias e

que o conceito de tabagismo foi entendido por grande parte dos alunos, conforme

observamos no gráfico 2.

Gráfico 2: Conhecimento inicial e final sobre o conceito de tabagismo,junho de 2014.

Conforme cita a Organização Mundial de Saúde (OMS), tabagismo é o ato de

se consumir cigarros ou outros produtos que contenham tabaco, cuja droga ou

princípio ativo é a nicotina. Na

questão 3 os alunos foram perguntados sobre o impacto negativo do cigarro e

também deveriam dizer qual a população mais afetada pelo tabagismo. 3,7%dos

alunos afirmaram que o tabagismo afeta a qualidade de vida das crianças, outros

18,5% afirmaram que o tabagismo afeta qualidade de vida das pessoas de forma

geral, 77,7% dos entrevistados afirmaram que o tabagismo afeta somente os

fumadores e 3,7% disseram que o tabagismo afeta crianças e fumadores. Após as

atividades de intervenção 100% dos alunos afirmaram que o impacto negativo do

cigarro afeta os fumadores. Tais resultados são observados no gráfico abaixo:

Gráfico 3: Refere­se a população afetada pelo tabagismo,2014

A questão 4 refere­se a doenças causadas pelo vício do tabagismo. Tanto

na avaliação inicial quanto na final, 100% dos entrevistados afirmaram que o

tabagismo provoca mais de uma doença o que demonstra que as pessoas sabem

que o vício provoca doenças, mas mesmo assim muitas pessoas se envolvem com

tabaco (tabela 1).

Tabela 1. Doenças que são causadas pelo tabagismo, segundo os entrevistados, 2014.

Doença % de freqüência(inicial)

% de freqüência(final)

Cancro de pulmão 96,3% 100% Gripe 3,7% 3,7% Rinite 11,1% ­ Tosse e espirro 40,7% ­ Problemas cardiovasculares

81,4% ­

Na questão 5 os alunos foram perguntados sobre o conceito de fumante

passivo. Nossos resultados mostraram inicialmente que 3,7% dos entrevistados

afirmaram que fumadores passivos são pessoas que de vez em quando inalam a

fumaça do cigarro e 85,1% afirmaram que fumadores passivos são pessoas que

involuntariamente inalam a fumaça do cigarro e ainda 11,1% dos entrevistados

achavam que fumante passivo eram pessoas que deixaram de fumar. Após as

atividades de intervenção 100% dos entrevistados afirmaram que fumadores

passivos são pessoas que involuntariamente inalam a fumaça do cigarro. Esse

aprendizado decorreu da assimilação de conhecimentos trazidos pela unidade

didática, que enriqueceram a bagagem de seus saberes. Tais fatos podem ser

observados no gráfico 5 :

Gráfico5: Sobre a questão de fumantes passivos,2014.

De acordo com o Portal Educação (2012), as pessoas com maior risco de

sofrerem os problemas do fumo passivo são: os que moram com fumantes ou

trabalham em ambientes em que é permitido fumar (restaurantes, bares, bingos,

cassinos, etc.).

Na questão 6, referente aos motivos que levam uma pessoa a tornar­se

fumante,( 7,4%) dos entrevistados afirmaram que a curiosidade é que leva ao uso

do cigarro, (3,7%) disseram que o motivo é a propaganda ,(3,7%) afirmam que é

parecer mais velho para o grupo e 66,6% afirmaram que são vários os motivos que

levam a pessoa a tornar­se um fumante. Após a intervenção 100% dos alunos

confirmaram que são vários os motivos que levam a pessoa ao uso do cigarro. Tal

fato só confirma a importância de trabalhos de prevenção entre os alunos mais

novos para que os mesmos cresçam com opiniões formadas a respeito do que

prejudica a qualidade de vida das pessoas.

Gráfico 6:Avaliação inicial e final sobre os motivos que levam a pessoa a tornar­se um fumante, 2014.

As questões 7,8,9 e 10 foram com respostas abertas, onde os alunos

após realizarem as atividades propostas apontaram quais delas lhes foram mais

significativas ou atrativas. A tabela abaixo (tabela 2) demonstra as atividades

contempladas em nossa cartilha e as indicações dos alunos quanto à aceitação.

Percebemos que a história em quadrinhos e as charges foram às atividades de

maior aceitação por parte dos alunos ecaça­palavras foi a de menor aceitação.

Tabela 2. Importância e aceitação das atividades da cartilha, segundo os entrevistados, 2014.

Atividades % de aceitação Charges Histórias em

quadrinhos 51%

Textos informativos 25,9% Caça­palavras 3,7% Filmes 7,4%

Segundo Campos, Bortoloto e Felício (2009), os educadores podem

considerar que a aprendizagem significativa de conhecimentos é facilitada quando

se utiliza uma atividade lúdica, pois os educandos ficam estimulados quando

recebem a proposta de aprender de uma forma mais interativa e divertida resultando

em um aprendizado significativo.

O trabalho com alunos menores deve ter um caráter lúdico e que

destamaneira os conhecimentos são aprendidos de maneira mais satisfatória.

Quando os alunos foram questionados sobre a contribuição das atividades

para o seu aprendizado, todos (100%) afirmaram que a aplicação da unidade

didática contribuiu para o aprendizado de conceitos sobre tabagismo e afirmaram

também que estes foram repassados entre seus familiares e amigos com a intenção

de fazê­los repensar sobre os males causados pelo tabagismo. A tabela 3

demonstra os relatos dos alunos e alguns comentários:

Tabela 3: Relatos dos alunos sobre as atividades da cartilha e desenvolvimento do projeto, 2014. Alunos Comentários

1 ‘“Eu gostei bastante de receber a cartilha, as atividades foram interessantes e de fácil entendimento”.

2 “Minha família achou muito interessante a cartilha e as atividadesvariadas,a gente aprende mais desse jeito.”

3 “O que mais gostei foi das histórias em quadrinhos, com elas aprendi bastante coisas sobre o cigarro e os males que ele causa

a saúde, nunca vou querer fumar.”

4 “Muito interessante as atividades, aprendi que não devemos

começar a fumar nunca.”

Com base nos relatos apresentados e nas atividades realizadas durante a

implementação percebemos a importância de um trabalho contínuo e diversificado

para alunos menores antes que os mesmos se envolvam em situações de riscos.

De acordo com Precioso (2006), o (a) adolescente aprende a fumar como

aprende outros comportamentos. A aprendizagem tem início na família e prossegue

na escola, com os amigos, com os adultos, por influência da mídia, no ambiente

natural, etc. A escola, pelo impacto que tem no processo de socialização dos

indivíduos, deve contribuir com ações de prevenção.

4.2 AVALIAÇÃO DA FAMÍLIA

Para avaliar a situação do tabagismo junto aos familiares dos alunos foi

aplicado um questionário, onde deveriam responder sim ou não de acordo com a

pergunta .

A questão 1 procurou avaliar quantas famílias entre os alunos são

produtoras de tabaco. Pode­se verificar que 28% das famílias são de produtores de

tabaco e que 72% não tem esta produção em suas propriedades, mas já

produziu.Conforme demonstrado no gráfico abaixo:

Gráfico 1: Famílias produtoras entre os alunos do 6º ano em 2014.

O questionamento 2 referiu­se aos que são produtores se esta, constitui­se a

única fonte de renda na propriedade,sendo que apenas (8%) responderam ser está

a única fonte de renda da família, enquanto que(80%) afirmaram ter outras fontes de

renda que não o tabaco e outros (12%) não souberam responder. Isto ficou

demonstrado no gráfico 2 apresentado abaixo:

Gráfico 2: O tabaco como fonte de renda,2014.

Na pergunta sobre o fato do pai ser um fumante,a pesquisa demonstrou que

(40 %) dos pais dos alunos são tabagistas, dado considerado relevante como

demonstrado abaixo:

Gráfico 3: Pai tabagista,2014.

Já na pergunta sobre mãe fumante pode­se observar que (24%) das mães

são fumantes e que (76%) não fazem uso do cigarro. Observando­se os gráficos 3 e

4 pode­se concluir que o uso do cigarro entre os homens é maior que entre as

mulheres.

Gráfico 4: Mãe fumante,2014.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é um hábito

masculino. Mais de 1 bilhão de homens no mundo todo são fumantes – 35% dos

homens em países desenvolvidos e 50% dos homens em países em

desenvolvimento. Em nosso país, temos 32 milhões de fumantes (30% dos homens

e 20% das mulheres). Os homens também fumam uma quantidade maior de cigarros

por dia quando comparados às mulheres. Diversos estudos, no entanto, apontam

para um aumento do número de mulheres fumantes em regiões mais desenvolvidas,

especialmente nas grandes capitais.

A questão 5 refere a doenças relacionadas ao tabagismo na família ou

entre seus conhecidos e (28%) afirmaram conhecer pessoas com doenças

relacionadas ao uso do tabaco e (72%) não possuem nenhum conhecido ou parente

com alguma doença relacionada ao uso do tabaco.

Gráfico 5: Conhecidos ou parentes doentes por tabaco.

A questão 6 refere­se se os familiares tem conhecimento de alguém que

tenha morrido por doenças relacionadas ao consumo do cigarro e (32%) dos

entrevistados afirmaram conhecer pessoas que morreram por tais

doenças.Enquanto que (68%) afirmaram não conhecer ninguém que tenha morrido

por doenças relacionadas ao tabagismo.

Gráfico 6: Conhecimento da família sobre pessoas que morreram com doenças relacionadas ao

tabaco,2014.

O tabagismo é também uma das principais causas de mortalidade precoce

por doenças isquêmicas do coração, doença cérebro­ vascular e doença pulmonar

obstrutiva crônica. Com o câncer, as doenças isquêmicas e respiratórias são as

principais causas de mortalidade no Brasil (INCA,2007).

Ao serem questionados sobre a questão do vício relacionado ao tabagismo,

a grande maioria, ou seja, (92%),dos entrevistados informaram ter consciência de

que o cigarro é viciante, isso demonstra que apesar das pessoas saberem que

cigarro vicia ,muitas acabam experimentando e nem percebem que já estão

viciadas.Observe o gráfico 7:

Gráfico 7: Consciência em relação vício.

Para Ivings (2006,) fumantes com mais idade pensam, com frequência,que

os mais jovens poderiam parar facilmente porque não estão tão severamente

viciados. Por outro lado, os fumantes mais jovens firmemente acreditam que nunca

se permitiriam chegar ao estágio da saúde prejudicada e incapacidade antes de

parar. A verdade é que todos os fumantes ficam presos em uma armadilha similar.

A questão 8 pergunta aos familiares se os mesmos tem conhecimento

sobre nicotina e pode­se observar que(76%) afirmam saber o que é nicotina e que

apenas (24%) não tem noção sobre o assunto.Conforme demonstrado no gráfico 8:

. A nicotina é uma das drogas mais sedutoras que existem. Seu maior

problema está na sua capacidade de causar dependência, que é altíssima. Algum

tempo de uso e fica muito difícil largar. Seu potencial de induzir a dependência nos

seus usuários é tão forte que mais de 85% daqueles que fumam, o fazem

diariamente. (SENAD, 2004).

Gráfico 8: Conhecimento da família sobre nicotina,2014.

. A nicotina é uma das drogas mais sedutoras que existem. Seu maior

problema está na sua capacidade de causar dependência, que é altíssima. Algum

tempo de uso e fica muito difícil largar. Seu potencial de induzir a dependência nos

seus usuários é tão forte que mais de 85% daqueles que fumam, o fazem

diariamente. (SENAD, 2004).

Na questão 9 os familiares foram perguntados sobre o número de fumantes

em seu circulo de amizades e (32%) afirmaram ter mais de 5 pessoas fumantes

entre seus amigos .Observe o gráfico 9 abaixo:

Gráfico 9: Amigos fumantes.

Hoje está comprovado que os efeitos imediatos da exposição da poluição

tabagista ambiental não se limitam apenas aos efeitos de curto prazo, como irritação

nasal e ocular, dor de cabeça, irritação na garganta, vertigem, náusea, tosse e

problemas respiratórios. Eles também se relacionam ao aumento, entre os não

fumantes, do risco de câncer de pulmão e de várias outras doenças relacionadas ao

tabagismo. Estudos mostram que, entre não­fumantes expostos de forma crônica à

poluição tabagista ambiental, o risco de desenvolver câncer de pulmão é 30% maior

do que entre os não fumantes não expostos (HACKSHAW et al., 1997 apud

CAVALCANTE ).

Na questão 10 os familiares foram perguntados se pessoas fumam dentro

de casa e 32% afirmaram ter algum integrante da família que fuma dentro de casa.

O que demonstra que nem todas as pessoas estão conscientes dos males causados

pelo tabagismo e que desconhecem o fato de que o cigarro faz tanto mal para quem

fuma, quanto para quem está próximo de um fumante. Conforme se pode observar

no gráfico 10 abaixo:

Gráfico 10: Pessoas que fumam dentro de casa.

Segundo o Inca (2007) além dos riscos para os fumantes, as pesquisas

rapidamente acumularam evidências, a partir da década de 80, de que o 1)

tabagismo passivo é causa de doenças, inclusive câncer de pulmão e infarto, em

não fumantes; 2) de que os filhos de pais fumantes, quando comparados aos filhos

de não fumantes, apresentam maior frequência de infecções e outros problemas

respiratórios e taxas ligeiramente menores de aumento da função pulmonar à

medida que o pulmão amadurece; e 3) que a simples separação de fumantes e

não­fumantes num mesmo espaço pode reduzir, mas não eliminar, a exposição de

não­fumantes à poluição tabagista ambiental.

4.3 DESCRIÇÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO GTR:

O GTR foi desenvolvido com um grupo de 17 professores da rede

estadual de ensino no período de março até maio de 2014, sendo que houve uma

desistência. Todas as atividades desenvolvidas foram preparadas de acordo com os

trabalhos desenvolvidos durante o PDE.

Os professores participantes do GTR deveriam apresentar suas

considerações a respeito da viabilidade do trabalho desenvolvido, bem como

apresentar sugestões de atividades para contribuir com o desenvolvimento do

projeto. Segundo os professores da rede este tema é bem atuante e pertinente para

a nossa realidade. Todos os professores apontaram o trabalho como relevante e não

fizeram sugestões de modificações na unidade didática. A tabela abaixo demonstra

alguns comentários que houve durante a realização do curso.

Tabela 4. Comentários de professores da Rede Estadual durante o GTR.

Professor Comentário

1 “Como já comentei em minha apresentação, meu projeto PDE também sobre o

Tabaco. Por isso tenho certeza que você Marili vai se surpreender com os resultados

do seu trabalho, tendo em vista que o público escolhido é fascinante, os menores

levam para suas casas tudo o que ouvem e acham interessante, com isso cobram

dos adultos um comportamento relacionado com o que aprenderam.”

2 “Quando trabalhamos determinados assuntos em sala de aula temos um grande

desafio. Muitas vezes os conteúdos a serem trabalhados não são do interesse das

crianças e dos jovens, é ai que devemos demonstrar nossa criatividade e

encontrarmos uma maneira de ensinar os conteúdos a todos.”

É fato que todos concordam que o tabagismo atualmente é um problema de

saúde pública e pode levar inclusive a morte ou desenvolver de doenças graves e

que cada região do estado apesar de apresentar realidades diferentes, com relação

a este tema parece que não importa a localização mas, a problemática e as

consequências são as mesmas.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Nossos resultados em conjunto mostraram que os alunos, onde a unidade

didática foi aplicada, tiveram um bom aproveitamento dos trabalhos realizados,

podendo isso ser percebido através dos resultados do questionário final, quando

comparados ao questionário inicial.

É de suma importância que temas como este sejam trabalhados já na fase

de adolescência visto que este período caracteriza­se como um período de

transformações e descobertas em que o universo infantil se amplia, juntamente com

as angústias e incertezas próprias dessa fase da vida. A integração aos grupos faz

parte dessa fase por isso a grande importância de um trabalho de prevenção no

início dessa fase para que o indivíduo mesmo estando inserido em um grupo seja

capaz de fazer escolhas que sejam saudáveis e não tragam prejuízos futuros.

A escola tem um papel fundamental no repasse de conhecimentos

científicos aos estudantes visto que, muitas vezes é o único meio onde a informação

correta chega até eles. Os professores são sempre uma referência positiva aos

adolescentes já que é através das aulas que estes recebem informações que

poderão interferir nas escolhas futuras.

Espera­se que a cartilha desenvolvida e os resultados deste artigo possam

contribuir com informações sobre o tema oportunizando reflexos e novos olhares

sobre este assunto, afim de que sejam discutidas medidas preventivas ao tabagismo

evitando que mais pessoas adoeçam com um problema que pode ser evitado e

ainda possam contribuir como material de apoio ao professor para inserção em suas

aulas ou como fonte de consulta para o desenvolvimento de trabalhos futuros.

6. REFERÊNCIAS BRASIL. Estatuto da Criança e do adolescente art.81, pág. 2 BORTOLOTO, T. M.; FELICIO, A. K. K.; CAMPOS, L. M .L. A produção de jogos didáticos para o ensino de ciências e biologia:uma proposta para favorecer a aprendizagem. Cadernos do núcleo de ensino, UNESP, v.2os, p.35­48, 2003. CARDOSO, Andreia Reis. Tabagismo como problema de Saúde Pública no mundo e no Brasil, pág 27, Programa Salto para o Futuro, 2011 CAVALCANTE, T M, (Hackshaw et al., 1997). O controle do Tabagismo no Brasil­avanços e desafios, Pág. 297 HORTA, Bl, Calheiros P,Pinheiro RT, Tomasi E, Amaral KC. Tabagismo em adolescentes da área urbana na região sul do Brasil. Rev. Saúde Pública, 2001 INFOSAU/Informativo de saúde preventiva/nº20 dezembro de 2003. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Ministério da Saúde.Tabagismo um grave problema de saúde pública.1ª edição,2007. IVINGS, Kristina. Livre­se do cigarro, Madras editora, 1ª edição, 2009.

LOTUFO, João Paulo. Tabagismo­Uma doença pediátrica­ parte 1. Jornal Abra, São Paulo, 2013. MARLATT, Beatriz Carlini. Série Por dentro do assunto Drogas; Cartilha sobre tabaco, Senad Brasília, 2004. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional do Câncer. Tabagismo Passivo, 2012 Disponível em http://www.inca.gov.br/tabagismo/frameset.asp?Item=passivo&link=tabagismo.htm. Acesso em: 25­04­2013 PAHO ­ Pan American Health Organization, (PAHO). Atlanta, Georgia, 1992. PRECIOSO, J. Boas práticas em prevenção do tabagismo no meio escolar. Rev Port. Clin Geral, 22:201­22., 2006. PORTAL SAÚDE IG. As substâncias presentes no cigarro. Disponível em: <http://saude.ig.com.br/minhasaude/as­substancias­presentes no cigarro/n1597367877877.html>. Acesso em 22/04/2013 PORTAL SAÚDE TERRA. Problemas enfrentados pelos fumantes passivos. Disponível em <http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI133536­EI1520,00­Problemas+enfrentados+pelos+fumantes+passivos.html>. Acesso em 25/04/2013 ROSEMBERG J. Nicotina: droga universal. São Paulo: Secretaria de Estado da Saúde ­ SES/CVE; 2003. SALTO PARA O FUTURO, boletim 06 de maio de 2011/TV escola, pag. 8 por dentro­por­dentro­d0­assunto/drogas­cartilha­sobre­tabaco. ­2ª edição­Brasília­DF­ 2010. Acesso em 03/05/13.