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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
GESTÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O PAPEL DO PROFESSOR PEDAGOGO PARA A PRÁTICA DOCENTE
Eliane Aparecida da Silva1
Aline Roberta Tacon Dambros2
RESUMO O presente artigo tem como eixos de articulação: a gestão escolar e a educação especial na perspectiva inclusiva. Mediante a ampliação vivenciada nos últimos anos sobre a temática da inclusão escolar destacamos o papel do professor pedagogo na articulação de uma prática pedagógica efetivamente igualitária e qualitativa para todos os alunos. O estudo proposto teve como público-alvo professores e pedagogos da rede pública de ensino do noroeste do Paraná e configurou-se, essencialmente, em três momentos: 1. Levantamento e estudo bibliográficos relativos ao tema; 2. Estudo coletivo envolvendo os doze participantes da pesquisa; 3. Oficinas e construção de materiais didáticos e recursos adaptados. Propiciou-se aos participantes estudos de textos relacionados às políticas de educação inclusiva, ao papel do pedagogo no Paraná, ao papel da escola frente à educação inclusiva, também o embasamento teórico histórico-cultural e as vias de compensação. Leituras, debates e reflexões direcionaram os encontros e estudos. A implementação contou também com oficinas para construção de material didático como sugestão de recursos diferenciados para auxílio à prática pedagógica dos professores no trabalho com os alunos da educação especial. Para finalizar a pesquisa proposta definiu-se um momento de avaliação e contribuição para complementação da pesquisa, no qual os professores participantes do Grupo de Trabalho em Rede (GTR) puderam mediar e dialogar para a construção de um currículo flexível e real que assegure a educação inclusiva, igualitária, qualitativa, responsável e consciente a todos os educandos.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial. Inclusão. Professor Pedagogo.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo, sua elaboração e implementação buscam divulgar a
importância do papel do professor pedagogo no desenvolvimento do trabalho
realizado com os educandos da Educação Especial, tanto na Sala de Recursos
Multifuncional Tipo 1 quanto no ensino regular, sendo que este possui a formação
que atende as especialidades do processo de aprendizagem.
Nas últimas décadas, a Educação Especial na perspectiva da educação
inclusiva ganhou destaque no campo educacional. O debate relativo à educação
para alunos com necessidades educativas especiais (NEE) tem ampliado a defesa
do ensino igualitário e qualitativo, garantindo a instituição escolar como espaço para
o desenvolvimento integral do educando.
1 Professora PDE 2013. Graduada em Pedagogia e Pós-graduada em Educação Especial.
Ambas pela Unespar/Campus Paranavaí. Docente em Sala de Recurso Multifuncional Tipo 1 no Colégio Estadual Silvio Vidal. Professora Pedagoga no CEEBJA Newton Guimarães. E-mail: [email protected]. 2 Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Maringá-PR. Pesquisadora do
grupo de pesquisa: Desenvolvimento, aprendizagem e educação. Com ênfase no Desenvolvimento e aprendizagem e Necessidades educacionais especiais. E-mail: [email protected]
Segundo a Instrução Nº 016/2011 – SEED/SUED, educandos que
apresentam Deficiência Intelectual, Deficiência Física Neuromotora, Transtornos
Funcionais Específicos e Transtornos Globais do Desenvolvimento são atendidos
em Sala de Recursos Multifuncional Tipo I, nas quais são consideradas suas
especificidades.
Muitas vezes, se faz necessário adequações curriculares3 na sala de aula do
ensino regular e até mesmo adequações na própria escola. O trabalho realizado na
Sala de Recursos Multifuncional Tipo I não pode e não deve acontecer de forma
isolada ao currículo escolar.
Para que o aluno tenha êxito em seu desenvolvimento como um todo é
importante que se estabeleça paralelo entre professores do ensino regular e
professores da Sala de Recursos Multifuncional. Este paralelo é importante também
para que haja o acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos, assim
como, a própria avaliação da prática pedagógica dos docentes.
Desta forma, o papel do professor pedagogo se faz indispensável no
desenvolvimento do trabalho realizado com os educandos da Educação Especial
tanto na Sala de Recursos quanto no ensino regular, pois este possui a formação
que atende as particularidades do processo de ensino e aprendizagem.
Defendemos que o professor pedagogo deve ser o primeiro a conhecer todo o
histórico do aluno, desde a investigação com a família, o processo da avaliação
psicoeducacional, até o diagnóstico final.
Diante do exposto buscamos, na construção textual deste trabalho, refletir
sobre as principais políticas educacionais que asseguram o acesso e ensino das
crianças com NEE e sobre o papel do pedagogo e da escola no processo inclusivo.
Essas reflexões são embasadas na teoria histórico-cultural. Além disso,
apresentaremos também os encontros realizados no Grupo de Trabalho em Rede
(GTR) que se constituíram momentos de enriquecimento profissional e humano.
3 Opta-se pelo termo ADEQUAÇÃO, pois segundo BRASIL (2003), as adequações curriculares
pressupõem adequar o currículo regular e único para a especificidade e potencialidade de cada
aluno, viabilizando práticas de aprendizagem. Logo, não requer adaptação de um novo conteúdo,
mas a adequações para o nível potencial do aluno.
2 FUNDAMENTOS PARA PENSARMOS EM INCLUSÃO ESCOLAR
2.1 POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
O termo “cidadania” constitui-se como o direito de todo indivíduo de colocar-
se na sociedade, interagindo e fazendo parte dela. No entanto, uma sociedade que
não está preparada para atender pessoas com necessidades educacionais especiais
acaba por excluí-las, devido as suas condições diferenciadas dos padrões sociais
existentes.
De acordo com Barros (2005), a educação inclusiva traduz o modelo social
em que a deficiência não está na pessoa e sim na sociedade que uma vez adaptada
possibilitaria as condições para que as pessoas com deficiência pudessem viver tão
bem quanto as pessoas sem deficiência alguma. O mesmo aconteceria na escola
que seria um ambiente preparado para receber todas as crianças.
Ainda segundo a autora, a inclusão no âmbito educacional tem sido um dos
enfoques do Governo Federal que através de campanhas publicitárias, e usando de
seus artifícios, propaga a ideia de que toda criança tem o direito à escola
independente da sua deficiência, reforçando assim o conceito da inclusão.
Se por um lado, as propagandas governamentais afirmam que toda criança
deve estar na escola, independente das suas condições, até mesmo as mais
comprometidas, por outro lado, as mesmas propagandas acabam associando
deficiência com Síndrome de Down, uma deficiência com características próprias
que facilitam o reconhecimento pelo interlocutor, considerando que inclusão pode
ser algo fácil de pensar. É importante considerarmos que existem deficiências que
requerem muito mais preparo por parte da escola (BARROS, 2005).
Isto nos leva a certeza de que a inclusão não é um mero ideal e não basta
apenas querer que todos os alunos frequentem o mesmo espaço escolar, pois são
necessárias medidas e ações para que se possa promover a aprendizagem efetiva
do aluno NEE.
No Brasil, observamos após a década de 1990 a promulgação de inúmeras
políticas públicas que asseguram a inclusão e a aprendizagem do nosso aluno
especial no ensino regular. Dentre as quais ressaltamos primeiramente, a Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008).
O documento destaca a escola como um segmento social que busca formar
cidadãos críticos e conhecedores de seus direitos e que caminha na busca da
educação inclusiva, mas que em seu marco histórico se contradiz, uma vez que
classifica os alunos em função de suas particularidades. Realidade existente no
Brasil desde a época do Império em que as pessoas com deficiências eram
atendidas em institutos e associações como, por exemplo, Instituto Benjamim
Constant, Instituto Pestalozzi ou Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
(APAEs), dando características a essa modalidade de ensino (BRASIL, 2008).
A educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram a criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. Essa organização, fundamentada no conceito de normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clínico terapêuticos fortemente ancorados nos testes psicométricos que definem, por meio de diagnósticos, as práticas escolares para alunos com deficiência (BRASIL, 2008, p.6).
Vale destacar que por ser a Educação Especial um tema bastante abrangente
e historicamente construído, é possível traçarmos inúmeros processos em forma de
Lei para regulamentação dessa modalidade. Já em 1961, a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (Lei 4.024/61) indica que os “excepcionais” tem o direito à
educação e que seja de preferência no próprio sistema regular de ensino. Dez anos
depois, com a reformulação da LDB (Lei 5.692/71), o atendimento educacional aos
alunos com deficiências ou superdotação não contempla uma organização
satisfatória e acaba por fortalecer o encaminhamento desses alunos para o sistema
educacional especial, seja nas escolas especiais ou nas Classes Especiais
(BRASIL, 2008).
Com a abertura de um novo cenário político e social pautado nos princípios
da democracia e globalização, nossa última Constituição Federal de 1988, em seu
texto preceitua o direito à “igualdade de condições e permanência na escola”,
garantindo então que os alunos portadores de deficiências fossem recebidos e
atendidos em um processo de cunho educacional.
Mas o teor de inclusão como “direito e dever”4 somente ganha força em 1990,
com a formulação da Declaração Mundial de Educação para Todos, conhecida como
Declaração de Jomtien, e, com a Declaração de Salamanca, no ano de 1994
(BRASIL, 2008).
Compreendemos que a proposta de acesso escolar e inclusão das diferenças
se consolidaram com a formulação da nova LDB em 1996. A atual Lei Nº 9.394/96
define em seu artigo 3º, inciso I “igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola”, garantindo desta forma que os alunos com necessidades
educativas especiais façam parte do sistema de educação. Ainda neste mesmo
documento o Capítulo V, Art. 58 coloca que:
[...] entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação (BRASIL, 1996, s/p).
Assim sendo, a educação especial não deve ser viabilizada a extra sistema
educacional mas sim intra sistema de ensino. A escola se faz eixo de articulação
para que se possa promover a inclusão dos alunos com deficiências na sociedade.
Para tanto, a LDB define também em seu art. 59, parágrafo único que:
O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo (BRASIL, 1996, s/p).
Analisando o público-alvo da política nacional de inclusão destacamos que o
estado do Paraná adota uma política de atendimento diferenciada, uma vez que
além dos alunos que apresentam tais comprometimentos citados no parágrafo
anterior, também são atendidos alunos com Transtornos Funcionais Específicos:
disortografia, dislexia, discalculia, disgrafia, transtornos de atenção e hiperatividade,
entre outros. Esses são atendidos em Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) Tipo
I que objetiva o pleno desenvolvimento dos educandos, buscando a superação das
4 Os documentos referenciados serviram como suporte teórico para construção da identidade
inclusiva no Brasil, que somente se torna uma ação obrigatória com o Decreto 6.571/08. Após este decreto nacional, a inclusão escolar passa a ser observada como direito do aluno e dever da instituição escolar.
dificuldades através de recursos didáticos e metodologias diferenciadas que
atendem suas particularidades.
Seguindo as orientações nacionais, o atendimento da SRM se concretiza no
período contraturno uma vez que os alunos devem frequentar normalmente o ensino
regular. Diante disso é de suma importância o papel do professor pedagogo, uma
vez que as especificidades desses alunos precisam ser consideradas também na
sala de aula, sendo portanto, o profissional mais indicado e preparado para orientar
e auxiliar os professores quanto ao atendimento dos alunos da Educação Especial.
No próximo item, discutiremos sobre a formação do professor pedagogo,
assim como suas principais atribuições no Estado do Paraná.
2.2 O PAPEL DO PEDAGOGO NO PARANÁ
Antes de falarmos do papel do Pedagogo propriamente dito, abordaremos um
pouco da história da sua formação no curso de Pedagogia, o qual foi instituído no
Brasil, na década de XXX, mais especificamente em 04 de abril de 1939, pelo
Decreto – Lei nº 1.1190/39.
A trajetória do curso de pedagogia caracterizou-se por uma ambiguidade em
sua identidade e até mesmo pela ameaça de sua extinção. Perpassando e sofrendo
influências das diferentes fases sociais e políticas do país de forma a refletir na
prática do profissional, pois não se tinha definido claramente qual a função deste no
campo do trabalho (OLIVEIRA, 2011).
Para Oliveira (2011), um perfil claro do profissional pedagogo foi instituído,
efetivamente com a publicação da Resolução CNE/CEP nº 1, em 15 de Maio de
2006, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação
em Pedagogia e Licenciaturas.
O Estado do Paraná se antecipa e elabora a Lei Complementar nº 102/2004
tratando do perfil do Pedagogo. O edital Nº 37/2004 da Secretaria de Estado da
Administração e da Previdência – Departamento de Recursos Humanos Paraná abre
concurso para o cargo de Professor Pedagogo e cita suas atribuições: coordenar a
elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do projeto Político-pedagógico e do
plano de ação da escola; participar e intervir, junto à direção, da organização do
trabalho pedagógico escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade
da educação escolar; implantar mecanismos de acompanhamento e avaliação do
trabalho pedagógico escolar pela comunidade interna e externa; informar ao coletivo
da comunidade escolar os dados do aproveitamento escolar, de forma a promover o
processo de reflexão-ação sobre os mesmos para garantir a aprendizagem de todos
os alunos; promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de
todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social e de ampliação do
compromisso ético-político com todas as categorias e classes sociais; entre outras.
Consideramos importante esta breve explanação do histórico da formação do
Professor Pedagogo, assim como seu perfil, para esclarecer e confirmar sua
importância no processo ensino/aprendizagem sendo que “a presença do pedagogo
escolar torna-se, pois, uma exigência dos sistemas de ensino e da realidade escolar,
tendo em vista melhorar a qualidade da oferta de ensino para a população”
(LIBÂNEO, 2002, p.62).
É importante esclarecermos também que não é de competência do Pedagogo
o conhecimento de todos os conteúdos das disciplinas curriculares, sua atuação diz
respeito a orientação aos professores quanto aos recursos e metodologias, aos
fatores sociais, culturais e psicológicos que implicam no processo de ensino
aprendizagem (LIBÂNEO, 2002).
E no que se refere à Educação Inclusiva defendemos que o Pedagogo
assuma papel de mediador ativo entre o trabalho dos professores na sala de aula e
o professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE) na sala de recursos.
No próximo item, destacaremos o papel da escola frente a inclusão de alunos
com NEE, bem como, a importância de quebrar paradigmas para garantir que todos
os alunos, com ou sem deficiência, tenham acesso a uma escolarização formadora e
qualitativa.
2.3 PAPEL DA ESCOLA FRENTE À EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Concebemos a escola como um espaço organizado que promove a
aprendizagem conceitual do aluno e seu desenvolvimento integral. Em meio às
discussões sobre educação inclusiva é relevante destacar que o princípio inclusivo
está fortemente ligado ao papel da escola.
As Políticas Públicas enfatizam que os alunos com NEE sejam atendidos nas
escolas de ensino regular, assumindo caráter da educação inclusiva, porém,
sabemos que existem dificuldades e limitações que comprometem a efetivação
destas políticas como, capacitação docente, materiais adaptados e espaço físico
adequado.
Para Laplane (2007), a visão de inclusão encontra-se intrinsecamente
relacionada ao espaço escolar passando a visão de que se refere apenas em incluir
os alunos com necessidades especiais nas salas de aula do ensino regular, sem
adaptar a escola para atendê-los.
Vale destacar que a escola por si só não promove a inclusão do indivíduo na
sociedade, pois requer transformações em instâncias tradicionalmente marcadas,
além da ação coletiva de inúmeros profissionais.
A construção de uma sociedade integradora, por sua vez, somente será possível se a integração se efetivar em todos os âmbitos da vida social. Isto quer dizer que a sociedade será integradora na medida em que a educação, a economia, a cultura, a saúde integrarem as classes, camadas e grupos hoje excluídos. A possibilidade de integração, portanto, depende de uma contenda que defina as tomadas de decisão sobre as questões que afetam a vida de toda a sociedade e, em última instância, dos interesses políticos e econômicos que prevalecem nessas decisões (LAPLANE, 2007, p.15).
Diante do exposto, fica claro que para que ocorra efetivamente a inclusão dos
alunos com NEE, nas escolas do ensino regular, ainda são necessárias
adequações, tanto estruturais, quanto formativa, via capacitação docente. A escola
precisa se adaptar de forma responsável para atender as particularidades de seus
alunos e essa inclusão não deve ser entendida apenas no campo educacional mas
sim na sociedade como um todo.
A inclusão não deve ficar apenas nos textos das leis, pois “a existência de
políticas públicas e de instrumentos legais pode ser constatada, mas não se pode
dizer o mesmo com relação à transformação dos sistemas educacionais” (LOPES E
MARQUEZINE, 2012, p. 83).
Ainda de acordo com os estudos das autoras, a Constituição Federal de 1988
coloca que os portadores de deficiências devem receber atendimento especializado,
preferencialmente, na rede regular de ensino, contudo a palavra “preferencialmente”,
abriu a possibilidade de se entender que esse atendimento pudesse ser uma opção
em se receber ou não os alunos, principalmente, os portadores de deficiência
intelectual. A falta de preparo dos professores em atender alunos com deficiências,
mostra-se um grande obstáculo para a efetivação da inclusão nas escolas. Assim
sendo, tornam-se necessárias ações urgentes a fim de que as escolas sejam
adequadas para o atendimento aos alunos com necessidades educacionais.
A questão fundamental para o início da educação inclusiva é pensar em como organizar a escola e as situações de ensino, a fim de que seja possível conciliar o atendimento às necessidades de aprendizagem comuns a todos os alunos, sem perder de vista as necessidades concretas de cada um, ao mesmo tempo em que se atendem as necessidades específicas dos alunos em situação de inclusão, dadas as dificuldades estabelecidas pelas deficiências ou outras situações que os colocam nessa condição (LOPES E MARQUEZINE, 2012, p.88).
Com base nesses estudos temos clara a necessidade das escolas buscarem
formas, adaptando-se, organizando-se e até quebrando paradigmas para que seja
possível atender em seu interior todos os alunos, com ou sem necessidades
especiais. Pautada em currículo flexível espera-se que ela atenda as
particularidades dos seus alunos no processo de ensino e aprendizagem.
A seguir, apresentaremos alguns pressupostos da teoria histórico-cultural que
nos proporciona a reflexão sobre uma escola humanizadora e qualitativa para os
educandos.
2.4 TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL E AS VIAS DE COMPENSAÇÃO
Antes de abordarmos a teoria histórico-cultural e as contribuições dos
pressupostos de Vygotsky para a educação especial, faz-se importante destacar que
toda aprendizagem humanizadora perpassa pelo ensino empírico e científico.
Observa-se que a atual proposta do governo objetiva a educação para todos
no entanto, sofre influências de políticas internacionais, de maneira que a formação
esperada é de que o homem se desenvolva de forma a atender e acompanhar o
mercado de trabalho. Segundo Sforni (2004, p 64) “é requerida uma formação que
permita ao homem ‘acompanhar’ as novas exigências do mercado do trabalho, cada
vez mais acentuadas”, portanto, passando uma ideia de que, se todos tem o direito
aos mesmos mecanismos que possibilitem o acompanhamento das inovações
exigidas pelo mercado, seus direitos estão assegurados.
A educação, na disposição de uma tendência mundial, mostra que o seu
principal eixo é a formação para atender as demandas do mercado, cujos conteúdos
são considerados como ferramentas para uma formação imediata, em que o saber
empírico pode ser satisfatório (SFORNI, 2004). Seguindo o mesmo pensamento da
autora:
Nessas diretrizes não se discute a potencialidade da apropriação dos conceitos como promotora de desenvolvimento psíquico. A atenção para os conteúdos vincula-se à necessidade de formação do indivíduo para a vida, daí a recomendação de torná-los um saber prático, não extrapolando, com isso, os limites do pensamento empírico (SFORNI, 2004, p 65).
Essa proposta propícia uma educação utilitária e não a formação intelectual
visa-se amenizar as contradições econômicas, sociais, raciais e culturais. Sob outro
prisma, salientamos que a escola deve buscar o desenvolvimento integral das
crianças. É preciso uma educação que leve a criança a pensar, a construir novos
conceitos, o que não é possível com uma educação mecânica. Uma educação que a
leve a interagir na sociedade e não que a deixe a mercê dela, “um ensino que não
se atenha ao imediatismo das exigências cotidianas e tenha como objetivo o
desenvolvimento cognitivo dos alunos através da formação do pensamento teórico”
(SFORNI, 2004 p. 66).
Para que a criança se desenvolva intelectualmente devem ser considerados
os aspectos cognitivos e suas relações sociais e culturais. O desenvolvimento da
criança se faz pela sua interação social e com o outro. Numa perspectiva histórico-
cultural o desenvolvimento se dá, principalmente, pela apropriação dos
conhecimentos construídos historicamente e que ocorrem pelo seu contato e
convívio com o mundo e com as pessoas (GARCIA, 2012).
Tratando-se das crianças com deficiências foco de nossos estudos, a autora
também coloca que:
Para Vygotsky, as leis gerais do desenvolvimento são iguais para todas as crianças. Entretanto, existem muitas especificidades na organização sociopsicológica da criança com deficiência intelectual, uma vez que seu desenvolvimento solicita caminhos diversos e recursos especiais (GARCIA, 2012, p.71).
Conforme Garcia (1999), Vygotsky coloca que a deficiência pode ser de
caráter primário, tratando-se de um comprometimento biológico ou secundário,
considerando o fator social. Ao contrário das concepções que tratam das questões
biológicas, como principal fator do desenvolvimento de pessoas portadoras de
deficiências, dando maior enfoque a fatores sociais. Para ele, a deficiência em si não
traz grandes atrasos, mas sim, a falta de um trabalho e de uma educação apropriada
que desenvolva de forma diferenciada a função comprometida.
Dando continuidade ao pensamento a autora coloca que:
Não há, na visão vygotskiana, diferenças quanto aos princípios de desenvolvimento para os considerados normais e considerados deficientes. Há uma unidade nas leis de desenvolvimento. O autor reconhece, no entanto, que existem particularidades na forma de aprender e se desenvolver, nos recursos necessários para a aprendizagem, entre outros fatores. As leis de desenvolvimento revelam-se uma só, tanto para os considerados normais como para os considerados portadores de deficiências, mas a expressão deste desenvolvimento se dá de forma peculiar (GARCIA, 1999, p.43).
Segundo Vygotsky (2011), a criança usa de caminhos indiretos quando se
depara com uma dificuldade, caminhos compensatórios. Diante de um obstáculo ela
buscará formas para superá-lo, conforme sua necessidade, mas vale destacar que
essa compensação não é um processo natural, ao contrário, é um mecanismo
desenvolvido com o auxílio da mediação do outro, logo é histórica e cultural.
O autor coloca também a cultura como parte do desenvolvimento da criança
uma vez que influencia no seu comportamento. Todavia, essa cultura é estruturada
às pessoas que se enquadram nos padrões da normalidade. Nesta visão, “a
educação surge em auxílio, criando técnicas artificiais, culturais, um sistema especial
de signos ou símbolos culturais adaptados às peculiaridades da organização
psicofisiológica da criança anormal” (VYGOTSKY, 2011, p. 867).
Sendo assim, podemos afirmar que para Vygotsky (2011) a criança por outros
caminhos encontra meios de passar do desenvolvimento natural para o
desenvolvimento cultural. É válido destacar que os pressupostos de Vygotsky
apontam que a deficiência pode ser compensada por caminhos novos e diretos,
enfatizando que o desenvolvimento cultural é que promove a busca por essa
compensação quando diz que “onde não é possível avançar no desenvolvimento
orgânico, abre-se um caminho sem limites para o desenvolvimento cultural”
(VYGOTSKY, 2011, p. 869). Diante desta perspectiva, abre-se caminho de
viabilização qualitativa do processo de desenvolvimento do educando.
3 METODOLOGIA
O trabalho de intervenção pedagógica foi constituído de uma unidade didática
em consonância as determinações do Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE) e implementado aos professores e pedagogos da rede estadual de ensino, no
Colégio Estadual Sílvio Vidal E.F.M. O projeto consistiu-se em três momentos
essenciais: na primeira atividade foram abordados temas relevantes a educação
especial, em forma de textos relacionados a mesma, tais como: políticas da
educação inclusiva; o papel do pedagogo no Paraná; papel da escola frente à
educação inclusiva; teoria histórico-cultural e as vias de compensação. Os textos
foram lidos e discutidos. A cada referencial abordado eram lançadas questões para
reflexão a fim de promover debates e a interação entre o grupo.
No segundo momento, exibiu-se o filme: “Meu nome é Rádio“ (2003), que
propiciou uma análise sobre a inclusão. Os participantes puderam articular o enredo
do filme com a realidade dos alunos com NEE.
Na terceira atividade, apresentou-se aos educadores jogos e atividades
diferenciadas como proposta de recursos alternativos, promovendo a troca de
experiências e os mesmos puderam confeccionar materiais de acordo com as
necessidades dos educandos.
A elaboração desta unidade didática objetivou possibilitar o estudo em torno
da educação especial, a legislação e possíveis adequações curriculares, divulgando
a importância da mediação do professor pedagogo na prática pedagógica que
envolve os alunos com NEE. Buscou-se superar uma visão equivocada em relação
ao atendimento aos alunos da educação especial.
3.1 IMPLEMENTAÇÃO DAS ATIVIDADES
A intervenção pedagógica desta unidade didática foi implementada no Colégio
Estadual Sílvio Vidal, no formato de curso de extensão PDE com certificação de 40
horas pela Unespar/Campus Paranavaí.
Participaram da implementação professores das áreas de matemática,
educação física, geografia, história, língua portuguesa, professores de sala de
recursos e pedagogos, sendo os mesmos profissionais do quadro próprio do
magistério, na rede estadual de ensino do estado do Paraná.
Durante a semana pedagógica, em fevereiro de 2014, o projeto foi
apresentado aos profissionais do colégio. Através dessa divulgação os
interessados se cadastraram para o curso de extensão que foi dividido em 8
encontros de 4 horas, totalizando 32 horas presenciais e 8 horas de estudos e
leituras de textos complementares.
A leitura dos textos trouxe conhecimentos e informações da história da
educação especial, das políticas públicas, do papel do pedagogo, papel da escola e
da teoria histórico-cultural e as vias de compensação. A cada tópico eram lançadas
questões para reflexão, a fim de promover uma discussão em torno do assunto.
Slides de gráficos com informações referentes à evasão escolar das crianças
portadoras de deficiência, número de alunos com NEE matriculados nas escolas
especiais foram apresentados aos participantes, assim como recortes do filme
“Garoto Selvagem” (1969), em que o grupo pode observar e discutir sobre as
intervenções clínicas e pedagógicas que o médico Jean Itard realiza com o garoto
Víctor Aveyron.
A cada estudo de texto os participantes desenvolveram atividades que
variavam entre produções de textos coletivos sintetizando as discussões, atividades
em grupos distintos de professores e pedagogos, e cada participante pode expor
suas expectativas e necessidades numa visão conjunta de trabalho entre corpo
docente e equipe pedagógica. Também analisaram o Projeto Político Pedagógico do
Colégio Estadual Sílvio Vidal E.F.M, fazendo apontamentos em relação a educação
especial na perspectiva da educação inclusiva e pesquisas no laboratório de
informática sobre possíveis adequações curriculares e currículo flexível para
atendimento aos alunos portadores de necessidades educativas especiais.
Todas as produções eram socializadas pelo grupo e sistematizadas num
caderno de atividades que foi disponibilizado à equipe pedagógica da escola para
auxílio de possíveis adequações ao Projeto Político Pedagógico.
O filme “Meu nome é Rádio“ (2003) foi exibido na dinâmica de Cinema Café.
Após apresentação abriu-se plenária para análise e reflexão do enredo do filme
articulando com a realidade dos alunos com NEE e a prática que a escola
estabelece em relação aos mesmos.
A implementação da referida unidade contou também com oficinas para
construção de materiais didáticos diferenciados, como sugestão de atividades
alternativas, que pudessem auxiliar na promoção de aprendizagem dos alunos com
NEE.
3.2 GTR – GRUPO DE TRABALHO EM REDE
O projeto de intervenção pedagógica e as atividades foram apresentados no
GTR sendo este uma prática do PDE. Contou com 17 inscrições, das quais 16
concluíram. Todos os participantes eram da rede estadual de ensino do estado do
Paraná.
Enfatizou-se a importância do professor pedagogo na mediação do trabalho
dos professores das mais variadas disciplinas, a necessidade de elaboração de um
Plano de Trabalho que contemple recursos e estratégias diferenciadas que atendam
as especificidades dos educandos.
Os participantes compartilharam suas ideias e opiniões nos Fóruns o que
propiciou a interação e trocas de experiências tornando possível a análise geral das
realidades das escolas, os anseios, dúvidas dos professores e a necessidade de
ações práticas que atendam as perspectivas tanto dos educandos como dos
educadores envolvidos no processo de aprendizagem dos alunos da educação
especial.
Muitas considerações foram feitas pelo grupo possibilitando a observação de
que ainda muito pouco se conhece sobre a educação especial. Os participantes
pontuaram a necessidade de capacitações aos professores do ensino regular e a
efetivação das Políticas Públicas realmente voltadas às necessidades dos alunos
com NEE.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Falar em educação inclusiva nos remete primeiramente a um passado de
desconhecimento e exclusão que não pode ser ignorado uma vez que nos permite
analisar o processo lento para garantir às pessoas portadoras de deficiências o
direito até mesmo a vida, já que, na antiguidade, os mesmos eram abandonados e
até mesmo exterminados.
Se compararmos a evolução dos últimos séculos na área científica, social e
tecnológica percebemos como foi e vem sendo lenta a inclusão na sociedade de
pessoas com algum tipo de limitação. Ressaltamos que a inclusão vai além de dividir
o mesmo espaço físico diz respeito à garantia dos direitos de todo cidadão e que
deve abranger todos os segmentos da sociedade, lazer, saúde, educação entre
outros.
Em se tratando de educação são perceptíveis as dúvidas em torno da
educação especial. A falta de informações leva a uma visão equivocada do processo
de desenvolvimento dos alunos com NEE.
Incluir é fazer parte do processo. Não basta receber os educandos nas salas
de aula é preciso ações que valorizem suas potencialidades, assegurando a
construção do conhecimento.
Durante a implementação do projeto percebeu-se que o mesmo despertou
nos participantes a conscientização da necessidade pela busca de um atendimento
eficaz e de qualidade e que para se alcançar tal objetivo é necessário,
primeiramente, o conhecimento, informações fundamentais aos professores
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Cabe a cada profissional buscar o conhecimento necessário a sua prática
docente de forma a oferecer uma educação igualitária e qualitativa a todos os
educandos, independente de suas limitações. Assim, o professor pedagogo se faz
elemento chave na mediação e orientação do trabalho pedagógico, nas adequações
curriculares, na construção de um currículo flexível, bem como, na articulação entre
AEE e sala regular.
Portanto, trata-se de um profissional qualificado, responsável também pelas
medidas inclusivas no interior escolar, que atua juntamente com os professores para
encontrar subsídios, métodos e estratégias diferenciadas de forma a promover a
aprendizagem dos alunos com NEE.
Quanto à execução do projeto destacamos que, no primeiro momento, os
profissionais participantes estavam demasiadamente alheios as informações
referentes à Educação Especial e, muitos, possuíam uma visão equivocada quanto
ao papel do pedagogo. Com as intervenções posteriores, foi gratificante observar um
novo olhar para a inclusão. Os mesmos passaram a demonstrar sentimentos de
busca e de inovação para realmente atender às necessidades dos educandos,
perceberam que existem meios e formas de promover a inserção e valorização dos
alunos no processo de aprendizagem.
Além disso, constatamos que os temas abordados propiciaram
esclarecimentos e despertaram o interesse em busca de novos conhecimentos,
dando continuidade aos estudos relacionados ao atendimento especializado.
Os participantes estabeleceram paralelo entre a realidade das escolas e o
tema do projeto. Analisaram de forma crítica as campanhas governamentais
pontuando as necessidades ainda existentes em todos os segmentos sociais e,
principalmente, a importância de se trabalhar em conjunto tendo o pedagogo papel
de mediar a prática pedagógica buscando novas práticas, aperfeiçoando e
adequando os currículos escolares, considerando a importância da escola pública
para a sociedade e para a formação integral do cidadão, garantindo seu direito nas
diversas esferas sociais.
Por fim, ressalta-se que este estudo não esgota a temática, uma vez que
trabalhar com a Educação Inclusiva é percorrer caminhos complexos e
diversificados, todavia, buscamos trilhar novos horizontes, muitas vezes, atuando na
adversidade, para que possamos um dia alcançar a sonhada educação para todos.
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