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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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GRÊMIO ESTUDANTIL E ESCOLA: UMA PARTICIPAÇÃO POSSÍVEL

Angelica Scariot¹Clarice Schineider Linhares²

Resumo

A formação dos grêmio estudantil é de suma importância como instância

colegiada a serviço da democracia na escola. Com esse entendimento, o presente

artigo surgiu da vivência escolar, em que se observa que o estudante tem pouco

espaço de participação na escola e raramente é ouvido. Com dificuldade para sua

organização e na comunidade escolar do grêmio estudantil. Tem por objetivo,

fortalecer o grêmio estudantil e potencializar a participação dos estudantes nas

tomadas de decisões na escola. Acredita-se que a escola é um espaço privilegiado e

com o trabalho organizado e politizado do grêmio estudantil, estimula-se a

participação no seu interior, incentivando lideranças com posicionamento político,

capaz de promover melhorias, mudanças, não só no restrito processo educativo,

mas também na sociedade em geral. Fortalecer o grêmio estudantil, fazer com que

ele seja atuante na escola é um grande desafio a ser superado.

Palavras-clave: Grêmio estudantil; gestão democrática; participação; educação.

_____________________________¹ Professora PDE, Licenciada em Pedagogia, Especialista em Necessidades Educativas Especiais e Psicopedagogia, vinculada ao Colégio Estadual Antônio Dorigon, EFMP em Pitanga.² Professora Orientadora, Doutora em Educação vinculada a Universidades do Centro Oeste UNICENTRO.

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IntroduçãoEste texto tece algumas considerações sobre a participação do Grêmio

estudantil na gestão escolar democrática. A presente discussão, faz parte da

produção didático-pedagógica solicitada aos professores participantes do PDE -

Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação

do Paraná – turma 2014/2015. Tem como tema norteador o trabalho com o grêmio

estudantil e a sua efetiva participação na instituição escolar, neste caso o Colégio

Estadual Antonio Dorigon EFMP.

Fortalecer o grêmio estudantil, pela discussão sobre o que é grêmio estudantil

e qual sua função, facilita a participação dos alunos na tomada de decisões na

escola. Identificar o perfil do público alvo. Discutir o projeto político pedagógico da

escola, entendendo que os conceitos de gestão democrática e função social da

escola, promovendo espaços de participação, pensado e planejado, definido no

plano de ação, são objetivos propostos para esta pesquisa.

Para se alcançar os objetivos e compreender melhor a realidade é

imprescindível definir caminhos. Como a leitura sobre conceitos, para se

compreender a organização o trabalho do grêmio estudantil, construído com os

depoimentos dos estudantes que participam do grêmio estudantil, coletados na

implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola. Também contou

com o relato de professores pedagogos que participaram do Grupo de Trabalho em

Rede – GTR.

2. Fundamentação teóricaA escola é uma instituição central na vida dos jovens. É um espaço de

convivência e de aprendizado, em que os jovens permanecem por um tempo

considerável, fazem amigos, compartilham experiências, valores e projetos de vida.

Apesar de todas as dificuldades encontradas nas escolas, os jovens alimentam

expectativas de que essa, possa contribuir para o seu futuro, favorecendo a

continuidade dos seus estudos e de uma boa inserção profissional.

Com a democratização do ensino e a ampliação do acesso a escola, percebe-

se uma grande diversidade de estudantes, cada um com seu comportamento próprio

na forma de se vestir, falar e se comportar. A juventude contemporânea é muito

diferente das gerações passadas, mas à medida que se conhece e se aproxima

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desse universo, percebe-se que há possibilidades de interação, de

compartilhamento, ou que esses jovens têm muito a contribuir com a escola.

Entende-se que a escola é um espaço coletivo, em que todos têm

compromisso com a educação oferecida, e que podem definir os rumos a serem

focados. Esta condução do processo deve ser definida e pensada de forma coletiva,

por meio do no projeto político pedagógico, entendendo-se de que não existe

neutralidade no fazer pedagógico.

O projeto político pedagógico da escola é uma ação intencional, com

compromisso sociopolítico. É uma antecipação do futuro, que orienta e conduz a

ação no presente. É também político, pois tem compromisso com a formação do

cidadão para uma sociedade justa e igualitária. Segundo Saviani (1983): “a

dimensão política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática

especificamente pedagógica” (p.9).

Na dimensão pedagógica, está à possibilidade na efetivação e na

intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão critico participativo, capaz

de compreender e analisar a sua realidade e transformá-la. Pedagógico também, no

sentido de definir as ações educativas para que a escola cumpra seu propósito.

Na construção do Projeto Político Pedagógico, todos são chamados a

contribuir, a pensar, a avaliar e a agir coletivamente, construindo a identidade da

escola com a face dos que nela trabalham, ensinam, aprendem, sonham e se

transformam. Pensar o Projeto Político Pedagógico de uma escola é pensar no

conjunto e na sua função social.

“Se essa reflexão a respeito da escola foi realizada de forma participativa por todas as pessoas nela envolvidas certamente possibilitará a construção de um projeto de escola consistente e possível”. (VEIGA,1998, p. 57).

O Projeto Político Pedagógico, enquanto documento pensado e planejado,

deve ser constantemente avaliado pelo coletivo escolar, percebendo o que dá certo

e o que precisa ser reestruturado, replanejado ou modificado. Isso representa a

autonomia da escola. É um instrumento que descreve e revela a escola, pensado e

planejado para além de suas intenções e concepções, é uma forma de organizar o

trabalho pedagógico da instituição. A responsabilidade da construção desse projeto

de sociedade e de educação é de toda comunidade escolar.

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Ao se definir um projeto de escola e de educação de forma coletiva, há que

se pensar também, na função social da escola frente a realidade que temos, de

mudanças econômicas, de revolução informacional, de despolitização da sociedade,

de exclusão social, diante disso, segundo Libâneo, 2008, p.51)

A escola necessária para fazer frente a estas realidades é a que provê formação cultural e cientifica que possibilita o contato dos alunos com a cultura, aquela cultura promovida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela estética, pela ética. Especialmente uma escola de qualidade é aquela que inclui, uma escola contra a exclusão econômica, política, cultura, pedagógica.

Ainda, de acordo com Libâneo, a escola de hoje precisa ser repensada, pois

ela não detém mais o monopólio das informações e do saber, uma vez que a

educação acontece em outros espaços e de diversas formas, portanto,

A escola de hoje não pode mais limitar-se a passar informações sobre as matérias e transmitir o conhecimento do livro didático. Ela é uma síntese entre a cultura experienciada que acontece na cidade, na rua, nas praças, nos pontos de encontro, nos meios de comunicação, na família, no trabalho, etc., e a cultura formal que é o domínio dos conhecimentos, das habilidades de pensamento. Nela,os alunos aprendem a atribuir significados às mensagens e informações recebidas de fora, dos meios de comunicação, da vida cotidiana, das formas de educação proporcionadas pela cidade pela comunidade. (LIBÂNEO, 2008,p.52).

O professor detém um papel central na escola, pois a ele cabe prover as

condições cognitivas e afetivas que ajudarão o aluno a dar significado às

informações recebidas e a criticar, aprendendo a buscar informações, adquirindo os

instrumentos conceituais para analisar as informações de forma critica e dar

significado a sua vida pessoal e social. “A escola fará assim, a síntese entre a

cultura formal (dos conhecimentos sistematizados) e a cultura experienciada”.

(LIBÂNEO, 2008, p.53). Entende-se, então, que a escola precisa proporcionar aos

seus alunos, a capacidade de receber e interpretar informação, bem como a de

produzi-la, considerando-o como sujeito do seu próprio conhecimento.

3. O jovem da atualidade

Na intenção de conhecer e compreender o jovem que se tem, esse sujeito de

deveres e direitos, questiona-se: Mas o que é ser jovem? O que é a juventude? Há

diferentes opiniões sobre essa fase da vida. Pode-se dizer que juventude é um

estado de espírito, uma postura diante da vida associada à alegria, à disposição, à

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criatividade, ao desejo de mudança, ou associada à idade cronológica, período entre

a infância e a vida adulta.

Vejamos outras definições. A Organização das Nações Unidas (ONU) define

como jovens as pessoas entre 15 a 24 anos. O Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA), Legislação Federal de 1990 estabelece direitos específicos para

as crianças e adolescentes: a adolescência é definida como a fase que vai dos 12

aos 18 anos incompletos, sendo o período posterior à infância. O Estatuto da

Juventude define a juventude como o período que vai dos 15 aos 29 anos.

Souza (2004) especifica que o critério de idade, não é suficiente para se

discutir uma categoria que assumiu contornos tão diferentes. Nem se pode percebê-

la como grupo social homogêneo, pois se agrupam sujeitos que têm em comum, a

idade. É preciso distinguir a fase da vida e dos sujeitos, ou seja, não se pode

misturar juventude e os jovens. O primeiro é a fase, e o segundo é o sujeito que vive

uma diversidade. É possível compreender a juventude como uma categoria

socialmente construída, que modifica-se ao longo do tempo e que, historicamente,

nem sempre existiu nas sociedades ocidentais modernas.

A juventude ganha visibilidade como grupo social com a expansão de

industrialização e o processo de urbanização das sociedades capitalistas, a partir do

século XIX, especialmente no pós-guerra, com a massificação da educação e do

consumo. Antes, restrita aos filhos das elites econômicas e políticas, a juventude aos

poucos se estende para outros setores sociais. Assim, a noção de juventude

depende muito do contexto social e histórico de cada época e lugar (ABRAMO,

1996).

Mas quem são os jovens alunos dessa escola? Segundo o Projeto Político

Pedagógico do Colégio Estadual Antonio Dorigon, escola de implementação desse

projeto de pesquisa, São notórias diferentes realidades distribuídas nos períodos matutino, vespertino e noturno. No período matutino o Colégio recebe alunos de diversos bairros da cidade e alguns alunos da zona rural, gerando dessa forma uma grande diversidade sócio-cultural. No período vespertino nossos alunos são, na sua grande maioria, provenientes do campo, sendo poucos alunos da zona urbana. O período noturno é caracterizado por alunos trabalhadores rurais e urbanos, que procuram o Ensino Médio e os cursos profissionalizantes ofertados. Com relação aos nossos alunos temos filhos de agricultores de pequeno porte, outros oriundos da área urbana filhos de assalariados, autônomos e/ou com auxílio de benefícios ofertados pela política governamental. O nível sócio-econômico das famílias dos nossos alunos enquadra-se entre médio e baixo, sendo que boa parte dos pais não possui o ensino fundamental completo, A falta de emprego é uma realidade

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preocupante principalmente para a juventude, que migra para os centros maiores em busca de trabalho. (PPP, 2013, p.14).

Como vimos, os jovens que constituem a escola são diversos, pertencem a

diferentes realidades, do campo e da cidade, trazem para a escola diferentes

culturas que se misturam e se enriquecem na diversidade. Portanto, é necessário

compreender que os jovens são marcados por diferentes representações sociais

sobre o mundo que os cerca, e essas representações se juntam na escola. Arroio

(1992, p.48) nos diz que,

Falar em cultura escolar é mais do que reconhecer que os alunos e os profissionais da escola carregam para esta suas crenças, valores, expectativas e comportamentos o que sem duvida poderá condicionar os resultados esperado. Aceitar que existe uma cultura escolar significa trabalhar com o suposto de que os diversos indivíduos que nela entram e trabalham adaptam seus valores aos valores, crenças, expectativas e comportamentos da instituição.

Nesse sentido, cabe à escola considerar as novas e múltiplas formas de

expressão cultural juvenil que marcam as experiências de ser jovem na sociedade

contemporânea. Para além da escola, eles vivem processos educativos em outros

tempos e espaços. São sujeitos socioculturais que trazem para a escola as questões

e demandas de suas vidas cotidianas. Os jovens sentem e vivem essa fase da vida

como um processo de nova construção de identidades, a forma de vestir, de falar, de

se agrupar, de se relacionar, de consumir, entre outros, são maneiras de afirmar

espaços e identidades próprias, muitas vezes carregadas de mensagens sociais que

dizem respeito ao mundo do trabalho, à sustentabilidade, às condições econômicas,

aos projetos de futuro. Nesse percurso eles experimentam muitas coisas novas,

transitam por diferentes grupos e reelaboram constantemente suas posturas e

visões de mundo, produzindo práticas e significados que os constituem enquanto

jovens.

Como já afirmado, anteriormente, a escola é uma instituição central na vida

dos jovens, mas eles também se inserem em processos educativos que não se

resumem a escolarização. Estamos acostumados a ver os sujeitos da escola como

alunos, mas são muito mais que isso. Durante muito tempo foi se consolidando uma

cultura escolar com seus tempos, métodos, espaços e currículos que parecem

naturais, quando se fala em escola: lembra a lousa, a mesa do professor, as

carteiras enfileiradas e o professor que dirige as atividades e os alunos que seguem

as instruções dadas por ele.

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Hoje, o adolescente, o jovem tem cada vez mais dificuldade de adaptar-se a

esse modelo de escola. Esse modelo exige um aluno padrão, obediente ao comando

do professor de acordo com o seu planejamento. Quando participa, o jovem se

engaja em tarefas que são predeterminadas, sem nenhuma ou pouca autonomia.

Muitas vezes espera-se dele, apenas disciplina e respeito à rotina escolar. Além

disso, como os tempos e os espaços escolares são fragmentados, a diversidade de

conhecimento e a cultura juvenil é pouco reconhecida e incorporada, quase não há

tempo para a interação e o debate em torno de temas que interessam aos jovens.

São raros os momentos de encontro e de diálogo proporcionados pela escola, que

ultrapassam os controles da sala de aula.

Essa escola que temos ai, se contradiz ao modelo de escola que se quer, ao

cidadão que se quer formar e que está posto no Projeto Político Pedagógico, quando

o mesmo afirma que a escola por meio de seu trabalho específico, deve levar o aluno a compreender a realidade de que faz parte, situar-se nela, interpretá-la e contribuir para sua transformação(...) Por intermédio do conhecimento a escola concretiza sua função social que é a formação de cidadãos capazes de pensar livremente e interagir de forma responsável em seu meio, entendendo, melhorando e transformando a sociedade(...) É preciso tomar cuidado para que se contemplem temas de importância na realidade social contemporânea como: saúde, trabalho, violência, desigualdade social, miséria, consumo e consumismo, avanços da ciência e tecnologia, direitos humanos, proteção ou devastação do meio ambiente. Essas temáticas atingem de alguma forma a vida de todos os indivíduos, não podendo, portanto, ficar do lado de fora da escola. Dispensando especial atenção também para as individualidades durante a prática pedagógica, pois cada aula é única, cada professor é diferente, os alunos não são iguais nem podem ser. Cada um tem sua história, trajetória escolar, pontos de vista e aspectos cognitivos, bem como as condições do ambiente, as interações entre os alunos e professores e a aprendizagem são únicas em cada sala de aula. (PPP, 2013, p.23).

Assim, transformar a escola em um espaço de participação, de

democratização, de inserção social é um grande desafio. O processo histórico

demonstra que, por muito tempo a participação, a manifestação dos estudantes na

escola foi negada. Quando fala-se em participação na escola, remete-se a presença

ativa dos jovens nos processos decisórios, já que a experiência participativa

representa uma das formas dos jovens vivenciarem processos de construção de

pautas, projetos e ações coletivas. Permitem aos jovens vivenciarem valores como

solidariedade e democracia, o aprendizado da alteridade, ou seja, aprender a

respeitar, a perceber e a reconhecer no outro a suas diferenças.

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Desta forma, a participação pode ser uma experiência muito importante na

vida do jovem, um efetivo contraponto em uma sociedade que tende para o

individualismo. Estimular a participação de nossos jovens é propiciar habilidades

discursivas de expressar suas opiniões, argumentar, despertar lideranças positivas

que possam, com conhecimento, intervir e atuar dentro e fora do espaço escolar.

Quando se afirma que ao “participar se aprende”, é necessário então, diante deste

modelo de escola que se tem, criar estratégias de participação estudantil.

Esta participação deve estar garantida no grêmio estudantil, importante

instrumento de participação que precisa ser formado, apoiado e estimulado, pois, se

aprende quando se atua, interage e se reflete sobre a escola, sobre a vida, sobre a

sociedade, recriando sentidos para esse mundo em que estão inseridos.

Sendo assim, conquistar a participação dos estudantes, da comunidade como

um todo exige de todos os envolvidos na gestão escolar a vontade de fazer

diferente, de proporcionar momentos de participação nas tomadas de decisões da

escola. Esse processo histórico de não participação é visível também na sociedade,

pois a mesma é resultado histórico da construção humana, na luta por interesses e

na busca de melhoria da qualidade de vida das pessoas. É nela, com todas as suas

discriminações, contradições, suas injustiças que nos movemos, é neste espaço

que vivemos, que de uma maneira ou outra, participamos e por ele somos

responsáveis. É nesta realidade que está inserida a escola, principal agente

transformador.

Com esta pesquisa, foi possível observar que a participação efetiva nas

instâncias colegiadas, principalmente a do grêmio estudantil, ainda é pequena. Fica

restrita apenas, a burocracia imediata de sua formação, ou seja, é necessário que a

escola tenha, mas a atuação não acontece. Possivelmente, este fato está ligado à

falta de entendimento da função atribuída a esta instância colegiada.

Por outro lado, a não participação, pode estar vinculada ao fato de que

existam poucos subsídios teóricos, pouco incentivo por parte da escola, dificuldade

na organização do grupo, na falta de espaço específico para reuniões do colegiado,

falta de entendimento sobre a atuação e importância dessa instância na construção

e efetivação da gestão democrática.

Outro fato que contribui para a não participação dessas instâncias, pode

estar na formação cultural, social e humana pela qual passaram, inseridos em um

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ambiente com características herdadas do sistema repressor e alienador, podendo

vir a julgar utópico e desnecessário a contribuição do coletivo.

Em prévia análise de documentos, como o Projeto Político Pedagógico e do

Plano de Ação da escola para implementação do projeto, observa-se a preocupação

da equipe gestora com a atuação das instâncias colegiadas, porém não há situações

concretas de participação, nem um calendário pré-estabelecido para encontros

periódicos com os grupos.

Apesar destas constatações, espera-se a atuação dos segmentos na escola e

estes tem seus papéis definidos. O grêmio estudantil é definido no Projeto Político

Pedagógico como a entidade do segmento estudantil. Ele está a serviço da

democracia na escola. È uma organização sem fins lucrativos e que tem fins cívicos,

culturais, educacionais, desportivos e sociais. É a organização que representa os

interesses dos estudantes na escola, que permite aos alunos discutirem, criarem e

fortalecerem inúmeras possibilidades de ação, tanto no próprio ambiente escolar

como na comunidade.

Como o Grêmio é um importante espaço de aprendizagem, cidadania,

convivência, responsabilidade e de luta por direitos, deve contribuir para o processo

de democratização da escola. A sua instituição e seu funcionamento são definidos

na legislação especifica Federal a Lei 7.398, de 04/11/1985, é a Lei do Grêmio Livre

que diz respeito a organização de entidades representativas dos estudantes da

educação básica e a Lei 8.069, de 13/07/1990 Estatuto da Criança e do

Adolescente que dispõe em seu artigo 53, inciso IV sobre a garantia dos estudantes

se organizarem e participarem de entidades estudantis.

As atividades dos grêmios estudantis representam para muitos jovens os

primeiros passos na vida social, cultural e política. Assim, os grêmios contribuem,

decisivamente, para a formação e o enriquecimento educacional de grande parcela

da juventude. O que se percebe é que são pouco incentivados nas escolas e que,

por muitas vezes, nesse processo se diz democrático, porém a participação dos

estudantes não é considerada.

O caminho da autonomia e da democracia deve ser construído pelos próprios

alunos e alunas e, a escola e seu grupo, devem dar todo suporte material e teórico

que os alunos implementem o grêmio estudantil, garantindo a liberdade na sua

organização. Assim, para subsidiar o trabalho deste colegiado de gestão, a

Secretaria de Estado da Educação do Paraná elaborou, em conjunto com

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educadores e de acordo com normas e resoluções nacionais, o Estatuto do Grêmio

Estudantil. Este serve de suporte para todo o trabalho dentro da escola, contendo as

normas de funcionamento e a função deste órgão colegiado.

Além do grêmio estudantil existe também, o Conselho Escolar e Associação

de Pais, Mestres e Funcionários (APMF), instâncias que auxiliam de forma

importante na ampliação da democracia nos processos de gestão e organização da

escola.

Todavia, isso tudo pode não ter relevância se o princípio democrático não

estiver sustentando a organização dessas instituições, isto é, de pouco vale a

criação das instâncias colegiadas se não há disposição dos profissionais que nela

atuam ou no sistema de ensino, ou dos estudantes e seus familiares ou mesmo da

sociedade em geral, na edificação de espaços para o diálogo, nos quais todos,

independente da condição social ou vinculo com a educação, possam participar,

opinando e tendo suas opiniões ouvidas, respeitadas e consideradas.

Isto posto, garantir a constituição das instâncias colegiadas na escola,

significa garantir um dos princípios da gestão democrática e do planejamento

coletivo, visto que todo o trabalho escolar possui uma natureza coletiva. Essa

afirmação se sustenta no pressuposto de que todas as ações na escola convergem

para um mesmo objetivo que a formação do/a estudante.

4. O Projeto de Intervenção Pedagógica: implementação e reflexões.Pensando na garantia dos princípios da gestão democrática da escola, o

projeto de intervenção pedagógica aplicado com o grupo do Grêmio Estudantil do

Colégio Estadual Antonio Dorigon, possibilitou o fortalecimento dessa instância

colegiada, ampliando o conhecimento em relação a estrutura e organização da

escola, bem como os mecanismos de participação e de gestão democrática.Essa

intervenção foi desenvolvida em quatro encontros de oito horas, com a discussão

varias temáticas.

No primeiro encontro, foram discutidos os conceitos e as definições sobre a

relação entre juventude e sociedade, determinando os sujeitos que constituem a

escola, seus direitos e deveres. Novaes, 2007, ressalta que se deve compreender a

juventude atual para desvendar o mundo de hoje. Sendo assim, mapeou-se a

realidade escolar conhecendo melhor a juventude que compõe a escola, a sua

origem, os seus interesses, a forma que percebem a escola e o que espera dela.

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De concreto houve a construção de um mural na escola em que cada jovem

aluno/a pode escrever sobre o que gostava na escola e o que poderia melhorar, bem

como deixar a sua marca, algo que o identificasse. O resultado desse trabalho foi

um grande mural com desenhos, frases, poemas, pequenas palavras que

identificavam os desejos desses sujeitos. Percebeu-se que os eles são diferentes,

pertencem a diversas realidades (do campo e da cidade). Trazem para a escola

diferentes culturas que se misturam e se enriquecem na diversidade. Portanto, é

necessário compreender que os jovens são marcados por diferentes representações

sociais sobre o mundo que os cerca.

No segundo encontro discutiu-se o projeto político pedagógico e a gestão

democrática, além de algumas reflexões sobre a função social da escola. A

participação do Grupo do Grêmio foi muito significativa, discordaram, debateram,

colocaram suas ideias, e teceram algumas conclusões, como a de que não

conhecem de fato a escola que estudam, não sabiam que havia um projeto político

pedagógico que retratava a realidade escolar. E que este é construído de forma

coletiva, embora nunca tenham sido convidados a participar e opinar na sua

construção.

Quanto aos conceitos de gestão democrática e participativa, foi possível

perceber que a gestão democrática está somente presente nos discursos oficiais,

porque no dia a dia da escola não se efetiva e não há a participação necessária das

instâncias colegiadas. Muitas vezes a equipe gestora não faz questão dessa

participação, ficando restrita às questões burocráticas da escola.

No que se refere a sua função social, esta nem sempre é cumprida,

principalmente no que diz respeito a aprendizagem e não garante que todos

aprendam, porque muitos reprovam ou não demonstram interesse na

aprendizagem. Muitos vão para a escola apenas para encontrar os amigos. Não

possuem perspectivas de um futuro melhor. Já outros acreditam que a escola é um

espaço de aprendizagem, e procuram não só produzir, adquirir e compartilhar

conhecimento, mas percebem que a escola é a oportunidade para a busca de um

futuro melhor e de um trabalho digno.

Como resultado desse encontro se produziu alguns materiais sobre os

documentos que organizam a escola, como o regimento escolar, proposta

pedagógica, plano de trabalho docente, dando ênfase ao projeto político

pedagógico.

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No terceiro encontro a temática abordada foi referente ao que é o grêmio

estudantil e qual sua função na escola. Neste, os estudantes refletiram sobre a

importância do papel de cada membro participante do grêmio e o que cada um pode

contribuir para melhorar a escola que se tem. Conheceram a história e luta dos

movimentos estudantis por uma sociedade melhor e constataram que atualmente o

jovem não se tem mais essa formação política e nem um ideal coletivo que os

mobilize e a busca por um mesmo objetivo.

Neste mesmo encontro, fez-se a leitura e discussão do Estatuto do Grêmio

Estudantil, percebeu-se que ninguém havia nunca antes feito a leitura do Estatuto,

desconhecendo o seu conteúdo.. Perceberam a importância de conhecer melhor a

legislação e as formas de atuação do grêmio. Depois do estudo da parte legal e da

função do grêmio, organizaram algumas palestras sobre a questão do preconceito

racial e do bullying. Também organizaram os jogos interclasse do Colégio. Por fim

uma ação da equipe do grêmio bem importante foi em parceria com a Escola

Municipal Afonsina Mendes Sebrenski, na qual o grupo do Grêmio do Colégio

Antonio Dorigon, organizou um trabalho de formação com estudantes que fazem

parte do Grêmio Estudantil desta escola em processo de construção. Ao total foram

três encontros em que os dois grêmios se reuniram para troca de ideias, discussão

sobre o trabalho do grêmio e sobre a importância da participação dos alunos na

gestão escolar que se inicia ainda no Ensino Fundamental I. Percebeu-se que há

interesse, apresentaram ideias adequadas para melhorar a escola e atuar de forma

consciente.

Diante de toda a realidade observada e estudada nos três encontros

anteriores, no ultimo encontro foi possível reelaborar o plano de ação do grêmio para

os próximos dois anos, de forma mais consciente, organizada com conhecimento do

projeto político pedagógico da escola, para que as ações pensadas pelos estudantes

pudessem estar em consonância e contempladas no documento. O glano de ação

proposto será ainda analisado de forma mais criteriosa no inicio do ano, em que o

grupo do grêmio será recomposto tendo em vista que alguns estudantes não

permanecerão porque estão se formando no Ensino Médio. É incentivando os alunos a

participar da vida escolar e buscar uma educação de qualidade que os possam desenvolvem

um sentimento de pertencimento a escola, fortalecendo os vínculos e criando espaços de

participação.

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No Grupo de Trabalho em Rede foi possível ter um panorama de experiências de

professores e pedagogos de varias escolas narrando suas experiências sobre o grêmio

estudantil. Percebeu-se que em muitas escolas o grêmio ainda nem existe, em outras existe,

mas não atua. Tem dificuldade na organização e no desenvolvimento de ações, pois não

contam com o apoio da equipe gestora e nem dos professores. Em outras escolas atua, mas de

forma tímida. Não se teve nenhum relato de experiências positivas em relação a atuação do

grêmio. No entanto, o grupo de professores do GTR possibilitou a troca de experiências, de

ideias positivas de trabalho que surgiram com a discussão do tema e a pesquisa que se faziam

necessárias a cada atividade proposta. Acredita-se que o grupo de trabalho tenha motivado os

participantes a inovar em suas escolas e investir na formação dos estudantes.

5. Considerações finais

Este trabalho possibilitou reflexões, estudo e discussões sobre o Grêmio

Estudantil, instância colegiada extremamente importante na escola para a efetivação

da gestão democrática, conceito que tanto se fala, mas que na prática cotidiana

ainda temos muitos desafios para que a escola seja realmente espaço de

democracia, em que toda a comunidade possa contribuir para a uma escola de

qualidade.

A democratização da escola não é tarefa fácil, afirma Araújo (2012), pois

envolve múltiplas relações com diferentes sujeitos sociais, bem como passa pela

afirmação e pela criação de espaços de participação dos alunos nas discussões

políticas e pedagógicas da escola. Neste sentido, o autor acrescenta que os alunos

devem ser vistos como atores centrais desse processo e o alvo a ser atingido pela

gestão democrática, assim teremos a formação de alunos críticos, criativos e

autônomos. Isto não vai ocorrer de forma espontânea, devendo ser estimulada e

facilitada pela gestão democrática.

Os alunos que compõem a escola devem ser ouvidos e suas opiniões

consideradas, pois como nos relata Veiga

Para que aconteça uma verdadeira ação educativa na escola, essa deve necessariamente, garantir a autonomia dos alunos que interagem no processo educativo. Para tanto, deve adotar mecanismos que levem em conta a importância da participação dos alunos e demais integrantes da organização do trabalho pedagógico.(Veiga, 2000, p.123).

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O grêmio estudantil constitui um meio de participação dos alunos na vida

escolar, o que favorece a formação para a cidadania, tornando-se um espaço de

discussão, criação e tomada de decisão acerca do processo educativo, bem como

fortalecendo noções a respeito de direitos, deveres e convivência comunitária.O Grêmio Estudantil é o órgão máximo de representação dos estudantes dentro de

cada estabelecimento de ensino e tem como objetivos:

Representar condignamente o corpo discente; defender os interesses

individuais e coletivos dos alunos do Colégio; incentivar a cultura literária,

artística e desportiva de seus membros; promover a cooperação entre

administradores, funcionários, professores e alunos no trabalho Escolar

buscando seus aprimoramentos; realizar intercâmbio e colaboração de

caráter cultural e educacional com outras instituições de caráter

educacional, assim como a filiação às entidades, e lutar pela democracia

permanente na Escola, através do direito de participação nos fóruns

internos de deliberação da Escola (PARANÁ, 2009, p. 05).

Embora na prática, ainda existam muitos entraves, o grêmio estudantil,

situado na categoria de instância colegiada, precisa ocupar o seu lugar com

vontade, pois esse movimento formado essencialmente por alunos, quando

organizado e orientado coerentemente, tende a fortalecer o desenvolvimento da

participação cidadã, quando estes jovens conseguem desenvolver simples ações

culturais dentro do estabelecimento, estão num processo de intensificar a

aprendizagem, colaborando para a sua própria formação. “A construção da

cidadania envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e

social de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres” (Martins

2007, p.52).

Com este trabalho foi possível compreender também a necessidade do

trabalho do pedagogo como orientador, articulador, capaz de estimular os

estudantes a participarem e contribuírem para promover melhorias e mudanças no

processo educativo através de uma boa organização do Grêmio Estudantil.

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MARTINS, Rosilda Baron. Educação para a cidadania: o projeto político-pedagógico como elemento articulador. In: VEIGA, I. P. A. (org). Escola: espaço

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VEIGA, Ilma Passos Alencastro, Resende Lúcia Maria Gonçalves de (orgs). Escola: Espaço do projeto político pedagógico. 2 ª ed. Campinas: Papirus, 2000.

http://www.alunos.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=145

Acessado em 03/08/14.

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