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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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TEORIA E PRÁTICA: O Maravilhoso Mundo Físico

Gilmar Becker Onofre1 Ricardo Yoshimitsu Miyahara2

RESUMO: O artigo descreve estudo realizado com turmas do 2º ano do ensino

médio, envolvendo temas relacionados a termologia. Na intervenção pedagógica

realizada houve o desenvolvimento e a reflexão de atividades relacionadas a Teoria

e Prática do cotidiano de educadores e educandos com a perspectiva de registrar a

contribuição significativa ou não no processo de ensino aprendizagem com aulas

experimentais. O objetivo principal desse estudo foi verificar e desenvolver

experimentos juntamente com alunos, analisar os fenômenos físicos, estabelecer

fundamentação para o conhecimento por meio de experiências, verificando a real

eficiência ou não da relação Teoria e Prática no ensino aprendizado. Com a

elaboração das atividades experimentais durante as aulas podemos construir

alternativas de reflexão dos conteúdos no sentido de estabelecer uma formação

mais sólida, trabalhar com metodologia diferenciada das aulas tradicionais

expositivas. Por meio da pesquisa, podemos identificar uma participação maior dos

alunos na verificação dos fenômenos, na construção e compreensão do

conhecimento nas aulas baseadas em experimentos. Comparando com outra turma

trabalhada com aulas expositivas, podemos constatar o empenho dos educandos na

elaboração das atividades, pois o envolvimento dos educandos nas atividades é

evidente e desperta sua curiosidade por fenômenos que muitas vezes passa

desapercebido em nosso cotidiano, sem deixar de considerar a satisfação na

elaboração das atividades em grupo que por sua vez nos remete a oportunidade de

despertar a convivência e a troca de informação com os componentes do grupo.

Palavras-Chave: Teoria e Prática; Experimentos; Calor; Termologia.

1 Professor da Rede Pública Estadual de ensino do Paraná. [email protected] 2 Professor Doutor do Departamento de Física, Orientador PDE da Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná – Unicentro. [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento do conhecimento científico e sua aplicação, notadamente

vem interferindo nas atitudes e comportamentos do ser humano, diretamente e

indiretamente. A evolução nos meios de comunicação, encurtando distâncias entre

as culturas, meios de transporte mais eficientes, movas descobertas no campo da

medicina contribuindo para melhorar e aumentar a vida do homem.

Neste sentido, o ensino de Física é um dos principais instrumentos para o

conhecimento do mundo que nos rodeia, sua dinâmica e seus fenômenos.

Desconhecê-lo é condenar-se à alienação. Ao profissional desta área, faz-se

necessário desenvolver práticas com intuito de vencer mitos relacionados à Física,

incutidos no educando por meio do seu conhecimento empírico. Propõem-se

desafios para alcançar maior eficiência no processo ensino-aprendizagem, usando

como apoio as DCEs – Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do

Paraná e os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, buscando integrar os

conteúdos, a realização de práticas.

A construção do conhecimento terá maior eficiência quando existir uma

relação teórico-prática, que garanta o desenvolvimento integral do indivíduo. Quanto

mais instrumentalizados os alunos estiverem em Física, maiores chances terão de

dialogar com o mundo tecnológico, científico e político.

Professores e alunos do Ensino Médio, detectam preocupação com a falta de

instrumentos para a real implementação da proposta; seguida de uma falta quase

absoluta, em algumas escolas, de materiais didáticos, professores fora da disciplina

de formação atuando com as condições que muitas vezes são impostas pelo

sistema, gerando distância no elo educando e conhecimento para o ensino de

Física.

Tal necessidade de estudo está embasada em uma retomada construtivista

do ensino através de um aperfeiçoamento maior para que possa dar maiores

condições aos alunos na compreensão destes conteúdos. Assim, este estudo,

possibilitará a análise da eficiência do experimento na construção do conhecimento,

relacionando o censo comum e o científico, rompendo as possibilidades do dualismo

entre a teoria e a prática.

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Para tanto, o método de ensino de Física que analisamos deverá impulsionar

a relação dinâmica entre teoria e a prática no ensino, onde a ação educativa é feita

por meio da associação dos experimentos com a realidade do aluno. A metodologia

aqui aplicada possibilita ao educando assentar suas experiências concretas de vida,

reproduzir espaço para diálogo, participar e trocar informações.

A conexão teoria-prática que propomos proporcionará análise dos conflitos

internos dos educandos e educadores a fim de desencadear mudanças significativas

na reconstrução do ensino de ciências. Para Mello (1989) “experiências com formas

diferenciadas de participação deveriam ser estimuladas e avaliadas, inclusive para

detectar os conflitos e contradições que existem em diferentes padrões de interação

da escola com seu meio social” (p. 134).

Docente da disciplina de Física do ensino médio durante duas décadas no

Colégio Estadual José de Alencar, Estado do Paraná, deparo-me juntamente aos

colegas, por inúmeras vezes com planejamentos em que as maiores dificuldades

relacionam-se ao aprendizado e a construção do conhecimento. Diante de tais

indagações, quais os métodos mais eficazes para construir o conhecimento? Qual a

relação entre o conhecimento empírico e cientifico do aluno? As dificuldades no

ensino de ciências estão relacionadas ao sistema educacional ou ao método de

ensinar? Diante destes reflexos, é mister pensar a escola como mediadora do

conhecimento, um espaço de interação professor aluno diante da construção

coletiva do saber. Saber este, de forma organizada e sistematizada a partir de trocas

experimentais que venham possibilitar a construção do conhecimento científico e

não acabado.

2. TEORIA E PRÁTICA

Nas diversas situações que nos deparamos no processo de ensino

aprendizagem na disciplina de Física, uma nos leva a reflexão mais profunda na

construção do saber sistematizado; a metodologia desenvolvida enquanto

professores mediadores do conhecimento possibilitam ao educando e educador

construir de forma sólida o conhecimento científico? O sistema educacional adotado

em nossas escolas vem ao longo dos anos reproduzindo com raras exceções o

mecanicismo do livro didático com leitura, interpretação, desenvolvimento de

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atividades propostas pelo autor, identificando locais ou fatos ausentes do cotidiano

do aluno, caracterizando um total distanciamento da realidade vivida, como se a

ciência fosse advinda de um meio inexistente ao homem. De acordo com Faria

(1989) “o livro didático não vê o desenvolvimento do homem, da sociedade e o

progresso de trabalho dialeticamente relacionando o homem que produz sua

existência e sendo determinado pelo que e pelo como a produziu” (p. 22).

Diante das situações que encontramos em nossos trabalhos, entendendo que

enfrentamos fatores sociais, políticos e financeiros no sistema educacional do país

como um todo, faz-se necessário analisar com professores de Física, Equipe

Pedagógica e Alunos do Colégio Estadual José de Alencar – Ensino Médio. Qual a

contribuição das atividades experimentais durante as aulas de Física na

compreensão de conceitos, leis e formulações matemáticas que evidenciam o

conhecimento acadêmico sistematizado nas mais diversas áreas do

desenvolvimento tecnológico e científico?

O deslumbramento do homem pelo desconhecido ao longo dos tempos, não

apenas por sua curiosidade natural, muitas vezes pelo acaso ou necessidades de

sobrevivência, faz da mente humana um dos instrumentos mais significativos na

construção evolutiva da humanidade. É fascinante conhecer a maravilhosa história

que homens e mulheres tem construído durante muitos milênios, para que

possamos não só entender melhor o mundo em que vivemos, mas na medida do

possível transformá-lo para melhor. Esta história não está pronta, e cada indivíduo

nos dias atuais, é um agente de transformação. Segundo Saviani (1991) “o saber

objetivo produzido historicamente, mostrará resultado no processo educativo como

saber que interessa à educação” (p.224).

Assim, nesta magnífica história da construção do conhecimento, podemos

colocar a descoberta realizada por um ancestral nosso: (talvez ainda mais próximo

do macaco do que do homem), verificando que com uma vara poderia alcançar um

fruto mais alto em uma árvore, como uma das primeiras conquistas relacionada com

a Física.

Durante todo o paleolítico, o homem viveu da caça, pesca e coleta,

competindo com outros animais, utilizando-se de paus, pedras, ossos etc. Logo

surgiram as operações de melhoria destas primitivas ferramentas. Novos materiais

foram descobertos: dentes, conchas, fibras vegetais, couro e cascas converteram-se

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em martelos, peneiras, agulhas, raspadores, trituradores, arcos e flechas, roupas de

pele, canoas... Realizavam pinturas e esculturas naturalistas. É o início da

construção de um arsenal tecnológico. Conforme Coelho (1998) “dominar o fogo

deve ter sido uma tarefa muito perigosa e difícil” (p. 111).

A terra é capaz de produzir; os continentes tomam forma; o tempo passa e

novos conhecimentos são incorporados por tentativa e erro como: conhecimento

sobre a terra, fertilidade, sementes, técnicas de plantio e colheita, elaboração de

calendários agrícolas, armazenamento e cozimento de grãos, técnicas relacionadas

com a alimentação, com a extração de corantes, com o fabrico de cerâmicas e vidro,

com a produção de óleos aromáticos e venenos. Silveira (1998) compreende que:

A revolução do neolítico se dá com o domínio do homem sobre a natureza, estabelecendo-se com a domesticação de animais e cultivo de plantas, início da agricultura e pecuária, libertando o homem da necessidade da caça, pesca, coleta, afastando-o da competição com animais. (p.111)

A ciência se desenvolve, com a observação do mundo físico, o homem

procura explicações nos fenômenos naturais e a massa de conhecimento se

expande, no sentido de um saber prático, com receitas úteis, que funcionem; as

tribos se estabelecem em campos permanentes à margem dos rios. Com lugar fixo,

as choupanas são transformadas em casas, as aldeias em cidades.

Neste sentido percebemos a real transformação acelerada da humanidade,

dia após dia, década após década, séculos e milênios. Assim, a medida que as

gerações vão se modificando, as ciências contribuem em larga escala para as

inovações tecnológicas em todos os campos, facilitando cada vez mais os meios de

comunicação ligando todos os pontos do planeta.

Diante ao desenvolvimento científico e tecnológico, não podemos deixar de

salientar a melhoria nas condições de vida, mas não tão pouco temos que perceber

as transformações sociais que acompanham a humanidade. Temos muitas

preocupações ligadas a saúde, meio ambiente, comportamento social, exploração

dos recursos naturais como fontes de energia; neste sentido a contribuição cientifica

na busca por formas de energia sustentável e limpa é um desafio ao campo

científico e tecnológico.

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O homem,na ânsia de entender melhor e explicar sua existência, sua relação

com os demais e com a natureza, levanta hipóteses na e busca de explicações que

supram tais necessidades.

2.1 FÍSICA E COTIDIANO

Na disciplina de Física para o Ensino Médio, mais especificamente para a 2ª

série, os temas do assunto de Termologia estão interligados na sua praticidade e

contextualização do dia-a-dia de pais, alunos e professores. Para Mello (1994) “a

tomada de um eixo-histórico busca ver como se ensaiou a construção do

conhecimento, levando em consideração o princípio da realidade a fim de conduzir a

existência da verdade” (p. 204).

Entender a evolução do conhecimento, é uma alternativa que tem hoje o

respaldo de quem pensa em Educação para formar homens que viverão os novos

tempos, marcados pelo simbolismo da chegada do ano 2013. E que vivamos todos

esses tempos e contribuamos com a nossa parcela para que sejam tempos muito

melhores. Também na educação científica, neste crepúsculo do século XXI a

sedução atua de maneira inexorável. Seduzir é tirar alguém ou alguma coisa de sua

verdade. A leitura do mundo vai nortear a prática pedagógica com relação à

proposta curricular.

Esta leitura é embasada a partir das experiências de cada um e da reflexão

realizada a respeito destas práticas rotineiras do passado, do presente e do futuro,

superando o tempo e o espaço. O que se é hoje depende daquilo que se foi e que

se teve condições de ser no passado. O que seremos amanhã recorre da análise

crítica do passado, do projeto e compromisso da história que se queira construir e

assumir. Cada um busca conhecer com maior ou menor profundidade o mundo que

o cerca. Normalmente o relato se dá oral, escrito ou por meio de sinais e códigos

que se tem à disposição. Todo e qualquer ser humano é capaz de ler. O

entendimento do mundo pode ser produzido em todas as situações que nos

encontramos.

Para partir do conhecimento, não é privilégio de alguém, mas um direito de

todos os seres humanos, dotados de consciência, pois ensinar exige pesquisa. De

acordo com Paulo Freire (1996):

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A curiosidade ingênua, de que resulta indiscutivelmente um certo saber, não importa que metodicamente, desrigoroso, é a que caracteriza o senso comum. O saber de pura experiência feito. Pensar certo, do ponto de vista do professor, tanto implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito e o estímulo à capacidade criadora do educando. (p. 29)

A observação dos fenômenos naturais e os esquematizados em laboratório, a

interpretação do ambiente físico, as relações entre fenômenos, e entre esses e o

meio, garantem ao aluno, condições para dominar os conhecimentos científicos

básicos, por meio da investigação e compreensão dos fenômenos, bem como da

constituição, da importância e da relação que existe entre os temas de Termologia.

A relação teoria-prática é de extrema importância para dinamizar, motivar e

facilitar a aprendizagem dos alunos. O ponto de partida está na sensibilidade para

perceber os fenômenos e perguntar sobre eles. Descrever dados sobre o objeto em

estudo, estabelecendo o entendimento de como ocorre e porque se processa de tal

modo. Buscar além das aparências, as relações e os significados. Segundo Mello

(1989) “é ai que se produz ciências adquirindo um novo entendimento do objeto” (p.

134).

A partir dos resultados obtidos das atividades práticas, decorrentes da

curiosidade e observação dos alunos, conduzirá os mesmos a uma hipótese e

consequente explicação do fenômeno ocorrido. Os métodos utilizados para o

ensino-aprendizagem das ciências exatas em geral, e da Física em particular, tem

sido assunto polêmico desde tempos remotos, porém tem se intensificado nos

últimos anos.

Os professores atuantes na disciplina de Física reclamam que a cada ano o

nível de conhecimento dos estudantes que chegam no Ensino Médio vem

diminuindo, ou seja, o professor vê-se obrigado a revisar constantemente conteúdos

de matemática para que possa desenvolver as atividades de sua disciplina.

Entretanto, ele deve lembrar-se que a Física é uma ciência essencialmente

experimental e que não deve ser matematizada conforme tem ocorrido nos últimos

tempos.

Este modo de apresentar a Física transmite ao estudante uma visão

deformada desta ciência, uma vez que pela sua própria natureza ela não foi

desenvolvida desta maneira. Esta matematização aliada a carência de

demonstrações experimentais tem provocado uma excessiva desmotivação por

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parte dos estudantes, o que torna-se um círculo vicioso. A falta de equipamentos

para laboratório não se justifica, uma vez que, muitos experimentos podem ser

desenvolvidos a partir de equipamentos construídos pelos próprios alunos e

realizados na sala de aula, sob a orientação do professor. Bonadiman (1993)

compreende que ao professor cabe preocupar-se com a interpretação do fenômeno

e afirma que “caberá ao professor à explicação física do fenômeno, e isto, muitas

vezes pode ser constrangedor se ele não possuir o nível de conhecimento suficiente

para tal e tampouco tiver interesse em aprofundar sua pesquisa” (p. 248) e

acrescenta que o principal motivo para a inexistência de aulas práticas é a falta de

interesse e de motivação de estudantes e professores. Entretanto, na disciplina de

Física, a qual aborda todos os fenômenos naturais que nos cercam, não há de faltar

assuntos de interesse para que se possa motivar certo número de estudantes.

As aulas práticas não devem ser vistas como mera repetição mecânica de

receitas e técnicas, mas principalmente oportunidade de discussão, interpretação da

teoria-prática da interação com o cotidiano e mesmo de interação interdisciplinar.

Pois segundo Demo (1994):

O conhecimento, que formalmente é um tipo de discurso, completa-se na prática, sem a qual fica acadêmico, e com a qual, se reconstitui na teoria. Não serve apenas para armazenar informações, mas especificamente, para mudar a história, humanizar a realidade da vida. Isto quer dizer, a prática é essencial à teoria e a teoria é indispensável à prática. (p. 168)

Os trabalhos, as pesquisas, as aulas práticas de laboratório e outros podem

ser demonstrados sumariamente em relatórios. O relatório é a exposição escrita de

fatos verificados mediante pesquisas e execução de serviços ou de experimentos

práticos desenvolvidos pelos alunos sob supervisão do professor que devem ser

suficientemente claros para não deixar dúvidas quanto ao método empregado e a

interpretação dos resultados obtidos, tornando-se assim um dos instrumentos de

avaliação e auxiliando o educando na fixação dos temas abordados.

3. TEORIA E PRÁTICA: Uma Abordagem Pedagógica para o Ensino de Física

O desenvolvimento do projeto elaborado pelo pesquisador teve como base a

grande dificuldade que a maioria dos professores de Física mais especificamente,

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revela no seu dia a dia em estabelecer relação do conhecimento científico

formalizado com a realidade do educando. Percebe-se que as disciplinas que

envolvem as ciências mais especificamente a Física, possuem ao longo dos tempos

rótulos as considerando difíceis. A compreensão de fenômenos, a linguagem

científica, formulações matemáticas e a formulação de hipóteses durante as

interpretações, muitas vezes nos leva aos velhos jargões que “física é difícil” ou é

“um bicho de sete cabeças” entre professores e alunos, mesmo por que grande

parte dos profissionais da disciplina não possui licenciatura em Física para ministrar

aulas no ensino médio.

As universidades que disponibilizam o curso de licenciatura em física hoje no

Brasil, possuem a realidade de ingresso muito pequena e por sua vez, ao final da

graduação o número de formandos na sua maioria é muito pequena. A

desqualificação de docente nos remete a mera repetição de atividades relacionadas

em livros didáticos que poderiam ser útil como apoio pedagógico ao trabalho

desenvolvido em sala de aula. Percebemos ainda na prática pedagógica de

docentes da disciplina de Física, o enfoque na solução de problemas que não

condizem com a realidade dos alunos, com a intenção que o aprendizado ocorra

com memorização de meras atividades soltas e não com as competências

adquiridas ao longo do processo ensino aprendizagem.

Nessa perspectiva, a mudança da forma de ensinar Física, especialmente no

Paraná, há a intenção de que a disciplina remeta o aluno ao posicionamento crítico

social, visando a interação do conhecimento cientifico eficiente e as transformações

sociais com autonomia, conforme descrita nas diretrizes da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná – SEED PARANÁ, (2008):

Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo

contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares e

colocando sob suspeita tanto a rigidez com que tradicionalmente se

apresentam quanto o estudo de verdade atemporal dado a eles. Desta

perspectiva, propõe-se que tais conhecimentos contribuam para a crítica às

contradições sociais, políticas e econômicas presentes nas estruturas da

sociedade contemporânea e propiciem compreender a produção científica,

a reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em que elas se

constituem. (p. 14)

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3.1 METODOLOGIA UTILIZADA

Na perspectiva de uma abordagem baseada na reflexão e compreensão dos

fenômenos físicos durante a montagem do experimento e realização do mesmo, o

desenvolvimento do projeto nos remeteu na elaboração de atividades conjunta

professor/aluno. A construção dos experimentos em equipes, acompanhamento do

professor, contextualização, reflexão do grupo a respeito dos fenômenos ocorridos

para chegar ao conhecimento científico teórico nos levou a questionar a metodologia

que por muitos anos vem sendo empregada em nossas aulas de Física, ou seja,

estudo da teoria para posteriormente realizar a comprovação teórica com uma

prática.

Neste projeto foi proposto realizar o processo inverso, uma alternativa que

nos possibilite a construção do conhecimento com metodologia eficiente a reflexão

de um conhecimento sólido ao educando.

A elaboração passo a passo de atividades experimentais com a participação

dos alunos em equipe orientados pelo professor, analisando os fenômenos

ocorridos, possibilidades de erros, resultados obtidos e posteriormente a construção

de conceitos para finalmente chegar a comparação com teorias já estabelecidas nos

livros didático, nos remete a concepção de que podemos ter resultados mais

significativos no processo de ensino aprendizagem quando partimos do experimento

para chegar a teoria. Percebe-se que a alternativa metodológica experimental e

prática após formulação teórica oportunizam ao educando maior sustentação dos

conceitos científicos para um conteúdo específico elaborado, mas para tanto o

educador deve elaborar sua aula, ter um passo a passo.

A abordagem metodológica inicia-se em sala de aula, este é o momento em

que o professor leva o aluno ao questionamento, o educando é provocado a

reflexão, as questões são lançadas, é o ponta pé a dúvida. Momento este, de retirá-

los da comodidade, do ponto de equilíbrio, da certeza de suas afirmações,

questionarem seus conceitos. Diante das dúvidas para o conteúdo proposto, a

organização prévia do material para realizar o experimento torna-se fundamental.

A organização do laboratório ou espaço a ser utilizada no experimento,

composição da turma em grupo que proporciona a reflexão e observação dos

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fenômenos ocorridos é muito importante. O professor, com os materiais dispostos

para cada grupo conduz a prática, sendo que os registros devem ser feitos por todos

os componentes.

A observação é ponto fundamental, pois juntamente com os registros irá

auxiliá-los na reflexão dos fenômenos ocorridos, levando-o ao conceito

cientificamente elaborado, possibilitando a comparação com o conhecimento

adquirido em seu cotidiano.

É chegada a hora da reflexão, primeiro em pequenos grupos, toda a sala de

aula, com a participação do educador mediando o caminho o aluno realiza registros

e elabora conceitos para posteriormente compará-los com os já existentes em

nossos livros didáticos.

A abordagem do profissional de educação é ponto primordial, pois, o passo a

passo das atividades levará o educando a conceitos sólidos se a organização prévia

da aula, a condução e o desenvolvimento estejam bem claros para o professor,

neste sentido a alternativa metodológica será eficiente a medida que ocorrer

comprometimento de todos.

Na elaboração das atividades de Termologia (Processos de Propagação do

Calor), mais especificamente com alunos do segundo ano do ensino médio

vespertino do Colégio José de Alencar – Nova Prata do Iguaçu Pr, a organização

dos materiais alternativos pelos alunos, montagem passo a passo do experimento,

desenvolvimento da atividade, registro dos resultados obtidos, reflexão em grupo

dos fenômenos e posteriormente análise das teorias elaboradas em livros didáticos

nos apontou excelentes resultados nas avaliações posteriormente elaboradas e

aplicadas à turma pelo pesquisador, comparada com outra turma de ensino médio

que por sua vez as aulas foram desenvolvidas com metodologia tradicional teoria/

prática, sem levar em consideração o grau de satisfação da turma durante as aulas.

3.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Não podemos deixar de destacar que o relacionamento amistoso dos alunos,

o respeito a opinião do colega, o trabalho em equipe, caracterizou-se de forma

eficiente a construção do saber elaborado e ao seu final sistematizado por todos.

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Neste contexto uma aula de Física elaborada inicialmente com atividades

experimentais simples, mas bem conduzida pelo professor pode nos trazer

resultados mais satisfatórios ao conhecimento científico principalmente na disciplina

de Física, que ao longo de muitas décadas arrasta-se a mera resolução de

exercícios matemáticos ou decoreba de conceitos previamente estabelecidos em

livros didáticos.

Se ao longo dos anos temos nos arrastados por formulações e conceitos

previamente estabelecidos em livros, conceitos estes distantes da realidade do

educando, e não conseguimos romper com o baixo número de alunos que

conseguem adquirir um conhecimento sólido durante o ensino médio, temos a

ousadia de propor alternativas metodológicas que possam contribuir com o processo

de transformação em nossas salas de aula.

A concepção do meio passa a ser o enfoque da prática educativa mais

significativa na disciplina de ciência, mais precisamente em Física, evitando que o

aprendizado torne-se mecânico pela repetição.

Moreira (2009), esclarece em relação a aprendizagem significativa:

Sabemos que a aprendizagem significativa caracteriza-se pela

interação entre o novo conhecimento e o conhecimento prévio. Nesse

processo, que é não- literal e não arbitrário, o novo conhecimento adquire

significados para o aprendiz e o conhecimento prévio fica mais rico, mais

diferenciado, mais elaborado em termos de significados, e adquire mais

estabilidade. [...] Hoje, todos conhecemos que nossa mente é conservadora,

aprendemos a partir do que já temos em nossa estrutura cognitiva. [...] Na

aprendizagem significativa, o aprendiz não é um receptor passivo. Longe

disso. Ele deve fazer uso dos significados que já internalizou, de maneira

substantiva e não arbitraria, para poder captar os significados dos materiais

educativos. Nesse processo, ao mesmo tempo que está progressivamente

diferenciando sua estrutura cognitiva, está também fazendo a reconciliação

integradora de modo a identificar semelhanças e reorganizar seu

conhecimento. Quer dizer, o aprendiz constrói seu conhecimento, produz

conhecimento. (p. 3-4)

Contudo, o emprego dessa metodologia requer do educador uma postura de

comprometimento, pois, a preparação do professor que sabe onde quer chegar, é

processo fundamental ao desenrolar das atividades. Não basta ir ao laboratório

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executar a atividade com a turma, mas a necessidade de se permitir, estarem

abertos a novas indagações, as distorções que podem ocorrer no caminho, leva ao

educador/educando uma visão mais ampla de todo o conceito de ensino

aprendizagem; visão esta, que requer transformações do indivíduo em um todo,

cidadão social que contribui com o meio que está inserido.

Com desenvolvimento do projeto, percebemos que a satisfação dos alunos

durante as aulas era evidente, a participação nas atividades é espontânea, e a

curiosidade é despertada. Em aulas posteriores o aluno tem facilidade para relatar

os fenômenos ocorridos na prática, possui recursos verbais no momento de elaborar

perguntas e respostas sem deixar o cunho científico de lado.

Quanto ao processo de avaliação, mesmo sendo continuo, torna-se evidente

nas avaliações individuais a capacidade e a qualidade do conhecimento adquirido no

processo relacionado a outras aulas de forma expositiva.

Na perspectiva de alternativa metodológica a aplicação do projeto, realizou-se

junto aos alunos comparativos de avaliação, é o grau de satisfação com as aula

foram grandes, visto que, as notas nas avaliações foram surpreendentemente boas,

em um comparativo com outra trabalhada de forma expositiva.

Não queremos aqui salientar que a metodologia proposta será eficiente em

todos os casos e temas trabalhados, mas podemos lembrar que a organização

passo a passo de uma aula poderá levar a bons resultados e a abordagem

experimental para posterior relacionamento teórico é fundamental e eficiente.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino de Termologia – Processos de Propagação do Calor, no Ensino

Médio é fundamental ao educando na compreensão de fenômenos ocorridos em seu

dia a dia. A interpretação, o conhecimento científico a respeito da transmissão do

calor, relacionado ao conhecimento prévio que o educando possui, possibilita a

interação com o meio ao qual insere-se. Neste sentido, pode contribuir de forma

significativa nas relações humanas com o desenvolvimento sustentável, aumentando

as possibilidades e tornando mais eficiente os recursos naturais e científicos que

possuímos.

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Sendo assim, a compreensão dos recursos tecnológicos que possuímos e

podemos desenvolver, tem caráter fundamental. Cabe ao educador direcionar o

educando, comprovando que o conhecimento científico adquirido auxiliará nas

relações sociais, homem/recursos naturais.

A contribuição mais significativa ou não da metodologia desenvolvida

Prática/Teoria ao nível de aprendizado do aluno, dependerá do empenho do

profissional da disciplina. Empenho este que requer preparação anterior do

professor, dos métodos a ser desenvolvidos durante o experimento, pois podemos

perceber que uma aula mal preparada, com experimento sem ponto de partida e

sem saber onde se quer chegar, pode ser quão tradicional a uma aula expositiva.

O amparo ao planejamento conduz o educando a ter mais segurança, assim

nos remete ao contexto que a organização do planejamento é fundamental à prática

docente, com caminhos a serem percorridos com educadores e educando. Não

podemos esperar bons resultados de ações imediatistas que apenas cumprem um

determinado tempo, pois, a compreensão do conhecimento científico e a utilização

dos mesmos requerem empenho e método.

A pesquisa indicou que podemos chegar a bons resultados, com níveis de

conhecimento científico satisfatório ao aluno com o desenvolvimento da metodologia

prática/teoria tendo como foco estimular a participação em grupo na realização das

atividades, visando o processo educativo contínuo baseado na construção coletiva

do saber, respondendo a questão norteadora da pesquisa.

5. REFERÊNCIAS

BONADIMAN, Hélio. Um ensino experimental: Coleção ensino de 2º grau. 2ª ed. Ijuí: Unijuí, 1988.

___________, Integração teoria, experimento e cotidiano: Coleção ensino

de 2º grau. 2 ed. Ijuí: Unijuí, 1993. COELHO, Paulo T. S. P. A Imagem na Educação: A Arte Pré-Histórica.

Brasília, MEC – Ministério da Educação e do Desporto. Coleção Salto para o futuro, 1998.

DEMO, Pedro. Desafios modernos da Educação. 2ª ed. Rio de janeiro:

Vozes, 1993.

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Cortez: Autores Associados, 1989. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática

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Polêmicas do nosso tempo. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 1989. ___________, Cidadania e Competitividade: Desafios educacionais do

terceiro milênio. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1994. MOREIRA, Marco Antonio. Aprendizagem significativa crítica. Disponível

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SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 10ª

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Brasília, MEC – Ministério da Educação e do Desporto. Coleção Salto para o Futuro, 1998.

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APÊNDICE 1 – AULA EXPERIMENTAL PASSO A PASSO

Experimento 04

Título: Irradiação

Objetivo Geral: Compreender a propagação do calor por irradiação.

Objetivos específicos: Avaliar transmissão do calor. Identificar as características da

irradiação do calor. Refletir como este processo ocorre. Verificar quais os meios necessários

para que este processo ocorra.

Material utilizado: Suporte de madeira, dois termômetros graduados na escala

Celsius, fio de linha, duas latas de refrigerante ou similar, tampa de borracha, vela e tintas

(branca e preta).

Desenvolvimento passo a passo: Neste processo você poderá analisar alguns

aspectos de propagação do calor que interferem significativamente no nosso dia a dia.

Inicialmente de posse do aparato de madeira conforme indica a figura 12, pinte as latas ou

similar uma de cada cor (branca e escura), após algum tempo com a tinta seca, introduza os

termômetros nas latas, vedando com a tampa de borracha. Pendure os termômetros com o

auxílio das linhas ao suporte de madeira de forma que as latas fiquem a uma distância da

outra a 10 cm e na mesma linha horizontal do pavio da vela.

Figura 12 – Irradiação.

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Fonte: BONADIMAN. HÉLIO, 1993.

Deixe o sistema em repouso por alguns minutos sem entrar em contato com ele até

que ocorra equilíbrio térmico. Registre o valor das temperaturas indicadas em cada

termômetro, antes de acender a vela na tabela indicada a baixo. Repita o registro com a

vela acesa após um intervalo de tempo a cada 2 minutos e analise cuidadosamente a

temperatura a cada intervalo de tempo.

Tabela 02 – vela acesa

Tempe

raturas

C

or Clara

Cor

Escura

Ө1

Ө2

Ө3

Ө4

Ө5

Após os registros do procedimento anterior, apague a vela, registre a temperatura e

a cada intervalo de 2 minutos verifique a temperatura registrando na tabela. Realize um

comparativo de aumento ou queda de temperatura para os dois procedimentos.

Tabela 03 – vela apagada

Tempe

raturas

C

or Clara

Cor

Escura

Ө1

Ө2

Ө3

Ө4

Ө5

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Reflexões:

a) Com base nas observações e registros na tabela 02, discuta com seus pares como a

temperatura se modifica em relação ao tempo de exposição para cada cápsula.

b) A medida que aumenta o tempo de exposição, a fonte de calor, qual dos corpos sofre

maior variação de temperatura? Explique.

c) Se um dos corpos sofre maior variação de temperatura. Explique por quê?

d) Na realização do segundo registro na tabela 03, ocorre variação de temperatura? Se

ocorrer, é na mesma escala da tabela 02?

e) Compare os registros para a cor escura e clara entre uma tabela e outra.

f) Analisando a tabela 02, qual dos corpos ganha mais energia? Por quê?

g) Realise a mesma analise para a tabela 03.

h) Como podemos explica o ganho de energia em cada registro?

i) Com base nas atividades, explique por que não é recomendado pintar os ambientes

de uma residência de cor escura.

j) No período do verão não é recomendado usarmos roupas de cor escura. Por quê?

k) Em lugares áridos, como o deserto, temos altas temperaturas durante o dia (60ºC) e

a noite temperaturas negativas em algum período do ano. Como podemos explicar

esse fenômeno?

Conclusões: Neste processo podemos perceber que as ondas de calor são

irradiadas sem deslocamento de matéria e nem tão pouco necessitam da mesma para se

propagarem, ocorrendo no vácuo através de ondas eletromagnéticas. Podemos perceber

que a absorção da energia no experimento anterior é maior na capsula escura, pois absorve

todas as ondas dentro da faixa do espectro da luz visível, ou seja, se ganha energia de

forma mais rápida em relação à outra capsula (branca), da mesma forma, perde energia

com maior rapidez.

Comentários: As reflexões direcionadas pelo professor neste sentido são de

fundamental importância para que o aluno através da retomada de cada atividade, reflita

sobre seu conhecimento e estabeleça relação consistente dos conceitos científicos,

incorporando ao seu cotidiano. Estabelecer a ponte do conhecimento científico

sistematizado com o desenvolvimento tecnológico atualizado, considerando assim a

aplicabilidade dos conceitos físicos ao seu dia a dia.