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TENDÊNCIAS CURRICULARES. Ival Rabêlo. TEORIA DO CURRÍCULO?. Pós-Estruturalismo: corrente de análise social e cultural; Teorias não se limitam a descobrir, descrever e explicar; - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: TENDÊNCIAS CURRICULARES
Page 2: TENDÊNCIAS CURRICULARES

TEORIA DO CURRÍCULO? Pós-Estruturalismo: corrente de Pós-Estruturalismo: corrente de

análise social e cultural;análise social e cultural; Teorias não se limitam a Teorias não se limitam a

descobrir, descrever e explicar;descobrir, descrever e explicar; As teorias produzem “objetos”. As teorias produzem “objetos”.

Ao descrever um “objeto”, a Ao descrever um “objeto”, a teoria, de certo modo, inventa-o teoria, de certo modo, inventa-o (é uma construção social).(é uma construção social).

Visão da Teoria como Discurso ou Visão da Teoria como Discurso ou Texto;Texto;

Page 3: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Então: Um discurso sem currículo produz ou Então: Um discurso sem currículo produz ou constrói uma visão particular de currículo.constrói uma visão particular de currículo.

Procura-se: uma compreensão da noção de Procura-se: uma compreensão da noção de teoria que nos mantenha atentos ao seu teoria que nos mantenha atentos ao seu papel ativo na constituição daquilo que ela papel ativo na constituição daquilo que ela supostamente descreve.supostamente descreve.

Portanto: Não há uma definição pronta e Portanto: Não há uma definição pronta e acabada de currículo; um verdadeiro acabada de currículo; um verdadeiro significado.significado.

TEORIA DO CURRÍCULO?

Page 4: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Tentativa de expressar idéias s/ currículo da forma como ele é

definido por diferentes autores e teorias

A questão da definição de currículo é: Menos ontológica: O que é

currículo? Mais histórica: como, em

diferentes momentos, em diferentes teorias, o currículo tem sido definido?

Page 5: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Quais as questões uma teoria do currículo buscaria

responder?O que ensinar?

•Natureza da Aprendizagem• Natureza Humana•Natureza do conhecimento

Cultura&Sociedade

O que as pessoas devem saber??

Page 6: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Qual conhecimento ou saber é considerado importante/válido/essencial para merecer

ser considerado parte do currículo? Critérios de seleção de “conteúdos”:Critérios de seleção de “conteúdos”:

De um universo mais amplo de De um universo mais amplo de conhecimentos e saberes seleciona-se conhecimentos e saberes seleciona-se aquela parte que interessa ao currículo.aquela parte que interessa ao currículo.

Portanto, a pergunta “o que ensinar?” nunca Portanto, a pergunta “o que ensinar?” nunca pode ser deslocada de outra pergunta pode ser deslocada de outra pergunta fundamental:fundamental: O que as pessoas devem ser?O que as pessoas devem ser? O que elas vão se tornar?O que elas vão se tornar?

Devemos pensar o que ensinar a partir das Devemos pensar o que ensinar a partir das pessoas que vamos formar e para quê formar.pessoas que vamos formar e para quê formar.

Page 7: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Etimologia: Currículo curriculum No curso da “corrida” que é o currículo, o que nos No curso da “corrida” que é o currículo, o que nos

tornamos? tornamos? Afinal: um currículo busca precisamente modificar as Afinal: um currículo busca precisamente modificar as

pessoas que vão “seguir” aquele currículo;pessoas que vão “seguir” aquele currículo; Qual é o tipo de ser humano desejável para um Qual é o tipo de ser humano desejável para um

determinado tipo de sociedade?determinado tipo de sociedade? Racional e Ilustrada: Modelos Humanistas;Racional e Ilustrada: Modelos Humanistas; Otimizadora e competitiva: Modelos Tecnicistas e Otimizadora e competitiva: Modelos Tecnicistas e

Neoliberais;Neoliberais; Desconfiada e crítica dos arranjos sociais Desconfiada e crítica dos arranjos sociais

existentes: Modelos Críticos.existentes: Modelos Críticos.

Page 8: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Currículo & IdentidadesCurrículo & Identidades Toda essa questão passa por

uma discussão sobre identidades.

Por isso o currículo é também uma questão de identidade:

indivíduo sociedade

Page 9: TENDÊNCIAS CURRICULARES

TEORIAS DE TEORIAS DE CURRÍCULOCURRÍCULOTRADICIONAIS Ensino; Aprendizagem; Metodologia;

Avaliação; Didática; Organização;Planejamento; Objetivos

CRÍTICAS Ideologia; Reprodução Cultural e Social; Poder; Classe Social; Capitalismo;Relações Sociais de Produção; Conscientização; Emancipação e Libertação; Currículo Oculto e Resistência

PÓS-CRÍTICAS Identidade, Alteridade, Diferença, Subjetividade, Significação e Discurso;Saber-Poder; Representação; Cultura;Gênero, Raça, Etnia, Sexualidade, Multiculturalismo

Page 10: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O começo da crítica: Final da década de 60 e anos 70-80:

Movimentos contestadores e reivindicatórios; Livros, ensaios, teorizações que colocavam em cheque o

pensamento e a estrutura educacional tradicional; Explosão da literatura crítica (70-80)

Movimento mundial: EUA: Movimento de Reconceptualização (Pinar, Apple,

Giroux) Inglaterra: Nova Sociologia da Educação (Michael

Young); Brasil:Paulo Freire, Saviani, Libâneo França: Althusser, Bourdieu e Passeron; Baudelot e

Establet

Page 11: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Conteúdo da crítica: Os modelos tradicionais não estavam

preocupados em fazer qualquer tipo de questionamento relativamente aos arranjos: Sociais; Educacionais – vinculados a estrutura

social vigente; Teorias Tradicionais: teorias de aceitação,

ajuste e adaptação; Teorias Críticas: teorias de desconfiança,

questionamento e transformação radical.

Page 12: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Quadro Resumo das tendências críticas: Tendência Referências Conceitos/Interesses Representantes

Crítico-Reprodutivista

FrançaFrançaFilosofia MarxistaFilosofia MarxistaSociologia CríticaSociologia CríticaEUAEUA

Ideologia e Educ./AIEIdeologia e Educ./AIEReprodução Cult/Violência SimbReprodução Cult/Violência SimbEscola DualistaEscola DualistaRelações sociais na escolaRelações sociais na escola

Louis AlthusserLouis AlthusserBourdieu e PasseronBourdieu e PasseronBaudelot e EstabletBaudelot e EstabletBowles e GintisBowles e Gintis

Movimento Reconceptualista

Sociologia CríticaSociologia CríticaNeomarxismoNeomarxismoEducação (EUA)Educação (EUA)Fenomenologia/PsicanáliseFenomenologia/Psicanálise

Análise crítica do currículoAnálise crítica do currículoRelação: estruturas econômicas e Relação: estruturas econômicas e políticas e reprod. Culturalpolíticas e reprod. Cultural

Michael AppleMichael AppleHenry GirouxHenry Giroux

Willian PinarWillian Pinar

Pedagogias Dialéticas

Marxismo humanistaMarxismo humanistaFenomenologia Existen-Fenomenologia Existen-cialista e Cristãcialista e CristãMarxismo (Gramsci)Marxismo (Gramsci)

Educação Bancária. Educação Bancária. Emancipação do indivíduo e Emancipação do indivíduo e sociedade oprimidassociedade oprimidasPHC emancipação/ Transf. SocPHC emancipação/ Transf. Soc

Paulo FreirePaulo Freire

SavianiSaviani

Nova Sociologia da Educação

Sociologia (Inglaterra)Sociologia (Inglaterra)Crítica sociológica e Crítica sociológica e histórica dos currículos histórica dos currículos existentesexistentes

Quais interesses cercam o Quais interesses cercam o processo de seleção de processo de seleção de currículos? (organização curric)currículos? (organização curric)Conexões:currículo & poderConexões:currículo & poder

Michael YoungMichael Young

Códigos e Reprodução Cultural

InglaterraInglaterraTeoria Sociológica do Teoria Sociológica do CurrículoCurrículo

Códigos de conduta Códigos de conduta Noção de poder (Foucault)Noção de poder (Foucault)Códigos transmitidos no Códigos transmitidos no processoprocesso

Basil BersteinBasil Berstein

Page 13: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O currículo oculto O O currículo ocultocurrículo oculto é geralmente associado é geralmente associado

as mensagens de natureza afetiva, como as mensagens de natureza afetiva, como atitudes e valores, porém não é possível atitudes e valores, porém não é possível separar os efeitos destas mensagens das separar os efeitos destas mensagens das de natureza cognitiva.de natureza cognitiva.

Logo, o Logo, o currículo ocultocurrículo oculto está junto com as está junto com as normas de comportamento social como as normas de comportamento social como as de concepções de conhecimentos, que de concepções de conhecimentos, que são ligadas as experiências didáticas.são ligadas as experiências didáticas.

Page 14: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O O currículo ocultocurrículo oculto está oculto para o está oculto para o estudante, no qual há uma intenção estudante, no qual há uma intenção oculta, que é conhecida por quem a oculta, que é conhecida por quem a ocultou (o professor, o sistema, etc.).ocultou (o professor, o sistema, etc.).

Muitos professores não são conscientes Muitos professores não são conscientes do do currículo ocultocurrículo oculto. Eles estabelecem o . Eles estabelecem o contrato didático, o qual traduz os seus contrato didático, o qual traduz os seus objetivos e não percebem que o objetivos e não percebem que o currículo currículo ocultooculto é subjacente ao contrato didático. é subjacente ao contrato didático.

O currículo oculto

Page 15: TENDÊNCIAS CURRICULARES

o o currículo ocultocurrículo oculto pode estar sendo pode estar sendo utilizado na relação pedagógica utilizado na relação pedagógica sem que o professor perceba. Ele sem que o professor perceba. Ele utiliza a sua experiência para utiliza a sua experiência para transmitir o conteúdo da disciplina transmitir o conteúdo da disciplina e esta experiência é uma forma de e esta experiência é uma forma de currículo ocultocurrículo oculto. .

O currículo oculto

Page 16: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Violência simbólica Forma invisível de Forma invisível de coaçãocoação que se que se

apóia, muitas vezes, em apóia, muitas vezes, em crençascrenças e e preconceitospreconceitos coletivos. A coletivos. A violênciaviolência simbólicasimbólica se funda na fabricação se funda na fabricação contínua de crenças no processo contínua de crenças no processo de de socializaçãosocialização, que induzem o , que induzem o indivíduoindivíduo a se enxergar e a avaliar a se enxergar e a avaliar o mundo seguindo critérios e o mundo seguindo critérios e padrões do discurso dominante.padrões do discurso dominante.

Page 17: TENDÊNCIAS CURRICULARES

A violência simbólica ou institucional: que A violência simbólica ou institucional: que se mostra nas relações de poder, na se mostra nas relações de poder, na violência verbal entre professores e alunos, violência verbal entre professores e alunos, por exemplo. Segundo Bourdieu (2001), a por exemplo. Segundo Bourdieu (2001), a violência simbólica se tece através de um violência simbólica se tece através de um poder que não se nomeia, que dissimula as poder que não se nomeia, que dissimula as relações de força e se assume como relações de força e se assume como conivente e autoritário e; conivente e autoritário e;

Violência simbólica

Page 18: TENDÊNCIAS CURRICULARES

TEORIAS PÓS-CRÍTICAS: TEORIAS PÓS-CRÍTICAS: processos culturais pós-modernos Multiculturalismo;Multiculturalismo; Questões de gênero e pedagogia feminista;Questões de gênero e pedagogia feminista; Narrativa étnica e racial;Narrativa étnica e racial; Teoria Teoria queer;queer; Pós-Modernismo; Pós-Estruturalismo; Pós-Colonialista; Estudos Culturais; Etc...

Page 19: TENDÊNCIAS CURRICULARES

As relações de gênero e a pedagogia feminista.

Há uma profunda desigualdade Há uma profunda desigualdade dividindo homens e mulheres, dividindo homens e mulheres, e estende-se a educação e ao e estende-se a educação e ao currículo.currículo.

Há desigualdade do gênero Há desigualdade do gênero com questões de acesso, com questões de acesso, sobretudo nos paises sobretudo nos paises periféricos do capitalismo.periféricos do capitalismo.

Page 20: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O currículo como narrativa étnica e racial.

As teorias críticas focalizadas na dinâmica As teorias críticas focalizadas na dinâmica da raça e da etnia se concentram em da raça e da etnia se concentram em questões de acesso a educação ao currículo.questões de acesso a educação ao currículo.

A identidade étnica e racial está A identidade étnica e racial está estreitamente ligada às relações de poder estreitamente ligada às relações de poder que opõem o homem branco europeu às que opõem o homem branco europeu às populações dos países por ele colonizados.populações dos países por ele colonizados.

Um curriculo multiculturalista desse tipo Um curriculo multiculturalista desse tipo deixaria de ser folclórico para se tornar deixaria de ser folclórico para se tornar profundamente político.profundamente político.

Page 21: TENDÊNCIAS CURRICULARES

A teoria queer. Através da “estranheza” quer-se Através da “estranheza” quer-se

perturbar a tranqüilidade da perturbar a tranqüilidade da “normalidade”.“normalidade”.

O conceito de gênero foi criado O conceito de gênero foi criado para enfatizar o fato de que as para enfatizar o fato de que as identidades masculina e feminina identidades masculina e feminina são historicamente e socialmente são historicamente e socialmente produzidas.produzidas.

Page 22: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O pós-modernismo Para o pós-modernismo, o progresso Para o pós-modernismo, o progresso

não é algo necessariamente não é algo necessariamente desejável ou benigno.desejável ou benigno.

O pós-modernismo, inspirado no O pós-modernismo, inspirado no pós-estruturalismo, o sujeito não é o pós-estruturalismo, o sujeito não é o centro da ação social. Ele não centro da ação social. Ele não pensa, fala e produze: ele é pensa, fala e produze: ele é pensado, falado e produzido.pensado, falado e produzido.

Page 23: TENDÊNCIAS CURRICULARES

A crítica pós-estruturalista do

currículo. Foucault: não existe saber que não seja a Foucault: não existe saber que não seja a

expressão de uma vontade de poder. Ao expressão de uma vontade de poder. Ao mesmo tempo, não existe poder que não mesmo tempo, não existe poder que não se utilize do saber.se utilize do saber.

Uma perspectiva pós-estruturalista sobre Uma perspectiva pós-estruturalista sobre o currículo questionaria os “significados o currículo questionaria os “significados transcendentais”, ligados a religião, a transcendentais”, ligados a religião, a pátria, a ciência, que povoam o currículo. pátria, a ciência, que povoam o currículo. Buscaria perguntar: onde, quando, por Buscaria perguntar: onde, quando, por quem foram eles inventados.quem foram eles inventados.

Page 24: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Uma teoria pós-colonialista do currículo.

A análise pós-colonial busca examinar tanto A análise pós-colonial busca examinar tanto as obras literárias escritas do ponto de vista as obras literárias escritas do ponto de vista dominante, quanto àquelas escritas por dominante, quanto àquelas escritas por pessoas pertencentes às nações pessoas pertencentes às nações dominadas.dominadas.

Uma perspectiva pós-colonial exige um Uma perspectiva pós-colonial exige um currículo multicultural que não separe currículo multicultural que não separe questões de conhecimento, cultura e questões de conhecimento, cultura e estética de questões de poder, política e estética de questões de poder, política e interpretação.interpretação.

Page 25: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Os Estudos Culturais e o currículo.

Os Estudos Culturais concebem a cultura Os Estudos Culturais concebem a cultura como campo de luta em torno da significação como campo de luta em torno da significação social. A cultura é um jogo de poder.social. A cultura é um jogo de poder.

Os Estudos Culturais estão preocupados com Os Estudos Culturais estão preocupados com questões que se situam na conexão entre questões que se situam na conexão entre cultura, significação, identidade e poder.cultura, significação, identidade e poder.

Nessa perspectiva, a “instituição” do currículo Nessa perspectiva, a “instituição” do currículo é uma invenção social como qualquer outra, o é uma invenção social como qualquer outra, o “conteúdo” do currículo é uma construção “conteúdo” do currículo é uma construção social.social.

Page 26: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Os Estudos Culturais e o currículo.

Não há uma separação rígida entre o Não há uma separação rígida entre o conhecimento tradicionalmente considerado conhecimento tradicionalmente considerado como escolar e o conhecimento cotidiano como escolar e o conhecimento cotidiano das pessoas envolvidas no currículo, ambos das pessoas envolvidas no currículo, ambos buscam influenciar e modificar as pessoas, buscam influenciar e modificar as pessoas, estão ambos envolvidos em complexas estão ambos envolvidos em complexas relações de poder.relações de poder.

Page 27: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Com as teorias pós-criticas do currículo a Com as teorias pós-criticas do currículo a análise do poder é ampliado para incluir análise do poder é ampliado para incluir os processos de dominação centrados na os processos de dominação centrados na raça, na etnia, no gênero, na raça, na etnia, no gênero, na sexualidade, na cultura colonialista. Estas sexualidade, na cultura colonialista. Estas teorias rejeitam a idéia de consciência teorias rejeitam a idéia de consciência coerente e centrada, questionam a idéia coerente e centrada, questionam a idéia de subjetividade dizendo que ela é social. de subjetividade dizendo que ela é social. Para elas não existe um processo de Para elas não existe um processo de conscientização e libertação possível.conscientização e libertação possível.

Page 28: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Quais conhecimentos são considerados válidos?

A visão pós-estruturalista, dentre as varias A visão pós-estruturalista, dentre as varias teorias pós-criticas do currículo, é a que teorias pós-criticas do currículo, é a que nos parece possibilitar uma maior reflexão nos parece possibilitar uma maior reflexão para a construção de currículo dentro de para a construção de currículo dentro de uma educação inclusiva, tratando uma educação inclusiva, tratando o o currículo como prática cultural e currículo como prática cultural e como prática de significaçãocomo prática de significação. Por esse . Por esse motivo vale o esforço de compreender os motivo vale o esforço de compreender os conceitos que ela traz.conceitos que ela traz.

Page 29: TENDÊNCIAS CURRICULARES

A cultura é produção A cultura é um campo de luta em A cultura é um campo de luta em

torno da construção e da torno da construção e da imposição de significados sobre o imposição de significados sobre o mundo social. Cultura numa visão mundo social. Cultura numa visão dinâmica é produção e não dinâmica é produção e não produto, é criação, é trabalho. produto, é criação, é trabalho.

Page 30: TENDÊNCIAS CURRICULARES

A cultura e as relações de poder

““Em vez de seu caráter final, Em vez de seu caráter final, concluído, o que fica ressaltado concluído, o que fica ressaltado nessa outra concepção é sua nessa outra concepção é sua produtividade, sua capacidade de produtividade, sua capacidade de trabalhar os materiais recebidos, trabalhar os materiais recebidos, numa atividade constante, por um numa atividade constante, por um lado, de desmontagem e de lado, de desmontagem e de desconstrução e, por outro, de desconstrução e, por outro, de remontagem e de reconstrução. ...remontagem e de reconstrução. ...

Page 31: TENDÊNCIAS CURRICULARES

...Além disso, nessa perspectiva, ...Além disso, nessa perspectiva, esse trabalho de produção da esse trabalho de produção da cultura se dá num contexto de cultura se dá num contexto de relações sociais, num contexto de relações sociais, num contexto de relações de negociação, de conflito relações de negociação, de conflito e poder.”e poder.” (Silva, 2001b, p.17) (Silva, 2001b, p.17)

A cultura e as relações de poder

Page 32: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O currículo tal como a cultura é compreendido

como: 1. Uma prática de significação – no seu 1. Uma prática de significação – no seu

texto há uma trama de significados que texto há uma trama de significados que analisado como discurso é visto como analisado como discurso é visto como prática discursiva.prática discursiva.

2. Uma prática produtiva - nesta prática 2. Uma prática produtiva - nesta prática discursiva há uma produção de discursiva há uma produção de significações produzida na tensão entre significações produzida na tensão entre o fechamento da significação e na o fechamento da significação e na produção de sentidos.produção de sentidos.

Page 33: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O currículo tal como a cultura é compreendido

como: 3. Uma relação social – a produção de 3. Uma relação social – a produção de

significação se dá na relação com significação se dá na relação com outros indivíduos e com outros grupos outros indivíduos e com outros grupos sociais. Neste processo construímos sociais. Neste processo construímos nossa posição de sujeito e nossa nossa posição de sujeito e nossa posição social, a identidade cultural e posição social, a identidade cultural e social de nosso grupo, e procuramos social de nosso grupo, e procuramos constituir as posições e as identidades constituir as posições e as identidades de outros indivíduos e de outros grupos.de outros indivíduos e de outros grupos.

Page 34: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O currículo tal como a cultura é compreendido

como: 4.Uma relação de poder – produz 4.Uma relação de poder – produz

significados e sentidos que significados e sentidos que queremos que prevaleçam sobre queremos que prevaleçam sobre outros significados e sentidos outros significados e sentidos produzidos por outros indivíduos e produzidos por outros indivíduos e grupos. A luta por domínio de grupos. A luta por domínio de significado se resolve no terreno significado se resolve no terreno das relações de poder.das relações de poder.

Page 35: TENDÊNCIAS CURRICULARES

A construção da identidade

Uma prática que produz identidades sociais Uma prática que produz identidades sociais – a diferença e portanto a identidade é – a diferença e portanto a identidade é produzida no interior das práticas de produzida no interior das práticas de significação, em que os significados são significação, em que os significados são contestados, negociados, transformados. contestados, negociados, transformados. Ela é estabelecida de forma hierarquizada Ela é estabelecida de forma hierarquizada a partir de posições do poder. A identidade a partir de posições do poder. A identidade é uma relação e um posicionamento.é uma relação e um posicionamento.

  

Page 36: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O currículo como espaço de significação produz identidades

sociais. ““A tradição crítica em educação nos A tradição crítica em educação nos

ensinou que o currículo produz formas ensinou que o currículo produz formas particulares de conhecimento e de saber, particulares de conhecimento e de saber, que o currículo produz dolorosas divisões que o currículo produz dolorosas divisões sociais, identidades divididas, classes sociais, identidades divididas, classes sociais antagônicas. As perspectivas mais sociais antagônicas. As perspectivas mais recentes ampliam essa visão: o currículo recentes ampliam essa visão: o currículo também produz e organizam identidades também produz e organizam identidades culturais, de gênero, identidades raciais, culturais, de gênero, identidades raciais, sexuais... sexuais...

Page 37: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O currículo como espaço de significação produz identidades

sociais. Dessa perspectiva, o currículo não Dessa perspectiva, o currículo não

pode ser visto simplesmente como pode ser visto simplesmente como um espaço de transmissão de um espaço de transmissão de conhecimentos. O currículo está conhecimentos. O currículo está centralmente envolvido naquilo que centralmente envolvido naquilo que somos, naquilo que nos tornamos, somos, naquilo que nos tornamos, naquilo que nos tornaremos. O naquilo que nos tornaremos. O currículo produz, o currículo nos currículo produz, o currículo nos produzproduz.” (Silva, 2001b, p.27).” (Silva, 2001b, p.27)

Page 38: TENDÊNCIAS CURRICULARES

O que estamos formando? Se no currículo se forja a nossa Se no currículo se forja a nossa

identidade é preciso nos perguntar o identidade é preciso nos perguntar o que estamos formando e se é isto o que que estamos formando e se é isto o que queremos. queremos. 

Os alunos não aprendem apenas a Os alunos não aprendem apenas a partir das interações entre professores partir das interações entre professores e alunos; grande parte do que é e alunos; grande parte do que é aprendido na escola é aprendido aprendido na escola é aprendido através das interações entre os alunos. através das interações entre os alunos.

Page 39: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Críticas ao Currículo seqüenciado padronizado:

Aulas ministradas pelo professor e os Aulas ministradas pelo professor e os alunos lendo livros didáticos e preenchendo alunos lendo livros didáticos e preenchendo folhas de atividades para aprender e folhas de atividades para aprender e exercitar os termos, conceitos e habilidades exercitar os termos, conceitos e habilidades essenciais à matéria; essenciais à matéria;

Se a criança não consegue aprender o Se a criança não consegue aprender o currículo através desse tipo de abordagem, currículo através desse tipo de abordagem, ela falhou, e, em alguns casos, é excluída ela falhou, e, em alguns casos, é excluída das turmas de educação regular;das turmas de educação regular;

Page 40: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Críticas ao Currículo seqüenciado padronizado: A falta de adaptação à diversidade, A falta de adaptação à diversidade,

inerente às experiências passadas e à inerente às experiências passadas e à velocidade de aprendizagem, aos estilos e velocidade de aprendizagem, aos estilos e os interesses de todos os alunos; os interesses de todos os alunos;

Um currículo padronizado é muitas vezes Um currículo padronizado é muitas vezes pré-definido por indivíduos tais como pré-definido por indivíduos tais como consultores das secretarias de educação e consultores das secretarias de educação e especialistas em currículo que compilam especialistas em currículo que compilam por exemplo, leituras básicas e livros por exemplo, leituras básicas e livros didáticos de matemática e história. didáticos de matemática e história.

Page 41: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Depois das teorias críticas e pós-críticas Depois das teorias críticas e pós-críticas do currículo torna-se impossível pensar do currículo torna-se impossível pensar o currículo simplesmente através de o currículo simplesmente através de conceitos técnicos como os de ensino e conceitos técnicos como os de ensino e eficiência ou de categorias psicológicas eficiência ou de categorias psicológicas como as de aprendizagem.como as de aprendizagem.

Nas teorias pós-críticas o conhecimento Nas teorias pós-críticas o conhecimento não é exterior ao poder, não se opõe ao não é exterior ao poder, não se opõe ao poder, é parte inerente do poder.poder, é parte inerente do poder.

Page 42: TENDÊNCIAS CURRICULARES

Referências Bibliográficas:

SAVIANI, D. SAVIANI, D. Escola e democraciaEscola e democracia. São Paulo: Cortez, . São Paulo: Cortez, 1995.1995.

SILVA, T. T. da. SILVA, T. T. da. Documentos de identidadeDocumentos de identidade: uma : uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.Autêntica, 2004.

TEIXEIRA, P. M. M. Educação científica e movimento TEIXEIRA, P. M. M. Educação científica e movimento CTS no quadro das tendências pedagógicas no Brasil. CTS no quadro das tendências pedagógicas no Brasil. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em CiênciasCiências, v. 3., n. 1, 2003., v. 3., n. 1, 2003.