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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOGRAFIA
Os Cemitérios públicos na cidade de
João Pessoa - PB
Francisco de Assis Costa de Albuquerque
Orientadora: Prof. Esp. Maria Odete Teixeira do Nascimento
Co-orientador Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa
João Pessoa, PB
Setembro/2008
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Francisco de Assis Costa de Albuquerque
Os Cemitérios públicos na cidade de
João Pessoa - PB
Monografia apresentada ao Curso de
Geografia da Universidade Federal da
Paraíba, como requisito para obtenção
do grau de bacharel em Geografia.
Orientadora: Prof. Esp. Maria Odete Teixeira do Nascimento
Co-orientador Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa
João Pessoa, PB
Setembro/2008
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ALBUQUERQUE, Francisco de Assis C.
Os Cemitérios públicos na cidade de João Pessoa - PB UFPB, 2008.
Monografia (Graduação em Geografia) Centro de Ciências Exatas e da
Natureza. Departamento de Geociências. Universidade Federal da Paraíba.
João Pessoa – Campus I.
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Francisco de Assis Costa de Albuquerque
Os Cemitérios públicos na cidade de
João Pessoa - PB
Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Federal da Paraíba, como requisito para obtenção do grau de bacharel em Geografia, aprovada pela seguinte banca examinadora:
____________________________________________
Prof. Esp. Maria Odete Teixeira do Nascimento
UNAVIDA/UVA
Orientadora
____________________________________________
Prof. Paulo Roberto de Oliveira Rosa – Co - Orientador
UFPB
____________________________________________
Prof. Dr. Sérgio Fernandes Alonso - UFPB
Examinador
_____________________________________________
Ms. Geóg.Maria José Vicente de Barros - COPAM
Examinadora
João Pessoa, _____/_____/_____
6
Agradecimentos
Primeiramente a Deus pela minha vida pela força e coragem de vencer os obstáculos,
sempre me abrindo portas para alcançar um futuro melhor, a ele toda gratidão por tudo que
tenho e sou.
Um agradecimento todo especial aos meus pais (in memorian), pelo imenso amor, pelo
carinho que nunca faltou, pela compreensão, pela confiança que sempre depositaram em
mim, uma dádiva de Deus eles em minha vida, de onde estiverem sabem o quanto sou grato
aos mesmos.
Ao Professor Paulo de Oliveira Rosa agradeço a dedicação, atenção e colaboração para
a pesquisa.
A Liese Carneiro pela colaboração, construção e formatação deste trabalho.
Ao Prof. Sergio Alonso e Geógrafa Maria Jose Vicente, por terem aceitado o convite para
participar da Banca Examinadora.
Obrigado à minha querida esposa, Monica de Fátima, pelo tempo de dedicação, dando
sua contribuição quando das visitas ao campo, pela colaboração no trabalho, pela gentileza de
estar sempre presente, sendo compreensiva e um presente de Deus.
Aos meus filhos Francisco de Assis Junior e Assis Walner, pela compreensão dos dias de
lazer que deixaram de lado, para me acompanhar nos trabalhos de campo desta pesquisa.
Ao Diretor da DICEM Sr. Jose Zênio Marques Neves, pelo excelente acolhimento na
prefeitura de João Pessoa (Sedurb), pelo apoio que o mesmo me deu nesta pesquisa, pela
quantidade de materiais e informações prestadas por ele.
Agradeço aos Professores do Departamento de Geociências da Universidade Federal da
Paraíba, pela dedicação ao transmitir seus conhecimentos, contribuindo assim para a
formação de profissionais.
A Elvira secretária da Coordenação do Curso de Geografia, pela atenção prestada nos
momentos do qual precisei de sua ajuda, e apoio para esta pesquisa.
Agradeço com todo carinho a minha corajosa turma, pelos momentos tristes e alegres,
principalmente nos inúmeros trabalhos de campo realizados, meus amigos: Deyna, Jorge
Dutra, Cláudio Rogério, Mauro, Allyson.
A minha Orientadora Maria Odete Teixeira do Nascimento, pelo apoio e toda ajuda
prestada para elaboração deste Trabalho.
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Resumo
A urbanização crescente é uma realidade brasileira. Esse processo vem ocorrendo fazendo
com que cada vez mais a população de baixa renda não tenha acesso aos direitos e garantias
fundamentais para sua sobrevivência. Essa urbanização traz consigo problemas que tem
afetado a vida da população na cidade. Nesse sentido a pesquisa em desenvolvimento tem
como objetivo verificar as diferenças existentes entre os cemitérios públicos distribuídos na
cidade de João Pessoa. Para realizar o estudo se fez necessário uma pesquisa documental,
através de levantamento bibliográfico, visitas in loco, entrevistas e posteriormente, a aplicação
de questionários. Essa pesquisa é de grande importância, uma vez que trata de uma
problemática que vem afetando os médios e grandes centros urbanos, no tocante ao lugar de
onde sepultar os seus entes queridos, e que notadamente a sociedade pessoense vem
enfrentando, pois, os espaços nos cemitérios públicos da cidade vêm cada vez mais
diminuindo.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Cemitério Senhor da Boa Sentença 19
Figura 02 Túmulos – Cemitério Senhor da Boa Sentença 19
Figura 03 Túmulo do ex-governador Ruy Carneiro 19
Figura 04 Capela e Salas para velórios do Cemitério do Cristo. 21
Figura 05 Túmulos e Ossários do Cemitério do Cristo 21
Figura 06 Capela do cemitério Santa Catarina 22
Figura 07 Vistas dos túmulos e ossários do cemitério Santa Catarina 22
Figura 08 Ruas internas São Jose 23
Figura 09 Túmulos Verticais São Jose 23
Figura 10 Capela do Cemitério São Sebastião 24
Figura 11 Túmulos do Cemitério São Sebastião 24
Figura 12 Cemitério Nossa Senhora da Penha – Ossários 26
Figura 13 Localização dos cemitérios públicos da cidade de João Pessoa 27
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Localização e extensão dos cemitérios públicos e privados 12
Tabela 02 Cemitérios Privados 12
Tabela 03 Distribuição das covas perpétuas e rotativas nos cemitérios de João Pessoa 13
Tabela 04 Sepultamentos nos cemitérios públicos de João Pessoa no ano de 2007 14
Tabela 05 Preços de alguns serviços nos cemitérios públicos de João Pessoa 15
Tabela 06 Preços de serviços em funerárias em João Pessoa 15
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SUMÁRIO
1 Introdução 1
2 Referencial Teórico Conceitual 2
2.1 Breve histórico 2
2.2 Os cemitérios no Brasil 4
2.3 Cemitérios: Fonte de contaminação 5
2.4 Dia de finados 6
2.5 Densidades, Intensidades e Distribuição 8
3 Procedimentos Metodológicos 10
4 Resultados e Discussão 11
4.1 João Pessoa – Caracterização fisiográfica 11
4.2 Caracterização dos cemitérios e os custos dos ritos funerários na cidade
de João Pessoa
12
4.3 Localização, Descrição e Distribuição espacial dos cemitérios públicos de
João Pessoa
18
4.3.1 – Cemitério Público Senhor da Boa Sentença 18
4.3.2 – Cemitério Público do Cristo 20
4.3.3 – Cemitério Público Santa Catarina 21
4.3.4 – Cemitério Público São José 22
4.3.5 – Cemitério Público São Sebastião 24
4.3.6 – Cemitério público Nossa Senhora da Penha 25
5 Considerações finais 28
6 Referências Bibliográficas 30
Apêndices 32
Anexo 38
1 Introdução
10
O processo de urbanização crescente é uma realidade nacional e a cidade de João
Pessoa não está fora desta realidade. Esse processo ocorreu de forma assustadora nas
últimas décadas, fazendo com que cada vez mais a população de baixa renda não tenha
acesso aos serviços públicos de qualidade e garantias fundamentais para sua
sobrevivência. As conseqüências do processo inadequado de crescimento são dos mais
variados possíveis seja nos grandes centros urbanos seja nos pequenos centros que vai
desde a falta de condições sanitárias mínimas em muitas áreas; a ausência de serviços
indispensáveis à vida das pessoas nas cidades até a falta de espaço nos cemitérios
públicos.
A urbanização no Brasil, nas últimas décadas, tem consolidado redes urbanas
que se manifestam não somente pelo aumento do número de regiões metropolitanas,
mas também pelas novas formas de espacialização do processo. Os cemitérios enquanto
a cidade dos mortos representa uma dessas formas de organização espacial,
assemelhando-se com a organização da cidade dos vivos, conforme COELHO apud
REZENDE (2000) que diz “Quem faz os cemitérios não são os mortos, mas os vivos”.
Tais processos, portanto, não podem ser entendidos desvinculados das dinâmicas
não apenas econômicas, mas também sócio-espaciais. Estas dinâmicas metropolitanas
estão diretamente relacionadas com a produção e reprodução do espaço urbano. O
cemitério é um espaço onde a hierarquia econômica e social é muito nítida no seu
interior, e na cidade de João Pessoa, verificou-se tal dinâmica a partir das edificações,
tanto no aspecto da quadra a sua localização, como na suntuosidade das sepulturas dos
cemitérios visitados.
O aumento populacional da cidade de João Pessoa entre 1970 e 2000 foi mais de
100% segundo dados do IBGE, conseqüentemente o padrão de crescimento da cidade
resultante do seu processo de urbanização se acelerou fortemente nessas últimas
décadas. Essa aglomeração da população tem provocado mudanças drásticas na cidade.
Dessa forma, diante de tais problemáticas surgiu então o interesse de verificar
os cemitérios públicos na cidade de João Pessoa.
11
2 Referencial Teórico Conceitual
Para compreender os aspectos que envolvem a problemática de onde sepultar os
mortos, na cidade de João Pessoa – PB no cenário urbano onde o aumento populacional
é cada vez mais crescente e intervém no espaço e no cotidiano dos citadinos pessoenses,
se fez necessário um estudo da interação existente entre o elemento humano e o espaço
produzido no interior dos cemitérios. Os temas relevantes para o embasamento sobre a
temática incluem um pouco de história, historiados cemitérios no Brasil, incluindo
também os cemitérios como fonte de contaminação, além de discorrer um pouco sobre a
legislação que rege esse tipo de atividade, e conceitos básicos sobre densidades e
intensidades e distribuição espacial. Esse arcabouço dará segurança na descrição
referente à atividade cemiterial.
2.1 Breve histórico
Visto que os cemitérios da cidade de João Pessoa constituem o objeto em
observação de nossa pesquisa, faz-se necessário entender o que é um cemitério.
Segundo CAMPOS, pg. 16, 2007, “a palavra cemitério, originária do grego,
koumeterian e do latim coemeterium, significa dormitório, lugar onde se dorme recinto
onde se enterram e guardam os mortos e tem como sinônimos as palavras necrópole,
carneiro, sepulcrário, campos-santos, cidade dos pés juntos e última morada.”
A relação do homem com a morte tem passado por grandes transformações ao
longo da história, revelando, assim, sua cultura através dos costumes e práticas
funerárias. Alguns pesquisadores acreditam que existam duas modalidades de morte, a
morte biológica e a cultural, como podemos encontrar em CAMPOS, 1988:
Morte natural e morte cultural consistem nas duas modalidades de comportamento social frente à finitude do homem. A primeira tem uma natureza imediata, pois se reduz ao reconhecimento de que o ser feneceu biologicamente. (...). A morte cultural é o movimento através do qual os sobreviventes confirmam socialmente a morte biológica, inauguram o status ontológico espiritual do morto, portanto, o que se considera morte aqui é a “consciência” que se tem dela. Ela representa um processo de hominização que supera a simples condição fisiológica da morte e a lança na esfera da cultura.
12
Fazendo um retrospecto no tempo tem-se registrado pelos estudiosos da temática
que os primeiros cristãos eram sepultados em catacumbas em galerias subterrâneas no
período em que eram perseguidos. Por outro lado o sepultamento em terra possuía um
significado importante, pois para os cristãos os cemitérios eram considerados lugares
santos.
Por esse motivo que ao longo da Idade Média passara a enterrar seus mortos não
mais em cemitérios abertos, mas, sim próximos as igrejas ou em seu interior, no entanto
nem todas as pessoas poderiam ter seus corpos depositados nesses lugares, que passou a
serem privilégios de alguns, principalmente aqueles que possuíam influência na
sociedade, e assim permaneciam entre os vivos no solo sagrado das igrejas. E cada vez
mais as igrejas foram cedendo espaço para essa prática.
Com o passar do tempo os espaços dentro das igrejas foram diminuindo. As
grandes epidemias que atingiu todo o território europeu como, por exemplo, a Peste
Negra no século XIV provocando a morte de milhares de pessoas em pouco tempo
(meses), deixando dessa forma os cemitérios abarrotados, o que forçou a construção dos
cemitérios fora das igrejas.
Mas foi a partir do século XVIII que se iniciou às grandes transformações
redefinindo os espaços para os cemitérios, devido à grande preocupação de alguns
médicos no que diz respeito à saúde do ser humano, devido aos problemas causados
pelos corpos que estavam em processo de decomposição, pois emanavam gases para a
atmosfera, pondo em risco a população do lugar constituindo um vetor transmissor de
doenças. Com isso, por medidas sanitárias, os sepultamentos passaram a ser realizados
em área aberta, nos chamados campos-santos. Coube então aos higienistas da época
difundir as noções de miasmas e fundamentarem essa nova maneira de pensar e agir.
O processo de urbanização cada vez mais crescente e acelerada associado ao
crescimento e desenvolvimento das cidades foram importantes razões para a criação dos
cemitérios coletivos a céu aberto, haja visto que o crescimento populacional
desenfreado não permitia mais o sepultamento em capelas e igrejas, que já não
comportavam o aumento da demanda.
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2.2 Os cemitérios no Brasil
No Brasil, assim como na Europa, a prática de sepultar os seus mortos ocorria da
mesma forma, pois durante o período colonial não havia ainda cemitérios no Brasil. As
pessoas geralmente eram sepultadas sob o piso ou nas paredes das igrejas e dos
conventos, como descreve FREITAS, (2006):
É impossível falar da história dos cemitérios sem falar dos costumes fúnebres. No Brasil, desde a colônia, foi instituído o sepultamento eclesiástico, que se manteve em vigor até meados do século XIX. Era assim que a maioria da população era sepultada. Esse costume testemunhava aquela familiaridade entre vivos e mortos, aquele convívio próximo no espaço que durante muito tempo foi característico do modo como a morte e os mortos foram percebidos em muitas sociedades ocidentais. Eles permaneciam entre os vivos, no espaço sagrado da Igreja.
Esse hábito veio transferido pelos colonizadores principalmente os portugueses,
isso porque os cristãos católicos acreditavam que se não fossem enterrados dentro da
igreja, ou em suas imediações, não alcançariam a graça de Deus. E outro ponto
interessante é que a segregação no interior das igrejas era muito forte e nítida, de forma
que quem mais contribuísse com donativos para a igreja teria o direito de ser enterrado
mais próximo do altar-mor.
Em João Pessoa, por exemplo, temos a Igreja da Misericórdia, que possui restos
mortais em seu interior de pessoas da sociedade nobre e de religiosos, que por sinal
encontra-se em salas separadas que podem ser observadas diariamente pelas pessoas
que freqüentam o recinto.
Esse costume foi mudando a partir do momento em que as questões higienistas
que se espalharam pela Europa, chegaram ao Brasil em meados do século XIX. Na
cidade do Rio de Janeiro, em decorrência conseqüências da febre amarela, os cadáveres
foram sepultados fora das igrejas passando a ocupar os recém-criados cemitérios
públicos afastados da cidade. Com essa difusão das novas noções de higiene, passou a
ser comum evitar o contato dos vivos com os lugares ocupados pelos mortos por medo
de contaminação de doenças. Assim, aos poucos, o espaço dos mortos foi se
enquadrando às novas determinações sanitárias e sofrendo significativas mudanças.
Com isso, começaram a surgir leis que determinavam a criação de cemitérios
municipais, tendo o seu funcionamento apenas a partir de 1850. Essa legislação também
14
contemplava a existência de cemitérios particulares, pertencentes às irmandades. Em
virtude do predomínio do catolicismo no país e o fato da Igreja Católica ser a religião
oficial, os protestantes, estrangeiros e brasileiros de baixa renda, enfrentavam sérios
entraves ou empecilhos no diz respeito ao acesso a esse tipo de serviço, pois os mesmos
não tinham direito de sepultar os seus entes queridos nesses locais.
2.3 Cemitérios: Fonte de contaminação
Nos últimos anos, vem sendo verificado estudos que se preocupam com os
impactos causados pelos resíduos gerados pelos mortos. Buscam-se assim, parâmetros
no tocante à operação e a localização dos cemitérios, já que estes são fontes de
contaminação de mananciais hídricos e do solo. PACHECO (1986) apud MATOS
(2001) informou a “necessidade de implantação cuidadosa de cemitérios e fixação de
faixas de proteção sanitária como forma de garantir a preservação das águas
subterrâneas e o uso potável das mesmas”.
Os cemitérios comparam-se a um aterro sanitário para lixos domésticos, uma
vez que as matérias que ali estão sendo enterradas são orgânicas, carregadas de
bactérias, vírus de todas as espécies, contendo ainda, dependendo da causa morte,
materiais pesados advindos de próteses, materiais das urnas entre outros que contribuem
para essa ação poluidora.
Hoje uma das maiores preocupações dos ambientalistas está ligada ao
necrochorume - liquido que é liberado pelo corpo em decomposição, processo de leva
em média dois anos e meio. Este composto é eliminado durante o primeiro ano após o
sepultamento, e trata-se de um escoamento viscoso, com a coloração acinzentada.
Segundo CAMPOS (2007) um corpo em decomposição pode liberar cerca de 30 litros
de necrochorume composto basicamente de água, sais minerais e substâncias orgânicas
biodegradáveis, como a putrescina e cadaverina, que com a chuva pode atingir o
aqüífero freático contaminando toda a região abastecida por ele, como explicita
ROMANÓ, 2005:
A infiltração e percolação das águas pluviais através dos túmulos e solo provoca a migração de uma série de compostos químicos orgânicos e inorgânicos através da zona não saturada, podendo alguns destes compostos atingir a zona saturada e, portanto poluir o aqüífero
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Além desses agravantes citados anteriormente como formas de contaminação,
existem também as conseqüências da ação micro-orgânica presentes no solo e subsolos
dos cemitérios que podem afetar a população que esteja em contato direto sem nenhuma
proteção e aqui se faz menção principalmente aos profissionais que executam atividades
como é o caso dos coveiros. Os mesmos estão expostos a contaminação de doenças
como é o caso da cólera, febre tifóide, hepatite, pneumonia, disenteria, doenças
respiratórias, paratifoíde, diarréia, doenças dermatológicas.
No que diz respeito aos cemitérios parques, por exemplo, o necrochorume não
entra em contato com o solo, pois é depositado em gavetas e depois se evapora os
parques não são diferentes dos cemitérios tradicionais, ou seja, também podem poluir os
lençóis freáticos, desde que estejam localizados em áreas vulneráveis a esse tipo de
atividade.
2.4 Dia de finados
O Dia de Finados é um dia em que a visitação aos cemitérios aumenta muito,
pois a nossa sociedade reserva um dia de devoção para aqueles que já não produzem e
nem consomem, nesse dia a população retoma um contato simbólico com seu ente
querido, seja fazendo orações ou com o acender de velas. Valem ressaltar que este dia
também se registra o encontro das famílias, principalmente parentes distantes que
aproveitam o dia de finados não só para visitar os mortos, mas para visitar parentes que
há muito tempo não se encontram.
Segundo Cascudo (1954), “não se caça nem se pesca no dia 2 de novembro,
dia dos Mortos”. As superstições existentes sobre o Dia de Finados no Brasil, é datado
desde o período de sua colonização deixados pelos Portugueses, superstições como por
exemplo que não se deve caçar e nem pescar nesta data, ao sair de um cemitério deve-se
bater os pés três vezes seguidas para não levar resíduos do mesmo e nenhuma alma lhe
acompanhar. As assombrações e cortejos fúnebres, visitas macabras de esqueletos e
caveiras pertencem a esse dia simbólico, tais superstições aparecem tanto nas cidades
litorâneas como nas interioranas. Existem ainda as crendices populares sobre a
decoração de túmulos e a visita aos cemitérios, e verifica-se que estas crendices ocorrem
com uma maior incidência nas cidades do interior.
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A decoração dos túmulos e a visita aos cemitérios ambientam, no espírito
popular, crendices incontáveis. As sepulturas são cobertas de flores, com exibição de
castiçais de prata, velas acesas, limpeza dos túmulos e mausoléus, e no caso do setor da
população mais carente se faz à limpeza do mato, aguação da jardineira e a cova de
terra.
Foi constatado ainda que além do Dia de Finados outros dias do ano são
considerados de bastante movimentação nos cemitérios, como o Dia das Mães e Dia dos
Pais, tanto na movimentação de pessoas que vão rezar (orar), visitar, seus parentes ou
amigos, como também no setor do comércio ambulante (flores, arranjos, vasos, velas,
coroas, lanches, fósforos, sorvetes, etc.), há ainda nestas datas a limpeza interna e
externa realizada com mais zelo pela administração dos referidos Cemitérios.
No caso do cemitério Senhor da Boa Sentença dois túmulos são bem
visitados o do Padre Zé Coutinho, que dedicou a sua vida a ajudar os pobres é tanto que
se tem na cidade João Pessoa um hospital de mesmo nome para atender a população de
baixa renda, e surgiu com um serviço voluntário e sobrevive de doações, e o túmulo da
menina Maria de Lourdes, que até hoje se atribui alguns milagres para ela.
O que para alguns o Dia de Finados é sinônimo de religiosidade, para outros
como os ambulantes tem acima de tudo um significado de sobrevivência. De um lado a
manifestação da devoção, por outro o desejo do capitalismo que transforma a morte em
mercadoria, pois existe todo um comércio que envolve o cadáver, no momento do
sepultamento e pós-sepultamento, desde todo ritual da escolha da urna e o “enxoval”
necessário para o morto até as taxas que serão pagas no cemitério. Em seguida se tem a
conservação dos túmulos e covas sejam elas permanentes ou rotativas respectivamente.
Para as economias capitalistas o cadáver em si não representa mais nada,
pois ele não consome e não produz, está fora do ciclo de reprodução de capital,
entretanto gira em torno dele (o cadáver) em virtude de sua morte toda uma circulação
de capital, e valoração da propriedade privada no que diz respeito ao uso e ocupação do
espaço, a começar pela terra que tem um valor muito alto nos cemitérios.
O movimento nos cemitérios nos dias de maior visitação se inicia na
madrugada do dia que antecede a data escolhida, há toda uma montagem do espaço
comercial pelos ambulantes na parte externa, com barracas de lanche, venda de velas e
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fósforos e adereços, barraca de flores e confecção de coroas. Além desses existem os
ambulantes volantes no interior do recinto vendendo os serviços como limpeza dos
túmulos e mausoléus, pintura das cruzes, entre outros.
Neste dias comemorativos as pessoas que trabalham no setor informal, na
conservação e limpeza dos túmulos, ganham sempre um dinheiro extra pois os serviços
possuem valores diferenciados, dependem da situação financeira do contratante – “Esse
é observado pelo túmulo, pois se for suntuoso aquela família é mais abastarda,” e do
tamanho do túmulo, tais valores variam entre o tamanho e o tipo do serviço a ser
realizado, como por exemplo, pintura de um túmulo vai de R$ 50,00 a R$ 400,00,
alguns chegam a informar que ganham cerca de R$ 400,00 a R$ 800,00 por mês. Eles
trabalham livres sem ter que bater cartão, sem fiscal, e sem ninguém pegando no pé,
mais no final eles tem que entregar o serviço realizado, e bem feito senão também não
recebe.
2.5 Densidades, Intensidades e Distribuição.
A paisagem urbana é composta de elementos que se articulam e se inter-
relacionam. Segundo CARLOS, 2001, “A paisagem urbana é a expressão da “ordem” e
do “caos”, manifestação formal do processo de produção do espaço urbano, colocando-
se no nível do aparente e imediato”. Estando nosso objeto de estudo no cenário urbano,
é necessário descrever a paisagem em que este está inserido.
DOLFUSS (1973) aponta o valor e a importância de realizar um estudo de
determinado lugar a partir da descrição da paisagem. No entanto não se pode lhe atribuir
qualquer valor se faz necessário observar as diferenças e singularidades estabelecendo
as relações existentes entre seus elementos. Para isso devem-se fazer uso de alguns
documentos como mapas, fotografias aéreas, software, imagens de satélite, porém
diante de todos os mais sofisticados recursos não se deve dispensar a visita in loco.
O autor (op. cit. p.95) enfoca ainda que o “conhecimento das densidades
constitui um elemento fundamental de referência”, ou seja, é necessário que se
conheçam as densidades e intensidades de um determinado fenômeno que intervém
sobre a paisagem fazendo as correlações e as inter-relações existentes, onde se procura
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investigar a freqüência das densidades, localizando-as, e a partir daí pode-se então
estabelecer as modalidades de organização social e territorial de um determinado lugar.
Neste sentido é perceptível a organização tanto social quanto territorial da cidade
dos mortos em comparação com a cidade dos vivos. A forma de como essas duas
cidades está territorialmente estruturada são similares. E um ponto que chama bastante
atenção é a segregação no que diz respeito às edificações. No interior dos cemitérios da
cidade de João Pessoa essa segregação é muito nítida, as famílias com melhores
condições de vida possuem túmulos perpétuos e com edificações suntuosas os mais
pobres são sepultados em covas rotativas. O processo de urbanização cada vez mais
crescente e conseqüentemente o seu adensamento populacional tem sido motivo de
preocupação constante por parte dos gestores da cidade, pois a densidade populacional
dos cemitérios tem levado os gestores municipais a criar mecanismos variados na
tentativa de minimizar essa problemática.
Outro aspecto de fundamental importância é verificar a disposição dos
cemitérios no espaço urbano, a fim verificar como estes estão distribuídos no espaço,
posto que “o fim primordial da geografia é descrever e explicar a distribuição dos
fenômenos na superfície da Terra”. (HARVEY, 1983, p.132).
19
3 Procedimentos Metodológicos
O primeiro passo da pesquisa foi elaborar um levantamento bibliográfico no
tocante a temática escolhida para a realização da pesquisa.
Em seguida realizamos os trabalhos de campo, em que estes tiveram suas etapas
e objetivos definidos a priori em gabinete, que eram o de observar a e realizar registros
fotográficos mostrando os cemitérios, túmulos e suas edificações.
Para a aquisição de algumas informações foi realizado entrevistas junto aos
funcionários dos cemitérios, e com o Diretor da Divisão de Cemitérios- DICEM, Sr.
José Zênio.
Para localização e distribuição dos cemitérios no espaço urbano de João Pessoa
utilizamos imagens de satélites disponíveis no Google Earth.
Para uma entender a relação do aspecto cultural da morte e com a econômica,
realizamos uma pesquisa de preços de arranjos de flores, velas, fósforo, grinaldas, nas
datas de maiores visitação a cemitérios, como dias das mães e dias dos pais.
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4 Resultados e Discussão
4.1 João Pessoa – Caracterização fisiográfica
O município de João Pessoa localiza-se na porção mais oriental da Paraíba,
estado da região nordeste brasileira, entre as coordenadas de 08°07= de latitude Sul e 34°
52= de longitude Oeste na mesorregião da zona da mata paraibana e na microrregião de
João Pessoa com uma área total de 210,45 km5 (0,3% da superfície do Estado). Com
uma população estimada de 576.496 Hab. Limita-se ao Norte com o município de
Cabedelo através do rio Jaguaribe; ao Sul com o município do Conde pelo rio
Gramame; a Leste com o Oceano Atlântico; e a Oeste com os municípios de Bayeux
pelo rio Sanhauá e Santa Rita pelos rios Mumbaba e Paraíba, respectivamente.
No que tange a caracterização física da cidade, podemos encontrar em
SOBREIRA (2006) a sua descrição:
Assim, tem-se uma mancha urbana (João Pessoa) que está assentada geormorfologicamente sobre os baixos Planaltos Costeiros, relevo esse suavemente ondulado e que conta com vales dos rios encravados nesse Planalto – áreas públicas de preservação permanente. A cidade encontra-se entre o nível mais baixo do rio Sanhauá que corresponde à zona estuarina e o mar, tendo como resultado um prolongamento de material sedimentar que acumulado formou a restinga de Cabedelo, e nessa restinga está assentada sobre ela a cidade que leva o mesmo nome, estando conurbada, pois as linhas demarcatórias entre um município e outro são contempladas por zonas de ajuntamento de residências, salvaguardando o acidente geográfico que é o baixo do rio Jaguaribe, rio urbano em fase de sufocamento pela presença da ocupação urbana
Ainda com relação à caracterização física da cidade, verificamos que a cidade
tem um clima quente e úmido, AS’ segundo a classificação climática de Koppen, com
temperatura média de 26°. A estação chuvosa coincide com o inverno, estado nos meses
de maio, junho e julho o trimestre com maior intensidade e densidade de chuvas.
21
4.2 Caracterização dos cemitérios e os custos dos ritos funerários na cidade de
João Pessoa
A administração dos cemitérios públicos da cidade de João Pessoa é feita pela
Divisão de Cemitérios – DICEM, que é uma unidade da Secretaria de Desenvolvimento
Urbano – SEDURB. A cidade conta atualmente com seis cemitérios públicos e dois
privados do tipo parque, como mostram as tabelas 1 e 2.
Cemitérios Localização Área (m²) Ano de Fundação
Senhor da Boa Sentença Varadouro 60.000 1930
Nossa Senhora da Penha Penha 1.332 1931
São Sebastião Valentina de Figueiredo 1.250 1951
Santa Catarina Bairro dos Estados 9.522 1959
São José Cruz das Armas 16.734 1952
Cristo Cristo Redentor 26.656 1970
Tabela 1: Localização e extensão dos cemitérios públicos e privados
Cemitérios-Parques Localização Área (ha) Ano de Fundação
Parque das Acácias Cj. José Américo de Almeida
25 2001
Jardim das Mangabeiras Mangabeira II 12 2006
Tabela 2: Cemitérios Privados
A organização espacial dos cemitérios é semelhante a um bairro, com quadras,
ruas e construções. Segundo (COELHO, 1991) apud (REZENDE, 2000):
“Quem faz os cemitérios não são os mortos, mas os vivos. E fazem-nos não apenas para os mortos, mas também (para não dizermos sobretudo) para os vivos. Por isso, a organização da ‘cidade dos mortos’ (com suas avenidas, os diferentes tipos de ‘habitações’ que contém, a forma de as embelezar, as suas relações de vizinhança, a hierarquização dos seus espaços) obedece a critérios semelhantes à ‘cidade dos vivos’. Assim, os cemitérios funcionam como espelhos das aldeias, vilas ou cidades que os produzem.”
De maneira geral 83% dos cemitérios de João Pessoa são mistos, ou seja,
22
cemitérios e necrópoles. No setor das necrópoles as edificações são do tipo mausoléu e
túmulos de jazigo familiar perpétuo que se refere à população de poder aquisitivo maior.
No setor dos cemitérios propriamente dito, as covas são de terra, e geralmente o
sepultamento neste setor é da população mais carente ou ainda daqueles que não
adquiriram o terreno próprio. Essa segregação é muito nítida no interior dos cemitérios e
necrópoles. Nos cemitérios parques que podem ser encontrados na cidade, como é o
caso dos cemitérios Parque das Acácias e Mangabeiras, maior parte dos sepultamentos
são de pessoas oriundas da classe média- alta visto o alto custo que é cobrado por cada
sepultamento.
Todos os cemitérios públicos de João Pessoa sofrem com a falta de espaço para
novos túmulos, sendo necessário adotar o sistema de covas rotativas, em que em alguns
cemitérios o número desse tipo de covas é bem maior que número de covas perpétuas,
como é o caso do cemitério do Cristo, como pode ser observado na tabela 3.
Cemitério Covas perpétuas Covas rotativas
Boa sentença 12.500 300
Cristo 1.691 2.400
Santa Catarina 1.349 890
São José 1.395 1.175
São Sebastião 206 70
Nossa senhora da penha 105 99
Total 17.246 4.934 Tabela 3: Distribuição das covas perpétuas e rotativas nos cemitérios de João Pessoa
Desde 2007 está sendo feito um recadastramento nos cemitérios para desocupar
as covas rotativas que já deveriam estar livres e os restos mortais colocados em
ossuários. Dado que este cadastramento não existia, era difícil para a SEDURB
controlar a demanda. Atualmente estão prontos os cadastramentos e a informatização
dos dados dos cemitérios do Cristo, São Sebastião e São José. Há previsão de conclusão
destes trabalhos no outros três cemitérios é de até o final de 2009.
A taxa de mortalidade da cidade de João Pessoa é de aproximadamente 1% ao
23
ano, e os cemitérios públicos de João Pessoa, possuem capacidade física de atender esta
demanda até 2020. Conforme informações adquiridas através do Secretário da
SEDURB, são realizadas em média anualmente em João Pessoa cerca de 3.000
sepultamentos, como podemos ver na tabela 4.
Meses/2007
Boa Sentença
Santa Catarina
Cristo Redentor
São José
São Sebastião
Nossa S. da Penha
Total Geral /Mês
JAN 71 50 53 81 04 03 262
FEV 75 44 45 58 02 05 229
MAR 71 43 61 72 03 07 257
ABR 58 38 60 61 04 05 226
MAI 57 48 62 72 02 06 244
JUN 77 44 69 75 01 03 269
JUL 65 39 61 68 Interditado 04 237
AGO 55 33 71 63 Interditado* 03 225
SET 70 47 75 75 03 03 273
OUT 73 52 69 64 03 01 262
NOV 66 42 68 79 02 02 259
DEZ 72 42 59 71 02 06 252
Total P/Unid Anual
810 522 753 839 26 45 2995
Tabela 4: sepultamentos nos cemitérios públicos de João Pessoa no ano de 2007.
Assim, podemos ver que o número de sepultamentos em cemitérios Públicos em
João Pessoa no ano de 2007 foi de 2995 sepultamentos, correspondendo a 0,44 do
índice populacional. Os meses de julho e agosto houve a interdição do cemitério São
Sebastião em virtude da grande volume de chuvas que ocorreu nesse período.
Com relação aos custos dos serviços funerários, existe uma tabela de preços
afixada pela própria SEDURB/DICEM, a qual podemos visualizá-la na tabela 5. Nesses
24
valores esta diferenciado o do cemitério Senhor da Boa Sentença, por ser o mais antigo
e tradicional cemitério da cidade e o mais procurado.
Serviços Cemitério Senhor da Boa Sentença
Demais Cemitérios
Públicos Separação covas rotativas 25,00 11,50
Separação em túmulos 37,00 18,50
Exumação em covas rotativas 25,00 11,50
Exumação em túmulos 37,00 18,50
Licença ossuário 50,00 25,00
Taxa de transferência de terreno 117,00 59,00
Terreno perpétuo 578,80 289,40
Velório (ocupação) 25,00 13,00
Entrada e saída de ossário 25,00 11,50
Transferência de ossário 50,00 25,00
Sepultura de anjo 13,00 6,00
Licença de construção de terreno 40,00 20,00
Licença de construção de mausoléu 50,00 30,00
Tabela 5: preços de alguns serviços nos cemitérios públicos de João Pessoa.
Também relacionado aos custos dos serviços funerários, podemos encontrar na
tabela 6 uma média de preços de diversos serviços a partir de uma pesquisa realizada
em 6 funerárias da cidade.
Descrição Preço R$ Formolizão de cadáver 150,00
Urna simples 450,00
Urna média 550,00
Urna de luxo A partir de 1.000,00
Urna infantil A partir de 60,00
Coroa de flores – pequenas 50,00
Coroa de flores-média 80,00
25
Coroa de flores grandes 120,00
Flores 80,00
Véu 15,00
Terço 5,00
Translado por km 2,00
Mortalha 80,00
Taxa de cemitério 11,50 Tabela 6: Preços de serviços em funerárias em João Pessoa
Outras informações relevantes se referem aos procedimentos funerários que
devem ser realizados logo após o falecimento.
O primeiro procedimento que deve ser tomado logo após o falecimento de um
indivíduo é a emissão de seu atestado de óbito, documento este que é expedido pelo
médico, atestando a causa da morte.
Se o falecimento ocorrer em hospital e se houver médicos acompanhando o caso,
o atestado de óbito será fornecido pelo próprio médico atendente.
Se a morte ocorrer em casa, (repentina), sem assistência médica, a família deverá
procurar o distrito policial mais próximo e solicitar a remoção do corpo para o SVO
(Serviço de Verificação de Óbitos), a quem caberá a declaração do atestado de óbito.
Se a morte for violenta, a família deverá solicitar junto ao SVO a remoção do
corpo para o Departamento de Medicina Legal – DML que emitirá a declaração de
óbito, após a autopsia do corpo.
Para obtenção da certidão de óbito, o funcionário da agência funerária
contratada, colherá os dados sobre o falecido, junto a pessoa contratante do funeral e
encaminhará esses dados ao Cartório de Registro Civil do distrito onde ocorreu a
morte, a certidão de óbito e entregue na hora, não é cobrado taxa nenhuma, e o
documento é gratuito, tendo a família do falecido um prazo de quinze dias para
providenciá-lo.
Após emitido o atestado de óbito e a Certidão de Óbito, é feito pelo funcionário
contratado da funerária os passos para o sepultamento, indo ao cemitério escolhido pela
família (contratante), e providenciar o sepultamento.
26
Em casos onde a família prefere fazer o translado do corpo para um cemitério
fora da cidade de origem do corpo, a funerária cobra o translado por Km, sendo
necessário providenciar a documento de liberação do corpo em qualquer delegacia da
cidade de onde o corpo está saindo. Este documento é preciso para apresentar junto ao
policiamento rodoviário estadual no caso da Paraíba se tem a MANZUÁ (Polícia
Militar).
27
4.3 Localização, Descrição e Distribuição espacial dos cemitérios públicos de João
Pessoa
4.3.1 – Cemitério Público Senhor da Boa Sentença
O cemitério Público Senhor da Boa Sentença, que até a década de 1930 era
administrado pela Santa Casa de Misericórdia, está localizado no bairro do Varadouro,
na Rua Sebastião de Oliveira Lima, s/n, em frente à Praça Dois de Novembro. É
atualmente o Cemitério mais antigo da cidade, sendo anteriormente o mais antigo o
cemitério da Igreja da Misericórdia, onde atualmente esta o banco Bradesco na Rua
Duque de Caxias.
O cemitério Senhor da Boa Sentença possui uma área de 60.000 m², com
aproximadamente 12.000 túmulos fixos e 5.000 ossários. Devido à grande demanda,
não ocorre mais a venda de túmulos perpetuo e sim de covas rotativas (2 anos),
existindo atualmente cerca de 300 covas rotativas disponíveis, e espaço ainda para 1.000
ossários. As taxas destes serviços são definidas pela DICEM.
O cemitério também conta com um anexo que foi construído visando solucionar
a sua Alta Densidade. Como a construção do anexo não supriu a demanda, posto que
encontramos uma média de 4 sepultamentos diários, há uma pretensão da Prefeitura
Municipal comprar o terreno pertencente à antiga fabrica Matarazzo para mais uma
ampliação do cemitério.
O administrador do cemitério é o Senhor Alberto Crisi, que esta na função a
cerca de três anos, conta com 15 funcionários. A vigilância do cemitério é precária,
ocorrendo assaltos em horário diurno, e furtos de peças de túmulos tanto no horário
diurno como no noturno.
O cemitério conta com uma boa infra-estrutura, dispondo de duas salas de
velórios, ruas de acesso aos túmulos são todas calçadas e arborizadas, e na rua principal
existe uma capela para atos ecumênicos. (Foto 1).
28
Figura 1: Cemitério Senhor da Boa Sentença Figura 2: Túmulos – Cemitério Senhor da Boa Sentença
Muitos túmulos constituem majestosos monumentos (Foto 2), alguns com cerca
de quatro metros de altura por quatro de largura. Sendo um dos cemitérios mais
tradicionais da cidade, podemos encontrar o túmulo de diversas personalidades
paraibanas, tais como Antonio Mariz, Tarcisio de M. Burity, Antenor Navarro, Ruy
Carneiro (Foto 3), e várias personalidades paraibanas. Os túmulos mais visitados são o
do Padre Zé e da menina Maria de Lourdes, ambos ditos como milagreiros.
Figura 3: Túmulo do ex-governador Ruy Carneiro
29
Um dos funcionários mais conhecido do cemitério pela comunidade que
freqüenta o local é o coveiro Batista que trabalha ali a mais de 30 anos. Batista conta
histórias engraçadas, “como a do rapaz que ao sepultar sua esposa, se jogou dentro da
cova pedindo para ser enterrado junto com ela”, saiu com os esforços do Sr. Batista e
dos familiares.
4.3.2 – Cemitério Público do Cristo
O cemitério do Cristo, localizado no bairro do Cristo Redentor, na rua dos
milagres s/n, fundado na década de 1970, é um dos mais novos cemitérios de João
Pessoa. Com uma área de 26.656m² o cemitério conta com uma capela e duas salas
pequenas para velórios (Foto 4). Os túmulos possuem dimensões de 2,20 cm de
comprimento por 0,80 cm de largura e 1,10 cm de profundidade.
Até a década de 1990 o cemitério atendia apenas aos bairros do Rangel e Cristo.
Atualmente, os cemitérios atende a vários bairros, sendo os de maiores procura para
sepultamentos: Rangel 40%, Cristo 30%, Geisel 8%, Jose Américo 6%, outros 16%.
Em setembro de 2007, a Prefeitura Municipal iniciou a construção de 560 novos
túmulos verticais e 468 novos ossários (Foto 5). Os túmulos foram construídos com
uma inclinação de 5º para que o necrochorume escoe para a parte traseira do túmulo que
é impermeabilizada com concreto, o que evita a contaminação do solo. Tais
procedimentos estão de acordo com que estabelece a Resolução 335 – CONAMA. (Ver
anexo 1). De acordo com o Diretor da DICEM, Sr. José Zênio, as casas mortuárias serão
informadas para reforçar com maior quantidade de tecidos no fundo dos caixões, para
ajudar na absorção desse líquido.
30
Figura 4: Capela e Salas para velórios do Cemitério do Cristo.
Figura 5: Túmulos e Ossários do Cemitério do Cristo
Devido ao fato de que os cemitérios públicos de João Pessoa estão quase
atingindo a sua capacidade máxima, o cemitério do Cristo, que tem uma média de 3
sepultamentos ao dia, não está mais vendendo túmulos permanentes.
Não foi observado separação de sepulturas ou monumentos por religião, em que
podemos destacar apenas o túmulo da loja Maçônica, localizado logo na entrada na rua
principal. A faixa etária dos sepultados é baixa, pois ocorre um alto índice de violência
no bairro devido às condições econômicas dos moradores, levando assim a existir uma
alta taxa de criminalidade entre os jovens.
O cemitério do Cristo conta apenas com vigilância diurna, o que favorece a
ocorrência de furtos de peças dos túmulos durante o período noturno.
4.3.3 – Cemitério Público Santa Catarina
O cemitério público Santa Catarina está localizado no Bairro dos Estados na Rua
Santa Catarina s/n, tendo sido construído em outubro de 1959. Com uma área de
aproximadamente 9.522m², o cemitério conta com 1.349 covas perpetuas e 1.175 covas
rotativas, com aproximadamente 600 ossuários. Também dispõe de ruas internas de
acesso com pavimentação e placas de localização, bem como uma capela na entrada
pela rua principal, uma área para administração, uma pequena área para velório. (Fotos
31
6 e 7) No que diz respeito à limpeza interna é feita diariamente, a parte de limpeza dos
túmulos é feita pelos familiares.
Figura 6: Capela do cemitério Santa Catarina. Figura 7: Vistas dos túmulos e ossários do cemitério Santa Catarina.
O cemitério de Santa Catariana, junto com os do Cristo e São Sebastião, são os
únicos cemitérios que estão com os registros de sepultamentos atualizados e
informatizados pela DICEM. Este trabalho começou a partir de fevereiro de 2006, pois
antes os dados eram arquivados manualmente, acarretando atraso e algumas
irregularidades como, por exemplo, covas rotativas sem identificação, como também
covas rotativas em que os familiares não retiraram os restos mortais de seus entes e não
colocando-os em ossuários, para deixar espaço para outro sepultamento, ato este que
agora está começando a ser corrigido pela DICEM. A maioria dos sepultamentos é dos
bairros dos Estados, dos Ipês, 13 de maio, Padre Zé, Torre.
4.3.4 – Cemitério Público São José
Localizado na Avenida Cruz das Armas s/n, no bairro de Cruz das Armas, o
cemitério público São José é um dos mais antigos da cidade, data de sua fundação
14/02/1950. Não foi verificado acúmulo ou vazamento de necrochorume, e não existe
capela como é comum na maioria dos cemitérios.
Possui quatro funcionários além do Administrador, Sr. Sérgio, dois funcionários
na área administrativa, e dois coveiros. Um dos coveiros é o Sr. Isidro, com mais de dez
anos na função, o mesmo relata fatos interessantes, como o de uma senhora que gostava
32
e criava muitos gatos e, ao morrer, sua sepultura ficou sendo visitado por alguns gatos
por alguns dias ele diz que eram os gatos que ela criava.
O cemitério São José compreende uma área de 16.734 m², não havendo túmulos
separados por religião. As ruas de acesso no seu interior são todas pavimentadas (foto
08) com iluminação satisfatória. Conta também com vigilância interna, o que não evita
a ocorrência de furtos de objetos e depredações dos túmulos.
Existem atualmente 1.395 covas perpétuas e 1.175 covas rotativas. No entanto,
como o cemitério está quase atingindo a sua capacidade máxima, existem apenas cinco
covas rotativas vagas, não ocorrendo mais a venda de túmulos perpétuos. Em agosto de
2002, foi construído um anexo para solucionar a problemática da falta de espaço ( foto
09). A procura pelo cemitério deve-se ao fato do alto índice de criminalidade e uso de
drogas do Bairro de Cruz de Armas, pois no levantamento feito pela DICEM a faixa
etária dos sepultados é de aproximadamente 30 anos.
Foto 08: Ruas internas São Jose Foto 09: Túmulos verticais
Em virtude desses fatos, o cemitério São José encontra-se em processo de
controle de covas rotativas serviço este que é realizado pela DICEM, pois muitas covas
já passaram dos dois anos como estabelece a legislação e muitos familiares não
autorizaram a retirada dos restos mortais para colocá-los em ossuários.
33
4.3.5 – Cemitério Público São Sebastião
Localizado no Conjunto Valentina Figueiredo, na Rua Domingos José da
Paixão, rua de acesso a praia do sol e a PB 008 que vai para a praia de Jacumã. O
cemitério São Sebastião foi construído em 1951, na Administração de Oswaldo Pessoa.
Na época o conjunto Valentina Figueiredo não existia oficialmente sendo apenas
formado por granjas e sítios. Com uma área de 1.250 m², possuindo uma pequena
Capela, e uma sala de velório ao seu lado. (Foto 10) Os túmulos em sua maioria são
simples, em que muitas vezes são apenas identificados com uma cruz (Foto11).
Figura 10 :Capela do cemitério São Sebastião Figura 11: Túmulos do Cemitério São Sebastião
Há poucos meses um novo recadastramento pela DICEM para a retirada dos que
restos mortais que já deveriam estar em ossários, deixando espaço para novos túmulos
provisórios.
Existem cerca de 210 túmulos perpétuos e 70 túmulos rotativos, contando com
poucos ossários. Há espaço nas laterais para construção de mais ossários, no entanto não
há previsão para tal construção, ainda que isto seja uma necessidade urgente, visto que o
São Sebastião esteja como os demais cemitérios públicos de João Pessoa, lotado.
A construção do cemitério foi feita sem um levantamento topográfico a priori, o
que propicia o alagamento nos períodos de fortes chuvas. Os moradores do conjunto
dizem popularmente que os mortos aí enterrados morrem duas vezes, a 11 quando vem a
34
falecer e é enterrado, a 21 afogados pelas inundações periódicas que ocorrem no
cemitério São Sebastião. Devido a essa problemática a DICEM tem planos para a
transferência deste cemitério para um local mais apropriado.
4.3.6 – Cemitério público Nossa Senhora da Penha
O cemitério Nossa Senhora da Penha está localizado no bairro da Penha, vizinho
a Igreja de mesmo nome, tendo mais de 100 anos de fundação, possui uma área de
1,332m². Recentemente houve a intenção da Igreja de retirar o atual cemitério para a
criação de uma praça, sendo vetado pelo prefeito da cidade de João Pessoa na época Sr.
Cícero Lucena. Devido a sua localização ser bem próximo a igreja e ter um espaço
físico pequeno o mesmo não possui capela no seu interior.
O cemitério da Penha possui dois funcionários um administrador o Sr. Josivaldo
que esta na função a cerca de 4 anos e um coveiro, Sr. Ozinaldo Simeão, conhecido
como Baixinho, atuando nesta função á 14 anos.
A entrada do cemitério é estreita e cercada por pequenas barracas e bares, logo
ao entrar é verificada a existência de um cruzeiro que foi construído pelo próprio
coveiro utilizando recursos próprios, ou seja, sem nenhuma ajuda financeira da
Prefeitura Municipal.
Cada túmulo perpétuo possui três gavetas, duas na parte inferior e uma na
superior. O referido cemitério possui hoje cerca de 200 ossários nas laterais, 105
túmulos fixos e 99 túmulos rotativos. A taxa cobrada para cada cova rotativa é de R$
11,50, e para ossários é de R$ 100,00. Como tem um espaço físico pequeno e já está
quase lotado, não á venda de túmulos perpétuos apenas de covas rotativas. O maior
número de sepultamentos vem de pessoas que residem no próprio bairro, Seixas,
Jacarapé e Mangabeira.
35
Figura 12: Cemitério Nossa Senhora da Penha – Ossários.
Um fato curioso é a visita do Sr. Severino Fidelis (86 anos) que visita o túmulo
de sua esposa todo fim de semana, rezando e limpando o túmulo, é o único túmulo que
possui 4 gavetas, todas feita pelo próprio visitante. O Senhor Fidelis é ex-combatente
ele anuncia que quando falecer quer que coloquem no seu caixão ao invés de flores,
coloquem os restos mortais de sua amada esposa.
37
5 Considerações finais
Esta pesquisa foi realizada com o intuito de verificar a distribuição e diferenças
existentes nos cemitérios púbicos da cidade de João Pessoa, (Santa Catarina, São Jose,
Boa Sentença, Cristo Redentor, Penha e São Sebastião). No entanto durante a pesquisa
se fez algumas observações no tocante aos serviços oferecidos a população nos
aspectos, segurança, administração, limpeza, aspectos dos túmulos, ossários, etc..
Foi verificado também que na administração atual da Sedurb, tendo como
Secretário o Sr. Ivan Buriti, e como Diretor da DICEM o Sr. José Zênio, ocorreu um
grande empenho dos mesmos em tentar melhorar a situação dos cemitérios de João
Pessoa, tendo, por exemplo, a informatização e atualização dos dados de todos os
cemitérios, com previsão de término em 2009, trabalho este que antes era todo realizado
manualmente e deficitário.
Um dos maiores problemas criticados pelas pessoas entrevistadas e que também
foi verificado in loco, são os furtos de peças dos túmulos, e reclamação de roubo a
pessoas que visitam os referidos lugares.
Mas o que mais ficou atenuante foi à falta de espaço para novos túmulos (covas
rotativas) e ossários, pois em entrevista feita com o Sr. Jose Zênio, o mesmo afirma que
a taxa de morte em João Pessoa fica em torno de 1% a.a, o mesmo informa que a
quantidade de covas rotativas existentes disponíveis nos seis cemitérios de João Pessoa
é de 4.934, sendo suficiente para a demanda até 2020, mas se a população da cidade está
em torno de 700.000 mil habitantes, esta quantidade de covas rotativas é praticamente
insuficiente para chegar ao ano citado. Observa-se que mesmo com a construção recente
de cerca de 720 túmulos verticais e 468 ossários verticais, distribuídos nos cemitérios do
Cristo e São José, ainda é insuficiente, visto que no próprio cemitério São José foi
criado um anexo no ano de 2002, e está totalmente lotado.
Dessa forma existe visivelmente a necessidade de construção de mais túmulos e
ossários verticais, e impreterivelmente a construção de mais um cemitério público em
João Pessoa, com um espaço físico mínimo igual ao do Cemitério do Cristo, para que a
38
cidade tenha um lapso temporal de pelo menos 30 a 35anos sem problemas para sepultar
os seus entes queridos.
Outro fator ainda que é relevante e se faz necessário se chamar a atenção diz
respeito a unificação entre o enxoval do pós morte, isto é, as funerárias de João Pessoa
praticamente unificam seus serviços e preços oferecidos a população, não ocorrendo
uma fiscalização de preços e sim um mercado tabelado, que deixa as pessoas
praticamente sem opção de pesquisa, observa-se que o custo é bastante oneroso
principalmente para a população de poder aquisitivo mínimo. Se é caro nascer, morrer
então é mais ainda.
39
6 Referências Bibliográficas
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águas subterrâneas decorrentes da atividade cemiterial. Dissertação de Mestrado.
Faculdade de Saúde Pública – USP, São Paulo, 2007.
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DOLFUSS, Olivier. A análise Geográfica. Trad. Heloysa de Lima Dantas. DIFEL –
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ROMANÓ, Elma Nery de Lima. Cemitérios: passivo ambiental medidas Preventivas
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http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/ . 2006. Acessado em: 03/09/2008.
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Urbano, Sedurb, 2007.
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São Paulo: Hucitec, l997.
40
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Brasilia: MEC-RJ, 1972
Sites Consultados:
http://www.joaopessoa.gov.br/geografia>
www.perfuradores.com
http://www.ibge.pb.gov.br/geografia>
http://www.sobrade.com.br/eventos/2005/visinrad/palestras/elma_romano_cemiterio.pd
f.
41
Apêndices
FORMULÁRIO I – ENTREVISTA COM AS PESSOAS QUE VISITAM OS
CEMITÉRIOS PÚBLICOS DE JOÃO PESSOA (DATA: 02/11/2007 –
11/05/2008 - 10/08/2008)
01) O Sr.(a) possui algum parente sepultado neste cemitério?
( ) sim ( ) não
02) Possui algum amigo (a) sepultado aqui?
( ) sim ( ) não
03) Visita constantemente este cemitério ou apenas em datas comemorativas?
( ) constantemente ( ) datas comemorativas?
04) Quais datas comemorativas você mais freqüenta?
( ) Dia dos Pais ( ) Dias das Mães ( ) Finados ( ) outras
05) O que acha da limpeza deste cemitério e dos outros cemitérios públicos de João
Pessoa?
( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( )
péssima
06) Qual sua religião?
( ) Católico ( ) Protestante ( ) Ateu ( ) outros
07) Já pensou em comprar um ossuário aqui ou em outro cemitério?
( ) sim ( ) não
08) Qual sua faixa de idade?
( ) 18 a 25 anos ( ) 25 a 45 anos ( ) 45 a 60 anos ( ) mais de 60
42
09) O que acha dos preços dos produtos cobrados pelos ambulantes no cemitério?
( ) bom ( ) caro ( ) regular ( ) ótimo
10) O que você acha da conservação feita nos cemitérios públicos de João Pessoa
(pintura, calçamento interno, podas e segurança)?
( ) bom ( ) ótima ( ) regular ( ) péssima
43
FORMULÁRIO II – ENTREVISTA COM O SECRETÁRIO DA SEDURB
(Realizado em 13/04/2007)
01) Quantos cemitérios públicos existem em João Pessoa?
02) Qual o maior e o menor?
03) Qual o mais novo e o mais antigo?
04) Há quanto tempo o Senhor esta como Secretário da Sedurb?
05) Qual a porcentagem de sepultamentos por ano em João Pessoa em relação ao
número de habitantes?
06) E qual o número de sepultamentos anual em João Pessoa?
07) Existe previsão da construção de novos cemitérios?
08) Os preços dos serviços cobrados nos cemitérios públicos de João Pessoa são
unificados?
09) Em caso negativo qual o motivo?
10) Os administradores dos cemitérios passam por esta função por um período
determinado?
11) Existe controle pela Sedurb nos preços cobrados pelos ambulantes que trabalham
em frente aos cemitérios?
12) Em qual cemitério o número de sepultamentos é maior?
13) E em qual deles o número de sepultamentos é menor?
14) Todos os cemitérios públicos de João Pessoa estão com seus dados cadastrais
informatizados?
15) O senhor acha o número de ossários vazios dão para atender a demanda até
quando?
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16) E a quantidade de covas rotativas é suficiente para atender a demanda até quando?
17) O que se pode fazer para evitar furtos e roubos existentes dentro dos cemitérios?
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FORMULÁRIO III – ENTREVISTA COM OS ADMINISTRADORES DOS
CEMITÉRIOS DA CIDADE DE JOÃO PESSOA
01) Qual seu nome?
02) Há quanto tempo esta nesta função?
03) Gosta da função?
04) Quantos funcionários existem neste cemitério?
05) Em especial existem quantos coveiros trabalhando neste cemitério?
06) Quais os bairros com maior número de sepultamentos neste cemitério?
07) Quais os preços cobrados pelos serviços cemitériais?
08) Existe controle por parte da administração dos cemitérios ou da Sedurb, em
relação aos vendedores ambulantes que se instalam na localidade?
09) Como é realizada a limpeza interna e externa dos cemitérios da cidade?
10) Qual o número de sepultamentos realizados por mês neste cemitério?
11) Ocorre muitos furtos de objetos dentro do cemitério (argolas, cruzes, imagens
sacras etc..)?
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12) A Sedurb satisfaz as necessidades administrativas solicitada por esta
administração a mesma?
13) Qual a data da construção deste cemitério?
14) Qual a sua área física ?
15) Quando é feita a pintura externa e interna do mesmo?
16) Qual a data da última reforma?
17) Há necessidade de outra reforma?
18) E de ampliação do mesmo?
19) Como é feita a vigilância aqui no cemitério?
20) A administração está com seus dados já informatizados?
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Anexo
RESOLUÇÃO 335 – CONAMA
Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das
atribuições que lhe são conferidas pela Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981,
regulamentada pelo Decreto n o 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em vista o
disposto em seu Regimento Interno, Anexo à Portaria n o 499, de 18 de dezembro de
2002, e Considerando a necessidade de regulamentação dos aspectos essenciais
relativos ao processo de licenciamento ambiental de cemitérios;
Considerando o respeito às práticas e valores religiosos e culturais da população;
e
Considerando que as Resoluções CONAMA n os 001, de 23 de janeiro de 1986 e
237, de 19 de dezembro de 1997, indicam as atividades ou empreendimentos sujeitos ao
licenciamento ambiental e remetem ao órgão ambiental competente a incumbência de
definir os critérios de exigibilidade, o detalhamento, observadas as especificidades, os
riscos ambientais e outras características da atividade ou empreendimento, visando a
obtenção de licença ambiental;
Considerando que o art. 12, da Resolução CONAMA n o 237, de 1997, permite a
criação de critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de licenciamento
ambiental das atividades e empreendimentos similares, visando a melhoria contínua e o
aprimoramento da gestão ambiental, resolve:
Art. 1º Os cemitérios horizontais e os cemitérios verticais, doravante
denominados cemitérios, deverão ser submetidos ao processo de licenciamento
ambiental, nos termos desta Resolução, sem prejuízo de outras normas aplicáveis à
espécie.
Art. 2º Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições:
I - cemitério: área destinada a sepultamentos;
a) cemitério horizontal: é aquele localizado em área descoberta compreendendo
os tradicionais e o do tipo parque ou jardim;
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b) cemitério parque ou jardim: é aquele predominantemente recoberto por jardins,
isento de construções tumulares, e no qual as sepulturas são identificadas por uma
lápide, ao nível do chão, e de pequenas dimensões;
c) cemitério vertical: é um edifício de um ou mais pavimentos dotados de
compartimentos destinados a sepultamentos; e
d) cemitérios de animais: cemitérios destinados a sepultamentos de animais.
II - sepultar ou inumar: é o ato de colocar pessoa falecida, membros amputados e
restos mortais em local adequado;
III - sepultura: espaço unitário, destinado a sepultamentos;
IV - construção tumular: é uma construção erigida em uma sepultura, dotada ou
não de compartimentos para sepultamento, compreendendo-se:
a) jazigo: é o compartimento destinado a sepultamento contido;
b) carneiro ou gaveta: é a unidade de cada um dos compartimentos para
sepultamentos existentes em uma construção tumular; e
c) cripta: compartimento destinado a sepultamento no interior de edificações,
templos ou suas dependências.
V - lóculo: é o compartimento destinado a sepultamento contido no cemitério
vertical;
VI - produto da coliqüação: é o líquido biodegradável oriundo do processo de
decomposição dos corpos ou partes;
VII - exumar: retirar a pessoa falecida, partes ou restos mortais do local em que se
acha sepultado;
VIII - reinumar: reintroduzir a pessoa falecida ou seus restos mortais, após
exumação, na mesma sepultura ou em outra;
IX - urna, caixão, ataúde ou esquife: é a caixa com formato adequado para conter
pessoa falecida ou partes;
X - urna ossuária: é o recipiente de tamanho adequado para conter ossos ou partes
de corpos exumados;
XI - urna cinerária: é o recipiente destinado a cinzas de corpos cremados;
XII - ossuário ou ossário - é o local para acomodação de ossos, contidos ou não
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em urna ossuária;
XIII - cinerário: é o local para acomodação de urnas cinerárias;
XIV - columbário: é o local para guardar urnas e cinzas funerárias, dispostos
horizontal e verticalmente, com acesso coberto ou não, adjacente ao fundo, com um
muro ou outro conjunto de jazigos;
XV - nicho: é o local para colocar urnas com cinzas funerárias ou ossos; e
XVI - translado: ato de remover pessoa falecida ou restos mortais de um lugar
para outro.
Art. 3º Na fase de Licença Prévia do licenciamento ambiental, deverão ser
apresentados, dentre outros, os seguintes documentos:
I caracterização da área na qual será implantado o empreendimento,
compreendendo:
a) localização tecnicamente identificada no município, com indicação de acessos,
sistema viário, ocupação e benfeitorias no seu entorno;
b) levantamento topográfico planialtimétrico e cadastral, compreendendo o
mapeamento de restrições contidas na legislação ambiental, incluindo o mapeamento e a
caracterização da cobertura vegetal;
c) estudo demonstrando o nível máximo do aqüífero freático (lençol freático), ao
final da estação de maior precipitação pluviométrica;
d) sondagem mecânica para caracterização do subsolo em número adequado à
área e características do terreno considerado; e
II - plano de implantação e operação do empreendimento.
§ 1º É proibida a instalação de cemitérios em Áreas de Preservação Permanente
ou em outras que exijam desmatamento de Mata Atlântica primaria ou secundária, em
estágio médio ou avançado de regeneração, em terrenos predominantemente cársticos,
que apresentam cavernas, sumidouros ou rios subterrâneos, em áreas de manancial para
abastecimento humano, bem como naquelas que tenham seu uso restrito pela legislação
vigente, ressalvadas as exceções legais previstas.
§ 2º A critério do órgão ambiental competente, as fases de licença Prévia e de
Instalação poderão ser conjuntas.
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§ 3º Excetuam-se do previsto no parágrafo anterior deste artigo, cemitérios
horizontais que:
I- ocupem área maior que cinqüenta hectares;
II- localizem-se em Áreas de Proteção Ambiental-APAs, na faixa de proteção de
Unidades de Conservação de Uso Integral, Reservas Particulares de Patrimônio Natural
e Monumento Natural;
III localizem-se em terrenos predominantemente cársticos, que apresentam
cavernas, sumidouros ou rios subterrâneos; e
IV- localizem-se em áreas de manancial para abastecimento humano.
Art. 4º Na fase de Licença de Instalação do licenciamento ambiental, deverão ser
apresentados, entre outros, os seguintes documentos:
I - projeto do empreendimento que deverá conter plantas, memoriais e
documentos assinados por profissional habilitado; e
II - projeto executivo contemplando as medidas de mitigação e de controle
ambiental.
Art. 5º Deverão ser atendidas, entre outras, as seguintes exigências para os
cemitérios horizontais:
I - a área de fundo das sepulturas deve manter uma distância mínima de um metro
e meio do nível máximo do aqüífero freático;
II - nos terrenos onde a condição prevista no inciso anterior não puder ser
atendida, os sepultamentos devem ser feitos acima do nível natural do terreno;
III - adotar-se-ão técnicas e práticas que permitam a troca gasosa,
proporcionando, assim, as condições adequadas à decomposição dos corpos, exceto nos
casos específicos previstos na legislação;
IV - a área de sepultamento deverá manter um recuo mínimo de cinco metros em
relação ao perímetro do cemitério, recuo que deverá ser ampliado, caso necessário, em
função da caracterização hidrogeológica da área;
V - documento comprobatório de averbação da Reserva Legal, prevista em Lei;e
VI - estudos de fauna e flora para empreendimentos acima de cem hectares.
Art. 6 o Deverão ser atendidas as seguintes exigências para os cemitérios
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verticais:
I - os lóculos devem ser constituídos de:
a) materiais que impeçam a passagem de gases para os locais de circulação dos
visitantes e trabalhadores;
b) acessórios ou características construtivas que impeçam o vazamento dos
líquidos oriundos da coliqüação;
c) dispositivo que permita a troca gasosa, em todos os lóculos, proporcionando as
condições adequadas para a decomposição dos corpos, exceto nos casos específicos
previstos na legislação; e
d) tratamento ambientalmente adequado para os eventuais efluentes gasosos.
Art. 7º Os columbários destinados ao sepultamento de corpos deverão atender ao
disposto nos arts. 4 o e 5 o , no que couber.
Art. 8º Os corpos sepultados poderão estar envoltos por mantas ou urnas
constituídas de materiais biodegradáveis, não sendo recomendado o emprego de
plásticos, tintas, vernizes, metais pesados ou qualquer material nocivo ao meio
ambiente.
Parágrafo único. Fica vedado o emprego de material impermeável que impeça a
troca gasosa do corpo sepultado com o meio que o envolve, exceto nos casos
específicos previstos na legislação.
Art. 9º Os resíduos sólidos, não humanos, resultantes da exumação dos corpos
deverão ter destinação ambiental e sanitariamente adequada.
Art. 10º. O procedimento desta Resolução poderá ser simplificado, a critério do
órgão ambiental competente, após aprovação dos respectivos Conselhos de Meio
Ambiente, se atendidas todas as condições abaixo:
I - cemitérios localizados em municípios com população inferior a trinta mil
habitantes;
II - cemitérios localizados em municípios isolados, não integrantes de área
conurbada ou região metropolitana; e
III - cemitérios com capacidade máxima de quinhentos jazigos.
Art. 11º Os cemitérios existentes e licenciados, em desacordo com as exigências
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contidas nos arts. 4 o e 5 o , deverão, no prazo de cento e oitenta dias, contados a partir
da publicação desta Resolução, firmar com o órgão ambiental competente, termo de
compromisso para adequação do empreendimento.
Parágrafo único. O cemitério que, na data de publicação desta Resolução, estiver
operando sem a devida licença ambiental, deverá requerer a regularização de seu
empreendimento junto ao órgão ambiental competente, no prazo de cento e oitenta dias,
contados a partir da data de publicação desta Resolução.
Art.12º No caso de encerramento das atividades, o empreendedor deve,
previamente, requerer licença, juntando Plano de Encerramento da Atividade, nele
incluindo medidas de recuperação da área atingida e indenização de possíveis vítimas.
Parágrafo único. Em caso de desativação da atividade, a área deverá ser utilizada,
prioritariamente, para parque público ou para empreendimentos de utilidade pública ou
interesse social.
Art. 13º Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade
civil, pelo Ministério Público, ou por cinqüenta cidadãos, o órgão de meio ambiente
competente promoverá Reunião Técnica Informativa.
Parágrafo único. Na Reunião Técnica Informativa é obrigatório o
comparecimento do empreendedor, da equipe responsável pela elaboração do Relatório
Ambiental e de representantes do órgão ambiental competente.
Art. 14º O descumprimento das disposições desta Resolução, dos termos das
Licenças Ambientais e de eventual Termo de Ajustamento de Conduta, sujeitará o
infrator às penalidades previstas na Lei n o 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em
outros dispositivos normativos pertinentes, sem prejuízo do dever de recuperar os danos
ambientais causados, na forma do art. 14, § 1 o , da Lei n o 6.938, de 31 de agosto de
1981.
Art. 15º Além das sanções penais e administrativas cabíveis, bem como da multa
diária e outras obrigações previstas no Termo de Ajustamento de Conduta e na
legislação vigente, o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá
exigir a imediata reparação dos danos causados, bem como a mitigação dos riscos,
desocupação, isolamento e/ou recuperação da área do empreendimento.
Art. 16º Os subscritores de estudos, documentos, pareceres e avaliações técnicas
utilizados no procedimento de licenciamento e de celebração do Termo de Ajustamento
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de Conduta são considerados peritos, para todos os fins legais.
Art. 17º As obrigações previstas nas licenças ambientais e no Termo de
Ajustamento de Conduta são consideradas de relevante interesse ambiental.
Art. 18º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
MARINA SILVA
Presidente do Conselho