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Orçamento de Estado 2015 15 de Outubro de 2014

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Orçamentode Estado

201515 de Outubro de 2014

O presente Tax Alert visa dar a conhecer asprincipais alterações legislativas em matéria fiscalconstantes da Proposta do Orçamento do Estadopara 2015 (doravante “POE 2015”), bem como,pela sua relevância, da recente Lei n.º 75-A/2014,de 30 de Setembro, que procedeu à segundaalteração à Lei n.º 83-C/2013, de 31 de Dezembro(Orçamento do Estado para 2014), e a outrosdiplomas, e, ainda, da Proposta de Lei n.º 249/XII.

Orçamento de Estado para 2015

Carlos LoboTax LeaderEY Portugal

IRC 5

IRS 6

Segurança Social e CES 7

IVA 9

Imposto do Selo 12

IEC, ISV e IUC 13

IMI e IMT 15

Benefícios Fiscais 16

LGT, CPPT e RGIT 17

Outros 20

Autorizações Legislativas 22

Lei n.º 75-A/2014 23

Proposta de Lei n.º 249/XII 24

Como pode a EY ajudar? 25

Imposto sobre o Rendimentodas Pessoas Colectivas (“IRC”)Relativamente ao IRC, a POE 2015 estabelece aredução para 21% da taxa normal do IRC (actualmentede 23%), mantendo-se o escalão reduzido de 17%,aplicável aos primeiros €15.000 de matéria colectável,no caso de sujeitos passivos que exerçam, directamentee a título principal, uma actividade económica denatureza agrícola, comercial ou industrial, que sejamqualificados como pequena ou média empresa.

Prevê-se a possibilidade de, mediante despacho doMinistro das Finanças, se efectuar reembolsos emcondições diferentes das usuais (transferênciabancária, cheque ou vale postal), podendo ser exigidainformação adicional sobre a actividade ao sujeitopassivo.

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A Proposta prevê que a Autoridade Tributária (“AT”)divulgue, periodicamente (não especificando estaperiodicidade), a evolução da receita relevante paraefeitos do cálculo do referido crédito fiscal.

Imposto sobre o Rendimentodas Pessoas Singulares (“IRS”)A sobretaxa irá manter-se em 2015. Contudo, além dasdeduções à colecta da sobretaxa já aplicáveis em 2014,a POE 2015 vem introduzir uma dedução adicional queconsiste num crédito fiscal que irá depender dacapacidade do Estado em angariar receita (em sede deIRS e IVA) acima dos objectivos estabelecidos noOrçamento de Estado (“OE”) para 2015,comparativamente à retenção na fonte em sede desobretaxa angariada durante o ano.

Assim, o crédito fiscal irá corresponder à percentagemda colecta da sobretaxa, determinada da seguinteforma:

(RFT – RFTP) / RFS x 100

em que,

RFT – corresponde à soma das receitas do IRS edo IVA do subsector Estado em 2015, tal comopublicadas na síntese de execução orçamental deJaneiro de 206, referente à execuçãoorçamental de Dezembro de 2015;

RFTP – corresponde à soma das receitas do IRS edo IVA constantes do mapa I, anexo à Proposta,sendo desconsideradas eventuais rectificaçõesdas mesmas para mais no decurso do ano de2015;

RFS – é o valor da retenção na fonte em sede desobretaxa, a arrecadar por referência ao períodode Janeiro a Dezembro de 2015, entregue noscofres do Estado até ao fim do mês de Janeirode 2016.

Na prática, nos casos em que a receita efectiva de IRS eIVA supere o objectivo fixado pelo OE para 2015, oquociente positivo entre esse excedente e a retençãona fonte em sede de sobretaxa, multiplicado por 100,irá corresponder ao crédito a atribuir ao sujeito passivoao abrigo desta nova norma.

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Adicionalmente, o Código Contributivo prevê ainda queas situações em que o contribuinte tenha reclamado,recorrido, deduzido oposição ou impugnadojudicialmente a dívida, desde que tenha sido prestadagarantia idónea, integram, também, o conceito desituação contributiva regularizada, o mesmoacontecendo nas situações em que a prestação degarantia idónea seja dispensada, nos termoslegalmente previstos.

Outros aspectos

Mantém-se, para 2015, o congelamento do Indexantedos Apoios Sociais (“IAS”), o qual se cifra em € 419,22.Prevê-se, ainda, a suspensão do regime de actualizaçãodas pensões e de outras prestações sociais atribuídaspelo sistema de segurança social.

A POE 2015 estabelece que a taxa contributiva dosestabelecimentos de ensino superior privado ecooperativo e não superior particular e cooperativocujo pessoal se encontra inscrito no regime geral dasegurança social para outras eventualidades nãocobertas pela CGA, I.P. é deduzida à suportada poraquelas entidades, como empregadoras no âmbito doregime geral.

Não serão objecto de actualização os valoresregulamentares das pensões mínimas de invalidez e develhice do regime geral e segurança social, assim comoos valores das pensões de aposentação atribuídas pelaCGA, I.P., uns e outros atribuídos em data anterior a1.1.2014. O congelamento não é aplicável em algumassituações, nomeadamente às pensões e outrasprestações cujos valores sejam automaticamenteactualizados por indexação à remuneração detrabalhadores no activo ou ao valor mínimo de pensãodo regime geral de segurança social correspondente auma carreira contributiva inferior a 15 anos.

A POE 2015 prevê a majoração do montante diário dosubsídio de desemprego e do subsídio por cessação deactividade em 10%, por cada beneficiário, quando (i) nomesmo agregado familiar, ambos os cônjuges ou

Segurança Social e ContribuiçãoExtraordinária de Solidariedade (“CES”)Segurança SocialCaixa postal electrónica para trabalhadoresindependentes

Todos os trabalhadores independentes passam a serobrigados a possuir caixa postal electrónica, quando,anteriormente, esta obrigação se verificava apenaspara os trabalhadores independentes que seencontrassem sujeitos ao cumprimento da obrigaçãocontributiva, quando a base de incidência fixada fosseigual ao superior ao 3º escalão.

Enquadramento dos trabalhadores

A partir de 2015, o enquadramento dos trabalhadoresque resulte de falsas declarações prestadas peloscontribuintes (nomeadamente, por não ser verdadeira arelação laboral) deverá ser considerado nulo.

Declaração de remunerações

A POE 2015 vem clarificar que a correcção dasdeclarações de remunerações pode ser feitaoficiosamente pela instituição de segurança socialcompetente, sendo que, actualmente, o CódigoContributivo prevê apenas que este organismo possasuprir a falta ou a insuficiência das declarações deremunerações.

É, ainda, introduzido o prazo de caducidade para odireito a liquidar os tributos se o contribuinte não forvalidamente notificado da liquidação no prazo de quatroanos.

Situação contributiva regularizada

O Código Contributivo define que o conceito de situaçãocontributiva regularizada inclui as situações de dívida,cujo pagamento em prestações tenha sido autorizado eenquanto estiverem a ser cumpridas as condições dessaautorização, sendo agora esclarecido que essaautorização se refere, designadamente, ao pagamentoda primeira prestação e a constituição de garantias,quando aplicável.

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pessoas que vivam em união de facto sejam titulares dosubsídio de desemprego ou de subsídio por cessação deactividade e tenham filhos ou equiparados a cargo e (ii)no agregado monoparental, o parente único seja titulardo subsídio de desemprego ou de subsídio por cessaçãode actividade e não aufira pensão de alimentosdecretada ou homologada pelo tribunal.

Contribuição Extraordinária deSolidariedade (“CES”)No que respeita à CES, a POE 2015 prevê que, a partirdo próximo ano, esta contribuição passe a incidirapenas sobre pensões cujo valor mensal seja superior a€4.611,42, quando em 2014 a pensão mínima sobre aqual esta contribuição incide corresponde a €1.000.

Por seu turno, as taxas a aplicar passarão a ser de 15%para pensões cujo valor mensal se encontre entre€4.611,42 e €7.126,74 e de 40% para pensões cujovalor mensal seja superior a €7.126,74.

À semelhança de 2014, prevê-se uma norma em que daaplicação da CES não possa resultar numa prestaçãomensal ilíquida inferior ao valor da pensão mínima atributar, i.e., €4.611,42 (quando, em 2014, este valoré de €1.000).

Finalmente, é de salientar a redução da CES para 50%em 2016 e a sua eliminação em 2017.

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► Ao nível da comunicação a ser efectuada aoadquirente do bem ou serviço da anulação total ouparcial do imposto, esta deverá identificar asfacturas, o montante do crédito e do imposto a serregularizado, o processo ou acordo em causa, bemcomo o período em que a regularização seráefectuada.

Ainda em relação a este regime, a POE 2015 vemprever que:

► Em créditos vencidos após 1 de Janeiro de 2013, onão reconhecimento contabilístico do activo deixade ser um requisito para a definição de créditos decobrança duvidosa;

► Para créditos vencidos após 1 de Janeiro de 2013,e quando ocorra a transmissão da titularidade decréditos incobráveis e de cobrança duvidosa, deveproceder-se à regularização da dedução do impostoinicialmente efectuada;

► Nas rectificações a favor do Estado, em casos derecuperação total ou parcial de créditos, propõe-sea não observância do prazo de caducidade de 4 anosprevisto no Código do IVA e na Lei Geral Tributária(“LGT”);

► A certificação dos créditos por ROC, quando aregularização não dependa de pedido de autorizaçãoprévia, seja efectuada até ao termo do prazoestabelecido para a entrega da Declaração Periódicaou até à data da entrega da mesma, quando estaocorra fora de prazo.

Alterações à Lista I anexa ao Código do IVA (benssujeitos a taxa reduzida)

As principais alterações decorrentes da POE 2015 sãoas seguintes:

► Verba 1.6 e Verba 1.6.4 – Prevê-se a remoção damenção a “Frutas frescas”, passando a constarapenas a menção a “Frutas”;

► Verba 2.6 – Esta verba passa a estabelecer que ostermos da sua aplicação já foram regulamentadospelo Governo;

Imposto sobre o Valor Acrescentado (“IVA”)Cumprimento da obrigação de emissão de facturapor sujeitos passivos que pratiquem uma sóoperação tributável

Segundo a POE 2015, estes sujeitos passivos poderãopassar a cumprir com a obrigação de emissão defactura através do Portal das Finanças.

Cessação de actividade – declaração oficiosa pelaAT

A POE 2015 prevê a possibilidade de as autoridadescompetentes declararem oficiosamente a cessação deactividade, após comunicação do tribunal dadeliberação de encerramento de actividade doestabelecimento, em processo de insolvência.

Regime de créditos incobráveis e de cobrançaduvidosa

Na sequência da publicação pela AT do Ofício-Circuladon.º 30161/2014, de 08-07-2014, a POE 2015 prevêalterações ao regime de créditos incobráveis e decobrança duvidosa, clarificando o momento relevantepara o início de prazo de regularização por parte doscredores.

As alterações que, a este nível, a POE 2015 vemprever, aplicam-se, simultaneamente, a créditosvencidos antes e após 1 de Janeiro de 2013:

► Em processo de execução, o registo de execuçãopassa a ser remetido para a alínea a) do n.º 2 doartigo 717º do Código de Processo Civil (actualiza-se a remissão face ao novo Código de ProcessoCivil);

► Em processo de insolvência, a incobrabilidadeverifica-se quando a mesma for decretada decarácter limitado, após o trânsito em julgado dasentença de verificação e graduação de créditos ouquando exista a homologação do plano objecto dadeliberação havida em assembleia de credores;

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► Verba 2.7 – Para a aplicação desta verba, prevê-seque os estabelecimentos hospitalares, clínicas,dispensários e similares podem aplicar a taxareduzida de IVA ainda que pertençam “a pessoascolectivas de direito público ou instituições privadasintegradas no Serviço Nacional de Saúde", desdeque tenham renunciado à isenção de IVA.

Alterações à Lista II anexa ao Código do IVA (benssujeitos a taxa intermédia)

A verba 2.3 passa a considerar que o Petróleo e oGasóleo, marcados e coloridos, deverão ser“comercializados nas condições e para as finalidadeslegalmente definidas”.

Regime especial forfetário dos produtoresagrícolas

A POE 2015 vem aditar um regime especial forfetário,de cariz opcional, aplicável aos produtores agrícolasque, reunindo as condições de inclusão do regime deisenção previsto no artigo 53º do Código do IVA,efectuem transmissões de produtos agrícolas eprestações de serviços agrícolas resultantes dasactividades identificadas nos novos Anexos F e Gaditados àquele Código.

Caso optem por este novo regime, os produtoresagrícolas que reúnam as condições previstas naquelenormativo podem beneficiar da isenção de IVA nas suasoperações activas, para além de poderem solicitar à ATuma compensação forfetária calculada mediante aaplicação de uma taxa de 6% sobre o total das vendasde produtos agrícolas definidos no Anexo F e dasprestações de serviços agrícolas constantes do AnexoG.

Os sujeitos passivos produtores agrícolas quepretendam optar pelo regime forfetário poderão fazê-lomediante entrega de uma declaração de alterações,devendo permanecer naquele regime durante umperíodo de, pelo menos, 5 anos.

As facturas emitidas no âmbito deste regime, devemconter a menção “IVA-regime forfetário”.

Os sujeitos passivos que pretendam exercer a opçãopela aplicação do regime especial forfetário a partir de1 de Janeiro de 2015, devem informar a AT até ao finaldo mês de Fevereiro de 2015.

Regime dos Bens em Circulação

A POE 2015 vem clarificar os seguintes conceitosprevistos no Regime dos Bens em Circulação:

► O conceito de “bens” passa também a abranger osbens que puderem ser objecto de prestação deserviços, nos termos do artigo 4º do Código do IVA;

► O conceito de “remetente” é alargado, passando aincluir a pessoa singular ou colectiva ou entidadefiscalmente equiparada que, por si ou através deterceiros em seu nome e por sua conta, coloca osbens à disposição do transportador para efectivaçãodo respectivo transporte ou de operações de carga,o transportador quando os bens em circulação lhepertençam ou, ainda, outros sujeitos passivosquando os bens em circulação sejam objecto deprestação de serviços por eles efectuada.

Por outro lado, vem ainda permitir-se a comunicação,por outros meios electrónicos para além da inserção noPortal das Finanças, relativamente (i) aos documentosde transporte, nos casos em que o destinatário ou osbens a entregar em cada local de destino não sejamconhecidos na altura do início do transporte, e (ii) aosdocumentos de transporte adicionais em papel quetitulam as alterações ao destinatário ou adquirente, ouao local de destino, ocorridas durante o transporte, oua não-aceitação imediata e total dos benstransportados.

Restituição do IVA às representações diplomáticase consulares e ao seu pessoal não nacional

No que respeita ao âmbito da isenção do IVA aplicávelàs aquisições de veículos automóveis por cônsules decarreira ou funcionários constantes da lista do corpodiplomático, a POE 2015 vem alargar o limite de doisveículos automóveis aos cônsules e funcionários unidosde facto (para além dos casados ou com família a seucargo).

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Prevê-se ainda que, caso os proprietários dos veículosautomóveis abrangidos pela isenção do IVA pretendamproceder à sua alienação antes de decorridos cincoanos sobre a data de aquisição ou importação e essaintrodução no consumo fique igualmente sujeita aImposto sobre Veículos (“ISV”), tais proprietáriosdevem pagar o IVA junto das entidades competentespara a cobrança daquele imposto.

Finalmente, para efeitos de reembolso do IVA, osinteressados deverão possuir uma conta bancária válidae vigente numa instituição de crédito localizada emterritório nacional ou em outro Estado-Membro (“EM”)da União Europeia (“U.E.”) ou do Espaço EconómicoEuropeu (“E.E.E.”).

Regime do IVA de caixa

Na POE 2015 prevê-se que os sujeitos passivos quepretendam exercer a opção pelo regime do IVA de caixapoderão fazê-lo apenas durante o mês de Outubro decada ano, contrariamente ao regime anterior, noâmbito do qual podiam exercer a referida opção a todoo tempo, até ao dia 31 de Outubro.

Inclusão da Taxa de Exibição de Publicidade nabase tributável para efeitos de IVA

Na sequência do acórdão do Tribunal de Justiça daUnião Europeia (“TJUE”), de 5 de Dezembro de 2013,no âmbito do processo C-618/11, o qual decidiu que ataxa de exibição prevista na legislação portuguesa afavor da arte cinematográfica e audiovisual deve serincluída no valor tributável em sede de imposto sobre ovalor acrescentado devido pelos serviços de exibição depublicidade comercial, a POE 2015 vem, emconformidade, propor a alteração do n.º 2 do artigo 11ºda Lei n.º 55/2012, de 6 de Setembro, no sentido deque sobre o valor da taxa de exibição de publicidade nãoincide qualquer imposição de natureza fiscal ou dedireitos de autor, sem prejuízo da inclusão do montantecorrespondente à taxa de exibição no valor tributável,para efeitos de IVA, das prestações de serviços depublicidade comercial.

Restituição do IVA suportado pelas instituiçõesparticulares de solidariedade social e pela SantaCasa da Misericórdia de Lisboa

A POE 2015 prevê que a restituição às instituiçõesparticulares de solidariedade social e Santa Casa daMisericórdia de Lisboa, no âmbito das seguintesoperações, seja equivalente a 50% do IVA suportado:

► Aquisições de bens ou serviços relacionados com aconstrução, manutenção e conservação de imóveisutilizados total ou principalmente na prossecuçãodos respectivos fins estatutários, desde queconstantes de facturas de valor não inferior a€997,60, com exclusão do IVA; e

► Aquisições de bens ou serviços relativos aelementos do activo imobilizado corpóreo sujeitos adeperecimento utilizados única e exclusivamente naprossecução dos respectivos fins estatutários, comexcepção de veículos e respectivas reparações,desde que constantes de facturas de valor unitárionão inferior a €99,76, com exclusão do IVA, e cujovalor global, durante o exercício, não seja superior a€997,60, com exclusão do IVA.

No entanto, propõe-se que as entidades supramencionadas possam ver restituída a totalidade do IVAsuportado nas operações no âmbito de programas,medidas, projectos e acções objecto de co-financiamento público com suporte no Quadro deReferência Estratégico Nacional, no Programa deInvestimentos e Despesas de Desenvolvimento daAdministração Central ou nas receitas provenientes dosjogos sociais, já contratualizadas ou com decisão deaprovação da candidatura.

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Imposto do Selo (“IS”)

Trespasses e subconcessões

A POE 2015 vem estabelecer que os trespassantes sãoos sujeitos passivos de imposto nos trespasses deestabelecimento comercial, industrial ou agrícola.

Nas subconcessões e trespasses de concessões feitospelo Estado, pelas Regiões Autónomas ou pelasautarquias locais, para exploração de empresas ou deserviços de qualquer natureza, estabelece-se que osujeito passivo de imposto é o subconcedente e otrespassante, respectivamente, tenha o mesmo ou nãoprincipiado a exploração.

Estabelece-se, ainda, que o imposto liquidado nestasoperações constitui encargo dos adquirentes dosdireitos.

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Para efeitos do cálculo do imposto a incidir sobre ostabacos de fumar, o rapé, o tabaco de mascar e otabaco aquecido, a POE 2015 prevê o recurso a umelemento específico (cuja taxa é de €0,075/g) e a umelemento ad valorem (correspondendo a umapercentagem de 20%), sendo que o imposto não poderáser inferior a €0,135/g.

Por outro lado, a tributação do tabaco para cachimbode água resulta da aplicação de uma taxa de 50% sobreo preço de venda ao público e a dos líquidos contendonicotina resulta da aplicação de um elemento específicocuja taxa será de €0,6/ml.

Adicionalmente, elevam-se de 50% para 60% e de 80%para 90%, as taxas relativas ao montante mínimo deimposto (elemento ad valorem) a aplicar aos cigarros,nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira,respectivamente.

A POE 2015 prevê também, para a Região Autónomada Madeira, a alteração para €29,33 e 7%, doselementos adicionais específico e ad valorem, a aplicaraos cigarros fabricados por pequenos produtores cujaprodução anual não exceda as 500t e que sejamconsumidos naquela região.

No que importa aos charutos, tabaco para cachimbo deágua, rapé, tabaco de mascar, tabaco aquecido e dolíquido contendo nicotina em recipientes utilizados paraa carga e recarga de cigarros electrónicos, a POE 2015vem consagrar-lhe uma regra de não sujeição às regrasde condicionamento actualmente previstas para aintrodução no consumo do tabaco manufacturado.

Impostos Especiais de Consumo (“IEC”),Imposto sobre Veículos (“ISV”) e ImpostoÚnico de Circulação (“IUC”)

Imposto sobre o álcool e as bebidasalcoólicas (“IABA”)A POE 2015 introduz um agravamento generalizadodas taxas de impostos aplicáveis à cerveja, produtosintermédios e bebidas espirituosas.

Imposto sobre o tabaco (“IT”)O âmbito de incidência objectiva do imposto sobre otabaco é amplamente alargado, contemplando novosprodutos, relativamente aos quais se presume que asua detenção tem fins comerciais quando foremultrapassados os seguintes limites quantitativos:

► O rapé (definido neste âmbito como o tabaco em póou em grão para ser cheirado mas não fumado) –250g;

► O tabaco de mascar (tabaco apresentado em rolos,barras, tiras, cubos ou placas para venda ao públicopreparado para ser mascado mas não fumado) –250g;

► O tabaco aquecido (produto de tabacomanufacturado preparado para emitir um vapor semcombustão) – 20g;

► O líquido contendo nicotina em recipientes utilizadospara a carga e recarga de cigarros electrónicos –30ml.

O imposto mínimo para charutos e cigarrilhas nãopoderá ser inferior a €60 por milheiro de charutos oucigarrilhas.

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São ainda introduzidas novas menções obrigatórias aconstar das embalagens do tabaco, destinado aoconsumo no continente ou Regiões Autónomas. Citam-se, a título exemplificativo, menções como o preço devenda ao público no território de consumo ou o pesolíquido (no caso dos tabacos para fumar, do tabaco paracachimbo de água, do rapé, do tabaco de mascar e dotabaco aquecido) ou do volume líquido (no caso doslíquidos contendo nicotina).

Como nota final, de referir que são aditadas novasregras em sede de aquisição de produtos de tabaco(lojas francas), colocação em circulação e introdução noconsumo (de folhas de tabaco destinadas a venda aopúblico, rapé, tabaco de mascar, tabaco aquecido elíquido contendo nicotina), em território nacional.

Imposto sobre os produtos petrolíferos eenergéticos (“ISPE”)Alarga-se o âmbito de incidência objectiva desteimposto, designadamente, prevendo-se a sujeição aomesmo do gás natural e de certas preparaçõeslubrificantes e outras que contenham mais de 70% deóleos de petróleo ou minerais betuminosos.

Relativamente ao gás natural, prevê-se a isenção deimposto desde que o mesmo seja utilizado nostransportes públicos. Também no que respeita ao gásnatural, para efeitos da introdução no consumo,considera-se ainda a aquisição em mercadosorganizados, a importação ou aquisição intra-comunitária directamente por consumidores finais.

Mantém-se em vigor em 2015 o adicional às taxas doISPE, até ao limite máximo de €30 milhões anuais, ouseja, €0,005/l para a gasolina e €0,0025/l para ogasóleo rodoviário e o gasóleo colorido e marcado.

Imposto sobre Veículos (“ISV”)

Verifica-se um alargamento do tempo de uso,respectiva percentagem de dedução para veículosusados da Tabela D e respectivo ajustamento dacomponente de impacto ambiental.

Imposto único de Circulação (“IUC”)Constata-se um aumento generalizado das taxas deimposto aplicáveis.

Equipara-se, ainda, a sujeito passivo a herança indivisa,representada pelo cabeça de casal. Por outro lado,estende-se a isenção de imposto a veículosapreendidos, abandonados e perdidos a favor doEstado. De igual modo, clarificam-se regras deincidência e isenção relativamente a veículos nãosujeitos a matrícula que permaneçam em territórionacional por período superior a 183 dias.

Prevê-se que seja aplicado um adicional de IUC para osveículos a gasóleo enquadráveis nas categorias A(entre €1,39 e €25,01, em função da cilindrada e anoda matrícula) e B (entre €5,02 e €68,85, em função dacilindrada). As isenções, totais ou parciais, serão, noentanto, igualmente aplicáveis ao adicional.

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Imposto Municipal sobre Imóveis (“IMI”)Isenção de IMI relativo a prédios de reduzido valorpatrimonial tributário (“VPT”) detidos por sujeitospassivos de baixos rendimentos

A POE 2015 vem considerar a actualização dos valoresde base para a atribuição de isenções de IMIrelativamente a prédios de reduzido VPT de sujeitospassivos de baixos rendimentos.

Assim, passam a ser isentos de IMI os prédios rústicos eo prédio ou parte de prédio urbano destinado ahabitação própria e permanente do sujeito passivo oudo seu agregado familiar, e que seja efectivamenteafecto a tal fim, desde que o rendimento bruto total doagregado familiar não seja superior a €15.295 e o VPTglobal da totalidade dos prédios rústicos e urbanospertencentes ao agregado familiar não exceda€66.500.

Esta isenção passa a abranger os arrumos, despensas egaragens, ainda que fisicamente separados, masintegrando o mesmo edifício ou conjunto habitacional,desde que utilizados exclusivamente pelo proprietárioou seu agregado familiar, como complemento dahabitação isenta.

Por fim, esclarece-se que, em caso de compropriedade,o VPT global é o que, proporcionalmente, corresponderà quota do sujeito passivo e dos restantes membros doseu agregado familiar.

Imposto Municipal sobre asTransmissões Onerosas de Imóveis(“IMT”)Reconhecimento da isenção pela aquisição deimóveis por instituições de crédito

O reconhecimento prévio da isenção de IMT, mediantedespacho do Ministro das Finanças, nas aquisições deimóveis que derivem de actos de dação emcumprimento, passa a ser necessário sempre que ovalor que serviria de base à liquidação do IMT, caso estefosse devido, seja superior a €300.000. Nas restantessituações, o reconhecimento da isenção passa a serautomático.

Reconhecimento de outras isenções

De acordo com a POE 2015, prevê-se que deixam deestar dependentes de reconhecimento prévio pordespacho do director-geral dos impostos, passando aser de reconhecimento automático, as isenções de IMTde que beneficiem:

► As pessoas colectivas de utilidade públicaadministrativa e de mera utilidade pública, bemcomo as instituições particulares de solidariedadesocial e entidades a estas legalmente equiparadas,quanto aos bens destinados, directa eimediatamente, à realização dos seus finsestatutários;

► As aquisições de prédios individualmenteclassificados como de interesse nacional, deinteresse público ou de interesse municipal, nostermos da legislação aplicável.

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Imposto Municipal sobre Imóveis (“IMI”) eImposto Municipal sobre as TransmissõesOnerosas de Imóveis (“IMT”)

Estatuto dos Benefícios Fiscais (“EBF”)A POE 2015 vem criar o regime de mecenato cultural,que substitui parte do actual regime do mecenato.

Nos termos deste regime, são consideradas entidadesbeneficiárias as pessoas colectivas, públicas ouprivadas, que desenvolvam, sem fins lucrativos,actividades de natureza e interesse cultural,nomeadamente de defesa do património material eimaterial, teatro, ópera e bailado, música, organizaçãode festivais e outras manifestações artísticas e daprodução cinematográfica, audiovisual e literária,museológica, bibliotecária e arquivística.

As entidades beneficiárias devem obter junto domembro do Governo responsável pela área da cultura,previamente à obtenção dos donativos, a declaração doseu enquadramento no regime do mecenato cultural edo interesse cultural das actividades ou das acçõesdesenvolvidas, salvo se a actividade a beneficiar dodonativo seja, comprovadamente, objecto de apoiospúblicos atribuídos por organismos sob a tutela domembro do Governo responsável pela área da cultura.

Os donativos efectuados a estas entidades podem serconsiderados custos do exercício em 120% do seumontante, ou em 130% quando atribuídos ao abrigo decontractos plurianuais que fixem objectivos a atingirpelas entidades beneficiárias e os montantes a atribuirpelos sujeitos passivos.

Excepto no caso de donativos atribuídos ao Estado, àsregiões autónomas e autarquias locais e a qualquer dosseus serviços, estabelecimentos e organismos, aindaque personalizados, ou a associações de municípios efreguesias e a Fundações em que o Estado, as regiõesautónomas ou as autarquias locais participem nopatrimónio inicial, os gastos considerados dedutíveis aoabrigo deste regime estão limitados a 6/1000 dovolume de vendas ou de serviços prestados.

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Passa a ser obrigatória a constituição de advogados emprocessos com valor que exceda €10.000 (dobro daalçada dos Tribunais Tributários, bem como nos quetramitam no Tribunal Central Administrativo e SupremoTribunal Administrativo, que por sua vez é igualizada àdos Tribunais Judiciais – €5

Notificações electrónicas

As notificações efectuadas no âmbito de Processo deExecução Fiscal poderão ser realizadas por transmissãoelectrónica de dados, correspondendo, de acordo coma respectiva previsão legal, a remessa por via postalregistada ou por via postal registada com aviso derecepção.

Competência para decisão de ReclamaçõesGraciosas e Revogação do acto tributárioimpugnado

Caso o valor do processo não exceda o da alçada doTribunal Tributário de 1.ª instância (€5.000), odirigente do órgão periférico local (chefe do Serviço deFinanças) da administração tributária decide areclamação graciosa de imediato. O dirigente do órgãoperiférico regional (Director de Finanças) daadministração tributária pode revogar, total ouparcialmente, no prazo de 30 dias, o acto impugnado.

Caso o valor do processo exceda aquele limite, acompetência, que pode ser delegada, para revogar,total ou parcialmente, o acto impugnado é do dirigentemáximo (Director-Geral da AT).

Processo especial de derrogação do sigilobancário

Lei Geral Tributária (“LGT”), Código doProcesso e Procedimento Tributário(“CPPT”) e Regime Geral das InfracçõesTributárias (“REGIT”)Lei Geral Tributária (“LGT”)Confidencialidade fiscal

Passa a estar plasmado na LGT o que se entende peloconceito de excepção à situação regularizada e, comotal, pode ser divulgada a situação contributiva dossujeitos passivos nos termos previstos no Código deProcedimento e de Processo Tributário (“CPPT”).

Combate à fraude e à evasão fiscais

O Governo deverá passar a apresentar à Assembleia daRepública, até ao final do mês de Junho de cada ano,um relatório detalhado sobre a evolução do combate àfraude e à evasão fiscais.

Poderes de autoridade pública

Para efeitos do disposto no Código Penal, osfuncionários da AT, no exercício de funções,consideram-se investidos de poderes de autoridadepública.

Alçada dos Tribunais Tributários

A alçada dos Tribunais Administrativos e Fiscais e dosTributários passa a ser igual à dos Tribunais judiciais de1.ª instância (€5.000).

Código de Procedimento e de ProcessoTributário (“CPPT”)Obrigação de constituição de advogado

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É eliminada a previsão do processo de derrogação dodever de sigilo bancário por iniciativa da AT (atentas asalterações legais introduzidas que permitem o acessoàquela informação por mera decisão administrativa).Consequentemente, apenas permanecem com a naturezade urgentes os processos interpostos pelos contribuintesque visem opor-se à decisão da AT de aceder à informaçãobancária que lhes diga respeito.

Citações postais

Nos processos de execução fiscal de valor até 500unidades de conta (“UC”, sendo 1 UC = €102) a citaçãofar-se-á da seguinte forma:

► Mediante simples postal se a dívida for até 50 (UC);

► Se a dívida for superior a 50 (UC) a via postal será porcarta registada (inferior a 500 UC);

► Citação pessoal nos casos de (i) dívida de valor superiora 500 UC, (ii) dívidas por responsabilidade solidária esubsidiária, (iii) quando houver a venda de bens ou (iv)quando o Serviço o considerar mais adequado para acobrança da dívida

As citações podem ser por transmissão electrónica dedados que correspondem, consoante o caso indicadosupra:

► Por via postal simples;

► Por via postal registada;

► Por via postal com aviso de recepção.

A citação efectuada no âmbito do Processo de Execução,por via electrónica para a Caixa Postal, equivale a citaçãopessoal.

Nas execuções de valor superior a 500 UC, o funcionárioencarregue de promover a citação começa por averiguarda morada actual do devedor e se é titular de benssusceptíveis de ser penhorados.

Pagamento em prestações

Se o valor em dívida for inferior a €2.500, para pessoassingulares, e a €5.000, para pessoas colectivas, passa aestar dispensado de prestação de garantia o pedido depagamento em prestações considerando-se, todavia, oprocesso de execução suspenso. A suspensão do processode execução cessa se se verificar a falta de pagamento deuma só prestação.

Penhora

De acordo com a POE 2015 a penhora de créditos deveser efectuada preferencialmente por via electrónica.

A AT pode aceder à informação e solicitar a apresentaçãode elementos sobre a existência de bens penhoráveis dosdevedores, junto de terceiro, incluindo na contabilidadeda empresa.

A comunicação e envio dos elementos existentes nosregistos e na contabilidade da empresa são efectuadospor via electrónica.

A penhora deve ser efectuada sobre os bens maisfacilmente convertíveis em dinheiro e mais adequados aomontante da divida.

A penhora de bens móveis do activo de sujeitos passivosde IVA, ainda que isentos, pode ser feita mediantenotificação que identifique os bens e o fiel depositário,sem prejuízo de poderem continuar a ser utilizados. O fieldepositário tem 5 dias para informar a AT da inexistência,parcial ou total, dos bens penhorados.

Reclamação de créditos

Na reclamação de créditos seguem-se as disposições doCódigo de Processo Civil (“CPC”), com excepção dasrelativas à reclamação da decisão de verificação egraduação de créditos, que é efectuada exclusivamentenos termos da reclamação (judicial) prevista nos termosdo CPPT.

Venda por negociação particular

Em caso de urgência na venda e quando os bens sejam devalor não superior a €4.080 (40 UC), a venda poderá serpor negociação particular se determinado pelo órgão deexecução.

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Pagamento por conta

Ainda que o processo de execução prossiga, podesempre efectuar-se pagamento por conta da dívida,desde que este não seja inferior a 1 UC.

Recursos

Deixam de ser recorríveis as decisões dos TribunaisTributários de 1.ª instância nos processos de valor quenão exceda o da sua alçada (€5.000), quandoactualmente tal somente ocorre quando o valor nãoexcede €1.250.

Situação tributária regularizada

De acordo com a POE 2015, entende-se que têm asituação regularizada os sujeitos passivos quepreencham as seguintes condições:

► Não sejam devedores de impostos ou outrasprestações tributárias e respectivos juros;

► Estejam autorizados a pagar em prestações etenham garantia prestada;

► Tenham meio contencioso pendente adequado àdiscussão da legalidade da dívida e o processo deexecução fiscal com garantia prestada;

► Tenham a execução fiscal suspensa medianterequerimento apresentado após o prazo depagamento voluntário, onde se indique a intenção deutilizar meio gracioso ou judicial de contestar alegalidade da dívida e seja prestada garantia.

É equiparada à constituição de garantia, a dispensa deprestação de garantia, o seu levantamento oucaducidade.

São também elencadas as consequências de nãoregularização da situação tributária dos sujeitospassivos que, para além do mais previsto na lei,impossibilita: (i) celebrar contratos de fornecimento,empreitadas com o Estado e demais entes públicos,bem como renovar os já existentes, (ii) concorrer a

concessões de serviços públicos, (iii) fazer cotar títulosem bolsa, (iv) lançar OPV’s, (v) beneficiar de apoioscomunitários e públicos ou (vi) distribuir lucros doexercício ou fazer adiantamentos por conta de lucros nodecurso do exercício.

Regime Geral das Infracções Tributárias(“RGIT”)Encerramento Inquérito

Iniciado procedimento ou processo tributário em que sediscuta situação tributária de cuja definição dependa aqualificação criminal dos factos, não é encerrado oinquérito enquanto não for praticado acto definitivo ouproferida decisão final sobre aquela.

Frustração de créditos

A POE 20015 prevê a fixação do limite mínimo da pena deprisão de um ano, que inexistia anteriormente, em casode prática de actos que conduzam à frustração decréditos.

Contrabando

Pretende-se ver punidas com penas agravadas, para alémdas situações em que o valor da prestação em falta sejasuperior a €15.000 ou a mercadoria tenha um valoraduaneiro superior a €50.000, as condutas associadaspraticadas de forma organizada ou tenham dimensãointernacional.

Prevê-se também a alteração das taxas previstas, passandoa taxa aplicável à base de incidência correspondente aopassivo apurado e aprovado pelos sujeitos passivosdeduzido dos fundos próprios de base (tier 1) ecomplementares (tier 2) e dos depósitos abrangidos peloFundo de Garantia de Depósitos a variar entre 0,01% e0,085%, e a taxa aplicável ao valor nocional dosinstrumentos financeiros derivados fora do balanço a variarentre 0,00010% e 0,00030%, em ambos os casos em funçãodo valor apurado. Fica por definir o valor (ou intervalos) quedeterminará, em concreto, a taxa a aplicar.

Contribuição sobre o sector energéticoA POE 2015 contempla a prorrogação do regime dacontribuição sobre o sector energético, introduzida pela Leido OE para 2014.

Contribuição para o audiovisualMantém-se o valor mensal da contribuição para oaudiovisual em €2,65.

Taxa parafiscal sobre seguros - INEMA Proposta do OE 2015 prevê que a taxa a favor do INEM,que incide sobre os prémios ou contribuições relativos acontratos de seguros, em caso de morte, do ramo «Vida» erespectivas coberturas complementares, e contratos deseguros dos ramos «Doença», «Acidentes», «Veículosterrestres» e «Responsabilidade civil de veículos terrestres amotor», celebrados por entidades sediadas ou residentes nocontinente, aumente de 2% para 2,5%.

Incentivos fiscais ao financiamentoConstituição das garantias

Fica isenta de Imposto do Selo a constituição em 2015 degarantias a favor do Estado ou das instituições de segurançasocial, no âmbito da aplicação do artigo 196º do CPPT ou doDecreto-Lei n.º 124/96, de 10 de Agosto.

Outros

Comunicação de inventáriosPassa a ser obrigatória a comunicação à AT, até ao finaldo primeiro mês seguinte ao termo do período detributação, por transmissão electrónica de dados, oinventário referente ao exercício anterior.

Esta obrigação é aplicável aos sujeitos passivos de IRS ede IRC que disponham de contabilidade organizada eestejam obrigados à elaboração de inventário, excepto seo respectivo volume de negócios não exceder €100.000.

Estatuto dos Tribunais Administrativos eFiscais (“ETAF”)A alçada dos Tribunais Administrativos e Fiscais e dosTributários passa a ser igual à dos Tribunais judiciais de1.ª instância (€5.000).

Troca de dados entre a AT e a SegurançaSocial / CGA, I.P.A POE 2015 prevê a transmissão de dados, os quaisincluem a comunicação à AT do valor de todas asprestações sociais pagas no ano anterior, bem como acomunicação à Segurança Social / CGA, I.P. dosrendimentos do trabalho dependente, empresariais ouprofissionais e pensões.

Contribuição de serviço rodoviárioEsta contribuição passa de €67/1000 l para €87/1000 l,para a gasolina, de €91/1000 l para €111/1000 l, paragasóleo rodoviário, e de €103/1000 kg para €123/1000kg, para o GPL auto.

Contribuição sobre o sector bancárioA POE 2015 contempla a prorrogação do regime dacontribuição sobre o sector bancário, introduzida pela Leido OE para 2011, aplicável a instituições de créditoresidentes e a sucursais em Portugal de instituições decrédito residentes fora da U.E..

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Regime fiscal dos empréstimos externos

Ficam isentos de IRS ou de IRC os juros de capitaisprovenientes do estrangeiro representativos decontratos de empréstimo Schuldscheindarlehencelebrados pelo Instituto de Gestão do Crédito Público,em nome e representação da República Portuguesa,desde que o credor seja um não residente semestabelecimento estável ao qual o empréstimo sejaimputado.

Regime fiscal dos empréstimos externos

Ficam isentos de IRS ou de IRC os juros de capitaisprovenientes do estrangeiro representativos decontratos de empréstimo Schuldscheindarlehencelebrados pelo Instituto de Gestão do Crédito Público,em nome e representação da República Portuguesa,desde que o credor seja um não residente semestabelecimento estável ao qual o empréstimo sejaimputado.

Regime especial de tributação de valoresmobiliários representativos de dívida emitida porentidades não residentes

É prevista uma isenção de IRS e de IRC sobre osrendimentos dos valores mobiliários representativos dedívida pública e não pública emitida por entidades nãoresidentes, obtidos em território português, quandopagos pelo Estado Português enquanto garante deobrigações assumidas por sociedades das quais éaccionista em conjunto com outros EM da U.E..

Operações de reporte com instituições financeirasnão residentes

Prevê-se a isenção de IRC para os ganhos obtidos porinstituições financeiras não residentes, na realização deoperações de reporte de valores mobiliários efectuadascom instituições de crédito residentes, desde que osganhos não sejam imputáveis a estabelecimento estáveldaquelas instituições situado em território português.

Contratos de reporte

Beneficiam de isenção de Imposto do Selo as operaçõesde reporte de valores mobiliários ou direitosequiparados realizadas em bolsa de valores, bem comoo reporte e a alienação fiduciária em garantiarealizados pelas instituições financeiras,designadamente por instituições de crédito esociedades financeiras, com interposição decontrapartes centrais.

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Autorizações legislativasContribuição sobre a indústria farmacêutica

A POE 2015 prevê uma autorização legislativa nosentido de criar uma contribuição sobre a indústriafarmacêutica. A taxa da contribuição poderá variarentre 0,5% e 15%, dependendo da natureza dosmedicamentos ou produtos farmacêuticos.

Sociedades de Investimento em PatrimónioImobiliário (“SIPI”)

Encontra-se prevista na POE 2015 uma autorizaçãolegislativa com o intuito de instituir e regulamentar afigura das SIPI, sociedades anónimas emitentes deacções admitidas à negociação, cujo objecto principalconsista no investimento em activos imobiliários paraarrendamento.

Entre outras características, prevê-se que as SIPIdevem obrigatoriamente distribuir parte – entre 75% e90% – dos lucros do exercício.

Por outro lado, está a ser considerada a possibilidade,mediante opção, de isenção de tributação na esfera daSIPI, verificando-se a tributação na esfera dos sócios,i.e., prevendo-se a “tributação à saída”.

Imposto sobre as transacções financeiras

À semelhança do previsto na Lei do OE para 2014, oGoverno fica, uma vez mais, autorizado a criar umimposto sobre a generalidade das transacçõesfinanceiras que tenham lugar em mercado secundário.

Atendendo ao alcance da autorização legislativa, estanova tributação deverá operar em sede de Imposto doSelo, incidindo sobre a compra e a venda deinstrumentos financeiros, bem como sobre acontratação e alteração de contratos de derivados. Ataxa de imposto não deverá exceder 0,3% (ou 0,1%,tratando-se de operações de "alta frequência"). Ficampor concretizar os moldes em que se efectivará estanova tributação, designadamente, no que respeita àsregras de incidência subjectiva (i.e., sobre quem recai o

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encargo deste novo o imposto e a responsabilidade peloseu pagamento), de territorialidade e de cálculo dabase de incidência (em particular, no caso deinstrumentos derivados).

O limite mínimo das coimas relativas à falta deutilização de programas ou equipamentos informáticosde facturação certificados, bem como à transacção oua utilização de programas ou equipamentosinformáticos de facturação que não observem osrequisitos legalmente exigidos, é aumentado de €375para €1.500.

Regime fiscal do Fundo deReestruturação do Sector Solidário(“FRSS”)Procede-se à equiparação do FRSS aos fundos decapitalização administrados pelas instituições dasegurança social para efeitos das isenções de impostoprevistas no Código do IRC e no Código do Imposto doSelo.

Lei N.º 75-A/2014, de 30 de Setembro

Imposto sobre o Valor Acrescentado(“IVA”) e Impostos Especiais deConsumo (“IEC”)No seguimento da transposição para a ordem jurídicainterna da Directiva n.º 2013/61/EU, do Conselho, de17 de Dezembro, é alterado o Código do IVA e o Códigodo IEC no sentido de considerar Maiote como “territórioterceiro”, para além das restantes regiõesultraperiféricas francesas (Guadalupe, Guiana Francesa,Martinica, Reunião e São Martinho).

Estatuto dos Benefícios Fiscais (“EBF”)Fundos de investimento

A Lei em epígrafe veio rectificar o regime de eliminaçãoparcial (50%) da dupla tributação económica dedividendos distribuídos ao nível de participantes emFundos de Capital de Risco (“FCR”) e Fundos deInvestimento Imobiliário em Recursos Florestais(“FIIRF”), clarificando a eliminação dessa possibilidadepara pessoas colectivas em resultado das alteraçõesintroduzidas pela Reforma do IRC.

Zona Franca da Madeira (“ZFM”)

Procedeu-se ao alargamento da possibilidade delicenciamento de entidades no âmbito da ZFM, o qual éainda possível até 31 de Dezembro de 2014.

Regime Geral das Infracções Tributárias(“RGIT”)Alarga-se o âmbito de abrangência das contra-ordenações simples, procedendo-se ao aumento dorespectivo limite máximo da coima, de €5.750 para€15.000, salvo se expressamente qualificadas comocontra-ordenações graves nos termos da lei.

A redução da coima e das custas processuais, medianteantecipação do pagamento, passou apenas a seraplicada às contra-ordenações simples.

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Regime Especial de Tributação dos Grupos deSociedades (“RETGS”)

Face à recente jurisprudência do TJUE, propõe-se apossibilidade de optar pela aplicação do RETGS, nosperíodos de tributação que se iniciem em ou após 1 deJaneiro de 2015, nos casos em que a sociedadedominante tenha residência noutro EM da U.E. ou doE.E.E. vinculado a cooperação em matéria fiscal que,cumulativamente, cumpra os requisitos temporais, departicipação e de “não renúncia”, até aqui já previstosno RETGS existente, e esteja sujeita e não isenta de umimposto de natureza análoga ao IRC, desde que revistaa forma de sociedade limitada e, quando detenha umestabelecimento estável em território portuguêsatravés do qual sejam detidas as participações nassociedades dominadas, não se verifique nenhum dosrequisitos de extinção do regime previstos nas alíneasa), c) d) ou e) do n.º 4 do artigo 69º do mesmo código.

Este regime vem, assim, possibilitar a consolidaçãohorizontal de duas ou mais sociedades dominadasresidentes em Portugal, cuja sociedade dominante nãoresidente cumpra os requisitos acima vertidos,permitindo que uma sucursal em Portugal possa actuarcomo sociedade dominante relativamente àsparticipações em sociedades residentes em Portugaldetidas através da mesma.

A opção pelo regime implica a inclusão de todas associedades que cumpram os requisitos acima referidos,bem como do estabelecimento estável da sociedadedominante situado em Portugal através do qual sejamdetidas as participações. Prevê-se, ainda, que sejadesignada uma sociedade dominada do grupo emPortugal para assumir a responsabilidade de todas asobrigações que incubem à sociedade dominante,excepto quando a sociedade dominante possuaestabelecimento estável em Portugal através do qualsejam detidas as participações nas sociedadesdominadas, situação em que as obrigações queincumbem à sociedade dominante sãoobrigatoriamente assumidas pelo último.

Proposta de Lei N.º 249/XII

Imposto sobre o Rendimento dasPessoas Colectivas (“IRC”)Perdas por imparidade aplicáveis às empresas dosector bancário

A proposta vem estabelecer que a dedução de perdaspor imparidade e outras correcções de valor para riscoespecífico de crédito, em títulos e em outras aplicações,passe a ser determinada em função da suacontabilização de acordo com as normas contabilísticasaplicáveis, deixando de remeter a sua constituição paraexigências decorrentes de normativos emanados peloBanco de Portugal.

Verifica-se, ainda, a extensão da aplicação daspresentes disposições às sucursais em Portugal deinstituições de crédito e outras instituições financeirascom sede noutro EM do E.E.E..

A dedutibilidade das perdas por imparidade para riscoespecífico de crédito passa a ser determinada comobservância das regras definidas em decretoregulamentar (a publicar).

Regime de “participation exemption” paradividendos

No seguimento das alterações à Directiva n.º2011/96/EU, de 30 de Novembro, vem propor-se arectificação do n.º 10 do artigo 51º do Código do IRCno sentido de não permitir a aplicação do regime deeliminação da dupla tributação económica quando osdividendos distribuídos:

► Resultem num gasto dedutível para a entidade queos distribui; ou

► Sejam distribuídos por entidades não sujeitas ouisentas de imposto e não provenham de rendimentossujeitos e não isentos a imposto ao nível das sub-afiliadas, se aplicável, caso a entidade que efectua adistribuição não seja residente num EM da U.E. oudo E.E.E. vinculado a cooperação em matéria fiscal.

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A EY, dada a sua vasta experiência, estádisponível para prestar todos osesclarecimentos que se mostremadequados quanto a esta temática,nomeadamente na sua aplicação asituações específicas e na obtenção,junto da Administração Tributária eAduaneira, de todas as informações quese mostrem necessárias para a correctaaplicação dos normativos legais.

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