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.~ roL..." O~5~G ,a Ministério da Agricultura, rPecuária e Abastecimento o Introdução A expansão da área cultivada com coqueiro (Cocos nucifera L.), no Estado do Amapá, é decorrência do excelente preço obtido pela áqúa de coco no mercado local. Com o incremento do cultivo de coco no Estado, percebe-se um aumento acentuado de pragas, causando danos á Técnico ISSN 1517-4077 Novembro, 2002 Macapá, AP Pragas do coqueiro (Cocus nucifera L.) no Amapá Aderaldo Batista Gazel Filho 1 Ricardo Adaime da Silva 2 Jorge Araújo de Sousa lima 3 cultura e. queda na produtividade, com diminuição no valor comercial dos frutos e elevação nos custos de manutenção da cultura. o objetivo desse trabalho foi apresentar informações referentes as principais pragas observadas na cultura do coqueiro no Estado do Amapá. lEng. Agr., M.Sc. Pesquisador da Embrapa Amapá, Rodovia Juscelino Kubitschek, km 05, CEP-68.903-000, Macapá - AP, [email protected] 2Eng. Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Amapá, E-mail: [email protected] 3Eng. Agr., M.Sc. Pesquisador da Embrapa Solos, Rua Jardim Botânico, 1024, CEP-22.460-000, Rio de Janeiro - RJ.

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.~roL..."O~5~G,a Ministério da Agricultura,

rPecuária e Abastecimento

o

Introdução

A expansão da área cultivada comcoqueiro (Cocos nucifera L.), no Estadodo Amapá, é decorrência do excelentepreço obtido pela áqúa de coco nomercado local.

Com o incremento do cultivo de coco noEstado, percebe-se um aumentoacentuado de pragas, causando danos á

Técnico ISSN 1517-4077Novembro, 2002Macapá, AP

Pragas do coqueiro(Cocus nucifera L.)no Amapá

Aderaldo Batista Gazel Filho 1

Ricardo Adaime da Silva2

Jorge Araújo de Sousa lima3

cultura e. queda na produtividade, comdiminuição no valor comercial dos frutose elevação nos custos de manutenção dacultura.

o objetivo desse trabalho foi apresentarinformações referentes as principaispragas observadas na cultura do coqueirono Estado do Amapá.

lEng. Agr., M.Sc. Pesquisador da Embrapa Amapá, Rodovia Juscelino Kubitschek, km 05,CEP-68.903-000, Macapá - AP, [email protected]. Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Amapá, E-mail: [email protected]. Agr., M.Sc. Pesquisador da Embrapa Solos, Rua Jardim Botânico, 1024, CEP-22.460-000, Rio deJaneiro - RJ.

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21 Pragas do coqueiro (Cocus nucífera L.) no Amapá

Ácaro-da-necroseAceria (Eriophyes) guerreronis Keifer,1965 (Acari: Eriophyidae)

Esta espécie é apontada por Moura e Leite(2000), como a principal praga dos frutosdo coqueiro em todo o Brasil. No Amapá,onde a produção é exclusivamente para oconsumo de água, esta praga podecomprometer seriamente o cultivo dococo.

:m uma chácara no Distrito de Fazendinhanunicípio de Macapá, foram encontradas 'iíantas de coqueiro cujos frutos estavamsecando precocemente e apresentavam, aiartir das brácteas, manchas escuras, de'orrna mais ou menos triangular, com ousem presença de goma.

Pelos sintomas apresentados constatamostratar-se da praga conhecida por ácaro-da-necrose-do-coqueiro. Ferreira et aI.(1998a, 1998b) relatam que esse ácaroapresenta tamanho reduzido, alongado evermiforme, coloração branco-leitosa oulevemente amarelada e brilhante ,possuindo dois pares de pernas na parteanterior do corpo e abertura anal naextremidade posterior.

o ácaro desenvolve-se sob as brácteas defrutos novos, provocando uma clorosedecorrente de puncturas, efetuadas paraque ocorra o extravasamento do conteúdocelular, que em seguida é aspirado peloácaro. As manchas cloróticas têm umformato triangular com a base do triângulovoltada para as brácteas. Ao aumentaremem tamanho, sempre em direção àextremidade do fruto, passam a apresentaruma coloração marrom. Com ocrescimento do fruto, a região afetadatorna-se necrosada, com rachadurassuperficiais e longitudinais de cor marrom-escura e aspecto áspero (Figura 1). Mourae Leite (2000) indicam que o fruto atacado

pode ser até 50% menor que um frutosadio.

Figura 1. Sintoma de ataque do ácaro, a partir dabráctea, com a região afetada apresentandonecrose e aspecto áspero.

Moura e Leite (2000) sugerem o combatedos focos iniciais com a aplicação deacaricidas. Ferreira et ai (1998a), citandoMariau e Tchibozo, indicam que aaplicação de monocrotofós (Nuvacron®) a0,4% com intervalos de 21 dias, resultouna diminuição do ataque, entretanto,fazem a ressalva da dificuldade do controlequímico, devido à localização dos ácarossob as brácteas.

Cochonilha-transparente-do-coqueiroAspidiotus destructor Signoret, 1869(Hemiptera: Diaspididae)

Em uma chácara situada no Ramal do

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km 09, município de Macapá, foramencontradas plantas cujos foi rolos dasfolhas mais velhas apresentavam clorose,e na superfície inferior, a presença decochonilhas (Figura 2). Com a evoluçãodos sintomas, os folíolos tornavam-seamarelos e secavam. Trata-se dacochonilhas-transparente do coqueiro.

Figura 2. Supertície inferior do folíolo atacada porA. destructor.

A descrição do inseto, segundo Ferreira etal, (1998a, 1998b) é a seguinte: a fêmeaadulta apresenta o corpo arredondado,com diâmetro na faixa de 1,3 mm,coloração amarelada e o corpo coberto poruma camada cerosa semitransparente,fixando-se em determinado ponto dofolíolo onde passa toda a sua vida. Omacho possui asas transparentes, compontuações escuras.

Ferreira et al. (1998a), relatam que emplantas novas a cochonilha ataca osfolíolos das folhas mais velhas em suasuperfície inferior, provocando clorose aosugar a seiva e obstruir os estômatos.Com a evolução do ataque as folhassecam causando redução da área foliar.Em plantas adultas localizam-segeralmente nos pecíolos das folhas,

Pragas do coqueiro (Cocus nucifera L.) no Amapá 13

pedúnculos florais, frutos e folíolosterminais.

Recomenda-se um monitoramentoconstante para se estabelecer o momentoadequado da realização do controle(Ferreira et aI., 1998b). Em Sergipe, estemesmos autores relatam que algumasespécies de joaninhas (Coleoptera:Coccinellidae) são predadores de A.destructor, estando entre estes predadoresas seguintes espécies: Zag/oba beaumonti,Azya trinitatus e Chilocorus nigritus.

o controle químico, deve ser realizado emfunção no nível de ataque da cochonilha eda idade do plantio: em plantas jovensdeve-se fazer a aplicação quando 50% dasplantas apresentarem duas a três folhasaltamente atacadas pela cochonilha; emplantas adultas, a aplicação será feitaquando 20% das plantas apresentaremmais de três folhas atacadas na metadesuperior de sua copa (Ferreira et aI.,1998b). Os autores recomendampulverizações com produtos à base dedimetoato, usando 4 gramas do princípioativo para 10 litros de água. Sãonecessárias duas aplicações, deixando-seum intervalo de 15 dias entre uma e outra.

Broca-do-bulbo-do-coqueiroStrategus a/oeus (L., 1758) (Coleoptera:Scarabaeidae)

Em uma área cultivada com coqueiro anão,no Ramal do Km 9, município de Macapá,com três anos de campo, em área decerrado foram encontradas plantasapresentando tombamento do estipe.Observações feitas na área de cultivo,constatou-se galerias no solo próximas aocolo do estipe, assim como orifícios nocoleto da planta (Figura 3). Inspeçõesperiódicas nas plantas afetadas,permitiram a coleta de coleópterosgrandes e de coloração negra (Figura 4),

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41 Pragas do coqueiro iCocus nucifera L) no Amapá

sendo a praga é conhecida como broca-do-bulbo-do-coqueiro.

Figura 3. Orifício na região do colo.

Figura 4. Inseto adulto

Ferreira et aI. (1998a), descrevem o insetona forma adulta com um besourocastanho-escuro, de hábito noturno,medindo aproximadamente 6 cm decomprimento e 4 cm de largura. Temantenas curtas, lameliformes, com algunssegmentos terminais grandes e achatados.O macho difere da fêmea por possuir três

..

cornos ou chifres protorácicos recurvadose voltados para trás. O adulto cava umagaleria no solo, próximo às palmeirasnovas, onde permanece abrigado durante odia, e outra galeria no coleto da planta,logo acima da superfície do solo ouligeiramente abaixo dela, onde se alimentadurante a noite (Ferreira et aI., 1998a).

A literatura relata que esse inseto é umapraga eventual em plantas jovens decoqueiro (Ferreira et ai, 1998a), entretantoverificou-se que plantas já no início daprodução foram destruídas pelo inseto.Tonet et aI. (1999) relatam que a pragatambém ocorre em plantios jovens depupunheira. O adulto, ao penetrar no bulboem busca de alimento, abre uma galeriaque, ao atingir a parte meristemática,provoca o murchamento econseqüentemente a morte da planta(Ferreira et aI., 1998a). Outracaracterística para identificar a praga, é apresença de pequenos montes de solorevirado em volta do estipe.

Como medidas de controle recomenda-seinspeções periódicas no plantio, nos trêsprimeiros anos, para se detectar plantasatacadas. Caso sejam encontradas galeriascaracterísticas da praga, retirar ouesmagar os insetos dentro delas comarame grosso. Outra alternativa consisteem introduzir inseticidas de contato nointerior das galerias por polvilhamento oupulverização. É importante a destruição derestos de madeira em decomposiçãopróximos ao plantio, pois é nesse meio queas larvas do inseto geralmente dedesenvolvem (Ferreira et aI., 1998b).

lagarta-das-folhasBrassolis sophorae (L., 1758) (Lepidoptera:Nymphalidae)

É uma borboleta grande, com 6 a 10 cmde envergadura. As asas anteriores e

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posteriores são marrons, atravessadas poruma faixa alaranjada. A lagarta, comcomprimento de 6 a 8 cm, é quemprovoca os danos. Tem hábito gregário,abrigando-se e protegendo-se na regiãocentral da folha do coqueiro unindo váriosfolíolos. As lagartas têm a cabecacastanho-avermelhada e o corpo comlistras longitudinais marrom-escuras eclaras, recoberto por fina pilosidade.Sofrem seis ecdises antes de setransformarem em crisálidas, quando sefixam pela extremidade do abdômen nasaxilas foliares, troncos e restos de culturaencontrados no solo. A crisálida apresentacor verde-clara ou marrom, com 2 a 3 cmde comprimento e 1 cm de largura(Ferreira et aI., 1998a), como mostra a(Figura 5).

Figura 5. Crisálida de B. sophorae

A praga é facilmente reconhecida nocampo pela desfolha provocada (Figura 6),presença de ninhos nas folhas eexcrementos no chão (Figura 7). Asplantas atacadas apresentam severodesfolhamento, sendo que a alta incidênciada praga pode destruir toda a folhagem daplanta, deixando somente as nervurascentrais e a ráquis da folha.

No Amapá, a praga foi verificada em baixaincidência, podendo-se recomendar comomedida de controle a coleta e destruiçãosistemática dos ninhos.

Pragas do coqueiro tcocus nucifera L.) no Amapá 15

Figura 6. Desfolha provocada por B. Sophorae

. :-. -..""' •.....Figura 7. Excrementos da lagarta

Broca-do-olho-do-coqueiroRhynchophorus palmarum (L., 1764)(Coleoptera: Curculionidae)

o adulto é um besouro de cor negra, comcomprimento variando entre 4,5 e 6 cm elargura entre 1,5 e 1,8 cm (Figura 8).Ferreira et aI. (1998a) citando Sondarrelatam que o inseto apresenta bico(rostro) recurvado e forte, o qual medeentre 1 e 1,2 cm. Segundo Ferreira et aI.(1998b) o macho difere da fêmea porapresentar na parte superior do rostropêlos lisos em forma de escova. É uminseto de hábito diurno, podendo o mesmoser encontrado em qualquer época do ano,

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61 Pragas do coqueiro (Cocos nucifera L.) no Amapá

independentemente do seu estádio dedesenvolvimento. Outro aspecto a serconsiderado é que este inseto é o principalagente transmissor do nematóideBursaphelenchus cocophilus(=Rhadinaphelenchus cocophilust, agentecausal da doença conhecida como anel-vermelho-do-coqueiro.

Figura 8. Adulto de R. palmarum.

Durante o seu desenvolvimento a larvapassa por nove a 12 ínstares, atingindo noúltimo até 7,5 cm de comprimento e 2,5cm de largura. A coloração da larva ébranco-creme com o corpo subdividido em13 anéis enrugados, sendo que os anéismedianos são de tamanho maior que osdas extremidades (Ferreira et aI., 1998b).

Após a eclosão, a larva alimenta-se dostecidos novos da planta, destruindo omeristema apical. Inicialmente, ela provocao amarelecimento das folhas eposteriormente a morte das plantas emconseqüência das galerias formadas.(Ferreira et aI., 1998a). Os coqueirosafetados apresentam no início do ataque afolha nova malformada e esfacelada, danoprovocado pelo inseto adulto ao penetrar

na planta. Com o desenvolvimento daslarvas e o aumento do número de galeriasinternas, os tecidos da planta apresentam-se destruídos, sendo possível encontrargrande número de larvas, pupas e adultosao abrir-se a planta.

O controle do adulto de R. palmarumsempre foi baseado nos hábitoscomporta mentais do inseto e em práticasculturais. Ferreira et aI., (1998a), citandoMoura et aI. (1991), recomendam umasérie de medidas para reduzir a populaçãode R. palmarum em condições de campo:

Evitar ferimentos das plantas durante acolheira;Erradicar as plantas atacadas, cortando equeimando-as;Coletar e destruir larvas, pupas e adultosdo inseto;Usar armadilhas atrativas com cana-de-açucar e melaço de cana.

As armadilhas, tipo alçapão, sãoconstruídas com baldes de plástico comtampa e capacidade para 100 litros. Natampa são feitos três a quatro furos ondesão presos funis, com a parte mais estreitacortada para facilitar a entrada e dificultara saída dos insetos. Dentro do balde sãocolocados 35 a 40 pedaços de cana-de-açúcar, com cerca de 40 em decomprimento, os quais devem seramassados e passados em uma calda demelaço diluída em água a 20%, molhando-se bem toda a cana. As armadilhas devemser distribuídas na periferia do plantio,distanciadas entre si 500m e vistoriadasquinzenalmente para destruição dosadultos e troca do material atrativo.

Pulgão-preto-do-coqueiroCerataphis sp. (Hemiptera: Aphididae)

É um afídeo de forma circular, comdiâmetro variando de 1,5 a 2,0 mm, de

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ioloraçâo negra, circundado por uma franjaíe coloração branca. Fixa-se emíeterrninado ponto da planta para sugar aseiva, geralmente atacando a flecha e as'olhas mais novas. Há ocorrência de formasdadas, que são as responsáveis pelaíissernlnaçêo da praga na plantaçãoFerreira et aI., 1998a e 1998b).

Quando atacam plantas jovens, provocamatraso no desenvolvimento da planta e naprodução. Nas plantas em produção, podeocorrer abortamento de flores femininas equeda de frutos. No entanto, os maioresdanos desta praga decorrem do ataque àinflorescência em formação. Esse tipo deataque estimula a exploração das florespor outros insetos, por exemplocurculionfdeos e lepidópteros de pequenoporte (Ferreira et aI., 1998a).

Esses insetos favorecem a ocorrência da"fumagina", caracterizada pelodesenvolvimento de fungos (Capnodiumsp.) de coloração negra sobre a partevegetal atacada, dificultando atranspiração e a fotossíntese da planta.

Geralmente, ocorre uma diminuição dainfestação da praga durante o período daschuvas. Nas épocas secas, havendonecessidade, pode ser realizadapulverização das plantas com inseticidassistêmicos.

HelmintosporioseDrechslera incurvata

Em plantios de coqueiro anão comaproximadamente 18 meses de idadelocalizados no município de Santana,Estado do Amapá, foram observadasplantas apresentando alta incidência deuma doença caracterizada por pequenaslesões nos folíolos de forma elíptica ealongada, de cor marrom e circundadas

Pragas do coqueiro (Cocus nucifera L.) no Amapál7

por um halo amarelado (Figura 9). Aenfermidade desenvolve-se inicialmentenas folhas velhas, progredindo para a partesuperior da planta e, à medida que aslesões coalescem, causam o secamentodessas folhas (Figura 10) e até mesmo amorte das plantas.

Figura 9. Lesões de D. incurvata.

Figura 10. Folíodos com lesões coalescendo.

A partir de amostras coletadas no campo,foram retiradas pequenas porções detecidos das margens das lesões, as quaisforam submetidas a desinfestação emálcool a 50%, lavagem em águaesterilizada e ao plaqueamento em meio decultura ágar-água (AA). As placas foramincubadas em ambiente de laboratório eapós o crescimento inicial do micélio,estes foram repicados para placas de petricontendo meio BOA (batata-dextrose-ágar). Após sete dias foi obtido o isolado

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fúngico identificado como Drechsleraincurvata, agente causal da doençaconhecida por Helmintosporiose.

Sugere-se que medidas integradas decontrole sejam implementadas no sentidode se evitar a disseminação desta doençaem todo o Estado do Amapá. Uma dasmedidas a ser adotada, é a aquisição demudas de viveiristas credenciados.

De acordo com Warwich et aI. (1998), asmedidas de controle preventivas,recomendadas são: fiscalização efetiva doplantio; adubação balanceada sem excessode nitrogênio; e eliminação de ervasdaninhas para aumentar a aeração. Comocontrole químico, pode-se usarpulverizações quinzenais alternadas commancozeb (dithane ou manzate) nadosagem de 2,5 gramas do p.c./litro deágua e tebuconazole (Folicur PM) nadosagem de 1,5 gramas do p.c./litro deágua.

Lixa -pequena -do-coqueiro:Phyllachora torrendiella (Batista) Bubileau

No final do período chuvoso de 2001, nomunicípio de Porto Grande, em umaUnidade Experimental da Embrapa Amapá,encontraram-se plantas de coqueiroapresentando folhas com pequenaspontuações negras isoladas, em linhas ouem forma de losango, causando a necrosedas folhas inferiores.

Após coleta do material e análise emlaboratório, Santos et aI. (2002)concluíram que se tratava do fungoascomiceto P. torrendiella, agenteetiológico da lixa-pequena-do-coqueiro, aqual caracteriza-se por pequenos pontosnegros, também conhecidos comoverrugas e que ocorrem em toda área dofoHolo e também da ráquis, podendo taispontos serem encontrados em linhas ou na

Pragas do coqueiro (Cocus nucifera L.) no Amapá

forma de losango. Os autores acimarelatam que foram encontradas altasincidências de estromas após o períododas chuvas, provocando perdas de até50% das folhas das plantas atacadas.

Warwich et aI. (1998), citando Oliveira(1984) eRam (1990), relatam que ocontrole químico não apresentouresultados definitivos. Os mesmos autorescitam, ainda, o uso de controle biológicocom alguns fungos para a lixa-pequena.

Referências Bibliográficas

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MOURA, J.I.L.; LEITE, J.B. Ocorrência depragas no coqueiro (Cocos nucifera L.)cultivado em sistema agroflorestal naregião sul da Bahia. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE SISTEMASAGROFLORESTAIS, 3., 2000, Manaus.Resumos Expandidos. Manaus: EmbrapaAmazônia Ocidental, 2000. p.238-241.

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ComunicadoTécnico, 79

Exemplares desta edição podem seradquiridos na:Embrapa AmapáEndereço: Rodovia JuscelinoKubitschek, km 05,CEP-68.903-0oo,Caixa Postal 10, CEP-68.906-970,Macapá, APFone: (96) 241-1551Fax: (96) 241-1480E-mail: [email protected]

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Trabalhando em codo o 8.,.511 1" Edição1a Impressão 2001: tiragem 350exemplares

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TONET, R.M.; FERREIRA,L.G. de S.;OTOBONI, J.L. de M. A cultura dapupunha. Campinas: CATI, 1999. 41p.(CATI. Boletim Técnico, 237).

WARWICH, D.R.N.; LEAL, E.C.; RAM, C.Doenças do coqueiro In: FERREIRA,J.M.;WARWICH, D.R.N; SIQUEIRA, L.A. Acultura do coqueiro no Brasil. 2 ed.Brasnia: Embrapa-SPI. 1998. p. 269-292.

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