o sesimbrense - edição 1165 - agosto 2012

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ANO LXXXVI • N.º 1165 de 1 de Setembro de 2012 • 1,00 € • Taxa Paga • Bonfim • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00752012GSCLS/SNC) En Inês Sousa: Economia Página 10 Política Misericórdia Desemprego em Sesimbra ultrapassa os 2.500 pela primeira vez Habitação Bloco da Mata sem solução à vista Pedro Mesquita: continuidade no PS Pedro Mesquita, recém- eleito presidente da Comissão Concelhia de Sesimbra do Partido Socialista, assegurou uma orientação de continui- dade da política seguida por Américo Gegaloto, seu ante- cessor no cargo. Página 9 O número de desemprega- dos de Sesimbra inscritos no IEFP atingiu os 2.646, no final de Junho: trata-se do valor mais elevado desde que há registos deste indicador para Sesimbra. Ainda assim, repre- senta uma taxa de desempre- go implícita de 10,6%, abaixo da média nacional. As mulheres representam 52,1% deste desemprego, e os desempregados há menos de um ano atingem os 69,5%. A grande maioria é constituída por pessoas que já tiveram um emprego antes: 95,7%, e com idades entre os 35 e os 54 anos: 51%. A investigadora que venceu a edição de 2012 do Prémio Científico Sesimbra, com um trabalho sobre as espécies piscícolas do Parque Marinho Luiz Saldanha, afirma que os resultados das suas inves- tigações surpreendem pela positiva. Inês Sousa diz-se igualmen- te convencida de que, se tudo se mantivesse como anterior- mente à criação do Parque, Continua a degradar-se o estado de conservação do denominado Bloco da Mata, na praceta que fica no final da rua 2 de Abril (antiga rua Amália), com problemas pro- vocados pela construção dum prédio ao lado. A suspeita de “favores se- xuais”, prestados a idosos por uma funcionária do serviço de apoio domiciliário da Miseri- córdia de Sesimbra, desenca- deou a abertura de processos disciplinares contra duas fun- cionárias. Página 5 Página 12 Página 8 Página 13 Página 7 Abertos processos disciplinares Parque Marinho surpreende pela positiva daqui por uns anos a única pesca artesanal que restaria seria a dos covos. Nesta entrevista ao Sesim- brense, a jovem bióloga ma- rinha refere quais as espécies que estão a aumentar, mas não pode assegurar que há um efeito de “transbordo”, ou seja, que haja um aumento das espécies fora das zonas protegidas. GNR sai da Fortaleza A Câmara Municipal de Se- simbra chegou a acordo com a Guarda Nacional Republicana para que aquela entidade dei- xe em definitivo a Fortaleza de Santiago. A manutenção da GNR na Fortaleza era defendida por esta entidade, com o argu- mento da necessidade de a utilizar para os seus Serviços Sociais. A GNR continua a defen- der essa “necessidade”, mas propôs que, em troca da For- taleza, a Câmara Municipal de Sesimbra lhe ceda quatro apartamentos na vila de Se- simbra: dois T1 e dois T2. Segundo a Autarquia, os fogos serão construídos no terreno do bairro Infante D. Henrique, sendo compartici- pados pelos Serviços Sociais da GNR e pelo orçamento municipal com um máximo de 150 mil euros. Para o espaço finalmen- te “libertado” na Fortaleza, a Câmara prevê a colocação de equipamento diverso. Regressando, no tempo, às décadas de 40 e 50, certo como que para os ra- pazes havia um futuro que os esperava no mar, para as raparigas novas, que vinham a findar a quarta classe, o caminho era outro. As pou- cas com poder financeiro e que podiam dar continuidade à instrução, abandonavam a vila. Para as que ficavam, o fado achava-se na indústria conserveira ou na costura. Aqui fica um pouco da sua história. Página 11 Denyse Gérin-Lajoie (1929 - 2012) A fotógrafa canadiana De- nyse Gérin-Lajoie faleceu no dia 12 de Maio passado, aos 82 anos. Era uma grande amiga de Sesimbra, terra que conheceu e fotografou a partir dos anos 80, e onde regressava todos os anos, sempre cheia de entu- siasmo e com novos projectos. Foi atraída a Sesimbra sobre- tudo pela facilidade de comu- nicação com as pessoas que fotografava, nomeadamente a comunidade piscatória sesim- brense. Fez várias reportagens sobre os pescadores, captando os últimos anos da frota de pesca do anzol em Marrocos. Deste trabalho resultaram várias ex- posições, das quais se destacou a grande exposição de 2008, no Auditório Conde Ferreira e no Clube Sesimbrense. Nessa ocasião foi publicado o seu livro: “Sesimbra, Retrato de uma Vila Piscatória”, editado pela Câmara. Porto de Sesimbra: 1º lugar em quantidade de pesca descarregada Costureirinhas Página 13

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O Sesimbrense - Edição 1165 - Agosto 2012

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Page 1: O Sesimbrense - Edição 1165 - Agosto 2012

ANO LXXXVI • N.º 1165 de 1 de Setembro de 2012 • 1,00 € • Taxa Paga • Bonfim • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00752012GSCLS/SNC)

Ensino

Inês Sousa:Economia

Página 10

PolíticaMisericórdia

Desemprego em Sesimbraultrapassa os 2.500 pelaprimeira vez

HabitaçãoBloco da Mata sem solução à vista

Pedro Mesquita: continuidade no PS

Pedro Mesquita, recém-eleito presidente da Comissão Concelhia de Sesimbra do Partido Socialista, assegurou uma orientação de continui-dade da política seguida por Américo Gegaloto, seu ante-cessor no cargo.

Página 9

O número de desemprega-dos de Sesimbra inscritos no IEFP atingiu os 2.646, no final de Junho: trata-se do valor mais elevado desde que há registos deste indicador para Sesimbra. Ainda assim, repre-senta uma taxa de desempre-go implícita de 10,6%, abaixo da média nacional.

As mulheres representam 52,1% deste desemprego, e os desempregados há menos de um ano atingem os 69,5%. A grande maioria é constituída por pessoas que já tiveram um emprego antes: 95,7%, e com idades entre os 35 e os 54 anos: 51%.

A investigadora que venceu a edição de 2012 do Prémio Científico Sesimbra, com um trabalho sobre as espécies piscícolas do Parque Marinho Luiz Saldanha, afirma que os resultados das suas inves-tigações surpreendem pela positiva.

Inês Sousa diz-se igualmen-te convencida de que, se tudo se mantivesse como anterior-mente à criação do Parque,

Continua a degradar-se o estado de conservação do denominado Bloco da Mata, na praceta que fica no final da rua 2 de Abril (antiga rua Amália), com problemas pro-vocados pela construção dum prédio ao lado.

A suspeita de “favores se-xuais”, prestados a idosos por uma funcionária do serviço de apoio domiciliário da Miseri-córdia de Sesimbra, desenca-deou a abertura de processos disciplinares contra duas fun-cionárias.

Página 5

Página 12

Página 8

Página 13Página 7

Abertos processos disciplinares

Parque Marinho surpreende pela positiva

daqui por uns anos a única pesca artesanal que restaria seria a dos covos.

Nesta entrevista ao Sesim-brense, a jovem bióloga ma-rinha refere quais as espécies que estão a aumentar, mas não pode assegurar que há um efeito de “transbordo”, ou seja, que haja um aumento das espécies fora das zonas protegidas.

GNR sai daFortaleza

A Câmara Municipal de Se-simbra chegou a acordo com a Guarda Nacional Republicana para que aquela entidade dei-xe em definitivo a Fortaleza de Santiago.

A manutenção da GNR na Fortaleza era defendida por esta entidade, com o argu-mento da necessidade de a utilizar para os seus Serviços Sociais.

A GNR continua a defen-der essa “necessidade”, mas propôs que, em troca da For-taleza, a Câmara Municipal de Sesimbra lhe ceda quatro apartamentos na vila de Se-simbra: dois T1 e dois T2.

Segundo a Autarquia, os fogos serão construídos no terreno do bairro Infante D. Henrique, sendo compartici-pados pelos Serviços Sociais da GNR e pelo orçamento municipal com um máximo de 150 mil euros.

Para o espaço finalmen-te “libertado” na Fortaleza, a Câmara prevê a colocação de equipamento diverso.

Regressando, no tempo, às décadas de 40 e 50, certo como que para os ra-pazes havia um futuro que os esperava no mar, para as raparigas novas, que vinham a findar a quarta classe, o caminho era outro. As pou-

cas com poder financeiro e que podiam dar continuidade à instrução, abandonavam a vila. Para as que ficavam, o fado achava-se na indústria conserveira ou na costura.

Aqui fica um pouco da sua história.

Página 11

Denyse Gérin-Lajoie (1929 - 2012)A fotógrafa canadiana De-

nyse Gérin-Lajoie faleceu no dia 12 de Maio passado, aos 82 anos.

Era uma grande amiga de Sesimbra, terra que conheceu e fotografou a partir dos anos 80, e onde regressava todos os anos, sempre cheia de entu-siasmo e com novos projectos.

Foi atraída a Sesimbra sobre-tudo pela facilidade de comu-nicação com as pessoas que fotografava, nomeadamente a comunidade piscatória sesim-brense.

Fez várias reportagens sobre os pescadores, captando os últimos anos da frota de pesca do anzol em Marrocos. Deste

trabalho resultaram várias ex-posições, das quais se destacou a grande exposição de 2008, no Auditório Conde Ferreira e no Clube Sesimbrense. Nessa ocasião foi publicado o seu livro: “Sesimbra, Retrato de uma Vila Piscatória”, editado pela Câmara.

Porto de Sesimbra: 1º lugarem quantidade depesca descarregada

Costureirinhas

Página 13

Page 2: O Sesimbrense - Edição 1165 - Agosto 2012

2O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 2012

Editorial

Farmácias de Serviço

nBombeiros Voluntários de SesimbraPiquete de Sesimbra: 21 228 84 50Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74nGNRSesimbra: 21 228 95 10Alfarim: 21 268 88 10Quinta do Conde: 21 210 07 18nPolícia Marítima 21 228 07 78nProtecção Civil (CMS)21 228 05 21nCentros de SaúdeSesimbra: 21 228 96 00Santana: 21 268 92 80Quinta do Conde: 21 211 09 40nHospital Garcia d’Orta - Almada21 294 02 94nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra21 268 73 45nPiquete de Águas (CMS)21 223 23 21 / 93 998 06 24nEDP (avarias)800 50 65 06nSegurança Social (VIA)808 266 266

nServiço de Finanças de Sesimbra212 289 300nNúmero Europeu de Emergência112 (Grátis)nLinha Nacional de Emergência Social144 (Grátis)nSaúde 24 808 24 24 24nIntoxicações - INEM 808 250 143nAssembleia Municipal21 228 85 51nCâmara Municipal de Sesimbra21 228 85 00 (geral)800 22 88 50 (reclamações)nJunta de Freguesia do Castelo21 268 92 10nJunta de Freguesia de Santiago21 228 84 10nJunta de Freguesia da Quinta do Conde21 210 83 70nCTTSesimbra: 21 223 21 69Santana: 21 268 45 74

Contactos uteisnAnulação de cartões

SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços)808 201 251217 813 080Caixa Geral de Depósitos21 842 24 24707 24 24 24Santander Totta707 21 24 24 21 780 73 64Millennium BCP707 50 24 2491 827 24 24BPI21 720 77 0022 607 22 66Montepio Geral808 20 26 26Banif808 200 200BES707 24 73 65Crédito Agrícola808 20 60 60Banco Popular808 20 16 16Barclays707 30 30 30

Farmácia Bio-Latina 212 109 113 Avenida da Liberdade, nº. 238 Quinta do CondeFarmácia da Cotovia 212 681 685Avenida João Paulo II, 52-C, CotoviaFarmácia de Santana 212 688 370Estrada Nacional 378, Santana Farmácia Leão 212 288 078Avenida da Liberdade, 13, SesimbraFarmácia Liz 212 688 547Estrada Nacional 377, Lote 3, AlfarimFarmácia Lopes 212 233 028 Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

Com o apoio:

Na vanguarda

Voltámos ao equilíbrio de valores vendidos na Lota. Houve realmente uma melhoria no cerco que, no verão, costuma ser mais produtivo, porém não transmitido nos preços porque na Lota, foram vendidos, devido às espécies pescadas terem menor valor.

Continuamos com uma indefinição nas pescas e este POPNA a continuar um sistema incorrecto.

Que saudades dos meses de verão, vermos os nossos pescadores no meio da baia, às lulas, aos polvos e aos cho-cos dando um especial colorido pisca-tório e melhorando as fracas reformas da maioria. Enfim, quem sabe, sabe ?!!! E nós que temos grande experiên-cia de pesca e pescadores, temos de aceitar estas imbecilidades.

Pedro Filipe

Pescas - Julho

Mais uma vez o sector sesimbrense da pesca volta a surpreender, com a obtenção do primeiro lugar, entre os portos nacionais, em quantidade de peixe descarregado.

A contrastar com este resultado, continua o discurso dominante que atribui a este sector uma “crise” sem fim à vista. Há um argumento que os defensores da “crise” repetem sem cessar: a diminuição do número de pescadores ao longo das últimas dé-cadas, argumento que desvaloriza os acréscimos de capturas, e, sobretu-do, de produtividade.

O certo é que a teoria económica defende, para os sectores primários precisamente o aumento da inten-sidade de capital e a diminuição da componente de mão-de-obra.

E a verdade é que, enquanto Por-tugal vê deteriorar a sua produtivi-dade e competitividade económicas, as pescas em Sesimbra progridem,

gerando valor e capacidade de inves-timento.

Também ensina a boa teoria econó-mica que a acumulação de conheci-mentos, ao longo de gerações, é um factor essencial para a excelência do desempenho económico.

Nos anos 90, Michael Porter criticou a nossa estratégia de fazer computa-dores e outros produtos de tecnologia de ponta, aconselhando: apliquem-se naquilo em que são excelentes, como a cortiça ou os sapatos, utilizem nes-sas produções as tecnologias avança-das, e aí ninguém os poderá ultrapas-sar.

Sesimbra não poderá viver só da pesca, certamente, mas é esse o sec-tor em que possui a vantagem da ex-periência e da longa base cultural. É nesse sector que possui a excelência, e é por isso que permanece na van-guarda.

João Augusto Aldeia

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O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 20123

ONDULAÇÕES 119Eduardo Pereira

Hoje, as famílias portuguesas vivem numa preocupação constante com a súbita crise que se abateu sobre Portugal.

Já decorreram três anos e meio sobre a data deste alerta que a comunicação social, em geral, e as Ondulações em particular, lançaram em 22 de Feve-reiro de 2009, sem que o Governo, os “governos regionais” e os “governos municipais” dêem a conhecer às famílias portuguesas, nas várias abordagens dessa crise – a sua real dimensão, a localização dos seus maiores focos, a programação estabelecida para o seu eficiente combate e os meios que se propõem pôr à disposição das famílias portuguesas para lhes permitir sobre-viver. Hoje tenho a sensação que o governo, embora tendo anunciado aos órgãos de comunicação social uma crise que súbitamente se abateria sobre Portugal, apenas irá conseguir reunir os meios financeiros para programar um combate a essa crise, a largo prazo.

Não esqueçamos que, nos princípios de 2008, já a imprensa americana tinha feito chegar à Europa sinais preocu-

pantes, sobre o rebentamento da bolha do seu imobiliário e das suas possíveis consequências na Europa. As primeiras reacções portuguesas, a esse aviso, só foram conhecidas mais de um ano depois dos sinais americanos. Esta realidade de não termos tido, atempadamente, sinais do governo português sobre o que pode-ria vir a acontecer e com a gravidade que veio a revelar-se, reforça a necessidade de exigirmos que, no futuro, os Governos respeitem o direito dos portugueses serem informados sobre o aparecimento e a gravidade deste tipo de situações. Com efeito, um melhor conhecimento da situação financeira externa e interna portuguesas e um conhecimento real das condições financeiras dos outros países da zona euro, transmitido pelos nossos embaixadores, facilitará o cumprimento da exigência que estamos a levantar. Independentemente do historial da crise, em que estamos mergulhados, de termos sofrido contágios, primeiro das crises irlandesa e grega e, mais tarde, das crises espanhola e italiana, o Gover-no português está obrigado a socorrer, com todos os meios de que disponha, as famílias de menores recursos.

O caso resume-se em breves linhas: praia de Sesimbra, mês de Agosto, uma prancha de madeira atinge em cheio a perna de uma senhora que estava à beira mar, tranquila, a aguardar o momento de entrar na água. A prancha era propriedade de um rapazinho de 7/8 anos. A pessoa atingida dirigiu-se à adulta responsável pela criança e, mostrando a mazela bem visível, disse no tom mais calmo possível: “minha senhora, acabo de ser atingida, como vê, e será melhor explicar à criança que aqui não pode nem deve estar a usar a prancha, porque pode magoar mais alguém”. O caso poderia terminar aqui, mas como diria o meu velho Tio Fortunato, agora é que a história deixa pão. O rapaz, que estava presente, usou de imediato estes três argumentos: “não fui eu, foi a onda”,”eu também tenho as pernas che-ias de nódoas negras” e “ali estão outros

Pequenos nadas quepodem explicar muita coisa

rapazes também com pranchas na praia”. Neste passo poderá até haver quem

esteja a pensar que o miúdo é dos que têm sempre resposta pronta, mas eu, que conheço muito bem crianças e tra-balho com elas quase diariamente, direi apenas que lamento que a adulta que o acompanhava não lhe tivesse explicado logo ali, sem rodeios, com firmeza, que devemos assumir as nossas culpas, fica bem pedir desculpa a quem é molestado e os erros dos outros não desculpam os nossos. É que, dada a displicência da se-nhora, ou me engano muito, ou o pequeno, na escola, pertencerá ao grupo dos que nunca têm culpa, nunca fazem nada mal feito, o professor é que é culpado de exigir respeito e boas maneiras.

Quanto ao resto, já perceberam, vim para casa pôr gelo na perna…

Alda Gago

O grupo de teatro De Vez em Quando, formado há quatro anos por funcionários da Câmara Municipal, tem vindo a alar-gar o seu campo de actividades e, so-bretudo, a ter um extraordinário sucesso com as suas comédias, desenvolvidas em torno do personagem “Evaristo” – a peça deste ano teve 6 representações na sala do cine-teatro, todas elas com lotação esgotada.

Para além destas comédias, o grupo estreia todos os anos uma peça de cariz infantil, que é representada na festa dos Serviços Sociais dos trabalhadores da Câmara e, este ano, saiu com uma Marcha pelos Santos Populares.

Os textos teatrais são sempre origi-nais, essencialmente nascidos da cria-

tividade de Laura Pinto Correia. No caso do “Evaristo”, trata-se de uma comédia em torno do mesmo personagem, mas sempre com desenvolvimentos dife-rentes em cada época teatral, incluindo figuras inspiradas no imaginário local, mas igualmente no “jet set” e/ou na política nacional. O personagem princi-pal, também sempre a cargo de Carlos Silva, “nasceu” há muitos anos, ainda antes do próprio grupo de teatro, numa outra iniciativa teatral do falecido Mário João Sargedas.

As receitas do grupo de teatro desti-nam-se a apoiar os Serviços Sociais da Câmara Municipal, e uma das represen-tações foi destinada à Conferência de S. Vicente de Paula.

Teatro De Vez em Quando

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4O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 2012

Na Biblioteca Municipal esteve exposta uma interessante colecção de objectos da família Mesquita Lopes, relacionados com a actividade farmacêutica, exercida por vários ramos e por várias gerações daquela família.

O farmacêutico Manuel Lopes foi contratado em 1870 para a farmácia privativa da Corporação Marítima do Espírito Santo. Com a extinção desta Corporação, a farmácia – localizada ao lado da Capela do Espírito Santo, onde ainda se encontra – passou a propriedade particular.

A tradição familiar manteve-se, em Sesimbra, através dos filhos de Manuel Lopes, Virgílio e Mário de Mesquita Lopes, que também tiveram um papel de relevo na vida política local. Virgílio, que fora vereador municipal ainda durante a Monarquia, foi eleito presidente da Câmara no mandato 1914-1916, e foi membro do Senado municipal em mandatos posteriores; Mário de Mesquita Lopes foi também vereador municipal, e desempenhou papel de relevo nos Bombeiros Voluntários. O filho deste último, Fernando de Figueiredo Lopes, manteve a tradição farmacêutica e cívica da família, tendo sido um dos fundadores do Clube Naval de Sesimbra, e editor de postais turísticos de Sesimbra, como já foi referido pelo nosso jornal, na secção

Família Mesquita Lopes

“Fotógrafos de Sesimbra”.Esta “farmácia de cima”, como era

vulgarmente conhecida, chegou a ter um papel relevante como local de debate e de conspiração política, associada a uma ideologia relativamente mais à esquerda (Trapilhas), contrapondo-se à “farmácia de baixo”, com idênticas funções políticas, porém mais à direita e de pendor mais conservador (Coques).

Virgílio de Mesquita Lopes foi ainda um dos grandes investidores na sociedade Tejo-Oceano-Sado, que tinha como objectivo ligar Cacilhas a Sesimbra por comboio, tendo perdido esse vultuoso investimento quando aquela sociedade faliu.

Maria Fernanda e Joaquim Fernando Lopes Barreira, respectivamente filha e neto de Fernando Lopes, mantêm actualmente a tradição farmacêutica da família, em Sesimbra.

A exposição, com grande variedade de objectos, apresentava notas de receituário, utensílios para preparação de medicamentos, vasilhame diverso, bem como material de laboratório e de escritório.

Juntamente com a cedência deste material para a exposição, os familiares facultaram também à Câmara Municipal numerosa documentação, que em breve poderá ser consultada no Arquivo Municipal de Sesimbra.

Teve lugar no Domingo, dia 15 Agosto, a procissão de Nossa Senhora da Boa Viagem que, desta vez, retomou a antiga tradição de ser feita por mar.

A imagem foi transportada numa via-tura dos Bombeiros Voluntários de Ses-imbra até ao cais de embarque da praia do Ouro, onde passou para a embarca-ção de pesca “Procópio”. Acompanhado de numerosas embarcações, na sua maioria barcos de pesca, percorreu a extensão da Baía, até ao Caneiro; no percurso de retorno fez uma pequena paragem frente à Pedra Alta, regres-sando depois ao cais da praia do Ouro.

Na plataforma deste cais, e com a imagem virada para o mar, teve lugar o momento mais solene da procissão, onde o padre Manuel Silva a proferiu

Procissão de Nossa Senhora da Boa Viagem

uma homilia.No caminho de regresso realizou-se

uma procissão pelas ruas da vila, na qual se esstacava um terço de grandes dimensões, feito com cabos e boias de pesca. Era visível a presença de numerosos fiéis.

No sábado, 25 de Agosto, partiu de Sesimbra o Cirio da Azóia, a caminho do santuário da Atalaia, onde ficou du-rante os 3 dias das festividades, cujo

Peregrinação do Círio da Azoia

ponto alto foi a procissão de Nossa Senhora da Atalaia, no domingo, pelas 18 horas.

Entre a Sociedade Musical Sesim-brense e o autocarro, realizou-se uma pequena procissão, com a participa-ção do Padre Manuel Silva, da Paró-quia de Santiago, que no final formulou votos de boa viajem aos peregrinos.

Em cada ano, este Círio parte da localidade onde mora o Juiz, que nes-te ano foi sesimbrense António Maria Pinto (à direita, na foto). Apesar da de-signação.

O Círio da Azoia é centenário, e pos-sui recinto próprio na Atalaia, onde os festeiros vivem e convivem durante os dias da festa.

109º Aniversário dos Bombeiros Voluntários

Decorreu no dia 12 de Agosto o 109º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, cuja comemoração incluiu uma Missa, no período da manhã, e uma sessão solene, ao fim do dia, na qual fo-ram homenageados os associados com mais tempo de ligação aos BVS, e co-locadas insígnias a diversos Bombeiros que obtiveram subida de graduação, após a devida formação.

Fernando Gato, presidente da Di-recção dos BVS, referiu que a situação financeira daquela corporação é actu-almente estável, mas que para isso ti-veram de ser dispensadas cerca de 30 pessoas que se encontravam a contrato.

Disse também ter havido necessidade contrair um empréstimo bancário, para colocar em dia algumas remunerações em atraso.

Fernando Gato agradeceu o apoio da Câmara, por ser muito importante e por-que a componente financeira é sempre transferida atempadamente, ao contrário do que acontece, por exemplo, com os pagamentos do Ministério da Saúde, pe-los serviços que os Bombeiros prestam.

O Presidente da Câmara, Augusto Pólvora, manifestou a intenção municipal de manter o apoio aos Bombeiros, mas

referiu que não podia dar essa garantia para o próximo ano, não por vontade da Câmara, mas devido às limitações da denominada lei dos compromissos, que restringe a acção dos Municípios neste domínio do apoio a entidades externas.

Augusto Pólvora também se manifes-tou contrário à intenção do Governo de abrir à concorrência privada o transporte de doentes, referindo ser essa uma das principais fontes de receita dos Bombei-ros, que estão devidamente equipados e com formação para esse fim. Os pri-vados, por outro lado, disse o presidente da câmara, não estarão disponíveis para fornecer o serviço de voluntariado, em incêndios e outras situações de emer-gência, como acontece com os Bombei-ros.

Na notícia sobre a Noite de Fados organizada pelo nosso jornal na Sociedade Musical Sesimbrense, faltou-nos referir a actuação da jovem Bruna Sousa, que cantou – encantando a audiência – enquanto o seu avô, Manuel Sousa, tocava concertina.

A terminar o espectáculo, a jovem Bruna foi também acompanhada pelo con-junto dos fadistas, num alegre final para uma excelente noite musical.

Page 5: O Sesimbrense - Edição 1165 - Agosto 2012

O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 20125

em destaquePescas

Sesimbra é um dos principais portos de pesca portugueses, tendo já atingido, mais de uma vez, o primeiro lugar em valor de peixe capturado. Mas há uma novidade: nos primeiros 6 meses de 2012, Sesimbra atingiu o 1º lugar em quantidade.

Segundo os dados da Docapesca, as 7.863 toneladas descarregadas em lota colocam Sesimbra no primeiro lugar. A seguir encontra-se o porto de Matosinhos, com 7.036 toneladas. Em comparação com os primeiros 6 meses do ano pas-sado, as capturas de Sesimbra represen-tam um acréscimo de 28,2%.

No entanto, em valor, é Peniche que ocupa o 1º lugar, com 14 milhões e 780 mil euros. Sesimbra, com 11 milhões e 843 mil euros, está na segunda posição.

Estes dados revelam outra novidade: é a de que o preço médio do quilo de peixe, em Peniche, atingiu os 2,25 euros, enquanto que em Sesimbra se fixou em 1,51 euros.

Sesimbra em 1º lugar em quantidade de peixe descarregado

Sesimbra apresenta normalmente valores mais elevados do preço médio de peixe, pela qualidade do pescado capturado com aparelho de anzol: tem sido assim ao longo de décadas, durante as quais Sesimbra era classificada como o primeiro porto da pesca artesanal, e tem continuado a ser em anos recentes, por influência do peixe-espada preto.

Segundo João Pólvora, responsável da Docapesca, esta alteração deve-se em parte aos barcos de Peniche que se dedicam habitualmente à pesca do espadarte, mas que durante os meses de paragem desta pesca, mudam para apa-relho de anzol (as denominadas gamelas, semelhantes ao aparelho de Sesimbra), e andam pelos bancos mais conhecidos, e nomeadamente pelo Gorringe, na captura de espécies tradicionalmente mais valorizadas: robalo, dourada, e até mesmo o peixe-espada branco. Peniche tem 20 barcos com licenças para a pesca do espadarte.

Nos quadros seguintes apresentamos a quantidade, o valor e a percentagem das principais espécies capturadas em Sesimbra: durante o ano passado, e nos primeiros 6 meses de 2012. Apresenta-se também o preço médio de cada espécie, e a sua percentagem em termos de valor.

Comparam-se as capturas dos dois períodos, sobretudo em termos de valor.

Peixe-espada pretoTrata-se da espécie globalmente mais

valiosa, tendo representado 36,6% do valor de 2011, e 33,1% dos primeiros 6 meses de 2012. A seguir ao espadarte e ao polvo, é a espécie com maior preço, das referidas.Sardinha

Representou 8,5% do valor de 2011, e 7,9% do de 2012. O facto de ter estado, este ano, sujeita a um defeso – pela primeira vez em muitos anos, no que respeita a Ses-imbra – provocou a descida das quanti-dades capturadas, mas a subida do preço (60 cêntimos em 2011, 97 cêntimos em 2012)

As espécies que mais contribuem para o valor descarregado na lota de Sesimbra

compensou essa diminuição.CavalaÉ a espécie mais capturada em quan-

tidade, em Sesimbra. É também a que tem um preço mais baixo, pouco acima dos 20 cêntimos. Em todo o caso, o valor das suas capturas representou mais de 8% do total de 2011; em 2012 esse peso desceu para os 5,9%. A Docapesca tem

em curso uma cam-panha de promoção como o objectivo de valorizar esta espécie. Carapau

Neste números estão incluídos o carapau vulgar e o negrão. Um aumento das capturas e do preço faz com que o seu peso, em valor, seja, este ano de 9,3%, contra os 4,7 % em 2011.Polvo

Os preços, que rondam os 6 euros por quilo, fazem com que esta espécie tenha representado 7,9 % do valor de 2011, e 8,8% de 2012. A sua pesca este ano está a ser mais elevada do que no ano passado.Tubarões

Nesta categoria estão incluídos o

tubarão lusitano, a tintureira e os ane-quins. A um preço que ronda os 2,35 euros, representam este ano 6,4% do valor total (7,8% em 2011).Espadarte

Das espécies referidas, é a que apre-senta maior preço, e com subida no corrente ano, atingindo os 7,56 euros. A quantidade, no entanto, não é muito

elevada, talvez porque algumas das descargas não sejam feitas em Sesim-bra. Trata-se de uma espécie fortemente condicionada em termos de quotas máximas de captura: para 2012, e para os barcos de Sesimbra, a quota deverá rondar as 45 toneladas.

(1) tubarão lusitano, a tintureira e os anequins.

Artesanalpesca iniciou o novo investimento

A Artesanalpesca deu já inicio à construção da sua nova fábrica de con-gelados, que inclui uma enorme capacidade de congelação e armazena-mento, mas igualmente linhas de embalagem para diversas espécies. Com um valor superior a 3 milhões de euros, representa o maior investimento produtivo, em Sesimbra, nos anos mais recentes.

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Devido a um lamentável lapso, o obituário de Adriano Rodrigues Batista, publicado na nossa anterior edição, con�tinha algumas informações erradas, pelo que republicamos o referido texto, devi�damente corrigido. Pelo lapso pedimos desculpa à família de Adriano Batista, bem como aos nossos leitores.

Adriano Batista entrou para os Bom�beiros Voluntários de Sesimbra em 18 de Junho de 1942, quando tinha 16

6O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 2012

Adriano Rodrigues Batista

No artigo sobre a Fábrica Francesa, publicado na nossa anterior edição, referimos que o investimento inicial foi da empresa francesa Ouisille & Cª, tendo sido mais tarde vendida a outra firma francesa, os Estabelecimentos Arsène Saupiquet.

Faltou, no entanto, referir que naquelas mesmas instalações ainda funcionou um outro fabricante conserveiro francês: Mar-quet Frères, de que existem referências documentais dos anos 1916 e 1925.

Fábrica Francesa

Anotações à edição anterior

Durante vários dias, o “Almirante Gago Coutinho“, navio de investigação da Marinha, esteve em Sesimbra a testar um robô submarino, seguindo depois para os Açores, onde irá re�re�colher amostras geológicas e novos dados científicos.

Na passada terça�feira, 21 de Agos�to, a ministra do Mar, Ambiente e

Robot submarino testado nas águas de SesimbraOrdenamento do Território, Assunção Cristas, visitou o navio, ainda em águas sesimbrenses, para acompanhar os tes�tes, tendo observado imagens do fundo do mar captadas pelo ROV (‘Remote Operated Vehicle’).

Nesta visita foi acompanhada pelo secretário de estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu.

A acção de monitorização do fundo marítimo que vai agora ser feita nos açores tem também como objectivo a sustentação da candidatura de Portugal para a extensão da plataforma conti�nental, a ser avaliada pelas Nações Unidas. A ministra manifestou a con�vicção de que esta candidatura poderá dotar Portugal com uma área 41 vezes

maior do que a actual área terrestre.Não é esta a primeira vez que a

Marinha e a comunidade científica utilizam as águas de Sesimbra para a realização de testes com robôs: con�forme referimos na nossa edição de Outubro de 2009 realizou�se na nossa baía o projecto europeu GREX, com robôs marinhos.

Foram retiradas aproximadamente duas toneladas de lixo, durante o pro�jecto, de acção de limpeza, da Repre�sentação da Comissão Europeia com o apoio da empresa MTP – Organização de Eventos, Lda.

Sob o tema Perto dos Cidadãos, para um Crescimento Económico Susten�tável, esta iniciativa contou com a co�laboração de muitos voluntários, que encheram um contentor de entulho, dis�ponibilizado pela Câmara Municipal de Sesimbra e um contentor de lixo, cedido pela APSS. A tipologia do lixo encontra�do, é característica do funcionamento de qualquer porto, através de objectos da construção naval e da actividade piscatória, como sendo pneus, redes, cabos, cordas, latas de tintas, plásticos, bóias e muito material metálico. Foram encontrados ainda uma cana de pesca, ainda com carreto e um relógio de mer�gulho, a funcionar.

João Boavida, da empresa promotora MTP Organização de Eventos, salien�tou que “nesta iniciativa é importante destacar duas vertentes, a ajuda dos mergulhadores de apneia e dos prati�

cantes de caiaque, que foram incansá�veis”. Confiante neste tipo de acções, adiantou ainda, que a orla costeira se encontra mais saudável, prova disso são os robalos, os sargos ou as dou�radas, encontradas dentro do próprio porto.

Várias foram as fotos e as filmagens realizadas ao longo do evento, que mais tarde serão disponibilizadas gra�tuitamente e sem direitos de autor, a todas as entidades intervenientes.

Financiada pela representação da Comissão Europeia em Portugal, a acção de limpeza integra�se num pro�grama de proximidade com os cida�dãos. “É natural que a Comunidade continue com este tipo de iniciativas e o próprio parque tem todo o interesse nisso. Prevê�se até, que já no próximo inverno possamos desenvolver esta ini�ciativa, na costa, entre a Figueirinha e o Portinho da Arrábida”, sublinhou João Boavida.Fotos e vídeos disponíveis em : •http://youtu.be/B0wJDcydXIg •http://youtu.be/820hb9l1QPc

Jovita Lopes

Limpeza SubaquáticaRetiradas aproximadamente duas toneladas de lixo

anos de idade. Ao longo dos anos de dedicação àquela Associação Humani�tária, foi subindo aos vários graus da escala hierárquica, chegando ao posto de Comandante, passando ao Quadro de Honra em 10 de Outubro de 1985.

Foi agraciado com diversas citações e louvoures, incluindo o Crachá de Ouro, mais alto galardão concedido pela Liga dos Bombeiros Portugueses, que lhe foi atribuído em Agosto de 2002.

No mesmo artigo reproduzimos os versos de uma canção habitualmente cantada pela companha da armação Greta, cuja primeira quadra reproduzimos agora, corrigida de um pequeno erro dessa edição:

Já não sou Maria Rosa Já não sou Rosa Maria Bom sapato e boa meia Faz a perna luzidia

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O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 20127

A suspeita de “favores sexuais”, prestados a idosos por uma funcionária do serviço de apoio domiciliário da Mi-sericórdia de Sesimbra, desencadeou a abertura de processos disciplinares contra duas funcionárias daquela ins-tituição, os quais poderão resultar em penas pesadas (expulsão ou suspen-são prolongada), caso se venham a confirmar tais suspeitas.

Apesar do melindre do assunto, os referidos “favores sexuais” resumir-se-iam a masturbação dos idosos, facilita-da pelo facto das equipas de apoio do-miciliário tratarem da higiene pessoal, bem como da alimentação, das pesso-as auxiliadas na sua própria casa, e ter-se-ia verificado em apenas dois casos.

Num desses casos, ocorrido na vila, o idoso visado desmentiu a sus-peita, tendo apenas reconhecido que, ele próprio, se tinha apaixonado pela funcionária em causa.

Num outro caso, relativo a um re-sidente na freguesia rural, o facto irre-gular terá sido confirmado pelo próprio idoso, tendo decorrido já há algum tempo, e abrangendo apenas um perí-odo de dois meses. Um dos processos disciplinares abertos pela Misericórdia,

diz precisamente respeito a este último caso.

No entanto, as averiguações feitas por aquela instituição, detectaram tam-bém que uma outra funcionária teria sido conivente desta ocorrência, a que se somam suspeitas da realização de furtos. O segundo processo disciplinar reporta-se a esta funcionária, que foi entretanto suspensa durante as averi-guações.

A Mesa da Misericórdia deverá deli-berar sobre estes casos, logo que este-ja concluída a instrução dos processos, o que deverá ocorrer durante o mês de Setembro.

A Misericórdia de Sesimbra presta apoio domiciliário a cerca de 65 ido-sos, em média, apoio que é garantido por equipas de duas funcionárias. As suspeitas referidas causaram alguma perturbação naquele conjunto de tra-balhadoras, tendo a notícia sido propa-gada pela vila, com as habituais incor-recções e exageros. No entanto, tudo indica que se trata de um caso isolado e que não coloca em causa o mérito e a responsabilidade dos serviços pres-tados pela Misericórdia, nem a honra das suas funcionárias.

Misericórdia: suspeitas levam à abertura de dois processos disciplinares

A Administração dos portos de Setú-bal e Sesimbra obteve a classificação do título de ECOPORT, uma distinção atribuída pela ECOPORTS FOUN-DATION e que avalia a excelência ambiental dos portos.

Numa escala que vai dos zero aos cem pontos, Setúbal obteve uma extraordinária classificação de 94,79, após avaliação de parâmetros tais como o ordenamento e usos do solo, a medição da qualidade da água e do ar, as metodologias de movimentação e armazenamento das mercadorias, as medidas de preservação dos ecossis-temas e a relação Porto Cidade.

A avaliação da ECOPORTS FOUN-DATION reporta-se especificamente ao porto de Setúbal, mas Sesimbra não se encontra esquecida pela

Porto EcológicoAPSS no domínio ambiental: ainda recentemente foram instalados reló-gios astronómicos para comando e funcionamento da iluminação pública na zona portuária de Sesimbra, para que essa iluminação só seja activada quando se justifica – uma medida que poderá levar a uma redução de 5% no consumo de energia, e que se insere no Programa de Eficiência Energética na Administração Pública (ECO.AP).

A iluminação do pontão exterior do porto de Sesimbra, para além da sua utilidade mais imediata, contribui tam-bém positivamente para a paisagem nocturna que se desfruta da vila. O pontão transformou-se igualmente num muito procurado circuito de manuten-ção física.

Também no porto de Sesimbra, a Adminstração dos Portos de Setúbal e Sesimbra promoveu a reparação das defensas da Ponte-Cais nº 2, com recurso a mergulhadores profis-sionais, e a melhoria do pavimento da zona da antiga lota. Esta iniciativa é acompanhada dum pla-no de prevenção e gestão de resíduos.

Ocorreu no passado dia 29 de Agosto, na Carrasqueira, o abate de eucaliptos de grande porte, que se encontravam junto a linhas eléctricas.

Há já algum tempo que a protecção civil, referenciava esta situação, e du-rante alguns anos foram efectuadas acções de desramação de árvores cujos ramos se encontravam próxi-mos dos condutores.

No terreno, em operação conjunta, estiveram a CMS através da Prote-ção Civil, os Bombeiros Voluntários de Sesimbra, e as empresas Trans-grua, EDP, Soponor e CNE.

Segundo o coordenador da Protec-ção Civil de Sesimbra, Ricardo Calei-ro “No nosso concelho existem mais

Abate de Eucaliptos junto a linhas electricas

situações deste género, ou até mais perigosas, mas que se encontram em propriedade privada. Nesses casos tentamos entrar em contacto com os proprietários para fazerem a manu-tenção e limpeza do arvoredo.”

Por imposição da lei, deverão ser mantidas faixas de protecção das li-nhas aéreas, sendo que as árvores não deverão aproximar-se a menos de 3 (três) metros dos condutores de uma linha eléctrica de alta ou média tensão. Caso identifique esta situa-ção poderá contactar a EDP Distri-buição através da linha de apoio 800 506 506 ou a Protecção Civil de Se-simbra através do número 21 228 05 21.

A Sociedade Musical Sesimbrense organizou, no passado dia 28 de Julho, o IV Encontro de Bandas, que juntou a banda da SMS com as filarmónicas de Serpa e de Barrancos. O encontro incluiu um desfile pela vila, a recepção das bandas convidadas junto à Sociedade Musical Sesimbrense, e um jantar dos músicos naquela Sociedade. A partir das 21:30 tiveram lugar os concertos, num palco montado na marginal, que decorreram com grande assistência de público.

Encontro de Bandas

Um investigador português, integrado numa expedição da Universidade de Hamburgo, capturou um exemplar raro de um peixe da espécie Cetichthys indagator.

A pesca deu-se no banco Ampère, muito explorado pelos pescadores de Sesimbra nos anos 70 do século pas-sado, para a captura de peixe-espada branco

O peixe tem 15 centímetros de com-primento, é castanho com barbatanas

Peixe raro

cor de laranja, e foi capturado em No-vembro de 2010, entre os 1000 e 4400 metros de profundidade. Não se sabia da sua existência no Atlântico Norte, e trata-se do quinto exemplar de que há registo científico.

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8O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 2012

A canadiana Denyse Gérin-Lajoie nasceu em Montreal em 19 de Junho de 1929. Fotógrafa e editora, Denyse Gérin-Lajoie foi directora da revista OVO, a mais célebre revista de fotografia no Quebec. Desenvolveu a sua actividade como fotó-grafa ao longo de várias décadas, e os seus trabalhos foram apresentados em numerosas exposições individuais, nos Estados Unidos, Canadá, e em Portugal.

Conheceu Sesimbra na década de 80, atraída sobretudo pela facilidade de comunicação com as pessoas que foto-grafava, nomeadamente a comunidade piscatória sesimbrense.

Fez várias reportagens sobre os pescadores sesimbrenses, captando os últimos anos da frota de pesca do anzol em Marrocos. Deste trabalho resultaram várias exposições. Em 2005 esteve exposta na Biblioteca de Sesimbra uma Caixa-expositor de fotografias suas de

Fotógrafos de Sesimbra (XII)

Denyse Gérin-Lajoie (1929 – 2012)Sesimbra, e em 2008 foi realizada uma grande exposição em Lisboa, na Socie-dade Nacional de Belas Artes, que esteve depois patente em Sesimbra, distribuída pelas salas do Auditório Conde Ferreira e do Clube Sesimbrense. Nesse mesmo ano foi publicado o seu livro: “Sesimbra, Retrato de uma Vila Piscatória”, de onde retirámos as imagens reproduzidas.

Preocupada com a preservação das memórias e dos saberes seculares, promoveu em Sesimbra a divulgação do cineasta canadiano Pierre Perroux, promovendo a projecção, no cine-teatro João Mota, do seu filme “Pour la suite du monde”, do qual ofereceu uma cópia à Biblioteca de Sesimbra.

Jorge Guerra, companheiro de De-nyse, já contactou o município sesim-brense para se estudar a hipótese de ficar em Sesimbra o espólio fotográfico de Denyse Gérin-Lajoie.

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O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 20129

Costureirinhas

“Aprendia-se o ofício desde muito cedo” começa por contar Blandina Ar-sénio Gomes de 80 anos. Relembra que entrou para o ofício com apenas onze, como quase todas as suas co-legas. Na altura era natural encontra-rem-se salas repletas de meninas que começavam por aprender o seu ofício com as grandes modistas e costureiras, essenciais na vida social da vila. Mas o trabalho de aprendiz de costureira não se ficava pela agulha e o dedal como diz a canção. “Era acender o ferro, ir aos recados, chulear, partir carvão” como revive também Maria da Graça Aldeia de 73 anos. Começou com a mestra Conceição Dionísio, a quem se lamentava acerca de uma saia de pregas “Ai! Então isto nunca mais está feito, isto é muito aborrecido! Vou para fato de homem!”. E foi, recomeçando desta vez com a modista Emília Sa-tiro. Ficou até casar aos 28 anos, como quase todas as jovens costureiras. “Quando saíam era para casar. Depois entravam as outras” conclui.

Regressando no tempo às décadas de 40 e 50, certo como que para os rapazes havia um futuro que os esperava no mar, para as raparigas novas, que vinham a findar a quarta classe, o caminho era outro. As poucas com poder financeiro e que podiam dar continuidade à instrução, abandonavam a vila. Para as que ficavam, o fado achava-se na indústria conserveira ou na costura. Por detrás de grandes homens como foram os pescadores de Sesimbra e cujas vidas têm sido narradas, encontram-se grandes costureiras. Aqui fica um pouco da sua história.

O início da carreira

A rotina de uma costureira era longa e começava cedo, pelas oito horas da manhã. “Às vezes tínhamos que ir um bocadinho mais cedo porque o trabalho apertava. Depois saíamos para o almoço à uma, regressávamos às duas e saímos às sete da noite. Mas também tínhamos de trabalhar o sábado, o dia inteiro” refere Blandina

Horário de trabalho

Era então na altura em que já domi-navam a habilidade de chulear que começavam a receber o seu ordenado. “Eu entrei na costura a ganhar cinco tostões por dia” explica Maria da Graça Aldeia. À medida que a arte de costurar se desenvolvia, também os vencimen-tos eram maiores. “Depois comecei a aprender a fazer as mangas, ganhava dez tostões. Com as calças ganhava vinte cinco tostões. E depois fui a casa-co, ganhava cinco escudos. E depois já a saber bem fazer o casaco, ganhava dez escudos”.

Progressão na carreira

A Festa das Costureiras teve a sua primeira edição a 12 de Agosto de 1950 sob a alçada da Sociedade Musi-cal Sesimbrense, coletividade recrea-tiva dinamizadora e de grande relevo na época. As modistas da vila conce-biam modelos que neste evento eram

A Festa das Costureiras

Arsénio Gomes. Neste dia, enquanto as costureirinhas não terminassem os afazeres, o trabalho podia estender-se até altas horas da madrugada. Nesses momentos, era a própria modista que levava as pequenas costureiras a casa para garantir que chegavam salvas… e aptas a trabalhar no dia seguinte. Convém não omitir que domingo era

Maria Narcisa Ventura desfilou em 1951 para a modista Maria Cândida Carvalho (foto da esquerda). As Fes-tas das Costureiras eram acompanha-das de programas de variedades de grande qualidade (cartaz da direita).

igualmente dia de tarefas: entrega do trabalho na própria casa dos cliente pela manhã.

Recordam que havia sempre muito que fazer. O trabalho apertava sobre-tudo nas efemérides mais importantes na vila como eram a Festa das Chagas e o Natal. “Nestas duas épocas era quando as pessoas tinham que estrear a roupa nova. Era a tradição” justifica a última. O trabalho chegou a ser tanto que algumas costureiras trabalhavam mesmo até às quatro horas da tarde do próprio dia. Com hora de entrada mas nem sempre de saída fixa, o ofí-cio tornava-se na própria vida de uma costureira.

exibidos por jovens raparigas. “Nós apresentávamos o modelo ao som do piano, assim direitinhas na passerelle” explica Blandina Arsénio Gomes que chegou a ganhar um primeiro lugar na categoria de melhor vestido de noite pela sua mestra Angélica Gonçalves. Segundo o regulamento, os fatos seri-am confecionados apenas em tecidos de algodão sem elementos de grande ostentação como eram as lantejoulas, fitas de cetim ou veludo; apelando ao sentido imaginativo das nossas cos-tureiras. A classificação era depois atribuída por um conceituado júri que valorizava o espírito inventivo e esté-tico das costureiras bem como a gra-ciosidade e elegância das modelos.

Maria Narcisa Ventura, hoje com 81 anos, também participou como mo-delo e conta que “no Verão para dis-trair as pessoas e para os banhistas que vinham passar férias, foi feita esta festa”. Mas com o evento procurava ir-se mais longe, homenagear e louvar as muitas costureiras da vila. O recinto do antigo Parque Recreio Popular “es-tava sempre cheio” de espectadores que vinham admirar as beldades ses-imbrenses e um pouco do melhor que se fazia na terra, os fatos das mestras costureiras tão apreciados além Se-simbra.

Rita Pitorra

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Conforme referimos na nossa edição de Junho, Pedro Mesquita é o novo presidente da Comissão Concelhia de Sesimbra do Partido Socialista, suce-dendo nesse lugar a Américo Gegaloto. A eleição caracterizou-se por uma acesa disputa com a lista concorrente de João Capítulo, que também ficou representada, embora em minoria, na referida Comissão Política.

Procurámos saber junto de Pedro Mesquita se a sua eleição se traduzirá nalguma alteração da orientação políti-ca local do PS, que nos respondeu que: “Em termos de mudança, a sequência é mais ou menos a mesma”, ou seja: “o que Américo foi fazendo ao longo dos dois anos, embora com alguma dificuldade, pois encontra-se isolado numa vereação em que o PSD está muito próximo da CDU”.

Apesar destas dificuldades, Pedro Mesquita destaca que Américo Gega-loto tem conseguido fazer aprovar algu-mas propostas, dando como exemplo o Dia do Bombeiro.

“Aquilo que pretendo para o conselho de Sesimbra é um reforço da posição do Partido Socialista, tentando vincar um pouco também a identidade do Par-tido no Concelho, a qual, nos últimos anos, também devido à passagem do PS pelo Governo, não foi a mais feliz, tendo em conta a crise nacional e a cri-

se europeia. Ficámos um pouco beliscado nessa altura, agora é tempo de avançar”.

Sobre os temas políticos que consi-dera mais relevantes, Pedro Mesquita co-meçou por destacar o do sector do Turismo, o qual “tem de le-var uma volta, desde logo, porque é muito difícil estacionar o carro, o que afasta muita gente da zona do outro lado do Tejo: as pessoas não vêm almoçar ou jantar, nem fazer um dia de praia, porque não

têm onde colocar o carro, E não é fácil para o Concelho sobreviver, deixando fugir estes turistas para concelhos vizinhos, que têm outras condições.”

Sobre o programa de investimentos actualmente em curso, Pedro Mesquita reconhece haver obras necessárias, mas algumas, não tão urgentes, deve-riam ser transferidas para mais tarde, e os respectivos recursos financeiros, “nomeadamente a componente da Câmara, poderiam ser encaminhadas para apoios sociais, para apoio às fa-mílias que não têm dinheiro para pagar luz ou água”.

Destacou também o desemprego: “as empresas da construção representam um grande peso no concelho, e nível de desemprego também aqui tem aumen-tado, e a pesca também não atravessa os melhores dias”.

Como traço geral da sua actividade política, destaca a importância do di-álogo: “Com boa vontade, e até com o consenso geral, tem de haver uma abertura entre partidos políticos, temos de nos sentar à mesa para encontrar soluções. Será melhor do que andar com tricas.”

Pedro Mesquita adiantou também já ter dado início à recolha de opiniões que possam ser colocadas no terreno, para elaboração de um plano de acção para o ano eleitoral.

A Câmara Municipal de Sesimbra oficiou à ASAE para lhe transmitir o “desagrado relativamente à forma como decorreu a acção de fiscalização efe-tuada pela entidade” em 29 de Junho passado, considerando que foi “desa-justada, incompreensiva, antipedagógica e inconveniente a forma repressiva e agressiva como a referida ação de fis-calização ocorreu”.

Destacando a importância do Turismo para a economia sesimbrense, a Câmara Municipal referiu à ASAE o esforço que tem sido feito, quer pela Autarquia, quer pelos comerciantes, para que os visi-tantes tenham cada vez mais e melhor qualidade nos serviços que lhe são pres-tados, e considera útil a existência duma

fiscalização “pedagógica, compreensiva e ajustada, para que o crescimento eco-nómico aconteça”.

Especificando os motivos do seu desagrado, a Câmara referiu “O esta-cionamento desordenado e sem qual-quer cuidado, efectuado pelos carros de apoio, no meio duma das principais artérias de circulação da Vila, no caso concreto na Rua Cândido dos Reis, que provocou um extenso engarrafamento”, a “entrada de agentes com cães pelas esplanadas cheias de clientes, sem qualquer discrição e criando o pânico entre os mesmos”, a “revista e pedido de identificação a clientes dos estabele-cimentos” e “a proibição da entrada ou saída de clientes ou de prestação do respectivo serviço, mesmo que existindo funcionários vagos para atender clientes,

Câmara critica a ASAE, que se desculpa com a GNR

enquanto durou a ação de fiscalização”. Também foram referidos alguns

pormenores caricatos, como o caso da ASAE ter considerado como falta de hi-giene “a existência duma caneca partida no chão do estabelecimento, que tinha acabado de cair pouco antes da entrada dos inspetores no estabelecimento.”

Para a Autarquia, o resultado deste tipo de actuação será “a criação de sen-timento de insegurança e desconfiança entre os inúmeros visitantes e turistas que presenciaram estas situações, não contribuindo em nada para o cumprimen-to dos normativos legais, nem tão pouco para a melhoria do turismo enquanto atividade económica de grande impor-tância nacional e local”.

A Câmara termina o seu ofício ape-lando “ao bom senso, razoabilidade, equidade e discrição” de futuras acções de fiscalização.

Em resposta ao ofício da Câmara, a ASAE parece atirar a responsabilidade para a Guarda Nacional Republica-na – que também participou naquela acção – insinuando que as situações mencionadas pelo ofício da Câmara “se reportam por certo a outra força policial que não a ASAE”.

Quanto aos casos mais directamente referidos pela Câmara como erradamen-te considerados como “falta de higiene”, a ASAE recusa a acusação, referindo que foi em função da gravidade das situações detectadas que foi decidida a suspensão temporária do funcionamento dos estabelecimentos infractores.

Pedro Mesquita:continuidade no PS

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O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 2012 11

O número de desempregados de Sesimbra registados no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) chegou a 2.545, no final do passado mês de Junho, ultrapassan-do pela primeira vez desde que exis-tem estes registos, os 2.500 desem-pregados. E no mês de Julho voltou a subir, situando-se nos 2.646. Estes valores representam uma taxa de de-semprego implícita de 10,6%, ainda assim inferior à taxa de desemprego nacional que, segundo o Eurostat, se situa nos 15,2%.

A maioria dos desempregados de Sesimbra são mulheres (52,1%), es-tão desempregados há menos de um

Desemprego já ultrapassa as 2.500 pessoas

ano (69,5%) e, na sua esmagadora maioria, já trabalharam e procuram agora novo emprego (95,7%).

Também mais de metade destes desempregados pertence ao escalão etário entre os 35 e os 54 anos (51%), seguindo-se os desempregados com idades compreendidas entre 25 e 34 (25,6%).

Em termos de qualificação escolar, são os desempregados com ensino secundário que representam a maior fatia: 28,7%, seguindo-se o 3º Ciclo do ensino básico: 25,2%; só estes dois escalões, em conjunto, representam 53,9% do total. Os desempregados com ensino superior são 10% do total.

Flávio Paixão, jovem futebolista sesimbrense, a jogar actualmente no Tractor Sazi, em Tabriz, no Irão, foi uma das testemunhas do forte sismo ocorrido no passado dia 11 de Agosto.

O epicentro do sismo foi localizado a cerca de 50 km de Tabriz, uma cidade com um milhão e meio de habitantes no nordeste do país.

“Estava em casa, com o João Vilela e o Anselmo quando de repente a casa começou a abanar. Estava sentado no sofá quando nos apercebemos que era um terramoto. Nunca tinha vivido uma situação assim, aliás a casa abanou como se estivéssemos em alto mar. Foi um grande susto! ”, relatou Flávio Paixão ao nosso jornal.

Após o primeiro abalo, fugiram para a rua e, 5 minutos depois, presenciaram a primeira réplica. Naquela noite foram aconselhados não dormirem em casa, tendo pernoitado no jardim.

Há testemunhos de momentos de pânico entre os habitantes da cidade de Tabriz. Ainda hoje são sentidas réplicas “mas parece estar mais calmo, apesar de estarmos sempre com algum medo que venha outro terramoto grande”, de-sabafa Flávio.

De relembrar que o Irão situa-se sob várias falhas sísmicas. E em 2003, 31 mil pessoas morreram na sequência de um sismo que afectou a cidade de Bam, no sul do Irão.

O regresso a Sesimbra está marcado para daqui a 10 dias, aquando das férias de verão. O futuro é incerto, mas Flávio pretende voltar a jogar em Portu-gal talvez daqui a dois ou três anos.

Jovita Lopes

Jovem sesimbrense presencia sismo no Irão

Através do Facebook formou-se um movimento de solidariedade com a menor Maria Inês Lopes Correia, de 3 anos, residente em Sampaio, e que necessita de um tratamento dispen-dioso, pelo que a família apela à so-lidariedade de todos. Reproduzimos a seguir a mensagem da família:

“A Maria Inês nasceu há 3 anos no Hospital Garcia da Horta no dia 13.06.2009 sem, aparentemente, qualquer problema. Entre os 6 e os 12 meses reparámos que a Maria Inês não apresentava um desenvolvimen-to normal para a sua idade. A partir desta altura foram realizados os mais variados exames (TAC, ressonância magnética, electroencefalografia, des-piste de doenças metabólicas, exa-mes genéticos diversos), por diversos especialistas, em diversos hospitais e clínicas em Portugal, em busca dum diagnóstico até agora sem sucesso.

Têm sido efectuados diversos tra-tamentos, mas os resultados têm sido muito limitados, na medida em que a Maria Inês no presente ainda não gatinha, não anda, não fala e a nível cognitivo ainda está muito pouco de-senvolvida.

Passados 2 anos duma luta inces-sante por um normal desenvolvimento para a nossa filha e de elevados cus-tos em exames e tratamentos diver-sos, surgiu a possibilidade de fazer um tratamento de reabilitação, de acordo com o modelo cubano, numa clínica

Solidariedade com uma criança

situada em Guimarães (Clínica neu-ropediátrica CHS-CIREN Portugal, 4º andar do Hospital Privado de Guima-rães, Alameda dos Desportos, Santia-go de Candoso, 4835-235 Guimarães, Isabel Maia - Tlm: 915303847).

Para efectuar esse tratamento, são necessários 6.000€ por mês e prova-velmente serão necessários alguns meses de tratamento.

Uma vez que não possuímos recur-sos financeiros suficientes para su-portar este tratamento, vimos apelar à vossa ajuda para que a Maria Inês possa ter uma melhor qualidade de vida.

PORQUE A UNIÃO FAZ A FORÇA E TODOS JUNTOS VAMOS CONSE-GUIR!!

Por favor divulgue, se o fizer já está a ajudar...

Encontramo-nos disponíveis para qualquer esclarecimento adicional.

O nosso muito obrigado a todos,”

Lara Filipa Carambola Lopes Páscoa (Telefone: 968345213)Flávio André Carambola Páscoa Correia (Telefone: 961139990)Morada: Rua Rio Lima nº18, Aldeamento Pé da Serra, 2970-041 Sampaio - SesimbraCorreio electrónico: [email protected] BPINIB : 001000004682047000281N.º da Conta : 7 4682047 000 002IBAN : PT 50001000004682047000281

A Câmara Municipal de Sesimbra voltou a realizar a Feira do Livro, uma iniciativa habitual no Verão, desde 2004, e que voltou a localizar-se na Praça da Califórnia. O certame foi enriquecido com diversas iniciativas, entre as quais se destacaram os “li-vros do dia” e a realização de apre-

Feira do Livro

sentações de livros e sessões de au-tógrafos com a presença de diversos autores, entre os quais: Galopim de Carvalho, Fernando DaCosta, José Barata Moura, Joaquim Pessoa, San-dra Carvalho, Pedro Martins, Fátima Gomez, Celeste Cortez, e Ana Paula Costa.

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12O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 2012

Pode fazer uma pequena caracterização da natureza da investigação?

A investigação iniciou-se em 2007, continuou até 2010, no contexto do projecto LIFE-BIOMARES. Houve um pro-longamento que permitiu a investigação durante 2011. Consistiu em, sazonalmente, em cada Primavera e Outono, empreendermos a chamada pesca experimental, com mé-todos estandardizados, com redes de tresmalho, nas três zonas de protecção do Parque Marinho (complementar, par-cial, total), entre os 12 e os 45 metros de profundidade.

É uma investigação do que se passa nos chamados subs-tractos móveis, que são a areia e a vasa – há outras pessoas a investigar o subs-tracto rochoso. Aqui, nestes chamados substractos móveis, foi monitorizada a abundância, principalmente de peixe – esta arte está capacitada para amostrar peixes – e isso permi-tiu perceber a abundância, não só em termos espaciais, mas também, ao longo do tempo, o que é que está a acontecer.

E podemos saber quais as principais conclusões?

Uma coisa a notar é que este período de estudo incluiu uma parte do chamado período de implementação do Parque Marinho: ao longo do tempo as medidas de restrição foram gradualmente implementadas e então há esse pormenor a ter em conta.

No entanto, já foi possível ver alguns efeitos que con-sideramos ser directamente relacionados com o Parque Marinho, porque, para além do padrão espacial, houve aumentos ao longo do tempo. Aquilo que saltou primeiro à vista foi o peso da captura das zonas parcial e total, superior à da complementar. E este padrão não é só do ponto inicial do estudo, mas foi-se destacando ao longo do tem-

Inês Sousa: se tudo se mantivesse como anteriormente à criação do Parque Marinho, daqui por uns anos a única pesca artesanal que restaria seria a dos covos

Inês Sousa, investigadora do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) do Algarve, foi a vencedora do Prémio Científico Sesimbra de 2012, com um trabalho sobre as espécies piscícolas do Parque Marinho Luís Saldanha, conforme noticiámos em Maio passado.

O trabalho premiado deverá ser publicado em breve pela Câmara Muni-cipal, mas procurámos desde já saber em primeira mão quais a natureza e conclusões do trabalho premiado.

po. Portanto, houve aumento na parcial e principalmente na total, ao longo do tempo.

Depois, ao ver em detalhe esta captura em peso que tinha aumentado, foi possível ver o que é que estava por detrás disso, e vimos que são algumas espécies que respon-deram positivamente a esta gestão espacial, nomeada-mente algumas espécies com hábitos mais sedentários e que vivem associadas ao fundo.

Tivemos a possibilidade de ver aumentos não só do número, mas também do tama-nho/peso dos exemplares da chamada raia-lenga, também o cabação (aquele ruivo que aqui se chama o cabação), e azevias, e também raposas.

Depois há alguns sinais do linguado da areia, mas não são ainda tão robustos: é uma espécie com mais mobilidade, ainda temos que aguardar mais para ver. No entanto é muito interessante, porque como o Parque só está im-plementado, no seu design final, desde Agosto de 2009, e como sabemos que há ainda alguma incidência de pesca ilícita, acaba por surpreender pela positiva.

Mas não era disso que estavam á espera?

Sim, é a intenção da im-plementação desta gestão espacial.

Então porque é que foi uma surpresa?

Porque foi rápido.Vão continuar as investi-

gações?Embora algumas tarefas

do BIOMARES tenham para-do, agora estamos a planear tudo individualmente. Acho que vai continuar a haver a amostragem das larvas, que é importante para perceber a dispersão e as zonas de ma-ternidade; não sei como é que vai ser com os censos visuais em mergulho, é uma coisa que está ainda em estudo. Conse-guimos, em princípio, manter

esta amostragem da pesca experimental.

Há muita gente envolvida nestas investigações dentro do Parque?

De há muito tempo atrás houve muita investigação feita pelo Dr. Emanuel Gonçalves e o seu grupo do ISPA, depois houve um boom de investi-gação, principalmente pelo BIOMARES, em que juntou mais gente. Agora, nem são tão poucos como antes do BIOMARES, nem são tantos como durante o BIOMARES.

Sabe-se que o Parque Ma-rinho é um ambiente comple-xo: essa complexidade está a ser estudada enquanto tal?

A Ciência trabalha, como se fosse numa janela: não se abarca tudo, e vamos aos poucos juntando os conheci-mentos adquiridos. Tal como eu estou a estudar a comuni-dade dos substractos móveis, e depois há o grupo que estuda os substractos rochosos, e ainda há um grupo que estuda os organismos mais pequenos, acaba por ser possível depois juntar no final.

Mas há essa dinâmica das diversas investigações po-derem ser agregadas?

Talvez ainda seja um pouco cedo, porque há estes estudos individuais, de alguma forma sabemos os resultados uns dos outros, há essa sinergia, só que o detalhe que liga estes grupos todos, muitas vezes chamados de cadeias tróficas – saber como é que uns de-pendem dos outros - isso tem que ser alguém a pegar no pool todo de dados, e ainda não está a ser feito. Há se calhar aqui um grupo que fazia falta, que estudasse o fitoplâncton, que acaba por ser a base do sistema marinho.

No resto do território con-tinental português, há mais processos de investigação como o que decorreu aqui?

Não temos no território con-tinental nenhuma reserva ma-

rinha que possamos dizer que seja parecida a esta. O Parque Marinho Luiz Saldanha acaba por ser pioneiro, e isso é im-portante, porque estamos um bocadinho atrás, em termos europeus, neste domínio da preservação.

O objectivo não é conserva-ção só por si: acaba sempre por ser também a gestão das pescas, que já tem mostrado frutos noutros parques mari-nhos.

Mas se o objectivo era a também a gestão das pes-cas, a verdade é que a co-munidade piscatória não foi devidamente tida em conta…

Acredito que o ideal é tra-balhar em conjunto numa sinergia de troca de conheci-mentos – os pescadores têm muito conhecimento para dar, também. Talvez – e não estou a querer justificar – talvez tenha a ver com o facto de estarmos atrasados em termos europeus, talvez uma urgência no sentido de “temos que fazer algo!” E se calhar o facto de se estar a fazer em cima do joelho fez com que não se fizesse uma abordagem com mais parcerias. Não foi realmente da forma ideal.

Eu acredito que se não hou-vesse uma alteração, se tudo se mantivesse como anterior-mente à criação do Parque, daqui por uns anos aconteceria aqui o que já aconteceu em várias zonas costeiras do país, onde a única pesca artesanal que resta é a pesca dos covos, porque são os cefalópodes (que inclui o polvo) os mais resistentes à pesca.

Isso, grosso modo, foi o que aconteceu em outras zonas da costa: deixou de haver qualquer outra pesca artesanal senão a dos covos.

Uma das hipóteses co-locadas pelo Parque seria que o aumento do peixe nas zonas protegidas serviria para repovoar as restantes zonas, onde se pesca. Há já indícios disso?

De dados científicos, ainda é cedo, estamos no início. Agora aumentámos alguns pontos de pesca experimental na zona adjacente, que nos vai permitir saber se há este transbordo para a zona adjacente.

No entanto, isto são dados muito difíceis de detectar, por-que a zona adjacente acaba

por te já um esforço de pesca acrescido, que não nos permite detectar isto.

Se formos analisar o que se pesca naquela zona adjacente, se calhar detectava-se isso. Para nós cientistas, que vamos lá só uma vez e não temos a ideia da quantidade de peixe que sai dali, aqui na lota não temos acesso exactamente de onde veio o peixe.

É difícil, mas está a ser uma zona escolhida precisamente porque isso em princípio está a acontecer.

O que é que aconteceu às pradarias, que eram apre-sentas como um exemplo de sucesso pelo BIOMARES?

É lamentável, porque havia muito tempo que se estava a afinar o processo para resulta-rem melhor os transplantes. No final do projecto BIOMARES, por volta de 2009, tinha-se afinado o processo de forma a ser mais eficiente, havia man-chas repovoadas saudáveis.

Por azar, o inverno de 2009 foi particularmente agressivo, tanto que deu cabo, não só das pradarias replantadas, como também da pradaria natural que existe na Península de Tróia, que se espera que tenha a capacidade de recuperar.

Mas os vendavais são re-correntes, e há memória de casos muito mais violentos no passado. As pradarias não deveriam resistir me-lhor?

As naturais, é suposto re-sistirem, mas como aqui não estavam suficientemente ro-bustas, eram recentemente replantadas, foi um mau timing para haver um vendaval.

Gostaria de acrescentar mais alguma coisa?

Estamos num contexto de crise e fala-se de reavaliar o Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida, que inclui o Parque Marinho. É importante reavaliar, no en-tanto tendo em mente que o Parque Marinho é recente, por isso não seria muito inteligente regredir, quando só em 2009 é que ficou o processo completo, e que tudo o que seja uma polí-tica de “vamos usufruir agora”, tem depois um lado negativo do que é que se vai usufruir no futuro. Há que ter sempre o presente e o futuro em mente.

João Augusto Aldeia

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O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 201213

Continua a degradar-se o estado de conservação do denominado Bloco da Mata, na praceta que fica no final da rua 2 de Abril (antiga rua Amália).

Construído pela Câmara Municipal, o edifício começou a ter graves proble-mas, com afundamento de uma parte da estrutura e abertura de fissuras, já há alguns anos, devido à construção dum prédio que fica a nascente.

A responsabilidade de efectuar as reparações provocadas no edifício mu-nicipal, era do construtor deste último prédio, empresa que, entretanto, faliu. Assim, a Câmara Municipal teve, na al-tura, de realojar alguns dos moradores, situação que ainda hoje se mantém.

Recentemente a Câmara vedou a zona que permitia uma passagem pública, desde a rua Amália até à Mata da Vila Amália, e que era utilizada por algumas pessoas que se dirigiam para a zona do Bairro dos Bombeiros.

O prédio é também afectado pelo facto de não ter sofrido obras de ma-nutenção, ao longo destes anos. Em-bora esta situação não seja tão grave

Bloco da Mata: problemas sem fim à vista

como a do afundamento da estrutura, é visível a queda de parte do exterior das fachadas, havendo também problemas de isolamento da cobertura.

A situação global ainda é complicada pelo facto de alguns dos antigos inquili-nos terem adquirido a propriedade das casas. Nesta situação, passam também a ser co-responsáveis pelas despesas de manutenção; no entanto, como fre-quentemente acontece, alguns desses proprietários não estão disponíveis para a realização de tais despesas.

Neste edifício já funcionou a Biblioteca Municipal, depois de ter saído da Capela do Espírito Santo, numa zona que foi depois ocupada pela Escola de Samba Trepa no Coqueiro, que também já dali saíu. Ainda ali se mantêm o Agrupa-mento 325 dos Escuteiros, e a sede do Partido Comunista Português.

A revista National Geographic pu-blicou recentemente um artigo sobre o Parque Marinho Luiz Saldanha: “A Hora do Balanço”. Reconhecendo que a regulamentação do Parque “gerou polémica, discórdia e muitos protestos”, a revista não cuidou de voltar a ouvir os críticos: cita apenas um pescador, de nome Eduardo: “pescador local e proprietário de uma embarcação de pouco menos de cinco metros, reconhece sem esforço que a área de protecção total proporcionou nos tempos recentes mais peixes e com maiores dimensões”. E com este “depoimento”, conclui a revista que “aos poucos, cumpre-se assim os de-sígnios para os quais o parque marinho foi concebido.”

Inês Sousa, a investigadora que ganhou o Prémio Científico Sesimbra, também é citada pela revista: “ao analisar os dados da lota de Sesim-bra na última década, verificou que, desde 2008, 18% das embarcações tradicionais a operar na área do parque marinho aumentaram a sua captura diária média para o dobro.”

O argumento levanta desde logo uma dúvida: se 18% dos barcos ti-veram aumentos de captura: o que é que aconteceu com os restantes 82%? Porque se revela apenas a parte mais favorável de uma amostragem? Foi o que perguntámos a Inês Sousa.

A investigadora nega que a amostra, ou a forma da sua apresentação, esteja enviesada, mas acaba por reconhecer alguns pontos fracos do argumento: o número de barcos em causa é muito baixo (“talvez uma dúzia”), e pode haver outras causas que expliquem essa melhoria: os barcos de Sesimbra beneficiarem de ter deixado de haver barcos de Setúbal na zona, ou uma menor fuga à lota, agora que a zona é mais vigiada; finalmente, não é possí-vel, através dos dados da lota, saber onde é que o peixe foi capturado, e muito menos saber se os aumentos se devem ao parque marinho. Mas

oiçamos o que respondeu Inês Sousa às nossas objecções:

“Eu talvez tenha que explicar a base do que é que é essa informação. Fui analisar as descargas em lota, e pegando nos barcos que são mais assíduos a ir à pesca, até tirámos da análise aqueles que só desembarcam de vez em quando. Dos que são mais assíduos a descarregar em lota, ana-lisámos esse grupo e desse grupo, 18% deles, têm um aumento, vê-se na linha de descargas, um aumento para o dobro.”

E o resultado para o global das em-barcações?

“Muitos deles mantêm a captura, há os que mantêm a captura, e há esses que aumentam a captura.”

Mas ao escolher só os barcos mais assíduos a fazer descargas em lota, não está a enviesar a amostra?

“Não: aqueles que não são assídu-os, é que iriam enviesar a amostra, eu tentei não enviesar ao máximo. A única coisa que poderia argumentar-se aqui é: estes estão a descarregar mais, porque, como há o Parque Marinho, eles têm mais medo, e declaram mais capturas. Mas mesmo assim eu tentei ao máximo corrigir esse detalhe porque eu aferi o número de dias que eles des-carregavam, e então eu dividi aquilo que eles declaravam anualmente pelo número de dias em que eles descarre-garam nesse ano, portanto acaba por ao máximo tentar não. enviesar.

Pode parecer estranho, mas 18%, se formos a ver o número de bar-cos, são capaz de ser muito poucas embarcações, talvez uma dúzia de embarcações

Se calhar não é porque haja mais peixe assim de repente na zona com-plementar; provavelmente tem a ver com a gestão do espaço, que se o pescador conseguir mover-se melhor, agora que não estão aqui os barcos de Setúbal, conseguem talvez beneficiar, sabendo mexer-se melhor na área.”

J. A. Aldeia

A National Geographic e o Parque Marinho

A imprensa e as televisões têm di-vulgado, ao longo dos últimos dias, suspeitas de uma burla associada a uma acção de solidariedade que en-volve o envio da Suécia para Portugal, de diverso material ortopédico. Tam-bém Sesimbra recebeu esta ajuda, conforme noticiámos na nossa edição de Abril do ano passado, numa inicia-

Suspeito de burla com acção solidariedade

tiva que foi coordenada pelo Rotary Club.

O material ortopédico era de fac-to recolhido e enviado para Portugal através da AGAPE, uma organização não governamental sueca, que dispo-nibiliza os equipamentos, e a alegada burla relacionava-se com o transporte, dado haver um emigrante português, fundador da AGAPE, que impunha como condição que cada envio de material fosse feito sempre através daquela organização, e por 13 mil eu-ros: um valor elevado que se suspeita estar inflacionado.

Em Sesimbra, o referido valor de 13 mil euros de transporte foi suportado pela empresa DAGOL e pelo Rotary Club de Sesimbra, não tendo, na altu-ra, sido levantada qualquer suspeita.

A Câmara de Viseu pretendia res-ponsabilizar-se ela própria pelo trans-porte do material, dado que conseguia fazê-lo com um valor mais baixo, o que a AGAPE recusou. Suspeitas semelhantes foram igualmente detec-tadas pelas Câmara de Arouca e do Barreiro. Também a cantora Micaela, embaixadora da AGAPE, diz ter sido "burlada" pela organização de solida-riedade.

A manutenção da GNR na Fortaleza era defendida por esta entidade, pela necessidade de a utilizar para os seus Serviços Sociais. A GNR continua a defender essa “necessidade”, mas propôs que, em troca da Fortaleza, a Câmara Municipal de Sesimbra lhe ceda quatro fogos na vila de Sesimbra. Segundo a Autarquia, os fogos serão construídos no terreno do bairro Infan-te D. Henrique, sendo comparticipados pelos Serviços Sociais da GNR e pelo orçamento municipal com um máximo de 150 mil euros.

Para o espaço finalmente “liberta-do” na Fortaleza, a Câmara prevê a colocação do Posto de Turismo, uma cafetaria com esplanada, e um espaço multimédia do museu do Mar.

A saída da GNR da Fortaleza tem

Fortaleza “libertada”

constituído uma interminável “novela”. A Câmara disponibilizou terreno em Palames, para a construção das novas instalações, com o objectivo de libertar integralmente o espaço da Fortaleza. No entanto, quando a GNR para lá se mudou, recusou-se a abandonar totalmente a Fortaleza, com os argu-mentos de que continuava a constituir um “ponto de vigia” essencial para a vigilância da baía, e também para os Serviços Sociais daquela Corporação.

Entretanto prossegue a 1ª fase das obras da Fortaleza, estando já quase concluído o acabamento do reboco ex-terior. No entanto, a 2ª fase, que inclui-rá a reabilitação dos edifícios interiores e a sua adaptação para a futura utiliza-ção como Museu do Mar, ainda durará largos meses.

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14O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 2012

Ao escrever este postal Ilustrado sobre Sesimbra, levou-me a evocar singelamente um dos grandes comu-nicadores que invadia o 2º canal da televisão pública, para divulgar de forma brilhante a História de Portugal.

Há meses, poucos meses – Julho de 2012-, desapareceu aos 92 anos, JOSÉ HERMANO SARAIVA, que nos encantou como contador de “estórias da História”, onde Sesimbra também teve lugar nas suas palavras.

Corria o ano de 2006 quando o Prof. José Hermano Saraiva num dos seus programas “A ALMA E A GENTE”, descreve o lugar, dando como título “Crónica da Arrábida - Sesimbra”.

O nosso mais conhecido historiador ao rumar a Sesimbra, não posso dei-xar de notar a sensibilidade e pertinên-

Por Vitor Sousa Lopes

José Hermano Saraiva n(a) alma e n(a) gente (de Sesimbra)

Caminho já a tarde vai alta pela areia da praia.A areia estende-se vazia até à água, acaban-do numa espuma branca, das ondas que se rebentam com o fragor dos dias de Inverno. Cheira a mar vivo. Impregna-me e trespassa-me.Vou a meditar e sem horas, caminhando sem pressa, reparando no mar desabrido que se atira à praia, no ar fresco que respiro, no vento que se levanta com uma promessa de tem-pestade.

Uma gaivota passa por mim a esvoaçar, como que a saudar-me, penso divertido, logo me concentro na traineira de cores várias que vem do Porto de Abrigo e ruma ao mar aberto da Baía de Sesimbra com o vagar de quem tem um destino certo num dia certo.

cia da escolha. Com efeito em toda a sua descrição fez uma visita ao que de melhor a vila oferece, acrescentando-lhe um ar ainda mais romântico.

É com alguma emoção, que gosta-ria de partilhar com os leitores de O Sesimbrense, dois pequenos trechos ditos pelo Professor nesse programa - já vão 6 anos:

- “Um dos lugares mais bonitos da costa portuguesa, é hoje um grande local de turismo. Até por uma razão. Os pescadores continuam a ir ao mar e a trazer peixe fresco, do melhor pei-xe que se come em Portugal. E aqui nos restaurantes de Sesimbra. Há já muitos lisboetas que sabem isso, mui-tos... Bom, e nos Sábados e Domin-gos vêem até cá. - Devo dizer que a única dificuldade que se encontra aqui

em Sesimbra é arranjar lugar, que vem tanta gen-te, que é difícil arranjar lugar!”.

Perto do final desse programa diria ainda:

- “Quem puder vir a Sesimbra, devia fazer o possível por ler o capítulo que um grande escritor do princípio do século XX, Raúl Brandão, que

escreve sobre Sesimbra, no livro que é justamente célebre sobre os pesca-dores de Sesimbra, porque ele esteve aqui em 1922:

“O pescador de Sesimbra que vai à vezes muito longe, não conhece a agulha de marear, regula-se pelas estrelas e pela malha encarnada da serra. Lá fora, quando vêem o cabo ao nível d’água, dizem que estão no mar de cabo raso e quando o farol de-saparece, estão no mar do cabo feito. Conhecem a costa a palmos (...)”.

Já a primeira página de O Sesim-brense de 7 de Novembro de 1971, fazia manchete também, sobre o pen-samento do Prof. Hermano Saraiva, quando ele apontava pormenorizada-mente as belezas de Sesimbra, indo até ao tempo de Camões, para dizer que o poeta de os Lusíadas teria dedi-cado alguns poemas sobre Sesimbra.

A Cultura também chora? Claro que chora. A Cultura também faz luto? Cla-ro que faz.

As palavras que aqui transcrevo, é um diálogo em sua memória.

O Prof. José Hermano Saraiva per-durará sempre pela herança que nos deixou. Foi um homem ilustre e gran-de comunicador, que encantava os portugueses nas suas intervenções na televisão e em conferências.

Natural de Leiria, académico forma-do em Histórico-Filosóficas e em Direi-to, professor e advogado de profissão. Foi deputado à Assembleia Nacional, procurador À Câmara Coorporativa e ministro da Educação do Estado Novo. Dedicou-se ainda de alma e co-ração a um dos hobbis de construtor de casas e presépios, tendo reunido uma vasta coleção em sua casa, em Palmela, que ergueu “com as próprias mãos” como costumava dizer.

O historiador recebeu o Globo de Ouro de Mérito e Excelência em 2003 entre por Pinto Balsemão, e foi agraciado nas celebrações do 10 de Junho deste ano, pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Como testemunho para as gerações vindouras, fica a sua vasta obra escri-ta, salientando-se o seu livro mais po-pular “História Concisa de Portugal”, onde escreve as estórias da nossa História com a mesma vivacidade e simplicidade com que as narrava na televisão.

Dirigida: Ao Diretor do Jornal da nossa Sesimbra

Não sei, se o que escrevo, vai ser tomado em conta, ao ponto de ser di-vulgado, neste jornal tão característico da terra, onde tão bem retrata, expõe e divulga, o que mais interessa, sobre a nossa gente, e a nossa terra.

O que me levou, a escrever estas simples linhas?...

Foi o facto de no dia 7 de Julho, ter assistido a um espetáculo, no Cine-Teatro João Mota (onde várias vezes tenho atuado), e ter ficado sensibiliza-da, e emocionada pela beleza da dan-ça de ballet, e pelo canto.

Dois talentos da nossa bela Sesim-bra, deram o seu melhor num espetá-culo, com lotação esgotada, ao som de vibrantes aplausos.

A professora Silvana (Sisi Cidade), com o seu profissionalismo, graça e beleza, exibiu várias danças, com as suas alunas, com classes de várias idades, o que sensibilizou o público.

Depois Silvana Faustino (cantora profissional), cantou e encantou, com voz de ouro, que poderia ser interna-cional.

Porem a nossa Sesimbra, não tem tido o privilégio de a apreciar, por-quê???

Talvez porque em Sesimbra, haja mais talentos ignorados, do que belos peixes, e mariscos, existentes na nos-sa gastronomia...

VIVAM os ARTISTAS SESIMBREN-SES: Bailarinos, dançarinos, cantores, músicos, artesãos, atores, escultores, poetas, etc...

Todos aqueles que com a sua arte, dignificam a nossa bela e maravilhosa Sesimbra.

Mariana Simões (Psd. Maresia)

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O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 201215

Vai ser notícia!Palestra sobre BIONASCIMENTO por Sandra Oliveira3 de SetembroÀs 21h00Rua da Almoinha, Edifício Miradouro de SantanaLote 4 Loja 2GOrganização: Rotary Club de Sesimbra

82º AniversárioClube Naval de Sesimbra8 de SetembroÀs 20h30Restaurante Pedra MuaInformações: www.naval-sesimbra.pt

II Encontro de Grupos Corais do concelho de Sesimbra15 e 16 de SetembroOrganização: AMCCI- Associação Musical e Cultural Conde ICom participação:Grupo Coral de Sesimbra (16 de Set) às 15h30Grupo Coral da Incrível Almadense (15 de Set)Grupo Coral da Perpétua Azeitonense (16 de Set)Coro de Câmara Outros

Canto (16 de Set)Vox CantatisEntre outros

Extreme Trial Casalão Sesimbra16 de SetembroÀs 9:00Organização: Rotta do Cabo 4x4 SESIMBRA

IV Exposição da Casa das Artes de SesimbraPraça da CalifórniaAté 16 de Setembro

Pesca Desportiva do Alto Mar Troféu 82º Aniversário16 de SetembroOrganização: Clube Naval de SesimbraInscrições até 9 de SetembroNa secretaria do Clube ou pelos telefones: 21 2233 451 / 21 2281 039

Cruzeiro no Alqueva22 de SetembroOrganização: Associação de Socorros Mútuos Marítima e Terrestre da Vila de SesimbraInformações: 969729228 / 962386001

Nas palavras de Sebastião Patrício, presidente do GDS, foi com um “misto de preocupações e de esperança” que aquela associação desportiva come-mora os 65 anos de existências. Marca-ram presença o presidente da Câmara, Augusto Pólvora, Francisco Cordeiro, em representação da Assembleia Mu-nicipal, Vítor Antunes, presidente da J.F. da Quinta do Conde e do Ricardo Dias, vogal da J. F. do Castelo.

Sebastião Patrício falou sobre o momento financeiro e desportivo do clube, assinalando as linhas gerais para 2012/2013 salientando a continu-ação na aposta na formação. Apelou também à Câmar de Sesimbra para melhorar o Estádio da Vila Amália, enaltecendo o apoio decisivo daque-la Autarquia ao clube, bem como das Juntas de Santiago e do Castelo.

O presidente do GDS recordou a

Comemora 65º aniversário

memória do associado e amigo Cus-tódio Pereira Batalha, recentemente falecido, e salientou as conquistas do clube na época passada, bem como o excelente trabalho desenvolvido em todas as modalidades. Também foram destacados os apoios de empresas, nomeadamente a ArtesanalPesca, a Dagol e várias outras empresas, asso-ciados, comunidade piscatória, entre outros.

Augusto Pólvora, felicitou o clube pe-los seus 65 anos, destacando o papel de relevo no panorama desportivo re-gional, e até nacional, no que se refere a um clube de pequenas dimensões, elogiando sobretudo a aposta feita na formação.

A cerimónia incluiu ainda a habitual entrega de galardões a diversos atletas e técnicos, terminando com o corte do bolo de aniversário.

Ao completar 65 anos de existên-cia, assinalados em sessão solene na data exata de 10 de Agosto, o Grupo Desportivo de Sesimbra, através do seu presidente, Sebastião Patrício, fez saber do conjunto de dificuldades que puseram em risco a manutenção do futebol, na época 2012/13.

Na base de muita coragem e refor-çada esperança, o Desportivo vai com-petir na 3ª Divisão Nacional na base da denominada “prata da casa”. A chefia técnica cabe aos sesimbrenses Pedro Macedo e Eduardo Marques (Ginja II) e no plantel, de 22 elementos, a esma-gadora maioria é de jogadores feitos

A aposta forte na “prata da casa”Grupo Desportivo de Sesimbra

no clube, com baixa média de idades. Foram estes 22 que responderam ao apelo de actuarem sem remunera-ções, por amor ao clube, entendendo as enormes dificuldades financeiras que resultaram de dívidas do Estado e escasso número de sócios.

De lamentar, com laivos de censu-ra, que alguns jogadores da “casa”, a quem oi clube ajudou arranjar em-prego além de outros apoios sociais, tenham recusado continuar a jogar no Desportivo sem benefícios monetá-rios. Espera-se que a aposta forte seja ganha.

David Sequerra

No passado dia 5 de Agosto, Bernardo Custódio, atleta do Clube Naval de Sesimbra, consagrou-se Campeão Nacional de Esperanças em Ca-noagem, ao concluir a última etapa da prova.

De referir que o jovem atleta do Naval, venceu as três fases da compe-tição (Mexilhoeira da Carregação, Esposende e Ois da Ribeiro).

Bernardo Custódiocampeão nacional de Esperanças em Canoagem

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16O SESIMBRENSE | 1 DE SETEMBRO DE 2012

O SESIMBRENSE

Realizou-se no dia 25 de Julho, o jantar de aniversário d’O Sesimbren-se, que teve lugar no restaurante Pedra-Mua.

Na sessão que foi de convívio e amizade, estiveram aproximadamen-te sessenta convivas, entre colabo-radores, sócios e amigos.

Depois de um jantar com uma espectacular vista sobre a vila de Se-simbra, foram feitos alguns discursos, nomeadamente pelo presidente da Liga dos Amigos de Sesimbra, Joa-

quim Diogo, que agradeceu a presen-ça de todos, e falou de alguns marcos da vida do jornal. Também o director, João Augusto Aldeia, agradeceu a amizade de todos os presentes, que considerou importante para o jornal, destacando ainda que nunca há falta de matéria noticiosa, porque Sesim-bra é uma terra com história, memó-ria, e também muito dinamismo.

86º Aniversário d’O Sesimbrense

Por gentileza e confessado apreço para com Sesimbra, o Administrador da progressiva empresa Licor Beirão na Lousã, o senhor José Redondo, associou-se às comemorações do nosso aniversário e fez ofertas dos seus tão populares produtos, com simpáticos votos de vitalidade e con-tinuidade editorial do jornal.

Assim sendo, no jantar convívio de há dias, o Licor Beirão marcou pre-sença e a figura do seu empresário principal José Redondo, foi evocada

O Espaço das Aguncheiras estreou mais uma peça: “Olhando o Céu Es-tou em Todos os Séculos”, segundo um texto inédito de Abel Neves, e com encenação de São José Lapa.

A peça, que foi estreada no pas-sado mês de Julho, manter-se-á em cena até Setembro, todos os fins de semana. O elenco, onde se misturam actores veteranos e jovens, é com-posto por São José Lapa, Valerie Bra-ddell, João Cabral, Francisco Martins, Jaqueline Vaz Amaro, Eva Pereira, Inês Lapa Lopes, Karolina Domin-gues, Guilherme Macedo, Mauro Sil-va, Alberto Lopes, José Rocha San-tos, Isabel Martins, J. da Cruz.

Como é habitual, as representa-ções têm lugar ao ar livre, a partir das 19 horas, desenrolando-se naquele período mágico de transição de lu-minosidade do final do entardecer.

Espaço das Aguncheiras: Olhando o Céu

O acesso faz-se a partir da aldeia da Azoia, próxima do Cabo Espichel. O Espaço das Aguncheiras tem como coordenadas GPS:

38.724873 -9.141464O Espaço das Aguncheiras é um

projecto cultural de iniciativa das ac-trizes São José Lopes e Inês Lapa Lopes, e tem levado a cabo, desde 2006, diversas iniciativas culturais, sobretudo na área do Teatro. Um dos pontos altos foi a representação, tam-bém em 2006, do espectáculo “Sonho de Uma Noite de Verão”, de William Shakespeare, que constituiu um êxi-to junto do público, contando com a presença de mais de mil e quinhen-tas pessoas em seis representações. Este espectáculo juntou actores pro-fissionais e estreantes da região.

Mais informações em: www.espacodasaguncheiras.pt

em breves palavras do nosso con-sórcio e colaborador David Sequerra, seu amigo pessoal.

Através do leilão que animou o jan-tar de aniversário, tornou-se possível reconhecer a gentil oferta de simbó-licas lembranças do LICOR BEIRÃO a par de outras generosas contribui-ções que a Liga dos Amigos já agra-deceu.