o sesimbrense - edição 1154 - setembro 2011

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Mata de Sesimbra: a vez da zona norte Página 15 Página 12 Página 5 Página 13 Página 8 Política Local Desporto Um pouco prejudicada pelo nevoeiro, a Regata de Aiolas regressou às águas de Sesimbra Parque Arqueológico da Arrábida Fotografia do blog sesimbrar.blogspot.com Uma intensa ocupação humana nas Terras do Risco, durante a pré-história, e a recente descoberta de um santuário Fenício na Lapa da Cova, criam excelentes condições para a criação de um Parque Arqueológico naquela zona da Serra da Arrábida. João Baptista de Gouveia Uma grande paixão pela sua terra natal e um talento espe- cial para as Artes, permitiram a João Baptista de Gouveia dei- xar a sua marca pelo concelho de Sesimbra. Desde a “casa do Duque”, na rua da República, até ao jardim de Santana, Jojó, como era conhecido pelos seus muitos amigos, contribuiu para tornar a sua terra ainda mais bonita. Também se dedicou à foto- grafia, e, por isso, homenagea- mo-lo como mais um dos “fotó- grafos de Sesimbra”. Seguindo o processo já encetado pela Câmara Municipal, a Assembleia Municipal continua a dese- volver o processo de Certificação da Qualidade dos seus serviços, que em breve conduzirá à respecti- va certificação por entidade independente. Reabilitação urbana: uma oportunidade nascida da crise Finisterra Film Festival Uma mostra dos filmes ven- cedores do festival Art & Tour, de Barcelos, durante os dias 9, 10 e 11 de Setembro, serviu para apresentação do Finis- terra Arrabida Film, um festival de filmes de turismo que visa a promoção do Cabo Espichel e da Arrábida. Partindo de uma iniciativa do fotógrafo Carlos Sargedas, o Finisterra conta desde já com o apoio da Câmara Municipal de Sesimbra e do Turiforum. A crise financeira está a dei- xar o sector da construção em estado de choque, mas pode ser uma oportunidade para a reabilitação urbana, recupe- rando casas antigas em zonas com potencial para o turismo e para a qualidade residencial, mesmo que seja em casas de dimensão mais reduzida do que é habitual. António Júlio, um conhecido construtor sesimbrense que está a lançar-se neste seg- mento da construção, revela as oportunidades desta alter- nativa. Qualidade na Assembleia Municipal Clube Naval campeão de Kayak O Clube Naval de Sesimbra averbou o título de campeão nacional de Kayak de mar, após a realização em Sesim- bra de mais uma prova deste campeonato, na qual a equipa sesimbrense conseguiu os pon- tos necessários para assegurar o título. Participaram na prova 114 atletas, oriundos de 19 clubes, que, ao longo de três dias, total- izaram 118 tripulações. Psicobloc: desporto radical em Sesimbra O Psicobloc é um desporto de escalada sem corda, realizado em falésias sobre a água, de modo a proteger os atletas em caso de queda. As falésias entre o Cabo Es- pichel e Sesimbra apresentam excelentes condições para este desporto, e foram escolhidas para a 1ª edição portuguesa “Red Bull Psicobloc”, onde esti- veram praticantes de referência na escalada. Rede de assaltos organizada em Sesimbra? Traços, bolas, estrelas, são alguns dos símbolos que come- çaram a aparecer pintados em muros de habitações e lojas em Sesimbra. Ao que tudo indica estes símbolos informam os ladrões sobre a melhor altura para assaltarem. As autoridades não estabelecem ligação entre a existência dos símbolos e uma rede organizada, contudo acon- selha a população a estar atenta, mudar as rotinas, e apagarem de imediato os desenhos que possam encontrar. Página 2 Página 10 Página 6 Página 16 Página 9 ANO LXXXV • N.º 1154 de 27 de Setembro de 2011 • 1,00 € • Taxa Paga • Monte Belo • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00212011GSCLS/SNC) Fotografia do blog sesimbra.blogspot.com

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O Sesimbrense - Edição 1154 - Setembro 2011

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Page 1: O Sesimbrense - Edição 1154 - Setembro 2011

Mata de Sesimbra:a vez da zona norte

Página 15

Página 12

Página 5

Página 13

Página 8

Política Local

Desporto

Um pouco prejudicada pelo nevoeiro, a Regata de Aiolas regressou às águas de Sesimbra

ParqueArqueológicoda Arrábida

Fotografia do blog sesimbrar.blogspot.comUma intensa ocupação humana nas Terras do Risco, durante a pré-história, e a recente descoberta de um santuário Fenício na Lapa da Cova, criam excelentes condições para a criação de um Parque Arqueológico naquela zona da Serra da Arrábida.

João Baptista de GouveiaUma grande paixão pela sua

terra natal e um talento espe-cial para as Artes, permitiram a João Baptista de Gouveia dei-xar a sua marca pelo concelho de Sesimbra.

Desde a “casa do Duque”, na rua da República, até ao jardim de Santana, Jojó, como era conhecido pelos seus muitos amigos, contribuiu para tornar a sua terra ainda mais bonita.

Também se dedicou à foto-grafia, e, por isso, homenagea-mo-lo como mais um dos “fotó-grafos de Sesimbra”.

Seguindo o processo já encetado pela Câmara Municipal, a Assembleia Municipal continua a dese-volver o processo de Certificação da Qualidade dos seus serviços, que em breve conduzirá à respecti-va certificação por entidade independente.

Reabilitação urbana: uma oportunidade nascidada crise

Finisterra Film FestivalUma mostra dos filmes ven-

cedores do festival Art & Tour, de Barcelos, durante os dias 9, 10 e 11 de Setembro, serviu para apresentação do Finis-terra Arrabida Film, um festival de filmes de turismo que visa a

promoção do Cabo Espichel e da Arrábida.

Partindo de uma iniciativa do fotógrafo Carlos Sargedas, o Finisterra conta desde já com o apoio da Câmara Municipal de Sesimbra e do Turiforum.

A crise financeira está a dei-xar o sector da construção em estado de choque, mas pode ser uma oportunidade para a reabilitação urbana, recupe-rando casas antigas em zonas com potencial para o turismo e para a qualidade residencial, mesmo que seja em casas de

dimensão mais reduzida do que é habitual.

António Júlio, um conhecido construtor sesimbrense que está a lançar-se neste seg-mento da construção, revela as oportunidades desta alter-nativa.

Qualidade na Assembleia Municipal

Clube Navalcampeão de Kayak

O Clube Naval de Sesimbra averbou o título de campeão nacional de Kayak de mar, após a realização em Sesim-bra de mais uma prova deste campeonato, na qual a equipa sesimbrense conseguiu os pon-tos necessários para assegurar o título.

Participaram na prova 114 atletas, oriundos de 19 clubes, que, ao longo de três dias, total-izaram 118 tripulações.

Psicobloc:desporto radical em Sesimbra

O Psicobloc é um desporto de escalada sem corda, realizado em falésias sobre a água, de modo a proteger os atletas em caso de queda.

As falésias entre o Cabo Es-pichel e Sesimbra apresentam excelentes condições para este desporto, e foram escolhidas para a 1ª edição portuguesa “Red Bull Psicobloc”, onde esti-veram praticantes de referência na escalada.

Rede de assaltos organizada em Sesimbra?

Traços, bolas, estrelas, são alguns dos símbolos que come-çaram a aparecer pintados em muros de habitações e lojas em Sesimbra. Ao que tudo indica estes símbolos informam os ladrões sobre a melhor altura para assaltarem. As autoridades

não estabelecem ligação entre a existência dos símbolos e uma rede organizada, contudo acon-selha a população a estar atenta, mudar as rotinas, e apagarem de imediato os desenhos que possam encontrar.

Página 2

Página 10

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Página 16

Página 9

ANO LXXXV • N.º 1154 de 27 de Setembro de 2011 • 1,00 € • Taxa Paga • Monte Belo • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00212011GSCLS/SNC)

Fotografia do blog sesimbra.blogspot.com

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2O SESIMBRENSE | 27 DE SETEMBRO DE 2011

Editorial

Pescas - Agosto

Neste mês houve um aumento signi-ficativo em relação a Julho de 580.000€ valores vendidos na Lota. Isto deve-se a que a Artesanal foi a mais beneficiada por ter pescado mais 190.000 quotas de peixe. Já o Cerco que voltou a pes-car bem (1.161.172,2 quotas) mas não teve a devida compensação na venda dos produtos capturados por não terem grande valor comercial. A tonelagem bruta pescada equivaleu-se ao mês anterior.

No programa televisivo “Prós e Contras”, voltou-se a falar nas Pescas e Agricultura, pólos importantes do nosso país que foram esquecidos e mal defendidos na nossa inclusão na união Europeia.

Sesimbra, em especial, e todo o Litoral português tem condições ex-

cepcionais para um desenvolvimento nacional e internacional de exportação dos nossos belos peixes de mar e agora nós vamos na “triste figura” de sermos um dos grandes exportadores de pescado!

Será tarde para recomeçar mas a di-fícil situação a que estes “democratas” colocaram este belo país, que sempre se bastou a si próprio, obriga-nos a voltar às origens, sem temer ninguém e acabar com a mendicidade a que esses mal formados políticos nos votaram.

Aguardamos mais desenvolvimento da discussão nacional sobre Pescas e ver “ALGUÉM” com capacidade de saber sobre este importante sector que é rico e que não tem GENTE à altura para o defender e promover.

Pedro Filipe

Uma das possibilidades colocadas pela “reforma administrativa” que tem vindo a ser prometida pelo Governo - depois de negociada com a “troika” - é a do desaparecimento da Freguesia de Santiago. Numa versão mais sua-ve, isso seria conseguido através da “fusão” com a Freguesia do Castelo (o que vai dar no mesmo) ou o desapa-recimento dos órgãos administrativos (Assembleia e Junta de Freguesia) mantendo-se a Freguesia apenas em termos simbólicos: com forma mas sem conteúdo.

Tratam-se, até este momento, ape-nas de “hipóteses”. Ao contrário do que tem acontecido com medidas to-madaspelo Governo noutros sectores, as propostas para as Autarquias Locais (diminuição do número de Municípios e Freguesias, diminuição de estruturas e cargos dirigentes) têm sido antecipa-das de “fugas de informação”, em que possíveis soluções são espalhadas, talvez com o objectivo de anestesiar os destinatários para o impacto das me-didas efectivas, avançando soluções tão drásticas, que por comparação, as medidas reais parecerão menos duras de aceitar - uma velha táctica negocial.

O que me tem impressionado é a reacção de muitos “pexitos”, inclusiva-mente com responsabilidades actuais ou passadas na Junta de Santiago, que mesmo perante as soluções mais duras, conformam-se e limitam-se a encolher os ombros: nem o esboço de um protesto, nem a sugestão de uma alternativa, ainda que simbólica. Parece não haver nada a fazer. Tem de ser, e pronto!

É verdade que Portugal se encontra metido em sérias dificuldades financei-ras, em parte devido a um endivida-mento para além do limite razoável, e em parte por ter diminuído a reputação

do País em termos internacionais - tal como acontece com os indivíduos, a reputação de bom pagador permite um País que se possa endividar muito mais sem levantar dúvidas - isto é, sem fazer subir os juros de forma incomportável.

Nesta conjuntura, temos de passar a pagar as despesas de cada ano e, além disso, pagar uma parte da dívida. Contudo, quando a dívida desaparecer, ou quando descer para valores mais razoáveis, será possível aliviar essa carga.

Porém, o caudal de medidas neces-sárias para que o País passe a gerar poupanças, está também a ser apro-veitado para se introduzirem alterações profundas na estrutura política e social, e isso sem qualquer debate sério sobre essas soluções. “Tem de ser”, parece ser o argumento para tudo. Argumento que apela ao sentido de obediência e despreza a inteligência dos indivíduos. “Tem de ser”, e não se fala mais nisso!

No entanto, algumas das medidas que se estão a tentar impôr, configu-ram apenas soluções do denominado modelo neo-liberal, um modelo que não provou em lado nenhum que é o ideal e o desejável. Antes ainda nos podiam tentar enganar apresentando o exem-plo dos Estados Unidos, campeão do neo-liberalismo. Mas não só os Estados Unidos não são exemplo para ninguém em termos de igualdades sociais, como também já o não são em termos de pujança económica; é um dos países mais endividados do Mundo!

É verdade que não parece haver em lado nenhum uma solução milagrosa que possamos copiar: mais uma ra-zão para que as soluções para que consigamos “pagar a dívidas” devam ser debatidas, e não impostas apenas porque “Tem de ser”.

João Augusto Aldeia

Tem de ser?

Os muros de algumas habitações e também de lojas estão a ser marcados com símbolos que dão indicação aos ladrões sobre a melhor altura para atacar. Os símbolos são simples e têm significados imediatos.

Os moradores de Sesimbra estão

preocupados com o que pode ser uma rede organizada de assaltos. A Guarda Nacional Republicana apesar de não ligar os desenhos a uma rede orga-nizada, pede à população para estar atenta e chamar as autoridades assim que vir um destes símbolos desenha-dos. Aconselha ainda, os habitantes e proprietários cujas casas contenham estes símbolos, que verifiquem estas marcas, que as apaguem e pintem de imediato e até que mudem as suas rotinas.

Devido às características destes assaltos, este caso despertou já a aten-ção dos meios de comunicação social nacional, que em declarações a estes, habitantes de Sesimbra já assaltados, dizem “nunca mais terem descansado desde que as suas casas foram inva-didas por ladrões”. As garagens de um prédio já foram assaltadas duas vezes em apenas um mês. Os assaltantes partiram vidros de automóveis lá es-tacionados e foram furtadas bicicletas e outros objectos. A proprietária de uma loja de antiguidades em Santana afirma ter encontrado na porta do seu estabelecimento, “uma estrela dese-nhada com tinta quase transparente que significaria um bom alvo…”

Ao ser provado uma ligação entre estas marcas a uma rede de assaltos organizada, o método apresentado mostra um método sofisticado, sendo utilizadas tintas transparentes só quase visíveis com a utilização de lâmpadas específicas.

Andreia Coutinho

Casas marcadas insinuam rede organizada

Sesimbra, nos últimos meses, tem sido alvo de uma vaga de assaltos. Em San-tana e Cotovia são várias as habitações e lojas de comércio que vêem as suas portas arrombadas e os seus bens furtados. Contudo, estes assaltos, segundo a população, têm a particularidade de serem planeados previamente, sendo desenhadas marcas nos locais a serem assaltados.

ÚLTIMA HORA

78

Fácil de assaltar durante a manhã

Indica ninguém durante a noite

Fácil de assaltar durante a tarde

Quase sempre vazia

Horários variados

Vazia durante o mês de Julho

Vazia durante o mês de Agosto

Bom alvo

Page 3: O Sesimbrense - Edição 1154 - Setembro 2011

O SESIMBRENSE | 27 DE SETEMBRO DE 20113

ONDULAÇÕES

Desde que me conheço que o nosso produto interno é distribuído, de forma escassa, pelas famílias portuguesas, sobretudo, pelas mais carenciadas. A partir de 1974, nos primeiros quinze/vinte anos e, por razões justificadas, foi aceite, pela grande maioria dos portu-gueses, o princípio do produto acorrer, em primeiro lugar, às necessidades pri-márias dos concelhos, das cidades, en-fim, das populações mais carenciadas. Foram atacadas as grandes carências habitacionais, foi resolvido o défice de bons caminhos e estradas, lançaram-se várias redes de equipamentos públicos. Com o passar do tempo e dos sucessi-vos governos não se conseguiu reunir os meios, não se conseguiu poupar, não se conseguiu aumentar o rendimento do trabalho e aplicaram-se políticas erradas ou esbanjaram-se os poucos meios que iam sendo reunidos. Bem à portuguesa, continuamos à espera de um novo D. Sebastião.

Daí que, nas mudanças de governo, nas datas de realização de congressos partidários e de reuniões das comissões nacionais partidárias, os portugueses procurem as informações publicitadas pelos órgãos de comunicação social, na esperança de que os governos, os deputados, os responsáveis políticos, lhes apresentem mudanças para se melhorarem as condições em que vivemos.

Assim voltou a ser agora, em que as notícias publicadas abriram um largo espaço de conhecimento de vários acontecimentos políticos, sociais e eco-nómicos, com naturais reflexos na vida dos portugueses. No entanto, pelo que vi e ouvi, pouco de substancial mudará se não surgirem novas acções políticas.

No último fim-de-semana realizou-se em Braga o XVIII Congresso Nacional do Partido Socialista, trinta e sete anos depois da sua fundação, levada a cabo por Mário Soares e por um grupo de opositores socialistas à ditadura sala-zarista, em 1973, poucos meses antes da “explosão” da revolução dos cravos. Este Congresso realizou-se para consa-grar a eleição de António José Seguro, como Secretário-geral do Partido, da deputada Maria de Belém Roseira, como sua Presidente e para eleger uma Comissão Nacional, do seio da qual saiu uma Comissão Política e um Secretaria-do, órgãos da maior importância na vida interna do Partido e nas relações políti-cas entre o Partido e os outros partidos nacionais e para consagrar a mudança da direcção do Grupo Parlamentar.

Um segundo acontecimento, de re-alçar, foi a decisão governamental de efectivar um vasto conjunto de cortes no “peso da nossa administração pública”, com a extinção de mais de uma centena de organismos da administração central.

Em termos percentuais, são quase 40% das entidades superiores da administra-ção central do Estado que são extintas ou fundidas e quase 30% dos cargos dirigentes superiores e intermédios desaparecerão.

Devo salientar a importância, quer do Congresso, quer destas medidas que, finalmente, vêm cumprir a promessa de se combater a crise, cortando bastante mais nas despesas.

Feitas estas referências, chamo a vossa atenção para algumas das minhas preocupações políticas, para uma certa turbulência política, uma certa forma de fazer política que se tem vindo a instalar, de há uns anos a esta parte e que irá perdurar, uma vez que não foram, minimamente, tidas em conta nas intervenções políticas deste fim-de-semana. E, o que mais me custa, é que esta turbulência seja, normalmente, “aproveitada” por algumas personagens políticas para alimentação dos seus egos pessoais. Esta turbulência político-partidária só desaparecerá, quando os partidos políticos colocarem, no centro das suas preocupações políticas, as reais preocupações dos portugueses, retirando de cena o lixo político-teatral. Primeiro, o interesse nacional, a protec-ção dos mais carecidos, a descida do desemprego, uma melhor economia, o reforço das posições portuguesas na Eu-ropa, mais eficácia no combate à crise.

Face à crise que os portugueses su-portam e pagam, não se compreende que não haja um entendimento político-partidário mínimo para o conjunto das medidas mais necessárias ao seu combate. Temos um acordo subscrito por três partidos que nos irá permitir “não morrermos à fome”. Certo. Este acordo, depois de cedências um lado e de outros, devia ter sido subscrito pelos outros três partidos, mas não o foi. Errado.

Face à crise, seria desejável que o Partido Socialista apresentasse, aos olhos dos portugueses, maior coesão entre as suas principais tendências. Nunca me pareceu politicamente acei-tável a solução, por vezes recorrente, de se “apagar a história” quando nos convém. A situação política, económica e social em que o país se encontra deve ser claramente exposta aos portugueses para que possam ser por eles aceites.

Parte da crise que continuamos a pagar, foi exportada pela Europa para Portugal. São várias as leituras sobre a maior ou menor responsabilidade dos governos anteriores. Infelizmente, parece que a ninguém interessa repor a verdade sobre essas governações. O nevoeiro que as envolve alimenta cisões no interior dos partidos e cria dificulda-des a uma desejável compreensão das suas acções.

Na madrugada de dia 24 de Agosto, um grupo de assaltantes, ainda por identificar, vandalizou o bar Zegre, na praia da Califórnia, em Sesimbra, deixando um rasto de desordem nas redondezas do local, para além de produtos furtados.

O bar Horta, situado nas proximida-des, não foi directamente assaltado, mas foi roubada uma pá da depen-dência onde os Nadadores-Salvadores guardam os seus materiais e ferra-mentas, pá que usaram depois para arrombar a porta do bar Zegre.

Luís Varela, um dos sócios do con-cessionário Zegre, falou com O Sesim-brense e descreveu-nos a sensação “de ver tudo espalhado pela praia, desde a gelados, batatas fritas, pizzas, chupa-chupas, caixas de papelão, a esplanada completamente revirada e suja como se os assaltantes antes da fuga ainda tivessem por aqui ficado algum tempo, como mostravam as gar-rafas de bebidas deixadas nas mesas e outras coisas…”

Concessionários da praia da Califórnia assaltados e vandalizados

Luís Varela refere não ter sido esta a primeira vez em que este estabeleci-mento foi assaltado, mas que em anos anteriores, “o bar foi assaltado mais vezes mas de forma diferente; o total dos danos ainda não foi contabilizado, mas pior que ser assaltado é deparar-me com um cenário destes, com tudo espalhado e estragado, que nem se-quer levaram com eles…”.

Indignado, Luís Varela conta que a arca dos gelados ficou aberta, es-tragando os restantes gelados que lá ficaram, resultando num prejuízo que ronda os mil euros. Também as gorjetas do dia, cerca de 70€, foram roubadas.

Sendo o bar Zegre um estabeleci-mento de praia, a vigilância deste local é de responsabilidade da Polícia Marí-tima, que segundo foi dito ao proprie-tário do bar, “não ter meios para poder assegurar uma patrulha contínua nas praias da costa, nomeadamente, onde decorreu este episódio, a não ser com autorização superior…”

Andreia Coutinho

Mais uma vez Sesimbra é palco de assaltos em plena luz do dia. O ve-rão traz turismo e alegria à vila, mas segundo José Ascenção, funcionário na Biblioteca Municipal em Sesimbra, “traz outras coisas más que tendem em crescer na nossa pacata vila”.

José Ascenção não é a primeira vitima do chamado “roubo por esti-cão”. Conta que, pelas 17:00 horas, enquanto descansava sentado à frente do Restaurante Ribamar, perto da sua habitação, “vi um grupo a jogar à bola e desviei-me até já a pensar que poderia ser atingido com a bola, nisto só sinto uma mão no meu peito que me levou o fio de ouro que trazia”.

José explica que o roubo aconteceu

Mais um “assalto por esticão”

em segundos e que só já viu o indivíduo de costas, a correr até entrar num carro. “Foi tudo muito rápido, era um indivíduo de cor mas não sei dizer mais nada”.

A vítima fez queixa na Guarda Na-cional Republicana, que dias depois o chamaram para ver algumas peças roubadas, mas nenhuma era o seu fio no valor de 1.920 euros.

José Ascenção diz não sair à rua com objectos valiosos, pois “cada diz está mais perigoso, isto não era nada assim, desisti de andar com pulseiras e fios porque está sempre a acontecer, todos os dias há histórias deste género e eles continuam à solta, …”

Andreia Coutinho

Eduardo Pereira

Page 4: O Sesimbrense - Edição 1154 - Setembro 2011

4O SESIMBRENSE | 27 SETEMBRO DE 2011

Dia 31 de Agosto, quem passou pela zona das chega-das do aeroporto da Portela, em Lisboa, teve a surpresa de ser presenteado com um quadrado de Farinha Torrada de Sesimbra, doce tradicional do concelho.

Numa acção promocional da Câmara Municipal de Se-simbra, destinada a promover aquele produto gastronómico, foram entregues cerca de 3 mil quadrados de Farinha Torrada, que rapidamente se esgotaram. O objectivo foi dar mais um passo na divulgação deste produto e do Concelho.

Este doce tradicional tão

Farinha Torrada voa até Aeroporto de Lisboa

procurado, tem como princi-pais ingredientes, farinha de trigo, ovos, chocolate, açúcar amarelo e raspa de limão. Em 2009, a Câmara Municipal de Sesimbra iniciou um processo de identificação, registo de marca, fixação de receita e registo dos direitos de proprie-dade intelectual deste produto, protegendo-o como memória colectiva do município.

A promoção da Farinha Tor-rada está inserida no Progra-ma Integrado de Valorização da Frente Marítima de Sesim-bra, financiado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional/ POR Lisboa.

A ZimbraMel, feira de mel da Península de Setúbal, voltou a abrir portas no Castelo de Sesimbra, nos dias 26, 27 e 28 de Agosto, pelo 13º ano consecutivo. A feira é realiza-da desde 1999, onde se pode

encontrar, para além do mel, outros derivados da actividade apícola, como a cera, o propó-lis ou os favos.

A doçaria regional, os quei-jos, produtos biológicos e na-turais e artesanato, são outros produtos que os visitantes podem encontrar à venda na ZimbraMel.

A feira do mel já é um evento de destaque a nível nacio-nal nesta área, não só pela qualidade dos produtos lá comercializados, graças às

13ª edição da ZimbraMelConcurso de Fotografia:- 3º lugar – Nuno Emídio- 2ª lugar – Luís Valadas- 1º lugar – Vanda Paulo

Melhor Stand Decorado:- Vencedora Mónica Lobo, stand de doces

Concurso de doçaria com mel:- 3º lugar – pastelaria Delí-cia da Aiana- 2º lugar – pastelaria Delí-cia da Aiana- 1º lugar – pastelaria Do-ces da Graça

Concurso de Mel:- 3º lugar – Joaquim Júlio- 2º lugar – João Cardoso da Cruz- 1º lugar – Mariana Sobral

No Stand da Oficina das Abelhas, desenhos dos mais pequenos: - No escalão dos 4 aos 6 anos – Leonor- No escalão dos 6 aos 8 anos – José- No escalão dos 8 aos 10 anos – Mariana

condições naturais oferecidas pela região, como também pelo ambiente que a envolve, uma vez que a feira sempre teve como palco o Castelo de Sesimbra, classificado como Monumento Nacional.

A relevância deste even-to reflecte-se nos números obtidos destes três dias de feira, 5 toneladas e meia de mel vendido e cerca de 25 mil visitantes.

Foram, ainda, atribuídos prémios aos três melhores nas categorias de melhor fotografia, melhor decoração do stand, melhor doçaria com mel, melhor mel, e quanto aos mais pequenos, o melhor desenho no stand da oficina das abelhas.

O Sesimbrense es-teve no Supersol com dezenas de trabalha-dores do supermercado que encerrou portas no dia 22 de Agosto, os quais, embora não querendo prestar declarações, revelaram a sua indignação “por terem sido surpreendidos com o encerramento do seu local de trabalho e ao verem-se obrigados nesta situação de desemprego”.

“A não rentabilidade e via-bilidade no contexto actual do mercado das referidas unidades, pelo que a empresa entende não ser assim susten-tável a sua manutenção em funcionamento”, estes foram alguns dos motivos que os proprietários alegaram para o encerramento das três últimas unidades Supersol – entre as quais a de Sesimbra – assim como da empresa Bom Dia. Alegam ainda os responsáveis que “não haveria qualquer perspectiva de sucesso no

400 trabalhadores no desemprego

Depois do Supersol a empresa Manuel Nunes & Fernandes II encerra por completo

sector ali-mentar de r e t a l h o , bem como de capaci-dade para

cumprimento de todos os seus compromissos financeiros”.

Em comunicado, a empresa justifica o seu encerramento com, entre outras razões, “o aprofundamento da crise económica e uma fortíssima pressão concorrencial”, o que a terá levado a esgotar os meios financeiros e capacid-ade de pagamento. “ Contudo, o coordenador do Sindicato de Comércio e Serviços, Manuel Guerreiro, referiu ao Dinheiro Vivo, que “o Grupo Manuel Nunes continua bem, com a sua delegação em Moçam-bique e restantes negócios”.

Os supermercados Super-sol são lojas alimentares que fazem parte de um projecto de retalho desenvolvido pela empresa Bom Dia – Sociedade de Gestão e Exploração de Supermercados, S.A. A em-presa Bom Dia foi criada pela

Manuel Nunes & Fernandes II, Lda., do grupo Manuel Nunes, uma empresa que opera há cerca de 30 anos no sector da distribuição em Portugal, maioritariamente com o for-mato Cash & Carry, possuindo uma estrutura de capital 100% nacional e familiar que com a sua insolvência lança cerca de 400 colaboradores para o desemprego. A Manuel Nunes & Fernandes II, Lda. con-tava a nível nacional com oito armazéns grossistas, “Cash & Carry”, localizados em Lisboa, Cacém, Odivelas, Corroios, Montijo, Coimbra, Fundão e Santo André.

Tal como O Sesimbrense noticiou na edição anterior, o Supermercado Supersol, de média dimensão, situado na Carrasqueira, fechou em Agosto passado, a par com os estabelecimentos similares de Samora Correia e do Cen-tro Comercial Twin Towers, em Lisboa, surpreendendo funcionários e outras lojas de comércio lá existentes.

Andreia Coutinho

A Feira de Saúde, organizada habitualmente pelo Rotary Club de Sesimbra, desde 2009, com o patrocínio da Câmara Municipal de Sesimbra e do Centro de Saúde, e que estava prevista para ter lugar nos dias 3 e 4 de Setembro de 2011, acabou por não se realizar, para surpresa de muitos.

António Cambim, em nome do Rotary Club de Sesimbra, expli-ca o motivo da não realização da Feira de Saúde. “Várias pessoas que tinham aceite o convite para estarem presentes na III Feira de Saúde desistiram à última da hora”. Acrescenta ainda que “no dia anterior ao inicio da Feira, estavam confirmados apenas meia dúzia de expositores, portanto achamos que não haveria condições para esta se realizar e abrir portas”.

O evento fica assim adiado, segundo António Cambim, para o mês de Maio de 2012, aquando das comemorações da Festa das Chagas.

III Feira de Saúde não se realizou

A Universidade Sénior Rotary de Sesimbra, fundada em 2005, vai trocar as suas instalações na Cotovia, passando para o edi-fício do Centro de Estudos Raio de Luz, em Sampaio. Segundo António Cambim, presidente do Rotary Club de Sesimbra, “está planeado que o início do novo ano lectivo nas novas instalações, tenha início já em meados de Outubro”.

António Cambim refere a comodidade que as novas instalações oferecerão aos seus alunos, “irá ser possível leccionar duas a três aulas ao mesmo tempo em salas diferentes, o que nas antigas instalações seria impossível, uma vez que só existia uma única sala”. Acrescenta ainda, a vantagem da existência de uma sala de informática nas novas instalações.

Rotary Club SesimbraUniversidade Sénior muda-se para o edifício Raio de Luz

Page 5: O Sesimbrense - Edição 1154 - Setembro 2011

Sesimbra recebeu a 1ª edição portuguesa

O SESIMBRENSE | 27 DE SETEMBRO DE 20115

Escalada sem corda, tendo sempre por baixo um plano de água, que protege os es-caladores de lesões em caso de queda, podendo os atletas arriscar vias mais difíceis e perigosas. Assim se entende uma das mais extremas mo-dalidades da escalada, desig-nada por DWS – Deep Water Soloing ou Psicobloc.

As falésias entre o Cabo Espichel e Sesimbra foram o local escolhido para receber a 1ª edição portuguesa “Red Bull Psicobloc”, onde estive-ram presentes referências nacionais e internacionais do desporto de escalada.

Os responsáveis pelo even-to afirmam que “Portugal e a costa de Sesimbra têm todas as condições para se trans-formarem brevemente num paraíso mundial para esta modalidade”.

O Psicobloc teve origem nos anos 60 na ilha espanhola Maiorca, mas só recentemente ganhou bastante popularida-de em países como o Brasil, França, Croácia, Tailândia e Colômbia.

O equipamento para a práti-

ca deste desporto é reduzido, sendo utilizado apenas um par de calçado de escalada, um saco de magnésio e o fato de banho pois os mergu-lhos também fazem parte da modalidade, alguns forçados consequentes de quedas, ou-tros quando o atleta termina a sua escalada.

Por ser um desporto mais arriscado as atenções são redobradas, sendo as marés sempre uma das preocupa-ções dos organizadores e dos atletas, garantindo que a área

de mergulho tem uma profundi-dade mínima acima dos 5 a 6 metros. O estado do mar e as condições do vento para a área também são analisados previa-mente, factores que vão interferir na humida- de e aderência da rocha. O s atletas também são acon-selhados a entrar na água, aquando do mergulho, sempre de pés, numa posição o mais vertical possível, para serem evitadas lesões.

Entre alguns dos maiores nomes internacionais e nacio-nais de escalada presentes em Sesimbra, destacamos a presença da Eslovena Natalija Gros, antiga Campeã da Euro-pa de Escalada e actual nº5 do Ranking Mundial, o espanhol Miguel Riera, veterano con-siderado um dos percursores do Psicobloc a nível mundial e o português Ricardo Belchior, que representou Portugal no mundial de 2007. O atleta Ricardo foi o principal dinami-zador do Red Bull PsicoBloc

PsicoblocRed BullRed Bull

PsicoblocSesimbra, destacando, no final do evento, a experiência única vivida nas falésias: “Foi bom reunir os melhores escalado-res nacionais e sensibilizá-los para esta modalidade, num dia em grande em que en-frentámos condições difíceis. Também a presença de atletas internacionais foi importante e

enriquecedora”.A atleta eslovena Natalija

destacou a “atmosfera des-contraída deste encontro e a oportunidade de explorar o lado mais selvagem e

puro da escalada”. Já Miguel Riera, salientou a exigência quer física quer mental deste desafio, “aqui não temos ape-nas de escalar uma montanha mas também enfrentar o medo das alturas e o risco inerente da queda na água”.

A competição contou com os atletas Miguel Riera, Nata-lija Gros, Ana Marisa Correia, André Neres, Carlos Simes, Edgar Silva, Francisco Ataí-de, Isabel Boavida, Leopoldo Faria, Kimie Kon, Ricardo Belchior, Ricardo Neves, de-senvolvendo-se num sistema de equipas e em dois níveis ”O El Dourado” e “O Grande Tecto”.

Os atletas aventuraram-se na descoberta e na exploração das falésias. A conquista dos objectivos foi intercalada com espectaculares mergulhos, alguns involuntários e outros em jeito de celebração.

A melhor queda foi para o atleta Miguel Riera, a melhor abertura de via ficou para Natalija Gros, Leopoldo Faria foi considerado o atleta com a melhor performance da com-petição, já a maior pontuação acumulada foi para a equipa branca (André Neres + Fran-cisco Ataíde + Ana Marisa Cor-reia), e como o desporto não é só competição mas também entretenimento a equipa cinza (Isabel Boavida + Miguel Riera + Leopoldo Faria) foi nomeada a equipa mais divertida.

É desta forma que, Sesim-bra se orgulha em ser palco, mais uma vez, de grandes eventos internacionais como o Red Bull Psicobloc, que teve a sua primeira edição portugue-sa nas falésias entre Sesimbra e Cabo Espichel.

Andreia Coutinho

Qual o problema, a nível de visão, mais constante nos habitantes de Sesimbra?

Sem dúvida são as cata-ratas. Um grande número de pescadores sofre de cataratas devido à incidência da luz solar no mar. A não protecção na faina é um motivo para esta causa. Os pescadores não se protegem, não é cómodo para eles usarem tanto óculos de sol, como óculos com gradua-ção, acabando por contrairem este problema. Os raios ultra-violeta incidem no cristalino provocando manchas, pontos negros, … as pessoas come-çam a ter dificuldade na visão, começam a ver, digamos que, “nublado”. Outros chegam mesmo a ter problemas de retina, também como conse-quência da falta de protecção e por olharem directamente para o sol.

Nestes casos a solução passa somente pela cirur-gia?

Sim, nos casos de opacida-de do cristalino só com cirurgia, este é removido e implantada uma lente intra-ocular. Hoje é muito mais sim-ples a resolução destes casos.

A preocupa-ção pela visão tem aumenta-do?

Sim, visivel-mente, contudo, aqui em Sesimbra dimi-nuiu porque a pesca acabou. Pagamos todos por tabela.

E a nível das crianças também há uma maior preo-cupação por parte dos pais?

Estes últimos anos estão a ser dominados por muita in-formação. Os pais vão com as crianças a rastreios, procuram oftalmologistas ou técnicos diplomados/licenciados. Há uma grande diferença com-parativamente há 20/30 anos.

Há mais crianças a utiliza-rem óculos, porquê?

Os jogos de vídeo, o compu-tador, a televisão são grandes causas de preocupação! A utilização excessiva destes aparelhos, obriga a uma con-centração muito grande, e o problema da convergência,

Centro Óptico ModernoDesde 1983 a olhar pelos sesimbrenses

que causa os pro-blemas de visão que tem aumenta-do bastante.

Q u a n t o a o s óculos de sol. Protecção versos Moda…

Os óculos de sol são muito procura-dos ultimamente, também graças há divulgação dos problemas de vi-são causados pe-los raios ultra-vio-

leta. Hoje todo o óculo de sol para além da moda é um factor muito importante. Contudo, há um problema: as imitações, algumas quase perfeitas e fiéis mas sem qualquer protecção, vendidas nas feiras… Há muita informação, embora as pesso-as optem muito pelas marcas, principalmente a juventude devido ao marketing de marcas internacionais, quem não tem possibilidades económicas recorrem ao “óculo de feira”. Infelizmente, os óculos de sol com protecção, ainda são um luxo para muitas pessoas.

Quais os principais cuida-dos a termos com a nossa visão?

Utilizar óculos de sol durante o Verão e Inverno como protec-ção. É necessário que os pais ou professores estejam aten-tos às crianças quando, por exemplo, estas se aproximam muito da leitura. Se isto acon-tecer é importante consultar um médico, um oftalmologista. Hoje em dia já há muitos pais que têm essa preocupação. Mas depois há o problema

da propagan-da enganosa, nomeadamen-te quanto aos rastreios gra-tuitos nas es-colas feitos por grandes marcas a ní-vel nacional de ópticas.

N ã o deveria ser permitido, só técnicos qualifi-cados deveriam poder fazê-lo.

Se tomarmos todas as precauções necessárias evitamos muitos problemas a nível da visão?

Claro que sim, é importante manter uma distância mínima da televisão, não passar horas seguidas à frente do compu-tador, fazer pausas, … O pro-blema nas crianças é quando passam muito tempo seguido à frente do televisor, a postura da própria criança é incorrecta durante horas – posições de descanso impróprias. É im-portante que os pais estejam atentos e qualquer anomalia, levarem-nas a especialistas.

Andreia Coutinho

Mário Barros, proprietário do estabelecimento “Centro Óptico Moderno”, está no ramo da óptica há 60 anos. Trata da visão dos sesimbrenses desde 1983. Mais tarde alargou o seu esta-belecimento em Santana e depois na Cotovia. O Sesimbrense quis saber quais os principais problemas dos habitantes de Sesimbra a nível da visão e que precauções deveremos ter no nosso dia-a-dia.

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6O SESIMBRENSE | 27 DE SETEMBRO DE 2011

A Assembleia Municipal de Sesimbra reuniu no passado dia 22 de Setembro, tendo como principal ponto da agenda a votação da estrutura documental do Qualidade, a qual inclui o manual de qualidade e fichas de identificação, entre outros documentos, proposta que foi aprovada por unanimidade. Este processo de certificação da Qualidade dos serviços da Assembleia Municipal – certificação que deverá ser feita por uma entidade independente – segue as pisadas da Câmara Municipal, que obteve essa certificação já em 2010. Para o lançamento deste processo a Assembleia con-tou com o apoio do Serviço de Qualidade da Câmara.

Outro documento apreciado pela Assembleia Mu-nicipal foi o programa da conferência “A República e o Centenário da Constituição Portuguesa”, que se irá realizar no próximo dia 15 de Outubro. Para esta conferência está prevista a participação do constitucio-nalista Vital Moreira – que falará sobre a Constituição de 1911 – e da professora Margarida Felgueiras, que versará o tema “imagens do professor na I República. Participarão ainda os sesimbrenses dr. Luís Ferreira (Os Municípios e o Património Cultural), e o dr. João Au-gusto Aldeia, na qualidade de director d’O Sesimbrense (A Governação Municipal em Sesimbra na I República).

No período antes da Ordem do Dia foi votada por

Assembleia Municipalunanimidade uma moção “Por um Serviço Nacional Saúde solidário e inclusivo, apresentada por Vítor Antunes, e foram apresentadas duas declarações, respectivamente contra o desinvestimento no Distrito de Setúbal, apresentada por Tiago Aragão, e o contra anunciado congelamento da construção de escolas, também por Vítor Antunes.

O Presidente da Câmara Municipal fez a habitual apresentação da actividade municipal, tendo referido que o Município conseguiu finalmente ultrapassados obstáculos que estavam a ser colocados pelo BCP, relativamente a um empréstimo para financiar inves-timentos, no valor de dois milhões de euros. Referiu também que a Câmara deverá beneficiar de uma comparticipação de 65% dos fundos comunitários nas obras da Frente Ribeirinha em 2012 (inicialmente estava apenas garantido 50%).

Referiu também a abertura de inscrições para venda de casas de construção municipal na Cotovia, processos que considerou uma “grande incógnita”, atendendo ao que se passou com a anterior inscrição desta natureza, em que, de quase 300 inscritos, já mais de 150 pessoas acabaram por desistir, por não terem conseguido empréstimo junto da banca, e isto apesar dos preços, segundo Augusto Pólvora, serem

“baixíssimos”. Para estas casas da Cotovia existem ainda poucas inscrições, pelo que a Câmara resolveu prolongar o prazo.

Entre as questões levantadas pelos deputados mu-nicipais, salientam-se as perguntas relativas à dívida municipal – que se mantém estável, segundo Augusto Pólvora – e relativas à limpeza e estacionamento: “Um destino turístico precisa de mais limpeza, de mais estacionamento, e julgo que tenhamos tido menos. Precisa de outdoors publicitários em condições, mas muitas vezes estão danificados e com os cartazes ca-ídos, continuam na rua cartazes dos partidos políticos, já desactualizados, alguns com bigodes desenhados, etc.” – destacou o deputado do PS, Manuel José Pe-reira. O deputado do PSD, Lobo da Silva, perguntou quando arrancaria o projecto da Avenida da Liberdade, na vila de Sesimbra.

Em resposta Augusto Pólvora admitiu que existiu alguma acumulação de lixo em alguns dias, mas que foi pontual e que imediatamente a Câmara reforçou os meios de limpeza, havendo o objectivo de “aumentar, em ambas as marginais, o número de papeleiras, embora custem uma fortuna”.

João Augusto Aldeia

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Reabilitação Urbana:A oportunidade criada pela crise

Construção incessante de prédios novos, ao mesmo tempo que os edifícios antigos se vão deteriorando e caindo, eis o retrato da vila de Sesimbra nos últimos anos. As casas apalaçadas da vila, testemunhas das famílias burguesas que dominaram a indústria das armações de pesca (Frades, Ruminas, Fernandes, entre outros) vão deixando cair os azulejos das fachadas, sinal de uma morte anunciada.

No entanto, a crise económica que quase parou o sector no Concelho e deixou a meio muitos dos edifícios em construção (junto à Marconi e na marginal poente, por exemplo) ou impediu que outros tivessem início (o projecto da Avenida da Liberdade), pode vir a criar uma oportunidade para a reabilitação dos edifícios antigos da vila, para salvar do desaparecimento muitas das casas que preservam a memória de Sesimbra.

Uma das empresas que já começou a explorar esta oportunidade é a “António Júlio Baeta Ferreira”. Até recentemente, o foco da empresa tem sido a construção de vivendas na zona Alfarim-Meco, com uma forte aposta na qualidade, seja pela localização, seja pela exigência colocada nos materiais e técnicas de construção. As casas, deste modo, ficam mais caras, mas encontram mercado junto de compradores mais exigentes. No entanto, também este mercado começa a dar sinais de abrandamento.

“Em cidades como Paris ou Barcelona, existem casas muito pequenas, já reabilitadas, onde as pessoas vivem bem.Creio que é a nova tendência.

Uma aquisição nostálgicaAntónio Júlio, sesimbrense de gema,

acabou por descobrir as potencialidades da recuperação de casas antigas, devido a um acaso: “a ideia surgiu porque nós comprámos um edifício na rua da Esperança, onde fomos criados, e achámos piada reabilitar o edifício; mas inicialmente comprámos para nós, foi uma compra por motivos nostálgicos”. Tratava-se de uma casa de 1º andar, e a família chegou a pensar em aproveitar a hipótese de lhe acrescentar mais um piso.

Mas depois pensaram melhor: resolveram fazer uma mera recuperação do existente, mais simples em termos de licenciamento – pois não é necessário entregar projecto de construção e projectos anexos, que complicam todo o processo, não tanto pelo custo, mas sim pela demora que isso introduz no faseamento da construção. A obra fez-se rapidamente e, com alguma surpresa, Diogo e António Júlio, junto ao edifício da rua Vasco da Gama, actualmente em obras de reabilitação..

acabaram por vender facilmente as duas fracções do prédio.

Viram que era “um mercado com interesse, desde que se faça nos sítios especiais, que são os sítios com charme, e todo o casco velho da vila tem charme.”

Mas uma pergunta se impõe desde logo: não serão essas casas pequenas demais para os padrões da vida actual? António Júlio responde: “Acho que não é uma limitação. Asseguramos as condições e a qualidade, porque essa é a nossa função, dotar as casas de condições de habitabilidade, com mais conforto, mais segurança. Em Portugal é que estamos habituados a ter áreas extraordinárias, mas se formos aos países nórdicos, as áreas são muito mais reduzidas.”

– Mas quem compra estas casas: apenas os turistas?

“Não – responde António Júlio – Aquilo que nós gostaríamos é que

comprassem, não só as pessoas que querem uma casa de fim-de-semana em Sesimbra, mas também jovens que queiram viver cá. Das 4 fracções que já vendemos, uma foi para residência permanente, a uma pessoas reformada que decidiu vir para Sesimbra. ”

Mas há o problema do custo: as casas na vila de Sesimbra são muito caras. Serão as velhas casas requalificadas mais baratas? António Júlio admite que não: isso deve-se, essencialmente, ao elevado valor que é pedido por quem vende uma casa velha com boa localização. Mas se as pessoas conseguirem trabalho na própria vila, não só poupam muito no custo dos transportes e em tempo perdido, como, na sua opinião, ganham uma grande qualidade de vida.

“O preço de venda, por m2, é capaz de ser ligeiramente mais elevado do que nas casas novas, porque estamos a falar

de áreas reduzidas. Mas não anda muito distante da construção nova. Apesar de não ser necessário fazer a totalidade das paredes novas, a conservação das paredes existentes é igualmente dispendiosa.” E o facto de manter a traça original, sem lhe acrescentar mais um piso, também limita a descida do preço de venda.

Problemas técnicos especiais

António Júlio não está só nesta aventura empresarial: toda a família trabalha na empresa. E nos aspectos técnicos desta reabilitação conta com o apoio do filho, Diogo Ferreira, recentemente licenciado em engenharia:

“Do ponto de vista técnico, a reabilitação coloca desafios especiais, e nós estamos sempre a aprender. Coloca, por exemplo, o desafio de manter as alvenarias existentes – as paredes estruturais não são demolidas, apenas os tabiques – e de fazer uma boa ligação com os novos materiais que são ligados às alvenarias antigas, feitas de pedra e argamassa.

Outro dos problemas é comum “salitre”, que muitas pessoas têm nas suas habitações – mesmo em casas novas – e que, “numa parede existente, é muito complicado de resolver, por isso nós procuramos utilizar novos materiais, acompanhamento técnico das empresas que os desenvolvem”.

Diogo Farreira aproveita a oportunidade para chamar a atenção para os casos em que se fazem reabilitações, mas colocando pisos adicionais em betão, sobre pisos em alvenaria tradicional: “A sobrecarga destes pisos em cima duma estrutura que não foi dimensionada para isso, não deve colocar problemas no uso normal, mas no caso de um sismo pode não ser assim. E essa possibilidade não é normalmente tida em consideração”.

Excelência da localizaçãoAté ao momento a empresa já

reabilitou e vendeu dois edifícios, e está a iniciar a intervenção em mais dois. Mas não se tratam apenas de casas antigas: a selecção é criteriosa. Por exemplo, procuram que esteja numa rua com pouco ou nenhum trânsito, de modo a adicionar mais essa vantagem à qualidade que procuram para os apartamentos.

A Câmara Municipal encara estas intervenções de modo positivo, ainda que o facto de não haver licenciamento de construção nova, retire à Autarquia uma receita razoável. No entanto, a reabilitação dos edifícios antigos da vila apresenta-se como um complemento precioso das obras que a Câmara está a fazer no espaço público. De que vale ter as ruas requalificadas – como aconteceu com o projecto URBCOM – se as casas se encontram em estado deplorável?

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As autarquias de Setúbal e Sesimbra, a Casa do Calhariz e a Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (FBAL) assinaram um protocolo de colaboração, no dia 12 de Setembro, para criação do Parque Arqueológico da Arrábida.

Durante os trabalhos de actualização da Carta Arqueológica de Sesimbra, foi detectada, na zona conhecida como Terras do Risco, uma área bastante extensa do período conhecido como Idade do Bronze, levando os especialistas a pensar que poderá ser um dos maiores povoados daquele período. No entanto, será ainda necessário realizar mais sondagens arqueológicas para compreender qual a efectiva dimensão daquele povoado, bem como qual o modelo de ocupação do território. Para já, o que se sabe, é que se encontram vestígios numa área muito extensa.

Quase ao mesmo tempo foi descoberto um santuário fenício na lapa (gruta) da Cova, o que indicia o contacto comercial entre aquele povo mediterrânico e a população que viveu no Risco, na Idade do Bronze.

Este contacto com os Fenícios pode ser a chave para o mistério dos dois corpos enterrados no monumento funerário da Roça do Casal do Meio, junto dos quais foram encontrados objectos característicos de civilizações mediterrânicas – levando, até, alguns especialistas, na altura da descoberta, a colocar a hipótese de se tratar de dois viajantes que aqui teriam falecido.

Toda esta riqueza arqueológica – o povoado da Idade do Bronze, o monumento funerário da Roça do Casal do Meio, e o santuário Fenício, mas também vestígios de outros períodos – colocou também a hipótese de ser instalado um Parque Arqueológico nas Terras do Risco, com objectivos didácticos, mas igualmente turísticos, objectivo que já foi integrado no Plano Estratégico de Turismo de Sesimbra. O protocolo, agora assinado, visa, precisamente, enquadrar a realização de sondagens arqueológicas, e a concepção do citado Parque Arqueológico, processo que será realizado de forma gradual.

A participação da Câmara de Setúbal é justificada pelo facto da área do povoado se prolongar até ao Concelho vizinho.

Parque Arqueológico da Arrábida

Também o proprietário dos terrenos – a Casa de Calhariz – se encontra sintonizado com o desenvolvimento desta ideia: naquela Quinta já existe uma pequena unidade de turismo rural.

A cargo da FBAL estará o trabalho técnico de Arqueologia: uma equipa de arqueólogos e espeleólogos estudará locais como a Lapa da Nazaré, Povoado da Idade do Bronze do Risco/Marmitas, Povoado Neolítico final - Calcolítico dos Prados, Povoado Neolítico antigo da Roça do Casal do Meio e Lapa da Cova, com o objectivo de recolher ele-mentos científicos para a elaboração de conteúdos museológicos do Parque Arqueológico da Arrábida.

“Com a criação deste Parque pré-histórico, fica garantida uma consciência pública para a importância do patri-mónio que é a Serra da Arrá-bida e da sua salvaguarda

Na cerimónia de assinatura do proto-colo, realizada na Quinta de Calhariz, José Luís Gonçalves, director da FBAL, salientou todo o trabalho efectuado desde 2009 com a elaboração da Carta Arqueológica de Sesimbra, que terá permitido promover, valorizar e salva-guardar o património cultural, além do natural. Descobertas de objectos como um brinco de ouro e um santuário fenício na Lapa da Cova, placas de madeira com escritos árabes, de há mais de mil anos, nas “grutas das janelas”, na Azóia, foram alguns dos motivos que levaram à hipótese da criação do Parque Arque-ológico da Arrábida.

Estas descobertas vão permitir de-senvolver o Parque Arqueológico da Arrábida como pólo de atracção turística, aliado à preservação da paisagem e à criação de postos de trabalho. Serão

criados ateliers de tec-nologias desses mes-mos períodos, como o talhar da pedra, o fogo, a cerâmica, a pintura, os metais, a cestaria, a tecelagem, as actividades agro-pastoris, entre outros.

O professor da Fa-culdade de Belas-Ar-tes de Lisboa referiu a importância da “siner-gia positiva na região em época de crise na concretização deste projecto pioneiro e ino-vador”. Não deixou de congratular as equipas de profissionais envol-vidas neste estudo e nas descobertas de povos que datam de 7000 a.c. com o Neo-litico antigo, o Neolitico Final em 3000 a.c., passando pela Idade do Bronze em 1200 a.c., referindo que “só se defende aquilo que se conhece, daí ser importante levar as pessoas a conhecer a região para que me-lhor a saibam defen-der”.

As Câmaras Muni-cipais de Setúbal e de Sesimbra, comprome-tem-se, com este pro-tocolo de cooperação, a atribuir um subsídio de 45 mil euros cada, valor disponibilizado em parcelas anuais de 15 mil euros, até 2013, ano em que finda o

protocolo, tal como, um subsidio no total de 90 mil euros, destinado a alimenta-ção, alojamento, aquisição de serviços e equipamentos e meios logísticos.

A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, subli-nhou que este protocolo é um “passo importante e decisivo para a criação do futuro Parque Arqueológico da Arrábida, bem como para a elaboração da Carta Arqueológica de Setúbal”, ainda em curso.

Augusto Pólvora, presidente da Câ-mara Municipal de Sesimbra proferiu também ele algumas palavras, mostran-do o seu desejo na medida em que a construção do parque arqueológico seja “mais um passo rumo à classificação da Serra da Arrábida como património mundial da UNESCO”.

Diversidade de actividades

Serão realizados passeios culturais, uma exposição sobre o monumento da Roça do Casal do Meio, um ciclo de palestras, acções de educação patri-monial, em articulação com as escolas dos concelhos de Sesimbra e Setúbal, e produção de materiais de divulgação.

Momentos antes da assinatura do protocolo, os presentes tiveram opor-tunidade de visitar o espólio, que se vai reunindo na Casa do Calhariz para armazenamento, limpeza, inventaria-ção, estudo e interpretação, tal como a recriação em maquetas. Cacos de ânforas de vinho transportadas pelos fenícios, que no final dos rituais tinham de ser destruídas, e que agora esperam a reconstituição, ossos, dentes, tecidos e colares de contas, foram alguns dos objectos descobertos que puderam ser vislumbrados.

D. Pedro de Sousa Holstein Beck, a representar a Casa do Calhariz – Investimentos Agrícolas e Turísticos, S.A., defendeu que o Parque será uma mais-valia para a região em diferentes vertentes. “Este projecto a nível cultural tem um dos achados arqueológicos mais importantes da pré-história a nível Europeu. A nível ambiental irá permitir disciplinar o trânsito de pessoas, bici-cletas e motas que entram na Serra sem qualquer controlo e que se repercute de

forma negativa no ambiente, e do ponto de vista económico irá fortalecer o turis-mo regional e nacional, indispensável à sua sustentabilidade”.

O Parque Arqueológico pode vir a albergar uma grande quantidade de acti-vidades lúdicas, com a reconstituição das habitações, das técnicas de fabrico de objectos, o talhar da pedra, a cerâmica, a tecelagem, a caça e a pesca, etc.

O túmulo funerário da Roça do Casal do Meio, classifica-do como de Interesse Público, é o monumento sesimbren-se mais conhecido em todo o mundo. Uma simples busca na Internet assinala quase 11 mil registos. Em grande medida, essa fama deve-se a um estudo realizado pelo arqueólogo austríaco Konrad Spindler, em 1973-74, estudo que teve grande divulgação no mundo científico; (Spindler ficou também conhecido pelo estudo, mais recente, do Ho-mem do Gelo, ou Ot). O interesse do monumento decorria de ter uma forma atípica para o período em que teria sido edificado: na Idade do Bronze. Também os adornos que foram encontrados junto aos dois corpos masculinos ali inumados – um pente e uma pinça depilatória – levantaram algumas dúvidas científicas.

Mais recentemente, o arqueólogo inglês Richard Har-rison – que esteve em Sesimbra em Setembro de 2009, por ocasião do Encontro de Arqueologia – fez uma rein-terpretação do trabalho de Spindler, colocando a hipótese daquele monumento funerário ter tido “duas vidas”: uma anterior à Idade do Bronze, sendo depois reutilizado neste período, em ambos os casos como túmulo.

Apesar de não ter grande monumentalidade, pois as pedras que o constituíam encontram-se agora por terra, o túmulo possui um interesse arqueológico notável e poderá constituir um dos pontos fulcrais do futuro parque Arqueológico.

Roça do Casal do Meio

A Lapa (ou gruta) da Cova, loca-lizada na abrupta falésia do Risco, parece um local pouco provável para um Santuário. Mas para os Fenícios, que navegavam até estas terras tão distantes de suas casas, deve ter parecido o local ideal, precisamente por ser pouco acessível, e por ter uma magnífica localização frente ao oceano.

As escavações do Santuário de-correram durante largos meses, proporcionando um grande número de vestígios, principalmente peças de cerâmica. É verdade que estão feitas em cacos, mas isso deve-se, talvez, ao facto do ritual religioso incluir o quebrar das peças, como ainda hoje fazem muitos povos mediterrânicos, como gesto propiciador de boa sorte.

Mas a peça mais sugestiva desco-berta na gruta foi um brinco de ouro, encontrada por um jovem casal de Se-simbra que ali acampou durante uma noite – e foi esta descoberta, inicial e casual, que conduziu às restantes.

Os resultados das escavações, conduzidas pelo arqueólogo Manuel Calado, ainda não foram objecto de comunicação científica, que se espera para breve, e que deve constituir um dos mais interessantes documentos sobre o passado arqueológico de Sesimbra: não só pela existência do Santuário, mas também pela hipótese do relacionamento comercial e cultural entre os Fenícios e os “nossos” ante-passados das Terras do Risco.

Santuário Fenício na

Lapa da Cova

Sesimbra e Setúbal celebram protocolo com Casa de Calhariz e Faculdade de Belas Artes

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10O SESIMBRENSE | 27 DE SETEMBRO DE 2011

João Cardoso Baptista de Gouve-ia, filho de Adriano Paiva Baptista de Gouveia e de Luzia Cardoso Baptista de Gouveia, nasceu na freguesia de Santiago de Sesimbra a 18 de Julho de 1916.

Em 1918, com apenas dois anos de idade, e tal como os seus três irmãos, fica órfão de mãe (vítima da pneumónica).

Jó ou Jójó, como foi tratado por fa-miliares e amigos durante toda a sua vida, é acolhido por um casal de tios que garantem sustento e educação.

Tornando-se notórias as quali-dades para as artes plást icas, frequentou Arte Aplicada na Es-cola Fonseca Benevides, em Lis-boa, onde tirou o curso de Pintor Cerâmico e, depois, na Escola Secundária Artística António Arroio cursou Habilitação às Belas Artes – Desenho de Figura.

Iniciou a sua vida profissional, primeiro numa oficina de artes, como aprendiz de pintor cerâmico e de-pois como desenhador, na Câmara Municipal de Lisboa. Ali trabalhou 45 anos com assiduidade, zelo e competência.

Casa, em 5 de Julho de 1941, com Fernanda Cândida do Nascimento, natural de Lisboa (Bica), com quem

tem três filhos.Às qualidades artísticas e ao re-

conhecido bom gosto, alia enorme dedicação ao trabalho, que se traduz em inúmeros projectos de construção, especialmente para Lisboa e Sesimbra – de que é ex-emplo o “prédio do Duque”, na rua da República. Como desenhador e decorador é responsável por obras exemplares, tais como os Armazéns Lanalgo, a Sapataria Presidente e, especialmente, a Loja da Vista Alegre, no Chiado, Lisboa. Em Ses-imbra, sua paixão de sempre, deixou marca em inúmeros projectos, na decoração do Café Filipe, do Hotel Naútico e do restaurante Golfinho, entre outros, e no projecto do Jardim de Santana.

São também de sua autoria o grafismo, os desenhos e muitas das fotografias da Monografia de Sesimbra.

Preenchia momentos de ócio, de forma informal e despreocupada, com os seus amigos de toda a vida, com alguma pintura e, acima de tudo, com a fotografia, onde as ce-nas e paisagens de Sesimbra, sua terra natal, se destacam.

Faleceu em 31 de Janeiro de 1986, não completando os 70 anos.

Fotógrafos de Sesimbra (VI)

João Cardoso Baptista de Gouveia (1916-1986)

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O SESIMBRENSE | 27 DE SETEMBRO DE 2011 11

Angélico Pereira

Comissão: Moçambique 1973 a 1975Especialidade:Transmissões de InfantariaIdade: 59 anos

José Manta

Comissão: Índia 1960 a 1962Especialidade:Regimento de EngenhariaIdade: 73 anos

Guerra Colonial: 50 Anos

Negativo

PositivoNegativo

Positivo

Jovem pescador de Sesim-bra, Angélico Pereira, fez a recruta em Elvas, depois foi para Lisboa onde fez o estágio em transmissões. No dia 13 de Maio de 1973, foi mobili-zado para ir para a Guerra do Ultramar. A sua missão era essencialmente levar e trazer colunas de uma povoação para Mueda, com mantimen-tos, etc. “Andava pelo mato

que era o mais perigoso”, conta o ex-combatente. “Fui render um soldado português que ficou sem testículo e sem perna. Era o mais novo, pois os outros já tinham 20 meses de tropa ali”.

Na noite de dia 31 de De-zembro de 1973 para 1 de Janeiro de 1974, “saímos do pelotão para fazer segurança à Engenharia que andava por umas terras que eram muito atacadas, de tal maneira que enchiam as bananeiras cheias de minas e armadilhas porque sabiam que íamos lá muitas vezes. Morriam muitos solda-dos assim…” A engenharia tra-balhava a abrir novas estradas nestas zonas para se tornarem mais seguras. “Essa noite de-via ser festa, passagem de ano e nós ali no mato”. No quartel, os restantes tropas portugue-ses, estavam a comemorar o fim de ano, “às 5:00 da manhã ouvimos um grande tiroteio. Liguei o rádio para ver se conseguia perceber o que se estava a passar, foi então que ouvi logo os nossos colegas a pedirem socorro e helicópte-ros”. O que aconteceu é que durante a madrugada saíram três viaturas do acampamento para irem ter com Angélico e seus companheiros que es-tavam no mato, “pois num dia de comemorações estávamos

sozinhos. Pelo caminho os chamados turras souberam, não sei como, armadilharam a estrada por onde iriam passar, com bombas de avião de 200 quilos. Deixaram passar a primeira e a segunda viatura, a terceira que transportava os meus colegas sofreu a explo-são causando 4 mortos e 9 feridos, estavam em tal estado que estavam irreconhecíveis, completamente desfeitos e queimados… os que lá iam e sobreviveram não tinham condições para socorrer as ví-timas pois estavam em estado de choque”, o ex-combatente acrescenta que, “sofremos vários ataques no quartel, no mato, ataques, inclusivamen-te com munições com uma espécie de chapas dentro das balas que se partem ao serem disparados e espalham-se e fazem cortes profundos.”

Acabaram a missão e Angé-lico foi informado pelo capitão que ele ficava e que iria ficar à frente com os novos, pois já conhecia . A sua salvação era ir para a cidade e para isso o fac-to de jogar futebol era a saída, e assim foi. “Eu jogava futebol no Clube de Sesimbra, na altu-ra muito conhecido. Conhecia um jogador da Cova da Pie-dade que estava em Nampula no Clube Ferroviário, quando fui para a cidade procurei-o e

ele ajudou-me. Fiquei no clube onde ele estava e assim foi até vir para Portugal”.

“O mais negativo é mes-mo ninguém estar preparado e ninguém imaginar o que aquilo é.

Sair de uma vila tão pacata e ficar num cenário de guerra daqueles durante meses é

sempre revoltante para um jovem de 20 ano em inicio de vida”, diz o ex-combatente.

Como aspecto positivo, An-gélico responde prontamente e diz que a sua ida para a cidade e para o futebol foi o melhor que lhe podia ter acontecido, de outra forma “teria morrido no mato…”

Fez a recruta na Pontinha, trabalhava nos mármores e cantarias. Em Goa, José Man-ta e os seus colegas, tinham como missão ir para o mato e arranjar pontes e caminhos que permitiriam o acesso à cidade. Antes de Goa ser in-vadida pelas Forças da União Indiana, o ex-combatente diz não ter sentido dificuldades e relembra o dia em que essa paz terminou, “no dia 16 de Dezembro de 1961, a União Indiana colocou na fronteira 30 mil homens para invadir Goa. Abandonámos os quar-téis, fomos para o mato tomar posições. Deram-me uma missão de destruir uma ponte, dinamitá-la e destruí-la”. E assim aconteceu, conta José, o objectivo era a Força Indiana não passar para o nosso lado. José Manta relembra o som das bombas a rebentarem pelo caminho, “passou uma

esquadrilha de aviões por cima de nós e o capitão disse para abandonarmos as viaturas e ir para o mato. Ouvíamos imensas balas a passarem por nós”. Contudo, a Força Indiana tinha os chamados anfíbios, pelo que atravessaram o rio “quando chegamos à cidade, no dia 18, eles já lá estavam à nossa espera”. Conta ainda que, quando chegaram à cida-de, esta estava completamen-te deserta. “Fomos para onde eram as messes dos oficias, e onde viviam as famílias deles, havia poços de água e içamos a bandeira branca como sinal de paz e as armas dos oficias foram todas largadas.”

No dia seguinte, as Forças Indianas chegaram ao local onde as Forças Portuguesas se encontravam, aos oficias portugueses, foi-lhes ordena-do, que se reunissem todos os tropas portugueses, cerca de 1000, pois estavam todos presos. Dali foram até ao Quartel-General. “Pelo cami-nho cuspiam-nos, chamavam-nos nomes obscenos, foram à nossa bandeira e meteram-na no chão e rasgaram-na toda. Foi a coisa mais triste que me aconteceu até hoje”, conta José chegando mesmo a co-mover-se, “destruíram-na toda e içaram a bandeira deles”. Fi-caram presos e passada uma semana foram levados para um campo de prisioneiros de combate onde permaneceram durante cerca de 5 meses. “Nesse campo três soldados portugueses tentaram fugir. Um furriel português avisou um oficial indiano que os apanha-ram já não tendo conseguido escapar. Estes rapazes foram apanhados e foram colocados a cerca de 100 metros do campo numas casas peque-nas, vedados com arames, isolados. Mandávamos um

cão com um maço de cigarros pendurado ao pescoço”.Os restantes soldados portugue-ses revoltaram-se pelo facto de um próprio português ter avisado a Força indiana de que soldados portugueses iriam fugir. “Fomos mandados formar no meio da parada e perguntaram-nos se quería-mos fazer mal ao oficial que disse que os tropas iriam fugir. Todos gritaram que sim, todos o queriam matar porque era um traidor”. Foi então que chegou um pelotão de fuzi-lamento e José, como tantos outros seus colegas, temeram pelas suas vidas. “Tivemos 45 minutos em sentido e quem se mexesse era abatido”.

O governo indiano e o gover-no português encontravam-se em negociações até que os soldados foram libertados no dia 10 de Maio de 1962 e repatriados para Caraxi, no Paquistão, e de seguida rumaram a Portugal no navio Pátria. “Há mais de 5 meses que não tomávamos banho e o que tínhamos vestido eram uns farrapos, no navio é que ti-vemos roupa lavada no corpo.

O sentimento pior que o ex-combatente diz guardar, é o facto de “sem culpa nenhuma, a defender a Pátria, fui para um sítio daqueles, ficando mais de 5 meses preso, trata-do como nem um animal deve ser tratado”.

Quando questionado pelo aspecto positivo desta experi-ência, José Manta diz não ter qualquer lado positivo, mas acaba por referir a camarada-

gem que tantos ex-combaten-tes referem como sendo uma “tábua de salvação”. Para além disso, José refere o orgulho em ter recebido uma medalha

em 2003 pelo Ministro da Defesa Nacional, na altura, Pau- lo Portas, “aqueles q u e se sacrificaram

pela Pá-tria”.

Acres-c e n t a

a i n d a q u e ,

t a m b é m foi chama-

do ao Es-tado-Maior

o n d e l h e f o i entregue um documento onde se pode ler: “serviços relevantes prestado ao país”.

NR:José Manta, solici-

tou à CMS, nomear a rua onde reside, como Rua Cidade de Goa, tributo à terra onde prestou serviço militar.

Andreia Coutinho

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12O SESIMBRENSE | 27 DE SETEMBRO DE 2011

O Plano de Pormenor da Mata de Sesimbra (zona norte) encontra-se actual-mente em discussão pública, que se prolongará até ao dia 7 de Outubro de 2011. Este Plano é totalmente distinto do Plano da zona sul da mesma Mata, que foi promovido pelas empresas Pelicano/Espart, e que ocupa a zona a sul da ribeira da Apostiça.

O Plano em discussão, ocupa uma área a norte da Ribeira da Apostiça, e é o seu principal promotor a Herdade da Apostiça. No entanto, em tudo o resto os Planos são semelhantes: destinam-se a ocupação turística, numa solução mista de unidades hoteleiras e moradias unifa-miliares, dispondo de uma série de equipamentos turísti-cos, tais como campo de golfe.

Também à semelhança do Plano da zona sul, prevê-se que a maior parte da área abrangida se mantenha no estado natural, sofrendo apenas operações de reflo-restação visando retomar uma configuração das matas

mais próxima do original de há alguns séculos atrás.

Outra diferença entre os dois Planos é que, enquanto a zona sul concentra a con-strução numa única área, o plano em discussão prevê a construção de diversos nú-cleos, separados ente si.

Mata de Sesimbra (zona norte) em discussão pública

A Câmara Municipal de Sesimbra deliberou a elabora-ção do Plano de Pormenor da zona norte da Mata de Sesim-bra em Junho de 2003, tendo a primeira versão do plano de pormenor sido apresentada às entidades em 2004. O procedimento de concertação institucional só ficou con-cluído no presente ano, na sequência do qual a Câmara deliberou a abertura do actual período de discussão pública. O PPZNMS tem como ob-jecto, estabelecer as regras a que deverão obedecer a ocupação, o uso e a trans-formação do solo na área de intervenção do Plano, cujo perímetro está representado na Planta de Implantação e na Planta de Condicionantes.

A área de intervenção do plano integra a parte Norte da Unidade Operativa de Planeamento e Gestão da Mata de Sesimbra, prevista no PDM de Sesimbra, en-volvendo áreas contíguas da Unidade Operativa da Costa de Sesimbra, que pelas suas características ambientais lhe são afins.

Os objectivos do PPZNMS visam compatibilizar a ma-nutenção da floresta e do equilíbrio ecológico da mata com a ocupação turística, pre-vista no PDM de Sesimbra, in-tegrando aspectos relevantes do Plano de Gestão Ambiental da Mata de Sesimbra, desig-

nadamente, a promoção dos impactes ambientais positivos nele previstos e incorporar directivas do Plano de Aces-sibilidades do Concelho de Sesimbra.

As construções a efectuar neste loteamento ficarão dis-tribuídos por 6 núcleos, com

característ icas diferentes entre si, e que se re-sumem a seguir.

Núcleo Poente

Incluirá 3 aldeamentos turísticos (Aldeamento do Lago, Aldeamento do Golfe Poente, Aldeamento da Mata) num total de 580 apartamen-tos ou moradias, e ainda uma unidade hoteleira de 4 estre-las, com 140 quartos.

Centro de Animação Turística

Albergará um hotel de 180 quartos, um aldeamento turístico com 160 apartamen-tos ou moradias, e ainda 230 apartamentos turísticos. Inclui ainda serviços gerais de apoio ao empreendimento, tais como equipamentos de saúde, de segurança, comér-cio e escritórios.

Golfe da Ribeira

Inclui um hotel com 120 quartos e um aldeamento

turístico com 752 apartamen-tos ou moradias.

Centro de Estágios

Tem como destino a prática desportiva por equipas de dis-tintas modalidades. Inclui tam-bém um aldeamento turístico com 200 apartamentos ou moradias, e um hotel com 190 quartos.

Núcleo “Viver Melhor”

Vocacionado para um es-calão etário de idade mais avançada, inclui um esta-belecimento hoteleiro com 180 quartos, um aldeamento turístico com 280 apartamen-tos ou moradias, e equipamen-tos culturais e desportivos.

Quintas Ecológicas

Tratam-se de 28 parcelas de boa dimensão, onde será possível edificar 28 aparta-mentos ou moradias, onde se pretende associar o uso habitacional à exploração agrícola.

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O SESIMBRENSE | 27 DE SETEMBRO DE 201113

Jun tamente com uma Mostra de Filmes Turísticos, que decorreu entre 9 e 11 de Setembro no Cineteatro Municipal João Mota, foi feita a apresentação do Finisterra Arrábida Film, um festival de

filmes turísticos, a decorrer em Sesimbra, e cuja primeira sessão oficial deverá ter lugar já no próximo ano.

Segundo o principal promo-tor desta iniciativa, o fotógrafo Carlos Sargedas, o objectivo do festival será o de “premiar filmes e produções audiovi-suais nacionais e internacio-nais que promovam a Arrábida como destino turístico, em particular o Cabo Espichel”. Mas o Festival, nas suas várias secções, acolherá filmes de natureza muito diversa, desde documentários até produções publicitárias, desde que rela-cionadas com o turismo.

O Festival Finisterra terá como “padrinho” um festival similar que já existe na cidade de Barcelos, o Art & Tour, e que já tem apoiado Carlos Sarge-das nos primeiros passos des-ta iniciativa. Aliás, os filmes da Mostra referida acima, vieram directamente precisamente de Barcelos, pois foram os filmes ali premiados na última sessão daquele festival.

“Um evento extremamente importante para promover a região

Augusto PólvoraPresidente da Câmara

Festival de Filmes de Turismo

O presidente da Câmara, na abertura da Mostra de Filmes, começou por realçar o que o Art & Tour tem feito pela divulgação de Barcelos, “e naturalmente é também essa a nossa expectativa, de que

este festival possa fazer o mesmo pela nossa região. Natu-ralmente que não pode ter a ambição de ser apenas um festival para divul-gar o Cabo Espi-chel e o Concelho de Sesimbra, se quer ser um festi-val internacional, tem que ir muito mais longe do que

isso. Mas tem, desde já, uma temática extremamente apela-tiva, mesmo para a dimensão de um festival internacional.”

Sobre a conjugação do fes-tival Finisterra com a Arrábida, Augusto Pólvora adiantou que, isso “se insere bem naquele projecto que nos mobiliza a todos na região, que é o de conseguir a classificação da Arrábida como património mundial, podendo também ser mais um elemento para dar a visibilidade que o Cabo Espichel tanto precisa”.

Numa nota mais negativa, e reflectindo sobre o esforço já feito a favor da qualificação do Cabo Espichel, Augusto Pólvora confessou que, “por vezes questionamo-nos, de-pois de todo aquele trabalho que foi feito nos anos ante-riores, e que culminou nas comemorações dos 600 anos do Santuário, se valeu a pena. Que resultados é que tivemos passado um ano? Verificamos que o santuário está na mes-ma, não conseguimos avançar grande coisa em relação àquilo que pretendíamos.”

Ainda sobre o festival Finis-terra, o presidente da Câmara disse não saber “se será o grande evento internacional” previsto no Plano Estratégico de Turismo de Sesimbra. “An-damos à procura desse evento, temos vários que o podem ser, podemos pensar em juntar, em acoplar alguns eventos para lhes dar a escala necessária, mas independentemente disso

o Finisterra é mais um evento extremamente importante para promover a região”.

Cenário privilegiado para grandes filmes

Carlos Sargedas recor-dou uma série de grandes produções de cinema que incluíram imagens do Cabo Espichel ou na Arrábida, ger-almente “despercebidos do público” – a ideia geratriz do festival. Sobre a estrutura do Finisterra, referiu terem adop-tado o modelo do A&T, embora

numa escala mais modesta. O objectivo será premiar

“filmes que promovam prin-cipalmente a Arrábida; e a par desses outros filmes de divulgação turística”. Poderão

concorrer filmes de publi-cidade de até 2 minutos, de divulgação até 15 minutos, e documentários até 65 minutos. No total haverá 21 categorias diferentes.

“É necessário um discurso mais amplo

Francisco Dias Director do Art & Tour

Presente ao lon-go da mostra de filmes esteve Fran-cisco Dias, director do Art & Tour, que realizou uma pal-estra sobre os “Im-pactos económicos e turísticos do cin-ema, dando vários exemplos de como certos filmes têm contribuído para aumentar os fluxos turísticos para as regiões em que foram filmados.

C r i t i c a n d o a “moda de que os g r a n d e s e v e n -tos é que servem para alavancar o turismo nacional”, argumentou que, comparativamente com a Expo 98, al-guns filmes, muito mais baratos, têm feito muito mais pela promoção de certas regiões do que a Expo 98 fez por Lisboa.

Francisco Dias deixou ainda al-gumas sugestões para a iniciativa

sesimbrense: “A minha ex-periência diz-me que não se pode fazer apenas finca-pé no Espichel, na Arrábida e em Sesimbra, o vosso Festival tem muito a ganhar se, ao

contrário, quiser promover o mundo inteiro em Sesimbra. E, assim, toda a gente pensa Sesimbra como um local que merece a pena ser visitado. Ou seja: necessita um discurso mais amplo.”

Sobre a organização dum festival de cinema, conside-rou uma “Tarefa árdua, tem que se ter entusiasmo levado quase ao nível do fanatismo: há muitos umbigos, e todos se consideram perfeitos”, refer-indo que se tem de ligar com “muitos interesses específicos, nem sempre coincidentes”, e que organizar um festival é fazer a intersecção desses interesses, desses egos, e sair por cima sem vender a alma”.

Aleixo Terra da Mota, do Turiforum, entidade que tam-bém apoia o festival Finisterra, falando a seguir a Francisco Dias, confessou que “cada vez que estou com o Francisco Dias fico completamente abis-mado e aterrado com a tarefa”. Mas manifestou que o Turi-forum vai continuar a investir neste trabalho com o Carlos Sargedas: “Vamos aprender, vamos tropeçar muitas vezes, vamos subir pouquinho a pouquinho”, mas mostrou-se confiante em que a tarefa será levada a cabo com sucesso.

O assessor da Câmara na área do Turismo, Jonas Car-doso, referindo-se à energia e voluntarismo de Carlos Sarge-das”, manifestou a certeza de que “para o ano vamos estar aqui com esta sala mais cheia, com imensos filmes, e o Carlos vai ser o timoneiro, aquele que vai puxar por nós e nos vai ensinar”.

Agradecimentos emocionados

A terminar, Carlos Sargedas agradeceu à Câmara Munici-pal, ao Turiforum, a diversas empresas apoiantes e a todo um conjunto de amigos que o tem ajudado – momento em que foi vencido pela emoção. Finalmente disse acreditar que “Este será o primeiro passo de uma grande loucura. No fundo trata-se de um sonho, que nós acreditamos ser possível realizar!

Finisterra:

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14O SESIMBRENSE | 27 DE SETEMBRO DE 2011

Um documento distribuído informalmente à imp-rensa e que,supostamente, representaria a proposta do Governo para redução dos cargos dirigentes na Administração Local, apresenta uma solução tão exigente que levaria a uma mudança radical na estru-tura de serviços da Câmara Municipal de Sesimbra. Actualmente existem 7 directores de Departamento: com a proposta vertida neste documento passaria a haver apenas um. Existem 31 Divisões: passaria a haver apenas 4 ou 5.

No entanto, a divulgação do documento - que está disponível na página da Associação de Técnicos Adminsitrativos Municipais - pode não ter passado de uma típica manobra negocial, ameaçando com uma proposta muito radical, para depois surgir nas negociações com algo mais comedido.

A verdade é que no documento negociado com a “troika” está o compromisso de cortar no mínimo 15% de estruturas e cargos dirigentes na Administ-ração Local, até ao final de 2012. O Governo, numa recente comunicação, disse que iria fazer um corte, nos serviços da Administração Central, de quase 30%. Ora o documento referido, divulgado a um único jornal, apresenta um corte de 50% nos cargos dirigentes das Autarquias Locais. O que é provável é que na proposta a ser apresentada pelo Governo venha a estar compreendida um corte entre os 15% negociados com a “troika” e os 30% que o Governo diz ter aplicado aos seus próprios Serviços.

Recorde-se que a Câmara de Sesimbra aprovou em Junho passado uma proposta de reorganização de Serviços, aumentando o número de cargos diri-gentes e de estruturas organizativas. Algumas dessas novas estruturas chegaram mesmo a ser implemen-tadas, mas não foram ainda criados os respectivos

Documento oficioso ameaça redução drástica da estrutura de dirigentes municipais

lugares dirigentes, pelo que não tiveram qualquer impacto financeiro a esse nível.

Exemplos destas novas estruturas são os casos das Divisões de Desporto (que se separou da Divisão de Educação) e Turismo (que se separou da Cultura), enquanto que muitas das novas Divisões correspon-diam a serviços já existentes com outra designação, como a Divisão de Economia Local e Pescas (antigo Gabinete de Actividades Económicas) ou Divisão de Informação e Comunicação (anteriormente, um Gabinete), entre outras.

Muito mais além do que o compromisso com a “troika”

O documento a que fazemos referência apresenta os seguintes parâmetros para as Autarquias: no máximo, um Director de Departamento para mu-nicípios entre 40 mil e 70 mil habitantes (Sesimbra, como se sabe, registou uma população de quase 50 mil habitantes nos Censos de há poucos meses).

Para as Divisões o documento estabelece que, para municípios com mais de 30 mil habitantes, haja um Chefe de Divisão por cada 10 mil habitantes; no caso de Sesimbra, fica a dúvida se seriam 4 ou 5.

No caso da Câmara de Sesimbra, a aplicar-se aquela proposta, a redução seria ainda drástica: de 38 estruturas e cargos dirigentes passar-se-ia para apenas 5 ou 6: uma redução superior a 80%!

Outro aspecto que decorre do documento referido, é que uma vez estabelecidos os parâmetros finais, sejam eles quais forem, os cortes na Câmara de Sesimbra serão sempre superiores à da média das Autarquias de todo o País.

No que respeita às Câmaras Municipais, o acordo com a “troika” prevê ainda uma redução anual de 2% no número de funcionários, bem como uma redução de 175 milhões nas transferências para autarquias e regiões autónomas. A tradução real desta última restrição deverá ser conhecida com a proposta de Orçamento de Estado para 2012.

O Partido Socialista realizou no dia 15 de Setembro mais um dos seus debates internos, o fórum “Às 5ªs na Sede”, onde debateram a actual situação política

Socialistas de Sesimbra

Teve lugar uma conferência de imprensa no dia 13 de Setembro, na Casa da Baía, em Setúbal, onde os Municípios da Península de Setúbal, no quadro da AMRS, apresentaram a sua discordância quanto ao modelo económico-financeiro proposto pelo Governo para a Região e para o País.

Alfredo Monteiro, presidente do Conselho Directivo

da AMRS, mostrou o seu desagrado e preocupação com as opções que o Governo terá preparado para a Região, “são incompreensíveis as decisões que levam à indefinição de projectos indispensáveis para o desenvolvimento da Região e onde o Poder Local não foi ouvido”. O autarca referia-se concretamente ao “ Projecto do Arco Ribeirinho Sul, à conclusão da CRIPS – Circular Regional Interna da Península de Setúbal, ao Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, à Terceira Travessia do Tejo entre Barreiro e Chelas, à linha de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, ao Hospital do Seixal, à extensão do Metro Sul do Tejo e à Plataforma Logística do Poceirão”. Segundo Alfredo Monteiro, projectos como este deveriam ser prioritários, “Sem investimento, não há desenvolvimento económico”, acrescenta. O autarca refere ainda a disponibilidade de diálogo por parte dos municípios para serem encontradas alternativas justas e que não coloquem em risco o desenvolvimento da Região, salientando que “Setúbal é o terceiro maior contribuinte em termos de impostos para o todo nacional.”

Ao longo das últimas décadas, a Região de Setúbal assistiu a um crescente desinvestimento da Adminis-tração Central, que aprofundou assimetrias no quadro da Área Metropolitana de Lisboa e não foi capaz de potenciar o trabalho realizado pelas autarquias e pelos agentes regionais.

Os investimentos da responsabilidade da Adminis-tração Central indispensáveis ao progresso regional, à satisfação das necessidades e aspirações das popu-lações, à criação de empregos e à produção de rique-za, reivindicados pelas Autarquias e pela Região há mais de duas décadas, foram sendo substituídos por sucessivos anúncios e simulacros de investimentos.

Municípios da Região de SetúbalTomam posição faceà situação regionale nacional

debateram a situação política

do País, destacando que “o ‘colossal desvio nas contas públicas’ atribuído pelo Ministro das Finanças à governação do Partido Socialista e que, afinal, veio a revelar-se ter origem nas contas do Governo Regional da Madeira, liderado pelo social-democrata Alberto João Jardim.”

Relativamente à realidade regional e local, os Socialistas “lamentam as decisões de suspensão, por parte do Governo, da construção do IC32 e do adiamento da construção do Hospital do Seixal, bem como do potencial encerramento dos Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Sesimbra” e destacaram ainda o “impacto negativo na activi-dade turística da não obtenção da Bandeira Azul na praia da Califórnia e do já longo encerramento da Fortaleza de Santiago”.

A candidatura aos fundos comunitários do Pro-grama de Desenvolvimento Rural (PRODER), apre-sentada em Janeiro último pela Junta de Freguesia, junto do GAL - ADREPES, foi aprovada no passado mês de Agosto. Com um investimento elegível de 22.539,00€, a comparticipação pública (fundos comu-nitários) é de cerca de 60% num total de 13.523,40€. O projecto “Recuperação da Memória Colectiva da Freguesia” apresenta como propostas vários investi-mentos materiais e imateriais, como a recuperação de Fontes e Fontanários, edição de várias brochuras, de exposição fotográfica e edição de registo fonográfico, entre outros, e o seu investimento estende-se entre o final de 2011 e final de 2012. A Junta de Freguesia aguarda a celebração do Contrato de Financiamento com o IFAP, IP, para iniciar este conjunto de inter-venções.

“Memória Colectiva da Freguesia do Castelo”

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g Luta Feminina

g Kayak

A secção de canoagem do Clube Naval de Sesimbra averbou o título de campeã nacional de kayak de mar, após a realização em Se-simbra, nos dias 17 e 18 de Setembro, de mais uma prova deste campeonato, onde a equipa sesimbrense averbou 114 pontos, que lhe permitiram assegurar o título.

A organização desta prova foi da responsabilidade do Clube Naval de Sesimbra, que contou com o apoio da Federação Portuguesa de Canoagem e da Associação de Canoagem da Bacia do Tejo, tendo participado um total de 114 atletas, oriundos de 19 clubes de Portugal continental e insular, e que, divididos pelos 2 dias de prova, compuseram 118 tripulações.

Clube Naval conquista campeonato de kayak de mar

A nível individual sagraram-se campeões nacionais os atletas: Sara Rafael (sénior feminina), Guilherme Cabral (vice campeão sénior mas-culino), Ana Paula Duarte (veterana A) e a dupla Miguel Caetano e José Frazão (vet-eranos A). A nível colectivo todos os atletas tiveram boas prestações e contribuíram para este excelente resultado, o primeiro campeonato nacional para o Naval de Sesimbra.

Segundo o Clube Naval, “Este título marca uma época com excelentes resultados, somando 6 Campeões Nacio-nais, 1 atleta integrado na Se-lecção Nacional e um número elevado de atletas que fazem parte desta equipa e que le-vam o nome de Sesimbra pelo mundo fora.”

O campeonato do Mundo de Luta Feminina realizou-se em Istambul na Turquia, de 12 a 16 de Setembro. Portugal esteve representado com duas atletas da Casa do Benfica na Quinta do Conde, Liliana Santos e Vânia Guerreiro, acompanhadas pelo seu treinador Luís Fontes. Liliana Santos, na categoria de 48 kg, ficou classificada em 18º lugar entre 40 atletas tendo sido apurada por sorteio para os 16 avos de final, onde ganhou o confronto con-tra a atleta de El Salvador, Medrano Cuellar, os dois períodos por 1-0 e 2-1. Nos oita-vos de final defrontou a Russa Tatyana Samkova e perde os dois períodos por 1-7 e 0-1. Vân ia Gue r re i r o na sua ca tego r i a , en t re 41 a t l e t as f i cou em 14 º l uga r do campeonato, apurada por sorteio para os 16 avos de final, defronta a Vietnami-ta Thi Tran e perde o 1º período por 0-1 mas no 2º período ganha por assentamento. Nos 8 avos de final defronta a Ukraniana Tityana Lazareva e perde os dois períodos por 0-7 e 1-7.

Campeonato do Mundo em Istambul

O sector da cons-trução civil regista mais de 300 casos de insolvência de empresas nos últi-mos meses. Os ca-sos mais recentes significam 1.500 postos de trabalho com fim anunciado, num cenário de cri-se no sector que já colocou 150 mil

pessoas no desemprego desde o ano passado.Este sector, que é o que mais pessoas emprega no País,

atravessa uma grave crise, com milhares de desempregados e de empresas a abrir falência, sobretudo no último ano.

O Instituto Nacional de Estatística divulgou os dados relativos às novas encomendas na Construção Civil que confirmam a que-bra constante e cada vez mais intensa – 16,8% no 2º trimestre.

Com estes dados, a AECOPS, Associação de Empresas de Construção Civil e Obras Públicas e Serviços, manifestou a sua preocupação quanto ao futuro do sector e das suas empresas. Desta forma a Associação exige que sejam tomadas medidas que possam travar esta situação de degradação que o País assiste neste sector. “Numa altura em que se sucedem os anúncios de redução, suspensão e adiamento de empreitadas, de que são exemplo os grandes projectos infra-estruturantes, mas também os trabalhos de remodelação do parque escolar e, mais recentemente, as subconcessões rodoviárias, as empresas estão mais inquietas com o facto de até à data nada se saber sobre a política a prosseguir no actual contexto de contenção de despesas. Porque ainda que as suas unidades de produção possam desaparecer do mercado, não se pode simplesmente fechar todo o Sector”, refere a AECOPS.

Esta associação acrescenta a sua convicção de que, sendo esta uma actividade ligada directamente à economia do país e que, com o acumular dos processos de insolvência e conse-quente desaparecimento de postos de trabalho, se agrava a situação económica e social que o País confronta de momento.

A AECOPS alerta, ainda, para a necessidade de implementar as medidas prometidas no domínio do mercado do arrenda-mento, incluídas no Memorando da “troika” e consideradas indispensáveis para alavancar a reabilitação urbana.

AECOPS preocupada com o futuro da Construção Civil

Dois jovens cá do burgo, o Flávio e o Guilherme, bons praticantes de canoa-gem, representantes do Clube Naval no Festival da modalidade que decorre, todos os anos, nas cerca-nias da belíssima cidade de Santander (Astúrias), toma-ram a “heróica” decisão de se deslocarem até ao norte de Espanha de bicicleta, com etapas sucessivas entre 120 e 180 km por dia, com acampamentos ocasionais ao longo de um pouco mais de 5 dias. Proeza de vulto, bem sucedida, a merecer registo e elogio.

D. Sequerra

De Sesimbra a SantanderQuase 800 km a pedalar!

No passado dia 3 de Setem-bro, pelas 20h30 o Hotel do Mar foi o palco da comemo-ração do 81º Aniversário do Clube Naval de Sesimbra, em que estiveram presentes cerca de 200 pessoas, entre sócios, convidados e representantes das mais variadas instituições do concelho e região.

Ainda no âmbito do 81º aniversário do Clube Naval, realizou-se no domingo dia 4 de Setembro um torneio de pesca desportiva de alto mar e nos dias 2 a 4 de Setembro, na baía de Sesimbra, realizou-se o VII Campeonato de Portugal na classe optimist em que participaram atletas dos clubes

81º Aniversário do CLUBE NAVAL

nacionais com maior represen-tatividade na modalidade.

O jantar comemorativo contou com a presença dos Presidentes da Câmara Muni-cipal de Sesimbra e da APSS - Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra e do Adjunto do Capitão do Porto de Setúbal, além de muitas outras individualidades convidadas e corpos sociais do Clube Naval.

É de salientar ainda que du-rante o jantar, um buffet do mar servido pela equipa do Hotel do Mar, houve música ao vivo e o partir do bolo de aniversá-rio pela sócios mais antigos presentes, D. Maria Eugénia Braz e Pedro da Silva Filipe.

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16O SESIMBRENSE | 27 DE SETEMBRO DE 2011

O SESIMBRENSE

Durante o mês de Setembro realizaram-se as tradicionais festas religiosas da Senhora da Luz e da Senhora do Cabo: uma afirmação de continuidade num mundo em mudança.

Muito treino, à media de 2 vezes por semana, durante mês e meio, assegu-raram a André Jacinto e ao seu companheiro, António Mendonça, a vitória na Regata de Aiolas que teve lugar no passado Domingo, dia 25, com a participação de 28 duplas concorrentes.

A equipa feminina melhor clasificada é formada por Ana Paula Duarte e Cláu-dia Polido, tendo sido este o primeiro ano em que a Câmara criou um prémio específico para melhor dupla feminina.

Voltamos a publicar a fotografia antiga da Cotovia, facultada pelo senhor Manuel Pereira Silva, devido a um erro na identificação das casas. Na realidade, a casa com moradores à porta é o actual Café Esperança e a seguir a casa que funcionou como florista, e vende actualmente artigos eléctricos.

Na nossa anterior edição, na notícia sobre o aniversário dos Bombeiros Voluntários, cometemos um erro na identificação dos laços familiares de Maria Eugénia Pólvora Braz, do qual pedimos desculpa. Maria Eugénia, que aqui vemos a comemorar o seu 90º aniversário, em Abril passado, é viúva de Joaquim Pinto Braz, e filha de Abel Gomes Pólvora.