o sesimbrense - edição 1153 - agosto 2011

16
ANO LXXXV • N.º 1153 de 31 de Agosto de 2011 • 1,00 € • Taxa Paga • Monte Belo • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00212011GSCLS/SNC) Páginas 3 e 6 Página 12 Página 8 Página 10 Página 10 Página 13 Assembleia Municipal António Ratinho A Assembleia Municipal de Sesimbra aprovou uma alteração à tarifa de esgoto, e a contratação de um novo empréstimo, no valor de 1 milhão de euros, para financiar as obras do loteamento da Ribeira do Marchante, na Quinta do Conde, e da estrada dos Murtinhais, na Lagoa de Albufeira. Há 30 anos que António Ratinho começou a revelar ao público os seus dese- nhos e pinturas: começou por expor alguns trabalhos na exposição “Sesimbra e o Mar, em Maio de 1981. Em Setembro desse mes- mo ano fez a sua primeira exposição individual na an- tiga sala das Finanças. Grandes investimentos na região em risco Os cortes na despesa pública do Estado começam a atingir a Península de Setúbal: o Governo anunciou que já não será construido o Hospital Seixal/Sesimbra, e várias obras rodoviárias do Baixo Tejo também serão anuladas. O Governo anunciou ainda o fim da empresa do Arco Ribeirinho Sul, que tinha como objectivo requalificar as antigas zonas industriais da Lisnave, Siderurgia e CUF/Quimi- gal, ficando em dúvida qual o futuro dessa requalificação. Inaugurada nova ponte-cais Foi inaugurada no passado dia 6 de Agosto uma nova ponte-cais no Porto de Abrigo de Sesimbra, destinada aos barcos da pesca longínqua. Carlos Lopes, presiden- te da APSS, considerou que a nova estrutura melhora as condições de operacionalidade da actividade piscatória no porto de Sesimbra. Porém, só com a construção de mais uma ponte cais - a nº 4 - é que poderá ser ampliada a marina para barcos de recreio. Marina Gourmet Pastelaria Rabeça A antiga gelataria do jar- dim foi adquirida há 29 anos por João Calder e rebaptizada como “Mari- na Gourmet”. Juntamente com a Gelataria e Pastela- ria “Futóchocolate”, consti- tuem estabelecimentos de excelência no ramo dos gelados. O Supermercado “Super- Sol”, localizado na Car- rasqueira, fechou portas, lançando no desemprego dezenas de trabalhadores e forçando o encerramento de outras lojas que ali se localizavam, e cujos pro- prietários foram apanha- dos de surpresa. José Manuel Macedo, o dinâmico proprietário da Padaria do Gá”, inaugu- rou no passado dia 22 de Julho um novo estabele- cimento de pastelaria, no Zambujal, à beira da es- trada para o Cabo, com o nome de “Rabeça”, a alcu- nha da família. Página 4 Página 5 Página 12 Bombeiros Voluntários de Sesimbra Grupo Desportivo de Sesimbra Grupo Desportivo de Alfarim Já com 35 anos de vida, o “Alfarim” continua de boa saúde, apesar de serem hoje maiores as preocupa- ções financeiras, segundo o seu presidente, José Fer- nando Dias, que se queixa do pouco reconhecimento do poder central por estas entidades associativas. Foram muitos os atletas homenageados na ceri- mónia do 64º aniversário do GDS, revelando o des- tacado papel que continua a desempenhar na promo- ção do desporto amador. Mas a situação financeira continua a ser uma grande preocupação. Os Bombeiros Voluntários de Sesimbra assinalaram o seu 108º aniversário com a tomada de posse do seu novo comadante operacional, Ricardo Ma- cedo Cruz, que regressa ao cargo que já tinha de- sempenhado entre 2003 e 2008. Página 5 Página 12 Página 13 Deverá ter início no próxi- mo ano o “Finisterra - Ar- rábida Film Art & Tourism”, um festival de cinema que pretende promover a Ar- rábida e o Cabo Espichel como destinos turísticos, mas atraíndo, igualmente, produtores e realizadores para novas iniciativas cine- matográficas nesta zona, já muito procurada para esse fim. Uma onda de assaltos está a marcar o verão em Sesimbra, onde vários es- tabelecimentos comerciais tê sido roubados a coberto da noite. O caso mais preocupante ocorreu na Quinta do Con- de, onde um septuage- nário foi esfaqueado com gravidade, depois de ter sido assaltado , com a sua esposa, na via pública. Economia Local Política Local SuperSol encerra Turismo Segurança Associativismo

Upload: jornal-o-sesimbrense

Post on 18-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

TRANSCRIPT

Page 1: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

ANO LXXXV • N.º 1153 de 31 de Agosto de 2011 • 1,00 € • Taxa Paga • Monte Belo • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00212011GSCLS/SNC)

Páginas 3 e 6Página 12

Página 8

Página 10

Página 10

Página 13

Assembleia Municipal

AntónioRatinho

A Assembleia Municipal de Sesimbra aprovou uma alteração à tarifa de esgoto, e a contratação de um novo empréstimo, no valor de 1 milhão de euros, para financiar as obras do loteamento da Ribeira do Marchante, na Quinta do Conde, e da estrada dos Murtinhais, na Lagoa de Albufeira.

Há 30 anos que António Ratinho começou a revelar ao público os seus dese-nhos e pinturas: começou por expor alguns trabalhos na exposição “Sesimbra e o Mar, em Maio de 1981. Em Setembro desse mes-mo ano fez a sua primeira exposição individual na an-tiga sala das Finanças.

Grandes investimentos naregião em risco

Os cortes na despesa pública do Estado começam a atingir a Península de Setúbal: o Governo anunciou que já não será construido o Hospital Seixal/Sesimbra, e várias obras rodoviárias do Baixo Tejo também serão anuladas.O Governo anunciou ainda o fim da empresa do Arco Ribeirinho Sul, que tinha como objectivo requalificar as antigas zonas industriais da Lisnave, Siderurgia e CUF/Quimi-gal, ficando em dúvida qual o futuro dessa requalificação.

Inaugurada nova ponte-cais

Foi inaugurada no passado dia 6 de Agosto uma nova ponte-cais no Porto de Abrigo de Sesimbra, destinada aos barcos da pesca longínqua. Carlos Lopes, presiden-te da APSS, considerou que a nova estrutura melhora as condições de operacionalidade da actividade piscatória no porto de Sesimbra. Porém, só com a construção de mais uma ponte cais - a nº 4 - é que poderá ser ampliada a marina para barcos de recreio.

MarinaGourmet

Pastelaria Rabeça

A antiga gelataria do jar-dim foi adquirida há 29 anos por João Calder e rebaptizada como “Mari-na Gourmet”. Juntamente com a Gelataria e Pastela-ria “Futóchocolate”, consti-tuem estabelecimentos de excelência no ramo dos gelados.

O Supermercado “Super-Sol”, localizado na Car-rasqueira, fechou portas, lançando no desemprego dezenas de trabalhadores e forçando o encerramento de outras lojas que ali se localizavam, e cujos pro-prietários foram apanha-dos de surpresa.

José Manuel Macedo, o dinâmico proprietário da “Padaria do Gá”, inaugu-rou no passado dia 22 de Julho um novo estabele-cimento de pastelaria, no Zambujal, à beira da es-trada para o Cabo, com o nome de “Rabeça”, a alcu-nha da família.

Página 4 Página 5 Página 12

Bombeiros Voluntários de Sesimbra

Grupo Desportivo de Sesimbra

Grupo Desportivo de AlfarimJá com 35 anos de vida, o “Alfarim” continua de boa saúde, apesar de serem hoje maiores as preocupa-ções financeiras, segundo

o seu presidente, José Fer-nando Dias, que se queixa do pouco reconhecimento do poder central por estas entidades associativas.

Foram muitos os atletas homenageados na ceri-mónia do 64º aniversário do GDS, revelando o des-tacado papel que continua

a desempenhar na promo-ção do desporto amador. Mas a situação financeira continua a ser uma grande preocupação.

Os Bombeiros Voluntários de Sesimbra assinalaram o seu 108º aniversário com a tomada de posse do seu novo comadante

operacional, Ricardo Ma-cedo Cruz, que regressa ao cargo que já tinha de-sempenhado entre 2003 e 2008.

Página 5

Página 12

Página 13

Deverá ter início no próxi-mo ano o “Finisterra - Ar-rábida Film Art & Tourism”, um festival de cinema que pretende promover a Ar-rábida e o Cabo Espichel como destinos turísticos, mas atraíndo, igualmente, produtores e realizadores para novas iniciativas cine-matográficas nesta zona, já muito procurada para esse fim.

Uma onda de assaltos está a marcar o verão em Sesimbra, onde vários es-tabelecimentos comerciais tê sido roubados a coberto da noite. O caso mais preocupante ocorreu na Quinta do Con-de, onde um septuage-nário foi esfaqueado com gravidade, depois de ter sido assaltado , com a sua esposa, na via pública.

Economia Local

Política Local

SuperSolencerra

Turismo Segurança

Associativismo

Page 2: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

2O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 2011

Editorial

Pescas - Julho

Esta irregularidade de pescas é uma constante que nos custa aceitar mas a que nos temos de habituar, ten-do em conta o conformismo dos que dela vivem, sem uma forte contesta-ção ao afundar, dia a dia, dum sector produtivo, cujo desaparecimento trará, sobretudo para Sesimbra, uma séria provação económica e social.

Este Julho perdeu-se no arrasto, na Artesanal e só o cerco teve um alto rendimento de capturas que não

rendem à devida compensação na lota pelo diminuto valor das espécies pescadas, em relação a Junho pas-sado. O arrastar desta situação pre-ocupa, quem como nós, sempre tem acompanhado de perto o evoluir des-te negativismo sem que se cuide de transformar para que Sesimbra e este rico litoral país piscatório, volte a ser exportador das nossas famosas espé-cies de peixe.

Pedro Filipe

A Força Aérea e a Marinha, através de um helicóptero EH-101 da Esquadra 751 (Força Aérea), do Submarino Arpão e do NRP Hidra (Marinha), real-izaram no dia 9 de Agosto, ao largo de Sesimbra, o exercício conjunto Sarex Subarpao. Este exercício consistiu numa missão de Busca e Salvamento ao Submarino Arpão.

Foram criados vários eventos e in-cidentes, para a realização do Sarex Subarpao, com o objectivo de treinar e preparar, quer as tripulações do EH-101, quer do submarino, que podem ser chamados a intervir em ocorrências desta natureza.

Além da diversidade de situações, do rigor e do realismo que esteve presente neste exercício, esta Força treinou os procedimentos de busca e salvamento em submarinos, em ambiente diurno e, pela primeira vez, em ambiente noctur-no, tirando partido dos sistemas e equi-pamentos de que o EH-101 da Força

Força Aérea e Marinha em exercício ao largo de Sesimbra

Aérea dispõe para efectuar missões de busca e salvamento a navios, embar-cações e submarinos, por vezes sob condições extremas, tanto climatéricas como outras.

A realização deste exercício permitiu treinar as tripulações dos sistemas de armas envolvidos, bem como avaliar o estado de prontidão e capacidade de resposta dos mesmos, em missões de Busca e Salvamento a um submarino, neste caso, do Submarino Arpão.

A quebra da actividade da construção – que tem sido, nos últimos anos, o prin-cipal sector da economia do Concelho de Sesimbra – associada ao anúncio da suspensão ou “reavaliação” de grandes investimentos previstos para a Península de Setúbal (hospital do Seixal/Sesimbra, rede rodoviária do Baixo Tejo, projectos do Arco Ribeirinho Sul) são apenas alguns reflexos da crise económica na nossa região. Mas o turismo e a pesca também começam a evidenciar proble-mas, traduzidos nas crescentes dificul-dades financeiras de algumas empresas.

Haverá possibilidade de estabelecer uma estratégia local para ajudar as nossas empresas a enfrentar a crise? Ainda que seja possível, não será fácil, pois o associativismo empresarial é praticamente inexistente em Sesimbra. Talvez a primeira medida a tomar deva ser nesse sentido: que os empresários tomem a iniciativa de se organizar, ainda que seja apenas para debater entre si os seus problemas, procurando soluções, delineando um caderno reivindicativo para negociar com o poder político, local e central.

É um facto que existe uma associa-ção empresarial regional: a AERSET, Associação Empresarial da Região de Setúbal, mas é como se não existisse. Alguém, em Sesimbra, conhece alguma iniciativa da AERSET em defesa do nosso tecido empresarial?

Bem, a AERSET apareceu recente-mente nas páginas de alguns jornais, mas pelos mais estranhos motivos: a demissão de representantes seus na direcção da empresa Parque Santiago, empresa formada pela AERSET e pela Câmara de Setúbal para gestão dos terrenos onde se realiza a Feira de Santiago, e onde deveria ter nascido também uma Feira Industrial regional, com instalações apropriadas. Motivo da

Tempos difíceisdemissão: o facto da empresa Parque Santiago não pagar a dívida que tem às empresas Teodoro Gomes Alho e Montiterras. A demissão dos referidos representantes – um dos quais, António Capoulas, é o próprio presidente da AERSET – visa pressionar a Câmara de Setúbal, com quem dizem ter “desen-tendimentos insanáveis”. Dir-se-ia que é a Câmara de Setúbal que manda no Parque Santiago; no entanto, a maioria do capital da empresa (55 %) é contro-lada pela AERSET...

A referência a esta notícia visa revelar uma estranha característica do associa-tivismo empresarial regional: apesar de ter como associados gigantes empresari-ais como a Auto Europa, a Lisnave ou a Portucel, APSS – a AERSET parece ter a sua estratégia dependente da Câmara de Setúbal. É sabido que muito do as-sociativismo social, cultural e desportivo depende, em boa medida, dos apoios fi-nanceiros das Câmaras Municipais. Mas que a principal associação empresarial da região esteja refém das dificuldades financeiras duma Câmara, accionista minoritária duma empresa mista, revela a fragilidade desse mesmo associativismo.

O que se espera, essencialmente, é que os empresários financiem as suas associações – em quotizações, mas também financiando/avalizando os respectivos investimentos – de modo a constituirem-se como fortes intituições de pressão para defesa dos interesses económicos da região de Setúbal, ou das sub-regiões respectivas.

Atravessamos uma grave crise finan-ceira e económica, com perspectivas de agravamento. É importante que os em-presários expressem, através das suas associações, quais as soluções para os problemas que ameaçam a região.

João Augusto Aldeia

Um grupo de ex-combatentes, denominado por “Voz dos Comba-tentes”, emitiu uma circular onde são apresentadas várias reivindicações, consequentes de “injustiças cometi-das por diversos Governos ao longo dos anos, sobre aqueles que, na sua juventude, tiveram de abandonar tudo para combater em terras além mar e que hoje sofrem as mazelas e doenças causadas”, dizem. Este grupo, criado no Facebook, apela à defesa dos prin-cípios dos ex-combatentes, a serem aprovados em Assembleia Nacional de Combatentes.

A retirada das ruas e acolhimento em instalações condignas de todos os Combatentes afectados pelo distúrbio de stress pós traumático da guerra; o acesso a alimentação, vestuário, higie-ne pessoal e despesas fúnebres para ex-combatentes sem-abrigo; apoio médico para todos aqueles que em

Ex-combatentes sentem-se injutiçados

missão desenvolveram traumas físicos e/ou psíquicos, a revisão do valor das reformas e subsídios; são algumas das reivindicações feitas por este grupo. Solicitam, ainda, ao Governo para que, em colaboração com os Governos de Angola, Moçambique e Guiné, “sejam recolhidos e trazidos para Portugal todos os restos mortais dos Comba-tentes portugueses falecidos naqueles 3 teatros de operações, aproveitando a louvável e generosa disponibilidade da TAP para fazer o seu transporte aéreo”.

Segundo o Comandante Manuel Henriques, da Liga dos Combatentes de Sesimbra, no concelho conhece apenas quatro ex-combatentes que vivem em dificuldades e que têm rece-bem apoio em consultas de psicologia, não conhecendo, no entanto, qual a natureza exacta do apoio prestado.

Andreia Coutinho

Page 3: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 20113

ONDULAÇÕES

Finalmente, consegui fazer um intervalo no acompanhamento da “crise nacional” para poder dedicar estas Ondulações a um melhor conhecimento de duas das maiores necessidades de Sesimbra. Re-firo – me à velha questão da circulação automóvel e à falta de lugares para esta-cionamento, sobretudo, na vila. Embora os meses de Julho e de Agosto ainda não nos tivessem trazido o desejado verão, o aumento do número de automóveis em circulação na vila e o aumento das dificul-dades de aparcamento, dizem-nos que a época estival está de volta e, com ela, vêm acrescidas preocupações para as fa-mílias que vivem na vila e para os turistas que gostariam de gozar, entre nós, uns dias bem passados. Há muitos anos que esta situação se repete e para a qual não se conhecem culpados directos. É certo que há quem pudesse ter feito mais para que a situação melhorasse, mas não lhes podemos atribuir uma culpa. Ela resulta, substancialmente, do elevado relevo que circunda grande parte da vila, como um lenço num pescoço, e da existência da nossa magnífica baía que continuará a impedir, durante muitos anos mais, a uti-lização de entradas e saídas por sul. Con-tudo, a demora na avaliação da actual si-tuação e do conhecimento da urgência na aplicação das soluções mais adequadas para a melhorar, poderá agravar, ainda mais, a actual situação.

Há muitos anos que as sucessivas edilidades têm convivido com enormes dificuldades financeiras, o que não lhes tem permitido enfrentar, adequadamente, a situação que não pára de se agravar, cada ano que passa. As protecções para melhorar a mobilidade dos peões nos passeios, lançadas nos últimos anos, são de louvar, na medida em que impe-dem a invasão dos respectivos passeios pelos automóveis. Como de louvar é o aparecimento do primeiro parque de es-tacionamento vertical privado, a poente da vila. No entanto, a situação exige um esforço público muito maior que ponha à disposição dos automobilistas vários apar-camentos nas entradas da vila, de fácil acesso para os seus utentes, conjugado com um serviço público de mini-bus para a recolha e a distribuição dos utilizadores dos parques.

Aqui chegados, outras interrogações se nos colocam. Onde poderão ser loca-lizados os aparcamentos e como devem ser distribuídos? Que tipo de aparcamen-tos se deverão utilizar? Ao ar livre, em silos de vários andares ou subterrâneos, aproveitando o relevo circundante? Deve construir-se um ou dois grandes parques ou vários de média dimensão?

Numa pequena vila onde o espaço e o tempo são escassos para tudo, também começa a ser escasso o tempo de que se dispõe para a análise das propostas que se apresentem e para tomar as decisões

que se imponham. Mas, qualquer que seja a escolha, perguntar-me-ão os leitores, a que porta se irá bater para conseguir o fi-nanciamento de um projecto desta enver-gadura, em condições aceitáveis, sobretu-do no período inicial, quando ainda não se cobram receitas suficientes?

Creio que chegámos ao momento de averiguar se Sesimbra poderá oferecer garantias suficientes que tranquilizem os financiadores e se a edilidade poderá responsabilizar-se por manter essas ga-rantias, sem permitir que se degradem? Creio, sinceramente, que sim.

Sesimbra possui condições climáticas excepcionais. As suas praias de finas areias em vários pontos da costa, na pró-pria Vila, no Meco, na Ribeira do Cavalo, entre outras, e o nosso mar que convida a banhos com boas temperaturas, à pesca artesanal, à prática da vela, do remo, ou do surfe, são bons impulsionadores de um turismo de futuro e, portanto, são garantias válidas. O mesmo se passa com as suas riquezas naturais, no conjunto da Vila, no conjunto do Castelo, na Lagoa de Albufei-ra, no cabo Espichel, na Serra da Arrábida, que são garantias válidas. Creio, sincera-mente que se as condições e as riquezas naturais de que dispomos puderem ser apreciadas sem os constrangimentos dos problemas causados por maus acessos e por má circulação na sede do concelho e com a garantia de haver, a curto prazo, bons parques de estacionamento, a edi-lidade poderá apresentar garantias sufi-cientes aos prováveis financiadores.

Não se deve esconder que a economia do concelho perdeu muito desde que, nas vésperas da nossa entrada para a Comu-nidade europeia, nos “convenceram” a vender os trastes velhos, entenda-se os barcos de pesca e as ferramentas agríco-las que, diga – se de passagem, ainda es-tavam em muito bom estado e isto porque, com a nossa entrada na Europa, não pre-cisávamos deles para enriquecer. Cedo percebemos que nos haviam enganado. Tarde demais para arrepiar caminho. A economia das famílias e a economia do concelho têm de voltar a passar pelo re-gresso, em grande, às pescas, ao campo e ao mar. Digo em grande porque, quan-do esse regresso se verificar, a nossa pesca terá de ser tecnicamente perfeita, e os nossos pescadores terão de ganhar novas qualidades, sem perder nenhu-ma das antigas. Não podemos voltar às pescas, em grande, mantendo as velhas mentalidades. Não podemos regressar aos campos, em grande, se não conse-guirmos condições para montar e equipar modernas explorações, bem diferentes das que “escravizaram” os nossos avós. Mas devemos voltar, para que Sesimbra possa dispor de mais garantias, a juntar a todas as outras, para oferecer aos que as solicitarem..

Eduardo Pereira

Lucindo Farinha, de 74 anos, ori-undo de uma família de cordoeiros e carpinteiros navais, faleceu no dia 25 de Junho, no Hospital Pulido Valente, vítima de carcinoma pulmonar. Lucindo

Faleceu Lucindo Farinha

e seu irmão mantiveram, até hoje, a loja de artigos de pesca, a “Casa Na-val”, aberta pelo seu pai no Largo da Marinha — mais conhecida pelo apelido familiar, “Palhinhas”.

Partiu… Não com a marcante genica de há 60 anos, em provas de natação, representando o “nosso” Naval, sob tutela do infatigável “Zé” Braz. Era rápido, nos 33 ou 66 metros livres, a competir com alguns mais velhos como o Alfredo, o Carlos Magalhães ou o Mário Martelo. Mas batia-se bem e granjeava simpatias que lhe perdurariam por toda a vida.

O Lucindo Farinha, perto das suas próprias “bodas de diamante” , partiu na derradeira semana de Julho p.p. e deixou-nos mais pobres de afectos e mais tristes. Pode dizer-se que era uma figura típica e popular de Ses-imbra, radicado na sua clássica loja do Largo da Marinha onde havia de tudo para todos, a partir de mágicas

gavetinhas que o Lucindo dominava sempre solicito e simpático. Tal a mensagem histórica da Loja de “Tem Tudo” que de vez em quando era vis-itada por turistas, de digital em punho, para fotografarem as gavetinhas e o sorriso acolhedor do Lucindo.

Era, para mim, um amigo que muito prezava, um saudoso colega das lides desportivas do Clube Naval, nos primórdios da década de 50. Vou sen-tir a falta de me cruzar com o Lucindo e trocarmos os bons dias da praxe. Mas sei que a sua loja vai continuar e que os seus muitos amigos não vão esquecê-lo.

Até sempre, “pêxito” de qualidade.

David Sequerra

A loja de vestuário “Bom Preço”, na Rua da Fortaleza, a papelaria “Ave-nida”, na Av. da Liberdade e a loja “Bazar”, na Rua Professor Marques Pólvora, foram alvo de mais uma onda de assaltos, na madrugada de 22 de Agosto, na aparentemente pacata vila de Sesimbra. Os métodos utilizados pelos assaltantes foram idênticos nos três estabelecimentos furtados: utiliza-ção de pedras para partirem as portas e montras, forçando assim a entrada nos locais.

A proprietária do estabelecimento “Bom Preço”, Margarida, situado junto à Fortaleza, conta que o alarme soou às 4:20 horas da manhã, tendo sido alertadas de imediato as autoridades. “O vidro da montra foi partido e leva-ram principalmente camisas, todas as que conseguiram, deixando outras tantas espalhadas, até pela rua, nem sei contabilizar o prejuízo…”, refere a proprietária do estabelecimento, que já antes fora assaltado por três vezes.

Pelas 6 horas da manhã do mesmo dia, teve lugar o assalto à papelaria “Avenida”. Aqui partiram o vidro da porta e levaram o tabaco que conse-guiram, no valor de cerca de mil euros. Fernanda Louro, a proprietária, refere que “esta é a quarta vez que partem as montras da papelaria, mas é a primeira em que assaltam e furtam, o que signi-fica que está a piorar de dia para dia”. Fernanda mostra-se revoltada com a inércia de quem pode intervir, desta-cando a falta de policiamento que se faz sentir nas ruas de Sesimbra. “Para além da falta de segurança, a rua é muito escura, os candeeiros são altos e a luminosidade deles fica tapada pelas copas das árvores”.

Entre as 6 e as 7 horas da manhã foi a vez da papelaria “Bazar”, de Gracinda Verissimo, assaltada pela terceira vez consecutiva. “Em menos de dois meses fui assaltada duas vezes, desta última voltaram-me a levar todo o tabaco, per-fumaria, entre outros produtos, … ainda não contabilizei os danos e os produtos furtados”. Aqui também os assaltantes partiram os vidros da porta para pode-

Onda de assaltosComerciantes queixam-se da passividade das autoridades

rem entrar. Aqui também a proprietária sente insegurança e injustiça por parte das autoridades, que vieram três vezes aos locais assaltados durante esta madrugada agitada, sem que tenham tomado outro tipo de medidas, logo no primeiro assalto às 4 horas da manhã. “Eu perguntei aos agentes porque voltaram ao posto e não patrulharam a zona logo após ao primeiro assalto, ao que me responderam que tiveram que preencher os documentos dos furtos…”, desabafa Gracinda, enquanto acrescenta o facto de não ter sido cha-mada qualquer equipa de perícia para examinar impressões digitais, como acontecera após o anterior assalto que sofrera, “acabei por encontrar a pedra que serviu para partirem os vidros, le-vei-a às autoridades, mas disseram-me que não era necessário para qualquer tipo de investigação”.

* * *

O descontentamento por parte des-tes comerciantes é geral, as queixas de pouca facturação são muitas, o que, somado com estes consecutivos furtos e prejuízos, se traduz na dificuldade, referida por eles, em manter as suas portas abertas ao público. Os proprie-tários furtados mostram-se abalados com os consecutivos roubos, com a inércia das autoridades, com a demora da chegada dos agentes ao local… Alguns dizem mesmo só vislumbrarem duas hipóteses: ou fechar os estabele-cimentos, ou ficarem lá a dormir.

Andreia Coutinho

Page 4: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

4O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 2011

Como surgiu o nome Ma-rina?

Surgiu quando fizemos a primeira obra, quando com-prei o estabelecimento ao Sr. Manuel Agostinho, e os italia-nos pertencentes à casa que montou a gelataria, um arqui-tecto e um engenheiro, quando decoraram a loja fizeram umas ondas nas paredes, então daí o nome Marina.

Os gelados por si com-ercializados são artesanais e confeccionados aqui no estabelecimento?

Sim, todos. A receita é an-tiga, já do primeiro proprietário mas enriquecida ao longo dos tempos por mim e pela minha esposa, Mariana Calder. Havia 7 a 8 sabores antes de eu vir para aqui, hoje temos uma gama alargada de cerca de 50 a 60 variedades de sabor. Fomos experimentando e fre-quentando colóquios para empresas fornecedoras dos produtos, para estarmos sem-pre sensíveis às necessidades de mercado.

E qual o segredo para o sucesso destes gelados?

Não temos ingredientes es-peciais nem segredos, há uma base feita, da qual se parte para vários sabores, confec-cionada com leite, açúcar, ovos e estabilizante. O que faz a diferença são as quantidades certas – e, claro, a qualidade.

E como explica a procura dos seus gelados por parte de vários clientes de outras zonas?

O segredo – que não é segredo – é, por exemplo, no gelado de chocolate, se é necessário utilizar 500 gramas de chocolate, então não utili-

Marina Gourmet

João António Macedo Calder é proprietário do estabelecimento “Marina Gourmet”, no largo 5 de Outubro, há 29 anos, e da Gelataria e Pastelaria “Futóchocolate”, junto ao largo de Bombaldes, há 21. O estabelecimento junto ao jardim já comercializa gelados artesanais há 51 anos, e João Calder deu-lhe inicialmente o nome de “Marina Gelataria”, não alterando as receitas dos gelados tão procurados; quando, em 2009, alargou o espaço para outro tipo de produtos, rebaptizou-o como “Marina Gourmet”.

“Amealhar no Verão para sobreviver no Inverno”

zar apenas 250 ou 300, para poupar. Temos clientes que dizem que nem no estrangeiro encontram gelados com este sabor e esta qualidade. Sinto-me lisonjeado, é o reconheci-mento do nosso trabalho.

Quais os sabores que mais vende?

Limão, morango, chocolate, baunilha, caramelo, after eight, amêndoa, stracciatella, são os mais tradicionais. Depois temos os rotativos, aqueles mais diferentes, como o gelado de arroz doce, o gelado de nata com noz caramelizada, de laranja com chocolate, de manga-laranja, de Piña colada, de nata com morango, entre outros, … Tentamos fazer gelados diferentes e apostar numa diversidade e que só aqui se encontra. Dá mais tra-balho, no caso do arroz doce tem que se fazer á parte como se fosse fazer mesmo taças de arroz doce e depois juntar à base do gelado.

Para além do gelado na bolacha ou em copo quais as outras especialidades?

Temos cerca de 30 traças de gelado diferentes para ir à mesa, bolos em gelado, muitos deles para aniversário, a Cas-sata, uma sobremesa típica italiana, uma espécie de bola que leva baunilha, chocolate e no interior frutas cristalizadas, natas e amêndoa torrada tritu-rada. Lá em baixo (na gelataria “Frutóchocolate”) o crepe com gelado é muito procurado.

No inverno as vendas de-crescem bastante?

A procura de gelados diminui bastante no inverno, tentamos amealhar no verão para sobre-vivermos aos outros meses.

Por ser um produto mais direccionado para a época de Verão, a ideia de conciliar a Gelataria com Gourmet foi uma forma de fazer face aos meses de inverno em que os gelados não têm tanta procura?

Posso dizer que sim, o mês de Julho deste ano foi o pior de todos os tempos. Este ano sentiu-se sem dúvida a perda do poder de compra dos clientes e com a venda de produtos gourmet sempre é outro atractivo.

Que tipo de produtos gourmet os clientes aqui encontram?

Desde os vinhos, conservas, patés, azeites, vinagres, chás, chocolates, … Apostamos nos produtos nacionais.

Fizeram alterações na dec-oração quando alargaram o comércio para gourmet?

Sim, precisávamos de uma “cara lavada”, de um aspecto também relacionado com uma loja gourmet. A decoração foi toda realizada por mim e pela minha esposa.

A conciliação destes dois géneros de produtos foi bem aceite pelos clientes?

Foi, sem dúvida, recebe-mos muitas críticas positivas, nomeadamente ao novo as-pecto do estabelecimento e da decoração.

E a procura deste tipo de produtos numa vila tradicio-nal é como esperava?

A grande maioria dos clien-tes que compram os produtos gourmet, são pessoas de fora da vila, os habitantes de cá es-tão muito habituados aos Mini Mercados e às suas rotinas…

Andreia Coutinho

O Sesimbrense falou com o proprietário, Veaceslav Zahar-ciuc, natural da Moldávia, tal como a sua esposa, residentes em Portugal desde 1999, para perceber o porquê da escolha de Sesimbra para a abertura do seu estabelecimento.

Veaceslav saiu de seu país na década de 90, com destino a Alemanha, onde se dedicaram igualmente à cozinha turca, “na Alemanha este tipo de comida tinha muita saída, apesar de ser mais conhecido o prato pita shoarma”, refere.

O motivo de escolha da vila de Sesimbra prende-se essen-cialmente, segundo Veaceslav, “por ser um local que está perto da praia mas ao mesmo tem-po perto de Lisboa, por outro lado o preço dos terrenos é significativamente mais barato comparativamente com outras

zonas, nomeadamente a cida-de de Lisboa”.

O restaurante Bosporus ofe-rece, para além do famoso kebab, hambúrgueres e ca-chorros com vários acompa-nhamentos.

Ao ser questionado acerca da abertura de um negócio em tempos de crise, o proprietário do estabelecimento mostra-se optimista, “como é novidade nesta zona, o povo europeu aprecia este tipo de prato, tem um preço bastante acessível, e é uma comida rápida, nós só temos que estar positivos quanto a este passo que to-mamos”. Acrescenta ainda que

Restaurante BosporusDöner kebab já em Sesimbra

“a própria crise pode ser uma oportunidade para o kebab en-trar em Portugal. Numa época em que os portugueses prefe-rem não fazer muitas refeições fora de casa, ou que procuram restaurantes mais baratos ou até mesmo o take away, o Bosporus vai de encontro a este tipo de necessidades sentidas”.

Veaceslav diz não sentir saudades do seu país natal, “a crise da Moldávia é muito diferente desta realidade, no capitalismo trabalha-se para se receber e no comunismo não...”

A sua esposa está à frente do estabelecimento diaria-mente, enquanto Veaceslav trabalha na construção apro-veitando os “intervalos” de trabalho para ajudá-la no res-taurante. “A adaptação foi rápi-

da, não foi difícil aprendermos a língua portuguesa”, refere Veaceslav aproveitando para dizer que Sesimbra é muito bonita e que o dinheiro ajuda mas não é tudo, “Sesimbra e Portugal em geral, oferecem uma boa qualidade de vida a qualquer família, a comida é muito boa, as pessoas são simpáticas, têm respeito umas pelas outras, não há uma dife-renciação, um racismo, entre nacionalidades como se sente nos outros países da Europa, por isso Portugal, e em espe-cial Sesimbra, é um bom local para se viver”.

Andreia Coutinho

A Cotovia conta com nova especialidade no ramo de restauração, “Bosporus” assim se cha-ma o restaurante com especialidade em Döner kebab, traduzido literalmente, espeto giratório. É um prato tradicional turco, feito de carne assada num espeto vertical e fatiada antes de ser ser-vida, envolvida em pão, ou pide (pão pita turco) salada e molho. Curiosamente, a forma actual do Döner kebab, servido neste tipo de pão, a carne em fatias finas e a diversidade de molhos, foi inventada na Alemanha por imigrantes turcos.

Page 5: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 20115

O Grupo Desportivo de Alfarim, completou mais um ano de sua existência, um ano que por entre glórias e medal-has, a crise, também ela pre-sente no Grupo Desportivo e em tantas outras associações deste género.

José Fernando Dias, presi-dente do GDS desde 1998, tendo já sido presidente em 1995, durante um mandato de 2 anos, e dirigente há 32 anos, fala-nos sobre algumas das dificuldades que a associação está a passar.

ProblemasA nível regional este tipo de

associações enfrenta um prob-lema que se baseia na situa-ção dos dirigentes, “cada vez há menos pessoas a quererem ser dirigentes desportivos, pois exige muito trabalho e perda de tempo”, refere José Dias.

Outra problemática, de con-hecimento geral, é o sector financeiro, “Alfarim continua de boa saúde apesar de que a nível financeiro esteja mais complicado, nos últimos 2/3 anos a situação complicou-se”, explica o presidente da associação dando como uma das causas a crise que se faz sentir, de igual forma, nas autarquias, “estas que nos aju-davam bastante e que agora não conseguem apoiar-nos como antes apoiavam”.

O facto de as modalidades terem que ser todas pagas também dificulta a sobrevivên-cia das associações desta

Grupo Desportivo de Alfarim 35 anos de história

natureza.O presidente refere as

despesas que a associação tem com “os recursos huma-

nos, nomeadamente, limpeza e secretaria, a manutenção do espaço, a luz, o transporte para eventos externos do pa-vilhão, organização de jogos, as inscrições em provas, …” Contudo não deixa de salientar a contribuição dos patroci-nadores, tal como, o apoio prestado pela autarquia.

SoluçõesO grupo Desportivo de

Alfarim, a par de tantos outros grupos desportivos e asso-

ciações, sobrevivem graças à quotização paga pelos sócios, “temos cerca de 1.100 sócios e uma quota mensal de 1€, mas infelizmente só cerca de metade dos sócios têm as suas quotas regularizadas”, refere José Dias, “sendo que por outro lado muitos sócios associam-se apenas quando praticam algum desporto no Grupo, e quando saem deixam igualmente de pagar”. Por-tanto, segundo o presidente do Desportivo, se este tipo de situações fossem regular-izadas, a situação económica da associação melhorava bastante. “Os jovens contin-uam-se a inscrever, contudo estamos num concelho difícil para alguns escalões, nome-

“Alfarim continua de boa saúde apesar de que a nível financeiro esteja mais complicado

adamente nos iniciados na área do futebol”,refere José Dias como outro problema que a associação enfrenta.

Movimento associativo na sociedade

“Este tipo de associações tem um papel muito importante na sociedade”, explica José Dias para evidenciar o papel que o Grupo Desportivo tem, nomeadamente na vida dos jo-vens, visto ser uma ocupação para estes, algo que os cativa, motiva, educa, responsabiliza, … José acrescenta ainda que “o poder central não conhece o movimento associativo, não deveríamos pagar tantos imp-ostos se estamos a praticar o bem e dar ocupação e forma-ção a tantos jovens”.

Queixa-se ainda do facto de se formarem e educarem jovens e os outros clubes interessados poderem levá-los sem qualquer custo até aos 14 anos, “é injusto, pois antigamente davam-nos sem-pre qualquer coisa que nos ajudava a manter a nossa associação, agora até isso acabou, … E aqui torna-se visível o poder dos grandes e dos pequenos…”

ModalidadesKaraté, taekwondo, ginásti-

ca acrobática, aeróbica, ma-nutenção, patinagem, futsal, futebol de 11 em todos os escalões, yoga, são algumas das modalidades praticadas no Grupo Desportivo de Alfarim.

Os praticantes inscritos têm idades compreendidas entre os 5 anos até aos praticantes de ginástica de manutenção, já num escalão sénior.

“Temos mais de 400 atletas, inclusive federados em futebol e em ginástica competitiva”, indica José Dias.

A ginástica e o futebol, são as modalidades mais repre-sentativas do clube e aquelas que continuam a vencer mais competições e provas no dis-trito, sendo a ginástica a mo-dalidade que mais procura tem no GDA, para além do futebol.

TroféusSegundo o presidente do

Grupo Desportivo, “o Alfarim é um dos melhores clubes do distrito a nível da ginástica competitiva, temos óptimas prestações dos nossos atle-tas formados pela professora Patrícia e pelos seus colab-oradores que fazem um trab-alho excepcional”. O Futebol também é um desporto que orgulha a Associação e os seus associados, possuímos títulos em vários escalões, “já fomos campeões nas escolas, nos iniciados, nos juniores, nos juvenis e nos seniores”, diz José Dias orgulhosamente, “este ano conseguimos a manutenção das equipas nos escalões superiores, os juve-nis estão a meio da tabela, os seniores em 4º lugar e os outros escalões fizeram ex-celentes prestações”.

Andreia Coutinho

José Manuel Macedo, o di-nâmico proprietário da Padaria do Gá, inaugurou no passado dia 22 de Julho um novo esta-

Pastelaria Rabeça

belecimento de pastelaria, no Zambujal, à beira da estrada para o Cabo. Com o nome de “Rabeça” - a alcunha de família

José Manuel Macedo, inaugura de José Manuel Macedo, o novo espaço apresenta uma excelente localização e boas instalações, a que se soma a excelente confecção de produ-tos de padaria e pastelaria, com a marca do “Gá”.

O investimento realizado, no entanto, não foi ainda concluí-do na totalidade, pois também inclui novas instalações de con-fecção e cozimento, para poder “aliviar” a produção do forno da Rua da Fé, em Sesimbra, que começam a ser pequenas para as solicitações. Esta compo-nente de fabrico, no entanto, ainda não pôde ser concluída, segundo José Manuel Macedo devido, em boa parte, a proble-mas burocráticos no processo de licenciamento.

José Manuel Macedo não pretende, no entanto, encerrar totalmente o forno da rua da Fé, mas sim aliviar a produção ali feita, bem como a conse-quente necessidade de ocupar a rua com viaturas de apoio à actividade.

Expõe na Sociedade Musical

Jonas Farinha

Esteve patente na Sociedade Musical Sesim-brense, entre os dias 1 e 14 de Agosto, uma ex-posição de Jonas Farinha. Entre alguns trabalhos, destaca-se a sua maqueta do quarteirão entre as ruas Rainha Dona Leonor e Almirante Sande de Vasconcelos.

Page 6: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

6O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 2011

Enquanto alguns clientes, pelas 22 horas do dia 24, assistiam ao jogo do Benfica por televisão no café Ermelinda, na Quinta do Conde, um grupo de indivíduos, de arma de fogo em punho, tomou de assalto o estabelecimento e a esplanada onde se encontravam, igualmente, crianças.

Os assaltantes levaram consigo dinheiro do interior do estabelecimento e peças em ouro de um casal que estava na esplanada.

Por estar envolvida uma arma de fogo, o caso foi entregue à Polícia Judiciária, encontrando-se em investigação.

Gang armado assalta café e clientes

Na madrugada de dia 15, um homem foi esfaquea-do na Quinta do Conde, na via pública, depois de ter sido assaltado juntamente com a sua esposa.

Segundo fonte da GNR, o pedido de socorro do casal que teria sido assaltado, foi dado pelas 04:15 horas. O assalto ao casal aconteceu na Rua Latino Coelho, resultando no ferimento de um homem sep-tuagenário. “A vítima de sexo masculino, foi ferido nas costas cerca de três vezes com uma arma branca, atingindo o pulmão. A viatura do INEM do destaca-mento dos Bombeiros Voluntários da Quinta do Conde prestou apoio no local, e a própria vitima deslocou-se até à viatura, não apresentando, na altura, ferimentos graves, tendo seguido para o Hospital Garcia de Orta”, revelou fonte dos Bombeiros Voluntários. Contudo, a vitima deu entrada na Unidade de Cuidados Inten-sivos, visto tratar-se de ferimentos perfurantes que podem resultar em lesões internas graves.

Idoso esfaqueado

O Sesimbrense tem vindo a noticiar uma série de actos de vandalismo e de criminalidade na freguesia da Quinta do Conde, como veículos incendiados na via pública, esfaqueamentos, agressões a agentes da autoridade, assaltos a pessoas, viaturas, habitações e a estabelecimentos de comércio e serviços – alguns deles não participados por descrença na actuação das autoridades.

Curiosamente, parte destes assaltos ocorre durante o dia, assim como os actos de vandalismo contra o património, como é o caso de contentores do lixo incendiados, vidros dos abrigos nas paragens dos transportes púbicos partidos, dispersores de rega e iluminação pública dos parques danificados, Bi-blioteca do Parque da Vila assaltada e vandalizada, pavilhões das associações da Quinta do Conde no recinto dos festejos dos Santos Populares vandaliza-dos, entre outros casos.

Na sequência desta onda de violência que regular-mente se observa na localidade, a Junta de Freguesia preocupada com a questão, tem vindo a reunir-se com o comando do Posto da GNR da Quinta do Conde, tal como com o Governador Civil do Distrito de Setúbal e com o Coronel Albuquerque, Comandante da Unidade Territorial de Setúbal da GNR.

No dia 1 de Agosto a Junta de Freguesia solicitou uma audiência ao Secretário de Estado da Adminis-tração Interna para abordar o “Reforço do quadro de pessoal adstrito à vigilância, prevenção e combate à criminalidade” e “Instalações para a GNR na Quinta do Conde”, que até à data não recebera qualquer resposta.

Andreia Coutinho

Actos de vandalismo crescem na freguesia

g Criminalidade na Quinta do Conde

Page 7: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 20117

Page 8: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

8O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 2011

No dia 6 de Agosto a APSS procedeu à inauguração da ponte-cais nº 3, com uma cerimó-

nia onde esteve p r e s e n t e José Apo-l i n á r i o , em re -presen-t a ç ã o do se-cretário de esta-do das Pescas, e d e

Augusto Pólvora, presiden-te da Câ-mara de S e s i m -bra.

Carlos Lopes, presidente da APSS; destacou que com esta nova estrutura, “foram criadas melhorias nas condições de operação, na funcionalidade e na ope-ração das infra-estruturas relacionadas com a actividade piscatória no porto de Sesimbra”. Esta ponte cais será utilizada

pelos barcos de maiores dimensões, da pesca longínqua. Referiu também que “ficará por realizar a Ponte Cais 4, de investimento mais elevado, e para a qual não se conseguiu a montagem do esque-ma de financiamento - mas tem projecto feito, em qualquer altura será possível lançar o respectivo concurso.”

Augusto Pólvora congratulou-se com a concretização paulatina do Plano Or-denamento do Porto de Sesimbra, pois trata-se de “investimentos importantes para a pesca, quer pela melhoria de con-dições para a frota de pesca longínqua, quer pelas melhores condições de abri-go.” Formulou o desejo de que o Plano Ordenamento se concretize na plenitude,

APSS inaugurou ponte-cais 3

para permitir a criação de melhores con-dições para o desenvolvimento de outras actividades que se desenvolvem no porto.

Augusto Pólvora desejou ainda que venham a haver melhores notícias quanto a acordos de pesca, para que se possa estancar o movimento de redução dos barcos de pesca e do número de profissionais da pesca, pois considera importante que se trave este declínio acentuado do sector.

José Apolinário, que actualmente é funcionário da Direcção-Geral das Pescas e estava em representação do nível político, referiu que esta zona, em termos de fundo comunitários, tem um pacote financeiro mais restrito de ajudas comunitárias, dado já não ser considera-da uma região de “convergência”, mas referiu ser importante, agora que se está a preparar o novo quadro comunitário que começará em 2014, e a debater o futuro da Politica Comum, que as comunida-des locais participem nesse debate, no sentido duma reformulação dos apoios públicos, direccionando mais ajudas para as comunidades ribeirinhas e para o desenvolvimento das zonas piscatórias.

José Apolinário destacou depois o importante papel das organizações de produtores no reforço da informação ao consumidor, e destacou o papel da

ArtesanalPesca, considerando que tem trilhado “um caminho correcto, que quero aqui mais uma vez sublinhar, não só de informação ao pescador mas também de boas práticas de pesca”, nomeadamente ao mostrar que a pesca artesanal do peixe-espada preto não é o mesmo que a pesca por outras artes menos amigas do ambiente.

Em declarações exclusivas a’O Se-simbrense, José Apolinário referiu que o documento apresentado recentemente pela Comissão Europeia, para regular o sector até 2020, “Tem um excessivo pendor conservacionista, um grande predomínio da visão ambientalista, mas

Fábrica de Conservas no porto de abrigo?

Durante a inauguração da ponte-cais nº 3 tivemos oportunidade de falar com Manuel José Pólvora, da Ar-tesanalPesca, que nos informou que aquela organização tinha apresenta-do uma candidatura para construção de uma pequena unidade de fabrico de conservas, um investimento com o valor global de 2 milhões e 970 mil euros.

Esta unidade, que poderia ser instalada no porto de abrigo, num espaço autónomo relativamente às actuais instalações da ArtesalPesca, serviria para produção das conservas de peixe-espada preto, uma iniciativa de José Nero, em colaboração com a ArtesanalPesca e a loja SSB, iniciativa a que o nosso jornal deu cobertura jornalística em anteriores edições. No entanto, a unidade poderá também produzir conservas de outras espé-cies capturadas em Sesimbra. A sua realização, no entanto, está depen-dente da aprovação da candidatura apresentada.

No futuro, permitirá o deslocamento para nascente do estacionamento das emb de pesca industrial, viabilizando uma futura expansão da área de recreio náutico, a poente, de modo a não haver cruzamentos destas em-barcações, o que permitirá mais 178 lugares, quando as infrasestruturas estiverem concluidas.

o nosso Governo tomou claramente a posição de que era preciso ponderar a componente económica e social, e não apenas a componente ambiental.”

Questionado sobre se entende que Portugal poderá aumentar as suas cap-turas de peixe, José Apolinário disse que “A Comissão Europeia considera que há sobrepesca a nível comunitário, mas as nossas capturas estão relativamente estabilizadas, na nossa Zona Económica Exclusiva, entre 170 a 180 mil toneladas/ano. E juntando a pesca de largo, essas capturas, também nos últimos 10 anos, andam à volta das 200 a 220 mil tone-ladas/ano. A questão tem a ver com a gestão da actividade, por exemplo com a diminuição das rejeições, tem que ser é gradual. “

Não sendo uma resposta directa à nossa pergunta, parece querer dizer que Portugal não poderá, na sua opinião, de facto aumentar as capturas.

Também em exclusivo para O Sesim-brense, Carlos Lopes referiu que quando for construída a ponte-cais 4, está prevista a deslocação da frota de pesca industrial mais para nascente, abrindo espaço para a construção de um porto de recreio entre as pontes cais nº 1 e 2, dando assim ori-gem a mais 178 lugares para o recreio e as marítimo-turisticas.

Quanto ao fundeadouro de barcos de recreio que se encontra no intradorso do molhe exterior, que tem actualmente 70 lugares, manter-se-á ali até ser possível a criação do referido porto de recreio. Adiantou ainda que existe capacidade de ampliação desses 70 lugares.

João Augusto Aldeia

Redes secas pelo tempoCabaças e calamentoMuitos fios emaranhados

Selhas, caixas e tinasRemos, chamas grossas e finasE peões amontoados

Cordas de amarraçõesFerros, boias de latõesOutras de velhas cortiças

Botes e duas aiolasVaras, pexeiros, padiolas,Portas sem dobradiças

Um fato de oleadoCom sueste penduradoJunto à porta da rua

A camarata do moçoA caldeira do almoçoCalendário de mulher nua

Dois bancos já desvalidosAnzois velhos esquecidosUma machucha na selha

Pevides duma cabaçaUma navalha sem graçaNuma bancada já velha

As latas meias de tintaUm pincel que já não pintaE apenas lhe resta o cabo

Peixe seco de enfiadaResto de isca salgadaCheirosos, sarnentos, sem rabo

A porta já mal fechadaE a fechadura arrancadapresa por um cordelo

Duas lâmpadas fundidasVárias selhas já partidasPedaços de arame amarelo

Retrato duma embarcaçãoUma pesca feita à mãoDois remos velhos sem pá

Curvada cana de lemeA vela que já não tremeNum barco de cá para lá

Montes de corda enroladaUma fateixa amarradaNum cabo já desfiado

O capote do arraisQue usado já não é maisJamais pelo mar molhado

Um cão rafeiro e canoaUm gato que corre à toaOssos, espinhas no chão

Buraco de rata peladaUma ratoeira armadaCom um pedaço de pão

E tudo o mais que lhe restaSão coisas que já não prestaNuma loja de companha

E se alguma ainda resisteÉ velha e só existeRecordos, teias de aranha

Velha loja de companha

José Apolinário

Representante do Secretário de Estado das Pescas

Cândido José Lourenço

Tiveram lugar no final de Julho as habituais Festas de Santiago, promo-vidas pela Junta de Freguesia, com a aposta em artistas e artesãos da própria Freguesia.

As condições do tempo - nomeada-mente o forte vento - não permitiram que fosse utilizado o palco ao ar livre, colocado a nascente da Fortaleza de Santiago, pelo que os espectáculos

Festas de Santiagoprevistos decorreram no interior da Sociedade Musical Sesimbrense, onde também havia uma pequena mostra de produtos artesanais locais, com venda ao público.

A encerrar as festas teve lugar um excelente concerto a cargo de Luís Taklin e músicos seus amigos, que teve como tema a música do outro lado do Atlântico, ou seja: música brasileira.

Page 9: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 20119

Fotógrafos de Sesimbra (V)

Fernando Lopes (1908 - 2001)Fernando Figueiredo Lopes nasceu

em 11 de Abril de 1908, filho de Mário Figueiredo Lopes e Guilhermina Lopes, e faleceu em 23 de Fevereiro de 2001. Exerceu a profissão de farmacêutico, dirigindo a farmácia Lopes, que ainda hoje existe, na rua Cândido dos Reis, junto à Capela do Espírito Santo dos Mareantes. Esta farmácia, aliás, era o principal ponto de venda, em Sesimbra, destes postais.

Fernando Lopes editou a mais ex-tensa colecção de Bilhetes Postais com imagens de Sesimbra, todos eles a preto-e-branco. Esta colecção, que teve início, pelo menos, desde 1933, apresentava os postais numerados, tendo sido publicados até ao número 126.

Os postais iniciais da colecção foram reproduzidos pela Ocogravura, Lda. Posteriormente a reprodução, e por vezes também a edição, passou a ser feita pela empresa de António Passaporte (Loty), sendo o próprio António Passaporte autor de algumas das fotografias publicadas, tal como referimos na nossa anterior edição.

Agradecemos ao engenheiro Car-los Gouveia Lopes, filho de Fernando Figueiredo Lopes, as informações que tornaram possível a redacção desta pequena nota.

João Augusto Aldeia

Page 10: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

10O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 2011

Alteração da tarifa de esgoto e novo empréstimo

Assembleia Municipal

A Câmara Municipal de Sesimbra solicitou autoriza-ção para contrair um novo empréstimo de longo prazo, no montante de um milhão de euros, para complementar o financiamento das obras de in-fraestruturas e pavimentação da Estrada dos Murtinhais, na Lagoa de Albufeira, bem como da obra de urbanização da AUGI da Ribeira do Marchan-te, na Quinta do Conde.

Segundo o presidente da Câmara, “O essencial é utilizar esta este empréstimo para libertar verbas das receitas normais, para se conseguir mi-norar o actual valor da dívida

A Assembleia Municipal de Sesimbra reuniu no passado dia 29 de Julho para apreciar duas propostas municipais: uma relativa à alteração da forma de cálculo da tarifa de ligação de esgoto, e outra para contratação de um novo empréstimo, no valor de um milhão de euros.

A alteração na tarifa de esgoto significa que a partir de agora o valor a pagar será proporcinal à área dos

imóveis, enquanto que até aqui a tarifa era calculada com base no seu valor pat-rimonial – facto que gerava situações de injustiça, já que o valor patrimonial é fixado administrativamente, e nem sempre corresponde ao seu valor real.

Segundo o presidente da Câmara, “Quando o municipe adquire um lote numa área já devidamente infraestruturada, não vai pagar nada, a não ser

de curto prazo da Câmara.”Embora aprovada por una-

nimidade, a proposta des-pertou intervenções diversas dos partidos da oposição, essencialmente devido ao crescimento do endividamento municipal. O PS destacou o facto da dívida de curto prazo da Câmara se situar, a meio do ano de 2011, em 21 milhões de euros.

Relativamente a outros pedi-dos de empréstimo submetidos anteriormente à Assembleia Municipal, este apresentava a singularidade de não vir acom-panhado das condições con-tratuais, nomeadamente a taxa

O Partido Socialista, pela voz do deputado Cristóvão Rodrigues, mostrou alguma preo-cupação pelas condições de segurança do recinto do festival de música que teve lugar no Cabeço da Flauta (Super Bock Super Rock),: “A concentração de pessoas era de tal ordem que praticamente eram arrastadas”. Considerou que a Câmara deveria “ser mais exigente perante o promotor, quanto a este aspecto”. Considerou também que o número de recipientes de recolha de lixo naquele recinto foram em número inferior ao necessário, e que os pontos de abastecimento no interior também foram insuficientes para a procura. Cristóvão Rodrigues admitiu, no entanto, que houve melhorias em termos de trânsito, face ao ano anterior. Referiu que o PS não está contra o evento, mas destacou a necessidade “de se exigir ao promotor uma maior qualidade de serviços”.

Em resposta, Augusto Pólvora considerou que o balanço do festival é bastante favorável: “É uma iniciativa que já marca a agenda a nível nacional, é uma grande projecção do Concelho de Sesimbra, com directos em todos os canais de televisão”. Referiu também que a Câmara conseguiu que o promotor passasse nos êcrans do recinto um pequeno video promocional das várias actividades turísticas que se praticam em Sesimbra, “o que, se tivesse de ser pago, custaria uma pequena fortuna”. Considerou que houve uma melhoria significativa no escoamento de trânsito, e admitiu que ainda existe alguma preocupação quanto a poeiras, apesar de ter melhorado face ao ano anterior, tal como melhorou a segurança dentro do recinto.

o custo do requerimento e da inspecção da ligação à rede. Quando o munícipe compar-ticipa nas obras de urbaniza-ção, aplica-se um valor mais baixo, neste caso de 1/3.

No caso de áreas em que foi a Câmara que fez integral-mente as infraestruturas, os municipes pagam a taxa inte-gralmente, num valor próximo do custo real do investimento.”

Esta proposta foi aprovada por unanimidade.

de juro a pagar, pois a consulta feita pela Câmara a diversos bancos não obteve resposta, devido à difícil situação que a banca portuguesa atravessa, ela própria com dificuldade em se financiar junto do sistema bancário internacional.

Dois dos bancos consulta-dos –- o BES e o BPI – res-ponderam mesmo que não estavam interessados em concorrer à concessão do em-préstimo. Fica assim a dúvida sobre se o Executivo Municipal conseguirá dar andamento à autorização concedida pela Assembleia Municipal.

J. A. Aldeia

Super Bock Super Rock

A onda de medidas gover-nativas visando consolidar as finanças do País, e reduzir os défices orçamentais públicos para os valores negociados com a União Europeia e o Fundo Mo-netário Internacional, começa a atingir a Península de Setúbal.

Directamente relacionado com Sesimbra é a anunciada suspensão do hospital do Sei-xal/Sesimbra, que ficaria locali-zado próximo do Fogueteiro. A notícia foi revelada por Augusto Pólvora, na Assembleia Munici-pal do passado dia 6 de Agosto. O Presidente da Câmara de Sesimbra lamentou o facto, e chamou a atenção para as difíceis condições em que está a funcionar o hospital Garcia de Orta, em Almada, para onde se dirigem os utentes de Sesim-bra, lembrando que, por falta de camas naquele hospital, é frequente que os doentes em situações de urgência tenham de ficar nos corredores, nas ma-cas em que foram transportados pelos Bombeiros.

Também relevante é a anun-ciada decisão governativa de cancelar diversos troços rodo-viários do denominado “Baixo Tejo”, uma concessão feita a um consórcio liderado pela BRISA, e que tinha como objectivo re-solver os problemas de coesão territorial, e de ligação entre diversos concelhos da margem sul do Tejo.

O Governo anunciou o can-celamento de seis dos 10 tro-ços desta concessão, sem especificar ainda exactamente quais. A concessão Baixo Tejo integra a construção do lanço de auto-estrada do IC32 (Circular Interna da Península de Setúbal (CRIPS) Funchalinho/Coina, a construção da ER 377-2, entre a Costa de Caparica e a Fonte da Telha, e a manutenção de vias já em serviço. É de referir que muitas obras de arte (nomeada-mente viadutos) já se encontram em construção, como é o caso do viaduto sobre a estrada nacional 378, entre a Flor da Mata e a auto-estrada A2, não se sabendo, no entanto, se este será uma das vias anuladas.

Os autarcas da região criti-caram a decisão do Governo, manifestando-se preocupados com o “retrocesso” da região.

O presidente da Câmara de Se-simbra, Augusto Pólvora, disse à LUSA haver “alguns cortes cegos que nos preocupam”, recordando que se tratam de investimentos “reivindicados há décadas e que correspondiam a compromissos assumidos”. Acrescentou ser “preocupante que as primeiras medidas do Governo em relação à Penín-sula de Setúbal sejam todas no sentido de cortar investi-mentos fundamentais para o futuro das populações e dos Concelhos desta região”. Estes cortes de investimentos poderão ainda ter uma outra consequência em Sesimbra, já que parte das obras do Baixo tejo estavam sub-concessiona-das à empresa Teodoro Gomes Alho & Filhos.

Outra decisão anunciada pelo Governo e com reflexos na Margem Sul é a da extinção da empresa pública do Arco Ribeirinho Sul, que deveria gerir a reconversão dos antigos ter-renos da Lisnave (em Almada), da Siderurgia (no Seixal) e da CUF/Quimigal (no Barreiro). O objectivo desta reconversão seria o de fazer nestas antigas zonas industriais o mesmo que foi feito na zona oriental de Lisboa e que deu origem ao Parque das Nações.

Apesar de ter comunicado a decisão de extinguir a em-presa, o Governo não disse se as referidas operações de reconversão serão igualmen-te suspensas. Entretanto um grupo de deputados do PSD eleitos por Setúbal reuniu com a ministra do Ambiente, da qual dizem ter recebido garantias de que o projecto do Arco Ri-beirinho Sul será concretizado. A ministra teria assegurado aos deputados que a requalificação do Arco Ribeirinho Sul seria feita, mas não através da em-presa que será extinta, decisão com que os referidos deputados dizem concordar.

O problema, no entanto, é que uma operação como a do Parque das Nações assenta essencialmente em projecto s imobiliários, e com a actual recessão dificilmente haverá fi-nanciamento privado e bancário para o concretizar.

J.A.Aldeia

Grandes investi-mentos em risco

Região de Setúbal

Page 11: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 2011 11

Silvério Faneca

Comissão: Angola 1966 a 1969Companhia:Artilharia 1657Especialidade:AtiradorIdade: 66 anos

Jorge Pinhal

Comissão: Moçambique 1972 a 1974Força: ExércitoEspecialidade:Alferes Atirador Idade: 59 anos

Guerra Colonial: 50 Anos

Negativo

Positivo

Negativo

Positivo

Silvério Faneca, assim se chama mais um sesimbrense que em época de guerra, fora enviado para defender as co-

res de sua bandeira. Antes de ir para Angola, Silvério traba-lhou em hotelaria, nomeada-mente no Hotel Espadarte em Sesimbra. Quando chegou a hora de cumprir o serviço mili-tar, assentou praça em Elvas, de seguida tirou a especiali-dade em Estremoz, em Cava-laria 3, na categoria de atira-dor. O ex-combatente seguiu para Angola a 18 de Janeiro de 1966, tendo pela frente uma viagem até ao continente africano de 10 dias.

“Como era muito asmático, fui a inspecções médicas e retiraram-me do mato devido à poeira ser muita, o pó era insuportável”. Como conse-quência do seu problema de saúde, Silvério ficou no aquartelamento, “ali fazia de tudo um pouco. Estava sem-pre na cozinha a ajudar a fa-zer a comida e na messe dos furriéis e sargentos.” Silvério esteve, primeiramente, na re-gião de Nambuangongo, dali foi destacado para Muxalu-ando, zona onde o ex-com-batente e os restantes eram bastante atacados resultando inclusive em baixas. “Como

“O facto de sermos muito jovens, termos que abando-nar os nossos familiares, sem sabermos para onde iríamos, o que nos esperava, quanto tempo e em que condições irí-amos estar, é o pior que retiro deste período”, conta Silvério, “a maior parte deles, jovens, casados, muitos já com filhos, com responsabilidades, ...”, acrescenta.

Enquanto folheia o seu ál-bum de fotografias como se de repente cada imagem da-

quelas ganhasse vida pela boca de Silvério, este aponta o privilégio de não ter ido para o mato devido à sua saúde, “no mato era mais complica-do… Contudo, trabalhei mui-to, colaborei em tudo e isso deixa-me orgulhoso. Ainda hoje sentimos aquela amiza-

estávamos muito cansados, acabamos por ir para uma zona mais protegida no Sul de Angola, Sá da Bandeira, hoje Lubango, ali fizemos o resto da comissão, cerca de 6 meses”, refere Silvério. A sua companhia fazia o reconheci-mento às fazendas de gran-des dimensões, “dar um pou-co de autoridade à povoação, ajudá-la e socorrê-la quando necessário”.

de, o companheirismo, aquele sentimento inexplicável quan-do nos vemos nos almoços anuais.”

Hoje, Silvério é reformado da Companhia Portuguesa Rádio Marconi, onde trabalhou 37 anos na estação de cabos de submarinos, em Sesimbra.

Jorge Pinhal fez a sua re-cruta em Santarém, na Escola Prática de Cavalaria, seguiu-se Santa Margarida onde pre-parou os militares que com ele foram para Moçambique. “Aqui foi essencialmente pre-parar o batalhão de cavalaria. Um batalhão é formado por 3 companhias, a minha era a primeira, cada companhia tinha 4 alferes, eu era um deles, e mais um capitão”, explica, acrescentando ainda que, “foi uma instrução difícil e dura, como era sempre a formação dos militares de ca-valaria a par da formação dos fuzileiros e comandos, uma formação exigente”.

Jorge embarcou a 18 de Julho de 1972, rumo à sua missão, junto de tantos ou-tros jovens portugueses. O alferes e o seu pelotão foram substituir uma companhia que estava num aquartelamento chamado Omar, situado em Cabo Delgado, a Norte de Moçambique, “era uma zona de guerra a 100%, assim que

aterramos de helicóptero fo-mos logo atacados, foi a re-cepção que tivemos da FRE-LIMO*1, não houve baixas mas ficamos logo a saber o que aquilo era.” Segundo Jor-ge Pinhal, o objectivo da For-ça Portuguesa passava pelo impedimento de infiltração de elementos da FRELIMO den-tro do território de Moçambi-que com armamento e novos elementos. “Omar ficava a al-guns quilómetros da fronteira com a Tanzânia, numa zona onde eles passavam. Nós de-víamos impedir que tal acon-tecesse e criar um obstáculo à progressão das forças da FRELIMO através de opera-ções externas ao aquartela-mento que fazíamos”, refere.

“Por isso este aquartela-mento onde estávamos nunca foi bem visto por esta força, arruinámos os planos deles”, explica Jorge referindo que por esta razão não deixavam o acampamento em paz.O aquartelamento estava mui-to isolado, sem população, “não tínhamos contacto com ninguém, a não ser apenas o contacto pelo helicóptero que lá ia uma vez por semana a levar mantimentos, e uma pi-cada que era feita para Mue-da muito poucas vezes, era a chamada picada da morte porque a FRELIMO colocava minas em grande extensão, era complicado percorrer aquele caminho entre Omar e Mueda, de maneira que era pouco frequentada”.

Jorge Pinhal esteve cerca de 6 meses em Omar aca-bando por ser transferido para Nampula por razões de alimentação, “estava em mis-são, no mato, quando tive um ataque alérgico devido à ra-ção de combate”.

*1 FRELIMO (Frente de Libertação de Moçam-bique) - Movimento anticolonialista, de orientação marxista-leninista, fundado em 1962, na Tanzânia, por Eduardo Mondlane. Após algum tempo de treino, prin-cipalmente em campos na Tanzâ-nia, a FRELIMO lança uma cam-panha militar em Moçambique, em 1964, em nome da libertação do território moçambicano, então sob o domínio português.

“A morte de um militar foi o pior acontecimento do tempo em que estive em Omar, era alferes como eu. Pisou uma mina colocada pela FRELI-

MO. A morte de um compa-nheiro de tropa é sempre o que deixa mais marcas. O facto de estarmos completa-mente isolados e de estarmos sujeitos a ataques por parte da FRELIMO, sem saber qual a noite em que atacavam, era psicologicamente aterrador”, refere.

Como aspecto mais positivo desta experiência que durou cerca de dois anos e meio, o ex-combatente aponta a dis-ciplina, o respeito mútuo e a camaradagem que sempre houve enquanto esteve em Omar. “Nunca houve indisci-plina, nunca tivemos casos de processos disciplinares contra ninguém. Enquanto estive num teatro de guerra tão agreste e tão difícil é im-portante salientar que sempre houve esta camaradagem sã entre todos os militares”.

O alferes não deixa de refe-rir as boas recordações que o acompanha, “fui e vim, mais que isso, vim bem sem qual-quer problema de saúde, ao contrário de tantos outros que vieram com membros ampu-tados ou com problemas psi-cológicos…”.

Quando voltou, terminou os estudos, licenciando-se na Faculdade de Direito. Jor-ge Pinhal é advogado há 30 anos.

Jorge Pinhal escreveu artigos para O Sesimbrense enquanto esteve em Moçambique

“(...) Num aquartelamento de frente, onde há menos possibilidade de distracção, os soldados possuem uma peculiar forma de sentir a chegada do correio, já que não existe o simpático funcionário dos C.T.T. para ir depor em casa de cada um, aquilo que lhe é destinado.Quando lá ao longe se começa a ouvir o ruído surdo e vago dos motores do táxi aéreo vê-los, aos soldados, a gritarem a plenos pulmões, impelidos por uma força que não conseguem controlar: “ Avião!” “Avião!””Avião”... É que, “ali” pode vir o conforto psíquico que irá transformar aquele dia, que até então era de esperança, num enorme e ridente festejar de vida.Quando o avião chega, saem géneros frescos, peças de mecânica...e o inconfundível saco do correio. A expectativa aumenta. Na secreta-ria faz-se a separação: oficiais, sargentos, praças. Estes, que são em maior número, possuem o maço mais volumoso. O sargento de dia, transportando entre braços o precioso conteúdo, sai à procura de um local alto, donde, com mais facilidade, possa fazer a distribui-ção. Mas antes que alcance isso, vê atrás de si, ao seu lado e à sua frente, uma nuvem de jovens que lhe impedem o caminhar. Mas não há distúrbios. Há esperança, pois”deve chegar hoje uma carta de um amigo que tenho em França, ou, pelo menos, notícias da família...”.Os nomes vão surgindo e os contemplados pulam por dentro. Mas até à última mensagem todos esperam, pois aquela pode ser, final-mente, a desejada.Depois sentimos bem que as pessoas são seres individualizados - uns procuram uma árvore solitária e sentam-se junto ao tronco, quedos, absortos e felizes com as notícias que o avião lhes trouxe; outros, preferem um recanto da caserna que lhes permita a reflexão, ao passo que aparece sempre o grupo dos que gostam de contar aos amigos aquilo que mal acabaram de ler.Passados os primeiros minutos, fica a certeza de uma posição que se tomou, e aquele dia que até ali fora de esperança, transformara-se, por causa do correio, no mais lindo dia do mês das flores.Que me desculpem, mas quando o correio chega, os corpos vibram, as almas sonham e o homem consubstancia-se, através do senti-mento e da razão, no mais maravilhoso dos animais.”

Escrito no aquartelamento de Omar, Cabo Delgado, Moçambique, em Outubro de 1973. Publicado no jornal “O Sesimbrense” ,em 23/12/1973.Andreia Coutinho

Page 12: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

12O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 2011

Por iniciativa do fotógrafo Carlos Sargedas, deverá ter início no próximo ano o “FIN-ISTERRA - Arrábida Film Art & Tourism Festival”, um festival de cinema que pretende capi-talizar as marcas “Arrábida” e “Cabo Espichel” e o historial da utilização das suas paisa-gens em numerosos filmes, quer obras de ficção, quer de promoção turística. Entre os filmes mais conhecidos internacionalmente e que in-cluíram imagens destas zonas, Carlos Sargedas cita “A Casa dos Espíritos”, que trouxe até nós o actor Jeremy Irons, ou a presença de Cameron Diaz no filme “O Circulo Invisível”, entre muitos outros. Também poderíamos acrescentar Ca-terine Deneuve e John Mal-kovich no filme “O Convento”, filmado na Arrábida, e que apesar de ser de um realizador português – Manoel de Oliveira – teve grande projecção inter-nacional.

Outros objectivos desta ini-ciativa, segundo Carlos Sarge-

das, são os de “atrair produ-tores e realizadores nacionais e internacionais a vir filmar num dos locais mais bonitos do mundo e uma das 7 maravilhas de Portugal. Também pre-tende atrair o turista amante de cinema que normalmente gosta de visitar ‘locais de culto’ onde se passaram cenas de grandes filmes”.

Entretanto, e como “rampa de lançamento” e apresenta-ção do festival Finisterra, terá lugar durante os próximos dias 9 a 11 de Setembro, no cine-teatro João Mota, uma Mostra de Filmes de Turismo; no primeiro destes dias, pelas 10 horas, será feita a apresen-tação da iniciativa.

Carlos Sargedas destaca ainda que esta Mostra “só é possível com o alto patrocínio da Câmara Municipal de Ses-imbra e o grupo Turiforum que desde a primeira hora aceitaram este projecto, mas principalmente com a colabo-ração do Festival Art & Tur de Barcelos”.

FinisterraFestival de Filmes de Turismo da Arrábida

O Grupo Desportivo de Se-simbra comemorou o seu 64º aniversário com uma sessão solene, onde foram homena-geados os atletas e equipas que se distinguiram no decurso do último ano, bem como os sócios com 25 e com 50 anos de ligação ao GDS. A extensa lista de atletas distinguidos re-vela o importante papel que o GDS mantém na promoção do desporto amador no concelho.

Para além do destaque dado às modalidades e atletas, o discurso de Sebastião Patrício, presidente da Direcção, debru-çou-se mais uma vez sobre as dificuldades financeiras do clube, agravadas pela actual conjuntura económica que o País atravessa, dificuldades nas quais pesam bastante os encargos com o novo edifício da piscina municipal, e parti-cularmente os encargos com a factura energética.

Sebastião Patrício mostrou-se igualmente preocupado com o atraso na construção do novo estádio, ao mesmo tempo que o actual campo de jogos revela necessidade de algumas intervenções.

O presidente da Câmara, Augusto Pólvora, após ter reconhecido o relevante papel desenvolvido pelo GDS na promoção de diversas modali-dades desportivas, aproveitou para dar algumas informações sobre as obras de construção

GDS: 64 anos com glórias no presente e dificuldades no horizonte

do novo estádio que, como se sabe, se integram no pro-cesso de urbanização da Av. da Liberdade (zona norte). Reconhecendo embora al-gum atraso, Augusto Pólvora manifestou-se optimista face à realização destas obras. Disse que “os projectos das espe-cialidades do edifício do novo estádio já estão entregues na Câmara, tivemos uma reunião há 15 dias, com todos os pro-jectistas, e esperamos ter em breve os projectos completos e em condições de serem aprovados, logo após, a obra poderá começar.”

No entanto, Augusto Pól-vora também admitiu que a actual situação de dificuldade dos Bancos na concessão de financiamentos, poderá atra-sar o início das obras. Sobre a necessidade de alguma intervenção no actual estádio da Vila Amália, o presidente da Câmara disse que “terão de ser obras mínimas, de conservação, ao nível do rel-vado, pois não seria lógico estarmos a fazer investimentos num equipamento que é para ser demolido dentro de muito pouco tempo.”

Frisou que vivemos “uma situação financeira de grande complexidade, o que impli-ca que tenhamos de reduzir custos”. Sobre os apoios con-cedidos pela Câmara, disse que “temos de ser justos com

o apoio que damos a todo o Concelho, não podemos pôr todos os ovos no mesmo ces-to, e portanto é dentro deste quadro que temos de ser muito rigorosos na forma como apli-camos os dinheiros públicos. É por isso importante que os atletas, os pais, os associados do Clube, percebam que este é um problema de todos, por isso todos temos de fazer um esforço.”

Informando que houve re-centemente uma alteração ao Regulamento de apoio ao Des-porto, no sentido de reduzir verbas, acrescentou que “isso significa que vai haver menos dinheiro disponível para con-tratar técnicos, que terão de aceitar trabalhar em condições mais difíceis. Também esta-mos a rever o Regulamento de apoio aos transportes. Os pais têm que poder dar um maior apoio: sei que não é uma tarefa fácil, neste momento também as famílias enfrentam dificuldades, mas é importante que todos aqueles que podem, dêem o seu contributo.”

Augusto Pólvora terminou com um apelo à unidade: “Tal como os Azes, o Vitória e o União se uniram há 64 anos para formar o GDS, todos devemos estar unidos hoje para apoiar o Sesimbra, rumo ao futuro.”

J .A. Aldeia

SuperSol fecha portasNa manhã de dia 12 de

Agosto, uma rusga levada a cabo por parte da GNR a indivíduos de etnia cigana, na vila de Sesimbra, resultou em algumas detenções.

Segundo populares que por ali passavam, pela Aveni-da da Liberdade, o inicio dos desacatos veio na sequência da rusga realizada pelos mi-litares da Guarda Nacional Republicana com suspeitas de tráfego de droga. Quan-do os membros de etnia cigana foram abordados, alguns revoltaram-se contra os agentes de autoridade, acabando mesmo por serem detidos.

Rusga acaba em detençãoAs bandeiras ainda anunciam

as boas vindas, mas as portas encerraram definitivamente. O SuperSol, na Carrasqueira, fechou causando desemprego e forçando o encerramento de outras lojas. Em contacto com os responsáveis da 5àSec, uma das lojas lá existentes, informa-ram-nos de que não receberam qualquer aviso prévio de encer-ramento, surpreendendo desta forma, a funcionária que iria abrir a loja às 9 horas da manhã. Vários são os clientes, que des-de a semana passada entram em contacto com o franchis-ing da Lavandaria, no sentido de apurarem esclarecimentos sobre o levantamento dos seus bens que, após o sucedido, se encontram na loja 5àSec do Re-tail Planet Barreiro, em Coina.

Page 13: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 201113

No passado dia 12 de Agos-to os Bombeiros Voluntários de Sesimbra comemoraram o seu 108.º aniversário com um extenso programa, que incluiu a inauguração de uma via-tura de desencarceramento, a realização de uma parada, e uma sessão solene em que marcaram presença Au-gusto Pólvora, presidente da Câmara Municipal, José Quaresma em representação da Assembleia Municipal de Sesimbra, Dinis de Jesus, Comandante Distrital da Auto-ridade Nacional da Protecção Civil, Aníbal Luís da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal, para além de outros convidados e representantes do associativismo sesimb-rense e convidados, sendo de destacar a presença de D. Eugénia Pólvora, viúva de Abel Gomes Pólvora, grande protector dos Bombeiros ses-imbrenses e seu comandante durante muitos anos.

Durante a sessão solene foi feita a apresentação de20 novos recrutas da Escola de Cadetes e Infantes, e a promoção de 12 estagiários a Bombeiros de 3ª classe. Mo-mento de grande significado foi o da tomada de posse do novo Comandante operacio-nal, Ricardo Macedo Cruz, ele próprio um quadro dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra e que já tinha antes desempenhado estas mesmas funções. Ricardo Cruz ocupa assim o lugar do comandante Fernando Pestana, que por sua vez o tinha substituído em 2008.

Interinamente, e desde a saída de Fernando Pestana, o comando operacional es-teve a cargo de Luís Saraiva, também ele do quadro dos bombeiros sesimbrenses.

Fernando Gato, presidente da Direcção dos BVS, desta-cou as qualidades de Ricardo Cruz, um “homem da casa,

108º Aniversário dos Bombeiros Voluntários de Sesimbraque foi aspirante com 22 anos, e Bombeiro de 1ª classe 3 anos depois, 2º Comandante e, finalmente, 1º comandante desde 2003 até 2008, quando decidiu abandonar.”

Focando a situação financei-ra dos Bombeiros, Fernando Gato disse que a mesma se agravou desde o início de 2011, quando o SAP reduziu drasticamente as credenciais que permitiam aos Bombeiros efectuar serviços de trans-porte de doentes e vir a ser pagos pelo Serviço Nacional de Saúde. Registou-se então uma grande quebra de recei-tas, apesar das despesas com pessoal continuarem.

Foi então que os Bombeiros vieram a saber que as creden-ciais que lhes eram recusadas, estavam a ser concedidas a outras entidades, não prepara-das nem certificadas para esse efeito. Fernando Gato não referiu quem estava a fazer es-ses serviços de transporte de doentes, mas soubemos por outra fonte que seriam taxis-tas. As diligências de Fernando Gato, apoiado pela Câmara de Sesimbra, permitiram a regularização da situação, de tal forma que a partir de 1 de Julho a facturação de serviços de saúde cresceu 50%, tendo facturado nesse mês mais 28 mil euros do que no anterior, situação que se mantém em Agosto. Com este volte-face, Fernando Gato mostrou-se confiante em que a situação financeira ficará regularizada até final do ano.

Dirigindo-se ao Coman-dante Distrital, Fernando Gato elogiou o seu trabalho, mas queixou-se de situações de incêndios no concelho de Sesimbra em que, quando lá chegam os Bombeiros locais, já lá encontram outras corpo-rações: “Por vezes já lá estão a Amora e o Seixal, que gostam muito de vir para a praia de Sesimbra... Não queremos que

alguém nos passe atestados de estupidez: se entendermos que temos necessidade de aju-da, nós pedimos, pois temos a noção da responsabilidade.”

“Quantas vezes as ma-cas dos Bombeiros ficam no hospital Garcia da Orta, a fazer um serviço que deveria ser o Hospital a assegurar

A última intervenção esteve a cargo de Augusto Pólvora, que começou por chamar a atenção para a importância da solidariedade e do volun-tariado, nestes “tempos de enormes dificuldades, que dificultam o habitual apoio que a Câmara costuma prestar”. Referindo-se ao Protocolo de Cooperação, assinado nesta mesma cerimónia, entre a

Autarquia e os BVS – ao qual O Sesimbrense fez referência detalhada na anterior edição, e que ronda os 400 mil eu-ros anuais – o presidente da Câmara disse que a Câmara tudo fará para o cumprir, mas alertou para o agravamento da situação financeira, e deu como exemplo a medida re-centemente anunciada de aumento do IVA da electricida-de, e que só para a Câmara de Sesimbra representará um encargo adicional de 200 mil euros anuais.

Para além da verba do Pro-tocolo anual, lembrou o apoio financeiro dado à construção do Quartel da Quinta do Conde – 25% do custo – para acres-centar que “enche-nos de orgulho o facto de estarmos a dar esta resposta”, mas lembrando que a Câmara tem falhado no pagamento de “alguns compromissos com

os seus fornecedores, o que naturalmente é um cenário que não nos agrada, e que não podemos deixar agravar nos tempos mais próximos.”

Lamentou também a notícia de que o Governo decidira sus-pender a construção do Hos-pital do Seixal: “Os Bombeiros conhecem bem a situação, pois quantas vezes as suas macas ficam no hospital Gar-cia da Orta, a fazer um serviço que deveria ser o Hospital a assegurar, os casos em que doentes de gravidade ficam nos corredores, durante vários dias, tal como conhecem os milagres que os profissionais de saúde ali fazem.”

Augusto Pólvora terminou com um voto de confiança no trabalho dos Bombeiros, pelos serviços prestados à popula-ção e pela capacidade de irem ultrapassando os problemas que têm encontrado.

Ricardo Cruz recebe, pela segunda vez, as divisas de Comandante dos BVS

Desenha desde miúdo, mas os seus primeiros desenhos foram expostos publicamente apenas em Maio de 1981, in-tegrados na grande exposição “Sesimbra e o Mar”.

Em Setembro desse mesmo ano, entre os dias 2 e 17, real-izou a sua primeira exposição individual, uma novidade quase absoluta na terra: um sesimbrense aventurando-se a mostrar as suas criações artísticas! “Não era normal ha-ver exposições em Sesimbra, em primeiro lugar porque não havia local para exposições, só na Biblioteca é que se faziam algumas coisas, mas por pessoas de fora.” No en-tanto, recorda que a primeira exposição artística de alguém da terra se ficou a dever a

Wanda Campos, filha do Dr. Jorge de Campos.

Esta sua primeira exposição teve lugar na sala da antiga Te-souraria da Fazenda Pública, no edifício de esquina entre a Rua da República e a rua Aníbal Esmeriz: 14 produções a lápis e tinta da China, de “alguns aspectos de Ses-imbra”, conforme regista O Sesimbrense, que acrescenta: “A exposição valeu sobre-tudo pela revelação do autor junto dos seus conterrâneos e, nesta terra, quase sempre menos grata aos filhos que aos enteados, importa que se dê mais oportunidade de promoção e estímulo a alguns valores que, como neste caso, permanecem como que igno-rados ou marginalizados.”

Neste momento António Ratinho tem várias exposições prontas, mas está com dificul-dade em arranjar um espaço de exposição: preferia a For-taleza, nem que fosse só o átrio da porta de entrada. António Ratinho foi também o primeiro a utilizar as salas interiores da Fortaleza para exposições, já desde 1997, situação recorrente e que se repetiu ainda durante o ano passado, com uma exposição integrada nas comemorações dos 600 anos do Santuário do Cabo Espichel.

“Dizem que a Fortaleza está fechada para obras, mas então eu brincaria com a palavra: se está fechada para obras, podiam-se expor lá as minhas Obras...”

António Ratinho nasceu na rua da Esperança, filho de António Pinto Ratinho e Clarisse Cândida Lopes. O pai foi pescador, das artes das aiolas. A mãe, minhota de gema - “da mesma terra da Maria da Fonte” - foi também uma mulher de trabalho - “É a ela que devo a força de estar activo e a trabalhar, sempre, isso é muito a minha mãe”, confessa. Mas foi igualmente muito influenciado pelo ambi-ente familiar, numa casa onde se juntavam muitas raparigas que lá iam aprender a bordar e a desenhar: “As minhas irmãs eram boas mestras, bordado-ras e costureiras, e no bordado também está o desenho!”

JAA

António Ratinho: 30 anos de exposições

Page 14: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

14O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 2011

À semelhança dos anos anteriores, a III Feira de Saúde organizada pelo Rotary Club de Sesimbra com patrocínio da Câmara Municipal de Sesimbra e do Centro de Saúde, irá ter lugar nos dias 3 e 4 de Setembro de 2011, no Castelo de Sesimbra.

Trata-se de uma mostra de saúde onde este tema irá ser promovido com rastreios, palestras, oferta de brindes alusivos, exposições referentes ao assun-to, campanhas de sensibilização da população para várias doenças com peso na saúde pública.

organiza III Feira de Saúde

Rotary Club de Sesimbra

Sesimbra é uma terra linda, com grandes potencialidades, mas a que faltam ainda algumas infra-estruturas para que nela se possa fazer uma vida ainda mais agradável.

Não sou natural de Sesimbra mas tenho aqui residência, de certo modo recente.

Hoje quero dizer alguma coisa sobre a falta de condições para que nos pos-samos deslocar a pé, fazer caminha-das, ou simplesmente, andar. Não vou tampouco falar sobre as dificuldades para as pessoas fisicamente diminuídas pois disso já o Jornal O Sesimbrense, com toda a propriedade, se encarregou na sua mais recente edição.

Quero apenas chamar a atenção dos responsáveis para os casos mais gritantes e aponto, como exemplo, os seguintes:

<FALTA DE PASSEIOS PARA PEÕESEntre Santana e Cotovia é perigoso

e quase impossível caminhar pois não existem passeios e, para cúmulo, o espaço onde deveria ser passeio, está geralmente ocupado com viaturas estacionadas. Resultado: resta camin-

Obstáculos à circulação de pessoas

har, a maior parte das vezes, sobre as pistas de rodagem dos veículos com os consequentes riscos de atropelamento.

Aí, os poucos passeios existentes são descontínuos ou de muito mau piso.

Em Sesimbra, em toda a zona mar-ginal só existe o passeio do lado do mar. Do outro lado, as esplanadas to-maram conta dos passeios de tal modo que a única possibilidade é caminhar pela faixa de rodagem ou usar o pas-seio do lado do mar. Mas, para as pes-soas que têm mesmo necessidade de usar aquele passeio?!

Entre Santana e Sesimbra deveria ser estabelecido um corredor para que as pessoas pudessem deslocar-se a pé pois não há maneira de o fazer sem ser em transporte, a maior parte das vezes poluente.

Espero que esta pequena achega possa contribuir para que os respon-sáveis se debrucem um pouco sobre o tema e possam encontrar soluções para melhorar um pouco mais a quali-dade de vida da população desta linda terra que é Sesimbra.

José Passeira

O Tribunal de Sesimbra condenou a seis meses de prisão com pena suspensa cinco monitores espanhóis por homicídio negligente do jovem escuteiro Diego Amador, de 13 anos, numa caminhada na Arrábida em Agosto de 2005.

O Tribunal sublinhou que os monito-res, responsáveis na ocasião por cerca de vinte jovens escuteiros vindos de Madrid, não tiveram a prudência necessária, uma vez que, a caminhada pela serra que resultou no falecimento do jovem, acon-teceu durante as horas de maior calor, com temperaturas que rondaram os 38 graus, sem sombras e com pouca água.

condena monitores por homicídio negligente

Foi provado ainda que “o grupo perdeu-se por entre a vegetação, não tendo sido planeado adequadamente o percurso pelos responsáveis, nem informado as autoridades de qual seria a sua localização caso fosse necessária evacuação por parte das autoridades”.

Na leitura da sentença, a juíza do tribunal de Sesimbra defendeu ainda que, “os monitores não deveriam ter per-mitido a participação de Diego Amador na caminhada, dado que o jovem tinha sofrido um hematoma num pé poucos dias antes, facto pelo qual foi assistido no Hospital São Bernardo, em Setúbal”.

Tribunal de Sesimbra

Opinião

Page 15: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 201115

g Ténis g Vela

g Kayak

GRUPO AZUL 1º class. Fábio Rocha 2º class. André Aldeia 3º class. Marco Pires 4º class. Pedro Roque

GRUPO VERMELHO1º class. Leonardo Maricato 2º class. Rui Ribas 3º class. Ricardo Ribas 4º class. Pedro Aleixo Dias GRUPO AMARELO1º class. Joaquim Barreira 2º class. José Galvão 3º class. João Pedro Pereira 4º class. Américo Gegaloto GRUPO LARANJA1º class. Diogo Pereira 2º class. Rui Pedro Ribas 3º class. Diogo Rescácio 4º class. Miguel Silva GRUPO VERDE1º class. António Almeida 2º class. José Luis Duarte 3º class. Eduardo Santos 4º class. Luis Ferreira

Campeonato absoluto do concelho de Sesimbra

O Clube Escola de Ténis de Sesimbra comemora no próximo dia 15 de Outubro o seu 12º aniversário. Conforme é já habitual as competições tenísticas são o prato forte das comemorações, sendo o Cam-peonato Absoluto de Sesimbra o evento de referência.

Este torneio dirige-se a to-dos os praticantes nascidos ou residentes no concelho, ou que há pelo menos um ano participem regularmente no calendário competitivo da mo-dalidade no nosso concelho. Serão também organizadas provas nos escalões jovens, veteranos e de pares livres.

Por lapso na última edição não foi apresentada a clas-sificação do Torneio Social 2010/11, facto que agora rec-tificamos com a respectiva publicação.

Classificações:

Encontro Nacional de Infantis

O Clube Naval de Sesimbra irá organizar um evento de vela ligeira nos dias 2, 3 e 4 de Setembro.

“Encontro Nacional Infantis” assim se chama esta prova, primeira vez organizada em Sesimbra, prova esta a mais importante para os velejadores de classe optimist que se iniciam na modalidade.

Estão esperados 100 velejadores em representação dos melhores clubes nacionais de vela.A cerimónia de entrega de prémios realizar-se-à no dia 4 de Setembro pelas 16 horas.

Sesimbra irá receber durante os dias 17 e 18 de Setembro o Campeonato Nacional de Kayak de Mar 2011.

O Campeonato será organizado pelo Clube Naval de Sesimbra juntamente com a Federação Portuguesa de Canoagem e vai contar com a participação de cerca de 200 atletas, dos quais os mais pres-tigiados da modalidade a nível nacional, sendo a primeira vez que se realiza este Campeonato Nacional de Kayak.

No dia 18 de Setembro, pelas 13 horas, acontecerá a cerimónia de entrega de prémios.

Campeonato Nacional Mar2011

Page 16: O Sesimbrense - Edição 1153 - Agosto 2011

16O SESIMBRENSE | 31 DE AGOSTO DE 2011

O SESIMBRENSE

No passado dia 25 de Julho comemorou-se o duplo aniversário da Liga dos Amigos de Sesimbra (60 anos) e do jornal O Sesimbrense (85 anos), com uma cerimónia no Auditório Conde Ferreira, onde foram homenageados Presidentes da Liga e Directores do jornal. Para além dos colaboradores destas duas instituições, marcaram presença o Dr. João Palmeiro, presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, e a Dra. Odete Graça, presidente da Assembleia Municipal, Carlos Gouveia Lopes, presidente da APSS - Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, e representantes da Simarsul, entre outros convidados.

A cerimónia incluiu uma palestra proferida pelo Dr. João Palmeiro, tendo como tema de fundo “O futuro da imprensa regional”. Com um discurso optimista e futurista da imprensa regional, o orador referiu “a importância que os meios de comunicação regionais conferem à sociedade, nomeadamente a relevância que O Sesimbrense tem na comunidade”, não deixando de destacar que “o mundo digital que nos invade, o que obriga a imprensa regional a acompanhá-lo - não poderemos negar esse mundo, temos que nos adaptar a ele”.

Odete Graça deu os parabéns ao jornal e a Liga dos Amigos de Sesimbra, dizendo que “não é possível estudar Sesimbra sem procurar no arquivo d’O Sesimbrense. Qualquer trabalho que venha dirigir a sua investigação por Sesimbra terá, obrigatoriamente, de fazer uma busca nas suas páginas”. A presidente da Assembleia Municipal acrescentou ainda que “é cada vez mais significativa a imagem d’O Sesimbrense na região”.

João Augusto Aldeia, director do jornal, destacou o acto de “refundação” d’O Sesimbrense, em 1952, depois de um período de crise, em que chegou

Aniversário da LAS e d’O Sesimbrense

a interromper a sua publicação por alguns meses. Referindo-se ao jornal como um modesto órgão da imprensa local, destacou que, apesar disso, não deixa de abordar os grandes temas do actual mundo globalizado, e apontou a coincidência da sua última edição ter dado destaque a um festival intercultural que se realizou na Quinta do Conde, ao mesmo tempo que a grande imprensa mundial destacava os atentados verificados na Noruega, praticados em nome do ódio à multiculturalidade na Europa.

Por fim, a presidente da Liga dos Amigos de Sesimbra, Teresa Mayer, agradeceu a todos os presentes em mais um ano de comemorações destas inst i tu ições, e profer iu ainda algumas palavras referentes ao poder que a imprensa regional detém “comparativamente com a dita imprensa nacional, pois a nacional aborda os temas por cima, pela rama, enquanto que a imprensa regional aborda-os pelas suas raízes, e é esta qualidade de informação que os órgãos de comunicação nacionais não transmitem”.

Entre discursos e agradecimentos foram entregues algumas insígnias de reconhecimento e homenagem a associados que desepenharam funções de Presidentes da Liga e Directores do jornal.

Andreia Coutinho

* * *

Um involuntário atraso na distribuição da nossa última edição teve como consequência que alguns dos nossos assinantes não tiveram atempadamente conhecimento desta cerimónia, motivo pelo qual O Sesimbrense apresenta sinceras desculpas.

Fotografia antiga da estrada que atravessa a Cotovia – actual avenida João Paulo II.

A casa com moradores à porta é a actual Casa das Rosas e, a seguir, está o edifício do actual Cantinho da Avenida. Mais à frente, uma instalação industrial de serração de madeiras. O edifício do actual Café Esperança ainda não tinha nascido. Imagem cedida por Manuel Pereira Silva, a quem agradecemos.

Efeméridesg1901; 27 Agostog O “Comércio

de Setúbal” noticia a aquisição de 4 máquinas de soldar para a Fabrica Nacional de Conservas de Sesimbra, as primeiras na zona de Setúbal. Durante os testes das máquinas, já em 1902, um incêndio destrói a fábrica.

g1946; 2 de Agostog António Fer-ro, director do Secretariado Nacional de Informação, visita Sesimbra, a convite da Câmara, que pretende a instalação de um Hotel na Vila: “A sua construção é dispendiosa para um particular” - diz-lhe o presidente da edilidade.

g1952; 8 de Agostog Realizou-se na Esplanada do Parque Recreio Po-pular mais uma Festa das Costureiras, com passagem de 17 modelos. Foram as seguintes as premiadas:

Vestido de noite 1º - costureira Angélica Gonçalves

Correia, modelo Blandina Filipe Arsénio;2º - costureira Maria José Pereira,

modelo Maria Rosalina Piedade Costa;

Vestido de passeio:1º - costureira Fernanda Gomes

Cagica, modelo Ana Maria Cagica Gonçalves;

2º - costureira Eugénia Gomes de Je-sus, modelo Maria do Carmo Carvalho.

Foram ainda atribuídas menções honrosas às costureiras Maria Caroli-na Rodrigues, Doroteia Sousa Abreu, Maria Simões Gomes Parada e Maria Cândida Carvalho.

No sábado seguinte houve o “Baile das Costureiras” na Sociedade Musical Sesimbrense, com o conjunto “União de Setúbal”.

g1962; 12 de Agostog Uma ins-pecção dos serviços de fiscalização da Intendência Geral dos abastecimentos estabelece “o pânico entre os vende-dores de leite desta vila”, pois verificam que muito do leite vendido porta a porta “não é leite mas sim uma mistela duvi-dosa”, e que “houve casos em que se verificou existir mais de 40% de água em cada litro de leite.”

“A Festa Vai à Praça”, uma peça do grupo sesimbrense de teatro amador “De Vez em Quando”, tem tido um êxito extraordinário, esgotando por três vezes o Cine-teatro João Mota (incluindo plateia e balcão) e mantendo, apesar disso, uma longa lista de pedidos de bilhetes para novas representações. O referido grupo foi criado no âmbito dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Sesimbra, e a peça é da autoria de Laura Pinto Correia.

O Círio da Azóia, de devotos da Nos-sa Senhora da Atalaia, tem tido quase sempre Juizes da zona rural, mas ao fim de muitas décadas volta a ser um “pexito”: António Maria Cruz Pinto.

Por este motivo a imagem veio em procissão até à Sociedade Musical Sesimbrense, onde foi realizada a ar-rematação de Bandeiras e o baile de encerramento das festas.

Nossa Senhora da Atalaia