o sesimbrense - edição 1166 - setembro 2012

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Página 11 ANO LXXXVI • N.º 1166 de 1 de Outubro de 2012 • 1,00 € • Taxa Paga • Bonfim • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00752012GSCLS/SNC) Página 11 En Câmara pretende pedir 11 milhões de euros ao Programa de Apoio à Economia Local O Governo publicou no dia 14 de Setembro a regula- mentação do PAEL, um em- préstimo de natureza extra- ordinária para regularização e pagamento de dívidas das autarquias, vencidas há mais de 3 meses, e a Câmara Mu- nicipal de Sesimbra pretende candidatar-se a 11 milhões de euros deste empréstimo. No entanto, se os pedidos dos municípios portugueses ultrapassarem a verba dis- ponível, será feito um rateio, ficando cada Câmara apenas com uma parte proporcional às respectivas dívidas. A Assembleia Municipal reu- nirá no próximo dia 3 de Outu- bro para debater a proposta da Câmara. O empréstimo terá de ser reembolsado em 14 anos, embora este prazo possa ir até aos 20 anos para as Câmaras que optarem pela situação de desequilíbrio estrutural, o que implica maiores restrições da sua actividade. Francisco Louçã em Sesimbra: “Em Sesimbra há um situacionismo de geo- metria variável, em que o PCP se vai aliando com o PSD, ou com o PS” © Sandra Cunha A Docapesca realizou na praça de Sesimbra uma sessão de promoção da cavala, com divulgação de novas receitas para aquele peixe A iniciativa, que decorreu durante a manhã de Sábado do dia 22 de Setembro, esteve a cargo da escola de hotelaria de Setúbal, e do “chefe” Lau- rentino Pastaneira, e contou também com o apoio da Câ- mara Municipal de Sesimbra. Diversas pessoas, previamente A Câmara Municipal de Ses- imbra deliberou o aumento das tarifas de água e de sa- neamento. Já no ano passado tinha havido um aumento de 10% no tarifário móvel, mas, ao contrário do que esperava, a- penas se verificou um aumento de receita de 2,7%, devido a diminuição do consumo. Por outro lado, houve agra- vamento de custos de energia e combustíveis, mantendo-se Tarifas de água e saneamento aumentam 20% deficitária a conta de explo- ração. Em 2010 os proveitos apenas tinham coberto 95,5% dos custos da água, e em 2011 essa percentagem baixou para os 86,9% dos 4 milhões e 792 mil euros de custo. No caso do lixo, a cobertura dos custos pelos proveitos é ainda mais deficitária, em 2011 os proveitos apenas cobriram 47,4% dos custos. Docapesca promove a cavala: inscritas, receberam um “mini- curso” de confecção de cada um dos pratos. A iniciativa despertou a cu- riosidade de muitas pessoas, que se juntaram para provar as especialidades à medida que iam sendo confeccionadas. Em geral as opiniões foram favoráveis, excepto para um género de sushi de cavala: o peixe cru ainda não convence toda a gente. Pataniscas de cavala, saladinha de feijão frade com cavala e filetes de cavala marinados Página 5 Pescas Educação Novas Oportunida- des sem verbas Peixe-espada preto Já no século XIX os pesca- dores de Sesimbra apanha- vam o peixe-espada preto, que vinha nos anzóis da lixas. Mas tiveram de esperar pelos anos 1980 para iniciar as vendas. Os Centros Novas Oportuni- dades de Sampaio e da Quin- ta do Conde, encontram-se a prestar os serviços mínimos, devido a incertezas quanto ao financiamento. Página 3 Página 4 Na Assembleia municipal do dia 28 de Setembro verificou-se a união de todos os partidos ali representados, excepto o PSD, para aprovação de uma moção de forte crítica às ultimas medidas tomadas pelo Governo,no âmbito do acordo com a Troika. Economia Local Restaurantes divididos entre o sucesso e a incerteza Um pequeno inquérito que realizámos junto de alguns restaurantes de Sesimbra re- velou um sector dividido: entre aqueles que registaram boa actividade, e até aumento de clientela, e os que referem di- minuição de clientes e, sobre- tudo, de facturação, pois mui- tos clientes optam agora pelo mais barato e até por partilhar refeições. Muitos se queixam também de que as obras realizadas na vila afastaram clientes. Página 6 Página 10

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O Sesimbrense - Edição 1166 - Setembro 2012

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Page 1: O Sesimbrense - Edição 1166 - Setembro 2012

Página 11

ANO LXXXVI • N.º 1166 de 1 de Outubro de 2012 • 1,00 € • Taxa Paga • Bonfim • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00752012GSCLS/SNC)

Página 11

Ensino

Câmara pretende pedir 11 milhões de euros ao Programa de Apoio à Economia LocalO Governo publicou no dia

14 de Setembro a regula-mentação do PAEL, um em-préstimo de natureza extra-ordinária para regularização e pagamento de dívidas das autarquias, vencidas há mais de 3 meses, e a Câmara Mu-nicipal de Sesimbra pretende candidatar-se a 11 milhões de euros deste empréstimo.

No entanto, se os pedidos dos municípios portugueses ultrapassarem a verba dis-ponível, será feito um rateio, ficando cada Câmara apenas com uma parte proporcional às respectivas dívidas.

A Assembleia Municipal reu-nirá no próximo dia 3 de Outu-bro para debater a proposta da Câmara. O empréstimo terá de ser reembolsado em 14 anos, embora este prazo possa ir até aos 20 anos para as Câmaras que optarem pela situação de desequilíbrio estrutural, o que implica maiores restrições da sua actividade.

Francisco Louçã emSesimbra:“Em Sesimbra há um situacionismo de geo-metria variável, em que o PCP se vai aliando com o PSD, ou com o PS”

© Sandra Cunha

A Docapesca realizou na praça de Sesimbra uma sessão de promoção da cavala, com divulgação de novas receitas para aquele peixe

A iniciativa, que decorreu durante a manhã de Sábado do dia 22 de Setembro, esteve a cargo da escola de hotelaria de Setúbal, e do “chefe” Lau-rentino Pastaneira, e contou também com o apoio da Câ-mara Municipal de Sesimbra. Diversas pessoas, previamente

A Câmara Municipal de Ses-imbra deliberou o aumento das tarifas de água e de sa-neamento. Já no ano passado tinha havido um aumento de 10% no tarifário móvel, mas, ao contrário do que esperava, a-penas se verificou um aumento de receita de 2,7%, devido a diminuição do consumo.

Por outro lado, houve agra-vamento de custos de energia e combustíveis, mantendo-se

Tarifas de água e saneamentoaumentam 20%

deficitária a conta de explo-ração. Em 2010 os proveitos apenas tinham coberto 95,5% dos custos da água, e em 2011 essa percentagem baixou para os 86,9% dos 4 milhões e 792 mil euros de custo.

No caso do lixo, a cobertura dos custos pelos proveitos é ainda mais deficitária, em 2011 os proveitos apenas cobriram 47,4% dos custos.

Docapesca promove a cavala:

inscritas, receberam um “mini-curso” de confecção de cada um dos pratos.

A iniciativa despertou a cu-riosidade de muitas pessoas, que se juntaram para provar as especialidades à medida que iam sendo confeccionadas. Em geral as opiniões foram favoráveis, excepto para um género de sushi de cavala: o peixe cru ainda não convence toda a gente.

Pataniscas de cavala, saladinha de feijão frade com cavala e filetes de cavala marinados

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PescasEducaçãoNovas Oportunida-des sem verbas

Peixe-espada preto

Já no século XIX os pesca-dores de Sesimbra apanha-vam o peixe-espada preto, que vinha nos anzóis da lixas. Mas tiveram de esperar pelos anos 1980 para iniciar as vendas.

Os Centros Novas Oportuni-dades de Sampaio e da Quin-ta do Conde, encontram-se a prestar os serviços mínimos, devido a incertezas quanto ao financiamento.

Página 3 Página 4

Na Assembleia municipal do dia 28 de Setembro verificou-se a união de todos os partidos ali representados, excepto o PSD, para aprovação de uma moção de forte crítica às ultimas medidas tomadas pelo Governo,no âmbito do acordo com a Troika.

Economia LocalRestaurantes divididos entre o sucesso e a incerteza

Um pequeno inquérito que realizámos junto de alguns restaurantes de Sesimbra re-velou um sector dividido: entre aqueles que registaram boa actividade, e até aumento de clientela, e os que referem di-minuição de clientes e, sobre-

tudo, de facturação, pois mui-tos clientes optam agora pelo mais barato e até por partilhar refeições.

Muitos se queixam também de que as obras realizadas na vila afastaram clientes.

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Página 10

Page 2: O Sesimbrense - Edição 1166 - Setembro 2012

2O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 2012

Editorial

Farmácias de Serviço

nBombeiros Voluntários de SesimbraPiquete de Sesimbra: 21 228 84 50Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74nGNRSesimbra: 21 228 95 10Alfarim: 21 268 88 10Quinta do Conde: 21 210 07 18nPolícia Marítima 21 228 07 78nProtecção Civil (CMS)21 228 05 21nCentros de SaúdeSesimbra: 21 228 96 00Santana: 21 268 92 80Quinta do Conde: 21 211 09 40nHospital Garcia d’Orta - Almada21 294 02 94nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra21 268 73 45nPiquete de Águas (CMS)21 223 23 21 / 93 998 06 24nEDP (avarias)800 50 65 06nSegurança Social (VIA)808 266 266

nServiço de Finanças de Sesimbra212 289 300nNúmero Europeu de Emergência112 (Grátis)nLinha Nacional de Emergência Social144 (Grátis)nSaúde 24 808 24 24 24nIntoxicações - INEM 808 250 143nAssembleia Municipal21 228 85 51nCâmara Municipal de Sesimbra21 228 85 00 (geral)800 22 88 50 (reclamações)nJunta de Freguesia do Castelo21 268 92 10nJunta de Freguesia de Santiago21 228 84 10nJunta de Freguesia da Quinta do Conde21 210 83 70nCTTSesimbra: 21 223 21 69Santana: 21 268 45 74

Contactos uteisnAnulação de cartões

SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços)808 201 251217 813 080Caixa Geral de Depósitos21 842 24 24707 24 24 24Santander Totta707 21 24 24 21 780 73 64Millennium BCP707 50 24 2491 827 24 24BPI21 720 77 0022 607 22 66Montepio Geral808 20 26 26Banif808 200 200BES707 24 73 65Crédito Agrícola808 20 60 60Banco Popular808 20 16 16Barclays707 30 30 30

Farmácia Bio-Latina 212 109 113 Avenida da Liberdade, nº. 238 Quinta do CondeFarmácia da Cotovia 212 681 685Avenida João Paulo II, 52-C, CotoviaFarmácia de Santana 212 688 370Estrada Nacional 378, Santana Farmácia Leão 212 288 078Avenida da Liberdade, 13, SesimbraFarmácia Liz 212 688 547Estrada Nacional 377, Lote 3, AlfarimFarmácia Lopes 212 233 028 Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

Com o apoio:

Tempos difíceis

Pescas - Agosto

Agosto, tempo quente, nem sempre foi bom para a Artesanal, que neste mês diminuiu em quantidade pescada e na venda em lota em menos 400.000 euros.

O Arrasto, normal como habitualmen-te. Já o Cerco tem continuado com boa produção, à base de mistura de pelim com cavala e algum carapau, cujas es-pécies têm mais baixo rendimento.

No nosso último número o nosso jor-nal dedicou muito do seu limitado es-paço à Pesca, Pescadores e Peixe, o que aliás sempre tem merecido deste periódico a sua melhor atenção. Agora também dirigido por um convicto sesim-brense oriundo de uma família local que à pesca dedicou muito da sua vida como

gente honesta e competente.Não tivemos tempo para neste jornal

darmos um contributo para apreciação ao que o nosso Director expressou e também sobre o trabalho desenvolvido pela bióloga Inês de Sousa na área do Parque Marinho Luís Saldanha.

Trabalhos que merecem elogiosos re-paros, porquanto falam de nós, para nós deste sector que tão maltratado tem sido nos últimos tempos, dando azo a um de-créscimo em todo o nosso litoral piscató-rio e no qual Sesimbra é um expoente.Veremos se, no próximo número, pode-remos voltar a este tema ao qual tam-bém dedicámos parte da nossa vida.

Pedro Filipe

Sesimbra representa actualmente o paradoxo de uma terra aparentemente muito dinâmica, mas com evidentes sinais de abrandamento da actividade económica. As praias voltaram a estar cheias no Verão, e regressaram os problemas de estacionamento. Os tu-ristas continuam a procurar Sesimbra, e alguns restaurantes referem mesmo um aumento de clientela, ou uma procura seme-lhante à do ano anterior.

Mas não se podem ignorar muitos ou-tros sinais de dificuldade das empresas: outros restaurantes apontam quebras importantes, tanto de clientes como de receitas, pois os clientes gastam cada vez menos – uma situação paralela ao que se passa na hotelaria Sesimbrense, onde aumentou o número de hóspedes, mas diminuiu o número de dormidas.

Também não se pode ignorar o encer-ramento de diversos estabelecimentos, como o restaurante Ala Arriba. Os sinais de crise até chegam às “lojas chinesas”, que deveriam estar a prosperar, por serem uma alternativa barata a muitos

produtos de consumo. No entanto, ao mesmo tempo fechou a loja chinesa da rua Dr. Peixoto Correia, abriram duas outras na praça da Califórnia: o que também não é um sinal muito positivo, pois o turismo florescente a que os ses-imbrenses aspiram, deveria atrair para aquele local privilegiado, comércio de um nível superior.

Por outro lado, as obras de requalifica-ção do espaço público avançam. Apesar dos justamente criticados problemas de planeamento e segurança, Sesimbra ficará mais qualificada para receber os visitantes, mas também para que os seus residentes usufruam duma qualidade de vida a que têm direito.

Infelizmente, um outro problema nos ameaça: o do desemprego, que cresce acentuadamente no nosso concelho, ao ponto de já nem os empregos tem-porários de Verão conseguirem atenuar a sua escalada. São tempos difíceis, que nos exigem respostas corajosas.

João Augusto Aldeia

Page 3: O Sesimbrense - Edição 1166 - Setembro 2012

O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 20123

Ciclo de Conferências Rotary O Rotary Club de Sesimbra vai organizar um ciclo de conferên-

cias, que se prolongará até Junho do próximo ano. Já no dia 6 de Outubro terá lugar uma conferência com o tema “Rotary Foundation, Globalização no Serviço PolioPlus, um caso de sucesso”. No dia 30 de Novembro o tema de nova conferência será “O Rotary e as Novas Gerações: Gestão da Liderança, a Construção da Acção”.

Tubarão-martelo avistado em SesimbraNo dia 10 de Setembro, pelas 13 horas, elementos da equipa da

ArrábidaLife avistaram um tubarão-martelo, a cerca de 500 metros da costa da Praia da Mijona.

Diogo Correia, membro da empresa, afirmou-nos que o animal te-ria cerca de 2 metros de comprimentos e perto de 200 kg.

A empresa ArrábidaLife, cedeu-nos gentilmente o vídeo que capta o animal, que divulgamos na nossa página Internet.

Campanha de colheita de sangue supera expectativasRealizou-se durante a manhã do dia 14 de Setembro, na sala po-

livalente da Biblioteca Municipal de Sesimbra, mais uma campanha de recolha de sangue.

Segundo informações dadas a’O Sesimbrense, esta iniciativa ul-trapassou as espectativas, uma vez que a meta dos 40 dadores foi superada, registando-se no final da sessão uma adesão de 48 pes-soas.

A próxima sessão, a realizar no concelho de Sesimbra, será no dia 25 de Novembro, no Grupo Desportivo e Cultural do Conde 2, na Quinta do Conde.

III edição do “Amarsul Eco Fashion”No dia 14 de Setembro, às 21h, o Palácio dos Duques de Aveiro,

em Azeitão, recebeu a III edição do “Amarsul Eco Fashion”. Este evento, galardoado com o prémio de melhor evento especial

em 2011, pela Associação Portuguesa de Comunicação de Empre-sa, promove a reciclagem e a reutilização de materiais.

Este ano foi apresentado pela atriz Sara Prata, e contou com a presença do Secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território, Dr. Pedro Afonso de Paulo.

Antigo guarda-redes do Benfica acusado de 17 crimes sexuaisSegundo a Agência Lusa, o Ministério Público de Sesimbra anun-

ciou, no passado dia 28 de Setembro, que acusou o sesimbrense Álvaro do Reis (antigo guarda-redes do Benfica) de 17 crimes se-xuais cometidos sobre duas enteadas e duas amigas destas, todas menores.

Este caso foi denunciado pela Comissão de Protecção de Crian-ças e Jovens de Sesimbra e, em 23 de Março deste ano, Álvaro foi detido em prisão preventiva.

«Trata-se de um arguido que abusou, de modo muito agressivo e repetido, de duas enteadas e duas amigas destas, todas menores, entre 2008 e 2012, num total de 17 crimes sexuais», refere a acusa-ção publicada na Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.

APSS revoga licença à ANARESEA Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra decidiu revo-

gar a licença anteriormente concedida à ANARESE – Associação Náutica de Recreio de Sesimbra, para utilização das instalações da sua sede no Porto de Abrigo, devido ao incumprimento das taxas de ocupação.

Os Centros de Novas Oportunidades (CNO) do Centro de Recursos Educati-vos e Formação (CREF) do concelho de Sesimbra, localizados em Sampaio e na Quinta do Conde, encontram-se a prestar os serviços mínimos de atendimento, de-vido a incertezas quanto ao financiamen-to necessário para o seu funcionamento.

À imagem da maioria dos 302 CNO do País, os do concelho de Sesimbra não têm verbas para continuar a acti-vidade até final do ano, como sugeriu o Governo. Para prosseguir com o fun-cionamento normal dos centros seriam necessárias três situações, como refere José Maldonado, director do CNO em Sesimbra: “- A Entidade da Agência Na-cional de Qualificação e Ensino Profis-sional (ANQEP) dar luz verde para con-tinuarmos com o projecto, nos mesmos moldes, até ao fim de Dezembro; - Que o Fundo Social Europeu aprove o reforço do financiamento; - Que o Ministério da Educação, através da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, dê o aval para prolongar os contratos dos professores já colocados.”

“Novas Oportunidades” de Sesimbra a funcionar em serviços mínimos e sem verba

Segundo José Maldonado, já têm luz verde por parte da ANQEP, no entanto existe um ponto na adjudicação que re-fere que os centros deverão prosseguir mediante as suas possibilidades finan-ceiras. “Ora uma vez que, o centro não possui verbas para poder prosseguir, fi-camos na mesma!”, disse o director do CNO em Sesimbra.

Quanto ao FSE e ao Ministério da Edu-cação, já foram feitos os respectivos pe-didos e exposições, no entanto ainda não foram dadas quaisquer respostas.

Embora em situação de desemprego, são os técnicos cujo contrato terminou no passado mês de Agosto, que se encon-tram a assegurar os serviços mínimos de atendimento, para que os centros do concelho de Sesimbra não encerrem as suas portas.

Para quem pretende aumentar a sua formação, o CNO do CREF do concelho de Sesimbra, disponibiliza, de momento, unidades de formação de curta duração, através de entidades particulares, na Quinta do Conde, e cursos nocturnos.

Jovita Lopes

Page 4: O Sesimbrense - Edição 1166 - Setembro 2012

4O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 2012

Em Abril de 1897 – há 115 anos – realizou-se em Lisboa uma exposição oceanográfica, com os resultados das inves-

tigações do iate D. Amélia, atraindo milhares de visitantes para verem “as lixas pescadas a grande profundidade, o peixe luz e muitas raridades que ali se encontram”, bem como um exemplar “raríssimo“ de peixe-espada preto.

A exposição resultava do uso dos “espinhéis nas grandes profundidades que se encontram a pequena distância do Cabo Espichel” – ora, estes “espi-nhéis” eram precisamente o que hoje se designa como aparelho de anzol, um complexo sistema de pesca que os pescadores de Sesimbra continuam a usar, nos nossos dias, para a captura de diversas espécie e, entre elas, o peixe-espada preto.

Tal como refere esta notícia com 115 anos, os pescadores utilizavam os es-pinhéis nas grandes profundidades do Espichel para a captura das lixas, um tubarão a que deram este nome divido à natureza abrasiva da sua pele. E, tal como acontece ainda hoje, quando se lançavam as caçadas às lixas, por ve-zes vinham peixes-espadas pretos nos anzóis: “A fundura das lixas era 450 a 500 braças, era o melhor. Só que se a gente chegava às 700, o peixe-espada preto comia tudo”, explica Marcelino Folques, conhecido mestre de pesca sesimbrense.

A diferença para os nossos dias é que, até há 30 anos, o peixe-espada preto não tinha valor comercial, e quan-do aparecia nos anzóis representava um contratempo. Mas isso mudou um dia…

A verdadeira história de Fernando, o pescador madeirense

Tem circulado por Sesimbra a “len-da” de que teria sido um pescador madeirense a “ensinar” os pescadores sesimbrenses a pescar o peixe-espada preto. Mas não é verdade. Fernando, o pescador madeirense que aqui esteve nos anos 80, teve um papel importante, sim, mas foi na comercialização desta espécie: uma História que vale a pena ser contada com mais detalhe.

Marcelino Folques, mestre da pesca do aparelho, conheceu bem o madei-rense Fernando: “Tinha um barquito que parecia um saveiro, um barquinho mesmo da Madeira, ali com uns 7 metros, não tinha mais. A feitoria era assim tipo saveiro, as proas eram alevantadas, tinha uma cabinezinha quase manual.”

Foi também com Marcelino Folques que se passou um dos episódios que ajudariam a valorizar o peixe-espada pre-to. Um dia, o barco de que era mestre, o Direito ao Destino, apanhou uns 160 kg de peixe-espada preto, que trouxe para terra, mas sem grande esperança

de o vender. Então, conta-nos Marceli-no Folques, “O Fernando apareceu-me lá na doca, e diz-me: “Eh senhor Mar-celino, dispense-me os espadas, que eu vou vender e trago-lhe o dinheiro depois”. Eu, como sabia que aquilo não ia nada, fui ao pé do tio Jorge, o guarda-fiscal, contei que o homem tinha uma carrada de filhos, mais não sei quê, e pedi para deixar sair os peixes-espadas, para ele ganhar alguma coisa, e assim foi.”

Mas a companha – tratava-se de uma cooperativa de pesca – não ficou lá muito contente: “Isso? Nem dois, nem três contos, nem um conto de réis vem.” Passados quatro dias aparece-me o homem, com 16 contos!”

O madeirense fora vender o peixe a Lisboa, directamente ao restaurante O Madeirense, do Manuel Fernandes, que divulgava a gastronomia daquele arquipélago. Quando regressou com o dinheiro da venda, foi premonitório: “Assim que o peixe-espada preto co-meçar a valorizar, vocês aqui ganham muito dinheiro.”

E assim foi. Jonas Cascais, com o seu barco Gaivota Vivaz, foi o primeiro a pescar intencionalmente o peixe-espada preto, a que se juntou depois Marcelino Folques, no barco Direito ao Destino. Influenciado pelo pescador madeirense, Jonas Cascais começou por utilizar o corricão, uma variante simplificada do aparelho, com muitos anzóis apenas numa linha.

Fernando também tentou pescar com o corricão, sis-tema utilizado na Madeira, mas sem grande sucesso, porque não conhecia bem os fundos nem os pesquei-ros: esse era um conheci-mento que os sesimbrenses já tinham há muitas déca-das, que tinham obtido com a pesca ao peixe-espada branco e às lixas

Mas o tradicional apare-lho de anzol de Sesimbra revelar-se-ia o sistema mais eficaz para a captura do peixe-espada preto, embo-ra tivesse de ser adaptado para a nova pesca. É ainda Marcelino Folques que nos conta: para manter o apare-lho na vertical, utilizavam-se pedras (como pesos) e boias de vidro (como flutu-adores); porém, a grandes profundidades, as bolas de vidro rebentavam com alguma frequência, devido à pressão da água e também a baterem no fundo.

António Justiniano Alves,

da casa de artigos de pesca Mar Novo, colaborou com os pescadores na busca de uma solução para as boias: inicialmente arranjou, junto dos fabri-cantes, bolas de vidro mais resistentes, e depois boias de matérias plásticas.

Mas foi ainda necessário fazer outras alterações: “Como aquilo apanhava barrancos de lama, a gente punha um foguetão com 10 braças de nylon, para ficar mais acima ainda, para não se aproximar do lodo”, recorda Marcelino Folques.

Recorda também, entre os primeiros compradores do peixe-espada preto em Sesimbra, o Renato Faria, que depois levava para Lisboa. “Até che-gámos a vender o peixe-espada a 100 escudos. Depois, quando chegava ali o mês de Novembro, começava a baixar o preço, e ia a 30 escudos, já não dava. Depois mais tarde começou a subir, a subir, a subir, chegou aos cento e tal escudos, e depois chegou ao preço que está agora, acho que a malta vende à Artesanal, é dois euros e meio, a 500 escudos.”

Viveu-se então um período de abun-dância: “Todos os pesqueiros, aqui do sudoeste para o Norte, todos eles eram bons, porque os mares [em] que a gen-te trabalhava antigamente, ao peixe-espada branco, tinham essas funduras perto – nunca falhava! Pelo mar que a gente pensasse ir, nunca falava! Mes-mo sem GPS”, recorda com orgulho Marcelino Folques. Outros barcos se juntaram a esta pesca, que acabou por funcionar como um recurso alternativo quando a frota do peixe-espada branco que pescava no norte de África, parou, devido ao fim do acordo da União Euro-peia com Marrocos, em 2001.

Entretanto, o madeirense que dera um impulso importante às pescas de Sesimbra, não se adaptou totalmente a Sesimbra. O seu barco, de boca aberta, não era muito apropriado para estas águas e, como diz Marcelino Folques, “Desorientou-se. Ele era amigo de

Peixe-espada preto: um velho conhecido dos Sesimbrenses

beber, tinha uma carrada de filhos, e chegava ali à doca, naquelas barracas de madeira, metia-se ali com mais três ou quatro, e já não queria saber de mais nada.”

Hoje, a quantidade de peixe nos pesqueiros próximos de Sesimbra, diminuiu bastante: “Anda agora aqui o Patacho, mais um ou dois, mas apa-nham o quê? Um quarto dos outros, que vão mais longe. Bem, porque esses também largam 50 montes de aparelho. Eu largava 300 talas, eles largam agora 1.500 !”

Mestre Marcelino acha que, como o peixe vem do Norte para o Sul, os barcos, ao pesca-lo na parte do Nor-te, limitam a vinda do peixe para Sul.

A ideia de que veio um madei-rense “ensinar” os pescadores de Sesimbra a capturar o peixe-espada preto, para além de não correspon-der à realidade, faz-nos recordar, com alguma ironia, a revelação feita por António Reis Marques, no seu livro “Peixe-espada a preto e branco”: Em 1823, o governador-geral da Madeira mandou vir de Sesimbra “homens práticos e os aparelhos necessários”, com o objectivo de estabelecer na Madei-ra “uma associação de pescarias como sucede em Lisboa, Sesimbra e outros portos do reino”.

A iniciativa do governador não parece ter tido os resultados que esperava, mas alguns dos mais ex-perientes pescadores sesimbrenses ainda transmitiram aos madeiren-ses os seus conhecimentos sobre artes de pesca com linhas e anzóis.

Na exposição oceanográfica de 1897, o peixe-espada preto foi uma das “estrelas” em exposição.

Page 5: O Sesimbrense - Edição 1166 - Setembro 2012

O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 20125

em destaquePescasDocapesca promove a cavala

A Docapesca realizou, na praça de Sesimbra, uma sessão de promoção da cavala, com divulgação de novas receitas para aquele peixe: pataniscas de cavala, saladinha de feijão frade com cavala, filetes de cavala marinados e cavala salteada com tomate fresco e manjericão sobre tosta.

A iniciativa, que decorreu durante a manhã de Sábado (22 de Setembro), esteve a cargo da escola de hotelaria de Setúbal, e do “chefe” Laurentino Pastaneira, e contou também com o apoio da Câmara Municipal de Sesim-bra. Diversas pessoas, previamente inscritas, receberam uma “mini-curso” de confecção de cada um dos pratos.

A iniciativa despertou a curiosidade de muitas pessoas, que se juntaram para provar as especialidades à medida que iam sendo confeccionadas.

João Pólvora Santos, director da Docapesca sesimbrense, disse ao nosso jornal que esta iniciativa tem como objectivo “promover a cavala, que é uma espécie muito abundante na costa portuguesa, mas que tem o problema de ser pouco valorizada. É uma espécie cuja pesca não está limitada por quotas, pode-se pescar à vontade – apenas com a limitação do tamanho, pois existem tamanhos mínimos para a captura.”

No entanto, salienta João Pólvora,

A c t u a l -m e n t e a cavala é pro-movida pe-los cientistas, como sendo uma espécie muito rica em nutrientes, no-meadamente o famoso óleo Ómega 3. No entanto, há umas décadas atrás, eram os próprios médicos, também em nome da ciência, que desaconselhavam o consumo – sobretudo às crianças – do peixe “raimoso”, por vezes de cor azulada. Nem o peixe-espada escapava, na altura, a esta “acusação”. Ironia dos tempos…

A propósito, uma anedota an-tiga:

Um homem ia caminhando pelo campo, quando encontra outro a cavar batatas, e pergunta-lhe: – Eh amigo? Não me dispensa aí umas batatas?

O outro olha-o desconfiado, e responde:

– Dispensar? Então e cavá-las? – Cavalas? Não gosto: é peixe

raimoso.

Peixe “raimoso”

“é um peixe que tem características muitos boas, um conjunto de ácidos gordos e nomeadamente o Ómega 3, que são excelentes para o coração e para a saúde humana, bons para com-bater o colesterol”.

Rui Santos, também da Docapesca, informou já se terem realizado quase 3 dezenas destas iniciativas, por todo o país, sempre com grande aderência, mas o maior sucesso verificou-se no Algarve, onde se realizaram iniciativas destas durante o mês de Agosto.

João Pólvora chamou-nos a atenção para o aspecto financeiro: “o preço médio da cavala, em Sesimbra, ronda os 20 a 22 cêntimos. Se conseguís-semos aumentar em 10 cêntimos o valor da cavala, seria um acréscimo de 50% ao valor médio actual: um aumento da receita dos armadores e dos pescadores.“

Entre os sesimbrenses que se juntaram à iniciativa, estava António Cagica, mestre da traineira Princesa de Sesimbra, que disse ter atirado cavala ao mar ainda na véspera, por falta de compradores interessados, e recordou os tempos em que pescava cavala para a indústria conserveira de Setúbal: “Cheguei a estar à porta da barra de Setúbal, carregado de cavala, há uns 30 anos atrás.”

Pataniscas de Cavala

Cavala fresca: 600 g Farinha de trigo: 200 g Vinho branco ou cerveja:1 a 2 dl Ovos: 2 Salsa: 30 g Azeite: 4 dl Sal e pimenta: a gosto

Preparação:Coza a cavala, separe os lom-bos e guarde;Faça o polme com a farinha, ovos, salsa picada, cebola e vinho branco. Tempere com sal e pimenta e junte os lombos de cavala, mexa bem e deixe des-cansar durante 10 minutos;Frite em azeite e sirva de ime-diato.

Reforma da política europeia de pescas

A UE está a preparar uma nova re-forma da sua política de pescas, por considerar que “hoje em dia se pes-ca mais peixe do que aquele que se deveria pescar para garantir a sua re-produção segura”. Simultaneamente, a EU pretende “trazer uma nova pros-peridade ao sector da pesca, acabar com a dependência dos subsídios e criar novas oportunidades de empre-go”.

Entre as grandes orientações para o futuro próximo, a EU pretende con-seguir o seguinte:

1) Proibição das devoluções de peixe ao mar, considerada como “um dos melhores exemplos das deficiên-cias da Política Comum de Pesca”. A abordagem a este problema será faseada, pretendendo-se aplicar este objectivo até 2016.

Quanto a medidas concretas, elas constarão de artes de pesca mais selectivas, restrições de pesca nas zonas de agregação de juvenis e até mesmo em encerramentos em tempo real (defesos).

2) Rendimento Máximo Sustentá-vel – trata-se de um conceito cientí-fico, definido como a “a captura má-xima que pode ser efetuada durante um período indefinido sem prejudicar a unidade populacional de cada es-pécie”. Isto significará cada vez maio-res restrições na pesca de espécies ameaçadas, para diminuir o volume de peixes capturados. O Governo português tem manifestado algumas reservas ao modo como a EU preten-de implementar esta orientação.

3) Regionalização – pretende-se

diminuir o peso de políticas e orien-tações definidas para toda a Europa, e que depois são aplicadas sem ter em conta as particularidades de cada zona de pesca. Desta forma, as or-ganizações de produtores (OP) ou outras associações de pescadores poderiam gerir a utilização das quotas dos seus membros e elaborar planos de comercialização. Trata-se de defi-nir objectivos e encontrar as soluções para os atingir, com a colaboração dos próprios armadores e pescado-res.

4) Dimensão Social – Trata-se do problema da pesca ser pouco atracti-va como actividade profissional, e do número de postos de trabalho depen-dentes do setor das pescas estar em declínio na maioria das zonas costei-ras. A solução poderia estar no au-mento da atractividade do sector das pescas, convertendo-o numa fonte de empregos de elevada qualidade, as-segurando a viabilidade das comuni-dades costeiras através da promoção do crescimento económico.

5) Direitos de pesca transferíveis – é um processo em que os direitos de pesca podem funcionar como num mercado, mas que tanto pode ajudar a racionalizar as pescas, como pode favorecer situações de especulação, ou até de reforço do poder dos maio-res armadores. Para evitar isso a EU prevê excluir a pequena pesca costei-ra (navios com menos de 12 metros com artes passivas), a fim de asse-gurar que os direitos de pesca deste importante segmento não sejam ven-didos a navios maiores.

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Num pequeno inquérito por alguns restaurantes de Sesimbra, sobre o modo como avaliam a época alta, en-contrámos opiniões muito divididas: alguns dizem que correu muito bem, e até com aumento de clientes, mas ou-tros não escondem o agravamento pro-vocado pela crise, seja pela diminuição de clientes, seja pelo facto dos clientes gastarem cada vez menos.

O Pintarola, no Largo do Município, considerou o negócio deste Verão como bom, “melhor até do que o ano passado”. Registou a presença de mui-tos clientes estrangeiros: “espanhóis, alemães, muitos russos também. Qual será o segredo? – questiona-se Eduar-do Pintarola - talvez a qualidade do peixe!”

O Tony da Marisqueira, no largo de Bombaldes, registou também um au-mento de clientes: “Este Verão tivemos mais visitas, melhorou. Muitos emi-grantes e muitas nacionalidades, que era raro já virem aqui: russos, muitos italianos”. Para Tony, o motivo será tal-vez a instabilidade política no Médio Oriente.

Zé Filipe, d’ O Velho e o Mar, registou uma quebra de clientes nacionais, mas que foi compensada por um acréscimo de estrangeiros: “alemães, espanhóis – muitos espanhois – e franceses, não os

Restauração divididaemigrantes, mas mesmo de nacionali-dade francesa, foi o que nos aguentou este Verão, que acabou por ser bom”.

Na tasca do Isaías, Zé Pedro resume a situação da seguinte forma: “Eu tra-balhei a mesma quantidade, não notei grande difrença. O problema é o IVA, porque não aumentei os preços. Não se pode, se não o pessoal foge.”

No entanto, houve também quem registasse o contrário: a crise a reflec-tir-se na diminuição de clientes e de receitas. João Leão, do restaurante A Toca do Leão, na rua Amélia Frade, reconhece que este ano foi pior: “Mui-ta gente, mas com pouca capacidade para gastar dinheiro. Dantes era três doses para três, agora é dose e meia para três. Ainda hoje, pediram três do-ses de espadarte para oito pessoas: é que nós servimos bem. O grande pro-blema é que as pessoas querem comer e não têm poder de compra. As praias estiveram cheias, mas as pessoas iam com as suas lancheirazinhas.”

Pedro Filipe, do restaurante Café Fi-lipe, no largo da Marinha, começa por dizer que o Verão “correu mais ou me-nos”, mas adianta que, cada vez mais, os clientes recorrem aos pratos mais baratos.

Também o restaurante O Canhão nos referiu uma diminuição de clientela.

Vários restaurantes referiram o pre-juízo provocado pelas obras, ao afas-tarem clientes. O caso mais evidente disso é o da Pizaria Central, que teve obras à porta até ao dia 31 de Agosto, “às 10 da noite”. E ainda não estão to-talmente concluídas: continuam traba-lhos pontuais, poeira no novo empedra-do, o prédio das antigas Finanças ainda em obras, e ainda não há iluminação pública. As obras neste largo foram as que mais se arrastaram e também das mais desorganizadas e perigosas, re-gistando numerosos casos de pessoas que caíram. O negócio só podia ter sido péssimo, como nos confirmaram.

Heitor Santos, do restaurante O Fa-rol, no largo da Marinha, registou uma grande quebra: menos 40 a 50%. E adianta que as obras realizadas no largo, apesar da interrupção em parte do Verão, tiveram muita influência, pre-judicando bastante: “Depois das obras fechadas é que realmente melhorou um bocadinho mais. Agora é a crise em si, mas antes foi a crise e as obras.”

Também a Tasca da Nelinha, na mar-

Obras prejudicaram

ginal, próximo da rua Fernando Mar-ques, diz que as obras atrapalharam: “Este Verão foi mau, por causa das obras, esta zona estava completamen-te fechada”, diz Silvana, ali emprega-da. Admite que a obra está a ficar boa, “mas em relação ao prejuízo foi péssi-mo. O pó também prejudicou muito”. Cláudia, também ali empregada, adian-ta que “Havia sempre muita areia ali do fundo, mesmo depois das obras inter-rompidas, ficou aquele buracão, houve até uma senhora idosa que caiu ali e se magoou bastante.”

João Marcelino, do restaurante Baía, diz que os problemas das obras se somaram aos da crise, e lembra que, quando houve o acordo para as obras, era no pressuposto de haver mais o es-tacionamenro do Sesimbra Shell, que não há, e até o parque do Hotel do Mar vai desaparecer.

O novo proprietário do restauran-te Sereia, Miguel Silva, afirma que “O verão foi fraco, por causa do vento, as noites de Agosto muito frias, houve também a crise, mas começou logo pe-las obras, que afastaram muita gente.” Sobre o novo arranjo da marginal, diz que está muito virado para o turismo, mas que para as pessoas locais não há estacionamento.

É quase inexplicável porque é que, mesmo com as obras interrompidas no Verão, se deixou este buraco na marginal.

As obras no largo do Grémio foram as mais complicadas, prolongando-se até ao final de Agosto, com grande prejuízo da pizaria central.

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Nos dias 15 e 16 de Setembro, a Associação Musical e Cultural da Quinta do Conde I (AMCCI) realizou o II Encontro de Coros do Concelho de Sesimbra, na Escola Básica n.º3 da Quinta do Conde.

A AMCCI, responsável por mais este Encontro, tem como principais objec-tivos a divulgação da música, cultura e artes em geral, bem como a fomen-tação e realização de actividades de cunho artístico-culturais, através do ensino, pesquisa e investigação cul-tural.

O II Encontro de Coros do Concelho de Sesimbra apelidado por alguns de “sublime” dada a qualidade dos grupos intervenientes, contou com a presença do Grupo Coral da Incrível Almadense (Almada), do Grupo Coral T.A.B. (Bar-reiro), do Grupo Coral da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense (Azeitão), do Coro de Câmara Outros Cantos (Sintra), do Grupo Coral de Sesimbra e do Quarteto Vox Cantatis (Quinta do Conde).

Este último, sendo o Grupo respon-

II Encontro de Corosdo Concelho de Sesimbra

sável pela dinamização do evento, participou nos dois dias do Encontro. No primeiro dia, apresentando um repertório com obras polifónicas de várias épocas da história da música incluindo, mesmo, temas bastante re-centes. E no segundo dia, apresentou-se em palco envergando trajes renas-centistas, interpretando apenas temas desta época.

O evento contou com a apresenta-ção de Joaquim Alhinho, um homem bastante conhecido de todos, e que brindou o público e os próprios grupos participantes com inúmeras surpresas ao longo dos dois dias. Dando jus ao nome “Encontro de Coros”, este apre-sentador deliciou todos os presentes juntando os diversos Coros partici-pantes em palco e pedindo-lhes para interpretarem diversos temas em con-junto.

O resultado não poderia ser melhor! E ficou a promessa de mais um En-contro de Coros do Concelho de Se-simbra em 2013.

Helena dos Santos Soares

Numa organização da Associação Musical e Cultural Conde I (AMCCI), com o patrocínio da Câmara Municipal de Sesimbra, decorreu em 15 e 16 de Setembro p.p. o II Encontro de Grupos Corais, no cenário adequado da Escola Básica n.º 3 da Quinta do Conde. Entre os participantes, em nú-mero de 6, contou-se o Grupo Coral de Sesimbra que actuou a muito bom nível na véspera de completar 24 anos de existência.

Os outros Grupos que valorizaram a iniciativa foram “Vox Cantatis” (música medieval e renascentista), o “Perpétua Azeitonense”, a “Incrível Almadense”e o “Outros Cantos”, de Sintra.

O nível geral de actuações foi excelente, justificando muitos aplausos.O Coro de Sesimbra, sob condução do Maestro Pedro Casanova, exibiu-

se com um total de 19 participantes, repetindo a elevada bitola de recentes actuações.

Do repertório apresentado tomou vulto, com excepcional agrado, o ale-gre tema de Hector Villa Lobos intitulado “Balaio”, que impôs exigências de bis.

Ao fim da tarde de domingo, 16 de Setembro, os Grupos Corais actuan-tes, sob batuta do Maestro Rui de Sá Sequeira, com perto de 80 elemen-tos, cantaram em conjunto um muito popular tema dedicado à gama de instrumentos musicais, dos violinos aos timbales.

Uma feliz iniciativa a repetir, por certo, em 2013.David Sequerra

Grupo Coral de Parabéns

Foi atribuida ao hotel Sana Park de Sesimbra a utilidade turística definitiva. Esta classificação é concedida para um período de sete anos, ou seja, até 2018.

De acordo com o despacho do Ministério da Economia e do Emprego, o hotel terá agora dois anos para pro-mover a realização de uma auditoria de qualidade de serviço por uma entidade independente, ou então, no caso do empreendimento dispor de um sistema de gestão de qualidade implementado, a referida auditoria poderá ser substituí-

Sana Park Hotel recebe declaração de utilidade turística

da pela descrição detalhada do referido sistema, evidenciando nomeadamente a política de qualidade prosseguida, a monitorização e medição da satisfação do cliente e o tratamento das reclama-ções, a frequência e metodologia das auditorias internas e o envolvimento da gestão de topo.

O hotel fica também impedido de realizar quaisquer obras que impli-quem alteração do empreendimento sem prévia comunicação ao Turismo de Portugal.

Ao fazer umas filmagens na zona da Atalaia, em 2009, o realizador Carlos Rodrigues “descobriu” a conhecida festa popular daquele santuário, onde encon-trou muita gente de Sesimbra: tratava-se do Círio da Azoia, que reúne devotos de todo o concelho de Sesimbra. Nasceu ali a ideia do filme “Água da Atalaia”.

Depois de uma preparação docu-mental, Carlos Rodrigues realizou as filmagens durante a festa de 2010, começando pelo peditório, que acom-panhou na zona rural de Sesimbra, e terminando com a tradicional Festa que decorre na Atalaia, no mês de Agosto

Apesar do trabalho prévio, o próprio decurso das filmagens acabou por de-terminar a narrativa: “Como começa a ser comum no meu estilo, penso numa coisa, mas geralmente sai outra. A pesquisa realizada deu uma base, mas o trabalho acaba por ser resultado do quotidiano.”

Segundo o realizador, a sua inten-ção não foi fazer um documentário do Círio da Azoia, mas sim documentar a festa da Atalaia num todo, e utilizar o Cirio da Azoia como o elo condutor: “Porque afinal o que o Cirio da Azoia faz, é o que o cirio dos Marítimos faz, o que o cirio dos Olhos de Água faz, todos os outros cirios acabam por fazer o mesmo. Nenhum deles sabe muito bem a origem, sabemos que o círio é uma promessa colectiva, mas não sabem muito bem o que prometeram, uns di-

Água da Atalaia

zem que foi por causa da peste, outros da pneumónica…”

Não foi um trabalho fácil: “Uma das coisas debato com colegas meus de faculdade, é de que não é um trabalho antropológico, ultrapassa a antropologia e entra na etnografia. Não só vemos aquele grupo como um grupo, como temos que fazer parte: ir dormir para o chão como eles vão, beber os copos que eles bebem, chorar as lágrimas que eles choram, fazer os caminhos que eles fazem. Tivemos de filmar em meia dúzia de dias, no pico de Agosto, com tempe-raturas acima do normal, em ambientes sonoros, extremamente adversos. Mas, no fundo, o documentarismo acaba por ser um bocado isso, a rápida adaptação do cineasta à situação em que está envolvido.”

Carlos Rordrigues utilizou uma equipa muito pequena: “Houve um realizador e produtor, que fui eu, e apenas mais duas pessoas.

O filme foi estreado em Sesimbra, no festival Finisterra de 2012, acabando por averbar um 2º lugar na categoria de Turismo Religioso.

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O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 2012

Edifícios com história (VIII)

Edifício das antigas Finanças

A realização de obras no edifício que ocupa o lado nascente da rua Aníbal Esmeriz, teve como consequência a descoberta uma mala e um saco, aparentemente esquecidos ou aban-donados, com rolos de música para pianola, e que se encontravam numa pequena sala, juntamente com outra papelada. Tratam-se de 36 rolos de papel perfurado, que permitiam a repro-dução automática de música, através de processos mecânicos.

Entre as peças musicais dos rolos, contam-se composições como “Alma de Dios” (de José Serrano), “Mala-gueña” (de José María Guervós), a valsa “Às Três da Manhã” e o fox-trot “Pas sur la bouche” (de Maurice Yvain).

Particularmente interessante é o fado-fox-trot “Nota Falsa”, da autoria de compositor português Raul Portela (1889-1942) composição que fez parte da revista à portuguesa “Rataplan”, de 1925. Entre as empresas editoras dos rolos, contam-se as casas Victória,

Rolos de música para pianola descobertos no edifício das antigas Finanças

Invicta e Salão Mozart. Desconhece-se qual a origem dos

rolos. Como foram encontrados junto a documentação da antiga Repartição de Finanças, que funcionou muitos anos naquele edifício, poderá haver uma relação com qualquer cobrança con-tenciosa. Mas como também funcionou naquele edifício o primeiro animatógra-fo de Sesimbra, outra hipótese é de que os rolos servissem para a reprodução da música que acompanhava os filmes mudos.

A Câmara Municipal de Sesimbra tem inuagurou, na Capela do Espirito Santo, uma exposição de instrumen-tos antigos, reprodutores de música por métodos mecânicos, baseada na colecção de Luís Cangueiro, autor de um livro sobre estes instrumentos. Com a designação de ”Ondas de Música Mecânica”, a exposição, que também inclui uma pianola, está aberta ao público entre 30 de Setembro e 4 de Novembro.

O mais popular instrumento de leitura e reprodução dos rolos perfurados foi a “pianola”, que permitia reproduzir as músicas em pianos, através de um instrumento adaptados para esse fima pianola, patenteada nos EUA em 1875. Colocada junto ao teclado de um piano, a versão primitiva deste instrumento fazia a leitura do rolo e percutia automaticamente as teclas do piano. Mais tarde as pianolas foram construídas incluindo no mesmo corpo o piano e a máquina leitora de rolos.

Apesar da reprodução automática, era possível a um executante fazer variar a velocidade de reprodução e operar os pedais do piano, permitindo, desta forma, dar um toque “pessoal” e evitar a monotonia da reprodução mecânica.

A reprodução de música por rolos perfurados durou até aos anos 1930, sendo depois suplantada pelas grafonolas com discos rígidos, inicialmente duma matéria plástica, e mais tarde de vinil.

A pianola

O projecto daquele que viria a ficar conhecido como “edifício das Finanças” foi

entregue à Câmara Municipal em 1893, com frentes para o Campo da Miseri-córdia (actual largo 5 de Outubro), rua Direita (actual rua da República) e para aquela que então se designava como “rua Nova”, de construção recente, e que mais tarde viria a ser designada como travessa da Senhora do Monte do Carmo, depois travessa 28 de Agosto e, finalmente, rua Aníbal Esmeriz, em ho-menagem ao médico e subdelegado de saúde, vítima da pneumónica em 1918.

No seu primeiro andar funcionou o serviço de Finanças, até à sua mu-dança para a Avenida da Liberdade, facto que levou a que o edifício seja ainda hoje conhecido como “edifício

Este edifício está actualmente a ser alvo de obras de remodelação, com substi-tuição integral do interior, mantendo-se as fachadas, as cantarias exteriores e a fachada de azulejos. As obras atingem o valor de 710 mil euros, e são compar-ticipadas por fundos comunitários em 555 mil euros (cerca de 78%). Depois de concluído, funcionará alí a sede dos museus municipais.

A Mercearia Ideal, de Arménio Monteiro Coelho. Ao balcão, o sr. António, auxiliado pelo jovem Lucindo Cagica Pinto(Foto facultada por Luis Filipe Cagica Pinto)

O actor João Vasco nasceu neste edifício, filho de um faroleiro que a profissão trouxera para Sesimbra. Ape-sar de ter saído cedo de Sesimbra, o actual director da Escola do Teatro Ex-perimental de Cascais (TEC) manteve sempre uma forte ligação a Sesimbra, tendo colaborado com o nosso jornal. Também representou várias vezes em Sesimbra, quase sempre integrado no TEC.

Assembleia Municipal une-se contra o Governo

Só faltou o PSD, embora alguns deputados municipais se tenham con-vencido de que isso seria possível: um grande consenso permitiu a aprovação de uma moção de crítica ao Governo, na Assembleia Municipal do passado dia 27 de Setembro.

É difícil compreender como é que o PSD poderia votar favoravelmente um documento tão crítico do Governo mas, ainda assim, a intervenção dos deputados deste partido durante a sessão, não foi tanto de critica à moção em discussão, mas sim de ataque ao PS, que consideram responsável pelas políticas que obrigam agora o PSD a tomar medidas tão impopulares.

A Assembleia Municipal tinha agen-dados três assuntos submetidos pela Câmara: acordos para pagamentos em atraso, acordo com a PT, e uma contratação serviço.

Contudo, a sessão foi dominada pelo debate de três moções, sobretudo a que tinha sido preparada por negocia-ção entre todos os líderes de bancada, sob a coordenação do lider de bancada do PS, Manuel José Pereira, no sentido de exigir “um Orçamento de Estado que respeite o País”.

A moção, referindo-se à decisão de aumentar a Taxa Social Única para os trabalhadores, considera-a uma me-dida de “imoralidade intrínseca, pela ruptura grave que provoca no quadro dos nossos princípios democráticos, sociais e institucionais”, e refere a manifestação do dia 15 de Setembro, como a “maior contestação de que há memória desde que há democracia”, onde “o povo anónimo desfilou em pro-testo nas ruas, dum modo nunca visto”.

Na moção o Governo é acusado de “governar contra tudo e contra todos”, de querer dar “a estocada final na classe média”. Termina-se solicitando uma proposta de Orçamento de Estado que permita que o nosso País volte ao crescimento, que o Estado social se mantenha e que a consolidação das contas públicas possa ser realizada.” Na votação apenas se manifestaram contra os dois deputados do PSD

Uma segunda moção, da CDU, referia-se também às políticas gover-namentais, considerando que o País

esta numa “viagem de regresso à idade média”, onde “a classe social com o mesmo nome tende a desapa-recer”. Para o Governo, a Justiça - diz a moção - “é um conceito que oprime os povos e extingue a classe média.” Foi também aprovada com dois votos contra, do PSD

A terceira moção, da CDU, manifes-ta-se em defesa das freguesias e das populações, contrariando o modo como o Governo pretende fazer a agregação de freguesias, exigindo a revogação da Lei 22/2012. Foi aprovada por unani-midade.

Ordem do DiaOs acordos de pagamento de dí-

vidas, propostos pela Câmara foram aprovados por maioria, com absten-ção do Bloco de Esquerda. Mas o PS, embora votando favoravelmente, criticou o facto de “só se encontrarem contemplados no presente plano os grandes credores e fornecedores da atividade municipal, cujo montante em causa ascende a cerca de 6 milhões de euros, quando do nosso ponto de vista, se deveria também ter realizado, em simultâneo, um plano de recuperação da dívida para as pequenas dívidas contraídas e subsídios atribuídos, que ficaram de fora.”

Outra proposta submetida pela Câmara respeitava à abertura de um processo de aquisição de energia elétrica, para instalações do Município alimentadas em média e baixa tensão especial.

Este procedimento decorre da libe-ralização do sector do fornecimento de energia elétrica, de acordo com as novas imposições legais

Para a referida contratação, abran-gendo parte do corrente ano e 2013, a Câmara estima o montante de 962 mil euros, mais IVA.

Nesta Assembleia foram ainda co-municados os pedidos de renúncia de mandado da deputada Sónia, do PS, e de Henrique Guerreiro, do Bloco de Esquerda, que alegou razões de carác-ter profissional.

J.A.Aldeia

Câmara regista a Maçã camoesa da Azoia

A Câmara Municipal registou como “marca nacional a Maçã Camoesa ou Férrea, da Azoia.

Apanhada em Setembro, ainda ver-de, esta maçã costumava ser colocada em cima dos armários para perfumar as casas, ficando a amadurecer até ao Natal. Trata-se de uma maçã com pro-priedades únicas quando comparada com outras variedades. Segundo um estudo do professor Agostinho de Car-valho, da Universidade Egas Moniz, do Monte da Caparica, que decidiu compa-rar a Camoesa da Azoia com as maçãs Starking, Fuji e Golden, concluindo que os seus níveis de antioxidantes

e polifenóis são muito superiores aos das restantes.

Para além do aroma e sabor únicos, a Camoesa é reconhecida pelas carac-terísticas anti-cancerígenas.

Devido às qualidades apresentadas é recomendada a doentes anémicos e diabéticos. Estas propriedades devem-se ao microclima particular da zona do Cabo Espichel e aos terrenos argilosos, ricos em ferro. Apresenta uma colora-ção manchada de vermelho na face de maior incidência do sol, sobre um fundo amarelo. A polpa distingue-se pelo sa-bor característico, ácida, de cor branca e consistência muito firme.

das Finanças”.Foi neste edifício, no rés-do-chão

virado para o largo 5 de Outubro, que funcionou o primeiro “animatógrafo” de Sesimbra.

Embora sem grandes condições, ainda funcionou neste edifício o Mu-seu Arqueológico, desde 1982, vindo do Castelo, onde as instalações não ofereciam segurança, até 1987, data em que mudou para os pavilhões do antigo Ciclo Preparatório. Neste perío-do o museu já tinha uma pequena zona etnográfica, com peças que tinham sido recolhidas aquando da exposição etnográfica de 1981, no Ginásio Sede.

Outras organizações que têm utiliza-do este edifício, embora em condições precárias, foram a ANUFISE, e várias Escolas de Samba.

À rua onde se localiza o edifício tem nome de Aníbal Esmeriz, o devotado médico municipal e subdelegado de saúde que faleceu em 20 de Janeiro de 1918, vítimado pela pneumónica, quando tratava os doentes.

A vinda deste médico para Sesimbra esteve envolta nalguma polémica, pois em 1914, a Câmara e o Senado Munici-pal contestaram entre si o direito de es-colher o médico municipal, tendo cada um deles o seu candidato preferido, ao

Aníbal Esmeriz e a pneumónica

ponto de ambos se terem deslocado a Sesimbra para tomar posse do cargo. Acabou por prevalecer a posição da Câmara, dirigida por Virgílio de Mes-quita Lopes, tendo sido contratado Aníbal Esmeriz, que se viria a revelar um médico competente e muito dedi-cado à sua profissão.

O período da pneumónica (ou gripe espanhola) foi muito crítico para Sesim-bra, dado que ambos os médicos aqui existentes – Aníbal Esmeriz e Manuel José da Costa Júnior – adoeceram e deixaram de poder tratar os doentes, embora o dr. Costa tenha sobrevivido à doença, assumindo o cargo de sub-delegado de saúde em 8 de Março de

1919. E ao mesmo tempo que vigorava a terrível gripe, grassavam também em Sesimbra o tifo e a varíola. De Sesim-bra partiam insistentes telegramas ao Governo, solicitando o envio urgente de um médico e um enfermeiro.

Finalmente no dia 17 de Novembro apresentou-se em Sesimbra, enviado pelo D-G de Saúde, o aspirante a médico Silva Ferreira. Inacreditavel-mente, anunciou que abandonava Sesimbra no mesmo dia, “visto não poder suportar ares marítimos”, o que levou o administrador do Concelho a ameaçá-lo com prisão.

É de referir que única pessoa que se voluntariou para prestar serviços

médicos – embora não saibamos qual era a sua profissão – foi um cidadão brasileiro, de nome Waldomar Teix-eira, uma única pessoa para aplicar os tratamentos necessários em todo o concelho, e que já em 11 de Novembro estava “completamente esgotado” e a precisar de alguém que o ajudasse.

Podemos ter uma ideia dos medi-camentos então usados: mostarda, quinino, carbonato amónio, cafeína, lin-haça e óleo canforado. Neste período ambas as farmácias particulares avia-vam diariamente perto de oitocentas receitas, fora consumo do hospital da Misericórdia, que albergava homens e mulheres atacados com a epidemia.

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Carlos Macedo, o sesimbrense que foi candidato à Câmara pelo Bloco, nas duas últimas eleições, recordou a formação do BE em Sesimbra, no ano de 2005, com a formulação de um programa político que assentava numa estratégia de desenvolvimento que era “completamente diferente” daquela que “impera no Concelho desde o 25 de Abril, através de uma selvagem es-peculação imobiliária, ao mesmo tem-po que se tentava integrar, sem grande sucesso, uma freguesia que crescia de forma imparável, a Quinta do Conde.”

Segundo Carlos Macedo, na época o Bloco formou em Sesimbra a “única oposição no panorama político local“.

Tendo ficado a poucos votos de ele-ger um vereador, na primeira eleição a que concorreu, o Bloco desenvolveu a sua política através da Assembleia Municipal, ficando sempre isolado face ao consenso das restantes forças po-líticas.

O tempo veio dar razão ao Bloco, afirmou Carlos Macedo, com a crise no imobiliário e a subsequente queda de receitas municipais, ou seja, o des-moronar da estratégia que tinha sido defendida pelos restantes partidos.

Reflexo disso são os casos de “insti-tuições que já fecharam portas, ou que se encontram completamente endivi-dadas, porque os subsídios com que contavam, ou a que estavam habitua-dos, acabaram.”

No entanto, adiantou Carlos Mace-

do, as políticas que têm sido aplicadas pelo actual governo, “servem nesta al-tura para espantar todo o mal que vai acontecendo ao Executivo da Câmara Municipal de Sesimbra”, ou seja, as medidas governamentais estão a ser usadas como desculpa pelo Executivo municipal.

Destacou o facto da dívida municipal de curto prazo ter já ultrapassa os 20 milhões de euros, com tendência para aumentar, fixando-se os prazos de pa-gamento em 180 dias: “um arraso para a economia do Concelho”, dando al-guns exemplo concretos.

Francisco Louçã referiu-se breve-mente à situação local, dizendo que Sesimbra apresentava “exemplos cla-rividentes de erros urbanísticos, caso exemplar neste distrito, com projec-tos megalómanos, como o de colocar 30 mil novos residentes na Mata, e duplicar a população do Concelho”, acusando a Câmara de ter estado “ao serviço de interesses imobiliários, que são tão gulosos”.

Sobre a situação política local, ca-racterizou-a como sendo um “situacio-nismo de geometria variável, em que o PCP se vai aliando com o PSD ou com o PS”, e fez votos de bom trabalho e o maior sucesso do Bloco nas próxi-mas eleições, para que possa assim mostrar qual o caminho justo para o concelho.

Referiu-se mais alongadamente à situação nacional, salientando que

nos encontramos numa situação nova, com a “desagregação do Governo, em que os ministros não podem ir a lado nenhum em Portugal, e que não tem nada para apresentar, nenhuma pro-posta para fazer, nenhuma resposta a dar.”

Os resultados da política seguida pelo Governo, frisou Louçã, são de-vastadores, com um défice descontro-lado devido à pressão sobre as recei-tas fiscais: “É é claro que tirar salários aos trabalhadores ou tirar pensões aos reformados, não podia deixar de pro-vocar este efeito: diminuiu a procura, diminuiu o consumo, diminuiu a activi-dade económica e as receitas, levando à desagregação económica”.

Referiu a importância da manifes-tação de 15 de Setembro passado,

convocada fora do quadro partidário e sindical, que considerou a maior mani-festação, tirando as que se seguiram à revolução de Abril.

Mas a situação mudou, sublinhou francisco Louçã, “Porque houve reac-ção popular”.

Defendeu que os partidos da opo-sição se deverão colocar de acordo quanto a uma moção de censura: “o que não podemos é deixar de enfren-tar, e da única forma que anuncia a vontade de não desistimos perante he-sitações de outros partidos. Imaginem o que seria permitirmos a este governo fazer tranquilamente o seu orçamento, ou ir daqui a uma semana, ao Euro-grupo, apresentar o orçamento com aumento de impostos!”

João Augusto Aldeia

O Sesimbrense aproveitou esta oportunidade para colocar duas per-guntas aos oradores. A Carlos Mace-do perguntámos, dada a nova situa-ção política, onde, nomeadamente, foi possível obter um acordo, na As-sembleia Municipal de Sesimbra, de todos os partidos à excepção do PSD, contra as políticas governamentais, se pensa ser possível que sejam obtidos outros consensos entre o Bloco e ou-tros partidos, relativamente a alguns temas da política local.

Carlos Macedo enquadrou a res-posta no contexto das próximas elei-ções locais, e disse que era necessá-ria “uma candidatura autárquica com uma estratégia e um projecto que una as pessoas e que promova o desen-volvimento”. Acredita que possa haver “pontos de convergência de diversos partidos para o mesmo programa, mas se daí poderá resultar uma coli-gação ,não sei”.

Carlos Macedo foi mais longe e ad-mitiu que não o chocaria que se for-masse uma “uma candidatura cidadã, que enquadrasse pessoas que fos-sem do BE, que fossem do PS, ou de não militantes em nenhum partido, os

quais respondessem a um programa que fosse diferente deste que temos tido no concelho de Sesimbra. Acho que se podem procurar consensos.”

A Francisco Louçã colocámos a questão: se se chegar ao ponto de Portugal romper o pacto com a trói-ka, conforme defende o BE, o que é que seguiria: uma negociação com as mesmas entidades, ou a procura de novos interlocutores?

Francisco Louçã começou por dizer que a acusação que alguns partidos têm feito, de não haver alternativa a este acordo com a troika, se tinha vi-rado contra eles: “Eles diziam que não havia outra alternativa, mas a deles é que não funciona!”

Francisco Louçã admitiu que, rasga-do o acordo, a renegociação seria na mesma com a Europa: “Não pode ser é com a troika enquanto tal. Será com o Banco Central Europeu, com certe-za. Precisamos que Portugal seja mui-to mais independente dos mercados financeiros, precisamos de ter uma recomposição das nossas despesas e das receitas.” Terminou referindo: “Há muito dinheiro em Portugal, está é mal distribuído, e muito escondido.”

Sessão do Bloco de Esquerda em Sesimbra:

Há muito dinheiro em Portugal, está é escondido!

© Sandra Cunha

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O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 2012 11

Uma delegação do partido Os Verdes, constituída pelos dirigentes nacionais Eloisa Apolónia e Joaquim Correia, e pelo dirigente local, Rui João, visitou, no dia 28 de Setembro, a Es-cola Navegador Rodrigues Soromenho, para se inteirarem dos problemas daquele estabelecimento de ensino.

Segundo Eloísa Apolónia, a visita surgiu na sequência de denúncias que receberam, nomeadamente da parte de pais de alunos: “Houve aqui várias questões que nos preocupam: o espaço é muito exíguo, se tivermos em conta a dimensão da comunidade escolar e fundamentalmente o nº de alunos, percebemos que funcionam com muitas dificuldades: cada cantinho está aproveitado, mas de uma forma inapropriada aos objectivos que pre-tendem atingir. Ficámos absolutamente impressionados com os laboratórios,

Verdes denunciam problemas na Escola Navegador Rodrigues Soromenho

que não são laboratórios nenhuns, e portanto os jovens desta escola, não têm as condições necessárias para uma aprendizagem digna que o ministro tanto proclama.”

Outro dos problemas referidos por Eloísa Apolónia foi o facto de terem sabido que “uma criança com dificul-dades de mobilidade ficou impedida de frequentar esta escola, e teve que se deslocar para uma escola do Seixal, por não haver condições de mobilidade nesta escola, o que é absolutamente incrível”.

Os Verdes consideraram também muito chocante o facto de existirem

na escola pavilhões que possuem coberturas de amianto, e nunca ter sido feita a medição da libertação de partículas de amianto: “Sabemos que estamos a falar de uma substância altamente perigosa, e que esta comu-nidade escolar pode estar exposta ao perigo do amianto: é inacreditável! Há uma grande negligência entorno desta escola, que nós não podemos aceitar, posso dizer q u e d a s d i v e r s a s e s c o l a s que tenho visitado no país – e são bastantes – esta talvez é uma das que tem piores condições.”

Consumo doméstico.....................3,00 Comércio e indústria.....................5,25 Restaurantes................................7,12 Mini mercados............................7,125 Centro comercial (fracção)........ 5,250Lavandarias..................................9,25 Estações de serviço......................9,25 Obras..........................................7,125 Estado.........................................4,312 Instituições..................................3,375 AUGI - domésticos........................3,00 AUGI – comercio e indústria.........5,25

A Câmara Municipal de Sesimbra deliberou o aumento das tarifas de água e do lixo.

No caso da água, a Autarquia justifi-ca-se com o facto do aumento anterior, que fora de 10% no tarifário móvel, e ao contrário do que esperava, apenas se ter traduzido num aumento de re-ceita de 2,7%, devido a diminuição do consumo.

Por outro lado, houve agravamento de custos de energia e combustíveis, mantendo-se deficitária a conta de ex-ploração, e com agravamento: se em 2010 os proveitos apenas tinham co-berto 95,5% dos custos, em 2011 essa percentagem baixou para os 86,9% dos 4 milhões e 792 mil euros de custo.

O aumento da tarifa foi fixado em 50 cêntimos na quota de serviço, que passa a ter os valores compreendidos entre os 4,035 e os 43,413 euros, con-

Vão aumentar as tarifas da água e saneamentoforme o calibre dos contadores: veja-se a tabela de baixo.

No caso do lixo, a cobertura dos custos pelos proveitos é ainda mais deficitária, mas, ainda assim, melhorou no ano passado. Em 2010 os proveitos apenas cobriram 28,9% dos custos, enquanto em 2011 a cobertura passou a ser de 47,4%: menos de metade dos 4 milhões de euros de custo deste serviço.

Tal como na água, o aumento de receitas não acompanhou o acréscimo das tarifas que ocorreu no ano pas-sado. No entanto, este facto decorre também da redução do consumo de água, já que as tarifas do lixo acompa-nham proporcionalmente a facturação da água.

O aumento tarifário dos lixos foi fixado em mais 50 cêntimos na tarifa mensal. Assim, e no caso dos con-

sumos domésticos, o valor sobre dos 2,5 euros para os 3 euros (ou seja, um aumento da ordem dos 20%).

Para o comércio e indústria a tarifa sobre para os 5,25 € (acrécimo de

10,5%) e para os restaurantes 7,125 € (7,55 %). As tarifas máximas recaiem sobre as lavandarias e estações de serviço, que passarão a pagar 9,25 € (acréscimo de 5,7%)

Calibre do contador

Até 15 mm..................................4,035 20 mm.........................................5,241 25 mm.........................................6,457 30 mm.......................................11,905 40 mm.......................................14,337 50 mm.......................................19,171 80 mm.......................................25,242 100 mm.....................................31,292 mais de 100 mm.......................43,413

Novas tarifas de resíduos sólidos

(euros)

Novas tarifas de água

(euros)

A Câmara Municipal vai submeter à Assembleia Municipal, já no próximo dia 3 de Outubro, uma proposta para um empréstimo de 11 milhões de euros, para regularização e pagamento de dívidas da autarquia, vencidas há mais de 3 meses, no âmbito do Programa de Apoio à Economia Local.

A legislação sobre o PAEL data de 28 de Agosto passado e a respectiva regulamentação foi pubicada a 14 de Setembro, porém, com um prazo muito curto para preparação das candidatu-ras, pelo que a Câmara e a Assembleia Municipal tiveram de marcar reuniões específicas para o efeito.

No entanto, pode ocorrer ainda uma contrariedade: se os pedidos dos mu-nicípios portugueses ultrapassarem a verba disponível será feito um rateio, cabendo a cada Câmara apenas uma parte proporcional às respectivas dívi-das à data de 31 de Março passado.

A verba disponibilizada pelo governo para o PAEL é de mil milhões de euros. No entanto, se 300 municípios pedis-sem uma verba igual à de Sesimbra (11 milhões de euros) o total atingiria os 3 mil e trezentos milhões. De acordo com

este exemplo, a Sesimbra ficaria com menos de um terço da verba pretendida.

Os municípios que recorrerem ao PAEL comprometem-se a medidas tais como: redução e racionalização da des-pesa corrente e de capital, a optimização da receita própria,e a intensificação do ajustamento municipal nos primeiros cinco anos de vigência do PAEL.

O empréstimo terá de ser reembol-sado em 14 anos, podendo este prazo estender-se até aos 20 anos para as Câmaras que tenham declarado a si-tuação de desequilíbrio estrutural, ou que optem por tratamento equivalente.

Embora, nesta última situação, o prazo de pagamento mais alargado seja mais favorável, ele implica outro tipo de limitações, tais como a obrigatoriedade da taxa máxima para a componente mu-nicipal do IRS, fixação de taxas máximas de IMI, tarifas mais elevadas, etc.

Os municípios que recorrerem ao PAEL a 20 anos, também poderão ficar sujeitos a auditorias mais intensifica-das, mas julgamos que a Câmara de Sesimbra não pretende recorrer a esta modalidade, e optará pelo empréstimo a pagar em 14 anos.

Câmara recorre ao PAEL

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12O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 2012

No passado dia 8 de Setembro, o Clube Naval de Sesimbra assinalou o seu 82º aniversário com um jantar-convívio no restaurante Pedra Mua (no edifício sede do CNS), onde estiveram presentes numerosos sócios e amigos do Clube – na realidade, o espaço do restaurante, apesar de amplo, não permitiu acolher todos quanto manifes-taram interesse em participar.

A Câmara fez-se representar pelo vereador José Polido, estando também presentes representantes da APSS e do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Miguel Mestre, que estava a representar Portugal nos jogos Paralímpicos.

Lino Correia, presidente do CNS des-de 1993, fez o discurso mais longo e mais substancial, começando por refe-rir que, já nessa data, o Clube era uma das principais associações desportivas de Sesimbra, mas que teve um enor-me crescimento sobretudo através da realização do porto recreio, através de “uma dinâmica mais alicerçada numa filosofia empresarial, o que permitiu retornos que foram acumulados no balanço do clube, viabilizando depois o investimento na nova sede” – sem esquecer o importante contributo da Câmara Municipal.

Lino Correia considerou assim como momento ”chave” na vida do CNS o acto de concessão do porto de recreio, por um período de 30 anos: “foi o que deu segurança e per-mitiu alicerçar a actividade do Clube”, em 2003.

No entanto, já neste momento o porto não ofe-rece lugares suficientes para a procura por par-te dos sócios, pelo que Lino Correia, dirigindo-se em particular ao repre-sentante da APSS, pediu formalmente para “que olhem com atenção para as nossas propostas para expansão do porto de recreio”, no qual o CNS “está disposto a fazer o in-vestimento total, a pagar a renda que for necessária e razoável, pois temos con-dições para gerir tal plano de água, temos estruturas (restaurante, balneários, marinheiros), só nos falta autorização”.

Uma segunda questão destacada por Lino Cor-reia foi o facto de muitos equipamentos desporti-vos, nomeadamente na

Aniversário do Clube Naval Sesimbra

canoagem e no remo, estarem sub-utilizados durante a semana, o que, de certo modo, configura uma deficiente utilização de recursos que também são públicos, e que a solução está no acréscimo da sua utilização pelo desporto escolar. Mas referiu também que os professores de educação física muitas vezes não parecem muito sensi-bilizados para as actividades náuticas,

um obstáculo que é necessário ultra-passar.

Um apelo feito d i rectamente à Câmara Municipal foi no sentido do rápido l icencia-mento do edifício da antiga sede, na marginal de Sesim-bra, actualmente em obras, quase concluídas, e que segundo Lino Cor-reia é um edifício

polivalenteque poderá funcionar como pousada de juventude, ou outros fins, continuando o r/c como bar.

Deu também a notícia que a can-didatura ao PROMAR para aquisição da barca de pesca Amor ao Ofício” foi chumbada, tendo o Clube contestado, aguardando agora resposta a essa reclamação.

Também destinada especialmente à Câmara Municipal, foi a manifestação de intenção, por parte do Clube Naval, da realização do grande evento náutico que está previsto no Plano Estratégico de Turismo de Sesimbra: “é um grande evento náutico que seja uma âncora do Turismo para Sesimbra, gostaria manifestar aqui a disponibilidade do CNS para, em conjunto com a Autar-quia e outras entidades que possam estar interessadas, alavancarmos este grande evento náutico, em relação ao desígnio do mar – O Clube Naval está disponível!”

O número de desempregados em Sesimbra voltou a subir no mês de agosto: o número de inscritos no IEFP chegou aos 2.682, mais 36 dos que no mês de Julho, que por sua teve mais 101 desempregados do que em Junho.

O desemprego em Se-simbra costumava ter uma característica sazonal, com o desemprego a diminuir nos meses de Verão, de-vido a empregos temporári-os criados no sector do turismo, durante aqueles meses.

No entanto, em 2012, pela primeira vez isso não aconteceu: o desemprego continuou a aumentar durante Junho, Julho e Agosto, um claro sinal de agravamento deste indica-dor económico.

Mesmo no Verão, o desempregoaumentou em Sesimbra

Liga dos Amigos daLagoa de Albufeira:40º aniversário

A Liga dos Amigos da Lagoa de Albufeira (LIALA), assinalou o seu 40º aniversário com um extenso programa, do qual constava a atribuição de novos novos nomes de ruas, respectivamente do sócio fundador Engº Godinho Alves, e da própria LIALA.

Das comemorações fez também parte uma exposição de trabalhos artísticos, efectuados no ano lectivo 2011/2012, pelo alunos do atelier da

LIALA, terminando com um jantar de convívio e uma soirée dançante.

O facto de estarmos a proceder ao encerramento da nossa edição, não nos permitiu aceder ao amável convite da LIALA, nem fazer a devida reportagem.

No entanto, contamos compensar esta contrariedade com uma reporta-gem sobre os 40 anos da LIALA numa próxima edição.

Carlos Sargedas, o fotógrafo sesim-brense que dinamizou em 2010 uma grande campanha para a requalificação do Santuário do Cabo Espichel, decidiu voltar a insistir junto das entidades res-ponsáveis, dado que passados dois anos, nada foi feito naquele sentido. Algumas das primeiras entidades que contactará serão os grupos parlamen-tares dos diversos partidos.

A campanha realizada em 2010 , e que incluiu importantes eventos cul-turais e conferências, terminou com um grande concerto no Cabo Espichel, ao qual aderiram diversos artistas e agrupamentos musicais, o que criou a espectativa de que algo seria feito em

breve para salvar aquele património da degradação.

Carlos Sargedas também tem estado a realizar um filme que documenta o Cabo Espichel, que englobará filma-gens da festa anual, que decorre no último fim-de-semana de Setembro.

Também a Câmara Municipal de Se-simbra remeteu um ofício à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, reafir-mando a sua preocupação com o es-tado de degradação do Cabo Espichel, solicitando que sejam apreciadas as propostas e documentação entregues numa reunião de Fevereiro do corrente ano, chamando ainda a atenção para a urgência de uma intervenção.

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O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 201213

Quitéria trabalhava nas padarias da Panificadora Sesimbrense (“Fusão”) quando conheceu aquele que viria a ser o seu marido, e que trabalhava como pasteleiro para a mesma empresa: “Eu trabalhava nas padarias todas da Fusão: se faltava uma ia para a Cotovia, ou para Santana, ou ali ao pé do Hotel Espadarte. Depois fui lá para cima ao pé do Desportivo, e foi aí que conheci o meu marido.”

O marido ainda investiu numa pas-telaria em Sampaio – A Camponesa – mas desentendimentos com sócios acabaram por desfazer a sociedade, e foi então que o marido arriscou ir para o Luxemburgo, onde já tinha alguns irmãos.

Nessa altura já eram casados, mas Quitéria, que então trabalhava na Ar-cada, não partiu logo com o marido: “Não larguei o meu emprego sem primeiro ver se aquela coisa dava ou não dava. Ele arranjou logo trabalho, numa pastelaria luxemburguesa, e eu fui logo a seguir: ele foi em Dezembro, eu acho que fui em Fevereiro.”

No Luxemburgo Quitéria começou por trabalhar como fèmme de menage – em limpezas domésticas, e não teve grande dificuldade em adaptar-se: “Eu já sabia um pouco de Francês, tinha feito aqui 3 anos, à noite, quando abriu o Ciclo Preparatório.”

Uma das coisas de que menos gos-tou foi do tempo frio: “No inicio era muito frio, e as casas são muito caras, e onde eu vivia tinha o minimo de conforto, mas

Há 28 anos no Luxemburgo, a sesimbrense Quité-ria já vê com alguma dificuldade a possibilidade de regressar a Portugal: organizou ali a sua vida, inte-grou-se na vida social do Luxemburgo, e a sua terra natal foi ficando cada vez mais distante...

agora tenho casa própria, e é diferente agora gosto de viver no Luxemburgo, é tudo uma adapatação.” Curiosamente, nas suas relações sociais, não se dá muito com Portugueses nem com Luxemburgueses, e sim com gente outras nacionalidades, vizinhas do Lu-xemburgo, e que trabalham neste país.

Quitéria sente que tem maior liber-dade de movimentos no Luxemburgo: “Tenho mais liberdade lá, em ir para os centros comerciais, que ficam logo ali. Eu vivo na cidade do Luxemburgo, depois para um lado temos o centro comercial Auchan, e do outro lado, a 10 minutos a pé da minha casa, tenho outro supermercado. E eu agarro no meu carrinho e vou para aqui, vou para acolá. Aqui, em primeiro lugar, tenho um medo terrível: as ruas são estreitas, os pneus fazem um barulho danado, tenho um medo de levar aquilo tudo à frente. E em segundo lugar, para sair daqui, não podemos fazer isso todos os dias, para ir ao Rio Sul, ou ao Almada Forum: No Luxemburgo a minha liberdade é diferente, eu se estou aborrecida pego no carro e lá vai ela!”

Actualmente desempregada – era governanta numa casa de família – prepara-se para a reforma. E dá-nos notícias do seu irmão Valentim (“Par-dal”) que também emigrou: encontra-se na Alemanha, em Manheim, e também é raro deslocar-se a Portugal.

No início, quando uma sua cunhada lhe dizia que já não se adaptava a viver em Portugal, nem queria acreditar. A-

gora pensa o mesmo, embora continue a vir à sua terra: “Só venho de férias, e tive um período de 5 anos sem vir, porque o meu marido entretanto tam-bém estava para se reformar. E estive 3 anos sem vir a Sesimbra: há 2 anos fui directamente para o Algarve, nem a Sesimbra vim. Estive em Albufeira, fui para Faro apanhei o avião e fui-me embora!”

No entanto, Quitéria sente que me-lhorou a relação entre os emigrantes e o nosso País: “Antes, muitos emigran-tes chegavam aqui e pensavam que isto era tudo deles, mas também havia emigrantes que eram mal vistos aqui, apenas por serem emigrantes.”

Quitéria recorda também que os emigrantes já não mandam tantas

Quitéria: a emigrante que trocou Sesimbra pelo Luxemburgo

divisas como acontecia antigamente: “Actualmente, compramos a nossa casa, a minha filha também já tem casa própria. Mesmo que o objectivo seja o de voltar um dia, é como se tivesse uma renda. Só se um dia mais tarde decidir regressar, vende-se, e temos ali um mealheiro. Mas não é que o emigrante pense nesse aspecto: pensa no seu bem-estar, Antigamente em França, os emigrantes viviam muito mal, quase em barracas, mas hoje nenhum emigrante faz essa vida: faz uma vida normal, não está a só a pensar juntar um tostão-zinho para mandar para Portugal.”

Encara com tristeza a crise que Por-tugal atravessa, e comenta: “Qualquer dia o emigrante tem de pagar imposto para entrar em Portugal...”

A Fundação Escola Profissional de Setúbal é uma das entidades para os quais o Governo propõe a extinção desta forma jurídica. Não se trata da proposta de extinção da escola, mas sim da mudança da sua figura jurídica. Trata-se de uma escola técnico-pro-fissional de grande sucesso, e onde também se formaram muitos jovens de Sesimbra.

A Escola Profissional de Setúbal foi criada em 1990, pela Câmara Municipal

de Setúbal, no âmbito de um contrato-programa com o Governo, sendo uma escola do ensino secundário com cursos técnico-profissionais. A adequa-ção dos seus cursos às necessidades do tecido empresarial da região, e a qualidade do seu ensino, determinaram um enorme sucesso desde o início, com pedidos de inscrições de alunos sempre superiores às vagas existentes, e uma elevada empregabilidade dos alunos ali formados.

Governo propõe a extinção da Fundação Escola Profissional de Setúbal

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14O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 2012

Escrevem os nossos leitores

Voltando ao tema mobilidade, venho hoje falar sobre um problema muito importante, e que em nada contribui para facilitar a mobilidade das pessoas:

Para lá do problema da falta de passeios, tratado numa intervenção anterior, existe um outro que é a falta de passadeiras em locais onde é verdadeira-mente arriscado as pessoas, especialmente as mais idosas ou com problemas de mobilidade, atraves-sarem as vias de circulação dos veículos.

Um dos locais mais perigosos é a Praça dos Duques de Palmela, em Santana.

Trata-se de uma rotunda, com um tráfego intensís-simo a certas horas do dia e, muito especialmente na época alta das praias ou de determinados eventos em Sesimbra.

Esta rotunda é constituída por quatro vias de en-trada e quatro de saída de tráfego e não existe ali uma única passadeira para peões.

É, na verdade, um exercício arriscado para quem tem necessidade de atravessar alguma daquelas vias.

Espero que este alerta possa contribuir para que os serviços responsáveis possam definir criteriosa-mente as suas prioridades no que respeita á melhoria das condições de mobilidade nesta linda zona de Sesimbra.

José Passeira

Mobilidade

Há dias, em visita ao nosso castelo, onde vou regularmente, não só por ser um local muito aprazível mas também por razões de ordem afetiva, desci ao velho cemitério, agora quase desativado. A alameda que conduz ao portão principal tem um conjunto de árvores frondosas que deixariam antever, ao visitante desprevenido, algo muito diferente do que na reali-dade se apresentou aos nossos olhos. Pois bem, sen-do breve, como convém, dir-vos-ei que o estado de abandono do velho cemitério é confrangedor. As ervas crescem livremente, o muro, do lado direito de quem entra, está derrubado numa extensão considerável, o entulho ali ficou e as campas perpétuas confundem-se no meio de todo o desalinho que encontrei.

Imagino que não será fácil à edilidade resolver o problema das ditas sepulturas adquiridas há longos anos por famílias da freguesia, mas deixar estar o

O Cemitério do Castelovelho cemitério no estado em que se encontra é um mau exemplo de defesa do património e do respeito que o local deve merecer. Enquanto a desativação total não for possível, ou se nem for essa a solução prevista, sugiro que, pelo menos, o espaço seja limpo, para dar dignidade a um local que é, ou foi, última mo-rada de muitos familiares dos nossos conterrâneos.

Reconheço o esforço que tem sido feito pela Autar-quia no sentido de manter em bom estado o Castelo de Sesimbra, monumento “berço da vila” , que acolhe no seu seio a igreja matriz, e registo as melhorias feitas em várias zonas, aproveitadas mesmo para espaços pedagógicos e/ou lúdicos, mas entendo que é dever dos cidadãos alertarem para o que, podendo ser melhorado, e, penso eu, sem grandes custos, seja feito tão breve quanto possível.

Alda Gago

Olá, boa tarde. Li na vossa edição a indignação do Sr. Augusto Pólvora pela inspecção feita pela ASAE e

Lixo acumulado em Sesimbrapela GNR no final de Junho ao comércio na Vila de Se-simbra e o que isto poderia prejudicar a nossa vila em relação ao turismo. Então eu pedia-vos para fazerem uma reportagem sobre a lixeira que está instalada ao fim de semana na marginal, largo da guarda e na parte nova da vila, onde o lixo está em volta dos contento-res e estes estão cheios e o cheiro nauseabundo que está instalado na vila, o qual era comentado por toda a população residente e turistas que andavam a passear no Domingo passado e que comentavam a porcaria, mau cheiro e o mal que faz à nossa saúde. É isto que querem para chamar o turismo à vila?

Com os melhores cumprimentosRita Santos

Mais lixo...

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O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 201215

Vai ser notícia!Universidade Sénior RotaryAno Lectivo 2012-2013Início a 1 de Outubro 2012Informações: 911 072 [email protected]

Homenagem Profissional do Rotary Club de Sesimbra(José Manuel Rasteiro e Rádio Sesimbra FM)1 de Outubro | Seg | 20hLocal: Hotel do MarInscrições para jantar: [email protected] 21 223 54 52

Apresentação de Fantasias Carnaval 2013GRES Bota no Rego4 de Outubro | qui | 23hLocal: Sede Social

GRES Trepa no Coqueiro5 de Outubro | sexLocal: Grémio Sesimbrense

Travessia da Baía em Natação5 de Outubro | sex | 11hInscrições: www.cm-sesimbra.ptInformações: 21 228 82 [email protected]ção:CM SesimbraApoio:Clube Naval, DelegaçãoMarítima, BombeirosVoluntários, Polícia Marítimae Associação de Natação deLisboa

3ª etapa do Circuito Vestal 20125 de Outubro | sex Surf, Bodyboard e Skimboard

31º Almoço- Convívio Nacional dos antigos combatentes da Guiné

5 de Outubro | sex | ViseuInscrições: 31º Almoço/convívio - Guiné 2012Apartado 423534-909 Mangualde

Semana Gastronómicada Quinta do Conde5 a 14 OutubroOrganização: Comissão Orga-nizadora da Feira Festa e CM SesimbraApoio: Junta de Freguesia da Quinta do Conde

Ciclo de Conferências6 de Outubro | sáb | 15h- O Rotary na Comunidadee no Mundo- Rotary Foundation,Globalização no Serviço- Polio Plus, Um Casode SucessoArmando BarreiraLocal: Sala Polivalente, Biblio-teca Municipal de Sesimbra

Sessão de Esclarecimento sobre a Gestão das Finanças Domésticas12 de outubro | sex | entre as 20h30 e as 23h30Organização: Junta de Freguesia da Quinta do CondeInformações: 21 210 83 70

Lançamento do LivroOs Senhores do Universo e o Milagre de Fátimade: Fernando Alagoa20 de Outubro | sáb | 17:30hLocal: Sesimbra Hotel & SPA

II Caminhada SolidáriaCERCIZIMBRA28 de Outubro | DomInformações: [email protected]

“Um sucesso!” foi esta a palavra uti-lizada pelos organizadores do Extre-me Trial 4x4 Sesimbra 2012, que se realizou no passado dia 16 de Setem-bro, no Casalão.

Esta prova do circuito nacional de Extreme Trial 4x4, organizada pela RoTTadoCabo e pelos AziaTTicosTTe-am, através de Ricardo Leão, Ricardo Tomaz, Hugo Cipriano, José Henri-ques, Eliane Terra, entre outros, teve

a participação de 30 jipes e 60 atletas (pilotos e co pilotos).

Devido à grande assistência de curiosos e adeptos, aproximadamente 700 pessoas, os organizadores desta prova de Todo Terreno esperam, no próximo ano, obter um maior número de apoios nesta modalidade, que ano após ano tem vindo a alcançar uma maior visibilidade.

Extreme Trial 4x4 Sesimbra

Têm-se multiplicado as iniciati-vas para com a Maria Inês Lopes Correia, a menina que precisa de tratamento especializado.

A Maria Inês nasceu no dia 13 de Junho de 2009 sem, aparente-mente, qualquer problema. Entre os 6 e os 12 meses os familiares repararam que a menina não apresentava um desenvolvimento normal para a sua idade e a partir desta altura foram realizados os mais variados exames, por diver-sos especialistas, em diversos hospitais e clínicas em Portugal.

Passados 2 anos duma luta incessante por um normal desen-volvimento da Maria Inês e de elevados custos em exames e tratamentos diver-sos, surgiu a possibilidade de fazer um tratamento de reabilitação, de acordo

com o modelo cubano, numa clínica situada em Guimarães.

Hoje, em Guimarães e já na quarta semana de tratamentos, a Maria Inês encontra-se “cansada mas a portar-se muito bem ..a esforçar-se mui-to...”, conforme divulga Lara Páscoa, na sua pá-gina no facebook.

Para ajudar a Maria Inês, poderá contactar os pais da menina:Lara Filipa Carambola Lopes Páscoa Telefone: 968345213Flávio André Carambola Páscoa Correia Telefone: 961139990Correio electrónico: [email protected] BPINIB: 001000004682047000281N.º da Conta: 7 4682047 000 002IBAN : PT 50001000004682047000281

* * * A equipa de hóquei do Benfica, de

que é treinador Luís Sénica, deslocou-se a Sesimbra para um jogo com o Grupo Desportivo, cuja receita reverteu para esta causa. No final do encontro, Pedro Mendes, responsável pelo

Baile popular solidário ACRUTZ6 Outubro | 21:30hSalão Penim Marques, Zambujal

Peça de Teatro “A Festa vai à Praça”Grupo de Teatro De Vez em Quando12 e 13 Outubro | 21:30hCineteatro Municipal João Mota

Apresentação do Livro Adolescerde Ana Paula Costa

Venda de Fotografia de Rui Miguel Cunha

hóquei do GDS, estimava que se pode-ria apurar uma receita de mil euros.

A partida terminou com uma vitória do Benfica e uma goleada, por 11 a 0, mas o resultado, aqui, era o que menos

interessava, em-bora ambas as equipas se ten-ham empenhado na realização de uma partida bem disputada.

Já no dia 22 de Setembro, as Pedreiras tinham acolhido um Baile Solidário, cujas verbas reverte-riam a favor da

Maria Inês.Mas a criatividade dos sesimbren-

ses, em torno desta causa, não tem parado na organização de iniciativas.

Em Alfarim foi organizada uma Feira de Artesanato que, segundo se pode ler na página do Facebook, dedicada a esta causa, angariou 238 euros, para além das rifas e dos donativos das latinhas.

Outra iniciativa foi o “Espaço Crian-ça Feliz“, um género de feira de divertimentos para as crianças e que teve lugar no salão dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra.

Em diversos estabelecimentos co-merciais foram colocados pequenos mealheiros em lata, destinados a an-gariar fundos também para esta causa.

13 Outubro | 14:30hEspaço Zambujal

2º Encontro de Reiki no coração - Terapias Solidárias6 Outubro | 9:00hSociedade Musical Sesimbrense

Torneio de Voleibol13 Outubro

Encontro de Escolas de Samba do concelho20 outubroSalão dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra

Iniciativas agendadas:* * *

Solidariedade para com aMaria Inês

Page 15: O Sesimbrense - Edição 1166 - Setembro 2012

16O SESIMBRENSE | 1 DE OUTUBRO DE 2012

O SESIMBRENSE

António Mendonça e André Franco, na aiola “Os Meus Netinhos” venceram da regata que teve lugar na baía de Sesimbra, na manhã do Domingo de 30 de Se-tembro de 2012.

Ilda Carvalho comemorou os 50 anos na profissão de calista, com uma peque-na festa no seu estabelecimento, na rua D. Dinis, que juntou muitos amigos e fa-miliares, e na qual também se fez repre-sentar a Junta de Freguesia de Santiago.

Na ocasião foi descerrada uma placa assinalando a efeméride, tendo o pro-fessor Nabais feito um pequeno discurso onde salientou a sua colaboração cívica, exemplificada pelo contributo para o livro “Há Uma Luz”, destacando também a sua dedicação á família, onde tem di-fundido “harmonia, paz e alegria“. Por último, deu testemunho do amor à pro-fissão, da parte da aniversariante.

Carmen cruz, em representação da Freguesia de Santiago, referiu alguns aspectos da participação cívica de Ilda carvalho, dando como exemplos a sua colaboração para a Liga dos Amigos de Sesimbra e para a Associação de Socor-ros Mútuos marítima e Terrestre.

A sua filha Carla que referiu ser Ilda

Ilda Carvalho:50 anos de profissão

carvalho uma “força da Natureza” e um pilar muito importante da família.,

Uma intervenção igualmente expon-tãnea, e totalmente inesperada, foi a da sua neta Inês, que disse, que sendo 25 anos um período longo, a avô se “aguen-tou bem” e, por isso, merecia uma boa reforma e muito amor.

Ilda Carvalho iniciou a profissão de calista neste mesmo estabelecimento, mas como serviço complementar á loja de barbeiro que ali funcionava, de seu marido, José dos Santos Carvalho. O extabelecimento passou a ser exclusiva-mente dedicado à actividade de pedicura há 6 anos.

Quanto aos reflexos da crise na activi-dade, Ilda Carvalho diz que se nota um bocadinho, mas que dá para sobreviver: “Porque o meu trabalho não é de esté-tica, mas de tratamento, e como isso é mais difícil ser feito, por exemplo, nas cabeleireiras, isso ajuda a manter o tra-balho”.

Quadro com Santiago (ou São Tiago, ou Santo Iago) que se encontrava à en-trada da Fortaleza de Sesimbra, e que foi dali retirado nos anos 80 do sécu-lo passado, desconhecendo-se qual o seu paradeiro.

É provável que a pintura tenha sido retirada para sua protecção, e para res-tauro, pois já se encontrava em muito más condições de conservação, como a foto - que foi tirada em 1981 -. docu-menta.

A verdade é que, restaurado ou não, ainda não regressou à Fortaleza.

Agora que aquele monumento se en-

contra em obras, e que os anteriores utentes da Fortaleza a abandonaram, é altura de solicitar a devolução da pintu-ra, que faz parte do monumento e do património cultural municipal.

Santiago, um santo muito importante no início da nossa nacionalidade, foi um pouco esquecido pelos portugue-ses, em favor de outros, que se torna-ram mais populares, mantendo-se, no entanto, como topónimo de muitas fre-guesias. Na nossa região, pelo facto de ter sido administrada durante séculos pela Ordem de Santiago, a sua memó-ria manteve-se, talvez, um pouco mais.

António Maria Pinto foi o Juiz do Cirio da Azoia, uma irmandade muito antiga que agrega os romeiros devotos da Nossa Senhora da Atalaia. Este Círio tem sempre um lugar de destaque nas Festas da Atalaia, e já no século XIX era o Círio que abria a procissão.

O Círio da Azoia agrega romeiros de todas aa aldeias da freguesia do Cas-telo – com uma saudável rivalidade que é usada pelos pregoeiros aquando da arrematação das bandeiras: “Então vão deixar esta bandeira tão linda ir para o Zambujal? E o pessoal das Caixas e da Azoia não faz nada?”

O Círio da Azoia já esteve mais ligado à vila de Sesimbra, deslocando-se aqui todos os anos, onde faziam piquenique na praia, com o respectivo banho de muitos dos romeiros. Mas hoje quase não tem devotos da vila. António Maria

Pinto entrou há apenas 10 anos: “Eu costumava ir para o Cabo, mas o Cabo também deu uma volta…” e acrescenta que, no início, não correu muito bem, mas acabou por se integrar, a acabou por ser convidado para Juiz da Festa de 2012, trazendo mais uma vez a ima-gem de Nossa Senhora da Atalaia para Sesimbra, com o apoio da Sociedade Musical Sesimbrense, que muito agra-dece. Ali foi feito o leilão das bandeiras, em 2011, e dali partiu a procissão para a Festa deste ano.

Os trabalhos de Juiz também não foram muito fáceis: “Foi um bocado complicado, mas conseguimos dar a volta, fizemos a festa à maneira de Sesimbra. Tivemos de ir para onde a gente não sabia, e como não sabia tivemos que procurar, mas graças a Deus correu tudo pelo melhor.”

Círio da Azóia

Os nossos estaleiros navais continuam, felizmente, a desenvolcer a tradicional arte da construção e reparação naval tradicional, como acontece com este ga-leão de Setúbal.