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O PAPEL DOS SISTEMAS LOGÍSTICOS NA CONSTRUÇÃO DAS REDES DE
ATENÇÃO À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA – MG
THE ROLE OF THE LOGISTIC SYSTEMS IN THE CONSTRUCTION OF HEALTHCARE
NETWORK IN THE CITY OF UBERLÂNDIA – MG
Maria Margaret de Vasconcellos Lemos
Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia
Rubia Pereira Barra
Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia
Tânia Berbert Ferreira Lima
Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia
Márcia Berbert Ferreira
Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia
Título reduzido – Sistemas logísticos das redes de atenção à saúde
RESUMO
O município de Uberlândia, localizado na região do Triângulo Mineiro apresenta uma rede de
atenção à saúde regionalizada, privilegiando a acessibilidade e a economia de escala. Em
2007 implantou o Plano Diretor de Atenção Primária à Saúde – PDAPS, que inclui a criação
das redes de atenção à saúde. Para integralizar os serviços de saúde e as redes de atenção, foi
implantado, a partir de julho de 2011, um sistema de informação em saúde que contempla
prontuário eletrônico, apoio à assistência farmacêutica, organização de acesso e identificação
de pessoas, entre outras funcionalidades. Os sistemas logísticos, o prontuário eletrônico e a
regulação de acesso fazem parte de um mesmo software, pois são módulos complementares
de um mesmo sistema. Eles se apresentaram como suporte ao estabelecimento de redes de
atenção, pois através desses sistemas foi possível observar a necessidade de consultas
especializadas, correlacioná-las com a oferta e avaliá-las quanto à regionalização. Dessa
forma, é possível dimensionar a rede de serviços para melhor atender ao cidadão e otimizar os
recursos empregados, privilegiando a acessibilidade e a economia de escala.
Palavras chaves: sistemas locais de saúde, assistência ambulatorial, administração em saúde
pública.
1. INTRODUÇÃO
Uberlândia encontra-se localizada na Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba,
estado de Minas Gerais, região Sudeste do Brasil, com população estimada pelo IBGE para o
ano 2012 de 619.5365 habitantes.
A rede de serviços de saúde do SUS é composta por 42 Unidades de Atenção Primária de
Saúde da Família – UAPSF, oito Unidades de Atenção Primária de Saúde – UAPS, oito
Unidades de Atendimento Integrado – UAI, que são referência para atendimento
especializado em várias clínicas, como cardiologia, dermatologia, ortopedia e outras. Nestas
unidades também são realizadas ações de atenção primária e o pronto atendimento à
população.
O município conta, ainda, com seis Centros de Atenção Psicossocial – CAPS e cinco outras
unidades de atendimento especializado. A rede SUS agrega, também, o Hospital e
Maternidade Municipal Dr. Odelmo Leão Carneiro – HMMDOLC e o Hospital de Clínicas da
Universidade Federal de Uberlândia – HC/UFU.
As ações de saúde no município vêm sendo desenvolvidas de acordo com as diretrizes do
SUS. Entre as características positivas do modelo local, destaca-se uma rede pública de
serviços assistenciais abrangente do ponto de vista geográfico, com atuação significativa no
individual e no coletivo, no preventivo e no curativo, apresentando ações de serviços públicos
em toda a escala de complexidade.
Em abril de 2007, a Secretaria Municipal de Saúde em conjunto com a Secretaria Estadual de
Saúde, optou pela implantação do Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde – PDAPS. Esse
é um Projeto do Governo do Estado de Minas Gerais, que objetiva o fortalecimento da
atenção primária com o eixo fundamental para a reorientação do modelo de atenção à saúde
do SUS.
As ações do Sistema Único de Saúde no município são predominantemente realizadas pelas
unidades da Secretaria Municipal de Saúde – SMS e pelo complexo do Hospital de Clínicas
da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU), que executa ações de atenção básica,
média e alta complexidade. As ações referentes à internação hospitalar ficam a cargo do
Hospital e Maternidade Municipal Dr. Odelmo Leão Carneiro e complementarmente do
Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Como parceiro público, há ainda
a Unidade de Hemoterapia – Hemominas e outros prestadores filantrópicos e privados.
Nas Unidades de Atendimento Integrado – UAI ocorre, o pronto atendimento, o serviço
ambulatorial de atenção primária, assim como o de várias especialidades: angiologia,
cardiologia, dermatologia, endocrinologia, neurologia, ortopedia, otorrinolaringologia e
urologia, dentre outras. Nessas unidades, também, são realizados exames de apoio diagnóstico
sobretudo, os cardiológicos. Existem leitos para observação de curta duração e salas para
pequenas intervenções cirúrgicas ambulatoriais.
A prestação de serviços de saúde ocorre de forma regionalizada, orientando, assim, a
descentralização das ações em saúde. É norteada pelos princípios da integralidade (ações de
saúde dirigidas a indivíduos e ações coletivas, articulação dos níveis de atenção à saúde e
ações de promoção à saúde) e eqüidade no acesso com economia de escala.
Também, as Ações de Vigilância em Saúde ocorrem no município de forma regionalizada,
hierarquizada, considerando-se os níveis de complexidade que cada ação demanda e engloba
os serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental,
Imunização e Controle de Zoonoses.
A regionalização que é, acima de tudo, uma estratégia de reorganização, uma mudança do
modelo assistencial, tem sido proposta em função das estruturas de assistência já existentes
bem como pelo habitual deslocamento das pessoas em busca de atenção à saúde. Em outras
palavras, busca-se respeitar os fluxos e fixos existentes. Há no município de Uberlândia cinco
setores sanitários: o Central, o Leste, o Norte, o Oeste e o Sul. Cada setor de saúde engloba
pelo menos uma unidade de atendimento integrado – UAI, pois são essas unidades que
realizam o pronto atendimento, oferecem consultas e exames especializados. Há duas UAI
nos setores Leste, Oeste e Sul, já no setor Central e Norte há apenas uma UAI em cada.
No setor Central estão localizadas a UAI Martins, uma UAPS e um CAPS.
No setor Leste encontram-se as seguintes unidades: dois CAPS, o Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador – CEREST, a UAI Morumbi, a UAI Tibery uma UAPS, dez UAPSF e
um Centro de Saúde Escola, estrutura ligada à Universidade Federal de Uberlândia.
No setor Norte, encontram-se a UAI Roosevelt, duas UAPS e duas UAPSF.
Já no setor Oeste se localizam um CAPS Oeste, o Centro de Reabilitação, a UAI Luizote, a
UAI Planalto, três UAPS e dez UAPSF.
No setor Sul encontram-se o Ambulatório de Oftalmologia, um CAPS, o Centro de Atenção
ao Diabético do Tipo I, a UAI Pampulha, a UAI São Jorge, uma UAPS e dezoito UAPSF.
Há, ainda, no município seis unidades localizadas na área rural, quatro postos de saúde e duas
UAPSF. Essas unidades se alocam nos setores mais próximos para garantir a referência de
outros serviços. As bases para a implantação das redes de atenção à saúde no município de
Uberlândia foram sendo construídas ao longo do tempo, tendo sido, especialmente, focadas a
definição dos territórios sanitários e complexidade de serviços, como descrito acima. De
acordo com Mendes (2011), o SUS é um modelo de sistema de saúde que implica na
definição de base populacional e seu território de inserção.
Ainda, segundo o autor a Organização Mundial de Saúde aponta que as Redes de Atenção à
Saúde – RAS, apresentam seis modalidades de integração e através delas é possível
conceituar Serviços Integrados de Saúde como:
“a gestão e a oferta de serviços de saúde de forma a que as pessoas recebam um
contínuo de serviços preventivos e curativos, de acordo com as suas necessidades,
ao longo do tempo e por meio de diferentes níveis de atenção à saúde” (WORLD
HEALTH ORGANIZATION, 2008 apud MENDES, 2011, p.82).
Para integralizar os serviços de saúde e as redes de atenção, independente de sua temática, são
necessários sistemas de apoio que compreendem apoio e diagnóstico, assistência farmacêutica
e informações de saúde e, também, sistemas logísticos representados por transporte sanitário,
regulação de acesso à atenção, prontuário clínico e identificação das pessoas.
Buscando propiciar ambiente para a efetivação das redes de atenção, foi implantado, a partir
de julho de 2011, no município de Uberlândia um sistema de informação em saúde que
contemplava prontuário eletrônico, apoio à assistência farmacêutica, organização de acesso e
identificação de pessoas, entre outras funcionalidades.
Dentre os vários benefícios desse sistema, é importante relatar que o mesmo possibilitou
equacionar a demanda e oferta de atendimentos na atenção secundária, pois permitiu
dimensionar a e a oferta disponível de consultas especializadas nos diferentes setores.
2. JUSTIFICATIVA
O município de Uberlândia possui uma extensa rede de unidade de saúde e também oferta
serviços de atenção primária, média e alta complexidade aos usuários do SUS, ambiente
propício para se estabelecer Redes de Atenção à Saúde – RAS.
Dentre os fundamentos das RAS, ao abordar-se a Economia de Escala, Qualidade Acesso e
Disponibilidade de Recursos alguns se destacam. O Acesso, sobretudo focando a
disponibilidade, que diz respeito à obtenção da atenção necessária ao usuário e sua família; a
comodidade relacionada ao tempo de espera para o atendimento, a conveniência de horários, a
forma de agendamento, entre outros. A disponibilidade de Recursos, que é outro fator
importante. Os recursos escassos devem ser concentrados, ao contrário dos menos escassos,
que devem ser desconcentrados.
Outro fundamento relevantes ao estudo, trata-se da Região de Saúde ou Abrangência com a
definição dos seus limites geográficos e sua população e no estabelecimento do rol de ações e
serviços que serão ofertados nesta região de saúde. As competências e responsabilidades dos
pontos de atenção no cuidado integral estão correlacionadas com abrangência de base
populacional, acessibilidade e escala para conformação de serviços.
A definição adequada da abrangência dessas regiões é essencial para fundamentar as
estratégias de organização das RAS (COMITÊ TÉCNICO INTERGESTORES TRIPARTITE,
2010).
A estrutura operacional da RAS inclui as unidades de atenção primária, as unidades de
atenção secundária e terciária, os sistemas de apoio, que compreendem assistência
farmacêutica, apoio e diagnóstico terapêutico. Além desses, interligando toda a rede
encontram-se os sistemas logísticos são soluções em saúde ancoradas em tecnologia da
informação, como os sistemas de identificação e acompanhamento dos usuários; as centrais
de regulação, registro eletrônico em saúde e os sistemas de transportes sanitários. São
responsáveis pela integração vertical, que consiste, em comunicar os diferentes pontos de
atenção à saúde e os sistemas de apoio, por meio de sistemas logísticos potentes, com o
objetivo de se obter uma atenção à saúde coordenada (MENDES, 2011).
Foi implantado em Uberlândia um sistema de informação que segue a tendência atual de
integrar o cartão da pessoa usuária, o prontuário clínico e elementos do sistema de acesso
regulado à atenção num único sistema que tem sido, muitas vezes, denominado de Registro
Eletrônico em Saúde – RES, conforme aponta Mendes (2010). A implantação desse sistema
tornou secundária a visão restrita da produtividade profissional, culturalmente arraigada e
convergiu para o cidadão na sua integralidade, tanto como indivíduo, quanto no cuidado
prestado pelo setor público. A partir dessa nova perspectiva, tem-se a possibilidade de
acompanhar as passagens do paciente pela rede municipal de saúde, criando condições de
avaliar melhor a resolutividade do atendimento. Além disso, é importante observar se esse
sistema tem cumprido a função de integração vertical dando suporte aos fundamentos da
RAS.
3. OBJETIVOS
3.1. GERAL
Descrever e avaliar a contribuição do prontuário eletrônico implantado no município de
Uberlândia como suporte às redes de atenção à saúde, considerando-se o dimensionamento da
necessidade de atenção especializada e a oferta de serviços regionalizados que se configuram
como base das redes de atenção no do município de Uberlândia – MG, no mês de novembro
de 2012.
3.2. ESPECÍFICO
Avaliar a relação entre o número de consultas especializadas disponibilizadas nas Unidades
de Atendimento Integrado – UAI e o número de usuários do serviço municipal de saúde que
aguardam as referidas consultas.
Foram acompanhadas as seguintes especialidades médicas: angiologia, cardiologia,
dermatologia, endocrinologia, neurologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia e
urologia.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
A criação de um sistema público de saúde é o reflexo da trajetória político administrativa do
país. No Brasil, a sua organização pode ser revisada de forma mais relevante a partir da
década de 20, com a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública - DNSP, nesta
mesma época foram instituídas as Caixas de Aposentadoria e Pensão - CAP, que nos anos 30,
transformaram-se em Institutos de Aposentadoria e Pensão, os IAP, que construíram grandes
unidades hospitalares, a maioria concentrada na capital do país. Assim, constituía-se um
sistema de saúde com um componente coletivo, o DNSP e um componente dirigido ao
atendimento individual voltado à massa assalariada, os IAP, deixando o atendimento do
restante da população a cargo das poucas unidades de saúde de caráter público. A criação do
Ministério da Saúde, em 1953 pouco influenciou no processo, mergulhada no emaranhado
burocrático do poder.
A mudança política, por que passou o país a partir de 1964 com o governo militar, propunha a
racionalização da máquina estatal e desenhou uma dicotomia administrativa entre a burocracia
e as autarquias mais dinâmicas. Em 1974 criou-se o Sistema Nacional de Previdência e
Assistência Social, o SINPAS, incorporando os IAP.
Em 1982, com a transição democrática, pôde ser ouvida a voz do "movimento sanitário"
reclamando o direito universal à saúde, de forma integrada, eqüitativa, garantido pelo Estado
e efetivado por um Sistema Único de Saúde - SUS, onde caberia a participação popular.
Buscava-se a integração entre a medicina preventiva e a curativa, submetendo a iniciativa
privada ao controle público (LABRA, 2001).
Em 1988, Constituição Federal instituiu o Sistema Único de Saúde no artigo 196, declarando
a saúde como um direito de todos e dever do Estado (BRASIL, 1988). Dando prosseguimento
ao processo, em 19 de setembro de 1990, foi sancionada a lei orgânica da saúde, Lei 8.080
(BRASIL, 1990). Em 1996, a portaria 2.203, define a Norma Operacional Básica –
NOB/SUS96 (BRASIL, 1996), que estabeleceu a redefinição das funções e competências dos
municípios, estados e União na gestão, organização e prestação de serviços de saúde.
Considerando-se que, as necessidades da população, não se limitam a ações básicas, foi
instituída a Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2001 (BRASIL,
2001), após de farta discussão, em fevereiro de 2002, para substituir a anterior, nascia a
Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2002 (BRASIL, 2002). Em
2006, a Portaria nº 399 (BRASIL, 2006), divulga o Pacto pela Saúde 2006, em que busca
consolidar o SUS, ressaltando três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e
Pacto de Gestão do SUS.
Esse instrumento legal apresenta as Regiões de Saúde atribuindo à Região de Saúde a função
organizativa da rede de ações e serviços de saúde a fim de assegurar o cumprimento dos
princípios constitucionais de universalidade do acesso, eqüidade e integralidade do cuidado.
Traz à luz da legalidade, o conceito de região intramunicipal, região intraestadual e região
interestadual.
O diagnóstico da situação de saúde do Brasil no início do século XXI reconhecia uma
situação de saúde que combinava uma transição demográfica acelerada e uma transição
epidemiológica com tripla carga de doenças, as infecciosas e carenciais, um montante
expressivo de causas externas e grande ocorrência das condições crônicas.
Como os sistemas de atenção à saúde devem responder às necessidades de saúde da
população, portanto, precisam guardar coerência com a situação de saúde. A falta dessa
coerência determinou a crise fundamental no SUS decorrente do descompasso entre a
velocidade com que avançavam os fatores contextuais (a transição demográfica, a transição
epidemiológica e a inovação e incorporação tecnológica) e a lentidão com que se moviam os
fatores internos que representam a capacidade adaptativa do sistema de atenção à saúde a
essas mudanças (cultura organizacional, arranjos organizativos, sistemas de pagamento e
incentivos, estilos de liderança, organização dos recursos).
A organização do SUS se mantinha fragmentada e respondendo às demandas sociais com
ações reativas, episódicas e voltadas, prioritariamente, para as condições agudas e para as
agudizações das condições crônicas. Essa estratégica não tem se mostrado como efetiva. Fez-
se, então, necessário, acelerar a transição do sistema de atenção à saúde por meio de reformas
profundas que implantem as redes de atenção à saúde, coordenadas pela atenção primária à
saúde (MENDES, 2012).
Diante da constatação que a organização da atenção e a gestão do sistema de saúde se
caracteriza por intensa fragmentação de serviços, lacunas assistenciais importantes;
financiamento público insuficiente, fragmentado e recursos nem sempre bem empregados;
incapacidade de prover a integralidade da atenção à saúde, modelos de atenção com
dissonância entre a oferta de serviços e a necessidade de atenção; fragilidade na gestão do
trabalho com o grave problema de precarização e carência de profissionais em número e
alinhamento com a política pública; a pulverização dos serviços nos municípios e pouca
inserção da Vigilância e Promoção em Saúde no cotidiano dos serviços de atenção,
especialmente na Atenção Primária em Saúde – APS (COMITÊ TÉCNICO
INTERGESTORES TRIPARTITE, 2010).
Para garantir o avanço do SUS, o Ministério da Saúde através da Portaria nº 4.279, de 30 de
dezembro de 2010, estabeleceu as diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde –
RAS, considerada como “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de
gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado” (BRASIL, 2010). O objetivo da RAS é
promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção
contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o
desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e
eficiência econômica.
Segundo Mendes (2011), os elementos que formam uma rede de atenção à saúde são:
a) População – A população de responsabilidade das RAS vive em territórios sanitários
singulares, organiza-se socialmente em famílias que devem ser totalmente conhecida,
subdividida em subpopulações por fatores de risco e estratificada por riscos em
relação às condições de saúde estabelecidas, sendo registradas em sistemas de
informação potentes.
b) Estrutura operacional das redes de atenção à saúde – compõe-se de cinco
componentes: o centro de comunicação, a APS; os pontos secundários e terciários de
atenção à saúde; os sistemas de apoio (sistema de apoio diagnóstico e terapêutico,
sistema de assistência farmacêutica e sistema de informação em saúde); os sistemas
logísticos (cartão de identificação das pessoas usuárias, prontuário clínico, sistemas de
acesso regulado à atenção e sistemas de transporte em saúde); e o sistema de
governança. Os sistemas logísticos são aqueles responsáveis por ligar os diferentes nós
dessa estrutura. Como pode ser visto na figura 1.
c) Modelo de Atenção – são sistemas lógicos que organizam o funcionamento das redes
de atenção à saúde. Articulam as relações entre a população e suas subpopulações
estratificadas segundo os riscos. Compreendem o modele de atenção às condições
crônicas e o modele de atenção às condições agudas (TASCA, 2011).
Dentro da estrutura operacional das redes de atenção à saúde, dois componentes serão
destacados, o sistema de prontuário eletrônico e o sistema de acesso regulado, ambos
considerados como sistemas logísticos.
Figura 1 – Estrutura Operacional das Redes de Atenção à Saúde. Fonte – Mendes, E. V. (MENDES, 2011, pag. 86)
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO
O prontuário eletrônico é um conjunto de dados de saúde, armazenados em meio eletrônico e
agregados pelo identificador da pessoa usuária. Idealmente esse conjunto de dados deveria
representar o registro dos eventos relacionados à saúde da pessoa, do nascimento até a morte
(DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA EM SAÚDE apud MENDES, 2011, pag. 141).
Os prontuários eletrônicos únicos podem ser parte de um sistema mais amplo de registro
eletrônico de saúde. Os registros eletrônicos de saúde são sistemas de centralização dos dados
sobre as pessoas usuárias dos sistemas de atenção à saúde, organizados a partir da
identificação dessas pessoas, de forma longitudinal, envolvendo todos os pontos de atenção à
saúde e todos os serviços prestados.
Segundo Starfield (2002) são três as grandes razões que levam os sistemas de atenção à saúde
a aderirem cada vez mais à informatização. Primeiro, o desaparecimento dos limites formais
entre a medicina clínica e a saúde da população; outro fator é a perda da distinção entre as
funções administrativa e clínica e por fim, sistemas de saúde integrados que atendem a
grandes populações estão assumindo funções anteriormente realizadas pelo poder público.
Na visão canadense, os registros eletrônicos únicos contribuem para reduzir as listas de espera
e dar mais eficiência ao manejo das condições crônicas, dentre outros benefícios. O registro
eletrônico padronizado facilita a troca de informações clínicas ao longo do contínuo de
atenção, permitindo a identificação das pessoas usuárias, integrando a história clínica com
diagnóstico de imagens, resultados de exames, assistência farmacêutica, exames de análises
clínicas, histórico de procedimentos preventivos, diagnósticos e evolução da condição de
saúde. Esse registro eletrônico acessível em todos os pontos de atenção à saúde das RAS deve
ser acessado, com as restrições definidas, pelos diferentes prestadores de serviços e pelos
próprios usuários. Segundo relatório do Canadian Health Infoway (2013), 63% dos médicos
apontam que a diminuição das atividades administrativas foi uma das razões para adotar o
sistema e 85% relataram um aumento global da eficiência clínica como um benefício
esperado, após a implantação do prontuário eletrônico.
Os elementos fundamentais de um prontuário clínico são: (1) escopo, definido pela
identificação da pessoa usuária, anamnese, exame físico, exames complementares,
diagnóstico ou hipótese diagnóstica, plano de cuidados, intervenções promocionais,
preventivas e curativas, receitas eletrônicas e registro da evolução clínica; (2) integração de
comunicação entre os pontos de atenção à saúde das RAS; (3) empoderamento das pessoas
usuárias para as ações de autocuidado; (4) viabilização de uma atenção à saúde mais segura;
(5) maior eficiência da atenção à saúde pela redução da duplicação de procedimentos; (6)
manejo mais efetivo de portadores de condições crônicas persistentes; (7) incorporação dos
requisitos de auditabilidade e segurança; (8) incorporação do requisito de
padronização(codificação de dados); (9) incorporação de instrumentos de apoio às decisões
clínicas (algoritmos decisórios); (10) módulo gerencial composto por controle administrativo;
(11) relatórios clínicos e gerenciais; (12) o geoprocessamento dos dados (MENDES, 2010).
Segundo Mendes (2011), os prontuários clínicos, em geral, são individuais. Mas para
instituições que se baseiam na saúde da família, esses prontuários devem ser familiares. Na
prática, isso significa que a unidade de registro é a família, com seus membros, e que a
formatação do prontuário deve incorporar ferramentas de abordagem familiar. Uma das
funções essenciais dos prontuários eletrônicos, no manejo das condições crônicas, é gerar um
registro de cada condição estabelecida por graus de riscos, envolvendo todos os usuários
portadores dessas condições singulares. Assim, podendo gerar uma lista de uma subpopulação
portadora de determinada condição crônica, subdividida por riscos e com a anotação das
principais intervenções que devem ser realizadas e monitoradas. Assim, um bom registro deve
identificar as subpopulações; permitir acompanhar os indivíduos e grupos com essas
condições crônicas; permitir emitir lembretes e dar ciência para as equipes de saúde e para as
pessoas usuárias; e tornar possível uma extração eficiente de dados, para o monitoramento dos
planos de cuidado.
Para a implantação do prontuário eletrônico é fundamental a adequação da infraestrutura, de
hardware e de rede de comunicação, para permitir que o sistema de informação opere
normalmente, trazendo os benefícios esperados.
Mendes (2011) ao pesquisar vários autores aponta que o uso de prontuário eletrônico melhora
a divisão de trabalho entre diferentes profissionais, reduze a repetição de procedimentos,
aprimora o diagnóstico e o plano de cuidados. Verificou, ainda, que o registro eletrônico de
condições crônicas melhora a adesão dos profissionais às diretrizes clínicas, a qualidade da
atenção e dos resultados clínicos, o controle do diabetes, das doenças cardiovasculares, da
asma, da depressão e o acompanhamento das pessoas idosas.
ACESSO REGULADO À ATENÇÃO À SAÚDE
São de estruturas operacionais que intermediam uma oferta determinada e uma demanda por
serviços de saúde, para racionalizar o acesso de acordo com graus de riscos e normas
definidas em protocolos de atenção à saúde e em fluxos assistenciais.
Têm como objetivo a organização do acesso de forma equitativa, transparente e com
segurança; organizar o acesso com foco na pessoa usuária; desenvolvimento, uso e
manutenção de protocolos atualizados de atenção à saúde; instrumentalização dos fluxos e
processos relativos aos procedimentos operacionais de regulação do acesso; implementação
de uma rede informatizada de suporte ao processo de regulação do acesso; manutenção de
corpo de profissionais capacitados para a regulação do acesso; e geração de sistemas de
monitoramento e avaliação de suas atividades (SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE
MINAS GERAIS apud MENDES, 2011, pag. 147).
Podem ser compostos por módulos, como o módulo de regulação de internações hospitalares
eletivas, o módulo de regulação internações de urgência e emergência, o módulo de regulação
de consultas e exames especializados, o módulo de cadastro dos estabelecimentos de saúde e
outros. Nas redes de atenção à saúde de base territorial, os sistemas de acesso regulado à
atenção à saúde devem estar organizados em módulos integrados por territórios locais,
microrregionais, macrorregionais, estaduais e, em algumas redes, interestaduais.
Os sistemas de acesso regulado à atenção à saúde constituem-se de um software de regulação
e de uma infovia necessária para sua operacionalização.
A regulação do acesso à atenção à saúde dá-se por meio de uma solicitação a uma central de
regulação que opera com um software eletrônico e que agenda o serviço num prestador
adequado para o atendimento pronto e de qualidade à pessoa usuária, em conformidade com
os fluxos de atenção previamente definidos.
Nas RAS, construídas com o centro de comunicação na atenção primária à saúde, os acessos
para os procedimentos eletivos serão regulados, principalmente, por esse nível de atenção à
saúde, articulados com centrais de agendamento eletrônico.
Os sistemas informatizados do complexo regulador devem tornar transparentes os recursos de
saúde para a população própria e referenciada; viabilizar a distribuição dos recursos
assistenciais disponíveis de forma regionalizada e hierarquizada; acompanhar dinamicamente
a execução dos tetos pactuados entre as unidades; permitir o referenciamento em todos os
níveis de atenção nas redes de prestadores públicos e privados; identificar as áreas de
desproporção entre a oferta e a demanda; garantir o acesso; e permitir o acompanhamento da
execução.
Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os pontos de atenção com o centro
de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS), pela centralidade nas necessidades em
saúde de uma população, pela responsabilização na atenção contínua e integral, pelo cuidado
multiprofissional, pelo compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados
sanitários e econômicos.
Fundamenta-se na compreensão da APS como primeiro nível de atenção, enfatizando a
função resolutiva dos cuidados primários sobre os problemas mais comuns de saúde e a partir
do qual se realiza e coordena o cuidado em todos os pontos de atenção, como por exemplo: os
domicílios, as unidades básicas de saúde, as unidades ambulatoriais especializadas, os
serviços de hemoterapia e hematologia, os centros de apoio psicossocial, as residências
terapêuticas, entre outros. Os hospitais podem abrigar distintos pontos de atenção à saúde: o
ambulatório de pronto atendimento, a unidade de cirurgia ambulatorial, o centro cirúrgico, a
maternidade, a unidade de terapia intensiva, a unidade de hospital/dia, entre outros.
Todos os pontos de atenção a saúde são igualmente importantes para que se cumpram os
objetivos da rede de atenção à saúde e se diferenciam, apenas, pelas distintas densidades
tecnológicas que os caracterizam (MENDES, 2011).
5. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo transversal, que relata a relação encontrada em novembro de 2012,
entre o número de pacientes que aguardavam consultas especializadas. Essas relações foram
avaliadas considerando-se as unidades de Atenção Primária à Saúde – UAPS e unidades de
Atenção Primária à Saúde da Família – UAPSF e as UAI que foram definidas como unidades
de referência para atenção especializada das UAPS e UAPSF.
O levantamento de dados foi realizado a partir de dois relatórios emitidos pelo sistema de
prontuário eletrônico implantado.
O Relatório 1 continha a relação de pessoas que se encontravam na fila expectante em
01/11/2012. Os dados trabalhados foram: os usuários inscritos na fila, a unidade de atenção
primária solicitante, a consulta especializada solicitada. O relatório 2 apresentou a oferta de
consultas médicas em cada UAI. Os dados trabalhados foram: o número de consultas
agendadas (consultas novas ou de retorno), os horários de consultas que não foram
agendados, a quantidade de médicos de cada especialidade em cada uma das UAI.
Para as vagas de retorno, foram considerados 40% do número de consultas ofertadas, exceção
feita às consultas de oftalmologia. Para essa especialidade, foram disponibilizados 20% para
retorno. Os relatórios foram originados em Excel, que serviram como base de dados e foram
importado para o Access, esses dois software da Microsoft.
Após o processamento dos dados obteve-se, a partir do Relatório 1, o número de usuários
aguardando consulta, segundo a especialidade médica e a unidade de atenção primária
solicitante. O relatório 2 forneceu o número de consultas disponibilizadas segundo a
especialidade médica e UAI e o número de profissionais por especialidade médica.
Na sequência foi calculada a relação entre consultas ofertadas por especialidade e a
quantidade de usuários registrados na fila por especialidade, considerando o princípio da
regionalização, ou seja, cada UAI atende a usuários que recebem atenção primária de
determinadas UAPS e UAPSF. Essa relação foi denominada de Relação Paciente/Vaga.
A relação paciente/vaga foi calculada conforme a equação abaixo.
Paciente/vaga = Nº de pacientes na fila oriundos das UAPS e UAPSF da área de abrangência da UAI
Nº de consultas ofertadas pela mesma UAI x Fator
O fator considerado foi 0,8 para as consultas de oftalmologia, pois 20% das consultas foram
reservadas para retorno de pacientes atendidos anteriormente e para as demais especialidades,
o fator usado foi 0,6, pois as consultas de retorno compreenderam 40% do total de consultas
disponíveis.
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se que a oferta de consulta médica especializada não é equilibrada entre as várias
unidades de atendimento integrado. Enquanto que na UAI Luizote a relação paciente/vaga foi
de 0,70, na UAI Morumbi de 0,16, na UAI Pampulha esteve em 2,66 e na UAI São Jorge
essa relação alcançou 3,76 (Tabela 1). É preciso considerar, que um dos fatores que leva à
baixa dessa relação diz respeito às especialidades oferecidas, como é o caso da UAI Morumbi,
cuja relação e especialidades avaliadas se limitaram à cardiologia, ortopedia e urologia.
A demanda para consultas especializadas de angiologia, otorrinolaringologia e urologia
apresentou-se atendida, uma vez que a relação paciente/vaga para essas três especialidades
esteve abaixo de 0,50, os dados sugerem um excesso de oferta para essas especialidades. Isso
significa que não há necessidade de aguardar em fila o atendimento e quando isso acontece, a
espera é pequena. Porém é preciso averiguar se as necessidades têm sido atendidas para além
das consultas especializadas, tais como as cirurgias.
A necessidade de atendimento especializado em cardiologia foi de 3,33; chegando a 10,44
paciente/vaga para a UAI Roosevelt, porém essa relação esteve em 0,19, na UAI Morumbi
(Tabela 1). Essa especialidade deveria ser melhor distribuída entre as unidades de
atendimento integrado, como forma de garantir a acessibilidade e o atendimento mais
harmônico da população.
As consultas de neurologia apresentaram alta relação sendo, de maneira global, de 11,12, com
os extremos de 18,22 e de 8,15 observados na UAI Martins e UAI Tibery, respectivamente
(Tabela 1). Provavelmente, haja um déficit numérico na formação de neurologistas, gerando
acumulo da necessidade, uma vez que não há como atendê-la (KIRSTY, 2013).
Embora as consultas de oftalmologia sejam oferecidas em apenas duas unidades, a avaliação
dessa especialidade é importante para a análise da distribuição do serviço. No Ambulatório de
Oftalmologia essa relação ficou em 1,93 e na UAI São Jorge foi de 5,34 (Tabela 1). A UAI
São Jorge responde pelo atendimento de todos usuários encaminhados pelas UAPS e UAPSF
do setor Sul, gerando desequilíbrio na relação paciente/vaga, o que imprime desvantagem aos
pacientes do setor Sul, quando comparado aos pacientes de outros setores que são atendidos
no Ambulatório de Oftalmologia. Para equilibrar, há a necessidade de redimensionar essa
rede, avaliar se há disponibilidade de horário para mais um profissional na UAI São Jorge, ou
estudar a possibilidade de encaminhar pacientes das UAPS e UAPSF que se localizam no
entorno da UAI São Jorge, embora a acessibilidade seja prejudica, o benefício da consulta
pode superar o comprometimento do acesso.
Para a especialidade de ortopedia, a relação paciente/vaga foi de 0,19; 0,35 e 0,39 na UAI
Morumbi, UAI Luizote e UAI Rosevelt, respectivamente. Já a UAI Planalto, UAI Martins e
UAI Pampulha apresentaram as maiores relações, 3,52; 2,74 e 2,65 respectivamente (Tabela
1). Observa-se que, de acordo com a tabela 2, havia quatro ortopedistas na UAI Morumbi e
cinco na UAI Luizote, enquanto que na UAI Martins um profissional era responsável por
atender aos usuários, o que explica, em parte, a diferença na relação paciente/vaga entre as
unidades. As variações encontradas no atendimento de consultas ortopédicas poderiam ser
minimizadas com a transferência de profissionais de uma unidade de atendimento integrado
para outra, a fim de equalizar a diferença na relação paciente/vaga.
Tabela 1 – Relação paciente/vaga para consultas especializadas nas unidades de atendimento
integrado, Uberlândia – MG, novembro de 2012.
Especialidade
Amb. de
Oftalmo
logia
UAI
Luizote
UAI
Martins
UAI
Morumbi
UAI
Pampulha
UAI
Planalto
UAI
Roosevelt
UAI
São Jorge
UAI
Tibery Total
Angio
logia
Paciente
55 6
60 3 13
41 178
Vaga
157 227
130 264 157
144 1.078
Paciente/Vaga
0,35 0,03
0,46 0,01 0,08
0,28 0,17
Cardio
logia
Paciente
587 595 7
601 426 1.019 276 3.511
Vaga
135 220 37
142 41 192 288 1.054
Paciente/Vaga
4,35 2,71 0,19
4,24 10,44 5,31 0,96 3,33
Dermato
logia
Paciente
212 673
912 376 2
259 2.434
Vaga
241 188
260 288 424
288 1.688
Paciente/Vaga
0,88 3,58
3,50 1,31 0,00
0,90 1,44
Endocrino
logia
Paciente 87 385 253 77 305 497 1.604
Vaga 101 170 19 334 113 115 852
Paciente/Vaga 0,86 2,26 13,32 0,23 2,70 4,32 1,88
(Continua)
(Continuação)
Especialidade
Amb. de
Oftalmo
logia
UAI
Luizote
UAI
Martins
UAI
Morumbi
UAI
Pampulha
UAI
Planalto
UAI
Roosevelt
UAI
São Jorge
UAI
Tibery Total
Neuro
logia
Paciente
962
1.323 1.674
978 4.937
Vaga
53
126 145
120 444
Paciente/Vaga
18,22
10,50 11,53
8,15 11,12
Oftalmo
logia
Paciente 3.734
2.835
6.569
Vaga 1.930
531
2.461
Paciente/Vaga 1,93
5,34
2,67
Ortopedia
Paciente
181 792 59 598 1.141 171 151 210 3.093
Vaga
523 289 306 226 324 444 145 138 2.394
Paciente/Vaga
0,35 2,74 0,19 2,65 3,52 0,39 1,04 1,52 1,29
Otorrino
Laringo
logia
Paciente
5 83
48 20 44 30 12 242
Vaga
133 115
276 134 204 199 1.061
Paciente/Vaga
0,04 0,72
0,07 0,33 0,15 0,06 0,23
Urologia
Paciente
1 51 2 42
4
4 104
Vaga
331 186 72 84
145
376 1.193
Paciente/Vaga
0,00 0,27 0,03 0,50
0,03
0,01 0,09
Total
Paciente 3.734 1.128 3.547 68 1.913 3.541 2.639 4.035 2.277 22.672
Vaga 1.930 1.619 1.447 415 719 1.754 1.602 1.072 1.668 12.225
Paciente/Vaga 1,93 0,70 2,45 0,16 2,66 2,02 1,65 3,76 1,37 1,85
Tabela 2 – Número de médicos, segundo a especialidade, lotados nas unidades de
atendimento integrado, Uberlândia – MG, novembro de 2012.
Especialidades
Amb. de
Oftalmo
logia
UAI
Luizote
UAI
Martins
UAI
Morumbi
UAI
Pampulha
UAI
Planalto
UAI
Roosevelt
UAI
São Jorge
UAI
Tibery Total
Angiologia 0 1 3 0 1 2 1 0 1 9
Cardiologia 0 1 1 1 0 1 1 1 2 8
Dermatologia 0 2 2 0 2 2 2 0 2 12
Endocrino
logia 0 1 2 0 1 3 1 0 1 9
Neurologia 0 0 1 0 0 2 1 0 0 4
Oftalmologia 10 0 0 0 0 0 0 3 0 13
Ortopedia 0 5 3 4 1 3 3 3 3 25
Otorrino
laringologia 0 1 1 0 0 2 1 1 2 8
Urologia 0 2 1 1 1 0 1 0 3 9
Total 10 13 14 6 6 15 11 8 14 97
No município de Uberlândia, os sistemas logísticos se apresentaram como suporte ao
estabelecimento de redes de atenção, pois através desses sistemas foi possível, além de
realizar o agendamento e consolidar a regionalização, observar a necessidade de consultas
especializadas, correlacioná-la com a oferta, inclusive avaliá-las quanto à regionalização.
Dessa forma, foi possível avaliar e dimensionar a rede de serviços para melhor atender ao
cidadão e para otimizar os recursos empregados, privilegiando a acessibilidade e a economia
de escala.
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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BRASIL. Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção,
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competências das três esferas de governo.
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da assistência; cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema
Único de Saúde e procede à atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios.
BRASIL. Portaria 373, de 27 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o processo de
regionalização e de busca de maior eqüidade; cria mecanismos para o fortalecimento da
capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos critérios de
habilitação de estados e municípios.
BRASIL. Portaria 399, de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 –
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