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O PAPEL DA ESCOLA NA VALORIZAÇÃO DO ALUNO DO CAMPO NO PROCESSO EDUCACIONAL

Professora PDE: Dirley Roth¹ Professor Orientador: Dr. Luiz Alexandre Gonçalves Cunha²

Resumo

Este estudo propõe uma discussão e resultados reflexivos no que diz respeito às dificuldades socioeconômicas que envolvem os educandos oriundos das famílias rurais do Município de Ipiranga que os levam a desvalorizar a vida do campo e influem no seu rendimento escolar. Diante das dificuldades relatadas, propõe-se a seguinte questão norteadora: Como as dificuldades econômico-sociais em que vivem as famílias rurais influenciam o ambiente escolar? O processo realizado com os alunos do Ensino Médio estabeleceu uma pesquisa-ação com o objetivo de compreender a situação que os leva a apresentarem desmotivação para o estudo e baixo rendimento escolar, relacionar as dificuldades por que passam as famílias rurais, propondo uma reflexão sobre a situação desses alunos, buscando superar a desmotivação aos estudos, melhorando o rendimento e interesse dos mesmos. A fundamentação teórica baseia-se na concepção de desenvolvimento territorial que tem inspirado estudos e políticas públicas voltadas para a agricultura familiar. A abordagem metodológica da pesquisa foi qualitativa, realizada no Colégio Estadual Dr. Claudino dos Santos de Ipiranga-PR, tendo como participantes os educandos da 2ª série A, sendo que metade da turma reside na cidade e a outra metade no meio rural. A proposta consistiu em atividades compartilhadas em sala de aula, fazendo uso de material pedagógico pertinente, entre eles estudo de textos, questionários como ferramenta de coleta de dados e o uso de imagens que retratam a memória do espaço rural do município. Pode-se identificar que os alunos do campo mostraram-se satisfeitos com o seu modo de vida e não apresentaram expectativas de mudanças.

Palavras-chave: valorização do aluno; espaço rural; dificuldades econômico-sociais

¹ Professora de Geografia da rede pública do Paraná, formada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa

(UEPG), especialista em “Representações do lixo e conscientização de hábitos na separação de lixo dos

moradores da zona urbana de Mallet-PR” e “O espaço rural e o uso de defensivos agrícolas em Mallet-PR”.

² Professor do departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Doutor

em Ciências Sociais, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ.

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1. Introdução

O Programa de Desenvolvimento Educacional apresenta em sua estrutura

organizacional três eixos de atividades: atividades de integração teórico-práticas,

atividades de aprofundamento teórico e atividades didático pedagógicas com utilização de

suporte tecnológico, com o objetivo de formar continuamente o educador através do

aprofundamento de seus conhecimentos.

Ao educador é proposta uma reflexão sobre sua prática bem como o

levantamento de problemáticas encontradas no ambiente escolar, para que através de um

Projeto de Intervenção, ancorado em tal situação problema, articulando os elementos

envolvidos na escola possibilite uma mudança de postura sobre tal situação.

Neste contexto, o presente artigo apresenta os resultados da implementação do

projeto no Colégio Estadual Dr. Claudino dos Santos, Ensino Fundamental e Médio da

cidade de Ipiranga-Pr, com alunos da 2º série do Ensino Médio através da Unidade

Didática “O papel da escola na valorização do aluno do campo no contexto educacional”,

durante a última etapa do programa.

A escola é um espaço de mediação do saber, onde estão inseridos sujeitos que

apresentam situações extremamente diferenciadas, no que se refere ao meio em que

vivem, às condições sócio econômicas e bases culturais.

O educando por sua vez dentro deste espaço, por estar inserido em uma sala de

aula heterogênea e por razões adversas, venha a sofrer algum tipo de constrangimento

que dificulte a socialização do saber, neste caso o alvo deste estudo foi o educando

oriundo do meio rural.

O município de Ipiranga é de base rural, neste contexto, uma grande

porcentagem dos educandos que estão matriculados no Colégio Estadual Dr. Claudino

dos Santos moram em localidades distintas rurais e afastadas, o que acarreta perdas para

os mesmos no que diz respeito ao aprendizado e também à sua auto-estima, pois apesar

de gostar do lugar onde vivem, enfrentam diariamente problemas como o da condução

escolar, trabalho excessivo, pouca motivação que os leva a ter rendimento baixo,

prejudicando o processo de ensino-aprendizagem.

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Esta problemática, nem sempre é percebida em sala de aula, pois no ambiente

escolar, em relação ao educando oriundo do meio rural, deixa-se de levar em

consideração as dificuldades econômico-sociais em que vivem e que consequentemente

interferem no aprendizado dos mesmos.

As razões que motivaram a abordagem do tema em questão se justificam pela

importância da valorização do educando do campo, consequentemente melhorar o

desempenho deste educando e recuperar sua auto estima, é proposta a ser trabalhada no

cotidiano da escola, por todos os educadores, com o intuito de garantir aos mesmos sua

formação como cidadão em um meio escolar livre de estereótipos e preconceitos.

A disciplina de Geografia por suas especificidades características reconhece a

problemática com maior facilidade, o que não dispensa as outras disciplinas do currículo

básico da educação a unirem forças no sentido de reverter o que não é fator positivo para

que o aprendizado se concretize.

A questão do homem do campo e sua família, é abordada nos conteúdos

geográficos do ensino básico. Dessa forma, é pertinente ao educador transformar a

relação entre a inserção das famílias rurais no processo econômico-social que caracteriza

o país e a influência disso no rendimento escolar, propondo formas de abordar este

problema.

O objetivo a ser alcançado com projeto de implementação foi uma considerável

melhoria de rendimento no processo ensino-aprendizagem no que diz respeito aos

educandos oriundos do meio rural, através de uma ação pedagógica que os levou à

discussão e à reflexão sobre suas dificuldades e a desvalorização da vida no campo.

Tal ação pedagógica foi fundamentada em material didático pertinente: a Unidade

Didática, que proporcionou aos educandos, com leituras de textos e atividades práticas,

um novo olhar para a sustentabilidade do campo. Expressões como pluriatividade e

funcionalidade, entre outras informações encontradas nos objetos de estudo deste projeto

motivaram-nos à reflexão sobre suas condições, com possíveis avanços em seu meio

social e sobre as condições dos colegas que “moram no interior”, ou seja, no meio rural.

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2 . Desenvolvimento

ATIVIDADE 1

Para Abramovay (1998), o que caracteriza o meio rural é a presença da

agricultura familiar enquanto unidade produtiva. A interiorização industrial, na década de

80, traz consigo o aumento da produtividade que tem como conseqüência uma

capitalização dessas unidades e a exclusão do pequeno produtor.

O espaço rural passa atualmente por várias mudanças e com sinais de embate

sobre suas atribuições e função social, o que tem levado ao surgimento de uma série de

estudos sobre o tema em vários países.

Faz-se necessário uma abordagem sobre o espaço rural, sua importância e as

mais recentes conceituações sobre a nova ruralidade, relacionando o homem do campo e

suas diferentes atividades dentro desse contexto, que por vezes apresenta-se complexo,

devido à diversidade brasileira e às grandes diferenças regionais.

O reconhecimento e a delimitação do espaço rural varia de país para país, em função das formas

efetivas de ocupação territorial, da evolução histórica e das concepções predominantes em cada um deles.

Assim, em certos casos, o meio rural se caracteriza pelo habitat concentrado em um núcleo, que aglutina

não somente as residências dos habitantes do campo, mas também as instituições públicas e privadas

ligadas à vida local (igreja, postos bancários e de cooperativas, escolas, postos de saúde etc.). Este

pequeno aglomerado, unidade social de base do meio rural, ganha nitidez social e importância política

quando é reconhecido politicamente, isto é, quando se constitui como um município. (Wanderley, 2000)

Nesse sentido, Wanderley (2000) oferece importantes contribuições ao analisar o

rural como um espaço que apresenta particularidades históricas, sociais, econômicas e

culturais que proporcionam sua integração ao resto do território. Mas estas relações não

anulam suas especificidades, ao contrário, fazem com que ocorra esta integração e

cooperação. Com isso, o rural se torna um local específico e diferenciado das outras

realidades.

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Após leitura e contextualização do texto “Espaço Rural e Espaço Urbano”, foram

feitos relatos sobre experiências vividas nessas áreas.

No inicio das participações, percebia-se um entrave ou uma timidez em relação

ao posicionamento “Sou do Rural”, mas à medida que foram participando dos relatos,

ficou evidenciado que a maioria defende e valoriza o espaço rural onde vivem, mesmo

com todas as dificuldades por que passam em determinadas épocas do ano.

Na elaboração dos relatórios, eles evidenciam a importância do espaço rural,

ressaltando que “É uma comunidade mais unida que a do meio urbano, porque eles se

reúnem para rezar, conversar, discutir como melhorar a comunidade e cobrar melhorias.”

Sugerem que eles têm que ser vistos de outra forma, receber mais apoio e idéias, visando

sempre à sustentabilidade do campo.

ATIVIDADE 2

Utilizando-se das tecnologias na escola, o aluno teve acesso ao endereço

eletrônico:

http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC597286-2344,00.htm

Trata-se da apresentação de uma entrevista com R. Abramovay – Ruralidade.

Essa atividade sugere que os alunos após terem feito a leitura do texto,

produzissem a redação sugerida sobre “Meio rural – suas dificuldades, suas superações e

possibilidades.

Nas redações lidas notou-se a preocupação dos alunos quando se referiam as

dificuldades enfrentadas pelo povo do interior, principalmente na questão da falta de

escolaridade da maior parte da população jovem e que com isso a produção e o

desenvolvimento do campo ficariam prejudicados.

Foi possível observar nos relatos dos investigados, a descrição sobre a existência

de muitas dificuldades. Entre elas, foi citada a grande deficiência educacional onde as

pessoas com dificuldades de aprendizagem na escola ficam morando no campo, tendo

assim a responsabilidade de gestão da unidade produtiva.

Outro obstáculo identificado pelos alunos foi o problema de analfabetismo e

deficiência educacional, o que significa que o patrimônio fundiário nacional está sendo

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administrado por pessoas de capacitação muito baixa, já que boa parte dos jovens com

boa capacitação tende a ingressar no ambiente urbano. Foi também complementado por

outro aluno que uma tentativa de melhoria, neste caso, seria a oferta de capacitação a

jovens e gestores no que diz respeito à valorização do ambiente rural, a

multifuncionalidade na agricultura, onde sociedades contemporâneas irão contribuir com o

agricultor pelas atividades que o mercado é incapaz de pagar, como preservação

ambiental, por exemplo.

Outro investigado ainda ressaltou que, os pequenos produtores que resistiram às

dificuldades, e as fortes pressões dos grandes fazendeiros, tiveram a sua vez. Com a

ajuda do governo, tiveram acesso a financiamentos para a mecanização e a melhoria da

produção com juros baixos e vários anos para pagar, que foi um grande auxilio para que o

pequeno agricultor permaneça no campo. Uma das possibilidades é dar oportunidade de

especialização ao jovem do campo para que ele permaneça em seu local de origem.

Pode-se considerar que a reflexão e comentários dos educandos levam a uma

consonância com relação à atividade proposta.

ATIVIDADE 3

Ipiranga está localizada na região dos Campos Gerais, na mesorregião sudeste

paranaense. Altitude média é de 800 metros. A latitude Sul de 25º01’20” e a longitude

Oeste de 50º35’03”.

A partir de 1829 começaram a chegar imigrantes europeus, principalmente

poloneses, alemães e holandeses. A fundação da cidade propriamente dita, ocorreu em

1826, quando os pioneiros fixaram residência no local, dando início a um pequeno

povoado, emancipado em 07 de dezembro de 1894.

Área territorial é de 927 Km². A população é de 14.153 habitantes sendo 7.330

(51,7%) homens e 6.823 (48,3%) mulheres, onde os constituintes rurais predominam com

9.261 pessoas, que representa (65,4%) do total, sendo que a urbana restringe-se em

apenas 4892 (34,6%).

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Os tipos de solos predominantes são: latossolo vermelho escuro 26%, cambissolo

32%, solo litólico 20% entre outros, terra bruna estruturada e podzólico vermelho amarelo,

solos orgânicos 22%.

Clima subtropical úmido mesotérmico, verões com temperatura média de 20 a

25ºC, inverno com ocorrência de geadas severas e frequentes, com temperatura media

inferior a 18ºC. A pluviosidade média é de 1.594mm.

Relevo suavemente ondulado 34% (declividade 3 a 8%), ondulado 55%

(declividade 8 a 20%) e fortemente ondulado 11% (declividade 20 a 45%).

O município possui em torno de 1.600 estabelecimentos agropecuários, pode-se

considerar que em sua maioria (87%) são propriedades com categoria de agricultura

familiar, que detém até quatro módulos fiscais (64ha). As unidades de produção maiores

que variam mais ou menos a 13% têm como atividade principal o cultivo de soja, milho e

trigo, parte dessas grandes propriedades é associada à pecuária de corte.

TABELA 1 - Culturas anuais no município de Ipiranga

CULTURA

ANUAL

ÁREA PLANTADA

(ha)

Nº DE PRODUTORES

Feijão 4.000 600

Milho 7.000 2.800

Soja 18.100 200

Trigo 5.500 50

Fumo 3.700 1.387

Fonte: Escritório Local EMATER- Ipiranga-PR/2010.

Ao analisar a tabela acima é possível notar que o número de produtores de milho

é superior ao número de estabelecimentos agropecuários citados. Tal informação deve

considerar que é comum o proprietário arrendar parte de suas terras a outros agricultores,

assim em um único estabelecimento agropecuário pode haver mais de um responsável

pelo plantio.

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Outro fato a ser considerado no que diz respeito a produtores por propriedade no

município, é que se tornou viável o proprietário fazer contrato de arrendamento com os

próprios filhos, onde assim é possível ele retirar o custeio para a lavoura junto ao

programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).

Mesmo com as áreas reunidas entre os pequenos produtores, o setor primário

ipiranguense é responsável pela quase totalidade da renda municipal.

Já a soja, o milho e o trigo tem uma grande expressividade nas unidades acima

de 100 ha onde a produtividade é elevada ( soja 3.000 a 3.500ha, milho 7.000 a 8.000 K/

há) devido à tecnologia utilizada.

A fumicultura é uma das culturas de grande importância econômica no município

por atingir 1307 (64%) dos produtores existentes que é de 2170.

Ocorre a existência de outros cultivos menos representativos dentro do município:

cevada, uvas rústicas para transformação em vinhos e sucos.

Conforme a tabela 2, a ocupação do solo no município de Ipiranga também ocorre

em diferentes culturas.

Tabela 2 – Ocupação e cultivo do solo no município

Cultura Área

cultivada

Lavouras remanescentes (fruticultura, erva-mate) 350

Lavouras temporárias (trigo, soja, feijão, milho, fumo, etc.) 28.000

Pastagem nativa 8.000

Pastagem plantada (herbáceas, etc.) 20.000

Mata e floresta natural 5.500

Mata e floresta plantada (pinus, etc.) 17.315

Outras áreas 13.545

Fonte: Escritório Local EMATER- Ipiranga-PR/201

A maior parte da área territorial do referido município é utilizada para plantio de

lavoura temporária, como o trigo, soja, feijão, fumo, etc.

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A bovinocultura de leite também possui uma posição de destaque, atividade esta,

ideal para agricultores familiares com áreas limitadas de terra. A Secretaria de

Agropecuária, Desenvolvimento e Meio Ambiente junto com seus parceiros, EMATER,

Banco do Brasil, Prefeitura Municipal, Sindicato Rural Patronal e Sindicato dos

Trabalhadores trabalham no "Projeto Leite" desde 2006, desenvolvendo atividades

voltadas para melhoria da cadeia leiteira no município. Como exemplos deste trabalho,

podemos citar a Prefeitura Municipal, que compra e cede em comodato botijões de

Inseminação Artificial para Associações do Município que gerenciam o uso deste

equipamento, é a melhoria genética chegando ao campo.

A Secretaria de Agropecuária, Desenvolvimento e Meio Ambiente gerencia a

"Unidade Modelo de Gado Leiteiro" projeto piloto lançado em 2008 na comunidade de

São Brás. O Banco do Brasil com o DRS - Desenvolvimento Rural Sustentável, uma

estratégia de liberação de crédito alavanca consideravelmente o crescimento da

atividade. A EMATER junto com seus técnicos desenvolve projetos para quem deseja

ingressar na atividade e também realiza análises de solo aos produtores com preço

acessível. O Sindicato Rural Patronal qualifica o produtor com cursos pelo SENAR -

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Segundo dados da Secretaria de Agropecuária,

Desenvolvimento e Meio Ambiente de Ipiranga, o município conta com aproximadamente

85 produtores de leite, 50 resfriadores de expansão direta, um rebanho de 1500 animais e

uma produção anual de 3.600.000 litros captados pelos laticínios: Cooperativa COAMIG

de Guarapuava, BRFOODS de Carambeí e CASTROLANDA de Castro. A Bovinocultura

de leite em Ipiranga demonstra sustentabilidade, sendo uma excelente opção de atividade

para diversificação da produção e geração de renda ao produtor familiar.

Nessa atividade, os alunos tiveram acesso ao mapa do município de Ipiranga.

Foram localizados primeiramente os limites com os municípios vizinhos, relembrando os

pontos colaterais e cardeais.

Também foram observadas as várias localidades do interior do município. Em

outro mapa, os alunos destacaram colorindo, diferenciando a zona rural da urbana, onde

na seqüência relacionaram as atividades econômicas que caracterizam cada uma das

áreas.

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Figura nº 1: mapa da cidade de Ipiranga. Fonte: site da Prefeitura Municipal

Figura nº 2: mapa da cidade de Ipiranga.

Fonte: portfólio da professora pesquisadora

Data: outubro de 2011

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ATIVIDADE 4

Foi disponibilizado aos alunos um texto sobre agricultura familiar, camponesa e

patronal. Após a leitura e reflexão das citações sugeridas os relatos foram feitos,

conforme exemplos abaixo:

“Na agricultura patronal o trabalho é assalariado, a terra possui grandes

extensões e a produção é geralmente de apenas um gênero agrícola, diferente da

agricultura familiar que diversifica sua produção. Na agricultura familiar, a mão de obra é

das pessoas da família, laços de parentesco e amizade estão muito presentes. Hoje, ela

está deixando de produzir só para o auto-consumo, mas também para o mercado”.

“Na agricultura familiar, a vida em sociedade tem laços de parentesco e amizade

muito presentes. O trabalho é feito com predomínio da mão-de-obra familiar onde o

patrimônio e a gestão do estabelecimento, são repassados de geração a geração, o que

retrata a manutenção e reprodução familiar e representa a condição de ser livre. Na

agricultura patronal a forma de produção é baseada no trabalho assalariado,

caracterizada pelas grandes extensões de terra, geralmente produzindo apenas um

gênero agrícola, como por exemplo: cana de açúcar, algodão, soja, laranja. A terra teria

um patrão com vários funcionários trabalhando, a produção é em larga escala, o uso de

tecnologias é muito grande e essa produção é geralmente para exportação”.

ATIVIDADE 5

Esta atividade apresentava a proposta de uma visitação técnica à “Framora”, uma

fazenda voltada à produção de amoras e framboesas, localizada em Rio Azul, Paraná

cujo proprietário é o Sr. Guilherme Gurski, que se realizou no dia 13 de dezembro de

2011.

Primeiramente, ele levou os educandos para conhecer as plantações. Em

seguida, contou sobre a sua experiência com a agricultura familiar, informando não ter

sido uma experiência muito agradável, pois no inicio, foi muito difícil, e ele por varias

vezes pensou em desistir, por não ter investido na cultura certa naquela área,

determinada pelas condições de clima, terreno, dinheiro, etc.

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Figura nº3: Visita à Framora

Fonte: portfólio da professora pesquisadora

Data : 13/12/2011

Logo depois, ele passou a palavra aos educandos, os quais questionaram sobre a

sua satisfação e seu lucro no trabalho. Ele respondeu que estava satisfeito pois, embora

houvesse vários obstáculos, como alto custo de sementes adubo e baixo valor de venda

de seu produto no mercado, o lucro era obtido graças ao trabalho em família.

É importante destacar a frase do agricultor “Fazer de seu alimento, o seu

tratamento”. Isso nos leva a considerações sobre a importância da não utilização de

agrotóxicos.

A Prefeitura Municipal de Ipiranga-PR cedeu o transporte para os educandos e a

viagem alcançou o objetivo esperado, pois segundo a educanda Lorena “ foi um passeio

de grande aprendizado, deixando uma mensagem pessoal, de que devemos nos arriscar

o quanto for preciso para conseguirmos o que desejamos e que para sermos felizes é

preciso que tenhamos prazer em realizar nosso trabalho”.

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Figura nº 4: Visita a Framora

Fonte: portfólio da professora pesquisadora

Data : 13/12/2011

Figura nº5: Visita a Framora Figura nº 6: Visita a Framora

Fonte: portfólio da professora pesquisadora Fonte: Portfólio da professora pesquisadora

Data: 13/12/2011 Data: 13/12/2011

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Figura nº 7: Visita a Framora

Fonte: portfólio da professora pesquisadora

Data: 13/12/2011

Figura nº 8: Visita a Framora

Fonte: portfólio da professora pesquisadora

Data: 13/12/2011

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Figura nº 9: Visita a Framora

Fonte: portfólio da professora pesquisadora

Data: 13/12/2011

Ao final da visita e das explicações oferecidas pelo proprietário, os alunos

puderam identificar a importância da experiência e relataram à professora que sentiram-

se bem acolhidos e deixaram o local com informações esclarecedoras sobre a agricultura

familiar e produção das frutas, bem como dos demais produtos artesanais.

Vale ressaltar que o ambiente é apropriado para visitações, com infra estrutura

para alimentação, comercialização dos produtos fabricados na Framora e espaço físico

adequado para palestras.

ATIVIDADE 6

No Brasil, existe uma combinação dos diferentes tipos da agricultura. O processo

de modernização agrícola, que gerou estas desigualdades regionais, começou nos anos

60, quando se deu as condições políticas para que a implantação dos pacotes

tecnológicos diminuísse as resistências entre os produtores rurais. A captação de

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recursos financeiros externos possibilitou a extensão de crédito agrícola subsidiado para a

compra de equipamentos, sementes e insumos.

De grande auxilio para esta difusão foi o papel da extensão rural e da pesquisa

agropecuária. A agricultura era considerada pelas elites políticas e econômicas como o

eixo principal do impulso para a geração de excedentes a ser utilizado no

desenvolvimento industrial. A política de crédito rural (custeio, investimento e

comercialização) contribuiu para a consolidação do complexo agroindustrial, agregando

este à indústria produtora dos meios de produção, à indústria de transformação e aos

agricultores subordinados a essas indústrias.

A consolidação do Complexo Agroindustrial, como categoria central na consideração da questão

agrária no Brasil, vem promovendo uma unificação nos limites amplos das discussões. Isso vem

provocando uma superação do fracionamento observado nos debates de 50 e 60, e, um pouco menos, na

década de 70, que consideravam de forma prioritária, determinados aspectos, específico da questão agrária

(CUNHA, 1988 p.74).

A análise do processo de transformação enseja um debate teórico e pode ser

sintetizado em duas conseqüências: primeiro os impactos ambientais, com o s problemas

mais frequentes, provocados pelo padrão de produção monocultora, segundo Rosane

Balsan (2006), foram: a destruição das florestas e da biodiversidade genética, a erosão

dos solos e a contaminação dos recursos naturais e dos alimentos; segundo os impactos

socioeconômicos, causados pelas transformações rápidas e complexas da produção

agrícola, implantadas no campo, e os interesses dominantes do estilo de desenvolvimento

adotado provocaram resultados sociais e econômicos.

A agropecuária desenvolveu-se a partir da Revolução Industrial quando a atração

exercida pela atividade industrial passou a deslocar significativa parcela da população

rural para as cidades provocando diminuição de mão-de-obra no campo.

Assim, tornou-se imperativo incorporar novas técnicas de produção que

aumentassem a produtividade agrícola e suprissem o mercado. Nesse sentido, a

produção agrícola desenvolveu novas formas de organização da produção quanto à

atividade industrial para suprir as necessidades do ritmo da economia mundial. Se as

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atividades agrícolas do campo abasteciam de alimentos e matérias-primas o espaço

urbano, as atividades fabris da cidade ofereciam para o campo insumos agrícolas,

maquinários e produtos industrializados (KRAJEWSKI, 2005). Essas transformações

geraram a interdependência cada vez maior entre o campo e a cidade.

Antes da Revolução Industrial, ainda no feudalismo, a maior parte da população

vivia no campo e dele se abastecia. A agropecuária desenvolveu-se quando a atração

exercida pela atividade industrial deslocou grande parte da população rural para as

cidades, provocando diminuição de mão-de-obra no campo.

Nesta nova fase, marcada pelo processo de globalização, transformações pós-

fordistas das relações de produção e precarização das relações de trabalho, não vêm

afirmar o fim do campo, mas sim novas relações que estão sendo estabelecidas de modo

que o urbano e o rural possuem necessidades que ambos poderão suprir.

Em poucas palavras, pode-se dizer que o meio rural brasileiro se urbanizou nas

duas últimas décadas, como resultado do processo de industrialização da agricultura, de

um lado, e, de outro, do transbordamento do mundo urbano naquele espaço que

tradicionalmente era definido como rural. Como resultado desse duplo processo de

transformação, a agricultura - que antes podia ser caracterizada como um setor produtivo

relativamente autárquico com seu próprio mercado de trabalho e equilíbrio interno - se

integrou no restante da economia a ponto de não mais poder ser separada dos setores

que lhe fornecem insumos e/ou compram seus produtos. Já tivemos oportunidade de

mostrar que essa integração terminou por se consolidar nos chamados “complexos agro-

industriais” que passaram a responder pela própria dinâmica da atividades agropecuárias

aí vinculadas.(GRAZIANO DA SILVA,1996).

O impacto sociocultural gerado no processo de modernização agrícola é muito

amplo. As famílias rurais acostumadas a uma vida camponesa passaram a ser absorvidas

pela dinâmica desse processo. As mudanças determinadas de fora de seu mundo, a

natureza e a profundidade delas se apresentaram em forma de tecnologias, bens e

serviços, que antes não eram parte do seu modo de vida. De um policultivo tradicional,

grande parte da agricultura passou ao monocultivo. A enxada e o arado de tração animal

cederam lugar ao trator a ao herbicida, o crédito rural e os negócios de compra e venda,

exigiram a presença do agricultor e depois de sua família na cidade.

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Observa-se, portanto, que este município tem outra parcela de agricultores que

desenvolve atividade monocultora, pretende-se estabelecer então correlações sobre esse

assunto juntamente com as condições de trabalho exigidas atualmente e a consequente

migração campo-cidade. Porém essas mudanças trazem consigo as dificuldades de

assimilação e os desafios para a compreensão do processo e o acesso às informações

para a tomada de decisões corretas.

De uma maneira geral, podem ser apontadas duas grandes tendências no que diz

respeito à implementação de projetos de desenvolvimento do espaço rural. Uma baseada

no desenvolvimento agrícola, centrada no agronegócio cuja natureza é eminentemente

setorial. A outra adota o princípio do desenvolvimento rural, integrando atividades

agrícolas e não-agrícolas, rurais e urbanas, multisetoriais e territoriais. Evidentemente,

entre esses dois projetos, representando as alternativas políticas de maior peso,

encontra-se uma heterogeneidade de situações intermediárias que contribuem ainda mais

para ampliar a complexidade das relações sociais rurais. (MDA/CONDRAF,2006).

O agronegócio, considerado por muitos analistas como um grande sucesso,

pois a produção de grãos cresceu mais de 70% na última década do século XX, indicando

uma forte elevação da produtividade das culturas. É importante registrar também que uma

parte da agricultura familiar tem participado desse processo, seja ampliando sua

participação na produção de mercadorias negociadas no mercado internacional, seja

auxiliando na intensificação da monocultura, o que contribui para a expansão do êxodo

rural e da dependência de insumos químicos e de sementes melhoradas, além de afetar o

nível de renda dos produtores.

Em paralelo a esse modelo de desenvolvimento citado, surge uma nova proposta

com enfoque nas diferentes dimensões da sustentabilidade. O rural tem um papel central

na construção de um novo projeto de sociedade, sendo visto como um espaço que deve

diversificar e multiplicar a pluralidade, tanto dos sistemas de produção quanto das

atividades rurais não-agrícolas; viabilizar novas estratégias de conservação ambiental,

promover dinâmicas de inclusão social e promoção da igualdade; e gerar alternativas

tecnológicas que favoreçam a disseminação da autonomia relativa de produtores

familiares.

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A implementação requer um processo de planejamento com novos instrumentos

de política pública, além de promover a rearticulação do setor agrícola com os demais

setores da economia, tendo como orientação estratégica a superação das desigualdades.

Nesse contexto, é relevante para a escola, a abrangência desses assuntos, visto

que a maioria dos alunos é da zona rural, o mesmo acontece com os munícipes, onde

aproximadamente 70% pertencem ao setor primário da economia. A modernização

da agricultura tem apresentado problemas sociais, políticos, econômicos e biológicos,

como o aumento do desemprego no campo e do êxodo rural; o surgimento de doenças

nos consumidores finais de produtos em função da utilização de herbicidas além dos

problemas de saúde sofridos pelos trabalhadores que os manipulam; a contaminação dos

solos com adubos químicos para recuperar a sua fertilidade; os transgênicos; o risco de

redução da biodiversidade.

O texto acima “Modernização da agricultura”, com citações de diversos autores

como: Cunha 1988; Rosane Balsan 2006, Krajewski 2005, Graziano da Silva 1966, foi

selecionado com o intuito de sistematizar o referido conteúdo para leitura e discussão

sobre o tema proposto.

Os alunos agruparam-se para produzir as questões e posteriormente participarem

do fórum de discussão.

Essa atividade tornou-se importante do ponto de vista dos alunos, inclusive

porque todos puderam falar e participar do debate, com prós e contras sobre o tema

abordado.

ATIVIDADE 7

Nesta ação pedagógica os alunos produziram cartazes com as inovações

tecnológicas na agricultura do município, usando fotos e recortes de utensílios antigos

utilizados no meio rural, contrapondo com ilustrações da realidade atual de algumas

propriedades municipais que se mostram mais modernas.

Os cartazes foram expostos no saguão do colégio, despertando a curiosidade dos

demais alunos, que acabaram participando dos comentários sobre as transformações que

ocorreram na vida rural.

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Figura nº 10: Cartaz confeccionado pelos alunos

Fonte: portfólio da professora pesquisadora

Data: 13/12/2011

ATIVIDADE 8

O intuito dessa atividade é levantar os pontos positivos e negativos sobre as

transformações ocorridas no campo e quais seriam os argumentos usados para tal.

Há contradições em relação ao uso dos agrotóxicos e sementes híbridas se

representam pontos positivos ou negativos em relação ao meio ambiente e questiona-se

qual a relação existente entre agrotóxico e devastação química.

Segundo os educandos, em relação ao uso de máquinas, existe uma opinião

favorável, uma vez que seu uso facilita o trabalho, tornando-o prático e rápido.

Consequentemente isto tem causado uma devastação da mão de obra, porque a máquina

pode substituir o trabalho de várias pessoas.

Sobre os agrotóxicos, existe uma grande preocupação em não poluir os rios e

manter a terra em bom estado de uso para a agricultura.

Em relação ao meio ambiente, as transformações apresentam pontos negativos,

pois a ambição dos proprietários acarreta em desmatamentos, uso inadequado de

agrotóxicos, poluição, causando grande impacto ao meio ambiente.

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Vejamos abaixo, alguns desenhos produzidos pelos educandos sobre agrotóxicos

e devastação química:

Figura nº 11: desenho produzido por alunos.

Fonte: portfólio da professora pesquisadora.

Data:novembro de 2011

Figura nº 12: desenho produzido por alunos.

Fonte: portfólio da professora pesquisadora.

Data: novembro de 2011

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Figura nº 13: desenho produzido por alunos.

Fonte: portfólio da professora pesquisadora.

Data: novembro de 2011

ATIVIDADE 9

Utilizando o suporte tecnológico do Paraná digital, acessou-se o endereço

eletrônico http://www.lucianopizzatto.com.br/artigos-pizzatto/2010/02/17/carta-do-ze-

agricultor-para-luis-da-cidade.html, incluído em 24/03/10, as 14:00:09 hs, com o objetivo

de após atenta leitura produzissem um pequeno comentário

A aceitação foi unânime pela turma, onde pronunciaram-se favoráveis à

colocação feita pelo “Zé”, sendo que um dos relatos foi:

“A carta mostra a desigualdade da cobrança no cumprimento de leis, a cobrança

no meio rural é maior, e a falta de conhecimento dos agricultores perante essa nova lei,

os deixa em maior desvantagem. É preciso passar informações corretas sobre as leis

para a população, para evitar que sejam prejudicados”.

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ATIVIDADE 10

Nesta atividade, os educandos responderam a um questionário e fizeram um

breve relato sobre o assunto:

a) Identificação da família, localidade, atividades desenvolvidas na propriedade,

satisfação sócio-econômica.

R - Em síntese, 50% dos alunos moram na zona rural, e 50% moram na zona

urbana.

Os que moram na zona urbana, vivem de atividades como comércio, e os que

moram na zona rural, vivem da agricultura, pecuária, e pequenos rendimentos extras.

Sobre a satisfação financeira, a maioria, cerca de 80%, afirmam que estão

satisfeitos com seus rendimentos.

b) Em face da modernização da agricultura, quais das dificuldades sentidas no

desenvolvimento do trabalho agrícola.

R - É imprescindível destacar que as maquinas vem tomando o lugar da mão de

obra. E com a escassez de serviços, há uma exigência de maior qualificação do

trabalhador.

A falta de estudo influencia na capacitação para operar esses maquinários. A

tecnologia ajuda no desempenho da agricultura, ocasionando lucros e satisfação

financeira.

c) Como as mudanças interferem no modo de vida rural.

R – Num sentido muito estrito, alguns entendem que as mudanças podem

prejudicar, pois em razoes de condições financeiras, os pequenos agricultores ficam em

desvantagem em relação aos grandes agricultores. Isso interfere diretamente na

aquisição de máquinas e equipamentos que auxiliam na agricultura.

Mas há uma maioria que entende que as mudanças trouxeram conforto, maior

produtividade, menos perdas e prejuízos. Nessa corrente, há um destaque que essas

mudanças trouxeram melhor acesso a compra de maquinas, e até de computadores, que

dão ao trabalhador toda liberalidade para se conectar com o mundo atual.

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d) De que forma o conhecimento escolar pode contribuir para a melhoria do

trabalho agrícola.

R - Dando apoio aos alunos do campo, garantindo a eles, uma forma de

igualdade entre os alunos do meio urbano e rural.

É importante acrescentar a revolta entre os alunos, em relação à exploração das

companhias, que exploram o preço dos produtos. Falam ainda, que a proibição do

trabalho ao menor de 18 anos deveria ser revista, pois é através do trabalho, que se

aprende a administrar a propriedade.

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3. Conclusão

O tempo que é destinado ao educador para rever sua prática pedagógica em sala

de aula e preocupar-se com questões que possibilitaram melhorar a mesma, contribuindo

assim para a sua formação continuada pode ser mencionado como um grande

crescimento para o mesmo.

As atividades do GTR, “grupo de trabalho em rede”, onde a presença dos demais

colegas da mesma disciplina, contribuindo para análise e dicas sobre o projeto de

implementação, foi de grande pertinência, pois possibilitou momentos de reflexões sobre

a problemática do aluno do campo, e produziu pensamentos reais e criativos sobre o

assunto.

Em relação ao ambiente escolar, mais precisamente no que se refere aos

educandos, o projeto de implementação, alicerçado pela unidade didática, mostrou aos

mesmos a realidade do meio rural suas transformações, seus valores e contra-valores,

fazendo com que os mesmos se apropriassem do conhecimento chegando à reflexões

diretas e observando por um outro prisma a realidade do seu colega do campo, o qual por

sua vez sentiu-se valorizado e empenhado em discutir e exemplificar com os outros suas

realidades.

Vale ressaltar que os trabalhos realizados pelos alunos, na unidade didática,

foram bem absorvidos pelos participantes deste projeto, ao considerar que os próprios

investigados mostraram-se conscientes da importância da continuidade dos estudos para

o acompanhamento e vivência das inovações que acontecem no meio rural, embora não

tenham manifestado interesse em mudar de vida, uma vez que deixaram claro que

valorizam sua história no campo.

As transformações ficaram presentes na memória de cada sujeito envolvido,

somente com o intuído de uma persistente melhoria da aprendizagem nas escolas

públicas do Paraná.

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Referências

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BILINSKI.J, Estrutura Fundiária Brasileira. Disponível em: < http://pt.netlog.com/jjeronimoss/blog/blogid=1626440 >. Acesso em: 11 de Maio de 2011.

COELHO, M. A. Geografia do Brasil. São Paulo/SP. Moderna, 1983.

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GRAZIANO DA SILVA, J. A Nova Dinâmica da Agricultura Brasileira. Unicamp. 217 p. 1996.

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WANDERLEY, M. A emergência de uma nova ruralidade nas sociedades modernas avançadas – o “rural” como espaço singular e ator coletivo. Estudos, sociedade e agricultura. Rio de Janeiro: UFRRJ/CPDA, 15, outubro 2000, 87-145. Disponível em: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/rural/wanderley.pdf>. Acesso em: 21 de Abril de 2011.