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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O ORIENTADOR EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL Autor: Andrea Teixeira de Sousa Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho RIO DE JANEIRO 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O ORIENTADOR EDUCACIONAL NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Autor: Andrea Teixeira de Sousa

Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

RIO DE JANEIRO

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O ORIENTADOR EDUCACIONAL NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Autor: Andrea Teixeira de Sousa

Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Trabalho monográfico de conclusão do curso apresentado a Universidade Candido Mendes como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista no curso de pós-graduação em orientação educacional e pedagogia.

RIO DE JANEIRO

2010

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, por me proporcionar viver este importante momento e por me conduzir e me mostrar o caminho correto para chegar aos meus objetivos. Aos meus pais que me deram a vida e me ajudaram chegar até esse momento de minha vida.

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EPÍGRAFE

CREIO NA EDUCAÇÃO “Creio na educação porque humaniza os homens, busca o novo, é geradora de conflitos prepara para cidadania. Creio na educação porque acredito na pessoa humana sujeita de sua história,capaz de transformar e construir relações de vida. Creio na educação que, quando libertadora, é Caminho de transformação, é caminho de construção de uma nova sociedade. Creio na educação que promove a pessoa, transforma e socializa, que educa, criticamente e democraticamente. Creio na educação que é um processo de libertação,levando o ser humano a conhecer a si mesmo e ao outro. Creio na educação porque creio no carisma De toda educador da fé. Creio também, na consciência de ser um eterno aprendiz. E assim sendo... Creio na educação como um processo permanente Que acompanha o ser humano em toda sua existência”. ( Autor desconhecido) “Brincar com as crianças não é perder tempo, é ganhá-lo, se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.” Carlos Drummond de Andrade

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RESUMO

O presente estudo relata sobre o orientador educacional e a educação infantil no âmbito escolar, suas funções e necessidades. A educação infantil é a fase em que a criança irá ter seu primeiro contato com a escola, obter diversas informações, convívio com outras crianças, professores e também é o período onde está sendo estruturada sua personalidade, ou seja, fase de muitas descobertas e atenção por parte de todos seja na escola ou em casa.

O orientador educacional faz parte da equipe pedagógica da escola e possui enorme responsabilidade na mesma, tendo que ajudar no processo de planejamento do currículo escolar, auxiliar os professores no dia a dia de suas funções, estar sempre atentos às necessidades e dificuldades dos alunos, atender e conversar com os pais sobre o desenvolvimento de seus filhos no decorrer do ano, profissional que seja por vocação e força do ofício dinamizador de todas suas tarefas influenciando assim a todos e buscando o prazer em educar e aprender. Enfim, dois nomes tão comuns na escola e necessários para funcionamento da mesma, tendo que um estar sempre acompanhando o outro, buscando solucionar suas dificuldades, brincando, aprendendo juntos para que assim a escola se torne uma unidade estruturada e reconhecida, consciente de sua função na sociedade.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------7 CAPÍTULO I . FUNÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA ESCOLA-----10 CAPÍTULO II. AS NECESSIDADES DOS ALUNOS DE EDUCACIONAL INFANTIL-------------------------------------------------------------------------16 CAPÍTULO III. ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE EDUCAÇÃO INFANTIL------------------------------------------------------------------------------------------23 CONSIDERAÇÕES FINAIS--------------------------------------------------27

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INTRODUÇÃO

A educação é um dos setores mais importantes para o

desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que

um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas.

Quando falamos em educação, a escola seria o nosso primeiro

pensamento, pois vemos na mesma, local o qual inicia-se o aprendizado, onde

adquirimos informações e conhecimentos .

Não podemos esquecer que a escola é uma unidade formada por professores,

alunos, pais, diretores, orientadores educacionais, pedagógico e pessoal de

apoio.

A orientação educacional tem papel fundamental no desenvolvimento

da escola . O Orientação educacional, segundo (wikipédia, a enciclopédia

livre), é uma especialidade do pedagogo, que pode ser obtida através de

cursos de habilitação, incorporada ou não à licenciatura em pedagogia, ou

através de especialização.

O orientador educacional atua junto ao corpo discente das instituições de

ensino, acompanhando as atividades escolares, bem como o desempenho do

estudante, seja em termos de rendimento ou de comportamento .E dentre

todas essas atuações que orientador educacional desempenha na escola o

aconselhamento tem sido considerado como a principal e a mais importante.

Quando falamos em corpo discente estamos nos referindo a alunos os

quais podem ser de educação infantil, ensino fundamental, médio ou superior.

A educação infantil é a primeira fase escolar da criança, local onde muita

criança desenvolve suas primeiras relações sociais, e é uma fase essencial no

desenvolvimento da criança seja no aspecto cognitivo, motor ou afetivo.

Ao iniciar a sua adaptação na Educação Infantil, a criança vive momentos de

muitas mudanças de uma só vez. Afasta-se parcialmente do convívio familiar e

cria novas relações afetivas.

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Nesse contexto o orientador educacional possui muita significância pois nessa

fase participa das atividades de sala de aula juntamente com o professor,

intervêm se necessário, promove momentos de discussões ,cria assim

condições das crianças se conhecerem, se descobrirem, dividirem valores,

idéias e aprender.

A partir do texto descrito visa-se entrelaçar os caminhos que deverão

responder a problemática a qual configurou a essência deste estudo, ou seja, o

objetivo do trabalho é analisar o papel do orientador educacional na educação

infantil. E visto a necessidade de direcionar o estudo levou-se a elaboração dos

seguintes objetivos específicos, que visam a solução do problema criado.

São eles: Compreender a função do orientador educacional na escola;

Esclarecer as necessidades dos alunos de educação infantil; e Demonstrar

como a atuação do orientador educacional pode ajudar no desenvolvimento

das crianças de educação infantil.

A partir desses apontamentos acredita-se na necessidade de escrever

sobre o tema pela vontade em conhecer e aprender mais sobre a educação

infantil fase tão relevante no desenvolvimento da criança e pela necessidade

de estar sempre aprendendo e buscando mais sobre a orientação educacional.

Como relevância acadêmica acredita-se que o estudo será necessário

para crescimento como profissional e pessoa; e relevância social para que a

sociedade possa acreditar e confiar no trabalho do orientador educacional, pois

o mesmo o faz com muito zelo e dedicação.

O estudo quanto à natureza é umas pesquisas aplicadas, quanto a

abordagem é qualitativa, seus objetivos utiliza-se de uma pesquisa explicativa

e dos procedimentos bibliográfica.

Iniciamos o estudo com a introdução elaborando a contextualização,

declarando o problema, as questões de pesquisa, apresentando a justificativa,

a hipótese que norteia prováveis caminhos na solução do problema e destaca-

se a metodologia do estudo.

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A monografia fica dividida na seguinte ordem:

CAPÍTULO I – Na revisão de Literatura desenvolve -se um diálogo com alguns

autores que fundamentam teoricamente o estudo para compreensão das

funções do orientador educacional na escola;

CAPÍTULO II –Esclarecemos as necessidades dos alunos de educação

infantil no âmbito escolar;

CAPÍTULO III –Para melhor compreensão do estudo demonstraremos como a

atuação do orientador educacional pode ajudar no desenvolvimento das

crianças de educação infantil;

Ao final serão expostas as considerações finais e a bibliografia.

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CAPÍTULO I

FUNÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA

ESCOLA

O orientador educacional na escola possui múltiplas funções, é uma das

figuras centrais em todo processo educacional, o orientador educacional não

visa formar cidadãos para manter determinadas estruturas sociais ou

econômicas, mas para transformá-las no sentido de maior humanidade e

justiça.

Em como todas as áreas da sociedade, a orientação educacional sofreu

diversas modificações durante os anos, mudanças essas no pensamento da

sociedade, a complexidade da vida atual, a aceleração técnico-científica, as

transformações econômicas, e assim pouco a pouco, ampliando e modificando

o papel da escola, dos seus agentes e a posição do indivíduo dentro da escola

e da sociedade.

Para que possamos entender melhor a função do orientador educacional

iremos relatar um breve histórico para enfatizar a transformação e atual função

do tema proposto na escola e sociedade.

A partir de pesquisas observamos que a evolução da orientação educacional

no Brasil teve cinco períodos marcantes.

Segundo: GRINSPUN (1986, p.96), Período Implementador (de 1920 a 1941);

Período Institucional, subdividido em Período Funcional (de 1942 a 1950) e

Período Instrumental(de 1951 a 1960);Período Transformador (de 1961 a

1970); Período Disciplinador (de 1971 a 1980); e Período Questionador (a

partir de 1980).

Analisando o pensamento de GRISPUN (1986), observamos que no Período

Implementador, o orientador educacional tinha como papel o de técnico em

seleções, ou seja, selecionava pessoas para o treinamento profissional. O

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período Institucional por ter tido um período longo fora dividido em período

funcional e instrumental, e como já havia a obrigatoriedade de orientação

educacional, o Ensino industrial foi o primeiro a utilizá-la, logo após o ensino

secundário, comercial e agrícola, gerando assim a necessidade de formação

profissional de orientação educacional.

“A Orientação Educacional (OE) é um processo organizado e permanente que existe na escola. Ela busca a formação integral dos educandos (este processo é apreciado em todos seus aspectos, tido como capaz de aperfeiçoamento e realização), através de conhecimentos científicos e métodos técnicos. A OE é um sistema que se dá através da relação de ajuda entre Orientador, aluno e demais segmento da escola; resultado de uma relação entre pessoas, realizada de maneira organizada que acaba por despertar no educando oportunidades para amadurecer, fazer escolhas, se auto conhecer e assumir responsabilidades”. (MARTINS, 1984, p.97)

A diferença entre o período funcional e o instrumental é, o primeiro buscava

solucionar o problema do aluno na dificuldade que vivia no momento, seja

doença, família, o instrumental preferia cuidar do aluno antes do problema vir a

acontecer e havia uma priorização dos pensamentos psicanalíticos. BONFIM

(1981) acrescenta que “percebia os problemas e / ou os desajustamentos

individuais como uma questão puramente pessoal e valorizava a eficácia

individual e o ajustamento pessoal e social”.

Após o período institucional o novo período surge, e tem como nome de

transformador, pois buscava na realidade brasileira formar um campo próprio

da orientação educacional e não utilizar métodos importados que nada tinha

haver com a realidade brasileira. Nesse mesmo período a profissão de

orientador educacional é criada e a lei de diretrizes e bases de 1961, fortalece

sua atuação pela obrigatoriedade do curso e normas para atuação.

No final da década de 60 a lei 5562, no seu artigo 1º, traz para a orientação

educacional e sua atuação na escola um clima de maior seriedade, MORAES

(2007) acrescenta que a Orientação Educacional a partir da lei citada deveria

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ser realizada de maneira a integrar os elementos que exerciam influência na

formação do indivíduo, preparando-o para o exercício das opções básicas.

No período disciplinador, observa-se o esboçar de uma ênfase de adaptação

às necessidades sociais e à formação profissional, tornando a Orientação

Educacional não apenas obrigatória, como imprescindível. MORAES

(2007).Nascido junto com a lei 5692/71, é o período onde busca -se mais

discussões e afirmações nas leis e pareceres para atuação do orientador

educacional, tendo a orientação vocacional grande destaque no período.Como

em todo crescimento há sempre adeptos e questionadores, o que levou

também a época ter o surgimento de várias correntes e concepções sobre a

orientação educacional.

No Período Questionador, como o próprio nome já o diz, é o momento de

reflexão, busca da identidade da orientação educacional, momento de olhar a

realidade existente e não apenas o interior, MORAES (2007) relembra que do

mesmo modo que a orientação educacional, ficou com sua função indefinida

para muitos por muitos anos a supervisão escolar teve o mesmo rumo .

Podemos dizer que apenas há pouco tempo na LDB de 1996, onde foi

praticamente impossível de não ser decretada e sancionada, pois a realidade

brasileira não tinha haver com as leis que a regia, a escola não era mais a

mesma, a sociedade também assim como os alunos, no artigo 64, ressalta que

a orientação educacional só pode ser aceita através de curso de graduação

em pedagogia e em especialização, o que nos proporciona maior segurança no

decorrer da atuação e legitimidade para atuar .Moraes (2007), nos faz uma

breve e verdadeira observação aos orientadores educacionais, ou seja, através

das mudanças na lei e afirmação das funções dos educadores, a orientador se

apresenta o desafio de colaborar nas mudanças educativas que se processam

atualmente, a partir de suas ações, em um campo de trabalho que lhe é próprio.

Assim vimos que a orientação educacional passou por diversas fases

para se adaptar as mudanças e necessidades da sociedade.Hoje a orientação

educacional como observamos nas escolas possui suas funções legais e os

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orientadores educacionais são mais respeitados para realizarem suas funções

que são diversas e de difícil conclusão, pois são funções onde é trabalhada

com pessoas de realidades, emoção diferente que deve a cada caso ser

observada e analisada de uma maneira para que juntamente com os

professores e pais dos alunos encontrarem soluções que resolvam as

dificuldades encontradas no decorrer do processo educativo.

MARTINS (1984) relata que, o orientador ao elaborar seu planejamento precisa

detectar quais são as reais perspectivas da família em relação à programação

que a escola e o serviço de Orientação Educacional vão oferecer ao educando,

neste sentido deve-se levantar dados de quais as reais possibilidades de

assistência e participação dos pais na vida escolar dos filhos.

O trabalho da Orientação Educacional é árduo e de longo prazo. Ele

inicia com o diagnóstico do problema, vai para o levantamento dos dados sobre

a causa deste e, posteriormente elabora um planejamento com alternativas de

soluções levando em consideração os resultados da análise das prioridades do

nível socioeconômico e cultural da comunidade que o aluno está inserido.

Segundo o Colégio pro Campus (2009), para que as atribuições do

orientador educacional sejam bem realizadas é necessário que o mesmo se

integre com as orientações pedagógicas e docentes, a orientação educacional

deve manter-se sempre num processo cooperativo e dinâmico seguindo os

seguintes tópicos para efetiva e boa atuação: deve mobilizar a escola assim

como a família e a criança; sempre cooperar com o professor, procurar sempre

estar em contato com ele, auxiliá-lo na tarefa de compreender o

comportamento dos alunos; manter os professores informados aos serviços de

orientação educacional junto aos alunos,e quando esta atitude tiver sido

solicitada pelo professor deve informá-los das decisões tomadas ; esclarecer a

família quanto às finalidades e funcionamento do serviço de orientação

educacional; atrair os pais para a escola ; desenvolver trabalhos de integração

entre pais e escola, professores e pais e pais e filhos;desenvolver trabalhos

preventivos em relação a situações e dificuldades em relação aos alunos,

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promover condições que favoreçam o desenvolvimento do educando; organizar

dados referentes aos alunos;conquistar os alunos, sua confiança e cooperação,

ouvindo-os com paciência e atenção; ser firme quando necessário; desenvolver

atividades da realidade dos alunos, procurar assuntos atuais e de interesse dos

alunos fazendo integração junto às diversas disciplinas;

MIRIAM PAURA (1990), acrescenta dizendo que o compromisso do orientador

educacional é com a formação permanente no que diz respeito a valores,

atitudes, emoções e sentimentos, sempre discutindo, analisando e criticando.

O objetivo da Orientação Educacional, segundo FONTOURA (2008, p.291.)

[...]“ é exatamente o de ocupar-se com a personalidade do educando,

ajudando-o a resolver seus próprios problemas psicológicos e morais, bem

como a tomar uma posição ético-filosófica em face dos problemas no mundo e

da sua comunidade”.

REGINA GARCIA (1995), acrescenta que os objetivos gerais do orientador

educacional no âmbito escolar seriam: Favorecimento de um ambiente propício

ao desenvolvimento total do educando; Coordenar juntamente com a equipe

docente na verificação; Avaliação e orientação no processo de avanço nas

dificuldades de aprendizagem; Identificar a área prioritária no trabalho da

escola para aproximação da família;

Especificamente a orientação educacional deve, Preparar o aluno para a vida

social; Estimular cognitivamente o aluno; Acrescento que não podemos

esquecer dos aspectos afetivos, tão necessários para integração do indivíduo

na sociedade, tendo o motor também relevância para crescimento do ser.

Como já ressaltado e descrito acima a função do orientador educacional é

longa e de difícil realização sem a ajuda da escola, família e alunos.

Além dos objetivos descritos acima que o orientador deve realizar na escola

também participa do processo do planejamento curricular da escola, assim

como sua realização, elaboração do plano da escola e atividades da orientação

educacional visando a integração da família e escola, o cronograma da escola,

entre outras funções de auxilio a administração escola.

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Na avaliação, segundo GIACAGLIA e PENTEADO (2000, p. 34), é papel do orientador educacional, adequar os resultados do processo ensino /aprendizagem aos objetivos educacionais, identificar com os professores e com a Supervisão Pedagógica as causas do baixo rendimento escolar dos educandos, constatar os resultados do plano de atividades do setor ao qual pertence, esclarecer para a comunidade e, em especial, para os pais dos alunos, sobre os programas de ensino (o porquê e a importância do que se foi trabalhado), estabelecer critérios para um bom desempenho dos outros setores da instituição educacional e obter a produtividade da escola como um todo e não de uma maneira isolada.

O orientador educacional segundo, GIACAGLIA e PENTEADO(2000) , à

medida que aumenta os anos de trabalho em determinada escola, sua atuação

é muito preciosa e valiosa, pois já adquiriu confiança da equipe que trabalha,

comunidade, tendo também maior conhecimento dos problemas e dificuldades

da realidade, tendo que aprofundar seu conhecimento, pesquisa e diversas

estratégias para alcançar seus objetivos.

Destacamos nesse contexto de tantas funções que o orientador educacional

deve exercer na escola, que a remuneração do mesmo é semelhante à do

professor, tendo o professor de sala de aula que seguir um currículo preparado

para sua turma, e o orientador educacional não possui um currículo a seguir

tendo que estar com suas funções voltadas à formação permanente dos alunos.

Podemos dizer que o orientador educacional é um técnico, pois pesquisa,

diagnostica possibilidades profissionais e utiliza valiosos instrumentos para

investigação. Um educador também seria um adjetivo para o orientador, pois

atua preventivamente, promove atividades de integração consigo mesmo e

com o grupo; mas acima de tudo é uma pessoa, ser humano e com todos os

seus problemas e defeitos é indispensável no processo de educar.

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CAPÍTULO II

AS NECESSIDADES DOS ALUNOS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação infantil é a fase mais importante do desenvolvimento do ser

humana, fase essa onde acontece sua estruturação como pessoa. Segundo as

teorias de Piaget, a criança é um ser dinâmico onde interage a todo o momento

com a realidade e é através dessa interação que constrói suas estruturas

mentais. Considera que o processo de desenvolvimento é influenciado por

fatores tais como: maturação, que seria o crescimento biológico dos órgãos,

exercitação, ou seja, formas de estimular os órgãos, aprendizagem social e

equilibração.

Piaget ainda criou os períodos de desenvolvimento das crianças, abordamos

apenas a fase da educação infantil, que é dividida em período sensório motor,

fase de 0 aos 24 meses das crianças e período pré-operatório de 2 aos 7

anos. Na primeira fase a criança reage apenas por reflexos, mas de necessária

estimulação para seu desenvolvimento, na segunda fase a criança fantasia e

tende a repetir os estímulos se desenvolvendo assim para sua maturação

completa.

Essas observações nos comprovam que não é por acaso que desde sempre a

criança é defendida por leis e estudos, no presente estudo iremos relatar sobre

a Constituição Federal de 1988, Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional 9394/96 e Estatuto da Criança e Adolescente de 1990.

As leis citadas estabelecem e garantem a toda criança de zero a seis anos de

idade o direito a Educação Infantil em creches e pré-escolas.

A Constituição de 1988 doutrina a criança como sujeito de direito, legaliza e

define que os pais, a sociedade e o poder público têm que respeitar e garantir

os direitos das crianças definidos no artigo 227 que diz: É dever da família, da

sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta

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prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à

convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma

de negligência, discriminação, exploração, violência e opressão.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, lei federal n° 8.069/1990 (ECA)

explicita muito bem cada um dos direitos da criança e do adolescente bem

como os princípios norteadores às políticas de atendimento. Determina a

criação dos Conselhos da Criança e do adolescente e dos Conselhos Tutelares.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB, regulamenta em seu artigo 29

da educação básica, e que tem como finalidade o desenvolvimento integral da

criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico,

intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

TAFFAREL (2009), ressalta que a educação infantil surgiu como uma

instituição assistencial que vinha com o objetivo de suprir as necessidades da

criança e de ocupar, em muitos aspectos, o lugar da família, e foi um produto

da revolução industrial.

Sabemos que as primeiras relações sociais da criança ocorrem na família. É

desta relação familiar que surgem as primeiras regras de convívio social. Mas,

é na escola que a criança tem a chance de ampliar seus relacionamentos. Os

jogos e as brincadeiras na educação infantil devem fazer parte das propostas

de trabalho do professor. São fundamentais para o desenvolvimento da criança

e de sua aprendizagem. Através da brincadeira a criança mostra como reflete,

como se organiza e desorganiza, como constrói, destrói e reconstrói o seu

mundo.

Piaget afirma que a escola deve partir dos esquemas de assimilação da

criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e

reequilibrações sucessivas, promovendo assim a descoberta do conhecimento.

TAFFAREL, apud ZABALLA (1998), diz que a capacidade de uma pessoa para

se relacionar depende das experiências que vivem, e as instituições

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educacionais são um dos lugares preferenciais, nesta época, para se

estabelecer vínculos e relações que condicionam e definem as próprias

concepções pessoais sobre si mesmo e sobre os demais.

TAFFAREL (2009) acrescenta, a creche/ pré-escola, que possuir bom

planejamento pedagógico, que visualize a educação infantil como uma

possibilidade de aprendizagem e fonte de capacitação de um ser humano mais

questionador, mais participativo e mais ciente de sua cidadania, com certeza

será de grande valia na formação de uma sociedade mais capaz.

Wallon, grande estudioso do desenvolvimento da personalidade da

criança, dividiu o estágio de sua personalidade em três períodos. O primeiro

período seria da negação, período até os 3 anos,onde a criança precisa se

auto afirmar, impõe sua vontade e luta para prevalecer sua opinião.

O segundo estágio é o da graça, sendo observado por volta dos quatro anos de

idade, a criança quer ser admirada, chamar a atenção é o seu prazer, tendo

como objetivo nessa fase é o de aprovação dos demais.

O terceiro período é o da imitação, por volta dos 5 anos, manifestado pelo

gosto por imitar.

Wallon orienta o professor que o mesmo deve observar que sua figura

geralmente desperta o desejo de identificação no aluno, devendo estar

consciente de tal fato para estabelecer sua conduta.

Para WALLON (1939), a criança entende a imitação como uma necessidade

de identificar-se com a realidade percebida para identificá-la melhor.

“A escola pode estimular o desenvolvimento de valores saudáveis nas interações, tais como a cooperação, a solidariedade, o companheirismo e o coletivismo. As atividades em grupo devem alternar-se com atividades individuais fazendo assim uso das alternâncias comuns nesse estágio para promover o desenvolvimento de mais recursos de personalidade”. (WALLON, 1989, p.230).

Para ressaltar ainda mais a importância da escola, Piaget afirma que a mesma

deve partir dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades

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desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, promovendo

assim a descoberta do conhecimento.

Kishimoto (2002) Em seus estudos enfatiza que a linguagem nas crianças

abaixo de 6 anos desenvolve-se nas “situações de cotidiano, quando a criança

desenha, pinta, observa uma flor, assiste a um vídeo, brinca de faz de conta,

manipula um brinquedo, explora a areia, coleciona pedrinhas, sementes,

conversa com amigos ou com o próprio professor”, caracterizando a forma com

que a criança constrói conhecimento através de experiências ampliadas.

TIBA (2002), nos fala que a escola não é a única responsável pela formação

da personalidade da criança, a escola apenas complementa o papel da família

e por lidar com grande número de aluno tem mais facilidade para perceber as

dificuldades que a criança apresenta até aquelas que os pais ainda não

conseguiram observar e avaliar.

A família na formação da criança é muito relevante para seu desenvolvimento e

estruturação, pois faz parte da função da família a transmissão de valores, mas

sabemos que hoje muitas famílias estão desestruturadas, o desequilíbrio

familiar acontece em virtude de várias situações, seja separação dos pais,

desemprego, o convívio de crianças com duas famílias, a falta de presença

diária dos pais, ou seja, com a desarmonia da família a escola fica incumbida

de mais uma função.

A qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a

escola e a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes

dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas

beneficiadas são as nossas crianças pequenas. (Carraro, 2006)

MORAES (1994), afirma que o futuro bem sucedido de uma criança depende

de suas condições de vida durante a infância, principalmente de boa relação

afetiva entre os pais.

A família quando apóia a criança, ela se sente mais segura e assim amadurece.

A família e a escola devem caminhar juntas, para que haja um aprendizado

mútuo.

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FONTOURA relata que, Em todo tempo, família e escola se completam , por outro lado, o carinho da família, o cuidado materno é insubstituível [...] a melhor organização educacional não vale o amor de uma mãe. Razão por que a criança não deve ser totalmente entregue à escola [...] Nem por isso deve a família desinteressar-se desde então da educação da criança, mas ao contrario, deve observar, acompanhar e completar a tarefa da escola, agindo de comum acordo com ela. (1970, p. 285)

Além das leis que amparam as crianças, a importância da escola em sua

formação como demonstramos em alguns tópicos acima, dos professores que

devem estar atentos aos seus objetivos em relação aos seus alunos, da escola

em cumprir seu papel, dos pais na formação de seus filhos, as mesmas

possuem diversas necessidades para seu desenvolvimento completo;

Brincar, se socializar, chorar, ter carinho, atenção, respeito e saúde, são

também direitos que não podem ser negados ou esquecidos para que assim

haja um bom desenvolvimento da criança, seja físico, emocional ou cognitivo.

Brincar na educação infantil não é apenas importante e sim necessário

para a criança nessa fase, pois é uma das formas mais complexas que a

criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo. Cada dia mais

confirmado está o benefício do brincar, as brincadeiras tradicionais tão

esquecidas estão sendo relembradas e valorizadas pelos educadores e pais,

os materiais lúdicos comercializados pela indústria também são importantes

para estimulação das crianças, sendo que não podemos utilizá-los apenas

como forma de entreter, estimular ou mantermos as crianças dentro de casa

perto de nossas vistas, é necessário que as crianças brinquem livremente, são

muitas emoções geradas no ato de brincar, prazeres que estimulam seu

desenvolvimento. Brincar livremente exige gasto de energia, manutenção do

equilíbrio, controle sobre a agressividade, acontece diversas experimentações

necessárias para o aprendizado, desenvolve a afetividade, o companheirismo

tão esquecido nessa sociedade tão individualista, acontece a realização

simbólica dos desejos, a repetição das brincadeiras que permitem superar as

dificuldades individuais, entre outros.

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Quando nos referimos ao jogo podemos analisar que o mesmo carrega em si

um significado muito abrangente, ou seja, o jogo é desafiador é construtivo e

pressupõe uma ação do indivíduo sobre a realidade. É carregado de

simbolismo e reforça a motivação e possibilita a criação de novas ações e o

sistema de regras, que definem a perda ou o ganho. Como já relatado

necessário para o convívio do ser na sociedade.A perda no jogo muitas vezes

pode ocasionar sentimentos de frustração, insegurança, rebeldia ou angústia.

Mas esses sentimentos devem ser explorados na criança para que possam ser

trabalhados principalmente na escola, para que não se perpetuem

impossibilitando assim que a criança tenha frustrações e não saibam como

lidar e não consiga viver em sociedade. A brincadeira é a atividade mais típica

da vida humana, por proporcionar alegria, liberdade e contentamento. É a ação

que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo e ao mergulhar na

ação lúdica.

BROUGÉRE (1998) diz que os jogos e brinquedos são meios que ajudam a

criança a penetrar em sua própria vida tanto como na natureza e no universo.

O mesmo autor ressalta ainda sobre o jogo que, o mundo do tempo livre das

crianças, especialmente de seus jogos é cheio de sentido e significações, e é

simbólico. Ou seja, a criança, ao brincar, transfere ou transforma suas ações

(simbólicas) para o mundo real.

Tanto Wallon, Freud e Piaget, que não podemos deixar de ressaltar, são

os maiores nomes no estudo da criança e seu desenvolvimento, utilizaram o

jogo e afirmaram ser indispensáveis no processo de desenvolvimento da

criança.

Para KISHIMOTO (1997), a descoberta da infância se dá a partir da associação

da criança ao ato de brincar. E NICOLAU (1988, p.78), afirma que :

“Brincar não constitui perda de tempo, nem é simplesmente uma forma de preencher o tempo (...) O brinquedo possibilita o desenvolvimento integral da criança, já que ela se envolve afetivamente e opera mentalmente, tudo isso de maneira envolvente, em que a criança imagina, constrói conhecimento

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e cria alternativas para resolver os imprevistos que surgem no ato de brincar” .

Durante toda a vida o ser humano passa por grandes transformações, seja

social, econômica, física, emocional, e é necessário que o mesmo esteja

preparado para saber lidar com as diversas situações, e é na fase da educação

infantil que a criança vai se estruturando para tornar-se um adulto capaz de

resolver todos os seus problemas e frustrações.

Podemos comparar o ser humano com uma planta que precisa ter raízes

fortes para enfrentar as ventanias e tempestades do futuro. E só uma boa

estruturação na fase da educação infantil pode proporcionar o ser humano um

bom crescimento e desenvolvimento que o acompanhará para toda vida.

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CAPÍTULO III

ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO

DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS DE EDUCAÇÃO

INFANTIL

O orientador educacional como observamos nos capítulos anteriores é

um profissional que outrora não era reconhecido pela comunidade da escola,

seja pela sua função que não era reconhecida e conhecida nas escolas ou não

difundida, mais sendo de total relevância para o funcionamento das mesmas.

Descrevemos sobre a função do orientador educacional e as

necessidades dos alunos da educação infantil, agora demonstraremos como o

orientador educacional pode ajudar no desenvolvimento dos alunos da

educação infantil.

E para que o orientador educacional desenvolva seu trabalho de maneira que

alcance os objetivos de todos, seja orientador, escola, professor, alunos e pais

é necessário entender melhor sobre a palavra ensinar; PAULO FREIRE (1996),

em seu livro pedagogia da autonomia nos relata nos seus capítulos que ensinar

exige pesquisa, rigorosidade metódica, respeito aos saberes dos educandos,

criticidade, estética, ética, risco, aceitação, entre outras exigências que o autor

relata serem necessárias para ensinar. E o mesmo autor nos ensina que

ensinar não é transmitir conteúdos, mas criar a possibilidade para a sua própria

produção. Ou seja, o orientador educacional no âmbito escolar deve antes de

acompanhar os alunos da educação infantil no seu processo de

desenvolvimento deve analisar a realidade dos mesmos, ter bom senso no seu

trabalho e acima de tudo amor para que os ensinamentos do mestre Paulo

Freire não sejam apenas palavras bonitas em meio à realidade da escola e

realização de seu trabalho.

CABRAL E PIMENTA (2005), ressaltam que o trabalho do orientador

educacional com a educação infantil pode ser feito individualmente ou em

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grupo sempre trabalhando questões referentes à formação global dos alunos.

Os mesmos autores relatam que na educação infantil o orientador educacional

deve preocupar-se com o desenvolvimento psicomotor dos alunos, na

preparação da alfabetização e socialização dos mesmos.

O orientador educacional deve trabalhar juntamente com o professor de

educação infantil e estarem sempre atentos aos seus alunos, pois pode haver

dias que os discentes podem chegar na escola de uma forma e dependendo

dos fatos ocorridos durante o tempo em passou em casa, no outro dia chegam

de outra,(seja no aspecto físico como emocional), isso influencia muito o

processo de ensino aprendizagem, ou seja, os profissionais devem observar

seus alunos, saber ouvi-los e, a partir desses dados, planejar e flexibilizar as

atividades a serem realizadas no seu dia a dia. Precisa ter consciência de que

tudo o que é feito em sala de aula incide, em maior ou menor grau, na

formação de seus alunos. A maneira de organizar a aula, os tipos de incentivo,

as expectativas que têm, os materiais utilizados, cada uma dessas decisões

transmite experiências educativas.

O Orientação Educacional não deve esquecer-se de estimular ao

máximo a iniciativa do educando, principalmente, através de atividades

extraclasse, empenhando-a na realização com verdadeiro engajamento, que

ajudará na explicitação de suas virtualidades, na conquista da autoconfiança e

na revelação de suas capacidades de liderança

A educação infantil deve ser vista como um espaço e tempo que os alunos

irão aprender brincando e se socializando, é a oportunidade das crianças

viverem com outras crianças não é preciso estipular regras ou modelos a

serem aprendidos.

Cabe ao professor e orientador sempre considerar os valores e

princípios presentes na realidade da criança, da sociedade, da educação que

recebem em casa e a cultura que lhes são transmitidos, só através dessa

contextualização que o orientador educacional pode ser considerado como um

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educador crítico, reflexivo, pesquisador, criativo e comprometido com sua

responsabilidade na educação infantil.

Segundo Kroth (2008), Em toda a ação do Orientador Educacional é

necessária uma reflexão contínua sobre a realidade que o cerca,

possibilitando-lhe um posicionamento profissional mais adequado. Ter sempre

presente em suas atividades os princípios que servem de suporte ao processo

de orientação, levando-o a uma ação mais consistente e coerente.

Relatamos anteriormente sobre um grande estudioso da educação que foi

Paulo Freire. Na história da educação há alguns nomes de estudiosos

renomados que o orientador pode estar buscando aprendizado para melhor

desenvolvimento de sua função. Um dos imortais na educação seria Vygotsky

que comprovou que as crianças necessitam que outras pessoas mais

experientes estejam perto delas para que as mesmas aprendam, essa teoria é

conhecida como zona de desenvolvimento proximal. Para Vygotsky o

pensamento humano só é constituído através da linguagem pois só quando a

mesma é iniciada pela criança no seu processo de desenvolvimento que o

pensamento torna-se segundo ele verbal e a fala racional.

Vygotsky nos ensina que a linguagem, além da função de comunicação, é

constitutiva do pensamento e exerce a função mediadora entre sujeito e objeto.

No estudo feito por vigotsky a zona de desenvolvimento proximal (ZPD), é

dividida em desenvolvimento real e desenvolvimento potencial. O

desenvolvimento real nos indica o nível de desenvolvimento das funções

mentais da criança, ou seja, nos mostra o que a criança consegue realizar por

si própria, sem auxílio dos adultos ou de crianças mais experientes. O

desenvolvimento potencial é tudo aquilo que uma criança ainda não consegue

realizar de forma independente, mas que realiza quando em colaboração com

outras pessoas mais experientes. Então podemos dizer que a zona de

desenvolvimento proximal indica a distância entre o desenvolvimento real e o

desenvolvimento potencial. E para que a criança atinja o desenvolvimento

potencial é necessário que se instaure um processo de colaboração e ajuda

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mútua com outros sujeitos, através de ações partilhadas na zona de

desenvolvimento proximal.

VIGOTSKY (1987) nos relata que: A criança, ao dispor da colaboração de

adultos e de crianças mais experientes, num espaço de interação e de

interlocução, pode, ao participar das atividades partilhadas, apresentar

comportamentos e habilidades que não seria capaz de manifestar sozinha, sem

o auxílio do outro. Essa concepção traz implicações decisivas para a prática

pedagógica e familiar com a criança: estar centrada no processo de interação

interlocução adulto criança e das crianças entre si. É, justamente, nas

atividades realizadas em colaboração e no esforço partilhado que a criança se

apropria das habilidades e conhecimentos culturais e escolares, ou seja, se

desenvolve culturalmente.

O que acabamos de entender foi que o orientador deve estar preparado para

melhor ajudar os alunos de educação infantil no seu processo de

desenvolvimento, deve saber dosar sua influência, não dando tanta informação

para a criança a ponto da mesma não sentir vontade nem prazer em descobrir,

nem ficar neutro, pois sua ajuda no processo de aprendizagem e troca de

conhecimentos é riquíssimo para crescimento da criança.

A atuação do orientador educacional no processo de desenvolvimento das

crianças de educação infantil influencia também a equipe pedagógica da escola,

o professor se sente mais seguro quando trabalha em conjunto de um

orientador que tem prazer na função que exerce, os alunos buscam mais,

querem cada vez mais aprender, os pais confiam na escola, a escola acredita

na educação e em equipe conseguem os objetivos que almejam que é um bom

processo no ensino e aprendizagem das crianças.

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CONCLUSÃO

Conclui-se ao realizar a pesquisa apresentada que o orientador

educacional é imprensidivel para o funcionamento da escola e educação infantil;

Sua responsabilidade e funções são inúmeras e sempre realizadas em

conjunto com outras pessoas da equipe pedagógica da escola, tendo que o

mesmo manter sempre um bom relacionamento com todos, ser bem

comunicativo, flexível e dinamizador.

Observa-se no estudo que a educação infantil, os professores da unidade

escolar, o pessoal da parte administrativa, apoio, pais e alunos contam com o

orientador educacional em todos os momentos na escola sejam desde festas a

problemas a resolver. É responsável por todas decisões tomadas na mesma.

Como já dito, o orientador educacional é de total relevância no contexto escolar,

sendo que não pode resolver tudo e solucionar todos os problemas sozinho, é

necessário que toda equipe da escola esteja trabalhando juntos, analisem,

estudem os problemas, soluções e em equipe façam o melhor para assegurar a

criança um ambiente escolar saudável e aprendizado harmônico.

O orientador educacional deve estar sempre com ótima auto-estima, confiança

na sua capacidade, disposição para enfrentar tantos problemas sociais que

caem sobre a escola para resolver e acima de tudo dedicação e amor pois a

educação é um processo dinâmico e a longo prazo, não temos respostas

imediatas, temos que acreditar e trabalhar para que nossa vocação e

responsabilidade seja feita com prazer e satisfação.

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