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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O ORIENTADOR EDUCACIONAL E A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL Autor:Luziana de Aquino Orientador : Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho RIO DE JANEIRO 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O ORIENTADOR EDUCACIONAL E A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

Autor:Luziana de Aquino

Orientador : Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

RIO DE JANEIRO

2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O ORIENTADOR EDUCACIONAL E A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

Autor:Luziana de Aquino

Orientador : Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Trabalho monográfico de conclusão de curso apresentado a Universidade Candido Mendes no curso de orientação educacional e pedagogia sendo requisito parcial para a obtenção do título de Especialista .

RIO DE JANEIRO

2010

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo que me proporcionou. A minha mãe e as minhas irmãs Cristiane, Luciana e Telma. A meus amigos de trabalho. A todos os demais que contribuíram na realização desse trabalho.

DEDICATÓRIA

Dedico aos meus familiares e amigos que me apoiaram e tiveram paciência durante

o período de pesquisa e elaboração.

EPÍGRAFE

"Toda profissão é grande quando exercida com grandeza.”

J.Jofrey

vocações

Por Luiz Fernando Veríssimo.Publicado no Jornal do Brasil, em 07/12/1997.

Com o fim do ano escolar e a aproximação dos vestibulares, o pensamento dos jovens se vira para assuntos sérios como o futuro enquanto seu corpo tenta convencê-lo a só relaxar e aproveitar as férias. É a velha luta entre neurônios e hormônios chamada adolescência, tornada mais grave pelo calor e a obrigação de decidir o que se vai ser na vida. É quando os jovens precisam pensar na sua vocação. A vocação envolve questões como genética x cultura, hereditariedade x influência do meio – enfim, esse antigo torneio de teorias que nunca se decide. Por que certas pessoas “dão” para certas coisas e outras não? Mais especificamente, por que eu sou um zero em matemática enquanto tantos à minha volta não só sabem fazer contas como gostam? Meu cérebro já nasceu decidido a rechaçar qualquer tentativa de introduzirem nele a raiz quadrada ou isso foi uma decisão minha que ele acatou? O fato é que há pessoas que querem ser dentistas desde pequenas e outras que não apenas não concebem como alguém possa ter uma vocação assim como têm que se controlar para não morder seu dedo, revoltadas. Há anos que se discute a divisão entre a cultura científica e a cultura humanística e é quase como se falassem de duas raças humanas diferentes. Os que defendem que a divisão não é genética sustentam que não dá para saber, pelo comportamento da criança até os seus 5 anos, se ela vai ser de uma cultura ou de outra. Se o garoto gosta de abrir a barriga do ursinho tanto pode significar que ele vai ser um cirurgião ou um médica legista quanto que vai ser filósofo e estripador nas horas vagas. O meio é que determina a vocação e o destino. Condicionado pelo meio, o filho de um médica teria naturalmente mais chances de ser um médico também enquanto o filho de um filósofo estripador teria muito mais chances de acabar na cadeia, ou escrever um livro de memórias sensacional. Já outros sustentam que a genética é tudo e que no espermatozóide que fecunda o óvulo já está o contador ou o poeta, o advogado ou o engenheiro, o ator ou (por alguma razão) o dentista. E há os que garantem que o espermatozóide não decide nada, pode chegar no óvulo com os planos que quiser, cheio de ânimo e moral – afinal, derrotou milhões de outros espermatozóides na corrida para ser o primeiro, é natural que se sinta um vencedor e capaz de tudo – pois quem decide mesmo é o óvulo.

- Presidente da República coisa nenhuma. Contrabaixista e numismata.

-Mas, mas... – tenta protestar o espermatozóide. -Quieto. Lembre-se de que você é o intruso aqui. Eu estou em casa. E na minha casa mando eu! Seja por influência do meio ou por compulsão genética, o fato é que a partir de uma certa idade nós todos sabemos se queremos abrir barrigas ou não. É verdade que muitas vezes a pessoa chega ao vestibular sem uma idéia muito clara do que vai ser: –Estou entre Letras, Educação Física e Oceanografia... Mas o comum é a pessoa saber pelo menos se é da raça científica ou da humanística e depois escolher entre as opções de cada uma. O que não impede os mal-entendidos. Lembro como eu gostava daqueles problemas matemáticos com historinha, tipo "Se um trem sai de uma estação a tal hora viajando a tantos quilômetros por hora e outro sai de outra estação a tantos quilômetros de distância na mesma hora e na mesma velocidade mas o maquinista precisa passar em casa e perde cinco minutos..." ou "Se uma mãe tem três pedaços de laranja para repartir entre cinco filhos..." Cheguei a pensar que meu cérebro gostava de contas e minha vocação era para ciências exatas, até me dar conta de que eu não gostava de matemática. Gostava era das historinhas.

RESUMO

A temática desse estudo buscou discutir a função do orientador educacional e sua relevância na orientação profissional dos alunos. O mesmo é responsável por diversas áreas na escola, tendo também a função de auxiliar os alunos em suas escolhas profissionais através de diversos recursos, tais como debates, entrevistas, questionários e outros métodos.

Buscamos compreender a orientação educacional desde seu início, ou seja, suas raízes na psicologia, suas diversas etapas para se concretizar como profissão, mostramos as múltiplas obrigações do orientador educacional seja no âmbito escolar quanto sua importância para a mesma e todos que dela fazem parte.

A função do orientador educacional precisa que o mesmo tenha muita autoconfiança e responsabilidade, pois é figura essencial para funcionamento da escola.

E para maior compreensão do estudo foi realizada uma pesquisa com diversos alunos e orientadora vocacional, demonstrando assim como o orientador educacional pode auxiliar muito seus alunos em suas escolhas profissionais, escolhas essa que levarão para o resto de suas vidas.

METODOLOGIA

O estudo proposto se caracterizou por utilizarmos à abordagem

qualitativa, descritivo de tipologia bibliográfica, com posterior análise dos dados

abordados no decorrer do estudo. As análises foram feitas, através da

pesquisa -ação onde as pesquisadoras e participantes estão envolvido de

modo participativo.

Tivemos como suporte para a abordagem, entrevistas com os alunos,

orientadora vocacional e a intervenção da pesquisadora no intuito de auxiliar os

alunos em suas escolhas .

A pesquisa foi iniciada no início de 2009, com observações da atuação

da orientadora vocacional, e com o anseio de fazer parte da ajuda aos alunos

de ensino médio na escolha de suas profissões houve o interesse em participar

e pesquisar mais sobre o assunto.

O instrumento de coleta de dados para o estudo foi feito através de

entrevistas com os alunos, foram feitas três perguntas aos alunos, a primeira

pergunta se o mesmo já teria escolha para o vestibular que iria realizar, a

segunda, se teve dificuldades para escolher e a terceira sobre suas

expectativas para o futuro em relação as suas escolhas. Com a orientadora

vocacional foi utilizado o mesmo instrumento tendo as seguintes perguntas,

qual método utilizado para orientar os alunos, quais as principais dúvidas dos

alunos e o que faz quando os mesmos não possuem nenhuma opção ou

perspectiva.

As entrevistas iniciaram em 05 de outubro de 2009 e termino em 01 de

dezembro de 2009, primeiramente os alunos e orientadora foram abordados

fora do horário de suas respectivas aulas para conversa sobre estudo e se

estavam dispostos a participar da pesquisa, quando aceitavam marcava dia e

horário para entrevista. Foram entrevistados 34 alunos, 17 do sexo masculino e

17 do feminino, do colégio militar do Rio de Janeiro que lecionam o ensino

médio e a orientadora vocacional dos mesmos.

A intervenção da idealizadora do projeto acontecia quando os alunos possuíam

dúvidas sobre suas escolhas, sendo poucas intervenções, pois os mesmos já

possuíam suas escolhas.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------11

CAPÍTULO I- ORIENTAÇÃO VOCACIONAL----------------------------14

CAPÍTULO II- A FUNÇÃO DO ORIENTADOR DUCACIONAL NO

ÂMBITO ESCOLAR.------------------------------------------------------------18

CAPÍTULO III- O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO AUXÍLIO DA

ESCOLHA PROFISSIONAL DOS ALUNOS.----------------------------24

CONCLUSÃO--------------------------------------------------------------------29

11

INTRODUÇÃO

A origem da palavra “vocação”: ela vem do verbo latino “vocare”, que

quer dizer “chamar”. A vocação é, portanto, um chamado.

Escolher uma profissão para toda vida é tarefa muito difícil ,nos dias

atuais está de certa maneira mais complicado pois as cobranças são muitas,

seja dos pais, da sociedade, amigos, a idade, a concorrência do mercado ,ou

seja , tudo tem que ser muito rápido e precoce.

Podemos dizer que o grande leque de possibilidades existentes também é uma

preocupação. O adolescente sente-se inseguro uma vez que ao escolher uma

profissão, terá de abdicar de outras. Segundo Bock, Furtado e Teixeira (1999),

escolher é um ato de coragem, pois você terá que escolher também o que

perder. Encontra - se então, a um passo do seu futuro, sem saber qual

caminho seguir.

Aos 17, 18 anos então, é que se imagina milhões de possibilidades de

futuro pessoal. É aí que está uma das grandes dúvidas da grande maioria dos

jovens (e talvez a questão mais difícil do vestibular): “Que curso fazer?”. Esta é

uma escolha decisiva, que determina, como já relatado o que você fará nos

próximos anos de sua vida e mais, irá dizer qual a sua função no mundo.

Momento crítico, estresse de todos os lados, pressão absoluta. É muita coisa

para alguém tão jovem. É por isso que o número de abandonos e

transferências de cursos em universidades no Brasil crescem. Cada vez mais

jovens e imaturos, os estudantes ingressam em cursos que não conhecem

direito, desistem e ficam “pulando de galho em galho” até descobrirem o que

querem realmente. O processo acaba acontecendo na ordem inversa da

natural, onde primeiro eles “praticam” o curso para depois conhecê-lo e saber

se é isso ou não o que querem.

Vivendo numa sociedade capitalista que não oferece emprego para

todos, que emprega profissionais qualificados em trabalhos não qualificados,

que incentiva a competição individual para o ingresso na universidade e no

12

mercado de trabalho, as reais chances de realização das escolhas dos alunos

egressos do Ensino Médio público (mais uma preocupação para os jovens)

mostram-se bastante reduzidas. São diversos dilemas que os jovens com

idades de escolhas de profissões atravessam.

Coloca-se, então, um desafio para os orientadores que trabalham com

os alunos do Ensino Médio: saber quem é esse jovem, conhecer o mundo do

trabalho na atual sociedade capitalista, entender o significado das reais

possibilidades de escolha desse jovem; ou seja, o papel de desenvolver uma

boa Orientação Profissional está nas mãos dos profissionais da Orientação

Educacional, o mesmo deve atuar nessa área de forma séria, completa e

dedicada.

E através do contexto relatado e pesquisas de autores conhecedores

da orientação educacional e vocacional julgou-se necessário relatar os

seguintes tópicos para compreensão do estudo: compreender os métodos

utilizado na Orientação Vocacional ; Esclarecer as funções do orientador

educacional no âmbito escolar e Demonstrar como o orientador educacional

pode auxiliar os alunos em suas escolhas profissionais.

Por considerarmos o número cada vez mais elevado de alunos indecisos com

a escolha da profissão, e sendo o orientador educacional um educador e um

agente responsável pelas escolhas dos alunos , julgou-se pertinente

pesquisar sobre a Orientação vocacional, fase muito relevante e de difícil

escolha na vida de qualquer pessoa .

Como relevância acadêmica acredita-se que o estudo estabelece um

parâmetro mais científico e conhecimento mais aprofundado sobre a orientação

educacional e vocacional. Na relevância social o estudo poderá contribuir para

uma melhor assistência aos alunos que necessitarem da orientação

educacional e vocacional, sendo uma assistência mais integral e mais holística.

A presente monografia encontra-se organizada da seguinte forma: Na

introdução elaboramos a contextualização e declara-se o problema, formulam-

se as questões de pesquisa, apresenta-se à justificativa, desenvolve-se a

13

hipótese que norteia prováveis caminhos na solução do problema e esclarece

as relevâncias em relação ao estudo. No capítulo 1º desenvolve-se um diálogo

com alguns autores que fundamentam teoricamente o estudo sobre os

métodos utilizados na orientação vocacional;

No capítulo 2, esclarecemos as funções do orientador educacional no âmbito

escolar; No 3º demonstra-se como o orientador educacional pode auxiliar os

alunos em suas escolhas profissionais, e acontece a análise dos dados obtidos

através da pesquisa a qual foi realizada através de uma pesquisa de campo

tendo o Colégio Militar do Rio de Janeiro, seus alunos do 3º ano do ensino

médio e orientadora vocacional como agentes e local de estudo para melhor

compreendermos a pesquisa.No capítulo 4 acontece a consideração final da

pesquisa;

14

CAPÍTULO I

ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

Através de pesquisas realizadas por BARROS (1999), observa-se que

a história da orientação vocacional poderia ser contada junto com a história dos

grandes pensadores. Muito antes dos filósofos, psicólogos e educadores

pensarem sobre o dilema da escolha da profissão, muitos já necessitavam de

ajuda para escolha do futuro profissional.

CARVALHO (1995), argumenta que a realidade social era de tal forma

estratificada que na prática não havia liberdade de escolha, e

consequentemente, não havia mobilidade social.

MARTINS (1978), alerta que a anos atrás as ocupações profissionais

raramente eram escolhidas, e quando o eram ,as alternativas eram poucas .

BARROS (1999), ressalta que a revolução industrial ampliada no século

XIX, impôs a multiplicação de novos e específicos postos de trabalho.Surgindo

assim novos cursos e especializações aumentando assim as escolhas

profissionais.

Segundo a revista brasileira de orientação vocacional (2007), alguns

autores buscavam sanar as dificuldades e necessidades da população sobre

suas escolhas profissionais sendo algumas obras escritas no período, são elas:

Speculum Vitae Humanae (1498); o Tratado dell Ingegno dell’Huomo (1576); a

obra Examen de Ingenios para las Ciências (1575) ; e um catálogo de

ocupações intitulado como The London Tradesman .

Mesmo com diversas obras publicadas nenhum autor apontou um

método específico para a orientação vocacional. BARROS (1999), aponta

Frank Parsons como importante percussor da orientação vocacional.

A revista brasileira de orientação vocacional (2007) relata que, Frank

Parsons seria o pai da orientação vocacional, era um norte americano que

sempre se dedicou aos estudos e aos 15 anos ingressou no curso de

15

graduação em engenharia civil. Por motivos econômicos da época é demitido

de seu emprego como engenheiro civil e preocupado com as injustiças sociais

e desigualdades sociais dedica-se em trabalhar como professor e lutar por

seus ideais, e como a própria revista brasileira sobre orientação vocacional

relata, Parsons utilizou a universidade e sua sala de aula para iniciar

concretamente sua revolução social e se opor ao capitalismo.

No ano de 1907, por suas diversas bibliografias sobre preconceitos, exploração

no trabalho, entre outros, foi convidado para palestras para jovens que estavam

concluindo o Ensino Médio e ele buscou ressaltar a importância de realizar

escolhas profissionais que pudesse trazer melhoras para a vida tanto

profissional quanto financeira.

Parsons dizia que era muito melhor escolher uma ocupação do que

simplesmente procurar um emprego. Parsons faleceu em 1908 e após sua a

morte foi publicado um livro onde se encontrava um manual para auxiliar

futuros profissionais e considerado como marco inicial da orientação

vocacional científica.

No livro publicado além da apresentação dos princípios básicos da orientação

vocacional, também havia a descrição de 17 casos atendidos por Parsons.

Segundo a revista brasileira de orientação vocacional (2007), Parsons

considerava que o trabalho se tornava agradável quando havia habilidades e

aptidões para o almejado .

Na mesma revista citada anteriormente dizia que o pai da orientação

vocacional propunha três princípios fundamentais para uma orientação

vocacional, a primeira seria uma clara compreensão de si mesmo, de suas

aptidões e capacidades; na segunda conhecimento das condições de sucesso,

ou seja, quais seriam as vantagens e desvantagens, remuneração e

perspectivas ; na terceira e última uma análise pessoal sobre os dois princípios

citados.

No Brasil, em pesquisa de BARROS (1999), o marco inicial foi em 1924 com a

16

criação do serviço de seleção e orientação profissional para os alunos de uma

escola e no Rio de Janeiro em 1947 com a inauguração na Fundação Getúlio

Vargas do Instituto de seleção e Orientação profissional .

Até a década de 60 um modelo chamado psicométrico, o qual predominava

internacionalmente era o utilizado nos trabalhos de orientação profissional no

Brasil.

No início, o modelo do diagnóstico psicológico privilegiava atividades

predominantemente classificatórias, centralizando suas conclusões sobre os

resultados dos testes e não em uma apreensão integrada da pessoa. Esta

visão apoiava-se no modelo médico-psicopatológico (PLAZA, 1989).

Após questionamento do modelo psicométrico acontece à mudança para a

utilização do modelo clínico.

“A avaliação psicológica é entendida como o processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas e métodos, técnicas e instrumentos”. (Conselho Federal de Psicologia, 2007, p. 2 ).

Além da orientação vocacional através de testes e entrevistas com

psicólogos, um novo método é difundido no meio, que tem como nome “método

dinâmico”, no ser clinica, um site sobre psicologia observa-se que o método

tem como objetivo levar o estudante a refletir sobre suas escolhas; a conhecer

seus interesses, suas habilidades e seus valores. É realizada por meio de

sessões focais, ou seja, sessões de psicoterapia focada, especificamente, na

escolha profissional.

No método dinâmico envolve-se três grandes momentos, o primeiro seria o

autoconhecimento o segundo a informação profissional e o terceiro o

orientando realiza uma síntese dos momentos anteriores. Se formos lembrar do

início do capítulo veremos que esse método é uma adaptação dos princípios de

17

Parsons ,ressaltando apenas que no método dinâmico, o jovem que irá traçar o

próprio percurso profissional, utilizando suas potencialidades.

A partir da década de 80 no Brasil foram poucas as obras escritas sobre

orientação profissional e percebendo esse momento foi realizado o 1º simpósio

brasileiro de orientação profissional, mudando assim o rumo tímido da

orientação profissional no país. Nesse evento foi fundada a Associação

brasileira de orientadores profissionais que objetivam congregar vários

profissionais de diferentes lugares do país firmando assim o compromisso de

desenvolver ,integrar e valorizar a orientação no Brasil.

E segundo MELO (2003), a prática da orientação profissional no Brasil,

trabalha de modo a unir todas as disciplinas ,fazendo assim com que os

orientadores discutam , debatam para engrandecimento da profissão e

pessoal sobre tudo .

Podemos através dos autores citados sobre a orientação vocacional,

perceber que não há um método mais fidedigno do que outro, há psicólogos e

educadores que através de suas experiências diversas, diferentes

pensamentos, diversos meios de análises, seja testes, avaliações ou

entrevistas, analisam a maneira mais adequada de auxiliar as pessoas, jovem

ou até mesmo o adulto em sua vocação profissional.

“Os testes são utilizados quando precisamos de material fidedigno, passível de reaplicação, que chegue a conclusões confiáveis em curto espaço de tempo para tomarmos decisões. Como já afirmamos, os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos de coleta de informações que municiam o processo amplo e complexo de avaliação psicológica, com dados úteis e confiáveis. Existem várias formas de se obter informações tais como a observação direta, entrevistas, análise de documentos, e a testagem propriamente dita. Fica claro, então, que os testes psicológicos são uma das formas possíveis de se obter informações sobre as pessoas durante a Avaliação Psicológica.” (Primi, Nascimento & Souza, 2004, p. 21).

18

Capítulo II

A FUNÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO

ÂMBITO ESCOLAR

A Orientação Educacional tem sua história de desenvolvimento atrelada

à da Psicologia, que data do século XVI e procurava através de psicotécnicas

traçar aptidões correlacionadas a atividades específicas (BARROS,1999,

p.115).

GRISPUN é um dos estudiosos da orientação educacional e conhecedor

de preciosas informações sobre o histórico da educação e orientação

pedagógica; No breve histórico que descrevemos sobre a educação, relatamos

exclusivamente à área de orientação educacional, utilizando para análise, leis

orgânicas ; a LDB de 1961; 1971 e 1996.

A orientação educacional em nosso país teve alguns períodos

marcantes de sua história, nosso ensino era dividido em ensino industrial,

secundário, comercial, primário, normal e agrícola. E como havia a grande

necessidade de uma orientação educacional para ajudá-los no seu

funcionamento, foi formulada nesse período a lei orgânica, que teve sua

formulação entre 1942 e 1946, com o objetivo de auxilio do ensino brasileiro ,

e tendo o orientador educacional nesse momento que assumir funções de

caráter terapêutico, preventivo, identificando dons, aptidões e inclinações dos

indivíduos.

Na LDB de 1961, o orientador educacional assume papel também de

orientador vocacional, tendo que atender todos os alunos das escolas

verificando suas aptidões e oferecendo aos mesmos orientação seja escolar,

profissional, de saúde, familiar e até recreativa. E por motivos políticos e

sociais no final dos anos 60, o orientador assume a função de auxiliar os

alunos em suas formações religiosas, cívicas e morais.

19

Na LDB de 1971 podemos observar que o orientador educacional auxilia

na tarefa educativa como um todo, ou seja, é orientador, um pouco de

professor, administrador e até faz parte da família dos alunos quando

necessário.

Na LDB de 20 de dezembro de 1996, sancionada pelo presidente da

republica, Fernando Henrique Cardoso, a orientação educacional não aparece

explicitamente, mas o artigo 64 diz que a formação de profissionais de

educação para orientação educacional na educação básica será feita em

cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, garantindo

nessa forma a base comum nacional.

A partir das observações feitas sobre a história da orientação educacional

observamos que a educação sempre está em mudança e todas as decisões

tomadas foram devido a crises na economia. As exigências da época fizeram

com que a escola se tornasse necessária, e como ela, a profissão do

Orientador Educacional.

Na escola, o orientador educacional é um dos profissionais da equipe de

gestão. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu

desenvolvimento pessoal; trabalha em parceria com os professores, para

compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada

em relação aos mesmos, com a escola, na organização e realização da

proposta pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando

com pais e responsáveis.

“Atualmente é concebida, por especialistas, como um processo sistemático e contínuo que se caracteriza por ser uma assistência profissional realizada por meio de métodos e técnicas pedagógicas ou psicológicas, exercida direta ou indiretamente sobre os alunos, levando-os ao conhecimento de suas características pessoais e do ambiente sociocultural, a fim de que possam tomar decisões apropriadas às melhores perspectivas de seu desenvolvimento pessoal e social, tornando-se cada vez mais necessária”. (MAIA e GARCIA, 1990, p.37)

O objetivo da orientação educacional, segundo FONTOURA (1970) é de

ocupar-se com a personalidade dos alunos, ajudando-os a resolver seus

20

próprios problemas psicológicos e morais, assim como tomar uma posição em

face aos problemas do mundo e da sua comunidade.

O orientador educacional outrora era tido como o responsável por encaminhar

os estudantes considerados "problema" a psicólogos, hoje o orientador

educacional perdeu o antigo rótulo e tem como objetivo trabalhar para

intermediar os conflitos escolares e ajudar os professores em suas funções, os

alunos em suas dificuldades e a família em encontrar seu espaço na escola e

na vida de seus filhos.

(MARTINS, 1984, p. 30) afirma que o Orientador Educacional é a pessoa

responsável pelo serviço de orientação, cabendo a ele planejar, organizar e

implementar a Orientação Educacional na escola.

O autor ainda ressalta, que o Orientador Educacional deve possuir um bom

preparo, em nível universitário, que lhe forneça adequados conhecimentos de

Psicologia Educacional, Psicologia da Criança e do Adolescente, Psicologia

Pedagógica, Sociologia Educacional, Filosofia da Educação, Biologia

Educacional, estatística Educacional, Estrutura e Funcionamento do Ensino.

Além dos conhecimentos relacionados acima Martins enfatiza que o

orientador educacional precisa acima de tudo possuir alguns requisitos

pessoais para atuar na escola, ou seja, equilíbrio emocional, iniciativa,

liderança, deve transmitir segurança, confiança, bom senso, justiça e finaliza

com uma frase muito relevante para a vida de todos os profissionais da área de

educação, domínio e vivência prática dos princípios de psicologia das relações

humanas a fim de relacionar-se bem com os agentes educativos e com os

educandos.

A revista nova escola também enfatiza a importância dos profissionais no

conhecimento sobre a psicologia, pois a mesma relata que o orientador a partir

do momento que conhece mais sobre a psicologia passa a atuar de forma a

atender os estudantes levando em conta também que eles estão inseridos em

um contexto social, o que influencia muito no processo de aprendizagem.

Essas mudanças no maior conhecimento de psicologia por parte dos profissio-

21

nais tem a ver com a influência de teóricos construtivistas, como Jean Piaget,

Lev Vygostky e Henri Wallon , pois os projetos pedagógicos das escolas, cada

vez mais estão pautados pela psicologia do desenvolvimento e estudos

científico sobre as mudanças de comportamento e relacionamentos. Muito

estudadas e confirmadas pelos autores citados .

“O orientador Educacional quando leva para escola a realidade do aluno, para ser trabalhada contextualizada com os conteúdos do currículo, contribui para a promoção do aluno e o desenvolvimento de sua aprendizagem. Uma vez que a Orientação Educacional não existe para padronizar os educandos nos conceitos escolhidos como ajustados, disciplinados e responsáveis o importante é a singularidade dentro da pluralidade, do coletivo”. (GRISPUN, 2001, p. 29)

GARCIA (1994), como na citação acima, também afirma a relevância de se

trabalhar os conteúdos curriculares contextualizados com a realidade dos

alunos, onde diz que à medida que os conhecimentos transmitidos na escola

se aproxime da realidade do aluno, maiores chances são do aluno se

interessar pelo conteúdo e conquistá-lo obtendo assim maior sucesso escolar

e até mesmo em sua vida .

O trabalho de um orientador educacional reveste-se de grande

relevância, complexidade e responsabilidade, exige-se muito desse profissional,

não só em termos de formação, de atualização constante e de características

de personalidade como também de comportamento ético.

Não existe um código de ética para o profissional de orientação educacional,

pois o mesmo recebe muitas vezes informações confidenciais de pais, alunos,

funcionários da escola e até pessoas da comunidade, tendo que suas ações

sejam pautadas em compromissos e princípios éticos que ele mesmo formule

para atuação em sua profissão.

Todas as questões discutidas, o profissional de orientação educacional deve

manter em sigilo, nada deve ser alvo de comentários seja em qualquer

circunstância. Além das múltiplas obrigações, ética profissional e aperfeiçoa-

22

mento constante o orientador educacional, segundo BEZERRA (2004), tem

diversas atribuições na escola, deve atuar junto aos professores, alunos ,

direção e família dos alunos.

Em relação aos professores deve ajudá-los em observações dos alunos, coleta

e registro de dados, pesquisar junto com o professor tarefas educativas que

leve ao alcance de objetivos comuns ao aprendizado, realizar trabalhos de

prevenção, avaliar os resultados do processo de ensino –aprendizagem dos

alunos, assessorar os professores nos conselhos de classes, os casos de

aprovação, reprovação ,desvios de comportamento, entre outras funções.

Para a família dos alunos deve realizar entrevistas com os pais para obter

dados sobre os alunos, informar os pais sobre o projeto político pedagógico da

escola, falar sobre a função da escola e dos pais na ajuda em casa,

proporcionar aos pais as necessidades dos filhos, refletir com os pais o

desempenho dos filhos na escola.

E aos alunos deve fazer atendimentos individuais, sempre que for necessário

para análise e reflexão dos problemas encontrados em situações de classe,

recreios, desempenho escolar, pontualidade, cuidado com material de uso

comum, relacionamento com os colegas de classes e outros alunos do colégio,

respeito aos professores e funcionários; atendimentos grupais sempre que for

necessário para reflexão de problemas ocorridas em situações de grupo,

esclarecer quanto a regras e sanas as dificuldades no que diz respeito ao

cumprimento das normas do colégio. Segundo CAMARGO (2009)

“ A Orientação Educacional poderá contribuir para a transformação da escola em um local de busca constante de soluções de problemas, planejando momentos culturais em que a família, juntamente com seus filhos, possa participar ativamente. Servindo de ligação entre o aluno e a família, compreendendo a realidade, os interesses e as necessidades dos mesmos, e servindo-se disso para elevar o nível cultural da comunidade, através de debates envolvendo questões do dia a dia, este profissional não tem currículo a seguir, podendo assim, usar de fatos marcantes que a mídia transmite como a corrupção, terrorismo, violência urbana, ética, cidadania, entre outros temas, fazendo com isso, que a curiosidade dos alunos possa ser aguçada através de pesquisas, tornando-os assim,

23

conscientes de que podem transformar a sociedade, descobrindo-se como seres que sentem, fazem e pensam”.

O melhor caminho para se trabalhar na orientação educacional é em

conjunto, ou seja, de forma integrada à supervisão mobilizando, desta maneira,

a escola, a família, e a comunidade, para que ocorra uma investigação coletiva

da realidade à qual todos pertencem.

24

CAPÍTULO III

O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO AUXÍLIO DAS

ESCOLHAS PROFISSIONAIS DOS ALUNOS

O orientador educacional como qualquer educador é responsável por

grande parte das escolhas feitas por seus alunos, pois os mesmos confiam

muito no professor, observa-o bastante em suas atitudes e comportamentos.

O orientador educacional no processo de auxílio aos alunos de

encontrar suas vocações deve conversar, discutir com os alunos sobre suas

opções de profissões, realizar testes e trocar experiências e informações sobre

as mais diversas áreas. É preciso ao final do processo deixar os alunos mais

confiantes e seguros sobre qual caminho trilhar.

A orientação vocacional serve como um instrumento de apoio à escolha da

carreira e tem por objetivo auxiliá-lo nesta importante etapa de sua vida. Sua

função não é dizer ao estudante qual a profissão certa a escolher, mas sim

orientar, de acordo com as características e personalidades de cada indivíduo,

profissões e áreas de possível interesse do estudante.

De acordo com CAMPOS (1976), a orientação dos indivíduos é resultado do

processo educativo global.

No estudo proposto foi feita uma pesquisa no Colégio Militar do Rio de

janeiro com alunos do ensino médio e orientadora vocacional dos mesmos, a

pesquisa teve como objetivo demonstrar como o orientador educacional pode

auxiliar os alunos em sua dificuldades no momento da escolha de sua

profissão .

Com os alunos as entrevistas foram feitas nos intervalos das aulas ou

marcando dias e horários para realização. Primeiramente conversava com os

alunos sobre o objetivo da pesquisa e após perguntava se gostariam de

participar, ressaltando que em nenhum momento nome, idade, ou qualquer

dados sobre sua vida seria exposto na pesquisa.

25

E por ter contato e conviver com os alunos do Colégio militar foi mais fácil para

realização do estudo, pois creio que por ser monitora dos mesmos, nenhum

aluno se negou em participar. Sendo anteriormente pedida a permissão de

superiores para estar realizando o estudo no Colégio e abordar os alunos e

funcionários.

Foram entrevistados 34 alunos, 17 do sexo masculino e 17 do feminino, sendo

realizadas no período de 05 de outubro a 01 de dezembro de 2009.

Para os alunos foram feitas 3 ( três) perguntas, a primeira pergunta se o

mesmo já teria escolha para o vestibular que iria realizar ou que já realizou.

A resposta obtida da primeira pergunta foi, dos 34 alunos apenas 5 alunos

ainda possuíam dúvidas nas suas escolhas, fazendo diversas escolhas no

vestibular para ver, segundo palavras dos mesmos qual eles passariam em

melhor condição, tendo assim sua escolha feita. Dos 5 alunos com dúvidas, 4

eram do sexo masculino e 1 do feminino. A grande maioria, ou seja, 29 alunos

não possuíam dúvidas. Tendo como respostas a boa orientação que obtiveram

no decorrer do ano por sua orientadora vocacional e analisadas todas as

opções de interesse e descartadas as possibilidades que não os agradavam

tanto.

Segundo CAMPOS e COIMBRA (1991), o indivíduo carece de

informações não só sobre si próprio, sobretudo sobre o mundo profissional.

LUCCHIARI (1998)diz “Você está sempre escolhendo, com maior ou

menor autonomia, com maior ou menor consciência, com maiores ou menores

condições, mas está sempre optando!” ( p.27 )

A segunda pergunta foi se os mesmos tiveram dificuldades em escolher suas

opções e segundo os 29 alunos que não tiveram dúvidas nas suas escolhas,

comentaram que procuraram analisar as opções através de suas vocações,

interesse pessoal, financeiro ou continuidade dos objetivos familiares. Não

tendo grandes dificuldades em decidir, tendo através dos diálogos com a

orientadora vocacional, conversas e debates sobre as diversas opções de

26

escolha e analisando seus objetivos futuros houve assim a escolha sem

muitas dúvidas ou receios. Como já descrito acima, os alunos que possuíam

dúvidas na escolha de suas opções profissionais relataram que a opção que

obtiverem maior nota será sua escolha, temendo um pouco sobre se será sua

vocação realmente.

Escolher significa ter que se posicionar (tomar partido) entre as possibilidades colocadas que são igualmente atrativas e contém também desvantagens. São possibilidades que brigam entre si. Por isso se diz que qualquer escolha implica conflito, ou melhor, escolher significa resolver conflitos. Qualquer escolha implica em riscos. Qualquer escolha implica em perda .(BOCK, 2002, P.56).

Na terceira sobre suas expectativas para o futuro em relação as suas escolhas,

os 34 alunos acreditam que irão se sair bem no mercado de trabalhos,

receosos apenas com o futuro que suas profissões possam tomar, pois

acreditam em seus potenciais tendo o mercado financeiro ou possíveis acasos

da vida o único problema que possa abalar suas escolhas futuras.Os alunos

duvidosos também acreditam em seus potenciais e relatam que se não forem

bem na primeira escolha, terão tempo para encontrá-las, pois são novos e com

muitas expectativas e opções.

A família, ao incentivar certos comportamentos e atitudes das crianças e

reprimir outras iniciativas, interfere no processo de apreensão da realidade

dessas crianças, determinando em parte a formação de seus hábitos e

interesses. ( SOARES, 2002, p.74)

Com a orientadora vocacional do Colégio militar foi utilizada a mesma

metodologia dos alunos tendo apenas as perguntas diferentes.

As perguntas foram: Qual método utilizado para orientar os alunos? Quais as

principais dúvidas dos alunos? E o que faz quando os mesmos não possuem

nenhuma opção ou perspectiva? .

A orientadora vocacional do colégio militar relatou que possui um horário, uma

vez por semana com os alunos do ensino médio onde pode trabalhar a questão

27

da vocação profissional e nesse período apresenta palestras sobre diversas

profissões, desenvolve debates entre os alunos sobre as suas expectativas,

sonhos, separa um tempo para as conversas informais onde observa os alunos

e suas personalidades.

LISBOA ( 1997), salienta que a construção da identidade ocupacional está

diretamente vinculada a identidade pessoal uma vez que incluem todas as

identidades do individuo feitas ao longo da existência.

Passada essa fase, traz para suas aulas as profissões que os alunos almejam,

como e onde realizá-las, sua responsabilidade ao atuar, horas de trabalho

diário e salário. A orientadora relatou que em muitas escolhas dos alunos, os

mesmos pensam ser de uma maneira a carreira que pretendem e nas palestras

observam que não é do jeito que gostariam e acabam desistindo e almejando

outras.

Na maioria das vezes as dúvidas dos alunos são solucionadas nas palestras e

debates, pois são simples tais como, salário, mercado de trabalho ou as

dificuldades do dia a dia da profissão.

Sobre as opções dos alunos e perspectivas, a orientadora ressalta que sempre

em todas as turmas que desenvolveu seu trabalho, a metade já possui sua

escolha restando tirar algumas dúvidas e a outra metade possui diversas

opções das mais diferentes áreas, nunca um aluno vem sem opção nenhuma,

vem sim com várias e no decorrer do processo escolhe uma ou duas opções.

SOARES (1987), comenta que as profissões e desejos dos pais

geralmente influenciam de forma decisiva na maneira de ver o mundo

profissional pelo jovem.

Em alguns casos, um ou dois em cada turma geralmente, procura a orientadora

fora do horário das aulas para conversa particular e em 100% a dificuldade é

em convencer os pais que não gostariam de seguir suas profissões, nesses

casos, pedimos que os pais compareçam para uma conversa sobre seus filhos,

28

relatando sempre que devem dar autonomia ao filho para escolher a profissão

que sonha e não pressioná-los em momento algum.

SOARES (1987), diz ter uma diferença entre identidade vocacional e

profissional. Para ele a identidade vocacional expressa as variáveis de tipo

afetivo –motivacional determinado pelos conflitos inconscientes e possível

elaboração pelo sujeito.Por outro lado, a profissional mostra o produto da ação

de determinado contexto social.

29

CONCLUSÃO

Podemos concluir que o orientador educacional é muito relevante no

contexto escolar e no auxílio dos alunos em suas escolhas profissionais.

O orientador educacional além de participar efetivamente de todas

as funções da unidade escolar também possui em sua profissão a difícil tarefa

de orientar os alunos em suas vocações. Deve ter o compromisso com todos

os alunos seja no aspecto ético ou profissional, deve estimulá-los

permanentemente em sua autonomia e escolha própria, ou seja, orientá-los a

não se influenciarem por desejos dos pais ou amigos.

Isto também significa que ele jamais deverá dizer aos alunos o que deve ou

não fazer de seu projeto profissional, ajudando-os somente a descobrir seus

próprios caminhos. Para isso, têm diversos instrumentos que pode ser utilizado

para facilitar as escolhas dos discentes, instrumentos esses já descritos no

estudo feito.

O importante para o orientador educacional é compreender que o uso

destes instrumentos está a serviço de um processo de reflexão,

autoconhecimento e elaboração de estratégias que suavizem os conflitos ou

dificuldade de escolha profissional que os alunos possuírem.

Por fim, cabe lembrar que o orientador vocacional, para consolidar sua

atuação, tem ainda o compromisso com sua capacitação e desenvolvimento

profissional, com a interlocução permanente com seus alunos, e com o

aprimoramento de sua competência técnica e análise crítica quanto à sua

experiência e ao seu papel profissional.

BIBLIOGRAFIA

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