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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS – GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE À DISTÂNCIA ENTRE O FAZER DO ORIENTADOR EDUCACIONAL E DOS ATORES SOCIAIS DA ESCOLA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. Por Priscilla Andrade da Costa Orientador Nilson Guedes de Freitas Niterói 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS – GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

À DISTÂNCIA ENTRE O FAZER DO ORIENTADOR EDUCACIONAL E DOS ATORES SOCIAIS DA ESCOLA NAS SÉRIES INICIAIS DO

ENSINO FUNDAMENTAL.

Por Priscilla Andrade da Costa

Orientador Nilson Guedes de Freitas

Niterói 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS – GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

À DISTÂNCIA ENTRE O FAZER DO ORIENTADOR EDUCACIONAL E DOS ATORES SOCIAIS DA ESCOLA NAS SÉRIES INICIAIS DO

ENSINO FUNDAMENTAL.

Apresentação de Monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para a obtenção de grau de especialista em Orientação Educacional. Orientador Nilson Guedes de Freitas. Por Priscilla Andrade da Costa.

Niterói 2007

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DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia a mim, as minhas colegas Rosane, Mara, Maria Bernadete e Sumara, que colaboraram para a realização desta pesquisa.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado força e sabedoria para eu fazer essa monografia e aos meus pais por terem tido confiança e paciência.

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EPÍGRAFE

“ter segurança dos princípios que se tem e pelos quais se deseja lutar, ou seja, as posições individuais são a base estrutural para que a análise da realidade e as inter-relações com as verdades dos outros devem ser percebidas como crescimento e exercício democrático e não como anulação do próprio conhecimento”

Susan Chiode Perpétuo e Ana Maria Gonçalves (2001, p.39).

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RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo enfocar a importância de um trabalho integrado entro os membros da escola (orientadores, supervisores, diretores, coordenadores, professores, pais, alunos e funcionários) para que possamos desenvolver um trabalho pedagógico participativo, tendo neste processo a ação integrada entre Supervisor e Orientador Educacional na intenção de socializar o aluno na escola e mobilizar os diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola, perpassando pelo processo ensino – aprendizagem entre professor-aluno visando como o orientador pode ajudar o professor e o aluno e conseqüentemente chegarmos na mudança do fazer do Orientador Educacional. Todavia foi questionado o problema: Porque é tão difícil praticar a ação do Orientador Educacional dentro do âmbito escolar? Para tanto seu objetivo foi discutir qual é o papel do Orientador Educacional dentro da escola na busca de delimitar o Fazer do Orientador Educacional e o trabalho integrado entre os atores sociais da escola nas séries iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública em Niterói, com metodologia desenvolvida através de pesquisa bibliográfica. Os principais teóricos utilizados na pesquisa foram: GRINSPUN (2003, 2005 e 2006); GARCIA (2002); VASCONCELLOS (2000); HAIDT (1995); ABRANCHES (2003) e REGO (2002). Sendo assim, conclui-se que o papel do Orientador Educacional fica difícil de praticar quando o profissional não tem compromisso com seu fazer dentro da escola e quando a escola não dá subsídios para que esta ação aconteça, mas nada é fácil, tudo na vida é difícil e a escola é um espaço de conflitos, interesses, parceria, sucesso etc, nós que temos que ter um olhar pedagógico sobre as questões que nos cercam.

Palavras chaves: Ação integrada, relação professor-aluno e função do Orientador Educacional.

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SUMMARY

This research has as objective to focus the importance of an integrated work it enters the members of the school (orienting, supervisors, directors, coordinators, professors, parents, pupils and employees) so that let us can develop a participative work pedagogico, having in this process the action integrated between supervisor and Educacional Person who orientates in the intention to socialize the pupil in the school and to mobilize the different ones to know of the professionals that act in the school, perpassando for the process education – learning between professor-pupil aiming at as the person who orientates can help the professor and the pupil and consequentemente to arrive in the change of making of the Educacional. Todavia Person who orientates was questioned the problem: Because it is so difficult to inside practise the action of the Educacional Person who orientates of the pertaining to school scope? For in such a way its objective it was to argue which is the paper of the Educational Person who orientates and the integrated work enters the social actors of the school in the initial series of Basic Ensino of a public school in Niterói, with methodology developed through bibliographical research. The main theoreticians used in the research had been: GRINSPUN (2003, 2005 e 2006); GARCI’A (2002); VASCONCELLOS (2000); LIBÂNEO (2006); HAIDT (1995); ABRANCHES (2003) and REGO (2002). Being thus, one concludes that the paper of the Educational Person who orientates is difficult to practise when the professional does not have commitment with its to make inside of the school and when the school does not give subsidies so that this action happens, but nothing it is easy, everything in the life is difficult and the school is a space of conflicts, interests, partnership, success etc, us that we have that to have a pedagogical look on the questions that in surround them.

Words keys: Integrated action, relation professor-pupil and the function of the Educational Person who orientates.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 9

1. A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NA PERSPECTIVA DE UM TRABALHO

INTEGRADO ENTRE OS MEMBROS DA ESCOLA _______________________ 12

2. O PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM ENTRE PROFESSOR-ALUNO

NA VISÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL __________________________ 24

3. A MUDANÇA DO FAZER DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ____________ 31

CONCLUSÃO _____________________________________________________ 40

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ______________________________________ 43

ANEXO __________________________________________________________ 45

ÍNDICE __________________________________________________________ 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO ____________________________________________ 50

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INTRODUÇÃO

Nesta pesquisa sobre o tema “O Fazer do Orientador Educacional” percebe-se

que há uma certa distância entre esse fazer com a ação do Orientador nos espaços

escolares. O curso de Pós-Graduação em Orientação Educacional vem nos

mostrando que o orientador é um profissional que atua juntamente com a equipe de

gestão e demais atores sociais; trabalha diretamente com os alunos ajudando-os em

seu desenvolvimento pessoal e profissional; trabalham em parceria com os

professores no contexto de comportamento dos alunos, relação professor/aluno e

família/ comunidade. Mas na prática vemos que não há essa ação, pois nós

orientadores muitas das vezes ao caírem na rotina do dia-a-dia acabamos omitindo

nosso fazer educacional dentro da escola, fazendo com que nosso papel de atuação

fica fragmentado ao simples preenchimento de fichas e resolução de alunos

problemas.

Esta situação acontece com a maioria dos orientadores, que por sua vez

tentam esclarecer sobre seu papel dentro da escola. A partir deste fato foi sendo

questionado um problema. Porque é tão difícil praticar a ação do Orientador

Educacional dentro do âmbito escolar? Já que a orientação está focada numa linha

crítica, onde o mesmo participa e é atuante do seu fazer educacional.

Segundo Grinspun (2005, p.76)

A Orientação Educacional tem o papel de mediação na escola isto é ela se reveste de mais um campo na escola para analisar, discutir, refletir com e para todos que atuam na escola – em especial os alunos, não com um tom preventivo, corretivo, mas com um olhar pedagógico.

Isto nos mostra que o papel da Orientação Educacional na atualidade está

focada numa perspectiva reflexiva, coletiva e de parceria entre os membros da

escola, em que o orientador possa discutir e argumentar sobre as problemáticas,

fatos, situações, ações e emoções existentes no cotidiano escolar visando ajudar a

escola e aos alunos. Se houver um trabalho integrado entre os atores sociais

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(orientadores, supervisores, diretores, coordenadores, professores, pais, alunos e

funcionários) nossa realidade será diferente.

Por isso o objetivo principal foi discutir qual é o papel do Orientador

Educacional dentro do âmbito escolar, na busca de delimitar o Fazer do Orientador

Educacional e o trabalho integrado entre os atores sociais das escolas nas séries

iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública em Niterói. Dessa forma, foi

desenvolvido o trabalho através do procedimento metodológico uma pesquisa

bibliográfica embasada na área da ciência de Pedagogia e Sociologia da Educação.

Para tanto, no primeiro capítulo, são discutidas propostas para a compreensão

de um trabalho integrado dentro da escola. Já que desde o início da década de 1980,

estava em discussão o trabalho integrado entre os atores sociais da escola na

intenção de envolver a comunidade escolar nas decisões da escola, pois o que se

encontra em algumas escolas públicas é uma administração centralizadora e

autoritária desencadeando a falta de envolvimento da comunidade escolar nas

decisões da escola. Por isso foi-se percorrendo no caminho de uma gestão

colegiada, participativa, que envolve Colegiados Escolares, Planejamento

Participativo e Projeto Político Pedagógico, todos esses três instrumentos segue para

o fazer de uma gestão satisfatória com a participação dos profissionais, na intenção

de intervir nas decisões da organização escolar e definir coletivamente o rumo dos

trabalhos.

Nesse sentido, foram utilizados alguns autores para embasar o trabalho como:

Giseli Barreto da Cruz, José Carlos Libâneo, Mônica Abranches, César Augusto

Pinto, Ronaldo Portela de Oliveira, Mirian Paura S. Zippin Grinspun, Nilda Alves e

Regina Leite Garcia.

Já no segundo capítulo foram analisadas a importância da formação do

educando para a cidadania, onde o processo ensino-aprendizagem entre professor-

aluno interfere na formação do educando. Para haver um processo de ensino-

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aprendizagem que propicie a construção coletiva do conhecimento, é preciso que a

relação professor-aluno tenha como base o diálogo. É por meio do diálogo que

educador e educando juntos constroem o conhecimento, chegando a uma síntese do

saber. Neste capítulo foram utilizados os autores José Carlos Libâneo, Haidt, Carlos

de Moura Castro, Moacir Gadotti, Magda Soares e Mirian Paura S. Zippin Grinspun.

Por fim, no terceiro capítulo, venhamos descrever qual é o papel do fazer do

Orientador Educacional na atualidade, pois hoje as atribuições do mesmo estão

voltadas para uma ação pedagógica e não mais psicológicas. Desta forma, a

Orientação hoje, tenta ajudar na solução dos problemas dos alunos e da comunidade

escolar, numa perspectiva de melhor compreensão do sujeito e de suas relações

dentro e fora da Escola, participando do projeto pedagógico da escola. Para que isto

ocorra, a escola precisa estar em constante integração com o orientador e demais

membros, para que possamos conseguir um trabalho pedagógico satisfatório. Para

tanto foram utilizados os autores Mirian Paura S. Zippin Grinspun e Teresa Cristina

Rego.

Este estudo mostra relevante quando se propõe a discutir o papel do

Orientador Educacional na escola, perpassando por sua trajetória histórica,

movimentos de democratização da escola, relações dos profissionais da educação

voltada para um trabalho conjunto, relação professor-aluno, tendências pedagógicas,

sempre fazendo menção com a função / papel do Orientador diante a uma

perspectiva atual de ação.

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1. A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NA PERSPECTIVA DE

UM TRABALHO INTEGRADO ENTRE OS MEMBROS DA

ESCOLA.

O trabalho integrado entre os atores sociais da escola é de suma importância,

pois facilita a discussão dos planos que se quer atingir e também na relação com o

educando. Este enfoque já estava em discussão desde o início da década de 1980,

na intenção de envolver a comunidade escolar nas decisões da escola. Mas,

sabemos que ainda se encontra presente no contexto escolar, principalmente em

algumas escolas públicas, uma administração centralizada e autoritária, onde a

equipe pedagógica tem participação, mas sem voz ativa, pois quem decide e manda

é o diretor prevalecendo do seu cargo maior na Instituição. Visando essa relação de

desigualdade e indiferença foi-se percorrendo no caminho de uma gestão colegiada,

participativa.

Um dos problemas que gira em torno das escolas é de como fazer o

planejamento participativo dar certo e de como fazer uma gestão democrática.

(CRUZ, 2003) descreve 3 instrumentos para que esse fato aconteça : 1) Colegiados

escolares ( os diferentes atores sociais da escola possam mediar as decisões num

processo de decisão ao fazer da escola); 2) Planejamento Participativo ( projetar o

que se pretende com a participação de todos os envolvidos) e o 3) Projeto Político

Pedagógico ( desenvolver o rumo da trajetória).

A gestão democrática é a participação conjunta dos profissionais na área de

ensino, a fim de discutir / decidir sobre planejamento, execução e avaliação das

ações. Esse compromisso implica a construção coletiva de um projeto político-

pedagógico ligado à educação, em que abrange as dimensões pedagógicas,

administrativas e financeiras.

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A gestão democrática implica principalmente o repensar da estrutura de poder

da escola, tendo em vista sua socialização. A socialização do poder propicia a

prática da participação coletiva, que atenua o individualismo; a reciprocidade; a

solidariedade e a autonomia, elaborando políticas educacionais das quais a escola é

mera executora.

Segundo Libâneo (2001, p. 81)

Todavia, é preciso considerar que a participação implica processos de organização e gestão, procedimentos administrativos, modos adequados de fazer as coisas, a coordenação, o acompanhamento e a avaliação das atividades, a cobrança das responsabilidades. Ou seja, para atingir os objetivos de uma gestão democrática e participativa e o cumprimento de metas e responsabilidades decidida de forma colaborativa e compartilhada, é preciso uma mínima divisão de tarefas e a exigência de alto grau de profissionalismo de todos.

Uma gestão democrática sendo desenvolvida nas escolas públicas requer um

comprometimento e participação dos profissionais, na intenção de intervir nas

decisões da organização escolar e definir coletivamente o rumo dos trabalhos. Nesta

visão democrática a forma de liderança passa de autoritária para coletiva e

participativa, onde nos planos de decisões os objetivos comuns possam ser

compartilhados, buscando o envolvimento da equipe de profissionais para a

qualidade dos processos de ensino e aprendizagem.

Segundo Abranches (2003, p.45;46)

As várias décadas de decisões educacionais centralizadoras resultaram na falta de autonomia e iniciativa da escola, no seu esvaziamento e no desenvolvimento de uma organização burocrática que impedia o repasse de recursos às escolas e a execução de projetos inovadores. A centralização também gerou a falta de transparência nas decisões das políticas educacionais que foram tomadas, inúmeras vezes, em função de interesses clientelistas e corporativos.

Isto nos mostra que, há alguns anos atrás as decisões educacionais estavam

sendo enfocadas nas decisões centralizadoras da escola, onde o desenvolvimento

do cotidiano impedia recursos e projetos inovadores. Mas desde a época de 1980, a

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discussão sobre a gestão colegiada e participativa já estava em evidência e, só está

sendo refletida agora, pelo motivo da gestão autoritária está presente em todas as

instâncias da vida política e social.

Partindo do pressuposto de gestão democrática, podemos analisar que o

princípio da mesma foi implantado num momento bastante propício, onde havia no

país alguns movimentos nacionais como: “Diretas Já”, “A conquista da liberdade de

organização partidária” entre outras, estando voltados para a redemocratização do

país na luta por maior participação e democratização das várias esferas da

sociedade brasileira.

Os objetivos da democratização na escola são os desejos de melhoria da

qualidade do ensino e de democratização da sociedade, dos indivíduos que nela

atuam, mas que nem sempre foi assim. Por muito tempo a questão da autonomia e

do autoritarismo dos diretores fizeram parte da gestão autoritária do Estado,

deixando a desejar execuções de projetos inovadores, onde não havia ainda a

interação de todos na administração colegiada, desencadeando assim, a falta de

envolvimento da comunidade escolar nas decisões da escola.

Segundo Adrião e Camargo (in PINTO; 2001, p. 71 e 72)

Um primeiro aspecto a ser destacado refere-se ao ineditismo da gestão democrática como princípio da educação nacional em um texto constitucional brasileiro, já que a Constituição Federal de 1988 foi a primeira a introduzi-lo. O mesmo não acontece com os princípios de gratuidade e obrigatoriedade, os quais encontram-se presentes em textos anteriores. Uma das causas dessa inovação parece relacionar-se à existência, à época da elaboração da atual Constituição Federal, de importantes movimentos nacionais voltados para a redemocratização do país.

Isto quer dizer que o termo gestão democrática é considerada uma inovação

porque foi mencionado pela primeira vez na Constituição de 1988. E com a

Constituição Federal de 1988 foi previsto mecanismo de democratização da gestão

do Estado em relação ao acesso à informação e à participação de representantes de

setores específicos em órgãos da administração pública. Outros princípios também

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nortearam a questão da gestão democrática do ensino: O Fórum Nacional em

Defesa da Escola Pública, os interesses privados do campo educacional e os

Conselhos escolares. Todos esses segmentos estavam vinculados aos processos

participativos e a proporção com que cada segmento seria representado.

O Conselho escolar era visto como um dos meios para a democratização das

relações de poder no interior da escola, marcadamente hierarquizada e centralizada

na figura do diretor ou de seus superiores. Isto nos mostra que ainda há uma “teia

organizacional centralizadora” por trás dessa relação, pois sabemos que é muito

difícil haver uma gestão democrática no sistema educacional, mas estamos lutando

por essa conquista em nossas escolas públicas de ensino. Portanto, temos que partir

do princípio da igualdade, das decisões tomadas em conjunto, da participação e de

oportunidades de criar opções para a melhoria do ensino, onde esse seria o princípio

da mudança para que as leis (Constituição e LDB) pudessem relacionar com a

democracia.

Atualmente, o corpo docente e todos os envolvidos da gestão escolar estão

com uma visão mais aberta, visando à melhoria do ensino. É claro que, só com a

gestão democrática a escola não irá mudar, mas se todos os envolvidos tiverem

consciência da sua importância no ambiente escolar, o ensino poderá fluir melhor e

com mais produtividade, tendo espaço para discussões e novos projetos.

Segundo Cruz (2003, p.16)

O planejamento participativo apresenta-se como um procedimento eficaz nesse contexto, podendo constituir instrumento teórico-prático facilitador entre o refletir e o agir. Os professores, os integrantes da equipe técnico-pedagógica e administrativa, os funcionários, os alunos, os pais e os membros da comunidade interessados precisam assumir o papel de sujeitos que avaliam, discutem, criam e recriam a prática escolar desejada.

O planejamento participativo possibilita que todos os envolvidos na escola

estejam inseridos num processo de construção de idéias, na busca desse

planejamento participativo, em que a escola precisa estar integrada com todos

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(diretores, coordenadores, supervisores, orientadores, professores, pais, alunos e

funcionários), visando em uma educação de qualidade para o educando, onde o

trabalho seja focado no coletivo havendo uma relação de colaboração e troca de

informações.

Já o Projeto Político Pedagógico (P.P.P) é o plano global da Instituição, ou

seja, é a sistematização de um projeto a ser aperfeiçoado e concretizado na

caminhada, com um tipo de ação educativa que se quer realizar. “O projeto político

pedagógico deve ser entendido, portanto, como uma construção contínua por todos

os sujeitos envolvidos com o processo educativo da escola” (CRUZ; 2003, p.14),

pois, para que esse processo se dê o primeiro ponto de partida para a construção do

Projeto político pedagógico deve ser em conjunto em nível de participação. A

participação é o principal meio de se assegurar à gestão democrática da escola,

possibilitando o envolvimento de profissionais no processo de tomada de decisões e

no funcionamento da organização escolar.

Esta questão nos remete a pensar que o orientador educacional precisa estar

em constante integração com os membros da escola, na busca de acompanhar a

trajetória escolar. Não sendo apenas um suporte técnico, ou seja, aquele que só

ajuda praticamente atuando como um “especialista psicopedagógico”, o mesmo

precisa ser parte integrante, ativa deste processo.

Percorrendo um pouco pela história da Orientação Educacional podemos

perceber com (GRINSPUN, 2003) os diferentes períodos em que a Orientação foi

desenvolvida e o que esperava dela.

Em 1920 a 1941 a Orientação aparece associada à orientação profissional,

com ênfase nos trabalhos de seleção e escolha profissional. De 1942 a 1960 ocorre

toda a exigência legal da Orientação nas escolas, em relação a sua formação. Em

1961 a 1970 com a Lei nº 4.024/61 o aspecto era preventivo, ou seja, ela se

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adiantava em todas as circunstâncias para que não se instalassem os conflitos e

também tinha como função corretiva, de corrigir.

Em 1971 a 1980 pela obrigatoriedade da Lei nº 5.692/71 a Orientação estava

sujeita ao aconselhamento vocacional. Apesar da diretriz da Orientação assinalar

para uma visão mais sociológica e coletiva, a legislação dos profissionais da área

compromete-os com atribuições e funções voltadas para a Psicologia.

Grinspun (2003, p.19) diz

Centrada nesse mosaico – quase surrealista – retorna à cena a Orientação Educacional, costurando um modelo pedagógico, já tentado no início do século, de mostrar ao aluno as benesses do sistema aberto às suas potencialidades e aptidões.

Já no final da década de 70 crescem as denúncias, grita-se contra a falta de

compromisso da escola e de seus reais protagonistas, havendo uma “crise de

identidade profissional” indagando: Quem é o Orientador Educacional? Quais são

suas verdadeiras atribuições? Sendo responsável pela fragmentação do trabalho

escolar, por não resolver os conflitos e problemas da escola.

A década de 1980 foi o período que mais se questionou a Orientação

Educacional em relação à formação de seus profissionais e de sua prática realizada.

Essa década trouxe grandes modificações que irão se refletir na educação, na escola

e na Orientação. O orientador quer participar do planejamento – não como benesse

da Orientação, mas sim como um protagonista do processo educacional. O mesmo

deseja trazer a realidade do aluno para dentro da escola e discutia-se também a

questão do trabalho, pelas questões sociais, de suas desigualdades, do significado

do próprio trabalho. Estava sendo construída de acordo com os princípios de uma

Orientação, dimensão mais pedagógica.

A partir de 1990 são inúmeros os fatores que mostram um novo momento

desta área: “houve extinção da Federação Nacional de Orientação Educacional

(FENOE); houve uma tentativa de unificação dos trabalhadores de educação,

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engajando-os em uma entidade nacional – a Confederação Nacional de

Trabalhadores da Educação (CNTE)”. (GRINSPUN; 2003, p.25). Com a extinção de

um órgão para o fortalecimento de outro, foram freqüentes no ano de 1994,

perguntas sobre a continuidade da prática da Orientação.

De acordo com Grinspun (2003, p.26) diz

As considerações que faço quanto à sua permanência na escola, no processo educacional, dizem respeito a: primeiro, ela não deixará de existir, pois nunca deixará de existir a educação, e elas estão ligadas a tal ponto que o próprio conceito etimológico de educação se compromete, enquanto educare, com a Orientação, isto é, refere-se a orientar, guiar, conduzir o indivíduo; segundo, porque o centro do processo educacional é o aluno e sempre ele foi o campo de trabalho da Orientação; portanto, o aluno é o sujeito da educação, e o sujeito e objeto da Orientação; terceiro, porque caminhamos, em todas as ciências, e também na área das ciências humanas, para as especializações que atendam com mais propriedade e segurança aos seus intentos – não é substituir o professor por outro profissional, mas sim ajudar esse professor no seu campo de ação.(...)

A Orientação Educacional tem que estar preparada para ajudar nessas

relações em que contradições e conflitos fazem parte do contexto do aluno. É assim

que a Orientação se faz presente preocupada com a formação do cidadão para uma

participação mais consciente no mundo em que vive e atentos para as reais

necessidades sócio-educacionais da escola.

Dessa forma, o Orientador Educacional está no âmbito escolar para ajudar e

coordenar processos em relação à escola, a família, a comunidade, alunos e

professores, visando analisar, discutir e argumentar sobre as problemáticas

existentes no cotidiano. Pois muitos são os problemas, as contradições e desafios a

cumprir, onde uma das questões está vinculada ao distanciamento do fazer escolar

para com a ação do orientador, porque muitas das vezes não são repassados

assuntos para o orientador deixando-o neutro nas discussões. Para que o mesmo

possa compartilhar das discussões e decisões, a equipe gestora precisa dar-lhe

condições, apoio e troca de informações, possibilitando um trabalho coletivo. Todos

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esses esforços se reduzem a uma educação de qualidade para o aluno e ao tipo de

prática pedagógica que queremos favorecer.

Para que esse fato possa concretizar-se todos os envolvidos precisam saber

qual exatamente é o seu papel, para que haja um trabalho articulado e de inteira

confiança. “Os atores sociais, compreendendo a realidade vivida e as relações

sociais, têm a possibilidade de, em troca com outros atores, se conscientizarem da

necessidade de uma ação transformadora, superando a visão fragmentada originada

pelo isolamento e objetivando alcançar uma visão mais concreta”. Maccariello (in

GRINSPUN, 2005).

1.1. Orientação Educacional e Supervisão Educacional: uma ação

integradora.

A escola tendo como visão o processo de integração, ou seja, todos juntos

fazendo parte da comunidade escolar, têm como finalidade transformar-se totalmente

para melhor inserir os atores sociais nesta busca de uma escola competente. E na

luta para essa realização todos precisam estar comprometidos com seu fazer, onde

cada um possa ajudar uns aos outros.

Escola Competente neste sentido quer dizer a luta pela democratização da

sociedade, a luta por melhores condições de trabalho, a luta pedagógica, o saber

sendo valorizado e todas as possibilidades para transformar esta escola. Quando a

escola tem o propósito de transformação, os atores sociais têm um

comprometimento maior e dedicação com o trabalho docente, pois são valorizados

não tendo uma relação de indiferença, e sim os saberes sendo compartilhados entre

professor / aluno; orientador / professor; orientador / supervisor; diretor / coordenador

; diretor / professor e todos os profissionais que atuam na escola. “A escola

transforma-se, quando todos os saberes se põem a serviço do aluno que aprende,

quando os sem-voz se fazem ouvir, revertendo a hierarquia do sistema autoritário”.

(GARCIA; 2002, p.14).

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O Orientador Educacional e o Supervisor Educacional têm por função

fundamental mobilizar os diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola,

para concretizar um trabalho satisfatório, pois a ação específica do OE é integrar

escola-família-comunidade e a ação específica do SE é sistematizar metodologias e

avaliações curriculares.

De acordo com Garcia (2002, p.18)

Uma das funções específicas da SE é a socialização do saber docente, na medida em que a ela cabe estimular a troca de experiências entre os professores, a discussão e a sistematização da prática docente. Uma das funções específicas do OE é a socialização do saber sobre o aluno, na medida em que a ele cabe trazer a realidade do aluno para o currículo.

Sendo assim, cada um tem um espaço específico diferente em relação a sua ação. O Orientador Educacional precisa trabalhar a realidade vivencial com os

alunos e o Supervisor Educacional precisa mostrar subsídios para os professores

trabalharem um pouco mais a realidade dos alunos, é isto que esses dois

profissionais têm em comum, socializar esse aluno na escola.

Segundo Garcia (2002, p.19)

A ação integrada OE-SE mobiliza os professores para a definição do que é fundamental em cada área do conhecimento e para a integração da especificidade de cada conhecimento à totalidade da realidade a ser conhecida. Cada conhecimento ganha sentido por ser resposta às indagações dos alunos e aos desafios que a realidade lhes coloca. Cada conhecimento é imediatamente incorporado pelos alunos, constituindo-se em instrumento de compreensão crítica da sociedade em que vivem.

O trabalho integrado entre essas duas categorias do sistema educacional visa

satisfazer a necessidade do seu aluno real, sistematizando planejamentos mais

próximos de sua realidade e metodologias coerentes, a fim de conseguirmos

melhorar o processo de ensino-aprendizagem do educando.

Um dos fatores a serem trabalhados também nas escolas pelo Orientador e

Supervisor Educacional são as relações (respeito, princípio, ética etc), não só com os

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alunos, mas com os professores, coordenação técnico-pedagógica, funcionários e

famílias para favorecer um trabalho satisfatório e enriquecedor. E para esta ação

concretizar-se estão focados os orientadores e supervisores educacionais, onde no

seu fazer possuem um “olhar” mais especializado sobre o que acontece ao redor do

cotidiano escolar, possibilitando uma visão mais ampla sobre as relações / questões

a serem discutidas e avaliadas.

Segundo Grinspun (2005, p.150)

(...) o Supervisor e o Orientador têm como os demais (e vice-versa) o conhecimento da educação, da escola, dos professores (aqui entendendo as questões ligadas ao processo ensino-aprendizagem), dos alunos, eles possuem a especificidade de sua área para contribuir para a melhor organização e dinâmica da escola onde atuam através de relações significativas professor-aluno.

Portanto, os Orientadores e Supervisores Educacionais focados nesta visão

de integração, só têm a contribuir com seu fazer no ambiente escolar, pois esses

dois profissionais vão estar unidos em torno de questões e problemas a serem

solucionados. É evidente que, cada um vai estar centrado na sua ação, o orientador

trabalhando as relações entre os membros da comunidade escolar, planejando e

coordenando o processo de acompanhamento do educando individual ou grupal,

desenvolvendo atividades referentes à escolha de cada profissão etc, e o supervisor

trabalhando com metodologias, planejamentos, técnicas, desempenho do professor

em relação ao processo ensino-aprendizagem, avaliação do trabalho docente etc.

Mas os estudos, projetos e discussões poderão estar inseridos no envolvimento do

problema em que a escola está passando com relação a alunos, professores,

famílias e gestores, já que os dois profissionais têm como finalidade à ação

educativa “são convocados e impelidos a unirem-se, em favor da educação e,

portanto, da formação de valores” (GRINSPUN; 2005, p.120), havendo um trabalho

de parceria e colaboração.

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Partindo do pressuposto que toda a escola possui um método ou proposta

pedagógica a seguir, podemos observar que cada uma segue um parâmetro que

mais vai suprir as necessidades do aluno e da escola.

Segundo Libâneo (2006, p.25)

A escola cabe suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se, num processo ativo de construção e reconstrução do objeto, numa interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente.

Isto quer dizer que a escola tende a suprir / prover uma aprendizagem, em

que o aluno possa ser sujeito ativo e construtor do seu conhecimento num ambiente

de interação e troca de experiências.

O ensinar e o aprender (a aprendizagem) se fazem presente na sala de aula,

em que uma destas tarefas caracteriza as diferentes concepções teóricas que estão

subsidiando a prática pedagógica. Assim, podemos perceber que existem diversas

tendências que envolvem o ensinar e o aprender no trabalho docente, contribuindo

na prática pedagógica do professor.

As tendências que observamos e que mais praticamos é a tendência liberal

tradicional, onde o professor ensina o seu saber depositando seu conhecimento no

aluno e o aluno só escutando sem participar das aulas, constituindo-se num ser

passivo acumulando os conteúdos que são depositados. E também nesta tendência

a hierarquia do poder é extremamente explícita. Já a tendência liberal renovada progressista tem a preocupação de adequar o aluno no meio social, fazendo com

que ele se integre a esse meio, valorizando as experiências anteriores, a descoberta,

a pesquisa, o trabalho em grupo etc, na intenção de garantir um clima harmonioso,

de relacionamento positivo possibilitando a instauração da democracia. E hoje, com

as mudanças ocorridas nas concepções propostas, observa-se que a prática

pedagógica necessita da modificação na formação docente, com o objetivo dos

alunos terem uma aprendizagem mais significativa e motivadora.

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As tendências pedagógicas ou propostas pedagógicas influenciam-nos em

nosso trabalho e prática para melhor compreender e favorecer um ambiente de

prazer e motivação para os alunos e possibilitar também um ambiente de

participação e trabalho coletivo. Saviani (in LIBÂNEO; 2006, p.20) “A realidade,

porém, não oferece aos professores condições para instaurar a escola nova, porque

a realidade em que atuam é tradicional (...)”. É verdade, mas sendo ideário ou não,

utopia ou não, a partir de nossos estudos e bases teóricas, precisamos acreditar em

uma escola melhor e de qualidade, onde os alunos queiram participar das atividades

e os professores tenham orgulho de ensinar, pois é nesse processo de

transformação que temos que almejar para o presente e futuro da vida escolar.

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2. O PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM ENTRE

PROFESSOR-ALUNO NA VISÃO DO ORIENTADOR

EDUCACIONAL.

O processo ensino – aprendizagem é a realização ou execução do ato de

ensinar / educar os alunos, com o objetivo de possibilitar conhecimentos para o

aprendizado. E neste processo está em questão relações entre professor-aluno,

práticas pedagógicas existentes, metodologias do professor, qualidade das aulas e

outros fatores que interligam a sua ação, onde precisamos saber como este

professor concebe a educação e o sujeito do conhecimento; sua visão acerca do

mundo e da “natureza” humana e como ele entende a relação professor /

conhecimento / aluno.

Na visão da tendência liberal tradicional a relação professor-aluno é uma

relação unilateral, ou seja, o professor transmite verbalmente conteúdos já prontos a

um aluno passivo, onde os conteúdos e procedimentos didáticos não têm relação

nenhuma com o cotidiano do aluno e realidades sociais. Já na tendência liberal

renovada progressista a relação não é unilateral, pois há um processo interativo, em

que o aluno possa assimilar o conteúdo e construir conhecimentos havendo uma

troca de idéias.

Portanto, na realidade, vemos em nossas escolas públicas professores

desinteressados e desmotivados com o seu fazer docente por vários motivos, salário

insuficiente, carga horária excessiva, sem muito recurso didático, alunos

desinteressados etc, causando uma série de conseqüências para o trabalho escolar,

não só com o professor, mas para a educação.

Segundo Libâneo (2006, p.80)

O quadro a que está reduzida a escola pública é melancólico: desinteresse dos governos, professores malremunerados, despreparados,

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desanimados; crianças famintas, precocemente envolvidas no trabalho ou na marginalidade, empobrecidas culturalmente face às suas condições de vida, prejudicadas escolarmente por uma escola inadequada; escolas sujas, vidros quebrados, falta de recursos didáticos etc. Ou seja, os governos estão deixando que a escola permaneça numa agonia sem fim, não para mata-la, mas para mantê-la dentro dos limites mínimos de sobrevivência, tal como vem fazendo com o povo.

É um absurdo as escolas públicas estarem passando por essa situação, pois

ela é o meio pelo qual as classes médias e pobres conseguem serem beneficiadas

com os estudos, é certo que as políticas públicas da educação estão sendo

discutidas para tentar mudar esse quadro e garantir um aspecto relevante neste

contexto. Diante deste fato, precisamos pensar na busca de uma escola competente

e de qualidade de ensino, em que irá contribuir para a transformação das relações

humanas e da sociedade. A contribuição em que estamos referindo aqui, é a de

integração entre os profissionais e um trabalho com a participação de todos os

envolvidos, para que haja uma sintonia de pensamento e ações dentro do ambiente

escolar.

Para haver um processo de ensino – aprendizagem que propicie a construção

coletiva do conhecimento, é preciso que a relação professor-aluno tenha como base

o diálogo. É por meio do diálogo que educador e educando juntos constroem o

conhecimento, chegando a uma síntese do saber de cada um.

De acordo com Haidt (1995, p.60)

Trata-se de uma reformulação compartilhada, na qual professor e aluno ensinam e aprendem um com o outro, reestruturando-se. Nesse processo de conhecer e compreender a realidade, o diálogo é fundamental, pois é através dele que ocorrerá o intercâmbio entre o conhecimento popular de caráter empírico e o conhecimento cientificamente organizado, permitindo a criação de um novo tipo de conhecimento, capaz de compreender a realidade a fim de transforma-la.

Assim o diálogo é desencadeado por uma situação-problema ligada à prática,

essa prática seria da tendência liberal renovada progressista, onde o professor passa

o seu saber, partindo dos conhecimentos manifestados pelo aluno sobre o assunto e

das experiências por ele vivenciadas, permitindo que o aluno exponha seus

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conhecimentos prévios e suas experiências passadas, para formar novos

conhecimentos cientificamente estruturados e sistematizados. O principal papel do

professor neste momento é de “ouvir” e possibilitar que os alunos compartilhem suas

idéias para terem um entendimento do assunto.

A metodologia do professor também interfere esta prática, pois um professor

que acredita nas potencialidades do aluno, que está preocupado com sua

aprendizagem e com seu nível de satisfação exerce práticas de sala de aula de

acordo com esta posição. E isto é relação professor-aluno.

De acordo com Castro (1999)

As características de seus melhores professores estão em tornar as aulas agradáveis e atraentes; estimular a participação do aluno; ter sempre expectativas positivas acerca de seus alunos; saber se expressar de forma que todos entendam; induzir à crítica; à curiosidade e à pesquisa; procurar formas inovadoras de desenvolver a aula; fazer o aluno participar do ensino, motivando-o e não vê os pais como adversários, mas como aliados e parceiros.

Desta forma, o prazer de aprender é algo que se poderia traduzir como um

clima positivo na sala de aula, pois apontaria como fundamental o gosto de ensinar,

o tornar a aula agradável e interessante, fazendo parte da metodologia do professor.

Se o professor tem o propósito de educar seus alunos para a sociedade, a vida e

tudo que está ao seu redor, com certeza esses alunos não serão “alunos passivos”.

Mas, para que o ensino se concretize nesta visão, deve ser concebido e praticado de

forma realmente contribuidora para o desenvolvimento e construção do sujeito,

sendo intimamente ligado à vida dos alunos. Temos que pensar que o educando

possui um profundo interesse pelas coisas voltadas à natureza e que um trabalho

voltado para a ação concreta, facilitará o aprendizado.

Segundo Libâneo (2006, p.122)

O professor, enquanto mediador entre a teoria e a prática, pelo trabalho docente, é o destinatário da teoria e ator da prática; daí precisar da teoria pedagógica para determinar o sentido de sua ação e da didática para

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embasar o aspecto técnico dessa ação. Ou seja, tanto necessita de uma teoria para compreender as exigências concretas de sua prática (compreensão crítica das relações entre o processo educativo e a prática social global) como de diretrizes que orientem o modo do fazer pedagógico (decisões práticas sobre a prática).

O trabalho docente implica movimento de ação-reflexão-ação, onde a prática

cotidiana indica questões que através da reflexão são reelaboradas, diante uma

tendência liberal renovada progressista. O professor em suas atividades cotidianas

toma decisões diante da situação concreta com a qual se depara, a partir daí constrói

seu saber “reflexão na ação” que se conclui através da discussão coletiva, da troca

de experiências, da busca de saberes. O saber pedagógico se elabora na “química”

entre teoria e prática, no diálogo entre a prática de cada professor e a teoria

educacional. Teoria essa que precisa incorporar a diversidade, tanto de alunos como

de professores.

É na busca desse trabalho pedagógico que o orientador educacional também

deve estar inserido neste processo, observando se o aluno está acompanhando as

aulas, se é construtor do seu conhecimento e se participa das aulas questionando

suas idéias, pois a principal preocupação é saber se os alunos assimilaram o

conteúdo através das aulas dos professores. É papel fundamental do orientador

educacional auxiliar o aluno na descoberta da realidade, proporcionando-lhe

condições de obter um conhecimento do meio em que vive e a de si próprio; orientar

os professores quanto ao tratamento indicado aos alunos portadores de

necessidades especiais e aos demais alunos, bem como com a aprendizagem dos

mesmos e estar envolvido juntamente às famílias para que haja unidade de

pensamento e ação entre pais e professores, na orientação do processo ensino-

aprendizagem.

Todavia na maioria das escolas públicas acontece a omissão da função do

orientador, onde o mesmo não pratica a sua ação devidamente correta no âmbito

escolar e nem os professores estimulam o suficiente seus alunos.

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Segundo Gadotti (1994, p.27 e 28)

Observa-se, por exemplo, que, quando o professor percebe que algum aluno seu tem dificuldades especiais, encaminha-o para o orientador educacional a quem transfere a responsabilidade de resolve-las. Ora, o professor é figura central na formação dos educandos. É ele quem forma no aluno o gosto ou desgosto pela escola; a motivação ou não pelos estudos; etc. Da qualidade do relacionamento interpessoal professor-aluno, de responsabilidade do primeiro, depende, entre outras coisas, o ajustamento emocional do aluno na sala de aula e na escola. Portanto, não se concebe a eficiência de uma ação para sanar dificuldades dos alunos em sala de aula sem a participação do professor.

Isto quer dizer que, o professor deve ajudar o educando a desenvolver suas

idéias, estimula-lo a participar e estar envolvido nas aulas, e quando estiver com

algum problema com um aluno, não o encaminha logo para o SOE, primeiro

converse com esse aluno, observa o que se passa com ele dando atenção, se não

resolver, procure o orientador e exponha o assunto. Sendo assim, o Orientador

Educacional precisa assumir seu papel dando assistência primeiramente ao

professor, aos pais e aos demais profissionais da equipe técnico-pedagógica. Um

aluno com problemas requer uma investigação da sua realidade escolar e familiar,

com o objetivo de integrar novamente esse aluno no contexto escolar para que não

sofra o fracasso escolar.

Esta questão nos remete a pensar que, o que propõem como explicação para

o fracasso dos alunos na escola, são as desvantagens, ou “déficits”, resultantes de

problemas de “deficiência cultural” ou “carência cultural”, já que as causas desse

fracasso estariam no contexto cultural de que o aluno provém, em seu meio social e

familiar, que fariam dele um “carente”. Esses termos carência e deficiência cultural

estão embasados na ausência de cultura dos alunos.

De acordo com Soares (2000, p.21)

(...) o déficit lingüístico é atribuído à ‘pobreza’ do contexto lingüístico em que vive a criança, particularmente no ambiente familiar. Argumenta-se que o desenvolvimento da linguagem da criança depende, fundamentalmente, da quantidade e qualidade das situações de interação verbal entre ela e os adultos, particularmente entre ela e a mãe.

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Há uma certa divergência em relação a esse processo de privação cultural,

pois sabemos que os alunos pertencentes à classe social desfavorecida têm uma

deficiência lingüística muito grande e já os alunos das classes dominantes não têm

esse tipo de deficiência, porque estão inseridas num mundo completamente

“letrado”, letrado de experiências, de escolaridade, de ajuda familiar, da própria

mídia. O que não precisa acontecer é esse conflito de desigualdade, mesmo porque

há diferença sim, e essa diferença se dá devido a razões sócio-políticas, culturais e

sociais que estão interligadas a sociedade em que vivemos. E o ambiente familiar é o

principal estimulador para que a criança tenha um conhecimento do mundo e tudo

que está ao seu redor, precisando do apoio dos pais no processo ensino –

aprendizagem. Dessa forma, cabe a nós orientadores e educadores solucionar o

problema do fracasso escolar, buscando complementar e superar as deficiências

apresentadas na intenção de ajuda-los a suprir dentro do possível, as carências em

questão.

A visão do Orientador Educacional para a formação do educando está

embasado em todos esses fatores que foram mencionados. Relação professor-

aluno, trabalho pedagógico articulado, a preocupação com a dificuldade de

aprendizagem e o fracasso escolar, onde esses pressupostos estão ligados a ação

da Escola e da Orientação.

A formação do educando para a cidadania está respaldado no

comprometimento de uma escola integral para os alunos, ou seja, preocupada com a

formação do trabalhador quanto a empregabilidade; com os conteúdos transmitidos

sendo significativos, ou seja, está vinculado a sua vivência; com o estímulo a

aquisição de saberes e com a compreensão do mundo, para que no futuro tenha

perspectiva de transforma-lo.

Segundo Grinspun (2005, p.93)

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A Orientação Educacional tem um compromisso com os alunos – em primeiro lugar, buscando que eles reflitam e compreendam o mundo de valores – em especial a ética – que circunda o nosso meio. Somos todos viajantes neste grande universo; a Orientação apenas ajuda que possamos ter melhores condições para escolher / decidir que caminho queremos seguir.

Assim, o Orientador Educacional tem o objetivo de levar o aluno a pensar,

argumentar, discutir e participar de questões existentes no mundo contemporâneo

como: violência, drogas, ética, ciência, arte, política, tecnologia, sexualidade, etc,

fazendo do universo dele, a busca de uma visão mais completa da realidade,

integrando o aluno na formação de um sujeito crítico e consciente da sociedade em

que está inserido.

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3. A MUDANÇA DO FAZER DO ORIENTADOR

EDUCACIONAL.

Visto todo o percurso já citado anteriormente da trajetória do orientador,

vamos descrever como o orientador atuaria seguindo uma concepção atual de

sociedade e de futuro, tanto para os alunos quanto para a escola.

Hoje as atribuições do orientador estão voltadas para uma ação pedagógica e

não mais psicológicas, já que durante muito tempo sua atuação era solicitada

quando havia um problema. Com a influência do campo da Psicologia, o trabalho do

orientador estava voltado somente ao aluno no desenvolvimento de sua

personalidade, partindo de suas necessidades e aptidões tendo um

acompanhamento mais individual do que em grupo. Em relação à orientação

profissional seguia-se na aplicação e análise dos testes de aptidão e interesses,

levantamento de dados e de perfis das turmas. Visto que, o seu trabalho se

apresentava, na maioria das vezes, totalmente dissociado de todo o processo

educativo.

Neste momento as funções desse profissional estavam voltadas para uma

assessoria ao professor e uma “prestação de serviço” à escola. A função de

assessoria vê o orientador como um “suporte técnico”, ou seja, aquele que só ajuda

nos fazeres da escola, onde sua atuação está voltada para um especialista

psicopedagógico, que direciona, controla, solicita e promove interferências de outros

agentes educacionais. Já a prestação de serviço é o atendimento direto ao aluno,

ajustando-o emocionalmente e psicologicamente na sala de aula e na escola.

Segundo Grinspun (2003, p.143)

A Orientação Educacional, no contexto atual, busca maior aproximação com o projeto pedagógico da escola e pretende contribuir, satisfatoriamente, não mais para atender “alunos problemas”, mas para discutir, junto com todos os alunos e professores, os problemas que vivenciamos e as soluções possíveis de serem atingidas.

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Assim, a Orientação hoje, tenta ajudar na solução dos problemas dos alunos e

da comunidade escolar, numa perspectiva de melhor compreensão do sujeito e de

suas relações dentro e fora da Escola, participando do projeto pedagógico da escola.

Para que isto ocorra, a escola precisa estar em constante integração com o

orientador e demais atores sociais, para que possamos conseguir um trabalho

pedagógico satisfatório.

A função do Orientador Educacional vem sendo questionada ultimamente

como decorrência das transformações gradativas que ocorrem no âmbito da

sociedade. Atualmente, a Orientação volta-se a construção do cidadão como sujeito

que está sendo formado e não como sujeito pronto, visando um processo ativo e

dinâmico, como produção de conhecimento, de saberes e interações. Nessa

perspectiva a Orientação segue uma linha mais crítica, de melhor participação na

realidade dos alunos e de compartilhar no processo pedagógico.

Todavia, a partir dessa nova proposta em Orientação Educacional, está em

vigor a função social da Educação no seu aspecto social, cultural e político.

Segundo Maccariello (in GRINSPUN; 2005, p.58)

A educação requer uma educação para a cidadania, sendo assim, se constitui em parte integrante do processo de conscientização com vistas a uma participação efetiva na construção de uma sociedade genuinamente democrática. Esta educação exige a informação, o debate, à reflexão dialógica e coletiva, a partir das condições de vida e trabalho dos atores sociais.

O educador exerce uma importante ação política, que é educar para a

sociedade. Se o mesmo não tem força para mudar a escola, tem que ter para

transformar cada indivíduo, pois a partir desse indivíduo é que podemos mudar

totalmente a sociedade. Dessa forma, todo docente tem de valer-se das

possibilidades que a ação pedagógica lhes oferece para desenvolver em seus alunos

o espírito de reflexão, consciência e luta contra as formas de injustiças. Com essa

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luta é que os alunos vão aprender a organizar-se, libertar-se e irão ter capacidade de

expressar sua realidade através do diálogo, da participação.

A sociedade, a educação e a escola estão intimamente ligadas com fatos que

cruzam e entrecruzam o papel pedagógico do sistema escolar, onde na sociedade

temos os espaços históricos, sociais, culturais, políticos e econômicos; na educação

temos a política educacional, a linha filosófica de educação, a avaliação educacional

etc; e na escola onde temos a organização da estrutura e funcionamento e as

relações pedagógicas existentes. Esses fatos estão diretamente relacionados com a

questão da socialização do indivíduo na sociedade, mais especificamente, a

socialização dos atores sociais no âmbito escolar.

De acordo com a teoria de Vygotsky (2002), podemos enfatizar a relação do

conhecimento construído na relação entre sujeitos, que se pode dividir em dois

níveis: interpessoal (aprendizagem no coletivo) e intrapessoal (aprendizagem

individual). Pois é Grinspun (2003) quem nos diz que “A interação social que será

estabelecida nesta sociedade pode (e deve) ser trabalhada na escola. A interação

entre os indivíduos desempenha um papel importante na construção do ser humano”.

Segundo Rego (2002, p.61)

O desenvolvimento do sujeito humano se dá a partir das constantes interações com o meio social em que vive, já que as formas psicológicas mais sofisticadas emergem da vida social. Assim, o desenvolvimento do psiquismo humano é sempre mediado pelo outro, que indica, delimita e atribui significados à realidade (...)

Essa abordagem esclarece a importância do ser humano estar incluído nas

relações sociais, culturais e históricas do meio social em que está inserido. Essa

interação se dá com pessoas (professores, orientadores, diretores, coordenadores,

supervisores, alunos, família etc), que estão ao seu redor e que possam ajudar no

desenvolvimento do conhecimento. A partir do momento em que o ser humano se vê

como construtor da sua realidade, ele participa e atribui significados importantes ao

meio.

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É nesta relação de interação e integração que se encontra o Orientador

Educacional na busca de facilitar as condições de aquisição da construção do

conhecimento do aluno, promovendo interações que envolvam o sujeito e o meio;

fazendo um trabalho articulado integrado na Instituição para a realização das

atividades na escola a partir da realidade encontrada; discutindo metodologias

utilizadas, a avaliação oferecida, o ritmo de aprendizagem do aluno; estabelecendo

um bom relacionamento com os demais atores sociais da escola; discutindo sobre

temas da atualidade; organizando reuniões com a família, escola e alunos; estar

trabalhando com projetos inseridos no projeto político pedagógico da escola e estar

centrado, observativo na realidade dos alunos para facilitar as condições de

desenvolvimento e conhecimento do saber. É este fazer do Orientador que queremos

para as nossas escolas de caráter público, sendo questionador, analisador e

mediador para a aprendizagem dos nossos educandos e para o trabalho pedagógico.

3.1. O papel do Orientador Educacional frente às Tendências

Pedagógicas: mudar ou fazer acontecer?

O papel do Orientador Educacional na atualidade segue uma linha crítica de

ação, comprometida com seu fazer, envolvida com a formação do educando, para

que possamos ser parte integrante do processo pedagógico da escola. Sendo assim,

nossa prática pedagógica, como professora ou orientadora, perpassa por várias

Tendências Pedagógicas que configuram diferentes pressupostos sobre o papel da

escola.

Historicamente, a educação liberal iniciou-se com a Pedagogia Tradicional e,

por razões de recomposição da hegemonia da burguesia, evoluiu para a Pedagogia

renovada (também denominada escola nova ou ativa).

Na tendência tradicional, a Pedagogia Liberal se caracteriza por acentuar o ensino

humanístico, no qual o aluno é educado para atingir pelo próprio esforço sua plena

realização como pessoa. Os conteúdos, os procedimentos didáticos, a relação

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professor-aluno não têm nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos

com as realidades sociais. O método de ensino está focado nos exercícios, na

repetição de conceitos ou fórmulas na memorização visando disciplinar a mente e

formar hábitos, onde a aprendizagem é repetitiva e mecânica.

A tendência Liberal Tecnicista subordina a educação à sociedade, tendo como

função à preparação de “recursos humanos” (mão-de-obra para a indústria). A

sociedade industrial e tecnológica estabelece (cientificamente) as metas econômicas,

sociais e políticas, onde a educação treina nos alunos os comportamentos de

ajustamento a essas metas. O interesse primordial da escola Tecnicista é produzir

indivíduos competentes para o mercado de trabalho, não se preocupando com as

mudanças sociais. A relação professor-aluno é técnica, pois a aprendizagem é vista

como mudança de comportamento, no mecanismo de estímulo resposta. A avaliação

é feita através de provas escritas, verificando assim se o aluno aprendeu. Segundo

Skinner (in LIBÂNEO 2006, p.31) “O comportamento aprendido é uma resposta a

estímulos externos, controlados por meio de reforços que ocorrem com a resposta ou

após a mesma...”.

Na tendência Liberal Renovada Não-Diretiva a escola acentua-se o esforço na

mudança dentro do educando, ou seja, há uma adequação pessoal às solicitações

do ambiente, estando preocupada com problemas psicológicos do que com os

pedagógicos.

Carl Rogers foi o inspirador da Pedagogia Não-Diretiva, na verdade mais um

psicólogo clínico que um educador. Suas idéias influenciam um número expressivo

de educadores e professores, principalmente orientadores educacionais e psicólogos

escolares. Nesta tendência reconhece a predominância do sujeito sobre o objeto do

conhecimento, valorizando a atividade e a criatividade. Este ideal é abraçado nas

tendências educacionais, pela Escola Nova que coloca o aluno como centro do

processo educacional enfatizando o aprender, em que a educação está centrada no

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aluno, sendo o professor um mero facilitador e o processo ensino-aprendizagem dá-

se na relação com o “eu”.

Já a tendência Liberal Renovada Progressista prepara o aluno para as

necessidades do convívio social. O ensino nessa perspectiva é visto como um

convite à exploração, à descoberta, a pesquisa, as tentativas experimentais, ao

estudo do meio natural e social, tornando-se a sala de aula um espaço de construção

onde o aluno tem um papel central e ativo na produção do saber. Ele é centro da

própria trajetória em direção ao conhecimento. Assim, a perspectiva educacional

construtivista não está voltada para o como ensinar e sim para o como aprender, em

que o aluno é considerado sujeito de sua própria aprendizagem e esta está vinculada

às possibilidades apontadas por se desenvolvimento. Dá-se, portanto, muito mais

valor aos processos mentais e habilidades cognitivas do que a conteúdos

organizados racionalmente. Trata-se de "aprender a aprender”, ou seja, é mais

importante o processo de aquisição do saber do que o saber propriamente dito.

A concepção cognitivista, afirma que o conhecimento provém das ações do

sujeito sobre o objeto, frente a desafios cognitivos e situações problemáticas. Este é

o pensamento de Piaget desenvolvido sobre a abordagem construtivista, que analisa

a questão das relações entre o sujeito que atua e pensa e os objetos de sua

experiência. Segundo Libâneo (2006, p.25) “A escola cabe suprir as experiências

que permitam ao aluno educar-se, num processo ativo de construção e reconstrução

do objeto, numa interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e do ambiente”.

Na tendência Progressista Libertadora podemos perceber a atuação do ensino

como “não-formal”, ou seja, sem conteúdos específicos, pois os conteúdos são

desenvolvidos através da problematização da prática de vida dos educandos diante

de temas geradores possibilitando um nível de consciência dessa realidade, a fim de

atuarem num sentido de transformação social. Segundo Libâneo (2006, p.35)

“Aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real

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vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa

realidade”.

A Pedagogia Libertadora tem como inspirador Paulo Freire, grande teórico

conhecido pelos movimentos populares e sindicatos com maior ênfase na educação

popular. A escola Libertadora, conhecida como Pedagogia Paulo Freire é vinculada a

luta e organização de classe do oprimido, pois o saber é mais importante que a

descoberta. Por isso, que a Pedagogia Libertadora ultrapassa os limites da

pedagogia, situando-se no campo da política, da economia e das ciências sociais.

A Pedagogia Libertária afirma o indivíduo como produto do social em que o

desenvolvimento individual somente se realiza no coletivo. A ênfase na

aprendizagem informal, via grupo, e a negação de toda forma de repressão visam

favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres. Diante desta tendência, a

escola está focada num sentido libertário e autogestionário, tendo um conteúdo

interdisciplinar, trabalhando-se a partir do interesse do grupo, pois o mais importante

é o conhecimento que resulta das experiências vividas pelo grupo, especialmente a

vivência de mecanismos de participação crítica.

Esta Pedagogia visa favorecer o desenvolvimento do educando, procurando

valorizar a produção textual, a leitura, tendo a preocupação em formar indivíduos

livres e conscientes, capazes de revolucionar a sociedade. O papel do professor é de

conselheiro e, outras vezes, de instrutor-monitor à disposição do grupo, pois é contra

qualquer forma de poder ou autoridade.

Já a Pedagogia Crítico-social dos conteúdos consiste na preparação do aluno

para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio

da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e

ativa na democratização a sociedade. Os conteúdos devem ser significativos e

concretos para os alunos, sendo assimilados e não apenas ensinados, em que os

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métodos de ensino partem de uma relação direta com a experiência do aluno,

confrontada com o saber trazido de fora.

A função dessa Pedagogia é dar um passo à frente no papel transformador da

escola, mas a partir das condições existentes. Segundo Libâneo (2006, p.39) “Se a

escola é parte integrante do todo social, agir dentro dela é também agir no rumo da

transformação da sociedade”.

Nossos pressupostos mais se aproximam da tendência Liberal Tradicional,

onde o professor repassa o conteúdo para o aluno sem levar em consideração as

características próprias de cada um (tendência romântica – vê o aluno como

“sementinha”, ou seja, pronto para absorver o conteúdo), esta tendência ainda é

muito utilizada em nossas escolas públicas. Da tendência Liberal Renovada

Progressista (a cognitivista), onde o aluno é sujeito que pensa e a escola é lugar de

tornar os mesmos inteligentes, visando a construção do conhecimento provindo da

aprendizagem do aluno, esta tendência está sendo muito utilizada atualmente. Da

tendência Progressista Libertadora, em que o aluno e o professor são cidadãos,

sujeitos ativos e cooperativos tendo a educação o objetivo de favorecer a

transformação do contexto social e da tendência Progressista crítico-social dos

conteúdos, pois é importante conhecer o que o aluno traz, ou seja, sua bagagem

cultural, para que o saber seja socializado.

Esta questão nos remete a pensar que enquanto prática social, a prática

pedagógica é muito mais complexa, a maioria dos professores e de seus trabalhos

não se encaixam facilmente em um dos tipos, exatamente porque a prática

pedagógica é contraditória e está sempre em movimento. E é a partir desse

movimento que nós educadores e orientadores precisamos seguir, para poder

contribuir melhor na aprendizagem do educando. De acordo com Kramer (1992,

p.19) “... o trabalho pedagógico precisa se orientar por uma visão das crianças como

seres sociais, indivíduos que vivem em sociedade, cidadãs e cidadãos”.

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É nesta visão que o papel do Orientador Educacional está presente, fazendo

acontecer o seu papel dentro da escola, enfatizando a importância da linguagem, da

comunicação, do diálogo na proposta defendida; das atividades propostas (no

sentido de ação) e na formação do educando para a sociedade.

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CONCLUSÃO

Concluímos neste trabalho monográfico que o fazer do Orientador

Educacional deve estar embasado juntamente com o projeto político pedagógico da

escola e com o trabalho integrado entre os membros da escola, possibilitando um

melhor comprometimento da sua ação. Pois se o orientador está inserido com o

trabalho pedagógico da escola, ele vai conseguir atingir os objetivos propostos a

partir de uma metodologia coerente e realidade existente.

É nesta visão que a Orientação Educacional, enquanto prática transformadora,

busca o trabalho conjunto, em que todos os profissionais têm uma contribuição a

oferecer em sua especificidade de ação, onde o orientador tem o compromisso de

buscar elementos / atividades que propiciem debates sobre questões que direta ou

indiretamente dizem respeito ao aluno, a família, ao processo ensino-aprendizagem

e a comunidade escolar, com o propósito de contribuir para a reflexão-ação da

prática do orientador.

Esta monografia pretendeu-se responder ao seguinte problema: Porque é tão

difícil praticar a ação do Orientador Educacional dentro do espaço escolar? Para

tanto a hipótese vêm a responder que o próprio sistema educacional delimita nossa

ação, porque ele “molda” nós profissionais do ensino, fazendo com que o nosso

trabalho siga uma hierarquia de poder. Muita das vezes nós também nos

descansamos e omitimos nossa própria ação pedagógica. Portanto, o compromisso

e a responsabilidade de enfrentar as dificuldades são os principais fatores para

solucionar os conflitos.

Todavia, a hipótese segue verdadeira quando no primeiro capítulo nos diz que

muitos são os problemas, as contradições e desafios a cumprir, onde uma das

questões está vinculada ao distanciamento do fazer escolar para com a ação do

orientador, porque muitas das vezes não são repassados assuntos para o orientador

deixando-o neutro nas discussões. Para que o mesmo possa compartilhar das

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discussões e decisões, a equipe gestora precisa dar-lhe condições, apoio e troca de

informações, possibilitando um trabalho coletivo. Todos esses esforços se reduzem a

uma educação de qualidade para o aluno e ao tipo de prática pedagógica que

queremos favorecer.

É a partir dessa nova perspectiva de ação que o Orientador Educacional está

presente, a fim de estar comprometido com o seu papel no âmbito escolar. Assim

nosso papel desloca-se dos alunos-problemas e amplia-se para os problemas dos

alunos, onde o orientador é o mediador entre a realidade de vida e a realidade

escolar do aluno, refletindo, analisando e interferindo neste processo pedagógico.

Portanto, enquanto o Orientador estiver integrado com seus fazeres e articulado com

a realização das atividades na escola, sua ação não vai estar mais fragmentada ou

defasada.

Esta pesquisa tem o objetivo de fazer novos estudos mais aprofundados sobre

este trabalho monográfico sobre: 1) A formação do Orientador Educacional, no que

diz respeito a sua formação acadêmica tendo uma base teórica / prática satisfatória.

2) A organização do currículo, visando a reforma do ensino através dos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs) adotados para as quatro primeiras séries do Ensino

Fundamental e que não são utilizados pelos profissionais, pois se queremos

transformar o indivíduo e formar o educando para a cidadania, esse seria também o

ponto primordial. 3) Como o Orientador Educacional pode trabalhar a valorização da

formação dos professores, visando a formação continuada.

Esperamos ter concluído com êxito este trabalho, na intenção de chamar a

atenção para os profissionais da educação, principalmente ao Orientador

Educacional, que para um trabalho pedagógico seguir uma linha de

comprometimento e qualidade é necessário que todos os atores sociais assumam

suas responsabilidades e interesses como agente de mudança e que a prática

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pedagógica esteja sendo conduzida para a transformação dos indivíduos, pois é

nessa busca que as escolas públicas precisam estar inseridas.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Paulo: Abril, Ponto de Vista, p.21, 14 Julho – 1999.

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GRINSPUN, Mirian Paura S. Zippin. A orientação educacional: conflito de

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5ª edição, 2003.

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HAIDT, R.C.C. Curso de Didática Geral. São Paulo: Ática, 1995.

KRAMER, Sônia. (orgs). Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular para

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LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: A pedagogia crítico-

social dos conteúdos. São Paulo: Edições Loyola – 21ª edição – Coleção Educar 1,

2006.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. Goiânia:

Editora Alternativa, 2001.

PINTO, César Augusto; OLIVEIRA, Ronaldo Portela de. (orgs). Gestão,

Financiamento e Direito à Educação: análise da LDB e da Constituição Federal. São

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REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: Uma perspectiva histórico cultural da educação.

Petrópolis, RJ: Vozes – 14ª edição, 2002.

SOARES, Magda. Linguagem e Escola – Uma perspectiva social. São Paulo: Ática –

17ª edição, 2000.

VASCONCELLOS, Celso. Construção do conhecimento. São Paulo: Libertad, 2000.

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ANEXO

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ÍNDICE

CAPA ------------------------------------------------------------------------------------------------ 1

FOLHA DE ROSTO ------------------------------------------------------------------------------ 2

DEDICATÓRIA------------------------------------------------------------------------------------- 3

AGRADECIMENTO ------------------------------------------------------------------------------ 4

EPÍGRAFE ----------------------------------------------------------------------------------------- 5

RESUMO ------------------------------------------------------------------------------------------- 6

ABSTRACT ---------------------------------------------------------------------------------------- 7

SUMÁRIO ------------------------------------------------------------------------------------------ 8

INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------ 9

1. A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NA PERSPECTIVA DE UM TRABALHO

INTEGRADO ENTRE OS MEMBROS DA ESCOLA ----------------------------------- 12

1.1. Orientação Educacional e Supervisão Educacional: uma ação

Integradora ---------------------------------------------------------------------------------------- 19

2. O PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM ENTRE PROFESSOR-ALUNO

NA VISÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ----------------------------------------- 24

3. A MUDANÇA DO FAZER DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ------------------ 31

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3.1. O papel do Orientador Educacional frente às Tendências Pedagógicas:

mudar ou fazer acontecer? ------------------------------------------------------------------- 34

CONCLUSÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 40

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA -------------------------------------------------------------- 43

ANEXO ----------------------------------------------------------------------------------------------- 45

ÍNDICE ----------------------------------------------------------------------------------------------- 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO ------------------------------------------------------------------------ 50

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Priscilla Andrade da Costa – Matrícula n° 200419, matriculada no curso

de Pós – Graduação “Lato Sensu” na Universidade Candido Mendes – Instituto

A Vez do Mestre produziu a monografia de título: À DISTÂNCIA ENTRE O

FAZER DO ORIENTADOR EDUCACIONAL E DOS ATORES SOCIAIS DA

ESCOLA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Avaliação: ________________________________