faculdade educacional da lapa...experiência em ensino básico e superior. trabalha como orientador...

24
1 Estudante de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional, pela Faculdade Educacional da Lapa, São José do Rio Preto/SP (2018). Especialista em Gestão e Supervisão escolar, pela Faculdade de Teologia e Ciências de Votuporanga/SP (2016). Licenciado em Pedagogia, pela Universidade Paulista/SP (2014). Professor da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, na Prefeitura Municipal de Nhandeara/SP. 2 Doutor em Língua Portuguesa, pela PUCSP (2017). Mestre em Comunicação e Linguagens, pela Universidade Tuiuti do Paraná (2007). Especialista em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa, pela UFPR (2000). Especialista em Metodologia do Ensino de Primeiro Grau, pelas Faculdades Positivo (1998). Graduado em Letras, pela Universidade Tuiuti do Paraná (1985). Tem experiência em Ensino Básico e Superior. Trabalha como orientador de TCC, na modalidade Ead, na Faculdade Educacional da Lapa (FAEL). FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA EDUCAÇÃO ESPECIAL: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL BUZETTI, Renan Araújo 1 ANDRADE, Valter Zotto de 2 RESUMO A educação inclusiva atende todas as pessoas com necessidades educacionais especiais perpassando por todas as modalidades de ensino. Neste aspecto, a deficiência intelectual tem sido uma grande dificuldade para o sistema educacional, já que a maneira que o aluno aprende é de forma diferente do que a prevista pela escola. Assim surge então o atendimento Educacional Especializado, com respaldo em leis para atender esses alunos com necessidades educacionais especiais em aspectos diferentes do conteúdo escolar propiciando a superação de barreiras e de seus limites intelectuais. Então, surge no Brasil a educação inclusiva com objetivo de assegurar a matricula de todas as crianças portadoras ou não portadoras de necessidades especiais, no ensino regular [e] rompendo com estereótipos e preconceitos, que envolvam a exclusão escolar da criança que possui algum tipo de deficiência. O presente estudo, de caráter qualitativo e exploratório, pretende discutir as possibilidades de intervenção no processo de ensino aprendizagem da criança portadora de deficiência intelectual e apresentar como ocorre o processo de ensino aprendizagem da criança portadora de deficiência intelectual, abordando possibilidades e/ou intervenções em sócio escolar. O documento também objetiva reavaliar os conceitos apresentados ou reafirma-los, acerca dos princípios e estratégias de intervenção diante de problemas de aprendizagem do aluno/criança, segundo perspectiva crítica no contexto escolar Palavras-chave: inclusão, ensino, educação, atendimento educacional.

Upload: others

Post on 02-Feb-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 1 Estudante de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional, pela Faculdade Educacional da Lapa, São José do Rio Preto/SP (2018). Especialista em Gestão e Supervisão escolar, pela Faculdade de Teologia e Ciências de Votuporanga/SP (2016). Licenciado em Pedagogia, pela Universidade Paulista/SP (2014). Professor da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, na Prefeitura Municipal de Nhandeara/SP.

    2 Doutor em Língua Portuguesa, pela PUCSP (2017). Mestre em Comunicação e Linguagens, pela Universidade Tuiuti do Paraná (2007). Especialista em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa, pela UFPR (2000). Especialista em Metodologia do Ensino de Primeiro Grau, pelas Faculdades Positivo (1998). Graduado em Letras, pela Universidade Tuiuti do Paraná (1985). Tem experiência em Ensino Básico e Superior. Trabalha como orientador de TCC, na modalidade Ead, na Faculdade Educacional da Lapa (FAEL).

    FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA

    EDUCAÇÃO ESPECIAL: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

    BUZETTI, Renan Araújo 1

    ANDRADE, Valter Zotto de 2

    RESUMO

    A educação inclusiva atende todas as pessoas com necessidades educacionais especiais

    perpassando por todas as modalidades de ensino. Neste aspecto, a deficiência intelectual

    tem sido uma grande dificuldade para o sistema educacional, já que a maneira que o aluno

    aprende é de forma diferente do que a prevista pela escola. Assim surge então o

    atendimento Educacional Especializado, com respaldo em leis para atender esses alunos

    com necessidades educacionais especiais em aspectos diferentes do conteúdo escolar

    propiciando a superação de barreiras e de seus limites intelectuais. Então, surge no Brasil a

    educação inclusiva com objetivo de assegurar a matricula de todas as crianças portadoras

    ou não portadoras de necessidades especiais, no ensino regular [e] rompendo com

    estereótipos e preconceitos, que envolvam a exclusão escolar da criança que possui algum

    tipo de deficiência. O presente estudo, de caráter qualitativo e exploratório, pretende discutir

    as possibilidades de intervenção no processo de ensino aprendizagem da criança portadora

    de deficiência intelectual e apresentar como ocorre o processo de ensino aprendizagem da

    criança portadora de deficiência intelectual, abordando possibilidades e/ou intervenções em

    sócio escolar. O documento também objetiva reavaliar os conceitos apresentados ou

    reafirma-los, acerca dos princípios e estratégias de intervenção diante de problemas de

    aprendizagem do aluno/criança, segundo perspectiva crítica no contexto escolar

    Palavras-chave: inclusão, ensino, educação, atendimento educacional.

  • INTRODUÇÃO

    A discussão sobre Educação Especial e Inclusiva é de grande importância em nossa

    sociedade, estamos vivendo em uma época na qual a garantia ao direito à participação

    social e cultural de cada pessoa, o respeito a diversidade e suas características (sejam elas

    étnicas, socioeconômicas, de gênero, religiosas, físicas e psicológicas), têm surgido como

    uma questão ética, promovendo a reivindicação por uma sociedade igualitária e mais justa.

    Nesse sentido, a temática da Educação Especial e Inclusiva traz, como pressuposto, o

    conceito de uma sociedade que considera, acolhe e aceita a diversidade humana, em

    diferentes tipos de atividades e nos diversos grupos de relacionamentos, com objetivo de

    estruturar as escolas para atender às necessidades de cada criança/aluno, dos privilegiados

    aos marginalizados, das maiorias às minorias.

    No Brasil as escolas enfrentam um novo e antigo desafio: incluir no ensino regular

    todas as crianças/alunos, com suas semelhanças e diferenças físicas e sociais,

    possibilitando assim, o desenvolvimento integral do sujeito. Porém, sabemos que na prática

    o termo incluir tem se constituído numa difícil tarefa no processo de inclusão, tanto para os

    professores quanto para as instituições escolares, uma vez que há a ausência de vários

    recursos: formação acadêmica adequada aos professores, material pedagógico que atenda

    às necessidades de alunos e professores, infraestrutura escolar, equipe multiprofissional e

    apoio de entidades e até mesmo da União, para a construção um fazer pedagógico de

    qualidade.

    Para a abordagem deste artigo, optamos como linha de pesquisa a Inclusão do

    Aluno com Deficiência Intelectual na rede regular de ensino, que se dará através de

    pesquisa bibliográfica, tecendo: as características e dificuldades encontradas por alunos,

    sociedade e instituições escolares em geral; como acontece sua aprendizagem e às

    possibilidades de intervenção no processo de ensino aprendizagem, propiciando a

    discussão de aspectos étnicos, políticos e educacionais da inclusão já publicados, tendo

    como suporte teórico obras de Gonzáles, Souza, Almeida entre outros…

    1 EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA NO CENÁRIO BRASILEIRO

    1.1 INCLUSÃO ESCOLAR: DEFINIÇÃO

    Para que possamos melhor compreender o termo educação inclusiva e suas

    perspectivas sócio históricas ao longo do tempo em nosso país, se faz necessário

    inicialmente apresentar o conceito de inclusão que é: “incluir as crianças deficientes no

  • ensino regular rompendo preconceitos e estereótipos que envolvam a exclusão escolar de

    crianças com algum tipo de deficiência”. (EDUCAÇÃO... 2000). Na concepção de MRECH

    (1999), a inclusão é um processo que precisa ser constantemente revisto para não recair

    nos mecanismos de exclusão por ser um movimento que objetiva uma educação mesmos

    estigmadora.

    O primeiro olhar acerca do assunto ocorreu em 1968, onde a Inclusão escolar foi

    então sugerida pela Unesco, porém se concretizando apenas em 1986, nos EUA,

    quando crianças com deficiências leves e moderadas foram inseridas nas classes regulares de ensino. Pais, professores, especialistas e instituições trabalharam contra todos os tipos de preconceito para que a educação inclusiva pudesse atingir cerca de 5,8 milhões de deficientes americanos, em todos os níveis de ensino. No Brasil, graças as intervenções do MEC, já existem escolas que realizam o mesmo trabalho, apesar dos preconceitos de muitos profissionais que [afirmam que] as crianças devem ser separadas das demais e colocadas em classes ou escolas especiais [...] os estereótipos relacionados aos deficientes são muito fortes, contribuindo para a exclusão social e escolar (EDUCAÇÃO..., 2000).

    No que se diz a respeito à Inclusão escolar no Brasil, podemos citar a Lei, nº 9.394

    de 20 de dezembro de 1996, artigo 4º, parágrafo 3º, onde estabelece:

    Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino; (LDB nº 9.394/96).

    A publicação desta Lei foi um fato histórico, conquistada após várias discussões

    sobre o tema, pois ela se tornou um instrumento importante para garantir a inclusão escolar,

    delineando a educação especial em suas particularidades no atendimento nas áreas:

    deficiência física, auditiva, intelectual e visual, bem como de transtornos globais do

    desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Assim, a lei se tornou um instrumento de

    garantia a inclusão, tendo como base três aspectos norteadores, são eles: alunos com

    necessidades especiais [são aqueles que possuem necessidades inerente a dos outros em

    aprendizagens curriculares compatíveis com suas idades] que devido a esta particularidade,

    esses educandos necessitam de recursos e metodologias próprias de aprendizagem; os

    efeitos da Lei nº 9.394/96 [entende-se que educação especial é a modalidade de educação

    escolar oferecida preferencialmente na rede de ensino regular] para alunos com

    necessidades especiais; e o acesso do educando a professores com especialização

    adequada em nível médio ou superior capacitados para a integração dos alunos nas classes

    comuns.

  • 1.2 EDUCAÇÃO ESPECIAL: DEFINIÇÕES E PARADIGMAS.

    Entende-se por educação especial com base na LDB nº9.394/96, a modalidade de

    educação oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com

    necessidades especiais. Alunos com necessidades especiais são aqueles que possuem

    necessidades incomuns, portanto, diferentes no que se diz respeito a aprendizagem

    curricular compatível com sua idade. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da

    Educação Nacional (BRASIL, 1996), o aluno de educação especial pode ser classificado

    como:

    ➢ portadores de deficiência: alunos que apresentam deficiência mental, física,

    auditiva, visual ou múltipla;

    ➢ portadores de condutas típicas: alunos com comportamentos típicos de portadores

    de síndromes e quadros psicológicos ou psiquiátricos com repercussão sobre o

    desenvolvimento social;

    ➢ crianças de alto risco: alunos que tem o desenvolvimento fragilizado em

    decorrência de fatores como gestação inadequada, alimentação impropria,

    nascimento prematuro etc.;

    ➢ portadores de altas habilidades: alunos que apresentam elevada potencialidade

    intelectual, aptidão acadêmica específica, capacidade psicomotora elevada com lata

    performance de liderança.

    Em razão desta particularidade estes educandos necessitam de recursos

    pedagógicos e metodológicos próprios. Para tanto, é necessário professores com

    especialização adequada de nível médio e/ou superior, para atendimento especializado,

    bem como o acompanhamento com psicopedagogos capacitados para a integração dos

    educandos nas classes comuns.

    Já fora do Brasil, um dos principais movimentos a favor da inclusão direcionado a

    Educação Especial foi a Declaração de Salamanca, realizada em 1994 na Espanha, através

    da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais especiais.

    [...]1. Nós, os delegados da Conferência Mundial de Educação Especial, representando 88 governos e 25 organizações internacionais em assembleia aqui em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994, reafirmamos o nosso compromisso para com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência do providenciamento de educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e reendossamos a Estrutura de Ação em Educação Especial, em que, pelo espírito de cujas provisões e recomendações governo e organizações sejam guiados. 2. Acreditamos e Proclamamos que: toda criança tem direito fundamental à educação, e deve

  • ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem, • toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas; sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades; aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades; escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas proveem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional [...] (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994).

    Apesar de o Brasil não ter participado, esse documento influenciou fortemente a

    política e a gestão da educação em nosso país. Essa declaração originou em significativas

    mudanças na concepção da educação e na compreensão da escola como função social que

    exerce sobre a sociedade contemporânea no cenário brasileiro. Com isso a LDB nº9.394/96,

    o Plano Nacional de Educação – Lei nº 10.172/01 e as Diretrizes Nacionais para a Educação

    Especial na Educação Básica – Resolução CNE/SEB nº 02/01, incorporaram os conceitos e

    as orientações da Declaração de Salamanca. Principais orientações dessa declaração

    (BRASIL, 1994): a necessidade em caráter de urgência de novas ideias acerca das

    necessidades especiais; flexibilidade dos programas de estudos como; gestão escolar, a

    produção de informação e pesquisa, capacitação do docente e oferta de serviços de apoio;

    melhor gerenciamento de recursos para a construção de escolas inclusivas; maior

    participação da comunidade escolar, tanto quanto interna e externa.

    Diante desses pressupostos, os sistemas de ensino foram pressionados a rever

    muitos de seus conceitos que dão sustentação ao atendimento educacional a criança com

    deficiência. A educação especial, refere-se a todas as necessidades que provem da

    dificuldade de aprendizagem. Assim, cabe a escola encontrar a melhor maneira de educar

    com êxito, todos as crianças e jovens, incluindo todos aqueles que possuem severas

    desvantagens.

    Desta forma, pode-se afirmar que o maior desafio dos sistemas de ensino é a

    construção de uma escola diferente da de hoje, ou seja, a escola de se constituir em um

    espaço mais acolhedor e menos segregativo, onde promova sua adaptação às

    necessidades dos alunos, reconhecendo as possibilidades de desenvolvimento e

    aprendizagem de cada educando, em vez das limitações que encontram em muitas escolas

    públicas na rede regular de ensino.

  • Reconhecer e valorizar a diferença deve ser os pontos de partida e de chegada para construir uma base político-pedagógica que garanta uma educação na e para diversidade. Para isso, faz necessário dentre outras tantas mudanças, redimensionar as estruturas e dinâmica dos sistemas de ensino, visando a construção de uma escola que complete e compreenda as diferentes formas de ser, fazer, aprender e conviver que se manifestam no contexto escolar como a própria manifestação da diversidade humana. (SOUZA, 2013).

    Neste caso, não se trata de buscar estereótipos e/ou pertencimentos cultural para

    caracterizar indivíduos e coletividades com subjeção a integra-los a cultura vigente, mas sim

    compreender de forma concisa a cultura e diversidade como desafio a cultura hegemônica,

    como forma de combater o preconceito e rejeição dos educandos.

    2 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL

    Os atendimentos oferecidos as pessoas com deficiência ao longa da história, foram

    classificados por estudiosos do tema como; paradigmas. Segundo Aranha (2005),

    paradigma é o conjunto de ideias, valores e ações que contextualizam as relações sociais

    no sentido restrito, da Educação Especial e daqueles que possuem alguma deficiência.

    A Educação especial brasileira, passou por três paradigmas distintos. O Paradigma

    da Institucionalização, O Paradigma de Serviços e o Paradigma de Suportes. Assim, cada

    um destes veio acompanhado por medidas legais a uma visão de deficiência evidenciada

    pela percepção da sociedade e dos serviços oferecidos a estas pessoas.

    De acordo com Gonzáles (2002), todos os enfoques existem atualmente. Nenhum

    deles foi superado. Todos estão presentes nas pesquisas e nas ações e/ou práticas

    educativas dos profissionais. Porém vale lembrar que embora sejam estabelecidos estes

    três momentos na educação especial brasileira, nenhum dele foi superado e ainda

    vivenciamos a coexistência desses três tipos de atendimentos as pessoas com

    necessidades educacionais especiais.

    Por volta de 1800, o Brasil era um país totalmente agrário e grande maioria das

    pessoas viviam no campo cuidando das lavouras. Nesta época quase não havia escolas, e

    as que existiam eram somente frequentadas pelos filhos dos fazendeiros. Os deficientes que

    não tinham deformidades físicas aparentes, viviam juntos de sua família e em sua maioria

    trabalhavam em serviços manuais. “Na sociedade ainda pouco urbanizada, apoiada no

    rural, primitivamente, provavelmente poucos fossem considerados deficientes; havia lugar,

  • havia alguma tarefa que muitos deles executassem[...]” (JANNUZZI, 2004, p.16). A seguir,

    apresentarei os principais enfoques desses paradigmas.

    2.1 PARADIGMAS DA INSTITUCIONALIZAÇÃO

    Em 1824 surge a primeira constituição Brasileira. Segundo Horta (1998), este ato

    garantia a gratuidade da educação primária a todos, porém, não garantia legalmente que a

    educação seja considerada um direito obrigatório a todo e qualquer cidadão. Esta mesma

    Constituição não se posicionava em relação ao tipo de educação oferecido, privando as

    pessoas com deficiências de acesso a ensino. Já em 1827 entra em vigor uma nova

    constituição, que passou a determinar a criação de escolas de primeiras letras em todas as

    cidades do país. Em 1834 um Ato adicional a Constituição, transfere para as províncias a

    competência de legislação sobre a escolas.

    Assim será na legislação provincial ou na legislação educacional destinada a vigorar no Município Neutro que se encontrará a reafirmação da gratuidade escolar, a qual virá se acrescentar a definição da obrigatoriedade escolar, entendida como obrigação de frequência à escola primária, com previsão de penalidades e multas a serem aplicadas aos pais ou responsáveis que não matriculassem nela os seus filhos, dentro da faixa etária prevista, em geral dos sete aos doze ou catorze anos de idade. (HORTA, 1998, P.11)

    No Período Imperial, a não oferta de educação primária a todos foi marcante à

    sociedade. No entanto, no que se refere a educação especial naquela época destaca-se

    duas iniciativas que marcaram uma mudança de postura diante as pessoas com

    deficiências, uma vez que passaram da condição de excluídas de qualquer direito

    socioeducativo para uma situação que era marcada pela possibilidade de atendimento

    segregado oferecidos em locais criados para só atender a demanda.

    Diante deste processo, surge o Movimento de Institucionalização no Brasil, marcado

    pela criação do Imperial Instituto de Meninos Cegos em 1854 (hoje conhecido como Instituto

    Benjamin Constant - IBC) e pela instalação do Instituto dos Surdos-Mudos (atualmente

    chamado de Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES). A soberania desses dois

    institutos marca o acesso à Educação Especial, devido a aristocracia rural que era muito

    presente na criação e manutenção.

    [...] enquanto a educação popular permanecia sob a responsabilidade das províncias desde o Ato Adicional de 1834, o governo da Corte, numa sociedade agraria, iletrada, assumia educar uma minoria de cegos e surdos, movido, provavelmente, por forças ligadas ao poder político, sensibilizadas

  • com esse alunado por diversos motivos, inclusive vínculos familiares. (JANNUZZI, 2004, P. 7)

    A partir desses avanços, o número de institutos destinados aos cuidados das

    pessoas com deficiência começa a aumentar, porém estes não eram financiados pelo

    governo, então as pessoas com deficiências eram encaminhadas a instituições que na

    maioria das vezes eram voltadas para o atendimento clínico e não educacional.

    Dessa forma, essas iniciativas por melhor que fossem, nos mostram que

    historicamente a educação oferecida as pessoas com deficiências não eram tratadas com

    seriedade. As iniciativas do governo eram irrisórias, ficando a cargo da sociedade a

    organização em oferecer um atendimento mínimo a essas pessoas, agravando-se mais

    quando a pessoa com deficiência pertencia a classe trabalhadora, pois o acesso aos

    serviços de reabilitação estava sujeito a caridade. Diante dessa situação, a educação a

    pessoas com deficiências, no paradigma da institucionalização, estava ligada a caridade

    filantrópica, vistos que historicamente mesmo defendida pelo governo e relações

    financeiras, atendimento era gradativo a essas pessoas em instituições filantrópicas.

    De acordo com Aranha (2005), a retirada das pessoas com deficiência do convívio

    social e comunitário, inserindo-as em instituições segregadas situadas longe de suas

    famílias, foi a principal característica do paradigma de institucionalização. Segundo

    (OMOTE, 1999; ARANHA, 2005; JANNUZZI, 2009), esse paradigma foi muito criticado nas

    décadas de 1960 e 1970, abrindo um novo paradigma na história da Educação Especial

    Brasileira, denominado Paradigma de Serviços.

    2.2 PARADIGMAS DE SERVIÇOS

    Nas décadas de 60 e 70, inicia-se um movimento como objetivo de tirar as pessoas

    com deficiências das instituições, pois o convívio social com seus pares era praticamente

    impossível. Esse movimento de paradigma ocorreu devido a modificações legais ocorridas

    com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1961(LDB

    4.024/61), também pela LDB 5.692/71 e pela criação do Cenesp (Centro Nacional de

    Educação Especial) em 1973.

    Da Educação de Excepcionais; Art. 88. A educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade. Art. 89. Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos estaduais de educação, e relativa à educação de excepcionais, receberá dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudo, empréstimos e subvenções. (LDB 4.024/61).

  • Diante do exposto, o Paradigma de Serviços partiu de novas preposições, as

    pessoas com deficiência precisavam ser preparadas, para depois fossem lhe garantido o

    acesso e convívio a sociedade. Ele defende a integração progressiva das pessoas com

    deficiências na vida em comunidade, junto as pessoas consideradas normais, mas para que

    isso ocorresse, era necessário um trabalho conjunto entre instancias administrativas que

    regulavam o sistema regula de ensino.

    Ainda, segundo Bueno (1993) as pessoas com deficiência que ficavam em

    instituições/classes especiais pertenciam em sua maioria as camadas sociais menos

    favorecidas.

    O Paradigma de Serviços surge com maior intensidade somente a partir de 1970,

    com base nas determinações legais que estabeleciam princípios e ações voltados a

    educação de pessoas deficientes. Foram muitas as críticas a este paradigma, destaca-se ao

    que se diz, a respeito o que próprio defendia: é impossível conseguir tratar deficiência ou até

    mesmo cura-las, quando se tinha como parâmetros os aspectos clínicos. O que se podia

    fazer era trabalhar com essas pessoas de modo a fazer elas se tornarem mais

    independentes, porém a deficiência sempre existirá. Assim a escola se apropriava de laudos

    médicos, a fim de que lhe servisse de suporte para que a escola pudesse encaminhar a

    criança ao tipo de atendimento pedagógico que lhe atendia, tendo como consequência a

    segregação das mesmas em classes especiais fazendo com que não chegassem as classes

    regulares de ensino.

    Apesar dos problemas encontrados nos princípios defendidos pelo paradigma de

    serviços, seus objetivos também não lograram êxito, como tem ocorrido historicamente na

    prática educacional no Brasil. Isso se deve que as crianças matriculadas em classes

    especiais não conseguiam chegar até a classe regular, mantendo-se na sala especial por

    vários anos e, portanto, continuavam segregadas.

    Os dados relativos a 1987 mostram que, nos estabelecimentos de ensino regular, cuja maioria, sem dúvida, pertence à rede pública estadual, contava-se com 94 classes comuns com deficientes e com 915 classes especiais (BRASIL1989, P.22 apaud BUENO, 1993, P.22). Se partimos do princípio de que em cada classe comum deve existir um ou, no máximo, dois deficientes, veremos que havia, em 1987, pouco mais de uma centena de deficientes inseridos em classes comuns da rede regular. Por outro lado, se calcularmos que cada classe especial deve ter, em média, dez alunos, o número de deficientes incluídos em formas segregadas de ensino, dentro da escola regular, deveria chegar próximo a 10 mil, isto é, apenas 1% dos deficientes estava integrado no ensino regular, naquele ano, em nosso Estado (BUENO, 1993, P.133).

  • Devido as críticas surge um novo movimento na área da educação especial: o

    paradigma de Suporte, sendo resultado de um processo econômico, político e social

    envolvendo assuntos educacionais no princípio da Inclusão.

    2.3 PARADIGMAS DE SUPORTE

    Os paradigmas de suporte surgem com a nova visão do que se refere aos

    princípios de inclusão, onde o aluno não precisa se adaptar à escola, mas sim a

    unidade escolar que deve se adaptar as necessidades do aluno, inclusive daqueles

    possuem deficiências físicas que limitem seu acesso a instituição, porque é de

    direito desenvolver suas potencialidades e atividades cognitivas no processo de

    aprendizagem e desenvolvimento pessoal.

    Atualmente, as ´políticas educacionais defendem o princípio de inclusão, segundo qual o aluno deve ser inserido no meio social independentemente de suas limitações. É pautado pela igualdade, que só poderá ser assegurada em uma sociedade democrática que reconheça e respeite a diversidade, ajustando-se, modificando-se e fornecendo os suportes necessários para que todos tenham acesso a vida em comunidade. (SOUZA et al, P.25, 2013).

    Desta forma, ato de inserir uma pessoa com necessidades especiais em uma escola

    regular não garante que a mesma seja inclusiva. Somente será como tal, quando atender

    com qualidade as necessidades de cada estudante. A escola precisa garantir o acesso do

    estudante à educação pautada na diversidade no âmbito da aprendizagem.

    Em uma escola inclusiva, o aluno é o sujeito central. Todas as propostas e reflexões devem estar direcionadas para garantir o desenvolvimento do educando. Para isso a unidade escolar precisa estabelecer e defender uma só meta: assegurar uma escola que garanta o desenvolvimento e a formação de pessoas que compreendam a realidade hegemônica defendida pelas classes dominantes e que lutem por seus direitos, indo contra os processos de alienação e reivindicando espaços de poder. (SOUZA et al, P.26, 2013).

    Porém, para que uma escola se torne inclusiva, é necessário incentivar e priorizar a

    capacitação de toda equipe escolar para lidar com as diferenças socioculturais, aquisição de

    materiais pedagógicos adequados as necessidades dos alunos, identificar e tratar

    problemas estruturais do prédio escolar, para que todos tenham acesso a unidade escolar,

    além da elaboração de Projetos Político-Pedagógico que atenda a todos os alunos

    portadores de deficiências.

  • 2.4 PARADIGMA DA INCLUSÃO

    As necessidades e intervenções são muitas e devem ser realizadas junto às pessoas

    com deficiência. Para que aconteça é necessário que as várias instâncias – a municipal, a

    estadual e a federal se unam a um só proposito: incluir, ou seja, garantir o atendimento com

    qualidade às pessoas com necessidades especiais.

    Para que ocorra a mudança de postura e atitude diante dessa problemática, é

    preciso inicialmente, garantir através de legislações a organização e estruturação

    adequadas ao atendimento das necessidades de todos, uma vez que, sem elas, as

    possibilidades de reformulações e reorganizações que atendam às necessidades nem serão

    buscadas.

    A Constituição de 1988 assegura o direito de todos terem acesso à educação e

    estabelece, no artigo 205, que está é “direito de todos e dever do Estado e da família”

    (BRASIL, 1988), no artigo 208 define que “o dever do Estado com a educação será

    efetivado mediante a garantia de: atendimento educacional especializado aos portadores de

    deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1988).

    A Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades

    Básicas de Aprendizagem, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, é um acordo em

    que os países‑membros, entre eles o Brasil, assumem o compromisso de universalizar o

    acesso à educação e promover a equidade, estendendo-se também às pessoas com

    necessidades especiais. Esta recomenda, em seu artigo 3º, que “é preciso tomar medidas

    que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de

    deficiência, como parte integrante do sistema educacional” (UNESCO, 1990).

    A LDB nº 9.394/96, reafirma o atendimento das pessoas com deficiência

    preferencialmente na rede regular de ensino, garante a oferta de Educação Especial durante

    a Educação Infantil e oferece o atendimento em classes, escolas ou serviços

    especializados, quando não for possível sua integração em classes comuns.

    No entanto, o conceito de pessoa com necessidades educacionais especiais só foi

    definido nas Resolução CNE/CEB nº 2/2001, que institui novas diretrizes nacionais para a

    Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001) e estabelece:

    Entende‑se por necessidade educacional especial toda pessoa que tenha uma defasagem em relação ao currículo, que pode estar vinculada a causas orgânicas como disfunções, limitações e deficiências; a causas não vinculadas à função orgânica; a dificuldades de comunicação e sinalização que demandarão a utilização de linguagens e códigos próprios e a altas habilidades (BRASIL, 2001).

  • A Resolução CNE/CEB nº 2/2001, em seu artigo 5º, define que educandos com

    necessidades educacionais especiais são os que, durante o processo educacional,

    apresentam:

    I – dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica; b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências. II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis; III – altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes (BRASIL,2001).

    Já Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009, estabelece as diretrizes

    operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica. Segundo

    essa Resolução, os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

    habilidades/superdotação devem ser matriculados nas classes comuns do ensino regular e

    no Atendimento Educacional Especializado (AEE) da rede pública, ou em instituições

    comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.

    Art. 4º Para fins destas Diretrizes, considera‑se público-alvo do AEE: I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial. II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem‑se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade (BRASIL, 2009).

    Como podemos observar, a criação de novas leis e resoluções contribuíram muito no

    desenvolvimento dos paradigmas da inclusão, trouxe consigo novos ares com possibilidades

    de mudanças.

    3 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE)

    3.1 O ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

  • Na literatura atual, não há um consenso em relação a definição de deficiência

    intelectual. Os alunos que apresentam um baixo nível intelectual, podem ser classificados

    como deficientes mentais ou retardados mentais, também podendo variar a designação a

    partir do quociente intelectual (QI) ou da idade mental (IM).

    Na França, mais precisamente no século XX, Alfred Binet elaborou testes de

    inteligência com o objetivo de avaliar a QI das crianças francesas em idade escolar, e com

    isso, encontrar alunos que não fossem capazes de responder aos estímulos de seu

    programa escolar. Dessa forma, ele pôde classificar as crianças deficientes mentais pelo QI

    em quatro categorias, sendo elas: idiota, imbecil, débil e retardada.

    O conceito e os procedimentos utilizados para a classificação da deficiência mental

    sofrem mudanças devido ao fator adaptabilidade, que se refere aos fatores externos da

    criança, consistindo no ambiente em que o sujeito se desenvolve. Assim, caso um

    determinado ambiente gere mais condições que outro, podemos ter uma criança deficiente

    intelectual em uma determinada comunidade, mas não em outra, como; na escola, mas não

    no ambiente que foi criada; durante uma época da vida, mas não em outra.

    Como visto, embora haja controvérsias sobre a possibilidade de modificação do

    desenvolvimento intelectual, a maioria do autores que elaboraram estudos a cerca dessa

    temática, concordam que o comportamento adaptador das crianças com deficiência

    intelectual, podem ser influenciadas por treinamentos, ou seja, em outras circunstâncias, é

    possível minimizar a deficiência intelectual e por si até mesmo a incapacidade educacional

    do sujeito, através de uma programação educacional no ambiente social em que vive.

    3.1.1 Classificação e grau de dificuldade

    A perda da capacidade mental é uma das maiores consequências da deficiência

    intelectual, e só os testes de inteligência que irão determinar os seus graus. Porém é

    importante salientar que o diagnóstico da deficiência intelectual, é extremamente complexo,

    assim não pode ser reduzido a um número expresso em QI.

    David Wechsler elaborou escalas que permitem avaliar de forma contingente a

    inteligência a partir do escore do QI, considerando 100 (cem) a média distribuição; acima de

    100 estão os superdotados e abaixo desse valor estão os infradotados, como sugere a

    tabela a seguir, com a classificação:

    Tabela 1 – Classificação da inteligência de acordo com a Escala Wechsler

  • QI CLASSIFICAÇÃO

    130 e > Muito superior

    120-129 Superior

    110-119 Normal alto

    90-109 Normal

    80-89 Normal baixo

    70-79 Fronteiriço ou borderline

    55-69 Deficiência Mental Leve

    40-54 Deficiência mental moderada

    25-39 Deficiência mental severa

  • Tabela 3 – Graus de severidade da Deficiência Mental e os diferentes níveis operacionais de

    Piaget

    DMP Idiota Sensório-Motor

    DMG Imbecil Pré-operacional

    DMM Débil Operações concretas

    DML Retardado Operações formais com atraso.

    Classificação do funcionamento da deficiência intelectual de acordo com DSM-IV

    (2002):

    ➢ Deficientes mentais leves: correspondem a 85% de toda população com

    Deficiência mental; são conhecidos como educáveis e na infância

    desenvolvem habilidades sociais e de comunicação. Estes possuem poucas

    dificuldades sensória-motoras, muitas vezes não são diferenciados das

    demais crianças e conseguem atingir até ao sétimo ano do ensino

    fundamental.

    ➢ Deficientes mentais moderados: correspondem a 10% de toda a população

    deficiente mental: são conhecidos como treináveis, pois durante a infância

    podem aprender a falar e comunicar-se, porem dificilmente passarão do

    Terceiro Ano do Ensino Fundamental.

    ➢ Deficientes mentais graves: correspondem de 3% a 4% da população

    afetada pela deficiência mental. Apresentam dificuldades no desenvolvimento

    sensório-motor; a comunicação por meio da linguagem, a compreensão e a

    expressão serão muito pequenas. Durante a primeira infância podem

    aprender linguagem rudimentar e adquirir hábitos de higiene básica, com

    prejuízos nas áreas de alfabetização e matemática.

    ➢ Deficientes mentais profundos: representam de 1% a 2% da população

    afetada por deficiência mental. Durante a infância, tem um funcionamento

    sensório motor mínimo e exigem cuidados até o fim da vida.

    Gráfico 1 – Classificação de acordo com DSM-IV 2002

  • 3.1.2 Causas da deficiência intelectual

    Segundo Kirk E Gallagher (2000), os agentes principais causadores da deficiência

    intelectual são: infecção e intoxicação, trauma ou agente físico, metabolismo ou nutrição,

    doença cerebral grave, influência pré-natal desconhecida, anomalia cromossômica ou

    genética, distúrbios da gestação e retardo decorrente de distúrbios psiquiátricos. No entanto,

    o acarretamento da deficiência intelectual parte de dois fatores:

    ➢ Intrínsecos – genéticos: determinado pela herança genética; filhos com

    Down nascidos de mães com Down, ou várias crianças com Down na família,

    pois quando existe um caso de Down na família é bem provável que

    apareçam mais casos nas gerações futuras. Há também neste caso o fator da

    idade avançada tanto do pai como da mãe que pode contribuir para a

    ocorrência dessa condição.

    ➢ Extrínsecos - teratógenos: ocasionado por determinados tipos de

    irradiações; doenças maternas (rubéola, encefalite, falta de vitaminas etc.);

    excesso de ingestão de álcool durante a gestação; envenenamento por

    chumbo encontrados em algumas tintas por exemplo.

    3.1.3 Fatores genéticos

    Durante a formação de um novo ser humano, o pai e a mãe do futuro bebê

    contribuem com 23 cromossomos cada um, assim, centenas de genes permanecem na

    posição correta em cada cromossomo, desempenhado o processo de desenvolvimento do

    ser humano. Porém algumas vezes, esse processo pode sofrer falhas, ocasionando

    anormalidades genéticas e resultando muitas vezes em aborto espontâneo. No entanto,

    quando não ocorre o aborto e a gravidez segue normalmente, muitas vezes, somente no

  • momento do parto é que os pais tomam conhecimento da patologia genética de seu filho.

    Desta forma, temos dois, dos mais de cem distúrbios genéticos já identificados e pela

    comunidade cientifica, sendo eles: Síndrome de Down e Fenilcetonúria.

    3.1.3.1 Síndrome de Down

    A causa da síndrome de Down é resultante de uma alteração cromossômica que

    ocorre de forma acidental durante a divisão celular, apresentando-se com 47 cromossomos,

    em vez de 46. Esta alteração ocorre com a presença de um cromossomo extra no par 21,

    que é chamada de Trissomia do 21 ou Síndrome de Down. Este termo surgiu em 1986,

    quando John Langdon Down, começou os estudos acerca desta anormalidade genética e a

    batizou de “mongolismo”, em virtude da semelhança física que os sujeitos possuíam em

    relação a mongol.

    Esta anormalidade genética leva a criança a deficiência mental leve ou moderada,

    acompanhada com vários problemas de audição, formação do esqueleto, hipotonia

    muscular e coração. Sua aprendizagem é lenta, assim como suas respostas aos estímulos.

    Desta forma a estimulação deve-se iniciar precocemente, bem como a sua inserção a

    programas específicos de aprendizagem a fim de amenizar os problemas que as crianças

    apresentam.

    Vale ressalta, que importante saber o número de células que foram afetadas na

    anomalia, apresentando-se de duas maneiras: global, quando todas as células forma

    afetadas e mosaico, quando somente algumas foram afetadas. Neste último caso, o embrião

    ao chegar ao estágio final terá traços morfológicos menos evidentes do que no primeiro

    caso. Detectar as diferenças entre casos é importante para a intervenção educacional

    (GONZÀLEZ, 2007).

    3.1.3.2 Fenilcetonúria

    A Fenilcetonúria é outra condição causada por anomalias genéticas, ocasionando

    defeito em um único gene, que leva ao retardo mental grave. Este defeito resulta na

    incapacidade que os organismos têm de quebrar uma partícula química, a fenilalanina, que,

    acumulada em grande quantidade no sangue, ocasiona em dano severo a formação do

    cérebro. Apesar de ser um distúrbio genético, pode ser prevenida por meio de uma dieta

    com baixos teores de fenilalanina durante os anos inicias de desenvolvimento da criança.

  • 3.2 FATORES TERATOGÊNICOS

    Estão relacionados ao ambiente em qual a criança vive, como: ingestão de drogas,

    pela mãe durante a gravidez, bem como doenças que possam ser contraídas durante esse

    período; situações de carência nutricional e alimentar; e doenças que a criança possa

    adquirir na fase inicial da vida.

    O diagnóstico da síndrome de Down, até o final do século XX, só era feito após o

    nascimento da criança, ou até mais tarde. Com o desenvolvimento de técnicas diagnosticas

    permitiu avanços na área de diagnóstico precoce.

    ➢ Teste screening bioquímico-materno; realizado antes da gravidez, detecta

    se a mãe é portadora da síndrome de Down.

    ➢ Ultrassonografia do feto; pode ser realizada a partir da 16ª semana de

    gestação, observando a dobra ou espessura da nuca.

    ➢ Amniocentese ou Aneuploidias fetais; este procedimento especifica-se na

    retirada de um pouco de liquido da placenta ou líquido amniótico para biópsia

    das células. Desta forma, os pais com alto risco, podem saber se terão ou

    não filho portadores de deficiências, logo no início da gravidez.

    3.3 O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA

    INTELECTUAL.

    Com as novas políticas públicas integralizada no cenário brasileiro a educação não

    pode ignorar o que acontece a sua volta, e muito menos desconhecer que o aprender

    resulta em saber expressar, de diversas maneiras. A literatura evidência que os alunos com

    necessidades educacionais especiais, “inclusos” nas salas de aula regular, vivenciam uma

    experiência escolar precária, ficando, quase sempre, à margem dos acontecimentos, porque

    muito pouco de especial é realizado em relação às características de sua diferença.

    No entanto, observa-se que há uma grande resistência em aceitar o desafio da

    construção da escola inclusiva, por parte dos professores e de profissionais da educação,

    devido à ausência de formação específica para enfrentar esse desafio. Para que a inclusão

    escolar seja real o professor da classe regular deve estar sensibilizado e capacitado (tanto

    psicológica quanto intelectualmente) para “mudar sua forma de ensinar e adaptar o que vai

    ensinar” – (Glat, Rosana. Adaptação Curricular, OLIVEIRA Eloiza da S. Gomes 2007) para

    atender às necessidades de todos os alunos, inclusive de alguns que tenham maiores

    dificuldades.”.

  • Segundo (Correia,1997), o incluir tem sido a maior preocupação de pais, professores

    e estudiosos[...], toda tentativa de inclusão deve ser analisada e avaliada em seus mais

    diversos aspectos, a fim de termos a garantia de que esta será a melhor opção para o

    indivíduo que apresenta necessidades especiais. Segundo o autor a inclusão enfrenta

    muitas barreiras e possui vários caminhos a percorrer. O importante é que a mudança já se

    iniciou e, futuramente, espera-se que a escola seja um lugar onde não haja discriminação e

    preconceito, onde as diferenças e o tempo de aprendizagem de cada um seja valorizado.

    Por determinado tempo, pensava-se que a priorização de aprendizagem forma

    prática e concreta era o melhor caminho para fazer os deficientes intelectuais aprenderem.

    Contraposto, essa prática nega o acesso do sujeito ao raciocínio e a elaboração do plano

    abstrato. A aprendizagem por meios de abstrações é importante, pois estas faram, com que

    a criança supere o conhecimento do senso comum, em uma aprendizagem significativa.

    De acordo com Mantoan (1997), a efetivação plena da escola inclusiva se pauta na

    defesa dos direitos fundamentais de todas as crianças e adolescentes com deficiências. A

    inclusão busca a capacitação de profissionais na área da educação, sendo importante

    lembrar-se também que a criança necessita do apoio familiar. A educação antecipada

    incentiva o apoio em todos os aspectos o deficiente intelectual, para que assim ocorra a

    evolução, para que o deficiente venha a ter mais facilidades, mais desenvolvimento na sua

    motricidade, percepção, linguagem e socialização.

    A primeira experiência no jardim de infância tem a função de desempenhar o brincar

    pedagogicamente, contendo orientações que estimulem o desenvolvimento da

    aprendizagem. Speck (1978, et al Bautista,1997) afirma que, as principais tarefas que a

    educação infantil deverá abranger serão: a estimulação e motivação para a aprendizagem a

    para as relações interpessoais; educação sensório-motora orientada para a estimulação e a

    motricidade; treino de autonomia e hábitos de higiene para que se possam cuidar sozinhos

    ou com pouca ajuda; educação rítmica; iniciação à comunicação social e verbal para que se

    sintam integrados e consigam comunicar com os que os rodeiam.

    De acordo com estudos realizados por Vygotsky (1989), ao trabalhar com pessoas

    com alguma deficiência, é preciso concentrar a atenção nas habilidades que essas pessoas

    possuem, pois, essas habilidades podem ser aportes para o desenvolvimento das

    capacidades, tais como atenção, percepção, memória, dentre outras, dos indivíduos.

    O processo ensino-aprendizagem dos deficientes intelectuais é extremamente

    complexo e os estudos acerca desta questão são necessários. Tendo em conta que a

    educação concorre de maneira significativa para este processo, tornam-se fundamentais,

    discussões que mostrem de que maneira o trabalho pedagógico, as atividades de sala de

    aula e da sala de recursos. Conforme esclarece Vygotsky (1998, p. 118) “[...] o aprendizado

  • adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários

    processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer”.

    O pesquisador ainda afirma que é por intermédio do aprendizado de conteúdos, do

    conhecimento contido nos instrumentos físicos e simbólicos, que as formas cognoscitivas e

    de sentimento se estabelecem. É por meio da linguagem, que os conteúdos são

    internalizados pelo deficiente intelectual como uma finalidade social vinculada à realidade

    aluno. Claro que o deficiente mental possui progressos lentos e necessita de uma mediação

    específica, por meio de uma aprendizagem significativa. Leontiev (1991) pontua que ao

    colocar crianças com deficiência mental em condição adequada e ao utilizar métodos

    especiais de ensino, é possível que estas crianças alcancem progressos notáveis e muitas

    até consigam superar seu próprio atraso.

    Assim, é preciso que o professor que trabalha com crianças com algum déficit

    intelectual tenha uma nova compreensão acerca da deficiência. O indivíduo com deficiência

    mental possui potencialidades limitadas e um ritmo de aprendizagem diferente, entretanto,

    ele pode aprender e, até mesmo, superar alguns de seus limites. Seu desempenho

    dependerá das experiências de aprendizagem, adequadas ou empobrecidas, ofertadas pelo

    grupo social em que estiver inserido.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    O presente estudo demonstra que os alunos com deficiência intelectual são capazes

    de se interessar e refletir, mesmo com suas limitações de aprendizagens, sendo numa

    situação de pesquisa de natureza experimental, distante de um contexto natural, em que a

    resolução de problemas poderia estar vinculada a situações com maior significado para

    elas. A aprendizagem acontece no aluno e não para o aluno, quando ele interage, ele

    participa trazendo consigo tudo que ele vê, vive, ouve, sofre e sonha. Assim, a construção

    de conhecimento é um processo de elaboração, reelaboração de suas vivências e do seu

    saber.

    É o professor o grande responsável, por mediar essa construção de conhecimento. O

    professor é convidado a participar deste processo transformando as aulas em atividades

    prazerosas, trabalhando a autoestima do aluno e criando condições para que ele possa

    modificar e desenvolver ideias, habilidades, atitudes e comportamentos.

    O papel do professor, então, é o de propor situações que levam o aluno a novas

    descobertas, novos conhecimentos favorecendo um ambiente que ele tenha liberdade para

    falar, sem medo de errar, ouvir histórias, sentir-se desfiado e principalmente encorajado a

  • vencer desafios. Nos últimos anos a Educação Especial vem passando por um movimento

    de transição, abandonando a abordagem integrativa e adotando a abordagem inclusiva.

    Partindo das análises bibliográficas já publicadas e aqui expostos seus conceitos,

    conclui-se que quando a escola é obrigada a acolher a demanda evadida dos alunos com

    necessidades especiais, cujo o ritmo de aprendizagem não condiz com as expectativas de

    seus educadores, ela depara-se com o desafio de trabalhar a diversidade em sua

    integralidade, de forma que, todos os alunos tenham acesso a um ensino regular de

    qualidade. Neste caso, o direito a Educação Especial e Inclusiva é amplamente divulgado na

    mídia, acarretando o aumento de matriculas de alunos portadores de necessidades

    especiais na rede básica de ensino, onde os pais buscam direito a equiparação de seus

    filhos a sociedade contemporânea.

    A inclusão do aluno deficiente intelectual na rede básica de ensino, traz como desafio

    para a comunidade escolar; o de lidar das reações dos docentes e profissionais da

    educação à nova realidade, como a recusa velada a aceitar os alunos e a busca de novos

    projetos pedagógicos que atenda às necessidades cada um.

    Assim a solução para estes paradigmas é a busca de profissionais que desenvolvam

    trabalhos no contexto da inclusão para que mostre os caminhos da elaboração de

    estratégias com trabalhos diferenciados, com o objetivo de maximizar as possibilidades de

    aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual – abrangendo também todos os alunos

    com necessidades especiais.

    REFERÊNCIAS

    ______. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educacionais

    especiais. Brasília: Unesco, 1994. Disponível em: <

    http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf >. Acesso em: 16 mar. 2018.

    ______. Formação continuada de professores para o atendimento educacional

    especializado: deficiência mental. Brasília, 2007a.

    ______. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Disponível em:

    . Acesso: 01 abr. 2018.

  • ______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da

    educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em:

    . Acesso em: 16 mar. 2018.

    _______. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei nº 8.69, de 13 de junho de

    1990.

    ______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB nº

    2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na

    Educação Básica. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 14 set. 2001.

    ______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB nº

    4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na

    Educação Básica, modalidade Educação Especial. Diário Oficial da República Federativa do

    Brasil. Brasília, 04 out. 2009.

    ______. Educação Inclusiva: um novo olhar sobre os deficientes. Agência USP de

    Notícias, São Paulo, 9 ago. 2000. Disponível em: .

    Acesso em: 04 abr. 2018.

    ARANHA, M. S. F. Projeto escola viva: garantindo o acesso e a permanência de todos os

    alunos na escola. Brasília: MEC/SEE, 2005, v.1.

    BATISTA, Cristina Abranches Mota, MANTOAN, Maria Teresa Eglèr. Educação Inclusiva:

    Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência Mental. 2 ed.: Brasília:

    MEC/SEESP 2006.

    BENJAMIN. A. J.ET. al. Enciclopédia Cultural Larouse. Plural editora, 1998.

    BONDEZAN, Andreia Nakamura, GOULART Áurea Maria Paes Leme. Deficiência mental:

    o processo ensino-aprendizagem de conteúdos matemáticos. Disponivel em:

    http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2008/pdf/c009.pdf> Acesso em 16

    abr.2018.

    BUENO, J. G. S. B. Educação Especial brasileira: integração/segregação do aluno

    deficiente. São Paulo: Educ, 1993.

    BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988.

    Disponível em: . Acesso em: 03 abr.

    2018.

  • DELLANI, Marcos Paulo, et al. Inclusão: caminhos, encontros e descobertas. Revista de

    Educação do IDEAU. Vol.7 - nº15. Ano: 2012. Disponível em:

    . Acesso em: 04

    abr. 2018.

    DSM-IV TR. Manual diagnostico e estático de transtornos mentais. 4. Ed. rev. São

    Paulo : Artmed, 2002.

    GONZÁLES, E. et al. Necessidades educacionais especificas: intervenção

    psicoeducacional. Porto Alegre: Artmed, 2007.

    GOMES, Adriana L. L; ET AL. Atendimento Educacional Especializado. São

    Paulo: MEC/SEESP, 2007.

    HORTA, J. S. B. Direito a Educação e Obrigatoriedade escolar. Cadernos de pesquisa,

    Niteroi, v. n. 104, p. 5-34, jul. 1998.

    JANNUZZI, G. M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século

    XXI. 2.ed. Campinas: Autores Associados, 2004.

    KIRK, S.;GALLAGHER, J. Educação da criança excepcional. 4. Ed. São Paulo: Martins

    Fontes, 2000.

    MANTOAN. Maria Teresa Eglér. Educação escolar de deficientes mentais:

    problemas para a pesquisa e o desenvolvimento. Caderno: CEDES 46; Educação

    Especial. São Paulo, Cortez, 1998.

    MAZZOTA. M. J. S. Educação Especial no Brasil: histórias e politicas públicas. São

    Paulo: Cortez, 2003.

    MEC/UNESCO. Escola que protege: enfrentando a violência contra crianças e

    adolescentes. Brasilia: MEC/UNESCO, 2007.

    MITTLER. Peter. Educação Inclusiva: contextos sociais. 2 ed., Porto Alegre, Art.

    Med., 2003.

    OMOTE, S. Normalização, integração, inclusão. Ponto de vista, Florianópolis, v.1 n.1, p 4

    – 13, 1998.

  • REIS, Rosangela Leonel. Et al. A inclusão do aluno com deficiência intelectual no

    Ensino Regular. Disponível em: < https://pt.scribd.com/doc/132110882/A-Inclusao-Do-

    Aluno-Com-Deficiencia-Intelectual>. Acesso em: 12 abr. 2018.

    SOUZA, Flavia Danieli de. Et al. Educação Inclusiva. Universidade Paulista. Editora Sol.

    São Paulo, 2013.