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O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE: METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (CONCLUSÃO) Sessão 6 Actividade 2 Tendo por base a amostra de Relatórios de avaliação externa que elegeu, faça uma análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE, nesses Relatórios. A escolha incidiu, aleatoriamente, sobre oito Relatórios de Avaliação, de diferentes escolas do País, de Norte a Sul, publicados na página da IGE e que a seguir se apresentam: . ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DA CHARNECA DA CAPARICA . AGRUPAMENTO DAS ESCOLAS DE MAFRA . AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DRA MARIA ALICE GOUVEIA COIMBRA . ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO SÁ DA BANDEIRA SANTARÉM . ESCOLA SECUNDÁRIA POETA ANTÓNIO ALEIXO PORTIMÃO . AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VILA FLOR . ESCOLA EB1 /JI DE MONTE ABRAÃO QUELUZ . AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE FREIXO - PONTE DE LIMA A análise e comentário crítico resultaram da leitura atenta dos referidos relatórios tendo em comum extrair deles as referências às Bibliotecas Escolares. De uma forma geral, em quase todos os relatórios são comuns os seguintes aspectos que passo a enumerar: - Referências escassas e incipientes às Bibliotecas Escolares, de forma generalizada; - Menção em alguns casos, apenas como Centro de Recursos;

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Page 1: O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE: METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (CONCLUSÃO) Sessão 6 - Actividade 2

O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE: METODOLOGIAS DE

OPERACIONALIZAÇÃO (CONCLUSÃO)

Sessão 6

Actividade 2

Tendo por base a amostra de Relatórios de avaliação externa que elegeu, faça

uma análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE,

nesses Relatórios.

A escolha incidiu, aleatoriamente, sobre oito Relatórios de Avaliação, de diferentes

escolas do País, de Norte a Sul, publicados na página da IGE e que a seguir se

apresentam:

. ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DA CHARNECA DA CAPARICA

. AGRUPAMENTO DAS ESCOLAS DE MAFRA

. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DRA MARIA ALICE GOUVEIA – COIMBRA

. ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO SÁ DA BANDEIRA – SANTARÉM

. ESCOLA SECUNDÁRIA POETA ANTÓNIO ALEIXO – PORTIMÃO

. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VILA FLOR

. ESCOLA EB1 /JI DE MONTE ABRAÃO – QUELUZ

. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE FREIXO - PONTE DE LIMA

A análise e comentário crítico resultaram da leitura atenta dos referidos relatórios

tendo em comum extrair deles as referências às Bibliotecas Escolares.

De uma forma geral, em quase todos os relatórios são comuns os seguintes aspectos

que passo a enumerar:

- Referências escassas e incipientes às Bibliotecas Escolares, de forma generalizada;

- Menção em alguns casos, apenas como Centro de Recursos;

Page 2: O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE: METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (CONCLUSÃO) Sessão 6 - Actividade 2

- Em alguns relatórios, ocorre a referência indirecta à BE através da alusão ao PNL e à

sua integração na RB, como se constata por exemplo, no Relatório do Agrupamento de

Escolas Dra. Maria Alice Gouveia de Coimbra, no ponto 3.3 Gestão dos Recursos

Materiais e Financeiros “A biblioteca escolar/ centro de recursos educativos foi

ampliada de modo a integrar a Rede Nacional de Bibliotecas” e no relatório do

Agrupamento de Escolas de Vila Flor que também menciona de forma indirecta a BE,

no ponto 2. Prestação do Serviço Educativo.

- Em geral, as actividades desenvolvidas na BE/CRE não são referenciadas em

articulação com o currículo;

- Omissão de referências, relativas à participação da BE nos documentos de

organização interna dos agrupamentos (PEA, PAA, PCA…)

- Na generalidade, os relatórios apenas se reportam à sua localização / espaço ou

funcionalidade, como é exemplo o relatório da IGE referente à Escola Secundária Sá da

Bandeira de Santarém, em que a BE/CRE é mencionada na caracterização da escola, na

descrição das instalações, localizando-a no edifício e referindo o espaço exíguo para o

acervo considerável de que dispõe, não fazendo mais nenhuma referência à mesma

nos outros domínios; o mesmo relatório refere a BE nos Constrangimentos “

conservação e adaptação do edifício às exigências actuais, nomeadamente o espaço

destinado ao funcionamento da BE.”, pese embora estas afirmações, não aponta nas

Oportunidades a necessidade de se expandir ou fazer obras.

O relatório do Agrupamento de Escolas de Mafra refere a integração da Biblioteca

Escolar na RBE e assinala que “os recursos, espaços e equipamento estão bem

organizados e acessíveis na BE/CRE”;

No relatório da Escola António Aleixo de Portimão a BE aparece descrita como espaço

e refere simplesmente algumas “…actividades desenvolvidas pela BE/CRE com a

comunidade no âmbito da Rede Nacional de Bibliotecas… são também contributos

para tornar a Escola um verdadeiro espaço cultural e formativo.”

- A maioria dos relatórios descrevem de forma superficial o trabalho desenvolvido pela

BE, recaindo a excepção sobre o relatório relativo às Escolas da Charneca da Caparica,

que ressalta claramente a sua importância, (apesar da referência, apenas, como

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Centro de Recursos), no ponto 3.Organização e Gestão Escolar e 3.1 Concepção,

Planeamento e Desenvolvimento da Actividade e que passo a citar “ … o correlato

Plano de Actividades do Centro de Recursos Educativos, concebido como um eixo

central na disponibilização e coordenação de um conjunto de serviços e de recursos de

aprendizagem, organizados de acordo com os objectivos e finalidades da

reorganização curricular, destinados a estimular o prazer de ler e de escrever e a

desenvolver a autonomia dos alunos e outros utilizadores na consulta e produção de

informação, em diferentes suportes. O seu papel na construção e consolidação de um

ideário e cultura de escola assente na transversalidade e articulação das

aprendizagens, e a sua abertura às ideias e aos recursos culturais exteriores, locais ou

outros, são recheados de evidências.”

E no ponto 3.3 Qualidade e Acessibilidade dos Recursos” O Centro de Recursos

Educativos constitui o espaço por excelência da acessibilidade dos recursos educativos

existentes, dos livros, aos jogos, aos vídeos e CD-ROM adquiridos ou construídos pelos

alunos, ou à Internet, aberto a todos, funcionando como biblioteca, ludoteca ou

estudoteca, ou como centro para apoios a necessidades específicas, para estudo

acompanhado, ou para realização de projectos de pesquisa ou de trabalhos de aula.

Funcionando como um eixo fundamental da actividade educativa para todos os níveis

de ensino, articulando actividades específicas, ligadas ao desenvolvimento das

competências de leitura e de expressão oral e escrita, com outras áreas artísticas e

culturais, a sua acessibilidade decorre de uma criteriosa e criativa gestão do espaço e

do tempo de utilização, bem como dos recursos humanos que apoiam esta área de

serviços aberta a toda a comunidade educativa.”

- Como já referimos, a Biblioteca é mencionada, na generalidade dos relatórios,

principalmente na Gestão dos Recursos Materiais e Financeiros, como

espaço/recursos materiais e pouco mencionada como parte integrante e fundamental

do processo de ensino/aprendizagem; em casos pontuais aparece mencionada, na

Prestação do Serviço Educativo, Abrangência do Currículo e Valorização dos Saberes

da Aprendizagem, como é o caso do relatório da Escola EB1/JI de Monte Abraão em

Queluz, que descreve ” A frequência da BE/CRE pelas crianças e alunos constitui uma

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rotina já instituída. Assim, cada turma tem definido o seu horário de requisição de

livros na Biblioteca. Neste espaço, decorado com a participação dos alunos realizam-se

actividades de pesquisa, leitura, reconto, dramatizações, entre outras, decorrentes da

adesão ao Plano Nacional de Leitura.”; a Escola do Freixo de Ponte de Lima refere

também que a BE/CRE oferece aos alunos actividades e projectos de enriquecimento

curricular, que consideram muito motivadores.

- Na Abertura à Inovação, referida no relatório do Agrupamento de Escolas de Mafra “

A BE/CRE tem desenvolvido algumas actividades de consolidação da identidade do

Agrupamento, entre as quais um projecto de escrita criativa que envolve todos os

níveis de educação e de ensino.”

Em síntese, podemos concluir:

- Pela análise da amostra dos relatórios, verifica-se que os campos de análise e os

domínios de referência da IGE, em que as BE são mencionadas, variam de escola para

escola. Tal facto, poderá dever-se à importância que cada escola atribui à sua BE ou,

então com a própria equipa de avaliação externa, que nem sempre atribui à BE o

mesmo grau de importância. O facto é que as referências nem sempre ocorrem da

mesma forma (directa ou indirecta), nem nos mesmos campos / domínios.

- Constata-se que a Biblioteca Escolar ainda não é devidamente valorizada na maioria

das Escolas, independentemente da sua tipologia e da zona do país onde se encontra,

à excepção de um reduzido número de relatórios que referem a BE apontando no

sentido da sua importância.

- O processo da Auto-avaliação da BE deverá conduzir à reflexão e originar mudanças

concretas na prática, contribuindo para a afirmação e reconhecimento do papel da BE

na Escola.

- Com uma auto-avaliação constante e sistemática, a BE será capaz, futuramente, de

impor a sua presença na Escola e consequentemente nos relatórios da IGE.

Maria Antónia do Carmo